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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA A saúde no sistema prisional Maria Amélia de Jesus Ribeiro 1 Izabel Cristina R. da Silva 2 1 Enfermeira. Aluna da Pós-Graduação em Vigilância Sanitária, pela Universidade Católica/ IFAR. 2 Orientadora: Dra. Izabel Cristina R. da Silva Resumo O presente trabalho é uma revisão literária sobre a saúde no sistema prisional. O objetivo da pesquisa foi apresentar algumas ações e serviços desenvolvidos nesta área, considerando os possíveis agravos presentes nestes ambientes, além de descrever avanços na Atenção a Saúde ao indivíduo privado de liberdade decorrente de parcerias entre o Ministério da Saúde, da Justiça e demais colaboradores. Verificou-se que os programas de saúde que antes eram voltados para a população geral também são utilizados nas unidades prisionais, atendendo o indivíduo conforme a sua necessidade, buscando a integralidade. Portanto, para que este sistema apresente bons indicadores de saúde é preciso que haja a participação e o comprometimento de todos os envolvidos nas estratégias de atenção à saúde do indivíduo recluso. Palavras-chaves: Sistema Prisional. Saúde. Ações em Saúde. Serviços em Saúde. Summary The present work is a literature review on health in prisons. The objective of the research was to present some activities and services developed in this area, considering the possible aggravations present in these environments, and describe advances in Health Care to the individual deprived of liberty resulting from partnerships between the Ministry of Health, Justice and other employees. It was found that health programs that were aimed at the general population are also used in prisons, given the individual according to his need, striving for completeness. Therefore, for this system to good health indicators shows there must be participation and commitment of all involved in strategies for health care of the individual inmate. Keywords: Prison. Health Stocks in Health Services in Health

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA

A saúde no sistema prisional

Maria Amélia de Jesus Ribeiro1

Izabel Cristina R. da Silva2

1 Enfermeira. Aluna da Pós-Graduação em Vigilância Sanitária, pela Universidade Católica/

IFAR.

2 Orientadora: Dra. Izabel Cristina R. da Silva

Resumo

O presente trabalho é uma revisão literária sobre a saúde no sistema prisional. O objetivo da pesquisa foi

apresentar algumas ações e serviços desenvolvidos nesta área, considerando os possíveis agravos presentes

nestes ambientes, além de descrever avanços na Atenção a Saúde ao indivíduo privado de liberdade decorrente

de parcerias entre o Ministério da Saúde, da Justiça e demais colaboradores. Verificou-se que os programas de

saúde que antes eram voltados para a população geral também são utilizados nas unidades prisionais, atendendo

o indivíduo conforme a sua necessidade, buscando a integralidade. Portanto, para que este sistema apresente

bons indicadores de saúde é preciso que haja a participação e o comprometimento de todos os envolvidos nas

estratégias de atenção à saúde do indivíduo recluso.

Palavras-chaves: Sistema Prisional. Saúde. Ações em Saúde. Serviços em Saúde.

Summary

The present work is a literature review on health in prisons. The objective of the research was to present some

activities and services developed in this area, considering the possible aggravations present in these

environments, and describe advances in Health Care to the individual deprived of liberty resulting from

partnerships between the Ministry of Health, Justice and other employees. It was found that health programs that

were aimed at the general population are also used in prisons, given the individual according to his need, striving

for completeness. Therefore, for this system to good health indicators shows there must be participation and

commitment of all involved in strategies for health care of the individual inmate.

Keywords: Prison. Health Stocks in Health Services in Health

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente a população carcerária é composta por aproximadamente 500 mil

indivíduos. Os indicadores referentes a este grupo apontam que a maioria é de cor parda,

jovem e com ensino fundamental incompleto. (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2012)

Como este grupo é composto por uma parcela representativa da população brasileira

seria interessante pensar se os estabelecimentos prisionais possuem condições mínimas para

receber esses indivíduos, e nestas condições, inclui-se bem estar e programa de atendimento à

saúde. Além disto, o artigo 196 da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), na Seção II

descreve que a saúde é direito de todos e dever do Estado, visando a redução dos riscos de

doenças e de outros agravos mediante políticas sociais e econômicas, bem como acesso

universitário e igualitário, então este dispositivo constitucional reforça a importância do

atendimento ao sujeito preso.

Neste sentido, já existem algumas ações desenvolvidas pelo Sistema Único de Saúde

(SUS) e demais colaboradores para garantir que se cumpra esse direito. Para a garantia da

promoção integral das pessoas reclusas nas unidades prisionais, o Ministério da Saúde e da

Justiça instituíram a Portaria Interministerial n°1.777/2003 (BRASIL, 2003), que aprova o

Plano Nacional de Saúde no Sistema Prisional. Dentre essas ações estão presentes o controle

de tuberculose, hipertensão, diabetes, hanseníase, saúde bucal, saúde da mulher, atenção em

saúde mental, programa de imunização, diagnóstico, aconselhamento, tratamento em

DST/HIV/Aids.

Com isto, este trabalho buscou apresentar algumas ações e serviços desenvolvidos no sistema

prisional, de acordo com os agravos mais comuns aos indivíduos privados de liberdade, para

promover à saúde desta população.

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2 METODOLOGIA

Para a elaboração deste trabalho de revisão, foram utilizados artigos publicados entre

2000 e 2012. Foram selecionadas legislações, teses e publicações relacionadas à “saúde no

sistema prisional”. O termo anteriormente destacado foi utilizado como o principal descritor

de busca. Os instrumentos de pesquisa utilizados foram: Scielo Brasil, Periódicos Capes, Visa

Legis (disponível no portal da ANVISA) e o Google Scholar (Google acadêmico), além de

informações nas bibliotecas virtuais do Ministério da Saúde e Ministério da Justiça.

3 DISCUSSÃO

3.1 Breve histórico sobre o sistema prisional

Em 1822, segundo Saint-hilaire (2000), alguns estados visitados nas regiões sudoeste,

centro e sul do Brasil a situação das prisões era de abandono, na qual os presos solicitavam

esmolas pelas grades para as pessoas que por ali passavam e com este dinheiro era garantida a

sua alimentação. Aqueles presos que não eram vistos não recebiam esmolas e morriam de

fome.

Foi no século XIX que as instituições passaram a preocupar com a internação e a

recuperação do preso, diferente da época dos portugueses no início da colonização do Brasil,

na qual o objetivo era castigar os detentos.

Em 1865 na Província Baiana já havia casos de internação dos presos na Santa Casa

de Misericórdia devido a várias doenças, dentre estas destacam patologias do sistema

respiratório, digestivo, geniturinário, reumáticas, nutricionais, ulcerações, pele, acidentes ou

violências. Países como os Estados Unidos e França iniciaram as reformas prisionais no final

do século XVIII e em seguida o Brasil iniciava a reforma do sistema carcerário, com a

adaptação das ideias desenvolvidas nos Estados Unidos, França e Inglaterra.

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Como afirmam Leal; Guerreiro (2002), no relatório do Conselho Nacional de Política

Criminal e Penitenciária referente ao município do interior do Amazonas “conserva-se até

agora esse que é um depósito abominável de presos, os quais são submetidos, alguns durante

meses, a condições absolutamente desumanas, num local infecto, imundo, lacrado, abaixo do

solo, onde se quer têm acesso a banho de sol e convivem com infiltrações de água, baratas e

roedores, num suplício que nos causou impacto e revolta”.

Um dos maiores problemas enfrentado hoje é decorrente da superlotação do sistema

prisional brasileiro que contribui para a violência sexual, isto acarreta a transmissão de

doenças entre os presos, o que poderia ser amenizado com a existência de trabalhos

educativos sobre as doenças transmissíveis, as crônicas, preservando as saúde dos detentos.

O Brasil possui um dos maiores sistema prisional do mundo e são desumanas as

condições de cumprimento das penas, dentre elas as condições sanitárias precárias. (SIENNA,

2008)

Como condição sanitária precárias pode citar as condições de higiene ineficaz em alguns

estabelecimentos. A alimentação, vestuários e produtos de higiene são defasados, sendo

oferecidos muitas vezes pelos familiares dos presos. A alimentação muitas vezes chega a ser

desigual, ocorrendo desvios.

O Estado deve fornecer no mínimo três refeições diárias, com qualidade e quantidade

suficiente. Mas as cozinhas presentes nos estabelecimentos prisionais nem sempre apresentam

condições adequadas para realizar o preparo dos alimentos.

Outra situação preocupante é que as prisões estão com um número grande de detentos.

Mesmo com todos os esforços ainda não se conseguiu diminuir o problema, uma vez que o

número de presos hoje é superior a capacidade dos estabelecimentos penais. Muitos dormem

no chão das celas, ou até mesmo no banheiro. Já nos estabelecimentos mais populosos os

presos chegam a dormir amarrados nas grades ou em redes.

As rebeliões que tem acontecido cada vez com mais freqüência também é em busca de

melhores condições do sistema prisional. Mas o problema da superlotação poderá ser

diminuído com a Lei nº 12.736/ 2012 (BRASIL, 2012), na qual cita que o tempo de prisão

provisória ou medida de segurança cumprida pelo réu deverá ser considerado pelo juiz na

sentença condenatória, o que contribuirá para que as pessoas não fiquem presas por tempo

superior àquele previsto na lei.

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De 2011 até agora houve um aumento de cerca 14 mil presos em todo o País perfazendo um

total de 218.437 mil réus em situação de prisão provisória.

Segundo Mirabete (2004), a falência do sistema carcerário brasileiro é apontada como

um dos maiores descasos do modelo repressivo brasileiro. O envio dos indivíduos para o

estabelecimento prisional é com o intuito de ressocia-lo, mas é grande a probabilidade desse

indivíduo voltar para o crime devido as condições expostas.

Hoje se faz necessário a mudança na estrutura do sistema prisional desde a arquitetura

dos estabelecimentos até a capacitação dos profissionais que atuam neste local, em busca da

ocupação do indivíduo privado de liberdade, da melhoria na assistência a saúde, do

acompanhamento da reintegração social, do retorno ao mercado de trabalho.

3.3 Definições de Estabelecimentos Penais

Segundo o MINISTÉRIO DA JUSTIÇA (2012), os estabelecimentos penais são todos

os locais utilizados pela justiça com o objetivo de encarcerar os indivíduos, sejam por

medidas de segurança, provisórios ou condenados. Diferente da cadeira pública que mantém

as pessoas em caráter provisório, porém é considerado estabelecimento de segurança máxima.

Já as penitenciárias alojam os indivíduos privados de liberdades em regime fechado.

As penitenciárias de segurança máxima especial são destinadas as pessoas com condenação

em regime fechado, nas quais possuem celas individuais. E as penitenciárias de segurança

média ou máxima diferem da segurança máxima especial por possuir celas individuais ou

coletivas.

As colônias agrícolas, industriais ou similares são destinadas aos indivíduos que cumprem

pena em regime semi-aberto. Já as casas do albergado são destinadas as pessoas sob pena

privativa de liberdade em regime aberto, ou pena de limitação de finais de semana.

Os centros de observação criminológica são estabelecimentos de segurança máxima

destinados a realização de exames gerais e criminológicos para definir o tipo de

estabelecimento e o tratamento adequado para cada preso.

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Os hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico são locais que recebem indivíduos

submetidos a medida de segurança.

Existem estabelecimentos para idosos destinados aos indivíduos que possuem idade de no

mínimo 60 anos ao entrarem ou aos que completam essa idade durante o tempo de reclusão,

localizados nos estabelecimentos penais próprios, seções, módulos autônomos ou

incorporados ou anexos a estabelecimentos para adulto

3.2 Avanços da saúde no sistema prisional

De acordo com a Lei de Execução Penal N° 7.210/ 1984 no Art. 14 o preso tem direito

a assistência a saúde. (BRASIL, 1984)

Pensando também nesse direito e na reformulação da política do sistema penitenciário

brasileiro que representantes do Brasil conheceram algumas realidades das penitenciárias no

EUA no ano de 2012. Neste mesmo ano realizaram uma visita técnica para conhecer o

sistema carcerário da Espanha, pretendo utilizar as boas práticas no Brasil. Nesta, a proposta é

promover parceria entre os países do MERCOSUL e a Espanha.

Estados como o Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo,

Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de

Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e Tocantins estão qualificados para

desenvolver ações de saúde nos estabelecimentos prisionais, de acordo com a Portaria

Interministerial n.º 1.777/2003.

De acordo com essa portaria estão presentes nas unidades prisionais equipes formadas

por médico, dentista, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, psicólogo e assistente social. E

segundo a relação das unidades prisionais cadastradas no Cadastro Nacional de

Estabelecimento em Saúde – CNES, o incentivo é repassado pelo Ministério da Saúde e da

Justiça para a Atenção a Saúde no Sistema Penitenciário e os valores deste recurso estão

definidos na Portaria Interministerial n.º 3.343/2006. (BRASIL, 2006)

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Tabela 1 - Evolução do número de equipes cadastradas no Plano Nacional de Saúde no

Sistema Prisional

ANO NÚMERO DE

EQUIPES

2004 76

2005 171

2006/7 174

2008 199

2009 215

2010 247

Fonte: Ministério da Saúde, 201-.

Conforme apresentado na tabela 1 o número de equipes em 2010 é três vezes superior em

relação ao ano de 2004. Isto prevê um maior número de ações de saúde desenvolvidas nos

estabelecimentos prisionais, o que contribui para o controle e ou redução dos agravos mais

freqüentes.

Cada equipe será responsável por até500 presos e o atendimento será realizado no próprio

estabelecimento, desde que não ultrapasse a 100 indivíduos. A cada equipe implantada será

garantida kit de medicamentos básicos, de acordo com a Portaria Interministerial 09 de 2003.

(BRASIL, 2003)

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Tabela 2 – Formulário categoria e indicadores preenchidos de todas as Unidades

Federais

ANO 2011 ANO 2012

Pop. Carcerária 514.582 549.577

CATEGORIA: Estabelecimentos

Penais

1.312 1.420

INDICADOR: Sessões Internas

Módulo de Saúde Feminino (gestantes e

parturientes)

46 19

Módulo de Saúde 46 52

INDICADOR: Quantidade de Leitos

Leitos para Gestantes e Parturientes 322 166

Leitos ambulatoriais 934 1.082

Leitos hospitalares 379 400

Leitos psiquiátricos 1.506 2.155

Leitos em berçários e creches 244 253

ADMNISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA

Quantidade de servidores da saúde 7.572 7.572

Fonte: SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES PENITENCIÁRIA, 2011-2012.

Na tabela 2 é possível perceber que houve aumento da população carcerária e no número de

estabelecimentos prisionais no Brasil. Ocorreu uma diminuição no número de gestantes e

parturientes, o que pode ser conseqüência das ações de planejamento familiar previstas para

serem oferecidas pelas equipes de saúde presentes nos estabelecimentos prisionais. Nos

indicadores sessões internas referentes aos módulos de saúde houve um aumento de

aproximadamente 10% do ano de 2011 para 2012, mas segundo dados do Sistema Integrado

de Informações Penitenciária não ocorreram aumento do número de profissionais de saúde.

Uma das áreas mais comprometidas na saúde do individuo privado de liberdade é a saúde

mental, como mostra a tabela acima. Se o individuo já não chega com algum

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comprometimento mental a probabilidade de desenvolver algum distúrbio psíquico é grande

devido as restrições encontradas nas unidades prisionais.

Hoje é desenvolvido no estado de Goiás o PAILI (Programa de Atenção Integral ao

Louco Infrator) inspirado no Programa de Atenção Integral ao paciente judiciário, do Tribunal

de Justiça de Minas Gerais (PAIPJ). Este trabalho tem obtido bons resultados no

acompanhamento jurídico e psicossocial dos presos.

Ações e serviços de saúde no Sistema Prisional

Houve na história dois marcos na legislação envolvendo a saúde para as pessoas

desprovidas de liberdade. O primeiro com a Lei de Execução Penal n° 7.210 de 11 de Julho

de 1984 e o segundo com a Lei 1.777 de 09 de Setembro de 2003 que aprova o Plano

Nacional de Saúde no Sistema Prisional.

A primeira lei já previa o direito a assistência à saúde. A segunda também prevê essa

assistência, mas esta lei é direcionada pelo fundamento da Atenção Básica, partindo da ideia

que a unidade prisional seja um ambiente insalubre e superlotado, necessitando de ações de

promoção e prevenção de doenças.

O Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário contempla os indivíduos

recolhidos em penitenciária, presídios, colônias agrícolas e ou agroindustriais, hospitais de

custódia e tratamento psiquiátrico. Não inclui presos em penitenciárias federais, do regime

aberto, e presos provisórios em cadeias públicas e distritos policiais. (UNODC, 2012)

A atenção básica presente nos estabelecimentos penais contará com uma equipe

composta por médico, enfermeira, assistente social, psicólogo, odontólogo, auxiliar de

enfermagem, auxiliar de consultório dentário. Esta equipe será responsável por até 500

pessoas com carga horária de até 20 horas semanais.

As ações mínimas deverão compreender: controle da tuberculose, controle de hipertensão e

diabetes, hanseníase, DST/HIV/Aids, hepatites, saúde bucal, saúde da mulher, saúde mental,

programa de imunizações, exames laboratoriais, aquisição e controle de medicamentos.

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O Estado do Mato Grosso implantou em 2009 o Controle de Aconselhamento e

Tratamento Admissional de Saúde da Unidade Prisionais – CATA. Neste mesmo ano o

Ministério da Saúde incluiu a população Prisional no Sistema de Informação de Agravos

Notificação Compulsória – SINAN para os seguintes agravos: hepatites virais, Aids,

tuberculose, hanseníase, dengue, leishmaniose, doenças exantemáticas e varicela (SISPE,

2009)

De acordo com a resolução nº 11/2006 a tuberculose no ano de 2005 apresentou a taxa

média de incidência de aproximadamente 1.106/100.000 habitantes, 23 vezes superior à taxa

da população geral (48/100.000 habitantes).

O diagnostico realizado na entrada e quando presente sinais e sintomas durante o

cumprimento da pena contribui para realizar o tratamento e impedir que se transforme em

tuberculose ativa. Em Manaus encontra-se o primeiro Centro de Diagnóstico em tuberculose

para o sistema prisional. O estado da Amazonas foi escolhido por apresentar o maior número

de casos de tuberculose, 73,5 casos por 100.000 habitantes. (SISPE, 2009)

Já no estado da Bahia acontece capacitação com os internos para auxiliar nas ações de saúde

através da busca e detecção de casos de tuberculose. Que oferece o teste, o aconselhamento e

o tratamento na unidade prisional, desde que o recluso aceite.

O HIV diminui a resposta imune no individuo e o risco da pessoa confinada no

presídio de contrair e desenvolver tuberculose é maior, sendo a principal causa de morte das

pessoas que possuem HIV.

Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidades sobre HIV e Aids o número de

indivíduo com Aids é maior na população carcerária do que na população geral. Mas ainda é

pouco o monitoramento das pessoas privadas de liberdade. (UNODC, 2012)

Para a gestante alojada no estabelecimento prisional as ações incluem o diagnóstico de

HIV e Sífilis, prevenindo a transmissão vertical. Essa gestante também deverá ser incluída no

Programa Nacional da Rede Cegonha, que concede a gestante o atendimento integral e de

qualidade.

Outra ação de saúde nas unidades prisionais é o fornecimento de imunizações para

hepatites virais. E também diagnóstico e tratamento para os reclusos.

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No Distrito Federal foi implantada uma sala de vacinação no Centro de Detenção Provisória

da Papuda. As vacinas são aplicadas sempre nas terças e sextas, dias em que chegam os novos

presos. Nos demais dias da semana a vacinação ocorre nos estabelecimentos penais. (SISPE,

2009)

De acordo com o guia da Organização Mundial da Saúde, para que aconteça a

promoção da saúde em prisões, é preciso que “a política de saúde na prisão deve estar

integrada com a política nacional de saúde e a administração pública deve estar estritamente

ligada com os serviços de saúde oferecidos na prisão”. (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2011)

Segundo o manual aprovado na Portaria 63 de 08 de abril de 2009 a assistência no

sistema penitencial federal vai desde o enxoval, o material de higiene pessoal que o preso

recebe até as funções desenvolvidas pelos profissionais de saúde para promover a assistência

à saúde.

Dentre os procedimentos para a promoção da saúde no Sistema Penitenciário Federal

está a avaliação de saúde do indivíduo, como pode ser acompanhado no fluxograma 1. Esse

indivíduo deverá ser incluído nos programas juntamente com os seus familiares durante o

cumprimento da pena. Ele deverá passar por outra avaliação antes de ser liberado ou, antes de

retornar a unidade prisional. Todas as avaliações e históricos médicos devem constar no

prontuário do paciente e se este for transferido deverá ser encaminhado juntamente com seu

prontuário (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2011).

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Fluxograma 1 - Procedimento para promoção da saúde no Sistema Penitenciário

Federal

Fonte: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2011.

Na penitenciaria federal ocorre a triagem nos 20 primeiros dias, conforme apresentado

no fluxograma 2 na qual o recluso passará por exames médicos e será entrevistado pelas

equipes multiprofissional, de acordo com o fluxograma 3 e posteriormente encaminhado para

a cela. Deverá ser disponibilizado um prontuário no qual conterá as anamneses e os

acompanhamentos de saúde. As demandas gerais e também situações específicas de cada

indivíduo são discutidas em reuniões.

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Fluxograma 2

Fluxograma de triagem realizado no sistema penitenciário federal:

Fonte: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2011.

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Fluxograma 3

Fluxograma da Comissão Técnica de Classificação*

Fonte: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2011.

___________________

*A Comissão Técnica de Classificação é responsável pelo desenvolvimento de projetos e o acompanhamento da

evolução do preso em busca da individualização de sua pena, tendo como meta a reintegração social.

(MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2011)

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Os indivíduos presos que necessitam de ações de maior complexidade deverão ser

referenciados para a rede local que será definida em cada Estado através do plano diretor

regional, comissões e conselhos estaduais de saúde.

Porém alguns gestores encontram dificuldades nas referências e contra referências para média

e alta complexidade. Mas é possível encontrar soluções, como no caso do Distrito Federal que

conta com sete leitos no hospital público da Asa Norte. A enfermaria conta com sistema de

segurança e camas para o descanso dos policiais. (SISPE, 2009)

A atenção a saúde no sistema prisional envolve a saúde das pessoas privadas de

liberdades e dos cuidadores, sugerindo o uso de processos educativos para trabalhar a

prevenção e a promoção da saúde nas unidades prisionais. Nesse processo deverão estar

envolvidos não somente a população carcerária, mas todas as pessoas que lá se encontram.

Estas e outras ações são para proporcionar que aconteça a saúde no Sistema Prisional.

É o resultado de um longo trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Ministério da Saúde,

Ministério da Justiça, Organização Mundial de Saúde, Gestores Estaduais, Municipais,

Conferências de saúde e tantos outros colaboradores.

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4 CONCLUSÃO

O Sistema penitenciário não é um processo estático e sim dinâmico. Envolve pessoas

com cultura, valores, conhecimentos, vivências, experiências variadas. E cada pessoa chega

ao presídio com uma realidade. Ora com patologias, ora sem. A pessoa que não chega com

alguma patologia corre o risco de adquirir algum tipo de transtorno, seja mental ou físico, por

tratar-se de um ambiente muitas vezes superlotado, com pouca ventilação, iluminação, restrito

a atividades e até isolado. O serviço de saúde presente dentro da unidade prisional como

vimos no decorrer do trabalho apresenta programas para atender o indivíduo de acordo com a

sua necessidade. Seja um atendimento ou até mesmo o tratamento de uma situação crônica.

Vale ressaltar que o ideal é que o preso seja atendido na própria unidade, pela equipe

multiprofissional, mas caso seja necessário alguma intervenção que na unidade não possua

recurso para realizar, este será encaminhado para outro serviço para que seja atendido em toda

a sua totalidade.

As ações e serviços de atenção à saúde devem contar com a participação de todos

aqueles envolvidos no contexto, ou seja, presos, equipes multiprofissional, administradores,

gestores, agentes, familiares, comunidade.

Vimos que o governo brasileiro tem buscado reformular as políticas para melhorar a

atenção a população privada de liberdade. Os programas que antes eram destinados somente a

população geral tem invadido aos poucos sistema prisional. E quando chega ao nosso

conhecimento sobre as implantações que tem acorrido nos Estados, sabemos que existem

agentes interessados em melhor o sistema. É sabido que a legislação não muda a realidade,

tanto que ainda tem regiões que não veem importância no desenvolvimento deste trabalho.

Não adianta possuir as ferramentas se não fazem uso delas. Ou seja, se existem

programas, ações e serviços de saúde dentro das prisões para realizar atividades de baixa

complexidade e referências locais para média e alta complexidade, mas não ocorre a

alimentaçãodo banco de dados referente aos atendimentos realizados, as patologias

diagnosticadas. É o mesmo que dizer que não acontece trabalho em saúde, porque sabemos

que os números de agravos existem, mas não são registrados. Ou se possui toda infraestrutura,

mas os profissionais não são capacitados, não são acompanhados. Estes além de ser

cuidadores também precisam ser cuidados.

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As ações e serviços de saúde estão presentes em leis, portarias, programas, em

algumas penitenciárias. Mas para que o sistema penitenciário funcione como a sociedade e os

colaboradores esperam é necessário que se tenha interesse em realizar as ações e serviços de

saúde nesse sistema para apresentar bons resultados nos indicadores de saúde.

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5 REFERÊNCIA

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