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International Congress of Critical Applied Linguistics Brasília, Brasil 19-21 Outubro 2015 483 A REPRESENTAÇÃO IDENTITÁRIA NO DISCURSO DO SUJEITO-ALUNO DOS CURSOS DE LETRAS E AS IMPLICAÇÕES NO CONTEXTO EDUCACIONAL DA CIDADE DE BELÉM 1 Josane Daniela F. PINTO Universidade do Estado do Pará (UEPA) [email protected] RESUMO O objetivo geral desta pesquisa é contribuir para a compreensão do processo identitário da formação dos professores do ensino fundamental e médio. Barros (2002, p. 17) afirma que “os sujeitos envolvidos na comunicação não são lugares vazios e sim casas cheias de valores, crenças, de projetos, de aspirações, de desejos, de sentimentos”. Tem-se observado que o(a) aluno(a) do curso de Letras/Português ou Letras/Inglês é inserido no ensino superior trazendo consigo do ensino fundamental e médio a “casa cheia”. Assim, um estudo da representação identitária dos alunos da gradução Letras/ Português e Letras/ Inglês da UEPA se faz necessário para entender a formação desse profissional que trabalha com as línguas materna e estrangeira, contribuindo para uma reflexão sobre ensino fundamental e médio em Belém. As bases teóricas para desenvolver essa pesquisa estão alicerçadas na Análise de Discurso Crítica, nas noções de Ideologia, Identidade e Ethos discursivo. São usadas como fundamento teórico as discussões feitas pelos autores Amossy (2014), Charaudeau e Maingueneau (2014), Orlandi (2012), Oliveira e Carvalho (2013), Resende e Ramalho (2011), van Dijk (2010), entre outros. As hipóteses estabelecidas para este estudo são: a) Os alunos dos cursos de Letras passam por mudanças significativas na sua constituição identitária ao longo da graduação em Letras; b) Apesar do conhecimento das teorias da Sociolínguística, LT e AD, os alunos dos cursos de Letras mantêm ligações estreitas no seu discurso com as concepções mais tradicionais de ensino/aprendizagem de LM e LE. Partindo da produção textual e das participações orais em sala de aula, serão analisados os elementos linguísticos constituintes da prática discursiva, as estratégias discursivas utilizadas na formulação desse discurso dos sujeitos-alunos ingressantes e concluintes dos dois cursos de licenciatura. Como o discurso é elemento constitutivo do homem, um ser social e lembrando o modelo tridimensional proposto por Fairclough, serão identificados os elementos ideológicos, identitários, constituintes do ethos discursivo e, finalmente, realizar a caracterização da representação identitária desses futuros professores. A fase em que se encontra este estudo é a de pesquisa bibliográfica e coleta de dados, através da observação participante. Palavras-chave: Identidade. Análise de Discurso Crítica. Formação do Professor de LM e LE. 1. INTRODUÇÃO Este artigo se propõe a discutir a representação identitária no discurso do sujeito-aluno nos cursos de graduação em Letras/ português e Letras/inglês do campus 1 Este artigo surgiu a partir do projeto de doutorado da USP, sob orientação da Profª DRª Zilda Gaspar de Oliveira Aquino

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Brasília, Brasil – 19-21 Outubro 2015

483

A REPRESENTAÇÃO IDENTITÁRIA NO DISCURSO DO SUJEITO-ALUNO DOS

CURSOS DE LETRAS E AS IMPLICAÇÕES NO CONTEXTO EDUCACIONAL DA

CIDADE DE BELÉM1

Josane Daniela F. PINTO

Universidade do Estado do Pará (UEPA)

[email protected]

RESUMO

O objetivo geral desta pesquisa é contribuir para a compreensão do processo identitário da

formação dos professores do ensino fundamental e médio. Barros (2002, p. 17) afirma que “os

sujeitos envolvidos na comunicação não são lugares vazios e sim casas cheias – de valores,

crenças, de projetos, de aspirações, de desejos, de sentimentos”. Tem-se observado que o(a)

aluno(a) do curso de Letras/Português ou Letras/Inglês é inserido no ensino superior trazendo

consigo do ensino fundamental e médio a “casa cheia”. Assim, um estudo da representação

identitária dos alunos da gradução Letras/ Português e Letras/ Inglês da UEPA se faz necessário

para entender a formação desse profissional que trabalha com as línguas materna e estrangeira,

contribuindo para uma reflexão sobre ensino fundamental e médio em Belém. As bases teóricas

para desenvolver essa pesquisa estão alicerçadas na Análise de Discurso Crítica, nas noções de

Ideologia, Identidade e Ethos discursivo. São usadas como fundamento teórico as discussões

feitas pelos autores Amossy (2014), Charaudeau e Maingueneau (2014), Orlandi (2012),

Oliveira e Carvalho (2013), Resende e Ramalho (2011), van Dijk (2010), entre outros. As

hipóteses estabelecidas para este estudo são: a) Os alunos dos cursos de Letras passam por

mudanças significativas na sua constituição identitária ao longo da graduação em Letras; b)

Apesar do conhecimento das teorias da Sociolínguística, LT e AD, os alunos dos cursos de

Letras mantêm ligações estreitas no seu discurso com as concepções mais tradicionais de

ensino/aprendizagem de LM e LE. Partindo da produção textual e das participações orais em

sala de aula, serão analisados os elementos linguísticos constituintes da prática discursiva, as

estratégias discursivas utilizadas na formulação desse discurso dos sujeitos-alunos ingressantes

e concluintes dos dois cursos de licenciatura. Como o discurso é elemento constitutivo do

homem, um ser social e lembrando o modelo tridimensional proposto por Fairclough, serão

identificados os elementos ideológicos, identitários, constituintes do ethos discursivo e,

finalmente, realizar a caracterização da representação identitária desses futuros professores. A

fase em que se encontra este estudo é a de pesquisa bibliográfica e coleta de dados, através da

observação participante.

Palavras-chave: Identidade. Análise de Discurso Crítica. Formação do Professor de LM e LE.

1. INTRODUÇÃO

Este artigo se propõe a discutir a representação identitária no discurso do

sujeito-aluno nos cursos de graduação em Letras/ português e Letras/inglês do campus

1 Este artigo surgiu a partir do projeto de doutorado da USP, sob orientação da Profª DRª Zilda

Gaspar de Oliveira Aquino

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Belém da Universidade do Estado do Pará (UEPA). O objetivo geral estabelecido para

esta pesquisa é contribuir para a compreensão do processo identitário da formação dos

professores do ensino fundamental e médio. Os objetivos específicos são:

Analisar a representação identitária presente no discurso oral e

escrito dos alunos dos cursos de graduação em Letras/ Português e Letras/Inglês

para permitir um entendimento desse futuro profissional;

Identificar quais são os aspectos da identidade a partir dos

elementos linguísticos presentes nos discursos para realizar a caracterização

desses sujeitos;

Proceder a comparação de como se constrói a identidade dos

alunos ingressantes em relação aos concluintes para compreender a futura

atuação educacional desses participantes.

Barros (2002, p. 17) afirma que “os sujeitos envolvidos na comunicação não

são lugares vazios e sim casas cheias – de valores, crenças, de projetos, de aspirações,

de desejos, de sentimentos”. Tem-se observado que o(a) aluno(a) do curso de

Letras/Português ou Letras/Inglês é inserido no ensino superior trazendo consigo do

ensino fundamental e médio a “casa cheia”, ou seja, uma visão carregada de crenças,

ideologias, concepções de ensino/aprendizagem, etc. Ao longo da graduação, ele(a) tem

contato com diversos teóricos, professores que apresentam uma outra visão da

linguagem, ou melhor, novas formas de estudar/analisar a linguagem, mas no dia-a-dia

das escolas públicas e privadas ainda se vê uma ênfase nas concepções tradicionais.

Nos PCNs de Língua Estrangeira (1998, p.24), é feita a seguinte afirmação:

[...] Evidencia-se a falta de clareza nas contradições entre a

opção priorizada e os conteúdos e atividades sugeridos. Essas

contradições aparecem também no que diz respeito à

abordagem escolhida. A maioria das propostas situam-se na

abordagem comunicativa de ensino de línguas, mas os

exercícios propostos, em geral, exploram pontos ou estruturas

gramaticais descontextualizados. [...]

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Apesar de ser dito que há uma escolha pela abordagem comunicativa, há uma

preferência por “exercícios gramaticais descontextualizados”, característico de uma

concepção de ensino baseada na gramática tradicional. Paiva (1997, p 12) descreve a

realidade do ensino de inglês:

Em vez de se estabelecerem objetivos básicos para a formação

do indivíduo de capacitar o aprendiz a utilizar a língua para

tarefas orais e escritas simples, tais como preencher

formulários, cupons, subscritar envelopes, cumprimentar,

apresentar-se, etc., que seriam perfeitamente possíveis dentro da

escola secundária, pretende-se ensinar apenas a gramática ou a

leitura, transformando a aula de inglês em uma tarefa inútil e

desestimulante.

As duas citações apresentam a realidade de ensino das línguas materna e

estrangeira pautada ainda no ensino da gramática. Sabe-se que há um grande número de

graduados em Letras/Português e Letras/Inglês formados com base nas teorias da

Linguística, Sociolinguística, Linguística Textual (LT), Análise do Discurso (AD), mas

ainda persiste a existência de aulas com ênfase na gramática tradicional, no uso de

textos e exercícios, descontextualizados, que se distanciam da realidade do aluno.

Os PCNs (1998, p.32) estabelecem como objetivos para o ensino da língua

materna:

[...] salientam também a necessidade de os cidadãos

desenvolverem sua capacidade de compreender textos orais e

escritos, de assumir a palavra e produzir textos, em situações de

participação social. Ao propor que se ensine aos alunos o uso

das diferentes formas de linguagem verbal (oral e escrita),

busca-se o desenvolvimento da capacidade de atuação

construtiva e transformadora. O domínio do diálogo na

explicitação, discussão, contraposição e argumentação de idéias

é fundamental na aprendizagem da cooperação e no

desenvolvimento de atitude de autoconfiança, de capacidade

para interagir e de respeito ao outro.

Observa-se que os PCNs foram elaborados com base nas teorias da

sociolinguística, LT e AD e desde, então, tem-se debatido sobre o ensino de LM e LE,

criticando o foco principalmente nas normas gramaticais. Em decorrência desse

contexto, surgiu o interesse em realizar esta pesquisa e para direcioná-la foi estabelecida

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a seguinte pergunta: como se caracteriza a representação identitária no discurso dos

alunos do primeiro e quarto anos dos cursos de Letras?

As bases teóricas para desenvolver esse estudo serão alicerçadas na Análise de

Discurso Crítica, nas noções de Ideologia, Identidade e Ethos discursivo. Assim, serão

usadas como fundamento teórico as discussões feitas pelos autores Amossy (2014),

Charaudeau e Maingueneau (2014), Orlandi (2012), Oliveira e Carvalho (2013),

Resende e Ramalho (2011), van Dijk (2010), entre outros.

Assim, um estudo da representação identitária dos alunos da gradução Letras/

Português e Letras/ Inglês da UEPA se faz necessário para entender a formação desse

profissional que trabalha com as línguas materna e estrangeira, contribuindo para uma

reflexão sobre ensino fundamental e médio em Belém.

2. UMA DISCUSSÃO INICIAL SOBRE AS ORIGENS DA AD E ADC

Na década de 70, a Análise do Discurso (AD) ganha força e ocorre a mudança

de foco dos estudos linguísticos, da frase para o texto, que é a manifestação concreta do

sujeito. No entanto, do texto parte-se para o estudo do discurso, entendido como um

suporte abstrato dos diferentes textos produzidos no meio social.

A AD concebe o texto como tendo materialidade própria, como afirma Orlandi

(2012), uma significação, ou seja, o texto é concebido em sua discursividade. Para

entender a ideia de discursividade, é importante perceber a relação linguagem-

pensamento-mundo, que não se apresenta igual para todos os sujeitos de uma sociedade.

Charaudeau e Maingueneau (2014, p.43) afirmam que a Análise do Discurso é

uma disciplina recente e apresentam o seguinte histórico para o termo:

É difícil retraçar a história da análise do discurso, pois não

se pode fazê-la depender de um ato fundador, já que ela resulta,

ao mesmo tempo, da convergência de correntes recentes e da

renovação da prática de estudos muito antigos de textos

(retóricos, filológicos e hermenêuticos).

O próprio termo “ análise do discurso” vem de um artigo de

Harris (1952), que a entendia como a extensão dos

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procedimentos distribucionais a unidades transfrásticas2. É

preciso considerar o ambiente dos anos 60 para compreender as

correntes que modelaram o atual campo da análise do discurso.

(..) É necessário, também, dar um lugar para reflexões vindas de

outros domínios, tais como a de Foucault (1969b) (...) ou a de

Bakhtin (...).

Com base no que os autores afirmam, não há como determinar o fundador da

Análise do Discurso, pois esta disciplina foi e está alicerçada sob as bases de vários

teóricos, como Gramsci, Bakhtin, Althusser e, mais recentemente, Charaudeau,

Maingueneau, Fairclough e Van Dijk. Assim, há o imbricamento de várias discussões,

definições e terminologias que constituem a Análise do Discurso, a qual é classificada

por Charaudeau e Maingueneau (2014, p.45) como instável por ser uma disciplina

“situada no cruzamento das ciências humanas”.

Charaudeau e Maingueneau (2014, p.44) preferem “associar a análise do

discurso, sobretudo, à relação entre texto e contexto”, ou seja, os estudos linguísticos

transcendem o estudo da palavra, da frase ou, simplesmente, do texto, envolvendo os

sujeitos participantes de determinado evento discursivo e o contexto, ou melhor, as

condições extraverbais inerentes à produção, circulação e recepção do texto. As relações

entre o texto, os interlocutores, o contexto que são elementos constituintes do discurso

se caracterizam pelo dialogismo, ou seja, dentro de uma concepção de língua como

interação verbal.

No Dicionário de Análise do Discurso, Charaudeau e Maingueneau (2014,

p.44) subdividem a Análise do Discurso da seguinte forma:

a) como estudo do discurso: uma disciplina que “estuda a

linguagem como atividade ancorada em um contexto e que

produz unidades transfrásticas”, ou seja, “ o estudo do uso real da

linguagem por locutores reais em situações reais” (Van Dijk,

1985, apud Charaudeau; Maingueneau, 2014, p.44). Propõe-se o

estudo criativo da língua “viva”, rica em sentidos, em

dramaticidade/ dialogicidade;

2 O termo transfrástico se refere: “a extensão da linguística frástica aos encadeamentos mínimos

de proposições, de frases (raramente mais de duas) ou à estrutura de períodos conhece hoje um

certo desenvolvimento com os trabalhos sobre a macrossintaxe (...), as anáforas e os

conectores.” (CHARAUDEAU; MAINGUENEAU, 2014, p. 482)

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b) como estudo da conversação: nos países anglo-saxônicos,

consideram o estudo do discurso como interacional, e assim,

estabelece-se duas correntes: a análise do discurso e a análise

conversacional;

c) como ponto de vista específico sobre o discurso. De acordo

com Nunan (1993, apud Charaudeau ; Maingueneau, 2014, p.44),

inspirado nos trabalhos de Halliday, afirma que o analista do

discurso tem como objetivo: “explicitar e interpretar ao mesmo

tempo a relação entre as regularidades da linguagem e as

significações e as finalidades expressas por meio do discurso.”

Considerando as relações dialógicas entre os elementos constituintes do

discurso, é importante ressaltar que tanto na sua expressão oral quanto na escrita o

sujeito vai expor as suas experiências, crenças, etc., que vão se alterando com o passar

do tempo, com o acréscimo de novas vivências.

Nenhum sujeito está pronto e acabado, assim também é o seu discurso, que vai

se constituindo ao longo da sua vida. Por isso, na AD deve se considerar não só o

discurso, mas também o sujeito e a sua história. É dentro dessa concepção que Orlandi

(2012, p. 15) afirma que a AD “concebe a linguagem como mediação necessária entre o

homem e a realidade natural e social”. É essa mediação que vai refletir a transformação

do homem e da sua realidade, ou seja, é o reflexo da sua existência humana, da sua

exterioridade.

Na segunda metade da década de 1980 na Inglaterra, começa a ganhar impulso

os estudos da Análise de Discurso Crítica, que aparece na década seguinte no Brasil. A

ADC nasce com Norman Fairclough, se consolidando como disciplina na década de

1990 e, por conta de sua complexidade, se caracteriza por uma abordagem de cunho

transdisciplinar e multidisciplinar. Resende e Ramalho (2011, p.14) afirmam que a

ADC é, principalmente transdisciplinar, visto que além de usar outras teorias, “por meio

do rompimento de fronteiras epistemológicas, operacionaliza e transforma tais teorias

em favor da abordagem sociodiscursiva”.

Resende e Ramalho (2011, p.22) declaram que Fairclough, desde o início,

objetivava, através do estudo crítico da linguagem auxiliar na “conscientização sobre os

efeitos sociais do texto e também nas mudanças sociais que superassem relações

assimétricas de poder, parcialmente sustentadas pelo discurso”. Em outras palavras, há

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três questões principais estudadas por Fairclough e que são apresentadas por Oliveira e

Carvalho (2013, p. 282): as relações dialéticas entre discurso e sociedade; a

conscientização das pessoas a respeito dessas relações; e o papel do discurso na

transformação social.

Sob a influência do materialismo histórico, proposto por Gramsci, Fairclough

(2008, p.22) apresentou um modelo tridimensional de análise do discurso, que foi alvo

de muitas críticas:

Figura 1: Modelo Tridimensional de Análise proposto por Fairclough

As três dimensões propostas aparecem na figura 1 inter-relacionadas. Para

Fairclough, o texto é a manifestação linguística da prática discursiva, que é uma forma

de prática social, ou seja, não se pode considerar um sem o outro. Os conceitos teóricos

básicos usados por Fairclough para discutir poder, ideologia, classe estão historicamente

associados à esquerda marxista, no entanto, eles estariam perdendo espaço no meio

acadêmico, principalmente para as ideias de uma nova direita, possivelmente até mais

agressiva. O próprio Fairlough (1995, p. 16) reconhece que a ADC é alvo de críticas e

justifica:

Minha visão é a de que os abusos e contradições da

sociedade capitalista que fizeram surgir a teoria crítica

não diminuíram, assim como não diminuíram as

características de prática discursiva dentro da sociedade

capitalista que fizeram surgir a análise crítica do

TEXTO

PRÁTICA DISCURSIVA

PRÁTICA SOCIAL

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discurso. Por isso, há uma razão para se sustentar o

empreendimento crítico contra seus críticos.

Com base nas ideias expostas por Fairclough, alguns críticos afirmaram que a

ADC possuía “um caráter reducionista por atribuir as questões de poder às estruturas

econômicas marcadas pelas relações de classe” (OLIVEIRA ; CARVALHO, 2014, p.

304). A verdade é que a língua em uso não pode ser considerada como neutra, pois os

seus interlocutores através dela veiculam sentidos, carregam valores, o que torna

impossível de se desconsiderar o caráter ideológico presente nessas relações dialógicas.

Oliveira e Carvalho (2014) afirmam que a ADC proposta por Fairclough tem os seus

pontos positivos e negativos. No entanto, há um ponto muito importante a ser

considerado que através da ADC, Fairclough propõe uma reflexão da relação entre

sociedade e discurso, além de oferecer ferramentas utéis na análise de textos, das

práticas sociais e das discursivas.

Van Dijk (2010, p. 9) afirma que prefere usar o termo Estudos Críticos do

Discurso (ECD) e assim o define: “[...] um movimento científico especificamente

interessado na formação de teoria e na análise crítica da reprodução discursiva de abuso

de poder [...]”. O autor ressalta o seu interesse em investigar “reprodução discursiva de

abuso de poder e desigualdade social” (p.9). O abuso de poder se revela na dominação

que leva à desigualdade social, ou melhor, os analistas críticos do discurso enfocam “os

modos como as estruturas do discurso produzem, confirmam, legitimam, reproduzem ou

desafiam as relações de poder e dominação na sociedade” (van Dijk, 2010, p.115).

De acordo com van Dijk (2010, p.130), a ACD tem realizado pesquisas sobre a

desigualdade de gênero, discurso na mídia, discurso político, dominação do grupo ao

poder profissional e institucional, entre outras. O autor enfatiza:

Em todos esses casos, o poder e a dominação estão associados a

domínios sociais específicos (política, mídia, direito, educação,

ciência, etc.), as suas elites e instituições profissionais e a

regras e rotinas que formam a base da reprodução discursiva

cotidiana do poder nesses domínios e instituições. As vítimas ou

os alvos desse poder são normalmente o público ou os cidadãos

em geral, as “massas”, os clientes, os sujeitos, a audiência, os

estudantes e outros grupos que são dependentes do poder

institucional e organizacional. (van Dijk, 2010, p.130).

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Considera-se relevante a perspectiva crítica da linguagem como prática social

para permitir uma compreensão da formação dos indivíduos que irão exercer a profissão

de professores de Português e Inglês. Segundo Fairclough (2003, p. 15), “a visão

científica de crítica social justifica-se pelo fato de a ADC ser motivada pelo objetivo de

prover base científica para um questionamento crítico da vida social em termos políticos

e morais de justiça social e de poder”.

Através dessa perspectiva crítica, é possível refletir e entender como acontecem

as relações dialéticas entre discurso e sociedade. Assm, será usada a abordagem

transdisciplinar e multidisciplinar da Análise de Discurso Crítica para alcançar os

objetivos estabelecidos neste projeto. Van Dijk (2010, p. 13) faz referência aos métodos

usados nas pesquisas em ADC ou como ele mesmo prefere usar ECD ou ainda ACD:

É importante notar, contudo, que apesar desse

pluralismo metodológico, há preferências e tendências

em função do enfoque especial dos ECD sobre os

aspectos de abuso de poder e, portanto, mais

geralmente, sobre as condições e consequências

sociais da escrita e da fala. Em primeiro lugar, as

pesquisas em ECD, em geral, preferem métodos que

não infringem os direitos das pessoas estudadas e que

são compatíveis com os interesses de grupos sociais que

são o foco da pesquisa. Em outras palavras, os métodos

dos ECD são escolhidos de modo que a pesquisa possa

contribuir para a apoderação social de grupos

dominados, especialmente no domínio do discurso e da

comunicação. (grifo nosso)

Dessa forma, entende-se que os estudos da ADC se concentram nas relações

complexas entre estrutura discursiva e social. Dentro do contexto escolar, tanto

professores quanto alunos fazem parte dos grupos dominados por um sistema

educacional que dita as normas, paradigmas a serem seguidos, ou seja, exerce “um

poder social em termos de controle” (van Dijk, 2010, p.17).

Van Dijk (2010, p. 114-5) elenca cinco requisitos necessários para que a

investigação crítica do discurso possa concretizar os seus objetivos. Dos cinco,

reproduz-se principalmente dois que estão relacionados com esta pesquisa:

Em vez de meramente descrever estruturas do

discurso, a ACD procura explicá-las em termos

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das propriedades da interação social e

especialmente da estrutura social.

A ACD enfoca, mais especificamente, os

modos como as estruturas do discurso

produzem, confirmam, legitimam, reproduzem

ou desafiam as relações de poder e de

dominação na sociedade.

Van Dijk (2010, p.11) afirma que nos Estudos Críticos do Discurso ou nos

estudos discursivos em geral há uma interação entre métodos de observação, descrição

ou análise, e suas aplicações. Ele ainda declara que o discurso não pode ser analisado

como algo isolado, como “objeto ‘verbal’ autônomo”, mas deve ser analisado

considerando a atividade interacional, a prática social, ou seja, analisar o discurso dos

interlocutores, inseridos na situação social, cultural, histórica ou política.

Com base nas discussões iniciais sobre AD e ADC, serão apresentadas nos sub-

itens seguintes os conceitos de Ideologia, Identidade e Ethos discursivo como uma

tomada de posição na análise da representação identitária desses participantes.

2.1. SOBRE O CONCEITO DE IDEOLOGIA

Charaudeau e Maingueneau (2014), no Dicionário de Análise do Discurso,

afirmam que diferentes autores já definiram ideologia. Nos anos 60 e 70, apesar das

variadas definições, houve um consenso no sentido de entendê-la como “um sistema

global de interpretação do mundo social” (Aron, 1968, apud Charaudeau ;

Maingueneau, 2014, p. 267). Nos anos 80, o termo ideologia perdeu espaço para outros.

No entanto, Van Dijk (1996, apud Charaudeau ; Maingueneau, 2014, p. 269) traz para a

ADC a noção de ideologia associada a correntes cognitivistas e ele faz a seguinte

afirmação:

[...] redefinir, em primeiro lugar, de maneira muito

específica e precisa, o que são ideologias, isto é, os

sistemas sociocognitivos das representações mentais

socialmente partilhadas que controlam outras

representações mentais, como as atitudes dos grupos

sociais (aí compreendidos os preconceitos) e os

modelos mentais. [...] Em segundo lugar, queremos

pesquisar, de maneira sistemática, através de quais

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estruturas do discurso como as estruturas semânticas (os

assuntos, a coerência), a sintaxe (a ordem das palavras

etc.), o léxico, os atos de linguagem etc., as opiniões

ideológicas se manifestam no texto e na fala.

A ADC com a finalidade de sistematizar a relação ideologia/discurso retoma o

enfoque militante antes presente na AD da década de 70. Essa dimensão social não se

pode perder e a ADC vem renovar a necessidade de se estudar as “representações

mentais socialmente partilhadas” (CHARAUDEAU; MAINGUENEAU, 2014, p. 269) e

elas só vão se fazer entender na manifestação da linguagem do(s) sujeito(s).

Considerando essa presença material da ideologia na(s) prática(s) discursiva(s)

e a sua interconexão com o conceito de hegemonia3, Fairclough (2008, p. 117)

conceitua ideologias assim:

As ideologias são significações/ construções da realidade (o

mundo físico, as relações sociais, as identidades sociais) que

são construídas em várias dimensões das formas/sentidos das

práticas discursivas e que contribuem para a produção, a

reprodução ou a transformação das relações de dominação.

Portanto, quando se fala em discurso, não há como deixar de considerar as

questões ideológicas, já que o homem é um ser social por natureza e a sua prática

sempre irá refletir as relações de poder existentes na sociedade em que vive.

2.2 SOBRE O CONCEITO DE IDENTIDADE

De acordo com Charaudeau e Maingueneau (2014), embora o termo identidade

esteja presente na maior parte das ciências humanas e sociais, possui diferentes

definições e algumas delas podem ser consideradas vagas. Os autores ainda tratam da

noção de identidade dentro da AD:

3 Segundo Fairclough (1997, p.80), “o conceito de hegemonia implica o desenvolvimento – em

vários domínios da sociedade civil (como o trabalho, a educação, as atividades de lazer) – de

práticas que naturalizam relações e ideologias específicas e que são, na sua maioria, práticas

discursivas [...]”

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Em análise do Discurso, para poder utilizar a noção de

identidade, convém acrescentar-lhe duas outras noções que

circulam igualmente nos domínios filosóficos e psicológicos, as

de sujeito e de alteridade. A primeira dessas noções permite

postular a existência do ser pensante como o que diz “eu” [...] A

segunda noção permite postular que não há consciência de si

sem consciência da existência do outro, que é na diferença entre

“si” e “o outro” que se constitui o sujeito. (CHARAUDEAU;

MAINGUENEAU, 2014, p. 266)

Como vive em sociedade, deve não só considerar o indivíduo em si, mas

igualmente os outros seres, ou seja, não existe um “eu” isolado, um sujeito e um outro

se complementam. O princípio do dialogismo estabelecido por Bakhtin4 se baseia na

interação verbal que enunciador e enunciatário estabelecem entre si no espaço criado

pelo texto, ou melhor, o “eu” pressupõe o “outro”, pois estão ligados, interconectados

através da linguagem.

A identidade de um indivíduo se constrói por meio de suas práticas sociais e

discursivas. Assim, “[...] as identidades são ideias culturais sobre status sociais que

ocupamos, ou seja, quem deveríamos ser e não realmente quem somos, se é que

simplesmente somos.” (Johnson, 1997, p.204). Essa construção da identidade se dá na

escola, na igreja, enfim, em todos os espaços sociais onde há a possibilidade de

interação entre indivíduos.

2.3. SOBRE O CONCEITO DE ETHOS DISCURSIVO

O termo ethos foi tomado de empréstimo da Retórica de Aristóteles e significa

a imagem de si que o orador constrói no seu discurso com o objetivo de influenciar o

alocutário (Charaudeau e Maingueneau, 2014, p. 220). A noção de Ethos foi usada por

Ducrot associada à uma teoria de polifonia, mas vai ser retomada mais tarde por

Maingueneau. Então, para Maingueneau,

o enunciador deve legitimar seu dizer: em seu discurso, ele se

atribui uma posição institucional e marca sua relação a um

saber. [...] A imagem discursiva de si é, assim, ancorada em

estereótipos, um arsenal de representações coletivas eu

4 apud GALEMBECK. Marcas de subjetividade e intersubjetividade em textos

conversacionais. In: PRETI, D. (org), 2002.

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determinam, parcialmente, a apresentação de si e sua eficácia

em uma determinada cultura. (CHARAUDEAU;

MAINGUENEAU, 2014, p. 220-1).

Para Amossy (2014), de forma consciente ou não, o locutor oferece no seu

discurso uma apresentação de si, ou seja, “seu estilo, suas competências linguísticas e

enciclopédicas, suas crenças implícitas são suficientes para construir uma representação

de sua pessoa” (AMOSSY, 2014, p.9).

Os estudos de análise do discurso desenvolvidos por Maingueneau e Amossy

fazem uma reflexão contemporânea da noção de ethos discursivo, além de ressaltarem

“a necessidade de considerar a posição do locutor como ser empírico no campo em que

ele se situa (político, intelectual, literário ou outro)” (AMOSSY, 2014, p.25) e elabora

“ferramentas de análise que se encontram no cruzamento da teoria da argumentação

com a pragmática” (AMOSSY, 2014, p.27).

A teoria da Análise de Discurso Crítica e as noções dos termos discutidas neste

item com a finalidade de compreender a representação identitária dos alunos

ingressantes e concluintes dos cursos de Licenciatura em Língua Portuguesa e em

Língua Inglesa da UEPA.

3. METODOLOGIA

De acordo com afirmações do van Dijk (2010) e usando outros analistas de

discurso críticos, já citados nas bases teóricas e com o propósito de delimitar o campo

de investigação, será analisado o discurso oral e escrito produzido pelos sujeitos-alunos

dos cursos de Letras/ Português e Letras/Inglês. As hipóteses estabelecidas para este

estudo são: a) Os alunos dos cursos de Letras passam por mudanças significativas na

sua constituição identitária ao longo da graduação em Letras; b) Apesar do

conhecimento das teorias da Sociolínguística, LT e AD, os alunos dos cursos de Letras

mantêm ligações estreitas no seu discurso com as concepções mais tradicionais de

ensino/aprendizagem de LM e LE.

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Partindo da produção textual e das participações orais em sala de aula, serão

analisados os elementos linguísticos constituintes da prática discursiva, as estratégias

discursivas utilizadas na formulação desse discurso dos sujeitos-alunos ingressantes e

concluintes dos dois cursos de licenciatura. Como o discurso é elemento constitutivo do

homem, um ser social e lembrando o modelo tridimensional proposto por Fairclough,

serão identificados os elementos ideológicos, identitários, constituintes do ethos

discursivo e, finalmente, realizar a caracterização da representação identitária desses

futuros professores.

Um estudo etnográfico pode contribuir na descrição e compreensão do discurso

dos alunos das licenciaturas em Português e Inglês e, dessa forma, pode permitir o

entendimento de como se faz presente a ideologia, relação de poder, identidade, ethos

discursivo na prática discursiva desses indivíduos.

Os corpora constituem-se de 4 grupos: o primeiro grupo será composto por 30

alunos do primeiro ano de Letras/Português; o segundo grupo por 30 alunos do primeiro

ano de Letras/Inglês; o terceiro por 20 alunos do quarto ano de Letras/Português e o

quarto por 20 alunos do quarto ano de Letras/Inglês.

Com base na abordagem etnogrática, será usada a observação participante.

Durante o primeiro e o segundo semestres de 2016, serão selecionadas 10 aulas do curso

de Letras/Português e 10 do curso de Letras/Inglês. Essas aulas serão gravadas com a

permissão dos professores, com o objetivo de analisar as experiências escolares já

vivenciadas desses sujeitos (também as que estão sendo vivenciadas na graduação), as

suas concepções de língua, as suas crenças, ideologias, enfim, identificar os elementos

constituintes do discurso, analisando as interações em sala de aula.

Ao longo dos anos de 2015 e 2016, serão solicitados dos alunos pesquisados

relatos escritos detalhando as experiências escolares vivenciadas no ensino fundamental,

médio e superior. Esses textos serão solicitados no início e no final de cada semestre

para verificar os elementos linguísticos e extralinguísticos presentes na produção

escrita.

As categorias de análise que serão utilizadas são: Elementos linguísticos do

discurso do aluno ingressante; elementos linguísticos do discurso do aluno concluinte;

aspectos identitários; aspectos ideológicos; ethos discursivo e relação de poder.

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Assim, por meio desses procedimentos metodológicos, serão identificados os

aspectos constituintes do discurso oral e escrito para que se realize a caracterização

identitária dos futuros professores e as suas possíveis influências no contexto

educacional na cidade de Belém.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como esta pesquisa ainda se encontra na fase de leitura da bibliografia e coleta

de dados, não se pode estabelecer conclusões a respeito do problema levantado sobre a

representação identitária dos alunos dos cursos de Letras.

No entanto, este artigo objetivou, principalmente, propor reflexões sobre AD e

ADC, para que se entendesse a importância de considerar a “casa cheia” (BARROS,

2002, p.17), as ideologias, crenças, etc. presentes nos dicursos oral e escrito desses

futuros profissionais. Também discutimos de forma breve os principais conceitos

(ideologia, identidade e ethos discursivo), que estão norteando este estudo. Finalmente,

os procedimentos metodológicos do estudo em questão foram apresentados.

Espera-se que ao terminar as etapas dessa pesquisa, uma caracterização da

representação identitária dos alunos dos cursos de Letras possa ser realizada,

contribuindo para uma melhoria da educação belenense.

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