a tradição da investigação qualitativa em educação notas

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Notas BOGDAN, Robert e BIKLEN, Sari – “A Tradição da Investigação qualitativa em educação”, Investigação qualitativa em investigação, Porto: Porto Editora, 2006, ISBN: 978-972-0-34112-9, pp 19-46

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Notas sobre BOGDAN, Robert e BIKLEN, Sari – “A Tradição da Investigação qualitativa em educação”, Investigação qualitativa em investigação, Porto: Porto Editora, 2006, ISBN: 978-972-0-34112-9, pp 19-46. Registo feito no âmbito da uc de Metodologia de Investigação em Contextos Online, mpel3, Universidade Aberta.

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Page 1: A Tradição Da Investigação Qualitativa Em EducaçãO   Notas

Notas

BOGDAN, Robert e BIKLEN, Sari – “A Tradição da Investigação qualitativa em educação”, Investigação qualitativa em investigação, Porto: Porto Editora, 2006,

ISBN: 978-972-0-34112-9, pp 19-46

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A tradição da investigação

qualitativa em educação

Origens no século XIX O nascimento da

antropologia A sociologia de Chicago A sociologia da educação Dos anos trinta aos anos

cinquenta Os anos sessenta Os anos setenta Os anos oitenta e noventa

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Pág. 19

Ainda que a investigação qualitativa

no campo da educação só recentemente tenha sido reconhecida, possui uma longa e rica tradição. As características desta herança auxiliam os investigadores qualitativos a compreender a sua metodologia em contexto histórico.

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Origens no século XIX

No fim do século XIX, nos Estados Unidos, a denúncia jornalística dos problemas sociais exigia resposta, uma delas foi o “movimento dos levantamentos sociais”, constituído por um conjunto de estudos comunitários coordenados, relativos aos problemas urbanos, e levados a cabo próximo do início do século vinte.

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Nos finais do século XIX, o francês

Frederick LePlay estudou famílias da classe trabalhadora, recorrendo ao método designado por “observação participante” pelos cientistas sociais dos anos trinta (Wells, 1939).

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A obra de Henry Mayhew, London Labour

and the London Poor, publicada em quatro volumes entre 1851 e 1862 (Fried e Elman, 1968; Stott, 1973), consiste no registo, ilustração e descrição das condições de vida dos trabalhadores e dos desempregados. Mayhew apresenta histórias de vida e os resultados de entrevistas exaustivas com os pobres.

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A obra de Charles Booth, um estatístico

que começou a fazer levantamentos sociais relativos aos pobres de Londres em 1886 (Webb, 1926), seguiu a tendência da literatura urbana emergente. O seu trabalho contém descrições exaustivas e detalhadas das pessoas que estudou.

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Nos Estados Unidos, W.E.B. Du Bois procedeu ao

primeiro levantamento social, publicado em 1899 com o título de The Philadelphia Negro, consistindo num trabalho levado a cabo durante cerca de um ano e meio de estudo apurado, recorrendo a entrevistas e observação de sujeitos que habitavam essencialmente no Sétimo Bairro da cidade. O objectivo da investigação era examinar “as condições de vida dos mais de quarenta mil indivíduos de raça negra que habitavam na cidade de Filadélfia.

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Um dos levantamentos sociais mais significativos

foi o de Pittsburgh, conduzido em 1907. O grupo que o conduziu tentou aplicar o “método científico” ao estudo dos problemas sociais.

Ainda que o Inquérito de Pittsburgh apresente quantificações estatísticas, relativamente a questões que vão desde o número de acidentes semanais e valor de salários, até ao tipo de localizações dos sanitários e a frequência escolar, apresenta descrições detalhadas, entrevistas, desenhos e fotografias.

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Os levantamentos sociais têm uma

importância particular para a compreensão da história da investigação qualitativa em educação dada a sua relação imediata com os problemas sociais e a sua posição particular a meio caminho entre a narrativa e o estudo científico.

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O nascimento da antropologia

Franz Boas, fundador do primeiro departamento universitário dos Estados Unidos, terá possivelmente sido o primeiro antropólogo a escrever sobre antropologia e educação, num artigo publicado em 1898 e dedicado ao ensino da antropologia a nível universitário.

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O contributo mais significativo de Franz Boas foi a sua participação no desenvolvimento da antropologia interpretativa, bem como o seu conceito de cultura. Em contraste com os antropólogos anteriores, Boas era um “relativista cultural”, acreditando que cada cultura estudada devia ser abordada de forma indutiva.

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Relativamente ao desenvolvimento das técnicas de trabalho de campo é necessário considerar os estudos antropológicos das culturas nativas.

Bronislaw Malinowski foi o primeiro antropólogo cultural a passar longos períodos de tempo numa aldeias nativa, para observar o seu funcionamento (Wax, 1971)

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Malinowski foi o primeiro antropólogo

profissional a descrever o modo como obteve os seus dados e a experiência do trabalho de campo. Estabeleceu as bases da antropologia interpretativa, ao enfatizar a importância de apreender “o ponto de vista do nativo” (Malinowski, 1922, p.25)

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Possivelmente, a primeira aplicação

concreta da antropologia à educação nos Estados Unidos foi efectuada pela antropóloga Margaret Mead (Mead, 1942 e 1951). Preocupada com o papel do professor e com a escola enquanto organização, recorreu às suas experiências de campo em sociedades menos tecnológicas, para ilustrar o quadro educativo em rápida mudança nos Estados Unidos da época.

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Uma das figuras principais no

desenvolvimento do método qualitativo foi Robert Redfield, um antropólogo que estudou na Universidade de Chicago no período de desenvolvimento da sociologia.

O trabalho de campo dos antropólogos constituiu um fundamento importante do modelo que ficou conhecido como a sociologia de Chicago (Douglas, 1976)

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A sociologia de Chicago

A “Escola de Chicago”, rótulo aplicado a um grupo de sociólogos investigadores com funções docentes e discentes no departamento de sociologia da Universidade de Chicago, nos anos vinte e trinta, contribuíram enormemente para o desenvolvimento do método de investigação que designamos por qualitativo.

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Do ponto de vista teórico, os sociólogos de Chicago entendiam os símbolos e as personalidades como emergentes da interacção social (Faris, 1967). Do ponto de vista metodológico, todos se baseavam no estudo de caso, quer se tratasse de um indivíduo, de um grupo, de um bairro ou de uma comunidade (Wiley, 1979).

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Características da metodologia da Escola de Chicago

Os sociólogos de Chicago baseavam-se nos dados recolhidos em primeira mão para as suas investigações.

Esta técnica estabeleceu-se a partir do trabalho de dois autores:

W.I. Thomas e Roberta Park. Park enviava os seus alunos para as ruas de Chicago, nos anos vinte, para que pudessem observar pessoalmente o que se passava.

O ênfase na vida da cidade constitui a segunda característica importante dos sociólogos de Chicago. O que quer que estudassem, faziam-no sempre tendo como pano de fundo a comunidade como um todo, abordagem que Becker designou por “o mosaico científico” (Becker, 1970b)

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Os sociólogos de Chicago assumiram uma abordagem interaccionista relativamente à investigação (Carey, 1975), enfatizando a natureza social e interactiva da realidade.

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Pág. 29

A sociologia da educação

O início oficial da sociologia da educação, como campo individualizado, verificou-se em 1915, aquando da inauguração do primeiro curso de “Sociologia da Educação” (Sneden, 1937), mas o Journal of Educational Sociology só surgiu em 1926.

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Pág. 29

O “método científico” e educação

identificou-se com a quantificação. A sociologia em geral e a Revista, em particular, afastaram-se da perspectiva de Chicago, encaminhando-se para uma abordagem quantitativa e experimental.

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À medida que os educadores foram

aumentando a sua preocupação com a mensuração, quantificação e predição, as estratégias qualitativas tais como a “investigação e primeira mão”, a utilização de documentos pessoais e a preocupação do investigador de campo com o contexto social tornaram-se menos relevantes para os educadores (Peters, 1937).

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Mas houve excepções. Willard Waller

obteve o seu mestrado com Ellsworth Faris no Departamento de Sociologia de Chicago, sendo a sua abordagem da sociologia da educação empírica, mas “antiquantitativa”, baseando-se num contacto directo com o mundo social e preocupado com as relações entre as partes e o todo.

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Dos anos trinta aos anos cinquenta

Alguns académicos vêem a

investigação realizada entre os anos trinta e os anos cinquenta como um hiato da abordagem qualitativa.

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Os historiadores da investigação qualitativa nunca incluíram Freud e Piaget entre os criadores da abordagem qualitativa, contudo, ambos se basearam em estudos de caso, observações e entrevistas em profundidade.

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A investigação qualitativa nos anos 30

A influência do departamento de sociologia de Chicago declinou durante os anos trinta.

A Grande Depressão afectou o financiamento dos projectos de investigação.

Ainda a Grande Depressão transferiu a preocupação dos sociólogos pelos imigrantes americanos e outras questões étnicas , preocupação dominante na Escola de Chicago, para os problemas do desemprego maciço.

Desacordos significativos entre os sociólogos americanos relativamente a questões políticas e metodológicas, bem como a reforma ou morte de muitas figuras principais de Chicago, desempenharam um papel importante no hiato entre os anos 30 e 50.

Um campo amplamente reconhecido da utilização continuada da abordagem qualitativa foi o trabalho desenvolvido pelos antropólogos sociais, que transportaram os métodos de campo que tinham utilizado no estrangeiro para os estudos conduzidos na cultura americana.

A Depressão dos Estados Unidos deu origem a grandes problemas para a maioria dos cidadãos, e muitas pessoas, incluindo aquelas que trabalhavam para as agências governamentais, voltaram-se para a abordagem qualitativa com o objectivo de documentar a natureza e extensão destes problemas.

O documentarismo fotográfico incidindo sobre as dimensões do sofrimento dos americanos sem posses também se desenvolveu.Pág. 32/33

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A investigação qualitativa nos anos 40

No anos quarenta, Mirra Komarovsky, uma socióloga que havia publicado um dos dois estudos qualitativos mais conhecidos sobre a Família e a Depressão, terminou um estudo sobre as mulheres no ensino superior, que viria a constituir um documento importante para o movimento feminista, no início dos anos setenta.

O interesse dos antropólogos pela educação aumentou.

Verificaram-se desenvolvimentos significativos dos métodos qualitativos e de trabalho de campo, tanto a nível conceptual como metodológico.

Outra evolução metodológica importante foi o desenvolvimento da entrevista como uma estratégia central da investigação qualitativa. O American Journal of Sociology dedicou-lhe um número especial em 1956

Pág. 34-36

A investigação qualitativa nos anos 50

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Os anos sessenta: uma época de mudança

Os anos sessenta chamaram a atenção

nacional para os problemas educativos, reavivaram o interesse pela investigação qualitativa e tornaram os investigadores educacionais mais sensíveis a este tipo de abordagem.

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Nos anos sessenta, os próprios investigadores educacionais começaram a manifestar interesse pelas estratégias qualitativas na investigação, ao mesmo tempo que as agências estatais começaram a subsidiar a investigação que utilizava métodos qualitativos.

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A audiência para a investigação qualitativa em educação cresceu na década de sessenta. Não se encontrando ainda firmemente estabelecido moo um paradigma legítimo de investigação, o seu estatuto causou múltiplos problemas aos alunos que os pretendiam usar no seu trabalho. Mas as abordagens qualitativas provocavam entusiasmo.

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Quais as razões para que a abordagem qualitativa em educação começasse a sair de um longo período de hibernação na década de sessenta?

Os tumultos sociais da época indicavam claramente que não se sabia o suficiente sobe o modo como os alunos experimentavam a escola. Eram necessárias descrições esclarecedoras.

Os métodos qualitativos ganhavam popularidade devido ao reconhecimento que emprestavam às perspectivas dos mais desfavorecidos e excluídos socialmente.

Os métodos de investigação qualitativa representavam o espírito democrático em ascendência na década de sessenta.

Surgiu a necessidade de professores experientes neste tipo de investigação, abrindo-se o caminho a inovações e desenvolvimentos metodológicos.

Na década de sessenta, o campo da sociologia, que tinha sido dominado pelas ideias da teoria estrutural-funcional durante vinte anos, começou a virar-se para os escritos fenomenologistas.

Pág. 38-39

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Os anos setenta: investigação qualitativa em educação, a diversidade

Na década de sessenta, a perspectiva

qualitativa era ainda marginal em educação, só praticada pelos mais heterodoxos. No início dos anos setenta, ainda que os métodos qualitativos não fossem, de modo algum, os dominantes, já não podiam ser vistos como marginais.

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Verificou-se, nas comunicações apresentadas em associações profissionais, como a American Educational Research Association, um aumento das que recorriam aos métodos qualitativos, tendo estes métodos obtido reconhecimento crescente em campos como a investigação avaliativa (Guba, 1978; Patton, 1980).

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Defensores de todas as perspectivas participaram nas discussões: “qualitativos” versus “quantitativos”, “jornalismo” versus “investigação” e “científico” versus “intuitivo”. Verificou-se uma mudança dos investigadores quantitativos relativamente à investigação qualitativa. As tensões entre investigadores qualitativos e quantitativos diminuíram, instalando-se um clima de diálogo entre os dois grupos.

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Defensores de todas as perspectivas participaram nas discussões: “qualitativos” versus “quantitativos”, “jornalismo” versus “investigação” e “científico” versus “intuitivo”. Verificou-se uma mudança dos investigadores quantitativos relativamente à investigação qualitativa. As tensões entre investigadores qualitativos e quantitativos diminuíram, instalando-se um clima de diálogo entre os dois grupos.

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Anos oitenta e noventa: computadores, feminismo e a investigação qualitativa pós-moderna

Os teóricos da educação ainda discutem

sobre as diferenças entre a investigação quantitativa e qualitativa e se as duas podem e devem ser articuladas (Smith, 1983; Stainback,e Stainback, 1985; Howe, 1988; Firestone, 1987; Smith e Heshusius, 1986).

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Pág. 43

Nos anos oitenta e noventa, o número de

publicações para artigos qualitativos aumentou.

Surgiu uma nova revista exclusivamente dedicada à publicação de investigação qualitativa em educação – International Journal for Qualitative Studies in Education e várias editoras iniciaram séries de livros com uma preocupação semelhante.

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Desde o académico American

Educational Research Journal até à revista de grande tiragem Phi Delta Kappa, os responsáveis pelas publicações periódicas de educação solicitam activamente a apresentação de manuscritos baseados em investigação qualitativa.

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Uma inovação significativa, de carácter

mais técnico do que conceptual, foi a utilização do computador na recolha, gestão e análise dos dados qualitativos.

Os investigadores qualitativos registam os seus apontamentos em processadores de texto para ordenar os muitos parágrafos de dados produzidos num estudo qualitativo.

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Pág. 43-45

A teoria e a prática feministas também

influenciaram a investigação qualitativa da época de oitenta. O feminismo influenciou o tipo de sujeitos que os investigadores qualitativos (feministas) estudaram.

As feministas tiveram um papel importante enquanto impulsionadoras da investigação sobre as emoções e os sentimentos (Hochschild, 1983).

O feminismo afectou igualmente as questões metodológicas.

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Pág. 45

O pós-modernismo (também designado

por pós-estruturalismo e desconstrucionismo) representa uma posição intelectual que reivindica o facto de vivermos num período “pós”-moderno, um tempo histórico real que difere do modernismo.

Page 43: A Tradição Da Investigação Qualitativa Em EducaçãO   Notas

Pág. 45-46

Os pós-modernistas defendem só ser possível

conhecer algo tendo como referência uma determinada perspectiva. Tal posição desafia a possibilidade de alcançar a verdade através do adequado, ou seja, científico uso da razão. Não é possível raciocinar ou conceptualizar para além da localização do eu num contexto histórico-social específico. Desta forma, esta perspectiva enfatiza a interpretação e a escrita como características centrais da investigação.