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FORA COM O GOVERNO PASSOS/PORTAS Submissos aos ditames FMI/BE/CE, sustentados na propaganda contra a práca seguida pelo governo Só- crates a dupla Passos/Portas mais não tem feito do que aprofundar até ao máximo essas mesmas polí- cas de direita, que, no fundo se traduziram no ataque brutal aos direitos fundamentais dos portugueses, os roubos dos direitos e salário dos trabalhadores, o rou- bo às pensões e às reformas, para sasfação da gula insaciável dos agiotas das troikas. Amparados pelo pacto tripardo PS/CDS/PSD “ Trata- do Orçamental”, querem aniquilar a moldura jurídica das relações de trabalho construída e alicerçada ao longo dos anos por gerações e gerações de trabalha- dores, querem destruir a Contratação Colecva e a regulamentação a ela intrínseca, acordada livremente pelos representantes dos trabalhadores e dos patrões e/ou administrações. Portanto devemos todos unirmo-nos cada vez mais para exigir o fim deste governo e esta políca que está ao serviço da tróica comandada pela Alemanha. Nem mais um centavo roubado nos salários dos tra- balhadores nas pensões dos reformados. Fora com este governo! Já! ÓRGÃO DA COMISSÃO DE TRABALHADORES DA CP - Nº 117 Junho 2014 EDITORIAL Administração da CP pouco ou nada adianta No dia 30 de Abril a Comissão de Trabalhadores reuniu mais uma vez com o Presidente do Conselho de Administração, ao qual teve ocasião de expor algumas das muitas preocupações dos trabalha- dores relavamente à reestruturação da empresa. A Comissão foi bem clara quando transmiu ao CA que os trabalhadores duvidam bastante do plano que está a ser implementado. Um dos aspectos mais cricados pela CT, foi a evidente ausência de estratégia e objecvos de gestão para a CP, com agravante de que o novo “de- senho” seja o mais adequado para a nossa empresa, assim como a escolha de alguns quadros lá colocados. Darão resposta em áre- as fundamentais, tais como Produção de Transporte, Comercial, Segurança e Gestão dos recursos disponíveis? Mais parece que ele foi traçado à medida dos objecvos da tutela governamental. A CT teve ainda oportunidade para pôr em dúvida, os crité- rios seguidos na adopção de medidas da administração, têm sido os que mais se coadunam com o desenvolvimento da em- presa, tendo em vista o alcance dos seus objecvos sociais, o crescimento harmonioso da produção, que se traduzam na sasfação dos interesses dos utentes e no respeito dos direi- tos dos ferroviários. Neste ponto a CT fez questão de sublinhar a sua insasfação no que respeita a consolidação do ritmo da produção e ainda alguns aspectos da Segurança da Circula- ção. Connua Pag nº2 »»

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“À TABELA” Nº 117 Junho de 2014 Orgão da CT da CP

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Page 1: À Tabela 117

FORA COM O GOVERNO PASSOS/PORTASSubmissos aos ditames FMI/BE/CE, sustentados na propaganda contra a prática seguida pelo governo Só-crates a dupla Passos/Portas mais não tem feito do que aprofundar até ao máximo essas mesmas políti-cas de direita, que, no fundo se traduziram no ataque brutal aos direitos fundamentais dos portugueses, os roubos dos direitos e salário dos trabalhadores, o rou-bo às pensões e às reformas, para satisfação da gula insaciável dos agiotas das troikas.Amparados pelo pacto tripartido PS/CDS/PSD “ Trata-

do Orçamental”, querem aniquilar a moldura jurídica das relações de trabalho construída e alicerçada ao longo dos anos por gerações e gerações de trabalha-dores, querem destruir a Contratação Colectiva e a regulamentação a ela intrínseca, acordada livremente pelos representantes dos trabalhadores e dos patrões e/ou administrações.

Portanto devemos todos unirmo-nos cada vez mais para exigir o fim deste governo e esta política que está ao serviço da tróica comandada pela Alemanha.

Nem mais um centavo roubado nos salários dos tra-balhadores nas pensões dos reformados. Fora com este governo! Já!

ÓRGÃO DA COMISSÃO DE TRABALHADORES DA CP - Nº 117 Junho 2014

EDITORIAL

Administração da CP pouco ou nada adianta

No dia 30 de Abril a Comissão de Trabalhadores reuniu mais uma vez com o Presidente do Conselho de Administração, ao qual teve ocasião de expor algumas das muitas preocupações dos trabalha-dores relativamente à reestruturação da empresa. A Comissão foi bem clara quando transmitiu ao CA que os trabalhadores duvidam bastante do plano que está a ser implementado. Um dos aspectos mais criticados pela CT, foi a evidente ausência de estratégia e objectivos de gestão para a CP, com agravante de que o novo “de-senho” seja o mais adequado para a nossa empresa, assim como a escolha de alguns quadros lá colocados. Darão resposta em áre-as fundamentais, tais como Produção de Transporte, Comercial,

Segurança e Gestão dos recursos disponíveis? Mais parece que ele foi traçado à medida dos objectivos da tutela governamental. A CT teve ainda oportunidade para pôr em dúvida, os crité-rios seguidos na adopção de medidas da administração, têm sido os que mais se coadunam com o desenvolvimento da em-presa, tendo em vista o alcance dos seus objectivos sociais, o crescimento harmonioso da produção, que se traduzam na satisfação dos interesses dos utentes e no respeito dos direi-tos dos ferroviários. Neste ponto a CT fez questão de sublinhar a sua insatisfação no que respeita a consolidação do ritmo da produção e ainda alguns aspectos da Segurança da Circula-ção.

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Page 2: À Tabela 117

Nos termos da lei passamos a emitir o nosso parecer sobre o Re-latório Único de 2013 da CP.

1 – Considerações geraisApós a decisão de terminar com o Balanço Social, que dava uma ideia das várias vertentes que concorrem para uma análise mais precisa e multi-disciplinar da evolução da função de pessoal da empresa, a partir do exercício de 2009 aparece, em sua substitui-ção, o Relatório Único.Desde essa altura que a CP decidiu pura e simplesmente não fa-cultar o Relatório Único à Comissão de Trabalhadores, para seu conhecimento e elemento fundamental do controlo de gestão, assim como para seu parecer.Apesar das insistências da Comissão de Trabalhadores ao longo destes anos, só agora nos foi entregue um exemplar do Relatório Único referente ao exercício de 2013.Nem uma explicação, nem uma fundamentação, nem os exem-plares dos anos anteriores, para uma análise comparada e evolu-tiva. Nada mais do que o Relatório Único de 2013, deixando um “buraco” no intervalo entre 2009 e 2012 (4 anos de exercícios).A Comissão de Trabalhadores, não vai deixar de exercer o seu di-reito legal ao controlo de gestão e EMITE O SEU PARECER, ainda que para tal, tenha de socorrer-se de outros documentos, uma vez que não lhe foi facultado acesso às versões do RU dos exercí-cios de 2009, 2010, 2011 e 2012.

2 – Análise do Relatório

2.1 – Dados económicos e financeirosO Relatório refere alguns indicadores financeiros, que embora tendo o seu significado próprio, não nos permitem tirar conclu-sões globais se não forem conjugados com outros não disponí-veis.No que se refere aos resultados económicos, relativos à produção da empresa, tal também não é referido.No entanto, para total e cabal esclarecimento e parecer recorre-mos a outras fontes, nomeadamente Relatórios e Contas, para essa finalidade.O RU refere que o Volume de Negócios foi de 130 milhões €. Ora se formos ao Balanço Social e ao Relatório de Contas de 2008 en-contramos um volume de negócios de 290 milhões! Poderão dizer que nesse ano havia mercadorias. Vamos então ao primeiro ano sem mercadorias, isto é, 2010 e encontramos 239 milhões €!Verificamos assim, que o volume de negócios foi diminuindo sis-tematicamente para 238 milhões, 236 milhões e agora, em 2013, o seu valor foi de 229 milhões €!

E tudo isto com aumentos anuais dos preços de transporte!Como explicar?A produção da empresa, a designada procura, que em 2010 era

de 130 milhões de passageiros, baixou para 126 milhões em 2011, para 112 milhões em 2012 e baixou mais ainda em 2013!De 2010 a 2012 a CP perdeu cerca de 18 milhões de passageiros, isto é, perdeu cerca de 14% dos passageiros que tinha em 2010!O RU refere que os Custos e Perdas Financeiras foram de 211 mi-lhões €. Ora, se formos ao Balanço Social e ao Relatório de Contas de 2008 encontramos Custos e Perdas Financeiras de 152 milhões €! Para termos a mesma referência de 2010, encontramos 166 milhões € de custos financeiros.De 2010 a 2012 a CP aumentou os seus custos financeiros em 45 milhões €, isto é, aumentou 27%!O RU também refere o Resultado Líquido e indica que em 2013 foi – 227 milhões €, quando em 2008 tinha sido de -190 milhões! Utilizando novamente a referência 2010, o resultado líquido nes-se ano foi de -202 milhões €.Em dois anos, de 2010 para 2012, o resultado líquido negativo ainda se agravou em 25 milhões €, isto é, agravou-se de 12%!Resumidamente temos:- Diminuição de passageiros transportados;- Aumento de preços;- Diminuição do volume de negócios;- Diminuição dos custos com pessoal;- Aumento dos custos financeiros;- Agravamento do resultado líquido negativo.

2.2 - EfectivosO efectivo total em 31 de Dezembro de 2013 era de 2687 traba-lhadores, quando em 2008 era de 4157 trabalhadores (Balanço Social), o que corresponde a um corte de 1466 trabalhadores. Esta evolução fortemente negativa sob todos os aspectos, que abordaremos a seguir, corresponde a uma perda de 25% dos seus trabalhadores.É verdade que em 2009, houve uma passagem “forçada” de 824 trabalhadores para a CP Carga, fruto de mais um desmembramen-to da CP, medida errada do ponto de vista do papel estruturante da CP na economia nacional. Isso é hoje mais do que evidente para toda a gente, menos para os apoiantes das troikas.Mesmo não considerando esses 824 trabalhadores, estamos a fa-lar de uma saída de 642 trabalhadores. Em média, mais do que 120 ano, durante o quinquénio. Isto significa a continuação de uma política de gestão do pessoal assente no aliciamento para as rescisões, com o objectivo de re-duzir o efectivo sem recorrer à figura formal do “despedimento”. Mas não será este processo perfeitamente pré-definido e até ob-jectivo dos administradores que vão “passando” pela empresa, uma vaga de “despedimentos encapotados”?As consequências em todas as vertentes da qualidade da opera-ção ferroviária da empresa, assim como os riscos associados, não são facilmente quantificáveis, mas o caminho está a ser cada vez mais denunciado, no sentido da degradação da qualidade e o au-

“À Tabela” Pag Nº2

PARECER DA COMISSÃO DE TRABALHADORESSOBRE O RELATÓRIO ÚNICO DE 2013 (Balanço Social)

»» Continuação da pag nº1

Quanto à política de gestão dos Recursos Humanos a Comissão de Trabalhadores sublinhou a falta de pessoal que se se verifica em muitos pontos da estrutura da empresa, para afirmar que já não são toleráveis mais reduções de trabalhadores.A CT teve ainda oportunidade para expor à administração mais alguns problemas, que tardam a ser resolvidos. Como, por exem-plo, as anomalias na linha de Sintra, que o CA prometera resolver até ao fim de 2013. O presidente da administração disse estar em condições de afirmar que a questão está a ser resolvida. A comissão recorda à administração de acordo com as informações que lhe foi prestada até à data, reafirma foi a infraestrutura que provocou o desgaste abrupto dos rodados do material da série

2300 e que tantos transtornos têm causado aos utentes da CP. Até provas em contrário, as responsabilidades pertencem à RE-FER, pelo que, a CT exigiu que seja esta empresa a suportar os encargos correspondentes.A CT comunicou ao presidente do CA esperar que saiba defen-der os interesses da CP e da filiada CP CARGA no que se refere a privatização e/ou transferência dos terminais de mercadorias para a REFER, uma vez que essa operação seria de todo ilógica. Os terminais são a coluna vertebral da CP CARGA no transporte de mercadorias por caminho de ferro, na produção e na logística. Finalmente a CT, ainda quis ser informada sobre a previsão para a realização da reparação da “meia vida”, dos CPAs-Alfas Pendula-res. A resposta que obtivemos é que está prevista essa operação para o fim deste ano, nas oficinas da EMEF.

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mento dos riscos! Alertamos, mais uma vez, para que parem imediatamente com esta política de reduzir o efectivo! Enquanto é tempo!A Comissão de Trabalhadores vem chamando à atenção do CA para o erro e para as consequências imprevisíveis desta política e reafirma que continuará a sua denúncia e a luta contra ela.

2.3 – Fluxo de saídas e entradasDe acordo com o Anexo B, durante o ano de 2013 saíram 136 tra-balhadores do quadro permanente e regressaram 3 que estavam na EMEF e na FNMF.Cá está a evolução na “continuidade” até ao...”escuro”!

2.4 - Horas não trabalhadasNão nos é possível fazer a sua análise comparada com anos an-teriores, por falta de dados mas, no entanto, salientamos o peso dos acidentes de trabalho, das doenças não profissionais, a assis-tência familiares e as greves e outras lutas dos trabalhadores.2.5 - Custos com pessoalOs valores indicados para os custos com pessoal são globais e no valor de 98 milhões de €, quando no último balanço social refe-rente a 2008 eram de 141 milhões de €.Recorrendo aos Relatórios e Contas uma evolução acompanhan-do a redução do efectivo, apenas com uma subida de 2012 para 2013 devido ao pagamento dos subsídios a que o CA foi obrigado pela decisão do Tribunal Constitucional.A variação negativa de 2009 até 2013 traduziu-se numa redução de 30%.Note-se que em 2013 os custos e perdas financeiras (211 milhões €) já representavam mais do que o dobro dos custos com pessoal!

2.6 – Acidentes de trabalhoA propósito da evolução dos acidentes de trabalho, também não há dados que permitam uma avaliação da sua evolução. No en-tanto, contabilizámos os dados do Anexo D e constatámos ter ha-vido 233 acidentes aí mencionados e 3392 dias sem trabalho daí decorrentes.Sem descer ao pormenor da gravidade destes acidentes salienta-mos que para a sua diminuição é fundamental a melhoria de to-das as vertentes da função pessoal, desde cessarem os “roubos” de salários, concessões, cumprimento do AE, desbloqueamento das carreiras profissionais, melhoria ao nível das condições de tra-balho, formação profissional e medidas no âmbito da segurança, higiene e saúde nos locais de trabalho.Também queremos frisar que, em quase todos os locais de tra-balho encontramos riscos associados às condições de trabalho e dos locais de trabalho e nalguns mesmo riscos físicos e químicos.Há questões que hoje em dias são inadmissíveis, como falta de mobiliários, espaços exíguos, problemas de aquecimentos e até de iluminação.

2.7 - Formação profissionalOs encargos directos da CP com a formação profissional foram de 584 mil €, isto é, 210 €/trabalhador do efectivo médio, níveis que já tinham sido atingidos antes de 2009, com uma situação menos degradada em termos de segurança.

2.8 – Segurança e saúde no trabalhoOs encargos com a segurança e saúde no trabalho foram também de 584 mil €, nível também já atingido e até ultrapassado antes de 2009.

3 – PARECERO parecer da Comissão de Trabalhadores da CP-Comboios de Por-tugal, EPE ao Relatório Único de 2013 é NEGATIVO, pelos seguin-tes motivos:- Continuação da diminuição do volume de negócios (-19,5%), diminuição do serviço prestado e da respectiva procura, dimi-nuição dos custos com pessoal, mas aumento dos encargos fi-nanceiros, para níveis que representam já mais que o dobro dos

1.Da análise do regulamento sujeito pela Empresa à apreciação desta Comissão, nos termos legalmente definidos, verifica-se que alguns pontos do referido documento podem constituir, pelo seu teor, violação da liberdade de expressão e opinião dos trabalha-dores.2.Com efeito, nos termos do art. 37º da Constituição da Republica Portuguesa, “1-Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações.2-O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.3-As infracções cometidas no exercício destes direitos ficam sub-metidas aos princípios gerais de direito criminal ou do ilícito de mera ordenação social, sendo a sua apreciação respectivamente da competência dos tribunais judiciais ou de entidade administra-tiva independente, nos termos da lei.4-A todas as pessoas, singulares ou colectivas, é assegurado, em condições de igualdade e eficácia, o direito de resposta e de rec-tificação, bem como o direito a indemnização pelos danos sofri-dos.”3.Ora a abrangência com que a Empresa pretende tratar a comu-nicação interna e externa é de tal modo lata que, evidentemente, colide com os direitos constitucionalmente garantidos, e que são alicerces fundamentais do Estado de Direito Democrático.4.Os trabalhadores não podem ser impedidos de opinar sobre a empresa, entre si, perante terceiros e junto dos órgãos de comu-nicação social, sobre assuntos que não devam ser considerados confidenciais e mais ainda, sobre assuntos de interesse público.5.Do mesmo modo, não podem ser considerados confidenciais todos os assuntos que a empresa considere que devem ser assim qualificados, porque isso resultaria, por outra via, na aniquilação do direito à liberdade de expressão e opinião.6.De resto, a imagem da empresa é defendida, sobretudo, através das boas práticas, numa pespectiva ética, e através do cumpri-mento escrupuloso da lei, bem como duma politica de transpa-rência que evidencie as características do seu bem fazer.Pelo que, esta Comissão não pode deixar de repudiar o teor das normas regulamentares dirigidas aos trabalhadores, na medida em que colidem com a sua liberdade de expressão e opinião, não devendo o regulamento ser aplicado.

PARECER DA COMISSÃO DE TRABALHADORES DA COMBOIOS DE PORTUGAL E.P.E., SOBRE O

REGULAMENTO DE COMUNICAÇÃO

custos com pessoal e agravamento do resultado líquido negati-vo;- Continuação da política de redução de trabalhadores;- Continuação de uma política de cortes aos trabalhadores, cor-tes salariais, retirada de concessões aos trabalhadores e seus fa-miliares, não cumprimento do acordado no AE e bloqueamento das carreiras dos trabalhadores;- Continuação de uma política de diminuição da oferta e da operação da empresa, organização de tentativa de concessões de serviços aos privados, política essa que pode vir a ter conse-quências na integridade da CP, na sua qualidade de serviço e no aumento de risco ao nível da segurança;- Custos com a formação profissional insuficientes, que conjuga-dos com a redução de trabalhadores podem ter consequências imprevisíveis.- Nível de acidentes de trabalho e suas consequências nas horas não trabalhadas por essa razão, não satisfatórios.- Actividade ao nível da segurança e saúde no trabalho também não satisfatória.

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“À TABELA” Nº 117 Junho de 2014 Orgão da CT da CPRedacção - Secretariado da CT da CP Composição e Impressão - CT da CP

Calçada do Duque, 20 1249-109 LISBOA Tel: 211023739 - 211023924 [email protected]

CRIANÇAS DESMAIAM COM FOME

MAS ELES CONTINUAM COM VONTADE DE RIR

“À Tabela” Pag Nº4

A minha Teresa chegou mais tarde do que eu ao interesse pela política, social e sindical, mas viva como é, parece que aprende mais depressa.

Um dia destes chegou a casa com os cabelos em pé. Tinham-lhe dito na rua que uma criança desmaiara na escola porque quase, à hora do almoço, ainda estava em jejum. Soube depois que este cenário verdadeiramente dramático e impróprio de um país que fez o 25 de Abril há 40 anos, ainda muito frequente nas nossas escolas.

— Desculpa lá ó Zé, mas crianças com fome, na escola é um cenário que nos faz recuar pelo menos 50 anos. Por mais educada que uma pessoa seja só dá vontade de chamar todos os nomes feios aos governantes do chama-do “trio do arco da governação ou da dívida”, á parelha Passos e aos Portas que estão a desgovernar o País há três anos.

— Só tenho a dizer que tens toda a razão, Teresa. Com esta gente Portugal tem estado a ser governado e trama-do á ordem dos agiotas estrangeiros, aos quais obedecem cegamente na esperança, de como muitos Gaspares, de virem a ser chamados para um bom cargo internacional ou europeu...

— Mas a tragédia não atinge apenas as crianças. A esta-tística já registou um aumento de 60 por cento de suicí-dios.

— Eu compreendo, Zé. Um idoso a quem cortam na pen-são, condenando-o a viver os seus últimos dias na maior miséria, facilmente pode cair no desespero...

— Mas olha que os desempregados de longa duração, que são já a maioria, não têm muitas razões para se mos-

trarem mais optimistas. O que os espera é serem despe-jados da casa que habitam há anos, por não poderem pagar a renda, pois os despejos dependem agora apenas da vontade do senhorio, sem a mínima intervenção dos tribunais...

— A mim o que me custa ainda mais é ver a lentidão com grande parte das vítimas deste massacre económico e social se estão a dar conta dos verdadeiros culpados da sua miséria. Por que, na verdade, ninguém queimou o dinheiro. O que ele está é a ser acumulado nos bolsos de uns tantos figurões financeiros que, ainda por cima, têm a grande lata de darem palpites de conveniência sobre a democracia, que eles entendem perfeita como isto está.

— Olha Teresa, a bem dizer isto está bom é apenas para os ricos e poderosos, para os ladrões e para os corruptos. Se virmos bem depressa concluímos que para os jovens (mais de 40% no desemprego), o que os espera é um fu-turo ainda mais negro do que estão a infligir aos seus pais e avós. Que emigrem ordena o Passos com o seu sorriso carregado de ódio e desprezo.

— Mas o futuro pertence aos povos e não aos seus al-gozes, pelo que temos de continuar a lutar por uma vida melhor para todos. As gargalhadas com que os membros do governo costumam mimosear-nos nas fotografias ofi-ciais pouca mais representam que esgares de cinismo, que apenas confirmam o profundo desprezo social que domina o sentimento de equipa de oportunistas que nos estão a massacrar com projectos e políticas dos seus mandatários estrangeiros.

— Então fora com eles, Teresa.Zé Ferroviário

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