a1-16.1 - apÊndice 1 - tolerÂncia

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PROJETO AUXILIADO POR COMPUTADOR – PAC – Desenho arquitetônico 2D – 1 – Apêndice 1 342 Prof. Nilson de Sousa Sathler – UFERSA – 2010 APÊNDICE 1 TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA A tolerância geométrica limita os erros cometidos na fabricação de peças, impondo variações admissíveis na forma e localização de diferentes elementos ou partes de uma peça. Estas variações admissíveis são estabelecidas a partir da forma ou posição geometricamente perfeita. Uma tolerância geométrica aplicada a um elemento define uma zona de tolerância na qual o elemento (superfície, eixo ou plano) deve estar contido. As tolerâncias geométricas só devem ser especificadas nos elementos para os quais são essenciais, tendo em conta requisitos funcionais e de intermutabilidade. O AutoCAD adiciona tolerâncias geométricas a um desenho na forma de uma grade de controle de componentes. Esta é uma estrutura dividida em compartimentos que contêm símbolos de características geométricas seguidos de um ou mais valores de tolerância (Figura 337). Quando for o caso, a tolerância é precedida pelo símbolo de diâmetro (φ) e seguida de símbolos para as suas condições materiais (Figura 338). FIGURA 337. Tolerância na forma de grade de controle de componentes. FIGURA 338. Símbolos (ou letras) apresentados na caixa de diálogo Symbol, permitindo a escolha adequada de acordo com a característica geométrica de localização, orientação, forma, perfil e desvio.

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PROJETO AUXILIADO POR COMPUTADOR – PAC – Desenho arquitetônico 2D – 1 – Apêndice 1 342 Prof. Nilson de Sousa Sathler – UFERSA – 2010

APÊNDICE 1

TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA

A tolerância geométrica limita os erros cometidos na fabricação de peças, impondo variações admissíveis na forma e localização de diferentes elementos ou partes de uma peça. Estas variações admissíveis são estabelecidas a partir da forma ou posição geometricamente perfeita.

Uma tolerância geométrica aplicada a um elemento define uma zona de tolerância na qual o elemento (superfície, eixo ou plano) deve estar contido. As tolerâncias geométricas só devem ser especificadas nos elementos para os quais são essenciais, tendo em conta requisitos funcionais e de intermutabilidade.

O AutoCAD adiciona tolerâncias geométricas a um desenho na forma de uma grade de controle de componentes. Esta é uma estrutura dividida em compartimentos que contêm símbolos de características geométricas seguidos de um ou mais valores de tolerância (Figura 337). Quando for o caso, a tolerância é precedida pelo símbolo de diâmetro (φ) e seguida de símbolos para as suas condições materiais (Figura 338).

FIGURA 337. Tolerância na forma de grade de controle de componentes.

FIGURA 338. Símbolos (ou letras) apresentados na caixa de diálogo Symbol, permitindo a escolha adequada de acordo com a característica geométrica de localização, orientação, forma, perfil e desvio.

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PROJETO AUXILIADO POR COMPUTADOR – PAC – Desenho arquitetônico 2D – 1 – Apêndice 1 343 Prof. Nilson de Sousa Sathler – UFERSA – 2010

As características das tolerâncias geométricas podem assim ser consideradas: 1. Retilinearidade ou retilineidade 1.1. Zona de tolerância definida em um plano: Para uma superfície plana, a

zona de tolerância, quando projetada em um plano, é limitada por duas linhas paralelas distanciadas do valor da tolerância t. Uma tolerância significa que qualquer linha da superfície especificada da peça, paralela ao plano de projeção, deve estar contida entre duas linhas paralelas distanciadas de 0,1 mm.

1.2. Zona de tolerância paralelepipédica: A tolerância de retilineidade é definida em duas direções perpendiculares entre si, resultando nas tolerâncias t1 e t2, que determinam a seção transversal de um paralelepípedo de tolerância, com

dimensões t1 e t2. Para tolerâncias e de uma peça, o seu eixo deve estar contido dentro de um paralelepípedo de seção transversal 0,2 mm x 0,1 mm.

1.3. Zona de tolerância cilíndrica: Quando o valor da tolerância de retilineidade é precedido do símbolo de diâmetro, a zona de tolerância consiste de um cilindro de diâmetro igual ao valor da tolerância t. Uma tolerância de retilineidade

, significa que o eixo do cilindro deve estar contido em um cilindro de diâmetro 0,1 mm.

2. Nivelamento ou planeza: A zona de tolerância é limitada por dois planos paralelos que distam do valor da tolerância t. Para uma tolerância , a superfície plana de uma peça deve estar contida entre dois planos paralelos que distam de 0,05 mm.

3. Circularidade ou arredondamento: A zona de tolerância, no plano de seção transversal considerado, é limitada por dois círculos concêntricos que distam entre si de uma distância radial correspondente ao valor da tolerância t. Para uma tolerância

, a seção circular da peça, para qualquer plano perpendicular ao seu eixo, deve estar contida entre dois círculos concêntricos cujos diâmetros diferem de 0,02 mm.

4. Cilindricidade: A zona de tolerância é limitada por dois cilindros coaxiais cujos diâmetros diferem da tolerância t. Para uma tolerância de cilindricidade

, a superfície exterior do cilindro deve estar contida entre dois cilindros coaxiais cujos diâmetros diferem 0,1 mm.

5. Perfil de uma linha ou forma de um contorno: A zona de tolerância é limitada por duas linhas tangentes a círculos de diâmetro igual a valor da tolerância t. Os centros dos círculos localizam-se ao longo da linha que corresponde à forma

geometricamente perfeita. Uma tolerância significa que, para cada uma das seções, paralelas ao plano de projeção, o contorno considerado deve estar entre duas linhas tangentes a círculos de diâmetro 0,02 mm, cujos centros estão localizados sobre a linha correspondente à forma geometricamente perfeita do contorno.

6. Perfil ou forma de uma superfície: A zona de tolerância é limitada por duas superfícies tangentes a esferas de diâmetro igual à tolerância t, cujos centros estão localizados na superfície de forma geometricamente perfeita. Para uma tolerância da

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forma da superfície , a superfície da peça deve estar contida entre duas superfícies tangentes a esferas de diâmetro 0,1 mm, cujos centros localizam-se na superfície com a forma geometricamente perfeita.

7. Paralelismo 7.1. Zona de tolerância definida em um plano: Quando projetada num plano, a

zona de tolerância é limitada por duas linhas paralelas entre si, separadas por uma distância igual à tolerância t, e paralelas a uma linha de referência. Um furo, com

tolerância de paralelismo , deve apresentar o seu eixo contido entre duas linhas paralelas que distam entre si 0,1 mm e serem paralelas à aresta A que serve de referencial (Datum 1).

7.2. Zona de tolerância paralelepipédica: Quando as tolerâncias são indicadas em dois planos perpendiculares, a zona de tolerância é limitada por um paralelepípedo, de seção transversal com dimensões t1 x t2, paralelo à linha tomada como referencial. Um furo, com tolerâncias , relativamente a um eixo A,

posicionado na horizontal, e , relativamente ao mesmo eixo A, posicionado na vertical, deve apresentar seu eixo dentro de uma zona de tolerância paralelepipédica cuja seção transversal apresenta 0,2 mm de altura (na vertical) e 0,1 mm de largura (na horizontal), na mesma direção do eixo referencial A (Datum 1).

7.3. Zona de tolerância cilíndrica: Quando o valor da tolerância é precedido do símbolo de diâmetro, a zona de tolerância é limitada por um cilindro de diâmetro igual à tolerância t e paralelo à linha tomada como referencial. Um furo, com tolerância , deve apresentar seu eixo contido em uma zona de tolerância cilíndrica de diâmetro 0,2 mm e paralela ao eixo A (Datum 1), tomado como referencial.

8. Perpendicularidade 8.1. Tolerância de perpendicularidade de uma linha relativamente a outra

linha: Quando projetada num plano, a zona de tolerância é limitada por duas linhas paralelas separadas por uma distância t e que são perpendiculares a uma linha de referência. Um furo, com tolerância de perpendicularidade , deve apresentar seu eixo contido entre duas linhas paralelas, que distam de 0,1 mm, e que são perpendiculares ao eixo indicado por A (Datum 1), que serve de referencial.

8.2. Tolerância de perpendicularidade de uma linha relativamente a uma superfície:

8.2.1. Zona de tolerância plana: Quando projetada num plano, a zona de tolerância é limitada por duas linhas paralelas separadas por uma distância igual à tolerância t e que são perpendiculares a um plano de referência. Um eixo que apresenta tolerância de perpendicularidade , deve apresentar seu eixo geométrico contido entre duas linhas paralelas que distam 0,1 mm e são perpendiculares à superfície de referência, indicada por um A (Datum 1).

8.2.2. Zona de tolerância paralelepipédica: As tolerâncias, t1 e t2, são definidas em duas direções perpendiculares delimitando uma zona de tolerância paralelepipédica de seção transversal t1 x t2 e perpendicular a um plano de referência.

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Uma peça cilíndrica com tolerâncias de perpendicularidade definidas como , em uma direção paralela à sua base A, e , em uma direção perpendicular à primeira, também paralela à base A, deve apresentar seu eixo contido numa zona de tolerância paralelepipédica de dimensões 0,1 mm x 0,2 mm e perpendicular à base da peça, indicada por A (Datum 1).

8.2.3. Zona de tolerância cilíndrica: O valor da tolerância de perpendicularidade é precedido pelo símbolo de diâmetro (φ) e a zona de tolerância é limitada por um cilindro de diâmetro igual à tolerância t, perpendicular a um plano de

referência. Uma peça cilíndrica com tolerância de perpendicularidade , deve apresentar seu eixo contido numa zona de tolerância cilíndrica de diâmetro 0,1 mm, perpendicular à sua base, indicada por A (Datum 1) e tomada como referencial.

8.3. Tolerância de perpendicularidade de uma superfície relativamente a uma linha: A zona de tolerância é limitada por dois planos paralelos que distam de uma distância igual à tolerância t e que são perpendiculares a uma de referência. Uma superfície que apresenta uma tolerância de perpendicularidade deve estar contida entre dois planos paralelos que distam 0,05 mm e que são perpendiculares ao eixo que serve de referência, identificado por A (Datum 1).

8.4. Tolerância de perpendicularidade de uma superfície relativamente a outra superfície: A zona de tolerância é limitada por dois planos paralelos que distam de uma distância igual à tolerância t e que são perpendiculares a um plano de referência.

Uma superfície, com tolerância de perpendicularidade , deve estar contida entre dois planos paralelos que distam 0,05 mm e que são perpendiculares à superfície de referência, identificada por A (Datum 1).

9. Inclinação ou angularidade 9.1. Tolerância de inclinação de uma linha relativamente a outra linha 9.1.1. A linha considerada e a linha de referência estão no mesmo plano:

Quando projetada num plano, a zona de tolerância é limitada por duas linhas paralelas que distam de uma distância igual à tolerância t e que se encontram inclinadas de um ângulo α relativamente à linha de referência. Um furo, inclinado de

60°, com tolerância de inclinação deve apresentar o seu eixo contido entre duas linhas paralelas, distanciadas de 0,08 mm, que estão inclinadas 60° relativamente a uma linha de referência, indicada por A-B (Datum 1).

9.1.2. A linha considerada e a linha de referência estão em planos diferentes: Quando projetada num plano, a zona de tolerância é limitada por duas linhas paralelas que distam de uma distância igual à tolerância t e que se encontram inclinadas de um ângulo α relativamente à superfície de referência. Um furo,

inclinado de 60°, com tolerância de inclinação deve apresentar o seu eixo contido entre duas linhas paralelas, distanciadas de 0,08 mm, que estão inclinadas 60° relativamente a uma superfície de referência, indicada por A (Datum 1).

9.1.3. Tolerância de inclinação de uma superfície relativamente a uma linha: A zona de tolerância é limitada por dois planos paralelos, que distam de uma

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distância igual à tolerância t e que se encontram inclinados de um ângulo α relativamente a uma linha de referência. Uma superfície, inclinada de 75°, que

apresenta uma tolerância de inclinação , deve estar contida entre dois planos paralelos afastados de 0,1 mm e inclinados de 75º relativamente ao eixo de referência, indicado por A (Datum 1).

9.1.4. Tolerância de inclinação de uma superfície relativamente a outra superfície: A zona de tolerância é limitada por dois planos paralelos, que distam de uma distância igual à tolerância t e que se encontram inclinados de um ângulo α relativamente a um plano de referência. Uma superfície, inclinada de 20°, que

apresenta uma tolerância de inclinação deve estar contida entre dois planos paralelos afastados de 0,02 mm e inclinados de 20º relativamente ao plano de referência, indicado por A (Datum 1).

10. Posição 10.1. Tolerância de posição de um ponto: A zona de tolerância é limitada por

um círculo de diâmetro igual à tolerância t, cujo centro está na posição teoricamente exata do ponto considerado. Um ponto de cotas exatas 15 e 16, que apresenta uma

tolerância , deve estar contido em um círculo de diâmetro 0,3 mm, cujo centro coincide com a posição teoricamente exata, de cotas 15 e 16 mm.

10.2. Tolerância de posição de uma linha 10.2.1. Tolerância especificada em uma direção: A zona de tolerância é

limitada por duas linhas paralelas distanciadas da tolerância t e posicionadas simetricamente em relação à posição teoricamente exata da linha considerada. Cada

uma das linhas, que apresentam uma tolerância , deve estar contida numa zona de tolerância definida por duas linhas paralelas afastadas de 0,1 mm e que se localizam simetricamente à posição teoricamente exata. A indica que as linhas são paralelas a uma linha de referência indicada por A (Datum 1).

10.2.2. Tolerância especificada em duas direções: A zona de tolerância é limitada por um paralelepípedo, cuja base é um retângulo de dimensões correspondentes às tolerâncias t1 e t2, posicionado simetricamente à posição teoricamente exata da linha considerada. O eixo de cada furo de uma placa, que

apresenta tolerâncias de posição na vertical e na horizontal, deve ser localizado dentro da zona de tolerância paralelepipédica de base retangular, com dimensões 0,2 mm na vertical e 0,1 mm na horizontal, cujos eixos devem estar localizados nos pontos teoricamente exatos.

10.2.3. Zona de tolerância circular: O valor da tolerância é antecedido do símbolo de diâmetro φ e a zona de tolerância é limitada por um cilindro de diâmetro igual à tolerância t, cujo eixo coincide com o teoricamente exato. O eixo de cada furo

de uma placa, com tolerância de posição , deve estar localizado dentro da zona de tolerância circular de diâmetro 0,1 mm, cuja posição do eixo do cilindro de tolerância é determinado pelas cotas teoricamente exatas.

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10.3. Tolerância de posição de uma superfície plana ou plano médio: A zona de tolerância é limitada por dois planos paralelos de uma distância t e posicionados simetricamente em relação à posição teoricamente exata da superfície considerada.

Uma superfície inclinada de 120º, com tolerância de posição , deve estar contida entre dois planos paralelos afastados de 0,1 mm, inclinados de 120º, localizados simetricamente em relação à posição considerada teoricamente exata, definida relativamente aos referenciais A e B (Datum 1).

11. Concentricidade ou coaxilidade 11.1. Tolerância de concentricidade de um ponto: A zona de tolerância é

limitada por um círculo de diâmetro igual à tolerância t, cujo centro coincide com o ponto de referência. Uma peça cilíndrica, de tolerância de concentricidade

, deve apresentar o seu centro numa zona de tolerância circular de diâmetro 0,01 mm, cujo centro coincide com o centro do furo, indicado por B (Datum 1).

11.2. Tolerância de coaxilidade de um eixo: O valor da tolerância é precedido do símbolo de diâmetro φ. A zona de tolerância é limitada por um cilindro de diâmetro igual à tolerância t, cujo eixo coincide com o eixo de referência. Uma peça

cilíndrica, de tolerância de coaxilidade , deve apresentar o seu eixo numa zona de tolerância cilíndrica de diâmetro 0,05 mm, cujo eixo coincide com o eixo de referência, indicado por A-B (Datum 1).

12. Simetria 12.1. Tolerância de simetria de um plano médio: A zona de tolerância é

limitada por dois planos paralelos, a uma distância igual à tolerância t e posicionados simetricamente em relação ao plano médio, eixo ou plano de referência. Uma peça

com reentrância, que apresente uma tolerância de simetria , deve apresentar o seu plano médio contido entre dois planos paralelos, distanciados 0,02 mm e posicionados simetricamente em relação ao plano médio da peça, indicado como referencial A (Datum 1).

12.2. Tolerância de simetria de uma linha ou eixo 12.2.1. Tolerância especificada numa direção: Quando projetada num plano, a

zona de tolerância é limitada por duas retas paralelas a uma distância igual à tolerância t, localizadas simetricamente em relação ao eixo ou plano de referência.

Um furo que apresente tolerância deve apresentar seu eixo contido entre duas linhas paralelas afastadas de 0,05 mm e posicionadas simetricamente em relação ao plano médio de referência A-B (Datum 1).

12.2.2. Tolerância especificada em duas direções perpendiculares: As tolerâncias t1 e t2 são indicadas em duas direções perpendiculares entre si. A zona de tolerância é limitada por um paralelepípedo, cujas dimensões da seção transversal são t1 e t2, com o eixo coincidente com o eixo referencial. O eixo do furo em uma peça

plana, que apresenta tolerâncias , na vertical, e , na horizontal, deve estar contido numa zona de tolerância paralelepipédica, de seção

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PROJETO AUXILIADO POR COMPUTADOR – PAC – Desenho arquitetônico 2D – 1 – Apêndice 1 348 Prof. Nilson de Sousa Sathler – UFERSA – 2010

transversal 0,05 mm de largura (horizontal) x 0,1 mm de altura (vertical), definidas simetricamente em relação aos respectivos planos médios de referência (Datum 1), passando o seu eixo pelo ponto de interseção entre os planos médios de referência.

13. Batimento ou desvio circular: As tolerâncias de batimento são “medidas” dinamicamente, quando a peça, um corpo de revolução, executa rotações completas em torno de seu eixo, sendo, portanto, limitado a peças de revolução. O batimento é um tipo especial de tolerância geométrica que controla simultaneamente a forma e a localização dos elementos em relação aos referenciais.

13.1. Tolerância de batimento circular – radial: A zona de tolerância é limitada, em qualquer plano de medição perpendicular ao eixo da peça de revolução, por dois círculos concêntricos cujos diâmetros diferem de um valor correspondente à tolerância t, com centro pertencente ao eixo de referência, o de revolução. O valor de batimento circular – radial de uma peça pode variar ao longo do eixo da peça, já que é determinado para cada plano de medição perpendicular ao eixo da peça. Uma superfície cilíndrica que apresente tolerância de batimento circular – radial

, não deve apresentar nenhum valor de batimento circular, relativo a qualquer um dos planos correspondentes a cada uma das seções transversais da peça, superior a 0,1 mm, sendo o eixo de referência o de revolução A-B (Datum 1). Cada um dos planos deve ter os seu valor de batimento circular verificado.

O procedimento prático consiste em colocar um medidor óptico, mecânico ou outro sobre a superfície da peça, girá-la de 360° e anotar o valor máximo do desvio medido para cada um dos planos. Se o valor máximo, medido para todos os planos, não exceder o valor máximo da tolerância geométrica especificada, então a forma geométrica da peça verifica a tolerância de batimento. Nesse caso, ao se verificar o batimento radial, verifica-se também simultaneamente a cilindricidade e coaxilidade.

13.2. Tolerância de batimento circular – axial: A medição é feita, para um dado raio, na direção perpendicular à do eixo de revolução da peça cilíndrica, ao longo de uma das faces circulares. A zona de tolerância é limitada, para qualquer raio, por dois círculos cujos centros localizam-se no eixo de referência, o de revolução da peça, paralelos, que distam de um valor igual à tolerância t, formando um cilindro de medição de eixo coincidente com o eixo de referência. O valor de batimento circular – axial de uma peça cilíndrica pode variar ao longo do raio de uma das faces circulares da peça, já que é determinado para cada raio. Uma superfície circular de uma peça cilíndrica que apresente tolerância de batimento circular – axial

, não deve apresentar nenhum valor de batimento circular, relativo a qualquer um dos raios, superior a 0,1 mm, sendo o eixo de referência o de revolução A (Datum 1). Cada um dos raios deve ter os seu valor de batimento circular verificado.

13.3. Tolerância de batimento circular em qualquer direção: A zona de tolerância é limitada, para qualquer cone de medição, cujo eixo coincida com o eixo referencial, por dois círculos cujas circunferências distam entre si de um valor igual à tolerância t. Os centros dos círculos pertencem ao eixo de rotação da peça e a direção

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de medição é normal à superfície, exceto se algo em contrário for especificado. Uma

peça que apresente uma tolerância de batimento circular , não poderá apresentar um batimento, na direção perpendicular à tangente à superfície considerada (normal à superfície), superior a 0,1 mm durante uma rotação completa da peça, em torno do eixo A (Datum 1), e em qualquer um dos cones de medição considerados.

13.4. Tolerância de batimento circular numa direção específica: A zona de tolerância é limitada, para qualquer cone de medição, cujo eixo coincida com o eixo referencial, por dois círculos cujas circunferências distam entre si de um valor igual à tolerância t. Os centros dos círculos pertencem ao eixo de rotação da peça e a direção de medição é especificada por um ângulo α, em vez de ser normal à superfície considerada. Uma peça que apresente uma tolerância de batimento circular , não poderá apresentar um batimento, obtido na direção especificada, superior a 0,1 mm durante uma rotação completa da peça, em torno do eixo A (Datum 1), e em qualquer um dos cones de medição considerados.

14. Batimento ou desvio total: A diferença entre batimento total e batimento é que, enquanto o batimento é verificado em círculos independentes de uma superfície, o batimento total é verificado em toda a superfície.

14.1. Tolerância de batimento total – radial: A zona de tolerância é limitada por dois cilindros coaxiais cujos diâmetros diferem do valor da tolerância t e seus eixos coincidem com o eixo de referência. A tolerância de batimento total permite controlar simultaneamente, para uma peça cilíndrica, a sua forma, pela circularidade e cilindricidade, e a posição do seu eixo, pela coaxilidade.

Uma peça cuja superfície cilíndrica apresenta uma tolerância de batimento total radial , não deverá apresentar nenhum valor de batimento total superior a 0,1 mm, para qualquer ponto da superfície especificada, durante várias rotações da peça em torno do eixo referencial A-B (Datum 1) e com o movimento do instrumento de medida sendo realizado na direção do eixo referencial (direção axial). O movimento do instrumento de medida é realizado ao longo de uma linha reta (teoricamente exata) e o eixo do cilindro, em torno do qual se faz o movimento de rotação da peça, corresponde ao de um cilindro geometricamente perfeito (teoricamente exato).

14.2. Tolerância de batimento total – axial: É medida nas superfícies circulares de peças cilíndricas. A zona de tolerância é limitada por dois planos paralelos, a uma distância igual à tolerância t, e perpendiculares ao eixo de referência.

Uma peça cilíndrica, cuja superfície circular apresenta uma tolerância de

batimento total axial , não deverá apresentar nenhum valor de batimento total superior a 0,1 mm, para qualquer ponto da superfície especificada, durante várias rotações da peça em torno do eixo referencial C (Datum 1) e com o movimento do instrumento de medida sendo realizado na direção perpendicular do eixo referencial (direção radial). Os movimentos de rotação da peça e o radial do

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instrumento de medida, realizam-se ao longo de linhas que correspondem à forma teoricamente perfeita da peça considerada.

Exemplo 1. Obter uma grade de controle de componentes que expresse as tolerâncias geométricas do tipo orientação, com a característica paralelismo, com o valor da tolerância 0,005 para o diâmetro, na condição máxima de material, utilizando a letra A como indicadora de referência.

Solução: TOL ↵ → Geometric Tolerance (Figura 339) → Clicar em Sym → Symbol – Clicar em f ou no símbolo de paralelismo → Tolerance 1 – clicar no primeiro espaço negro para inserir o símbolo de diâmetro, se necessário, n ⇒ φ; na caixa de texto, digitar o valor da tolerância (.005) → clicar no espaço negro seguinte, utilizado para expressar a condição do material → Material Condition – escolher m = MMC = Maximum Material Condition (ou l = LMC = Least Material Condition, ou s = RFS = Regardless of Feature Size) → Datum Identifier – na caixa de texto, digitar a letra (ou letras) de referência (A) → OK (Figura 340) → a grade de tolerância será anexada ao cursor, com o prompt solicitando a sua localização – clicar no ponto desejado para a fixação da grade.

FIGURA 339. Caixa (ou bloco) de controle Geometric Tolerance, para o exemplo 1.

FIGURA 340. Grade de controle de componentes do exemplo 1.

OBSERVAÇÃO: Para editar uma grade de tolerância, basta clicar duplo sobre ela para que seja exibido Geometric Tolerance que permitirá a edição.

As opções do comando TOLERANCE, além da escolha do símbolo da característica geométrica, são:

1. Tolerance 1: Permite criar o primeiro valor de tolerância no quadro de controle. Dois símbolos modificadores podem ser adicionados: diâmetro, no espaço negro à esquerda, e condição de material, no espaço negro à direita.

2. Condição do material (MC): As condições do material aplicam-se a elementos que podem variar de tamanho. Ao clicar no espaço negro à direita é

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exibido um bloco de diálogo que permite adicionar um símbolo modificador: M para MMC , L para LMC e S para RFS. Na condição MMC (Maximum Material Condition), um elemento conterá a quantidade máxima de material descrita nos limites; nessa condição, um furo terá diâmetro mínimo e um eixo terá diâmetro máximo. Na condição LMC (Least Material Condition), um elemento conterá a quantidade mínima de material descrita nos limites; nessa condição, um furo tem diâmetro máximo e um eixo tem diâmetro mínimo. Na condição RFS (Regardless of Feature Size), um elemento pode ter qualquer dimensão dentro dos limites descritos.

3. Tolerance 2: Permite criar um segundo valor de tolerância, análogo ao primeiro (Tolerance 1).

4. Datum 1: Permite criar a referência de dados primária no quadro de controle do elemento. Um Datum é uma referência geométrica teoricamente exata, utilizada para definir a zona de tolerância de um elemento. Além do valor de referência, pode-se definir um símbolo modificador de condição do material, análoga à descrita para Tolerance 1.

5. Datum 2: Permite criar a referência de dados secundária no quadro de controle do elemento, similar à criada para Datum 1.

6. Datum 3: Permite criar a referência de dados terciária no quadro de controle do elemento, similar à criada para Datum 1.

7. Height: Permite fornecer o valor de uma zona de tolerância projetada no quadro de controle de elemento. Uma zona de controle projetada controla a variação na altura da porção estendida de uma parte fixa e ajusta a tolerância àquela especificadas pelas tolerâncias de posição.

8. Projected Tolerance Zone: Permite inserir um símbolo de zona de tolerância projetada, posteriormente ao valor dessa zona de tolerância projetada.

9. Datum Identifier: Permite criar um símbolo de identificação de referência que consiste em letra de referência.

Exemplo 2. Obter uma grade de controle de componentes que expresse as tolerâncias geométricas do tipo localização, com a característica simetria, com o valor da tolerância 0,12 para o diâmetro, na condição mínima de material, valor primário de referência 45 e condição mínima de material, altura (Height) 2, letra P para Projected Tolerance Zone, utilizando as letras FG como indicadora de referência.

Solução: TOL ↵ → Geometric Tolerance (Figura 341) → Clicar em Sym → Symbol – Clicar em i ou no símbolo de paralelismo → Tolerance 1 – clicar no primeiro espaço negro para inserir o símbolo de diâmetro, se necessário, n ⇒ φ; na caixa de texto, digitar o valor da tolerância (.12) → clicar no espaço negro seguinte, utilizado para expressar a condição do material → Material Condition – escolher l = LMC = Least Material Condition → Datum 1 – na caixa de texto, digitar o valor de referência (45) → clicar no espaço negro seguinte, utilizado para expressar a condição do material → Material Condition – escolher l = LMC = Least Material Condition → Height – na caixa de texto, digitar 2 → clicar no espaço negro de Projected Tolerance Zone, onde aparecerá a letra p → Datum Identifier – na caixa de

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texto, digitar FG → OK (Figura 342) → a grade de tolerância será anexada ao cursor, com o prompt solicitando a sua localização – clicar no ponto desejado para a fixação da grade.

FIGURA 341. Caixa (ou bloco) de controle Geometric Tolerance, para o exemplo 2.

FIGURA 342. Grade de controle de componentes do exemplo 2.

12.5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BALDAM, R. L. AutoCAD 2002: utilizando totalmente. São Paulo: Érica, 2002. 484 p. BALDAM, R. L.; COSTA, L. AutoCAD 2004: utilizando totalmente. 2. ed. São Paulo: Érica, 2004. 486 p. SILVA, A.; RIBEIRO, C. T.; DIAS, J.; SOUSA, L. Desenho técnico moderno. Rio de Janeiro: LTC, 2006. p.: 253-292.