a “sociedade do risco” e suas implicações jurídico-penais

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  • 7/26/2019 A Sociedade Do Risco e Suas Implicaes Jurdico-penais

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    A sociedade do risco e suas impl icaes jurdico-penais; 2- Bibliografia.

    1- A sociedade do risco e suas implicaes jurdico-penais

    Pretendemos por meio do presente artigo sem nen!uma originalidade fa"er algumas refle#es sobre o tema da sociedade do risco como conse$%&nciada modernidade frente aos direitos de terceira gera'o e suas implicaes no (ireito Penal e com isso tra"er a debate um tema $ue apesar da suaimport)ncia e atualidade ao $ue parece a poucos tem despertado.

    * soci+logo alem'o ,lric! Bec no seu liro intitulado /ociedade do 0isco fa" um diagn+stico sobre a sociedade em seus diersos momentos !ist+ricos at1c!egar ao momento atual sociedade p+s-moderna3 em cujo conte#to trabal!a com a pa lara 4riscos4 em suas 5rias dimenses. Parte-se da id1ia de $ueem toda a !ist+ria da !umanidade os mesmos sempre e#istiram por1m em grau e e#tens'o diferentes posto $ue num primeiro momento trataa-se deriscos pessoais; num segundo momento mais especificamente na sociedade moderna cl5ssica os riscos atingiram uma propor'o maior indo a afetar acoletiidade deendo-se a isso 6 falta7defici&ncia do suprimento de algo como por e#emplo da falta de !igieni"a'o $ue propiciaa o surgimento deepidemias etc; na sociedade p+s-moderna o $uadro 1 outro os riscos com maior e#tens'o atingem a sociedade principalmente por e#cesso de produ'oindustrial como por e#emplo o e#cesso de poluentes $ue atingem a camada de o"8nio o meio ambiente como um todo comprometendo assim asgeraes contempor)neas e futuras.

    * referido autor delimita o enfo$ue do mundo moderno em dois momentos9 primeira modernidade industrial3 caracteri"ada por uma sociedade estatal enacional estruturas coletias pleno emprego r5pida industriali"a'o e#plora'o da nature"a n'o 4isel 4 com ra"es nas 5rias reolues polticas eindustriais a partir do s1culo :!ernob?l a contamina'o do mar e dos riospor merc@rio por +leo e outros riscos globais $ue afetam a ecologia as turbul&ncias dos mercados financeiros os atos terroristas de de setembro nos,A o crime organi"ado o recrudescimento da desigualdade social etc.

    /'o 5rias as causas desses riscos. A desigualdade social recrudescida pela globali"a'o pode ser elencada como uma das principais causas de risco nasociedade do risco. A afirma'o de Caffaroni de $ue o naio corre o risco de afundar e com isso lear a todos consigo pobres e ricos reela bem o graude desigualdade social e a conse$%ente e#tens'o do grau de ulnerabilidade da sociedade.

    A globali"a'o ou sociedade global ou modernidade global como interse'o da presena e da aus&ncia caracteri"a-se pelo entrelaamento de eentossociais e relaes sociais $ue est'o a dist)ncia de conte#tos locais Diddens3 como resultante dos aanos tecnol+gicos principalmente dos meios decomunica'o em especial da tecnologia eletr8nica sobretudo da mdia. sse fen8meno sociopoltico sem d@ida trou#e aanos por1m parado#almentetrou#e tamb1m riscos e inseguranas 6 sociedade. 0eforando assim a id1ia do contraste da segurana e insegurana da determina'o e indetermina'oda estabilidade e instabilidadeEF.

    * capital ol5til ou seja o capital $ue !oje est5 no Brasil ou em $ual$uer outro pas ou ice-ersa e $ue com um simples pulsar de dedo est5 do outrolado do mundo; uma ind@stria $ue !oje est5 instalada no territ+rio de um pas e $ue aman!' poder5 estar em outro pas por$ue a m'o de obra sal5rios eencargos sociais s'o menores o crime organi"ado transnacional a laagem de din!eiro as suspeitas de fraudes nos balanos de algumas das maiorescorporaes dos ,A com o prop+sito de superalori"ar suas aes o $ue acarretou $uedas das Bolsas dos principais pases do mundo dentre eles o Brasilcom aumento de risco da infla'o de alta de juros e de desacelera'o da economia globalE2Fs'o e#emplos ios desse fen8meno da p+s-modernidade comrefle#os sociais altamente negatios e $ue de uma forma ou de outra acabam desembocando no mundo jurdico em especial no (ireito Penal.

    ontudo e#istem outros riscos sociais $ue ofendem bens jurdicos ou alores essenciais e $ue por isso respeitando os princpiosconstitucionais pertinentes em especial o da fragmentariedade da subsidiariedade e o da proporcionalidade deem ser tutelados tamb1m pelo (ireitoPenal. (entre os riscos intolerados como e#emplos podem ser relacionados a$ueles enolendo o crime organi"ado a destrui'o7contamina'o do meioambiente o terrorismo os crimes contra a !umanidade.

    A teoria da imputa'o objetia trabal!a com a id1ia de $ue somente interessa ao (ireito Penal a cria'o de um risco juridicamente desaproado e suareali"a'o no resultadoEOF.>om efeito a'o $ue n'o cria risco $ue n'o o aumente ou $ue crie risco permitido ou tolerado n'o interessa ao (ireito Penal.

    >om igueiredo (ias indagamos9 estar5 o (ireito Penal preparado metodologicamente para enfrentar e dar as respostas condi"entes a essa noa realidadedecorrente desses noos riscosQ =eremos um controle social formal ade$uado para proteger as 4geraes futuras4 sem $uebrar as garantias indiiduaiscon$uistadas pelo

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    A doutrina penal moderna embora com dierg&ncias metodol+gicas d5-nos encamin!amento da $uest'o. Ium ponto todos s'o concordes o (ireito Penalcl5ssico se tornou impotente ao menos para fa"er frente 6s noas demandas da modernidade. Para igueiredo (ias a solu'o est5 no pr+prio (ireito Penalcom mudanas no paradigma da imputa'o com uma $ueda para a responsabili"a'o da pessoa jurdica sem contudo afrontar os direitos e garantiasindiiduais. Para outros n'o menos nobres juristas ainda $ue com enfo$ues diferentes a sada 1 o direito sancionat+rio de car5ter administratio. =emosa por e#emplo Nassemer (ireito de om efeito impe-se uma reaalia'o dos seus paradigmas sem contudo atropelar os princpios constitucionais $ue l!e s'o inerentes acompan!ada decrit1rios poltico-criminais ade$uados. spera-se $ue dessa crise col!am-se bons frutos para a ci&ncia do (ireito Penal sem preju"o da sua funcionalidade eefici&nciaEXFe sem se afastar de seus princpios fragmentariedade subsidiariedade ultima ratio proporcionalidade interen'o mnima etc3.

    ,m (ireito Penal promocional e 4salador da p5tria4 com certe"a n'o 1 o mel!or camin!o para fa"er frente aos atuais e noos riscos oriundos damodernidade e p+s-modernidade.

    2- Bibliografia>ARRDA0AUA0D* A. R. >!aes. (ireito penal processo penal e dogm5tica jurdica. !eista do Adogado /'o Paulo nZ L2 p. 2M-2W abr7WL.>A0ARN* Uarcia (ometila Rima."undamentao constitucional do direito penal. Porto Alegre9 /1rgio abrisWW2.>*/=A Jos1 de aria.# perigo em direito penal$ contributo para sua fundamentao e compreenso dogm%ticas$>oimbra9 >oimbra ditora WW2.(