a revolução industrial do século xviii –rioux

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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

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A Revoluo Industrial do sculo XVIII MANTOUX

A concentrao das industrias modernas ser ligada a um certo nmero de fatos que a explicam. A diviso do trabalho indefinidamente aumentada pelo maquinismo a variedade e a complexidade das engrenagens econmicas exigem uma estreita interdependncia. A especializao cada vezmais acentuada das funes, a abundncia da produo uma outra causa que tende ao mesmo efeito. Enfim, o capital, acumulando-se progressivamente e absorvendo ou reunindo os pequenos capitais, engendra grandes empresas, solidrias entre si, que fazem desaparecer a pequena produo local, que pouco a pouco se torna intil, depois invivel. Mas essas foras, hoje onipotentes, ainda agiam de forma tnue na Inglaterra do sculo XVIII.A distribuio e a densidade da populao industrial variavam, como acabamos de ver. conforme as regies. Essa variao correspondia s diferenas de organizao. Entre a manufatura - que tinha mais de um trao de semelhana com a fbrica atual - e a oficina quase primitiva do mestre arteso uma srie de etapas intermediarias balizavam o caminho.Onde a concentrao era menor, devemos espera: encontrar a mais completa independncia dos agentes de produo, os mais simples processos de fabricao, a mais rudimentar diviso do trabalho.O tear era o principal instrumento de trabalho, nele os fios que formavam a meia do tecido eram urdidos paralelamente, em um bastidor duplo, com dois quadros que subiam e desciam alternadamente, por meio de dois pedais; para fazer a trama, o tecelo passava a lanadeira transversalmente, de uma mo outra. Em 1733, um engenhoso dispositivo permitiu levar e trazer a lanadeira com uma s mo: mas esse aperfeioamento s se difundiu muito lentamente, resto dos instrumentos era ainda mais simples. Para cardar, usavam cardas manuais, uma das quais, imvel, era fixada num suporte de madeira. Para fiar, empregavam a roda. movida a mo ou pedal, usada no sculo XVII , e at mesmo a roca e o fuso, to antigos quanto a prpria indstria txtil. O pequeno produtor podia obter, sem dificuldades, todos esses instrumentos baratos. Ele tinha a sua porta a gua necessria para desengordurar a l e lavar o tecido. Se ele mesmo quisesse tingir o pano que tecera, uma ou duas cubas bastavam. Quanto s operaes impossveis de executar sem instalao especial. Porque acarretavam gastos muito elevados, eram objeto de empresas particulares: por exemplo. para pisoar e frisar os tecidos, havia moinho, d'gua, aos quais todos os fabricantes da vizinhana levavam suas peas: chamavam-se moinhos pblicos, porque todos podiam utiliz- los mediante o pagamento de uma cota convencional. simplicidade dos instrumentos correspondia a da organizao do trabalho. Se a famlia do tecelo era bem grande, bastava para tudo e distribua entre seus membros as operaes secundrias: Mas, de fato, essas condies de extrema simplicidade s se realizavam muito raramente. Elas se complicavam porque era preciso obter o o fora: um nico tear, funcionando regularmente; dava trabalho a cinco ou seis fiandeiros.Assim. o tecelo, no cottage que era, ao mesmo tempo, sua moradia e sua oficina, era senhor da produo. Ele no dependia de um capitalista Ele possua no apenas as ferramentas mas tambm a matria-prima. Tecida a pea. ele mesmo ia vend-la no mercado da cidade prxima. E, Leeds, antes que fossem construdos os dois mercados de tecidos, a feira se instalava ao longo da grande rua de Briggate. Os fabricantes vm bem cedo. trazendo seu tecido: so poucos os que trazem mais de uma pea de cada vez. s sete horas da manh, um toque de sino. A rua se enchia, os balces se cobriam de mercadorias; detrs de cada pea de tecido, se mantm o fabricante que veio para vend-la". Os mercadores e seus empregados passavam entre as mesas, escolhiam, compravam e, s oito horas da manh, tudo estava terminado.Essa classe de pequenos industriais constitua, seno a maioria, pelo menos uma notvel parte da populao. Ao redor de Leeds, eles eram, ainda em 1806, mais de trs mil e quinhentos. Eram todos sensivelmente iguais entre si. Citavam, como exceo, aquele que possusse quatro ou cinco teares. Entre eles e seus operrios havia muito pouca diferena: o operrio. alimentado e amide morando na casa do patro, trabalhando a seu lado, no o via como pertencente a uma classe social diferente da sua.