a situação das mulheres empresárias de luanda (november 2007)
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SUMRIO EXECUTIVO
Este relatrio apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como principal
objectivo fazer um levantamento sobre o perfil de mulheres empresrias membros e
potenciais membros da Associao de Mulheres Empresrias da Provncia de Luanda
(ASSOMEL), caractersticas dos seus negcios e dificuldades enfrentadas, no mbito
das actividades que desenvolvem. A pesquisa foi desenvolvida atravs da conduo
de entrevistas e aplicao de um questionrio junto a uma amostra de convenincia de
101 mulheres empresrias, das quais 84 membros da ASSOMEL e 17 potenciais
membros. Em seguida apresenta-se, de forma sumria, os principais resultados da
pesquisa.
A maioria das mulheres empresrias participantes na pesquisa tm entre 41 a
50 anos de idade, so solteiras, possuem entre 3 a 6 filhos e tem um nvel de
formao secundria.
Estas empresrias, conseguem, na sua maioria, equilibrar a sua vida
profissional e familiar atravs de uma boa gesto do tempo e do apoio da
famlia.
Estas empresrias, na sua maioria proprietrias de micro e pequenas empresas
que operam a nvel local, empregam em mdia 12 trabalhadores, actuam no
sector do comrcio e tem um volume de anual de vendas inferior a 5.000,00
USD.
Na sua maioria, as empresrias iniciaram os seus negcios com fundos
prprios, sem recorrer a pedido de financiamento banca e as suas principais
motivaes para a abertura do negcio foram, essencialmente, a identificao
de oportunidades de negcio, a situao de desemprego em que se
encontravam e a experincia prvia que possuiam.
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As empresrias pesquisas possuem necessidades de acesso tecnologia,
particularmente, computadores e acesso Internet, assim como, necessidades
de formao para si e seus trabalhadores em reas como: gesto, contabilidade
e finanas, marketing, comunicao, liderana e secretariado.
A maioria das empresrias envolvidas nesta pesquisa no realizou um estudo
de viabilidade para iniciar o seu negcio embora use como prtica corrente a
solicitao de apoio profissional externo para o desenvolvimento dos seus
negcios.
Actualmente, mais de metade das empresrias tem recorrido a pedido de
financiamento banca e instituies de micro-crdito para projectos de
investimento, no entanto, manifestaram interesse em obter mais emprstimoda banca, quer para projectos de investimentos, quer para a compra de
equipamento.
Como empresrias, as pesquisadas indicaram como principais dificuldades no
desenvolvimento dos seus negcios, a falta de capital de giro, obteno de
crdito, recursos para a compra de equipamento, aquisio de matria-prima e
mercadoria, falta de mo-de-obra qualificada e custos para a legalizao do
negcio. No obstante essas dificuldades, as empresrias pesquisadas esto
muito optimistas quanto ao futuro dos seus negcios.
Apesar do dinamismo evidente no sector PMEs em Luanda, a pesquisa
conclui existirem muitos desafios ao desenvolvimento do empresariado
feminino, nomeadamente: desenvolvimento de actividades de muito pequena
dimenso e de tipo comercial, ao invs de produtivo, conhecimentos e capital
limitados, baixo nvel de qualificaes, inexistncia de uma poltica clara de
apoio ao desenvolvimento do sector no pas, complexidade e elevados custos
do licenciamento de actividades econonmicas, elevadas taxas de impostos
quer no Mercado informal, quer no Mercado formal e falta de falta de
networking e suficiente redes de partilha de conhecimentos e melhores prticas
entre o empresariado.
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Informao, advocacia, formao e assistncia tcnica so algumas
recomendaes endereadas ASSOMEL como estratgias chave para se lidar
os desafios acima mencionados.
A pesquisa tambm enderea Associao algumas recomendaes comoforma de fortalecer o seu funcionamento interno que se prendem,
essencialmente, com o planeamento estratgico, melhoria das condies de
infraestrutura e recursos na sua sede, desenvolvimento de uma forte estratgia
de marketing e divulgao das suas actividades e contratao de tcnicos para
apoiar a Direco e assistncia tcnica s associadas.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Distribuio da populao Urbana e Rural e Densidade....... .....................................................2Tabela 2: Distribuio percentual de Mulheres em posies de liderana poltica em Angola ..............17Tabela 3: Percentagem da forca laboral entre homens e mulheres no sector...........................................20Tabela 4: Dimenses, factores e variveis do questionrio......................................................................23Tabela 5: Factores que contribuem para a interferncia negativa da actividade empresarial no ambiente
familiar .................................................................................. ...........................................................26Tabela 6: Motivao para a criao de Negcio.......................................................................................29Tabela 7: Tipo de outra actividade remunerada desenvolvida pelas pesquisadas para alm da
empresarial .......................................................................................... .............................................30Tabela 8: Partilha de sociedade no negcio por tipo de pessoa e percentagem.......................................31Tabela 9: Razes das Empresrias para no mudarem de Carreira..........................................................32Tabela 10: Razes das Empresrias para no mudarem de Carreira........................................................32Tabela 11: Data de criao da empresa/negcio das Pesquisadas............................................................34Tabela 12: Ano de constituio/legalizao da empresa/negcio ............................................................35
Tabela 13: Tipo de Actividade da Empresa/Negcio ................................................................... ............36Tabela 14: reas de Necessidades de Formao de Pessoal da Empresa ................................................39Tabela 15: Volume Annual de Vendas da Empresa/Negcio ................................................... ...............40Tabela 16: Finalidade do Financiamento obtido pelas Empresrias ........................................................42Tabela 17: Montante do Emprstido a solicitar ao Banco pelas Empresrias..........................................45Tabela 18: Percentagem da contribuio do emprstimo ao Banco pelas Empresrios ..........................46Tabela 19: Dificuldades apontadas pelas empresrias na conduo das actividades do seu Negcio ....55Tabela 20: Obstculos ao desenvolvimento dos negcios que mais preocupam as Empresrias....... .....56Tabela 21: Questes de Gnero e desenvolvimento de Negcios em Angola .........................................57
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LISTA DE GRFICOS
Grfico 1: Evoluo e Projeco da Populao Angolana (em milhes de habitantes)....... ......................1Grfico 11: Evoluo do Nmero de Membros da Assomel (2004-2007).................................................6Grfico 12: Cursos organizados pela Assomel e Nmero de Associadas beneficiadas (2006-2007) .......7
Grfico 2: Disparidade dos efectivos escolares de raparigas......................................................................9Grfico 3: Taxa de Analfabetismo entre Homens e Mulheres .................................................................10Grfico 4: Nmero de Mulheres docentes por nvel de Ensino em Angola (1999).................................12Grfico 5: Distribuio percentual de Homens ocupando diversos cargos em Escolas do 1, 2 e 3
nveis da cidade de Luanda (2000)..................................................................................................12Grfico 6: Populao com acesso a gua potvel e melhores condies de saneamento em Angola,
2002-2003 (%) .......................................................................................... .......................................13Grfico 7: Evoluo do Nvel de Pobreza em Angola 1990-2001 (%)...... ...........................................14Grfico 8: Nvel de pobreza em Angola nas zonas urbanas e rurais ............................................ ............15Grfico 9: Evoluo do IDH em Angola, 1997 2005 ............................................................................16Grfico 13: Empresrias por Faixa Etria.................................................................................................24Grfico 14: Pesquisadas por Estado Civil.................................................................................................24Grfico 15: Pesquisadas por Nmero de filhos.........................................................................................25Grfico 16: Pesquisadas por Nvel de Formao......................................................................................25
Grfico 17: Opinio das pesquisadas sobre a interferncia negativa da actividade empresarial noambiente familiar .................................................................................................. ...........................26Grfico 18: Factores que contribuem para um equilbrio entre o trabalho e a vida familiar...................27Grfico 19: Actividade das pesquisadas antes de iniciarem o seu prprio negcio.................................27Grfico 20: Experincia anterior das Empresrias no ramo de negcio ..................................................28Grfico 21: Mecanismos de aquisio de experincia no ramo de negcio pelas Pesquisadas...............28Grfico 22: Desenvolvimento de outra actividade de gerao de renda pelas Empresrias....................29Grfico 23: Partilha de sociedade no negcio...........................................................................................30Grfico 24: Escolha de Carreira pelas Pesquisadas ..................................................................................31Grfico 25: Sector da Empresa/negcio das Pesquisadas.........................................................................33Grfico 26: Registro Legal da empresa/negcio.......................................................................................34Grfico 27: Dimenso da Empresa/Negcio.............................................................................................35Grfico 28: Sector de Actividade da Empresa/Negcio ...........................................................................36Grfico 29: mbito de actuao da Empresa............................................................................................37
Grfico 30: Mdia de Trabalhadores da Empresa por Sexo .....................................................................37Grfico 31: Tecnologias existentes na Empresa .................................................................... ...................38Grfico 32: Empresas com Website ...................................................................................... ....................38Grfico 33: Necessidades de Formao de Pessoal da Empresa ..............................................................39Grfico 34: Principais fontes de Recursos da Empresa/Negcio .............................................................40Grfico 35: Pedido de financiamento para abertura da Empresa/Negcio...............................................41Grfico 36: Fontes de Recursos Financeiros para a abertura do Negcio................................................41Grfico 37: Ligao das Empresrias com Bancos ou instituies de Micro-Crdito.............................42Grfico 38: Bancos ou instituies de Micro-Crdito com as quais as Empresrias trabalham..............43Grfico 39: Finalidade dos Emprstimos solicitados pelas Empresrias .................................................43Grfico 40: Interesse das Empresrias em solicitar emprstimo no futuro..............................................44Grfico 41: Finalidade do emprstimo a ser solicitado pelas Empresrias..............................................44Grfico 42: Formas de pagamento de emprstimo para aquisio de equipamento................................45Grfico 43: Tipo de Garantia que as Empresrias disponibilizariam ao Banco para efeitos de
emprstimo.......................................................................................................................................46Grfico 44: Solicitao de emprstimo de 100% ao Banco pelas Empresrias.......................................46Grfico 45: Estudo de Viabilidade para a abertura do Negcio ...............................................................47Grfico 46: Prticas de gesto regularmente usadas pelas Empresrias ..................................................48Grfico 47: Apoio profissional Externo para o desenvolvimento do Negcio ........................................48Grfico 48: Tipo de Apoio profissional externo procurado pelas Empresrias .......................................49Grfico 49: Empresrias pesquisadas membros da ASSOMEL...............................................................49Grfico 50: Membros da ASSOMEL por tempo de afiliao Associao ............................................50Grfico 51: Razes para a no afiliao das Empresrias pesquisadas na ASSOMEL...........................50Grfico 52: Opinio das Empresrias Associadas sobre o apoio da ASSOMEL no desenvolvimento dos
seus negcios....................................................................................................................................51
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Grfico 53: Opinio das Empresrias membros sobre o funcionamento da ASSOMEL ........................51Grfico 54: Afiliao das Pesquisadas em outros Associaes Empresariais para alm da ASSOMEL
..........................................................................................................................................................52Grfico 55: Tipo de Associaes Empresariais que as pesquisidas esto afiliadas .................................53Grfico 56: Opinio das Empresrias sobre o desempenho dos seus negcios .......................................53Grfico 57: Atitude das Empresrias quanto ao futuro dos seus Negcios..............................................54
Grfico 58: Opinio das Empresrias sobre gnero e empreendedorismo em Angola............................56
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SIGLAS E ACRNIMOS
AAPM Associao Angolana de Publicidade e MarketingAIA Associao Industrial de Angola
AHORESIA Associao dos Hotis, Restaurantes, Similares e Catering de Angola
ASSOMEL Associao de Mulheres Empresrias da Provncia de Luanda
BAI Banco Africano de Investimento
BCI Banco de Comrcio e Indstria
BESA Banco Esprito Santo de Angola
BIC Banco Internacional de Crdito
BFA Banco Fomento AngolaBPC Banco de Poupana e Crdito
FMEA Federao de Mulheres Empreendedoras de Angola
MIFAMU Ministrio da Famlia e Promoo da Mulher
MPLA Movimento Popular de Libertao de Angola
ONG Organizao No Governamental
PME Pequena e Mdia Empresa
PNUD Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento
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SUMRIO
1 INTRODUO.....................................................................................................11.1 Contextualizao............................................................................................11.2 Objectivos do Estudo .....................................................................................41.3 Apresentao da ASSOMEL .........................................................................5
2 A SITUAO DA MULHER EM ANGOLA EM TERMOS SCIO-ECONMICOS E POLTICOS ....................................................................................9
2.1 Educao e Alfabetizao..............................................................................92.2 Sade e Condies Bsicas de Vida ............................................................132.3 Condies Econmicas e Emprego..............................................................14
2.4 Participao da Mulher na Poltica ..............................................................172.5 A Mulher no sector de Micro e PMEs........................................................18
3 METODOLOGIA................................................................................................224 RESULTADOS DO ESTUDO............................................................................24
4.1 Perfil das Mulheres Empresrias .................................................................244.1.1 Dados Scio-demogrficos ..................................................................244.1.2 Equilbrio entre trabalho e vida familiar.............................................264.1.3 Aspectos Profissionais .........................................................................274.1.4 Motivao para o negcio ...................................................................29
4.2 Caracterizao das Empresas.......................................................................334.2.1 Dados gerais da Empresa ....................................................................334.2.2 Acesso a Tecnologia ............................................................................384.2.3 Necessidades de Formao..................................................................394.2.4 Fontes de Recursos da Empresa e volume anual de vendas................40
4.3 Acesso a financiameno, prticas de gesto e barreiras ao negcio..............414.3.1 Acesso a financiamento........................................................................414.3.2 Prticas de gesto................................................................................474.3.3 Desempenho do negcio e atitude quanto ao futuro ...........................534.3.4 Obstculos ao desenvolvimento do negcio ........................................54
5 DESAFIOS E RECOMENDAES ..................................................................58REFERNCIAS...........................................................................................................62ANEXO: Questionrio da Pesquisa .............................................................................63
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1 INTRODUO
1.1 Contextualizao
Angola o quinto pas mais vasto de frica com uma superfcie de 1.246.700
Km e est administrativamente dividido em 18 provncias, 163 municpios e 376
comunas. Actualmente a populao angolana estimada em 14.1 milhes de
habitantes. Ela era de aproximadamente 5,6 milhes de habitantes em 1970. Segundo
estimativas das Naes Unidas, em 1998 esse nmero j estaria situado em torno de
12 milhes, indicando uma duplicao em menos de 30 anos. De acordo com as
mesmas estimativas, ela dever novamente duplicar dentro das prximas trs dcadas,
devendo chegar a 25 milhes em 2025. (Ribeiro, 2007a)
Grfico 1: Evoluo e Projeco da Populao Angolana (em milhes de habitantes)
5, 6
12
14,1
2 5
0
5
10
15
20
25
Ano 1970 Ano 1998 Ano 2004 Ano 2025
Fonte: Ribeiro (2007a)
Angola possue uma densidade populacional de 12 habitantes por Km mas, dada
a disparidade na distribuio espacial da populao, este indicador atinge o valor de
1.094,2 hab/km em Luanda onde se concentra cerca de 1/3 da populao do pas e 2
hab/km na provncia do Kuando Kubango.
Devido situao de guerra a que o Pas esteve submetido, uma parte da
populao deslocou-se das reas rurais para os centros urbanos, estimando-se para
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1996 nveis de urbanizao de cerca de 45%. Por outro lado, o numero de pessoas
deslocadas foi estimado, no incio de 2002, em cerca de 3.2 milhes de pessoas,
constitudo principalmente por mulheres, crianas e velhos.
Como se pode observar da tabela abaixo, em 2005, quase metade da populao
angolana (49%) estava a viver em zonas urbanas. De notar que, a partir da decada de
setenta, o ritmo de crescimento da populao urbana, atingiu patamares elevadssimos
devido guerra que assolou o pas nas ultimas dcadas. Por outro lado, como as
cidades no se prepararam em termos de infraestruturas para acompanhar tal
crescimento, as cidades convivem com zonas peri-urbanas onde as condies de vida
so extremamente precrias.
Tabela 1: Distribuio da populao Urbana e Rural e DensidadeDemogrfica, Angola 1970-2005
DISTRIBUIO DA
POPULAO (%)
DENSIDADE
DEMOGRFICAANOS
Urbana Rural Total
1970 14,1 85,9 4,5
1980 25,4 74,6 5,7
1990 38,7 61,3 7,7
2000 48,4 51,6 10,5
2005 49,0 51,0 12,2
Fonte: Ribeiro (2007b)
Angola como os demais pases africanos atravessa uma fase muito difcil da
sua caminhada rumo ao progresso e sua plena integrao nos circuitos econmicos
mundiais. Embora os esforos despendidos pelo Governo, tm estado a resultar o
mesmo, tem-se confrontado com recursos humanos insuficientes para a dimenso daoperao de reconstruo e relanamento da economia angolana.
Outro factor condicionante, a fraqueza institucional do Pais, que exige o
reforo da sua capacidade tanto no sector pblico como no sector privado. Sublinha-
se que, a Assistncia ao Desenvolvimento tem sido muito pequena, o que levou o
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Estado a suportar grande parte das despesas de financiamento da reconstruo e
relanamento da economia. (Repblica de Angola, 2006).
Em Angola, a concentrao de mulheres nos centros urbanos elevada, ao
mesmo tempo que aumentam as potencialidades da sua contribuio no
desenvolvimento econmico do pas, nos mais diversos sectores de actividade.
A mulher sempre desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento
humano e na reduo da pobreza. Atravs de uma multiplicidade de actividades, que
vo desde a tradicional predominncia na conduo da economia domstica e agrcola
at ao seu actual envolvimento generalizado nos mais diversos sectores de actividade.
Estudos internacionais tem demonstrado que a actividade empresarial e os
negcios administrados pela mulher actuam como elementos catalisadores de um
desenvolvimento particular, para as comunidades em que se inserem, graas a uma
dinmica especfica de factores em cadeia.
A administrao empresarial da mulher no s factor de produode bens e
servios, como cria emprego para novas mulheres. O rendimento extra de mulheres
empresrias e suas trabalhadoras gera um rendimento adicional aos seus agregados
familiares, que no s fortalece as perspectivas de desenvolvimento familiar e da
comunidade, como leva a um maior reconhecimento da contribuio e capacidade da
mulher.
Em Angola, no obstante os avanos registados nos esforos na luta pela
emancipao e eliminao das desigualdades entre homens e mulheres, atravs da
promoo dos direitos humanos das mulheres e da criao de um corpo de leis e
regulamentaes que garantem uma igualdade formal de direitos, muito h ainda por
fazer no campo da implementao e execuo desses direitos.
Factores scio-econmicos e culturais engendraram uma situao em que a
maior parte dos esforos de desenvolvimento, que se verificam no pas, tendem a
ignorar o potencial da contribuio econmica e social da Mulher e, por conseguinte,
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falham na mobilizao e aproveitamento dos benefcios do recurso humano vital que
constituem.
1.2 Objectivos do Estudo
Objectivo geral:
Este estudo tem como objectivo geral fazer um levantamento sobre o perfil de
mulheres empresrias membros e potenciais membros da Associao de Mulheres
Empresrias da Provncia de Luanda (ASSOMEL), caractersticas dos seus negcios e
dificuldades enfrentadas, no mbito das actividades que desenvolvem.
Objectivos especficos:
1. Proceder a uma breve reviso da literatura sobre a situao scio-econmica
em Angola, destacando o papel da Mulher no desenvolvimento econmico do
pas;
2. Fazer uma breve caracterizao da ASSOMEL, realando o contexto da sua
criao, nmero de membros e sua localizao, seus objectivos e actividades
que desenvolve;
3. Identificar e descrever o perfil de empresrias membros e potenciais membros
da associao, quanto aos aspectos scio-demogrficos, equilbrio entre
trabalho e famlia, aspectos profissionais e motivao para o
negcio/empreendedorismo;
4. Caracterizar as empresas/negcios conduzidas pelas empresrias membros e
potenciais membros da ASSOMEL, quanto a dados gerais da empresa, acesso a
tecnologia, necessidades de formao, fontes de recursos e volume anual de
vendas;
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5. Identificar e descrever o perfil de gesto adoptado pelas mulheres empresrias
membros e potenciais membros da ASSOMEL, relativamente ao acesso a
financiamento, prticas de gesto, desempenho do negcio, atitude quanto ao
futuro do negcio e dificuldades/obstculos ao desenvolvimento dos seus
negcios, incluindo questes de gnero;
6. Criar uma base de dados com o perfil das empresas membros e potenciais
membros da ASSOMEL.
O estudo facultar elementos que permitiro um melhor conhecimento da
capacidade empreendedora dos membros e potenciais membros da ASSOMEL, as
necessidades de formao e assistncia tcnica e de apoio ao desenvolvimento das
suas actividades empresariais. A pesquisa ser, por isso, essencial para a ASSOMEL,
bem como facultar informao ao International Finance Corporation (IFC) sobre as
necessidades de antecipar estratgias de acesso ao crdito a favor das potenciais
candidatas a membro da associao.
1.3 Apresentao da ASSOMEL
A ASSOMEL - Associao das Mulheres Empresrias da Provncia de Luanda -
uma associao sem fins lucrativos e confecionais, com sede em Luanda, no Largo
do Kinaxixi, n -14, 3Andar, que, segundos os seus estatutos, tem como principais
objectivos:
1. Assegurar a representao das mulheres empresrias, face aos poderespblicos, organizaes pblicas nacionais ou estrangeiras, ou qualquer outra
pessoa singular ou colectiva, em todas as questes relacionadas com a dupla
qualidade de Mulher Empresria.
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2. Estudar e defender os direitos constitucionais e interesses gerais das mulheres
empresrias.
3. Participar activamente na resoluo dos problemas econmicos nacionais.
4. Debater qualquer tema da actualidade nacional e internacional que envolva os
direitos e interesses da Mulher Empresria.
5. Assegurar um nvel de formao adequado constante actualizao da mulher
empresria;
6. Potenciar e incentivar a opo da mulher pela actividade empresarial.
7. Criar servios de interesse comum para as suas Associadas.
A Assomel existe h 16 anos e possui uma nova Direco desde apenas um anoatrz. Actualmente, esto filiadas na Assomel mais de 80 empresrias, ligadas a vrios
sectores da actividade econmica (vide grfico 11).
Grfico 2: Evoluo do Nmero de Membros da Assomel (2004-2007)
80
475
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Ano 2004 Ano 2007
Fonte: Embaixada da Repblica de Angola (2004) e Direco da Assomel (2007)
A Assomel tem vindo a apostar na formao das suas associadas organizando,
em parceria com o Ministrio do Trabalho, cursos gratuitos em diversas reas. Entre o
ano passado e o corrente ano, a Associao formou cerca de 95 mulheres, conforme se
pode constatar no grfico abaixo.
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Grfico 3: Cursos organizados pela Assomel e Nmero de Associadas beneficiadas(2006-2007)
40
32
20
3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Corte e Costura Inf ormtica ArtesanatoDecorativo
Formao deFormadores
Fonte: Secretariado da Assomel (2007)
O Apoio do Ministrio do Trabalho no mbito destas formaes tem sido na
disponibilizao do local para a realizao dos cursos e a seleco dos formadores. Os
cursos so gratuitos para as Associadas. No entanto, um dos critrios que a
Associao adopta para a seleco da associadas a beneficiarem dos cursos o
pagamento das quotas pelas mesmas, no valor de 2000 Kz por ms, equivalente a
27,00 USD. Os resultados destas formaes j so visveis uma vez que atravs dos
cursos, algumas mulheres j criaram o seu prprio negcio, por exemplo, confeco
de roupas e produo de artesanato decorativo para venda.
A ASSOMEL pretende continuar a apostar na formao e uma das reas que
constituem uma das prioridades do pas a formao em lnguas pois o pas precisa
de estar melhor preparado o mercado globalizado, recepo de estrangeiros no pas
que vem por turismo ou em negcios.
A associao tambm faz superviso aos negcios e empresas das Associadas,
procurando aconselhar sobre as melhores formas de gesto e estratgias de expanso
do negcio. Apoia tambm as associadas que querem iniciar um negcio, a desenhar o
projecto.
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As maiores dificuldades que a Assomel enfrenta atualmente prende-se com o
espao das actuais instalaes da sua sede que muito pequeno e inclusive
partilhado com a sede da Federao das Mulheres Empreendedoras de Angola
(FMEA). Outro constrangimento que das actuais 475 associadas, apenas cerca de 20
pagam regularmente as suas quotas, acarretando obstculos ao funcionamento interno
da Associao.
Porm, a maior dificuldade que a Associao enfrenta o apoio na concesso
de crditos s associadas para a expanso dos seus negcios isto deve-se, por um lado,
ao facto de existirem em Angola muitos bancos comerciais e poucos bancos de
desenvolvimento. O BDA (Banco de Desenvolvimento de Angola) um dos poucos
bancos que recentemente iniciou programas de apoio micro-crdito com um tempo de
7 a 8 anos para retorno do capital e com juros baixos mas para reas como agricultura,
sade e no para o desenvolvimento do sector de Micro e PMEs.
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2 A SITUAO DA MULHER EM ANGOLA EM TERMOS SCIO-ECONMICOS E POLTICOS
2.1 Educao e Alfabetizao
Aps a independncia de Angola, o Governo definiu a educao como uma das
suas principais prioridades tendo iniciado a implementao de uma nova poltica
educacional, baseada no princpio da igualdade de oportunidades, com destaque
particular para a reduo da taxa de analfabetismo que, em 1978, era estimada em
85%. (Santo, 2002)
Em cada 100 alunos, 54 so rapazes e 46 raparigas, estando estas ltimas numa
posio clara de desvantagem com maior incidncia nas provncias do interior e
particularmente nas zonas rurais. Como se ilustra no grfico abaixo, provncias como
Kuando Kubango e Kwanza Norte representam exemplos preocupantes de
percentagem de raparigas matriculadas no Ensino Primrio enquanto que nas
provncias de Luanda e Cunene, as raparigas correspondem a 52% dos efectivos
escolares.
Grfico 4: Disparidade dos efectivos escolares de raparigasentre algumas provncias de Angola
39,5% 37,6%
52% 52%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
KuandoKubango
Kw anza Norte Luanda Cunene
Fonte: Santo (2002)
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As maiores disparidades verificam-se, porm, nos adultos. O grfico abaixo
mostra a evoluo da taxa de anafalbetismo entre os anos 1997 e 2002 na populao
de adultos em Angola.
Grfico 5: Taxa de Analfabetismo entre Homens e Mulheresem Angola (1997 e 2002)
75%
24%
43%
17,50%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Ano 1997 Ano 1999
MulheresHomens
Fonte: Valente (2001) e Santo (2002)
As disparidades entre as taxas de analfabetismo entre as reas rurais e urbanas
so muito maiores que as disparidades entre homens e mulheres. Segundo Valente
(2001), em 1997, a diferena existente entre a taxa de analfabetismo das mulheres
rurais e urbanas situava-se em 21% em desfavor, obviamente, das primeiras. Este
facto o resultado do cenrio cinzento do impacto dos longos anos de guerra que
assolaram o pas nas infra-estruturas e servios sociais nas reas rurais e da
desigualdade na utilizao de recursos a favor dos grandes centros urbanos.
Hoje observa-se em Angola uma taxa de analfabetismo de 60% e um nmero
crescente de raparigas nas aulas de alfabetizao e ensino de adultos nas zonas
perifricas das cidades. Dos cerca de um milho e 800 mil adultos em processo de
alfabetizao, 55% so mulheres e jovens raparigas. (Santo, 2002)
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Este o resultado do abandono precoce da escola por parte das meninas ou do
facto destas nunca a terem frequentado. Estes nmeros reflectem igualmente as
disparidades existentes em termos de oportunidades de acesso entre as zonas urbanas
e rurais e as consequncias da grande movimentao de populaes para as periferias
das cidades, como resultado do conflito armado.
Se a este facto juntarmos a relao existente entre o progresso da educao da
mulher e as baixas taxas de fertilidade, na frica Subsahariana, as mulheres com o
ensino secundrio tm entre 1,9 a 3,1 menos filhos que as mulheres que no
completaram o ensino primrio. (Valente, 2001)
Por outro lado, o resultado de estudos e pesquisas sobre a pobreza mostram que
quanto maiores forem os agregados familiares, maiores sero as probabilidades dos
mesmos viverem em condies de pobreza extrema, da que se depreenda os desafios
que se colocam mulher angolana neste domnio.
No ensino mdio tcnico, a distribuio percentual raparigas por curso
demonstra tambm algumas tendncias. Por exemplo, nos cursos de vocao
econmica, pedaggica, sade e qumica, a participao superior a 60% enquanto
que nos cursos de vocao industrial, tecnolgica, agrria, a participao feminina
inferior a 30%. (Santo, 2002)
No que diz respeito docncia, dados estatsticos de 1999, indicam que,
tambm nesta componente do sistema educativo (docncia), as mulheres se
apresentam em desvantagem, conforme se pode observar no grfico que se segue.
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Grfico 6: Nmero de Mulheres docentes por nvel de Ensino em Angola (1999)
44.700
16.374
8.092
2.5445.064
1.218
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
Nvel 1 Nvel 2 Nvel 3
Total de Professores
Mulheres
Fonte: Santo (2002)
Uma pesquisa levada a cabo em escolas do 1, 2 e 3 nveis de Luanda, no ano
2000 constatou a predominncia de mulheres sem qualificao, exercendo funes de
auxiliares de limpeza (100%) e em todas as outras categorias avaliadas a
predominncia do sexo masculino, conforme se discrimina no grfico a seguir.
Grfico 7: Distribuio percentual de Homens ocupando diversos cargos em Escolasdo 1, 2 e 3 nveis da cidade de Luanda (2000)
80%
60% 57%
75%
0%10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Titulares decargos de chefia e
direco
Composio docorpo docente
Pessoaladministrativo
Delegados deturma
Fonte: Santo (2002)
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2.2 Sade e Condies Bsicas de Vida
De acordo com Valente (2001), em 1997, 65% da populao angola no tinha
acesso a gua potvel. Este indicador representa uma sobrecarga para a mulher pois,
de acordo com a atribuio de responsabilidades assentes na diviso social do
trabalho, cabe a ela a responsabilidade de confeccionar os alimentos e recolher a
lenha, cuidar e educar os filhos e procurar a gua e lavar a roupa.
Grfico 8: Populao com acesso a gua potvel e melhores condies desaneamento em Angola, 2002-2003 (%)
6259
68,5
78
0
10
20
30
40
50
60
70
80
gua Saneamento
Ano 2002
Ano 2003
Fonte: Repblica de Angola (2006)
Em Angola, a populao sem acesso a servios primrios de sade de 65%.
Entre as causas apontadas para este to elevado indicador destacam-se a inexistncia
de infraestruturas de atendimento, outros por falta de recursos financeiros para o
acesso aos mesmos. (Valente, 2001)
A dificuldade de acesso aos cuidados primrios de sade em geral e dos
cuidados prnatais e ps-parto em particular; tem prejudicado considervelmente o
desenvolvimento do capital humano feminino. A taxa de mortalidade materna
estimada em 1.500 por cada 100.000 nados vivos. (Valente, 2001)
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Reportando ainda outros indicadores,usualmente utilizados para medir a pobreza
e relacionados ao gnero, nomeadamente, a percentagem de partos no assistidos por
tcnicos de sade, cifra-se em 78% e a percentagem dos agregados familiares
liderados por mulheres 31%. (Valente, 2001)
Esta ltima percentagem deve-se a vrios factores dos quais se destacam: a
elevada taxa de divorcio e separao , a elevada mortalidade masculina , a ausncia
prolongada dos maridos devido prtica da poligamia , incorporao no exrcito ou
migrao para as cidades, entre outras .
2.3 Condies Econmicas e Emprego
A nvel internacional, considera-se o limiar da pobreza em 2 USD dia e em 1
USD/dia para a pobreza extrema. Em Angola, a fronteira para a pobreza extrema est
situada em 22,8 USD/ms (0,76 USD/dia) e em 51,2 USD (1.70 USD)/dia para a
pobreza. (Ribeiro, 2007b) Se em 1990, 36% da populao angolana vivia abaixo da
linha da pobreza, cerca de 10 anos depois a situao agravou-se para 68% enquanto
que a pobreza extrema agravou-se de 13% em 1996 para 26% no ano 2001, como se
ilustra no grfico 7.
Grfico 9: Evoluo do Nvel de Pobreza em Angola 1990-2001 (%)
36
68
13
26
0
10
20
30
4050
60
70
80
90
100
Ano 1990-1996 Ano 2001
Extrema Pobreza
Abaixo da Linha daPobreza
Fonte: Ribeiro (2007b)
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A pobreza em Angola o resultado de uma combinao de factores histricos,
polticos, guerra, ecolgicos, demogrficos, administrativos e scio-econmicos, alis
ela tambm um atentado democracia. Estima-se, actualmente, que a pobreza atinja
entre 64,5% e 70% da populao do pas, sendo esta mais acentuada nas zonas rurais
conforme o grfico 8.
Grfico 10: Nvel de pobreza em Angola nas zonas urbanas e rurais
Rural66%
Urbana34%
Fonte: Valente (2001)
Contudo, uma das mais interessantes concluses do Inqurito Prioritrio das
Condies de Vida da Populao, elaborado, em 1995, pelo Instituto Nacional deEstatstica (INE) em Benguela, Cabinda, Lobito, Luanda , Lubango e Luena de que
44,8% dos agregados familiares chefiados por mulheres vivem acima da linha de
pobreza contra 37,2% dos agregados chefiados por homens, prevalecendo no entanto,
uma proporo ligeiramente superior de agregados familiares chefiados por mulheres
(12,7%) em relao a agregados familiares chefiados por homens (11,3%) em pobreza
extrema. (Valente, 2001)
Esta constatao provocou alguma surpresa na medida em que um outroinqurito realizado em 1990, ou seja , cinco anos antes indicava exactamente o
contrrio. Entretanto , outros dados retirados do inqurito, de 1995, atriburam esta
mudana por um lado ao aumento do envolvimento das mulheres das reas urbanas no
sector informal e por outro ao colapso dos salrios no sector formal, auferidos
principalmente por homens. (Valente, 2001)
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O ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) em Angola tem reflectido as
condies precrias em que vive a maioria da populao (vide grfico 9).
Grfico 11: Evoluo do IDH em Angola, 1997 2005
0,320,35
0,38
0,44
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
0,45
0,5
IDH 1997 IDH 1998 IDH 2004 IDH 2005
Fonte: Repblica de Angola (2006) e PNUD (2005)
Dados recolhidos em 1993, pelo INE, em Luanda estimavam que 30% das
mulheres economicamente activas so analfabetas contra 7% dos homens. O referido
relatrio fornece ainda a percentagem de 1,5 % de mulheres licenciadas contra 7% de
homens . Neste sentido , lgico perceber a discriminao no mercado de trabalho
formal traduzida numa taxa de desemprego para as mulheres de 79% contra 53% para
os homens. (Valente, 2001)
Por outro lado, enquanto no sector formal as mulheres empregadas
representam to somente 17% do total contra 82 % de homens, no sector informal elas
representam 55% contra 44% de homens . (Valente, 2001)
No que tange discriminao do gnero nos locais de trabalho ou em qualquer
outra actividade laboral, interpretada como uma violao da lei. O princpio de igual
salrio para mulheres e homens, acesso ao mesmo tipo de formao profissional e
possibilidades de carreira, a legislao sobre segurana social relativa aos subsdios e
penses igualmente no discriminatria, o que no se reflecte grandemente na vida
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dos cidados, apenas uma pequenssima percentagem da populao assalariada e por
conseguinte est abrangida por estes benefcios legalmente estabelecidos.
2.4 Participao da Mulher na Poltica
Um dos domnios onde provvelmente os factores histricos mais que os
culturais e tradicionais fragilizaram a participao activa das mulheres em Angola, foi
sem dvida alguma o da esfera poltica.
No entanto, foi sem dvidas a proclamao da independncia nacional e aadeso e adopo de uma srie de mecanismos internacionais quem abriu novas
perspectivas para as mulheres, que sempre se destacaram ao lado dos homens quer no
perodo da luta de libertao nacional, quer na luta pela democracia e defesa dos
direitos da mulher. Prova desta situao foram as leis aprovadas no perodo ps
independncia sem qualquer espectro discriminatrio. (Valente, 2001)
A presente situao, muito longe ainda de ser aceitvel, bastante diferente se
considerarmos que, mesmo sem o recurso fixao de quotas, as mulheres
representam as seguintes percentagens em posies de liderana poltica (vide tabela
2)
Tabela 2: Distribuio percentual de Mulheres em posies de liderana poltica emAngola
POSIES TOTAL N / % DE MULHERESDeputados da Assembleia Nacional 220 15,45%Ministros 27 18,5%Vice-Ministros 41 12,19%
Magistrados 90 13,3%Fonte: Valente (2001)
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2.5 A Mulher no sector de Micro e PMEs
Segundo Grassi (2006), o mercado real econmico em Angola constitudo
maioritariamente por mulheres e, como resultados da sua pesquisa realizada com
mulheres empresarias de Luanda e Benguela encontrou diferenas de sensibilidade e
de atitudes das mulheres em relao aos homens no que diz respeito iniciativa de
montar um negcio, sua organizao e capacidade de trabalho e de inovao.
No sector formal, devido interveno do Estado na regulao e fiscalizao do
mercado; s insuficincias do sistema financeiro, principalmente no que concerne
concesso de crdito, aos constrangimentos e excesso de burocracia nos registos e
legalizao da proriedade, a desigualdade do gnero tem dificultado o
desenvolvimento do empresariado feminino Angolano.
No entanto, por muito paradoxal que parea, uma das consequncias mais
desestabilizadoras do fenmeno da globalizao - o surgimento das economias
paralelas - tem constitudo uma das principais formas de subsistncia das populaes
mais pobres e consequentemente das mulheres. Nos centros urbanos e nas zonas
perifricas das cidades de Angola estas lideram a actividade comercial, de maior
rotao de capital, com 55% contra 44% de homens, o que lhes tem potenciado de um
verdadeiro esprito empresarial. (Valente, 2001)
Os mercados laborais informais em diversas regies do Mundo em
Desenvolvimento esto fortemente fragmentados e diferenciados em funo do
gnero numa variedade de formas, na medida em que aparecem compostos de vrios
tipos distintos de oportunidades. Por exemplo, as actividades das mulheresencontram-se frequentemente em sub-sectores especficos tais como a preparao da
alimentao, pequena produo, comrcio de rua ou trabalho subcontratado.
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Bromley (1978), no seu estudo em Cali, mostrou que comerciantes do sexo
masculino tendem a possuir operaes mais largas assim como a lidar mais com
mercadorias que no esto ligadas alimentao, enquanto que as mulheres tendem a
possuir operaes menores ligadas ao sector alimentar. (Ducados, 2007)
As actividades dos homens em comparao as actividades das mulheres
tendem a ser distribudas dum modo igual atravs dos vrios sub-sectores. O estudo
de Scott (1990) sobre o sector informal em Lima, revelou que os homens so a
maioria no sector e que dominam todas as categorias de emprego no sector informal,
excepto o trabalho domstico. (Ducados, 2007)
A tabela 3 mostra a segmentao por gnero no sector informal de varias
regies do Mundo em Desenvolvimento. A referida tabela mostra claramente que as
actividades das mulheres no sector informal diferente das dos homens em varias
maneiras. As mulheres esto geralmente concentradas em sectores que requerem
menos capital e formao. O exemplo mais evidente que se pode observar em todas as
regies e a pouca ou nada existncia da presena de mulheres no sector de transporte,
em comparao com os homens.
A diferena de rendimentos entre os homens e as mulheres no sector informal
so normalmente devido ao facto que as mulheres tem uma falta de capital inicial,
pouca formao adquirida e pouca experincia de trabalho profissional.
Apesar das diferenas de rendimento das mulheres no sector informal serem
um factor que mantm as mulheres no sector mais baixo do mercado, no possvel
generalizar este fenmeno uma vez que no um factor comum encontrado nas
diversas regies dos Pases em Desenvolvimento. Por exemplo, estudos sobre o sectorinformal a partir de uma perspectiva de gnero revelam alto nvel de diferenciao
nos rendimentos no sector informal a favor da mulher.
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Tabela 3: Percentagem da forca laboral entre homens e mulheres no sectorinformal em certos Pases em Desenvolvimento
SECTOR
Manufactura Transporte Servios
TOTALCONTINENTES
H M H M H M H MfricaBurundi (1990) 31 60 13 0 17 21 21 32Congo (1984) 39 43 11 0 21 60 25 57Egipto (1986) 22 5 31 0 18 3 21 3Gmbia (1983) 38 100 13 0 23 60 25 62Mali (1990) 63 35 50 0 39 33 45 34Zmbia (1986) 31 81 8 0 31 71 29 72Amrica Latina / CaribeBrasil (1990) 14 5 24 2 23 24 19 21Costa Rica (1984) 14 13 11 0 7 22 8 19Honduras (1990) 15 52 29 0 26 29 21 34
Jamaica (1988) 21 11 29 0 27 32 25 28Mxico (1992) 8 11 21 2 30 16 22 15Uruguai (1985) 15 20 12 0 19 14 17 15Venezuela (1992) 13 30 50 10 25 20 23 21sia e Oceano PacificoIndonsia (1985) 28 57 44 20 47 68 41 65Iraque (1987) 15 13 34 0 7 4 5 11Coria (1989) 24 21 36 40 78 52 48 41Malsia (1986) 9 22 22 5 21 26 17 24Qatar (1986) 0 0 0 0 1 0 1 0Sria (1991) 21 18 39 0 91 4 61 7Tailndia (1990) 8 14 43 14 11 30 12 24Fidji (1986) 15 20 25 0 13 9 15 10
Fonte: Ducados (2007)
No estudo da Costa do Marfim de Baden (1997), um tero das mulheres contra
um quarto dos homens no sector informal de Abidjan pertenciam a grupos de
rendimento alto.
Na Tanznia, Baden (1997) mostrou que algumas mulheres, usando capital
emprestado dos seus maridos, ou outros familiares, ou com a ajuda dos grupos
informais de poupanas, tinham estabelecido grandes negcios, com rendimentosconsideravelmente maiores do que os disponveis no sector formal do emprego.
O exemplo das mulheres comerciantes na frica Ocidental (Mams Benz) so
frequentemente citados em estudos sobre o nvel micro, sugerindo que tais grupos de
mulheres encontram-se numa posio econmicafavorvel. (Ducados, 2007)
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O sector do comrcio constitui um elemento fundamental da configurao da
estrutura econmica moderna, resultando evidente a sua participao destacada na
criao de empresas e de empregos. Porm o seu papel no simplesmente
econmico mas tambm, desempenha uma importante funo na estruturao
territorial e populacional da sociedade. (Gomes, 2006)
Em angola, o sector do comrcio encontra-se ainda claramente polarizado
entre o pequeno comrcio de carcter tradicional (maioritariamente informal) e as
grandes superfcies e grupos comerciais, com um elevado nmero de agentes
comerciais no claramente identificados segundo a classificao em vigor, sendo
necessrio corrigir esta situao para se obter maior aproximao, criar sinergias e a
convergncia de todos os tipos de comrcio, garantindo-se assim o alcance dos
objectivos do processo de modernizao. (Gomes, 2006)
O sector do comrcio, principalmente o informal, em Luanda, dominado por
mulheres que, ou circulam pelas ruas vendendo os seus produtos, ou possuem uma
bancada em determinados locais da cidade ou mesmo dentro de grandes mercados,
como o caso do Mercado Roque Santeiro, o maior do pas.
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3 METODOLOGIA
A conduo do presente estudo envolveu uma estratgia, essencialmente
quantitativa, auxiliada pela colecta de dados qualitativos como suporte aos dados
quantitativos. O estudo traduz-se numa pesquisa de tipo descritiva tendo-se recorrido
ao uso da tcnica do questionrio. Pesquisa de fontes bibliogrficas e pesquisa
documental sobre a ASSOMEL constituiram tambm algumas tcnicas de colecta de
dados para o estudo.
A populao alvo do estudo eram mulheres empresrias, tendo-se recorrido auma amostragem por convenincia de 101 mulheres, sendo 84 membros da
ASSOMEL e 17 potenciais membros, que actuam na cidade de Luanda, distribudas
por diversos sectores de actividade.
De referir que das 84 mulheres membros da ASSOMEL envolvidas no estudo,
12 esto em fase de criao do seu negcio, pelo que no responderam a todas as
questes do questionrio da pesquisa.
O principal instrumento de colecta de dados o questionrio (vide Anexo) foi
construdo de raz em funo dos objectivos do estudo e contempla a recolha de
informao sobre trs grandes dimenses com os respectivas factores, como se
apresenta na tabela 4.
A colecta dos dados no campo decorreu no ms de Setembro. As entrevistas e
aplicao colectiva dos questionrios s membros da ASSOMEL decorreram na sua
sede, tendo sido agendadas previamente sesses com grupos de 20 a 25 mulheres.
Para o tratamento dos dados colectados atravs do estudo recorreu-se ao uso do
do Microsoft Excel tendo-se optado por uma anlise estatstica descritiva dos dados.
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Tabela 4: Dimenses, factores e variveis do questionrio
DIMENSO FACTORES QUESTES
Dados scio-demogrficosI.1
Equilbrio entre trabalho e vidafamiliar
I.2
Aspectos profissionais I.3Perfil das
empresrias Motivao para o negcio/ empreendedorismo I.4
Dados gerais da empresa II.1
Acesso a tecnologia II.2Necessidades de Formao II.3
Perfil das empresas/negcios
conduzidospelas
empresrias Fontes de recursos da empresa e volume anualde vendas
II.4
Acesso a financiamentoIII.1
Prticas de gesto III.2
Desempenho do negcio e atitude quanto aofuturo
III.3
Perfil degesto
das
empresriasObstculos operacionalizao das actividadese ao desenvolvimento do negcio
III.4
Devido ao tipo de amostragem usada na pesquisa, a generalizao dos resultados
do estudo devero ser cautelosas e apenas devero incidir sobre o total de mulheres
empresrias abrangidas pela mesma.
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4 RESULTADOS DO ESTUDO
4.1 Perfil das Mulheres Empresrias
4.1.1 Dados Scio-demogrficosA maioria das mulheres participantes na pesquisa situam-se numa faixa etria
entre 41 a 50 anos e uma peuqena percentagem (2%) tem menos de 20 anos (vide
grfico 13).
Grfico 12: Empresrias por Faixa Etria
31 a 4018%
41 a 5041%
51 a 60
20%
20 a 3016%
Menos de 202%61 a 70
2%71 a 80
1%
Fonte: Dados do questionrio
Das 101 mulheres inquiridas, 45% so solteiras e 25% so casadas conformese ilustra no grfico 14, abaixo.
Grfico 13: Pesquisadas por Estado Civil
Casada25%
Solteira45%
Divorciada6%
Viva14%
Unio de Facto10%
Fonte: Dados do questionrio
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Do total de mulheres inquiridas apenas 9% no tem filhos e 61% daquelas que
possuem, tem entre 3 a 6 filhos (vide grfico 15).
Grfico 14: Pesquisadas por Nmero de filhos
No tem9%
1 a 216%
3 a 661%
Mais de 68%
N/R6%
Fonte: Dados do questionrio
Todas as mulheres participantes desta pesquisa possuem a nacionalidade
angolana e 54% possuem o nvel secundrio enquanto que apenas 21% tem formao
superior (vide grfico 16).
Grfico 15: Pesquisadas por Nvel de Formao
Primrio11%
Secundrio54%
Tcnico Mdio10%
Superior21%
N/R4%
Fonte: Dados do questionrio
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4.1.2 Equilbrio entre trabalho e vida familiarDas 89 inquiridas que possuem uma empresa/negcio, 70% considera que a
sua actividade empresarial no interfere negativamente no seu ambiente familiar (videgrfico 17).
Grfico 16: Opinio das pesquisadas sobre a interferncia negativa da actividade empresarial noambiente familiar
Sim18%
No70%
N/A12%
Fonte: Dados do questionrio
Das 18% de empresrias que consideram que a sua actividade empresarial
interfere negativamente no seu ambiente familiar, apontaram como alguns dosprincipais factores de interferncia, entre outros, a reduo das horas de lazer e as
ausncias provocadas por viagens de negcios (vide tabela 6).
Tabela 5: Factores que contribuem para a interferncia negativa da actividade empresarial noambiente familiar
FACTORES FREQUNCIA
Reduo das horas de lazer 14
Incompatibilidade com o perodo de frias escolares ou do cnjugue 2
Ausncias provocadas por viagens de negcios 6
Reduo do nmero de refeies em casa 3
Reduo da participao na educao dos filhos 6
Desorganizao na gesto domstica 1
Vive longe da empresa 1
Falta de espao 1
Fonte: Dados do questionrio
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Das 70% mulheres empresrias que afirmaram conseguir ter um equilbrio
entre o trabalho e a vida familiar, usam como principais estratgias, a boa gesto do
seu tempo e o apoio da famlia, entre outras (vide grfico 18).
Grfico 17: Factores que contribuem para um equilbrio entre o trabalho e a vida familiar
Uma boa gestodo tempo
38%
Diviso detarefas com ocnjugue
7%
No tem filhosmenores
15%
Apoio da famlia21%
Empregadosdomsticosapoiam na
gesto do lar17%
N/R2%
Fonte: Dados do questionrio
4.1.3 Aspectos ProfissionaisDas 89 mulheres pesquisadas que possuem o seu prprio negcio, 31% eram
funcionrias pblicas antes de iniciarem o seu negcio, 20% eram estudantes e 16%domsticas (vide grfico 19).
Grfico 18: Actividade das pesquisadas antes de iniciarem o seu prprio negcio
FuncionriaPblica31%
Trabalhadora porconta prpria
19%
Estudante20%
Trabalhadora deempresa privada
12%
Empresria emoutra empresa
1%
Domstica16%
Funcionria doPartido MPLA
1%
Fonte: Dados do questionrio
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Das 89 mulheres empresrias, 49% afirmou possuir alguma experincia no
ramo antes de iniciar o seu prprio negcio, enquanto 39% no possuia essa
experincia (vide grfico 20).
Grfico 19: Experincia anterior das Empresrias no ramo de negcio
Sim49%
No39%
N/A12%
Fonte: Dados do questionrio
Das empresrias que afirmaram ter j experincia no ramo de negcio
aquando da abertura das suas empresas/negcios, 48% adquiriram essa experincia
atravs de um familiar com negcio similar (vide grfico 21).
Grfico 20: Mecanismos de aquisio de experincia no ramo de negcio pelas Pesquisadas
Algum na
famlia tinha
negcio similar48%
Trabalhadora
por conta
prpria no ramo
20%
N/R
9% Scia de outra
empresa
4%
Funcionria de
outra empresa
19%
Fonte: Dados do questionrio
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4.1.4 Motivao para o negcioAs maiores motivaes que estiveram na origem da abertura dos seus negcios
pelas empresrias pesquisadas foram a identificao de oportunidades de negcio, asituao de desemprego em que se encontravam e a experincia prvia que possuiam,
conforme se apresenta na tabela 7, a seguir.
Tabela 6: Motivao para a criao de Negcio
MOTIVAES FREQUNCIA
Oportunidade de Negcio 36Experincia Anterior 19Disponibilidade de Tempo 10
Disponibilidade de Capital 8Desemprego 29Insatisfao no emprego 7Aproveitamento de incentivos 11Melhorar a qualidade de vida 1Vocao 1Ter renda prpria 1Criar auto-emprego 1Dificuldades na vida 1Fora de vontade 1Sobrevivncia 2Reforma 1
Contributo para a sociedade 1N/R 9
Fonte: Dados do questionrio
Apenas 28% das empresrias possuem outra actividade de gerao de renda,
para alm da empresa/negcio que possuem actualmente (vide grfico 22).
Grfico 21: Desenvolvimento de outra actividade de gerao de renda pelas Empresrias
Sim
28%
No60%
N/A
12%
Fonte: Dados do questionrio
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Estas actividades remuneradas que as empresrias desenvolvem para alm do
seu negcio actual so predominantemente, o trabalho como funcionrias pblicas, a
actividade de vendedora e a gesto de outra empresa/negcio da sua propriedade (vide
tabela 8).
Tabela 7: Tipo de outra actividade remunerada desenvolvida pelas pesquisadas para alm daempresarial
ACTIVIDADE FREQUNCIAFuncionria Pblica 4Professora 2Vendedora 5Decoradora 2Secretria 1
Pintora em gesso 1Trabalhadora de Posto de Enfermagem 2Aluguer de imveis 2Consultora 1Proprietria de outra Empresa/Negcio 4Modista 2Militar 1Membro do Conselho de Administrao de outra Empresa 1
Fonte: Dados do questionrio
Das 89 mulheres pesquisadas que possuem o seu prprio negcio, 61%
afirmou ser a nica proprietria do negcio, ou seja, no possuir nenhuma sociedade
(vide grfico 23).
Grfico 22: Partilha de sociedade no negcio
Sim61%
No22%
N/A12%
N/R5%
Fonte: Dados do questionrio
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Das 22% empresrias que afirmou no ser a nica proprietria do negcio,
36% partilha a sociedade com o marido, 27% com os filhos e 23% com amigos, (vide
tabela 19). A percentagem predominante de partilha de sociedade com o marido e
amigos de 50%, enquanto que com os filhos esta percentagem varia entre os 20% e
25%, conforme se pode observar na tabela 19, abaixo.
Tabela 8: Partilha de sociedade no negcio por tipo de pessoa e percentagem
FREQUNCIA(N=22) PERCENTAGEM5% 15% 20% 25% 30% 35% 50% 60%
Marido 8 36% 1 1 6Irmo 2 9% 2Pais 1 5% 1
Filhos 6 27% 2 3 1Amigos 5 23% 1 1 3Fonte: Dados do questionrio
Quando se questionou s 101 mulheres inquiridas no mbito desta pesquisa se
escolheriam continuar a carreira profissional em que actualmente esto envolvidas,
73% afirmou positivamente, enquanto que 20% deu uma resposta negativa (vide
grfico 24).
Grfico 23: Escolha de Carreira pelas Pesquisadas
Sim73%
N/R7%
No20%
Fonte: Dados do questionrio
As principais razes evocadas por 70% das mulheres que afirmou escolher
continuar a desenvolver a sua carreira actual foram, nomeadamente: o gosto pela
actividade que desenvolvem, a rentabilidade do negcio que desenvolvem, a
experincia que j possuem no ramo de negcio em que actuam, a inteno de
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expandir o negcio e a melhoria do seu nvel de vida com o negcio que conduzem
(vide tabela 10).
Tabela 9: Razes das Empresrias para no mudarem de Carreira
RAZES PARA NO MUDAR DE CARREIRA FREQUNCIAGosto pelo que faz 25Oportunidade de Negcio 2Expanso do Negcio 7Experincia no ramo 10Gosto por Desafios 1Rentabilidade do Negcio 11Aumento de empregabilidade 1Sobrevivncia 3Melhoria do Nvel de vida 5
Formao acadmica compatvel com o Negcio 1Satisfao dos Clientes com a qualidade dos servios 1Hbito de fazer negcio 1Vocao para o negcio 2
Fonte: Dados do questionrio
Das 20% empresrias que afirmou querer mudar de carreira profissional,
evocaram como principais razes, o desejo de ter outra profisso e de criar outro tipo
de negcio, para alm da incompatibilidade entre salrio e o custo de vida (vide tabela
11).Tabela 10: Razes das Empresrias para no mudarem de Carreira
RAZES PARA MUDAR DE CARREIRA FREQUNCIADesejo de ter outra profisso 6Desejo de criar outro tipo de negcio 6Incompatibilidade salrio/custo de vida 2Constituir empresa prpria 1Falta de financiamento 1Incompatibilidade formao acadmica/negcio 1
Fonte: Dados do questionrio
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4.2 Caracterizao das Empresas
4.2.1 Dados gerais da EmpresaO perfil das empresas/negcios das mulheres inquiridas no mbito desta
pesquisa, incluindo das 12 mulheres inquiridas que ainda esto em fase de criao do
seu negcio, apresentado num documento parte deste relatrio.
No entanto, conforme se pode observar no grfico 25, abaixo, a maioria (44%)
das empresas/negcios geridos pelas 89 inquiridas enquadram-se no sector formal,
embora uma percentagem considervel (33%) delas pertenam ao sector informal.
Grfico 24: Sector da Empresa/negcio das Pesquisadas
Formal44%
Informal33%
N/A12%
N/R11%
Fonte: Dados do questionrio
A tabela 12 mostra-nos que, das 89 empresas/negcios geridas actualmente
pelas empresrias pesquisadas, 25 foram criadas entre os anos 1976 e 1996, 47 foram
criadas nos ltimos 10 anos, sendo que destas 47, quase metade (23), emergiram nos
ltimos 3 anos. Isto demonstra que a tendncia de criao e a quantidade de empresas
e pequenos negcios pelas mulheres em Angola tem sido crescente.
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Tabela 11: Data de criao da empresa/negcio das Pesquisadas
ANO DE
CRIAO FREQUNCIA
ANO DE
CRIAO FREQUNCIA1976 1 1998 21977 1 1999 11986 1 2000 31987 5 2001 31988 1 2002 81989 1 2003 31990 3 2004 21991 1 2005 81992 5 2006 101994
32007
51995 2 N/A 121996 1 N/R 171997 2Fonte: Dados do questionrio
Mais de metade (47%) das 89 empresas/negcios geridas pelas mulheres
pesquisadas esto registadas legalmente (vide grfico 26) mas, conforme se
demonstra na tabela, 13 a maioria delas foi legalizada alguns anos aps ter iniciado as
suas actividades. Isto deve-se aos procedimentos burocrticos e aos custos envolvidosno processo de legalizao de negcios em Angola, facto que constitue um grande
constrangimento apontado por muitas das empresrias inquiridas.
Grfico 25: Registro Legal da empresa/negcio
Sim
47%
No27%
N/A
12%
N/R14%
Fonte: Dados do questionrio
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Tabela 12: Ano de constituio/legalizao da empresa/negcio
ANO DE
CONSTITUIO FREQUNCIA
ANO DE
CONSTITUIO FREQUNCIA1976 1 2001 21987 1 2002 41988 1 2003 31989 1 2004 21991 2 2005 21992 2 2006 31994 1 2007 61995 2 N/A 121996 2 N/R 82000 5
Fonte: Dados do questionrio
Relativamente dimenso das empresas, observa-se que 72% das mulheres
empresrias pesquisadas possuem micro e pequenos negcios (vide grfico 27).
Grfico 26: Dimenso da Empresa/Negcio
Micro46%
Pequena26%
Mdia15%
Grande1%
N/A12%
Fonte: Dados do questionrio
Quanto ao sector de actividade, os resultados da pesquisa demonstram que55% destas empresas/negcios pertencem ao sector de comrcio, 17% ao sector de
servios, 13% ao sector industrial e apenas 3% ao sector agrcola (vide grfico 28 e
tabela 14).
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Grfico 27: Sector de Actividade da Empresa/Negcio
Agricultura3%
Servios17%
Comrcio55%
Indstria13%
N/A12%
Fonte: Dados do questionrio
Tabela 13: Tipo de Actividade da Empresa/Negcio
TIPO DEACTIVIDADE FREQUNCIA
TIPO DEACTIVIDADE FREQUNCIA
Restaurante9
Decorao de festas e outroseventos 1
Decorao de interiores3
Venda de Materiais deConstruo 2
Indstria de Cosmticos 2 Venda de Electrodomsticos 1
Roupa/Moda 21 Panificao e Pastelaria 3Servios de Transporte 1 Minas 1Artesanato
2Venda de produtosalimentares 8
Educao/Formao 3 Comrcio Geral 27Vendas a retalho e a grosso 2 Sade 1Farmcia 2 Publicidade 1Indstria de tratamento demadeira 1
Produo de gelados2
Salo de cabeleireiro 5 N/R 17Fonte: Dados do questionrio
A maioria destas empresas/negcios (58%) operam localmente, contudo, 27%
das mesmas operam a nvel provincial e nacional o que significa que estas
empresrias tem realizado esforos na expanso dos seus negcios para outros
mercados do pas (vide grfico 29).
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Grfico 28: mbito de actuao da Empresa
Local58%
Provincial17%
Nacional10%
Internacional3%
N/A12%
Fonte: Dados do questionrio
Em media, o nmero de total de trabalhadores empregues pelas 89
empresas/negcios geridas pelas mulheres pesquisadas de 12, e na sua maioria so
do sexo masculino (vide grfico 30).
Grfico 29: Mdia de Trabalhadores da Empresa por Sexo
12,1
4,6
13,2
0
2
4
6
8
10
12
14
Total Feminino Masculino
Fonte: Dados do questionrio
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4.2.2 Acesso a TecnologiaA maioria das empresas/negcios (48%) usam o telemvel como principal
recurso tecnolgico e de comunicao e, embora 15% das mesmas possuam
computadores pessoais, apenas 5% tm os computadores ligados em rede e 1% faz
uso do e-mail (vide grfico 31).
Grfico 30: Tecnologias existentes na Empresa
Telefone Fixo12%
Telemvel46%Fax
6%
Computadorespessoais
15%
Internet9%
Computadores
ligados em rede5%
E-mail1%
N/A
6%
Fonte: Dados do questionrio
Por outro lado, apenas 3% das empresas/negcios geridos pelas mulheres
pesquisadas possuem um Website (vide grfico 32).
Grfico 31: Empresas com Website
Sim3%
No53%
N/A12%
N/R32%
Fonte: Dados do questionrio
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4.2.3 Necessidades de FormaoGrande parte das empresrias pesquisadas (82%) afirma que necessita de
formao quer para si prprias quer para o pessoal que emprega (vide grfico 33),
predominantemente, em reas como: gesto, contabilidade e finanas, marketing,
comunicao, liderana e secretariado (vide tabela 15).
Grfico 32: Necessidades de Formao de Pessoal da Empresa
Sim82%
No
4%
N/A12%
N/R2%
Fonte: Dados do questionrio
Tabela 14: reas de Necessidades de Formao de Pessoal da Empresa
REAS DEFORMAO FREQUNCIA
REAS DE FORMAOFREQUNCIA
Gesto 62 Turismo e hotelaria 2Contabilidade/Finanas 45 Lnguas 6Liderana 18 Decorao 1Secretariado 17 Formao em Esttica 1Marketing 28 Gesto de Recursos Humanos 1Comunicao 22 Comrcio 4Atendimento ao cliente 2 Pastelaria 3
Informtica 3 N/A 12Cozinha 1 N/R 1Fonte: Dados do questionrio
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4.2.4 Fontes de Recursos da Empresa e volume anual de vendasOs dados da pesquisa revelam que a principal fonte de recursos das
empresas/negcios das mulheres empresrias so os fundos prprios (vide grfico 34).
Grfico 33: Principais fontes de Recursos da Empresa/Negcio
Fundos Prprios
64%
Venda deProdutos eServios
26%Doaes
Individuais1%
Comparticipaode
Familiares/Amigos4%
Microcrdito
5%
Fonte: Dados do questionrio
Do total das 89 mulheres pesquisadas que possuem a sua empresa/negcio, 27
no revelararam o volume annual de vendas dos seus negcios mas a tabela 16 mostra
que, enquanto 29 das empresas possue um volume annual de vendas inferior a
5.000,00 USD, h um nmero considervel (16) delas com um volume anual de
vendas que oscila entre os 30.000,00 USD e os 100.000,00 USD.
Tabela 15: Volume Annual de Vendas da Empresa/Negcio
VOLUME ANUAL DEVENDAS (USD) FREQUNCIA
VOLUME ANUAL DEVENDAS (USD) FREQUNCIA
De 100 a 500 10 De 21001 a 24000 1
De 501 a 1000 7 De 24001 a 27000 1
De 1001 a 2000 6 De 30001 a 50000 4De 2001 a 5000 6 De 50001 a 100000 4De 5001 a 8000 7 Mais de 100000 8De 8001 a 12000 5 N/A 12De 12001 a 15000 2 N/R 27De 18001 a 21000 1
Fonte: Dados do questionrio
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4.3 Acesso a financiameno, prticas de gesto e barreiras ao negcio
4.3.1 Acesso a financiamentoQuestionou-se as empresrias se recorreram a pedido de financiamento para a
criao dos seus negcios e apenas 19% delas afirmou positivamente (vide grfico
35).
Grfico 34: Pedido de financiamento para abertura da Empresa/Negcio
Sim19%
No65%
N/A12%
N/R4%
Fonte: Dados do questionrio
A maioria destas empresrias recorreu a parentes e amigos como principal
fonte de financiamento para iniciar os seus negcios, mas uma percentagemconsidervel (42%) recorreu banca privada e estatal (vide grfico 36).
Grfico 35: Fontes de Recursos Financeiros para a abertura do Negcio
BancaPrivada
21%
BancaEstatal
21%
Parentes/Amigos
48%
Meiosprprios
5%
ASSOMEL5%
Fonte: Dados do questionrio
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De acordo com as 27% empresrias que recorreram a pedido de
financiamento, os principais objectivos do financiamento obtido destinaram-se
compra de matrias primas e mercadorias e mquinas e equipamentos (vide tabela
17).
Tabela 16: Finalidade do Financiamento obtido pelas Empresrias
FINALIDADE DOFINANCIAMENTO OBTIDO FREQUNCIA
Formao de capital social 3Aquisio de matrias-primas e mercadorias 10Aquisio de mquinas e equipamentos 9Aquisio de bens de informtica 3Obras e/ou instalaes 3
Aquisio de local prprio 5Aquisio de veculos 3Fundo de maneio 1N/A 12N/R 4
Fonte: Dados do questionrio
Actualmente, apenas 21% das empresrias pesquisadas trabalham com bancos
e instituies de micro-crdito (vide grfico 37).
Grfico 36: Ligao das Empresrias com Bancos ou instituies de Micro-Crdito
Sim21%
No57%
N/A12%
N/R10%
Fonte: Dados do questionrio
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O Banco Fomento de Angola (BFA) aquele com que uma maior
percentagem das empresrias pesquisadas trabalha (23%), seguindo-se o Banco Sol, o
Novo Banco e o Banco de Poupana e Crdito (BPC), conforme ilustra o grfico 38,
abaixo.
Grfico 37: Bancos ou instituies de Micro-Crdito com as quais as Empresrias trabalham
BIC10%
BFA23%Banco Sol
19%
N/R5%
Novo Banco14%
BPC14%
BAI5%
BESA5%BCI
5%
Fonte: Dados do questionrio
Das 89 empresrias, 49% costuma recorrer a pedido de financiamento banca
e instituies de micro-crdito para projectos de investimento e 27% para a compra de
equipamento (vide grfico 39).
Grfico 38: Finalidade dos Emprstimos solicitados pelas Empresrias
Projectos deinvestimento
49%
Compra deequipamento
27%
Compra demercadoria
11%
Compra dematria prima
3%
Compra deinstalaes
5%
Fundo deManeio
5%
Fonte: Dados do questionrio
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Do total das 101 mulheres inquiridas, no mbito desta pesquisa, 95%
manifestou interesse em solicitar, no futuro, um emprstimo ao Banco ou a alguma
instituio de micro-crdito (vide grfico 40).
Grfico 39: Interesse das Empresrias em solicitar emprstimo no futuro
Sim95%
No5%
Fonte: Dados do questionrio
Segundo as mulheres inquiridas que manifestaram interesse em solicitar no
futuro um emprstimo ao Banco, a finalidade do mesmo destinar-se-,
essencialmente, a projectos de investimento (54%) e compra de equipamento (22%),
conforme ilustra o grfico 41, que se segue.
Grfico 40: Finalidade do emprstimo a ser solicitado pelas Empresrias
Projectos deinvestimento
54%
Compra demercadoria
6%
Formao1% N/R
3%Fundo deManeio10%
Compra deequipamento
22%Compra de
matria prima4%
Fonte: Dados do questionrio
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OLeasing constitui a principal forma de pagamento de emprstimo para 22%
das mulheres que possuem a inteno de solicitar emprstimo banca para a compra
de equipamento (vide grfico 42).
Grfico 41: Formas de pagamento de emprstimo para aquisio de equipamento
A pronto29%
Atravs deLeasing
71%
Fonte: Dados do questionrio
De 95% das empresrias interessadas em, futuramente, obter financiamento da
banca para o desenvolvimento dos seus negcios, 34 delas pretendem solicitar um
montande at 30.000,00 USD enquanto que um total de 52 mulheres manifestaram
interesse em solicitar um emprstimo no montante entre 30.000,00 USD a 100.000,00
USD (vide tabela 18).
Tabela 17: Montante do Emprstido a solicitar ao Banco pelas Empresrias
VALOR DOEMPRSTIMO A
SOLICITAR (USD) FREQUNCIA
VALOR DOEMPRSTIMO A
SOLICITAR (USD) FREQUNCIAAt USD 5000 5 De 45001 a 50000 14De 5001 a 10000 5 De 55001 a 60000 1De 10001 a 15000 7 De 65001 a 70000 1
De 15001 a 20000 3 De 75001 a 80000 1
De 20001 a 25000 6 De 85001 a 90000 1De 250001 a 30000 8 De 95001 a 100000 12
De 30001 a 35000 5 Mais de 100000 16
De 35001 a 40000 1 N/R 15
Fonte: Dados do questionrio
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De 95% das mulheres pesquisadas que manifestaram interesse em solicitar, no
futuro, emprstimo ao Banco, 67% afirmou que daria o cash flow do negcio como
garantia ao Banco e 29% daria a propriedade como garantia (vide grfico 43).
Grfico 42: Tipo de Garantia que as Empresrias disponibilizariam ao Banco para efeitos deemprstimo
Propriedade29%
Cash Flow67%
Aval Pessoal3%
Equipamento1%
Fonte: Dados do questionrio
Apenas 13% das mulheres pesquisadas manifestaram a inteno de contribuir
com uma percentagem ao solicitar o emprstimo ao Banco (vide grfico 44), sendo
esta percentagem, predominantemente, de 20% do valor do emprstimo (vide tabela
19).
Grfico 43: Solicitao de emprstimo de 100% ao Banco pelas Empresrias
Sim72%
No13%
N/R15%
Fonte: Dados do questionrio
Tabela 18: Percentagem da contribuio do emprstimo ao Banco pelas Empresrios
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A Situao das Mulheres Empresrias de LuandaNovembro,2007
47
% DA CONTRIBUIO DOEMPRSTIMO FREQUNCIA
5% 110% 120% 530% 240% 150% 160% 2
Fonte: Dados do questionrio
4.3.2 Prticas de gestoDas 89 mulheres inquiridas que possuem uma empresa/negcio, 63% afirmou
no ter realizado um estudo de viabilidade para a abertura do negcio, enquanto que
15% afirmou ter realizado (vide grfico 45).
Grfico 44: Estudo de Viabilidade para a abertura do Negcio
Sim15%
No63%
N/R22%
Fonte: Dados do questionrio
As principais prticas de gesto regularmente usadas pelas empresriaspesquisadas so, nomeadamente: o levantamento de necessidades e satisfao dos
clientes (26%), a promoo, divulgao e marketing dos seus servios ou produtos
(18%) e o controlo contabilstico do seu negcio (17%), conforme se ilustra no
grfico 46, abaixo.
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Grfico 45: Prticas de gesto regularmente usadas pelas Empresrias
26%
5%
18%17%
4%
8%
6%
6%10%
Levantamento denecessidades e satisfaodos clientes
Utilizao de serviosprofiss ionais especializados
Promoo, divulgao emarketing
Controle Contabilstico
Actualizao tecnolgica
Formao de Pessoal
Fonte: Dados do questionrio
Os dados da pesquisa revelam que 57% das empresrias inquiridas tem
recorrido ao apoio profissional externo para o desenvolvimento dos seus negcios,
essencialmente, atravs do contacto de pessoas com conhecimento do ramo de
negcio em que actuam e contacto com Associaes de Empresas do ramo (vide
grficos 47 e 48).
Grfico 46: Apoio profissional Externo para o desenvolvimento do Negcio
Sim57%
No33%
N/R10%
Fonte: Dados do questionrio
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Grfico 47: Tipo de Apoio profissional externo procurado pelas Empresrias
EntidadesEmpresariais
9%
Associaode empresas
do ramo35%Empresas de
consultoria5%
Pessoas queconhecem o
ramo41%
ASSOMEL4%
N/R6%
Fonte: Dados do questionrio
Das 101 mulheres inquiridas, no mbito da presente pesquisa, 83% so
membros filiadas da ASSOMEL enquanto que as restantes 17% no so membros
mas sim potenciais membros da associao (vide grfico 49).
Grfico 48: Empresrias pesquisadas membros da ASSOMEL
Sim83%
No
17%
Fonte: Dados do questionrio
De 83% mulheres membros da ASSOMEL, 11% so membros h mais de 10anos, 55% esto afiliadas na associao num perodo que compreende entre 1 a 5 anos
de durao, enquanto que uma percentagem considervel (27%) afiliaram-se
Associao menos de um ano (vide grfico 50).
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Grfico 49: Membros da ASSOMEL por tempo de afiliao Associao
Menos de 1ano27%
1 a 5 anos55%
6 a 10 anos7%
11 a 15anos6%
Mais de 15anos5%
Fonte: Dados do questionrio
De 17% das mulheres inquiridas que no so membros da ASSOMEL,
apresentaram como principais razes para no estarem afiliadas associao, a falta
de conhecimento da existncia da ASSOMEL (47%) e o desconhecimento das
vantagens de ser membro (18%), conforme ilustra o grfico 51, a seguir.
Grfico 50: Razes para a no afiliao das Empresrias pesquisadas na ASSOMEL
Falta deconhecimentoda existnciada ASSOMEL
47%
Incapacidadepara pagar as
quotas6%
Desconhecimento das
vantagens deser membro
18%
N/R29%
Fonte: Dados do questionrio
De acordo com as mulheres membros da ASSOMEL inquiridas, a associao
tem contribudo para o desenvolvimento dos seus negcios, essencialmente, atravs
da formao, aconselhamento e assistncia tcnica (vide grfico 53).
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Grfico 51: Opinio das Empresrias Associadas sobre o apoio da ASSOMEL nodesenvolvimento dos seus negcios
Formao32%
Aconselhamento
22%
Marketing daAssociao(Criao deWebsite e
Brochuras)4%
AssistnciaTcnica
10%
Apoio no acessoao micro-crdito
3%
Netw orking7%
N/R22%
Fonte: Dados do questionrio
Na opinio de 30% das associadas, a ASSOMEL tem tido um bom
desempenho em termos de funcionamneto, 10% classificam o funcionamento como
muito bom e 23% suficiente (vide grfico 53).
Grfico 52: Opinio das Empresrias membros sobre o funcionamento da ASSOMEL
Muito bom10%
Bom30%
Suficiente23%
Mau6%
N/R31%
Fonte: Dados do questionrio
Segundo as associadas h necessidade da ASSOMEL melhorar alguns
aspectos relativos ao seu funcionamento e que possibilitem o alcane pleno dos seus
objectivos como, por exemplo:
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Arranjar melhores instalaes a nvel da sua sede e condies
tecnolgicas e equipamento de trabalho;
Expandir a associao atravs da criao de ncleos municipais;
Promover mais aces de