a revolução industrial

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A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

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A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

RELAÇÕES DE TRABALHO NO PRESENTE

PARA O TRABALHADOR, HÁ DIFERENÇAS NAS RELAÇÕES DE TRABALHO

DEMONSTRADAS NAS DUAS IMAGENS ABAIXO?

O IMPACTO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA

HISTÓRIA HUMANA

PARA O HISTORIADOR ERIC HOBSBAWM, A “REVOLUÇÃO INDUSTRIAL EXPLODIU”

NA DÉCADA DE 1780.

“O que significa a frase “a revolução industrial explodiu”? Significa que a certa altura da

década de 1780, e pela primeira vez na história da humanidade, foram retirados os grilhões

do poder produtivo das sociedades humanas, que daí em diante se tornaram capazes da

multiplicação rápida, constante, e até o momento ilimitada, de homens, mercadorias e

serviços (...)”

“(...) De fato, a revolução industrial não foi um episódio com um princípio e um fim. Não tem

sentido perguntar quando se “completou”, pois sua essência foi a de que a mudança

revolucionária se tornou norma desde então. Ela ainda prossegue (...)”

“ Sob qualquer aspecto, este foi provavelmente o mais importante acontecimento na história

do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades (...)”

HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções: Europa 1789-1848. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977.

INGLATERRA, PAÍS ONDE “EXPLODIU” A REVOLUÇÃO

INDUSTRIAL

RAZÕES PARA O PIONEIRISMO INGLÊS

Monarquia

Constitucional desde

o final do séc. XVII

O lucro privado e o desenvolvimento

econômico foram aceitos como os

grandes objetivos da política

governamental

A agricultura voltada para o

mercado capitalista (processo

de “cercamento” dos campos)

O lucrativo comércio

colonial, responsável pela

criação da indústria

algodoeira

Disponibilidade de fontes de

energia, especialmente o

carvão

Disponibilidade de mão de

obra nos centros urbanos

AS RAZÕES PARA O PIONEIRISMO INGLÊS

1. Existência de uma Monarquia

Constitucional.Ao longo do século XVII, diferentes projetos de

sociedade estiveram em disputa na Inglaterra.

De um lado estavam os partidários dos reis da

dinastia Stuart (Jaime I e Carlos I), do outro os

membros do Parlamento.

Tais divergências geraram a Revolução Puritana

(1642-1649). O parlamento venceu a guerra

contra a coroa e criou uma República.

Entre 1649 e 1660 vigorou a República de

Cromwell, chefiada por Oliver Cromwell, chefe das

tropas do parlamento.

O governo favoreceu os interesses da classe

burguesa.

Em 1689, outro conflito opôs o Rei Jaime II,

católico, e o parlamento, no que resultou na

Revolução Gloriosa. Esta entregou a coroa à

Guilherme de Orange, que assinou uma carta se

comprometendo a respeitar as decisões do

parlamento. Surgia o modelo da Monarquia

Constitucional.

AS RAZÕES PARA O PIONEIRISMO INGLÊS

2. Classe dominante na

Inglaterra: a burguesia.

Com as revolução inglesas do século

XVII, a burguesia passou a controlar o

parlamento. Com isso, as principais

ações governamentais buscavam

favorecer o desenvolvimento

econômico e o lucro privado.

Os Atos de Navegação (1651) são

um bom exemplo de tal política.

Segundo a lei, toda mercadoria

inglesa deveria ser transportada por

navios ingleses.

Essa medida favoreceu enormemente

a indústria naval do país.

AS RAZÕES PARA O PIONEIRISMO INGLÊS

3. A agricultura voltada

para o mercado capitalista.

Desde o século XVI que os campos

ingleses passavam por intensas

mudanças. Chamamos de

“cercamento dos campos” o

processo que modificou o uso das

terras na Grã-Bretanha: do comunal

para o capitalista.

Na era industrial, a agricultura possui

três funções:

a) Aumentar a produção e a

produtividade buscando

alimentar uma população urbana

crescente;

b) Fornecer um grande contingente

de trabalhadores para as

cidades e indústrias;

c) Fornecer um acúmulo de capital

para ser investido nos setores

mais modernos da economia.

AS RAZÕES PARA O PIONEIRISMO INGLÊS

4. O lucrativo

comércio colonial.

No Sul das Treze colônias

inglesas americanas, os

fabricantes ingleses de

tecidos conseguiam uma

importante e barata matéria

prima para as suas

manufaturas: o algodão,

plantado pelos escravos

vindos da África.

Entre 1750 e 1769, a

exportação de tecidos de

algodão ingleses aumentou

mais de dez vezes.

O lucrativo comércio colonial

permitiu o enorme acúmulo

de capital na Grã-Bretanha.

AS RAZÕES DO PIONEIRISMO INGLÊS

5. Disponibilidade de

fontes de energia,

especialmente o carvão.

Em 1800, 90% da produção

mundial do minério era

produzida na Inglaterra.

Essa enorme indústria

estimulou a invenção que

revolucionaria as indústrias de

bens de capital (ferro e aço): as

ferrovias.

AS RAZÕES PARA O PIONEIRISMO INGLÊS

Gravura de Gustave Doré (1872). O artista assim representou

uma rua londrina pós-industrial.

6. Enorme contingente de mão

de obra disponível nos centros

urbanos para o trabalho nas

fábricas.

A economia e a sociedade inglesas

se adaptaram às necessidades que

se apresentavam no curso

revolucionário.

a) Mão de obra: diminuição da

população rural e aumento da

população urbana;

b) Ocorrência de uma verdadeira

Revolução Agrícola;

c) Garantia de um número

suficiente de trabalhadores com

qualificação mínima para o

trabalho industrial.

A SITUAÇÃO DOS TRABALHADORES INGLESES

Essa nova classe de homens que vendem sua

força de trabalho para os empresários ficou

conhecida como classe operária;

Sua condição de vida era miserável, e a

exploração de seu trabalho desumana;

Viviam em bairros periféricos, habitavam cortiços

insalubres, moradias miseráveis, sem água

potável, ventilação, esgoto ou calefação;

Em média, um operário europeu vivia 35 anos, tal

a degradante condição de vida. As jornadas de

trabalho eram longas – de 14 a 16 horas diárias

em condições subumanas;

Utilização do trabalho de crianças e mulheres nas

fábricas.

AS CIDADES INDUSTRIAIS

Aumento da população urbana;

Em 1800, a população de Londres era

de 950 mil hab. Em 1840, essa

população tinha saltado para 2 milhões;

Periferia das grandes cidades –

dominadas pelas indústrias e minas de

carvão;

A miséria e a poluição ambiental eram a

marca desses bairros.

Nas cidades industriais viviam os

empresários e os operários – a

burguesia e o proletariado.

INVENÇÕES E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS

1767: máquina de fiar – permitia a um

só artesão fiar oitenta fios de uma única

vez; em seguida, foi inventado o tear

mecânico;

1769: máquina a vapor – substituição

energia física pela motriz no processo

produção; 1807: invenção do barco a

vapor.

Desenvolvimento mineração e da

metalurgia – utilização larga escala do

carvão e do ferro na produção industrial;

1825: construção da primeira estrada de

ferro na Inglaterra.