ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SULCOMISSÃO DE FINANÇAS, PLANEJAMENTO, FISCALIZAÇÃO E CONTROLE

A U D I Ê N C I A P Ú B L I C AImpacto nas Finanças Públicasda Crise no Setor Aviário

ocasionado pela Gripe do FrangoNova Bréscia/RS – 27-março-2006

A Comissão de Finanças, Planejamento,

Fiscalização e Controle, sob a presidência do

Deputado Elmar Schneider (PMDB), realizou

Audiência Pública, na cidade de Nova Bréscia-RS,

para tratar sobre o impacto nas finanças públicas,

da crise no setor aviário, ocasionado pela gripe do

frango, no dia 27 de março de 2006, às 19h.

Sr. Presidente da CFPFC, Deputado Elmar Schneider, •Odacir Klein, Secretário Estadual da Agricultura e Abastecimento; •Deputado Marquinho Lang (PFL);•Deputado Luís Fernando Schmidt (PT);•Deputado Vilson Covatti (PP);•Diógenes Laste, Prefeito de Nova Bréscia; •Adilar Lorenzon, Presidente da Câmara de Vereadores de Nova Bréscia;•Aristides Voget, Presidente da Assoc. Gaúcha de Avicultores – ASGAV;•Oreno Ardêmio Heineck, Presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari;•Júlio Medeiros, Presidente da Associação dos Secretários da Agricultura do Vale do Taquari;•Sérgio Reginatto Velere, Presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari – AMVAT;•Carlos Alberto Martini, representante do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Taquari – CODEVAT;•Antônio Simonetti, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Bréscia;•Valmir Wegner, Representante da Emater do Vale do Taquari;•Egon Schneider, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da região;•Egon Hoerle, representante da FIERGS no Vale do Taquari.

Informou que a Assoc. Gaúcha de Avicultura tem 16 frigoríficos sob inspeção federal e 5 sob inspeção estadual; 21 fábricas de rações, 16 encubatórios, 43 empresas produtoras de ovos, 11 empresas fornecedoras para avicultura, o que proporciona, no Estado, 45 mil empregos diretos.

Disse estarem integradas onze mil famílias produtoras com uma produção anual de 675 milhões de frangos. Informou ainda que as indústrias, junto com os produtores, participaram, em 2005, com 165 milhões na arrecadação de ICMS no Estado, havendo sido exportados 835 milhões, o que corresponde a uma produção de 1,2 milhões de toneladas de carne de frango.

Disse que a avicultura consumiu, no ano passado, 2 milhões, 350 mil toneladas de milho, o que corresponde a quase 50% da produção de milho no Estado. A avicultura também consumiu 800 mil toneladas de farelo de soja e 250 mil toneladas de sorgo, sendo que esta atividade está presente em 260 municípios.

Relatou que em 2005 o Brasil abateu 4 milhões e 400 mil frangos, sendo que o Rio Grande do Sul abateu 679 mil aves, o que corresponde a 16% do total de frangos abatidos no Brasil, o que nos confere o lugar de terceiro estado brasileiro em abate de frango. Enfatizou que produzimos 1 milhão, 113 mil toneladas e exportamos 765 mil, ou seja, exportamos 69% de toda nossa produção.

Sr. Aristides Voget, Presidente da ASGAV

Reiterou que a questão da gripe aviária está ligada a aves migratórias, e que as mortes que foram atribuídas à gripe aviária ocorreram com pessoas que tiveram contato prolongado com aves contaminadas, fato muito peculiar de algumas regiões onde o frio é muito intenso. Tranqüilizou os produtores afirmando que ninguém foi contaminado por contato ou consumo de carne de aves, ao contrário do que está sendo noticiado pela imprensa. Enalteceu as medidas preventivas adotadas, há 2 anos pelo menos, pelo Ministério da Agricultura e Secretaria de Agricultura do Estado, anunciando que uma nova Portaria está por entrar em vigor, restringindo o trânsito de aves entre Estados, o que vai exigir alguns testes para que isso ocorra. Disse que medidas como essas servem para mostrar que o nosso produto é de qualidade. Estimou que a partir de agosto ou setembro o consumo de carne de frango volte a crescer.

Entende que deve haver um tipo de seguro ou mecanismo, criado pelo governo, a fim de socorrer os produtores durante esse período. Outro aspecto a ser considerado é o refinanciamento da dívida de todos os produtores. Também necessitamos de recursos financeiros para a estocagem, bem como o credenciamento de laboratórios de entidades e universidades do Estado.

Em sua manifestação, indagou às autoridades o que se deve fazer com as dívidas dos produtores, quando a quase totalidade dos produtores investiram, em 2005, e continuam investindo em 2006, na ampliação e melhorias dos aviários.

Sr. Diógenes Laste, Prefeito de Nova Bréscia

Reconheceu a importância e a gravidade do problema, visto que mais

de 70% do que é produzido é exportado. Afirmou que há uma cadeia

produtiva organizada, o que possibilita uma diminuição no

fornecimento de pintos quando a integradora induz a disposição de

aves para o abate. Disse que defende uma regionalização da defesa

sanitária, estadualizada para que, se houver em outro Estado do

Brasil problema de gripe aviária, os outros não o tenham.

Sr. Odacir Klein, Secretário Estadual da Agricultura

Afirmou que a Secretaria de Agricultura está sendo modernizada e informatizada no sentido de buscar a defesa sanitária do Estado. Entende que, paralelamente a negociação de dívidas, disponibilização de recursos para estocagem, é preciso buscar, com criatividade, a demonstração da importância do consumo de carne de aves. Enfatizou que é preciso buscar soluções em nível de mercado externo, usando, se preciso for, a imagem da seleção brasileira na divulgação do consumo de carne de frango.

Sr. Oreno Ardêmio Heineck, Presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari

Afirmou que, em média, um terço dos habitantes dos municípios do Vale do Taquari vivem no meio rural. Segundo estudos feitos recentemente pela UNIVATES mostram que 82% do valor adicionado dos municípios são do agronegócio.

Parabenizou a iniciativa e a mobilização de todos, sugerindo a realização na Europa de uma “Frangofest”, mostrando aos países do velho continente que a nossa cadeia produtiva de frangos é uma das mais especializadas do mundo, certificando o reconhecimento de que nossas aves são limpas, sadias e que devem ser consumidas.

Sr. Sérgio Reginatto Velere, Presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari – AMVAT

O Sr. Sérgio Velere entregou documento contendo reivindicações:

As quatro reivindicações:

c) realização imediata – o que já estava ocorrendo por iniciativa do Deputado Elmar Schneider, através da Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle - de reunião extraordinária da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo no Vale do Taquari, preferentemente em algum município produtor (Nova Bréscia, por exemplo). O CODEVAT e a UNIVATES podem auxiliar na preparação desta reunião, em que, além dos organismos Federais, Estaduais e privados, poder-se-ia ouvir produtores, municípios e outros representantes do setor, formando um quadro atualizado do problema, bem como, um elenco de sugestões para auxiliar na sua superação;

b) formação de um grupo de trabalho entre o Ministério de Desenvolvimento Agrário – MDA e o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA, permanente, que vise o acompanhamento e prevenção sanitários, bem como, a busca de alternativas, até a superação da crise gerada pela “gripe aviária”;

c) instituição de mecanismos de renda complementar para produtores e transportadores de frango e de ração para sua criação, a exemplo do “salário desemprego”, para durante o período em que tiveram a redução ou o desprovimento de seus ganhos;

d) instituição de uma linha de crédito emergencial para financiamentos dos estoques das empresas avícolas, enquanto perdurar a ameaça da gripe aviária.

Sr. Júlio Medeiros, Presidente da Associação dos Secretários da Agricultura do Vale do Taquari

Apresentou duas reivindicações:

a) criação de um fundo de proteção ao avicultor, o que, segundo ele, proporcionará aos produtores uma garantia em termos de estabilidade da sua produção;

b) necessidade da diversificação da produção, pois os produtores não podem depender de uma única atividade.

Sr. Egon Hoerle, representante da FIERGS do Vale do Taquari

Enfatizou a importância da mobilização de toda a comunidade, propondo-se levar ao conhecimento do Presidente da FIERGS as reivindicações ali produzidas para que a entidade, como órgão representativo do empresariado gaúcho, interceda junto aos Governos Federal e Estadual no atendimento das mesmas.

Sr. Egon Schneider, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da região

Informou que no próximo dia 4 de abril haverá uma reunião, em Porto Alegre, onde todo o Estado discutirá a questão da gripe aviária. Disse que a entidade é solidária com as reivindicações formuladas pela AMVAT, colocando a entidade à disposição do movimento.

Sr. Carlos Alberto Martini, representante do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Taquari –

CODEVAT

Apresentou a seguinte sugestão: durante o “Festival da Mentira” que se crie um “Fato da Verdade”, a exemplo do que acontecerá em Xapecó, em Santa Catarina, onde produtores rurais, avicultores, juntamente com sindicalistas e dirigentes empresariais, estão organizando um significativo churrasco de frango a ser distribuído à população da cidade, com o objetivo de chamar atenção da mídia, enfatizando que consumir frango é bom.

Sr. Adilar Lorenzon, Presidente da Câmara de Vereadores de Nova Bréscia

Incentivou os produtores a permanecerem unidos e confiantes, trabalhando, pois a crise é momentânea e uma solução, certamente, será encontrada para o problema.

Deputado Vilson Covatti

Saudou a iniciativa do Deputado Elmar Schneider em realizar uma Audiência Pública da Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle naquela comunidade, berço da avicultura do Estado do Rio Grande do Sul.

Disse que o objetivo da Audiência Pública é o de encaminhar soluções. Relatou que sentiu-se indignado ao ouvir, em Brasília, de um membro do alto escalão do governo dizer que estava satisfeito, pois estava sendo colocado alimento barato à mesa de todos, referindo-se à carne de frango.

Afirmou que a crise na avicultura provoca uma reação em cadeia com repercussões negativas em todos os segmentos da sociedade, provocando o empobrecimento dos municípios.

Reiterou estar indignado diante da política praticada pelo Governo Federal em relação aos preços mínimos praticados com os produtos agrícolas, os quais não cobrem, minimamente, os custos de produção.

Disse entender ser necessária a demissão dos ministros da fazenda – saudando por esta já ter acontecido – e o da agricultura, visto que este último não foi capaz em convencer a área econômica a tratar dignamente o produtor rural. Afirmou que não estava ideologizando, mas conclamava a todos a indignar-se com a situação, sugerindo o encaminhamento de um documento para que as autoridades responsáveis não continuem a praticar uma maior indignação com os produtores deste país.

Deputado Luís Fernando Schmidt

Disse que o processo de globalização provocou uma extrema dependência

entre países com as características do Brasil, muito embora a balança

comercial brasileira, no governo Lula, tenha aumentado significativamente.

Reafirmou que o Ministério das Relações Exteriores, juntamente com o

Governo Estadual, estão tratando internacionalmente essa questão,

demonstrando a qualidade do nosso produto, não só em termos de

organização produtiva, mas principalmente na questão sanitária. Disse que

nesta data, juntamente com o Prefeito de Bom Retiro do Sul, havia

participado de solenidade onde foi entregue ao Ministro da Agricultura,

Miguel Rosseto, documento com as mesmas reivindicações ali mencionadas.

Também informou que após contato com o Coordenador da Comissão de Agricultura da Assembléia, Deputado Elvino Bohn Gass, serão realizados outros movimentos no sentido de mostrar a qualidade da carne dos nossos frangos, como também realizar movimentos envolvendo governos de estados produtores, como é o caso do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, juntamente com produtores e seus representantes, de forma a mostrar a nossa preocupação.

Finalizou dizendo que o problema não está aqui, mas sim lá fora e, somente juntos, unidos, é que conseguiremos mostrar, lá fora, que o nosso produto é de boa qualidade, que queremos continuar exportando.

Deputado Marquinho Lang

Parabenizou pela mobilização da comunidade, dizendo o quanto é importante para a Assembléia ouvir a voz, o eco das comunidades. Disse que muito embora não tenhamos problema de gripe aviária, o foco foi desviado, tornando-se um problema de saúde pública, reiterando a responsabilidade daqueles que têm representatividade no sentido de divulgar e incentivar o consumo de carne de frango.

Disse confiar na competência do Deputado Elmar Schneider, fazendo com que a Comissão analise e encaminhe as propostas recolhidas no sentido de minimizar, o mais breve possível, esse problema que aflige a todos.

Deputado Elmar Schneider

Fez referência à solicitação do

Deputado José Sperotto, a qual

será encaminhada ao Ministro

Miguel Rosseto, com o apoio dos

Deputados Vilson Covatti e Luís

Fernando Schmidt, sobre a

importância no credenciamento

de laboratórios para atuarem na

análise de amostras em aves,

especialmente relacionadas a

gripe do frango.

Sr. Valmir Wegner, Representante da EMATER no Vale do Taquari

Enfatizou que a instituição é solidária diante do momento difícil que o setor atravessa. Informou que estava acompanhado de Técnico Regional, especialista em avicultura, salientando a importância da diversificação nas propriedades, fato sugerido há muito tempo pelos técnicos da instituição, salientando que o ideal é que cada propriedade desenvolva, no mínimo, cinco atividades.

Sr. Antônio Simonetti, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Bréscia

Reiterou que sempre, nos momentos de crise, há mobilização, mobilização essa que deveria existir em todos os setores das atividades rurais. Salientou que foram apresentados documentos na Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembléia, mas eles não foram encaminhados a quem deveriam ter sido.

Informou que no próximo dia 29 do corrente, em Passo Fundo, haverá um manifesto ordeiro com o intuito de buscar solução definitivas, impedindo que os nossos produtores continuem se endividando.

Sr. Lécio Gregório, Presidente Regional do Sindicato do Vale do Taquari e criador de frangos em Estrela

Relatou que a empresa a qual é integrado está escolhendo os produtores com

dívidas bancárias para alojar pintos, o que não lhe parece ser justo, pois prejudica

os que conseguiram saldar suas dívidas e que, igualmente, estão tentando

sobreviver nesse mesmo contexto. Reivindicou, o mais rápido possível, por parte

das autoridades, a imediata suspensão da cobrança dos empréstimos feitos pelos

produtores, sendo esses transferidos para o final dos contratos.

Sr. Norberto Benini, Produtor de Frango em Nova Bréscia

Disse que os produtores de frango estão endividados, porque há 2 anos produziam 10 pintinhos por metro quadrado e, diante da necessidade do mercado consumidor, passaram a produzir 15 pintinhos por metro quadrado. Para haver esse acréscimo na produção, os produtores foram obrigados a investir em melhorias em seus aviários. Declarou que em 2005 investiu R$ 98.000,00 em melhorias em sua granja, sendo parte desse valor das suas economias e parte obtida através de financiamento. Disse ser essa a realidade da grande maioria dos produtores de frangos de Nova Bréscia.

Também fez referência a carga horária dos produtores de frango. Disse que, enquanto a carga horária de um funcionário, em qualquer empresa, em qualquer parte do país, é de 8 horas a de um produtor de frangos, incluindo aí seus familiares, não é inferior a 15 horas diárias, sem direito a sábados, domingos e feriados. Quem tem produção, e está aqui, a mulher está lá, não importando se está frio ou se está chovendo.

“Essa é a nossa realidade.” Disse que os produtores necessitam das empresas, mas também não podem ser esquecidos. Solicitou, com a máxima urgência, a suspensão da cobrança das dívidas dos produtores e, ao mesmo tempo, também reivindicou um seguro que cubra as despesas com a sobrevivência dos produtores, principalmente nesses momentos de crise, visto que estamos impedidos de praticarmos a criação de uma galinha caipira, ou porco próximo às nossas granjas.

Sr. Veríssimo Caumo, Prefeito de Coqueiro Baixo

Afirmou termos muita produção interna, pouco consumo e, concomitantemente, diminuição das exportações. Questionou se uma possível elevação da cotação do dólar não terminaria com o assunto gripe aviária, dizendo não entender não estarmos exportando, se não há gripe aviária em nosso país. Reiterou o que acontece em países da Europa e mesmo do Oriente Médio, onde quando há produção em excesso, os governos adquirem a produção, protegendo os produtores, evitando turbulências no mercado.

Sugeriu que a AMVAT dirija-se aos Ministros desta República para que, dentro do Orçamento que ainda não foi votado, criem um fundo emergencial para socorrer nossas empresas, adquirindo a produção, em momentos de crise.

Sr. Moacir Antônio Zambiasi, produtor de frangos

Disse possuir 3 aviários os quais, hoje, estão parados. Sempre dependeu de empréstimos bancários para aumentar a produção. Essa é a realidade da grande maioria dos produtores. Referiu que a grande massa trabalhadora brasileira é assalariada e, no entanto, os produtores não o são, tendo salário zero. Em épocas de crise, como a que estamos vivendo, de onde vamos retirar recursos para pagar as contas de água, luz, telefone nos próximos meses? Disse que investiu tudo o que possuía nos aviários, e ainda há por pagar de dois a três empréstimos bancários. Não sabe o que irá comer amanhã. Talvez seja o restinho do frango do último lote. A situação é gravíssima, muito mais do que alguns pensam.

Chamou a atenção para o seguinte: “estamos nas mãos de vocês e vocês precisam nos representar muito bem. Fiz com que meus filhos ficassem trabalhando aqui, na colônia e, no entanto, tanto eu como eles não possuímos salários. Espero que vocês, que foram eleitos por nós, nos representem com dignidade.”

Sra. Nilva Simonetti, esposa de um produtor de frangos

Declarou que a lida com produção de frangos exige muita dedicação, com cuidados à noite, nos finais de semana, feriados, não importando se está frio ou calor, se está chovendo ou não. Ganha-se muito pouco pelo muito que se trabalha. Se eu pudesse, preferia estar em outra atividade, porque ser criador de frango recompensa tão pouco. Não vai ser fácil, ainda mais quem tem dívidas a pagar.

Sr. Aristides Voget, Presidente da ASGAV

Em considerações finais, disse que entendia e sabia muito bem o significado das manifestações dos produtores. Falou que, sinceramente, sentia muito. Se pudesse, abraçaria a todos, pois está há 30 anos nessa lida e sabe muito o que os produtores estão falando. Mas também sabe que tem uma responsabilidade muito maior do que essa, que é agir.

“O documento que nos foi entregue é muito consistente, vindo ao encontro das reivindicações da AMVAT. Sabíamos que íamos encontrar aqui essas questões e aqui estamos para dizer o que podemos fazer e o que estamos fazendo”. Disse ter certeza de que desse encontro algumas decisões irão surgir.

• Realização, na Europa, de uma “Frangofest”, mostrando aos

países do velho continente que a nossa cadeia produtiva de

frangos é uma das mais especializadas do mundo, certificando o

reconhecimento de que nossas aves são limpas, sadias e que

devem ser consumidas.

• AMVAT - realização imediata – o que já estava ocorrendo por

iniciativa do Deputado Elmar Schneider, através da Comissão de

Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle - de reunião

extraordinária da Comissão de Agricultura, Pecuária e

Cooperativismo no Vale do Taquari, preferentemente em algum

município produtor (Nova Bréscia, por exemplo). O CODEVAT e

a UNIVATES podem auxiliar na preparação desta reunião, em

que, além dos organismos Federais, Estaduais e privados,

poder-se-ia ouvir produtores, municípios e outros

representantes do setor, formando um quadro atualizado do

problema, bem como, um elenco de sugestões para auxiliar na

sua superação.

• AMVAT - formação de um grupo de trabalho entre o Ministério de

Desenvolvimento Agrário – MDA e o Ministério da Agricultura

Pecuária e Abastecimento – MAPA, permanente, que vise o

acompanhamento e prevenção sanitários, bem como, a busca de

alternativas, até a superação da crise gerada pela “gripe aviária”.

• AMVAT - instituição de mecanismos de renda complementar

para produtores e transportadores de frango e de ração para sua

criação, a exemplo do “salário desemprego”, para durante o

período em que tiveram a redução ou o desprovimento de seus

ganhos.

• AMVAT - instituição de uma linha de crédito emergencial para

financiamentos dos estoques das empresas avícolas, enquanto

perdurar a ameaça da gripe aviária.

• Criação de um fundo de proteção ao avicultor, proporcionando

aos produtores uma garantia em termos de estabilidade da sua

produção.

• Necessidade da diversificação da produção, pois os produtores

não podem depender de uma única atividade.

• Imediata suspensão da cobrança dos empréstimos feitos pelos

produtores, sendo esses transferidos para o final dos contratos.

• Suspensão da cobrança das dívidas dos produtores.

• Seguro que cubra as despesas com a sobrevivência dos

produtores, principalmente nesses momentos de crise.

• Sugestão para que a AMVAT dirija-se aos Ministros desta

República para que, dentro do Orçamento que ainda não foi

votado, criem um fundo emergencial para socorrer nossas

empresas, adquirindo a produção, em momentos de crise.

• Credenciamento de laboratórios no Rio Grande do Sul para

atuarem na análise de amostras em aves, especialmente

relacionadas a gripe do frango.

Prefeitos

Danilo Bruxel, do município de Arroio do Meio;

Elir Sartori, do município de Sério;

Genésio Holsteter, do município de Travesseiro;

Leonardo Shapazzon, do município de Relvado;

Luís Paulo Nanini, do município de Progresso;

Marcelo Portallupi, do município de Wespasiano Correa;

Marcos Dewes, do município de Roca Sales;

Osvaldo Delarazi, Prefeito em exercício de Encantado;

Veríssimo Caumo, do município de Coqueiro Baixo.

Vice-Prefeitos

Aloísio Ziem, do município de Capitão;

Ângelo Antônio Narbieri, do município de Nova Bréscia;

Lidécio Reginatto, do município de Relvado;

Lúcia Horn, do município de Arroio do Meio;

Luís Pedro Dalalaste, do município de Encantado;

Paulo Ferrari, do município de Progresso.

Secretários Municipais da Agricultura:

André Rockembach, do município de Arroio do Meio;

Aventino Soldi, do município de Coqueiro Baixo;

Edmilson Dohr, do município de Marques de Souza;

Eleandro Demarqui, do município de Putinga;

Léo Fontana, do município de Nova Bréscia;

Nadir Pinton, do município de Progresso;

Orlando Hann, do município de Travesseiro.

Vereadores

Délcio Valandro, do município de Nova Bréscia;Diogo Delazari, do município de Nova Bréscia;Gilnei Agostini, do município de Nova Bréscia;

Giovani Defendi, do município de Coqueiro Baixo;Ireno Segabinazzi, do município de Nova Bréscia;

Iride Salami, do município de Coqueiro Baixo;Jorge Demamam, do município de Nova Bréscia;Nédio Giovanella, do município de Nova Bréscia;

Neuri Lorenzon, do município de Capitão; Nevile Delazari, do município de Relvado;

Olívio Betio, do município de Coqueiro Baixo;Rodrigo Viecelli, do município de Nova Bréscia;Sidnei Eckardt, do município de Arroio do Meio.

Outras Autoridades:

Antônio Salva, Presidente do Sindicato de Ilópolis;

Lécio Gregori, Presidente do Sindicato de Estrela;

João Weber, Assessor do Sindicato de Lajeado;

Ricardo Cé, Presidente da SICREDI da Região dos Vales;

Irineu Henemann, Vice-Presidente da CERTEL;

Padre Marino Wink.

Outros Secretários Municipais:

Olides Esbarbelloto, Secretário da Saúde;

Norberto Benini, Secretário de Obras de Nova Bréscia;

Jorge Salami, Secretário da Saúde de Coqueiro Baixo.