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PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPETININGA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ITAPETININGA Itapetininga, SP outubro / 2010

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O Plano Municipal de Educação é um planejamento estratégico para a Educação de Itapetininga, coordenado pela Secretaria Municipal de Educação com o objetivo de desenvolver e dar prioridade a propostas de ações por um período de 10 anos. O Plano foi elaborado pelo Conselho Municipal de Educação, de acordo com as exigências do Plano Nacional de Educação, buscando planejar e suprir as necessidades para que haja a melhoria da qualidade do ensino.

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Page 1: A2 plano de educação de Itapetininga

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPETININGA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ITAPETININGA

Itapetininga, SP

outubro / 2010

Page 2: A2 plano de educação de Itapetininga

I88 Itapetininga (SP). Prefeitura.

Plano municipal de educação de Itapetininga /

Secretaria de Educação. – Itapetininga : s.n., 2010.

120 p.; 30 cm.

1. Educação e Estado – Itapetininga (SP). 2.

Planejamento educacional – Itapetininga (SP). I.

Título

CDD

379.8161

Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Alexandre Balthazar Santos – CRB8/8192

Page 3: A2 plano de educação de Itapetininga

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPETININGA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ITAPETININGA

O Plano Municipal de Educação de Itapetininga, o qual terá a vigência de 10 anos, é um projeto elaborado pela Secretaria Municipal de Educação com a participação de órgãos ligados à educação do município, aprovado por consulta popular.

Itapetininga, SP

outubro / 2010

Page 4: A2 plano de educação de Itapetininga

APRESENTAÇÃO

O Plano Municipal de Educação é um planejamento estratégico para a

Educação de Itapetininga, coordenado pela Secretaria Municipal de Educação com o

objetivo de desenvolver e dar prioridade a propostas de ações por um período de 10

anos. O Plano foi elaborado pelo Conselho Municipal de Educação, de acordo com

as exigências do Plano Nacional de Educação, buscando planejar e suprir as

necessidades para que haja a melhoria da qualidade do ensino.

Nesse sentido, este trabalho procura mostrar os caminhos que deverão ser

percorridos para atingirmos as metas e ações de melhoria.

O Plano Municipal de Educação de Itapetininga (PMEI) propõe ações que

foram estrategicamente formuladas para o aperfeiçoamento da educação básica. É

um compromisso da administração municipal e da comunidade na promoção de um

ensino voltado para uma educação de qualidade a todos os munícipes.

Nos últimos 6 anos, a Prefeitura de Itapetininga tem feito da educação a

prioridade de seus investimentos, ampliando a rede de educação da cidade, desde o

ensino infantil até o superior, acreditando que a educação é a base do

desenvolvimento. É através dela, que se prepara pessoas capazes de construir um

futuro melhor.

Esta é a visão que norteia os diversos investimentos na educação.

Itapetininga possui mais de 14 mil alunos matriculados em suas escolas municipais,

desenvolvendo projetos que estão transformando a vida de alunos e de suas

famílias. Entre eles podemos destacar o “Aprendendo a Empreender” que

proporciona aos alunos do 2º ao 5º ano do ensino fundamental a possibilidade de

desenvolver trabalhos voltados ao empreendedorismo, onde o aluno compreende

que pode ser dono de uma empresa, desde que saiba administrar o que possui.

Page 5: A2 plano de educação de Itapetininga

O sistema de ensino aplicado nas escolas municipais é apostilado, e

oferece ao aluno de escola pública a qualidade no ensino, que ele merece. As novas

creches da cidade já são ecologicamente corretas, poupando a natureza e

ensinando aos alunos a consciência na utilização dos recursos.

Novas unidades de educação infantil serão construídas nos próximos 4 anos

e com essa medida será possível zerar a demanda por vagas no município.

O município também vem passando por um ciclo de desenvolvimento,

precisando de mão de obra qualificada para atrair investidores. Nos últimos 6 anos,

a cidade passou de 3 para mais de 60 cursos técnicos, tecnológicos,

profissionalizantes e superiores, através da implantação da Faculdade de

Tecnologia (Fatec), Polo EaD “Chopin Tavares de Lima” UAB/Univesp, Instituto

Federal de São Paulo e das Escolas Técnicas Estaduais (ETECs). É importante

ressaltar que todos esses cursos são de alta qualidade e gratuitos.

O município investe também na qualificação de mão de obra através de

cursos de capacitação, profissionalizantes e técnicos, através do Centro

Profissionalizante Municipal - CEPROM, que semestralmente oferece mais de 30

cursos voltados à capacitação profissional, na área da indústria e prestação de

serviços.

Hoje, o jovem Itapetiningano não precisa mais sair do seu município para

estudar. Há muitas oportunidades, em diversas áreas, para que ele se qualifique e

consiga construir seu futuro. E é sobre isso que o Plano Municipal da Educação de

Itapetininga (PMEI) trata: O FUTURO.

Nas próximas páginas, serão apresentados o diagnóstico da atual situação

da educação em nosso município e metas que deverão ser atingidas ao longo dos

próximos 10 anos.

Este plano foi elaborado de maneira democrática, ouvindo todas as partes

envolvidas com a área, especialmente a população que participou através de

audiências públicas, utilizando-se, também, de estudos feitos durante os anos de

2003 a 2009, baseados nos planejamentos já existentes na área para o município.

Page 6: A2 plano de educação de Itapetininga

A Prefeitura de Itapetininga considera o PMEI como uma etapa importante

para aperfeiçoar e fortalecer o que já tem sido feito no município, na área da

educação.

E hoje, Itapetininga, novamente, é considerada “Terra das Escolas”, motivo

de orgulho para toda a nossa sociedade. A partir da aprovação deste planejamento,

continuaremos no rumo certo do desenvolvimento social, através da EDUCAÇÃO.

Roberto Ramalho Tavares

Prefeito Municipal

Page 7: A2 plano de educação de Itapetininga

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - IDEB 2005, 2007 e Projeções para o BRASIL................................... 21

Tabela 2 - IDEBs observados em 2005, 2007 e Metas para rede

Municipal de Itapetininga..................................................................................... 22

Tabela 3 - Atendimento de Educação Infantil de 0 a 5 anos de idade.............. 29

Tabela 4 - Número de matrículas das séries iniciais do Ensino Fundamental,

entre 2002 e 2008, por tipo de escola do município de Itapetininga .................. 34

Tabela 5 - Número de matrículas das séries finais do Ensino Fundamental,

entre 2002 e 2008, por tipo de escola do município de Itapetininga .................. 35

Tabela 6 - Número de total de matrículas no Ensino Fundamental, entre

2002 e 2008, por tipo de escola do município de Itapetininga........................... 35

Tabela 7 - Municípios e classes de tamanho da população – População

residente por grupos de idade (%).................................................................... 41

Tabela 8 - Ensino Médio: Evolução da Matrícula por Rede de Ensino............ 42

Tabela 9 - Concluintes de 8.ª série no Município de Itapetininga..................... 42

Tabela 10 - Matrícula Inicial do Ensino Médio Município de Itapetininga........ 42

Tabela 11 - IDEB 2005, 2007 e Projeções para o Brasil: Ensino Médio........... 44

Tabela 12 - Mostra da taxa de analfabetismo.................................................... 65

Tabela 13 - Município de Itapetininga Atendimento EJA................................... 68

Tabela 14 - Número de alunos em Escolas e Classes Especiais -2008........... 74

Page 8: A2 plano de educação de Itapetininga

LISTA DE SIGLAS

AADAI - Associação de Deficientes Auditivos de Itapetininga

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

APRISDEFI - Associação para Promoção e Inclusão Social dos Portadores de

Deficiência de Itapetininga

CEB - Câmara da Educação Básica

CEE - Conselho Estadual de Educação

CEESP - Conselho da Educação do Estado de São Paulo

CEFET - Centro Federal de Educação Tecnológica

CENPEC - Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação

Comunitária

CEPREVI - Centro de Pesquisa e Reabilitação Visual

CEPROM - Centro Profissionalizante Municipal

CNCT - Cadastro Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio

CME - Conselho Municipal de Educação

CNE - Conselho Nacional da Educação

CNE/CEB – Conselho Nacional de Educação – Câmara de Educação Básica

CNE/CP – Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno

CONAE- Conferência Nacional de Educação

DPEM/SEB/MEC - Departamento de Políticas do Ensino Médio da Secretaria de

Educação Básica do Ministério da Educação

DRU - Desvinculação das Receitas da União

EAD - Ensino a Distância

EI - Educação Infantil

EJA - Educação de Jovens e Adultos

EMEF - Escola Municipal de Educação Fundamental

EMEIF - Escola Municipal de Educação Infantil e Fundamental

EMEI - Escola Municipal de Educação Infantil

ENEM - Exame Nacional de Ensino Médio

ETEC - Escola Técnica Estadual – São Paulo

Page 9: A2 plano de educação de Itapetininga

FATEC - Faculdade de Tecnologia

FII - Faculdades Integradas de Itapetininga

FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz

FKB - Fundação Karnig Bazarian

FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

FSS - Fundo Social de Solidariedade

FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação

FUNDEF - Fundo de Manutenção e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e

de Valorização do Magistério

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

IFET - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

IIES - Instituto Itapetiningano de Ensino Superior

INEP- Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MEC - Ministério da Educação

MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetização

OCDE - Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico

ONG - Organização não Governamental

OSE - Organização Superior de Ensino

PAR - Plano de Ações Articuladas

PAS - Programa de Alfabetização Solidária

PDDE - Programa Dinheiro Direto na Escola

PDE - Plano de Desenvolvimento da Educação

PEE - Plano Estadual de Educação

PMDE - Programa de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental

PMDEF - Programa de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental

PMEI - Plano Municipal de Educação de Itapetininga

Page 10: A2 plano de educação de Itapetininga

PNAD/IBGE - Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios do Instituto

Brasileiro de Geografia e de Estatística

PNE - Plano Nacional de Educação

PPP - Projeto Político Pedagógico

RFB - Receita Federal do Brasil

RFB/MF - Receita Federal do Brasil, do Ministério da Fazenda

SAEB - Sistema de Avaliação da Educação Básica

SARESP - Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo

SEADE - Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados

SEB - Secretaria da Educação Básica

SECAD - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade

SEE/SP - Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

SESI - Serviço Social da Indústria

SETEC - Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

SISTEC - Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica

UFF - Universidade Federal Fluminense

UFSCar - Universidade Federal de São Carlos

UnB - Universidade de Brasília

UNDIME - União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação

UNESP - Universidade Estadual Paulista – Júlio De Mesquita Filho

UNIFESP - Universidade Federal do Estado de São Paulo

UNIP - Universidade Paulista

UNISO - Universidade de Sorocaba

UNOPAR VIRTUAL - Universidade Norte do Paraná

UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Page 11: A2 plano de educação de Itapetininga

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 12

2 PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ITAPETININGA ..................... 16

2.1 PRINCÍPIOS GERAIS ................................................................................ 16

2.2 PRINCIPAIS MARCOS DO PMEI ............................................................. 17

2.3 OBJETIVOS E METAS .............................................................................. 24

3 NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO .................................................. 27

3.1 EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................................................. 27

3.1.1 Diagnóstico .............................................................................................. 27

3.1.2 Diretrizes Político-Pedagógicas ............................................................ 29

3.1.3 Objetivos e Metas ................................................................................... 30

3.2 ENSINO FUNDAMENTAL ........................................................................ 32

3.2.1 Diagnóstico ............................................................................................. 32

3.2.2 Diretrizes Político-Pedagógicas ............................................................ 36

3. 2.3 Objetivos e Metas ................................................................................... 37

3.3 ENSINO MÉDIO ........................................................................................ 40

3.3.1 Diagnóstico .............................................................................................. 40

3.3.2 Diretrizes Político-Pedagógicas ............................................................. 45

3.3.3 Objetivos e Metas .................................................................................... 46

3.4 EDUCAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONAL ............................................... 48

3.4.1 Diagnóstico ............................................................................................. 48

3.4.2 Diretrizes Político-Pedagógicas ............................................................. 61

3.4.3 Objetivos e Metas .................................................................................... 63

3.5 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA ......................................... 64

3.5.1 Diagnóstico .............................................................................................. 64

3.5.2 Diretrizes Político-Pedagógicas ............................................................ 68

3.5.3 Objetivos e Metas ................................................................................... 70

3.6 EDUCAÇÃO ESPECIAL ........................................................................... 71

3.6.1 Diagnóstico .............................................................................................. 71

3.6.2 Diretrizes Político-Pedagógicas ............................................................. 74

3.6.3 Objetivos e Metas .................................................................................... 76

3.7 ENSINO SUPERIOR .................................................................................. 78

3.7.1 Diagnóstico .............................................................................................. 78

Page 12: A2 plano de educação de Itapetininga

3.7.1.1 Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza-Ceeteps ......... 80

3.7.1.2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFSP ................... 81

3.7.1.3 Outras Instituições de Ensino Superior ................................................... 82

3.7.2 Objetivos e Metas ................................................................................... 83

3.8 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ...................................................................... 84

3.8.1 Diagnóstico ............................................................................................. 84

3.8.1.1Universidade Aberta do Brasil EAD Polo “Chopin Tavares de Lima” ....... 86

3.8.1.2 Outras Instituições de Ensino a Distância ................................................ 90

3.8.2 Diretrizes Político-Pedagógicas ............................................................. 93

3.8.3 Objetivos e Metas .................................................................................... 94

3.9 FINANCIAMENTO E GESTÃO DO ENSINO ............................................ 95

3.9.1 Diagnóstico .............................................................................................. 95

3.9.2 Diretrizes Político-Pedagógicas ............................................................. 98

3.9.3 Objetivos e Metas .................................................................................... 100

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 102

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 107

Page 13: A2 plano de educação de Itapetininga

ANEXOS

ANEXO A - Membros do Conselho Municipal de Educação-2003/2005........... 109

ANEXO B - Membros do Conselho Municipal de Educação-2005/2007.......... 110

ANEXO C - Membros do Conselho Municipal de Educação-2007/2008.......... 111

ANEXO D - Membros do Conselho Municipal de Educação-2008/2009........... 112

ANEXO E - Aviso de Audiência Pública .......................................................... 113

ANEXO F- Lista de Presença: 27/08/2009........................................................ 114

ANEXO G- Lista de Presença: 27/08/2009........................................................ 115

ANEXO H-. Lista de Presença: 27/08/2009 ................................................. 116

ANEXO I -.Lista de Presença: 07/10/2009 ................................................. 117

ANEXO J- Lista de Presença: 10/11/2009 ................................................. 118

ANEXO K - Fotografias da Primeira Plenária realizada na Câmara

Municipal - 27 de agosto de 2009 - ......................................................... 119

ANEXO L- Fotografias da Primeira Plenária realizada na Câmara

Municipal - 7 de outubro de 2009 - ............................................................ 120

ANEXO M - Fotografias da Primeira Plenária realizada na Câmara

Municipal- 10 de novembro de 2009-................................................................ 121

Page 14: A2 plano de educação de Itapetininga

12

1 INTRODUÇÃO

O presente documento constitui o Plano Municipal de Educação de

Itapetininga (PMEI), síntese das discussões desenvolvidas no âmbito do Conselho

Municipal de Educação, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Educação,

que passa a vigorar a partir de sua publicação, por 10 anos, no Município de

Itapetininga, Estado de São Paulo.

Os debates, estudos e análises que deram origem a este texto começaram a

ser realizados a partir de março de 2003, quando os conselheiros foram divididos em

comissões de trabalho, cada qual responsável pelo estudo de um tema específico.

Em dezembro desse mesmo ano, a então Secretária Municipal de Educação,

Professora Lydia Moreira Messias, apresentou ao Conselho um documento próprio,

entregue aos membros conselheiros como sendo uma ampla compilação da

legislação federal e estadual relativa às orientações que um plano municipal de

educação deveria seguir. Esse documento, denominado “Plano Municipal de

Educação – Versão Preliminar”, como indica o título, tratava-se de um texto de

subsídio e não um plano nos moldes deste que se apresenta.

Para as discussões desse documento, durante o período de 2003 a 2009,

representantes de diferentes segmentos educacionais, foram nomeados para

compor o Conselho Municipal de Educação (CME), os quais estão relacionados ao

final deste documento. (ANEXOS A,B,C,D)

Em 2005, a Secretaria Municipal de Educação, sob a gestão da Professora

Vera Lúcia Abdala, convocou novamente o Conselho Municipal de Educação para

dar sequência aos trabalhos de elaboração do referido PMEI. Decidiu-se, então, dar

prosseguimento à versão preliminar que serviu como texto base para as novas

discussões, para assim desenvolver um plano adequado à realidade de Itapetininga.

E, de fato, durante todo o primeiro quadrimestre de 2005, o Conselho Municipal

reuniu-se, semanalmente, para a leitura e discussão dos tópicos daquele

documento, cujas observações, críticas e sugestões feitas pelos participantes estão

hoje registradas nas atas do Conselho.

Em junho de 2009, o Conselho Municipal de Educação assessorado por

empresa de consultoria, assumiu a responsabilidade de análise, atualização e

reescrita do documento preliminar, com a inserção dos dados sobre a Rede

Municipal de Ensino de Itapetininga para a composição do Documento Base do

Page 15: A2 plano de educação de Itapetininga

13

PMEI, sendo o mesmo apresentado no processo de consulta pública por meio de

plenárias.

Todo o processo foi gerenciado pela Secretaria Municipal de Educação de

Itapetininga, sob a responsabilidade da Secretária Municipal de Educação,

Professora Suzana Eugenia de Mello Moraes Albuquerque.

Os dados aqui fornecidos, sobre a situação do ensino em Itapetininga,

referem-se aos anos de 2004 até julho de 2010, permitindo ao leitor uma visão da

nossa realidade escolar.

O Plano Municipal de Educação de Itapetininga está organizado em 4 seções,

sendo que o mesmo descreve, inicialmente, o amplo contexto que envolve a

Educação em Itapetininga e, na sequência, mostra os níveis e modalidades de

ensino que o município oferece à comunidade, que são: Educação Infantil, Ensino

Fundamental, Ensino Médio, Educação Profissional, Educação de Jovens e Adultos,

Educação Especial, Ensino Superior e Educação a Distância.

Os níveis e modalidades de ensino descritos neste Plano mostram o

diagnóstico, diretrizes político-pedagógicas, objetivos e metas. Logo após, explana-

se a Gestão do Ensino e as competências de cada órgão e, por fim, as

considerações finais, que trazem a síntese das propostas apresentadas com o

anseio do cumprimento das metas dentro dos prazos estabelecidos, que é a

elevação do nível de escolaridade dos munícipes e, consequentemente, o

desenvolvimento de Itapetininga e região.

Espera-se, que novas contribuições surjam da sociedade civil após a

aprovação deste Plano, que enriquecerão em muito as intenções de progresso

cultural e social que estão na base deste documento. Acredita-se, aliás, que será

somente depois de um amplo processo de participação das bases educacionais e da

sociedade civil organizada que o PMEI obterá a legitimidade e a credibilidade

necessárias, para que a política educacional do Município de Itapetininga possa se

desenvolver com sucesso, nos próximos 10 anos.

Torna-se necessário citar que este documento, embasa-se na Constituição

Federal, artigos 208 e 211, que estabelecem respectivamente, o dever do Estado

com a educação e a organização e atuação dos sistemas de ensino em regime de

colaboração dos entes federados e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional - LDB n.° 9394/96, artigo 11, que estabelece as incumbências dos

municípios:

Page 16: A2 plano de educação de Itapetininga

14

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. § 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) § 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) LDB - Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados; II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas; III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino; V - oferecer educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, e permitida a atuação em outros

Page 17: A2 plano de educação de Itapetininga

15

níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino. VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003) Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de educação básica.

A elaboração do Plano Municipal de Educação é uma exigência da Lei nº

10.172/01, art. 2º, que aprovou e instituiu o Plano Nacional de Educação (PNE), que

tem prazo de término em 2010. A Conferência Nacional de Educação (CONAE)

elaborou um documento base de referência para o novo Plano Nacional de

Educação que deverá vigorar a partir de 2011 até 2020.

Dessa forma, ressalta-se que as principais diretrizes estabelecidas na

CONAE estão contempladas neste Plano.

Page 18: A2 plano de educação de Itapetininga

16

2 PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ITAPETININGA

2.1 PRINCÍPIOS GERAIS

O Plano Municipal de Educação de Itapetininga (PMEI) deve ser entendido

como um documento político e técnico, voltado essencialmente para o

desenvolvimento de uma educação de qualidade, que atenda a população do

município. Esse Plano se baseia no Plano Nacional de Educação (PNE) e possui

um prazo de cumprimento superior ao mandato de duas administrações municipais.

Trata-se, portanto, de um plano elaborado pelos gestores da educação municipal e a

atual administração, que juntamente, com toda a rede de ensino, articulado com

setores da administração pública e da sociedade, o construíram, levaram à

discussão pública e o aprovaram em plenária.

O Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado pela Lei nº 10.172/01, em

cumprimento ao Art. 87 das Disposições Transitórias da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, de 1996 (Lei n.º 9394/96), determina que todos os municípios,

os Estados e Distrito Federal elaborem seus planos decenais de Educação, porém

os municípios não precisam aguardar que o Plano Estadual de Educação (PEE)

esteja pronto para elaborarem seus planos. No âmbito do governo do Estado de São

Paulo existem, desde 2003, duas propostas para o Plano Estadual de Educação em

tramitação na Assembleia Legislativa, uma delas de autoria do Executivo e outra

apresentada por entidades do Fórum Estadual em Defesa da Educação Pública.

Quanto ao município, qualquer que seja a opção para a organização de sua

rede de ensino, cabe-lhe elaborar o Plano Municipal de Educação (PMEI). Seu

objetivo é pensar a educação do município de forma ampla, promovendo a

articulação entre todos os sistemas que coexistem no âmbito municipal,

consideradas a realidade e as peculiaridades locais. Portanto, apesar de fixar maior

atenção na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, é mais abrangente do que

um plano para a rede de escolas municipais, uma vez que nenhuma etapa, nível ou

modalidade podem ser desconsideradas.

Mesmo não sendo responsável pelo Ensino Médio e pela Educação Superior,

por exemplo, diretrizes e metas para esses níveis são estabelecidas pelo PMEI.

Page 19: A2 plano de educação de Itapetininga

17

2.2 PRINCIPAIS MARCOS DO PMEI

Os principais marcos, que nortearam a construção deste PMEI, foram

elaborados em forma de uma síntese contextualizada do processo histórico, político

e educacional que se viveu, sempre na busca da melhoria do planejamento e

organização da educação. Para tanto, se fez um breve percurso que inicia em 1964

e vai até 2009.

a) Em 1964, a criação pelo Governo Federal do Salário-Educação, da

contribuição social destinada ao financiamento de programas, projetos e

ações voltados para o financiamento da educação básica pública, que

também pode ser aplicada na educação especial, desde que vinculada à

educação básica, origem do atual Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Educação (FNDE), órgão do Ministério da Educação ao qual compete a

função redistributiva da contribuição social do salário-educação. Do montante

arrecadado é deduzida a remuneração da Receita Federal do Brasil (RFB),

correspondente a 1% (um por cento), a título de taxa de administração. O

restante é distribuído em cotas pelo FNDE, observada em 90% (noventa por

cento) de seu valor a arrecadação realizada em cada Estado e no Distrito

Federal. A contribuição social do salário-educação está prevista no Artigo

212, § 5.º, da Constituição Federal, regulamentada pelas leis n.ºs 9424/96,

9766/98, Decreto n.º 6003/2006 e Lei n.º 11.457/2007. É calculada com base

na alíquota de 2,5% sobre o valor total das remunerações pagas ou

creditadas pelas empresas, a qualquer título, aos segurados empregados,

ressalvadas as exceções legais, e é arrecadada, fiscalizada e cobrada pela

Secretaria da Receita Federal do Brasil, do Ministério da Fazenda (RFB/MF).

São contribuintes do salário-educação as empresas em geral e as entidades

públicas e privadas vinculadas ao Regime Geral da Previdência Social,

entendendo-se como tal qualquer firma individual ou sociedade que assuma o

risco de atividade econômica, urbana ou rural, com fins lucrativos ou não,

sociedade de economia mista, empresa pública e demais sociedades

instituídas e mantidas pelo poder público, nos termos do § 2.º, Art. 173, da

Constituição Federal.

Page 20: A2 plano de educação de Itapetininga

18

b) Em 1986, foi fundada como entidade nacional a União Nacional dos

Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), em São Paulo, entidade que

congrega dirigentes municipais de educação de todos os estados brasileiros,

como uma associação civil, sem fins lucrativos e com autonomia

administrativa, financeira e patrimonial, de duração indeterminada, regendo-

se por Estatuto e normas complementares1. Segundo a UNDIME, ainda na

metade da primeira década do século XXI, a grande maioria das cidades

brasileiras não havia implantado um planejamento educacional. O

levantamento teve resposta de 2122 municípios, menos da metade do total,

sendo que apenas 28% deles já elaboraram o PME, 44% estavam no início

ou em processo de elaboração e 19% nem pensavam em implantá-lo. De

acordo com o Ministro da Educação, Fernando Haddad, além do Plano

Municipal de Educação, os municípios deixaram de observar expedientes

formais importantes, como a constituição do Conselho Municipal de

Educação, quadro esse preocupante, segundo Maria Pilar Lacerda,

presidente da UNDIME, que considera que a qualidade da escola pública,

precisa de um plano pactuado e elaborado com a sociedade civil, e o plano

municipal de ensino é esse espaço2.

c) Em 1987, foi criado o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e

Ação Comunitária (CENPEC), uma organização da sociedade civil, sem fins

lucrativos, que tem como finalidade o desenvolvimento de ações voltadas à

melhoria da qualidade da educação pública e à participação no

aprimoramento de políticas sociais.

d) Em 1993 e 1994, aconteceu o processo de elaboração do Plano Decenal de

Educação para Todos, atendendo o compromisso firmado por países, entre

os quais também o Brasil, com maiores índices de analfabetismo e déficit no

atendimento da escolaridade obrigatória, na Conferência Mundial de

Educação para Todos, realizada pela UNESCO, em Jomtien (Tailândia), em

1990.

1 Disponível em: < http://www.aomestre.com.br/org/undime/undi.htm> acesso em 14 de abril de 2010. 2 Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5370&catid=201&Itemid=86> acesso em 14 de abril de 2010

Page 21: A2 plano de educação de Itapetininga

19

e) Em 1995, é criado o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) pela

Resolução n.º 12, de 10 de maio de 1995, com o nome de Programa de

Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (PMDE), programa

esse, que mais tarde passou a se chamar PDDE, com a edição de Medida

Provisória pelo governo federal. A finalidade desse programa é prestar

assistência financeira, em caráter suplementar, às escolas públicas do ensino

fundamental das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às

escolas privadas de educação especial mantidas por entidades. O objetivo da

assistência financeira é a melhoria da infraestrutura física e pedagógica, o

reforço da autogestão escolar nos planos financeiro, administrativo, didático e

a elevação dos índices de desempenho da educação básica.

f) Em 1996, foi criado o Fundo de Manutenção e de Desenvolvimento do Ensino

Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), que previa recursos

para o ensino fundamental. O FUNDEF fora instituído pela Emenda

Constitucional n.º 14, de setembro de 1996, e regulamentado pela Lei n.º

9424, de 24 de dezembro do mesmo ano, e pelo Decreto n.º 2264, de junho

de 1997, sendo implantado, nacionalmente, em 1.º de janeiro de 1998,

quando passou a vigorar a nova sistemática de redistribuição dos recursos

destinados ao Ensino Fundamental. No mesmo ano, foi publicada a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB n.° 9394/96), que determina

no § 1º, Art. 87, que a União encaminhe ao Congresso Nacional, no prazo de

um ano após a promulgação dessa Lei, o Plano Nacional de Educação, com

diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em sintonia com a Declaração

Mundial sobre Educação para Todos.

g) Em 1998, a apresentação no Plenário da Câmara dos Deputados o projeto do

Plano Nacional de Educação (PNE). Em Itapetininga, um marco importante na

história das políticas municipais para a educação de crianças e jovens é a

aprovação, de acordo com a Lei Complementar n.º 03, de 10 de dezembro de

1998, do Estatuto do Magistério Municipal.

Page 22: A2 plano de educação de Itapetininga

20

h) Em 09 de janeiro de 2001, a Lei n.º 10.172 institui o Plano Nacional de

Educação (PNE), que inclui metas de qualidade para a educação básica, as

quais contribuem para o surgimento de mudanças significativas na instituição

escolar e influi nas decisões a serem tomadas pelos dirigentes políticos e pela

sociedade civil na definição das prioridades educacionais.

i) Em 2004, cria-se no Ministério da Educação (MEC) a Secretaria de Educação

Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), em que se vêem

reunidos, pela primeira vez na história do MEC, temas como alfabetização e

educação de jovens e adultos, educação do campo, educação ambiental,

educação escolar indígena, e diversidade étnico-racial, temas antes

distribuídos em outras secretarias, tendo por objetivo contribuir para a

redução das desigualdades educacionais por meio da participação de todos

os cidadãos, em especial de jovens e adultos, em políticas públicas que

assegurem a ampliação do acesso à educação continuada. Além disso, a

SECAD responde pela orientação de projetos político-pedagógicos voltados

para os segmentos da população vítima de discriminação e de violência.

j) Em 2006, institui-se a Lei Federal n.º 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, que

altera a redação dos Artigos 29, 30, 32 e 87, da LDB nº 9394/96, dispondo

sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula

obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. Ainda em 2006, cria-se o

Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), que substitui o

FUNDEF, pela Emenda Constitucional n.º 53, de 19 de dezembro de 2006. É

um fundo de natureza contábil, regulamentado inicialmente pela Medida

Provisória n.º 339, convertida na Lei Federal n.º 11.494/2007. Sua

implantação foi iniciada em 1.º de janeiro de 2007, de forma gradual, com

conclusão em 2009, quando passou a funcionar com todo o universo de

alunos da educação básica pública presencial, e os percentuais de receitas

que o compõem tendo alcançado o patamar de 20% de contribuição.

Page 23: A2 plano de educação de Itapetininga

21

k) Em 2007, o Decreto Federal n.º 6094, de 24 de abril de 2007 dispõe sobre a

implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, pela

União Federal, em regime de colaboração com municípios, Distrito Federal e

estados, e a participação das famílias e da comunidade. O Compromisso

Todos pela Educação, uma das etapas do Plano de Desenvolvimento da

Educação (PDE), propõe diretrizes e estabelece metas para o Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) das escolas e das redes

municipais e estaduais de ensino.

Tabela 1 - IDEB 2005, 2007 e Projeções para o BRASIL

Anos Iniciais do Ensino Fundamental3

Anos Finais do Ensino Fundamental4

Ensino Médio

IDEB Observado

Metas IDEB Observado

Metas IDEB Observado

Metas

2005 2007 2007 2021 2005 2007 2007 2021 2005 2007 2007 2021

TOTAL 3,8 4,2 3,9 6,0 3,5 3,8 3,5 5,5 3,4 3,5 3,4 5,2

Dependência Administrativa

Pública 3,6 4,0 3,6 5,8 3,2 3,5 3,3 5,2 3,1 3,2 3,1 4,9

Federal 6,4 6,2 6,4 7,8 6,3 6,1 6,3 7,6 5,6 5,7 5,6 7,0

Estadual 3,9 4,3 4,0 6,1 3,3 3,6 3,3 5,3 3,0 3,2 3,1 4,9

Municipal 3,4 4,0 3,5 5,7 3,1 3,4 3,1 5,1 2,9 3,2 3,0 4,8

Privada 5,9 6,0 6,0 7,5 5,8 5,8 5,8 7,3 5,6 5,6 5,6 7,0

Fonte: Saeb e Censo Escolar(2009)

3 Anos Iniciais: do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental 4 Anos Finais: do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental

Page 24: A2 plano de educação de Itapetininga

22

Tabela 2- IDEBs observados em 2005, 2007 e Metas para rede Municipal de Itapetininga

IDEB Observado Metas Projetadas Ensino Fundamental

2005 2007 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Anos Iniciais 4,4 4,8 4,5 4,8 5,2 5,5 5,7 6,0 6,2 6,5

Anos Finais - - - - - - - - - -

Fonte: Prova Brasil e Censo Escolar (2009)

Todos os 26 estados e o Distrito Federal, além de 5,3 mil municípios, já

aderiram ao Plano de Metas - Compromisso Todos pela Educação.

Os sistemas municipais, estaduais e o sistema federal de ensino têm metas de

qualidade para atingir. Conforme a tabela 1, até 2021, o Brasil terá de alcançar

nota 6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), para os

anos iniciais do Ensino Fundamental. Em 2007, essa etapa do ensino

apresentava o índice de 4,2, numa escala que vai até dez e leva em conta o

rendimento dos alunos, a taxa de repetência e a evasão escolar. Em

Itapetininga, conforme a tabela 2, na rede municipal de ensino, o índice é de

4,8, com meta projetada para 2021 de 6,5.

O índice, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais (INEP), mostra as condições de ensino, no Brasil. A fixação da

média 6 a ser alcançada considerou o resultado obtido pelos países da

Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE),

quando se aplica a metodologia do IDEB em seus resultados educacionais. A

nota obtida pelos países desenvolvidos ficou em 6 pontos, esses ficaram entre

os 20 mais bem colocados do mundo. A partir da análise dos indicadores do

IDEB, o MEC oferece apoio técnico ou financeiro aos municípios com índices

insuficientes de qualidade de ensino. O aporte de recursos se dá a partir de

um Plano de Ações Articuladas (PAR), elaborado por uma comissão técnica

do ministério e por dirigentes locais.

l) Em 2008, a Secretaria Municipal de Educação, com o apoio de Supervisores

de Ensino, Diretores de Escola e da equipe técnica pedagógica, elaborou e

encaminhou ao MEC, para análise e aprovação, o Plano de Ações Articuladas

Page 25: A2 plano de educação de Itapetininga

23

(PAR), que apresenta indicadores da educação e propõe metas e ações para

o ensino no Município, passíveis de acompanhamento público e controle

social.

m) Em 2009, sob a coordenação da Secretária Municipal de Educação, foi

retomado o PAR e as questões avaliadas sobre as dimensões: gestão

educacional, formação de professores e profissionais de serviço e apoio

escolar, práticas pedagógicas e avaliação, além da infra-estrutura física e

recursos pedagógicos da educação. Através desse estudo foram delineadas

ações específicas para cada dimensão e então, concebido o Plano de Metas

e Melhorias da Educação Municipal5, para o quadriênio 2009 a 2012, lançado

em 17 de agosto de 2009.

A Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009, que prevê a

obrigatoriedade do ensino de quatro a dezessete anos, reduz, anualmente, a partir

do exercício de 2009, o percentual da Desvinculação das Receitas da União (DRU)

incidente sobre os recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino

e amplia a abrangência dos programas suplementares para todas as etapas da

educação básica, é um marco legal relevante para assegurar maior financiamento à

educação e consolidar o direito público subjetivo para todos os segmentos desde a

Educação Infantil ao Ensino Médio.

A esse histórico é necessário acrescentar que a Constituição do Estado de

São Paulo, em seu Artigo 241, determinou a elaboração do Plano Estadual de

Educação e a Lei Orgânica do Município de Itapetininga, em seu Artigo 199,

determina que:

O Plano Municipal de Educação é de responsabilidade do Poder Executivo, elaborado sob a coordenação da Secretaria Municipal de Educação, a partir do diagnóstico das necessidades levantadas pela Plenária e após aprovação do Conselho Municipal de Educação.

5 Disponível no Departamento Técnico Pedagógico, da Secretaria Municipal de Educação.

Page 26: A2 plano de educação de Itapetininga

24

2.3 OBJETIVOS E METAS

Os objetivos e as prioridades do Plano Municipal de Educação de Itapetininga

referem-se às metas gerais estabelecidas pela Constituição Federal para todo o

sistema escolar brasileiro, em seu Artigo 214:

a) A erradicação do analfabetismo; b) A universalização do atendimento escolar; c) A melhoria da qualidade do ensino; d) A formação para o trabalho; e) A promoção humanística, científica e tecnológica do País; f) Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto.6

Dessa forma, estabelece como objetivos principais os elencados a seguir:

a) A elevação global do nível de escolaridade da população de Itapetininga;

b) A melhoria da qualidade de ensino em todos os níveis;

c) A redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à

permanência, com sucesso, na educação pública;

d) A democratização da gestão no ensino público;

e) A formação e valorização dos profissionais da educação;

f) O entendimento da educação como direito público inalienável;

g) O entendimento da educação como instrumento do desenvolvimento

econômico e social e como fator de inclusão social;

h) O acompanhamento individual das crianças com dificuldade de

aprendizagem;

i) As atividades de cultura e esporte no contraturno escolar;

j) A participação da comunidade nos conselhos de cada escola.

O Plano Municipal de Educação de Itapetininga considera a Educação como

sendo estratégica para o combate à exclusão social e procura contemplar, no

aspecto das orientações curriculares, os quatro grandes eixos de aprendizagem

necessários ao mundo contemporâneo:

6 Inciso incluído no Art. 214 da Constituição Federal, pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009

Page 27: A2 plano de educação de Itapetininga

25

a) A compreensão ampla de ideias e valores, indispensáveis ao exercício da

cidadania;

b) A aquisição de conhecimentos e habilidades cognitivas básicas, que

assegurem o preparo para o desempenho profissional, conforme os novos

padrões tecnológicos;

c) O desenvolvimento de atitudes e de habilidades que permitam ao

conjunto da sociedade apropriar-se dos instrumentos tecnológicos;

d) A formação de hábitos e de valores que favoreçam o convívio com a

mudança e com as diferenças e promovam a solidariedade, a justiça e a

rejeição das desigualdades sociais.

Assim, e também considerando as limitações financeiras e a capacidade para

responder aos desafios da educação no município, este PMEI estabelece

prioridades, atendendo aos princípios e deveres estabelecidos tanto na Constituição

Federal, como na Constituição Estadual e na Lei Orgânica do Município de

Itapetininga e em consonância com as mais prementes necessidades da sociedade

Itapetiningana.

São, portanto, prioridades do PMEI:

a) Envolvimento do Estado, do município, das famílias e comunidade em torno

da melhoria da qualidade da educação básica;

b) Universalização progressiva da Educação Infantil, especialmente em regime

de creches, constatada como a maior reivindicação dos munícipes, e em

cumprimento à Emenda Constitucional nº 59, que amplia a obrigatoriedade

para o ingresso de crianças de quatro anos;

c) Garantia de Ensino Fundamental obrigatório de nove anos, em regime de

colaboração com o Estado, a todas as crianças de 6 a 14 anos, assegurando

seu ingresso, permanência e conclusão desse nível de ensino. E também,

oferecer uma formação integral e de qualidade para que o aluno exerça uma

cidadania consciente e que possa ter acesso aos bens culturais e simbólicos.

Espera-se, para a concretização plena deste item, oferecer atendimento em

tempo integral, sendo que a implantação, desse sistema, se dará de forma

gradativa;

Page 28: A2 plano de educação de Itapetininga

26

d) Progressiva universalização do Ensino Médio, com garantia de acesso e

permanência, facilitando a continuidade dos estudos;

e) Oferta de Educação Básica para Jovens e Adultos que a ela não tiveram

acesso, ou que não concluíram o Ensino Fundamental e o Ensino Médio na

idade apropriada, num trabalho conjunto entre Estado e Município, com foco

na redução do analfabetismo. A alfabetização dessa população é entendida

no sentido de garantir o amplo domínio dos instrumentos básicos da cultura

letrada, das operações matemáticas elementares, da evolução histórica da

sociedade brasileira e da diversidade do espaço físico e político mundial;

f) Garantia de atendimento aos alunos com necessidades educacionais

especiais em todos os níveis de ensino, articulando ações em parceria com

os Poderes Públicos, Estadual e Federal, com a Rede Particular de Ensino,

com as áreas da Saúde, Assistência Social, Trabalho, Previdência e também

com as organizações da sociedade civil;

g) Valorização dos profissionais da Educação, principalmente dos Professores

da Educação Básica, com especial atenção ao incremento de uma política de

oferta de formação continuada a esses profissionais, ao longo da carreira, e a

garantia de condições adequadas de trabalho e salário, visando a melhoria

permanente e promovendo a qualidade do ensino, com revisão do plano de

carreira;

h) Estruturação e ampliação da oferta de ensino técnico profissionalizante, por

meio de parcerias com o governo Estadual e o Federal e a rede particular de

ensino, incentivando a criação de classes descentralizadas, para atender a

população de bairros mais distantes;

i) Ampliação do atendimento à Educação Superior nos diferentes tipos de

instituições do sistema de ensino, para assegurar à população formação e

condições para efetiva participação política, técnica, cultural e produtiva de

interesse da sociedade brasileira;

j) Estruturação e ampliação da oferta de Ensino a Distância (EAD), por meio de

parcerias com os governos, Estadual e Federal, e também com a Rede

Particular de Ensino, com o fortalecimento e ampliação do Polo de Ensino a

Distância “Chopin Tavares de Lima”.

Page 29: A2 plano de educação de Itapetininga

27

Com base nesses princípios, objetivos gerais e prioridades constitucionais e

considerando o diagnóstico, as especificidades e necessidades locais, o PMEI

define, nos capítulos seguintes, para os próximos dez anos, as diretrizes político-

pedagógicas, os objetivos e metas para cada nível e modalidade de ensino, para

que sirvam de parâmetro a futuras ações relativas à educação, a serem

desenvolvidas no município de Itapetininga.

3 NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO

3.1 EDUCAÇÃO INFANTIL

3.1.1 Diagnóstico

As instituições públicas e privadas de Educação Infantil vêm se tornando cada

vez mais necessárias às famílias para garantir às crianças os estímulos necessários

a seu desenvolvimento físico, sócio-afetivo e cognitivo. O impacto dessa etapa

educacional é tão positivo na formação integral, na capacidade de aprendizagem e

no desenvolvimento da inteligência da criança, que a importância da valorização

desse nível de ensino foi ressaltada na Declaração Mundial de Educação para

Todos, aprovada em conferência promovida pela UNESCO, em Jomtiem (Tailândia)

em 1990.

Recente relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revela

que:

a) Cada ano de frequência na pré-escola aumenta em 0,4 anos a escolaridade; b) Cada ano de frequência na pré-escola equivale a um aumento de renda na ordem de 6% na vida do futuro cidadão; c) Cada ano de frequência na pré-escola diminui de 3% a 5% o nível de repetência na vida escolar; d) O grupo observado que recebeu atendimento pré-escolar, obteve, ao longo do prazo, níveis mais altos de instrução e renda e menores índices de prisão e delinquência. (BARROS, HENRIQUES e MENDONÇA, 2000)

Page 30: A2 plano de educação de Itapetininga

28

Em Itapetininga, a Educação Infantil está organizada da seguinte forma:

- EMEI – Escola Municipal de Educação Infantil - Atende o segmento Creche

para crianças de zero a 3 anos de idade e Pré-escola para crianças de 4 a 5 anos,

em período integral ou parcial.

- EMEIF – Escola Municipal de Educação Infantil e Fundamental - Atende

crianças de zero a 6 anos e oferece creche, pré-escola e 1º ano do Ensino

Fundamental, em período integral ou parcial.

A criação das EMEIFs ocorreu para atender a Lei Federal nº 11.274 de 6 de

fevereiro de 2006, que estabeleceu o Ensino Fundamental de 9 anos.

Dessa forma, as EMEIFs oferecem Educação Infantil e o 1º ano do Ensino

Fundamental e as EMEFs do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental.

Tratando-se de providência inicial, este Plano prevê que em 3 anos as

EMEIFs voltem a oferecer apenas a Educação Infantil, com a preparação dos

prédios das EMEFs para receber a demanda e abrigar em um único local o ensino

do 1º ao 5º ano.

Assim sendo, consolida-se o Ensino Infantil que já teve avanços significativos

nos últimos anos, principalmente com a equiparação salarial dos professores da

Educação Infantil aos do Ensino Fundamental, ocorrida em 2007.

Atualmente, são 30 unidades públicas de Ensino Infantil mantidas pela

Prefeitura Municipal de Itapetininga e o crescimento de matrículas observado, nos

últimos anos, pode ser explicado por dois fatores básicos:

a) A mudança na organização e na estrutura da família contemporânea,

principalmente dos pais que trabalham fora de casa, transformou a

necessidade das crianças permanecerem na escola.

b) Avanço nas pesquisas científicas sobre o desenvolvimento da criança e o

consequente reconhecimento da importância da Educação nos primeiros

anos de vida.

Embora seja um número considerável de unidades, até o ano em curso, ainda

não foi possível atender toda a demanda de zero a 3 anos.

Em relação às Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEI) que atendem

crianças de 4 a 5 anos, a situação em Itapetininga é mais confortável.

Page 31: A2 plano de educação de Itapetininga

29

Além das unidades municipais, o ensino particular também atende boa

parcela dessa faixa etária.

Conforme a tabela 3 se pode observar que a Rede Municipal responde por,

aproximadamente, 88% das matrículas no município.

Tabela 3- Atendimento de Educação Infantil de 0 a 5 anos de idade

Esfera de Atendimento Período Número de Alunos

Rede Municipal Creches integral 1590

Rede Municipal Pré-Escola parcial 3323

Rede Privada Creches integral 259

Rede Privada Pré-escola parcial 399

Total Geral 5571

Fonte: Secretaria Municipal de Educação (2009)

3.1.2 Diretrizes Político-Pedagógicas

A Educação Infantil (EI) é definida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB/96) como a primeira etapa da Educação Básica, e destina-se a

crianças de zero a 5 anos de idade.

De acordo com a mesma Lei, a oferta e manutenção das unidades

educacionais, pelos serviços escolares para essa clientela, são de responsabilidade

dos governos municipais, os quais podem se associar com outras entidades públicas

e não-governamentais, para melhor atendê-los.

Com a publicação da Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de

2009, que dá nova redação ao inciso I do art. 208, da Constituição Federal, a

obrigatoriedade do ensino a partir de quatro anos, deverá ser implementada

progressivamente até 2016.

Page 32: A2 plano de educação de Itapetininga

30

3.1.3 Objetivos e Metas7

a) Expandir a oferta de Educação Infantil para atender, em 5 anos, 100% da

demanda de 0 a 3 anos de idade, priorizando a construção de novas

unidades e ampliação das já existentes;

b) Expandir a oferta de Educação Infantil para atender, em 3 anos, 100% da

demanda de 4 a 5 anos;

c) Instituir, em 2 anos, mecanismos de colaboração entre os setores da

Educação, Saúde e Assistência Social, na manutenção, administração,

controle e avaliação das instituições de atendimento a crianças de Ensino

Infantil;

d) Colaborar, apoiar e estabelecer parcerias em programas e projetos que

visem melhorar a saúde física e mental das crianças dessa faixa etária;

e) Implantar, em 2 anos, Conselhos Escolares e outras formas de

participação da comunidade escolar e local para a melhoria das

instituições de Educação Infantil e para enriquecimento das oportunidades

educativas e dos recursos pedagógicos;

f) Manter a garantia de alimentação adequada, através da merenda escolar,

para as crianças atendidas na Educação Infantil, nos estabelecimentos

públicos, com a orientação de Nutricionista, através da colaboração

financeira da União e do Estado;

g) Aprovar, pelo Conselho Municipal de Educação, as orientações para a

autorização das escolas particulares de Educação Infantil, que se

encontram em funcionamento ou que venham a se instalar no município,

garantindo nessas orientações a presença de novos padrões relativos ao

atendimento físico das escolas de Educação Infantil, inclusive para

crianças com necessidades educacionais especiais, considerando o

espaço educativo, os equipamentos, o mobiliário escolar e o material

didático, de modo a favorecer o contínuo processo de melhoria no

atendimento às crianças de 0 a 5 anos;

7 As metas estão relacionadas à demanda manifesta, e não à demanda potencial, pois a educação

infantil não é obrigatória, mas um direito da criança, porém a partir de 2016, a faixa etária de 4 e 5 anos deverá ser totalmente atendida.

Page 33: A2 plano de educação de Itapetininga

31

h) Reorganizar, em 3 anos, a distribuição de alunos, de forma que as

EMEIFs passem a denominar-se EMEI, e os alunos de primeiro ano sejam

remanejados para as EMEFs;

i) Assegurar a oferta de materiais pedagógicos necessários para o bom

atendimento de todos os alunos;

j) Estabelecer, com a colaboração da União e do Estado, inclusive das

universidades e institutos superiores de educação e organizações não-

governamentais, programas para a formação dos profissionais da

Educação Infantil;

k) Garantir que professores, dessa faixa de ensino, no prazo de 2 anos,

possuam ao assumir a função, a formação apropriada em nível superior;

l) Incentivar para que, no prazo de 5 anos, os profissionais de educação que

atuam no atendimento das crianças de zero a 5 anos possuam a formação

apropriada em nível superior;

m) Garantir que a capacitação em serviço, dos dirigentes, professores e dos

demais funcionários da área, seja uma constante, no ensino público e

incentivado no ensino privado;

n) Assegurar, em 5 anos, a norma constitucional inclusiva das crianças

portadoras de necessidades especiais, bem como oferecer programas

específicos de orientação aos pais e qualificação dos professores;

o) Assegurar, em 3 anos, a formação para o trabalho aos funcionários de

apoio que atuam na educação infantil e preparação dos mesmos para as

atividades com as crianças portadoras de necessidades especiais.

p) Adequar, durante a vigência deste plano, salas de leitura, nas unidades de

educação infantil, atualizando o acervo das existentes e criando, esse

espaço, nas novas unidades.

q) Assegurar, que em 3 anos, as instituições de Educação Infantil, públicas e

privadas, tenham seus projetos pedagógicos formulados à luz das

diretrizes dos referenciais curriculares nacionais, com a participação

efetiva dos profissionais que integram esse nível de ensino;

r) Estabelecer, em 5 anos, parâmetros dos serviços de Educação Infantil,

como referência para a supervisão, o controle, a avaliação e como

instrumento para adoção das medidas de melhoria da qualidade de

atendimento;

Page 34: A2 plano de educação de Itapetininga

32

s) Estabelecer, no primeiro ano de vigência deste plano, com a colaboração

de equipe multidisciplinar, padrões básicos de infraestrutura das escolas,

para o funcionamento adequado dos novos prédios de Educação Infantil,

que atendam os Parâmetros Básicos de Infraestrutura, em Instituições de

Educação Infantil, definido pelo MEC, às Diretrizes Nacionais Curriculares

desse nível de ensino, às características das distintas faixas etárias e às

necessidades do processo educativo, em creches e pré-escolas públicas e

privadas, quanto a:

- Espaço interno com iluminação, insolação, ventilação, visão para o

espaço externo, rede elétrica e segurança, água potável, esgotamento

sanitário;

- Instalações sanitárias adequadas à higiene pessoal das crianças;

- Instalações para preparo e/ou serviço de alimentação;

- Ambiente externo e interno para o desenvolvimento de atividades,

conforme as diretrizes curriculares e a metodologia da Educação Infantil,

incluindo o repouso, a expressão livre, o movimento e o brinquedo;

- Mobiliário, equipamento e material pedagógico;

- Adequação às características das crianças com necessidades

especiais;

t) Assegurar que, no prazo de 5 anos do PMEI, os atuais prédios de

Educação Infantil, creches e pré-escolas, estejam conforme os padrões de

infraestrutura estabelecidos;

3.2 ENSINO FUNDAMENTAL

3.2.1 Diagnóstico

O Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito de acordo com a Constituição

Brasileira de 1988, está garantido, em seu artigo 208 como “direito público subjetivo”

Page 35: A2 plano de educação de Itapetininga

33

e a LDB em seu artigo 32, alterado pela Lei nº 11.274/2006, dispõe que a sua

duração deverá ser de 9 anos.8

Dessa forma, é de responsabilidade do Poder Público a oferta a todas as

crianças e adolescentes de 6 a 14 anos que a ela têm direito, assegurando-lhes o

acesso, a permanência e a aprendizagem bem sucedida.

A universalização do Ensino Fundamental já foi alcançada em nosso

município e, portanto, o acesso está garantido para 100% das crianças e jovens

nesta faixa etária do ensino. Cumpre-nos agora garantir o direito ao pleno domínio

da leitura, da escrita e do cálculo possibilitando a todos o desenvolvimento da

capacidade de aprender e de se relacionar no meio social e político.

Assim sendo, a Secretaria Municipal de Educação, a partir de 2005, implantou

ações que visam garantir o direito de aprender dos alunos do Ensino Fundamental

como:

a) Material Apostilado: A continuidade da utilização de material apostilado na

rede municipal de ensino foi decidida com a anuência dos professores da

rede municipal, após a participação dos mesmos na escolha da metodologia

aplicada pelos sistemas de ensino. Os cadernos de atividades bimestrais do

Sistema Apostilado de Ensino são distribuídos bimestralmente aos alunos do

2º ao 5º ano do Ensino Fundamental propiciando fortalecimento e inovação

continuada da aprendizagem educativa;

b) Projeto Jovens Empreendedores: implantado há mais de dois anos, em

parceria com o SEBRAE, visa disseminar a cultura empreendedora. O projeto

estimula nos alunos a busca de iniciativas que possam, mais tarde, sustentar

um projeto pessoal ou facilitar o ingresso no mercado de trabalho;

c) Educação Integral: implantação de Período Integral em 5 unidades de

Ensino Fundamental e incorporação dos 4 Centros de Convivência, antes

vinculados a Secretaria Municipal de Promoção Social, com vistas à

necessidade de ampliação da vivência escolar dos alunos da rede pública

municipal, de modo a promover, além do aumento da jornada, a oferta de

novas atividades formativas e de espaços favoráveis ao seu desenvolvimento;

8 Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública,

iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006)

Page 36: A2 plano de educação de Itapetininga

34

d) Inclusão: instalação de salas de atendimento educacional especializado

(AEE), através de convênio com o Ministério da Educação – MEC, tornando-

se pólo regional do Programa de Educação Inclusiva, e inclusão de alunos

com necessidades educacionais especiais em salas regulares;

e) Coordenador de Escola: Implantação da função de Coordenador de Escola

nas Unidades da Rede para coordenar, juntamente com a direção, a Proposta

Pedagógica da escola, articulando essa elaboração de forma participativa e

cooperativa, com vistas à melhoria da qualidade de ensino;

f) Projeto Intensivo no Ciclo – PIC: objetivando a recuperação de alunos de

4º e 5º anos que apresentam problemas de alfabetização, a Secretaria

Municipal de Educação assinou convênio com a Secretaria Estadual de

Educação para a adesão ao PIC;

g) Projeto de Professores Auxiliares: como estratégia para recuperação dos

alunos com dificuldades de aprendizagem foi instituído o Projeto de Reforço

em Sala de Aula com a atribuição de Professores Auxiliares nas classes de

Ensino Fundamental. As classes de 2º e 3º anos, que fazem parte do Ciclo de

Alfabetização, podem contar com esse Professor Auxiliar que colabora no

atendimento dos alunos junto com o professor regente, possibilitando uma

atenção individualizada aos alunos que apresentam dificuldades de

aprendizagem.

Os dados seguintes retratam o panorama do Ensino Fundamental no

Município de Itapetininga:

Tabela 4 - Número de matrículas das séries iniciais do Ensino Fundamental, entre 2002 e 2008, por tipo de escola do município de Itapetininga

Matrícula Inicial 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Rede Estadual 5867 4888 4598 4180 3943 3827 3323

Rede Municipal 4591 5339 5726 5840 6029 7264 7664

Rede Privada 830 1043 744 723 625 775 991

Total 11288 11270 11068 10743 10597 11866 11978

Fonte: Diretoria de Ensino de Itapetininga (2010)

Page 37: A2 plano de educação de Itapetininga

35

Tabela 5 - Número de matrículas das séries finais do Ensino Fundamental, entre 2002 e 2008, por tipo de escola do município de Itapetininga

Matrícula Final na Rede

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Estadual 9017 8888 8480 8959 8835 8783 9839

Municipal 0 0 0 0 0 0 0

Privada 1047 1380 1106 1163 1377 908 1219

TOTAL 10064 10268 9586 10122 10212 9691 11058

Fonte: Diretoria de Ensino de Itapetininga (2010)

Tabela 6 - Número de total de matrículas séries iniciais e finais no Ensino Fundamental, entre 2002 e 2008, por tipo de escola do município de Itapetininga

Anos iniciais e finais

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Número total de matrículas

21352 21538 20646 20865 20809 21557 23036

Rede Estadual 14884 13776 13070 13139 12778 12610 13162

Rede Municipal 4591 5339 5726 5840 6029 7264 7664

Rede Privada 1877 2423 1850 1886 2002 1683 2210

Fonte: Diretoria de Ensino de Itapetininga (2010)

A partir de 1998, cumprindo a Constituição Federal e a lei de Diretrizes e

Bases9, as matrículas da Rede Estadual do Ensino Fundamental (1.ª a 4.ª séries)

apresentam uma redução nessa faixa de atendimento, o que deve continuar

acontecendo nos próximos anos, tendo em vista a ampliação gradativa do Ensino

Fundamental pelo município.

A tabela 4 comprova o desenrolar desse quadro migratório progressivo nas

séries iniciais do Ensino Fundamental.

9 Lei de Diretrizes e Bases da Educação n.° 9394/96, artigo 11 que versa sobre as incumbências dos municípios

e da Constituição Federal nos artigos 208 e 211.

Page 38: A2 plano de educação de Itapetininga

36

3.2.2 Diretrizes Político – Pedagógicas

A Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(LDB) e as Diretrizes Curriculares definidas pelo Conselho Nacional de Educação

(CNE) e, em nível estadual, pelo Conselho Estadual de Educação (CEE) contêm as

diretrizes básicas do Ensino Fundamental, que embasam este Plano Municipal de

Educação.

Em relação ao Município de Itapetininga, uma das prioridades é assegurar a

continuidade da universalização do Ensino Fundamental, considerando a

indissociabilidade entre acesso, permanência e qualidade da educação escolar

oferecida.

Como o Ensino Fundamental é obrigatório, gratuito e se constitui em direito

público subjetivo de todas as crianças e jovens de 06 a 14 anos, a efetivação desse

benefício não se esgota na matrícula e sim, na permanência e na aprendizagem

bem sucedida de todos.

Assim, consolidar esse direito e essa obrigatoriedade significa assegurar uma

Escola de Ensino Fundamental real, democrática, inclusiva, garantindo que uma

criança de 6 anos adentre a essa escola e, após nove anos, saia com

conhecimentos, competências, valores e atitudes que lhe permita o exercício pleno

da cidadania. Para garantir a universalização do Ensino Fundamental, são

necessárias a implementação de políticas públicas, a participação de gestores

educacionais, docentes e funcionários de escola, pais e comunidade, Conselhos

Tutelares e de outras instituições da sociedade civil para atender toda a demanda.

Assegurar vaga e manter todas as crianças na escola é a melhor forma de se tentar

evitar outros graves problemas sociais, como, por exemplo, a exploração do trabalho

infantil.

Compete à escola zelar por medidas que garantam a todos os alunos o

acesso contínuo ao saber. A busca de metodologias, de procedimentos, de

mecanismos e de recursos didáticos diferenciados que assegurem a todos os alunos

êxito no processo ensino e aprendizagem deve ser uma tarefa constante do

cotidiano escolar. Ações mais individualizadas e trabalhadas com aqueles que

apresentam diferenças no processo de aprendizagem devem ser utilizadas durante

o percurso escolar, para que o Ensino Fundamental seja cumprido com sucesso, em

nove anos.

Page 39: A2 plano de educação de Itapetininga

37

A proposta curricular da Escola Fundamental precisa incorporar,

permanentemente, as novas contribuições das ciências da educação relacionadas a

essa etapa do ensino, a fim de elevar seu grau de qualidade.

Dessa forma, o Ensino Fundamental deve, através da proposta pedagógica

de cada escola, sedimentar as aquisições básicas para a cidadania, continuidade

dos estudos para inclusão num futuro mercado de trabalho, oferecendo ferramentas

para esse exercício. Nesse compromisso, inserem-se a garantia de condições para

a aprendizagem da leitura e da escrita como habilidades básicas e todos os

componentes da organização curricular.

A gestão democrática, expressa pela participação da comunidade escolar e

local através dos colegiados, constitui um fator importante de melhoria da qualidade

de ensino e de responsabilidade da escola perante a sociedade.

Tendo em vista a obrigação legal de assegurar vagas a todas as crianças na

idade de frequentar a Escola Fundamental, é preciso garantir vagas, acesso e

qualidade, em escolas rurais com séries ou ciclos regulares, consideradas as

peculiaridades municipais.

3. 2.3 Objetivos e Metas

a) Assegurar a continuidade já adquirida da universalização do Ensino

Fundamental, garantindo o acesso, a permanência e a aprendizagem de

todos os alunos;

b) Regularizar o fluxo escolar, nos próximos 2 anos, reduzindo em pelo menos

30% e progressivamente até em 100%, ao final da década, a defasagem

idade/série atual, lançando mão de recursos pedagógicos como, por exemplo,

as classes de aceleração, a reclassificação, aulas de reforço, recuperação

(programas) e demais medidas pedagógicas previstas em leis;

c) Colaborar, apoiar e estabelecer parcerias em programas e projetos que visem

melhorar a saúde física e mental das crianças dessa faixa etária;

d) Estabelecer parceria com setores da saúde objetivando atuar nessa faixa

etária para a minimização das doenças cardiovasculares na idade adulta;

e) Promover a participação da comunidade escolar e local na gestão das

escolas, através da instituição e efetivo funcionamento dos conselhos

Page 40: A2 plano de educação de Itapetininga

38

escolares ou órgãos equivalentes no prazo máximo de 2 anos, nas Unidades

Escolares que ainda não os tenham;

f) Apoiar e incentivar as organizações estudantis, como espaço de

participação democrática, formação de lideranças políticas e exercício da

cidadania;

g) Fortalecer a autonomia das escolas na gestão pedagógica, administrativa e

financeira assegurando condições de formação aos gestores;

h) Assegurar a elevação progressiva do nível de desempenho dos alunos

mediante a implantação de um programa de monitoramento que utilize os

indicadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e

do Sistema de Avaliação do Estado de São Paulo (SARESP) e dos que

venham a ser desenvolvidos no município;

i) Prover, em parceria com o governo Estadual e o governo Federal, o

transporte escolar, prioritariamente na zona rural a uma distância superior a

3000 metros e, se necessário, na zona urbana, quando não houver unidade

escolar próxima à residência do aluno, para garantir o acesso e a

escolarização;

j) Garantir, com a colaboração do Governo Federal e do Governo Estadual, a

continuidade da oferta da alimentação escolar garantindo os nutrientes

necessários por faixa etária;

k) Aperfeiçoar os mecanismos de cooperação entre o Município e o Estado,

para garantir o cadastramento conjunto dos alunos para matrícula antecipada

anualmente, possibilitando o planejamento de medidas necessárias;

l) Assegurar condições para que todas as escolas, a partir da vigência deste

plano, no exercício de sua autonomia, revisem ou elaborem e coloquem em

prática o Projeto Político Pedagógico, com observância às Diretrizes

Curriculares para o Ensino Fundamental, aos Parâmetros Curriculares

Nacionais e às necessidades específicas de cada unidade, considerando a

clientela, a comunidade, os profissionais e o entorno;

m) Garantir, para as salas de leitura, livros didáticos, obras ficcionais e não-

ficcionais, bem como assegurar condições de aprendizagem que resultem no

domínio da leitura e da escrita, considerando que o desenvolvimento dessas

habilidades é de responsabilidade de todos os professores em todas as áreas

de conhecimento;

Page 41: A2 plano de educação de Itapetininga

39

n) Implantar, em 2 anos, um espaço interativo e multidisciplinar de educação e

popularização científica, objetivando despertar nas crianças a vocação para a

ciência e tecnologia;

o) Garantir a disseminação da cultura empreendedora, a fim de despertar entre

os jovens, o desenvolvimento de pequenos negócios, usando recursos

lúdicos como ferramenta de envolvimento e fixação de conceitos;

p) Assegurar, no Projeto Político Pedagógico da escola, o atendimento de

crianças, adolescentes e jovens com necessidades especiais, garantindo

acompanhamento especializado, orientação psicológica, pedagógica e as que

se fizerem necessárias aos professores;

q) Possibilitar às escolas, em situações especiais, a organização de grupos não

seriados de alunos, com base em critérios de idade, competências, níveis de

adiantamento e outras formas, tendo em vista favorecer a aprendizagem de

todos;

r) Garantir mecanismos de recuperação e de acompanhamento escolar,

contínuos e sistemáticos e de classificação/reclassificação, sempre que

necessários;

s) Assegurar a avaliação do desempenho das Escolas de Ensino Fundamental,

com a participação da comunidade, a partir dos dados de autoavaliação e da

avaliação externa;

t) Prever formas mais flexíveis de organização escolar para a zona rural, bem

como a adequada formação profissional dos professores, considerando a

especificidade do alunado e as exigências do meio;

u) Ampliar, progressivamente a jornada escolar visando expandir a escola de

tempo integral, com permanência mínima de 7 horas diárias, nas escolas de

Ensino Fundamental, tendo como parâmetro o Decreto nº 7083, de 27 de

janeiro de 2010, do Programa Mais Educação, do MEC;

v) Estabelecer, no primeiro ano de vigência deste plano, com a colaboração de

equipe multidisciplinar, padrões básicos de infraestrutura para o Ensino

Fundamental, compatíveis com o tamanho das unidades escolares, requisitos

estes necessários para a autorização de funcionamento, manutenção e

desenvolvimento do ensino quanto a:

Page 42: A2 plano de educação de Itapetininga

40

- Organização de espaço adequado e confortável para assistência às aulas

com iluminação, insolação, ventilação, água potável, rede elétrica e

segurança;

- Instalações sanitárias adequadas e para higiene pessoal;

- Criação de espaços para esporte com quadra coberta, recreação, sala de

leitura, sala de informática e serviço de merenda escolar;

- Adaptação dos prédios escolares para o atendimento a alunos com

necessidades especiais;

- Adequação de mobiliários, equipamentos e materiais pedagógicos às

necessidades dos alunos;

- Instalação de equipamentos de comunicação;

- Atualização e ampliação do acervo das salas de leitura;

- Serviço de reprodução de texto e equipamentos de multimídia.

x) Assegurar que, no prazo de 5 anos do PMEI, os atuais prédios de Ensino

Fundamental, estejam conforme os padrões de infraestrutura estabelecidos.

3.3 ENSINO MÉDIO

3.3.1 Diagnóstico

Para a elaboração deste diagnóstico, foram levados em conta dados oriundos

essencialmente de cinco fontes primárias, a saber: Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE),

Ministério da Educação (MEC), Secretaria da Educação Básica (SEB) Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), Índice de Desenvolvimento

da Educação Básica (IDEB), Conselho Nacional da Educação (CNE), Câmara da

Educação Básica (CEB), Conselho da Educação

do Estado de São Paulo (CEESP) e Secretaria de Estado de São Paulo (SEE/SP).

A partir do MEC/SEB, os dados de 2005 da Pesquisa Nacional por

amostragem de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e de Estatística

(PNAD/IBGE) indicam que do total da população na faixa etária entre 15 e 19 anos

(18 milhões), cerca de 25% (4 milhões de jovens) encontravam-se matriculados no

Ensino Médio. Em 2006, 2 milhões de alunos concluíram o Ensino Médio.

Page 43: A2 plano de educação de Itapetininga

41

Cerca de 400 mil jovens ingressaram nas universidades e 700 mil concluíram

ensino técnico. 10

O Município apresenta a seguinte segmentação populacional:

Tabela 7- Municípios e classes de tamanho da população – População residente por

grupos de idade (%)

Idade /anos 0/3 4/6 7/14 15/17 18/24 25/59 60/64 65 ou mais

Itapetininga 7,4 5,8 15,1 6,3 13,4 42,8 2,7 6,5

Fonte:.IBGE ( 2000)

De acordo com o documento da SEADE, denominado “Pesquisa de

Condições de Vida – 2006”, na Região Administrativa de Sorocaba, a que pertence

Itapetininga, segundo o nível de escolaridade, entre os jovens de 18 a 24 anos,

apenas 65% já concluíram o ensino médio, 17% ainda frequentavam o ensino

fundamental ou médio e 18% estavam fora da escola, com, no máximo, o

fundamental completo. Em contrapartida, 14% dos jovens nessa faixa etária

frequentavam o ensino superior. Ou seja, 51% deles, apesar de terem concluído o

ensino médio, não ingressaram no ensino superior ou, então, abandonaram-no.

De acordo com o mesmo documento, em termos de Estado de São Paulo,

dos adolescentes de 15 a 17 anos, observa-se que 73% concluíram o Ensino

Fundamental e desses, somente 65% ingressou no Ensino Médio.11

Em 2008, Itapetininga contava no Censo Educacional e no IBGE12, com 529

docentes atuando junto aos 6094 alunos matriculados no Ensino Médio, sendo 127

docentes para as 997 matrículas no Ensino Médio privado e 402 para as 5097

matrículas, no Ensino Médio público, conforme tabela abaixo:

10 Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13559&Itemid=859> acesso em 14 de abril de 2010. 11Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/pcv/pdfs/escolaridade.pdf> <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/tabela3.sht> acesso em: 14 de abril de 2010. 12Disponível em : < http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1> acesso em: 14 de abril de 2010

Page 44: A2 plano de educação de Itapetininga

42

Tabela 8 – Ensino Médio: Evolução da Matrícula por Rede de Ensino

Matrícula inicial 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Rede Pública 6.012 6.510 6.340 5.710 5.192 4.896 5.097

Rede Particular 1.096 1.094 1.140 1.142 1.106 948 997

Total de Matrículas 7.108 7.604 7.480 6.852 6.298 5.844 6.094

Fonte: INEP e Censo Escolar (2009)

As tabelas 9 e 10 demonstram que a grande maioria dos alunos concluintes

do Ensino Fundamental, no Município de Itapetininga, foi atendida na 1.ª série do

Ensino Médio, comprovando o atendimento nesse nível de ensino.

Tabela 9 - Concluintes de 8.ª série do Ensino Fundamental no Município de Itapetininga

Rede de ensino 2002 2003 2004 2005 2006

Rede Pública 2.225 2.016 1.682 2.065 2.077 Rede Particular 109 287 271 306 258 Total 2.334 2.303 1.953 2.371 2.335 Fonte: Diretoria de Ensino de Itapetininga (2010)

Tabela 10 – Matricula Inicial do Ensino Médio - Município de Itapetininga

Matrícula inicial na 1.ª série 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Rede Pública 2302 2554 2455 2197 2099 1820 Rede Particular 325 339 369 313 361 308 Total 2627 2893 2824 2510 2460 2128 Fonte: Diretoria de Ensino de Itapetininga (2010)

Pelas estatísticas, constata-se que a grande maioria de alunos do Ensino

Médio, no município de Itapetininga, concentra-se no sistema público da Secretaria

Estadual de Educação. A retração no setor econômico do país, com reflexos no

poder aquisitivo da população, tem contribuído para restringir a participação do setor

privado na oferta do Ensino Médio, e a inexistência da oferta desse nível de ensino

na Rede Municipal de Ensino são as principais causas da concentração de

matrículas na Rede Estadual.

Page 45: A2 plano de educação de Itapetininga

43

Embora o fluxo escolar tenha demonstrado um avanço, a defasagem

idade/série ainda representa uma das maiores ameaças à permanência do aluno no

sistema até o final do Ensino Básico, como reconhece a própria Secretaria de

Estado da Educação em sua Política Educacional13. Essa questão precisa continuar

sendo enfrentada e superada por meio da consolidação de medidas que promovam

a melhoria da qualidade do ensino oferecido, a reclassificação de alunos e a

avaliação permanente do rendimento escolar, acompanhada de atividades de

reforço recuperação da aprendizagem.

Precisa-se entender que fatores complexos interferem na oferta de um ensino

de qualidade. Entretanto, essa qualidade que se pretende alcançar, passa por

diferentes variáveis, como pela infraestrutura, isto é, pela oferta de um ambiente de

aprendizagem adequado com equipamentos – tais como sala de leitura, laboratórios,

salas de informática, sala-ambiente, quadra esportiva – e pelo uso adequado e

regular deles.

Nessa perspectiva, o uso adequado desses ambientes como meio de fornecer

uma aprendizagem com qualidade depende da atuação de docentes que tenham

compromisso com a educação e que tenham responsabilidade com o sucesso dos

alunos. Há como fator de melhoria também, a necessidade de um atendimento mais

individualizado – o que requer a diminuição do número de alunos por sala, dos

atuais 40 para 30, no máximo.

O Ensino Médio, por tratar-se de um nível com idade entre 14 a 17 anos,

requer uma maior autonomia intelectual do aluno, já que o foco da ação escolar está

no indivíduo que poderá elaborar a construção e reconstrução do seu próprio

conhecimento; para isso é primordial o apoio a iniciativas e a projetos que estimulem

o desenvolvimento de um sujeito ativo, criativo e que tenha condições de fazer suas

escolhas, tanto profissional, educacional e pessoal.

No tocante à qualidade – novo patamar estatístico implementado a partir da

LDB 9394/96 e da reengenharia do MEC, do CNE, da CEB e do INEP na primeira

década do Século XXI –, ainda há que se considerar o Índice de Desenvolvimento

da Educação Básica (IDEB) que revela que, ante o fluxo (evasão e repetência) e as

médias de acertos em avaliações externas, há uma queda acentuada, em nível

nacional, da qualidade entre os concluintes do Ensino Fundamental (8.ª série e 9.º

ano do Ciclo II do Ensino Fundamental) e os concluintes do Ensino Médio: 13 Disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ors/PoliticaSEE.pdf Acesso em: 14 de abril de 2010

Page 46: A2 plano de educação de Itapetininga

44

Tabela 11 - IDEB 2005,2007 e Projeções para o Brasil: Ensino Médio

Média Real Meta Modalidade de Ensino 2005 2007 2007 2021

8ª série ou 9º ano 3,5 3,8 3,5 5,5

Ensino Médio 3,4 3,5 3,4 5,2

Fonte: Saeb e Censo Escolar 2009

Apesar do resultado do Ensino Médio ser inferior ao da série final do Ensino

Fundamental, o MEC considera que há avanços devido à superação de metas –

meta prevista para 2007, 3,4 e meta real para 2007, 3,5.

Neste contexto, convém citar a reflexão acerca do Ensino Médio, do período

noturno, colocada pelo Departamento de Políticas do Ensino Médio da Secretaria de

Educação Básica do Ministério da Educação (DPEM/SEB/MEC):

[...] a necessidade de constituição de parcerias para construção de novas políticas públicas que atendam de forma democrática as demandas desta etapa e modalidade de ensino se tornam um dos aspectos de relevante preocupação para o MEC, mais especificamente para o Departamento de Políticas do Ensino Médio da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (DPEM/SEB/MEC). Segundo os dados do INEP (www.inep.gov.br) a representatividade da matrícula no ensino médio noturno diminuiu nos últimos anos. A participação do número de alunos que estudam à noite em relação ao total passou de 54,5%, em 1999, para 43,8%, em 2003.

Neste período, a quantidade de estudantes do noturno ficou praticamente estável, e no diurno, houve um aumento de 1,3 milhão de matrículas.[...] Estes dados pressupõem a necessidade de melhor compreensão sobre a oferta deste nível de ensino. Mas não é só. Também as transformações e redefinições acerca da relação educação, sociedade e trabalho envolvendo aspectos que englobam tanto as perspectivas profissionais frente aos novos paradigmas da produção, à tecnologia e sua influência na organização individual e coletiva, juntamente dos diferentes sentidos atribuídos ao Ensino Médio e das dificuldades de seu equacionamento frente à diversidade de públicos, práticas e contextos precisam ser mais bem refletido.14

14 Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/seb/index.php?option=content&task=view&id=527&Itemid=521> acesso em 14 de abril de 2010.

Page 47: A2 plano de educação de Itapetininga

45

A partir do acima exposto, as discussões sobre Ensino Médio noturno e o

Ensino Médio e Técnico integrados, regulamentados pelo Decreto Federal nº

5154/2004, devem continuar, não somente com participação da Secretaria de

Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), mas também com toda a sociedade.

Outrossim, apesar de a maioria das escolas e municípios brasileiros terem

cumprido suas metas de melhoria para 2007, os dados do IDEB divulgados mostram

que, na 8.ª série/9.º ano do Ensino Fundamental, para o qual a meta até 2021 é de

5,5, o número de escolas e cidades que já chegaram ao nível projetado é

assustadoramente pequeno: 189 escolas em sete cidades.

Cada escola pública ou município tem sua própria meta até 2021, com

estágios parciais acompanhados a cada dois anos. Isso significa que mesmo as

escolas ou cidades que hoje já estão acima da média também têm que melhorar.

As metas do Brasil para 2021 são as médias já atingidas pelos países

desenvolvidos, entretanto para a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do

Pilar Lacerda, isso não significa que, daqui a 13 anos, o Brasil continuará defasado,

porque a evolução do país deverá ser mais rápida do que dos que estão no topo.

Em vista do diagnóstico acima, o desafio a ser enfrentado pelos responsáveis

por essa modalidade de ensino é o de garantir não somente a oferta de escola de

Ensino Médio para demanda ao longo da década e, assim, universalizar a Educação

Básica à população do Município de Itapetininga, mas também investir e garantir a

melhoria de qualidade para toda essa clientela.

3.3.2 Diretrizes Político-Pedagógicas

Por meio do Ensino Médio, terminalidade de uma etapa da formação, espera-

se que o aluno tenha condições para um desenvolvimento de valores humanos

essenciais ao convívio em sociedade e, principalmente, para a sua inclusão no

mundo da cultura, da ciência, da arte e do trabalho. O aluno concluinte do Ensino

Médio deve ter a garantia da ampliação de suas capacidades cognitivas, sociais e

afetivas e, por isso, a ele devem estar garantidos o pleno desenvolvimento pessoal,

as condições de prosseguir nos níveis mais complexos da educação e do trabalho.

A organização de uma escola, que se consolide como um espaço de vivência

social, de manifestação da sua própria cultura, de oferta de elementos para a

Page 48: A2 plano de educação de Itapetininga

46

construção de seu projeto individual de vida, está, prioritariamente, ligado à gestão

escolar, e são os gestores que devem garantir essa organização do tempo e do

espaço escolar adequados às exigências do público do Ensino Médio.

A gestão escolar deve preocupar-se também com os recursos materiais e

humanos de qualidade para a escola, pois essas escolhas constituem elemento

decisivo para o sucesso do trabalho pedagógico. Enfim, há necessidade de

valorização do trabalho docente e de todos os colaboradores. Para isso, sugere-se o

desenvolvimento de programas de formação a partir das necessidades locais para

que sejam capazes de reforçar o exercício da autonomia escolar.

Diante disso, torna-se necessária a construção da Proposta Pedagógica de

cada escola com especial atenção à autonomia, à característica local, à articulação

entre as áreas, à adequação do currículo, à escolha de conteúdos pertinentes à

formação deste aluno, que também atenda às expectativas da sociedade para

fortalecer a equipe escolar responsável pela gestão e pelo trabalho pedagógico da

unidade.

É, pois, importante desenvolver mecanismos que favoreçam ampliar

continuamente a participação percentual dos jovens de 15 a 17 anos que estão

matriculados no Ensino Médio, com o intuito de atingir a meta maior da

universalização dessa etapa da Educação Básica no Município de Itapetininga.

Nesse sentido, há necessidade de ampliar o número de vagas nas escolas

que oferecem o Ensino Médio, objetivo que pode ser contemplado, em parte, por

meio do aproveitamento dos espaços que se tornarão ociosos com a redução da

demanda verificada no Ensino Fundamental, ou com a municipalização deste.

Também será essencial continuar o processo de melhoria da qualidade do ensino

oferecido, observando as necessidades específicas dos períodos diurno e noturno,

da formação de jovens e adultos, e a inclusão dos alunos com necessidades

especiais e dos jovens com liberdade assistida.

3.3.3 Objetivos e Metas

Atuar junto aos Governos Estadual e Federal para:

a) Garantir, ao longo da década, o atendimento no Ensino Médio a todos os

alunos concluintes do Ensino Fundamental, no Município de Itapetininga;

Page 49: A2 plano de educação de Itapetininga

47

b) Fortalecer a autonomia das escolas na gestão pedagógica, administrativa e

financeira;

c) Estabelecer parcerias com o município, com organizações não-

governamentais e instituições públicas ou privadas que facilitem a

capacitação dos alunos para o mercado de trabalho;

d) Oferecer mecanismos de recuperação e de acompanhamento escolar,

contínuos e sistemáticos e de reclassificação, sempre que necessários;

e) Fortalecer a continuidade e aprofundamento das discussões iniciadas no

campo de atuação de cada sistema, com a organização de fóruns locais que

permitam a troca de conhecimentos e experiências a partir da própria

realidade;

f) Promover a avaliação qualitativa ao invés da quantitativa dando ênfase ao

processo de ensino e aprendizagem;

g) Criar condições para o desenvolvimento de parâmetros e diretrizes

curriculares locais, com a mediação da Secretaria de Estado da Educação e

do MEC, em consonância com as diretrizes nacionais;

h) Incentivar o desenvolvimento da capacidade crítica dos alunos, através do

conceito de competência, enquanto conhecimento necessário à compreensão

e atuação junto às questões de ordem ética, social e econômica;

i) Incentivar a organização da escola focada no tripé currículo, formação de

professores e gestão;

j) Assegurar condições teóricas e materiais para que a comunidade escolar

possa assumir papel significativo na elaboração e cumprimento do currículo;

k) Adotar medidas para ampliar a oferta diurna e manter a oferta noturna,

suficiente para garantir o atendimento dos alunos que trabalham;

l) Apoiar e incentivar as organizações estudantis, como espaço de participação

e exercício da cidadania;

m) Criar mecanismos, como conselhos ou equivalentes, para incentivar a

participação da comunidade na gestão, manutenção e melhoria da qualidade

do ensino e das condições de funcionamento das escolas;

n) Reduzir o número de alunos por sala de aula, dos atuais 40 para 30;

o) Respeitar o limite mínimo de espaço recomendado para cada aluno, dentro

da sala de aula, no momento da definição do número máximo de estudantes,

por classe, em cada unidade escolar de acordo com as normas da ABNT;

Page 50: A2 plano de educação de Itapetininga

48

p) Promover, progressivamente, a melhoria da infraestrutura e dos ambientes de

aprendizagem em todas as escolas de Ensino Médio, a partir das normas da

ABNT, com:

- A instalação e manutenção de laboratórios com equipamentos e recursos

materiais necessários para o ensino dos componentes curriculares da área de

Ciência da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, ou a ampliação dos já

existentes;

- A oferta de salas-ambientes equipadas em função da proposta pedagógica

de algumas disciplinas, para apoio didático-pedagógico às mesmas;

- A garantia de espaços para salas de professores, para reuniões

pedagógicas e para grêmios estudantis;

- Aquisição e atualização do acervo das salas de leitura e oferta de livros

didáticos;

- A instalação ou ampliação de salas de informática e de multimeios, com

acesso à Internet;

- A implantação de quadra poliesportiva coberta com vestiários e sanitários

próprios;

- A definição e aplicação de padrões mínimos para funcionamento e

manutenção de instalações prediais e sanitárias, de redes de telefones, de

água e luz e de mobiliário;

- Adaptação dos edifícios escolares para o atendimento dos alunos

portadores de necessidades especiais.

3.4 EDUCAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONAL

3.4.1 Diagnóstico

A Educação Profissional apresenta-se, historicamente, como preparação de

“mão de obra” voltada às classes menos favorecidas que necessitavam ingressar no

mercado de trabalho muito precocemente. Essa dicotomia entre trabalho e capital se

acentuou com o advento do capitalismo em que “quem pensa não trabalha e quem

trabalha não pensa”. Não se reconhecia a necessidade do saber intelectual de

Page 51: A2 plano de educação de Itapetininga

49

trabalhadores, uma vez que estudo e trabalho eram encarados como atividades

complementares e distintas.

Novas formas de organização da produção e de gestão surgem,

principalmente, no último quartel de século XX, ligadas ao emprego de tecnologias

complexas e ao incremento da prestação de serviços, modificando a organização e

as relações de trabalho. Diante disso, o mercado de trabalho começa a exigir

profissionais qualificados e com visão macro dos processos produtivos, e isso vai

automaticamente selecionando os mais aptos; é nesse cenário que entra a

importância da Educação Profissional.

Nesse novo contexto, a profissionalização é vista como um bem educacional

ao qual todo cidadão deve ter acesso, beneficiando-se das conquistas científicas e

tecnológicas da sociedade. É essencial que o trabalhador compreenda todo o

processo produtivo e domine não apenas o fazer, mas também “o saber por que

fazer”, “o saber criar”, “o saber mudar”, “o saber conviver“ e o “saber ser”.

A Constituição Brasileira e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(Lei Federal 9394/96) – em sintonia com essas preocupações contemporâneas –

situam a Educação Profissional no encontro de dois direitos fundamentais do

cidadão: direito à educação e ao trabalho. Entendem, assim, como integrada aos

diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência

e da tecnologia (LDB/1996).

A Educação Profissional e Tecnológica prevista nos artigos 39 a 42, da Lei

Federal N.º 9394/96, de 20 de dezembro de 1996, regulamentados pelo Decreto n.º

5154, de 23 de julho de 2004, será desenvolvida por meio de cursos de:

a) Formação inicial e continuada ou qualificação profissional;

b) Educação profissional técnica de nível médio;

c) Educação profissional tecnológica de graduação e de pós-graduação.

A Educação Profissional e Tecnológica deverá observar as seguintes

premissas:

a) Organização, por áreas profissionais, em função da estrutura sócio-

ocupacional e tecnológica;

b) Articulação de esforços das áreas da educação, do trabalho e

emprego e da ciência e tecnologia.

Page 52: A2 plano de educação de Itapetininga

50

A Lei 11.741/2008 que altera dispositivos da Lei 9.394/96, para

redimensionar, institucionalizar e integrar as ações da educação profissional técnica

de nível médio, da educação de jovens e adultos e da educação profissional e

tecnológica, estabelece que os cursos de educação profissional técnica de nível

médio, nas formas articulada concomitante e subseqüente, quando estruturados e

organizados em etapas com terminalidade, possibilitarão a obtenção de certificados

de qualificação para o trabalho após a conclusão, com aproveitamento, de cada

etapa que caracterize uma qualificação para o trabalho15.

O Conselho Nacional de Educação normatizou diretrizes curriculares

nacionais para a Educação Profissional de nível técnico, pelo Parecer CNE/CEB

16/99 e Resolução CNE/CEB 4/99. Essa Resolução foi, posteriormente, atualizada

aos dispositivos do Decreto nº 5.154/2004 pela Resolução CNE/CEB nº 1/2005, com

fundamento no Parecer CNE/CEB nº 39/2004. A Resolução CNE/CEB nº 3/2009,

fundamentada no Parecer CNE/CEB nº 14/2009, dispõe sobre a instituição do

SISTEC – Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e

Tecnológica, em substituição ao Cadastro Nacional de Cursos Técnicos de Nível

Médio – CNCT, definido pela Resolução CNE/CEB nº 4/99.

As diretrizes curriculares nacionais gerais para a Educação Profissional de

níveis tecnológicos foram instituídas pelo Parecer CNE/CP 29/02, Resolução

CNE/CP nº 03/02.

Essas diretrizes curriculares nacionais se aplicam também como orientação

geral à Educação Profissional de nível básico e estão organizadas a partir da noção

de competência profissional.

No Estado de São Paulo, a Educação Profissional está normalizada pela

Indicação CEE 14/97 e Deliberação CEE 14/97. A de nível técnico obedece a

diretrizes estabelecidas pela Indicação CEE 08/00.

No Município de Itapetininga, a Educação Profissional, nas três formas

anteriormente citadas, vem merecendo, por parte dos poderes públicos – federal,

estadual e municipal - bem como de toda a sociedade civil organizada, as maiores

atenções e os maiores esforços, não só em razão do interesse do próprio município,

mas também por motivo de o mesmo ser polo de, no mínimo, mais doze municípios

15 Art. 36-D, Parágrafo Único, Lei nº 11.741, de 16 de julho de 2008, que altera a LDB/96

Page 53: A2 plano de educação de Itapetininga

51

que compõem a região de governo de Itapetininga e que beneficia, com ações

concretas, essa área educacional.

Na formação inicial e continuada de trabalhadores, a Educação Profissional é

favorecida, em Itapetininga, por algumas instituições, tais como: Centro Educacional

Profissionalizante Municipal (CEPROM), que, em parceria com o Serviço Nacional

de Aprendizagem Industrial (SENAI) oferece um grande leque de cursos

profissionalizantes de curta duração, para jovens e adultos, funcionando durante a

semana, nos três períodos, atendendo uma média de 1500 candidatos/ano.

O CEPROM/SENAI oferece cursos técnicos e de capacitação para toda

população de Itapetininga e inclusive para algumas cidades da região.

Segue a relação de cursos oferecidos pelo CEPROM/SENAI à população:

- Administração de Pessoal

- Almoxarife

- Assistente Administrativo com Informática Básica

- Auto CAD 2D

- Autocad 3D

- Automação Hidráulica Industrial

- Automação Pneumática Industrial

- Auxiliar de Eletricista

- Conferente

- Contabilidade Básica

- Contabilidade Geral

- Controle de Produção

- Controle Dimensional (Metrologia)

- Costura Industrial

- Costureiro de Máquinas Retas e Overloque

- Desenho Técnico Mecânico

- Eletricista de Automóveis

- Eletricidade Industrial

- Eletricista Instalador

- Eletricista de Manutenção Industrial Multifuncional (módulo avançado)

- Gestão de Recursos Humanos

- Hidráulica e Pneumática Industrial

Page 54: A2 plano de educação de Itapetininga

52

- Higiene e Manipulação de Alimentos

- Implantação de Redes Locais

- Implantação de Redes Wirelles

- Iniciação à Instalação Residencial

- Informática Avançada

- Informática Básica

- Inspetor de Qualidade

- Introdução à Torneiro Mecânico

- Manutenção Produtiva Total

- Marcenaria: Confecção de Móveis

- Mecânica de Autos, Motor e Câmbio

- Mecânica de Autos: Suspensão,Direção e Freios

- Mecânica Geral

- Montagem e Manutenção de Microcomputadores

- NR 10 - Segurança na Instalação e Serviços em Eletricidade

- NR 33 - Segurança e Saúde em Espaço Confinado – Supervisor de Entrada

- Operador de Empilhadeira

- Programador e Operador de Torno CNC

- Reparador de Eletrodomésticos

- Rotinas Administrativas

- Segurança do Trabalho

- Segurança no Sistema Elétrico de Potência

- Secretariado

- Serigrafia

- Solda Elétrica

- Solda Mig/Tig

- Técnicas de Lubrificação

- Telemarketing

- Torneiro Mecânico

A educação profissional, no município, tem também projetos voltados à

preparação para o trabalho, alguns deles sendo desenvolvidos pelo Fundo Social de

Solidariedade, tendo como público alvo pessoas desempregadas e carentes e

procurando atender diferentes áreas.

Page 55: A2 plano de educação de Itapetininga

53

O Fundo Social de Solidariedade visa a mobilização da comunidade para

atender às necessidades e problemas sociais locais. Trata as questões assistenciais

de apoio às crianças, portadores de necessidades especiais, idosos e famílias em

situações de risco social. Tendo a Senhora Ângela Maria Antunes de Carvalho

Tavares, primeira dama do município, como presidente do Fundo Social de

Solidariedade de Itapetininga - FSS, esse trabalho foi desenvolvido em duas frentes:

Unidade Atendimento Social e Unidade de Capacitação e Desenvolvimento

Humano.

Seguem abaixo os cursos oferecidos pelo Fundo Social de Solidariedade de

Itapetininga - FSS:

- Biscuit

- Bordado

- Cabeleireiro

- Corte e costura caseira

- Corte costura industrial

- Crochê

- Informática

- Manicure e pedicure

- Network

- Preparatório para Vestibular

- Tear

O SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural promove em nosso

município diversos cursos voltados ao homem do campo. Sua missão é a de

desenvolver ações de Formação Profissional Rural e atividades de Promoção Social

voltadas para o "Homem Rural", contribuindo com sua profissionalização, integração

na sociedade, melhoria da qualidade de vida e pleno exercício da cidadania.

Seguem abaixo os cursos oferecidos pelo SENAR:

- Assuntos fundiários

- Avicultura

- Caprinos e ovinos

- Casqueamento

Page 56: A2 plano de educação de Itapetininga

54

- Fruticultura

- Gestão da empresa rural

- Inseminação artificial

- Pecuária de leite

- Produção vegetal

Na busca para entendermos os diversos cenários educacionais no Estado de

São Paulo, vê-se a necessidade de contextualizar a Escola Técnica Estadual -

ETEC “Professor Edson Galvão”, na história da educação em Itapetininga.

Para melhor compreensão, torna-se necessário percorrer um certo período de

tempo, contextualizando, através da história, a Comunidade Itapetiningana, outrora

conhecida como “A Athenas do Sul Paulista” ou “Terra das Escolas”. O Município

conta com 240 anos de fundação, ocorrida em 1770.

A atual ETEC “Prof. Edson Galvão” localiza-se a catorze quilômetros da área

urbana de Itapetininga e, conta com área total de 198 ha (cento e noventa e oito

hectares), portanto uma Fazenda – Escola, no Município com cerca de 140.000

(cento e quarenta mil) habitantes, com a economia voltada, com uma parcela

relevante, ao Agronegócio.

A Cidade apresenta uma história permeada por importantes eventos na área

educacional, como estes que se seguem: em 1894, fora instalada a primeira Escola

Normal do interior do Estado para a formação de professores primários assim

considerados antigamente e, em 1921, a Cidade recebeu a Escola de Farmácia e de

Odontologia. Em 1942, foi iniciada a construção da Escola Prática de Agricultura

“Carlos Botelho”, no Bairro do Capão Alto, um belíssimo projeto arquitetônico, cuja

área central abriga 20 mil metros quadrados de sólida construção, inaugurada em

1945.

A Escola Prática de Agricultura “Carlos Botelho” recebia alunos de toda a

região, que vinham em busca de conhecimento na área agrícola. Oferecia o ensino

equivalente ao atual fundamental e conhecimentos técnicos nos seus 400 alqueires

ou 960 hectares de área total, à época.

Em 1955, quando assumiu o Governo do Estado, Jânio Quadros transformou

o Projeto de Profissionalização de Jovens em um Presídio, na modalidade de

Colônia ou Instituto Penal Agrícola, com características correcionais, fato que

concorreu para a instalação de um estigma negativo à Escola. Mais tarde, o

Page 57: A2 plano de educação de Itapetininga

55

Presídio deixou o prédio central e as demais instalações e um novo Projeto prisional

instalou-se através de uma unidade da FEBEM – Fundação Estadual para o Bem

Estar do Menor, com capacidade para quatrocentos menores. Somente em 1987, o

imóvel rural passou a sediar, novamente, uma Escola voltada para o Ensino

Agrícola.

A Escola Técnica Estadual “Professor Edson Galvão” foi instalada na

edificação suntuosa, porém deteriorada pela ação do tempo e dos projetos que

fizeram da antiga Escola, palco de momentos difíceis e marcantes, em detrimento do

que havia sido construído para formar pessoas, cidadãos e profissionais. Tão logo a

Escola voltou a funcionar, o Movimento dos Sem Terra (MST) invadiu a Unidade de

Ensino. Foram momentos difíceis para a Comunidade Escolar que se viu obrigada a

conviver com a invasão, agressão e violação no seu Projeto Educacional.

Em 1994, a Escola, que pertencia à Secretaria Estadual da Educação, passou

para os quadros do Centro Paula Souza (CPS), que congregava um grupo de 37

Escolas de Ensino Agrícola no Estado de São Paulo. Durante a passagem dos

projetos citados, o prédio foi se deteriorando e quase nenhum investimento lhe foi

destinado. Toda essa trajetória levou a imagem da Escola a sofrer um grande

desgaste junto à comunidade escolar, vendo com desconfiança e incredulidade a

elaboração de um Projeto Político-Pedagógico para a Escola Técnica “Prof. Edson

Galvão”.

Em 2006, o Centro Paula Souza conclamou as 37 Escolas Agrícolas do

Estado de São Paulo, para a elaboração de um Plano Diretor. A reflexão da

Comunidade Escolar, ainda desconfiada quanto à seriedade de uma proposta de

mudança, levou a Escola a buscar um novo caminho, um novo rumo e renovação

dos destinos de seus sonhos.

Aos poucos, o prédio, com recursos do Governo Federal através do

Programa de Expansão da Educação Profissional (PROEP), foi sendo recuperado e

os equipamentos e implementos foram chegando. O Centro Paula Souza investiu

em reformas, alojamentos, salas de aulas, implantou novos laboratórios e ambientes

pedagógicos e modernos recursos tecnológicos, o que permitiu a implantação, com

grande êxito, de Cursos técnicos à distância (EAD) - Gestão Empresarial e

Secretariado e Assessoria.

Page 58: A2 plano de educação de Itapetininga

56

O trabalho foi se fortalecendo e a boa imagem da Escola sendo resgatada

junto à Comunidade. Parcerias importantes deram as mãos à Comunidade Escolar

Interna e a ETEC foi se restabelecendo.

Em 2006, foi a vencedora, em sétimo lugar no Brasil, do Concurso “Parceiros

Vitae” o qual proporcionou à Escola Laboratórios, com altíssima tecnologia, na área

agroindustrial. Com essa nova estrutura a Escola pode oferecer, com muita

competência, o Curso Técnico em Agroindústria e capacitar o seu entorno, pois

Itapetininga apresenta um índice relevante de agricultores familiares.

Vale ressaltar aqui, o papel fundamental desempenhado pelo Governo

Municipal de Itapetininga, na pessoa do Senhor Prefeito Roberto Ramalho Tavares,

o principal stakeholder, que junto com a Escola estabeleceu metas e apoiou cada

projeto ali desenvolvido para que a Escola pudesse ressurgir após anos e anos de

ostracismo.

A Prefeitura colocou suas equipes na busca das metas estabelecidas para a

Escola, cedeu máquinas para execução de importantes serviços de infraestrutura,

transportes, terraplanagem, manutenção de estradas, realização de palestras,

capacitação na ETEC para pessoas de Bairros distantes da sede do Município.

Apoiou cada demanda nova para os cursos técnicos. Através de Convênio com o

Centro Paula Souza, levou a Escola Técnica até o Distrito da Varginha, através do

Programa de Classes Descentralizadas do Centro Paula Souza, com os Cursos

Técnicos em Gestão da Empresa Rural e Agricultura Familiar. Para o Distrito do

Rechã, o inovador Curso de Técnico em Agroecologia.

Dessa forma, a Escola Agrícola de Itapetininga, carinhosamente assim

conhecida, pode navegar em águas calmas rumo a uma nova história, onde as mãos

se unem para a construção da formação do homem itapetiningano e toda região do

seu entorno, pois a Escola recebe alunos de 30 Municípios, alguns muito distantes,

como São José dos Campos, Suzano, Monteiro Lobato, Apiaí e da Capital. Para

abrigar esses alunos, foram reformados os alojamentos, com acomodações e

mobiliários modernos para o conforto dos 100 alunos que ali residem. Conta,

também, com um refeitório bonito e acolhedor, que oferece através de uma Empresa

terceirizada, as refeições para os alunos diariamente.

Até 2005, ou seja, durante os seus 63 anos de existência, a Escola oferecia

apenas dois cursos técnicos e sua demanda não passava de 132 alunos. O ensino

médio foi banido em 2004, pois aquela comunidade escolar entendia que uma

Page 59: A2 plano de educação de Itapetininga

57

Escola Agrícola não deveria trabalhar com o ensino médio, apesar do ensino médio,

legalmente, ser o pré- requisito para o ensino técnico.

Com a nova estrutura e apoio, a ETEC “Professor Edson Galvão”, em 2010,

conta com 15 cursos técnicos autorizados. No segundo semestre de 2010 deverá

contar no seu quadro 800 alunos, distribuídos nos diversos cursos em oferta.

O Plano Político Pedagógico da Escola contempla a instalação de novos

cursos para os anos vindouros, como Habilitação Técnica de nível Médio em

Técnico em Geoprocessamento e Turismo Rural.

O ensino médio, necessário para a estrutura do ensino técnico foi retomado e

a procura para as matrículas comprova a crença das famílias em um ensino de

qualidade oferecido naquela Escola.

O Centro Paula Souza, através da Escola Técnica ETEC “Prof. Edson

Galvão”, voltada à área agrícola e ao meio ambiente, oferece habilitação profissional

Técnica de Nível Médio, para os seguintes cursos:

- Paisagismo

- Técnico em Agroecologia

- Técnico em Agroindústria

- Técnico em Agronegócio

- Técnico em Agropecuária

- Técnico em Gestão Ambiental

- Técnico em Hospedagem

- Técnico em Meio Ambiente

- Técnico em Saneamento

- Técnico em Turismo Receptivo

Além dos cursos presenciais, a ETEC Prof. Edson Galvão, oferece cursos de

Ensino a Distância (EAD), que são:

• EAD - HABILITAÇÃO TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO

- Técnico em Gestão de Pequenas Empresas

- Técnico em Secretariado e Assessoria.

Page 60: A2 plano de educação de Itapetininga

58

A Escola Técnica “Professor Edson Galvão” oferece também, Cursos Técnicos

em Classes Descentralizadas através dos Convênios celebrados entre a Prefeitura

do Município de Itapetininga e Angatuba.

• EM ITAPETININGA

• DISTRITO DO RECHÃ

HABILITAÇÃO TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO

- Técnico em Agroecologia

•DISTRITO DO TUPY

HABILITAÇÃO TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO

Técnico em Agronegócio (2011)

• ANGATUBA

HABILITAÇÃO TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO

- Informática e Administração

A Prefeitura de Itapetininga em função dos bons resultados obtidos planeja

expandir o projeto de classes descentralizadas para outros distritos do município.

A mais recente conquista para Itapetininga é a ETEC Chapadinha resultado

de parceria do Centro Paula Souza com a Prefeitura do Município de Itapetininga

oferecendo cursos voltados às áreas de serviço e saúde.

A ETEC da Chapadinha foi autorizada pelo Governo do Estado de São Paulo

em julho de 2008.

À Prefeitura coube a construção do prédio e ao Centro Paula Souza a

instalação da unidade escolar com toda a estrutura funcional e de ensino. Tem-se a

previsão das seguintes habilitações:

HABILITAÇÃO TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO

- Técnico em Vestuário

- Técnico em Enfermagem

- Técnico em Imagem Pessoal

- Técnico em Secretariado

Page 61: A2 plano de educação de Itapetininga

59

Outras instituições também oferecem, no município, cursos técnicos e

tecnológicos voltados a serviços na área profissionalizante, para clientelas

específicas, conforme a sua filosofia de ação comunitária. O município conta com o

SENAC e com escolas particulares que oferecem diferentes áreas de formação

profissional e técnica.

O SENAC, em Itapetininga, ministra os seguintes cursos:

- Administração de Negócios: Técnico em Administração

- Administração na Alimentação Coletiva

- Alimentação Equilibrada e Saúde Coletiva

- Ambientação em saúde e Projeto Profissional

- Ambientação Organizacional e Empreendedorismo

- Assistente em Marketing e Vendas

- Assistente em Logística Empresarial

- Assistente em Recursos Humanos

- Assistente em Finanças e Custos

- Bem-Estar: Técnico em Estética

- Desenvolvimento de Sistemas

- Desenvolvimento de Web Sites

- Gestão Empreendedora

- Gestão Integrada

- Nutrição e Dietética

- Nutrição: Técnico em Nutrição e Dietética

- Operação e Manutenção de Computadores

- Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos e Atendimento ao Consumidor

- Procedimentos Estéticos Diferenciados

- Procedimentos Estéticos

- Promoção da Saúde

- Redes e Infraestrutura

- Suporte e Administração de Redes

- Técnico em Informática

Page 62: A2 plano de educação de Itapetininga

60

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Itapetininga/ SP –

IFSP, antigo Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET, é uma Instituição

Federal pública, vinculada diretamente ao Ministério da Educação.

A vinda da Escola Técnica Federal para o nosso município se deu através da

participação da Prefeitura no Edital de Chamada Pública MEC 001/2007, de 24 de

abril de 2007, onde 105 municípios do Brasil, sendo 12 municípios do Estado de São

Paulo, considerados cidades polo, foram selecionados para apresentar projeto.

A Prefeitura de Itapetininga assinou Termo de Cooperação Técnica com o

Governo Federal, onde apresentou como principais contrapartidas a aquisição do

terreno de 53.322,38 metros quadrados, na Avenida João Olímpio de Oliveira, Vila

Assem; a elaboração dos Projetos: Arquitetônico e Executivo; os serviços de

terraplenagem e preparo do solo para construção do projeto.

Os cursos foram definidos em audiência pública, realizada em 11 de março de

2008, com a participação de integrantes do Cefet, do Poder Executivo, Poder

Legislativo, Setor Produtivo, dentre outros e definiu-se por oferecer:

• INSTITUTO FEDERAL - IFSP - CAMPUS EM ITAPETININGA

- Edificações

- Informática

- Mecânica Industrial

- Eletrônica

- Eletrotécnica

O Governo Federal destinou aproximadamente 4 milhões de reais para a

construção da obra, além de se responsabilizar pela manutenção de do prédio,

incluindo recursos humanos, estimado em 2,5 milhões anuais. Durante o processo

de implantação, o CEFET tornou-se Instituto Federal, com status de Centro

Universitário, através da Lei Federal 11.892, de 29 de dezembro de 2008. A única

restrição se dá no fato de 50% das vagas serem destinadas ao ensino técnico, 20%

a cursos de licenciatura e 30% para vagas livres, incluindo engenharia, bacharelado,

mestrado e doutorado.

Desde o início o Campus de Itapetininga possui características regionais,

atendendo a mais de 40 municípios, segundo estudo feito pelo MEC. Quando estiver

Page 63: A2 plano de educação de Itapetininga

61

em pleno funcionamento, o IFSP Campus Itapetininga deverá contar com 60

docentes e 50 servidores administrativos, além de 1.200 alunos.

Em fevereiro de 2010 houve a inauguração simultânea de 77 escolas técnicas

federais, em Brasília.

O início das atividades, em Itapetininga, ocorreu no segundo semestre de

2010, com duas turmas do curso de Mecânica Industrial, totalizando 80 alunos e

com uma turma, de 40 alunos, do Curso de Informática. Os demais cursos serão

implantados gradativamente.

Uma importante novidade foi o início do curso superior de licenciatura em

Física, tema que será abordado mais a frente no item que trata do Ensino Superior.

3.4.2 Diretrizes Político - Pedagógicas

Segundo a concepção da LDB, o Conselho Nacional de Educação – CNE -

definiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível

Técnico, por meio do Parecer CNE/CEB 16/99 e da Resolução CNE/CEB 04/99 e

Parecer CNE/CEB 14/2009 e Resolução CNE/CEB 3/2009, que embora focando o

nível de formação de técnicos, podem orientar também a oferta de cursos de nível

básico.

A Resolução CNE/CEB 04/99, em seu artigo 5°, contempla uma das mais

importantes medidas da Educação Profissional, porque introduz o conceito de “área

profissional” como parâmetro para a organização dos cursos e dos currículos. Essas

áreas, atualmente, são: Agropecuária, Artes, Comércio, Comunicação, Construção

Civil, Design, Geomática, Gestão, Imagem Pessoal, Indústria, Informática, Lazer e

Desenvolvimento Social, Meio Ambiente, Mineração, Química, Recursos Pesqueiros,

Saúde, Telecomunicações, Turismo e Hospitalidade e Transportes.

Outra concepção que deve ser considerada é a da “competência profissional”

que está definida no Artigo 6.º da Resolução CNE/CEB 04/99, da seguinte forma:

Entende-se por competência profissional a capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação valores, conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho.

Page 64: A2 plano de educação de Itapetininga

62

Diante disso, entende-se a forma equilibrada e integradora que se coloca o

trabalho humano, que faz o tripé: valor, conhecimento e habilidade. A Resolução

04/99 mostra a definição do “perfil profissional” como um dos elementos mais

importantes para a organização dos currículos dos cursos de Educação Profissional.

Torna-se importante enfatizar que essa modalidade de educação é

“complementar” à Educação Básica, não a substituindo, sendo um requisito

essencial para que o cidadão-trabalhador tenha acesso às conquistas tecnológicas

da sociedade, para que desenvolva competências e para que se aproprie do “saber

fazer”.

Outro aspecto sobre a ampliação de oportunidades, que essa modalidade de

ensino oferece e, portanto, merece ser destacado é o Artigo 42 da LDB. Esse já

previa que “as instituições de educação profissional, além de seus cursos regulares”

– ou seja, os de nível técnico, tradicionalmente colocados à disposição de sua

clientela – ofereçam “cursos especiais, abertos à comunidade, condicionados a

matrícula à capacidade de aproveitamento e não, necessariamente, ao nível de

escolaridade”, que são os de nível básico.

A Educação Profissional de Formação Inicial e Continuada e não formal tem a

finalidade de atender a demanda de pessoas, que já trabalham ou procuram

ingressar ou se reinserir no mercado de trabalho, mas sem formação suficiente,

irregular ou interrompido. Entende-se que a oferta deve associar-se à recuperação

da escolaridade, mediante programas adequados de Educação de Jovens e de

Adultos, que garantam a complementaridade entre a Educação Profissional e a

Educação Básica.

A LDB (1996) concebe a Educação Profissional e Tecnológica, no

cumprimento dos objetivos da educação nacional integrando-se aos diferentes níveis

e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia.

Entende-se como uma nova forma de encarar a profissionalização, isto é, deixa de

lado a concepção de simples instrumento de uma política assistencialista,

economicista que tenta ajustar o ensino às demandas do mercado de trabalho.

Essa visão inovadora considera a Educação Profissional voltada aos

seguintes princípios:

a) A prática conduz à aprendizagem, baseada no conceito de “aprender

fazendo”, basicamente em ambientes próprios como: ateliês, laboratórios,

Page 65: A2 plano de educação de Itapetininga

63

oficinas e complementados, quando necessário, por estágios

supervisionados;

b) O entendimento do currículo como meio, como conjunto de atividades

pedagogicamente organizadas para gerar aprendizagens significativas e

desenvolver competências requeridas pelas ocupações/profissões;

c) A organização de currículos por competências, formatação curricular por

módulos, com desejável terminalidade ocupacional intermediária;

d) A organização de uma metodologia centrada na ação monitorada e

assessorada dos que aprendem, permeada por conteúdos ou bases

científicas e tecnológicas;

e) A possibilidade de momentos ou etapas em serviço e não presenciais nos

processos de aprendizagem, e também, o uso de metodologia diversificada

de aprendizagem;

f) A capacitação da equipe docente e técnica para que essas orientações sejam

aplicadas.

Pelo exposto, pode-se perceber que a política de Educação Profissional exige

colaboração de múltiplas instâncias dos Poderes Públicos e da sociedade civil.

3.4.3 Objetivos e Metas

A Prefeitura Municipal de Itapetininga deve se articular permanentemente com

as instituições de ensino profissional, técnico e tecnológico do município,

especialmente com o Centro Paula Souza e o Instituto Federal, mediante os

seguintes objetivos e metas:

a) Incentivar e estruturar um sistema que integre instituições públicas e

particulares, organizações não governamentais e empresas, objetivando

ampliar a oferta de Educação Profissional, de acordo com o mercado de

trabalho, promovendo cursos articulados por itinerários de profissionalização;

b) Articular a oferta de Educação Profissional com a Educação de Jovens e de

Adultos, proporcionando condições de desenvolvimento de escolaridade,

objetivando a conclusão da Educação Básica;

Page 66: A2 plano de educação de Itapetininga

64

c) Mobilizar e articular, no âmbito do Município de Itapetininga e Região, amplo

movimento de colaboração com setor público, privado e ONGs, para a

concretização e implantação de cursos nos diferentes níveis de educação

profissional de modo a possibilitar a oferta, preferencialmente gratuita, aos

egressos do Ensino Médio - incluindo os da Educação de Jovens e Adultos -

favorecendo sua inserção no mercado de trabalho;

d) Possibilitar a integração das diversas instituições voltadas à educação

profissional, favorecendo a maximização de recursos materiais e humanos;

e) Apoiar e divulgar as iniciativas do setor privado voltadas ao oferecimento de

cursos de nível básico, que possibilitem inclusão social no ambiente

produtivo;

f) Implementar, no primeiro ano de vigência deste Plano, práticas de inclusão

gradativa de pessoas com necessidades educacionais especiais, ao alcance

das possibilidades e oportunidades da educação profissional, que viabilizem o

acesso, a permanência e a efetiva qualificação profissional;

g) Formar e implantar um banco de dados da educação profissional, para

avaliação, para consulta e para pesquisa;

h) Facilitar, em 2 anos, o acesso à Educação Profissional aos moradores dos

Distritos e Bairros rurais;

i) Consolidar Itapetininga como polo regional de Educação Profissional

incentivando a ampliação da oferta de cursos por área profissional, de acordo

com a Resolução CNE/CEB 04/99, direcionando cada uma das escolas de

ensino profissional para atender cada área ou setor da economia (primário,

secundário e terciário)

3.5 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA

3.5.1 Diagnóstico

O Ensino Fundamental deixou uma lacuna, quanto ao acesso de jovens em

idade própria, ou então pela inadequação da estrutura do ensino, que resultou na

evasão e consequentemente, na não-escolarização. Esses fatos mostram algumas

causas do quadro existente, que se traduz no grande número de analfabetos em

Page 67: A2 plano de educação de Itapetininga

65

nosso País, assim como na necessidade de atendimento em programas de

Educação de Jovens e de Adultos, como demonstra o IBGE, na tabela12.

Tabela 12 – Mostra da taxa de analfabetismo

Brasil e grandes regiões

Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou

mais de idade

Taxa de escolaridade das crianças de 7 a 14 anos de idade

Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres

Brasil 13,3 13,3 13,3 95,7 95,3 96,1

Norte 11,6 11,7 11,5 95,5 95,3 95,7

Nordeste 26,6 28,7 24,6 94,1 93,2 95,0

Sudeste 7,8 6,8 8,7 96,7 96,6 96,9

Sul 7,8 7,1 8,4 96,5 96,7 96,3

Centro-oeste 10,8 10,5 11,0 96,0 95,6 96,4

Fonte: Pesquisa nacional por amostra de domicílios 1999 [CD-ROM]. Microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2000.

Pretende-se, então, suprir o direito que lhes foi negado à época apropriada, e

a solução desse problema compete ao Poder Público e à sociedade em geral.

Tradicionalmente, consideram-se analfabetos aqueles indivíduos que contam

com 15 anos de idade ou mais, isto é, aqueles que ultrapassaram a idade

constitucional de frequência ao Ensino Fundamental obrigatório.

Diante disso, é importante relembrar o percurso sócio-histórico em que a

Educação de Jovens e Adultos (EJA) se insere, para que se entenda o processo

evolutivo e também o aprendizado que se adquiriu e se adquire diante das tentativas

de oferecer uma educação de qualidade e de resultados, em uma modalidade de

ensino que tem a particularidade de ser socioeducativa.

Primeiramente, testemunharam-se várias políticas públicas de educação, que

foram implantadas para garantir acesso àqueles que não tiveram oportunidades

educacionais, em idade própria, e se evidenciaram muitas falhas. Mas, em 1947, o

Governo brasileiro lança, pela primeira vez, uma campanha de âmbito nacional

visando alfabetizar a população, denominada 1ª Campanha Nacional de

Alfabetização que teve como mentor o Prof. Lourenço Filho.

Page 68: A2 plano de educação de Itapetininga

66

No ano de 1963, encerrou-se a campanha nacional de alfabetização e Paulo

Freire assumiu, junto ao MEC, a elaboração do Plano Nacional de Alfabetização.

Entretanto, em 1964, o processo foi interrompido, e esse plano foi extinto. Temos,

então, um vácuo de 7 anos, no período do regime militar.

Em 1968, é criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) e suas

ações só são efetivadas a partir de 71. O MOBRAL reedita uma campanha de

âmbito nacional, e surge com força e muitos recursos, conclamando a população a

fazer a sua parte. Com o fim do regime militar e com a Nova República, o MOBRAL

é extinto.

Em 1985, surge, no lugar do MOBRAL, a Fundação Educar e surgem novas

iniciativas por parte da sociedade civil voltadas a práticas de alfabetização, as quais

foram desenvolvidas no interior de igrejas, de associações comunitárias e de

sindicatos, efetivando-se, assim, ações mais produtivas.

Essa política teve curta duração, pois em 1990 – Ano Internacional da

Alfabetização – em lugar de se tomar a alfabetização como prioridade, o governo

federal extinguiu a Fundação Educar, não criando nenhuma outra que assumisse

suas funções. Dessa forma, a educação de jovens e adultos foi relegada a um plano

secundário na agenda das políticas educativas.

Há, nessa fase, a ausência do Governo Federal como articulador nacional de

uma política de alfabetização de jovens e de adultos, ficando, então, essa atribuição

aos municípios ou delegada às organizações sociais.

Neste cenário, surgiu o Movimento de Alfabetização (MOVA) com novos

parâmetros para procurar envolver o Poder Público e as iniciativas da sociedade

civil.

Em 1996, foi lançado o “Programa de Alfabetização Solidária” (PAS),

programa de alfabetização destinado aos municípios mais pobres e com maiores

índices de analfabetismo do país, co-financiado pelo Ministério da Educação e pela

sociedade civil.

Somente no início do terceiro milênio, a alfabetização de jovens e adultos

adquiriu nova posição na agenda das políticas nacionais, com o lançamento, em

2003, do Programa Brasil Alfabetizado e com a progressiva inclusão da modalidade

no Fundo de Financiamento da Educação Básica (FUNDEB), a partir de 2007.

Page 69: A2 plano de educação de Itapetininga

67

Em 2010, o Brasil está a menos de 3 anos do final da década da

Alfabetização (2003-2012), proclamada pelas Nações Unidas como um período de

esforços concentrados para assegurar a todas as pessoas o direito de desenvolver

as habilidades de leitura e da escrita. O que se pode constatar é que em 40 anos,

após todas essas ações, foi possível reduzir de quase 40%, para 13,3%, a taxa de

analfabetismo no país.

Porém, no Brasil, ainda há 14 milhões de analfabetos e o maior número deles

está concentrado no Estado de São Paulo, ou seja, 1 em cada 10 analfabetos reside

nesse estado.

Estudos realizados, na cidade de Itapetininga, mostram os locais onde os

índices de analfabetismo são mais críticos, ou seja, os locais onde se concentram a

maioria das pessoas ágrafas que são eles, o Bairro do Taboãozinho, Vila Mazzei,

Vila Belo Horizonte, Jardim Monte Santo, Jardim Bela Vista e Vila Nastri II.

Outro dado preocupante é o diagnóstico social do analfabetismo na zona

rural, sendo que todos os distritos têm índices acima de 10%.

Entende-se que a superação dessa situação histórica de analfabetismo

requer que a meta prioritária da política educacional do município tenha como foco a

alfabetização.

Para tanto, toda a comunidade deve envolver-se nessa meta para reduzirmos

o analfabetismo em nosso município. É necessário que educadores, empresários,

igrejas, organizações da sociedade civil, sindicatos, enfim todos aqueles que

sensibilizados entendam que o analfabetismo é o resultado de uma realidade

absolutamente injusta, participem desse processo.

A oferta de cursos presenciais na Educação de Jovens e Adultos, no

Município de Itapetininga é feita pelo Município que atende aos candidatos de 1.ª a

4.ª séries do Ensino Fundamental, pela Rede Estadual de Ensino que atende aos

candidatos de 5.ª a 8.ª séries do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, e também,

através de ações particulares com algumas empresas, ONGs, Igrejas de vários

credos e SESI que oferecem vagas, no período noturno, em cursos presenciais,

semipresenciais e telessalas.

É importante ressaltar o esforço do município ao criar o Programa de

Alfabetização de Jovens e Adultos – PROAJA, lançado oficialmente em agosto de

2009, utilizando metodologia criada pela Universidade de Sorocaba – UNISO, com

a qual o processo de alfabetização ocorre em 5 meses.

Page 70: A2 plano de educação de Itapetininga

68

Na tabela a seguir, com base no ano de 2003, 2004, 2005 e 2006 temos um

demonstrativo do atendimento na Educação de Jovens e de Adultos, no Município

de Itapetininga.

Tabela 13- Município de Itapetininga Atendimento EJA

Rede Nível de Ensino Nº de classes Ano Nº de alunos 23 2003 325 25 2004 210 28 2005 193

Municipal

Fundamental 1ª a 4ª séries

28 2006 251 51 2003 661 57 2004 1521 63 2005 1496

Estadual

Fundamental 5ª a 8ª séries

56 2006 1456 48 2003 2072 48 2004 1881 53 2005 2145

Estadual

Ensino Médio 1ª a 3ª séries

54 2006 2107 Fonte: Diretoria de Ensino de Itapetininga (2010)

Embora o Município de Itapetininga venha apresentando progressivo e

contínuo crescimento no atendimento à Educação de Jovens e de Adultos, um

considerável contingente ainda existe, demandando programas destinados à

conclusão do Ensino Fundamental e à continuidade no Ensino Médio, como outros

dirigidos especificamente à alfabetização de jovens e de adultos.

3.5.2 Diretrizes Político - Pedagógicas

O processo de globalização trouxe impactos econômicos no mundo todo.

Deve-se a isso o avanço científico e tecnológico que trouxe uma nova reorganização

do trabalho, da participação política e mesmo dos valores culturais das nações.

Nesse sentido, vê-se que o instrumento básico de sobrevivência, diante dessa nova

realidade mundial, será a educação ao longo de toda a vida.

A Educação de Jovens e de Adultos tornou-se uma necessidade contínua,

para que se possa enfrentar as constantes transformações no mundo do trabalho;

por isso a escolarização não se restringe a um período da vida em que o aluno só

Page 71: A2 plano de educação de Itapetininga

69

desejava ler e escrever, mas, sim, configura-se como uma permanente atualização

do aprendizado.

Portanto, a Educação de Jovens e de Adultos deve compreender, no mínimo,

a oferta de uma formação equivalente ao Ensino Fundamental, correspondentes à

escolarização obrigatória, para alcançar o objetivo de inserir a população adulta no

exercício pleno da cidadania, melhorar a sua qualidade de vida, de fruição do tempo

livre e ampliar suas oportunidades no mercado de trabalho.

A Constituição Federal, em seu artigo 208, estabelece que a modalidade de

ensino de Educação de Jovens e de Adultos, no nível Fundamental, deve ser

oferecida pelo Estado ou pelo Município a todos que a ela não tiveram acesso na

idade própria. Trata-se de um direito público subjetivo. Compete, pois, aos poderes

públicos, disponibilizar os recursos necessários para seu atendimento.

Essa tarefa necessita da participação solidária de toda a comunidade, quer

seja de organizações não governamentais, universidades, igrejas, sindicatos,

entidades estudantis, empresas, associação de bairros, meios de comunicação de

massa e organizações da sociedade civil em geral; enfim, deve-se articular uma

ampla mobilização para elevar o nível educacional dessa clientela.

A Educação Profissional, articulada aos programas de Educação de Jovens e

de Adultos, tende a melhorar sua eficácia, tornando-se mais atrativa e,

principalmente, quando conta com a colaboração e com o apoio de empresas que

podem viabilizar a formação permanente de seus empregados mediante a

organização de jornadas de trabalho compatíveis com o horário escolar, a

concessão de licenças para frequência a cursos de atualização e mediante a

implantação de cursos de formação de jovens e de adultos no próprio local de

trabalho.

A escolarização, aliada à qualificação e à requalificação profissional, pode ser

uma boa alternativa para atender às necessidades específicas do jovem da área

rural, capacitando-os para novos trabalhos relacionados ao campo e desestimulando

a sua migração para periferias dos grandes centros urbanos.

Aliás, devemos destacar a experiência recente envolvendo parceria do

Instituto Federal e a Prefeitura de Itapetininga, no Programa Nacional de Integração

da Educação Profissional com a Educação Básica, na modalidade de Educação de

Jovens e Adultos, na Formação Inicial e Continuada com Ensino Fundamental

(PROEJA FIC), idealizado pelo MEC.

Page 72: A2 plano de educação de Itapetininga

70

Trinta alunos da EJA, da EMEF Zarif Yared, além das aulas formais estão

sendo capacitados pelo Instituto Federal, com o curso de operador de maquina de

solda elétrica.

Essa clientela, com características e necessidades educacionais específicas,

precisa de um corpo docente preparado e especializado para utilizar técnicas

pedagógicas apropriadas, tanto na modalidade presencial como em Educação a

Distância.

Portanto, a oferta desse nível completo de ensino é parte integrante dos

direitos assegurados pela Constituição Federal e deve ser, gradativamente,

estendida a todos. Além disso, deve ser garantido o acesso ao Ensino Médio a todos

que concluírem a etapa anterior.

3.5.3 Objetivos e Metas

a) Garantir o atendimento escolar específico para quem não teve acesso ao

ensino fundamental na idade própria, diretamente ou por intermédio de

parcerias e demais organizações da sociedade civil interessadas em

promover o ensino gratuito;

b) Estabelecer, a partir da aprovação do Plano Municipal de Educação de

Itapetininga, programas de alfabetização, em cinco anos, a 30% de jovens e

adultos analfabetos do município para, até o final da década, ampliar em 80%

essa faixa de atendimento;

c) Oferecer e incentivar programas de Educação a Distância na modalidade de

Educação de Jovens e de Adultos, incentivando seu aproveitamento nos

cursos presenciais;

d) Incentivar, nas empresas públicas e privadas, a criação de programas

permanentes de Educação de Jovens e de Adultos para seus trabalhadores,

assim como, condições para participar de Educação a Distância;

e) Estabelecer políticas que facilitem parcerias para o aproveitamento dos

espaços ociosos existentes na comunidade, bem como o efetivo potencial de

trabalho comunitário das entidades da sociedade civil, para a educação de

jovens e de adultos;

Page 73: A2 plano de educação de Itapetininga

71

f) Incentivar, apoiar ou oferecer a implantação, até o final da década, da oferta

de cursos da EJA equivalentes às quatro séries finais do Ensino Fundamental

e às três séries do Ensino Médio;

g) Implantar, até o final da década, um Centro de Educação de Jovens e

Adultos, desde que a oferta seja inferior a demanda;

h) Oferecer cursos de formação profissionalizante integrado à Matriz Curricular

da EJA;

i) Instituir sistema de certificação de competências para prosseguimento de

estudos, em consonância com as diretrizes curriculares nacionais para a

Educação de Jovens e Adultos;

j) Associar o Ensino Fundamental para jovens e adultos, sempre que possível,

à oferta de cursos básicos de formação profissional;

k) Articular as políticas de educação de jovens e de adultos com as políticas

culturais do Município, de maneira a inserir os alunos como atores,

admiradores e expectadores de várias manifestações culturais.

3.6 EDUCAÇÃO ESPECIAL

3.6.1 Diagnóstico

A Constituição Federal e a Estadual, respectivamente em seus artigos 208, III

e 239 § 2º, estabelecem o direito à educação para todas as pessoas, assegurando

àquelas com necessidades educacionais especiais o atendimento especializado

preferencialmente na rede regular de ensino.

A preocupação com a igualdade de oportunidades para todos e o acesso a

bens e a serviços públicos foi oficialmente documentada pela ONU, em 1981 e

ratificada, em 1983, no Programa Mundial de Ação relativo às Pessoas com

Deficiência. A Declaração Mundial sobre Educação para Todos, aprovada na

Conferência Mundial sobre Educação para Todos, ocorrida em Jomtiem, na

Tailândia (1990), inspirou a elaboração do Plano Decenal de Educação Para Todos.

Em outros documentos, dos quais o Brasil é signatário, as Linhas de Ação

sobre Necessidades Educacionais Especiais – oriundas da Declaração de

Salamanca, em encontro promovido pelo Governo da Espanha e pela UNESCO, em

Page 74: A2 plano de educação de Itapetininga

72

1994 – preconizam avanços conceituais e atitudinais significativos. Entretanto, esses

avanços configuram-se, muitas vezes, apenas como tratados de intenções do que

como ações efetivas para ingresso, permanência e progresso do aluno na escola.

Em São Paulo, as primeiras iniciativas educacionais voltadas às pessoas

portadoras de deficiência surgiram por volta de 1917. Efetivaram-se, inicialmente,

por meio de instituições especializadas, geralmente de caráter filantrópico. Aliadas a

iniciativas governamentais desempenharam importante papel, contribuindo tanto

para o atendimento direto de alunos, como para o processo de sensibilização e de

informação da sociedade.

Dessa forma, e numa visão histórica, as formas de atendimento educacional

especializado foram assim constituídas:

a) Na rede estadual de ensino, sob a forma de classe especial, sala de recursos,

ensino itinerante, classe hospitalar e convênios com instituições

especializadas;

b) Em algumas redes municipais, com organização semelhante à do Estado,

inclusive com escolas especiais e convênios com instituições especializadas;

c) Nas instituições especializadas, geralmente de caráter filantrópico, com

atendimento educacional próprio;

d) Algumas iniciativas de atendimentos a esse alunado na rede particular de

ensino.

Diante de novos paradigmas, a Educação Especial aos poucos vai se

renovando e fortalecendo pelas próprias necessidades desses alunos e também,

pelas pressões sociais que exigem inclusão. Esse princípio está estreitamente

vinculado ao conceito de acessibilidade. Do ponto de vista educacional e de acordo

com o parecer CNE/CEB n.º 17/2001 e Resolução CNE/CEB n.º 02/2001 e, ainda,

de acordo com a Deliberação CEE n.º 05/2000, prioriza-se o uso do termo acesso

como o direito do aluno que apresenta necessidades educacionais especiais de

ingressar no sistema de ensino e dele beneficiar-se. Entretanto, considera-se

também o termo “acesso” como o direito do aluno a ir e vir, ou seja, de poder entrar,

circular e permanecer nos ambientes da escola, usufruindo as experiências que são

oferecidas pela instituição.

Page 75: A2 plano de educação de Itapetininga

73

O acesso ao portador de necessidades especiais é um processo, que por seu

caráter eminentemente cultural e por implicar mudanças não só administrativas e

pedagógicas, mas também atitudinais ocorre gradativa e assistematicamente nos

diferentes sistemas de ensino. Pode-se perceber que há um horizonte definido: a

escola, além de ser um local mediador e irradiador do conhecimento, é um dos

principais ambientes de convivência social e deve propiciar a todos os alunos

oportunidades para cultivar a solidariedade, o sentido de pertencer à comunidade e

a capacidade de extrair riquezas diante das diferenças.

No Município de Itapetininga já existem várias ações na área de Educação

Especial, quer pela Rede Estadual, Municipal e outras instituições sem fins

lucrativos, como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) a

Associação de Deficientes Auditivos de Itapetininga (AADAI), A Associação de

Deficientes Físicos de Itapetininga (APRISDEFI) e o Centro de Pesquisa e

Reabilitação Visual (CEPREVI), nos diversos aspectos das necessidades especiais.

No caso da Rede Municipal de Itapetininga, a partir de 2006 iniciou-se um

amplo trabalho na área de Educação Especial com a reforma e adaptação dos

vários prédios escolares de Educação Infantil e Fundamental, com o objetivo de

atender com qualidade os alunos com necessidades educacionais especiais, bem

como com a criação de Salas de Recursos para atendimento educacional

especializado - AEE.

Em 2007, com a assinatura de convênio com o MEC para a realização anual

de curso de capacitação dos professores do município e região, Itapetininga

consolidou-se como Polo de Educação Inclusiva.

A rede municipal que em 2005 contava com 73 alunos com necessidades

especiais matriculados nas diversas unidades escolares, em 2008 passou a contar

com 150 alunos.

A tabela a seguir detalha a participação das outras redes na Educação

Especial:

Page 76: A2 plano de educação de Itapetininga

74

Tabela 14 - Número de alunos em Escolas e Classes Especiais

Itapetininga– 2008

Redes Educação Especial

Estadual 375

Municipal 150

Particular 246

Total 771

Fonte: Diretoria de Ensino de Itapetininga (2009)

3.6.2 Diretrizes Político – Pedagógicas

As diretrizes pedagógicas que tratam da inclusão social indicam que se trata

de um processo complexo e que se fundamenta em princípios éticos, entre os quais

se destacam o reconhecimento e respeito pelo preceito de oportunidades iguais

perante a diversidade humana.

Nesse sentido, os princípios da inclusão social exigem que sejam garantidas

as condições apropriadas de atendimento às características individuais, para que

não se transforme em desigualdade social. Tratar de maneira igualitária não se

refere à instituição de privilégios, mas sim, à garantia de oportunidades iguais diante

das diferenças.

Assim, a inclusão social se traduz na garantia de acesso imediato e contínuo,

ao espaço comum da vida em sociedade, de pessoas com deficiências,

independentemente, do tipo de deficiência. Acesso esse que traz implicações sérias,

já que garantir esse acesso exige providências multi- direcionais e requer ações

junto à sociedade civil e ao Poder Público que devem se ajustar para favorecer uma

convivência digna, igualitária e justa.

A Educação Especial destina-se a pessoas portadoras de deficiência física,

sensorial, mental ou múltipla, quer de altas habilidades, superdotação ou talentos e

ainda de transtornos invasivos do desenvolvimento, que precisam desenvolver suas

potencialidades e interesses, para, assim, favorecer sua inserção na sociedade pelo

viés da aprendizagem escolarizada.

Page 77: A2 plano de educação de Itapetininga

75

A inclusão de portadores de necessidades especiais no sistema de ensino

regular é uma diretriz constitucional16 que já faz parte da atual política

governamental, mas ainda não produziu a mudança necessária na realidade escolar.

A responsabilidade coletiva da União, dos Estados e dos Municípios é uma condição

para que às pessoas especiais sejam assegurados seus direitos à educação. Para

elas, propõe-se uma escola integradora, inclusiva, aberta à participação da e na

comunidade.

A Educação Especial é uma modalidade de educação escolar que deve ser

promovida, sistematicamente, nos diferentes níveis de ensino, e as instituições

educacionais precisam adequar os setores administrativos e pedagógicos para sua

clientela especial.

O atendimento educacional deve iniciar na Educação Infantil como forma

preventiva, pois quanto mais cedo ocorrer essa intervenção, mais cedo se dará os

efeitos no desenvolvimento das crianças. Sabe-se que deficiências, como as visuais

e as auditivas, dificultam a aprendizagem escolar, entretanto esses problemas

podem ser identificados pelos professores, que devem realizar os encaminhamentos

adequados e necessários.

Os educadores devem ficar atentos a crianças com altas habilidades ou

talentosas. Essa identificação levará em conta o contexto socioeconômico e cultural

e será feita por meio de observação sistemática do comportamento e do

desempenho do aluno, com vistas a verificar a intensidade, a frequência e a

consistência dos traços, ao longo do seu desenvolvimento.

As escolas especiais devem ser utilizadas quando as necessidades dos

alunos assim indicarem. As instituições particulares que, historicamente, têm

assumido o compromisso do atendimento educacional dessa clientela, devem

merecer todo o apoio do Poder Público, como parceiras quanto ao processo

educacional dos educandos com necessidades especiais. Além da organização dos

espaços e materiais, deve-se atentar para a formação dos recursos humanos que

atendem essa clientela, desde creches, pré-escolas, escolas regulares de Ensino

Fundamental, Médio e Superior.

16 Art. 208, inciso III da Constituição Federal de 1988.

Page 78: A2 plano de educação de Itapetininga

76

3.6.3 Objetivos e Metas

a) Organizar, no Município de Itapetininga e em parceria com as áreas de saúde

e de assistência social, programas destinados a ampliar a oferta da

estimulação precoce, isto é, interação educativa adequada, para as crianças

com necessidades educacionais especiais, em instituições especializadas ou

regulares de Educação Infantil;

b) Generalizar, em 5 anos, como parte dos programas de formação em serviço,

a oferta de cursos sobre o atendimento básico a educandos especiais, para

os professores em exercício na Educação Infantil e no Ensino Fundamental,

utilizando inclusive a TV Escola e outros programas de Educação a Distância;

c) Garantir a generalização, em 5 anos, da aplicação de testes de acuidade

visual e auditiva em todas as instituições do Ensino Infantil e do Ensino

Fundamental, em parceria com a área da saúde, de forma a detectar

problemas e oferecer apoio adequado às crianças com necessidades

especiais;

d) Nos primeiros cinco anos de vigência deste plano, redimensionar, conforme

as necessidades da clientela, incrementando, se necessário, o atendimento

educacional especializado com salas de recursos multifuncionais e outras

alternativas pedagógicas recomendadas, ao professor do ensino regular, em

parceria com o professor do atendimento educacional especializado, de forma

a favorecer e apoiar a inclusão dos educandos com necessidades

educacionais especiais em classes regulares, fornecendo-lhes o apoio

adicional de que precisam;

e) Deverá o atendimento educacional especializado ter como função identificar,

elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem

as barreiras para a participação dos alunos;

f) Viabilizar projetos pedagógicos e educacionais destinados aos alunos com

necessidades especiais;

g) Diferenciar, para os alunos com necessidades especiais, as atividades

desenvolvidas no atendimento educacional regular, considerando suas

especificidades;

Page 79: A2 plano de educação de Itapetininga

77

h) Incentivar no educando com necessidades especiais uma formação com

vistas à autonomia e independência na escola e fora dela, não tendo caráter

de reforço escolar;

i) Generalizar, nos próximos dez anos, a partir da vigência do PMEI, o

atendimento aos alunos com necessidades especiais na Educação Infantil e

no Ensino Fundamental;

j) Implantar, em cinco anos e generalizar em dez anos, o ensino da Língua

Brasileira de Sinais para os alunos surdos e, sempre que possível, para seus

familiares e para os profissionais da unidade escolar, mediante um programa

de formação de monitores, em parceria com organizações não

governamentais ou instituições públicas ou privadas;

k) Providenciar condições materiais e de pessoal para atendimento ao aluno

com deficiência auditiva ou surdo, matriculados na rede pública ou privada,

com serviço de intérprete/tradutor de língua de sinais;

l) Estabelecer programas para equipar e adequar as escolas de Educação

Básica que atendam educandos com necessidades educacionais especiais;

m) Estabelecer, no primeiro ano de vigência deste plano, os padrões mínimos de

infraestrutura das escolas, respeitando as orientações da ABNT 9050, para o

recebimento dos alunos com necessidades especiais;

n) Assegurar, durante a década, transporte escolar com as adaptações

necessárias aos alunos que apresentem mobilidade reduzida;

o) Estabelecer um sistema de informações completas e fidedignas sobre a

população a ser atendida pela Educação Especial, a serem coletadas pelo

censo educacional e pelos censos populacionais;

p) Ampliar o fornecimento e uso da informática como apoio à aprendizagem do

educando com necessidades especiais, inclusive através de parcerias com

organizações da sociedade civil voltadas para esse tipo de atendimento;

q) Estabelecer um programa de apoio e orientação às famílias dos alunos com

necessidades especiais buscando parcerias com as Secretarias da Saúde e

da Promoção Social;

r) Fortalecer o SAEDI, Serviço de Apoio à Educação Inclusiva, da Secretaria

Municipal de Educação, para gradativamente implantar um departamento

responsável pela Educação Especial, dotado dos recursos necessários que

Page 80: A2 plano de educação de Itapetininga

78

viabilizem e deem sustentação ao processo de construção da educação

inclusiva;

s) Assegurar, que no decorrer desta década, sejam cumpridas as determinações

legais quanto à aplicação da terminalidade.

3.7 ENSINO SUPERIOR

3.7.1 Diagnóstico

A Educação Superior tem por finalidade formar e diplomar pessoas nas

diferentes áreas de conhecimento, tornando-as aptas para a inserção profissional e

para participação no desenvolvimento da sociedade brasileira. Envolve, também,

a promoção e a divulgação de conhecimentos específicos, técnicos e culturais, bem

como a prestação de serviços especializados à comunidade, estabelecendo com ele

relações de reciprocidade.

A atividade mais característica de Educação Superior consiste na oferta de

cursos superiores de variados níveis e graus de abrangência e especialização. O

Brasil apresenta um grande desequilíbrio no acesso dos jovens à universidade.

Apenas 9% da população de 18 a 24 anos estão matriculadas em cursos de

graduação17.

Embora a oferta de cursos e de vagas venha se expandindo, tem sido

observado um maior número de vagas ociosas, especialmente nas instituições

privadas. Paralelamente, vem ocorrendo um aumento de inadimplência e de evasão.

Tal realidade exige uma revisão de sistemas de organização e de

funcionamento do Ensino Superior, de modo que os jovens provenientes de famílias

com menos recursos financeiros possam ter acesso à Universidade.

A situação do Município de Itapetininga apresenta características

semelhantes ao processo nacional de Educação Superior.

O Ensino Médio em nosso município está em franca expansão. Isso pode ser

constatado por meio de dados junto ao IBGE18 que mostram a cidade de

Itapetininga, em 2009, com 29 escolas de Ensino Médio, de 6353 alunos 17 Disponível em: http://www.inep.gov.br/imprensa/noticias/censo/superior/news03_03.htm> acesso em 30 de outubro de 2010. 18 Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1> acesso em 6 de Nov. de 2010.

Page 81: A2 plano de educação de Itapetininga

79

matriculados, sendo 5385 na Rede Pública Estadual e 968 na rede privada de

ensino. Considerando Escolas Públicas e Particulares e o contingente populacional,

esses alunos são potenciais candidatos às matrículas no Ensino Superior.

Entretanto, poucas são as famílias que apresentam condições financeiras para

custear estudos universitários dos filhos em outras cidades ou, mesmo, em

faculdades particulares existentes em nossa cidade.

Conforme salienta o Fórum de Pró-Reitores de Graduação (2004),19

A elevação do padrão de escolaridade da população brasileira, incluindo a expansão do Ensino Superior, é uma questão estratégica, tanto para desenvolver a competência nacional em ciência e tecnologia, condição essencial para desenvolvimento não subordinado, como para assegurar a elevação da qualidade de vida da população e a redução da exclusão social e cultural.

O desenvolvimento traz novos paradigmas para a educação. Essas

mudanças ocorreram em outros países, e, assim, servem de modelo para que se dê

maior ênfase aos princípios, ao domínio de conhecimentos básicos, a percepção do

indivíduo enquanto membro integrado e, ao mesmo tempo, como fator de agregação

de um grupo, de uma cultura, na busca de novos conhecimentos, substituindo a

máxima do “aprender determinados conteúdos”, pela máxima do “aprender a

aprender”20.

Nessa perspectiva, espera-se uma nova organização dos diferentes

currículos, a partir do Ensino Fundamental e Médio, de modo que os estudantes

possam desenvolver o entendimento crítico em relação às manifestações artísticas,

científicas e literárias, ao domínio da comunicação e da expressão escrita e falada

num contexto histórico e cultural.

A Educação Superior representa o término de uma etapa, que

necessariamente, deve ter continuidade e aperfeiçoamento na pós-graduação e por

toda a vida, para, assim, formar cidadãos para a vida, para o trabalho e para a vida

em sociedade.

Cabe, portanto, ao Município de Itapetininga, estabelecer, na área do Ensino

Superior, uma política de articulação de esforços, envolvendo não só o Poder

Público Municipal, mas também todos os segmentos atuantes da sociedade, 19 ForGRAD, 2002. Resgatando espaços e construindo idéias: ForGRAD 1997 a 2002. EdUFF, 169pp 20 MEC/INEP – Parâmetros Curriculares Nacionais

Page 82: A2 plano de educação de Itapetininga

80

buscando atrair novos investimentos nesse setor educacional, para que haja, não só

a ampliação e maior diversificação de cursos nas faculdades particulares, como

também a presença de universidades públicas em Itapetininga, assegurando o

desenvolvimento do Município e de toda a região a ele agregada, geográfica e

politicamente.

O município de Itapetininga conta com instituições universitárias, conforme

abaixo, constituindo um conjunto pouco diversificado, com preponderância para a

área de Ciências Humanas:

3.7.1.1 Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza – Ceeteps

As Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo (FATEC) são

instituições públicas de ensino superior pertencentes ao Centro Estadual de

Educação Tecnológica Paula Souza, autarquia de regime especial vinculada e

associada a UNESP – Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho. As FATECs

são importantes instituições brasileiras de ensino superior, sendo pioneiras na

graduação de tecnólogos. Estão localizadas em diversas cidades paulistas, com

diversos campi e unidades da Grande São Paulo, Interior e Litoral paulista. As

FATECs oferecem cursos superiores em praticamente todas as áreas do

conhecimento. Na maioria das unidades, são oferecidos cursos superiores de

tecnologia, focados na formação de tecnólogos.

O marco inicial da trajetória das FATECs foi a fundação em 1969, do Centro

Paula Souza, pelo então Governador do Estado Abreu Sodré, que tinha por objetivo

a formação de técnicos de nível superior para atender a crescente demanda de

profissionais de nível universitário.

As FATECs são reconhecidas por formar profissionais de notória qualidade na

área de tecnologia. O índice de empregabilidade dos ex-alunos das FATECs é alto

para os padrões nacionais, com mais de 93% deles no mercado de trabalho.

Itapetininga, até 2006, não contava com o ensino superior gratuito. O Governo

Municipal, através do Prefeito Roberto Ramalho Tavares, ao tomar posse

estabeleceu como prioridade e meta a educação. Essa visão do Poder Público

Municipal mostra a sensibilidade para as questões que envolvem a nossa

sociedade, bem como para o momento em que vivia o setor educacional em

Itapetininga. A Gestão Pública Municipal soube captar com maestria a oportunidade

Page 83: A2 plano de educação de Itapetininga

81

de implantar uma FATEC em Itapetininga, voltada para o agronegócio, inicialmente,

porque contempla um importante setor da economia no Município.

Grandes esforços foram envidados junto ao Governo Estadual para a

instalação da Faculdade de Tecnologia, do Centro Paula Souza, em Itapetininga,

com a oferta de 80(oitenta) vagas para o Cursos de Tecnologia em Agronegócio.

Atualmente, a FATEC em Itapetininga é um Projeto consolidado e oferece

cursos de Tecnologia nas áreas de: Tecnologias em Agronegócio – 80 vagas;

Tecnologia em Informática – para a Gestão de Negócios – 80 vagas; Tecnologia em

Comércio Exterior – 80 vagas.

Em parceria com a Fundação de Apoio à Tecnologia do Centro Paula Souza

(FAT), a FATEC de Itapetininga está oferecendo também, a primeira Pós-Graduação

em Logística Integrada à Agroindústria.

Outros Cursos serão implantados nos próximos anos, de acordo com a

demanda da região e, já com autorização da Superintendência do Centro Paula

Souza, para o 1º semestre de 2011, será oferecido o curso de Tecnologia em

Gestão da Qualidade. Está em discussão, a implantação do Curso de Tecnologia em

Gestão do Conhecimento para os próximos anos.

Com a conquista pelo Poder Público Municipal deste importante Projeto em

Itapetininga que é a FATEC, pode-se concluir, concordando com John Dewey que ”a

Educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a

vida, é a própria vida.”

3.7.1.2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFSP

Como citamos anteriormente, o Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia – IFSP, é a nova denominação do antigo Centro Federal de Educação

Tecnológica – CEFET. Essa alteração ocorreu por força da Lei Federal nº 11.892, de

29 de dezembro de 2008, e não foi uma simples mudança de nomenclatura ou sigla.

Na verdade o IFSP se comporta como um Centro Universitário, com autonomia para

a criação de cursos superiores gratuitos, com a restrição de que 50% das vagas

sejam destinadas ao ensino técnico e 20% aos cursos de licenciatura.

Dessa forma, a criação e implantação de mais cursos depende de estreito

relacionamento e apoio por parte do município e da comunidade de um modo geral,

além dos municípios vizinhos.

Page 84: A2 plano de educação de Itapetininga

82

O início das atividades do IFSP, em Itapetininga, ocorreu, efetivamente, no 2º

semestre de 2010, com o 1º curso presencial gratuito de licenciatura:

- Física

3.7.1.3 Outras Instituições de Ensino Superior

• FACULDADES INTEGRADAS DE ITAPETININGA – FII / FKB

- Educação Física

- Direito

- Comunicação Social - Relações Públicas e Publicidade e Propaganda

- Administração

- Curso de Tecnologia em:

Gestão Comercial

Gestão Financeira

Logística

Secretariado

• INSTITUTO ITAPETININGANO DE ENSINO SUPERIOR - IIES

- Direito

- Administração de Empresas

- Ciência da Computação

- Comunicação Social – Publicidade e Propaganda

- Turismo

- Cursos de Tecnologia em: Gestão Comercial e Comércio Exterior

• ORGANIZAÇÃO SUPERIOR DE ENSINO - OSE

- Administração

- Ciências Contábeis

- Sistemas de Informação

- Ciências Sociais

- História

- Letras: Português e Inglês

- Pedagogia

- Matemática

Page 85: A2 plano de educação de Itapetininga

83

3.7.2 Objetivos e Metas

Fomentar ações, em conjunto com os sistemas Estadual e Federal, bem

como com os segmentos da sociedade, que visem:

a) Promover o levantamento de vocações regionais e carências em cursos

superiores públicos de graduação, sejam para formação de tecnólogos,

bacharéis ou licenciados;

b) Apoiar a ampliação do oferecimento de novos cursos diferenciados, tanto de

faculdades particulares como de universidades públicas em níveis de

graduação e pós – graduação;

c) Articular as pesquisas universitárias em nível de graduação e pós-graduação

- lato sensu e stricto sensu - visando ações estratégicas de desenvolvimento

tecnológico e cultural do Município de Itapetininga;

d) Criar políticas que facilitem às minorias o acesso à educação superior,

através de programas de compensação de deficiências de sua formação

escolar anterior, permitindo-lhes, dessa forma, competir em igualdade de

condições nos processos de seleção e admissão a esse nível de ensino;

e) Estimular as instituições de ensino superior atuantes no município a

identificar, na educação pública, estudantes com altas habilidades

intelectuais, com vistas a oferecer bolsas de estudo e apoio ao

prosseguimento dos estudos;

f) Oferecer apoio e incentivo governamental para as instituições comunitárias,

sem fins lucrativos, que se instalarem no município com a finalidade de oferta

de cursos em nível superior, levando em consideração a avaliação do custo e

a qualidade do ensino oferecido;

g) Criar conselhos, com a participação da comunidade e de entidades da

sociedade civil organizada, para acompanhamento e controle social das

atividades universitárias, como também para exercer, em conjunto com o

Poder Público Municipal, ações políticas e administrativas visando a

instalação de novos cursos universitários no município, tanto particulares

como públicos de modo a conseguir, não só a ampliação do número de vagas

oferecido, como também a diversificação das modalidades de cursos.

Page 86: A2 plano de educação de Itapetininga

84

3.8 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

3.8.1 Diagnóstico

A Educação a Distância (EAD) é uma forma de ensino que possibilita a

autoaprendizagem, porque permite o desenvolvimento do conhecimento, de

habilidades e de competências por meio de recursos didáticos e suportes de

informação variados e sistematicamente organizados que são utilizados

isoladamente ou de forma combinada e veiculados por diversos meios de

comunicação.

É importante e necessária a integração de várias mídias na EAD, porque se

procura otimizar as potencialidades, as características e a flexibilidade dos

diferentes recursos tecnológicos de comunicação e informação, como rádio, TV,

informática, Internet, material impresso, multimídia, a fim de garantir uma

aprendizagem de qualidade.

A regulamentação constante na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) é o

reconhecimento da construção de um novo paradigma da EAD. Cabe à União o

credenciamento das instituições autorizadas a oferecer cursos nessa modalidade; o

estabelecimento dos requisitos para a realização de exames e o registro de

diplomas, conforme LDB 9394/9621.

A LDB 9394/9622 estabelece ainda, que é de responsabilidade dos sistemas

de ensino as normas para produção, controle e avaliação dos programas, assim

como a autorização para sua implementação.

21 Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um ano a partir da publicação desta Lei. § 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação desta Lei, encaminhará, ao Congresso Nacional,

o Plano Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos.

§ 2o O poder público deverá recensear os educandos no ensino fundamental, com especial atenção para o grupo de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos de idade e de15 (quinze) a 16 (dezesseis) anos de idade. (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006)

22LDB 9394/96: § 3o O Distrito Federal, cada Estado e Município, e, supletivamente, a União, devem: (Redação dada

pela Lei nº 11.330, de 2006) I – matricular todos os educandos a partir dos 6 (seis) anos de idade no ensino fundamental; (Redação

dada pela Lei nº 11.274, de 2006) a) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) b) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) c) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e adultos insuficientemente escolarizados;

Page 87: A2 plano de educação de Itapetininga

85

Na opinião de especialistas, educar pela EAD constitui uma forma de oferecer

ao aluno referências teóricas e práticas que o conduzem à aquisição de

competências cognitivas, habilidades e atitudes, promovendo não só o pleno

desenvolvimento da pessoa, como também a possibilidade do exercício da

cidadania e da qualificação para o trabalho. Portanto, trabalhar com EAD requer

sério planejamento, pesquisa, conteúdos pertinentes e desafiadores, a fim de não

tornar o aluno um simples depositário de materiais; além de uma permanente

avaliação da aprendizagem e cuidadosa operacionalização do sistema. É, assim, um

trabalho para equipe interdisciplinar.

A EAD incorpora os processos de ensino-aprendizagem utilizados no ensino

presencial, no qual incentivar a participação e a interação são condições para que

ocorra a aprendizagem; ainda suscita a expressão e a confrontação das

subjetividades, o que supõe lidar com as diferenças, trabalhando a tolerância e a

democracia.

Contudo, a EAD se distingue do ensino presencial ao modificar tanto a

relação espaço/tempo como o conceito de interatividade, ao acelerar a

transformação da informação em conhecimento significativo e ao ajudar a reduzir as

desigualdades regionais.

A distância geográfica e o uso das múltiplas mídias são características

inerentes à Educação a Distância, embora não suficientes para definirem sua

concepção educacional.

Ela nasceu da necessidade de divulgar conteúdos, principalmente, para as

populações que possuem dificuldade de acesso aos meios regulares da

escolarização, contemplando o oral e o visual. Por essa razão, embora as políticas

públicas dessa modalidade educacional não se mostrem adequadas à diversidade

das situações existentes, não há como ignorar as possibilidades da EAD para a

inclusão educacional de parcela considerável da população brasileira.

No Município de Itapetininga, são oferecidos cursos de Ensino a Distância,

através do governo municipal e, também, da parceria de instituições privadas com

Universidades e Faculdades de outras cidades e outros estados, que geram Polos

III - realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também, para

isto, os recursos da educação a distância; IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino fundamental do seu território ao sistema nacional de

avaliação do rendimento escolar.

Page 88: A2 plano de educação de Itapetininga

86

de Ensino a Distância. Essa iniciativa, vinda também do setor privado, tem grande

importância na democratização do ensino superior, pois oferece cursos de alta

qualidade, uma vez que excelentes professores são disponibilizados para o Brasil

todo, por um custo acessível e gratuitamente, quando oferecido pelo governo

municipal. Os polos consultados têm grande expectativa de crescimento para os

próximos anos. Abaixo, cursos já oferecidos em Itapetininga:

3.8.1.1 Universidade Aberta do Brasil – EAD - Polo “Chopin Tavares de Lima”

Buscando manter a sintonia com as transformações que ocorrem de modo

cada vez mais acelerado no mundo do trabalho e, conseqüentemente, sobre o perfil

exigido para os trabalhadores, a Prefeitura do Município de Itapetininga, estabeleceu

como sua principal meta a educação. Sendo assim, Itapetininga iniciou suas

atividades no ensino superior público à distância, em setembro de 2007. Mas, a

história deste Projeto educacional teve início em 2005, focando como o principal

objetivo contribuir para o desenvolvimento das pessoas, através de uma educação

superior de qualidade e gratuita. Concorda-se, ao escolher o ensino à distância para

Itapetininga, com Roberto Palhares, dirigente do Instituto Monitor “(...) Pensando no

futuro, podemos dizer, sem receio de errar, que a educação à distância, em sua

evolução, será um formato que irá preponderar sobre qualquer outro”.

Em 20 de dezembro de 2005, através do Edital SEED - MEC nº 01, a

Prefeitura do Município de Itapetininga apresentou o Projeto que se considerou

receber um Polo Presencial para o Sistema Universidade Aberta do Brasil.

Denominou o seu projeto como “INSTRUMENTO DE DEMOCRACIA POLÍTICA E

DE EMANCIPAÇÃO ECONÔMICA”, proposta feita em abril de 2006. Na

apresentação do Projeto, o Senhor Prefeito Roberto Ramalho Tavares, justificou23:

[...]A instalação da Universidade Pública é um sonho regional, já que é uma antiga e justa reivindicação dos municípios que compõem a Região de Governo de Itapetininga e municípios circunvizinhos, este documento apresenta informações e considerações que julgamos interessantes para o diálogo necessário que agora esperamos estreitar e aprofundar.

23 Trecho do discurso proferido pelo Excelentíssimo Sr. Prefeito Municipal de Itapetininga, Roberto Ramalho, pela concretização do Projeto “ Instrumento de Democracia Política e de Emancipação Econômica” da Universidade Aberta (UAB) , em Itapetininga. (2006).

Page 89: A2 plano de educação de Itapetininga

87

Iniciou assim, o grande diálogo para a instalação do Polo de Ensino à

Distância em Itapetininga e o estabelecimento de importantes parcerias junto às

Universidades Públicas do Brasil.

O Diário Oficial da União (DOU) – 30/06/2006 – pág. 96 – seção 3 tornou

público a avaliação preliminar do Processo Seletivo dos Polos de Apoio Presencial e

de Cursos Superiores de Instituições Federais de Ensino Superior para o Sistema

Universidade Aberta do Brasil – UAB – de acordo com os pareceres emitidos pela

Comissão de Seleção instituída por meio da Portaria/MEC nº 7.097 – de 31 de maio

de 2.006. Nessa mesma data, foi assinado em Brasília, o ACORDO DE

COOPERAÇÃO TÉCNICA N 218/2006, que entre si celebram a União, representada

pelo Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de Educação à distância e

o Município de Itapetininga/SP. Assinaram o referido documento o Senhor Ministro

de Estado da Educação, Fernando Haddad; o Senhor Secretário de Educação à

Distância, Ronaldo Mota e o Senhor Prefeito do Município de Itapetininga, Professor

Roberto Ramalho Tavares.

No Acordo de Cooperação Técnica explicita “que nas finalidades e objetivos

sócio-educacionais considerou-se em regime de Colaboração da União com entes

federativos, com o objetivo da democratização, expansão e interiorização da oferta

do ensino superior, público, gratuito e de qualidade – prioritariamente de formação

inicial e continuada de professores da educação básica, na modalidade de educação

à distância, bem como a promoção e o desenvolvimento de projetos de pesquisa e

de método lógicos inovadores para a educação nacional.”

Para a viabilização do Acordo de Cooperação Técnica do Polo Municipal

UAB, o Município comprometeu-se a criar uma estrutura e organizá-la para manter o

Polo de Apoio Presencial.

Um Polo de Apoio presencial é definido pelo MEC como unidades

operacionais para o desenvolvimento descentralizado das atividades pedagógicas e

administrativas relativas aos cursos e programas ofertados à distância pelas

instituições públicas de ensino superior no âmbito do Sistema UAB. Mantidos por

Municípios ou Governos estaduais, os Polos oferecem a infraestrutura física,

tecnológica e pedagógica para que os alunos possam acompanhar o ensino à

distância. Também pode ser entendido como local de encontro onde acontecem os

momentos presenciais, o acompanhamento e a orientação para os estudos, as

práticas laboratoriais e as avaliações presenciais.

Page 90: A2 plano de educação de Itapetininga

88

O objetivo dos Polos é oferecer o espaço físico de apoio presencial aos

alunos da sua região, mantendo as instalações físicas necessárias para atender aos

alunos em questões tecnológicas, de laboratório, de biblioteca e outros.

O Polo de Apoio Presencial – EaD – “Chopin Tavares de Lima”, em

Itapetininga-SP, foi construído pelo Poder Público Municipal, equipado com

laboratórios exigidos para a proposta educacional e tornou-se referência nacional,

como Polo Municipal UAB – pelo investimento aplicado no projeto, especialmente,

realizado para esse fim. Ao iniciar suas atividades em setembro de 2007, alunos e

tutores puderam usufruir dos amplos ambientes educacionais, assim como

laboratórios com equipamentos de altíssima tecnologia.

As parcerias foram realizadas, a princípio, com a UFSCar- Universidade

Federal de São Carlos - com a oferta dos cursos em Engenharia Ambiental,

Tecnologia Sucroalcooleira e também, com a UNIFESP, com o Curso de

Especialização Informática em Saúde, totalizando 150 vagas.

Em meados de 2008, iniciou o Curso de Educação Musical pela UFSCar e as

licenciaturas de Artes Visuais e Teatro, oferecidas pela UnB – Universidade de

Brasília. Logo após, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), começou suas atividades

com três cursos de pós-graduação na área de saúde pública.

Com a implantação de novos cursos e novas turmas, o projeto passou a

ampliar-se oferecendo cursos de Pós-graduação, Capacitação e Extensão em

parceria com outras Universidades Públicas, como segue:

• UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)

- Engenharia Ambiental – Bacharelado - 2007

- Educação Musical – Licenciatura - 2008

- Tecnologia Sucroalcooleira – Tecnologia - 2007

- Gênero e Diversidade na Escola – Extensão – 2009

- Relação Étnico Racial – Extensão – 2009

• UNIVERSIDADE DE BRASILIA (UnB)

- Teatro – Licenciatura - 2007

- Artes Visuais – Licenciatura – 2007

- Biologia – Licenciatura - 2008

- Geografia – Licenciatura - 2008

Page 91: A2 plano de educação de Itapetininga

89

- Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar – Especialização - 2009

• UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO (UNIFESP)

- Cuidados Primários em Oftalmologia

- Reflexo Vermelho e Fundo de Olho - Aperfeiçoamento - 2009

- Informática em Saúde - Especialização - 2007

- Cuidado Pré-Natal - Especialização - 2009

- Gestão em Enfermagem - Especialização – 2009

- Educação Ambiental - Aperfeiçoamento – 2010

• FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ)

- Vigilância Sanitária – Aperfeiçoamento - 2008

- Gestão em Saúde – Especialização - 2008

- Gestão de Projetos de Investimentos em Saúde : Aperfeiçoamento - 2008

- Facilitadores de Educação Permanente em Saúde – Aperfeiçoamento - 2009

- Ativadores de Processos de Mudanças na Formação – Especialização – 2009

• UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) - 2009

- Auxiliar de Biblioteca – Extensão

- Empreendedorismo e Inovação – Extensão

- Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância-Especialização

- Novas Tecnologias no Ensino da Matemática – Especialização

• UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ (UTFPR)

- Gestão Pública Municipal – Especialização – 2010

• UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – JÚLIO DE MESQUITA FILHO –

(UNESP)

- Pedagogia – Licenciatura – 2011

Além das parcerias citadas, o Polo recebe as capacitações dos professores

da rede municipal, assim como das demais secretarias municipais e também do

Governo de São Paulo, através da Diretoria Regional de Saúde e Governo Federal,

como já aconteceu com a capacitação para os Telecentros Comunitários e a

Controladoria Geral da União. O Polo de Itapetininga, tornou-se um centro de

Page 92: A2 plano de educação de Itapetininga

90

difusão do conhecimento para a cidade e região. Conta, atualmente, com mais de

1.200 (um mil e duzentos) alunos, oriundos de mais de 100 municípios e 11

Unidades da Federação.

Assim, reafirma-se um grande projeto educacional em Itapetininga, que é a

oferta de ensino superior gratuito, sonho de todos os itapetininganos, traduzido no

discurso do Senhor Prefeito: “Trabalhamos muito para começar a colher os frutos do

investimento feito em educação e na modernização administrativa, base solidamente

construída e fundamental para o desenvolvimento de Itapetininga, que se consolida

como polo regional na área educacional e na saúde”.

3.8.1.2 Outras Instituições de Ensino a Distância

• UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ (UNOPAR VIRTUAL)

POLO DE ITAPETININGA: COLÉGIO ALPIS VEREDAS

GRADUAÇÃO

- Administração

- Ciências Contábeis

- História

- Letras: Habilitação Licenciatura em Língua Portuguesa e Literaturas

- Pedagogia – Licenciatura

- Serviço Social

- Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

- Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais

- Superior de Tecnologia em Marketing

- Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental

- Superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos

- Superior de Tecnologia em Gestão Comercial

PÓS-GRADUAÇÃO - ESPECIALIZAÇÃO LATO – SENSU

- MBA Executivo de Negócios

- MBA em Gestão de Pessoas

- Direito Público

- Bovinocultura de Corte

- Contabilidade Empresarial e Auditoria

Page 93: A2 plano de educação de Itapetininga

91

- Educação Especial Inclusiva

- Gestão e Organização da Escola

• UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP)

POLO DE ITAPETININGA: COLÉGIO OBJETIVO

GRADUAÇÃO

- Administração

- Ciências Contábeis

- Letras

- Matemática

- Pedagogia

- Serviço Social

GESTÃO

- Marketing

- Pequenas e Médias Empresas

- Recursos Humanos

- Sistema de Informação

- Administração Financeira

PÓS- GRADUAÇÃO

- Administração Geral, em Recursos Humanos e Hospitalar

- Direito Civil

- Direito do Consumidor

- Direito do Trabalho

- Direito Empresarial

- Direito Penal

- Direito Processual e Tributário

- Especialização de Professores para Ensino Superior

- Marketing

- Estratégia em Negócios

Page 94: A2 plano de educação de Itapetininga

92

• GRUPO EDUCACIONAL (UNINTER)

POLO DE ITAPETININGA: COLÉGIO UNIVERSITÁRIO

GRADUAÇÃO

- Comércio Exterior

- Logística

- Processos Gerenciais

- Gestão Pública

- Gestão Financeira

- Gestão Comercial

- Gestão da Produção

- Marketing

- Secretariado

- Pedagogia

PÓS – GRADUAÇÃO

- Área Educacional: Educação Especial e Inclusiva, Psicopedagogia,

Metodologia do Ensino do Núcleo Comum, Artes, Biologia e Química;

- Educação Superior: História e Geografia, Letras, Matemática e Física, Ensino

Religioso, Supervisão e Orientação Escolar;

- Direito: Direito Ambiental, Direito Processual e Civil;

- Área da Saúde: MBA- Gestão Hospitalar;

- Área Empresarial: Contabilidade das Sociedades por Ações, Contabilidade Pública

e Fiscal, Engenharia de Produção, Gestão Ambiental, Recursos Humanos;

- Comércio Internacional, Administração Pública, Gerência de Cidades;

- Secretariado, Marketing, Administração de Empresas.

• UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO (UNICID)

PÓS-GRADUAÇÃO

- Educação

- Negócios

- Jurídico

Page 95: A2 plano de educação de Itapetininga

93

3.8.2 Diretrizes Político - Pedagógicas

No estágio atual de desenvolvimento das tecnologias da comunicação e da

informação, é imprescindível ampliar o conceito de Educação a Distância para

incorporar todas as possibilidades que elas propiciam em qualquer nível e

modalidade de educação, seja por meio de correspondência, transmissão

radiofônica e televisiva, programas de computador, Internet ou através dos mais

recentes processos conjugados de meios como a telemática e a multimídia.

A EAD poderá permear todos os demais níveis e modalidades de ensino,

incentivar a autonomia cognitiva, acelerar o processo de democratização do

conhecimento ao atingir um número maior de pessoas com baixos custos. Além

disso, a EAD respeita o ritmo de aprendizagem de cada um e as peculiaridades do

público a que se destina e possibilita o “aprender a aprender”, no qual o indivíduo

construirá o seu perfil educacional pessoal.

Pode, ainda, desempenhar um papel inestimável no desenvolvimento cultural

da população e principalmente, consolidar redes colaborativas de aprendizagem que

priorizem a relação todos para todos.

A EAD pode contribuir para a busca de novos paradigmas educacionais no

sentido de deslocar-se da concepção de:

Educação como sistema fechado, voltado para a transmissão e

transferência, para um sistema aberto, implicando processos transformadores que decorrem da experiência de cada um dos sujeitos da ação educativa. 24

A tecnologia deve ser usada como ferramenta, pois o fundamental é a

proposta pedagógica, o pensar filosófico. Mesmo com o uso de novas tecnologias,

corre-se o risco de reproduzir formas arcaicas de Educação, que contribuem para

perpetuar e reforçar modelos excludentes da sociedade atual. Na nova metodologia,

a noção de erro é algo que pode ser revisto e reformulado para possibilitar a

produção de novos saberes. Deve-se incentivar a consciência de que novas

24 Fórum Nacional de Pró-Reitores de Graduação das Universidades Brasileiras – For Grad/ (2001)

Page 96: A2 plano de educação de Itapetininga

94

tecnologias permitem partilhar saberes e sentimentos e de que se tem sempre a

oportunidade de incorporar ideias do outro às suas.

Os cursos de EAD que asseguram o direito a certificados ou diplomas devem

ser rigorosamente regulamentados e acompanhados para garantir a sua qualidade e

a proteção da sociedade. Assim, é responsabilidade do Poder Público controlar e

garantir o bom nível dos programas que levam à certificação ou ao diploma, evitando

que a EAD torne-se fonte de renda fácil para segmentos menos comprometidos com

o desenvolvimento social e educacional do país.

Os critérios de avaliação desses cursos devem ser processuais, formativos,

que possibilitem e estimulem a auto-avaliação e sejam calcados em princípios de

ética e de qualidade. Precisam, contudo, exigir avaliações presenciais periódicas.

Todas as entidades particulares credenciadas, em uma visão igualitária e

inclusiva, deverão disponibilizar os materiais e a tecnologia para todas as escolas

públicas que demonstrarem interesse em parcerias, a fim de garantir a

democratização do acesso a esses recursos pela população menos favorecida.

A EAD pode ser utilizada como um importante instrumento de formação

continuada para professores em serviço. Também os cursos de licenciatura devem

usufruir as possibilidades da EAD e prepararem futuros professores para interagirem

com as novas tecnologias, com as rápidas mudanças do mundo do trabalho e de

uma sociedade globalizada. A própria Lei de Diretrizes e Bases considera,

explicitamente, a Educação a Distância como um importante instrumento de

formação e capacitação de professores em serviço, desde que devidamente

concebido e executado.

3.8.3 Objetivos e Metas

a) Incentivar a utilização dos canais educativos televisivos e radiofônicos, assim

como redes telemáticas de educação, para disseminação de programas

culturais e educativos, assegurando às escolas e à comunidade condições

básicas de acesso a esses meios;

b) Ampliar a oferta de programas de formação à distância para jovens e adultos

que não atingiram, na idade própria, a escolarização regular, especialmente

no Ensino Fundamental;

Page 97: A2 plano de educação de Itapetininga

95

c) Equipar as escolas públicas com computadores e acesso à Internet, com

antenas parabólicas digitais e câmeras de vídeo, promovendo a integração

desses recursos no projeto pedagógico da instituição;

d) Capacitar os professores da rede pública de ensino em informática básica,

Internet e no manuseio e aplicação pedagógica do computador, da televisão,

vídeo e câmera;

e) Facilitar e possibilitar aos professores das escolas públicas municipais acesso

aos recursos da informática para permitir a capacitação, bem como a

preparação das aulas;

f) Instalar, em cinco anos, núcleos de tecnologia educacional, os quais deverão

atuar como centros de orientação para as escolas e para os órgãos

administrativos dos sistemas de ensino no acesso aos programas

informatizados e aos vídeos educativos.

3.9 FINANCIAMENTO E GESTÃO DO ENSINO

3.9.1 Diagnóstico

Em função da natureza federativa do Estado Brasileiro, a Constituição Federal

prevê uma divisão das responsabilidades entre União, Estados e Municípios que

determina a organização dos sistemas de ensino em regime de colaboração. Para

tanto, a União, no exercício de sua função redistributiva e supletiva, incumbir-se-à de

garantir a equalização de oportunidades educacionais, bem como o padrão mínimo

de qualidade de ensino mediante efetiva assistência técnica e financeira a todos os

Estados e Municípios.

Compete, portanto, ao Estado e seus Municípios definirem as formas de

colaboração na oferta do Ensino Fundamental, assegurando a distribuição

proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os

recursos financeiros disponíveis em cada uma das esferas do Poder Público.

Também por essa divisão de responsabilidades, o Estado tem o dever

constitucional de assegurar o Ensino Fundamental obrigatório, bem como a

progressiva universalização do Ensino Médio gratuito. Os Municípios deverão,

igualmente, organizar os seus sistemas de ensino e responsabilizar-se-ão,

Page 98: A2 plano de educação de Itapetininga

96

prioritariamente, pelo Ensino Fundamental – inclusive para os que a ele não tiverem

acesso na idade própria – e pela Educação Infantil, só podendo atuar nos níveis

mais elevados, quando a demanda naqueles níveis estiver plena e satisfatoriamente

atendida.

Para que o Município possa cumprir fielmente esses deveres, deve elaborar e

executar políticas públicas que estejam em sintonia com as normas constitucionais

vigentes e com as diretrizes emanadas do Plano Nacional de Educação, com o

intuito de possibilitar a coordenação e integração de suas ações no âmbito

educacional.

Com a aprovação da Emenda Constitucional n.º14/96 reforçou-se o papel do

Município como responsável prioritário do atendimento do Ensino Fundamental.

Esse atendimento, até 1995, esteve concentrado na esfera da rede estadual.

Para garantir a execução dos seus objetivos, programas e metas do PMEI,

visando assegurar o atendimento de acordo com os dispositivos constitucionais e Lei

Orgânica, o Município aplicará, anualmente, na manutenção e desenvolvimento do

ensino e valorização do magistério, no mínimo 25% da receita resultante de

impostos, incluindo os provenientes de transferências.

O Município deverá garantir o padrão de qualidade do ensino oferecido nas

suas unidades escolares, visando a assegurar ao educando uma formação básica

indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no

trabalho e em estudos posteriores. Melhorar a qualidade da escola pública é de

suma importância, levando-se em consideração que tal postura beneficiará todos os

segmentos sociais, principalmente os mais carentes, transformando a educação

num eficaz instrumento de promoção da cidadania e inclusão social.

Com relação ao financiamento da educação, muitas alterações constitucionais

ocorreram. Desde a promulgação da Constituição de 1988, 25% das receitas dos

impostos e transferências dos estados, Distrito Federal e municípios se encontram

vinculados à Educação. Com a Emenda Constitucional n.º 14/96, 60% desses

recursos da educação passaram a ser subvinculados ao ensino fundamental (60%

de 25% = 15% dos impostos e transferências) sendo que parte da subvinculação de

15% passava pelo FUNDEF, cuja partilha de recursos tinha como base o número de

alunos do ensino fundamental atendido em cada rede de ensino.

Page 99: A2 plano de educação de Itapetininga

97

Criado em dezembro de 1996, no ano seguinte o FUNDEF foi implantado de

forma experimental no Estado do Pará e funcionou em todo o país de 1.º de janeiro

de 1998 e até 31 de dezembro de 2006.

Com a Emenda Constitucional n.º 53/2006, a subvinculação das receitas dos

impostos e transferências dos estados, Distrito Federal e municípios passaram para

20% e sua utilização foi ampliada para toda a educação básica por meio do

FUNDEB, que promove a distribuição dos recursos com base no número de alunos

da educação básica informados no censo escolar do ano anterior, sendo

computados os estudantes matriculados nos respectivos âmbitos de atuação

prioritária (Artigo 211 da Constituição Federal), ou seja, os municípios recebem os

recursos do FUNDEB com base no número de alunos da educação infantil e do

ensino fundamental e os estados com base nos alunos do ensino fundamental e

médio. Sua vigência é até 2020, atendendo, a partir do terceiro ano de

funcionamento, 47 milhões de alunos. Para que isso ocorra, o aporte de recursos do

governo federal ao Fundeb, de R$ 2 bilhões em 2007, aumentou para R$ 3,2 bilhões

em 2008, aproximadamente R$ 5,1 bilhões para 2009 e, a partir de 2010, será de

10% da contribuição total de estados e municípios.

Da mesma forma, a aplicação desses recursos pelos gestores estaduais e

municipais deve ser direcionada considerando a responsabilidade constitucional que

delimita a atuação dos estados e dos municípios em relação à educação básica.

3.9.2 Diretrizes Político - Pedagógicas

A Educação é um requisito essencial para o exercício pleno da cidadania,

para melhoria da qualidade de vida e para a elevação do índice de desenvolvimento

humano de um país. Sintonizada com as conquistas sociais da modernidade,

consagradas especialmente pela Declaração Universal dos Direitos do Homem e

pela Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, a Constituição Federal

de 1988 determinou, expressamente, que “a Educação é um direito de todos e dever

do Estado e da família”, de acordo com o Artigo 205, devendo ser assegurada, “com

absoluta prioridade à criança e ao adolescente”, conforme consta no Caput do Artigo

227, “pela família, pelo Estado e pela sociedade”. Assim, o fundamento da obrigação

Page 100: A2 plano de educação de Itapetininga

98

do Poder Público de financiar a Educação está no fato de se constituir num direito e

não necessariamente num valor econômico.

Nesse sentido, os recursos educacionais são geridos por meio de “fundos de

natureza contábil” e “contas específicas”. Esse instrumento permite que a vinculação

seja efetiva, sendo a base do planejamento. Além disso, permite um controle social

mais eficaz e evita a aplicação excessiva de recursos nas atividades meio e a

interferência de pressões de natureza política.

Em Itapetininga, a parceria entre Estado e Município no Ensino Fundamental

promoveu a universalização desse segmento da escolaridade.

Observa-se, também, um número crescente de matrículas no Ensino Médio,

na rede estadual e da educação infantil, na rede municipal. Constata-se a

necessidade de ampliar progressivamente a matrícula para a educação infantil de 0

a 5 anos nas EMEIs.

Constituem-se diretrizes importantes deste Plano na busca de aprimoramento

contínuo do regime de colaboração, no campo da educação, de modo a tornar mais

eficiente e eficaz a ação de todos e de cada um na sua respectiva esfera de

responsabilidade educacional.

O Estado e o Município têm a incumbência de elaborar os seus Planos de

Educação. Portanto, é necessário que cada sistema mantenha a sua rede de

informação com garantia de aprimoramento da base de dados educacionais e o

aperfeiçoamento dos processos de coleta e armazenamento de dados censitários e

estatísticos disponíveis.

Essa base de dados contribui para a consolidação do sistema de avaliação

educacional, que é fundamental para verificar a eficácia das políticas públicas

adotadas, e, também, definir prioridades e melhorar a qualidade do ensino.

Há que se adotar políticas eficientes voltadas para a otimização dos recursos

financeiros existentes, bem como para a captação de novas fontes de

financiamento, que garantam a efetiva implementação deste Plano Municipal de

Educação do Município de Itapetininga.

A descentralização da gestão deve ser fortalecida nas dimensões

pedagógicas administrativas e de gestão financeira, como determina a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional25 A maior autonomia das escolas

25 LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996:

Page 101: A2 plano de educação de Itapetininga

99

corresponderá, proporcionalmente, à responsabilidade perante a sociedade de

oferecer uma escola pública de qualidade para todos os cidadãos.

Deve-se aperfeiçoar a gestão democrática – Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional26 através de conselhos escolares dos quais participem

representantes da comunidade educacional e local, com a elaboração do projeto

político-pedagógico da escola.

A integração escola – comunidade, através de sua proposta político-

pedagógica, deverá ser plenamente consolidada, para que a escola possa firmar-se,

no cenário atual, como um espaço privilegiado a debates de questões sociais

emergentes, caracterizadas pelas necessidades locais das unidades escolares, que

conduzam à conscientização da importância da participação dos pais, alunos,

comunidade, diferentes segmentos da sociedade civil, na construção de uma escola

compatível com as demandas de uma sociedade moderna. A consolidação dessa

parceria contribuirá para a reversão do quadro de violência nas escolas e para a

conquista plena da cidadania.

A Educação de qualidade para todos é um dos instrumentos de superação

das desigualdades sociais na distribuição de renda e erradicação da pobreza. Dessa

forma, ela poderá tornar-se um fator estratégico de desenvolvimento do País,

diminuindo diferenças e viabilizando a existência de uma sociedade igualitária e

mais justa. O financiamento equitativo de todas as escolas públicas,

independentemente de Estados e Municípios, ricos ou pobres, é um dos

instrumentos mais eficazes dessa política de justiça social. Portanto, é

imprescindível que todos os Governos, principalmente os Municipais, tenham

absoluta lisura e transparência na utilização dos recursos do FUNDEB e demais

recursos destinados constitucionalmente à área da educação, adotando estratégias

Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público.

26 LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996: Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Page 102: A2 plano de educação de Itapetininga

100

para que essas sejam efetivamente alocadas às escolas, para assim, evitar todos os

estratagemas de desvio ou de corrupção no uso de verbas públicas.

É imprescindível também, fortalecer as instâncias de controle interno e

externo, os órgãos de gestão dos sistemas de ensino, como o Conselho Municipal

de Educação e os órgãos de controle social, como o Conselho de Acompanhamento

e Controle Social do FUNDEB.

3.9.3 Objetivos e Metas

a) Estabelecer mecanismos que assegurem o cumprimento dos artigos 70 e 71

da Lei de Diretrizes e Bases, que definem os gastos admitidos como de

manutenção e de desenvolvimento do ensino e aqueles que não podem ser

incluídos nessa rubrica;

b) Manter o convênio para a continuidade do programa de merenda escolar,

fornecendo às escolas das redes estadual e municipal de ensino, o

indispensável suporte para que a Merenda Escolar seja preparada e

distribuída, diariamente, aos alunos de todos os níveis de ensino da

Educação Básica, nos períodos diurno e noturno;

c) Garantir, entre as metas dos Planos Plurianuais vigentes nos próximos dez

anos, a previsão do suporte financeiro às metas constantes neste PDEMI;

d) Manter o convênio e interceder junto aos governos estadual e Federal

objetivando a ampliação de recursos para o transporte escolar;

e) Assegurar o transporte escolar, prioritariamente nas zonas rurais, de forma a

garantir o acesso e a escolarização de alunos de ensino obrigatório, bem

como o transporte com acesso adaptado aos portadores de necessidades

especiais, de acordo com as normas estabelecidas pela Associação Brasileira

de Normas Técnicas (ABNT);

f) Dar continuidade e estimular parcerias envolvendo União, Estado e Município,

para a manutenção da Educação Básica, tendo em vista a execução dos

projetos das escolas públicas;

g) Investir em programas de formação continuada que ofereçam aos

profissionais que atuam em atividades docentes e de suporte pedagógico, na

rede pública de ensino, a oportunidade de aperfeiçoamento permanente, que

Page 103: A2 plano de educação de Itapetininga

101

resulte no aprimoramento das práticas escolares e garanta contínuas

melhorias do processo ensino e aprendizagem;

h) Garantir, através de mecanismos de controle e fiscalização, o rigoroso

cumprimento do Artigo 212 da Constituição Federal, bem como do Artigo 70

da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em termos do que pode

ser considerado como despesa de manutenção e desenvolvimento do ensino;

i) Assegurar a continuidade de apoio técnico e financeiro às instituições

privadas, sem fins lucrativos, para atendimento especializado de qualidade,

atestado em avaliação conduzida pelo respectivo sistema de ensino;

j) Ampliar os recursos destinados à Educação Profissional e criar mecanismos

de parceria com empresas e outras instituições que realizarem investimentos

nessa área;

k) Ampliar os recursos destinados à Educação Especial, viabilizando parcerias

com áreas da saúde, assistência social, trabalho e previdência, em todos os

níveis de ensino;

l) Investir, em médio prazo, na implementação de programas de Educação a

Distância, voltados aos diversos níveis e modalidades de ensino,

incorporando a utilização de diferentes tecnologias, seja por intermédio de

transmissão televisiva, programas de computador ou rede de comunicação

multimídia;

m) Aperfeiçoar o regime de colaboração entre os sistemas estadual e municipal

de ensino, com vistas a uma ação coordenada, compartilhando

responsabilidades, a partir das funções constitucionais próprias e supletivas;

n) Promover a gestão democrática por intermédio da ampliação do processo de

democratização e participação da comunidade e de todos os

segmentos da sociedade, assegurando a conscientização de todos quanto

aos seus respectivos papéis na melhoria da escola pública;

o) Fortalecer a integração com a comunidade e incentivar crianças e jovens para

a realização de atividades extracurriculares, transformando as relações

humanas no ambiente escolar, possibilitando vivenciar, na escola, o valor do

indivíduo como pessoa, como cidadão solidário e como partícipe de outros

grupos sociais;

p) Ampliar as parcerias entre estabelecimentos de ensino, empresas, ONGs,

sociedade civil e outras instituições, tendo em vista propiciar uma reflexão

Page 104: A2 plano de educação de Itapetininga

102

quanto ao aprimoramento da escola pública e ao processo de construção da

verdadeira escola cidadã;

q) Desenvolver padrão de gestão que priorize a destinação de recursos para as

atividades-fim, a descentralização, a autonomia da escola, a equidade, o foco

na aprendizagem dos alunos e a participação da comunidade;

r) Identificar e mapear, nos diversos sistemas de ensino (Municipal, Estadual,

Federal e Particular), as necessidades de formação inicial e continuada de

pessoal técnico – administrativo, a fim de promover investimentos compatíveis

para a implementação de programas de formação de pessoal, para atuar nas

escolas das respectivas redes;

s) Viabilizar por intermédio da implementação de metodologias facilitadoras da

inclusão dos alunos com necessidades especiais, fazendo prevalecer o

respeito às diferenças, para que possam conviver numa sociedade

heterogênea, de maneira integrada e harmônica;

t) Interceder junto aos governos Estadual e Federal para o estabelecimento de

políticas e critérios de alocação de recursos, de forma a reduzir as

desigualdades regionais;

u) Viabilizar, no Ensino Municipal, normas e diretrizes gerais desburocratizantes

e flexíveis, que estimulem a iniciativa e o desenvolvimento de ações;

v) Estimular e orientar a criação de Conselhos Escolares, em todas as unidades

de ensino que não os possuem e conscientizar a necessidade de participação

de seus membros na gestão escolar.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implementação, com sucesso, do Plano Municipal de Educação de

Itapetininga depende não só da mobilização e da vontade política das forças sociais

e institucionais, mas também de mecanismos e instrumentos de supervisão e

avaliação das ações desenvolvidas no ensino, nos dez anos de sua vigência.

A Secretaria Municipal de Educação é, no âmbito do Município, responsável

pela coordenação do processo de implantação e consolidação deste Plano. Além

dela, deve desempenhar papel relevante o Conselho Municipal de Educação, a

Diretoria de Ensino - Região de Itapetininga- e as demais instituições ligadas ao

Page 105: A2 plano de educação de Itapetininga

103

movimento dos trabalhadores em educação, as entidades representativas de

estudantes e seus pais, as instituições de ensino superior, bem como todas as

entidades e pessoas que se disponham a zelar para o oferecimento de ensino de

qualidade para todos os cidadãos da cidade de Itapetininga.

Para garantir a fiel e criteriosa execução desse Plano, os conselhos

municipais já atuantes no Município devem também ser convocados, quais sejam:

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, os Conselhos

Tutelares, Conselhos de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), Conselho

Municipal de Saúde e Conselho Municipal de Assistência Social. Todas essas

entidades e seus representantes devem estar conscientes de que são

corresponsáveis pelo êxito deste Plano.

Assim, sob uma ótica ampla e abrangente, o conjunto dessas instituições,

sejam elas governamentais ou não, devem assumir o compromisso de

acompanhamento e avaliação das diretrizes, objetivos e metas aqui estabelecidos,

usando para isso os instrumentos e os mecanismos de que cada uma dispõe e

sugerindo, sempre que necessário, as intervenções para correção de rumo ou

adaptações de percurso. Além de dados quantitativos levantados nos índices de

atendimento, matrícula e evasão, as informações qualitativas sobre a aprendizagem,

resultantes de avaliação externa, são relevantes nesse acompanhamento.

O Sistema de Avaliação do Ensino Básico (SAEB), Provinha Brasil e Prova

Brasil, o Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo

(SARESP) e o Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) constituem instrumentos orientadores

para a gestão da Educação Básica e devem ser caminhos para que, em parceria

com o Ministério da Educação, seja feita, anualmente, avaliação externa da

Educação Básica do Município.

Os dados e análises fornecidos por esses sistemas de avaliação configuram

indicadores qualitativos e quantitativos para:

a) Acompanhar o desempenho escolar dos alunos;

b) Identificar como vem se processando a aprendizagem;

c) Criar formas de gerir o sistema de ensino e as escolas;

Page 106: A2 plano de educação de Itapetininga

104

d) Reorganizar as ações educacionais com a adoção de estratégias

diferenciadas;

e) Instaurar uma reflexão sobre a qualidade do ensino nas instâncias centrais

do sistema educacional;

f) Estabelecer uma cultura avaliativa na Educação do Município;

g) Engajar a sociedade civil, através da divulgação dos resultados da

avaliação, na promoção da melhoria da qualidade de ensino.

Neste contexto, o PMEI considera a formação, o desenvolvimento profissional

e a valorização dos trabalhadores da educação, que sempre estiveram, de alguma

forma, presentes na agenda de discussão e, neste documento, refere-se ao conjunto

de todos os trabalhadores que atuam na rede municipal de educação que são os

professores, especialistas, funcionários de apoio e técnico-administrativos. Entende-

se, que não se pode dissociar formação e valorização profissional, por isso se

estabeleceu metas a médio e longo prazo, que deverão ser alcançadas:

a) Assegurar o cumprimento do piso salarial profissional nacional, plano de

carreira e condições de trabalho;

b) Criar, em 5 anos, um programa de bolsas para professores da rede municipal

em nível de mestrado e doutorado, garantindo a licença remunerada durante

o período do curso, sem prejuízo funcional e com o estabelecimento de

critérios contidos no plano de cargos, carreiras e salários;

c) Sedimentar o Polo da UAB em centro de formação continuada dos

profissionais da educação, no que diz respeito a todas as modalidades de

ensino;

d) Criar dispositivo legal que proporcione a aplicação da dedicação exclusiva

dos docentes em uma única instituição de ensino;

e) Implementar formação continuada dos profissionais do magistério voltada

para as novas tecnologias;

f) Efetivar parcerias com as universidades como instâncias formadoras, para

que elas se aproximem da prática cotidiana das escolas;

g) Contribuir para a formação de toda a equipe gestora, por meio de cursos que

enfoquem o conhecimento e a compreensão das leis que regem a educação

e a administração pública.

Page 107: A2 plano de educação de Itapetininga

105

Finalmente, percebe-se que assumir a universalização da educação básica de

qualidade para todos, visando à inclusão social, exigirá a revisão crítica do que vem

sendo feito na formação inicial e continuada de professores e sua valorização. Há

desafios históricos, concernentes à articulação entre formação, profissionalização,

valorização, elevação do estatuto socioeconômico e técnico científico dos

professores e a ampliação do controle do exercício profissional, tendo em vista a

valorização da profissão e a construção da identidade profissional, que precisam ser

enfrentados pelos governos.

Diante disso, há objetivos gerais a serem atingidos como:

a) Investir na consolidação e no aperfeiçoamento de Sistemas de Avaliação de

Desempenho, como instrumento essencial para garantir o direito ao acesso, à

permanência e à aprendizagem bem sucedida em todos os níveis e

modalidades de Ensino;

b) Implementar e consolidar parcerias com o Ministério da Educação e

Secretaria Estadual de Educação, para que o Ensino Municipal de

Itapetininga possa participar da Avaliação do Ensino Básico (SAEB), da

Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP),

Provinha Brasil e Prova Brasil;

c) Implementar uma política voltada para a divulgação e socialização dos

resultados das experiências vivenciadas pelas escolas, ajudando a romper

com o isolamento que impede a relação e o intercâmbio entre as escolas do

município, em todos os níveis de ensino;

d) Promover a avaliação periódica da atuação dos professores, com base nas

diretrizes curriculares para os cursos de formação de docentes e de

profissionais da Educação, com vistas à identificação de necessidades e

características dos cursos de formação continuada;

e) Instituir mecanismos de colaboração entre os setores da Educação, Saúde e

Assistência Social, na manutenção, administração, controle e avaliação de

programas e projetos que atendam a crianças em idade escolar;

f) Utilizar instrumentos de acompanhamento e avaliação que permitam

assegurar a articulação entre teoria e prática nos programas de formação

continuada em serviço, visando ao aperfeiçoamento do desempenho das

equipes escolares, sob a ótica da gestão democrática e participativa;

Page 108: A2 plano de educação de Itapetininga

106

g) Realizar avaliações periódicas, em conjunto com o Conselho Municipal de

Educação, da execução do PDEMI, sendo a primeira delas no 1º ano após

sua implantação, tendo em vista o novo Plano Nacional de Educação, que

deverá ser instituído em 2010.

Esse Plano deve ser assumido, então, como um compromisso da própria

sociedade, condição essencial para que seus objetivos e metas sejam plenamente

alcançados.

Page 109: A2 plano de educação de Itapetininga

107

REFERÊNCIAS

BARROS, R., HENRIQUES, R. e MENDONÇA, R. Pelo fim das décadas perdidas: educação e desenvolvimento sustentado no Brasil. Desigualdade e Pobreza no Brasil, IPEA, cap. 14, p. 405–423, 2000. BRASIL. Lei 10.172/01. Plano Nacional de Educação. ______. Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro de1988. ______. Lei n.º 8069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. ______. Lei n.º 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, v. 134, n. 248, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 27834-27841. ______. Lei n.º 11.274, de 06 de fevereiro de 2006, que altera a redação dos Artigos 29, 30, 32 e 87 da Lei Federal n.o 9394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. ______. Decreto Federal n.º 6094, de 24 de abril de 2007 — Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com municípios, Distrito Federal e estados, e a participação das famílias e da comunidade. ______. Lei n.º 11494/2007, que regulamenta a Emenda Constitucional n.º 53, de 19 de dezembro de 2006, criando o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB. ITAPETININGA. Secretaria Municipal de Educação. Plano Municipal de Educação: versão preliminar. Mimeo, 2004. ______. Câmara Municipal. Lei Orgânica do Município de Itapetininga. SÃO PAULO (Estado). Constituição Estadual. IBGE.Censo.população. disponível em> http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/indicadores_sociais/tabela02.pdf .> acesso em 20 de fevereiro de 2010.

IBGE- Cidades Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1> acesso em 6 de Nov. de 2010.

Page 110: A2 plano de educação de Itapetininga

108

Portal do MEC. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/index.php?option=content&task=view&id=527&Itemid=521> acesso em 14 de abril de 2010

ForGRAD, Plano Nacional de Graduação: um projeto em construção. In: ForGRAD. Resgatando espaços e construindo idéias. 3. ed. ampl. Uberlândia: Edufu, 2004. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais. V.1-10.MEC/SEF, 1997.

Page 111: A2 plano de educação de Itapetininga

109

ANEXO A – Membros do Conselho Municipal de Educação-2003/2005

CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ITAPETININGA

Portaria n° 173, de 20 de novembro de 2003

MANDATO 2003-2005

I- Profª Solange Ladeira Pinheiro Rocha

Representante do Magistério Público Municipal de Educação Infantil;

II- Profª Marilisa Sacchi

Representante do Magistério Público Municipal do Ensino Fundamental;

III- Prof. José Maria Ferreira e

Prof. Luiz Pires de Abreu

Representantes do Magistério Público Estadual;

IV- Prof. Fausto Ramalho Tavares e

Prof. Carlos Eduardo Fernandes D’Andretta

Representantes do Ensino Superior;

V- Prof. Eduardo Martins de Mello e

Profª Luciana Maria Salem Cerqueira Curi

Representantes do Ensino Particular de 1° e 2° graus;

VI- Prof. Davi Antunes Correa

Representante da Diretoria Regional de Ensino;

VII- Dr. Celso Thibes Prado

Representante da Câmara Municipal de Itapetininga.

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110

ANEXO B – Membros do Conselho Municipal de Educação-2005/2007

CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ITAPETININGA

Decreto n° 206, de 22 de dezembro de 2005

MANDATO 2005-2007

I- Profª Alcilene de Oliveira Tagliarine

Representante do Magistério Público Municipal de Educação Infantil;

II- Profª Vera Lucia Rodrigues de Souza

Representante do Magistério Público Municipal do Ensino Fundamental;

III- Profª Lucelene Pelegrinetti Jardim e

Profª Lídia Araujo

Representantes do Magistério Público Estadual;

IV- Profª Elizabeth Siqueira de Oliveira e

Profª Eva Fagundes Weber

Representantes do Ensino Superior;

V- Profª Maria do Rosário Ruivo Válio e

Profª Maria Silvia Vieira

Representantes do Ensino Particular de 1° e 2° graus;

VI- Profª Telma Elizabete de Moraes

Representante da Diretoria Regional de Ensino;

VII- Vereador Wilson Batista Junior

Representante da Câmara Municipal de Itapetininga.

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111

ANEXO C – Membros do Conselho Municipal de Educação-2007/2008

CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ITAPETININGA

Decreto n° 415, de 2 de junho de 2008

MANDATO 2007-2009

I- Profª Alcilene de Oliveira Tagliarine

Representante do Magistério Público Municipal de Educação Infantil;

II- Profª Clara Luiza Antunes Napolitano

Representante do Magistério Público Municipal do Ensino Fundamental;

III- Prof Marcelo Martim Rodrigues da Silva e

Profª Lídia Araujo

Representantes do Magistério Público Estadual;

IV- Profª Elizabeth Siqueira de Oliveira e

Profª Eva Fagundes Weber

Representantes do Ensino Superior;

V- Profª Fabíola Rocha Fogaça Moraes e

Profª Patrícia Galrão e Cunha

Representantes do Ensino Particular de 1° e 2° graus;

VI- Profª Telma Elizabete de Moraes

Representante da Diretoria Regional de Ensino;

VII- Diretor Administrativo – Fernando da Cunha Leonel

Representante da Câmara Municipal de Itapetininga.

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112

ANEXO D – Membros do Conselho Municipal de Educação – 2008/2009

CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ITAPETININGA

Decreto n° 539, de 25 de junho de 2009

MANDATO 2008-2009

I- Profª Alcilene de Oliveira Tagliarine

Representante do Magistério Público Municipal de Educação Infantil;

II- Profª Edna de Medeiros de Morais

Representante do Magistério Público Municipal do Ensino Fundamental;

III- Prof Marcelo Martim Rodrigues da Silva e

Profª Lídia Araujo

Representantes do Magistério Público Estadual;

IV- Profª Elizabeth Siqueira de Oliveira e

Profª Eva Fagundes Weber

Representantes do Ensino Superior;

V- Profª Fabíola Rocha Fogaça Moraes e

Profª Patrícia Galrão e Cunha

Representantes do Ensino Particular de 1° e 2° graus;

VI- Profª Telma Elizabete de Moraes

Representante da Diretoria Regional de Ensino;

VII- Diretor Administrativo – Fernando da Cunha Leonel

Representante da Câmara Municipal de Itapetininga.

Page 115: A2 plano de educação de Itapetininga

113

ANEXO E – Avisos de Audiência Pública AVISO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA A PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ITAPETININGA FAZ SABER, que fica designado dia 27 de agosto de 2009, a partir das 19:00 horas, no Auditório da Câmara Municipal em Itapetininga, sito a Rua Monsenhor Soares, 251, centro, para Audiência Pública visando tratar de assunto pertinente ao Plano Decenal de Educação do Município de Itapetininga. Suzana Eugenia de Mello Moraes Albuquerque Secretaria Municipal de Educação de Itapetininga Fonte: Imprensa Oficial do Município de Itapetininga, criada pela Lei 1744/73, p.7, 08 de agosto de 2009. AVISO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA A PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ITAPETININGA FAZ SABER, que fica designado o dia 07 de outubro de 2009, a partir das 19:00 horas, no Auditório da Câmara Municipal em Itapetininga, sito a Rua Monsenhor Soares, 251, centro, para Audiência Pública visando tratar de assunto pertinente ao Plano Decenal de Educação do Município de Itapetininga. Suzana Eugenia de Mello Moraes Albuquerque Secretária Municipal de Educação de Itapetininga

Fonte: Imprensa Oficial do Município de Itapetininga, criada pela Lei 1744/73, p, 2, 25 de setembro de 2009.

AVISO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA A PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ITAPETININGA FAZ SABER, que fica designado o dia 10 de novembro de 2009, a partir das 19:00 horas, no Auditório da Câmara Municipal em Itapetininga, sito a Rua Monsenhor Soares, 251, centro, para Audiência Pública visando tratar de assunto pertinente ao Plano Decenal de Educação do Município de Itapetininga. Suzana Eugenia de Mello Moraes Albuquerque Secretária Municipal de Educação

Fonte: Imprensa Oficial do Município de Itapetininga, criada pela Lei 1744/73, p, 6, 23 de outubro de 2009.

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114

ANEXO F – Lista de Presença – 27/08/2009

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115

ANEXO G – Lista de Presença – 27/08/2009

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116

ANEXO H – Lista de Presença – 27/08/2009

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117

ANEXO I – Lista de Presença – 07/10/2009

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118

ANEXO J – Lista de Presença – 10/11/2009

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119

ANEXO K– Fotografias da Primeira Plenária realizada na Câmara Municipal de Itapetininga em 27 de agosto de 2009

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120

ANEXO L – Fotografias da Segunda Plenária realizada na Câmara Municipal de Itapetininga em 07 de outubro de 2009

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121

ANEXO M – Fotografias da Terceira Plenária realizada na Câmara Municipal de Itapetininga em 10 de novembro de 2009