a trindade segundo karl barth

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  • 7/28/2019 A Trindade Segundo Karl Barth

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    Introduction to the Theology of Karl Barth 1

    A Revelao de Deus(Captulo II a. O Deus Trino)

    Texto: Geoffrey W. Bromiley in Introduction to the Theology of Karl BarthTraduo: David Rodrigo III-TEO/2004 Universidade Filadlfia de Londrina

    Como foi explicado no final do ltimo captulo, Barth divide sua anlise da PalavraRevelada em trs partes: Santa Trindade, Jesus Cristo e Esprito Santo. Visto que cadauma dessas partes demasiadamente volumosa por cada seo, mas toda a necessidade

    seja mantida sob o ttulo da Revelao divina, ele adota uma nica classificao naDogmtica e interpe trs subdivises, cada uma fornecida com suas prprias sees esubsees. Tratando compreensivelmente da Palavra de Deus em seu prolegonema,Barth resolve o problema de um ponto inicial ao qual tem sido muito debatido emteologia. Em vez de ter que escolher entre um (ONTIC BEGGINING) princpioimanente ou fundamentado na histria em Deus e um (NOETIC BEGGINING) princpiointelectualnas escrituras, ele combina os dois, uma vez que a Palavra de Deus em suatrplice forma chama para uma discusso de ambos: Deus e Santa Escritura tantoquanto proclamao. Deus, com certeza, finalmente ambos: a base compreensvel

    imanentemente "ontic" e a base compreensvel intelectualmente "noetic"; assim sendo ateologia da Revelao deve comear com a Palavra Revelada.

    A. O DEUS TRINO

    Deus em sua Revelao (8)

    Das cinco sees dedicadas Trindade, a primeira (8) trata de questes

    introdutrias sob um ttulo geral de "Deus em sua Revelao". O tratamento da doutrina

    no prolegonema, ao invs de no corpo do trabalho, constitui o tema da primeira

    subseo. Barth justifica sua escolha de posio, que est certamente aberta ao desafio,mostrando como a revelao nos conduz indubitavelmente Trindade. Das escrituras,

    aprendemos que Deus a prpria revelao de "Deus". Que Deus, atravs de si-mesmo,

    revela-se a si-mesmo, significa que ele sujeito, ato, e efeito numa unidade de Revelao

    e Revelador. (296-299). A partir da ocorrncia de Deus nesses trs estgios, sujeito, ato,

    e efeito, somos conduzidos ao Deus Trino como sendo fator controlador da Revelao.

    Uma verdadeira doutrina de Revelao no pode ser sequer suposta separadamente da

    doutrina da Trindade (300-303).

    Barth examina mais profundamente esta revelao numa segunda subseo a

    qual chama de raiz da doutrina na Palavra. A Palavra diretamente idntica com Deus(304f.) como seu prprio absoluto solo. (305f.). Portanto, quando Deus revela-se a si

    mesmo, revela-se como Senhor (306f.). Barth acredita que isso seja a raiz da doutrina. A

    proposio trinitria no por si mesmo uma proposio direta da Revelao. Isso

    "Traduz" o texto da testemunha para revelao, indiretamente idntica com ele (308f.)

    tendo sua base na revelao, na auto-revelao de Deus, de acordo com a Santa

    Escritura. Para Barth, esta no apenas uma questo de buscar referncias trinitrias na

    Bblia. Existem algumas delas (313), mas a base coloca-se primeiramente na

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    apresentao geral (314). Isso nos introduz a Deus como Senhor na Revelao em trs

    momentos, a qual Barth agora define como o auto-des-ocultar, concedido ao homem, do

    Deus que por natureza no pode ser des-ocultado. Neste auto-des-ocultar histrico,

    Deus o Senhor num segundo momento, isto , em manifestao (315ff.) Em ser quem,

    pela natureza no pode serdes-ocultado, Deus o Senhor num primeiro momento, isto ,

    em sua inescrutabilidade aparte de seu prprio livre ato (320-324). Em sua

    autoconcesso ao homem, Deus o Senhor num terceiro momento, isto , em sua

    especfica vinda a ns (324f.) O terceiro aspecto conduz Barth uma discusso do que

    isso significa para a historicidade da Revelao. O auto-des-ocultar de Deus, sugere

    Barth, no pode ser historicamente demonstrado pela forma na qual Jesus

    historicamente demonstrado em sua humanidade. Certamente, isso toma lugar como um

    especfico evento num especfico tempo e lugar (326). Portanto, histria e no um mito

    (327f). Contudo, um evento particular conhecido por um povo tambm particular, nesta

    sua prpria autoconcesso qual essa des-ocultao em ocultao, ou ocultao em des-

    ocultao, tambm conhecida. O interesse de Barth aqui no negar e nem dissolver a

    faticidade histrica da auto-revelao divina, mas, preservar um lugar apropriado para o

    senhorio de Deus em sua autoconcesso impedindo que isso possa vir dentro de

    categorias de eventos conhecveis, ou seja, manipulveis, atravs de demonstraes

    histricas gerais.

    Estamos ns atribuindo exclusividade ao real significado da raiz da doutrina

    trinitria na auto-revelao divina? Este o assunto da terceira subseo dos to-falados

    vestgios da Trindade. Barth reconhece que muitos telogos tm procurado e

    supostamente encontrado, reflexes e at mesmo demonstraes da Santa Trindade em

    muitos anlogos criveis (334), ou possivelmente no reino da natureza (336), cultura

    (336), histria (336f.), religio (337), ou na psicologia humana (337f.). Ele admite que

    esses vestgios no podem ser lanados fora e que podem, sem dvida, ser muito teis

    por muito tempo, enquanto vistos luz da Revelao. Por outro lado, Barth argumenta

    firmemente que eles no formam a base, o princpio fundante da Dogmtica, nem servem

    como outra raiz de doutrina alguma (338-344). Eles suscitam o problema da diferena

    entre interpretao e ilustrao. Tanto a interpretao quanto ilustrao iniciam-se com

    um texto ou sujeito e, ento, tentam aplicar a mesma coisa de outras formas com o

    propsito de melhor entendimento. Mas enquanto a primeira enfatiza a mesma-coisa, a

    ltima enfatiza os outras-formas, e ao fazerem isso, correm o risco de focalizarem

    ateno somente naquilo que ilustra, ao invs de focalizarem aquilo o qual se ilustra

    (344f.). Por esta razo, Barth acredita que melhor no usar, sequer como ilustrao, os

    vestgios da Trindade que podemos descobrir na criao, mas, ao invs de us-los, cravar

    aqueles que Deus tem especificadamente nos dado, a saber, na Palavra como nica

    Palavra trplice forme, como Palavra Revelada, escrita, e proclamada. Segundo Barth,

    temos aqui um bom e confivel vestgio qual no se fixa uma segunda raiz paralela

    primeira.

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    A Trindade de Deus (9)

    Uma vez que tenham sido dispostas essas preliminares questes, Barth se move

    para dentro do contedo da doutrina com uma seo na triunidade de Deus. Ele

    considera essa primeira seo do ponto de vista da unidade na trindade. Deve-se

    estabelecer que, de nenhuma forma a trindade divina conflitua com a unidade divina. O

    batismo no trino nome no significa batismo em trs nomes, pois Deus nico Senhor

    em uma no trs divindade (349f.). O que a trindade implica que Deus o nico

    Senhor em trplice repetio, sem adies, adulteraes ou alteraes. Cada repetio

    baseada na unidade do Ser de Deus, e Deus Deus somente nesta repetio (350). A

    unidade no deve ser interpretada como uma unidade de espcies da qual Pai, Filho e

    Esprito Santo so trs exemplos, muito menos como uma unidade coletiva na qual as

    pessoas so personalidades distintas, mas, como uma unidade na qual temos um Eu

    divino em trs momentos (351). Longe de minarou enfraquecer a unidade de Deus, a

    trindade, quando compreendida corretamente, fortalece-a. Isso mostra que a unidade na

    trindade posta antes de ns na Revelao, de modo que, nenhuma escolha pode ser

    feita entre revelao e unidade, como acontece em vrias heresias monrquicas (352f.).

    Na revelao, sujeito, predicado e objeto devem ser entendidos como revelador,

    revelao e revelando. Em sua revelao, ento, Deus divulga-se asi-mesmo para ser o

    Deus da unidade na trindade em quem somente a igualdade do Pai, Filho, e Esprito

    compatvel com o monotesmo verdadeiro no como um monotesmo de abstrao,

    mas, um monotesmo do verdadeiro Deus em sua auto-revelao (353).

    Esta primeira subseo da unidade na trindade uma etapa natural para a

    segunda subseo da trindade na unidade, que mostra que a unidade divina no exclui a

    trindade divina. Muitas religies so explicitamente ou implicitamente monotesticas,

    mas, na questo da unidade do Deus da auto-revelao a nica unidade revelada que

    no deve ser confundida com a singularidade ou isolao da unidade numrica (353f.). A

    unidade de Deus inclui uma distino e uma ordem em divindade a qual uma distino

    e uma seqncia de trs pessoas divinas (355). Nesta articulao, Barth examina o

    conceito de pessoa em seu uso histrico trinitrio, e conclui que a adio da sua

    generalidade admitida equivocadamente, tem agora se tornada enganosamente uma

    dvida quanto sugesto da personalidade e conseqente presso em direo ao

    tritesmo (355-358). Ele prope ento, substituir o que mais plido, mas tambm o que

    mais colorido, pela expresso modo-de-ser, que ele esclarece e defende numa

    pequena nota histrica (356-360). O termo suscita seus prprios problemas. Onde suas

    credenciais ortodoxas, ambas na Igreja Primitiva e na Ortodoxia Protestante, no so

    conhecidas, e onde a Dogmtica negligenciada, superficialmente lida, ou conhecida

    somente de segunda mo, o termo at citado em favor da idia absurda que Barth

    defende como Modalismo.

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    Ele mesmo, naturalmente, exclui isto com sua definio de que Deus um Deus

    pessoal em trs, essencialmente e inegavelmente, distintos modos de Pai, Filho, e

    Esprito Santo. Estes modos no so partes ou departamentos de divindade, nem

    atributos divinos, pois os atributos de Deus so os atributos de cada um dos modos, e

    cada um dos modos essencialmente Deus em unidade e distino. Onde, ento, a

    distino se encontra? Na auto-revelao divina, a distino est localizada nas relaes

    de origem dos trs modos de ser nos quais encontramos comeando, sendo comeado e

    procedendo, ou em outras palavras em, paternidade, filiao e espiritualidade (361f.).

    Portanto, Pai, Filho, e Esprito so trs modos de ser de um Deus substitudo em seus

    relacionamentos um com o outro (366). Naturalmente esse tipo de indicao no

    esclarece todas as coisas muito bem. A singularidade de Deus significa tambm o

    mistrio de Deus. Nenhum de nossos termos e conceitos podem dissipar este. Eles

    servem sua volta se, finalmente ajudarem a conhecermos ao menos o que estamos

    tentando dizer quando dizemos que nesta questo aqui mistrio de Deus (368).

    Unidade em trindade e trindade em unidade so trazidos juntos na terceira

    subseo como triunidade. Trindade como Barth entende, significa o movimento de dois

    pensamentos de unidade e trindade (369f.). Cada um dos modos de ser conhecido em

    sua participao nos outros dois, isto , em suaperichoresis.

    Eles so trs em distino, mas, no em separao (370). Isso encontra

    expresso no trabalho exterior pela qual conhecemos a realidade interna de Deus. O

    trabalho externo de Deus nico; todos os atos exteriores podem ser descritos como atos

    de uma totalidade trinitria na qual cada uma das pessoas est em trabalho. Isso aponta

    para a unidade interna em distino (372f.). No obstante, atos individuais so

    reportados mais especificamente uma ou outra pessoa, pelo que, teologicamente tem

    vindo a ser descrito como adequaes, nas quais so vlidas tanto quanto so bblicas, e

    no arbitrrias ou exclusivas. Isso aponta para a distino na unidade. Em ambos, seu

    trabalho e emsi-prprio, o nico Deus um em trs e trs em um, num movimento de

    inter-relaes mtuas. Esta a Triunidade divina.

    No final da discusso, Barth acrescenta uma quarta subseo no significado da

    doutrina. A doutrina, ou dogma, no pode reivindicar ser um ensinamento direto da

    Escritura. Ela exegese do texto bblico num contexto histrico social particular. As

    questes inevitavelmente surgem, tanto para sua autenticidade como autoridade. Barth,

    cuidadosamente considera a possibilidade de relativizar ou at mesmo descartar a

    doutrina (376-378). Ele conclui, portanto, que independentemente da situao que a

    produziu, a doutrina responde uma questo fundamental que representada pelo

    compromisso Santa Escritura. Esta a questo do tema da Revelao, (379) cuja auto-

    revelao atribui os trs movimentos de auto-ocultao, auto-des-ocultao e

    autoconcesso; de santidade, misericrdia, e amor; Pscoa e Pentecostes, de modo que

    sejam nomeados especificamente Pai, Filho, e Santo Esprito. luz desse assunto, a

    doutrina da trindade exclui as falsas respostas do subordinacionismo por um lado, e do

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    modalismo por outro. O subordinacionismo extravia-se subjetivando Deus para as idias

    criveis, tornando os trs momentos desiguais. (381). O modalismo cai no erro opositor

    de relativizar Deus pelos momentos que so alheios e estranhos ao prprio Deus (382).

    Em contraste com ambos, a doutrina da trindade mostra-nos que ponto o Deus auto-

    revelado pode ser o que sua Palavra nos diz que ele realmente , a saber, nosso Deus,

    pois em todos os seus modos de ser ele igual a si-mesmo, e seu trabalho por ns tem

    sua base e prottipo em seu prprio ser como Pai, Filho, e Esprito Santo (383).

    Deus o Pai (10)

    O caminho agora clareado por uma breve discusso de cada um dos trs

    modos de ser, e no 10 Barth comea com Deus, o Pai. Nesta e nas prximas duas

    sees ele adota o mesmo esquema, dedicando uma primeira subseo Deus em Seu

    trabalho e uma segunda subseo Deus antecipadamente em si-mesmo. Ser Deus, o Pai,

    implica primeiro na apresentao de Deus como Criador e ento como eterno Pai. Deve-

    se compreender, naturalmente, que o material contido na doutrina do Deus Criador d

    forma substncia do volume anterior III e no est em questo neste contexto.

    Revelao, como tem sido discutida, apresenta-nos Deus com Senhor. Em seu

    clmax, as escrituras aponta-nos Jesus como Senhor. Mas Jesus primeiramente Senhor

    em sua execuo, manifestao, e aplicao do senhorio do Pai (384f.). Em Jesus,

    naturalmente, Deus como Pai no se pe primeiramente para uma afirmao da

    existncia humana, mas, para seu questionamento substancial. Como Senhor, o Pai o

    fim-ltimo da existncia humana, conhecida como morte (387f.). Naturalmente, isso no

    significa que Deus e morte so idnticos. Entretanto, nem o so Deus e vida. O ponto de

    importncia que Deus o Senhor de nossa existncia (387f.). Ns existimos como

    vontade/desgnio de Deus num posicionamento de nossa existncia. Nossa existncia tem

    um autor que livremente a criou e a sustenta. Desta forma, Deus o criador. Todavia,

    uma vez que nosso pai o autor humano natural de nossa existncia, ele pode ser

    analogicamente ser chamado Pai. No entanto, no a partir desta analogia que devemos

    nos mover ao conceito de Criador, nem por esta analogia que ele conhecido como

    Pai. pela Revelao em Jesus Cristo que Deus conhecido como Senhor; o Criador. E

    este Criador Pai, somente enquanto e a partirdo que para Jesus Cristo, a saber, o

    Verdadeiro Pai (389).

    Deus, portanto, o eterno Pai. Podemos conhecer Deus como nosso Pai porque

    ele o primeiro Pai, no exteriormente como Criador ou como Pai, mas, internamente

    como o Pai de Jesus Cristo (390-392). Sob este aspecto, Barth cria um ponto

    caracterstico dizendo que, o termo pai estabelece o seu prprio uso, no na relao

    com o nosso pai humano, muito menos com Deus como nosso divino Pai, mas, Deus

    em si-mesmo como o Pai eterno (ou seja, na sua prpria essncia de Deus como Pai

    eterno). Deus O Pai em si-mesmo (na sua essncia) como origem e/ou fonte de

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    divindade. Isso, de forma alguma, implica numa superioridade ou superordenao de

    Deus o Pai em relao ao Deus Filho ou ao Deus Esprito (3936f.). Uma vez que Deus

    em si mesmo Pai, isso independe de ser ou no nosso Criador, segue-se que uma

    equao absoluta de Pai e Criador no pode ser sustentada. Como Deus, o Pai no o

    criador do Filho ou Esprito, ento o Pai no sozinho o Criador, pois a criao como

    trabalho externo tambm um trabalho do Filho e do Esprito Santo (394f.). Por

    apropriao, entretanto, Deus o Pai pode ser, especificamente, visto como o Criador. A

    afinidade sustenta isto; ela est provando que a autoria da existncia crivel poderia ser

    mais associada ao modo de ser divino pelo qual o Deus Filho foi gerado e pelo qual

    Deus Esprito Santo procede (395-398).

    Deus o Filho (11)

    Passando para a prxima seo de Deus o Filho, Barth segue o mesmo

    procedimento. Ele tem uma primeira subseo em Deus o reconciliador e ento se move

    para a segunda no Filho eterno. Novamente aqui, ele no faz sequer uma tentativa de

    desenvolver o tema da reconciliao, a qual est reservada para o volume IV.

    Comeando com Jesus Cristo, como foi feito no 10, Barth indica

    primeiramente que em Cristo, Deus manifestado como Senhor, no por adoo ou

    personificao, mas, pela reconcilivel auto-revelao de Deus (399-408). Jesus permite

    que pecadores ouam a voz de Deus pela reconciliao deles com Deus (407-409).

    Comparada Criao, reconciliao significa novo trabalho. No um trabalho do

    homem, nem de um revelador impessoal, mas, um trabalho de Deus em seu segundo

    modo de Ser, o qual em relao Deus-Pai trabalho distinto no Modo, no no Ser

    (410-413).

    De acordo com a confisso da igreja, Deus este segundo modo de ser como

    Filho, no apenas por ns, mas, j em sua essncia (si-mesmo). Mesmo Melanchtton, que

    gostaria de conhecer Cristo a partir dos seus benefcios, no disputa isso, mesmo isso

    sendo o corao dos ensinamentos de Lutero e Calvino (414-420). Respondendo algo

    que somente a especulao o pode fazer, Barth declara que somente a especulao pode

    negar isto, pois sua rejeio (1) faz o ser de Deus por ns um atributo necessrio, (2) no

    deriva da f, e (3) pode utilizar somente um critrio humano (421).

    O que Barth tem a dizer com respeito ao desenvolvimento da filiao eterna baseado

    frase por frase no Credo Niceno. Cristo, o nico Senhor Deus (423). Como o unicamente

    gerado ele singular; o nico Deus (424f.). Antes de todo o tempo declara muito mais que um

    serporns (424 f.). Verdadeiramente Deus de Verdadeiramente Deus sugere distino dentro

    da unidade (425-427). Luz das Luzes proporciona uma ilustrao (429). Gerado, no feito

    contesta sua criaturidade e ainda estabelece derivao do Pai. De uma e igual substncia recusa

    o Arianismo e a subordinao, embora ela sobrepe a compreenso final em sua singularidade

    divina (440). Pelo qual todas as coisas foram feitas acentua a verdadeira divindade em distino

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    e tambm acentua a continuidade da reconciliao com a criao (443f.). Em uma boa e oportuna

    frase, Barth descreve Cristo aqui como o solo de nosso ser, alm de nosso ser (444).

    Deus Esprito Santo (12)

    Como explicado anteriormente, pelo Esprito Santo o Redentor que vamos

    f e em quem a Revelao e est sendo revelada. O Esprito Santo Deus na

    presena da doao da vida (425f.). Embora as escrituras podem cham-lo de Esprito de

    Cristo, ele no Cristo (425f.). Em seu trabalho redentor ele serve como garantia trplice

    de (1) nossa participao, (2) nossa instruo, e (3) nosso testemunho (453f.). Seu dom

    especial duplo,filiao e liberdade (456f.). Nisto ele distintamente um Deus em seu

    terceiro modo de ser (459ff.). Dele, a f surge com sua referncia escatolgica (464). Ele

    mesmo, porm, no nossa f. No menos que o Pai e o Filho, Ele tambm Senhor.

    O Esprito Santo no apenas o Esprito Santo na revelaopara e em ns.

    isso porque antecedentemente o Esprito Santo em si-mesmo, (467) infelizmente

    porm, isso pode soar como uma f autnoma (468). O Esprito Santo o Senhor eterno,

    distinto do Pai e do Filho, no entanto, relacionado eles como seu fator comum ou fator

    de comunho. Ele Deus como ato de amor (469).

    Para completar o que quer dizer sobre o Esprito eterno, Barth segue uma

    indicao mais adicional do Credo Niceno. Como doador da vida o Esprito Santo o

    sujeito da criao do qual a redeno distinta, contudo, com a qual ele est tambm

    conectado (471-473). Processo no significa criao, mas emanao do outro modo

    ou modos de ser, e portanto, distino (em unidade) deles. O significado preciso do

    termo, e suas diferenas de gerado necessariamente permanecem um mistrio para ns

    como tambm o foi para Agostinho (474-477). E do Filho (filioque) pode certamente

    ser includo, Barth pensa, porm desde que tenha uma base econmica no duplo envio do

    Esprito, desde que admitia a comunho do Pai e do Filho, desde que relacione o Esprito

    Santo com a Revelao e reconciliao tanto quanto criao, e desde que veja no

    Esprito Santo o amor do Filho tanto quanto do Pai. (480ff). Em resposta ao argumento

    que logicamente deva, ento, existir uma processo do Filho a partir do Esprito,

    particularmente na viso do fato de que o Filho foi concebido pelo Esprito Santo, Barth

    tem uma resposta dupla. Com relao encarnao, ele afirma que a referncia aqui no

    a origem do Filho mas na arrogncia e na pretenso da humanidade em seu modo de

    ser, e, neste e em qualquer outro caso, o Esprito no para ser entendido como

    substituto do pai terrestre. Com relao dupla processo do Filho, Barth no acha que a

    perichoresis subentende isto. Trs assuntos so enfatizados nesta clusula final:

    primeiro, a divindade do Esprito; segundo, a personificao do Esprito; e terceiro, a

    identidade do Esprito como dom e doador.

    Barth, ser visto assim, posto muito prximo das formulaes ortodoxas em seu

    pensamento Trinitrio. Sua polmica somente substancial contra a idia natural ou dos

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    vestgios humanos quando estes carregam consigo a sugesto de uma outra raiz. Sua

    restrio com relao ao termo pessoa pretende defender, ao invs de subverter a

    posio ortodoxa. Aqui e ali ele usa novas formas de expresso, mas, nessa posio

    capital, ele aceita e desenvolve as afirmaes credais.

    Metodologicamente, Barth v que tem de comear com a economia Trinitria.

    O maior conhecimento de Deus como trino vem da Revelao no apenas da

    afirmao da Revelao, mas, e principalmente de sua perfeita estrutura. Similarmente, o

    que ns sabemos das pessoas, ou modos de ser, pode ser lido fora da divina atividade na

    Revelao, ambas, no sentido geral da atividade que toma forma de criao,

    reconciliao e redeno, e tambm no sentido mais detalhado que a encarnao aponta

    relao Pai-Filho e emanao do Esprito, carregam uma inteno de dupla processo.

    Finalmente, declaraes bblicas individuais, nos do direta evidncia da trindade,

    embora elas obviamente no desenvolvam a doutrina da divina trindade.

    Da Trindade econmica, Barth se move em cada ponto Trindade essencial:

    Deus o que ele mesmo revela ser. Revelao em seus trs momentos conduz-nos ao

    Pai, Filho, e Esprito Santo. Criao, arremete-nos em direo ao Deus-Pai, reconciliao

    nos direciona ao Deus-Filho, e redeno, em direo ao Deus-Esprito-Santo. As

    atividades externas, simplesmente no nos apontam para um nico Deus desempenhando

    trs diferentes papis em seus procedimentos com o mundo. Deus, no apenas torna o

    Pai ser nosso Pai, ou o Filho ser o Filho encarnado, ou o Esprito ser o Esprito que serve

    na igreja. Ele Pai, Filho e Esprito em seus procedimentos conosco porque ele j o

    Pai, Filho e Esprito eternamente e antecipadamente em si mesmo. Em seu ser interno ele

    autenticamente Pai, Filho, e Esprito. Por ser assim, revela-se a si mesmo e age como

    Pai, Filho e Esprito em seu extrnseco proceder conosco. Noeticamente, a economia

    trinitria forma oponto inicial, porm, a Trindade eterna tem umaprioridade ntica.