a sobre-exploração e os impactos da produção energética nos oceanos

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Direito Internacional da Energia e do Ambiente

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  • Departamento de Engenharia Geogrfica, Geofsica e Energia

    A Sobre-explorao e os Impactos da

    Produo Energtica nos Oceanos

    Direito Internacional do Ambiente e da Energia

    Pedro Miguel Cabral Sebastio de Medeiros Barbosa

    N 40541

    19 de Janeiro de 2015

  • 1

    Enquadramento

    Numa altura em que se intensificam os alertas acerca dos novos causadores de

    efeito de estufa e do aquecimento global; do modo em como a alimentao da

    populao mundial, j por muitos considerada desmesurada tendo em conta os recursos

    planetrios, se torna cada vez mais insustentvel tanto ao nvel da ecologia como da sua

    produtividade; e acerca de como os consumos energticos das cidades do mundo

    crescem exponencialmente, torna-se necessrio perceber de forma os impactos

    directos e indirectos, que estas insustentabilidades acarretam, comprometem os

    oceanos do Mundo e quais as consequncias que se avizinham.

    Segundo o Secretrio Geral das Naes Unidas, Ban Ki-Moon, Os oceanos [] so

    a chave para suportar a vida no planeta pois, estes providenciam uma variedade de

    benefcios para o bem-estar e prosperidade do humano, tais como, produo de

    alimentos, criao de emprego, controlo de temperatura, sequestrao do carbono,

    circulao de nutrientes, habitats e biodiversidade, turismo, fonte de energia, entre

    outros. [1]. O diplomata afirma ainda, nesta iniciativa, que os humanos colocaram os

    oceanos sob um risco de danos irreversveis devido s pescas excessivas, ao

    aquecimento global, acidificao dos oceanos, ao aumento da poluio, ao

    insustentvel desenvolvimento das reas costeiras e aos impactos indesejados da

    extrao de recursos que resultam na perda de biodiversidade, decrscimo na

    abundncia das espcies, destruio de habitats e perda das funes ecolgicas. A

    grande maioria da comunidade cientfica apoia estas opinies sustentando-as com

    centenas de estudos que tm vindo a ser publicados nos ltimos 30 anos. Esta revela

    um papel de elevadssima importncia nesta matria pois, a funo dos cientistas

    fornecer as evidncias do que est a acontecer e coloc-lo de forma simples para que

    toda a gente compreenda e colabore.

    Os recursos que outrora foram por ns considerados abundantes e renovveis j

    deixaram de o ser e os impactos que estas deficincias podem causar so quase

    imprevisveis e incalculveis. Foi nos oceanos que a vida na Terra se iniciou e mesmo

    milhes de anos aps a sua formao, estes continuam a ser cruciais para a conservao

    da mesma. Bastar saber que todos os dias so descobertas novas espcies de seres

    vivos no oceano, desde os micrbios s lulas e crustceos.

    No nos importarmos com este ecossistema no preocuparmo-nos em viver.

  • 2

    Hiptese

    Nesta ptica, nunca demais mencionar questes to relevantes como as que

    surgem ao confrontarmo-nos com os problemas apresentados. As solues passam por

    que medidas? Quais os esforos que esto a ser concretizados pelas naes para

    reverterem a situao? Quais os aspectos impactantes e que resultam nas

    consequncias mais drsticas? Ser a produo de energia e o seu consumo um destes

    factores? Se sim, ser essencial tentar perceber quais as fontes mais ameaadoras e

    quais os potenciais perigos que as novas tecnologias offshore, consideradas limpas e

    renovveis, podem vir a trazer.

    Pescas Excessivas

    Investigaes cientficas indicam que no existe, actualmente, nenhuma parte dos

    361 milhes de metros quadrados de oceano [2] que no tenham sofrido impacto do

    humano e que a maior ameaa so as pescas. Apenas 4% do oceano no est

    gravemente afectado [3], dizem estas. Posto isto, permite-nos comparar este valor com

    os 22% de floresta (ainda) virgem existente, face aos valores de rea de floresta

    anteriores humanizao do planeta [4] e constatar que apesar de ambos os

    ecossistemas estarem altamente ameaados os oceanos esto mais suscetveis aco

    antropognica.

    Por este motivo, que o tpico que mais frequentemente surge, quando se

    aborda a sobre-explorao dos oceanos, o esgotamento das espcies induzido pela

    introduo de tecnologias de ponta nos navios de pesca. Navios que dia para dia vem

    a sua capacidade aumentada e que contribuem para que seja practicamente impossvel

    a determinado aglomerado de peixes, aps detectado, escaparem s suas redes. Uma

    curiosidade que permite perceber a real dimenso destas redes que nas maiores do

    Mundo caberiam cerca de treze avies Boieng 747 [5].

    de realar que no oceano a cadeia alimentar uma relao que funciona como

    uma teia e que, por isso, bem mais complexa do que outras cadeias bastante mais

    lineares ou cclicas. Ou seja, cada vez que um ramo desta teia agitado os restantes iro

    responder de forma imprevisvel devido s infindas relaes ecolgicas interespecficas

    e intraespecficas que existem. Por este razo, existe uma grande preocupao

    ambiental no que toca a possveis variaes drsticas no nmero dos espcimes mais

    consumidos pela sociedade.

    Contudo, possvel perceber que a resposta a este problema no passa pela

    aquacultura industrial como muitos crem [6], uma vez que para alimentar espcies

    carnvoras, como o salmo ou o atum, que se dirige uma grande fatia do pescado

    mundial. Por cada quilograma de salmo necessrio 5 quilograma de outros peixes

  • 3

    mais pequenos como a sardinha, o carapau e a anchova. Ou seja, por capricho, ns

    estamos a transformar constantemente umas espcies noutras espcies, quando

    podamos obter os mesmos nutrientes das mais pequenas e ainda poupar o ecossistema

    marinho s pescas muitas vezes ilegais, desreguladas e no-declaradas [5].

    Assim, as previses cientficas apontam que, se mantivermos os nveis actuais de

    pesca comercial, o sector dever colapsar muito provavelmente antes do ano 2050

    [3][5].

    Acidificao dos Oceanos

    Em 2005, as larvas de ostras comearam a morrer aos milhes nos viveiros do Pacfico Nordoeste. Depois aconteceu novamente em 2006. E outra vez em 2007 e

    2008. Os cientistas depressa comearam a investigar a situao e chegaram concluso

    que o problema estaria nas guas do Pacfico que se tinham tornado corrosivamente

    cidas. [] Uma indstria de 110 milhes de dlares estava beira do colapso. Relata

    o investigador e director do Ocean and Climate Change Institute, Scott Doney, num

    artigo intitulado Oceans of Acid [7], que explora esta problemtica e explica que os

    fenmenos de upwelling (subida das guas mais profundas superfcie) naquela zona

    do Pacfico, esto a trazer gua cida.

    Como se sabe, o oceano desempenha um papel fundamental na regulao do

    dixido de carbono presente na atmosfera pois absorvem cerca de um quarto das nossas

    emisses excessivas [7]. Este usa o carbono para alimentar as plantas que pode ser, ou

    no, transformado em Carbonato de Clcio (CaCO3). Quando o CO2 reage com as

    molculas de gua produzido um cido [5]. Deste modo, podemos concluir que

    estamos a baixar o pH da gua do mar medida que lanamos mais gases de efeito de

    estufa para a atmosfera atravs da queima de carvo, petrleo e gs. Hoje, os oceanos

    esto 30% mais cidos que no incio da era industrial e tm vindo a absorver

    aproximadamente 22 milhes de toneladas de CO2 por dia [8]. Este valor no suficiente

    para destruir a vida marinha mas alguns organismos, como as ostras, estrelas-do-mar,

    mexilhes e ourios j se esto mostrar afectados.

    Neste leque, dos que sofrem com o aumento da acidez da gua, esto tambm os

    recifes de coral que so considerados autnticos ecossistemas de vida marinha. Foi j

    demonstrado que a acidificao limita o seu crescimento atravs da corroso dos

    esqueletos pr-existentes, enquanto, simultaneamente atrasa o crescimento de novos

    corais. Os recifes que vo aparecer revelam-se mais frgeis e vulnerveis eroso [8].

    Posto isto, e apesar de algumas espcies provavelmente se conseguirem adaptar

    a acidezes cada vez mais elevadas, bem como a outras alteraes qumicas da gua, no

    se pode prever os efeitos consequentes da perda de grande parte da biodiversidade

    mais sensvel que da iriam advir. Pelo que torna-se imperioso olhar para o futuro e

  • 4

    reduzir as nossas emisses, at porque, segundo a comunidade cientfica, se a

    quantidade de carbono na atmosfera estabilizar, eventualmente o oceano vai se adaptar

    e o pH retornar ao normal. Por este motivo que no passado, existiram pocas de

    nveis de dixido de carbono muito mais elevados mas sem evidncias de acidificao

    do oceano: a taxa de aumento de CO2 era muito lenta [8].

    Explorao petrolfera Offshore

    Depois de avaliarmos os impactos indirectos que a queima de combustveis fsseis acarreta para os nossos oceanos, a vez de perceber em que medida a sua explorao

    pode contribuir directamente para a reduo da qualidade de vida dos seres marinhos,

    uma vez que a produo offshore de petrleo contabiliza cerca de 30% da produo

    total mundial e a de gs praticamente 50% [9].

    Os primeiros impactos surgem ainda numa fase antecedente ao projecto das

    plataformas que so os estudos geolgicos necessrios para apurar os locais onde se

    encontram as reservas de combustveis.

    So utilizados ento, os denominados, seismic airguns, que caracterizam-se por

    disparos/exploses de ar comprimido lanados por navios junto superfcie, de forma

    a se propagarem at ao fundo ocenico a milhares de metros de distncia. Depois as

    ondas sonoras so reflectidas de volta contendo informao acerca de depsitos de

    petrleo e/ou gs e so captadas por hidrofones colocados premeditadamente. Esta

    informao depois tratada e transformada por cientistas que conseguem gerar

    imagens do fundo do mar e delas retirar os locais ideais para efectuar as perfuraes.

    A 1000 metros de profundidade j toda a luz e cores foram absorvidas e, por isso,

    o que predomina o escuro absoluto. um mundo de som, onde os olhos no servem,

    e no qual espcies ameaadas, como as baleias-de-bossa, evoluram para viver. Estas

    utilizam o som para navegar, encontrar alimento, comunicar a longas distncias e

    encontrar parceiros. um sistema sensorial crtico para estes animais [3], fundamental

    para a sua sobrevivncia. Em terra, os animais e humanos tendem a fugir de rudos altos

    e traumticos; quanto mais longe formos mais o som se dissipa. Debaixo de gua tal no

    ocorrer. Os sonares e o rudo das embarcaes podem enviar uma determinada onda

    sonora por quilmetros [10].

    Por isto, estas exploses de ar comprimido que ocorrem de 10 em 10 segundos,

    24 horas por dia durante vrias semanas so 100.000 vezes mais potentes que o motor

    a jacto de um avio [9], so muito capazes de ferir mamferos marinhos, tartarugas,

    peixes e outra vida selvagem. No leque de impactos esto includos a perda temporria

    e permanente de audio, abandono do habitat, ruptura no acasalamento e na

    alimentao e, ainda, encalhamento nas praias e consequente morte[9].

  • 5

    Estes impactos podem at aparentar ser ligeiramente excessivos mas na verdade

    no tm faltado casos recentes de cetceos que do costa de forma massiva e ainda

    vivos. No Sul da Austrlia em apenas quatro meses de 2009 deram costa 400 golfinhos

    e baleias; na ilha de King em apenas um dia encalharam 200 baleias-piloto [11]; no Brasil

    s em 2010 registaram-se 96 baleias-de-bossa encalhadas em toda a costa [12]; em

    2010, 73 baleias-piloto do costa na Nova Zelndia [13]. alegado por muitos que na

    origem destas ocorrncias podem estar vrias causas, contudo, os estudos realizados

    apontam para actividades antropognicas, principalmente o trfego naval intensivo,

    como sendo a origem do aumento significativo do nmero de animais que do costa

    diariamente. A ExxonMobil chegou a ter que suspender algumas exploraes prximas

    de Madagscar depois de mais de 100 cetceos terem dado costa [14].

    Alguns destes animais, so depois levados para laboratrio , frequentemente so

    reveladas perdas de tecido nos ouvidos internos na ordem dos 50% e diagnosticados

    danos por todo os seus sistemas auditivos [3].

    Conclui-se assim sobre estes estudos geolgicos, que plausvel que animais que

    utilizem sistemas de comunicao to sensveis sejam prejudicados pelo rudo que

    geramos constantemente se, at nos prprios humanos, a poluio sonora tem

    consequncias graves na sade auditiva e at psicolgica.

    Elaborados todos os estudos indispensveis avaliao da viabilidade das

    exploraes, d-se ento lugar s instalaes das plataformas e consequentes

    perfuraes. Nesta fase, os impactos tomam vrias formas que afectam

    consideravelmente e de forma negativa a vida selvagem, uma vez que no estamos

    apenas a perfurar o cho mas sim o fundo do mar a mais de um quilmetro debaixo de

    gua. Estes incluem libertao de lamas, resduos de salmoura e fugas nos oleodutos

    e gasodutos. Derramamentos catastrficos e exploses tambm so uma constante

    ameaa [14].

    Sempre que o petrleo recuperado do cho ocenico, outros qumicos e

    substncias txicas acompanham-no, como o mercrio, chumbo, crmio, arsnio e

    benzenos altamente cancergenos que so, habitualmente, libertados de novo para o

    oceano. As infraestruturas requeridas para drenar poos e transportar petrleo podem

    ser igualmente devastadoras e, atendendo que consumimos mais de 80 milhes de

    barris deste composto todos os dias, as companhias petrolferas esto constantemente

    procura de novas reservas e a estabelecer plataformas em novos locais [15], muitas

    das vezes em ou prximo de Zonas Marinhas Protegidas [16].

    Estas lamas de perfurao so usadas para a lubrificao e arrefecimento da

    perfuradora e do tubo. Tambm ajudam a prevenir derramamentos agindo como

    vedantes. So usados vrios tipos de lamas na operao de perfurao mas todas

    libertam qumicos txicos que podem afectar a vida marinha. Uma s plataforma

    normalmente perfura entre 70 a 100 poos e descarrega mais de 90.000 toneladas

    mtricas de fluidos e limalhas metlicas para o oceano [15]. Embora seja defendido

    que, ainda assim, estas libertaes de metais pesados e perigosos so em quantidades

  • 6

    reduzidas e por isso, so dissolvidos pela gua, h que evidenciar que pelo menos

    localmente devero prejudicar o normal funcionamento do ecossistema marinho e at

    a sade dos trabalhadores da indstria. Exemplo disso, que se tm observado elevados

    nveis de Mercrio nos peixes do Golfo do Mxico, o local com maior nmero de poos

    de petrleo offshore por metro quadrado a seguir ao Mar do Norte.

    A cintilao das plataformas durante a noite tambm um motivo de

    preocupao na medida em que atrai as mais variadas espcies de peixe e,

    consequentemente de aves marinhas ao local. Originando com frequncia colises

    fsicas com as estruturas, incinerao pelas labaredas e ingesto do petrleo

    derramado [15].

    Como podemos perceber, o petrleo destri a capacidade de isolamento trmico

    do plo dos animais, como as lontras marinhas, e a impermeabilidade das penas das

    aves, expondo-as a elementos austeros. Sem estas capacidades os animais e os

    mamferos morrem de hipotermia, nas guas mais frias [17]. por este motivo, que

    nos ltimos tempos se tm vindo a intensificar os protestos das organizaes de defesa

    do ambiente contra as companhias petrolferas que j iniciariam os seus projectos de

    extrao de combustveis fsseis nas guas do rtico, mesmo nalgumas zonas que at

    esto declaradas por lei como protegidas. Esta trata-se da zona do globo com maiores

    reservas de petrleo ainda por explorar [18]. Outro motivo pelo qual so elevados os

    riscos desta explorao, que no existe um mtodo comprovado de conteno e

    limpeza de um derramamento de petrleo em guas geladas. tambm uma regio

    caracterizada por uma curta poca de reproduo e limitada luz solar [18].

    Presentemente, as preocupaes ambientais nem sempre so consideradas nos

    planeamentos das exploraes offshore de petrleo e gs. Muitas companhias operam

    a diferentes padres ambientais e sociais dependendo do pas/estado em que exercem

    funes, sendo que muitas vezes nos pases em desenvolvimento nem os mais bsicos

    procedimentos de segurana so seguidos [16].

    Resta apenas, assim, mencionar um outro problema raramente considerado.

    Muitos poos possuem um tempo de vida limitado, por vezes de 1 a 3 meses, mas as

    suas construes representam um impacto muito mais prolongado uma vez que o

    desmantelamento das infraestruturas raramente considerado [16]. Portanto, conclui-

    se que as perturbaes ambientais seriam reduzidas se existisse mais planeamento e

    desactivao durante o processo de concepo dos projectos.

    Produes Renovveis de energia Offshore

    Apesar do petrleo e do gs serem, efectivamente, fontes de energia

    extremamente poluidoras e que, quando exploradas no oceano, acarretam riscos de

    elevada gravidade para o meio aqutico, h quem alegue que as renovveis quando

  • 7

    instaladas ao largo das zonas costeiras tambm contribuem para a deteriorao da

    qualidade de vida das espcies marinhas.

    Motivado pela criao de objectivos, cada vez mais rigorosos, no que toca a

    reduo das emisses de gases de efeitos de estufa dos pases e pelo facto de mais de

    metade da populao mundial habitar em zonas costeiras, tem-se verificado um

    aumento significativo da instalao de parques elicos offshore um pouco por todo o

    Mundo. Assim, algumas naes, como por exemplo as do norte da Europa, vem-se

    foradas a invadir o mar para produo de energia limpa por escassez de terrenos

    disponveis.

    Em 2013, foi instalado o maior parque elico do Mundo, o London Array a 20 km

    do esturio do Tamisa, com 630 MW instalados. So 175 turbinas, cada sobre uma

    fundao do tipo monopilar, conectadas numa extenso de 220 quilmetros [19].

    As estatsticas apontam que, por volta de 2020, a capacidade de potncia

    instalada mundial atinja um total de 75 GW, atravs das contribuies significativas da

    China e dos Estados Unidos da Amrica [20].

    questionvel se desejamos, efectivamente, que para se produzir energia se inicie

    um processo de apoderamento de reas muito vastas dos mares e oceanos do planeta,

    com a instalao de gigantescas turbinas elicas. j possvel verificar no site

    4Coffshore.com a grande percentagem de rea coberta por estes parques no Mar do

    Norte, bem como todo o movimento naval.

    Para fase de construo de um parque, os principais efeitos causadores de

    impacto so as perturbaes acsticas e um aumento da disperso de sedimentos

    [21]. semelhana das exploraes petrolferas esta pode ser uma fase que prejudique

    a vivncia de mamferos e cetceos sendo causadora de stress traumtico.

    Durante a fase operacional, os impactos dividem-se entre positivos e negativos,

    sendo estes, respectivamente: o ganho de habitat nas fundaes que podem servir de

    recife artificial fauna e flora e a excluso de pescas nas zonas; o rudo, idntico ao

    emitido em terra, e os campos electromagnticos gerados pelos cabos submarinos

    [21][22]. No que toca mortalidade da avifauna, a questo mantm-se tal como em

    terra e pode ser preocupante se estivermos a falar de espcies ameaadas ou em risco

    de extino. Mas as estatsticas tm mostrado que, por exemplo na Dinamarca,

    enquanto que a mortalidade causada por turbinas atinge as 30.000 aves por ano, a

    mortalidade causada pelo trfego automvel 30 vezes superior [23].

    o caso do parque elico London Array, est implicada uma reduo anual de

    900.000 toneladas de emisses de CO2, o equivalente s emisses de 300.000 carros de

    passageiros anuais [19]. Isto trata-se de um inegvel avano na caminhada que o

    Homem enfrenta na reduo das emisses de GEE para a atmosfera e, ao mesmo tempo,

    contribui para a reduo da acidificao dos prprios oceanos.

    Os aproveitamentos de energia dos oceanos no so ainda frequentes devido

    pouca maturidade que as tecnologias apresentam mas tm obtido largos investimentos

  • 8

    recentemente que podero impulsionar o seu aparecimento numa escala mais alargada

    [24]. Estas tecnologias apresentam variadas formas, contudo, os seus impactos no

    oceano so similares aos da energia elica.

    Desta forma, e na minha opinio, o crescimento do aproveitamento de recursos

    energticos do oceano deve ser controlado e limitado para que no seja localizado

    prximo de reas biologicamente sensveis, sendo que, deve ser dada preferncia

    reduo dos consumos energticos e implementao de eficincia energtica como

    meio de diminuio de emisses poluentes.

    Energia Nuclear

    De todas as fontes de energia, a energia nuclear a que causa mais discordncia

    nas sociedades e mais debate ambiental pois, na verdade, no emite carbono para a

    atmosfera; para produzir a mesma energia que os combustveis fsseis so necessrias

    quantidades muito menores de urnio, na ordem do 1%; e h quem argumente

    inclusiv, que causa menos fatalidades por unidade de energia produzida do que o

    petrleo, o gs e at a energia hdrica, tanto devido poluio como a ocasionais

    acidentes [23].

    Porm, uma constante ameaa a milhes de pessoas e ao ambiente devido

    instabilidade dos tomos que a geram. Existe tambm uma grande lacuna nos mtodos

    para lidar com os resduos que dela resultam. Ainda assim, existem pases com grande

    dependncia desta produo como caso de Frana, Blgica, Sucia e Japo.

    Os maiores acidentes em centrais nucleares remontam aos anos 1979 e 1986,

    respectivamente, o acidente de Three Mile Island na Pennsylvania nos EUA e o desastre

    de Chernobyl na Ucrnia. Mais recentemente, em 2011, o desastre de Fukushima no

    Japo, que ocorreu num reactor de concepo dos anos 60 [25].

    A relao desta energia com o oceano d-se, precisamente, quando um destes

    desastres ocorre num pas insular como o Japo em que as centrais esto muito

    prximas do oceano. Deste modo, depois do terramoto deu-se aquela que representou

    a maior descarga acidental de material radioactivo para o oceano da histria tanto, de

    forma directa, atravs das guas de arrefecimento como, de forma indirecta, pela

    disperso atmosfrica. Tero sido detectadas concentraes de Csio-137, um istopo

    com uma meia-vida de 30 anos, de mais de 50 milhes de vezes superior aos nveis

    anteriores/ normais [26] nas guas que banham aquela costa.

    Estes ndices de radioatividade dissolveram-se rapidamente devido s correntes

    existentes nas proximidades, tendo sido absorvidos pelos peixes, plncton e outras

    espcies marinhas, tendo sido conduzidos por todo o Pacfico at costa norte

    americana. Sabe-se que atuns-rabilho juvenis (espcie em alto risco de extino) se

    alimentaram nas guas contaminadas do Japo e que depois a migraram para a costa da

  • 9

    Califrnia. A foi possvel verificar que os atuns mais jovens possuam elevados nveis de

    Csio-134, enquanto que, os atuns que teriam nascido antes do desastre no

    apresentavam to altos ndices. A espcie de atum albacora, muito presente naquelas

    guas, no sendo migratria e por isso no se tendo alimentado perto do Japo no

    apresentava qualquer valor de radiao [27].

    Observando o mapa da radiao nos oceanos, podemos verificar que o Mar da

    Irlands o mais radioactivo com 61 Bq*/m3, seguindo-se o Bltico com 40 Bq/m3 e o

    Mar Negro com 16 Bq/m3. No caso Irlands este valor deveu-se aos descarregamentos

    radioactivos da central Sellafield no Reino Unido, enquanto que os valores do Bltico e

    do Mar Negro, so ainda consequncia da exploso de Chernobyl. O Oceano Atlntico

    aparece nos ltimos lugares com apenas 1 Bq/m3 (dados de 2008) [27].

    Contudo, no so necessrios desastres em centrais nucleares para os oceanos

    estarem contaminados um pouco por todo o Mundo. Existem inmeros istopos

    radioactivos que ocorrem tanto por causas naturais como por remanescncia de testes

    de armamento nuclear nos anos 50 e 60 [27], dos 8 acidentes com submarinos nucleares

    soviticos entre os anos 60 e 80 ou mesmo do transporte de resduos e matria prima

    nuclear [28].

    Posto isto, concluo que por muitas vantagens que a energia nuclear tenda a

    oferecer existem riscos associados que no devem ser corridos em prol dos oceanos e

    da sade, desde os seres marinhos mais pequenos at aos humanos, pois estes esto

    quase sempre no final da cadeia alimentar.

    *Os Becquerels so a grandeza que mede o nmero de desintegraes atmicas por

    segundo do Csio-137.

    Reservas marinhas no Mundo

    Mas a sobre-explorao dos oceanos no s acerca dos recursos de vida marinha

    existentes. Os oceanos contm milhes de toneladas de minerais e agregados. Hoje,

    mais explorados nas guas costeiras rasas, mas que, com os desenvolvimentos

    tecnolgicos aliado ao esgotamento dos recursos terrestres, comea-se a observar o

    incio de uma nova indstria de minerao em gua profundas, especialmente para os

    metais preciosos e terras raras fundamentais para os sistemas electrnicos [29].

    Por estes motivos a criao de reservas marinhas de extrema relevncia. Existem

    cerca de 6500 reservas marinhas no Mundo mas que representam uns residuais 0,8%

    dos oceanos do Mundo, correspondendo a apenas 10% das jurisdies nacionais. Pode-

    se considerar que 99,2% dos nossos oceanos esto livres de ser sobre-explorados e que

    os pases possuem algum poder para melhorar esta condio [30][31]. Podemos fazer,

    novamente, um elo de ligao terra e perceber que mais uma vez as reservas naturais

  • 10

    florestais saem a ganhar pois cobrem 11,5% da superfcie terreste, uma rea que

    corresponde praticamente o tamanho de todo o continente sul-americano [32].

    Custaria apenas, ao nvel da gesto e manuteno, entre 12 a 15 mil milhes de

    dlares anualmente se se criasse uma zona marinha global que cobrisse 20 a 30% da

    rea de oceanos, dizem as estimativas. Ora, este valor inferior ao que gasto

    anualmente em subsdios indstria pesqueira, valor que se estima entre os 15 a 30 mil

    milhes, e 12 vezes menor que os subsdios que so atribudos pelos estados rabes

    anualmente s exploraes petrolferas no Golfo Prsico, responsveis por cerca de 1/5

    da produo mundial de petrleo [5].

    A lgica por de trs do princpio de criao de zonas ocenicas das quais nada se

    retira, nada se estraga e nada se polui, simples se deixarmos os peixes num

    santurio, estes iro crescer mais. Peixes maiores produzem mais ovos que peixes mais

    pequenos. Assim, quanto maior for o nmero de ovos e larvas, mais os peixes se

    espalharo para os limites da reserva, onde podero ser pescados. [] Mais peixe,

    tambm significa mais comida para outras espcies e um oceano mais saudvel [33].

    Esta lgica tambm se aplica s indstrias extractivas destrutivas e poluidoras, que

    assim, ficam impedidas de explorar as zonas protegidas.

    Segundo um mapa-proposta para a rede de reservas marinhas globais [34],

    Portugal seria responsvel pela criao de mecanismos de proteco da totalidade das

    suas guas costeiras e de uma abrangente reserva ao largo dos Aores, zona rica em

    montes submarinos na Crista Mdia-Atlntica, e que contm campos de Fontes

    Hidrotermais como os de Rainbow, Menez Gwen e Lucky Strike. Esta rea ocupada por

    um elevado nmero de espcies endmicas e, ainda, suporta um significativo nmero

    de populaes de baleias, cetceos e peixes. A sua biodiversidade marinha de

    gigantesco valor.

    Desta forma, retira-se que os oceanos precisam de grandes santurios para

    competir com as vrias fontes de poluio e de destruio, nos quais, as fronteiras

    devem ser decididas de acordo com as necessidades, dando uso s melhores

    informaes cientficas disponveis de forma a conduzirem ao mximo de benefcios.

    Poltica dos Oceanos

    Cooperao Transatlntica

    A falta de proteco dos oceanos do planeta est muitas vezes relacionada com

    factores polticos e econmicos. A viso que, tanto a Europa como os Estados Unidos da

    Amrica possuem na forma de estruturao e implementao das polticas costeiras e

    dos oceanos, no est em perfeita concordncia. Todavia, existem algumas semelhanas

    que, se trabalhadas em conjunto podem contribuir para o melhoramento do

    governamento domstico e internacional do oceano.

  • 11

    Esta cooperao transatlntica, segundo o programa CALAMAR, Cooperation

    Across the Atlantic for Marine Governance Integration, pode ter futuro, pelo menos nos

    seguintes tpicos:

    Emisses de Embarcaes Pois ambas as potncias concordam que a Organizao

    Martima Internacional a entidade apropriada para regular as emisses das

    embarcaes e que qualquer mecanismo para o fazer deve ter uma ampla cobertura

    internacional, apesar disto, diferem de opinio nas recomendaes desses

    mecanismos e ainda no papel apropriado da UNFCCC (United Nations Framework

    Convention of Climate Change, Conveno-Quadro das Naes Unidas para as

    Alteraes Climticas) [35].

    Regulao das Pescas Estes tendem em concordar com muitos dos aspectos, tais

    como a gesto cientfica, reduo e trmino dos subsdios de pesca, etc. e os objectivos

    subjacentes s polticas para restaurar e proteger as pescas so os mesmos,

    apresentam no entanto, diferentes estratgias polticas particularmente no que toca

    captura de atum-rabilho [35].

    Energia Renovvel do Oceano Os Estados Unidos esto mais atrasados no

    desenvolvimento da energia renovvel do oceano, no entanto j se comprometeram em

    aumentar os projectos nesta rea; diferem neste campo na medida em que a Unio

    Europeia d prioridade a este tpico mas a cooperao em investigao possvel e

    os EUA podem, estar abertos a aumentar o seu compromisso [35].

    Tendo em conta que existem barreiras entre estes, conservar os recursos

    marinhos enquanto se desenvolve a economia martima de uma forma ambientalmente

    sustentvel, torna-se um desafio. Verificar um entendimento entre estas duas potncias

    mundiais serviria para inspirar as restantes naes do planeta a reverem as suas polticas

    de conservao do ambiente e dos oceanos.

    Expanso da Zona Econmica Exclusiva Portuguesa

    Em 2009, Portugal submeteu Organizao das Naes Unidas uma proposta de

    alargamento da sua plataforma continental que prev aumentar para 10% as zonas

    protegidas do espao martimo do pas perfazendo uma rea total de 400 mil

    quilmetros quadrados.

    Uma delas, com 123.000 quilmetros quadrados, estende-se ao longo da poro a sul dos Aores da Crista Mdia-Atlntica, a longa cordilheira submarina que atravessa todo o Atlntico de norte a sul, separando as placas tectnicas euro-asitica e norte-americana. Ali encontra-se o monte submarino Great Meteor, que emprestar o nome nova rea protegida. A outra, com 132.000 quilmetros quadrados, a da crista Madeira-Torre, entre o arquiplago da Madeira e o Continente. Na verdade, ser uma expanso da actual rea protegida marinha do Monte Josephine, passando a abranger uma rea muito mais vasta, que inclui tambm o banco Gorringe uma elevao submarina de grande relevncia natural.

  • 12

    Cordilheiras e montes submarinos so extremamente importantes para a biodiversidade. A profundidade do mar reduz-se de 4000-5000 metros para menos de 1000 metros ou mesmo algumas centenas nalguns pontos. A prpria topografia, geologia e correntes destas formaes criam condies ideais para uma maior variedade de espcies marinhas. Nalguns casos, campos de fontes hidrotermais expelem gua quente e minerais, permitindo maior produtividade biolgica e o desenvolvimento de formas nicas de vida de minsculos invertebrados, a peixes, corais e esponjas. Preservar estas reas algo que enfrenta, porm, um obstculo: muitas zonas de grande interesse natural situam-se em guas internacionais, fora da jurisdio completa de qualquer pas. Vrias reas marinhas protegidas tm, por isso, sido criadas ao abrigo de convenes internacionais, como a OSPAR um acordo regional para a proteco do ambiente marinho no Atlntico Nordeste, que envolve 15 pases mais a Comisso Europeia.

    Portugal designou, assim, cinco zonas para fazerem parte da rede de reas marinhas protegidas ocenicas da OSPAR a do Monte Josephine e mais quatro ao largo dos Aores. Outras reas foram classificadas dentro da Zona Econmica Exclusiva (ZEE), onde o pas tem jurisdio integral sobre a explorao dos recursos marinhos, estando em estudo as reas ocenicas ao largo de Peniche, do Cabo Espichel e do Cabo de S. Vicente, destinadas proteco de cetceos.

    J a nova rea do Great Meteor est integralmente fora da ZEE e tambm fora dos limites da OSPAR. Neste caso, Portugal tentar garantir a preservao dos seus valores naturais pela via europeia, junto da organizao regional que regulamenta as pescas no Atlntico Nordeste a NEAFC.

    O Governo aprovou uma portaria que autoriza apenas o anzol e a linha para a pesca de profundidade em praticamente metade das guas cujo fundo marinho est sob jurisdio nacional. Nas zonas fixadas na portaria, fica na prtica banido o arrasto de fundo[36].

    Tendo tudo isto em conta, podemos constatar que, apesar de lentamente, Portugal est demonstrar esforos com vista proteco da sua biodiversidade marinha e a uma explorao sustentvel das suas guas.

    O mesmo se verifica com os Estados Unidos da Amrica que em Setembro de 2014 anunciaram, em parceria com outros pases do Pacfico, a criao da maior e inteiramente protegida reserva ocenica do Mundo com 643 mil quilmetros quadrados [37].

  • 13

    Concluses

    Feita esta pesquisa que abordou as mais variadas formas de sobre-explorao

    dos oceanos do nosso planeta, com especial incidncia para a influncia que a

    prospeco dos recursos energticos implica na sade dos mesmos, conclui-se que est

    nas nossas mos evitar a morte do ecossistema marinho e fazer com que os impactos

    de algumas das consequncias das nossas actividades insustentveis regridam.

    Para tal, devemos fundamentalmente: ganhar conscincia das nossa pegada de

    carbono e reduzir os nossos consumos energticos diariamente; procurar informao e

    fazer escolhas seguras e sustentveis no que toca nossa alimentao de espcies

    marinhas; utilizar menos produtos de plstico que tanto contribuem para a destruio

    dos habitats marinhos; ter especial cuidado com a limpeza das praias e evitar interferir

    com a vida selvagem marinha; influenciar a mudana das aces na nossa comunidade;

    e educarmo-nos acerca dos nossos oceanos e da sua biodiversidade.

    Bibliografia e Webgrafia

    [1]http://www.un.org/depts/los/ocean_compact/SGs%20OCEAN%20COMPACT%202012-EN-low%20res.pdf

    [2] http://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano

    [3] Documentrio BBC A morte dos oceanos? (2010)

    [4] http://www.globalchange.umich.edu/globalchange2/current/lectures/deforest/deforest.html

    [5] Documentrio The end of the Line (2009)

    [6] http://www.greenpeace.org/portugal/pt/O-que-fazemos/oceanos/aquacultura/

    [7] http://www.pbs.org/wgbh/nova/next/earth/ocean-acidification/

    [8] http://ocean.si.edu/ocean-acidification

    [9] http://oils.gpa.unep.org/facts/extraction.htm

    [10] http://www.opsociety.org/issues/underwater-noise-pollution

    [11] http://www.publico.pt/ciencia/noticia/oitenta-baleias-e-golfinhos-dao-a-costa-na-australia-1370511

    [12]http://www.publico.pt/ciencia/noticia/brasil-regista-este-ano-numero-recorde-de-baleiasdebossa-que-deram-a-costa-

    1470928

    [13] http://www.tvi24.iol.pt/internacional/tvi24/dezenas-de-baleias-mortas-dao-a-costa-na-nova-zelandia

    [14] http://science.howstuffworks.com/environmental/energy/offshore-drilling-controversy2.htm

    [15] http://oceana.org/en/our-work/stop-ocean-pollution/oil-pollution/learn-act/impacts-of-offshore-drilling

    [16] http://wwf.panda.org/about_our_earth/blue_planet/problems/oil_gas/

    [17] http://oceanservice.noaa.gov/facts/oilimpacts.html

    [18] http://wwf.panda.org/what_we_do/where_we_work/arctic/what_we_do/oil_gas/

    [19] http://en.wikipedia.org/wiki/London_Array

    [20] http://en.wikipedia.org/wiki/Offshore_wind_power

  • 14

    [21] http://iopscience.iop.org/1748-9326/9/3/034012/article

    [22] http://ewea.org

    [23] MacKay, D.J.C. Sustainable Energy - without the hot air", Cambridge 2009

    [24] Sarmento, A.J.N.A. in Energias Renovveis, 2009

    [25] http://en.wikipedia.org/wiki/Nuclear_power

    [26] http://www.whoi.edu/page.do?pid=7545&tid=3622&cid=123049

    [27] http://www.ourradioactiveocean.org/

    [28] http://en.wikipedia.org/wiki/Nuclear_and_radiation_accidents_and_incidents

    [29] http://noc.ac.uk/science-technology/seas-under-threat/over-exploitation

    [30] http://en.wikipedia.org/wiki/Marine_protected_area

    [31] http://www.protectplanetocean.org/collections/introduction/introbox/globalmpas/introduction-item.html

    [32 ] http://en.wikipedia.org/wiki/Nuclear_and_radiation_accidents_and_incidents

    [33] http://www.greenpeace.org/international/en/campaigns/oceans/marine-reserves/

    [34] http://www.greenpeace.org/international/en/campaigns/oceans/marine-reserves/roadmap-to-recovery/

    [35] http://calamar-dialogue.org/sites/default/files/CALAMAR_1_Sum.pdf

    [36] http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/portugal-podera-ter-400-mil-quilometros-quadrados-de-areas-marinhas-protegidas-

    1661374

    [37] http://greensavers.sapo.pt/2014/09/25/barack-obama-anuncia-maior-reserva-marinha-do-mundo/