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VIII Conferência Estadual de Assistência Social Recife-Pernambuco - 27 de outubro de 2009 Paulo Rubem Santiago Deputado Federal (PDT-PE)

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Slide apresentado pelo deputado Paulo Rubem na na VII Conferência Estadual de Assistência Social, no Centro de Convenções de Pernambuco

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Page 1: A Seguridade Social Como Politica De Estado

VIII Conferência Estadual de Assistência Social

Recife-Pernambuco - 27 de outubro de 2009

Paulo Rubem SantiagoDeputado Federal (PDT-PE)

Page 2: A Seguridade Social Como Politica De Estado

A luta histórica pela cidadania “O século XX (...) deixou o saldo positivo da conquista dos

direitos sociais. Essa conquista determinou que o reconhecimento do indivíduo como cidadão não mais dependia

exclusivamente de sua posição no circuito mercantil.

O Estado social, construído a ferro e fogo pelos subalternos, impôs o reconhecimento dos direitos do cidadão (...) ”

Belluzzo – “O mercado e os direitos sociais”, Folha de SP, 27/4|/2003, em “Ensaios sobre o Capitalismo no Século XX”,

SP, Editora UNESP, 2005.

Page 3: A Seguridade Social Como Politica De Estado

As políticas sociais e as elites no País

“ O Brasil nunca teve um estado essencialmente provedor da

educação, saúde, saneamento básico etc. ”

Tânia Bacelar

“A Máquina da Desigualdade”

Le Monde Diplomatique BRASIL, No. 04, Nov. 2007

Page 4: A Seguridade Social Como Politica De Estado

Cada ente da federação tem receitas específicas : Você as

conhece ?

União – Impostos e contribuições federais

Estados e DF – Impostos, transferências e fundos

Municípios – Impostos, taxas, transferências e fundos

Page 5: A Seguridade Social Como Politica De Estado

Como os entes planejam suas ações( Os projetos de lei do ciclo orçamentário )

PL do Plano Plurianual – PPA – Para quatro anos

( sempre no 2º. Semestre do 1º. Ano )

PL das Diretrizes Orçamentárias – LDO

Validade anual ( 1º. Semestre )

PL do Orçamento Anual – Após a aprovação da LDO

( 2º. Semestre )

Page 6: A Seguridade Social Como Politica De Estado

A crise dos anos de 1980 forçou a criação do novo sistema em direção à CF 1988

1. A previdência isolada baseada apenas nas contribuições sobre a folha de salários foi vítima da crise econômica e do

desemprego;

2. Benefícios( aposentadorias diversas), pensões diversas, auxílio-doença, auxílio-acidente, salário-família,

maternidade e outros não seriam sustentados por uma arrecadação em queda por força da economia em declínio

Page 7: A Seguridade Social Como Politica De Estado

Bases para o debate da Seguridade Social no Brasil ( 1 )

1. Seguridade Social : Conjunto de ações destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social

( artigo 194, CF 1988 );

2. Financiamento direto e indireto mediante recursos dos orçamentos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios e

das seguintes contribuições... ( Art. 195, I, da CF 1988 )

3. Art. 165, p. 5º. : A lei orçamentária anual compreenderá :

I – O orçamento fiscal ; II – O orçamento de Investimento das empresas estatais; III – O Orçamento da Seguridade Social

Page 8: A Seguridade Social Como Politica De Estado

Orçamento da Seguridade Social

4. Artigo 195, III, p. 2º. :

A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos

responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e

prioridades estabelecidas na Lei das Diretrizes Orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de

seus recursos

Page 9: A Seguridade Social Como Politica De Estado

As manobras orçamentário-fiscais e a supremacia do mercado ( 1 )

1. O governo não elabora três orçamentos (art.165,CF 1988 ), elabora dois, o de investimento das estatais e o fiscal / da

seguridade social ;

2. As receitas da seguridade vão para a conta fiscal, do tesouro nacional, gerida pelo Ministério da Fazenda;

3. Assim, o superávit da seguridade social é incorporado ao orçamento geral da união na geração dos superávits

Page 10: A Seguridade Social Como Politica De Estado

A falsa crise x o Superávit da Seguridade Social

1. O superávit da seguridade social é superior aos gastos em saúde (2 % em relação a 1,9% do PIB )

2. Se esse montante fosse aplicado todo na saúde provocaria uma elevação de 100% dos recursos disponíveis, gerando

uma evidente transformação radical na oferta dos serviços de saúde

Page 11: A Seguridade Social Como Politica De Estado

Os riscos da reforma tributária

Encerra a CSLL e a transfere para o IR Pessoa Jurídica

Carrega PIS-COFINS para o IVA Federal

O que hoje é receita carimbada da seguridade passa a ser receita do tesouro

Não se fala da incidência da DRU sobre as receitas da seguridade social

Page 12: A Seguridade Social Como Politica De Estado

A falsa crise do sistema de seguridade social no Brasil

Denise GentilTese de Doutorado-UFRJ-2006

“ É necessário destacar a relação entre a política econômica implementada e seus reflexos sobre a seguridade

social”

Page 13: A Seguridade Social Como Politica De Estado

1988 : Novo sistema, novas fontes de financiamento

1. Contribuições sociais sobre faturamento, o lucro, a apuração das loterias e a movimentação financeira;

2. Isso fez com que toda a sociedade passasse a contribuir para a manutenção desses direitos da cidadania

3. Os números apurados mostram que a questão crítica não é a auto-suficiência do sistema mas a destinação que vem sendo dada a esses recursos excedentes pelo governo

federal

Page 14: A Seguridade Social Como Politica De Estado

É a luta de interesses/classes que vai definir como serão divididos os recursos(PLOA 2010)

Demais Despesas Financeiras

3,95%

Transferências a Estados e Municípios

8,15%Pessoal e Encargos

Sociais9,74%

Benef. Previd. e Assist.17,13%

Desp Discricionárias - Todos Poderes

9,97%

Demais Despesas Obrigatórias

1,08%Reserva de

Contingência Primária0,27%

Juros e Encargos da Dívida6,35%

Amortização da Dívida43,55%

3

Page 15: A Seguridade Social Como Politica De Estado

Projeto de Lei para o Orçamento de 2010

PAC14,1%

Demais35,9%

Bolsa Família7,9%

Educação12,7%

Saúde29,4%

Page 16: A Seguridade Social Como Politica De Estado

Síndrome de Carolina

“ O tempo passou na janela e só

Carolina não viu...”

Chico Buarque de Holanda

Page 17: A Seguridade Social Como Politica De Estado

Uma preliminar : Os tempos mudaram( para não cairmos na ingenuidade )

De 1945 até 1973

A economia em marcha no mundo era a economia da produção com o estado dando as cartas

Após 1973 , sobretudo após 1980, prevalece a economia financeira, da multiplicação das riquezas divorciada da

produção

Page 18: A Seguridade Social Como Politica De Estado

Carga Tributária e Gastos com Juros x Investimentos Sociais

"A carga tributária no Brasil cresceu na última década porque as despesas

públicas com juros cresceram demasiadamente, apesar das

privatizações dos anos 1990, que foram justificadas, porque seriam utilizadas

para reduzir a dívida pública."

João Sicsu-2006-UFRJ-IPEA

Page 19: A Seguridade Social Como Politica De Estado

Enfrentando o Debate p/ não cairmos em armadilhas

1. Constantes afirmações de que a previdência social é deficitária. Por isso...

2. Impôs-se uma sucessão de políticas governamentais voltadas à redução do pagamento de benefícios, aumento

de idade, tempo de contribuição, taxação de inativos;

3. Intensa e permanente propaganda pela redução dos gastos do Estado com pessoal ,encargos e benefícios sociais

em busca do “equilíbrio fiscal”

Page 20: A Seguridade Social Como Politica De Estado

Os interesses envolvidos na privatização e na redução de gastos sociais

1. Os bancos poderiam se aproveitar de novas contas de previdência privada;

2.Os grandes proprietários de títulos públicos, que recebem juros altíssimos por eles, querem reduzir os

demais gastos do tesouro. Para esses setores os inimigos a vencer são aqueles que disputam as verbas

do orçamento público, daí a publicidade agressiva sobre o “mercado” e os deveres do governo para se

passar “credibilidade” aos investidores;

Page 21: A Seguridade Social Como Politica De Estado

Desigualdade de Renda e Riqueza Comunicado da Presidência No. 14 do IPEA

Entre 2000 e 2007 foram gastos pelo tesouro nacional os seguintes

quantitativos:

Juros – R$ 1,267 trilhão de reais

Saúde– R$ 315 bilhõesEducação – R$ 149 bilhões

Investimentos- R$ 93 bilhões

Page 22: A Seguridade Social Como Politica De Estado

A falsa crise ... Políticas para uma República Federativa com melhor e maior

financiamento e cobertura :

1. Políticas Econômicas para o pleno emprego, redução + acelerada da taxa de juros, metas sociais na LDO e no OGU,

crescimento da economia com produtividade, mais investimentos no OGU, desmonte das armadilhas embutidas no

trinômio “ política fiscal + monetária e cambial ”

2. Orçamento sem contingenciamento p / a seguridade social

3. Aprovação PLs SUAS + Fundo a Fundo + Piso e Fortalecimento da Gestão Democrática e do Controle Social

Page 23: A Seguridade Social Como Politica De Estado
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www.ipea.gov.br

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