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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa Universidade Federal da Paraíba 15 a 18 de agosto de 2017 ISSN 2236-1855 3073 A REPRESENTAÇÃO DE HELENA KOLODY NOS JORNAIS PARANAENSES (1966-2015) Karina Valim de Araujo 1 Evelyn de Almeida Orlando 2 Introdução Este texto é parte da dissertação de mestrado em andamento “Educação e sensibilidade religiosa na professora e poetisa Helena Kolody (1912-2004)”, desenvolvida no Programa de Pós Graduação em Educação da PUCPR. Helena Kolody, poetisa, que também fora professora e inspetora de ensino secundário, dado pouco divulgado, mas nunca esquecido em suas entrevistas e na lembrança de suas antigas alunas. Ela ficou conhecida por sua doçura, humildade e religiosidade, produzindo assim, um determinado exemplo feminino na sociedade paranaense. A definição de Helena Kolody como intelectual tem por base estudos, como o de Sirinelli, Com frequência se destacou o caráter polissêmico da noção de intelectual[...]Duas acepções do intelectual, uma ampla e sociocultural, englobando os criadores e os mediadores culturais, a outra mais estreita, baseada na noção de engajamento. No primeiro caso, estão abrangidos tanto o jornalista como o escritor, o professor secundário como o erudito. Nos degraus que levam a esse primeiro conjunto postam-se uma parte dos estudantes, criadores ou mediadores em potencial, e ainda outras categorias de receptores da cultura. É evidente que todo estudo exaustivo do meio intelectual deveria basear-se numa definição como esta. (1996, p.242) Com esse trabalho intencionamos responder como Helena Kolody, tendo um projeto de reconhecimento como poetisa, foi representada através da imprensa, a fim de elucidar os meios pelos quais ela foi considerada referência para a sociedade paranaense, bem como quais eram os atributos “desejáveis” à mulher nesse período que posteriormente seria reconhecida como uma intelectual. É aporte teórico para esse artigo o trabalho de Chartier (1998 e 2002) com os conceitos de representaçãoe leitura, bem como de Martins e Luca (2006) com a história da Imprensa Brasileira, que nomeiam o período aqui analisado como: “Imprensa traída” que inicia-se no ano de 1960 e vai até 1987 e “Imprensa globalizada” de 1988 até 2004, ano da 1 Mestranda do Programa de Pós Graduação em Educação da PUC-PR. E-Mail: <[email protected]>. 2 Doutora em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, professora da escola de educação e humanidades da PUC-PR. E-Mail: <[email protected]>.

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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 3073

A REPRESENTAÇÃO DE HELENA KOLODY NOS JORNAIS PARANAENSES (1966-2015)

Karina Valim de Araujo1

Evelyn de Almeida Orlando2

Introdução

Este texto é parte da dissertação de mestrado em andamento “Educação e sensibilidade

religiosa na professora e poetisa Helena Kolody (1912-2004)”, desenvolvida no Programa de

Pós Graduação em Educação da PUCPR.

Helena Kolody, poetisa, que também fora professora e inspetora de ensino secundário,

dado pouco divulgado, mas nunca esquecido em suas entrevistas e na lembrança de suas

antigas alunas. Ela ficou conhecida por sua doçura, humildade e religiosidade, produzindo

assim, um determinado exemplo feminino na sociedade paranaense. A definição de Helena

Kolody como intelectual tem por base estudos, como o de Sirinelli,

Com frequência se destacou o caráter polissêmico da noção de intelectual[...]Duas acepções do intelectual, uma ampla e sociocultural, englobando os criadores e os mediadores culturais, a outra mais estreita, baseada na noção de engajamento. No primeiro caso, estão abrangidos tanto o jornalista como o escritor, o professor secundário como o erudito. Nos degraus que levam a esse primeiro conjunto postam-se uma parte dos estudantes, criadores ou mediadores em potencial, e ainda outras categorias de receptores da cultura. É evidente que todo estudo exaustivo do meio intelectual deveria basear-se numa definição como esta. (1996, p.242)

Com esse trabalho intencionamos responder como Helena Kolody, tendo um projeto de

reconhecimento como poetisa, foi representada através da imprensa, a fim de elucidar os

meios pelos quais ela foi considerada referência para a sociedade paranaense, bem como

quais eram os atributos “desejáveis” à mulher nesse período que posteriormente seria

reconhecida como uma intelectual.

É aporte teórico para esse artigo o trabalho de Chartier (1998 e 2002) com os conceitos

de “representação” e “leitura”, bem como de Martins e Luca (2006) com a história da

Imprensa Brasileira, que nomeiam o período aqui analisado como: “Imprensa traída” que

inicia-se no ano de 1960 e vai até 1987 e “Imprensa globalizada” de 1988 até 2004, ano da

1 Mestranda do Programa de Pós Graduação em Educação da PUC-PR. E-Mail: <[email protected]>. 2 Doutora em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, professora da escola de educação e

humanidades da PUC-PR. E-Mail: <[email protected]>.

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morte de nossa personagem. Jean François Sirinelli (1996) e Névio de Campos (2015) sobre a

“História dos Intelectuais”; e Jane Soares de Almeida (1998) com a “História das Mulheres

no Brasil”, que para ela tem relegado em suas pesquisas a função docente.

As fontes poderiam ser diversas, entretanto, como cita Chartier “Quando o jornal

adquire um grande formato e uma distribuição ampla, quando ele é vendido na rua a cada

número[..]o jornal é carregado, dobrado, rasgado, lido por muitos. (1998, p. 82). Aqui, a

análise dos jornais paranaenses compreende o período de 1966 até 2015, o longo período se

justifica pela referência de Kolody, incluindo menções, entrevistas, notícias e textos pessoais,

publicados mesmo depois de sua morte.

A trajetória de Kolody na imprensa paranaense

As fontes aqui analisadas fazem parte do Acervo da Divisão de Documentação

Paranaense, da Biblioteca Pública do Paraná, que possui uma pasta destinada à Helena, foi

necessário organizá-las, tendo o objetivo bem claro, pois como cita Chartier “A oposição entre

realidades e representação é assim estabelecida como primordial para distinguir tipos de

histórias e, simultaneamente, discriminar tipos de textos.” (2002, p. 55). Assim, surge a

primeira questão, de 1960 à 2015, quantas notícias e em quais jornais paranaenses Helena

aparece

GRÁFICO 1 QUANTIDADE TOTAL DE NOTÍCIAS DE HELENA KOLODY POR JORNAIS

1960 à 2015

Fonte: dados coletados in loco pelas autoras, maio de 2016.

Apesar de ter um total de 178 notícias em dezesseis jornais, os três jornais aqui

levantados com maior expressividade da personagem foram: Jornal do Estado, O Estado do

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Correio De Noticias Diario Do Parana

Diario Popular Folha Da Imprensa

Folha De Curitiba Folha De Londrina

Folha Do Parana Gazeta Do Livro Gazeta Do Povo

Industria E Comercio Jornal Do Estado

Jornal Do Livro O Estado Do Parana

Pagina Um Tribuna Do Parana

Curitiba Hoje

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Paraná e Gazeta do Povo. Sobre o Jornal do Estado, é relativamente recente sua existência,

por isso não foi encontrado nenhuma pesquisa sobre esse veículo de informação, segundo

informações do próprio site:

Tudo começou com o Jornal do Estado, fundado em 1983, pelo jornalista Roberto Barrozo Filho. Desde a primeira edição, o Jornal do Estado manteve o compromisso de dizer verdade, com uma política honesta, que defende a estrutura econômica do Paraná sem visar o protecionismo privilegiado, como escreveu Roberto Barrozo Filho na capa da primeira edição, em 17 de junho de 1983.Ao completar 30 anos o Jornal do Estado evoluiu. Desde o dia 17 de junho de 2013, a edição impressa passou a se chamar Bem Paraná, mesmo nome do portal na internet lançado em 2006. (s/autor, 2016)

O que vale salientar é que após a morte de Helena Kolody, em 2004, esse jornal

publicou semanalmente reportagens sobre ela, escritas por diferentes personalidades da

sociedade curitibana que conviveram com nossa personagem, era sempre uma coluna vertical

com o título “Helena Kolody, sempre presente” e ao final, a frase, “continue lendo e

escrevendo Helena Kolody, o Jornal do Estado Publica.”

Sobre a história do jornal O Estado do Paraná, que possui características mais

declaradamente políticas, devido principalmente ao seu proprietário, Severo e Neto

escrevem:

O “Estado do Paraná” mantém sua edição na capital, Curitiba. Pertence ao Grupo Paulo Pimentel, filiado ao SBT [...]O nome do proprietário foi dado ao grupo. Paulo Pimentel foi governador do estado entre 1966 e 1970[..] Criado em 17 de julho de 1951 diante da oposição sofrida pelo governador do Paraná, Bento Munhoz da Rocha Neto[..]Pimentel não aceita apoiar o candidato indicado ao governo do Estado do Paraná pelo então presidente Médici[..] O jornal “O Estado do Paraná” foi o primeiro a manter um agente da Polícia Federal em sua redação com intuito de avaliar o conteúdo e censurar, se necessário. O Estado do Paraná mantém uma tiragem de 40 mil exemplares com 35 páginas nos dias de semana, uma média de 50 mil, com 40 páginas nos finais de semana, sendo 40% o espaço destinado à Publicidade e 60% à Informação. O impresso é distribuído para todo o estado. (2009 p. 10-12)

E sobre a história da Gazeta do Povo, um jornal pioneiro, que se declara apolítico,

apesar de se posicionar politicamente em alguns momentos. Severo e Neto escrevem:

Benjamin Lins colocou em circulação o manifesto de Fundação da Gazeta do povo em 20 de janeiro de 1919 na cidade de Curitiba[..] Na década de 1960, a televisão chegava a Curitiba [..] Diante da crise econômica vivenciada no período, A Gazeta, seus proprietários venderam o jornal para Edmundo Lemanski e seu respectivo sócio. Dentre as aquisições da empresa estão uma impressora off set, novidade na década de 1970, computadores que tornaram possível a primeira foto colorida na capa de um jornal no Estado do Paraná. No decorrer dos anos, os sócios da Gazeta do Povo compraram a TV Paranaense, canal 12, de Curitiba[...] A Gazeta do Povo foi o segundo jornal brasileiro a disponibilizar as notícias na internet em 1995, logo após o Jornal

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do Brasil que foi o pioneiro[..] Atualmente, a Gazeta é o maior jornal do Paraná com tiragem média de 50 mil exemplares de Segunda a Sábado e 105 mil aos domingos. ( 2009 p. 3-5)

Sobre esses dois últimos jornais é importante verificar que sua tiragem relaciona-se a

seus investimentos, pois apesar do surgimento da TV os dois grupos conseguiram se filiar à

emissoras de grande alcance, fazendo a divulgação de nossa personagem em todo o estado.

Para Almeida, “A obra escrita em forma de jornais periódicos, revistas, literatura, poesias e

mesmo música revela formas de pensar, mentalidades, sentimentos dos personagens em

determinados períodos históricos.” (1998, p.106).

Para nós o que se faz relevante é perceber a importância desse veículo de informação na

trajetória de Helena, expondo as representações que compõe um história intelectual que é o

“Lugar da narrativa historiográfica que tem por objetivo problematizar e explicar as

autorrepresentações construídas pelos intelectuais.” (CAMPOS, 2015, p. 97). Tal trajetória

fora marcada por uma produção de visibilidade através do jornal, que alcançaria muito mais

que apenas suas Redes de sociabilidade, foi a poesia que lhe conferiu tal feito. Como cita

Bueno,

A participação feminina no mundo da escrita –principalmente, na produção de poesias– foi marcante no Paraná dos anos 30. Amostras de suas produções encontram-se dispersas em jornais, nas sessões especialmente dedicadas a intelectualidade paranaense, em revistas de publicação não regular e em editoras de time da projeção. (2003, p. 213)

Entretanto, com Helena, as publicações não eram apenas amostras de seu trabalho,

eram sua opinião, eram sua postura, eram homenagens. “Nascida em 12 de Outubro de 1912,

em Cruz Machado [..] Diplomou-se em 1931 como professora normalista. Lecionou 23 anos

na Escola Normal de Curitiba, atual Instituto de Educação.” (Jornal Industria e Comércio 24

de Ago. 1994); “A poesia do Paraná tem um nome: Helena Kolody” (Gazeta do Povo 26 de

Nov. de 1994); “Um dos maiores nomes da poesia brasileira” (O Estado do Paraná 16 de Out.

de 2004).

Para analisar a repercussão de suas contribuições à sociedade paranaense é preciso

reconhecer os modos que Helena foi representada nos jornais. Partimos da ideia de três

pilares de atuação: Docência, Poesia e Religião, que se configuram em um perfil

representativo da mulher -modelo e referência- da sociedade paranaense no período,

portanto um quarto pilar se fez necessário, o exemplo feminino. Para Chartier,

O porquê da importância da noção de representação, que permite articular três registros de realidade: por um lado, as representações coletivas que incorporam nos indivíduos as divisões do mundo social e organizam os

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esquemas de percepção a partir dos quais eles classificam, julgam e agem; por outro, as formas de exibição e de estilização da identidade que pretendem ver conhecida; enfim, a delegação a representantes (indivíduos particulares, instituições, instâncias abstratas) da coerência e da estabilidade da identidade assim afirmada. (2002, p. 11)

Iniciando a análise das representações fez-se necessário perceber qual dos pilares, cada

notícia, expunha, entretanto em apenas uma notícia poderíamos ter mais de uma

representação, principalmente quando estas, em sua maioria contextualizavam a vida de

Helena. Em quase todas, poetisa, era sua representação principal, seguida pelo exemplo

feminino, uma representação bem expressiva, em menos da metade sua representação

docente apareceu e em menor quantidade a Helena diretamente religiosa.

TABELA 1 ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES NAS NOTÍCIAS LEVANTADAS – 1960 à 2015

HELENA POETISA HELENA PROFESSORA HELENA RELIGIOSA HELENA EXEMPLO

FEMININO

173 71 33 99

Fonte: criado pelas autoras a partir da análise das fontes aqui utilizadas, jun. 2016.

Em todas as notícias foi possível identificar alguma das representações inicialmente

levantadas, em simples identificações como no caso da Poetisa e Professora, pois era relatado

sua atuação profissional. No caso do Exemplo Feminino foi considerado os elogios à mulher

com qualidades independente de suas profissões, “Uma paranaense pouco conhecida,

injustamente pouco conhecida além das fronteiras de seu Estado Natal, dada sua timidez e

humildade.” (Gazeta do Povo, 16 de Fev. de 1969). Assim apesar do assunto principal ser a

poetisa, quase sempre, surgem elogios independente de sua escrita e sim mais pessoais.

No caso da religiosa, esse pilar representativo foi considerado quando ao falarem de sua

poesia, a comparavam com uma posição de vida espiritualizada, “Iluminada e luminosa.

Amamos essa grandeza espiritual, a palavra enxuta e exata[...] ainda fará com que Curitiba

ame a si mesma” (Correio de Notícias, 02 de Out. de 1987) e também, algumas vezes, quando

citada sua crença diretamente, “Para Helena Kolody, com uma forte vocação mística em

função da sua sólida formação católica[..]” (Gazeta do Povo, 28 de Out. de 1996) ou

indiretamente, em um agradecimento a Deus, por exemplo.

Imprensa traída, Helena a poetisa que agrada

Iniciando as análises dessas notícias primeiramente pela imprensa traída é preciso

considerar, que até os anos 80, apesar da modernização dos jornais e das associações que

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juntos trouxeram maior vinculação às notícias, havia uma censura à imprensa alternativa, o

que Martins e Luca explicam. “A perseguição a essa imprensa que não se pautava, pela busca

do lucro, foi feroz: prisão de editores, bombas nas redações, apreensão de edições inteiras e

censura e cortes que atingiam grande parte do material produzido.” (2006, p.111). Como aqui

já citado no caso do jornal Estado do Paraná.

GRÁFICO 2 NOTÍCIAS SOBRE HELENA KOLODY NO PERÍODO DA IMPRENSA TRAÍDA

1960 à 1988

Fonte: dados coletados in loco pelas autoras, maio. 2016.

A censura faz-se um dado importante, sendo interessante verificar algumas notícias

sobre Helena e quais eram as representações inicialmente aceitas. É preciso considerar que

em 1966, data da primeira notícia aqui considerada, Kolody já estava com 54 anos,

aposentada das salas de aula e com pelo menos quatro livros publicados. Esse período soma

um total de 30 Notícias, com as quais é possível perceber uma já consagrada carreira.

“Com 6 livros de poesias já editados, confessa não estar satisfeita [...] daí a sua

permanente busca, aquela caçada sem trégua pela perfeição[...]” (jornal Diário do Paraná, 16

de Fev. 1969) “Helena Kolody, uma voz de poeta que o Brasil precisa ouvir” (jornal Gazeta do

Povo 23 de Fev. de 1969).

Com essas notícias podemos perceber que o foco era a divulgação do trabalho de

Helena como poetisa e que, em três anos, dois livros já estavam sendo publicados. Isso foi

devido ao patrocínio que Kolody começara a receber, pois, seus primeiros livros foram de

publicação própria.

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Ao analisar a primeira notícia datada de 1966, não é de espanto, perceber a aceitação de

seu trabalho, o poema Prece é apresentado, este que já havia sido reconhecido pela igreja

como poema sacro. Não satisfeito, o jornal O Estado do Paraná no final do Período, 1987, traz

novamente o tema, noticiando que Helena era Católica e exemplificando para o leitor quais

de suas poesias caminhavam nessa vertente “inúmeros poemas denotam sua simpatia

religiosa, principalmente ‘Ladainha’, ‘Páscoa’, ‘Paz’, ‘Eucaristia’, ‘Ação de Graças’,

‘Humildemente’ e ‘Egoísmo’. (jornal O Estado do Paraná 02 de Abr. de 1987)

Lendo as matérias nesse período percebe-se que repetem praticamente o mesmo texto,

com poucas alterações, entretanto a grande maioria traz a ausência do nome do autor da

notícia, o que posteriormente vem abaixo do título, das trinta analisadas apenas onze tinham

esse dado, e o nome do fotógrafo foi mais escasso ainda, apenas quatro. Todas essas

informações se fazem relevantes, pois não conseguimos fazer uma relação de quais autores

contribuíram para tais representações de Helena.

O Correio de Notícias se mostra cuidadoso nesse sentido, na notícia sobre Helena no

jornal de 20 de Out. de 1985, traz o nome da autora do texto “Rosimeire Gemael”, e ainda do

fotógrafo “Joel Cerriza”. O que é ainda mais relevante ressaltar nessa notícia é o título “Ave,

padroeira da poesia”, era constante a associação de Kolody com nomes sacros como:

padroeira e santa. Diante do trabalho de Helena nesse período de 1966 à 1885 foram doze

livros publicados, sendo somente o último publicação de uma editora.

Em 1970 Kolody fez o lançamento de seu livro “O Tempo” na escola onde foi professora

por vinte e cinco anos, foi seu primeiro lançamento público, entretanto a notícia no jornal

Diário Popular de 28 de Nov. de 1970 não evidencia a intensa relação dela com essa escola,

ou até mesmo com o ensino, escrevem que “Kolody foi ao Instituto de Educação por

insistência dos estudantes”.

Portanto, o período analisado traz quase que um apagamento da carreira docente, as

vezes que essa representação aparece está em segundo plano, o interessante é perceber que

sua trajetória intelectual se fortalece por Helena Kolody ter um perfil feminino aceitável para

imprensa, e principalmente por seu posicionamento como poetisa, pois sua vida como

professora não se apresenta como tão diferente, a não ser por suas alunas amarem sua

poesia, apesar de ter aulas de biologia com ela.

Imprensa informatizada, uma Helena quase completa

Analisar o discurso, sua veiculação e seu período histórico faz-se necessário. Para

Chartier, “A prática discursiva é, portanto, uma prática específica ‘estranha, escreve Foucault

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em algum lugar’ que não reduz todos os outros ‘regimes de prática’ a suas estratégias, suas

regularidades e suas razões.” (2002, p. 132). A partir de 1988, temos o segundo período com

o qual esse artigo conversa com Martins e Luca, chamado de Imprensa informatizada

Como resultado inicial dessa empresa de comunicação informatizada[..] passou-se a conviver com o visual mais ordenado e agradável do jornal, textos curtos, linguagens acessíveis de forte apelo popular, manchetes estratégicas para atrair o consumidor, e a ampla segmentação e difusão de publicações, temas e notícias. (2006, p. 125)

Tal período que se inicia em 1988, traz nos jornais paranaenses 148 notícias sobre

Helena Kolody, considerando até o ano de 2015, pois é nossa intenção também perceber as

representações pós morte dessa intelectual.

GRÁFICO 3 NOTÍCIAS SOBRE HELENA KOLODY

NO PERÍODO DA IMPRENSA INFORMATIZADA 1988-2015

Fonte: dados coletados in loco pelas autoras, maio. 2016.

Para uma análise mais detida do período, já que em comparação com o anterior

podemos destacar um aumento de quase quatro vezes mais publicações, faremos a subdivisão

dos pilares de representação em subcapítulos, visto que estes foram contemplados na análise

total das notícias e corresponderam ao esperado, aparecendo todos consideravelmente.

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Helena Poetisa

Kolody recebera em sua vida muitas homenagens por seu trabalho como poetisa,

entretanto, vale lembrar, que o reconhecimento veio somente quando ela já estava idosa, por

exemplo em 1992, quando entra para Academia Paranaense de Letras aos 79 anos. Seu

trabalho com as poesias, como pode se evidenciar nas notícias a seguir, foi amplo e com o

auxílio desses jornais foi veiculado como exemplo em todo o estado paranaense.

A poesia nasceu do desejo de exteriorizar o eu, travar um diálogo constante consigo mesma, apresentar sua visão de mundo. Os livros se sucederam, com a ressonância de sentimento burilados, cadência de som, ritmo e rima, síntese de harmonia e significado, entrelace de realidade, emoção e filosofia. Helena caminha na poesia com agilidade do andarilho que palmilha, incansavelmente, o universo à procura do essencial, do eterno, do imensurável. Crítica atenta revela alto domínio de linguagem e linguística, imensa familiaridade com sufixos, prefixos, fonemas, primordiais para colorir nossas criações. A linguagem é um fascinante jogo que maneja com perfeição. À medida que o faz sua poesia evolui, torna-se concisa, exata e consequentemente mais pura, límpida e bela. (jornal Gazeta Do Povo 11 de Out. de 2000)

As homenagens e prêmios por seu trabalho como poetisa, são amplamente veiculados,

“Na próxima quarta-feira, dia 25, a partir das 20 horas, o auditório do Sesc da Esquina, em

Curitiba, estará lotado para a posse da escritora Helena Kolody na Academia Paranaense de

Letras” (jornal Gazeta Do Povo 22 de Mar. de 1992) “A Universidade Federal do Paraná

(UFPR) concedeu na noite de ontem, em sessão solene do Conselho Universitário, o título de

doutor honoris causa à poetisa paranaense.” (jornal Gazeta Do Povo 09 de Mai. de 2003)

Entretanto, é valido lembrar que a poetisa sempre teve apoio do público feminino, bem

como do Centro Paranaense Feminino de Cultura desde o período de análise anterior,

Imprensa Traída. Segundo Bueno, “O centro manteve a tradição de apoiar a mulher escritora,

suas iniciativas intelectuais e sua integração no ambiente cultural de sua cidade, criando um

acervo de obras de autoras exclusivamente paranaenses.” (2003, p. 218).

As mulheres da sociedade curitibana utilizaram do Centro, bem como da escrita para

inserir sua voz nos meios sociais, sendo que muitas delas eras profissionais do meio

educacional. Bueno explica,

Os dados indicam que grande parte delas teve sua formação nas escolas de magistério, criadas no paraná e se ocupou de atividades relacionadas ao ensino, como fundar escolas, ministrar aulas e inspecionar ensino. Essas incidências chama a atenção do pesquisador no sentido de constatar que o magistério era também uma possibilidade de inserção das mulheres no seio da intelectualidade paranaense, com desdobramentos para a produção literária e, particularmente, para o campo da poesia. (2003, p. 213)

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Isso claramente foi o caminho percorrido por Helena, que sempre escreveu e publicou,

por conta própria e em algumas revistas, mas a sua renda provinha do magistério, que teve

seu apagamento claro nas representações até aqui analisadas. A imagem a seguir traz sua

biografia e quem apoio a publicação.

Figura 1 – Biografia de Helena no jornal O Estado Do Paraná 14 de Out. de 1992

Foram, portanto, até 1992 dezoito trabalhos como escritora, sendo os primeiros de

publicação própria, em 1951 com o apoio do Centro de Letras do Paraná e em 1959 com apoio

do Centro Paranaense Feminino de Cultura instituições estas que favoreceram seu projeto

intelectual de reconhecimento literário.

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Helena Professora

Kolody fora professora e inspetora do ensino secundário, ministrou em maior tempo

aulas de Biologia às normalistas do Instituto de Educação do Paraná, o que o período da

imprensa informatizada traz mais claramente explicito, muito na defesa de uma biografia

linear e correta e nas lembranças de Helena.

Formada começou logo a lecionar no Grupo Escolar de Antonina, em Rio Negro, o mesmo grupo escolar onde aprendeu as primeiras letras. Veio, depois, Ponta Grossa, Jacarezinho, Curitiba, no atual Instituto de Educação do Paraná, ai lecionando, durante 23 anos, a disciplina de Biologia Educacional. “Sempre gostei dos seres vivos”. Lecionou “com prazer e entusiasmo”, leva grande amor por seus alunos, que foram, quase sempre, alunas. Exerceu, também, durante 17 anos o cargo de Inspetora Federal do Ensino Secundário. (jornal Correio De Notícias 03 de Abr. de 1992)

Esta representação, na maioria das notícias, traz a paixão pelo magistério, como um

ponto positivo em Kolody, uma dedicação, como se fosse apenas por esse motivo sua entrada

na carreira docente. Almeida explica,” O conceito de paixão utilizado no desempenho docente

e quando se refere as mulheres professoras principalmente, mostra que o ato de educar o

outro ser humano é difícil, existe força interior e vontade.” (1998, p. 21).

Para Helena à Docência era seu sustento, atividade primeira, por mais que a paixão

existisse. Já a poesia, que a imprensa tanto evidência, era sua arte, mas não poderia viver

apenas dela, sendo que como já visto poetisa e professora se uniam por um projeto

intelectual, e esse livre trânsito na educação paranaense também era um fator de

favorecimento.

Para Almeida, “Atualmente, a história das mulheres constitui um campo de estudos

bastante privilegiado, mas as mulheres, enquanto profissionais do ensino, tem sido

constantemente relegadas ao esquecimento.” (1998, p. 25). Helena fala em pouquíssimas

entrevistas de suas dificuldades na docência, entretanto, como pudemos verificar, as notícias

nesse período somente esclarecem que a poetisa fora professora, e dentre 178, nos dois

períodos, apenas 71 citam esse dado.

Helena exemplo de religiosidade/espiritualizada

Como já citado Helena aparece como exemplo de espiritualidade e religiosa em

algumas notícias, manchetes e fotografias, apesar dessa representação ter sido uma das

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primeiras a aparecer, percebeu-se que perdeu a força ao longo dos anos, totalizando a menos

expressiva aqui analisada nos dois períodos.

Figura 2 – Notícia sobre Helena no jornal Folha De Londrina 11 Out. de 1992

Figura 3 – Notícia sobre Helena no jornal O Estado Do Paraná 12 de Abr. de 1992

Acima podemos ver dois exemplos já discutidos, a exposição de Helena católica

praticante e da poetisa espiritualizada. É importante salientar que análise foi realizada

buscando a representação da pessoa Helena. É sabido que seus poemas denotam essa

espiritualidade, mas buscamos a essência nas ações da personagem. Almeida cita, “A igreja

reinava toda poderosa sobre a maioria católica e tinha espaço garantido na vida social[..] As

missas aos domingos, as quermesses, as festas dos santos padroeiros eram momentos de

confraternização e encontro.” (1998, p.168).

Ela conta que sua poesia salvou a vida de uma ex-aluna que sofria de depressão. Já mulher, mãe, procurou a poetisa para relatar que estava pronta para se matar, num período que enfrentou uma depressão profunda, mas sentiu necessidade, antes de tomar o veneno de ler um de seus poemas (jornal Gazeta Do Povo 27 de Jun. de 1993)

Com essa passagem, se o dado for verdadeiro retomamos a análise inicial de associação

dessa representação religiosa estar atrelada à uma sacralidade embutida na obra da poetisa, o

que não diferiu do período anterior, mas que demostrou perder um pouco a importância, já

que no período da imprensa informatizada o dado de ser cristã já não tinha o mesmo peso

que no período de repressão da imprensa traída.

Helena exemplo feminino

A análise dessa representação exigiu uma atenção maior, pois estava diretamente

relacionada as outras, principalmente ao seu trabalho. Para Chartier,

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O essencial não é, portanto, opor termo a termo uma definição biológica e uma definição histórica da oposição masculino/feminino, mas, antes, identificar os discursos que enunciam e representam como “natural” (portanto, biológica) a divisão social (portanto, histórica) dos papéis e das funções. (2002, p. 96).

Nesse caminho destacamos alguns parágrafos dessas notícias que demonstram os

atributos femininos, aos quais, Kolody foi associada como um exemplo as leitoras do período,

Figura 4– Notícia sobre Helena no jornal Gazeta Do Povo 11 de Out. de 2000

Apesar de Helena aparecer com o mesmo perfil desde os anos 60, com a Gazeta do

Povo, no ano 2000, pode-se perceber a necessidade de representa-la, nos seus 88 anos, com

vários adjetivos que se inserem nesses atributos de boa moça, que em nenhum momento

aparece questionando nada.

“O filme Helena de Curitiba da produtora e repórter Josina Melo, sobre a vida e a obra

da poetisa Helena Kolody, será lançado nesta terça-feira[...] como uma das atrações da

programação do aniversário da cidade” (jornal O Estado Do Paraná 24 de Mar. de 2005).

Como homenagens foram dois filmes, que apesar de focarem muito em seu trabalho como

poetisa, tiveram uma vertente biográfica que passou pela vida de Helena, e na notícia

anterior é como se o filme sobre Kolody fosse um presente para a Curitiba.

Já em alguns aniversários, Kolody passara ao lado da intelectualidade feminina, sendo

homenageada, como em 1992 no conselho da Mulher Executiva com vinho e tarde de

autógrafos (Correio De Notícias 03 de Dez. de 1992), o que cada vez mais lhe confere redes de

sociabilidades, que favorecem seu projeto intelectual.

Considerações Finais

O caminho de análise realizado nesse artigo trouxe algumas constatações. Apesar da

contemplação de dezesseis jornais com 178 notícias, muitas delas repetiam o mesmo tema,

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como por exemplo o aniversário da poetisa, homenagens e lançamento de livros. O que

poderíamos dizer que é comum até os dias atuais. Outro dado foi a repetição de textos em

diferentes jornais e no mesmo jornal em diferentes anos.

As manchetes trazem ao leitor uma interpretação do que poderá conter no corpo do

texto chamando-o ou não a ler. Com relação as imagens, dizem muito também, pois por

algumas vezes Helena era descrita como a senhora da face iluminada, com cabelos brancos e

olhos azuis que lembram o céu.

Figura 5– Foto de Helena no jornal O Estado Do Paraná 05 de

Out. de 2002

Figura 6– Foto de Helena no jornal O Estado Do Paraná 01 de

Fev. de 1989

Essas duas imagens representam a maioria, nas quais Kolody já aparece idosa, com

palavras bonitas, mensagens positivas e homenagens, que denotam a representação que se

desejou e construiu: a intelectual paranaense, modelo feminino. Novamente um termo sacro

“canonizada” aparece em direta relação com suas poesias. Portanto é a produção de um tipo

de mulher, associado sempre a termos religiosos que denota um lugar social produzido a ser

considerado. Segundo Louro,

Não parece ser possível compreender a história de como as mulheres ocuparam as salas de aula sem notar que essa foi uma história que se deu também no terreno das relações de gênero: as representações do masculino e do feminino, os lugares sociais previstos para cada um deles são integrantes do processo histórico [...] tais discursos que elas e eles constroem suas práticas sociais, assumindo, transformando ou rejeitando as representações que lhes são propostas. (1997, p. 478)

Assim, é possível concluir que Helena Kolody, fora notícia nos jornais paranaenses e

que sua representação reúne atributos desejáveis a uma mulher exemplo para a sociedade,

tais como: o sentimento religioso, suas profissões – professora e escritora- e seu perfil social.

Tais representações da intelectual, muito pelo fato da imprensa colocar em circulação a

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Helena Kolody modelo, contribuiu ao mesmo tempo para produção e veiculação de sua

história, bem como seu projeto intelectual.

Referências

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