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A riqueza dos Bancos e pobreza dos municípios
S C M - S i s t e m a s C o n s u l t o r i a e M é t o d o
L t d a .
E - M a i l : s c m . s i s t e m a s @ g m a i l . c o m
F o n e : ( 3 1 ) 3 3 0 9 - 9 6 4 5 / 9 9 6 4 5 - 0 8 0 1 1 2 / 2 2 / 2 0 1 5
Eng. Sebastião Martins A parte 1, deste documento, trata do Resumo do Livro ISS das Instituições Financeiras. Foram analisados os municípios com mais 50.000 habitante, totalizados em 449 e as 27 capitais, vislumbrando um incremento médio mensal de ISS de R$ 71.969.075,00 R$/mês sobre uma arrecadação média mensal estimada de R$ 208.945.171,00 R$/mês. Na parte 2, tratamos do ISS devido pelas operações com uso de crédito e débito. Na parte 3, tratamos do Calculo do ISS
segundo dados dos Balancetes do
BACEN e na visão do autor.
Sobre o autor
Eng. Eletricista, pós-graduado em Gerenciamento de Projeto pelo IETEC (Instituto de Educação Continuada – BH, MG), profissional com mais de 30 anos de mercado, com amplos conhecimentos técnicos, administrativo, projetos e acompanhamento de obras, financeiro, contábil e tributário, adquirido nas atividades abaixo relacionadas e consolidado pelo desenvolvimento pessoal de Sistema Gerencial Administrativo, Financeiro e Tributário, já implantado e em perfeito funcionamento em grandes empresas. Ex. prof. da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e PUC ( Pontifícia Universidade Católica do Minas Gerais) com vários artigos técnicos publicados. Conhecimento básico em Direito Tributário, Constitucional, Administrativo, Participação Pública Privada e contabilidade básica / avançada. Autor dos Livros
a) ISS das Instituições Financeiras (230 páginas),
b) ISS nas operações com cartões de crédito e débito (tese).
http://portalamm.org.br/iii-seminario-de-gestao-e-arrecadacao-municipal/ Aprovado no MPU (classificação 118), Tribunal de Justiça (Classificação 135) e ALMG (Assembleia Legislativa do Paraná). Pós-graduação com ênfase em Análise de Investimentos Análise de Balanço para fins de financiamento junto ao BNDES.
1) INFORMÁTICA
Excel, Word, Analista e desenvolvedor de Sistemas (sendo autor de um Sistema ERP e CRM) e Planilha (Excel) para avaliação e análise de decisão em projetos de tubulações nas áreas de saneamento (adutoras e esgoto) e valor de jazidas de minério de ferro.
2) EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
Atual-Consultor em Empresas de Saneamento, análise de investimentos industrial e imobiliário, impostos ISSQN tributário municipal. Mineração de ferrosos e não ferrosos (cobre e alumínio), Siderurgia e
metalurgia de cobre e alumínio.
http://www.direitobrasil.adv.br/index_arquivos/Page1474.htm
http://www.consultoriaiss.com/
http://www.viomundo.com.br/denuncias/maria-lucia-fattorelli-a-verdadeira-pedalada-fiscal-nao-sai-nos-jornais.html
http://www.viomundo.com.br/denuncias/adriano-benayon-o-brasil-como-vassalo-dos-banqueiros.html
Parte 1 - A riqueza dos bancos e pobreza dos municípios ................................ 4
1) Introdução .................................................................................................... 4
a) ISS Instituições Financeiras Totais MUNICÍPIOS e CAPITAIS ........ Error! Bookmark not defined.
2) Constituição Federal .................................................................................... 5
2.1) Autonomia Municipal ............................................................................. 5
2.2) Plano Plurianual (PPA) .......................................................................... 5
3) Banco Central e o COSIF ............................................................................ 6
4) Perda do ISS das Instituições Financeiras .................................................. 7
5) DES-IF ......................................................................................................... 8
DES-IF (Declaração Eletrônica de Serviços das Instituições Financeiras)......... 8
6) Curva de Lafer ........................................................................................... 10
6.1) Governo sério e competente ............................................................... 11
a) Reduzindo os impostos ....................................................................... 11
b) Cortando despesas ............................................................................. 12
c) Trazendo investimentos ...................................................................... 12
6.2) Governo incompetente ........................................................................ 12
6.3) Conclusão parcial ................................................................................ 12
7) Desempenho dos Bancos .......................................................................... 13
7.1) Segundo o DIEESE ............................................................................. 13
7.1.1) Comentários ................................................................................. 14
7.2) Perdas de ISS segundo o autor deste trabalho ................................... 15
a) Receitas Operacionais ........................................................................ 15
b) Receitas Operacionais ........................................................................ 15
8) Calculando o lucro dos bancos para o ano de 2015 .................................. 16
9) Perfil dos Bancos ....................................................................................... 17
f) Variações das várias RECEITAS (COSIF) para os bancos ....................... 19
d) Gráfico das variações nas contas COSIF – anos 2014 à 2015 ................. 19
e) Observações: ............................................................................................. 20
g) Gráfico das contas COSIF vinculadas aos bancos – 01 a 11/2014 ........... 21
h) Gráfico das contas COSIF vinculadas aos bancos – 01 a 11/2015 ........... 21
10) Dívida Pública - Entendendo seu mecanismo ........................................ 22
12) Cálculo do ISS - Receitas Operacionais ................................................. 24
14) Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF ................................................... 26
15) Pacto Federativo .................................................................................... 27
16) Princípios Constitucionais da Ordem Econômica ................................... 28
17) Licitação de software x Contratação de serviços consultivos ................. 30
18) Ministério Público e Tribunais de Contas ............................................... 30
19) Conclusão Parcial – ISS das Instituições Financeiras ............................ 31
20) Explicando o inexplicável ....................................................................... 32
21) Conclusão .............................................................................................. 32
Parte 2 - Cartões de Crédito e Débito .............................................................. 34
22) Introdução .............................................................................................. 34
23) Lei Complementar – LC 116/2003 .......................................................... 34
a) Esclarecimentos finais ............................... Error! Bookmark not defined.
24) Concessões tributárias ........................................................................... 37
25) Constituição Federal ............................................................................... 37
a) Art. 3º objetivos fundamentais: ............................................................ 37
b) Art. 170º Princípios gerais da ordem econômica................................. 38
26) Direito ao ISS sobre operações com cartões ............................................. 39
27) Parecer do STJ – Cartões de crédito e débito ........................................ 39
28) Conclusão – ISS pelo uso de cartões de crédito e débito ...................... 40
29) Lei da Responsabilidade Fiscal – LRF (Lei 101/2000) ........................... 41
30) Conclusão – ISS pelo uso de cartões de crédito e débito .......................... 43
Parte 3 - Cálculo do ISS das Instituições Financeiras ...................................... 46
31) Cálculo do ISS segundo dados dos Balancetes do BACEN ................... 46
32) Valores de provável evasão de ISS: ....................................................... 46
33) ISS Instituições Financeiras Totais - MUNICÍPIOS e CAPITAIS ............ 47
34) Conclusão geral ...................................................................................... 49
Parte 1 - A riqueza dos bancos e pobreza dos municípios
1) Introdução
No livro “ISS das Instituições Financeiras” tratamos de assuntos relevantes do
ISS das Instituições Financeira e sua repercussão na receita tributária dos
municípios, bem como da doutrina, leis e jurisprudência pertinentes, de forma a
orientar os gestores municipais em sua tarefa administrativa.
No conjunto dos 449 municípios e 27 capitais estudadas, há a possibilidade de
se incrementar mais de mais de R$ 73.065.607,00 R$/mês aos cofres públicos
para uma receita estimada de 213.735.184,00 R$/mês.
a) ISS Instituições Financeiras Totais MUNICÍPIOS e CAPITAIS
Para os 449 Municípios o incremento médio esperado é de 64,82 %, enquanto
que para as Capitais, este incremento será de 15,53 %, gerando um
incremento, total, médio de 34,19 %.
Neste artigo procuraremos demonstrar, sem, entretanto, querer caracterizar
sonegação de impostos por parte das Instituições Financeiras, que os
municípios podem estar perdendo considerável receita tributária tão necessária
ao cumprimento de suas obrigações para com a sociedade fundada no Pacto
Federativo.
Portanto, a opinião do autor é de que os órgãos competentes, em função do
que neste trabalho se busca demonstrar, procedam uma averiguação nas
declarações que as Instituições Financeiras prestam ao Banco Central, e, se
constatada sua procedência, sejam tomadas as devidas medidas corretivas.
Comentaremos, embora fora do escopo central deste trabalho, os conceitos de:
a) Autonomia municipal,
b) Plano Plurianual Anual – PPA,
c) Pacto Federativo e,
d) Princípios Constitucionais da Ordem Econômica,
por consubstanciarem os deveres, obrigações e restrições impostas aos entes
municipais.
2) Constituição Federal
2.1) Autonomia Municipal
A Constituição Federal de 1988, em seu Art. 18, estabelece que a organização
político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos
desta Constituição.
A autonomia dos entes federativos fundamenta-se nas capacidades de: a)
auto-organização, mediante a elaboração de lei orgânica própria; b) de
autogoverno, pela eletividade do prefeito e dos vereadores as respectivas
Câmaras Municipais; c) normativa própria ou capacidade de auto legislação,
mediante a competência de elaboração de leis municipais sobre áreas que são
reservadas à competência exclusiva e complementar; d) de auto administração
(administração própria, para manter e prestar os serviços de interesse local)
(SILVA, 1989, p. 8).
Não obstante a declarada autonomia conferida aos municípios pela
Constituição Federal a União não a respeita quando, em seus decretos e atos
normativos, determina normas e procedimentos que interferem na autonomia e
interesses municipais, a exemplo de atos normativos, expedidos pelo Banco
Central, consentâneos à sua atribuição fiscalizadora das Instituições
Financeiras.
2.2) Plano Plurianual (PPA)
Como previsto no art. 165 da Constituição Federal, o Plano Plurianual (PPA) é
um instrumento destinado a organizar e viabilizar a ação pública, com vistas a
cumprir os fundamentos e os objetivos da República.
Por meio dele, é declarado o conjunto das políticas públicas do governo para
um período de quatro anos e os caminhos trilhados para viabilizar as metas
previstas, construindo um Brasil melhor.
Portanto, o PPA orienta o Estado e a sociedade no sentido de viabilizar os
objetivos da República, apresentando uma visão futura para o País, macro
desafios e valores que guiam o comportamento para o conjunto da
Administração Pública Federal.
Por meio dele o governo declara e organiza sua atuação, a fim de elaborar e
executar políticas públicas necessárias. O Plano permite também, que a
sociedade tenha um maior controle sobre as ações concluídas pelo governo.
Portanto, feitas as colocações acima, fica evidenciado a necessidade de se
conhecer e incluir, no PPA, a previsão de recursos financeiros proveniente de
uma adequada gestão do ISS das Instituições Financeiras e das operações
com cartões de crédito e débito no contexto das receitas municipais como
forma de assegurar aos municípios os recursos de que se necessitam para o
cumprimento de suas responsabilidades constantes do Pacto Federativo.
Na atual situação financeira em que se encontra o país, aumentar a carga
tributária imposta ao setor produtivo nacional seria uma medida suicida, não
restando, portanto, outra alternativa que a de se buscar efetivar o principio da
capacidade contributiva previsto na Constituição Federal e no Código Tributário
Nacional, exigindo das Instituições Financeiras uma participação maior na
formação do ISS.
O governo central, que reúne as contas da Previdência Social, Tesouro Nacional e Banco Central, registrou, no ano de 2015, resultado primário deficitário em R$ 114,985 bilhões, ou 1,94% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas do país. Trata-se do pior resultado anual, desde o início da série histórica, em 1997. Em 2014, o déficit registrado ficou em R$ 17,2 bilhões ou 0,3% do PIB. A diferença entre 2014 e 2015 supera R$ 97 bilhões. A Previdência Social responde pela maior parte do déficit no ano, com resultado negativo de R$ 85,8 bilhões. O Tesouro Nacional ficou negativo em R$ 29,3 bilhões e o Banco Central teve déficit de R$ 699,2 milhões. Em dezembro, as contas da União ficaram negativas em R$
60,727 bilhões, influenciadas pelo pagamento da dívida do
governo com bancos públicos. Só no mês passado, o Tesouro
Nacional registrou resultado negativo de R$ 64,49 bilhões, a
Previdência Social em R$ 3,04 bilhões e o Banco Central R$
129,05 milhões.
3) Banco Central e o COSIF
O Banco Central, no cumprimento de suas atribuições repassadas pelo
Conselho Monetário Nacional para aferição e controle dos serviços prestados
pelas Instituições Financeiras e outras atividades por ela exercidas que têm
repercussão na saúde do sistema financeiro, determinou o uso das contas
previstas no COSIF (Contabilidade do Sistema Financeiro).
Todavia, o BACEN instituiu uma escrita de acordo com as suas necessidades
de análise, que abrangem avaliações conjuntas e individuais de risco, de
liquidez e de desempenho das instituições financeiras, mas, insuficiente para
as reais necessidades dos Municípios, que é dirigida a um foco único:
apuração da receita tributável.
Assim, na forma como constituído o COSIF, carecendo de codificação que
permita gerir o ISS das Instituições Financeiras, no âmbito de suas atividades
exercidas nos municípios, o Poder Central enfraquece a autonomia municipal
no momento em inviabiliza a sua utilização como meio de controle e aferição
do ISS por parte dos municípios.
4) Perda do ISS das Instituições Financeiras
A perda do ISS, pelos municípios, relativa aos serviços prestados pelas
Instituições Financeiras tem sua origem na liberdade que estas têm em alocar
suas operações em contas não tributáveis, mesmo quando previstas na lei
116/2003 e realizadas em conformidade com o conceito doutrinário de
serviços.
Favorecendo, ainda, os efeitos negativos desta liberdade de contabilização das
operações bancárias, sua contabilização, feita em conformidade com as
normas do Banco Central contidas no ESTBAN (Estatísticas Bancárias) e
Balancetes Contábeis, não enseja uma boa caracterização dos eventos
tributáveis conforme explicado no item 3, acima.
Se tais normatizações contemplassem uma codificação (COSIF –
Contabilidade do Sistema Financeiro) abrangente de formas a caracterizar as
operações tributáveis do ISS, as prestações de contas que as Instituições
Financeiras fazem ao Banco Central seriam o suficiente para que os municípios
tivessem conhecimento do ISS devidos.
A carência das informações contábeis contidas nas declarações que
Instituições Financeiras prestam ao Banco Central inviabilizou sua utilização no
âmbito de apuração do ISS devidos aos municípios.
Deste fato surgiu a necessidade dos municípios em buscarem, na iniciativa
privada, uma solução para a gestão do ISS daquelas instituições, e, pela falta
de um padrão normativo elaborado com exclusive participação dos órgãos
representantes dos entes ativos da relação tributária, teve por consequência os
seguintes eventos:
a) Dificuldade de interação dos agentes fiscais dos municípios em
interagirem na troca de informações objetivando a maximização da
arrecadação,
b) Existência de exigências diferenciadas na prestação de contas das
operações bancárias, decorrentes da não uniformidade das obrigações
acessórias sobre um mesmo fato jurídico, gerando custos
desnecessários às Instituições Financeiras,
c) Submissão dos municípios mais carente de recursos financeiros às
despesas com aquisição de sistemas de gestão de ISS, sem a devida
receita compensatória, quando analisado sob a ótica de retorno de
investimento.
A solução quanto à inclusão de exigências diferenciadas impostas aos
contribuintes (Instituições Financeiras) foram eliminadas quando da elaboração
da DES-IF com atuação da FEBRABAN, órgão representativo das Instituições,
conferindo-lhe padrões normativos para elaboração. Entretanto, a presença
dos contribuintes na elaboração da DES-IF ensejou-lhes oportunidade exclusão
de registros de atividades que seriam caracterizadas como serviços segundo
previsão da LC 116/2003 e pela doutrina.
Vários fatores respondem pela perda de receitas do ISS das Instituições
Financeiras, entre estes, a falta de:
a) Previsão na legislação tributária do município no Código Tributário
Municipal (CTM),
b) Preparo técnico dos agentes fiscais para o levantamento e aferição de
conformidade dos impostos pagos pelas Instituições Financeiras,
c) Número insuficiente de agentes fiscais para seu processamento,
d) Dificuldade de se aferir as declarações deste tributo, creditado pelas
Instituições Financeiras aos municípios face às faculdades que estas
têm ao contabilizá-los no Plano de Conta que as obrigam, permitindo-se
que operações tributáveis se desloquem para contas não tributáveis.
e) Ter sido o DESIF (Declaração Eletrônica de Serviços de Instituições
Financeira) criado com a participação do sujeito passivo da obrigação
tributária (o devedor do tributo) conforme esclarece abaixo.
5) DES-IF
DES-IF (Declaração Eletrônica de Serviços das Instituições Financeiras)
Pelos fatos acima caracterizados, a ABRASF (Associação Brasileira das
Secretárias de Fazendas das Capitais) e a FEBRABAN (Federação Brasileira
dos Bancos), instado pela segunda, produziram um modelo padronizado de
declaração das operações das Instituições Financeiras que contemplasse, de
um lado, os interesses fiscalizatório do ISS e, de outro lado, não imputasse o
contribuinte em medidas e procedimentos desproporcionais e desuniformes.
Cumpre esclarecer que nas circunstâncias em que foram geradas as normas
de padronização (DES-IF), com visível participação do contribuinte, há de se
esperar, por obvio que o referido padrão traz configurando a possibilidade de
fraude por mascarar a existência de atividades bancarias tributáveis a luz da
LC 116/2003 e conceitos doutrinários de serviços.
Portanto, a referida DES-IF, tendo sido qualitativamente normalizada, deve
ser revista, unicamente pelos representantes dos sujeitos ativos da relação
tributária, objetivando o alcance quantitativo das operações de serviços em
conformidade com a LC 116/2003 e a luz do conceito doutrinário de serviço,
pois, se de forma diferente, teremos, como diz na gíria popular, ”a raposa
tomando conta do galinheiro”.
Como constituída a DES-IF, deduz-se pela não presença de todos os serviços
tributáveis previstos pela LC 116/2003 e de outras atividades abrangidas pelo
termo “CONGENERES” da referida lei, fato que explica e justifica a
manifestação do autor deste documento quanto a possibilidade de fraude nas
declarações das atividades bancarias sujeitas ao ISS (ver item x, pag.y).
http://www.pbh.gov.br/bhissdigital/portal/index.php?content=desif/aprese
ntacao.php
Conforme se depreende o tópico primeiro do site acima, o DESIF foi
desenvolvido por ação conjunta da ABRASF e a FEBRABAN, objetivando
fundamentalmente a normatização das declarações das Instituições
Financeiras relativas aos serviços prestados aos seus clientes no que reporta
ao recolhimento do ISS.
Temos que a promulgação da Constituição Federal de 1988 trouxe no inciso
XXII do art. 37 uma novidade com relação ao funcionamento dos Fiscos em
geral. Neste inciso existe a determinação de que deve haver a integração entre
as administrações tributárias dos Municípios, dos Estados Membros, do Distrito
Federal e da União.
Com base nestas previsões legais e instada pela Federação Brasileira
de Bancos – FEBRABAN a Associação Brasileira das Secretarias de
Finanças das Capitais – ABRASF instituiu um comitê com representantes
de várias capitais brasileiras no intuito de desenvolver um sistema
eletrônico de coleta, validação e transmissão de informações voltado
especificamente para as instituições financeiras autorizadas a funcionar
pelo Banco Central do Brasil.
A solicitação da FEBRABAN, no sentido de haver um sistema padronizado a
nível nacional que coletasse as informações e dados que as instituições
financeiras devem prestar aos fiscos municipais, evitando:
A grande diversidade de espécies e modelos de declaração
As divergências sobre os serviços e valores tributáveis.
Do exame dos objetivos expostos pela FEBRABAN, embora salutar e louvável,
este carece de isenção de imparcialidade, pois resta caraterizado interesses
conflitantes, de um lado o do sujeito ativo da relação tributária (o município), e
de o outro, o do sujeito passivo (o contribuinte – Instituições Financeiras), onde
o devedor tem ampla possibilidade de apresentar no projeto a caraterização
dos serviços sobre os quais entende incidir o ISS, independente da sua
previsibilidade na LC 116/2003 e os conceitos doutrinários de serviço.
Além da estruturação do DESIF ter sido feita com marcante interferência da
FEBRABAN, temos a considerar a marcante influencia que esta organização
exerce sobre a formulação de decretos de leis e nas suas elaborações pois a
maioria dos políticos da Câmara e Senado são eleitos com verbas do Sistema
Financeiro estendendo sua maléfica influência até sobre o judiciário, como
induz a reportagem da VEJA, lida do site abaixo.
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/brasil/1151664/
“FEBRABAN patrocina evento do STJ com ministros que julgam ações contra banco” Por: Severino Motta 06/09/2016 às 19:00.
“O STJ vai realizar na semana que vem um seminário sobre a
desjudicialização dos conflitos na relação de consumo tendo como
foco as disputas bancárias no país.”
Quem patrocina o evento é a Febraban (Federação Brasileira dos
Bancos).
6) Curva de Lafer
Na atual conjunta econômica financeira, com o PIB em marcante retração,
instalada, portanto, a recessão, buscam nossos governantes compensar a
perda de recursos financeiros pelo aumento das alíquotas dos impostos,
desestimulando, ainda mais a atividade econômica, desconhecendo os
princípios básicos que impulsionam o crescimento econômico das nações, cuja
essência acha-se explicado na curva de Lafer.
A Curva de Lafer mostra que um aumento na taxa de impostos eleva a receita
tributária até determinado ponto (máximo). A partir daí, maiores taxas reduzem
a receita tributária, pois desestimulam o trabalho, uma vez que seu resultado
no aumento da renda da classe produtiva deixa de ter efeito agregado nas
melhores condições de vida para os que, efetivamente, contribuem na
formação do PIB.
Pelo menos dois motivos podem explicar esse comportamento.
Em primeiro lugar, um aumento nos impostos representa redução de
receita no retorno sobre cada hora adicional de trabalho. Isso pode, a partir de
determinado ponto, levar as pessoas a trabalhar menos, buscando mais lazer.
Em outras palavras, o imposto tem um efeito distorcido sobre a opção entre
renda e lazer.
Em segundo lugar, taxas de impostos muito altas podem criar incentivos
à sonegação, ou levar as pessoas a procurarem atividades cuja tributação seja
menor.
Em outras palavras, o imposto tem um efeito distorcido sobre a opção
entre renda e lazer. Em segundo lugar, taxas de impostos muito altas podem
criar incentivos à sonegação, ou levar as pessoas a procurarem atividades cuja
tributação seja menor.
Se vale a Curva de Lafer, o grande desafio do governo consiste em
descobrir em que ponto ele está na curva. Se estiver à esquerda de tmax,
poderá aumentar sua receita com a elevação das taxas. Se estiver à direita,
isso não é possível.
6.1) Governo sério e competente
a) Reduzindo os impostos
Em dois meses de governo, Macri (atual presidente da Argentina) retirou todas
as restrições de importações, zerou o imposto de exportação de trigo, milho e
carne, reduziu imposto sobre soja, automóveis e motos, aumentando a
arrecadação provando, de uma vez por todas, a validade da Curva de Laffer.
b) Cortando despesas
Macri denunciou o acordo com o Irã, expulsou os falsos médicos cubanos sob
a justificativa de que não financiaria ditaduras para ludibriar a população com
uma pseudo assistência médica, demitiu 19 mil funcionários públicos da
aparelhagem socialista (aqueles que só aparecem dia 30 pra receber, e que
foram indicados politicamente), desmontou a "Ley de Medios" e anunciou que
vai pagar todas as dívidas dos seus importadores, no importe de US$ 5
bilhões, 80% nas mãos de exportadores brasileiros.
c) Trazendo investimentos
Há duas semanas, investidores internacionais fizeram fila em Davos pra falar
com o presidente da Argentina. O governo argentino já quitou com credores
italianos uma dívida de US$ 2,3 bilhões (por US$ 1,350 bi), e está firme no
caminho de pagar a parcela restante com fundos "abutres", de US$ 9 bi, com
deságio de 30%. Se fizer isso, devolve a Argentina ao mercado mundial de
capitais, depois de 10 anos de kirchnerismo em que a Argentina foi a leprosa
do mundo.
6.2) Governo incompetente
Na contramão da ciência política, dos princípios fundamentais da
economia, da seriedade do trato dos interesses públicos, no Brasil se busca a
adoção de aumentos de alíquotas dos impostos como se tais medidas viessem
a incrementar as receitas tributárias, demonstrando incompetência na gestão
administrativa de governo.
Também não se preocupa com a redução dos gastos improdutivos da
estrutura administrativa do governo, na implantação de uma política auto
sustentável de desenvolvimento econômico e social, na pesquisa das causas
que promovem o vertiginoso incremento do lucro das Instituições Financeiras
(explicada neste livro), quando, em situação oposta, o país se encontra na
retração do PIB (Produto Interno Bruto).
6.3) Conclusão parcial
As explicações acima servem para esclarecer que as medidas tomadas
pelos nossos governantes no sentido de aumentarem suas receitas tributárias
pelo acréscimo de alíquotas de impostos podem ter efeitos opostos. Como a
carga tributária já é insuportável, a busca de procedimentos que busquem a
eficiência e eficácia da gestão dos impostos pode ser uma única solução
alternativa.
7) Desempenho dos Bancos
7.1) Segundo o DIEESE
Segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos), no primeiro semestre de 2015, os resultados obtidos pelos
cinco maiores bancos do país mostram, mais uma vez, que não existe cenário
desfavorável para o setor, independentemente do desempenho do conjunto da
economia. Todos obtiveram lucros elevados, especialmente os dois maiores
bancos privados – Itaú e Bradesco – cujos lucros alcançaram os mais elevados
patamares históricos. Um dos fatores com maior influência nesse desempenho
foi a elevação das receitas com Títulos e Valores Mobiliários, decorrente de
sucessivos aumentos da Selic desde o ano passado, e da alta nos índices de
preços. Outro fator importante foi o crescimento das receitas com o câmbio,
especialmente no Santander e no Itaú Unibanco.
O total de ativos das cinco maiores instituições bancárias do país atingiu, em
dezembro de 2014, o expressivo montante de R$ 5,3 trilhões, com evolução de
14,4% em 12 meses, conforme a Tabela abaixo.
Destaques dos cinco maiores bancos do Brasil – ano 2014 Número de Agências 20.022 0,8% Ativos Totais 5,3 trilhões 14,4% Patrimônio Líquido 370,5 bilhões 18,4% Operações de Crédito 2,6 trilhões 11,3% Resultado com TVM 165,5 bilhões 45,9% Resultado com aplicações compulsórias 28,0 bilhões 32,9% Resultado Bruto da Intermediação Financeira
117,8 bilhões 17,4%
Receita de Prestação de Serviços e Tarifas
104,1 bilhões 10,9%
Despesas de Pessoal 74,6 bilhões 8,7% Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa
72,3 bilhões 9,2%
Lucro Líquido Total 60,3 bilhões 18,5% Número de Funcionários 451.116 -1,1%
O patrimônio líquido (PL), capital próprio dessas instituições, cresceu 18,4% no
período, atingindo R$ 370,5 bilhões.
Os lucros dos bancos em 2014 foram, segundo o Dieese, de:
Itaú – R$ 20,6 bilhões,
Bradesco – R$ 15,3 bilhões,
Banco do Brasil – R$ 11,3 bilhões,
Caixa – R$ 7,1 bilhões,
Santander – R$ 5,8 bilhões
Enquanto o PIB decresce, os bancos vivenciam ótimos resultados, com
destaque especial para as seguintes operações:
a) Operações de Crédito com 2,6 trilhões, e uma variação de 11,3%
em relação ao ano de 2013, e,
b) Receita de Prestação de Serviços e Tarifas, com 104,1 bilhões, e uma
variação de 10,9% em relação ao ano de 2013,
c) Número de Funcionários igual 451.116, com uma retração de 1,1 % em
relação ao igual período de 2013
d) Já no 1º semestre de 2015, o desempenho dos bancos, foi conforme
abaixo;
e) Operações de Crédito com 2,8 trilhões, e uma variação de 10,9 % em
relação ao igual período de 2014, e,
f) Receita de Prestação de Serviços e Tarifas, com 55,2 bilhões, e uma
variação de 11,4% em relação ao igual período de 2014
g) Número de Funcionários igual 439.422, com uma retração de 1,6 % em
relação ao igual período de 2014
7.1.1) Comentários
1. Conforme se depreende acima, embora expressivo sejam as Receitas de
Prestação de Serviços e Tarifas, os valores de ISS pagos aos municípios,
não registram a proporcionalidade esperada pela aplicação de alíquotas
correspondentes, retratando como causa os fatos explicados no item 4 -
Perda do ISS das Instituições.
2. Enquanto as Instituições reduzem o quadro de funcionários, embora
desnecessária seja a medida dada aos elevados lucros, na Administração
Pública as despesas com o funcionalismo, parlamentares e gestores
públicos crescem dia a dia,
3. Relativamente às operações de crédito, como explicado no item 4 - Perda
do ISS das Instituições -, o imposto pertinente é o IOF, mas, pelas
receitas que as Instituições Financeiras obtêm com as atividades acessórias
e autônomas associadas, onerando os seus clientes na realização das
operações de crédito, na visão do autor deste artigo, incidem o ISS.
4. De igual forma, nas rendas com as operações de câmbio, desvinculadas da
conversão de moedas (variação do dólar e taxa Selic), pela prestação de
serviços, autônomos, que vierem a cobrar de terceiros, e realizados em
conformidade com os preceitos doutrinários de serviços, também fazem jus
o ISS.
5. De igual forma, nas rendas com as operações de desconto de títulos e
valores mobiliário, desvinculadas dos juros e variação da taxa Selic, pela
prestação de serviços, autônomos, que vierem a cobrar de terceiros, e
realizados em conformidade com os preceitos doutrinários de serviços,
também fazem jus o ISS.
7.2) Perdas de ISS segundo o autor deste trabalho
Com base nos dados contidos nos Balancetes que as Instituições Financeiras
prestam ao Banco Central, apurou-se a totalização de receitas nas contas
COSIF, cujos valores se acham registrados abaixo.
a) Receitas Operacionais
Eliminando do quadro acima as contas;
7.1.4.00.00-0 Rendas de Aplicações Interfinanceiras de Liquidez,
7.1.8.00.00-2 Rendas de Participações,
por serem as que podem encontrar maiores resistência para seu
enquadramento como tributáveis além do IOF, temos que nas a
atividades a elas associadas e desvinculadas de seu núcleo financeiro,
por terem características de prestações de serviço por prestadores à
tomadores com CNPJ diferentes, devem incidir o ISS.
Devido, entretanto, a polemica do assunto resolvemos desconsiderá-las,
gerando, por consequência, o quadro abaixo, sobre o qual teceremos
nossas considerações.
b) Receitas Operacionais
Do exame do quadro acima, vemos que as as atividades que mais propiciaram
elevadas receitas às Instituições Financeiras são as referentes a RENDAS DE
CAMBIO e RENDAS COM TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS, que tem
pouca vinculação com as atividades relacionadas à geração do PIB,
demonstrando que mesmo em situações de retração da economia é possivel o
crescimento dos lucros dos bancos.
Temos as seguintes explicações para as receitas das Instituições
Financeiras:
RENDAS DE CAMBIO – acha-se vinculada a desvalorização do Real
frente ao Dolar ocorrida no período de 01/2014 à 11/2015.
RENDAS COM TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS – aquisições de
títulos do governo e sua posterior recolocação no mercado a preços
superiores ao de suas respectivas compras,
RENDAS DE ARRENDAMENTO MERCANTIL – rendas que tem
vinculações com as atividades do setor produtivo, apresentaram um
retração de 41,16 %, caracterizando descrença dos empresarios no
crescimento do país,
RENDAS DE PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS – rendas que têm direta
relação com as atividades economicas, apresentaram um crescimento
de 8,89%, que, descontado a inflação de 6,41%, e 10,71%,
respectivamente para os anos 2014 e 2015, totalizando-se em 17,12%,
vemos que neste mesmo periódo houve, portanto, uma retração, na
prestação de serviços da ordem de 8,23 %, que demonstra, claramente
uma retração da economia no mesmo.
8) Calculando o lucro dos bancos para o ano de 2015
Para o referido cálculo usaremos os dados das contas resultado dos 11 meses
dos anos 2014 e 2015, reproduzidos abaixo, que nos aponta para um
crescimento de 45,67 % que será ajustado pelo valor de participação
percentual das despesas face sua respectiva receita para o ano de 2014.
Assim, o valor a se aplicar sobre o lucro líquido de 60,3 bilhões (desempenho
dos banco segundo o Dieese item 7.1, pag. 10) será de 45,67 % * (100-% das
despesas associadas às respectivas receitas), ou seja:
Lucro previsto para 2015 = 60,3 * (1+45,67/100) * (1 – 13/100) = 76,42 bilhões.
9) Perfil dos Bancos
Enquanto a mídia reproduz as declarações dos bancos para o relato do
desempenho deste setor, o autor deste artigo preferiu buscar estas
informações nas próprias declarações por eles prestadas ao Banco Central,
produzindo, com base nestes, os quadros abaixo.
Nas tabelas que se seguem, tem-se por objetivo evidenciar o perfil das
Instituições Financeiras além da tendência de deslocamento das atividades
bancarias para as operações de RENDAS DE CAMBIO e RENDAS COM
TÍTULOS E VALORES MOBILIARIOS, demonstrando, mais uma vez, que,
mesmo em periodos de recessão econômica, pelos efeitos dos incrementos da
variações cambiais e da taxa Selic é possivel conferir às Instituições
Financeiras vultosos lucros operacionais.
Também, pela redução das operações com leasing, pode-se inferir uma
retração da economia pela redução na aquisição de bens de produção.
Como visto, as Instituições Financeiras permanecem imunes aos efeitos da
recessão economica que assola o País, e porque não dizer, dela se
aproveitando.
Apresentaremos os quadros demonstrativos retratando as variações nas
contas COSIF para o Banco do Brasil, Caixa Econôminca Federal, Sistema
Bradesco, Sistema Itaú e BNDES, deixando para o leitor sua análise,
detacando, conforme já evidenciado, os efeitos negativos para a economia
nacional vinculados á alta variação do dolar e da taxa Selic, que, em
contrapartida, são causas dos altos lucros das Instituições Financeiras.
a) Banco do Brasil
b) Caixa Econômica Federal
c) BNDES
d) Sistema Itaú
e) Sistema Bradesco
f) Variações das várias RECEITAS (COSIF) para os bancos
A seguir mostramos as variações dos valores acumulados das Contas de
Resultados nos períodos dos 11 primeiros meses dos anos de 2014 e 2015
para as Instituições Financeiras (Bradesco, Itaú, Caixa, Banco do Brasil e
BNDES).
d) Gráfico das variações nas contas COSIF – anos 2014 à 2015
e) Observações:
Conforme gráfico acima, fica demonstrado o quanto a variação
cambial gerou receitas para o BNDES, bem como as operações
com Títulos e Valores Mobiliários, operações que geram lucros
astronômicos para as Instituições Financeiras, mas, prejudiciais
ao crescimento econômico e geração de emprego.
Visualiza-se, também, a drástica redução nas operações de
arrendamento mercantil, caracterizando uma fuga da busca de
recursos financeiros para financiar os meios de produção
(aquisições de equipamentos destinados à produção de bens).
g) Gráfico das contas COSIF vinculadas aos bancos – 01 a 11/2014
h) Gráfico das contas COSIF vinculadas aos bancos – 01 a 11/2015
Observação:
O gráfico acima nos mostram as receitas bancárias associadas ás contas
COSIF (eixo das abcissas) para os bancos listados à direita. Da simples
observação pode deduzir o quanto as operações de:
7.1.5.00.00.3 – RENDAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS,
7.1.3.00.00.7 – RENDAS DE CÂMBIO,
ponderaram na formação do astronômico lucro sistema financeiro (da ordem de
114,7 bilhões) no período de 2015, enquanto o PIB do Brasil experimentava
uma redução superior à 3,50%, arrastando consigo a receita tributária dos
municípios do qual o ISS associados a estes serviços das Instituições
Financeiras representa uma significativa participação, justificando o título deste
artigo << A riqueza dos bancos e pobreza dos municípios >> >
10) Dívida Pública - Entendendo seu mecanismo Para aqueles que desejarem ter um conhecimento mais aprofundado do
porque nossos governantes e o Banco Central, este a mando do Governo
Central, nada fazem contra os interesses das Instituições Financeiras, pois, na
essência da verdade, ambos são parceiros, recomendamos a leitura atenta do
conteúdo dos sites abaixo:
http://www.viomundo.com.br/denuncias/maria-lucia-fattorelli-a-
verdadeira-pedalada-fiscal-nao-sai-nos-jornais.html
http://www.viomundo.com.br/denuncias/adriano-benayon-o-brasil-como-
vassalo-dos-banqueiros.html
11) Dívida pública: a verdadeira pedalada Observação: O conteúdo do item 10, a seguir é um extrato do trabalho da Dra. Maria Lúcia Fattorelli, ex-auditora federal e especialista em dívida pública. Essas ‘pedaladas’ de R$300 BILHÕES não são discutidas porque não
interessa ao sistema financeiro, financiador das campanhas políticas e da
grande mídia.
A coordenadora da Auditoria Cidadã, Maria Lúcia Fattorelli, afirma que a maior
maquiagem contábil já feita nas contas da União ocorre sistematicamente todo
ano, desde o lançamento do Plano Real, no governo Itamar Franco (1994), e
serve a um único propósito: garantir ao sistema financeiro o pagamento dos
juros da dívida pública brasileira, avaliada hoje em R$ 3,3 trilhões.
Em termos contábeis, pedaladas fiscais são maquiagens que adiam despesas
de um período para o outro, de forma que os balanços imediatos pareçam mais
positivos do que realmente o são. Por isso, o TCU quer explicações de o
porquê do governo Dilma manter as contas no azul às custas do atraso nos
repasses devidos aos bancos públicos, calculados pelo órgão em cerca de R$
40 bilhões.
E isso justamente em 2014, ano eleitoral. O assunto inunda o discurso da
oposição e as manchetes da grande mídia. E dá sustentação a tese do
impeachment.
Entretanto, a auditora fiscal aposentada da Receita Federal que hoje trabalha
na auditoria da dívida Grega denuncia que as pedaladas de Dilma não são
nada perto da maquiagem elaborada por orientação do sistema financeiro para
garantir o exorbitante pagamento da dívida pública, há 20 anos.
E essas pedaladas não entram na agenda de discussão pública porque não
interessa ao sistema financeiro, financiador das campanhas políticas e da
grande mídia. “A verdadeira pedalada fiscal não sai nos jornais”, afirma
Fattorelli.
Segundo ela, o sistema ilegal que infla o bolo dos juros da dívida foi descoberto
entre 2009 e 2010, durante a CPI da Dívida, realizada pela Câmara dos
Deputados. A manobra fiscal foi denunciada ao Ministério Público da União
(MPU), em relatório encaminhado pela Auditoria Cidadã da Dívida e consta
também no voto em separado apresentado pelo deputado Ivan Valente (PSOL-
SP). As investigações sobre o tema, entretanto, estão engavetadas.
Consiste basicamente em driblar a chamada “regra de ouro” prevista no Artigo
167 da Constituição que proíbe “a realização de operações de créditos que
excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas
mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo poder legislativo por maioria absoluta”.
Na prática, o que essa determinação constitucional diz é que o Estado não
pode contrair novas dívidas para pagar despesas correntes. A finalidade é
evitar o endividamento descontrolado do Estado, bem como a utilização da
dívida pública para o pagamento de despesas correntes ou despesas de
custeio. “É por causa desta regra de ouro que o governo não pode emitir títulos
de dívida e dobrar os salários dos servidores públicos em greve, por exemplo”,
esclarece a auditora.
É também por causa desta regra que a presidenta Dilma está sendo convocada
pelo TCU a explicar porque usou os R$ 40 bilhões que deveria repassar aos
bancos. No entendimento do Tribunal, usar recursos bancários configura
empréstimo, o que é proibido pela Constituição. Em audiência pública na
Câmara, nesta terça (14), o advogado-geral da União, Luiz Adams, defendeu
as contas do governo: foram contratos de prestação de serviços e não
operações de crédito.
Mas o que causa espanto, segundo Fattorelli, é que esta mesma regra é
quebrada para garantir os juros polpudos destinados ao sistema financeiro. E,
neste caso, ninguém contesta.
Pelas normas contábeis, os juros da dívida fazem parte do grupo de despesas
correntes, mas as despesas com amortizações dessa mesma dívida já são
classificadas como despesas de capital.
Como a Constituição impede que o governo faça dívida para pagar despesas
correntes, a dívida geral é inflada para que as despesas criadas para
pagamento dos juros possam ser contabilizadas como amortizações.
Isso, segundo Fattorelli, causa distorções imensas no valor final do montante
da dívida que é divulgado para a população. Em 2012, por exemplo, a Auditoria
Cidadã calculou em cerca de R$ 286 bilhões os juros nominais estimados.
O valor informado pelo governo, porém, foi de R$ 134 bilhões, valor muito
inferior ao que a organização considera plausível. Hoje, com a dívida em mais
de R$ 3,3 trilhões, a pedalada da dívida é estimada em cerca de 300 bilhões
por ano, segundo a auditora.
“Não se pode emitir dívida para pagar despesa corrente. Mas os juros são o
que? São despesas correntes. É por isso que estão fazendo atualização
monetária paralela, inflando a dívida e, esta parte que cresce com a
atualização, eles deduzem dos juros para poder pagá-los como se fossem
amortização e fugir do artigo 167. É uma maquiagem. É a verdadeira
pedalada fiscal, que não é da Dilma, não é do Lula, é uma pedalada instruída
pelos bancos, pelo sistema financeiro e que não aparece nos jornais”, alerta
ela.
12) Cálculo do ISS - Receitas Operacionais
Calculando o provável ISS nos termos das alíquotas, médias, mostradas na coluna A (quadro seguinte) obteremos os valores mostrados na coluna F, destacando-se para as RENDAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO o valor de 187.500.366,28 R$/mês (2.250.004.395,38 / 12).
Na tabela abaixo vamos apresentar os valores mensais do ISS devido pelas
Instituições Financeiras, na visão do autor deste trabalho, e, a seguir compará-
lo com os obtidos dos dados do balancete do Banco Central, calculados à
alíquota média de 2,40 %. Esta comparação acha-se visualizada na penúltima
e última linha da tabela abaixo.
Vê-se, na última linha, a possibilidade de se arrecadar, conforme dados do
balancete das Instituições Financeiras registrados no BACEN, um ISS no valor
de 180.00.351,63 R$/mês, valor que difere em 4,00 % do calculado pela teoria
desenvolvida pelo autor de trabalho, mostrado na penúltima linha da última
coluna.
Portanto, se o ISS pago pelas Instituições Financeiras ficar abaixo de 10,00 %
do valor estimado, pelo autor, de 187.500.366,28 R$/mês, fica aqui a
recomendação de melhor fiscalizar estas instituições.
Perante tais considerações é de fundamental importância para um bom
aproveitamento dos dados ESTBAN (Estatística Bancária – do Banco Central)
que nele se fizesse constar VERBETES que abrigasse o ISS contido nas
operações acessórias autônomas vinculadas às seguintes rendas:
a) 7.1.5.00.00-3 - Rendas com títulos e valores mobiliários,
b) 7.1.1.00.00-1 - Rendas de operações de crédito,
c) 7.1.3.00.00-7 - Rendas de Câmbio, e,
d) 7.1.7.00.00-5 - Outras Receitas Operacionais, devendo, serem abertas em
seus níveis analíticos a fim de permitir sua analise por parte da fiscalização,
objetivando conhece-las para determinar a incidência ou não do ISS.
Atualmente, as receitas de ISS sobre o Arrendamento Mercantil são
direcionadas para os municípios de sedes das Instituições Financeiras.
13) Sintetizando
Na opinião do autor, na operacionalização de toda atividade que as Instituições
Financeiras cobram de seus clientes tarifas ou outras formas de remuneração
além dos juros incidentes nos valores das operações financeiras, constituindo-
se em receitas de atividades autônomas, contratuais e realizadas à luz do
conceito doutrinário e jurídico de serviços, deveriam ser contabilizadas em
contas próprias e tributadas pelo ISS, independentemente de sua nomeação
expressa nos itens da Lei 116/2003, pois a palavra “CONGENERES”
certamente as enquadraria na lei.
Buscando um conhecimento mais apurado que justificasse o valor do provável
ISS não recolhido aos cofres municipais, o autor deste trabalho requisitou ao
Banco Central a seguinte explicação:
Existem decretos, regulamentos e normas que desobriguem as
Instituições Financeiras a descumprirem-se no reconhecimento de
ISS devidos por suas operações realizadas segundo os itens da lista
10 e 15 da LC 116/2003 ?.
Em caso afirmativo, favor dar a conhecer destes decretos,
regulamentos e / ou normas que dão respaldos ao
descumprimento das exigências da LC 116/2003.
14) Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF
É regra que o principal objetivo da Lei de Responsabilidade Fiscal, de
acordo com o caput do art. 1º, consiste em estabelecer normas de finanças
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
Em seu parágrafo primeiro procura definir o que se entende como
“responsabilidade na gestão fiscal”, estabelecendo os seguintes postulados:
Ação planejada e transparente;
Prevenção de riscos e correção de desvios que afetem o equilíbrio das
contas públicas;
Garantia de equilíbrio nas contas, via cumprimento de metas de
resultados entre receitas e despesas, com limites e condições para a
renúncia de receita e a geração de despesas com pessoal, seguridade,
dívida, operações de crédito, concessão de garantia e inscrição em
restos a pagar.
Entende-se por Renuncia de Receita toda ação ou omissão que tenha como
consequências a perda de receitas por parte do gestor púbico, ato enquadrado
na LRF e passível de punição.
Esta renúncia pode caracterizar-se pela omissão em fatos presentes e
pretéritos sobre os quais incidam a obrigação tributária, portanto, é
responsabilidade do gestor público, também, a busca de recursos pretéritos,
devidos e não pagos, dos quais venha tomar conhecimento, devendo promover
uma ação planejada e respectiva prevenção de riscos para uma adequada
administração e gestão de impostos devidos.
Portanto, no momento em que o gestor público dispõe de meios e recursos
para buscar os impostos devidos aos entes municipais, este tem o dever legal
de fazê-lo sobre pena de descumprimento de preceitos legais e, portanto,
passível das penalidades correspondentes por sua omissão.
O ISS das Instituições Financeiras, se devidamente fiscalizado e monitorado,
pode incrementar a receita tributária do município. Esta afirmação se respalda
no fato destas terem a facilidade de alocar seus serviços prestados aos seus
clientes em contas não tributáveis, pela natureza de que estes se revestem,
incrementando seus lucros, quando deveriam, conforme relação de itens de
serviços da lista 15 da lei 116/2003, ser tributados.
15) Pacto Federativo
O tema “Pacto Federativo” é hoje expressão comum em todas as ações
dos municípios e entidades que os representam, pelo que se faz
necessário discorrer sobre o mesmo com o objetivo de apresentar sua
essência, e, consequentemente, entender como este impõe obrigações
de cooperação e responsabilidade nas ações dos Entes Federativos.
Pela clareza do texto de autoria do Sr. Carlos Frederico Alverga, tomo a
liberdade de transcrever o conceito de “Pacto Federativo” pela relevância
do tema e suporte ao presente trabalho.
http://www.sindifisconacional.org.br/index.php?option=com_content&view=articl
e&id=21382:o-significado-do-pacto-federativo&catid=45:na-midia&Itemid=73
O Pacto Federativo, ou, como chamado atualmente, o Federalismo Fiscal, está
definido na Constituição da República Federativa do Brasil (artigos 145 a 162),
nos quais, entre outros temas, são definidas as competências tributárias dos
entes da Federação, e os encargos ou serviços públicos pelos quais são
responsáveis estão definidos entre os artigos 21 a 32.
Além disso, o tal Pacto Federativo tem relação com os mecanismos de partilha
da receita dos tributos arrecadados entre os entes da Federação, sendo
exemplos desses mecanismos os Fundos de Participação dos Estados e do
Distrito Federal e dos Municípios e os Fundos Constitucionais de incentivo ao
desenvolvimento regional (Fundos Constitucionais do Norte, Nordeste e
Centro-Oeste).
Da arrecadação da União relativa ao Imposto de Renda e ao Imposto sobre
Produtos Industrializados, 49% são repassados aos referidos Fundos, e esses
impostos são os que apresentam maior arrecadação no âmbito da União. Logo,
a Constituição estabeleceu uma descentralização da receita tributária,
fortalecendo os entes subnacionais e enfraquecendo a União.
Segundo o autor desta obra “A riqueza dos bancos e pobreza dos municípios”,
conforme acima apresentado, visualizamos três pontos de relevantes aspectos
a moldar a interação entes os entes federativos, a saber: a) absorção/partilha
dos encargos de serviços públicos, b) distribuição da competência tributária e
c) prestação de auxilio financeiro da UNIÃO aos municípios pelo acesso destes
aos Fundos de Participação.
Assim, fica claro a responsabilidade dos municípios em serem corresponsáveis
pela assunção de responsabilidade nas áreas de saúde, educação e
segurança, e para bem exercê-la, se faz necessária sua capacitação financeira,
cuja fonte principal de recursos é o ISS.
No momento, entretanto, em que a UNIÃO, por meio de seus órgãos
normativos, impõe procedimentos fiscalizatórios, que tenham reflexo em outros
entes federativos, desrespeitando o princípio da autonomia, como no caso o
controle da contabilidade imposta às Instituições Financeira pela codificação do
COSIF, resta, também, desrespeitado o Pacto Federativo.
Deste feito, ensejando a possibilidade de descaracterização de serviços de
algumas das atividades exercidas Instituições Financeiras, embora
enquadráveis como tal pela LC 116/2003, pela doutrina e pela vontade do
legislador, a UNIÃO está descumprindo seu papel no pacto federativo,
permitido que o sistema financeiro se enriqueça com a expropriação de
recursos do ISS dos municípios, o que, a principio, é de seu interesse por lhe
assegurar mais recursos através do IR além de poder administrar os gestores
municipais através de liberação pelo Fundo de Participação dos Municípios.
Temos que, enquanto medidas corretivas não forem introduzidas no COSIF
pelo Banco Central não ocorram, não fica difícil se entender que o status quo
reinante, em termo de obtenção de recursos e maximização do lucro do
sistema financeiro, interessa à UNIÃO, pois lhe maximiza IR, imposto de sua
de sua competência.
16) Princípios Constitucionais da Ordem Econômica
O Art. 170 da Constituição da República estabelece os princípios
gerais da ordem econômica, trazendo garantias para a mesma, como a
liberdade de iniciativa do setor privado, mas disciplinando, também, limites a
serem seguidos, tendo em vista outros valores constitucionais como, por
exemplo, a dignidade da pessoa humana.
Os princípios constitucionais da ordem econômica têm por fim assegurar a
existência digna, conforme os ditames da justiça social, respeitados os seguintes
princípios: soberania nacional, propriedade privada, função social da
propriedade, livre concorrência, defesa do consumidor, defesa do meio
ambiente, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno
emprego e tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no
país.
Dentre estes princípios constitucionais da ordem econômica, merece destaque
o da:
a) Redução das desigualdades regionais e sociais,
b) Busca do pleno emprego,
c) Livre concorrência.
Estes objetivos, contidos nos princípios constitucionais da ordem econômica,
jamais serão alcançados mediante a intervenção injustificada do Estado ou de
seus agentes parceiros na livre iniciativa privada, conforme esculpido no art.
170 da Constituição.
A livre iniciativa impõe obrigações de cunho negativo e positivo para o Estado:
a) As de perfil negativo relacionam-se com a não intervenção do Estado,
salvo nos casos determinados na própria constituição, criando-se e
respeitando-se um espaço de autonomia da esfera privada.
b) Já as obrigações de perfil positivo impõem ao ente publico tomar
medidas de modo a assegurar a própria existência e “fertilidade” desse
âmbito privado, adotando medidas de estímulo à economia e ao
desenvolvimento privado.
Ora, como visto, o perfil positivo está a impor medidas que assegurem o
desenvolvimento econômico social e atos e leis que ajam em sentido opostos,
resultam ilegítimos, portanto, devem ser combatidos e não estimulados.
A livre iniciativa encontra-se consagrada no caput do art. 170 da
Constituição Federal como um dos princípios fundamentais da ordem
econômica. Sendo um dos fundamentos dessa ordem, a mesma condicionará a
interpretação dos outros nove princípios especificados nos incisos do referido
artigo.
André Ramos Tavares, verbis:
Além daqueles princípios fundamentais – livre iniciativa e valor social da
iniciativa humana – enumerados em seu caput, o art. 170 das Constituição relaciona
em seus nove incisos os princípios constitucionais da ordem econômica, afirmando
que esta tem por fim assegurar a existência digna, conforme os ditames da justiça
social, respeitados os seguintes princípios: soberania nacional, propriedade privada,
função social da propriedade, livre concorrência, defesa do consumidor, defesa do
meio ambiente, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno
emprego e tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob
as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país.
Portanto, todos os atos, leis e decretos que contrapõem o art. 170 da
Constituição haveriam de ser ilegítimos, e como tal, inconstitucionais. Neste
diapasão estão os atos, leis e decretos que não se fundamentam em justiça
social, mas em protecionismo que as Associações de Municípios e/ou outras
assimilares venham oferecer a seus associados e interfiram no direito da livre
concorrência do setor privado nas atividades econômicas, garantidos, na forma
da lei.
Desta forma, restaram asseguradas as licitações de softwares de gestão do
ISS das Instituições Financeiras para os municípios com mais de 50.000
habitantes (ver item 13b, pag. 17 - Conclusão).
A livre concorrência e a livre iniciativa são garantidas pela Constituição Federal
e configura-se como um dos sustentáculos estruturais da economia nacional. O
Constituinte observou a necessidade de esforços no sentido de incentivar a
presença contínua e em massa de empresas particulares que tenham
condições financeiras e econômicas, bem como o desejo de participar
conjuntamente com o País, do desenvolvimento, do progresso, oferecendo
para tal, condições de garantir força necessária para atuação.
17) Licitação de software x Contratação de serviços consultivos
Na tentativa da busca de melhoria da arrecadação do ISS devidos pelas
Instituições Financeiras, as prefeituras se valem da contratação de serviços
informatizados oferecidos pelo mercado. No entanto, estes prometem
acréscimo de arrecadação através de um controle e gerenciamento sistêmico
que dificilmente se concretizam por não terem sidos desenvolvidos conforme
esclarecido no item 4, pag. 8, e o seu custo de aquisição, geralmente, não é
aferido pelos conceitos que regem a análise econômica de investimentos.
Portanto, antes de qualquer decisão dos gestores públicos na aquisição de
softwares destinados à gestão do ISS das Instituições Financeiras, é
aconselhado a contratação de serviços consultivos para que os
investimentos tragam retorno econômico-financeiro, aliás, como devem ser
pautadas as decisões dos gestores públicos à luz da lei 101/200 - Lei da
Responsabilidade Fiscal).
18) Ministério Público e Tribunais de Contas
Acreditamos, em função dos fatos enumerados neste artigo, que;
a) O Ministério Público deva buscar conhecer dos fatos aqui expostos e
tomar a devidas medidas legais juntos aos gestores públicos e às
associações representativas dos municípios para que se promovam as
medidas que se fizerem necessárias em defesa do interesse público,
conforme sugerido no item 19 – Conclusão – pag. 30, deste documento.
b) Os Tribunais de Contas façam averiguações das despesas dos
municípios com software de gestão de ISS para aferir se nas respectivas
aquisições formam respeitados os aspectos da razoabilidade e
economicidade.
19) Conclusão Parcial – ISS das Instituições Financeiras
Para fazer frente às despesas dos municípios consentâneas ao PACTO
FEDERATIVO, estes devem buscar, de todas as formas legais, um incremento
de receitas, sendo o ISS uma das fontes, excluindo-se os procedimentos que
elevem a carga tributária, e, levando em conta que:
a) Para os municípios com menos de 50.000 habitantes, que não
desfrutam de recursos para o dispêndio na aquisição de software de
gestão de ISS sem prejuízo no atendimento aos seus compromissos
essenciais, fica a recomendação de que seus representantes
(Confederação Nacional dos Municípios), Associações Municipais,
Frente Nacional dos Prefeitos), façam a aquisição de um software
adequado, rateando seu custo entre os municípios, na proporção de sua
população, isento de interesses econômicos, próprios, e o disponibilizem
a seus associados, pois destes já recebem recursos financeiros, bem
como da UNIÃO, pois, em sua maioria se constituem como fundações
e/ou instituições sem fins lucrativos.
b) Para os municípios com mais de 50.000 habitantes, que sejam seus
gestores imputados a observância da LRF (Lei 101 – Lei da
Responsabilidade Fiscal) determinando-lhes fazerem novas licitações
para aquisições de software de gestão do ISS, conforme modelo DESIF
(da ABRASF) e com preço que se ajustem aos critérios pautados pelo
retorno de investimento, aliás, essência dos estudos e cálculos que o
autor deste documento fez para 448 municípios e 23 capitais, e os
colocam à disposição dos gestores municipais, dos Tribunais de Contas
e Ministério Público para orientação de seus preços em conformidade
com as características econômicas financeiras de cada município.
c) Sem querer caracterizar sonegação de impostos por parte das
Instituições Financeiras, ficou evidenciado que os municípios podem
estar perdendo considerável receita tributária tão necessária ao
cumprimento de suas obrigações para com a sociedade fundada no
Pacto Federativo.
d) A opinião do autor é de que os órgãos competentes, em função do que
neste trabalho se buscou demonstrar, devam proceder sua averiguação,
e, se constatada sua procedência, sejam tomadas as devidas medidas
corretivas.
e) Enquanto a taxa Selic sobe, o Real se desvaloriza, PIB cai, e também a
arrecadação de impostos, o lucro das Instituições Financeiras aumenta,
sobretudo pelo que deixam de arrecadar aos municípios pelas atividades
neles exercidas, que, embora com previsão legal e doutrinária devam
sofrer incidência do ISS, quando tal não ocorre, numa clara omissão por
parte do Banco Central, do Congresso e Presidência da Republica
quando deixam de lhes impor uma contabilização/normatização
adequada e respectivas imputações legais pelo descumprimento da LC
116/2003, trabalhando em contraposição do que se espera da
observância do Pacto Federativo.
20) Explicando o inexplicável
A aparente inexplicável omissão dos nossos governantes e entidades públicas,
como as Associações Municipais, em não atuarem no sentido de se buscar das
Instituições Financeiras o ISS devido, conforme prescrito pela LC 116/2003 e os
conceitos doutrinários de serviços, não encontra outra justificativa senão a
vinculações de interesses entre estes, quando os primeiros tem, nos recursos que
lhes são repassados pelos segundos, a razão de suas respectivas ascensões à
cargos públicos; e, nosso caso das Associações Municipais, seus projetos e ações
em favor dos municípios serão, sempre ineficientes, pois, para executá-los, se faz
necessário os recursos que lhes são subtraídos do ISS das Instituições Financeiras
e dos repasses dos Fundos Participação dos Municipais que não lhes chegam por
estar o país em franca recessão, com uma queda do PIB da ordem de 3,80%.
Na promessa de solução dos problemas financeiros que afligem os municípios, as
Associações Municipais obtêm receitas financeiras que custeia sua máquina
administrativa e vantagens econômicas e políticas para seus dirigentes.
21) Conclusão
Não radicalizando quanto a extinção completa de órgãos ineficientes e ineficazes
que representem, de fato, os interesses municipais, proclamo pela existência de um
único órgão, a ele convergindo aporte financeiro, quer da UNIÃO e dos municípios,
objetivando capacitá-lo de estrutura técnica que leve soluções concretas e
exequíveis a capacitarem os municípios nas gestões de seus problemas nas áreas
de saúde, educação e segurança, garantindo-lhes um desenvolvimento sustentável
em consonância com os ditames da Constituição Federal que em seu artigo 3,
estabelece:
Art. 3º objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais
e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Buscando uma maximização de arrecadação do ISS das Instituições
Financeiras e melhor processo fiscalizatório por parte das secretarias de
fazenda dos municípios, recomendo a adoção dos seguintes procedimentos:
a) Aproveitar a estrutura normativa do DESIF (desenvolvido com a
participação de ABRASF e FEBRABAN) e expandir quantitativamente
sua itemização de forma a alcançar todos os itens da LC 116/2003,
ampliados pela conceituação imposta pela palavra “CONGENERES”.
b) Obter do Banco Central que estruture a codificação COSIF nas
declarações que as Instituições Financeiras lhes prestam de formas a
contemplar a proposição do item a, acima,
c) Proceder uma revisão quanto a origem e forma de utilização dos
sistemas de gestão do ISS das Instituições Financeiras, em uso,
principalmente nas capitais, pois muito destes lá estão o sob formas não
previstas em leis para a aquisição de software, como inexigibilidades e
convênios entre entes governamentais, que realizados a preços
exorbitantes retiram dos usuários recursos de que necessitam e os
repassam à esquemas fraudulentos,
d) Que se promovam a recuperação de ISS, ainda não prescritos, resultado
das identificações de sonegações, atuais, processadas e detectadas por
um sistema único de gestão integrada das DESIF,
e) Haja liberalização, formal, de participação de empresas especializadas
em gestão tributária, a elas permitindo, apenas, a forma de remuneração
Ad Exitum, realizada a preços módicos e sob fiscalização dos TCE´s.
Acreditamos que os procedimentos acima em nada interferem com o
caráter discricionário que respaldam as decisões dos gestores públicos,
pois, sejam elas quais forem, se fazem necessárias a observância dos
preceitos que regem a administração pública.
Parte 2 - Cartões de Crédito e Débito
22) Introdução
É impossível, na atual conjuntura social, conviver sem os cartões de crédito e
débito face suas contínuas e crescentes utilidades, pois no atual contexto
econômico funcionam como indispensáveis à promoção do desenvolvimento
econômico e social.
Os cartões se constituem em meio de pagamento que substitui a utilização do
dinheiro e do cheque, com seus riscos inerentes nos casos de perda ou furto e
ainda inadimplência no caso do cheque.
A utilização dos cartões de crédito e débito esta prevista nos itens 15.01 e
15.14 da LC 116/2003 que regula o ISSQN (Imposto Sobre Serviços de
Qualquer Natureza), imposto de competencia dos municipios.
Deixar de considerar esta fonte de recursos caracteriza Renuncia Fiscal,
conforme a LRF (lei 105/2001 – Lei da Responsabidade Fiscal).
Transcrevemos os itens da LC 116/2003 que fundamentam a exigência do ISS
sobre as operações com cartões.
15.01 – Administração de fundos quaisquer, de consórcio, de cartão
de crédito ou débito e congêneres, de carteira de clientes, de
cheques pré-datados e congêneres.
15.14 – Fornecimento, emissão, reemissão, renovação e
manutenção de cartão magnético, cartão de crédito, cartão de débito,
cartão salário e congêneres.
23) Lei Complementar – LC 116/2003 Lc nº 116 de 31 de Julho de 2003
Dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos
Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências.
Art. 1° O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos
Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de
serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como
atividade preponderante do prestador.
§ 1° O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País
ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País.
(...)
§ 4º A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço
prestado.
Art. 3o O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do
estabelecimento (do) prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do
domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII,
quando o imposto será devido no local.
Art. 4o Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte:
a) desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou
temporário, e que,
b) configure unidade econômica ou profissional,
d) sendo irrelevante para caracterizá-lo as denominações de sede, filial,
agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou
contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas.
Procedendo-se uma rápida análise do art. 4, vê-se que a ausência da
preposição “do” no texto da lei, deixa margem ao questionamento qual venha a
ser o estabelecimento prestador de serviços, dando ensejo ao entendimento de
dualidade, isto é, se onde localizada a sede das administradoras ou onde
estivessem ocorrendo as vendas.
Ademais, conforme expresso no item b, temos por impreciso o reconhecimento
de que seja na sede o local em que se configure unidade econômica ou
profissional por ser inviável sua concepção segregada das ações que se
desencadeiam no estabelecimento comercial em que se processam as vendas,
pois nestes se encontram o instrumento físico leitor das transações de vendas
bem como o agente humano a utilizar o recurso cartão.
Indubitavelmente, nas sedes se processam a contabilização dos dados lidos
pelos dispositivos leitores de cartões bem como suas análises e consequentes
decisões, automatizadas via sistemas de TI, de aceitação ou rejeição e
posteriores serviços de cobranças relativos às operações realizadas que
tiveram suas origens nos estabelecimentos comerciais credenciados pelos
fornecedores/administradoras de cartões, razão pela qual, em consonância
com a vontade do legislador constituinte na criação do ISS e seu objetivo
assentado no art. 3º da Constituição Federal, será justo e correto a
participação dos entes municipais envolvidos na relação tributária, à
semelhança do que ocorre nas operações interestaduais do ICMS que tem o
imposto rateado entre os entes ativos da relação tributária.
Da forma como está configurado o direito dos municípios na percepção do ISS
(vide parecer do STJ, item Parecer do STJ – Cartões de crédito e débito, pag.
22) será o das sedes das administradoras de cartões, Desta forma, resta
reconhecida injustiça pela não repartição desta receita tributária entre os entes
ativos da relação tributária, como da que ocorre com o ICMS nas operações
interestaduais, em que o resultado da circulação da riqueza econômica se
reparte entre os entes ativos da relação tributária.
24) Evolução do projeto de reforma da Lei 116/2003
Apenas para conhecimento da evolução do projeto de reforma da Lei 116/2003
fazemos os seguintes esclarecimentos abaixo:
a) Pareceres da ABRASF
Ver site da ABRASF (Associação Brasileira das Secretarias das Finanças das
Capitais)
http://www.abrasf.org.br/noticias_detalhes.php?cod_noticia=2084&cod_secao=
1 e no https://sigaofisco.blogspot.com.br/2016/12/senado-aprova-reforma-do-
iss.html?m=1.
Por oportuno, esclarecemos a situação da PLS 386/2012 após
tramitações na Câmara dos Deputados e retorno à Casa se Origem, o
Senado, foi por esta aprovado e sancionado pelo Presidente da
República, entretanto, com veto do inciso XXIV que trato da utilização
dos cartões de crédito e débito.
Inciso XXIV - do domicílio do tomador do serviço, no caso dos serviços
prestados pelas administradoras de cartão de crédito ou débito e
demais descritos no subitem 15.01.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-12/lei-que-altera-
cobranca-do-iss-e-sancionada-e-entra-em-vigor.
Analisando detalhadamente Diário Oficial da União (Brasília - DF, sexta-
feira, 30 de dezembro de 2016) vejo com tristeza que a parte referente
a cartões de crédito e débito, pagina 35 do meu artigo "ISS -Cartões de
Crédito e Débito", foi vetado pelo presidente Temer (sancionada e
publicada).
No entanto, não obstantes as pressões advindas do Estado de São
Paulo, razões do veto presidencial, não serão bastante para a sua
sustentação, conforme razões que esclareço neste artigo, razão pela
qual continuarei a fornecer informações aos Senadores e Deputados
Federais, para que, fundamentados nos argumentos que lá apresento
(ver pag. 11), e outros novos que lhes enviarei, e nos termos do art. 3 da
Constituição Federal, poder levar aos municípios brasileiros estes
recursos que por justiça e direito lhes cabem.
Acredito, firmemente, que uma divulgação na mídia deste veto
presidencial poderá influir negativamente na aprovação de seu
governo, que ao presidente não restará outra saída que a retirada do
próprio veto.
b) Aprovação da LC 157/2016 de 29/12 de 2016
Em 30/05/2017, o Congresso Nacional derrubou o veto parcial à Lei
157/2016-Complementar, que reformulou o chamado Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Com a derrubada do Veto
52/2016, a cobrança do ISS será feita no município do domicílio dos
clientes de cartões de crédito e débito, leasing e de planos de saúde e
não mais no município do estabelecimento que presta esses serviços;
consagrando o imposto o ISS devido nestas operações como devido ao
município do tomador da operação.
http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/05/30/congresso-
derruba-veto-a-reforma-do-iss-e-reforca-arrecadacao-de-municipios
25) Concessões tributárias
Se certos municípios fazem concessões tributarias para atrair para seu âmbito
territorial empresas prestadoras de serviços, como no caso das
administradoras de cartões desfrutando estas dos efeitos de alíquotas
inferiores ao mínimo constitucionalmente exigido de 2,00 %, a diferença
complementar entre a alíquota praticada neste município e aquele em que se
situa o estabelecimento conveniado com a administradora deveria a este
pertencer, pois aí tiveram origens as operações com os cartões de crédito e
débito.
Ressalte-se que pela liberdade assegurada aos contribuintes, configurada no
art. 170 da Constituição da República (princípios gerais da ordem econômica,
pag. 27), de elegerem os municípios donde exercerão suas atividades
comerciais, concentrando o local de sua contabilidade e efetiva prestação de
serviços ao seu livre arbítrio, não os habilitam ao desrespeito de outros
Princípios Constitucionais, como o esculpido no art. 3º da Constituição, pois a
harmonia das leis exige a integração de seu universo.
26) Constituição Federal
a) Art. 3º objetivos fundamentais:
Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais
e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.
A perpetuar o parecer do STJ, item - Parecer do STJ – Cartões de crédito e
débito, restará agredido o art. 3º da Constituição, pois será impossível realizar
os citados objetivos retirando dos municípios, origens das receitas tributadas
com ISS de cartões, os recursos indispensáveis ao exercício de suas
responsabilidades assentadas no Pacto Federativo no que respeita a
coparticipação de todos os entes federativos no atendimento das necessidades
de saúde, educação e segurança.
b) Art. 170º Princípios gerais da ordem econômica
Já, por sua vez, o art. 170 da Constituição da República estabelece os
princípios gerais da ordem econômica, trazendo garantias para a mesma,
como a liberdade de iniciativa do setor privado, mas disciplinando, também,
limites a serem seguidos, tendo em vista outros valores constitucionais como,
por exemplo, a dignidade da pessoa humana.
A livre iniciativa encontra-se consagrada no caput do art. 170 da
Constituição Federal como um dos princípios fundamentais da ordem
econômica. Sendo um dos fundamentos dessa ordem, a mesma condicionará a
interpretação dos outros nove princípios especificados nos incisos do referido
artigo.
Segundo André Ramos Tavares, in verbis:
Além daqueles princípios fundamentais – livre iniciativa e valor social da
iniciativa humana – enumerados em seu caput, o art. 170 das Constituição
relaciona em seus nove incisos os princípios constitucionais da ordem
econômica, afirmando que esta tem por fim assegurar a existência digna,
conforme os ditames da justiça social, respeitados os seguintes princípios:
soberania nacional, propriedade privada, função social da propriedade, livre
concorrência, defesa do consumidor, defesa do meio ambiente, redução das
desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego e tratamento
favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no país.
27) Interpretação das leis
Como se vê, a interpretação das leis deve ser feita mediante sua integração,
buscando sempre o sentido harmônico de seus ditames, portanto, a tese do
autor não a contrapõe, muita pelo contrário, busca o equilíbrio harmônico das
forças e dos interesses, mesmo que inicialmente conflitantes.
27) Direito ao ISS sobre operações com cartões
Com base no recente parecer do STJ, datado de 11/01/2016, fica evidente a
caracterização do ente ativo a perceber o ISS das operações com cartões de
crédito e débito, razão pela qual só resta, no presente momento, buscar parte
destas receitas pela identificação de sonegação comprovada pelo confronto
das declarações dos prestadores de serviços, cujos pagamentos foram
realizados por meio de cartões de crédito e débito, contra os valores
declarados/registrados pelas notas fiscais de serviços que se acham
registradas nas Fazendas Municipais.
Esta divergência, entre os valores declarados e registrados nas operações com
cartões, é resultado do fato de que no ato do registro das operações de
prestações de serviços e pagas com o uso dos cartões de crédito e débito, na
maioria das vezes, o prestador de serviços deixa de emitir a respectiva nota
fiscal, extraindo, apenas, o ticket de pagamento gerado pela utilização da
maquina leitora da venda.
Desta forma, deixando os municípios, que sediam os estabelecimentos
comerciais, de buscarem o ISS dos serviços de cobranças feitos pelas
administradoras de cartões de crédito e débito, convergindo sua ação
fiscalizatória sobre a identificação das vendas havidas em seus respectivos
territórios com a utilização dos cartões de crédito e débito, pela comparação
dos valores declarados nas notas fiscais de serviços em confronto com os
registrados nas Fazendas Estaduais, poderão incrementar suas receitas sem a
possibilidade de contestações jurídicas por parte das administradoras de
cartões. Como este procedimento visa-se afastar o contencioso tributário,
resultando um incremento de receitas de ISS.
28) Parecer do STJ – Cartões de crédito e débito
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.
EXECUÇÃO FISCAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. ISSQN. CARTÕES DE
CRÉDITO. LEI COMPLEMENTAR Nº 116/03. QUESTÃO PACIFICADA PELO
STJ, SOB O RITO DOS RECURSOS REPETITIVOS, RESP. 1.060.210/SC.
COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO DA SEDE DO ESTABELECIMENTO
PRESTADOR. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO DA EXCEÇÃO
DE PRÉ-EXECUTIVIDADE: A questão relativa à (i) legitimidade do Município
para cobrança de ISSQN sobre os serviços prestados por credenciadora
de cartões de crédito é especialmente de direito, havendo nos autos a
documentação necessária para análise da questão, portanto, aplicável a
Súmula nº 393 do STJ. Hipótese em que resta sedimentado pelo Superior
Tribunal de Justiça que é sujeito ativo para cobrança do ISSQN é o
Município sede do estabelecimento prestador, tendo em vista a vigência do
Decreto-Lei n. 406/68, bem como a Lei Complementar n. 116/2003. O fato
gerador do ISS é a atividade de serviços de administração prestados às
empresas operadoras de cartões de crédito não se confunde com as
operações efetuadas pelos usuários de cartões de crédito/débito junto aos
estabelecimentos comerciais credenciados. Portanto, em que pese as
transações comerciais com cartões de crédito/débito terem se realizado no
Município, as decisões quanto ao credenciamento dos estabelecimentos
comerciais prestadores de serviços e fornecedores de bens, ao processamento
de dados, à coordenação e à administração dos pagamentos para liquidação
de transações feitas mediante cartões de crédito ocorreram perante a sede da
empresa fora do Município. Levando-se em conta a simplicidade da matéria, o
tempo de tramitação, o trabalho realizado, a desnecessidade de dilação
probatória e tratar-se de Fazenda Pública, a manutenção dos honorários
advocatícios é medida que se impõe, pois se coaduna com o presente feito.
NEGADO SEGUIMENTO AO APELO. (Apelação Cível Nº 70067766907,
Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Barcelos de
Souza Junior, Julgado em 11/01/2016).
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO FISCAL. DIREITO TRIBUTÁRIO.
ISSQN. CREDENCIADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO. LOCAL DE
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. ESTABELECIMENTO PRESTADOR. ARTS. 3º E
4º DA LEI COMPLEMENTAR Nº 116/03. As operações realizadas com cartões
de crédito e débito são complexas, envolvendo uma série de sujeitos com
responsabilidades específicas e interligadas que possibilitam seja realizado o
pagamento pelo consumidor e o recebimento do valor pelo comerciante ou
prestador de serviço. A empresa Cielo enquadra-se como credenciadora,
sendo responsável pela habilitação do comerciante ou prestador do serviço a
receber os pagamentos em cartões, fornecendo o equipamento ("Point of Sale"
- POS), processando os pedidos de autorização para cada transação e
realizando sua liquidação. O serviço é prestado no local onde são realizadas
suas atividades, configurando-se sua unidade econômico-profissional no
município de Barueri, em São Paulo. Não se caracteriza como estabelecimento
prestador o local onde o pagamento através de cartões é efetuado pelo
portador, havendo ali apenas maquineta para leitura do cartão e coleta de
dados. Aplicação analógica do julgamento do REsp nº 1.060.210/SC pelo
Superior Tribunal de Justiça, submetido ao regime do art. 543-C do CPC.
Precedentes desta Corte. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Manutenção da
verba honorária, considerando-se as peculiaridades do caso. APELAÇÃO
DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70065000895, Vigésima Primeira Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Almir Porto da Rocha Filho, Julgado
em 17/06/2015)
29) Conclusão – ISS pelo uso de cartões de crédito e débito
a) Pelo exposto, procurou-se demonstrar que o ISS sobre a movimentação
com cartões de crédito e débito deveria, por critérios de justiça,
harmonia das leis e conformidade com o art. 3º da Constituição Federal,
ser repartido entre os entes municipais envolvidos nestas operações
(munícipios onde sediados os estabelecimentos comerciais e os das
administradoras).
b) Maiores o lucros das administradoras de cartões, maiores serão o IR
que pertence à UNIÃO, donde se conclui pela conveniência desta em
nada fazer para mudar esta situação.
c) Quem perde neste jogo de interesses são os municípios onde ocorrem
as vendas com recursos de cartões, deixando de auferir o ISS.
d) Dado as decisões do STJ pelas quais o ISS das operações com cartões
de crédito e débito estão sendo direcionadas aos municípios sedes das
administradoras de cartões (paraísos fiscais), o mínimo que se pode
fazer, enquanto aquelas não forem reformuladas, será a repartição dos
valores do ISS calculado como descrito no item 24 - Concessões
tributárias, pag. 35, restando, assim, respeitado os princípios
esculpidos no art. 3 da Constituição (ver item 3.a pag. 3), a vontade dos
Legisladores Constituintes e o próprio sentido do ISS como fonte de
receita para a gestão dos municípios pátrio, e não sua convergência aos
municípios em que se sediam as administradoras de cartões.
Maiores detalhes sobre o ISS nas operações com cartões de crédito e débito
podem ser encontrados em obra específica do autor “ISS – Cartões de Crédito
e Débito”.
Não é difícil apurar o ISS devido pelo uso dos cartões de crédito e débito,
pois tal movimentação se acha arquivada na Fazenda Estadual, e, para
conhecê-la basta apenas sua requisição junto ao referido órgão.
30) Lei da Responsabilidade Fiscal – LRF (Lei 101/2000)
É regra que o principal objetivo da Lei de Responsabilidade Fiscal, de
acordo com o caput do art. 1º, consiste em estabelecer normas de finanças
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
Em seu parágrafo primeiro procura definir o que se entende como
“responsabilidade na gestão fiscal”, estabelecendo os seguintes postulados:
Ação planejada e transparente;
Prevenção de riscos e correção de desvios que afetem o equilíbrio
das contas públicas;
Garantia de equilíbrio nas contas, via cumprimento de metas de
resultados entre receitas e despesas, com limites e condições para a
renúncia de receita e a geração de despesas com pessoal,
seguridade, dívida, operações de crédito, concessão de garantia e
inscrição em restos a pagar.
Entende-se por Renuncia de Receita toda ação ou omissão que tenha como
consequências a perda de receitas por parte do gestor púbico, ato enquadrado
na LRF e passível de punição.
Esta renúncia pode caracterizar-se pela omissão em fatos presentes e
pretéritos sobre os quais incidam a obrigação tributária, portanto, é
responsabilidade do gestor público, também, a busca de recursos pretéritos,
devidos e não pagos, dos quais venha tomar conhecimento, devendo promover
uma ação planejada e respectiva prevenção de riscos para uma adequada
administração e gestão de impostos devidos.
Portanto, no momento em que o gestor público dispõe de meios e recursos
para buscar os impostos devidos aos entes municipais, este tem o dever legal
de fazê-lo sobre pena de descumprimento de preceitos legais e, portanto,
passível das penalidades correspondentes por sua omissão.
31) Participação das Associações de Municípios
Nos itens a seguir, o autor deste trabalho deixa expressa suas recomendações às entidades representantes dos municípios, de como agir em favor destes.
a) Tornar-se-ão inócuas todas as proposições de ajuda que a UNIÃO e as
Associações dos Municípios vierem a propor para amenizar as
dificuldades de gestão que os prefeitos defrontram na administração de
seus municípios se a estes não soberem levar propostas de efetivo
aumento de recursos financeiros, pois, sem estes, tudo será poesia,
principalmente agora quando o País mergulha numa recessão
econômica com consequente redução de recursos proveniente dos
Fundos de Participação dos Municípios.
b) Como uma participação, eficiente e eficaz, por parte das Associações
dos Municipios, em favor dos municípios associados, fica a sugestão de
se obter, por intermédio de convenio, junto às fazendas estaduais, os
dados de movimentação de vendas com o uso de cartões crédito e
débito havidas nos municipios, e, se proceder uma contratação de
serviços tercerizados, nas forma da lei (licitação ou parceria com as
OSCIP), para o levantamento dos valores de ISS das operações de
prestações de serviços com pagamentos havidos por intermédio de
cartões de crédito e débito e posterior comparação dos valores
constantes das notas fiscais de vendas de serviços com o registrados na
Fazenda Estadual, resultando como sonegação a diferença entre os dois
registros.
c) Deste feito, será possível, além de redução de custos para os
municípios, a realização de ações coordenadas e sistémicas em nome
de seus representados, tendo, por consequencia, força politica para a
concretização da ações que visem trazer recursos financeiros para os
municípios.
A solução será a de buscar estes recursos através de uma eficiente gestão do
ISS, principalmente os provenientes dos serviços;
a) prestados pelas Instituiçoes Financeiras e os,
b) vinculados ao uso de cartões de crédito e débitos.
Os serviços prestados pelas Instituiçoes Financeiras foram tratados na parte 1
deste documento, sendo que maiores fundamentos podem serem vistos na
obra “ISSdas Instituições Financeiras e ISS sobre Cartões de Crédito e Débito
do autor”.
30) Conclusão – ISS pelo uso de cartões de crédito e débito
A tese do autor, conforme visto e sua obra específica “ISS – Cartões de Crédito
e Débito”, está centrada na convergência de que o ISS, incidente sob as
vendas efetuadas com o uso dos cartões de crédito, deva ser direcionada aos
municípios partícipes desta complexa operação, dada a impossibilidade de
materialização da prestação dos serviços vinculada a um único
estabelecimento, o da sede das administradoras, e, havendo coparticipação
das atividades que o sustentam nos estabelecimentos conveniados, o fato
gerador acha dividido, e, desta forma, também deveria ser seus efeitos quanto
ao direito de percepção do resultado financeiro, como aliais acontece nas
operações interestaduais do ICMS.
Tendo-se, conforme visto no item 32, pag. 45 - Local de Incidência / direito ao
ISS, a impossibilidade de materialização da prestação dos serviços vinculados
ao uso de cartões de crédito e débito num único estabelecimento, o da sede
das administradoras, havendo coparticipação das atividades que o sustentam
nos estabelecimentos conveniados, o fato gerador acha dividido, e, desta
forma, também deveria ser seus efeitos quanto ao direito de percepção do
resultado financeiro, como aliais acontece nas operações interestaduais do
ICMS.
Ademais, a luz do Princípio da territorialidade das leis, da vontade do
Legislador Constituinte e do art. 3º da Constituição Federal, os pareceres dos
tribunais não encontram total guarida, pelo que justo, moral e correto seria a
divisão do resultado da arrecadação do ISS das operações com cartões de
crédito e débito entre seus partícipes, direcionando para os municípios onde
operadas as vendas o valor correspondente à alíquota faltante a complementar
a alíquota do município onde instalada a sede da administradora de cartões,
esta, nunca inferior ao mínimo previsto pela LC 116/2003.
Não é difícil apurar o ISS devido pelo uso dos cartões de crédito e débito, pois
tal movimentação se acha arquivada na Fazenda Estadual, e, para conhecê-la
basta apenas sua requisição junto ao referido órgão.
Vimos propor que entidades representantes de municípios venham a
apresentar-lhes um modelo de gestão do ISS das Instituições Financeiras, uso
de cartões de crédito e débito e um padrão de Código Tributário Municipal
como forma de maximizar a receita tributária dos municípios mineiros.
Para o ISS cartões de crédito e débito, faz-se necessário os dados que se
acham arquivados na Receita da Fazenda do Estado relativos ao movimento
de vendas operacionalizadas com o uso de cartões de crédito e débito.
Procedida a análise, com a consequente entrega de relatório mensal, pelo
confronto do que está registrado na Fazenda Estadual, analisado contra o que
consta das notas fiscais emitidas pelos contribuintes, constantes do arquivo
Fazenda Municipal, restará comprovado poder-se incrementar a receita
tributária quando, de tal fato, houver comprovado a sonegação do ISS.
Tal pesquisa, quando realizada sobre os anos 5 (cinco) anos não prescritos,
trará considerável receita extraordinária aos municípios.
Veja que, conforme apresentado, não estamos nos referindo à identificação de
serviços de cobranças que as administradoras fazem para as vendas efetuadas
com uso de cartões de crédito e débito no âmbito de cada município, cujos
resultados dos ISS correspondentes se destinam, atualmente, aos municípios
em que tem estabelecidas suas sedes.
Espero que venha prosperar os fundamentos de minha tese, circunstância em
que ações integradas das entidades que representam os municípios,
processadas sobre o uso de cartões de crédito e débito, resultarão
fundamentadas as bases jurídicas a respaldar, também, os serviços de
cobranças processados pelas administradoras de cartões, que, alcançando o
período dos 5 anos da não prescrição, será fonte de receitas de que
necessitam os municípios para o cumprimento de suas obrigações assentadas
no Pacto Federativo.
Assim, pelo exposto neste trabalho, procuramos demonstrar que:
a) O ISS sobre a movimentação com cartões de crédito e débito deve ser
repartido entre os municípios onde estão localizadas as empresas que
deles se utilizam em suas vendas de mercadorias e serviços e os
municípios sede das administradoras de cartões, que ali se instalam
com base em concessões e benefícios fiscais de que resultam em
alíquotas equivalentes abaixo do mínimo Constitucional de 2,00 %, com
evidentes vantagens para as administradoras de cartões por
maximizarem seu lucro operacional.
b) Maiores os lucros das administradoras de cartões, maiores serão o IR
que pertence à UNIÃO, donde se conclui pela conveniência em nada
fazer para mudar esta situação.
c) Quem perde neste jogo de interesses são os municípios onde ocorrem
as vendas com recursos de cartões, deixando de auferir o
correspondente ISS, calculado à alíquota mínima de 2,00 %, ficando,
ainda, sob a dependência de recursos financeiros proveniente da UNIÃO
através do FPM, situação que desrespeita o PACTO FEDERATIVO
entre os Entes Federais.
Parte 3 - Cálculo do ISS das Instituições Financeiras
31) Cálculo do ISS segundo dados dos Balancetes do BACEN
Lendo os dados dos balancetes que as Instituições Financeiras declararam
junto ao Banco Central, e processando-os com o nosso sistema de TI
obtivemos o quadro A abaixo.
Calculando o ISS devido com os valores percentuais mostrados na coluna D
obtivemos os valores mensais mostrados na coluna F:
a) Rendas de Prestações de Serviços = 3,00 % -> 207.829.978,63 R$/mês,
b) Rendas de Arrendamento Mercantil = 0,25 % -> 3.156.626,93 R$/mês,
Quadro A – Rendas com as contas resultado Tomando por base o quadro anterior e calculando o ISS com base nas
alíquotas médias de ISS mostradas na coluna D, obteremos os valores
mensais mostrados na coluna F, situação que seria compatível se todos os
itens da LC 116/2003 fossem reconhecidos pelas Instituições Financeiras.
Reportando-se, agora, ao quadro B, abaixo, onde na coluna G apresentamos
os valores percentuais atualmente reconhecidos pelos bancos (fonte Banco
Central-balancetes), para fins de pagamento de ISS incidentes em suas
Receitas de Resultados, destacando os valores de 100% e 68%
respectivamente para as Rendas de Arrendamento Mercantil e Rendas de
Prestações de Serviços, teremos os seguintes valores de provável evasão de
ISS:
32) Valores de provável evasão de ISS:
a) ISS com Rendas de Arrendamento Mercantil – 0,00 R$/mês,
b) ISS com Rendas de Prestação de Serviços - 97.802.342,89 R$/mês.
Quadro B - Valores de provável evasão de ISS É oportuno lembrar que o valor provável de evasão de ISS, calculado sobre os
dados contidos nos balancetes que as Instituições Financeiras declararam
junto ao Banco Central, está bem próximo do calculado com base na teoria
desenvolvida pelo autor e apresentado em suas obras “ISS das Instituições
Financeiras” e “ISS das Instituições Financeiras – um projeto para os
municípios”, cuja síntese está apresentada abaixo.
33) ISS Instituições Financeiras Totais - MUNICÍPIOS e CAPITAIS
No documento “ISS das Instituições Financeiras” tratou-se de assuntos
relevantes do ISS das Instituições Financeiras e sua repercussão na receita
tributária dos municípios, bem como da doutrina, leis e jurisprudência
pertinentes, de forma a orientar os gestores municipais em sua tarefa
administrativa.
Já no segundo “ISS das Instituições Financeiras – um projeto para os
municípios”, no conjunto dos 449 municípios e 27 capitais estudadas, há a
possibilidade de se incrementar mais 71.969.075,00 R$/mês aos cofres
municipais para uma arrecadação média mensal de 208.945.171,00 R$/mês.
a) Municípios com mais 50.000 habitantes.
34) Conclusão geral
Pelo exposto neste trabalho, embora estimativo, por sua relevância se faz
necessária uma investigação mais detalhada do ISS das Instituições
Financeiras a bem da sociedade contra a ganância do sistema financeiro
que a cada ano vê seus lucros crescendo de formas injustificáveis
perante a realidade sócio econômica do Brasil.
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Eng. Sebastião Carlos Martins
Fone : (31) 99645-0801
Email : [email protected]
Site: http://www.consultoriaiss.com
RESUMO
Neste artigo procuramos demonstrar a razão pela qual, mesmo em períodos de
recessão econômica, as Instituições Financeiras” obtêm astronômicos lucros,
e ao que parece, em perfeita sintonia com os interesses do Governo Federal
pois lhe propicia ganho no IR independente de se ter ou não um projeto
econômico eficiente para o desenvolvimento do país.
Neste contexto, com o lucro dos bancos (ano 2015) da ordem de 76,43 bilhões,
o Governo Federal obtêm uma receita do ordem de 20,00 % daquele valor,
amenizando sua incapacidade de gerar riquezas vinculadas ao
desenvolvimento nacional.
Também, chamamos atenção, conforme esclarece a ex auditora federal, Dra.
Maria Lúcia Fattorelli, para o mecanismo de como o uso da divida pública
confere vantagens ao sistema financeiro e assegura ao Governo Federal forma
de mascarar sua prestação de contas junto ao TCU (as chamadas pedaladas
fiscais).
Será demonstrado que no conjunto dos 448 municípios e 23 capitais
estudadas, há a possibilidade de se incrementar mais de 91.518.397,43 R$/mês
aos cofres municipais, assim divido:
Neste artigo procuraremos demonstrar, sem, entretanto, querer caracterizar
sonegação de impostos por parte das Instituições Financeiras, que os
municípios podem estar perdendo considerável receita tributária tão necessária
ao cumprimento de suas obrigações para com a sociedade fundada no Pacto
Federativo.
As informações pertinentes aos valores acima, tiveram seu fundamento em
teoria desenvolvida pelo autor deste artigo sobre dados extraídos das
declarações que as Instituições Financeiras prestaram ao Banco Central
(http://www4.bcb.gov.br/fis/cosif/estban.asp) e que produziram o quadro abaixo.
Do exame do quadro acima, vemos que as as atividades que mais propiciaram
elevadas receitas às Instituições Financeiras são as referentes a RENDAS DE
CAMBIO e RENDAS COM TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS, que tem
pouca vinculação com as atividades relacionadas à geração do PIB,
demonstrando que mesmo em situações de retração da economia é possivel o
crescimento dos lucros dos bancos.
Temos as seguintes explicações para as receitas das Instituições
Financeiras:
RENDAS DE CAMBIO – acha-se vinculada a desvalorização do Real
frente ao Dolar ocorrida no período de 01/2014 à 11/2015.
RENDAS COM TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS – aquisições de
títulos do governo e sua posterior recolocação no mercado a preços
superiores ao de suas respectivas compras,
RENDAS DE ARRENDAMENTO MERCANTIL – rendas que tem
vinculações com as atividades do setor produtivo, apresentaram um
retração de 41,16 %, caracterizando descrença dos empresarios no
crescimento do país,
RENDAS DE PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS – rendas que têm direta
relação com as atividades economicas, apresentaram um crescimento
de 8,89%, que, descontado a inflação de 6,41%, e 10,71%,
respectivamente para os anos 2014 e 2015, totalizando-se em 17,12%,
vemos que neste mesmo periódo houve, portanto, uma retração, na
prestação de serviços da ordem de 8,23 %, que demonstra, claramente
uma retração da economia no mesmo.
Portanto, a opinião do autor é de que os órgãos competentes, em função do
que neste trabalho se busca demonstrar, procedam uma averiguação nas
declarações que as Instituições Financeiras prestam ao Banco Central, e, se
constatada sua procedência, sejam tomadas as devidas medidas corretivas.
Acreditamos que os procedimentos acima em nada interferem com o
caráter discricionário que respaldam as decisões dos gestores públicos,
pois, sejam elas quais forem, se fazem necessárias a observância dos
preceitos que regem a administração pública.
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Autor : Eng. Sebastião Carlos Martins
E-Mail : [email protected]
Fone : (31) 99645-0801
http://www.bancax.org.br/destaques/lucro_dos_bancos/banqueiros-capturaram-
o-estado-brasileiro-denuncia-ex-auditora-da-receita.html