a verdade sobre o canto do galo no episódio da negação de pedro

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Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 1 ARTIGO TEOLGICO A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro por Carlos Augusto Vailatti RESUMO Este breve artigo busca fornecer uma interpretao alternativa para o tradicional episdiodocantodogalo,oqualocorredentrodocontextodanegaodePedroe quenarradopelosEvangelhos.Pormeiodeumaabordagemmltipla,quemistura elementoslingsticos,contextuais,culturaisehistricos,tentar-se-provocaruma quebra de paradigmas com relao interpretao convencional dada a este assunto. Palavras-Chave: Canto do Galo, Evangelho, Negao de Pedro, Interpretao. RESUMEN Estebreveartculopretendeofrecerunainterpretacinalternativaaelepisodio tradicional del canto del galo, que se produce en el contexto de la negacin de Pedro y esnarradaporlosevangelios.Atravsdeunenfoquemltiplequemezclaelementos lingsticos, contextuales, culturales e histricos, vamos a tratar de provocar un cambio de paradigma con respecto a la interpretacin convencional de esta cuestin. Palabras Clave: Canto del Galo, el Evangelio, la negacin de Pedro, Interpretacin. ABSTRACT Thisbriefarticleseekstoprovideanalternativeinterpretationtothetraditional episode of "crow", which occurs within the context of Peter's denial and is narrated by the Gospels. Through a multiple approach that mixes linguistic, contextual, cultural and historical elements, will try to provoke a paradigm shift with respect to the conventional interpretation of this issue. Keywords: Crow, Gospel, Peters Denial, Interpretation. Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2 INTRODUO Existemalgunsrelatosaolongodahistriaque,detantoseremrepetidos, recontadoseretransmitidossgeraesposteriores,acabamadquirindocontornosde realidadee,portanto,terminamporseremincorporadosaumatradiosacrossantae transcendente,comosefossemverdadessagradas,imutveis,intocveise inquestionveis.Esteocaso,porexemplo,dorelatoreferenteaocantodogalo,o qual aparece nos Evangelhos sinticos (cf. Mt 26.34, 69-75; Mc 14.30, 66-72; Lc 22.34, 54-62)etambmnoEvangelhodeJoo(Jo13.38;18.15-18),sempreinseridono contexto da negao de Pedro.Ao longo dos sculos, artistas, escultores, pintores, desenhistas, comentaristas e at mesmo o imaginrio popular cristo, de uma forma geral, tm ajudado a fomentar a ideia de que um galo, de fato, cantou no episdio da negao de Pedro. Entretanto, comodemonstraremosnaslinhasabaixo,ascoisaspodemnoteracontecido exatamenteassim.Ora,masporque,ento,aspessoascontinuamainterpretarum eventodopassadoapenasdeumadeterminadaforma,comoseestafosseanica maneiracorretadecompreendertalevento?Bem,ameuver,hduasexplicaes principais para esse tipo de postura.Primeiro, o imaginrio popular gosta de conservar certas crenas e de ret-las na memria e transmiti-las de gerao a gerao, preservando, assim, tais crenas, as quais j fazem parte de sua identidade individual e coletiva, estando, inclusive, sedimentadas em sua histria. Sendo assim, por que mexer nessas coisas? Em segundo lugar, como muitas dessas crenas tm relao direta com a religio ecomosagrado,comoocasodorelatoevanglicosobreocantodogalo,por exemplo,logo,muitaspessoastememquestionartaisrelatos,poracharemque,ao fazerem assim, estariam confrontando a religio e, em ltima anlise, o prprio Deus. Sejacomofor,emnossoartigobuscaremosefetuarumaabordagemmltipla, entrelaandoelementoslingsticos,contextuais,culturaisehistricos,pormeiodos quaisforneceremosumainterpretaoalternativae,diga-sedepassagem,bastante plausvel,aotradicionaleventodocantodogalosituadodentrodocontextoda negao petrina. Acredito que os novos olhares lanados sobre este evento em particular surpreendero os leitores e os motivaro a olhar de outra forma para certas tradies que eles, sem querer, simplesmente herdaram de seus antepassados. Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 3 I O CANTO DO GALO NOS EVANGELHOS Aexpressocantodogaloqueotemacentraldonossopresenteestudo aparece, com ligeiras variaes, nos quatro Evangelhos. Ento, a partir da anlise destes textosedealgunsoutrosquesefizeremnecessriosaolongodonossotrabalho, buscaremoscompreenderosignificadoeanaturezadetalexpresso.Porora, comecemoscomosrelatosoriginaisdosEvangelhosecomassuasrespectivas tradues.1 MATEUS 26.34MARCOS 14.30LUCAS 22.34JOO 13.38 .| au. e `Iceu,, `Ai .,. cet et .iauiust :tia.seaa.seaa.seaa.sea |.icat |.icat |.icat |.icatt, a:aic .. sat .,.t au.e `Iceu,, `Ai .,. cet et cu c.ei au iust :ti et, a.sea |.icat a.sea |.icat a.sea |.icat a.sea |.icat t, . a:aic. e e. .t:.i, A.,. cet, E.., eu |.ic.t |.ic.t |.ic.t |.ic.t c.ei a.s. a.s. a.s. a.s. .., t, . a:aic .te.iat. a:esti.at `Iceu,, Ti u,i ceuu:..eu c.t,,aiai .,.cet,eu a.s.|.ic a.s.|.ic a.s.|.ic a.s.|.ic ..,euaic. t,. Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que nesta noite, antes do galo cantar, trs vezes me negars. E lhe diz Jesus: Em verdadetedigoque tu, hoje, nesta noite, antesdeduasvezes (o)galocantar, trsvezesme negars. Maseledisse: Digo-te,Pedro,no cantarhoje(o) galoatquetrs vezesneguesme conhecer. RespondeJesus:A tuavidapormim dars?Emverdade, em verdade te digo, demodonenhum (o)galocantar atquenegarsa mim trs vezes. Aoanalisarmosestesrelatossinticosejoanino,nosquaisJesusprediza negaodePedroeocantodogalo,podemosconstataroseguinte:1)Osquatro evangelistassounnimesemdescreveratriplanegaodePedro.2)Dosquatro 1OtextogregoutilizadoparaosEvangelhossinticoseparaoEvangelhodeJoobaseia-seem: ALAND,Barbaraetal.TheGreekNewTestament.Stuttgart,DeutscheBibelgesellschaft,2005.Jas tradues so minhas. Busquei traduzir os textos da forma mais literal possvel. Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 4 Evangelhos, somente Mateus e Marcos afirmam que a tripla negao de Pedro ocorreria nestanoite(tnykt).3)EntreosEvangelhos,somenteMarcoseLucasusamo adjetivo adverbial de tempo, hoje (smeron). 4) Entre os quatro evangelistas, somente MarcosforneceodetalhedequeatriplanegaodePedroocorreriaantesdogalo cantarduasvezes(ds).5)DosquatroEvangelhos,apenasLucasesclareceemque consistiaefetivamenteanegaodePedro:atquetrsvezesneguesmeconhecer (me ... eidnai). 6) De todos os Evangelhos, apenas Joo descreve Jesus dirigindo uma pergunta a Pedro,antesdeste neg-lo: A tua vida por mim dars? (Tn psychn sou hypremouthseis).7)Porfim,osquatroEvangelhoscitamocantodogalo,mas comligeirasvariaesnoverbo|.i..(fn):a)Substantivo+verbonoinfinitivo aoristo: galo cantar (alktora fnsai) Mt 26.34 e Mc 14.30; b) Verbo no futuro do indicativo+substantivo:cantar...(o)galo(fnsei...alktr)Lc22.34;ec) Substantivo + verbo no subjuntivo aoristo: galo cantar (alktr fns) Jo 13.38. AlmdessesrelatosquepredizemanegaodePedroeocantodogalo, dentro de um mesmo contexto, devemos mencionar tambm, ainda que brevemente, os textosbblicosqueapontamparaarealizaooucumprimentodetaispredies. Todavia,paraopropsitodopresenteestudo,enfatizareiapenasolugarondePedro seencontravaquandoefetivamentenegouaJesus.Ostextosquenosfornecemtais informaesso:Mt26.69-75;Mc14.66-72;Lc22.54-62eJo18.15-18eseus contextosmaisamplos.Ora,masafinal,ondePedroestavaduranteaocasioemque negou a Jesus trs vezes? Bem, deixemos Haim Cohn responder a nossa pergunta: Jesus foi levado para a casa do sumo sacerdote (Mateus 26,57; Marcos 14,53; Lucas 22,54) (...). O tribuno romano acedeu petio do comandante da polcia do Templo e entregou Jesus sob custdia das autoridades judias, enquanto no era julgado diante do governadornamanhseguinte.ApolciadoTemplolevou-oaopalciodosumo sacerdoteealiJesusencontrariatodososprincipaissacerdoteseanciosdeIsrael reunidos.2 Essainformaobastanteimportanteparaonossoestudo,pois,segundo Barclay:acasadoSumoSacerdoteestavanocentrodeJerusalm.Ecertamenteno haveriaumgalinheironocentrodacidade.3Sendoassim,serquehouveumgalo, 2 COHN, Haim. O Julgamento e a Morte de Jesus. Rio de Janeiro, Imago, 1994, pp.114,115. 3 BARCLAY, William. The Gospel of Matthew. Vol.2. Philadelphia, The Westminster Press, 1975, p.346. Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 5 literalmente,quecantounocontextodanegaodePedro?Aolongodopresente artigo buscarei responder a esta pergunta. Dequalquerforma,apartirdasconsideraesfeitasataquidevemosoptar metodologicamenteporumafontetextualquenossirvadepontodepartidaparao nosso estudo como um todo. Para isso, nos valeremos da verso existente no Evangelho de Marcos. Neste estudo, seguirei a chamada hiptese das duas fontes, a qual pressupe a precedncia do Evangelho de Marcos, escrito pouco tempo depois do ano 70 d.C., em relao aos Evangelhos de Mateus e Lucas.4 EmsetratandodoEvangelhodeMarcos,portanto,devemosnotar primeiramentequeaopinioquaseunnimeentreosestudiososadequeeste Evangelhoteriasidoescritoaosromanos.5E,entreasmuitasevidnciasqueapontam paraessadireo,querodestacaraquiapresenadoslatinismos.6Emvriasocasies Marcostranscreveemgregopalavraslatinas,asquaissoextradas,muitasvezes,do contextomilitarromano.Paraexemplificaroqueestamosdizendo,citemosalguns latinismos mencionados por Cullmann, tais como: legion (latim: legio = legio, Mc 5.9), spekoultor(latim:speculator=soldadoromanoencarregadodaguardados prisioneiros,Mc6.27)oudenarin(latim:denarius=denrio,Mc6.37).7Almde Cullmann,Benciotambmnosforneceoutrosexemplos,asaber:kenturn(latim: centurio = centurio, Mc 15.39,44,45) e fragell (latim: flagellus = aoitar, Mc 15.15), entre outros.8 Entretanto, alm destes exemplos, proponho a incluso de mais um latinismo em nossalista,ouseja,aexpressocantodogalo,que,comovimos,aparececom algumas pequenas variaes verbais nos Evangelhos sinticos e no Evangelho de Joo.SegundoThayer,otermogregocompostoa.see|eita (alektorofona),alm de ser traduzido como o canto de um galo e como o cantar do galo nos escritos do 4 VAILATTI, Carlos Augusto. Legio o Meu Nome: Uma Anlise Exegtica, Hermenutica e Histrica deMc5.1-20.SoPaulo,DissertaodeMestradoemTeologianopublicada,SeminrioTeolgico Servo de Cristo (STSC), 2009, pp.172,173. 5 Idem, Ibidem, p.180. 6Latinismoonomedadoaumapalavra,idiomaouconstruogramaticalderivadadolatim.(Cf. DEMOSS,MatthewS.DicionrioGramaticaldoGregodoNovoTestamento.SoPaulo,EditoraVida, 2004, p.106). 7 CULLMANN, Oscar. A Formao do Novo Testamento. So Leopoldo, Sinodal, 2001, p.25. 8BENCIO,PauloJos.Ovalordaslnguasbblicasnoscursosdeteologiaedecinciasdareligio: feies estilsticas do Evangelho segundo Marcos no manuscrito 2437. Apud: GOMES, Antonio Maspoli de Arajo. (Org.). Teologia: Cincia e Profisso. So Paulo, Fonte Editorial, 2005, p.187. Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 6 lendrioautorgrego,Esopo(VISc.a.C.),tambmaparececomosignificadodea terceiravigliadanoiteemautoresclssicos,taiscomo,oautorgregoSfocles (497/496406/405 a.C.), o historiador, gegrafo e filsofo grego Estrabo (64/63 a.C.24 d.C.), o pai da Igreja, Orgenes (185-253 d.C.) e o Imperador bizantino, Constantino VII Porfirognito (911-959 d.C.).9

Almdisso,deve-semencionaraquitambmaafirmaodeThayerdequeo vocbulogregoalektorofona,comosentidodeaterceiravigliadanoite,tambm ocorreemMc13.35,sendoque,segundoesteautor,nestapassagemasvigliasesto enumeradasdentrodoqueosjudeus,seguindoosistemaromano,dividiamanoite.10 Alis, aproveitando a fala de Thayer, vejamos o que est escrito em Mc 13.35-37: 35 Vigiai, pois, porque no sabeis quando o senhor da casa vem: ou tarde, ou meia-noite, ou ao canto do galo (a.see|.it a,), ou de manh, 36 (para que), no chegando de repente, vos encontre dormindo. 37 E o que vos digo, digo a todos: vigiai!11 Esse texto de Marcos lana uma boa luz sobre o assunto em pauta. Segundo ele, nspodemosverificarqueosromanosdividiamosdiasemperodosdetrsemtrs horas. E, no que se refere ao perodo noturno, tais perodos de trs horas eram chamados deviglias.Essasviglias,porsuavez,demarcavamcadaperododetrshoras,nos quais funcionava cada turno do servio de guarda. A primeira viglia da noite comeava s 18:00h e ia at s 21:00h; a segunda viglia comeava s 21:00h e ia at meia-noite; aterceiravigliacomeavameia-noiteeiaats3:00hdamadrugada;eaquarta viglia ia das 3:00h da madrugada at s 6:00h horas da manh.12

Acontece,porm,quefreqentementeosjudeusseexpressavamdeforma abreviada quando se referiam aessas viglias danoite. Assim, quandoencontramos no verso35apalavratarde,estaeraaexpressocomaqualsereferiamaofimda primeiraviglia,ouseja,21:00h.Meia-noiteindicavaofimdasegundaviglia. 9THAYER,JosephHenry.AGreek-EnglishLexiconoftheNewTestament.GrandRapids,Zondervan PublishingHouse,1976,p.25.Contudo,diferentementedeThayer,LiddelleScottentendemqueo vocbuloalektorofonatambmaparecesignificandoaterceiravigliadanoiteemEsopo.(Cf. LIDDELL,H.G.&SCOTT,R.AnIntermediateGreek-EnglishLexicon.(FoundedupontheSeventh Edition of Liddell and Scotts Greek-English Lexicon). Oxford, Oxford University Press, 1889, p.34). 10 Idem, Ibidem, p.25. 11 A traduo do texto, os itlicos e o acrscimo entre parnteses so meus. 12 SWINDOLL, Charles R.. Marcado para Morrer. So Paulo, Editora Nas, 2005, p.49. Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 7 Cantodogaloeraotermousadoporelesparaofimdaterceiraviglia,ou3:00hda madrugada.Edemanheraomodocomosereferiamaofimdaquartaviglia,ou 6:00h da manh.13 Seessateoriaestivercorreta,entoquandoJesusdizemMarcos14.30:nesta noite,antesdeduasvezes(o)galocantar,trsvezesmenegars,eleestavafazendo menoaoperodocompreendidoentreas18:00heameia-noite,poisentreameia-noiteeas3:00hdamadrugada,sedaria,ento,oprimeirotoquedatrombetapela guarda romana, que era chamado em latim deprimum gallicinium.14 E, depois, entre as 3:00hdamadrugadaeas6:00hdamanh,haviaosecundumgallicinium15,ouseja,o segundo toque da trombeta. Portanto, esse cantar do galo no era uma referncia ao som emitido pela ave, galo, mas sim uma aluso ao toque da trombeta, conhecido em latim como gallicinium.16

Alm disso, nos quatro trechos paralelos dos Evangelhos que citam o canto do galo,nsnotamosapresenadoverbogrego|.i..(fn),oqualtraduzido geralmente como cantar. Todavia, deve-se dizer aqui que este verbo, cujo significado primrio produzir um som ou tom empregado de trs formas distintas: 1) Para se referiraossonsemitidosespecificamentepelossereshumanos.2)Paradescreveros sonsproduzidosporanimais.E3)Paraaludiraossonsextradosdequalquer instrumento musical.17 Alis, em relao a este ltimo caso, digno de nota que o verbo grego fn tambm pode ser traduzido como ressoar.18 Ento, se estivermos corretos emnossainterpretao,proponho,apartirdessasconsideraes,aseguintetraduo paraas passagens paralelas que tratam do tema do canto dogalo:Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que nesta noite, antes do galo ressoar, trs vezes me negars (Mt 26.34);ElhedizJesus:Emverdadetedigoquetu,hoje,nestanoite,antesdeduas vezes(o)galoressoar,trsvezesmenegars(Mc14.30);Maseledisse:Digo-te, Pedro, no ressoar hoje (o) galo at que trs vezes negues me conhecer (Lc 22.34); Responde Jesus: A tua vida por mim dars? Em verdade, em verdade te digo, de modo 13 R.C.H.LENSKIdizquePlniochamaaquartavigliadesecundumgallicinium,ouseja,segundo cantodogalo.(Cf.LENSKI,R.C.H.TheInterpretationofSt.LukesGospel.Minneapolis,Augsburg Publishing House, 1961, p.1066). 14 Literalmente, primeiro canto do galo. 15 Literalmente, segundo canto do galo. 16 Literalmente, canto do galo. 17 LIDDELL, H. G. & SCOTT, R. An Intermediate Greek-English Lexicon, p.877. 18PEREIRA,Isidro.DicionrioGrego-PortugusePortugus-Grego.Porto,LivrariaApostoladoda Imprensa, 1976, p.622. Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 8 nenhum(o)galoressoaratquenegarsamimtrsvezes(Jo13.38).Proponho aindaqueoverbofntambmsejatraduzidocomoressoarnaspercopesque relatam o episdio da negao de Pedro efetivamente conforme vaticinado por Jesus: Mt 26.69-75 (cf. os versos 74 e 75) ; Mc 14.66-72 (cf. os versos 68 e 72)19 eLc 22.54-62 (cf. os versos 60 e 61). Essas tradues dadas a esses textos paralelos dos Evangelhos, que, note-se, so legtimas,redimensionamanossacompreensodessestextos,poissubstituemaideia convencional do canto do galo (ave) pelo conceito do ressoar do galo (trombeta). Vemos,portanto,queoevangelistaMarcosempregouemseuvocabulrio,comoj havamos dito anteriormente, vrios termos provenientes da linguagem tcnica militar.20 Alm do mais, o fato de Marcos ter escrito o seu Evangelho provavelmente em Roma, de acordo com os testemunhos de Irineu e Clemente de Alexandria,21 explica porque ele estariafazendorefernciaaogallicinium(romano)oualektorofona(seuequivalente grego) em seus escritos. No captulo seguinte, analisaremos mais detidamente o significado do canto do galo dentro do contexto cultural judaico-romano. 19Contudo,deve-seobservaraquiqueaexpressogregasat a.s. .|. ic.i(kaalktrefnsen), e(um)galocantoudeMc14.68noaparecenosmelhoresmanuscritos.(Cf.ALAND,Barbaraetal. The Greek New Testament, p.183). 20 MONASTERIO, Rafael Aguirre & CARMONA, Antonio Rodrguez. Evangelhos Sinticos e Atos dos Apstolos. So Paulo, Editora Ave-Maria, 2000, p.99. 21 Idem, Ibidem, pp.162,163. Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 9 II O CANTO DO GALO NO CONTEXTO JUDAICO-ROMANO Ser que o galo era conhecido no Antigo Testamento? De acordo com a Vulgata (IV/V Sculos d.C.), o termo galo aparece em Is 22.17 (gallus), J 38.36 (gallo) e Pv 30.31(gallus).EmIs22.17otermoatraduode:. (Gber),queamaioriadas versesmodernasinterpretacomohomem.J38.36trazovocbulo :z (Sekw), cujosignificadocompletamentedisputado.EPv30.31traz(zarzr),palavra cujosignificadonovamentedisputado.JaLXX(III-ISculosa.C.)traznestes lugares (respectivamente) aiea (ndra), :etsttsi (poikiltikn) e a.s. (alktr). Almdisso,aVulgatadeTobias8.11trazcircapullorumcantum,literalmentesobre os cantos dos galos, frase esta que faz referncia a uma parte da noite.22

2.1. A Ausncia de Galos em JerusalmApesardessasinformaes,devemosmencionaraquialgunscomentriosque favorecemaideiadaausnciadegalosemJerusalmnapocadoNovoTestamento. Neste sentido, comecemos por ver o que a Mishn, em sua diviso Nezikin (Danos), e no tratado Baba Kama 7.7 nos diz sobre o galo: ElesnopodemcriargadomidonaTerradeIsrael,maselespodemcri-losnaSria ounosdesertosqueexistemnaTerradeIsrael.Elesnopodemcriargalosem Jerusalm por causa das Coisas Santas, nem os sacerdotes podem cri-los [em qualquer lugar] na Terra de Israel por causa de [as leis concernentes a] alimentos puros. Ningum podecriarporcoemqualquerlugar.Umhomemnopodecriarumcoamenosque seja mantido ligado por uma corrente. Eles no podem criar armadilhas para os pombos a menos que seja de trinta ris de um lugar habitado.23 22FITZMEYER,JosephA.TheGospelAccordingtoLuke.TheAnchorBible.Vol.28A.NewYork. Doubleday, 1985, p.1427.23 DANBY, Herbert. The Mishnah. [Translated from the Hebrew with Introduction and Brief Explanatory Notes].Oxford,OxfordUniversityPress,1933,p.342.Danbyaindatrazquatronotasexplicativassobre algumas partes deste texto, sendo a segunda nota a mais relevante para o nosso estudo. Eis as notas: 1) A proibioquantocriaodegadomidoocorreporqueelesprejudicamoscampossemeados.2)A proibiosobreacriaodegalosexisteporqueelesso suscetveisaescolherumamassadelentilha de alguma coisa rastejante morta, transmitindo, assim, a impureza para as casas (ao voltarem para l, pois sogalosdomsticos).3)Apalavraningum,naexpressoningumpodecriarporcoemqualquer lugar, aparece em alguns textos como nenhum israelita. 4) Por fim, a expresso trinta ris equivale distncia de quatro milhas (ou 6436 metros). (Cf. DANBY, Herbert. Op.Cit., p.342). Os acrscimos entre parnteses so meus. Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 10 Fitzmeyer,aocomentarocontedodessetratado,datenoespecialapenas proibio relacionada criao de galos em Jerusalm e em toda a Terra de Israel. Ele aindacomentasobreaplausibilidadedetalproibioestarvigentenoperodo neotestamentrio: [...] de acordo com o Baba Kama 7.7 era proibido criar galos em Jerusalm por causa das coisas santas, e os sacerdotes estavam proibidos de cri-los em todo lugar na terra de Israel. [...] Ainda que o regulamento mishnaico no seja certamente vlido antes do ano 70 em Jerusalm, a proibio pode ter tido fora naquele tempo.24 AlmdeFitzmeyer,outroeruditodoNovoTestamento,WilliamBarclay, tambm faz referncia ao canto do galo, acrescentando, alis, alguns dados curiosos, os quais transcrevemos a seguir: Pode bem ser que o canto do galo no fosse o canto de uma ave; e desde o comeo no pretende significar isso. Acima de tudo, a casa do Sumo Sacerdote estava no centro de Jerusalm. E certamente no haveria um galinheiro no centro da cidade. De fato, havia umaregranaleijudia,segundoaqualerailegaltergalosegalinhasnacidadesanta, porque eles sujavam as coisas santas. Mas o perodo das trs da madrugada foi chamado decantodogalo,eporessarazo.Naquelahora,aguardaromanaeratrocadano castelo de Antonia, e o sinal da mudana da guarda era um toque de trombeta. O termo latinoparaaqueletoquedetrombetaeragallicinium,quesignificacantodogalo. possvelqueassimquePedrofezsuaterceiranegativa,atrombetadamuralhado casteloecoousobreaadormecidacidade...ePedrolembrou:eporcausadissoele derramou o seu corao.25 Jopesquisador,MartinGoodman,aodiscorrersobreosproblemasque serviramparadesencadeararevoltajudaicacontraRoma,ocorridaentre66e70d.C., mencionaosacrifciodeumgalocomoumadascausasdesencadeadorasprincipais deste evento: 24FITZMEYER,JosephA.TheGospelAccordingtoLuke,p.1427.Umcomentriobemsemelhantea este tambm pode ser encontrado em: NOLLAND, John. Luke 18.35-24.53. Word Biblical Commentary. Vol. 35C. Dallas, Word Books, 1993, p.1073. 25BARCLAY,William.TheGospelofMatthew.Vol.2.Philadelphia,TheWestminsterPress,1975, pp.346,347. Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 11 Oincidentequefinalmentedesencadeouarevoltasurgiudahostilidadedelongadata entre os judeus e os no judeus locais na cidade litornea de Cesaria. (...) No ano 60, o imperador Nero julgara decisivamente a favor dos no judeus e quando, em 66, alguns jovensnojudeus,prevalecendo-sedessaevidnciadefavorimperial,zombaramdos judeus locais sacrificando ostensivamente um galo diante de uma sinagoga num Shabat, oresultadofoiumtumulto.(...)OtumultodaresultanteemJerusalmsfoidetido com derramento de sangue.26 Jnocontextoromano,vemos,porexemplo,quePlnio,oVelho(23-79d.C.), umaimportantefonteinformativadoISculo,chamaaquartavigliadanoitede secundum gallicinium, isto , segundo canto do galo.27 Alm dele, o historiador romano AmmianusMarcellinus(325/330-391d.C.)mencionaaseguinteoraoreferenteao gallicinium romano: unde secundis galliciniis videtur primo solis exortus, ou seja, a partir do segundo galicnio poderia aparecer o primeiro sol nascente.28 Taisinformaesecomentrios,deumaformageral,parecemlevar-nosacrer que,defato,nohaviaavese,principalmente,galos,naJerusalmdoISculo. Entretanto, h outras opinies que defendem justamente o contrrio e que no podemos deixar de mencionar em nosso estudo. 2.2. A Presena de Galos em Jerusalm John Wood nos fornece um extenso comentrio sobre o texto de Lc 13.34 (onde Jesus menciona a galinha e os seus pintinhos), segundo o qual ele defende a existncia de aves domesticadas (literalmente) na Jerusalm da poca neotestamentria. Apesar de sermuitoextensoeantigo,ocomentriodeWoodaindabastanterelevanteparaa compreenso do assunto que estamos abordando. Vejamos os seus argumentos:A referncia feita evidentemente a ave domesticada que, nos tempos de nosso Senhor, era amplamente criada na Terra Santa. Alguns escritores tm levantado objees a esta declarao em conseqncia de uma lei rabnica que proibia aves domsticas de serem mantidas dentrodosmurosde Jerusalm,comreceio dequeemsua buscaporcomida 26 GOODMAN, Martin. A Classe Dirigente da Judia: as origens da revolta judaica contra Roma, 66-70 d.C. Rio de Janeiro, Editora Imago, 1994, pp.16,17. 27 LENSKI, R. C. H. The Interpretation of St. Lukes Gospel. Minneapolis,Augsburg Publishing House, 1961, p.1066. 28GNILKA,Joachim.ElEvangelioSegn SanMarcos.(Vol.II).Salamanca,EdicionesSgueme,2005, p.298. Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 12 elas arranhassem qualquer impureza que tivesse sido enterrada e assim contaminassem a CidadeSanta.MasdeveserlembradoquenotempodeCristoJerusalmpertencia praticamente aos romanos, que a mantinham com uma guarnio e que, juntamente com outros estrangeiros, no se aborreceriam sobre essa proibio, que lhes parecia, como a ns,extremamentesemimportncia,paranodizerinjustificvel.Seosjudeus obedeciamouignoravamaproibio,evidentequeelateriasidoobrigatriaparaos judeusapenasequetodososgentiosestavamisentosdela.Aavedomsticanoera conhecida na Palestina at ser importada pelos romanos. Que a ave era comum nos dias de nosso Senhor evidente a partir da referncia ao cantar do galo como uma medida detempo.Mesmosobreesteassuntotemhavidomuitacontrovrsia,algumaspessoas pensamqueaspalavrasdevemsercompreendidasemseusentidoliterale,outras,que elas so meramente metafricas e se referem s divises de tempo sob os romanos, que eram marcadas pelo som das trombetas, convencionalmente denominadas canto do galo. Noh,contudo,nenhumanecessidadedeprocurarumsentidometafricoquandoa interpretaoliteralclaraeinteligvel.Nosdiasdehoje,comocomtodaa probabilidadenotempodenossoSenhor,ocantardosgalosempregadocomoum meiodecontarotempoduranteanoite,ospssaroscantamemcertashorascom regularidade quase mecnica.29 Entretanto,Woodnoonicoadefenderaopiniodequehaviagalosna Jerusalm do perodo neotestamentrio. Adolf Pohl tambm segue raciocnio parecido: HcomprovaodacriaodegalinhasnaJerusalmdaquelapoca.(...)Ocantardo galoerausado jnaAntigidadeparamarcaro tempo,tambmporque as aves muitas vezes dormiam no mesmo cmodo com as pessoas. (...) Observaes de vrios anos em Jerusalm mostraram que os galos cantam ali com bastante regularidade. A primeira vez meia hora aps a meia-noite, a segunda vez uma hora mais tarde e novamente uma hora depois, sempre por trs a cinco minutos, aps o que h silncio. Por esta razo tambm todooquartodanoitedas0s3horastinhaonomedecantardogalo(...).Outros transferemocantardogaloparamaisoumenos3horas(...).Isto,porm,deixasem explicao a contagem exata das vezes que o galo canta.30 Dessa forma, conclumos, ento, a nossa breve apresentao sobre os pontos de vista favorveis e contrrios presena de galos na Jerusalm do I Sculo. 29 WOOD, John George. Bible Animals. London, Longmans, Green, Reader, and Dyer, 1869, pp.423,424. 30 POHL, Adolf. Evangelho de Marcos. [Comentrio Esperana]. Curitiba, Editora Evanglica Esperana, 1998, p.405. Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 13 CONCLUSO Ora,todosessesdadospornscatalogados,servemparanosfornecermaterial suficienteobastanteparaquepossamoschegaraumaimportanteconclusoemnossa pesquisa. EmboraosargumentosdeWoodePohltenhamdemonstradoameuver,de formaquasetotalmenteconvincentequeosgalosexistiamliteralmente naJerusalm doISculo,contudo,noepisdiosintico-joaninodatriplanegaodePedro,em particular, as vrias evidncias apresentadas pelos vrios autores que mencionamos me levamacrerquearefernciafeitaaocantodogalo,nessecontextoespecfico,no devesertomadaliteralmente,massim,metaforicamente.Alis,acreditoqueasrazes abaixo corroboram fortemente nossa tese: Emprimeirolugar,osquatroEvangelhos,semexceo,empregamoverbo grego|.i..(fn),que,comovimos,podesertraduzidocorretamentecomo ressoar(emvezdecantar)e,portanto,podesereferiraossonsemitidospor qualquer instrumento musical, como a trombeta romana, por exemplo; Em segundo lugar, o Evangelho do qual nos servimos para o ponto de partida de nosso estudo, Marcos, escrito aos romanos e emprega vrios latinismos em seu corpus literrio,utilizando,inclusive,otermogregocompostoa.see|.it a, (alektorofnas), cujo significado literal canto do galo (Mc 13.35). Esta palavra, por suavez,encontrasuacorrespondnciaexatanotermolatinogallicinium(cantodo galo), vocbulo este que era bem conhecido naquela poca e que fazia aluso ao toque da trombeta durante a troca dasguardasromanas que estavam presentesna Jerusalm doISculo.Alis,aexpressocantodogalopossuiconotaoestritamente cronolgica dentro do contexto no qual ela aparece (cf. Mc 13.35-37). Em terceiro lugar, Marcos o nico dos evangelistas a nos fornecer o importante detalhe de que a tripla negao de Pedro ocorreria antes de o galo ressoar duas vezes (ds).Essamenofeitaaoduploressoardogalo(toquedatrombeta)pareceestar aludindoaosdoistoquesdetrombetaexistentesapsameia-noite,osquaiseram emitidosdafortalezaAntonia.Haviaoprimumgallicinium(primeirocantodogalo) queeratocadoentreas0:00heas3:00hdamadrugada31e,depoisdele,osecundum 31 Segundo Pohl: todo o quarto da noite das 0 s 3 horas tinha o nome de cantar do galo. (Cf. POHL, Adolf. Evangelho de Marcos, p.405). Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 14 gallicinium(segundocantodogalo)queeratocadoentreas3:00heas6:00hda manh,32 quando outro dia comeava a despontar no horizonte. Ento, Jesus, ao dizer a Pedro:antesdeduasvezes(o)galoressoar,trsvezesmenegars(Mc14.30), estavaquerendodizerquePedroonegariatrsvezesemtrsmomentosque compreendiam o perodo que ia das 18:00h at as 0:00h, perodo este de tempo que era anterior ao primum e ao secundum gallicinium, respectivamente. Finalmente,emquartoeltimolugar,somosinformadospelosEvangelhosde Marcos (Mc 14.66), Lucas (Lc 22.54) e Joo (Jo 18.15-17) que Pedro, no momento em quenegaaJesus,estavanacasadosumosacerdote,aqualficavanocentrode Jerusalm. Neste caso, citando Barclay novamente, difcil imaginar que houvesse um galinheiro no centro da cidade. Alis, eu ainda iria mais longe e acrescentaria: difcil imaginar que houvesse um galo bem debaixo do nariz do sumo sacerdote!.Seja como for, no episdio da negao de Pedro, um galo cantou junto casa do sumo sacerdote ou uma trombeta ressoou na fortaleza Antonia? Quem sabe, algum dia ainda descobriremos a verdade. 32Plnio,oVelho(23-79d.C.),chamaaquartavigliadanoite(horrioqueiadas3:00hs6:00hda manh)desecundumgallicinium,isto,segundocantodogalo.(Cf.LENSKI,R.C.H.The Interpretation of St. Lukes Gospel, p.1066). Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 15 ANEXO FIGURAS (A Negao de Pedro, de Carl Heinrich Bloch)33 33 Disponvel em: http://fineartamerica.com/featured/peters-denial-carl-heinrich-bloch.html.Acesso em: 15/05/2011. Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 16 A Negao de Pedro (Mosaico da Baslica de Santo Apolinrio VI Sc. d.C.)34 Gravura encontrada no Livro de Oraes do Cardeal Albrecht de Brandenburgo, de Simon Bening (1483/1484-1561)35 34 Disponvel em: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cc/Apollinare_ Nuovo_Christ_Peter_ and_Peter_s_Denial.jpg. Acesso em: 15/05/2011. 35 Disponvel em: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Simon_Bening_010.jpg. Acesso em: 15/05/2011. Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 17 Gallicantu (Escultura localizada na Igreja de So Pedro, no Monte Sio, Israel)36 36 Disponvel em: http://www.moellerhaus.com/Galicantu/gallicantu.html. Acesso em: 15/05/2011. Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011 Artigo Teolgico|A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 18 BIBLIOGRAFIA ALAND,Barbaraetal.TheGreekNewTestament.Stuttgart,Deutsche Bibelgesellschaft, 2005. BARCLAY,William.TheGospelofMatthew.Vol.2.Philadelphia,TheWestminster Press, 1975. BENCIO, Paulo Jos. O valor das lnguas bblicas nos cursos de teologia e de cincias da religio: feies estilsticas do Evangelho segundo Marcos no manuscrito 2437. In: GOMES, Antonio Maspoli de Arajo. (Org.). Teologia: Cincia e Profisso. So Paulo, Fonte Editorial, 2005. COHN, Haim. O Julgamento e a Morte de Jesus. Rio de Janeiro, Imago, 1994. CULLMANN, Oscar. A Formao do Novo Testamento. So Leopoldo, Sinodal, 2001. DANBY,Herbert.TheMishnah.[TranslatedfromtheHebrewwithIntroductionand Brief Explanatory Notes]. Oxford, Oxford University Press, 1933. DEMOSS,MatthewS.DicionrioGramaticaldoGregodoNovoTestamento.So Paulo, Editora Vida, 2004. 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CarlosAugustoVailattipossuiGraduaoemTeologiapelaFaculdadeBetel/ Instituto Betel de Ensino Superior (IBES, 1999), Mestrado em Teologia (Master of Arts inBiblicalTheology),comespecializaoemTeologiaBblica,peloSeminrio Teolgico Servo de Cristo (STSC, 2009)e Mestrado em Lngua Hebraica, Literatura e CulturaJudaica(emandamento)pelaFaculdadedeFilosofia,LetraseCincias Humanas (FFLCH) - Departamento de Letras Orientais (DLO) - da Universidade de So Paulo (USP). Atualmenteleciona diversas disciplinas bblico-teolgicas na Faculdade Betel/InstitutoBeteldeEnsinoSuperior(IBES)etambmnoSeminrioTeolgico EvanglicodoBetelBrasileiro(STEBB).Contato:[email protected]. Carlos Augusto Vailatti A Verdade Sobre o Canto do Galo no Episdio da Negao de Pedro 2011