1

Número 1 - Ano 1 - Agosto de 2010Presidente Prudente

Faculdade de Comunicação de Presidente PrudenteFACOPP - UNOESTE

Os novos caminhos da beleza

A tumultuada criação da bandeira de Prudente

Uma revolução chamada Chanel

2

EDITO

RIAL

No mundo em que vivemos hoje, os papéis dentro de casa estão se modificando,

e por isso, as mulheres estão cada vez mais sobrecarregadas, com uma dupla carga horária de trabalho. Mesmo assim, elas dão conta do recado e ainda se preocupam em estar atualizadas e informadas sobre os acontecimentos no mundo e também saber tudo sobre temas femininos. Por essa razão, decidimos fazer uma revista voltada para a mulher moderna, que abordasse editorias com assuntos variados. É necessário ter nesse segmento reportagens bem produzidas com todos os tipos de temas, mas sempre sobre a perspectiva feminina.

A revista é o principal meio de comunicação no jornalismo feminino, pois sua diagramação,

o uso das cores e as fotos produzidas chamam a atenção. As matérias voltadas para este público auxiliam as escolhas e o julgamento do que é bom ou não, fortalecendo e aumentando a auto-estima delas, tornando-as mais “poderosas”. Além destes aspectos, são ótimas consumidoras. Na maioria dos casos, possuem o poder de decisão na hora da compra.

O chamado “sexo frágil” demonstra ser muito forte até hoje, com conquistas que as igualam aos homens, em uma diferença que nunca deveria ter existido. Algumas batalhas já foram vencidas, como o direito ao voto, o uso da pílula anticoncepcional, a voz ativa no planejamento familiar, maior independência e alguns direitos trabalhistas. Porém, um exemplo de vitória que elas ainda buscam é a igualdade salarial entre homens e mulheres que ocupam cargos de mesma relevância.

E nesse mundo tão machista, é uma satisfação escrever sobre as conquistas e revoluções obtidas pelas mulheres, que fizeram – e ainda fazem – história e nos deram liberdade suficiente para demonstrar, nesta revista, todo o universo feminino.

Falar do ser feminino é

fácil. Difícil é ser

mulher

Beatriz Esper e Mayne Santos

3

EXPEDIEN

TE

Coordenação Geral: Profº. Munir Jorge Felício Coordenação de Jornalismo: Profª. Carolina Costa Mancuzo

Edição: Profª. Leda Márcia LitolfoProdução: Alunos do 7º de Jornalismo

Coordenação de Fotografia: Profº Paulo MiguelProjeto gráfico e diagramação: Profº. Marcelo Mota

Realização: FACOPP - Faculdade de Comunicação Social “Jornalista Roberto Marinho” de Presidente Prudente

Beatriz Esper e Mayne Santos

4

SUM

ÁRIO

06

08

12

13

15

10

Reflexo de criatividade

Os novos caminhos da beleza

Sexo frágil?

Tá na rede

Fora do formal

Um toque feminino

5

18

26

22

28

24

30

Justiça a meio mastro

Aceita um cafezinho?

Uma revolução chamada Chanel

Eu, ele e o microondas

Sexo “sem idade”

Coração valente

6

Reflexo de criatividade

D ecorar a casa já não é tarefa tão difícil como há alguns anos. As novas tendências e os novos materiais permitem que você dê asas à sua imaginação, desde que tenha

bom gosto e criatividade. A decoração reflete a personalidade do dono da casa, mas o mais importante é que ela proporcione um ambiente agradável e confortável.

As novas tendências giram em linhas diretas, simples e com cores alegres e divertidas. Segundo a decoradora Nitaly Oliveira “o tempo das paredes em branco já passou. Hoje em dia, o mercado oferece as mais variadas cores, tons e revestimentos.O que está com tudo no momento é a mistura de estilos, mas com certo cuidado para não exagerar”, adverte.

Antes de começar a mudar tudo, a

decoradora lembra que é importante escolher um tema e trabalhar em cima dele. Para ficar mais fácil, ela diz que é melhor decorar um ambiente de cada vez. Se não quer fazer uma mudança radical, recorrer à ajuda do tradicional pincel e de um bom balde de tinta pode ser uma solução simples para dar uma nova cara ao ambiente., “Mudar a cor das paredes é uma excelente forma de inovar, brinque e ouse com as cores, atreva-se a misturar texturas.Ao escolher a cor e o revestimento, terá uma base para começar a fazer o restante da decoração”, complementa a decoradora.

A iluminação também pode mudar o ambiente. Sempre que escolher luminárias novas ou focos de luz deve-se levar em consideração a finalidade a que eles se destinam e quais as necessidades específicas de cada divisão onde serão inseridos. Segundo Oliveira, na sala use

Amanda Santana

Pequenas mudanças podem alterar todo o ambiente

Espelho é uma peça coringa na

decoração

7

uma luz global, outra luz ambiente e uma luz de leitura, que pode ficar próxima a um sofá. No quarto, a regra é a mesma, mas optando-se por um modelo de luminária de mesa e outro de chão com regulador de intensidade de luz para criar um ambiente acolhedor.

A sala de estar é o seu cartão de visita. Para a decoradora um sofá confortável e de qualidade é essencial. Se ele for discreto você

terá a vantagem que ele vai durar por mais tempo, podendo ousar nas almofadas, que de preferência devem ser fácies de serem mudadas, para dar um toque diferente no ambiente toda vez em que forem trocadas.

Tem algum móvel que já está lhe incomodando há algum tempo? Dê a ele uma cara nova, ensina a profissional. Para isso basta um pouco de habilidade e imaginação. “É ver o que pode ser aproveitado e fazer uma reciclagem. Nem tudo o que vai envelhecendo deveria ser totalmente esquecido”, diz ela.

Peças bonitas, antigas e de valor sentimental dão um toque de elegância e originalidade, para a decoradora, misturar o antigo e o moderno é uma combinação perfeita.

Se não for possível renovar a decoração da casa todos os anos, aposte em algo atemporal, em peças que nunca saem de moda como os espelhos, azulejos, as cerâmicas, a pedra de mármore e a madeira. “São elementos que sempre dão um toque especial no ambiente”, afirma a decoradora.

Para ela há três coisas que se deve levar em consideração na hora de decorar: a imaginação, a criatividade, e a ousadia. O resultado dessa junção é uma decoração muito aconchegante, bonita, num ambiente convidativo de se estar.

Um sofá com almofadas dá vontade de se jogar. Providencie um monte delas e relaxe.Use uma base neutra no piso, nas paredes e nos principais móveis. Depois brinque com cores em objetos e acessórios.Aposte em madeira e em tecidos de linho. Texturas visuais também: abra espaço a estampas variadas.Tecnologia serve para trazer bem-estar. Por isso, sistema de som embutido, ar-condicionado e automação de persianas tornam-se uma boa pedida.Experimente adotar pontos estratégicos de luz, feitos de spots, abajures e peças de chão. Em conjunto com uma iluminação geral mais amena, faz toda a diferença.Customize uma peça. A sensação de “fui eu” causa bem-estar.Valorize suas memórias e suas particularidades.Arte é fundamental. Fotografias costumam ser mais acessíveis.

Dicas para decorar:

Amanda Santana

8

Sexo

frág

il?

T ae Kwon Do, Judô, Caratê, Kung Fu, Hap-Ki Do. O que antes era praticado apenas por homens, hoje se tornou febre entre as mulheres nas academias do país. Elas encontraram nas artes marciais

uma alternativa para manter a boa forma e de quebra, desenvolver a defesa pessoal.

Durante muitos anos, existiram preconceitos que impediram e limitaram o acesso das mulheres à prática das artes marciais. Mas elas foram a luta (literalmente) e aos poucos quebraram os tabus. Hoje o número de praticantes cresce a cada dia.

Em 2006 nos Estado Unidos, algumas atrizes Hollywoodianas, como Angelina Jolie e Megan Fox, aderiram à pratica das modalidades orientais para manter o corpo em forma. Logo, as mulheres brasileiras seguiram o exemplo, como

a estudante Bianca Arangon de 24 anos. “Desde criança, eu sempre gostei muito de esporte e sempre tive um receio em relação às artes marciais por achar que era um esporte violento. Mas há três anos eu comecei a praticar capoeira e depois que percebi os benefícios que me fez, não parei mais” revela. Além da capoeira ela também pratica Muay Thai e Kung Fu. “Quando você começa a fazer, não dá mais para ficar parada. Agora vou começar o Tae Kwondo mês que vem”, planeja.

Essa, aliás, é uma das modalidades mais praticadas. Tem como vantagem o alto gasto calórico em um curto período. Segundo o professor de Educação Física, Francisco Balerini, essa atividade promove uma perda de 500 calorias por hora em média. Além disso, movimenta as pernas e os braços, auxiliando na

André Martins

A estudante Bruna treinando Kick Boxing

As mulheres brasileiras estão cada vez mais aderindo a prática das artes marciais para manter a boa forma corporal

9

coordenação, reflexo, flexibilidade, ajudando na parte cardiorespiratória. Ele faz uma ressalva aos iniciantes. “É uma atividade muito pesada. Então quem quer começar a praticar tem que ter pelo menos um condicionamento físico médio para agüentar os exercícios da aula. Força em excesso pode causar bastante desconforto depois”, adverte. Ainda segundo o professor, as artes marciais além de serem benéficas para a saúde, auxiliam na auto defesa. “Diretamente estimula a defesa pessoal. A mulher se sente mai s forte e protegida. Mas nós sempre alertamos para que nunca tente reagir a um caso de perigo, a não ser em ocasiões que possa funcionar”, adverte.

Devido à grande procura pelas artes marciais, as academias também estão se atualizando e proporcionando a seus usuários contato com modalidades que eram pouco

praticadas como: Hap-Ki-Do, Kung Fu, Kick Boxing, OEWTB entre outros. Com tanta diversidade, a prudentina Renata Martins de 29 anos, iniciou a prática do Kick Boxing recentemente. “Eu comecei a praticar há 2 meses depois que uma amiga me indicou. É muito bom pois movimenta bastante o corpo e aumenta o preparo físico”,relata a promotora de eventos. “Pra quem quer emagrecer é o ideal, apesar do pouco tempo, eu já percebi que está melhorando minha forma física e me ajudando a controlar o peso. Eu recomendo para todos que queiram uma vida mais saudável”, argumenta.

A participação da mulher em atividades que antes eram exclusivamente masculinas como as artes marciais mostra que lutar sempre foi coisa de mulher e que o sexo frágil, deixou de ser frágil há muito tempo.

André Martins

10

L impar. Tonificar. Hidratar. Três cuidados básicos para uma pele saudável, jovem e bonita. Esse ritual garante que qualquer cosmético que você aplique depois, tenha um efeito

muito melhor. A mulher sempre se preocupou com a beleza. Mas, nem sempre foi assim tão fácil. Na Grécia antiga, usavam-se óleos para banho e outros produtos de embelezamento, como máscaras faciais que continham chumbo. As mulheres acabavam envenenadas por esse metal. Com a tecnologia atual, esses riscos são quase inexistentes. Uma das tendências do setor estético é a nanotecnologia, que potencializa a ação de hidratar, prevenir e proteger a pele. Hoje, é possível a utilização de nanoesferas, que são moléculas de tamanho mínino. A nanotecnologia permite incorporar princípios ativos em partículas muito pequenas. Elas passam através da pele, penetram mais profundamente e têm sua ação garantida em determinados lugares.

Para a farmacêutica industrial Selma Bortoloci, produtos que contenham nanoesferas “favorecem e otimizam a absorção e mascaram o cheiro ruim de certos cremes e evitam reações desagradáveis”. Ainda segundo ela, os produtos podem ser usados em todas as áreas do corpo,

e não somente o rosto. A nanotecnologia não é uma coisa recente,

mas hoje há um leque maior de opções. Myrna Raiher, farmacêutica, diz que “atualmente é mais explorada, e mais utilizada”. Raiher afirma também que uma pesquisa chamada Pró Lipo, “permite nano encapsular qualquer produto pedido por médicos na farmácia”.

Segundo Bortoloci, “muitos médicos receitam produtos, sem realmente saber que contém micro partículas. Eles prescrevem pela ação benéfica, pelo resultado que o produto oferece”, argumenta.

Os novos caminhos da beleza

Nano LPD’s (nanolipídeos) Slimmimig: ativo redutor de medidas e anticelulítico;Nano LPD’s Olive-Ox: ativo antioxidante (antienvelhecimento);Nano LPD’s Lightening: ativo clareador e iluminador;Nano LPD’s Kójico: ativo antimanchas e clareador da pele;Nano LPD’s Antioxidant: previne danos causados pela radiação solar e o envelhecimento cutâneo;Nano LPD’s Multivitamin: complexo vitamínico para a nutrição e o rejuvenescimento da pele;Nano Regen Plus: regenerador natural para a pele.

Alguns produtos da nanotecnologia:

Beatriz Esper

A favor da estética, a tecnologia se une a técnicas manuais, para um corpo e mente mais saudável

11

As farmacêuticas alertam para alguns cuidados: qualquer pessoa pode usar cosméticos que contenham nanotecnologia, mas é preciso estar atento se existe alguma sensibilização da pele. Outros cuidados estão relacionados ao conteúdo do ativo que está na molécula e também na elaboração do produto.

Existem hoje muitas outras técnicas na área da estética. Segundo Cecília Gomes, esteticista e massoterapeuta, as técnicas manuais são as mais procuradas. “Ainda há opções como a massagem anti-estress, a massagem clássica sueca e a drenagem linfática”, informa.

O mercado de estética tem criado equipamentos que ajudam na queima de gorduras e melhoram o tônus muscular. Uma das últimas tecnologias é um equipamento italiano que tem seis funções diferentes. “Ele trata tanto do corpo como do rosto”, diz Gomes.

Outras técnicas: corrente fibratória, que ativa a circulação local; terapias alternativas como a massagem ayurvédica, técnica indiana que estimula os músculos e a circulação, que tem como objetivo o relaxamento e reequilíbrio energético. “Esta massagem não é muito divulgada, mais há uma grande procura”, afirma a esteticista. Massagens seguidas de banhos termais, com produtos da cosmética gourmet, como o vinho tinto e o chocolate.

E o Botox, produto que impede a formação de rugas (acredite!), ainda é o mais procurado.

“As pessoas têm corrido da cirurgia plástica, e buscam os tratamentos faciais”, fala Gomes. “Elas procuram tratamentos que consigam melhorar a estética, sem precisar de cirurgia”, finaliza.

A massagem com pedras quentes tem o intuito de transmitir energia que religa a força interior e é mais utilizada por quem sofre com os efeitos do estresse.

Beatriz Esper

12

Tá na rede

T udo começou durante a Guerra Fria. Militares desenvolveram um sistema que ficou conhecido como ArphaNet. Quando a guerra acabou, os militares disponibilizaram esta tecnologia para

os cientistas. Era a década de 60, quando eles começaram a desenvolver mais este sistema dentro das universidades nos Estados Unidos. Mas foi só em 1990 que Tim Berners-Lee desenvolveu o tão conhecido www (World Wide Web), e de lá para os dias atuais essa tecnologia vem se aperfeiçoando a cada dia.

Hoje, não como fugir da internet e quase todo mundo esta online. A estudante Gabriela da Silva, 17, vive uma rotina de ir para a escola, voltar para casa e entrar na internet para conhecer novas pessoas e manter contato com familiares. A secretária Silvana Vendrametto, 48, aproveita as horas livres para conectar-se.

Apesar de rotinas totalmente diferentes, existe algo em comum entre elas: o uso da internet. As duas relatam que começaram a navegar por curiosidade, pois muitos amigos já utilizavam esta ferramenta. “A qualquer momento você pode obter conhecimentos que talvez não conseguisse sem esta grande rede”, argumenta Silvana. “Não se sabe ao certo quantas pessoas estão conectadas a internet, mas todo mundo participa de algum jeito dela”, diz Gabriela.

Uma grande evolução que aconteceu com a internet foi em 2006, com a vinda das grandes redes sociais. Quem nunca ouviu falar no Orkut, facebook e agora o mais recente twitter?

Gabriela conta que passa de três a quatro horas por dia na internet. “Faço pesquisa de escola, mas gosto muito do Orkut para manter contato com pessoas que moram longe, e porque é um ótimo lugar para reencontrar amigos”, argumanta.

Silvana também confessa sua paixão pelas redes sociais. “Tudo começou como um entretenimento nas horas vagas, mas agora já é uma necessidade entrar todo dia e verificar se há algo de novo”, diz

O orkut é hoje a maior rede social do Brasil, segundo a Agência Click até no final de 2009 o número de cadastros chegava aos 55 milhões de orkuteiros brasileiros. Segundo dados do próprio Google, os brasileiros são a maioria dentro do site de relacionamento, num universo que corresponde a 56%. Os Estados Unidos que são o segundo lugar participam com apenas 18,95% dos cadastrados.

Jéssica Ishibashi

Um dos atrativos da internet dentro das redes sociais é a “Colheita Feliz”

As mulheres também estão online, principalmente dentro das redes sociais.

Jéssica Ishibashi

13

Um toque feminino

O que no Brasil–Colônia era considerado uma heresia social, hoje é prática normal, quando o assunto é mulher professora. A educação do país pode estar

nas mãos das mulheres. É o que diz Arilda Inês Miranda Ribeiro, doutora em educação.” Naquela época, as mulheres eram vistas como seres inferiores pela sociedade, submetidas ao marido. A mulher era procriadora, há até casos de mulheres que chegaram a ter 28 filhos”,revela. Segundo pesquisa do IBGE, realizada no ano de 2009, o ensino infantil, fundamental e médio são compostos por volta de 90% de docentes do sexo feminino, já no superior a média é de 58%.

A especialista explica que esta ausência das mulheres nos bancos escolares, acarretou um imenso número de mulheres analfabetas, sem o menor senso de criticidade e ainda submissas. “Ao homem era reservado o espaço público, já a mulher era o espaço doméstico”, conta.

A classe feminina começou a ter algumas oportunidades de aprendizado com a vinda da Família Real para o Brasil, com Dom João VI. Aí sim, após a independência começaram a surgir algumas instituições de ensino primário e secundário. A professora Arilda Ribeiro esclarece que foi a partir dessa brecha que

Juliana Rissato

Especialista diz que o quadro de professores até o ensino médio é formado por cerca de 90% de mulheres

as mulheres puderam ter acesso a instrução das primeiras letras. No entanto, as mulheres estudavam piano, francês, música, para casar. Não tinham emancipação. ”A primeira mulher alfabetizada do Brasil foi Madalena Caramuru”, comenta. Madalena era filha da índia Moema e do Português Diogo Álvares Corrêa. Ela escreveu uma carta de próprio punho ao Padre Manoel de Nóbrega,em 1561, solicitando que as

O corpo docente universitário é formado majoritariamente por mulheres.

Juliana Rissato

14

Juliana Rissato

15

crianças escravas fossem dignamente tratadas e resgatadas.

Porém, a rejeição era perceptível nos olhos dos homens daquela época, o tal chefe de família. O gênero masculino não aceitava que o gênero feminino fosse muito além, pois eles pensavam que só os homens tinham necessidade de frequentar um curso superior, participar da vida política e liderar uma casa. Parecia que os homens estavam com medo de serem deixados para trás pelos seres inferiores, ironizo. “É, o que interessava realmente a eles, é que as mulheres permanecessem cuidando do lar, não que se desenvolvessem intelectualmente”, diz a pesquisadora.

Segundo a estudiosa, somente por volta do século XIX é que as mulheres tiveram as portas abertas para estudarem na rede pública. O curioso é que a docência era vocação daquelas mulheres que não conseguiam um parceiro para casar. Uma visão quase nenhuma pouco machista e discriminatória, me revolto. E, foi neste período, mais exatamente em 1932, é que as mulheres começaram a ser cidadãs. Finalmente, direito ao voto e participação na vida política.

De lá para cá muitas coisas aconteceram, guerras mundiais, a queda do Muro de Berlim, o atentado ás torres gêmeas, enfim, coisas boas e ruins que contribuíram para a história da humanidade, inclusive a evolução do papel da mulher em meio a sociedade. “Hoje em dia, as mulheres chegaram a um momento em que elas

aprenderam a ter habilidades que os homens não possuem”, explica. Ribeiro. Ela ainda acrescenta que, as mulheres hoje têm muita ânsia de estudar e trabalhar e com isso crescem mais rápido do que os homens.” O sexo feminino tem mais paciência para se detalhar em relação á algumas áreas do conhecimento”, sintetiza.

Para a professora aposentada Delmira Júlio Monteiro, 73, a educação de fato está nas mãos das mulheres, pelo fato de que a maioria dos profissionais de educação na fase de alfabetização são mulheres. “A formação básica da população é geralmente lecionada pelo sexo feminino”, resumi Monteiro. A entrevistada ainda revela que quando cursou o primário, a sala de aula era tomada por meninos. “Tinham meninas, mas os meninos eram a grande maioria”, conta. A ex-professora também diz que ficou alguns anos sem estudar, pois se casou, e 5 anos depois de casada voltou para os bancos escolares e concluiu o ginásio, o ensino médio e se formou em Pedagogia na primeira turma da Unoeste e logo após começou a lecionar na rede pública de ensino, onde foram 26 anos ao todo de muito trabalho e dedicação.”Eu sempre fui apaixona pela educação, tive prazer em fazer parte da vida de tantos alunos e faria tudo de novo”, declara.

A especialista Arilda Miranda Ribeiro finaliza a entrevista dizendo que as mulheres já conquistaram muitas vitórias, mas ainda tem muito a evoluírem e um poder imenso nas mãos, o futuro de nossa nação.

Juliana Rissato

16

Fora

do

form

al

P ouco capital para investir, falta de estímulo por parte do governo e lucro baixo em relação aos impostos cobrados. Estes são os

principais fatores que incentivam a economia informal no Brasil.

De acordo com os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2003 eram 10, 3 milhões de empresas informais, movimentando um total de R$ 17 bilhões. O número representa mais da metade das microempresas do país.

Das mulheres que trabalham com economia informal, 32% estão nesta empreita com o intuito de aumentar a renda familiar.

A disponibilidade de tempo é outro aspecto que contribui para o crescimento deste tipo de negócio. É o caso das irmãs Lucimara Silva Pardini Magalhães (42), “Mara” e Lucinete Silva Pardini (34), “Nete”.

Além de funcionária pública, “Nete” exerce outra atividade remunerada: vende produtos por catálogo. Segundo diz, os resultados das vendas são tão positivos que ela chega a estocar, e ainda conta com esse dinheiro em seu orçamento mensal.

Já a irmã de Nete, Mara, é dona de casa e tem que cuidar do marido, do

filho de onze anos e da mãe. Além dessas atividades, Mara trabalha como manicure. A atividade não serve só como fonte de renda, mas também como diversão, pois encontra amigas e familiares. E Isto com um horário bem flexível.

Um outro fator que contribui para a economia informal é a possibilidade de poder trabalhar sem sair de casa. É o que acontece com Mirian Batista Gonçalves Mortensen. Há mais de 20 anos, ela produz bolos, comidas e salgados para “fora”. “Comecei a trabalhar com isso porque meu marido não me deixava trabalhar fora de casa”, diz.

Ainda de acordo com ela, o dinheiro serve para complementar a renda familiar, e para comprar coisas que ela deseja, como por exemplo, roupas. Apesar de não considerar seu movimento muito grande, já conseguiu comprar um forno industrial e o próximo passo será um fogão industrial.

Segundo o economista Augusto Márcio Litholdo, o que poderia ajudar essas mulheres a sair da informalidade seria a reforma tributária, que tem como principal objetivo diminuir os impostos. “Talvez se essas mulheres e todo mundo que trabalha com informalidade abrissem empresa, a carga tributária seria menor. Mas isso seria muito improvável. O certo mesmo é que o governo faça, o mais rápido possível, uma reforma tributária”, diz.

Litholdo ainda afirma que a informalidade sobrecarrega as empresas formais, além de não contribuir com o país através de impostos.

Talvez a alternativa para as pessoas que desejam se formalizar, seja a junção dessas empresas através de cooperativas quede acordo com Litholdo, têm mostrado um bom resultado.

Lívia Tadiotto

Vários fatores levam mulheres a trabalharem na informalidade

Mirian Mortesen, boleira a mais de

20 anos

17

Lívia Tadiotto

18

Justiça a meio

mastro

V ocê sabe por que as bandeiras existem? Durante a Idade Média, a Europa era um verdadeiro palco de carnificina, fruto de batalhas romanescas. Um dos maiores temores dos generais da

época eram as possíveis retaliações que o seu próprio contigente poderia fazer com os soldados integrantes da mesma tropa. Para evitar o “fogo amigo”, surgiram as bandeiras e, ainda hoje, elas servem para identificar, por meio de cores e brasões, grupos de povos de determinado local, seja ele um país, estado, província, sociedade ou uma cidade.

Presidente Prudente também possui uma bandeira. Sua história não é composta apenas por momentos memoráveis e de glória, mas também serviu de palco para sentimentos de mágoa e insatisfação. A cidade está representada por cores

fortes, traços precisos e símbolos que permitem representar o maior município do Oeste Paulista por meio de um brasão. A reprodução oficial para a cidade chegou um tanto tarde. Mais de trinta anos após a fundação da capital regional é que tiveram a iniciativa de se fazer uma bandeira respresentativa.

Na década de 60, a professora de artes Luiza Salvador Damata, mais conhecida como Dona Luizinha, recebeu uma ordem inesperada. Professora municipal - os integrantes dessa categoria se viam subordinados à prefeitura - recebeu por meio de um estranho a ordem do então prefeito da cidade, Luiz Ferrari, para que a professora desenhasse uma bandeira para a cidade. “Estava dando aula na hora em que recebi a ordem de ‘inventar’ uma bandeira”, relembra.

Como Dona Luizinha fazia parte de uma

Luiz Dalle

19

Justiça a meio

mastro

época em que os professores tinham grande autonomia na educação das crianças por parte dos pais e dispunham de um certo status que a profissão lhe proporcionava, a ex-professora de artes pensa que fazer uma obra de tamanha importância deveria ser um pedido e não uma ordem, além de “o prefeito não ter tido ao menos a gentileza de pedir pessoalmente”, conta. “Foi uma ordem fácil de ser cumprida, pois o amor pela cidade falou muito mais alto. Me tranquei na sala de jantar e proibi qualquer pessoa de entrar para não tirar minha atenção. Fiz apenas um rascunho, o mesmo que entreguei, por isso não tenho nada comigo deste momento”, relata.

Dona Luizinha conta que ficou “brava” uns dois dias com o prefeito e apenas três dias depois a bandeira de Presidente Prudente já estava pronta e, assim como ele, não foi entregar pessoalmente. Enviou por uma outra pessoa a criação que fez em uma folha de caderno de desenho e com o uso de lápis de cor.

No entanto, para a apresentação oficial da bandeira na cidade, Dona Luizinha não foi sequer convidada para a solenidade. No evento,

o mérito foi dado para uma outra pessoa, que foi apresentada como “madrinha da bandeira prudentina”, ainda que toda a sociedade da época soubesse que não foi ela quem a tivesse criado. “Recebi a ligação da madrinha, pois ela queria saber tudo sobre a criação desenhada para o dia do evento. E eu, educadamente, expliquei”, lembra.

Desconsiderações à parte, ela confessa ter noção de seu feito somente algum tempo depois quando, na cidade de Santos, durante os jogos abertos do interior, viu pela primeira vez a bandeira de Prudente hasteada na praia. “Chorei muito. Não parava de chorar. Não conseguia nem ao menos explicar para o meu marido que preocupado perguntava o que estava acontecendo. Somente estiquei minha mão e apontei”. (Neste momento, Dona Luizinha, chorando, aponta para a parede como se a sala onde ocorreu a entrevista fosse a praia de Santos e ali estivesse a bandeira, sendo vista por ela e por seu marido, já falecido, confesso por ela como o único e grande amor de sua vida).

Mas essa não foi a única emoção que sua criação lhe causou. Ela conta que um dos

Arquivo

20

momentos mais inesquecíveis da sua vida foi quando, nas Olimpíadas de Sidney, Austrália, Claudinei Quirino comemorou a vitória da prata no revezamento 4x100m enrolado na bandeira da cidade. “Quantos atletas não comemoram assim uma vitória? Mas muitos dos que fizeram as bandeiras em que os atletas comemoraram uma vitória estavam mortos. Eu estava viva. Sentada em minha sala. No meu sofá, diante da televisão, tive a maior emoção que ela em todo esse tempo me proporcionou”, revela às lágrimas.

Aos 85 anos, Dona Luizinha esbanja uma lucidez invejável e sempre se emociona ao falar da bandeira e de seu marido, falecido há seis anos. Hoje, ela lamenta ter ficado esquecida no tempo e

Luiz Dalle

21

ainda sente a mágoa de não ter sido reconhecida. “Estou esquecida e não sou convidada para nada. Mas com meu marido foi diferente, nunca me esqueço dele e tenho certeza de que ele nunca se esquece de mim.”

Contudo, se considerarmos o contexto histórico do motivo pela qual o uso das bandeiras foram utilizadas, como dito no início da matéria, hoje, em uma guerra, os Prudentinos ficariam confusos durante uma batalha. Quando questionada sobre se a nova geração conhece e respeita a sua criação, a resposta vaio rápida como um tiro de canhão: “Muita gente nem sequer sabe que a cidade tem uma bandeira oficial. Você ficaria impressionado.”

Luiz Dalle

22

Uma revolução chamada Chanel

Mayne Santos

Especialista diz que o quadro de professores até o ensino médio é formado por cerca de 90% de mulheres

V ocê se sente confortável usando calças? Pois então, saiba que essa não foi uma conquista simples.

A influência da moda masculina no vestuário feminino deu seus

primeiros sinais na década de 10, com a busca de funcionalidade, que trouxe os vestidos femininos mais leves e com vários bolsos. Isso ocorreu porque a mulher precisava trabalhar, já que seus maridos estavam em batalha. Por isso, precisavam de praticidade. Também, naquela época de guerra e crise, a escassez de tecidos era muito grande e não era mais possível gastar sete metros em apenas um vestido.

A estilista Adriana Nakada, 23, que atualmente trabalha em uma empresa de moda praia, explica que a calça, acessório até então usado exclusivamente por homens, começou a ser usada pelas mulheres lentamente, até serem estilizadas e totalmente inclusas no guarda roupa feminino.

A estudante de odontologia Ana Paula Bohac, 21, conta que não viveria sem essa peça. Sempre foi acostumada a usar e com a sua futura profissão, vai continuar usando por muito tempo. A calça protege contra acidentes que podem ocorrer e traz mais higiene ao trabalho.

23

Segundo Nakada, a maioria dos autores definem a estilista Coco Chanel como a responsável pelo início do uso das calças femininas, já que ela as estilizou, mudou os moldes e as adequou para mulheres. Quando surgiu, Chanel implantou na moda o estilo de mulher trabalhadora, já que ela mesma fazia parte desta realidade. Ela teve sorte, pois tinha talento e pessoas a fim de investir, como seus dois amantes, cada um em uma época, mas ambos com muito dinheiro. Além disso, o ambiente a favorecia, já que a nova realidade feminina estava por todos os lados.

As mulheres haviam conquistado a independência, tomaram gosto pela empresa e pelo trabalho fora do lar e com isso, mudaram radicalmente o comportamento da mulher. Começaram a se distanciar da feminilidade, aderindo aos Tailleurs – conjunto de paletó e saia, com blusa por baixo e as vezes gravata também – com ombreiras, fortalecendo o porte feminino. Porém, após a Segunda Guerra, tiveram que retornar aos lares, contra a vontade, o que formou uma geração de mães amargas, o chamado Baby Boom.

A estilista também explica que uma grande diferença dos dias atuais para as décadas anteriores é que a moda hoje é democrática, e não é mais usada quase que como uma obrigatoriedade. Essa conquista veio nas décadas de 60 e 70, quando os jovens, filhos de pais que estiveram na guerra, tinham a liberdade como princípio, como ideia. Também, a vinda da pílula marcou a emancipação dos jovens, que então se exibiam em minissaias, biquínis e jeans.

Nakada conta, que no começo da história da moda, algumas atitudes machistas marcaram época. Por exemplo, algumas mulheres na Europa que chegavam a ser presas se a saia que elas estivessem usando estivesse a oito centímetros do tornozelo.

Portanto, mulheres, mesmo se a calça comprida não for um acessório tão comum no seu guarda roupa, valorize-a, pois sua conquista se deu graças ao suor, batalha e bom gosto de outras representantes do “sexo forte”.

Atualmente, a variedade de calças compridas femininas é

enorme, mas o importante é saber qual destes modelos se adequam melhor ao corpo de

cada mulher.

24

Sexo “sem idade”Renata Negrão

Quem disse que só mulheres jovens têm pique para namorar e fazer sexo?

Edivani Batista,69 e Osvaldo Sanches,75 começaram a namorar, mas cada um na sua casa. O casal se

conheceu há dois anos em um baile e resolveram “ficar”. “Os jovens não ficam? A gente também pode, ué”, argumentou Osvaldo.

No encontro com Dona Edivani, depois que ela me contou sobre o namoro moderno, me atrevi a perguntar sobre sua sexualidade. Ela não hesitou e me surpreendeu com a tranqüilidade em falar sobre um assunto que muitos imaginam ser um tabu para as mulheres de sua idade. “Como não praticar um esporte tão gostoso?! Claro que não fazemos toda hora, não somos mais jovens, mas pelo menos duas vezes por semana e que valem por um mês inteiro”, revela.

Segundo o geriatra José Eduardo Pinheiro, os desejos sexuais da mulher continuam os mesmos quando se chega à terceira idade, mas há um processo de turbulência, uma perda hormonal que começa logo aos 45 anos, com a declinação na produção dos ovários. Mas a reposição hormonal favorece em muitos casos, a volta da libido.

Com o avanço da medicina e grandes mudanças culturais, é possível usar agora o termo “melhor idade”, ou seja, a mulher da terceira idade de hoje tem condição de viver uma vida tão feliz e plena como uma pessoa jovem. Redescobrir a vida, alegria, sexualidade e sem preconceitos.

Como quase tudo na vida, existe outro lado da moeda, aqui na cidade de Presidente Prudente, 15 idosos contraíram o vírus da AIDS, em 2008 e 2009, conforme o epidemiologista Jaime de

25

Sexo “sem idade”Oliveira. “Sem contar, os que não sabem ou não fizeram o teste”, conclui.

E por que isso acontece? Para o geriatra José Eduardo Pinheiro o índice de HIV aumentou porque hoje há um comportamento de risco, os idosos não estão acostumados a se cuidar, “eles não aprenderam a ter uma sexualidade com proteção e principalmente para mulher, o sexo não era um assunto falado abertamente, eram informações castradas”, argumenta.

Presidente Prudente os bailes da terceira idade viraram febre, lá eles se reúnem para dançar e claro, conhecer gente nova. Lívia Maria da Cruz, 56, já freqüentou alguns bailes, mas não gostou. “Eles vão pra lá tomar bebida alcoólica, transam com qualquer um e sem proteção”. Por isso, criou o Bailando com Cristo. Os bailes acontecem todas às terças-feiras e é permitido namora, mas sem exageros. E quando pergunto o que se pode beber, ela é enérgica “bebida alcoólica não entra”

Genir Bianchi, 71, discorda. Para ela os bailes são locais aonde as mulheres vão para se divertir, se sentirem vivas. “A bebida é conseqüência de qualquer festa, mas não é certo generalizar. Eu não vou aos bailes para isso, gosto de ir porque traz alegria e vitalidade”, diz.

A Organização Mundial de Saúde diz que para ter uma boa qualidade de vida, toda pessoa deve se pautar em: família, lazer, trabalho e sexo. Toda mulher independente de idade tem o direito de se manter viva e ativa mentalmente e o sexo é conseqüência de tudo isso.

“Posso aparentar uma mulher de idade, mas gosto de saber que ainda tenho espírito jovem” Edivani Batista.

Quem disse que só as mulheres jovens têm pique para namorar e fazer sexo?

Renata Negrão

26

Acei

ta u

m c

afez

inho

?

Tichiago In

ague

Em todos os lugares – loja, banco, hospital, aeroporto – é fácil encontrar em um canto, o espaço destinado ao famoso cafezinho. O local e a forma de servir são variáveis. Pode ser

servido em xícara, copo, copinho descartável e armazenado em garrafas térmicas, bules ou feitos na hora por meio das diversas máquinas de expresso. Mas, independente da forma de expor e de servir, sem dúvida, é uma bebida muito apreciada, enraizada em nossa cultura e presente no cotidiano de todos os brasileiros.

Silvia Helena Iwaki Soares de Mello, 28, é advogada e barista (fez o curso de “Barista Básico”, na Capheteria, 2008 e “Barista Avançado”, 2009 no Sindicato do Café, ambos em São Paulo), aponta que o café está em alta em todos os lugares e a arte de prepará-lo, combiná-lo com outros ingredientes, selecionar o grão de qualidade, é algo que tem atraído jovens, estimulando-os a seguir esta área profissional.

O café pode ser combinado com diversos produtos, como chocolate, leite, creme de leite, leite condensado ou sorvete. Silvia revela que as combinações do café com bebidas alcoólicas, como whisky, licor, cachaça, vodca, que resultam em drinks saborosos. No entanto, ressalta que nem todos os tipos de bebidas alcoólicas combinam com café.

O café foi o alicerce econômico do Brasil no decorrer do século XIX e na metade do século XX

27

No Brasil, o consumo do café teve um aumento considerável no ano passado. Entre Novembro/2008 e Outubro/2009 a ABIC, (Associação Brasileira da Indústria de Café), registrou a alta de 18,39 milhões de sacas, aumento de 4,15% em relação ao ano de 2008, que havia sido de 17,65 milhões de sacas. Para este ano, a ABIC, estima o crescimento de 5,0% em volume, que resultaria no total o consumo de 19,31 milhões de sacas.

Silvia faz algumas recomendações na hora de preparar o café em casa. Para o cafezinho perfeito, deve-se comprar um pó de boa qualidade, moído na medida certa.

Cafezinho perfeitoEla afirma que há diversas marcas,

qualidades e preços, no entanto, ressalta que um bom pó de café pode ser encontrado a preços populares, em qualquer supermercado a partir de seis reais.

A água onde for colocar o pó não pode ser fervida, pois perde as qualidades do café. “Ela deve ficar em uma temperatura alta, mas não ao ponto de ebulição. Nunca adoce a água. O pó de café deve ser estocado em temperatura ambiente”, ensina.

O café no BrasilO café, antes mesmo de chegar ao Brasil,

já tinha grande valor comercial na Europa e Estados Unidos. As primeiras mudas de café vieram clandestinamente em 1727 a pedido do governador do Maranhão, João da Maia da Gama. O café se espalhou rapidamente. Em 1808, com a vinda da família real, D. João VI, importou sementes da África e distribuiu para fidalgos do Vale do Paraíba. No ano de 1840, o país se torna o principal produtor mundial, implicando no aumento da mão de obra escrava e posteriormente, com a abolição, a vinda maciça de imigrantes europeus.

Durante a maior parte do século XIX e a primeira parte do século XX a riqueza do país se concentrou na economia cafeeira. No ano de 1902, o café entra em crise devido ao excesso de produção, com isso, o governo pela primeira vez intervém na economia – comprou, estocou e queimou o produto excedente. Esta prática extrema foi usada durante a crise de 1929, ano em que houve a quebra da bolsa de valor de Nova Iorque. O preço do café caiu e se restabeleceu apenas na década de 40. Nesta época, o país já não tinha o café como principal produto de exportação.

Atualmente somos o primeiro país produtor de grãos de café do mundo, representando 30% do mercado e o segundo que mais consome o produto, estando atrás apenas dos Estados Unidos.

Termo de origem italiana que designa o profissional conhecedor da arte de preparar corretamente os cafés, principalmente o espresso, cappuccino, e bebidas à base de espresso. Os baristas podem trabalhar em cafeterias, restaurantes, hotéis e supermercados. Atualmente, participam também de eventos e campeonatos. *

*fonte: BRESSANI, Edgar. Guia do Barista: da origem do café ao espresso perfeito. São Paulo: Café editora, 2009.

Barista

Silvia concilia a paixão pelo direito com a arte do café.

28

Eu, e

le e

o

mic

roon

das

Valmir Custódio

Alguns devem se lembrar dos comercias com mesa farta de café da manhã, sorrisos, sol, e a família tradicional de mãos dadas com um cachorro brincando ao redor. Para quem

vivenciou estas propagandas, principalmente as de margarinas, causa até certa nostalgia relembrá-las. Hoje as famílias também são constituídas de pais separados, mães com novos namorados, filhos que se viram na cozinha e todos sem tempo para o fogão.

A margarina é a mesma, porém, hoje a família é outra: Segundo o sociólogo Alberto Albuquerque Gomes, doutor e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Presidente Prudente, atualmente as famílias têm outro perfil. “Hoje tem pais que são separados, parceiros homossexuais que adotam crianças e aquela família tradicional não é mais a única. Muitas coisas mudaram no mundo. A tecnologia, os empregos, os direitos, o mercado de trabalho e com a família não poderia ser diferente”, explica.

A estudante Alana Carolina Barbosa Lima, 21, mora com o pai, um irmão mais novo e a madrasta. Ela mantém em casa uma reserva de alimentos como pizza, lasanhas, quibes e outros para quando não tem tempo de cozinhar. “Vivemos na correria do dia a dia. No congelador de casa sempre tem comida para microondas e comemos pelo menos três vezes por semana. É bem mais prático”, diz.

Muitos não têm tempo e habilidades, por exemplo, para cortar tiras de batatas e fritá-las, escolher legumes ou coar um café. E muitas coisas se tornam inviáveis como comprar uma pizza de oito pedaços para duas pessoas. Percebendo esta tendência, o comércio busca cada vez mais

Comidas de microondas ajudam

no dia a dia.

29

pelas empresas alimentícias com produtos de fácil preparo. Segundo o encarregado de frios de um supermercado de Presidente Prudente, Alexandre Cândido Sales, a procura por produtos para microondas é grande e a cada dia as opções crescem mais. “Fazemos várias reposições por dia. Sempre tem produtos diferentes para quem vive sozinho ou com poucas pessoas. Podem levar desde uma fatia de pizza até um pacote com brócolis”, revela.

Existe certo cuidado em tratar deste assunto por parte de quem cria as campanhas para a venda destes produtos. De acordo com o publicitário Leandro Deltrejo, o Brasil ainda está ligado ao tradicionalismo. “Aqui, esse setor está demorando um pouco para se tomar consistente. No Japão e Estados Unidos é mais forte esse mercado onde se podem encontrar embalagens com quatro ovos, quatro fatias de pães,

etc. Quando fazemos uma campanha aqui no Brasil temos que ter cuidado para não agredir os valores morais da sociedade. É mais fácil levarmos para o lado humorístico que agride menos”, explica.

Para o publicitário Ricardo Monteiro as novelas ajudam a população a ter mais contato com este novo perfil. “As famílias não são mais como antigamente. A formação mudou. A televisão influencia muito e acaba passando a ideia para quem assiste que é normal”, afirma.

O mercado e a variedade dos produtos crescem a cada dia nas prateleiras dos mercados e nos armários das residências. Eles são em pequenas porções assim como algumas famílias. A facilidade e a variedade dos alimentos são boas alternativas. “Não gosto da comida do dia a dia. Adoro nuggts”, revela a estudante.

Valmir Custódio

30

Cora

ção

Vale

nte

Vinícios Ribeiro

O coração feminino é cheio de distinções. Ele se exalta mais, sofre um bocado, fica atribulado, bate apertado. Eita coração que sofre!

Mas esse sofrimento, só veio após a emancipação feminina que possibilitou sua independência. Mas trabalhar dentro e fora de casa, beber, fumar trouxe junto as doenças do universo masculino que antes as

atingiam em pequena escala. Nem o mais persistente organismo masculino aguentaria a dupla jornada que as mulheres são submetidas e as variações hormonais causadas pela menopausa e também pelas pílulas.

Viní

cios

Rib

eiro

31

Infarto, derrame, dor na coluna , dor nas costas, reumatismo, câncer de pulmão e até gastrite são problemas que atacam cada dia mais as mulheres e não é porque elas fazem parte do chamado sexo frágil. Segundo a Organização Mundial de Saúde-OMG, 21 países mostram que, das 165 milhões de pessoas que morrem anualmente por causa das doenças cardiovasculares, mais da metade - 8,6 milhões - é formada por mulheres. Os dados também revelam que infarto e derrame matam o dobro em comparação a todos os tipos de câncer juntos.

O cardiologista Luiz Penha lembra que antes mesmo da mudança social, as mulheres tinham uma dieta mais adequada e faziam mais atividades práticas. “ E hoje em dia além do estresse em dobro, ainda precisam lidar com as ‘doenças da mulher’, como o câncer de mama, risco de morte no parto,osteoporose. O sexo feminino acumula uma série de fatores de risco que aumentam a chance de desenvolver infartos e derrames no período da pós-menopausa,” explica.

Acordar de madrugada, tomar um copo de café, e, às vezes fumar até dois cigarros. Essa era a rotina de todos os dias da ex-merendeira, Zuzimeire Tostes, 57anos, conhecida como Meire,

que além de tudo isso, alimentava-se mal, e ao chegar do serviço tinha que cuidar da casa e de seus três filhos.

No mês de outubro de 2009, o seu coração não aguentou. Ela teve um infarto, no corredor dentro de casa, e foi socorrida pelo seu filho. “Tudo apagou no momento, só me recordo depois de algumas horas que acordei dentro da Santa Casa,” relata.

Após esse susto, a vida de Meire deu uma guinada. “Comecei a caminhar uma hora por dia, troquei toda a minha alimentação, eliminando todas as comidas que contém gordura, e também descobri que eu estava com um grau elevado de diabete, e com isso, tive que eliminar o acúçar. Também estou parando de fumar, já diminui bastante,” revela.

Segundo Penha, a preguiça de procurar por hospitais cardiológicos, para fazer uma avaliação anual sobre suas condições de saúde é a maior inimiga da mulher. O recomendável é que a partir dos 35 anos, elas comecem a se preocupar com o coração evitando sérios problemas. Cuidados simples e frequentes fazem com que a mulher viva mais, e continue a ser guerreira em todas as batalhas diárias.

32