a teoria da graça comum

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  • 8/12/2019 A Teoria Da Graa Comum

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    Monergismo.com Ao Senhor pertence a salvao (Jonas 2:9)www.monergismo.com

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    A Teoria da Graa ComumRev. Herman Hoeksema

    Traduo: Felipe Sabino de Arajo Neto1

    bem conhecido que a teoria da graa comum nega que o homemtenha morrido quando comeu do fruto proibido. De acordo com essa teoria, opecado e a morte foram imediatamente contidos aps a queda, e a morte nofoi infligida no mesmo dia em que Ado caiu e comeu do fruto proibido. Apalavra do Senhor, no dia em que dela comeres, certamente morrers, nodeve ser entendida como uma ameaa de punio que o prprio Senhorexecutaria, mas antes como uma predio que inevitavelmente teria se seguidose o homem comesse da rvore proibida e casse da presena do Deus vivo.Quem quer que peque se aparta do Deus vivo, e, portanto, no pode viver.Ele deve morrer, a menos que a graa maravilhosa de Deus intervenha e cortea conexo causal entre pecado e morte, eternamente ou por um tempo.

    De acordo com a teoria da graa comum, a maravilha da graa de Deusinterveio. Deus predisse que o homem morreria no dia em que comesse darvore proibida. Nessa predio o Senhor falou a verdade, pois existe umaconexo inseparvel, de acordo com a prpria ordenana de Deus, entrepecado e morte. Quem tomar veneno deve morrer, e quem se opor ao Deus

    vivo deve tambm necessariamente perder sua vida. Embora o Senhor nessesentido tenha falado a verdade absoluta quando disse que o homem morreriano dia em que comesse do fruto da rvore do conhecimento do bem e do mal,todavia, em sua grande misericrdia o Senhor interveio para que o homemno morresse no dia em que caiu. Essa interveno, pela qual o homem nosofreu a punio do pecado no momento em que comeu o fruto proibido ecaiu da presena de Deus, a operao da graa comum, da qual todos oshomens participam.2

    Essa uma noo equivocada, e uma interpretao errnea deGnesis 2:17. Devemos entender que a morte no uma conseqncianecessria, um resultado natural do pecado, mas que a morte muitodefinitivamente apresentada em Gnesis 2:17 e por toda a Escritura como apunio de Deus, a manifestao de sua ira. Deus mata o homem! De acordocom Kuyper, a morte deve ser um certo poder que opera por si s; emGnesis 2:17 Deus simplesmente advertiu ao homem contra esse resultadonecessrio do pecado. Kuyper usa a ilustrao de um homem tomando um

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    E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em maio/2007.2Abraham Kuyper,De Gemeene Gratie(Common Grace) (Amsterdam: Hveker & Wormser, 1902), vol.1, 208, 209.

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    veneno chamado Paris green.3Quando est na iminncia de tomar, voc podeadverti-lo que se seguir em frente, ele certamente morrer. Se, todavia, toma, e

    voc lhe d um antdoto, e ele vomita o veneno para fora, voc ainda podesalvar sua vida. De acordo com Kuyper, isso exatamente o que aconteceu.

    Quando Deus disse, no dia em que dela comeres, certamente morrers, elesimplesmente predisse, profetizou, o que aconteceriaseo homem casse da suapresena. Todavia, o resultado inevitvel do pecado foi impedido pelaadministrao da graa comum de Deus ao homem.

    Isso no a verdade. A morte no opera por si s, mas por meio da irade Deus. Ela a punio do pecado. Certamente verdade que o pecado inevitavelmente seguido pela morte, mas somente porque o prprio Deus, que santo e justo, mantm seu pacto contra o pecador rebelde e inflige sobre elea punio de morte. E mais, nem mesmo verdade que o homem no morreuno mesmo dia em que comeu o fruto. Isso no verdade nem fisicamente.Embora o homem tenha existido por muitos anos aps a queda e continuou aexistir na terra organicamente na linha de geraes, todavia, ele no vive. Eleest sob o poder da morte fisicamente tambm. A morte reina sobre ele e oleva inevitavelmente ao fim. No bero est a sepultura, pronta para trag-lo.

    Alm disso, o homem est espiritualmente morto em delitos e pecados (Ef.2:1, 5).

    Essa morte o homem experimentou no paraso. Ele est to morto que,a menos que nasa de novo, nasa pela segunda vez, no pode nunca viver.Aquele que cr no Filho tem a vida eterna, mas aquele que no cr no Filhono ver a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece (Joo 3:36). Em

    verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora , em que os mortosouviro a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem vivero (Joo 5:25). claro que os mortos nesse versculo refere-se queles que estoespiritualmente mortos, mesmo que j tenham vivido muitos anos no mundo.Porque a inclinao da carne morte; mas a inclinao do Esprito vida epaz (Romanos 8:6).

    Dessas e muitas outras passagens fica evidente que, de acordo com aEscritura, o homem no vive por nascimento natural, mas reside no meio damorte, embora seja verdade que a morte temporal prolongada por setenta ouoitenta anos. Essa morte, tanto no sentido fsico como espiritual, data desde oprimeiro pecado de Ado e Eva no paraso: pelo que, como por um homementrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim tambm a mortepassou a todos os homens, por isso que todos pecaram (Romanos 5:12).Portanto, a idia que as palavras de Gnesis 2:17 referem-se simplesmente a

    3Ibid., 209. Na edio original da Reformed Dogmatics, Herman Hoeksema, por razes desconhecidas,traduziu o termo Pruisisch blauw (Prussian blue) de Kuyper como Paris green. Prussian blue um

    composto cianeto. Paris green um composto arsnico. Os dois so usados em pinturas e corantes, e soaltamente txicos. A despeito de qual traduo for aceita, o ponto o mesmo: Essas substncias soaltamente venenosas Ed.

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    uma predio de Deus, e no inflio da punio do pecado, uma nooequivocada. No paraso o homem morreu espiritual e fisicamente.

    O Pelagianismo nega a verdade da Escritura que o homem morreuespiritual e fisicamente. De acordo com essa teoria, a natureza do homem no

    foi corrompida pelo pecado. O homem no morreu a morte espiritual. Avontade do homem ainda permanece livre, no foi totalmente depravada, esua mente no foi obscurecida para que no seja capaz de discernir e escolhero que verdadeiramente bom. Pelo contrrio, a vontade permaneceu sadia ereteve seu poder de escolher entre o bem e o mal, e a mente permaneceusuficientemente iluminada para escolher o bem. A mente e a vontade foramde fato enfraquecidas com o primeiro ato de pecado, mas a liberdade da

    vontade no foi perdida. Contra o Pelagianismo, os telogos Reformados tmsempre mantido que o homem totalmente depravado, que ele est morto nopecado, e que totalmente incapaz de fazer algum bem e inclinado a todo omal. Sem dvida esse o ensino de toda a Escritura.

    Fonte:Reformed Dogmatics Volume1, Herman Hoeksema,Reformed Free Publishing Association, pg. 378-381.

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