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A TRANSFORMAÇÃO DO FEMININO
GNT
Noções do que é feminino se distanciam de antigas limitações sociais e ampliam seus significados para uma fluidez que vai além do binarismo de gênero.
Ao longo da história, os sentidos atribuídos à noção de feminino foram condicionados pelos papéis e limites impostos às mulheres. Hoje em dia, sob
influência do mundo digital e dos comportamentos emergentes das novas gerações, esse conceito passa a ser reinterpretado fora da normatividade, de
acordo com uma fluidez cada vez mais abrangente.
ANTIGUIDADE FEMININA
Ao longo do tempo, as mulheres tiveram diferentes papéis e representações na sociedade, demonstrando o quanto as interpretações do que seria “feminino” foram
encaradas de maneiras diferentes dentro das variações históricas.
ANTIGA ÁFRICA
Por possuir o poder da
vida, a mulher era
comparada à
expressividade do sol,
que marca as
estações do ano.
POVOS
PRÉ-COLOMBIANOS
Acreditavam na relação de
complementaridade e
interdependência dos
gêneros.
ÍNDIA ANTIGA
As mulheres eram tidas
como iguais aos
homens e ocupavam
lugares de honra na
sociedade.
PRINCÍPIO DO
JUDAÍSMOS
As mulheres atuavam
no plano econômico,
político e religioso.
ANTIGUIDADE FEMININA
A posição reverencial de reconhecimento público assustava parte dessas sociedades e, com o passar do tempo, a assimetria social
entre homens e mulheres aumentou, confinando aquele protagonismo a certos espaços e contextos.
PRINCESA MODERNA
Com o passar dos séculos, as mulheres foram progressivamente sendo excluídas das esferas públicas e restritas ao mundo privado. Dentro dessa constatação, porém, sobrepõe-se um recorte racial e social que delimitava a própria visão predominante de “mulher”: branca, cisgênera e de classe média ou alta. A essa mulher cabia assumir três atributos principais, um
processo crescente até o século XX, mas que tem consequências até hoje:
1. CUIDADO
2. DELICADEZA
3. SENSIBILIDADE
MULHERESFEMININAS
HOMENSMASCULINOS
PRINCESA MODERNA
O conjunto dessas noções fez com que a sociedade fosse construída, ao longo do tempo, com base nos limites impostos por essas duas opções:
É esse cenário que coloca as ideias de “mulher” e “feminino” não em diálogo, mas em absoluto paralelismo.
PRINCESA
PRINCESA MODERNA
Até a metade do século passado, o arquétipo que melhor representava a aspiração das mulheres dentro desses limites impostos era a figura da
FEMININO SUBMISSO
Ela potencializa ao máximo as características ditas “femininas”. Sua principal ambição é encontrar um príncipe, ficar dentro de
casa e inquestionavelmente servir ao homem. Esse ideal da princesa também perpassa a visão da mulher branca e cis
privilegiada social e economicamente.
1962ESTATUTO DA
MULHER CASA
1977LEI DO
DIVÓRCIO
1988LOBBY DO
BATOM
1965IGUALDADE
DE VOTO
MULTIMULHER FEMININA+MASCULINA
A partir dos anos de 1960, as mulheres começaram a reivindicar mais espaço nas esferas política, social e econômica, expandindo sua atuação
restrita à vida doméstica, ao cuidado da família, para a vida pública e outras complexidades enquanto sujeitos no mundo.
No Brasil, alguns marcos históricos foram:
A contestação do binarismo de gênero ganha as ruas, mas ainda persiste o sentimento de limitação dentro de casa. Acumular características associadas ao universo masculino é
necessário para ganhar voz no espaço público – embora o filtro racial coloque em posição diferenciada as mulheres brancas e cisgêneras, as quais detêm o privilégio da conquista
gradual desses espaços públicos. Elas não perdem as características femininas, mas agregam novas (normalmente associadas aos homens) e assim obtêm mais destaque e espaço:
1. CUIDADO
2. DELICADEZA
3. SENSIBILIDADE
4. PODER+
5. AÇÃO
MULTIMULHER FEMININA+MASCULINA
MULTIMULHER
Essa dinâmica faz com que a figura aspiracional no inconsciente coletivo seja a da multimulher.
FEMININO MASCULINO
A multimulher está sempre equilibrando diversos pratos para dar conta dessa dupla jornada: ela mantém o feminino na vida
privada e exercita o masculino na vida pública. Coexistem a dona de casa exemplar com a profissional bem-sucedida e realizada.
MULTIMULHER FEMININA+MASCULINA
≠ ≠ ≠
FLUIDEZ DE IDENTIDADE
Começa a nascer a necessidade de ser aos olhos do mundo o que se é no espaço privado, abrindo novas possibilidades de comportamento, expressão
pessoal e posicionamentos.
As mulheres e a sociedade começam a aprender que:
ÓRGÃO SEXUAL
Pessoas possuem
características físicas
sexuais determinadas
no nascimento.
IDENTIDADE DE
GÊNERO
Pessoas podem se identificar
com diferentes gêneros,
questionando a lógica
binária, independentemente
de seus órgãos genitais.
ORIENTAÇÃO
SEXUAL
Elas podem se sentir
atraídas por pessoas
de diferentes gêneros.
VESTIMENTA
Cada pessoa pode se
vestir e se apresentar
ao mundo da forma
que representar o seu
eu mais autêntico.
O FEMININO DEIXA DE SER SINÔNIMO DE
FLUIDEZ DE IDENTIDADE
MULHER
O FEMININO VAI ALÉM DAS PESSOAS.
O FEMININO É UMA ENERGIA.
O FEMININO ESTÁ NA NATUREZA.
O FEMININO ESTÁ NOS ASTROS.
TODAS AS ENERGIAS ESTÃO DISPONÍVEIS A TODAS AS PESSOAS
Ocorre agora uma retomada de interpretações do feminino observadas em conhecimentos milenares.
FLUIDEZ DE IDENTIDADE
O FEMININO ESTÁ NA TERRA.
O MASCULINO ESTÁ NO AR.
O FEMININO ESTÁ NA NOITE.
O MASCULINO ESTÁ NO DIA.
O FEMININO ESTÁ NA ÁGUA.
O MASCULINO ESTÁ NO FOGO.
O FEMININO ESTÁ NA LUA.
O MASCULINO ESTÁ NO SOL.
FEMININO FLUÍDO
Se não a princesa e nem a multimulher, qual é esse novo aspiracional que se descortina?
Esse novo feminino se descortina em uma essência, observada na natureza, ultrapassando as lógicas limitantes que condicionaram por tanto tempo as lentes com que enxergamos como mulheres e homens devem ser ou agir.
FLUIDEZ DE IDENTIDADE
A integração entre feminino e masculino é a chave em vez da oposição.
QUANDO SE TRATA DOS COMPORTAMENTOS QUE REFLETEM AS NOÇÕES DE FEMININO, EXISTE UMA
COEXISTÊNCIA DE PERFIS COM INTENSIDADES DIFERENTES. NÃO É QUE UMA COISA TENHA
SUBSTITUÍDO A OUTRA. EM UM PAÍS COMO O BRASIL , NO DEBATE DE GÊNERO, RECORTES RACIAIS
ESPECÍFICOS SÃO NECESSÁRIOS. PERSISTE UMA FORTE PRESENÇA DO ASPIRACIONAL DA PRINCESA, PRINCIPALMENTE VINDO DA MULHER BRANCA CIS.
TODOS ESTÃO PRESENTES E NÃO SE EXCLUEM: É POSSÍVEL SER TUDO; É POSSÍVEL SER O QUE SE
QUISER: AS MULHERES NÃO SÃO SÓ FEMININAS E O FEMININO NÃO É SÓ DAS MULHERES.
FONTES:GNT + BOX 1824, 2018
gente.globosat .com.br/ t ransformacao-do-feminino