a relação entre comportamento supersticioso e estímulo … · 2017. 2. 22. · figura 9a:...

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo Reforçador Condicionado: Uma Replicação Sistemática de Lee (1996). Ghoeber Morales dos Santos PUC/SP SÃO PAULO 2006

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM PSICOLOGIA

EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo

Reforçador Condicionado: Uma Replicação Sistemática de

Lee (1996).

Ghoeber Morales dos Santos

PUC/SP

SÃO PAULO

2006

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GHOEBER MORALES DOS SANTOS

A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo

Reforçador Condicionado: Uma Replicação Sistemática de

Lee (1996)

Dissertação apresentada à Banca

Examinadora da Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo, como exigência

parcial para a obtenção do título de Mestre

em Psicologia Experimental: Análise do

Comportamento, sob orientação da Profa.

Dra. Nilza Micheletto.

Projeto parcialmente financiado pela CAPES.

PUC/SP

SÃO PAULO

2006

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Banca Examinadora

________________________________

________________________________

________________________________

Data: _____/_____/_____

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AGRADECIMENTOS Dedico este trabalho às duas pessoas mais importantes da minha vida: meu pai

(Xavier) e minha mãe (Rosângela). Sou extremamente privilegiado em tê-los como

meus pais. Muito obrigado por apostarem e investirem tanto em mim. Vocês estão por

trás de cada conquista e de cada vitória que eu alcancei até hoje. A certeza de que vocês

sempre estarão ao meu lado me traz conforto e ânimo. Amo vocês!

Tenho a sorte e a felicidade de poder contar com pessoas especiais. A elas

gostaria de dizer algumas palavras:

Klaus, ter você como irmão é ter a certeza de um ombro amigo a qualquer

momento. Seu apoio e incentivo foram de extrema importância ao longo destes dois

anos. Obrigado por tudo!

Max, meu irmão, sinto seu carinho e sua preocupação constante com o meu bem

estar. Obrigado por sua atenção e paciência nestes últimos tempos.

Vovó e Tim, a distância que nos separa nunca foi capaz de impedir que o apoio e

o amor de vocês chegassem até mim. Muito obrigado pelas orações.

Fabiano e Isabella (Cachorrinha!), vocês são dois irmãos que a vida me deu de

presente. A presença de vocês me deu forças para enfrentar mais este desafio. Agradeço

por tudo o que vocês fizeram por mim, principalmente naqueles momentos em que eu

mais precisei de vocês dois. Vocês moram no meu coração.

Leila, foi muito bom pra mim ter concluído este Mestrado com você. Sua

companhia nas viagens semanais a São Paulo me fazia muito bem. Lembro com

saudades das nossas conversas no ônibus. Enfrentamos dificuldades juntos e também

dividimos alegrias. Obrigado por sua disponibilidade em me ajudar nas tantas vezes que

precisei e preciso.

Denise (Denisiiii), sua companhia no primeiro ano do Mestrado foi fundamental

para que eu conseguisse continuar seguindo em frente. Ficar no Laboratório durante as

Quartas-feiras só fazia algum sentido porque você ficava lá, estudando comigo. Nunca

vou me esquecer disto. Gosto muito de você!

Ana Paula Basqueira, demoramos um pouco mais para nos entrosar, mas depois

que isto ocorreu nos tornamos grandes amigos. Esse seu jeito doce e acolhedor me fez

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muito bem durante estes dois anos. Você também foi uma excelente companheira!

Obrigado por sua amizade.

Elisa, seu jeito “arretado” de ser desde o início me cativou. Você me divertiu

muito durante o curso, aliviando o stress do dia-a-dia. Um “cheiro” pra você!

Karine, você agüentou muita chatice minha nestes dois anos, né? Adorava te

perturbar... Muito obrigado pelo apoio nesta reta final. Você é uma pessoa especial.

Ana Paula Maestrello, sua risada gostosa me divertia e me “colocava pra cima”.

Sua companhia foi muito agradável.

Sandi, partilhamos de momentos agradáveis nestes tempos, incluindo nossa

viagem à São Carlos. Você só ficou me devendo uma “canja”... Ah! E não se esqueça de

tomar conta do Jr.!

Thaís Salles, não vou me esquecer da sua boa vontade e disposição constante em

me ajudar. Você é um doce de pessoa. Obrigado por tudo.

Maria Paula, sempre admirei sua dedicação aos estudos. Por trás da sua feição

mais “séria” existe uma pessoa meiga e prestativa.

Regina, sem você os gráficos mais importantes deste trabalho não teriam saído

“do mundo das idéias”... Muito obrigado pela prestatividade e prontidão em me ajudar!

Lígia, você é uma pessoa sensacional. Apesar de termos nos conhecido há pouco

tempo, sua presença foi bastante marcante nesta minha caminhada!

Nico, seus questionamentos e comentários nas aulas que assistimos juntos foram

enriquecedores. Receber você e Denise na minha casa foi um momento muito divertido

pra mim!

Vanessa di Rienzo, sua ajuda no período da Qualificação do meu projeto de

pesquisa (tirando dúvidas, discutindo textos e nos ensaios para a apresentação) foi

valiosa.

Manu, desde 1999 quando entramos na faculdade, ser seu amigo é muito bom

pra mim. Sei que posso contar com você! Muito obrigado por ter aceitado tão

prontamente fazer o teste do meu programa de computador.

Vívica (Xislaine!), nossa amizade se solidificou e isto é motivo de alegria pra

mim. Suas palavras de incentivo foram muito importantes. Gosto demais de você, Xis!

Lu Verneque, admiro seu compromisso e seriedade com a vida de um modo

geral. Obrigado pela constante atenção e enorme disposição em me ajudar. Você é uma

pessoa maravilhosa.

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Ana Maria Lé Sénéchal Machado (ufa!), seu pupilo favorito aprendeu muitas

coisas com você. Tem sido ótimo partilhar minha vida com você. Beijo do Tino!

André, nem sei como te agradecer por tudo o que fez e faz por mim. Você deu o

pontapé inicial na minha formação enquanto um Analista do Comportamento. Foi um

professor que me fez crescer. É provável que não estivesse concluindo este Mestrado se

não tivesse sido seu aluno. Obrigado!

Andréia, Junea e Sílvia: mesmo que nosso contato tenha diminuído um pouco

nestes últimos tempos, sei da torcida de vocês por mim. Obrigado.

Paty Casela, sua alegria de viver me emociona. Faz 20 anos que te conheço e

cada vez mais gosto de você. Obrigado por seu carinho comigo.

Jô (Pê), ainda me lembro da primeira vez que te liguei agendando uma visita sua

até a UFMG. Quem diria que deste encontro sairia uma amizade tão boa? Suas palavras

de incentivo sempre me fizeram muito bem. Não me esquecerei do nosso passeio em

São Paulo.

Resende e Isabel, obrigado pelo carinho tão grande que vocês tem por mim. A

recíproca é verdadeira.

Geraldino, sem sua ajuda a realização deste trabalho seria inviável. O programa

de computador ficou excelente! Obrigado por sua paciência, interesse em me ajudar e

pelo enorme empenho ao longo destes meses. Você trabalhou duro para que tudo saísse

ao meu contento.

Dinalva (Bonitinha!) e Neusa, obrigado por sempre me receberam tão bem no

Laboratório. E por toda a ajuda que vocês me prestaram.

Cibele Santoro, sua presença na minha Banca de Qualificação foi

imprescindível. Você atentou para fatos interessantes e que nenhum de nós havia

pensado. Obrigado!

Maria Eliza Mazzili, obrigado por sua sugestões e comentários na minha

Qualificação. A leitura atenta que você fez do meu trabalho foi muito relevante.

Roberto, fico muito grato por sua disponibilidade em me ajudar sempre que eu

precisei. Suas considerações foram valiosas. Obrigado por tudo.

Téia, ter sido seu aluno na atividade de pesquisa supervisionada foi uma etapa

fundamental no meu crescimento acadêmico. Além disso, você sempre foi muito gentil

e atenciosa comigo, o que me deixava confortável durante as aulas. Muito obrigado

mesmo!

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Nilza, ter sido seu orientando foi um privilégio. Você investiu em mim e

defendeu comigo minhas idéias. Fez muitos questionamentos que me fizeram olhar

além daquilo que eu conseguia enxergar sozinho. Aprendi muito com você durante este

tempo. Seu jeito meigo e tranqüilo, além do cuidado que você sempre teve com as

palavras ao sugerir algo novo ou ao fazer correções no meu trabalho foram de extrema

importância.Um beijo e muito obrigado!

Aos demais professores do Programa de Mestrado, quero agradecer

enormemente por terem contribuído significativamente na minha formação. A qualidade

das aulas e cursos que vocês oferecem são excepcionais. A dedicação quase que

exclusiva de vocês à Análise do Comportamento realmente impressiona!

Finalmente, quero agradecer aos participantes desta pesquisa e à CAPES, que

financiou parcialmente este projeto.

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“O estudo de qualquer objeto começa nos domínios da superstição.” (Skinner, 1953)

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS................................................................................................. iv

SUMÁRIO................................................................................................................... ix

LISTA DE FIGURAS................................................................................................... x

LISTA DE TABELAS ............................................................................................. xviii

RESUMO .................................................................................................................. xix

ABSTRACT .............................................................................................................. xxi

INTRODUÇÃO............................................................................................................ 1

MÉTODO................................................................................................................... 23

Participantes:........................................................................................................... 23 Local e Equipamento:.............................................................................................. 23 Procedimento: ......................................................................................................... 23

Fase 1: Treino ..................................................................................................... 25 Fase 2: Falhas randômicas seguidas de sucessos inevitáveis ................................ 26 Fase 3: Falhas randômicas seguidas por mudança direta dos ícones ..................... 27

RESULTADOS .......................................................................................................... 29

DISCUSSÃO.............................................................................................................. 88

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 96

ANEXO 1................................................................................................................... 99

ANEXO 2................................................................................................................. 102

ANEXO 3................................................................................................................. 104

ANEXO 4................................................................................................................. 106

ANEXO 5................................................................................................................. 110

ANEXO 6................................................................................................................. 114

ANEXO 7................................................................................................................. 118

ANEXO 8................................................................................................................. 122

ANEXO 9................................................................................................................. 126

ANEXO 10 ............................................................................................................... 130

ANEXO 11 ............................................................................................................... 134

ANEXO 12 ............................................................................................................... 138

ANEXO 13 ............................................................................................................... 142

ANEXO 14 ............................................................................................................... 146

ANEXO 15 ............................................................................................................... 150

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LISTA DE FIGURAS Figura 1: Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após falhas na mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 1, 2 e 3, para os participantes P1 a P8...................................................42

Figura 2: Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após falhas na mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 3, 1 e 2, para os participantes P9 a P12.................................................43 Figura 3: Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após ocorrência de mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 1, 2 e 3, para os participantes P1 a P8...................................................47 Figura 4: Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após ocorrência de mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 3, 1 e 2, para os participantes P9 a P12.................................................48 Figura 5: Mudanças de localização relativas aos cliques ocorridos nos elementos X, 1, 2, 3, 4, 5 e Z, onde 1, 2, 3, 4 e 5 referem-se aos cliques que produziram mudança nos ícones; X e Z referem-se aos cliques anterior a 1 e posterior a 5, respectivamente. Participantes P1 a P8.......................................................................................................52 Figura 6: Mudanças de localização relativas aos cliques ocorridos nos elementos X, 1, 2, 3, 4, 5 e Z, onde 1, 2, 3, 4 e 5 referem-se aos cliques que produziram mudança nos ícones; X e Z referem-se aos cliques anterior a 1 e posterior a 5, respectivamente. Participantes P9 a P12.....................................................................................................53 Figura 7: Mudanças de localização relativas aos cliques ocorridos nos elementos X4, X3, X2, X1, X, Z, Z1, Z2 e Z3 onde X refere-se aos cliques seguidos de igualação dos ícones e os outros elementos referem-se aos quatro cliques anteriores e posteriores a X, respectivamente...............................................................................................................56 Figura 8a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............107 Figura 8b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................108

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Figura 8c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................109 Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............111 Figura 9b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................112 Figura 9c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................113 Figura 10a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P3 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............115 Figura 10b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P3 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................116 Figura 10c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P3 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................117 Figura 11a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P4 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que

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foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............119 Figura 11b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P4 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................120 Figura 11c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P4 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................121 Figura 12a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P5 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............123 Figura 12b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P5 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................124 Figura 12c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P5 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................125 Figura 13a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P6 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............127 Figura 13b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P6 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................128

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Figura 13c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P6 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................129 Figura 14a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P7 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............131 Figura 14b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P7 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................132 Figura 14c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P7 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................133 Figura 15a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P8 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............135 Figura 15b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P8 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................136 Figura 15c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P8 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................137 Figura 16a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P9 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam

Page 15: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

xiv

cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................139 Figura 16b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P9 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............140 Figura 16c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P9 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................141 Figura 17a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P10 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação......................................................................................................................143 Figura 17b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P10 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............144 Figura 17c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P10 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................145 Figura 18a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P11 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................147 Figura 18b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P11 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............148

Page 16: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

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Figura 18c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P11 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................149 Figura 19a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P12 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................151 Figura 19b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P12 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............152 Figura 19c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P12 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................153 Figura 20: Seqüência de respostas emitida pelo participante P1 no início da Fase 2/subfase 1.......................................................................................................................62 Figura 21: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 na Fase 2/subfase1........................................................................................................................62 Figura 22: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 pouco antes da metade da Fase 2/subfase1...........................................................................................................63 Figura 23: Seqüência de respostas emitida pelo participante P1 na Fase 2/subfase 2. As mudanças na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na disposição dos ícones....................................................64 Figura 24: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 no final da Fase 3. Cliques eram emitidos numa mesma localização até que houvesse igualação dos ícones, momento em que ocorria mudança na localização dos cliques.......................................65 Figura 25: Seqüência de cliques alternados nas zonas 21 e 4 exibida pelo participante P1 no final da Fase 3........................................................................................................65 Figura 26: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 no início da Fase 2. Mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como

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estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização dos cliques anteriores à primeira mudança na disposição dos ícones...............................................................................................................................67 Figura 27: Seqüência de respostas emitida pelo participante P2 na Fase 2/subfase 3. As mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de uma mudança na disposição dos ícones............................................68 Figura 28: Seqüência de respostas emitida pelo participante P3 na Fase 1, que consistiu em clicar nas zonas 1, 2, 3, 4 e 5 em ordem ascendente e descendente..........................69 Figura 29: Seqüência ascendente descendente de cliques nas zonas 1 a 5 emitida pelo participante P4 no início da Fase 2..................................................................................71 Figura 30: Seqüência de cliques apresentada pelo participante P5 nas zonas 10 e 21 e nas zonas 2 e 21, aproximadamente na metade da Fase 3...............................................72 Figura 31: Seqüência de respostas supersticiosas emitidas pelo participante P5 nas zonas de localização que continham os ícones (zonas 1 a 5)..........................................73 Figura 32: Seqüência de cliques em ordem ascendente e descendente emitida pelo participante P6 nas zonas 1 a 5, durante a Fase 2/subfase ...........................................73 Figura 33: Seqüência de respostas emitida pelo participante P6, envolvendo zonas que não continham ícones, tais como a seqüência 25-5-25-4-25-3-25-2-25-1 durante a Fase 2/subfase 2.......................................................................................................................74 Figura 34: Seqüência de respostas emitida pelo participante P6, durante a Fase 2, mostrando que mudanças de uma seqüência de cliques para outra ocorreram, muitas vezes, mesmo quando uma dada seqüência foi seguida de igualação dos ícones e de aumento na pontuação.....................................................................................................75 Figura 35: Seqüência de respostas emitida pelo participante P7 na Fase 2/subfase 3, na qual uma quantidade maior de cliques era emitida numa mesma zona de localização antes que ocorresse uma mudança na localização dos cliques. Isto geralmente ocorria logo após a igualação dos ícones. As mudanças na disposição dos ícones pareceram funcionar como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização...........................................................................................................76 Figura 36: Seqüência de respostas emitida pelo participante P7 durante a Fase 3/subfase 2. Várias respostas na zona 21 ocorreram após perda da oportunidade de aumentar a pontuação, já que após a igualação dos ícones ocorreram uma ou mais respostas na mesma zona de localização do clique que produziu a igualação dos ícones antes que fosse pressionada a tecla “Seta para cima”......................................................77 Figura 37: Seqüência de cliques em ordem ascendente e descendente apresentada pelo participante P8 na Fase 2/subfase 2.................................................................................78

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Figura 38: Seqüência de respostas apresentada pelo participante P8 na Fase 3/subfase 2. Nota-se algumas respostas supersticiosas envolvendo as zonas 1 a 5, além de respostas na zona 21 após a perda da oportunidade de acrescentar um ponto no contador numérico..........................................................................................................................79 Figura 39: Seqüência de respostas emitida pelo participante P9 na Fase 3/subfase 1, exibindo cliques em várias zonas de localização, além de cliques em ordem ascendente e descendente nas zonas 1 a 5..........................................................................................80 Figura 40: Seqüência supersticiosa de respostas nas zonas 1 a 5, emitida pelo participante P10 na Fase 3/ subfase 1..............................................................................82 Figura 41: Seqüência de cliques emitida pelo participante P10, em ordem ascendente e descendente nas zonas 1 a 5 (que continham os ícones), durante a Fase 3/subfase 2.......................................................................................................................................83 Figura 42: Seqüência de cliques nas zonas 1 a 5 emitida pelo participante P10 a partir da metade da Fase 2/subfase 1. Mudanças na disposição dos ícones possivelmente funcionaram como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na disposição dos ícones...............................................................................................................................83 Figura 43: Seqüência de respostas emitida pelo participante P11 na Fase 3/subfase 1.......................................................................................................................................84 Figura 44: Seqüência de cliques emitida pelo participante P11 na Fase 2/subfase 3, envolvendo as zonas 10 e 11, caracterizando um padrão supersticioso transitório.........................................................................................................................85 Figura 45: Seqüência de cliques emitida pelo participante P12 na Fase 3/subfase 1.......................................................................................................................................86

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Ordem das fases experimentais pela qual os participantes dos diferentes grupos passaram..............................................................................................................28 Tabela 2: Freqüência relativa dos cliques ocorridos sobre os ícones (zonas 1 a 5).......29 Tabela 3: Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 1.............................................................................................31 Tabela 4: Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 2/subfase 1.............................................................................32 Tabela 5: Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 2/subfase 2.............................................................................33 Tabela 6: Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 2/subfase 3.............................................................................34 Tabela 7: Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 3/subfase 1.............................................................................35 Tabela 8: Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 3/subfase 2.............................................................................36 Tabela 9: Relação de teclas utilizadas pelos participantes durante o experimento........58 Tabela 10: Pontuação obtida por cada participante ao final do experimento.................59

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Santos, G. M. (2006). A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo

Reforçador Condicionado: Uma Replicação Sistemática de Lee (1996). Dissertação de

Mestrado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Experimental: Análise

do Comportamento. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

RESUMO

O comportamento supersticioso foi primeiramente estudado em 1948 por B. F. Skinner, cujo trabalho “Superstition in the Pigeon” deu início a uma série de pesquisas envolvendo este tema. O presente trabalho foi realizado com o objetivo de replicar sistematicamente o trabalho de Lee (1996) e investigar se mudanças sistemáticas na disposição de ícones na tela do computador poderiam ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de emitir cliques numa mesma localização e, assim, ter contribuído para o padrão de respostas supersticiosas obtido por Lee (1996). A tarefa dos participantes era obter o maior número de pontos possível. Estes podiam ser obtidos pressionando-se a tecla “Seta para cima” no teclado do computador logo que cinco ícones presentes na tela ficassem iguais. Não foi dito aos participantes o que fazer para que os ícones se igualassem. A mudança dos ícones dependia da resposta de pressionar o botão do mouse, porém independia da localização na qual os cliques ocorriam. O experimento continha três fases. A tarefa dos participantes na Fase 1 era mudar a disposição dos ícones na tela do computador através de cliques no mouse. A mudança na disposição dos ícones nesta fase obedecia a um esquema de razão, selecionado randomicamente de um arranjo que ia de 1:1 até 5:1, sem repetição, sendo que o primeiro número representa um clique no mouse e o segundo número representa uma mudança nos ícones. Portanto, um número “n” de cliques no mouse (entre 1 e 5) era necessário para ocasionar mudanças na disposição dos ícones. As quatro primeiras mudanças que ocorriam se davam apenas na disposição dos ícones. Na quinta mudança sempre ocorria a igualação deles. Na Fase 2, após “n” cliques no botão do mouse (que variava de 1 a 30 de forma randômica e sem repetição) nos quais nenhuma mudança nos ícones ocorria, um esquema FR 5 controlava a mudança dos ícones, sendo que os quatro primeiros cliques no botão do mouse mudavam sua disposição (porém eles permaneciam os mesmos) e o quinto e último clique produzia a igualação dos ícones. Na Fase 3, após o valor de “n” sorteado pelo computador, ocorria uma igualação direta nos ícones. Doze participantes foram divididos em dois grupos: o Grupo 1, com oito participantes, passou pelas Fases 1, 2 e 3 enquanto o Grupo 2, com quatro participantes, passou pelas Fases 3, 1 e 2, respectivamente. Dois tipos de respostas supersticiosas foram identificados: (1) respostas de clicar sobre zonas de localização que continham ou não os ícones e (2) respostas de mudar a localização dos cliques após ocorrência de falha ou de mudança nos ícones. Foi observado que a maioria dos participantes do Grupo 1 clicou sobre zonas de localização que continham os ícones, como se estas zonas controlassem sua igualação, enquanto que no Grupo 2 as zonas que não continham os ícones foram as mais utilizadas pela maioria dos participantes deste grupo. A ordem das fases pelas quais cada grupo de participantes foi exposto parece ter influenciado no desempenho geral dos participantes no que se refere à localização dos cliques. Os diferentes valores de “n” iniciais possíveis de ocorrerem nas Fases 1 e 3 parecem ter colaborado para que estes diferentes desempenhos ocorressem. Também foi

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observado que a maioria dos participantes mudou a localização dos cliques quando estes foram seguidos de mudança nos ícones, a despeito da igualação dos ícones não depender de nenhuma mudança na localização dos cliques. O padrão de respostas supersticiosas encontrado por Lee (1996) - de variar a localização dos cliques quando eles eram seguidos por uma falha na mudança dos ícones e clicar numa mesma localização após um clique que era seguido de mudança dos ícones - não foi visto neste experimento. Porém, em alguns participantes constatou-se que, durante a Fase 2, as quatro mudanças sistemáticas que ocorriam na disposição dos ícones logo antes de ocorrer uma igualação parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido da primeira mudança na disposição dos ícones. A introdução da Fase 3 não impediu que respostas supersticiosas ocorressem. Nesta fase, estas respostas parecem ter ficado sob controle apenas da igualação dos ícones e não mais sob controle tanto das mudanças na disposição dos ícones quanto pela ocorrência de igualação, que ocorriam na Fase 2.

Palavras-chave: comportamento supersticioso, estímulos reforçadores condicionados, alterações ambientais independentes da resposta.

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Santos, G. M. (2006). The relationship between superstitious behavior and conditioned

reinforcer: a systematic replication of Lee (1996). Master Thesis. Programa de Estudos

Pós-Graduados em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento. Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo.

ABSTRACT

Superstitious behavior was first studied in 1948 by B.F. Skinner, whose work “Superstition in the Pigeon” was the startpoint to a series of research on this subject. This study was carried out to systematically replicate Lee (1996) and investigate if systematic changes in icon display on a computer screen could work as conditioned reinforcer to the response of clicking a mouse button in the same location on the screen. This could contribute to the standard set of superstitious responses observed by Lee (1996). The participants’ task was to obtain the highest scores possible by depressing the “Up arrow” key as soon as the five icons displayed on screen matched. The participants were not told what to do obtain the match. Icon change depended on the response of clicking the mouse button despite cursor location. The experiment had three phases. The participants’ task during phase 1 was to change the icon display on the computer screen by clicking the mouse button. The icon display changed according to a ratio schedule randomly selected from an array that ranged from 1:1 to 5:1, without repetitions, in which the first number is the number of clicks on the mouse button and the second number is an icon change. Therefore, “n” clicks on the mouse button (1 to 5) were necessary to produce changes in the icon display. The first four were related to icon display only. An icon match was always seen after the fifth click. During phase 2, following “n” clicks (that ranged from 1 to 30 randomly, without any repetitions) in which icon change was not observed, an FR 5 schedule controlled icon change – the first four clicks changed icon display, although icons remained the same, and the fifth click produced icon match. In phase 3, the “n” value was randomly selected by the computer and performing this “n” clicks produced icon match. Twelve participants were divided into two groups: Group 1, with eight participants, went through phases 1, 2 and 3, while Group 2, with four participants, went through phases 3, 2 and 1. Two types of superstitious responses were identified: (1) clicking the mouse button on icons or in any other place on the screen that did not have icons and (2) location changes or location repetitions after a failure to change the icons and after icons changes. The majority of participants in Group 1 clicked over location zones that displayed the icons, as if these zones controlled icon match, while in Group 2 the zones that did not display icons were more likely to be used by participants. The sequence of phases to which each group of participants was exposed seems to have influenced the location of clicks. The different possibilities for initial “n” values in phases 1 and 3 seem to have influenced the occurrence of different performances. It was also observed that the majority of participants changed the location of the click after an icon change, despite the fact that icon match did not depend on changing click location. The pattern of superstitious responses observed by Lee (1996) - changing location after a failure to change the icons and repeating the same location after a click followed by an icon change - was not

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observed in this experiment. However, the four systematic changes in icon display right before icon match seem to have worked as conditioned reinforcers to clicking in the same location that was followed by the first change in icon display, as noticed in the performance of some participants during phase 2. The introduction of phase 3 did not prevent superstitious responses. In this phase, these responses seemed to be controlled only by icon match, and not by changes in icon display and icon match, as observed in phase 2.

Keywords: superstitious behavior, conditioned reinforcer, response-independent environmental changes.

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INTRODUÇÃO

O comportamento, enquanto uma relação entre um dado organismo e seu

ambiente, constitui-se o objeto de estudo da Análise Experimental do Comportamento.

O conceito de comportamento operante, de extrema importância na área, retira a

descrição e a explicação do comportamento apenas da correlação fidedigna existente

entre estímulos e respostas - os reflexos - bem como do condicionamento respondente,

ampliando assim o campo de análise na medida em que inaugura o estudo de novos

tipos de relação entre estímulos e respostas.

O termo comportamento operante serve para descrever um outro tipo de relação

entre estímulos e respostas - uma relação na qual uma resposta emitida por um

organismo produz conseqüências no ambiente, modificando-o. As conseqüências desta

resposta, então, retroagem sobre o organismo, alterando a probabilidade de ocorrência

de tal resposta no futuro. Um “comportamento não se repete exatamente da mesma

forma de uma ocorrência para outra” (...) “Devemos falar não de respostas individuais,

mas de classes de resposta com propriedades em comum.” (Catania, 1999, p.30). Isto

quer dizer que a probabilidade futura da emissão de uma instância de uma classe de

respostas (uma resposta que produza a mesma conseqüência, independentemente de sua

topografia) será selecionada pela conseqüência produzida pela própria resposta. Quando

a freqüência de emissão da resposta de uma classe de respostas aumenta, dizemos que a

conseqüência que a produziu é um estímulo reforçador. Assim, um estímulo reforçador

fortalece uma classe de respostas no sentido de aumentar a freqüência de qualquer uma

de suas instâncias. A este fortalecimento da classe de respostas produzido pelo

reforçamento, Skinner (1953/2000)1 chamou de condicionamento operante.

Segundo Catania (1999), o reforçamento, enquanto uma relação entre o

comportamento e o ambiente, inclui três componentes relevantes: (1) as respostas

precisam ter conseqüências, (2) a probabilidade destas respostas deve aumentar e (3) o

aumento na probabilidade destas respostas deve ocorrer em função das conseqüências

(descritas em 1) e não em função de outras conseqüências quaisquer. Apenas satisfeitas

estas três condições é que podemos dizer que as respostas foram reforçadas e que os

estímulos eram estímulos reforçadores.

_____________________________ 1A primeira data refere-se ao ano da publicação original, enquanto a segunda refere-se

ao ano da obra consultada.

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No entanto, de acordo com Skinner (1953/2000), “No comportamento operante

supersticioso (...) o processo de condicionamento malogrou” (p. 96). Isto porque o

fortalecimento do comportamento ocorre mesmo que a apresentação de um estímulo

que segue a resposta e aumenta sua probabilidade futura de ocorrência não dependa

diretamente da resposta, ou seja, o fortalecimento do comportamento ocorre mesmo

quando a resposta não produz tal estímulo. A propriedade crítica, segundo Skinner

(1948, 1953/2000), é a contigüidade entre a resposta e o evento subseqüente. Ele

chamou este tipo de comportamento, no qual existe apenas uma relação acidental entre

uma resposta e a apresentação de um evento subseqüente, de comportamento

supersticioso.

Dois tipos de relação entre respostas e eventos subseqüentes podem ser descritos

(Andery e Sério, 2005):

1) uma relação de contingência - é a relação na qual uma resposta mantém uma relação

de dependência com um evento subseqüente, ou seja, a emissão da resposta produz um

evento subseqüente (uma alteração ambiental) e é sensível a ele. Isto quer dizer que,

sem a emissão da resposta, o evento subseqüente não ocorre. Neste caso, este evento

subseqüente recebe o nome de conseqüência.

2) uma relação de contigüidade - é a relação na qual um evento segue uma determinada

resposta, ocorre logo após sua emissão, porém não é produzido por ela. Este evento

recebe o nome de evento subseqüente apenas e deve ser reservado para descrever a

relação na qual uma alteração ambiental segue uma resposta, vem depois dela sem, no

entanto, ser seu produto.

Alterações ambientais (tais como a apresentação de eventos subseqüentes),

portanto, podem ocorrer independentemente da emissão de uma resposta por parte do

organismo que se comporta. Nestes casos, fala-se em alterações ambientais

independentes da resposta.

Em 1948, num experimento clássico (“Superstition in the pigeon”), Skinner

destacou esta relação de contigüidade na qual alterações ambientais ocorrem

independentes da resposta. Neste experimento, em intervalos regulares de 15 segundos

(FT 15s), comida era apresentada a pombos privados de alimento sem nenhuma

conexão com o comportamento dos animais. Com a utilização deste tipo de esquema de

reforçamento - um tipo de esquema no qual alterações ambientais ocorrem

independentemente da emissão de respostas - Skinner constatou que seis dos oito

pombos que participaram do experimento desenvolveram padrões de comportamento

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bastante idiossincráticos e estereotipados. Nenhuma destas topografias de resposta havia

aparecido com freqüência notável durante o período de adaptação à caixa experimental

ou até que o comedouro fosse periodicamente apresentado. Um dos pombos dava duas

ou três voltas no sentido anti-horário no período entre apresentação de alimento; outro

enfiava repetidamente a cabeça num dos cantos da gaiola; um terceiro dava espécie de

“bicadas incompletas” na direção do chão da gaiola, porém sem encostar-se a ela; outros

dois pombos emitiam movimentos semelhantes a um pêndulo, ficando com a cabeça

estendida para frente e balançando da direita para a esquerda de forma abrupta, seguidos

de um retorno mais lento. O corpo destes animais geralmente seguia estes movimentos e

alguns passos eram dados. Por fim, um outro pombo colocava a cabeça numa espécie de

“barra invisível” e “levantava-a” repetidamente. Todas estas respostas repetiram-se

rapidamente no período que se interpunha entre as apresentações de comida, num total

de cinco a seis vezes em 15 segundos.

Skinner (1948) forneceu uma explicação para como se deu, possivelmente, o

processo de condicionamento. Segundo ele, os animais estavam executando alguma

resposta no momento em que ocorreu, pela primeira vez, a apresentação de comida.

Como resultado, a probabilidade da emissão de uma segunda resposta do mesmo tipo

aumentou. Contanto que o intervalo entre a primeira e a segunda apresentação de

comida não fosse muito grande a ponto de ocorrer extinção da resposta, seria bem

provável que, na segunda vez em que fosse novamente apresentada comida aos pombos,

eles estivessem emitindo uma resposta da mesma classe, e assim sucessivamente.

Skinner notou que algumas respostas não eram seguidas por alimento, enquanto

algumas apresentações de comida ocorriam antes que uma resposta tivesse sido emitida.

Isto poderia ter provocado uma mudança na topografia da resposta que era

predominante (variabilidade), já que poderia ocorrer de o animal estar emitindo uma

resposta diferente da resposta predominante no momento em que o alimento foi

apresentado. No entanto, Skinner apontou que o resultado geral obtido no experimento

foi o aumento da probabilidade de emissão das respostas idiossincráticas e

estereotipadas observadas. E concluiu dizendo que “Seu aparecimento [das respostas

supersticiosas] como o resultado de correlações acidentais com a apresentação do

estímulo é inequívoco” (Skinner, 1948, p. 172).

A partir de então, um conjunto de estudos passou a ser realizado tanto com

animais infra-humanos quanto com humanos, na tentativa de estabelecer as condições

sob as quais um comportamento supersticioso emerge, incluindo os tipos de esquemas

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de reforçamento que produzem tal comportamento (Neuringer, 1970; Pear, 1985;

Wagner e Morris, 1987; Ono, 1987; Higgins, Morris e Johnson, 1989); os efeitos dos

tipos e valores dos esquemas nos quais alterações ambientais ocorrem

independentemente da resposta sobre o surgimento de comportamentos supersticiosos

(Lachter, Cole e Schoenfeld, 1971; Ono, 1987); quais estímulos e quais propriedades de

estímulos podem desempenhar um papel importante neste processo (Morse e Skinner,

1957; Ono, 1987; Gleeson, Lattal e Williams, 1989); que tipos de esquemas de

reforçamento podem manter um responder supersticioso (Zeiler, 1968; Weisberg e

Kennedy, 1969; Neuringer, 1970); a produção de uma “superstição concorrente”

(Catania e Cutts, 1963); a relação entre seguimento de regras e comportamento

supersticioso (Cerutti, 1991); os efeitos prévios do reforçamento dependente da resposta

sobre um comportamento posteriormente mantido por eventos subseqüentes

independentes da resposta (Eldridge, Pear, Torgrud e Evers, 1988; Lattal, 1974) e a

avaliação das relações entre o desamparo aprendido e o comportamento supersticioso

(Matute, 1994; Matute, 1995), entre outros. A discussão destes estudos é de relevância

para o entendimento da superstição. Muitos deles serão aqui abordados.

Alguns trabalhos (Zeiler, 1968; Weisberg e Kennedy, 1969; Neuringer, 1970 e

Gleeson e cols., 1989) estavam interessados na investigação dos efeitos de determinadas

alterações ambientais independentes da resposta sobre a manutenção de respostas que

haviam sido previamente condicionadas sob esquemas de reforçamento dependentes da

resposta. Nestes trabalhos, portanto, uma resposta pré-determinada pelo experimentador

foi fortalecida, num primeiro momento, através da apresentação de um estímulo

reforçador contingente à sua ocorrência.

No trabalho de Zeiler (1968), por exemplo, realizado com o objetivo de observar

a distribuição temporal de respostas ocorrendo sob esquemas nos quais alterações

ambientais ocorriam independentemente da emissão de respostas, três pombos com

história prévia de reforçamento sob esquemas de razão fixa (pássaros 16 e 45), intervalo

variável e razão variável (pássaro 14) serviram como sujeitos experimentais. Estes

animais passaram primeiramente por uma condição na qual apresentação de comida

dependia da emissão de respostas de bicar uma chave. Posteriormente, passaram por

uma condição na qual a comida era apresentada independentemente das respostas que

emitiam. Os esquemas que controlavam a apresentação de comida utilizados foram de

intervalo fixo (FI 5 min), intervalo variável (VI 5 min), tempo fixo (FT 5 min) e tempo

variável (VT 5 min). Luzes azuis e alaranjadas (que iluminavam a chave de respostas)

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eram apresentadas alternadamente. Todas as apresentações de comida ocorreram apenas

na presença da luz azul, tanto nos esquemas dependentes quanto independentes da

resposta. A luz laranja iluminava a chave de respostas após cada apresentação de

comida e permanecia acesa por 1 minuto apenas, até que a luz azul era novamente acesa

e era então introduzido um novo esquema de reforçamento. A passagem de um esquema

de reforçamento dependente da resposta para uma condição na qual alterações

ambientais ocorriam independentes do responder dos sujeitos (pombos 14, 16 e 45)

seguiu a seguinte ordem: um esquema de intervalo variável (VI 5 min), seguido pelo

esquema de tempo fixo (FT 5 min), depois por um esquema de intervalo fixo (FI 5 min)

e depois pelo esquema de tempo variável (VT 5 min). O pombo 14 passou, previamente,

por dois esquemas de reforçamento a mais que os outros dois pássaros. Começou o

experimento num esquema de intervalo fixo (FI 5 min) e depois passou para um

esquema de tempo fixo (FT 5 min). Só então passou pelo esquema VI 5 mim, que foi o

primeiro esquema pelos quais passaram os pombos 16 e 45. O último esquema de

reforçamento envolveu uma mudança direta do esquema VT para o esquema FT para

todos os sujeitos. Os resultados gerais encontrados foram o de uma redução na taxa de

respostas de todos os pombos, à medida que as alterações ambientais independentes da

resposta entravam em vigor. O pombo 14, ao final do experimento, parou de emitir

respostas; o pombo 16 respondeu com uma taxa cada vez menor, entretanto manteve um

responder substancial até o último dia do experimento e o pombo 45 teve suas taxas de

resposta estabilizadas a um nível baixo (menor do que os níveis obtidos sob os

esquemas de reforçamento dependentes da resposta). No que se refere às luzes azul e

laranja, observou-se que na presença da luz laranja (diante da qual nenhuma resposta era

reforçada), a freqüência de emissão da resposta foi muito baixa ou nula logo nos

primeiros dias do experimento. Já a luz azul, segundo o autor, pode ter funcionado

como um estímulo eliciador condicionado (CS) para a resposta de bicar a chave de

resposta devido ao pareamento entre a luz azul e a apresentação de alimento (US)

independente do comportamento dos pombos. Zeiler (1968) concluiu que a diminuição

na freqüência de respostas obtidas sob os esquemas FT e VT, e a manutenção de uma

freqüência elevada de respostas obtidas sob os esquemas FI e VI indicam que a

dependência entre a emissão de resposta e reforçamento determinam a taxa de respostas.

No ano seguinte, Weisberg e Kennedy (1969) realizaram dois experimentos com

crianças entre dois e cinco anos de idade. Estavam interessados em avaliar sob que

condições e em que extensão alterações ambientais independentes da resposta poderiam

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manter o comportamento de crianças que foram previamente condicionados utilizando

um esquema de reforçamento dependente da resposta. No experimento 1, após serem

treinadas a pressionar uma barra produzindo comida (as crianças ficavam entre duas

horas e meia a três horas sem comer e então eram levadas à sala experimental, na qual

recebiam pequenos pedaços de comida por pressionarem uma barra de plástico) sob um

esquema de reforçamento FR 10, entrou em vigor um esquema de reforçamento de

intervalo variável (VI 30s), com um limited hold igual a 10,0 segundos (fase que os

autores chamaram de linha de base). Nove crianças participaram desta etapa. Na

próxima fase, seis dos nove participantes foram submetidos a um esquema de

reforçamento de tempo variável igual a 30s (VT 30s), enquanto que os três participantes

restantes não obtiveram nenhuma quantidade de alimento por pressionar a barra

(extinção). Viu-se que tanto as operações de extinção quanto as de apresentação de

alterações ambientais independentes da resposta reduziram o responder dos

participantes. No entanto, a taxa de respostas decresceu de forma abrupta no caso das

três crianças que tiveram seu comportamento sob extinção, enquanto que a redução na

taxa de respostas para três dos seis participantes que passaram pela condição de

alterações ambientais independentes da resposta foi mais lenta. O grau no qual as

alterações ambientais independentes da resposta mantiveram a ocorrência de respostas

após sua instauração dependeu, de alguma forma, do responder obtido pelos

participantes durante a linha de base (VI 30s LH 10s), sendo que os participantes cujo

responder foi maior na linha de base foram aqueles cujo responder também foi maior na

condição de apresentação de eventos subseqüentes independentes da resposta. Um

segundo experimento foi então realizado a fim de aumentar a influência das

contingências ambientais, proporcionando aos sujeitos uma história de condicionamento

que garantisse uma taxa de respostas maior. Utilizou-se então um esquema de

reforçamento de razão variável igual a 15 (VR 15) durante a linha de base e, nas sessões

nas quais estavam em vigor a ocorrência de alterações ambientais independentes da

resposta, comida era apresentada a intervalos de tempo fixo (FT). Após passarem pelas

sessões de linha de base, dois sujeitos (S11 e S12) passaram por sessões em que

alterações ambientais ocorriam independentes de suas respostas, seguidas de retorno à

linha de base e, então, extinção. Outro sujeito (S10) passou direto da condição de

ocorrência de alterações ambientais independentes da resposta para a condição de

extinção (sem retorno à condição de linha de base), já que seu responder não apresentou

diminuição de freqüência durante a apresentação dos eventos subseqüentes. Os cinco

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sujeitos restantes (S14, S15, S16, S17 e S18) foram submetidos à seguinte ordem de

esquemas: linha de base (VR 15), extinção, retorno à linha de base e então pela

condição de alterações ambientais independentes da resposta. Como no Experimento 1,

a taxa de respostas da maioria dos sujeitos foi mantida por um período maior de tempo

quando a condição de alterações ambientais independentes da resposta estava em vigor

do que quando o procedimento de extinção vigorou. Diferentemente do responder

obtido com os sujeitos durante a extinção, durante a apresentação das alterações

ambientais independentes da resposta três sujeitos (S10, S13 e S17) não mostraram

evidência de declínio no responder e os sujeito S15 e S16 tiveram suas taxas

estabilizadas em valores correspondentes a 55% e 30% da média das duas últimas

sessões de retorno à linha de base VR 15, respectivamente. De qualquer maneira, o fato

das alterações ambientais independentes da resposta ter falhado na preservação

indefinida da taxa de respostas de pressão à barra em todos os sujeitos demonstra a

importância da contingência de reforçamento na manutenção do comportamento.

No trabalho de Neuringer (1970), bicar uma chave produziu alimento

imediatamente após o responder de pombos por apenas três vezes. Em seguida, passou-

se a apresentar comida independentemente do comportamento por eles emitidos por

aproximadamente 50 sessões. O interesse primordial do autor neste estudo era saber se

uma resposta recém aprendida (que havia sido reforçada apenas três vezes) poderia ser

fortalecida e mantida por uma condição na qual apresentações de alimento ocorreriam

independentemente das respostas emitidas pelos sujeitos. A novidade trazida pelo autor

é a quantidade de reforços utilizada. Segundo Neuringer (1970), nos outros estudos

sobre comportamento supersticioso que haviam sido realizados até aquele momento, os

sujeitos experimentais recebiam centenas ou milhares de reforços produzidos por

respostas de bicar uma chave antes do início da ocorrência de um responder

supersticioso. Assim, todos os animais que se comportavam de maneira supersticiosa

recebiam, primeiramente, um número indefinido de reforçamento dependente da

resposta. Em seu experimento, onze pombos ingênuos foram os sujeitos experimentais.

Como parte do treino preliminar, todos os animais passaram a se alimentar através do

comedouro situado na caixa experimental. Em seguida, trinta apresentações de comida

ocorreram a despeito do comportamento dos animais, segundo um esquema VT 30s. Ao

final deste procedimento de treino ao comedouro, todos os animais se aproximavam do

mesmo assim que ele era acionado. Após este treino preliminar, os sujeitos foram

divididos em três grupos. Os sujeitos do grupo experimental (quatro pombos) foram

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colocados individualmente numa caixa experimental padrão com a chave de respostas

iluminada de vermelho. Nenhuma comida foi apresentada até que o animal bicasse a

chave. Quando isto ocorreu, o comedouro foi acionado, a chave de respostas foi

apagada e uma “luz de feedback” (localizada no teto da caixa experimental) piscava.

Deve-se notar que não houve nenhuma tentativa de modelar a resposta de bicar a chave.

As próximas duas respostas de bicar a chave produziam as mesmas conseqüências

anteriormente descritas. Portanto, as três primeiras respostas de bicar a chave

produziram alimento de maneira contingente. No restante desta primeira sessão, bem

como nas dezenove seguintes, a apresentação de alimento seguiu um esquema de tempo

variável igual a 30 segundos (VT 30s). Em cada sessão ocorriam 45 apresentações de

comida a despeito do comportamento dos animais. A resposta de bicar a chave produzia

apenas a ocorrência da “luz de feedback”. No grupo de extinção (grupo controle), os

pombos receberam alimento produzido por apenas três respostas de bicar a chave,

acompanhadas pela “luz de feedback”. Após estes três reforços, durante o restante desta

primeira sessão e nas dezenove sessões seguintes, bicar a chave ocasionava apenas o

aparecimento da “luz de feedback”. O grupo de extinção foi formado, já que as

respostas emitidas pelos pássaros do grupo experimental poderiam ter sido causadas

apenas pela ocorrência dos três reforços, apenas pela apresentação de comida a despeito

das respostas emitidas pelos animais ou pela combinação de ambas. De maneira

semelhante, a fim de determinar se as respostas emitidas pelos pombos do grupo

experimental eram geradas apenas pelas alterações ambientais independentes da

resposta ou se o bicar era uma resposta provável de ocorrer antes do início do

experimento, três animais (grupo controle de alterações ambientais independentes da

resposta) foram submetidos diretamente à apresentação de eventos subseqüentes

independentes da resposta – esquema VT 30s. Quarenta e cinco apresentações de

comida independentes do comportamento dos sujeitos ocorreram durante 10 sessões. Os

resultados deste experimento mostraram que os pássaros do grupo experimental

emitiram um número muito maior de respostas do que qualquer outro grupo - uma

média de 2700 respostas, enquanto que o grupo de extinção emitiu uma média de 150

respostas e o grupo que foi submetido às alterações ambientais independentes da

resposta exibiu uma média de 2 respostas.

Uma replicação do experimento de Neuringer (1970) dezenove anos mais tarde

apontou resultados que corroboram os dados por ele encontrados naquela época.

Gleeson, Lattal e Williams (1989), além de replicar os procedimentos conduzidos por

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Neuringer (1970), investigaram se a manutenção do responder dos sujeitos poderia

ocorrer em função de estímulos reforçadores condicionados - aventou-se a possibilidade

de a “luz de feedback” (que se acendia no teto da caixa experimental toda vez que o

animal bicava a chave de respostas) ter funcionado com um estímulo reforçador

condicionado para a resposta de bicar a chave de respostas, já que no momento em que

a comida era apresentada, o comedouro era iluminado de maneira semelhante. Para

tanto, três pombos passaram por uma condição experimental idêntica à do experimento

de Neuringer (1970), exceto pela ausência da “luz de feedback”. Viu-se que o responder

dos animais cuja resposta de bicar a chave havia sido reforçada por apenas três vezes foi

mantido durante a condição de alterações ambientais independentes da resposta. Tal

manutenção ocorreu a despeito da presença ou ausência da “luz de feedback” que seguia

cada resposta dos animais, descartando a hipótese de que a manutenção do responder

supersticioso encontrado por Neuringer (1970) tivesse ocorrido em função de estímulos

reforçadores condicionados. Os resultados, portanto, confirmaram as observações feitas

por Neuringer (1970) sobre a possibilidade de se obter um responder supersticioso após

uma breve história experimental de reforçamento de uma dada resposta.

Estes dois experimentos parecem sugerir que uma breve história de

reforçamento dependente da reposta não é apenas um fator importante, mas suficiente

para a manutenção de um responder supersticioso quando está em vigor uma condição

na qual alterações ambientais ocorrem independentemente da emissão de respostas.

A rapidez com que comportamentos supersticiosos foram instalados nesses

animais sugere que eles podem se comportar desta maneira com bastante freqüência.

Segundo Neuringer (1970), ambientes contêm muitos eventos subseqüentes que

ocorrem independentemente da emissão de uma resposta; tais eventos geralmente

seguem alguma resposta passível de sofrer condicionamento. Somado a isto, de acordo

com Neuringer (1970), para um comportamento supersticioso ocorrer, pouquíssimas

relações acidentais entre resposta e eventos subseqüentes são necessárias, o que, ainda

de acordo ele, sugere que a ocorrência de comportamento supersticioso é um evento

comum, usual, corriqueiro no repertório de um animal. Se este raciocínio estiver

correto, uma grande parte do comportamento aprendido pelos organismos são

supersticiosos, mantidos por eventos sobre os quais eles não têm nenhum controle. A

necessidade do uso de procedimentos como change over delay e time-out em alguns

experimentos (Catania e Cutts, 1963; Boren e Devine, 1968) para prevenir a ocorrência

de comportamentos supersticiosos também dá suporte ao argumento recém exposto.

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No que se refere às respostas que produzem estímulos reforçadores e às

respostas que apenas antecedem a ocorrência de alterações ambientais sem, no entanto,

causarem sua ocorrência (respostas supersticiosas), quatro similaridades são apontadas

por Neuringer (1970): 1) ambas as respostas podem ser mantidas por esquemas de

reforçamento intermitente; 2) ambas toleram atrasos entre a emissão da resposta e a

ocorrência do evento subseqüente; 3) ambas podem sofrer extinção e 4) o padrão

temporal de ambas é afetado pelo padrão temporal do evento subseqüente.

Estes três últimos experimentos apresentados indicam que a dependência entre

respostas e eventos subseqüentes determina a freqüência de respostas, já que quando o

evento subseqüente é apresentado a despeito da resposta emitida pelo sujeito

experimental, a freqüência de respostas diminui; e quando há uma relação de

contingência entre eles, a freqüência é maior.

Mas alterações ambientais independentes da resposta, como se sabe, não servem

apenas para manter (ainda que com taxas menores) algum padrão comportamental já

existente no repertório de um organismo. Elas também podem e geram o

desenvolvimento de topografias de respostas idiossincráticas e estereotipadas de

comportamento supersticioso.

O experimento de Ono (1987) foi delineado para investigar três questões: o

desenvolvimento de respostas idiossincráticas estereotipadas semelhantes às obtidas por

Skinner (1948), porém com seres humanos; o desenvolvimento de uma “superstição

sensorial” (tipo de comportamento supersticioso que ocorre quando um determinado

estímulo - uma luz , por exemplo - presente quando uma resposta é reforçada, passa a

controlar a emissão de tal resposta mesmo que sua presença durante o reforçamento seja

acidental) e, por fim, os efeitos dos tipos e valores de alguns esquemas nos quais estão

presentes alterações ambientais independentes de respostas. Vinte estudantes

universitários entre 19 e 24 anos participaram da pesquisa. O equipamento utilizado

consistia de três barras de aço (uma barra central, além de uma barra de cada lado

desta). O acionamento correto das barras (respostas emitidas com uma força mínima de

10 N) era indicado por uma lâmpada vermelha que havia ao lado de cada uma delas. Na

parede que ficava à frente da estrutura que continha as três barras estava localizado um

contador numérico e uma luz vermelha. Abaixo desta luz vermelha foi montada uma luz

que podia ser alaranjada, vermelha ou verde. Os sujeitos ouviam uma instrução que

indicava que os participantes não precisavam fazer nada em especial, mas que, se

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fizessem alguma coisa, poderiam ganhar pontos. E eram instruídos a obter o máximo de

pontos possível.

Durante a sessão experimental, foram apresentadas três lâmpadas de cores

diferentes (vermelha, alaranjada ou verde). Cada uma acendia-se de seis a oito vezes em

uma seqüência randômica e a duração total de cada lâmpada, bem como a freqüência do

aparecimento dos eventos subseqüentes (pontos, luz vermelha e tom sonoro) enquanto

cada uma delas estava acesa foram iguais. Os esquemas de reforçamento empregados

foram FT 30s, FT 60s, VT 30s ou VT 60s. Ao final do período de tempo programado

por cada esquema, um ponto era adicionado ao contador numérico, seguido por um

flash de luz vermelha (esta outra luz ficava junto do contador numérico) e por um tom

sonoro, independentemente do responder dos sujeitos. A fase inicial do experimento

durou trinta minutos, durante a qual os sujeitos receberam 60 pontos (nos esquemas FT

ou VT 30s) ou então 30 pontos (nos esquemas FT ou VT 60s). Após esta fase inicial,

cada participante foi exposto a um período de dez minutos de extinção.

Dos vinte participantes deste estudo, três desenvolveram comportamentos

supersticiosos que persistiram durante todo o experimento, enquanto que a maioria

apresentou este tipo de comportamento de maneira transitória. Dos participantes cujo

padrão supersticioso foi permanente, um deles (S5) desenvolveu uma “superstição

topográfica”, cujo padrão estabelecido foi o de várias respostas de pressão às barras

(geralmente quatro) seguidas de um tempo no qual apenas uma barra era pressionada e

mantida assim por um período de tempo mais longo. Após nove minutos de sessão, seu

comportamento estava estereotipado. Outra participante (S15) começou a sessão

emitindo várias respostas de pressão à barra. Entretanto, tanto o primeiro quanto o

segundo ponto no contador numérico só apareceu 10 segundos após uma pressão à

barra. Com isto, seu comportamento de pressão à barra diminuiu e ela se engajou em

outros comportamentos. Após aproximadamente cinco minutos de sessão, quando ela já

havia parado temporariamente de pressionar as barras, um ponto foi adicionado ao

contador numérico após ela ter colocado sua mão direita na armação de ferro na qual as

barras estavam instaladas. Ela então subiu na mesa e encostou a mão direita no contador

numérico. Logo que isto ocorreu, mais um ponto foi adicionado ao contador. Ela

passou, então, a tocar vários objetos tais como a luz vermelha, laranja ou verde, o painel

dos pontos, a parede e etc. Aproximadamente dez minutos mais tarde, o contador

numérico registrou um ponto a mais enquanto ela estava dando um pulo, o que acabou

substituindo o comportamento de tocar os objetos pelo comportamento de pular. Após

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cinco pulos, a ocorrência de um ponto se deu quando ela, com sua sandália em uma das

mãos, pulou e encostou no teto. Este comportamento continuou a ocorrer repetidamente

e foi seguido por pontos até que ela parou de responder após vinte e cinco minutos de

sessão, provavelmente devido à fadiga (Ono, 1987).

Essa mudança na topografia da resposta não é de modo algum inesperada, como

Skinner (1948) apontou, já que a resposta mais provável de ser emitida no futuro é

aquela que precedeu o estímulo subseqüente que a fortaleceu. Assim, se este for

apresentado após um período de tempo longo que permita que novas respostas sejam

emitidas, então uma nova resposta terá sua probabilidade aumentada quando da

apresentação deste estímulo (estímulo subseqüente). Isto foi o que ocorreu com a maior

parte dos sujeitos do presente experimento. O participante S11, por exemplo, pressionou

por seis vezes as barras na seguinte ordem: barra esquerda - barra do meio - barra direita

- barra direita - barra do meio - barra esquerda. Apesar de um ponto não ter ocorrido

imediatamente após a emissão deste comportamento, a adição de um ponto no contador

numérico ocorreu justamente quando ele emitiu este mesmo padrão de resposta por mais

três vezes consecutivas. Outro participante (S12) mudou de um padrão de

comportamento referente à taxa de respostas para um padrão referente ao local da

resposta. Outros exemplos deste tipo envolveram respostas topográficas tais como a

posição da mão segurando a barra, a força ou a velocidade com que as pressões eram

emitidas e a mão utilizada para pressionar as barras. Assim, com a maioria dos

participantes foi observado que um dado padrão de respostas foi repetido por apenas um

determinado período de tempo, pois a ocorrência de pontos raramente seguiu o mesmo

padrão de respostas de forma repetida.

No que se refere aos tipos e valores dos esquemas utilizados no experimento de

Ono (1987), em geral observou-se que esquemas de tempo fixo produziram mais

pressões à barra do que esquemas de tempo variável. Além disso, esquemas de 30

segundos também produziram mais respostas do que os de 60 segundos.

O aparecimento das três luzes (que ocorria em uma seqüência randômica

independente do comportamento dos participantes e que mudava independente da

ocorrência dos pontos) gerou um responder supersticioso sensorial em seis

participantes: a freqüência de emissão de respostas em determinadas barras aumentou

notadamente quando uma determinada cor de luz estava presente e diminuiu enquanto

as outras estavam acesas. Este tipo de superstição foi inicialmente investigado por

Morse e Skinner (1957). Desta forma, “um estímulo presente quando uma resposta é

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reforçada pode adquirir controle discriminativo sobre a resposta mesmo que sua

presença durante o reforçamento seja acidental” (Morse e Skinner, 1957, p.308). Eles

denominaram de “superstição sensorial positiva” a discriminação formada quando

ocorre um aumento na taxa de respostas na presença do estímulo (situação

exemplificada pelas luzes no experimento recém exposto – Ono, 1987) e de

“superstição sensorial negativa” quando a taxa de respostas na presença do estímulo

diminui.

No mesmo ano do experimento de Ono (1987), Wagner e Morris (1987)

realizaram um experimento que teve por objetivo obter dados sobre a aquisição de

comportamento supersticioso através de uma replicação sistemática do experimento de

Skinner (1948) utilizando 12 crianças como sujeitos experimentais. Cada criança era

levada a uma sala experimental que continha um palhaço mecânico. O nariz do palhaço

podia ser iluminado e servia como um manipulandum. De sua boca saíam bolinhas de

gude, que ficavam disponíveis num compartimento de plástico por 3,5 segundos

(limited hold utilizado para replicar de maneira mais semelhante possível os

procedimentos utilizados com sujeitos não-humanos.) Duas sessões de linha de base

foram conduzidas a fim de observar se as futuras respostas que ocorreriam sob um

esquema de reforçamento de tempo fixo já estavam presentes, de alguma maneira, antes

de uma condição em que alterações ambientais independentes da resposta entrassem em

vigor. Seis sessões de dez minutos cada foram então conduzidas sob esquemas de

reforçamento FT 15s ou FT 30s (seis participantes em cada grupo). Nesta condição

experimental, o nariz do palhaço ficava aceso por 3 segundos antes da entrega das

bolinhas de gude, a fim de facilitar a discriminação temporal dos esquemas envolvidos.

Cada criança era instruída a pegar uma grande quantidade de bolinhas de gude, para que

então pudesse trocá-las por um brinquedo (previamente selecionado por elas). Sete das

doze crianças (quatro sob esquema FT 15s e três sob esquema FT 30s) mostraram uma

resposta dominante específica que aumentou de probabilidade ao final dos intervalos de

tempo fixo. Estas respostas dominantes (tocar qualquer parte do palhaço com exceção

do nariz, com uma ou ambas as mãos; beijar o palhaço; tocar o nariz do palhaço com

uma ou ambas as mãos; chupar o dedo e etc.) não estiveram presentes durante as sessões

de linha de base, emergindo durante as sessões sob esquema de tempo fixo. Baseado no

comportamento destas sete crianças, os autores acreditam que seu estudo fornece

evidências de que comportamento humano emergirá e será mantido sob condições nas

quais contingências similares às manipuladas por Skinner (1948) estiverem presentes.

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Higgins, Morris e Johnson (1989) comentam que os procedimentos que até então

haviam sido utilizados para estudar o comportamento supersticioso não forneciam um

modelo adequado para explicar as superstições culturais nas quais a topografia da

resposta parece ser transmitida socialmente (como, por exemplo, andar acompanhado de

um pé de coelho). Para Herrnstein (1966), as superstições humanas, diferentemente das

superstições obtidas com animais, surgem num contexto social. Desta forma, cada

membro de uma cultura particular (através do processo de aculturação, no qual novos

membros recebem uma educação extensiva por parte dos membros mais velhos da

cultura) entra em contato com as superstições já existentes em sua cultura. Estas

superstições já estabelecidas funcionariam como linha de base sobre a qual as

experiências individuais agiriam. Ou seja, uma pessoa pode ouvir desde cedo que andar

com um pé de coelho é uma atividade que traz sorte para as pessoas que assim se

comportam e pode, então, começar a andar com um pé de coelho. No entanto, relações

acidentais entre resposta (andar com um pé de coelho) e eventos subseqüentes são o que

determinariam, ainda de acordo com Herrnstein (1966), se este comportamento seria ou

não fortalecido e, portanto, mantido no repertório do indivíduo. Nas superstições

transmitidas culturalmente, o padrão de resposta idiossincrático que Skinner (1948)

produziu está ausente.

O estudo de Higgins e cols. (1989), então, investigou procedimentos que

pudessem produzir comportamentos supersticiosos mais semelhantes ao modo pelo qual

comportamentos supersticiosos transmitidos culturalmente são estabelecidos. Mais

especificamente, foram observados se instruções e modelação através de uma fita de

vídeo produziriam um responder que, subseqüentemente, seria mantido sob um esquema

de reforçamento de tempo variável (VT). O equipamento utilizado era bastante

semelhante ao descrito anteriormente no trabalho de Wagner e Morris (1987). Sete

crianças com idades entre três e cinco anos foram divididas em dois grupos. Três

crianças recebiam instruções completas para realizar as tarefas. As instruções

ensinavam-nas a apertar o nariz do palhaço a fim de receberem bolinhas de gude, que

posteriormente poderiam ser trocadas por um brinquedo. Após aprenderem a apertar o

nariz do palhaço, no dia seguinte foi dito a estes três participantes que o palhaço, agora,

só daria bolinhas de gude se eles apertassem seu nariz quando o mesmo estivesse aceso.

Em seguida, dava-se início à sessão experimental, que consistia de dez minutos de

exposição ao esquema múltiplo VT 15s – EXT. Em um dos componentes, o nariz do

palhaço estava iluminado, bem como seus olhos, além de haver uma música tocando.

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No outro componente, o nariz continuava aceso, porém a luz dos olhos e a música

foram desligadas. Os componentes se alternavam a cada 2 minutos, sendo que toda

sessão iniciava-se no componente de tempo variável. Na primeira sessão, as primeiras

bolinhas de gude foram entregues após 12 a 14 segundos do início da sessão para

permitir que respostas pudessem ocorrer antes da apresentação das bolinhas de gude.

Um responder diferencial (com taxa de respostas bem maiores no componente VT em

comparação ao componente EXT) foi mantido por mais de vinte sessões com dois dos

três sujeitos desse primeiro grupo. O outro participante desse grupo estava respondendo

na mesma direção, porém começou a chorar numa das vezes em que o componente EXT

entrou em vigor e acabou sendo retirado do experimento. Os outros quatro sujeitos

receberam apenas parte das instruções – ouviram apenas que deviam apertar o nariz do

palhaço quando ele estivesse aceso para que recebessem bolinhas de gude (para

posterior troca por um brinquedo). Durante cinco sessões experimentais, estes quatro

sujeitos não emitiram nenhuma resposta e, portanto, nenhuma sessão adicional foi

conduzida com eles. O responder obtido no componente VT pode ser, segundos os

autores, conceitualizado como um exemplo de uma classe supersticiosa de

comportamento operante adquirida através de interação social e mantida (por

aproximadamente 20 sessões) sob um esquema no qual alterações ambientais ocorrem

independentemente da emissão de respostas. Um segundo experimento foi então

conduzido para determinar se modelação através dos pares - uma maneira comum pela

qual comportamento social é instalado - poderia ser utilizado para gerar comportamento

supersticioso. Onze crianças com idades entre três e cinco anos foram os sujeitos

experimentais. Cinco crianças (Condição 1) receberam as instruções completas dadas no

experimento anterior, acrescida de mais uma condição: elas assistiram a um vídeo no

qual uma criança (do experimento anterior) estava respondendo com uma taxa média de

43 respostas por minuto, sob o componente VT do esquema múltiplo VT 15s – EXT.

Além disso, o nariz do palhaço estava aceso, os olhos não estavam iluminados e os

participantes só viam a imagem da televisão, sem nenhum tipo de som. Os outros seis

participantes (Condição 2) assistiram a um vídeo no qual apenas o palhaço com o nariz

aceso estava presente na sala experimental, não havendo nenhuma ocorrência de entrega

de bolinhas de gude. Em seguida, os participantes de cada um dos grupos foram

expostos, individualmente, ao esquema múltiplo VT 15s – EXT. Das cinco crianças que

passaram pela Condição 1, duas desenvolveram um responder diferencial em relação

aos dois componentes do esquema em vigor, com taxas elevadas no componente VT e

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taxas reduzidas no componente EXT. Dos seis participantes restantes (Condição 2),

cinco não emitiram respostas. O outro sujeito respondeu com taxas muito reduzidas

durante apenas uma sessão. Os resultados obtidos com os dois sujeitos cujo responder

diferencial foi estabelecido podem ser vistos como um exemplo de uma condição na

qual alterações ambientais independentes da resposta produzem comportamento

imitativo.

Esses três últimos experimentos realizados com seres humanos demonstraram

que comportamento supersticioso pode ser adquirido e mantido na ausência de qualquer

história programada de reforçamento dependente da resposta.

Outro dado importante sobre comportamentos supersticiosos, em parte já

explicitado anteriormente nesta introdução, é o de que eles podem apresentar

variabilidade. Sabe-se que a variabilidade de respostas é maior durante a extinção do

que durante o condicionamento (Antonitis, 1951). E que esquemas de razão fixa geram

um padrão de respostas com muito pouca variabilidade, sendo menor à medida que o

valor da razão aumenta; em contrapartida, esquemas de intervalo fixo produzem uma

variabilidade de respostas maior (Boren, Moerschbaecher e Whyte, 1978). No

experimento de 1957 intitulado A second type of “superstition” in the pigeon, Morse e

Skinner afirmaram:

A direção da superstição não é necessariamente estável. Em uma

sessão experimental longa, uma superstição positiva pode dar

lugar a uma superstição negativa, ou vice-versa. Tais mudanças

são geralmente facilmente explicadas em termos de reforçamento

adventício ou falha no recebimento do reforçamento na presença

do estímulo acidental (Morse e Skinner, 1957, p.311).

Mesmo no experimento inicial, de 1948, Skinner já expôs a possibilidade de

haver variabilidade na topografia da resposta. Para um dos pombos, o intervalo entre

apresentações de alimento foi aumentado para 1 minuto. Isto ocasionou uma mudança

na topografia da resposta supersticiosa.

Concordando com a posição defendida por Skinner (1948) em relação ao

comportamento supersticioso, incluindo a questão relativa à possibilidade de

variabilidade, Lee (1996) vai um pouco além e afirma ser possível, sob certas

circunstâncias, que a variabilidade poderia ser mantida acidentalmente por eventos

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subseqüentes a outros aspectos do comportamento. Assim, seu estudo teve como

objetivo determinar se variabilidade espacial (em relação à localização de uma resposta)

poderia ocorrer no comportamento humano quando eventos subseqüentes fossem

contingentes a uma propriedade numérica do comportamento. Em seu estudo, portanto,

a apresentação destes eventos dependia da emissão de respostas por parte dos

participantes (que consistiam de cliques no botão do mouse sobre a tela do computador).

Contudo, não dependia da localização na tela do computador na qual as respostas (os

cliques) ocorriam. Foi dito aos participantes (seis estudantes universitários) que a

pesquisa tinha o objetivo de verificar o que as pessoas fazem quando são solicitadas a

completar tarefas de computador; o que elas fazem ao interagir com estas tarefas.

Também ficaram cientes de que instruções sobre como obter pontos poderiam ou não

ser fornecidas e, caso instruções não fossem dadas, caberia a eles descobrir o que fazer.

Para cada quinze minutos de participação no estudo, cada participante recebeu $2.00

dólares. Um bônus de $10.00 dólares seria dado ao participante que obtivesse a maior

pontuação. Além disso, as instruções informavam que para ganhar pontos, cada

participante deveria aperta a tecla “Seta para cima” do teclado do computador assim que

os ícones na tela do computador ficassem iguais. Não havia instruções adicionais.

A primeira tela que aparecia no computador continha cinco ícones diferentes no

canto superior esquerdo, um contador numérico registrando “zero pontos” na parte

superior direita e uma área indiferenciada que ocupava o restante da tela. A tela do

computador foi dividida pela experimentadora em seis zonas para facilitar a

identificação da localização do cursor na tela quando um clique no botão do mouse

ocorria. Cada ícone constituiu uma zona diferente e a sexta zona era a área restante da

tela (área indiferenciada). Durante a fase de Pré-treino, a tarefa do participante era

basicamente mudar a disposição dos ícones. Cliques no botão do mouse mudavam a

disposição dos ícones seguindo um esquema de razão igual a cinco. Um arranjo que ia

de 1:1 até 5:1 foi utilizado, sendo que o primeiro número representa um clique no botão

do mouse e o segundo número representa a mudança na disposição dos ícones. Cada

razão era selecionada de forma randômica e sem repetição, até que todas fossem usadas

pelo menos uma vez. Todos os cliques no mouse contribuíam para preencher os

requisitos impostos pelo arranjo, independentemente da localização do cursor do mouse.

A cada quinta ocorrência de mudança dos ícones, no lugar de ocorrer uma mudança

apenas em sua disposição, ocorria uma igualação dos mesmos. Esta fase terminou após

cinco igualações dos ícones. Um ponto era adicionado ao contador numérico e um breve

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tom sonoro ocorria se os participantes apertassem a tecla “Seta para cima” no teclado do

computador apenas quando os ícones se igualassem (e assim que isto ocorresse) e antes

de pressionar qualquer outra tecla ou o botão do mouse novamente. Caso isto não fosse

feito, um som de “reprovação” era apresentado e um ponto era reduzido do contador

numérico. A próxima fase (Falhas randômicas seguidas por sucessos), era bem

semelhante ao Pré-treino. A diferença estava na maneira como a mudança na disposição

dos ícones ocorria. Nesta nova fase, os primeiros “n” cliques no botão do mouse

falhavam na mudança da disposição dos ícones. Um valor de “n” era escolhido entre os

valores 1 a 30, de forma randômica e sem repetição, de maneira sucessiva até que todos

os valores fossem utilizados uma vez. Após o valor de “n” selecionado pelo programa

de computador, os próximos cinco cliques no mouse invariavelmente mudavam a

disposição dos ícones, porém apenas no último clique é que os ícones se igualavam.

Portanto, após o valor de “n”, o quinto clique no botão do mouse sempre gerava a

ocorrência de ícones iguais. Em seguida, outro valor “n” era selecionado e, ao final dos

“n” cliques, os cinco cliques seguintes mudavam a disposição dos ícones, ocorrendo a

igualação dos mesmos apenas no quinto clique. Este ciclo de falhas randômicas

seguidas por sucessos inevitáveis na mudança dos ícones ocorreu por três vezes ao todo.

O experimento terminava após 95 igualações dos ícones, incluindo as cinco vezes em

que eles se igualaram durante o Pré-treino.

Os principais resultados mostraram que a maioria dos cliques ocorreu sobre um

dos cinco ícones existentes na tela do computador e que as mudanças na localização dos

cliques ocorreram, de um modo geral, com maior freqüência após um clique no mouse

que não foi seguido por uma mudança na disposição dos ícones do que por um clique

que foi seguido de mudança. Uma mudança de localização foi definida como a

ocorrência de um clique no botão do mouse quando o cursor estava em uma posição da

tela do computador diferente daquela em relação ao clique anterior. Alguns

participantes persistentemente se comportaram como se as mudanças nas localizações

dos cliques no botão do mouse produzissem a passagem de um estado de não-mudança

dos ícones para um estado de mudança, apesar das condições que controlavam a

disposição dos ícones na tela do computador não especificarem nenhuma localização

especial do cursor para que as mudanças na disposição dos ícones ocorressem. As

mudanças dependiam apenas de uma propriedade numérica do comportamento, ou seja,

elas ocorriam após uma quantidade específica (“n”) de cliques no botão do mouse,

independentes da localização do cursor na tela do computador. Lee (1996) aponta que:

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O aumento da variabilidade do local do cursor quando o ícone

não estava mudando juntamente com o aumento da estereotipia

da localização quando os ícones estavam mudando parecem

consistentes com as demonstrações de que a extinção aumenta a

variabilidade e o reforçamento diminui a variabilidade a menos

que as contingências exijam variabilidade (Lee, 1996, p.82).

Esses resultados sobre variabilidade estão de acordo com Antonitis (1951) e

Boren, Moerschbaecher e Whyte (1978) citados anteriormente neste trabalho.

Dos seis participantes desta pesquisa, três deles (A, B e C) desde o início do

experimento emitiram o comportamento de mudar a localização dos cliques com maior

freqüência do que os outros três participantes. Parece que para eles uma dupla

discriminação supersticiosa foi mantida, já que quando a disposição dos ícones não

estava mudando, ocorriam mudanças nas localizações dos cliques na tela do

computador; e quando a disposição dos ícones começava a mudar, mudanças na

localização dos cliques raramente ocorriam. Na discussão de seu trabalho, Lee (1996)

comenta que a ocasião para que os participantes parassem de mudar a localização dos

cliques pareceu ter sido a transição do estado de não-mudança dos ícones para um

estado de mudança. De maneira contrária, a ocasião para recomeçar a mudar o local dos

cliques no mouse era a ocorrência da próxima tentativa após a igualação dos ícones. O

número fixo de mudanças dos ícones (produzidas pelos cinco cliques consecutivos no

mouse após o valor de “n” programado) presumivelmente permitiu que os participantes

antecipassem a ocorrência de uma igualação dos mesmos e, portanto, continuassem a

emitir cliques no botão do mouse nos mesmos locais que supersticiosamente produziam

a mudança dos ícones. O comportamento de contar parece ter sido importante neste

caso. Já o número variável de falhas na mudança dos ícones (valor de “n” variando entre

1 e 30 de forma randômica e sem repetição) exigiu dos participantes o comportamento

de observação dos ícones, visto que as mudanças de localização diminuíam após os

ícones entrarem no estado de mudança. Segundo a autora, se esta interpretação acima

estiver correta, seguir repetidamente um número fixo de falhas na mudança dos ícones

(usar um “n” sempre igual a 15, por exemplo) por um número variável de sucessos na

mudança dos mesmos (utilizar uma razão variável igual a cinco no lugar de uma razão

fixa igual a cinco, por exemplo) deve reverter os efeitos acima mencionados. A autora

sugere, portanto, um novo problema de pesquisa. No entanto, pode-se supor que esta

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variação não reverteria, de fato, tais efeitos, já que mesmo que os sucessos na mudança

dos ícones fossem variáveis (e não mais fixos), uma discriminação (ainda que

supersticiosa) poderia continuar ocorrendo. Por exemplo, se numa determinada série a

razão variável programada após um valor de “n” fixo (vamos supor quer o valor de “n”

fosse sempre igual a 15) fosse igual a quatro, os participantes teriam a chance de

observar que, por exemplo, durante os três cliques anteriores no botão do mouse teria

havido mudança na disposição dos ícones (ainda que eles não tivessem se igualado),

enquanto que em todos os outros cliques no mouse (anteriores a estes três últimos) não

teria havido nenhum tipo de mudança nos ícones. Isto talvez já fosse suficiente para que

os participantes continuassem a emitir cliques no botão do mouse no mesmo local que

supersticiosamente produziu a alteração na disposição dos ícones. Ou seja, variar o

valor da razão possivelmente não provocaria grandes modificações na localização dos

cliques no mouse, já que uma única mudança na disposição dos ícones, em função da

passagem de um estado de não-mudança para mudança dos ícones, talvez já fosse

suficiente para cessar a mudança na localização dos cliques no mouse. Esta é, no

entanto, uma hipótese que precisa ser investigada.

Deve-se fazer um exame cuidadoso em relação ao encadeamento de respostas

que podia ocorrer nesse experimento. A passagem de um estado de não-mudança na

disposição dos ícones na tela do computador para um estado de mudança nos ícones

parece ter funcionado como um estímulo reforçador condicionado para a resposta de

clicar no botão do mouse na mesma localização na qual se deu o clique anterior (pois tal

clique tinha sido emitido numa dada localização e havia sido seguido de mudança na

disposição dos ícones). Já a igualação dos ícones parece ter funcionado como um

estímulo discriminativo para a resposta de pressionar a tecla “Seta para cima” no

teclado do computador, que produzia os supostos estímulos reforçadores finais: o

acréscimo de 1 ponto no contador numérico e a apresentação de um tom sonoro. Desta

forma, parece que os estímulos que possivelmente funcionaram como estímulos

reforçadores condicionados - mais especificamente a mudança na disposição dos ícones

- desempenharam uma função importante no padrão comportamental supersticioso

encontrado pela autora.

Uma maneira adicional de analisar a dupla discriminação supersticiosa ocorrida

no experimento de Lee (1996) é supor que a manutenção da emissão de respostas num

determinado local da tela do computador ocorreu por conta de alguns eventos

subseqüentes contíguos que adquiriram a função de estímulos reforçadores (ainda que

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condicionados). A contigüidade de alguns destes eventos com a resposta de clicar o

botão do mouse num determinado local talvez tenha sido suficiente para manter o

responder supersticioso exibido pelos participantes. No trabalho de Gleeson e

cols.(1989), a emissão das respostas supersticiosas de bicar a chave de respostas não se

alterou a despeito da presença ou ausência da “luz de feedback” quando os pombos

bicavam a chave de respostas, suposto estímulo reforçador condicionado. Já no trabalho

de Ono (1997), como visto anteriormente, a freqüência no responder dos sujeitos se

alterou em função da presença das diferentes cores das luzes utilizadas durante todo o

experimento, o que foi chamada de superstição sensorial por Morse e Skinner (1957).

A influência do esquema de reforçamento FR 5 (após a ocorrência do valor de

“n” no qual não havia mudança nos ícones) utilizado no experimento de Lee (1996) para

relacionar os cliques no botão do mouse com a igualação dos ícones parece ter exercido

um controle bem maior do que a “luz de feedback” do experimento de Gleeson e cols.

(1989), visto que todos os participantes diminuíam ou mesmo cessavam a resposta de

mudança na localização dos cliques quando os ícones entravam no estado de mudança.

No trabalho de Wagner e Morris (1987), o procedimento de acender o nariz do

palhaço por 3 segundos logo antes da entrega das bolinhas de gude é um outro exemplo

no qual um estímulo pode ter funcionado como estímulo discriminativo, já que era

ocasião em que ocorria o estímulo reforçador.

A investigação do controle que um dado estímulo que funcione como um

estímulo reforçador condicionado pode vir a exercer sobre uma dada resposta é de

fundamental importância no entendimento da ocorrência de um dado comportamento,

seja ele qual for. Se um dado estímulo pode funcionar como um estímulo reforçador

condicionado que pode vir a exercer algum tipo de controle sobre uma resposta

supersticiosa, o estudo desta relação se faz igualmente relevante.

Assim, o presente trabalho tem como objetivo replicar de maneira sistemática o

trabalho de Lee (1996) e estender o campo de investigação sobre o comportamento

supersticioso demonstrado por Skinner (1948) através do exame do papel que os

estímulos reforçadores condicionados podem desempenhar na aquisição e manutenção

de um comportamento supersticioso; mais especificamente em relação à localização de

uma resposta quando o reforço é contingente a uma propriedade numérica do

comportamento. Deste modo, seria interessante observar o efeito que uma mudança na

igualação dos ícones de forma direta (portanto sem a ocorrência de uma mudança na

disposição dos ícones – que pode ter funcionado como estímulo reforçador

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condicionado) terá sobre a localização dos cliques no mouse. Visto que o

comportamento supersticioso exibido pelos participantes do estudo de Lee (1996)

pareceu depender de uma dupla discriminação (ainda que supersticiosa), promover a

impossibilidade desta discriminação poderá ocasionar o término do comportamento

supersticioso obtido pela autora. Com o término da contigüidade entre um clique no

mouse em uma localização específica que foi precedida pela ocorrência de mudança nos

ícones e um novo clique no botão do mouse que supersticiosamente produziu a

igualação dos ícones, uma nova contigüidade terá lugar; desta vez, entretanto, entre uma

localização específica que não foi precedida por nenhuma modificação na disposição

dos ícones e um novo clique no mouse que será seguido pela igualação dos ícones.

Assim, agora não mais haverá uma condição de mudança na disposição dos ícones que

anteceda sistematicamente uma igualação dos mesmos. Com isto, supõe-se que o

comportamento supersticioso (de variar a localização dos cliques quando estes não eram

seguidos de mudanças nos ícones e de clicar o botão do mouse numa mesma localização

quando os ícones apresentaram mudança) obtido por Lee (1996) deixará de ocorrer ou

que, pelo menos, seja alterado de alguma forma.

Algumas modificações foram realizadas no presente trabalho em relação ao

trabalho de Lee (1996). Uma nova fase experimental foi adicionada às fases utilizadas

pela autora. Além das fases “Pré- treino” e “Falhas randômicas seguidas por sucessos”,

foi adicionada uma fase na qual as igualações dos ícones ocorriam de forma direta, sem

a ocorrência prévia de mudanças em sua disposição. Houve também uma diferença na

ordem das fases experimentais pela qual cada grupo de participantes foi submetido, a

fim de se observar possíveis efeitos de exposição a uma história prévia na qual a

igualação dos ícones era sempre precedida de uma mudança na disposição dos mesmos.

Além disto, foram retirados do delineamento o decréscimo na pontuação e o som de

“reprovação” quando o indivíduo não apertou a tecla “Seta para cima” no teclado do

computador logo que os ícones se igualaram. Estes procedimentos foram excluídos da

presente pesquisa porque poderiam ter supostamente funcionado como estímulos

punitivos para o comportamento de realizar a tarefa. A tela do computador não relativa

à região dos ícones também foi dividida em diferentes zonas (não visíveis aos

participantes) a fim de analisar de forma mais detalhada a localização das respostas

nesta região.

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MÉTODO Participantes:

Participaram deste estudo um total de doze pessoas, sendo que seis delas já

haviam concluído o 3º grau, quatro eram alunos universitários e dois haviam concluído

o Ensino Médio. Nenhuma delas foi ou era estudante de Psicologia.

Cada participante preencheu um termo de consentimento, explicitando sua

disposição em colaborar como voluntário da pesquisa (ANEXO 1).

Local e Equipamento:

As informações foram coletadas individualmente no LACH - Laboratório de

Comportamento Humano, situado na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da

UFMG. Nele continha uma mesa para oito pessoas, um quadro negro e cinco

computadores.

Um computador com um mouse e um teclado acoplado foi utilizado, bem como

um programa de computador especialmente elaborado para os propósitos da pesquisa.

Movimentos no mouse controlavam os movimentos do cursor na tela do computador. O

computador foi colocado perto do quadro negro, distante dos demais computadores

existentes na sala.

O programa desenvolvido estava preparado para realizar diferentes registros, tais

como os cliques no botão do mouse; as localizações, na tela do computador, destes

cliques (as zonas nas quais cada clique ocorreu); as respostas de pressão à tecla “Seta

para cima” no teclado do computador, assim como qualquer outra tecla que o

participante veio a pressionar; a ordem das respostas emitidas pelo participante; a

disposição dos ícones na tela do computador nos momentos em que ocorrerem cliques

no botão do mouse; o tempo no qual cada resposta foi emitida (registrado em ticks –

1/60 unidades de segundo) e a pontuação obtida por cada participante.

Procedimento:

O pesquisador acompanhou cada participante até a sala experimental. Em voz

alta, leu para ele as instruções da tarefa, que estavam dispostas na tela do computador

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sobre um fundo de tela azul, além de estarem impressas e disponíveis ao lado do teclado

do computador, durante todo o experimento. Foram as seguintes:

“Esta pesquisa está interessada no que as pessoas fazem quando

são solicitadas a completar algumas tarefas de computador. Você

deverá realizar as tarefas apresentadas pelo computador até que o

mesmo indique o término de sua participação. As tarefas não são

testes de inteligência, nem de habilidades pessoais. Estamos

interessados apenas em observar o que as pessoas fazem quando

elas realizam estas tarefas. O tempo que cada participante gasta

nas tarefas varia consideravelmente. A sessão provavelmente vai

demorar pouco mais de uma hora. Ao final, você receberá um

“Vale CD” para posterior troca. Um bônus de R$ 30,00 reais será

dado ao participante que obtiver o maior número de pontos. No

total, 12 participantes realizarão as tarefas. Você pode ganhar até

155 pontos. Você pode ou não receber instruções de como obter

pontos. Caso nenhuma instrução seja dada, caberá a você

descobrir o que fazer.”

Numa tela com fundo azul contendo 5 ícones iguais no canto esquerdo, as

seguintes instruções foram dadas:

“Para ganhar pontos, pressione a tecla "Seta para cima” (�) do teclado LOGO QUE os ícones ficarem todos iguais.”

A próxima tela continha o final das instruções:

“Não há instruções adicionais. Caberá a você descobrir o que fazer.”

Durante a leitura das instruções, o experimentador apontou para a tecla “Seta

para cima” no teclado e também para os cinco ícones que se encontravam na tela do

computador. Em seguida, disse ao participante que o computador indicaria o final da

sessão experimental e que, assim que ele (o experimentador) se retirasse, quando o

participante pressionasse o botão do mouse, teria início a tarefa. O experimentador então

deixou a sala.

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Ao dar um clique no botão do mouse, a tela de fundo azul descrita acima

aparecia, no entanto com cinco ícones diferentes na parte superior esquerda, medindo 32

x 32 pixels cada. Do lado direito havia um contador numérico, inicialmente marcando

“zero pontos”, que registrava a pontuação obtida por cada participante durante o

decorrer da tarefa. Já a parte inferior da tela continha apenas um fundo de tela azul

(ANEXO 2).

Toda a tela estava dividida em 20 partes (diferentes zonas de localização), que

serviram para análise da localização dos cliques no mouse emitidos por cada

participante. No entanto, esta divisão não era visível para os mesmos (ANEXO 3).

Após o término da tarefa, os participantes recebiam o “Vale CD” e estavam

dispensados. Qualquer esclarecimento adicional em relação às tarefas foi realizado neste

momento, quando solicitado pelo participante.

Fase 1: Treino A tarefa dos participantes nesta fase era mudar a disposição dos ícones através

de cliques no botão do mouse. A mudança na disposição dos ícones nesta fase obedecia

a um esquema de razão, selecionado randomicamente de um arranjo que ia de 1:1 até

5:1, sem repetição, sendo que o primeiro número representa um clique no mouse e o

segundo número representa uma mudança nos ícones. Ou seja, um número entre 1 e 5

era randomicamente escolhido pelo programa de computador. Por exemplo, o número 3.

Assim, após três cliques no botão do mouse, ocorria uma mudança na disposição dos

ícones. É importante deixar claro que os ícones mudavam apenas de disposição, mas

continuavam diferentes entre si. Em seguida, um novo número (com exceção do número

3) era selecionado pelo programa. Por exemplo, o número 5. Isto significa que somente

após pressionar cinco vezes o botão do mouse é que havia uma nova mudança nos

ícones (mais uma mudança na disposição apenas). Isto ocorria até que todos os números

da série de 1 a 5 fossem utilizados, de forma aleatória e sem repetição. Portanto, para

cada cinco vezes nas quais os ícones mudavam de disposição, era necessário um total de

15 cliques no botão do mouse.

Cada clique no botão do mouse, independente do local na tela do computador no

qual ocorreu, contou como uma resposta de pressão no botão do mouse.

Um esquema de razão fixa cinco (FR 5) foi usado para relacionar as mudanças

nos ícones (na disposição deles, porém ainda gerando ícones diferentes) com a

igualação dos mesmos. Assim, toda vez que os ícones mudavam pela quinta vez, no

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lugar de mudarem apenas de disposição e continuarem diferentes, eles mudavam e

ficavam todos iguais. Cada vez que isto ocorria, se a tecla “Seta para cima” do teclado

fosse pressionada, 1 ponto era adicionado ao contador numérico e um tom sonoro era

apresentado. Portanto, para ganhar pontos, os participantes deveriam pressionar a tecla

“Seta para cima” assim que os ícones ficassem todos iguais e deveriam fazer isto antes

de pressionarem qualquer outra tecla ou o botão do mouse novamente. Ou seja, quando

a igualação dos ícones ocorria, os participantes podiam esperar quanto tempo

desejassem antes de pressionar a tecla “Seta para cima” a fim de ganhar pontos. No

entanto, se pressionassem qualquer outra tecla que não a tecla “Seta para cima” ou

mesmo se apertassem o botão do mouse antes desta tecla, perdiam a oportunidade de

ganhar um ponto. Caso eles pressionassem a tecla “Seta para cima” mais de uma vez,

um ponto era adicionado ao contador numérico desde que a primeira vez que ela fosse

utilizada tivesse ocorrido antes da utilização de qualquer outra tecla ou antes que um

novo clique no mouse ocorresse. Isto requereu, por parte dos participantes, observação e

atenção em relação à mudança dos ícones.

Esta fase terminava após cinco igualações dos ícones, ou seja, após a ocorrência

de 25 mudanças dos mesmos (incluindo as cinco vezes em que mudaram e ficaram

iguais), num total de 75 cliques no botão do mouse. Nesta fase, cada participante podia

ganhar até 5 pontos.

Fase 2: Falhas randômicas seguidas de sucessos inevitáveis Esta fase assemelha-se à fase anterior. No entanto, a igualação dos ícones se

dava de maneira um pouco diferente. Os primeiros “n” cliques no botão do mouse

invariavelmente falhavam na mudança dos ícones. Ou seja, cliques no botão do mouse

ocorriam, porém os ícones continuavam os mesmos, não ocorrendo nem mesmo

mudança na disposição deles. O valor de “n” era selecionado de forma randômica e sem

repetição a partir de uma série de trinta valores, entre 1 e 30. Após este valor de “n”, os

próximos cinco cliques consecutivos no mouse invariavelmente mudavam os ícones,

sendo que na quinta mudança havia a igualação dos mesmos. Por exemplo, vamos supor

que o primeiro valor de “n” programado fosse 18. Isto significa que apenas após os

participantes pressionarem 18 vezes o botão do mouse é que os ícones começavam a

mudar de disposição. E as mudanças se davam da seguinte forma: após este valor de

“n” , os próximos cinco cliques invariavelmente mudavam os ícones, sendo que os

quatro primeiros cliques mudavam a maneira como eles estavam dispostos, porém eles

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ainda permaneciam diferentes entre si e apenas no quinto clique ocorreria a igualação.

Neste momento, cada participante tinha a chance de aumentar sua pontuação, apertando

a tecla “Seta para cima” no teclado do computador. As contingências programadas para

a pontuação eram as mesmas da fase anterior.

Em seguida, um novo valor de “n” era apresentado (com exceção do valor igual

a 18) até que todos os valores entre 1 e 30 fossem utilizados uma vez. Só então podia

haver repetição do valor de “n”.

Assim, nesta fase, os ícones saíam de um estado de não-mudança dos ícones

(que dependia do valor de “n” programado) para um estado de mudança, sendo que os

quatro cliques consecutivos no mouse após o valor de “n” tornavam os ícones diferentes

no que se refere à sua disposição, ocorrendo a igualação dos mesmos apenas no quinto

clique.

Todas as respostas de clicar o botão do mouse, independentemente da

localização na tela do computador, foram registradas como uma resposta de dar um

clique no mouse, contribuindo para preencher os requisitos impostos pelo esquema de

mudança dos ícones.

Esta fase terminou após a ocorrência do ciclo acima descrito por três vezes no

total. Portanto, esta fase foi dividida em três subfases (Fase 2/subfase 1; Fase 2/subfase

2 e Fase 2/subfase 3) proporcionando a possibilidade de cada participante obter, no

máximo, 90 pontos.

Fase 3: Falhas randômicas seguidas por mudança direta dos ícones

Nesta fase, após um valor de “n” variando de 1 até 30 de maneira randômica e

sem repetição (como ocorreu na Fase 2), o próximo clique no botão do mouse

invariavelmente mudava os ícones, igualando-os imediatamente. Não havia mais,

portanto, um período no qual os ícones primeiramente mudavam apenas de disposição

para, então, no quinto clique no botão do mouse, os ícones se igualarem. Nesta fase, a

igualação se dava de forma direta, logo após o valor de “n” que estava programado. As

mesmas contingências programadas em relação à pontuação continuaram em vigor. Esta

fase terminava após todos os valores de “n” terem sido utilizados duas vezes, o que

proporcionava a obtenção de, no máximo, 60 pontos. Esta fase foi, portanto, dividida

em Fase 3/subfase 1 e Fase 3/subfase 2.

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Dois grupos diferentes foram formados para realizar as tarefas. O Grupo 1,

contendo oito participantes (P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7 e P8 - quatro do sexo masculino

e quatro do sexo feminino) passou inicialmente pela Fase 1, seguida pelas Fases 2 e 3.

Já o Grupo 2, contendo quatro participantes (P9, P10, P11 e P12 - dois de cada sexo)

iniciaram o experimento pela Fase 3, seguida pela Fase 1 e, então, pela Fase 2. A Tabela

1 abaixo mostra a ordem das fases experimentais pelas quais os participantes de cada

grupo passaram.

Tabela 1 - Ordem das fases experimentais pela qual os participantes dos diferentes grupos passaram.

GRUPOS PARTICIPANTES ORDEM DAS FASES

EXPERIMENTAIS Grupo 1 P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7, P8 Fase 1 → Fase 2 → Fase 3 Grupo 2 P9, P10, P11, P12 Fase 3 → Fase 1 → Fase 2

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RESULTADOS

Visto que os participantes passaram o experimento clicando no botão do mouse,

foi observada a localização, na tela do computador, sobre as quais estes cliques foram

emitidos.

Inicialmente, a freqüência relativa dos cliques que ocorreram nos ícones foi

calculada. Isto foi feito dividindo-se a soma de todos os cliques ocorridos sobre os

ícones (soma dos cliques que ocorreram nas zonas 1 a 5) pelo número total de cliques

emitidos, em cada uma das três fases. A Tabela 2 apresenta este resultado. Um clique

foi considerado como pertencente a uma localização específica (a uma das vinte zonas

pré-definidas) se as coordenadas horizontal e vertical do clique estivessem dentro do

retângulo de 32 x 32 pixel que delineava cada zona.

Tabela 2. Freqüência relativa dos cliques ocorridos sobre os ícones (zonas 1 a 5).

Participantes Fase 1 Fase 2/

subfase 1

Fase 2/

subfase 2

Fase 2/

subfase 3

Fase 3/

subfase 1

Fase 3/

subfase 2

P1 1 0,998 1 1 1 1 P2 0,98 1 1 0,98 0 0,02 P3 1 1 1 1 1 1 P4 0,59 0,5 0,004 0 0 0 P5 1 0,66 0,9 0,52 0,35 0,67 P6 0,76 0,9 0,92 0,56 0,87 0,96 P7 1 1 1 1 1 1 P8 0,72 0,97 1 0,86 0,36 0,6 P9 0 0,029 0 0 0,852 0,454 P10 1 1 1 1 0,998 1 P11 0 0,001 0 0,019 0,066 0 P12 0 0 0 0 0,034 0

Dos doze participantes, oito deles (P1, P2, P3, P5, P6, P7, P8 e P10) emitiram a

maioria das respostas de clicar no botão do mouse nas zonas 1 a 5, ou seja, nas zonas

que continham os ícones. Destes participantes, P2 e P8 apresentaram um desempenho

semelhante: ambos exibiram uma diminuição significativa na freqüência relativa dos

cliques emitidos nas zonas 1 a 5 quando houve a mudança da Fase 2/subfase 3 para a

Fase 3/subfase 1. É provável que esta diminuição tenha ocorrido devido à mudança na

condição experimental que ocorreu com a introdução da Fase 3. Já os participantes P5 e

Page 53: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

30

P6 também apresentaram uma diminuição desta freqüência, porém isto pode ser

observado em relação à mudança ocorrida entre as subfases. Ou seja, houve uma

diminuição na freqüência de cliques emitidos nas zonas que continham os ícones (zonas

1 a 5) na mudança da subfase 2 para a subfase 3 da Fase 2. Para o participante P5, esta

diminuição se estendeu para a Fase 3/subfase 1, porém na subfase seguinte a freqüência

elevou-se. Como esta diminuição na freqüência ocorreu na subfase 3 da Fase 2, pode-se

pensar na possibilidade de isto ter ocorrido devido à exposição prolongada ao esquema

de reforçamento em vigor, iniciado na subfase 1 da Fase 2.

O restante dos participantes (P4, P9, P11 e P12) teve a emissão dos cliques

concentrada nas outras zonas (zona 6 à zona 20, que não continham ícones).

É importante destacar que os participantes P9, P10, P11 e P12 (Grupo 2)

iniciaram a realização das tarefas pela Fase 3/subfase 1 (fase na qual a igualação dos

ícones ocorria de forma direta). Três destes participantes (P9, P11 e P12) tiveram a

localização de seus cliques concentradas nas zonas 6 a 20, com exceção do participante

P9 bem no início da tarefa (Fase 3/subfase 1), quando a maioria dos cliques por ele

emitido ocorreu quase que exclusivamente nas zonas 1 a 5, que continham os ícones.

Outro dado relevante é que dos participantes do Grupo 1, apenas P4 (um dentre

os oito participantes deste grupo) emitiu a maior parte dos cliques nas zonas que não

continham os ícones. Apesar de durante a Fase 1 e Fase 2/subfase 1 este participante

ainda ter emitido praticamente metade dos cliques nas zonas 1 a 5, já na subfase 2 da

Fase 2 a ocorrência dos cliques passou a se dar nas zonas 6 a 20.

A Tabela 2 já evidencia logo de início, para a maioria dos participantes do

Grupo 1 (P1, P2, P3, P5, P6, P7 e P8) e para um participante do Grupo 2 (P10) um

padrão supersticioso em relação às zonas de localização dos cliques, visto que a maioria

deles ocorreu sobre os cinco ícones que estavam presentes na tela do computador (zonas

1 a 5), mesmo que as mudanças na disposição dos ícones, bem como sua igualação não

dependeram, em nenhum momento do experimento, da localização na qual ocorreram

os cliques no botão do mouse.

Em seguida, foi calculada a freqüência relativa dos cliques ocorridos em cada

uma das 20 zonas disponíveis, para cada participante, em cada fase da tarefa. Estes

dados estão apresentados nas Tabelas 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Cada uma destas tabelas

corresponde a uma fase e subfase do experimento. Esta freqüência foi obtida dividindo-

se a soma do número total de cliques ocorridos em cada uma das zonas pelo total de

cliques emitidos, em cada fase.

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Fase 1 Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 Zona 6 Zona 7 Zona 8 Zona 9 Zona 10 Zona 11

Zona12 Zona 13 Zona 14 Zona 15 Zona 16 Zona 17 Zona 18 Zona 19 Zona 20

P1 0,092 0,328 0,223 0,223 0,131 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P2 0,421 0,263 0,065 0,144 0,092 0 0 0 0 0,013 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P3 0,173 0,266 0,226 0,16 0,173 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P4 0,105 0,144 0,157 0,144 0,039 0 0 0 0,144 0,171 0,039 0,039 0 0,013 0 0 0 0 0 0

P5 0,24 0,2 0,146 0,213 0,2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P6 0,153 0,153 0,192 0,153 0,115 0,064 0,051 0 0,025 0,025 0 0,012 0 0,012 0 0 0 0 0,012 0,025

P7 0,157 0,236 0,223 0,197 0,184 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P8 0,133 0,186 0,173 0,146 0,08 0 0 0 0 0,026 0,146 0 0 0,013 0,093 0 0 0 0 0

P9 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P10 0,25 0,184 0,184 0,184 0,197 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0

Tabela 3. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 1.

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Fase 2/Subfase

1 Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 Zona 6 Zona 7 Zona 8 Zona 9 Zona 10 Zona 11 Zona12 Zona 13 Zona 14 Zona 15 Zona 16 Zona 17 Zona 18 Zona 19 Zona 20

P1 0,31 0,188 0,215 0,155 0,129 0 0 0 0 0 0,001 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P2 0,183 0,182 0,198 0,229 0,206 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P3 0,191 0,205 0,197 0,231 0,173 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P4 0,11 0,105 0,119 0,108 0,059 0,003 0 0,003 0,106 0,067 0,028 0,286 0 0 0,001 0 0 0 0 0

P5 0,135 0,159 0,13 0,125 0,117 0,024 0,028 0,017 0,024 0,056 0,014 0,012 0,032 0,04 0,012 0,004 0,017 0,012 0,014 0,017

P6 0,195 0,2 0,217 0,155 0,131 0,011 0,004 0,014 0,001 0,001 0,001 0,001 0,014 0,022 0 0 0,012 0,008 0 0,004

P7 0,138 0,214 0,211 0,237 0,198 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P8 0,154 0,224 0,206 0,204 0,185 0 0,003 0,001 0 0,001 0,001 0 0,001 0 0,004 0,006 0 0,003 0 0

P9 0,009 0,008 0,001 0,009 0 0,001 0 0,003 0,662 0,284 0,003 0 0 0,001 0,003 0,001 0,006 0 0 0,003

P10 0,272 0,219 0,193 0,15 0,163 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P11 0 0 0 0 0,001 0 0 0 0,003 0,899 0,019 0 0 0,066 0,009 0 0 0 0 0

P12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,61 0 0 0 0,389 0 0 0 0 0 0

Tabela 4. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 2/subfase 1.

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Fase 2/Subfase

2 Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 Zona 6 Zona 7 Zona 8 Zona 9 Zona 10 Zona 11 Zona12 Zona 13 Zona 14 Zona 15 Zona 16 Zona 17 Zona 18 Zona 19 Zona 20

P1 0,237 0,226 0,218 0,188 0,129 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P2 0,168 0,26 0,286 0,132 0,152 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P3 0,202 0,15 0,186 0,212 0,247 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P4 0,001 0,003 0 0 0 0 0 0 0,288 0,609 0,096 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P5 0,115 0,23 0,241 0,152 0,162 0,006 0,004 0 0,008 0,006 0,006 0 0,047 0,001 0,003 0,001 0,004 0,004 0,001 0,001

P6 0,168 0,209 0,147 0,205 0,194 0,012 0,009 0,004 0,003 0,009 0 0,003 0,006 0,004 0 0 0,006 0,009 0 0,003

P7 0,146 0,172 0,18 0,219 0,28 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P8 0,162 0,243 0,204 0,209 0,178 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P9 0 0 0 0 0 0 0 0 0,952 0,047 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P10 0,117 0,213 0,132 0,294 0,242 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P11 0 0 0 0 0 0 0 0 0,082 0,658 0,23 0,003 0,003 0,016 0,004 0 0 0 0 0

P12 0 0 0 0 0 0 0,016 0 0 0,424 0,317 0 0 0,066 0,175 0 0 0 0 0

Tabela 5. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 2/subfase 2.

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34

Fase 2/Subfase

3 Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 Zona 6 Zona 7 Zona 8 Zona 9 Zona 10 Zona 11 Zona12 Zona 13 Zona 14 Zona 15 Zona 16 Zona 17 Zona 18 Zona 19 Zona 20

P1 0,198 0,213 0,221 0,216 0,15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P2 0,21 0,274 0,145 0,211 0,147 0 0 0 0,001 0 0 0 0 0,009 0 0 0 0 0 0

P3 0,152 0,198 0,198 0,269 0,181 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P4 0 0 0 0 0 0 0 0 0,998 0 0 0 0,001 0 0 0 0 0 0 0

P5 0,114 0,09 0,132 0,077 0,113 0,001 0,027 0,066 0,009 0,024 0,001 0,006 0,074 0,043 0,04 0,05 0,059 0,021 0 0,043

P6 0,112 0,119 0,159 0,103 0,074 0,003 0,011 0,011 0,167 0,054 0,008 0,02 0,07 0,033 0,011 0,006 0,012 0,008 0,006 0,004

P7 0,129 0,128 0,204 0,246 0,291 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P8 0,366 0,158 0,154 0,098 0,087 0 0 0 0,008 0,008 0,062 0,029 0,001 0,011 0,012 0,001 0 0 0 0

P9 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P10 0,337 0,222 0,126 0,124 0,189 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P11 0,003 0,009 0,003 0,001 0,001 0,001 0 0,008 0,03 0,357 0,334 0,004 0,009 0,154 0,053 0 0 0 0 0,025

P12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0

Tabela 6. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 2/subfase 3.

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Fase 3/Subfase

1 Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 Zona 6 Zona 7 Zona 8 Zona 9 Zona 10 Zona 11 Zona12 Zona 13 Zona 14 Zona 15 Zona 16 Zona 17 Zona 18 Zona 19 Zona 20

P1 0,117 0,238 0,261 0,23 0,152 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P2 0 0 0 0 0 0 0 0 0,427 0,167 0,007 0,003 0,03 0,259 0,05 0 0,02 0,003 0,009 0,003

P3 0,173 0,308 0,151 0,177 0,189 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P4 0 0 0 0 0 0 0 0 0,762 0 0 0 0 0,237 0 0 0 0 0 0

P5 0,05 0,08 0,111 0,082 0,026 0,002 0,002 0 0,202 0,26 0,012 0 0,012 0,028 0,101 0 0,002 0,018 0,008 0

P6 0,153 0,228 0,204 0,177 0,114 0,001 0 0,015 0,045 0,015 0,005 0 0,013 0,001 0,001 0,007 0,003 0,005 0,001 0

P7 0,156 0,203 0,22 0,206 0,212 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P8 0,033 0,109 0,099 0,081 0,035 0,003 0,003 0,019 0,137 0,209 0,071 0,031 0,031 0,049 0,031 0,011 0,011 0,007 0 0,013

P9 0,181 0,167 0,276 0,114 0,112 0 0,001 0,003 0,027 0,011 0,005 0,009 0,019 0,003 0,011 0,005 0,009 0,019 0,007 0,007

P10 0,238 0,222 0,128 0,255 0,152 0,001 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P11 0,016 0,01 0,012 0,01 0,018 0,004 0 0,01 0,026 0,715 0,124 0 0,006 0,02 0,01 0,002 0,008 0,006 0 0,002

P12 0,006 0,008 0,006 0,006 0,008 0 0 0 0 0,002 0,098 0 0,002 0,01 0,849 0 0 0,004 0 0

Tabela 7. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 3/subfase 1.

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Fase 3/Subfase

2 Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 Zona 6 Zona 7 Zona 8 Zona 9 Zona 10 Zona 11 Zona12 Zona 13 Zona 14 Zona 15 Zona 16 Zona 17 Zona 18 Zona 19 Zona 20

P1 0,127 0,212 0,187 0,295 0,176 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P2 0,001 0,007 0,007 0,007 0,003 0,003 0,001 0,005 0,211 0,328 0,029 0,001 0,017 0,12 0,08 0,001 0,001 0,009 0,152 0

P3 0,208 0,162 0,162 0,208 0,26 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,893 0,003 0,025 0 0,065 0,011 0 0 0 0 0

P5 0,161 0,166 0,121 0,123 0,107 0,001 0,003 0,011 0,087 0,093 0,017 0,003 0,007 0,005 0,009 0,009 0,037 0,007 0,009 0,009

P6 0,151 0,324 0,198 0,159 0,125 0 0 0,003 0,013 0,001 0,001 0 0,005 0,003 0,005 0 0 0,001 0 0

P7 0,15 0,173 0,152 0,269 0,254 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P8 0,079 0,149 0,147 0,149 0,077 0,011 0,001 0,005 0,055 0,123 0,017 0,003 0,077 0,033 0,019 0,011 0,019 0,007 0,005 0

P9 0,076 0,038 0,213 0,053 0,072 0,003 0,003 0,003 0,066 0,036 0,001 0,001 0,007 0,387 0,013 0 0,003 0,001 0,003 0,009

P10 0,187 0,223 0,179 0,177 0,231 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,392 0,607 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,224 0,746 0 0 0,028 0 0 0 0 0 0

Tabela 8. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 3/subfase 2.

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A partir destas tabelas, podemos notar que além das zonas 1 a 5 (zonas que

continham os ícones), as zonas 9, 10, 11, 14 e 15 foram as mais utilizadas pelos

participantes. As zonas 9, 10 e 11 estão localizadas abaixo das zonas que contém os

ícones e o contador numérico, enquanto que as zonas 14 e 15 estão localizadas no centro

da tela (ver no ANEXO 3, para maiores detalhes, a representação da localização das

diferentes zonas em que a tela era dividida).

Dos participantes do Grupo 1 que apresentaram respostas supersticiosas quanto

às zonas de localização dos cliques (P1, P2, P3, P5, P6, P7 e P8), três deles (P1, P3 e

P7) emitiram, no decorrer das três fases (Tabelas 3 a 8), todos os cliques nas zonas que

continham os ícones (zonas de 1 a 5), com exceção de um clique emitido pelo

participante P1 na zona 11, na Fase 2/subfase1 (Tabela 4).

O restante dos participantes apresentou algumas variações no decorrer das fases.

O participante P2, por exemplo, nas Fases 1 (apresentada na Tabela 3) e 2 (cujas

subfases 1, 2 e 3 são apresentadas nas Tabelas 4, 5 e 6, respectivamente) emitiu quase

que exclusivamente todos os cliques nas zonas 1 a 5. Na Fase 3/subfase 1 (apresentada

na Tabela 7), no entanto, não emitiu nenhum clique nestas zonas, explorando mais as

zonas 9, 10 e 14. Já na subfase seguinte (Tabela 8), continuou a utilizar mais estas

últimas três zonas citadas, além de também explorar outras dezesseis zonas.

O participante P5 (Tabela 3) iniciou o experimento clicando apenas sobre as

zonas 1 a 5. Na fase seguinte (Fase 2/subfase 1 - Tabela 4), explorou todas as zonas de

localização, porém manteve a maioria dos cliques sendo emitidos sobre os ícones. Nas

duas subfases seguintes (Tabelas 5 e 6), continuou explorando zonas de localização

variadas, apesar de ter clicado com maior freqüência sobre os ícones. Vale destacar que,

na subfase 3 da Fase 2 (Tabela 6), a freqüência de cliques sobre os ícones foi bastante

reduzida em comparação com a subfase anterior (Tabela 5), ainda que na maior parte

das vezes os cliques ocorreram nas zonas que continham os ícones. Com a introdução

da Fase 3 (Tabela 7) tal freqüência reduziu-se ainda mais, sendo que desta vez a maior

parte dos cliques ocorreu nas zonas de localização 6 a 20. Na última subfase da Fase 3

(Tabela 8), entretanto, novamente P5 voltou a clicar com mais freqüência sobre as zonas

de localização 1 a 5.

Em todas as fases e subfases do experimento (Tabelas 3 a 8), P6 emitiu a maior

parte dos cliques nas zonas que continham os ícones. Apenas na subfase 3 da Fase 2

(Tabela 6) é que explorou mais as outras zonas de localização, sendo que a zona 9 foi a

zona que não continha ícones mais utilizada por ele.

Page 61: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

38

Finalmente, o participante P8, que também apresentou respostas supersticiosas

quanto às zonas de localização dos cliques, no decorrer das Fases 1 e 2 (Tabelas 3 a 6)

apresentou uma freqüência alta de cliques nas zonas de 1 a 5. Com a introdução da Fase

3 (Tabela 7), a freqüência de cliques foi significativamente maior nas zonas 6 a 20,

principalmente nas zonas 9, 10 e 11.

O participante P4 (único participante do Grupo 1 que não emitiu respostas

supersticiosas em relação às zonas de localização dos cliques) desde a Fase 1 (Tabela

3), utilizou não só as zonas de 1 a 5, mas também as zonas 9, 10, 11, 12 e 14. Na Fase

2/subfase 1 (Tabela 4) seu desempenho foi semelhante ao desempenho apresentado na

fase anterior. Na Fase 2/subfase 2 (Tabela 5), praticamente não emitiu nenhuma

resposta de clicar no botão do mouse nas zonas de 1 a 5, e nas fases seguintes (Tabelas

6, 7 e 8) nenhum clique nestas cinco zonas foi observado.

No que diz respeito aos participantes do Grupo 2 (P9, P10, P11 e P12), como

dito anteriormente, P10 foi o único que apresentou um responder supersticioso em

relação às diferentes zonas de localização disponíveis. Em todas as fases (Tabelas 3 a

8), emitiu quase todos os cliques no botão do mouse sobre as zonas de localização 1 a 5.

O participante P9, que iniciou o experimento pela Fase 3 (Tabelas 7 e 8), clicou

em várias localizações ao longo desta fase. Ao mudar para a Fase 1 (Tabela 3), observa-

se que o participante clicou em apenas uma localização (zona 9). Em seguida, na

subfase 1 da Fase 2 (Tabela 4), voltou a explorar outras zonas. Porém, nas outras duas

subfases (Tabelas 5 e 6), restringiu os cliques no mouse para apenas duas e uma

localizações, respectivamente.

Já o participante P11, que também iniciou a tarefa pela Fase 3, na subfase 1

(Tabela 7) emitiu cliques em várias zonas de localização, porém com uma freqüência

reduzida nas zonas 1 a 5. Na subfase 2 (Tabela 8), emitiu cliques apenas nas zonas 10 e

11. Ao mudar de fase (Fase 1 - Tabela 3), emitiu cliques apenas em uma zona (zona 10).

Quando a Fase 2 teve início (Tabela 4), P11 voltou a explorar as diferentes zonas,

apesar da freqüência de cliques nas zonas de 1 a 5 ter sido bem pequena, semelhante ao

desempenho da Fase 3/subfase 1 (Tabela 7).

O participante P12, em sua primeira fase (Fase 3 - Tabela 7), explorou várias

zonas de localização, incluindo as zonas 1 a 5 (apesar de ter sido com uma freqüência

bastante reduzida). Da subfase 2 em diante (Tabelas 8, 3, 4, 5 e 6, respectivamente), não

emitiu mais cliques nas zonas 1 a 5, concentrando as respostas (cliques no botão do

mouse) em basicamente uma ou duas zonas apenas (dentre as zonas 6 a 20).

Page 62: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

39

A ordem das fases pela qual cada grupo foi submetido pode ter colaborado para

que a localização dos cliques tenha ocorrido com maior freqüência sobre as zonas que

continham ou não os ícones. Os participantes do Grupo 1, por exemplo, passaram

inicialmente por uma condição (Fase 1) na qual mudanças na disposição dos ícones

ocorriam com bastante freqüência, já que o valor de “n” programado que controlava

estas mudanças era um valor pequeno (um valor de 1 a 5), o que garantia que após

poucos cliques no botão do mouse o participante entrasse em contato com uma mudança

na disposição dos ícones. Além disso, como na tela do computador existiam, além da

tela de fundo azul (que constituía a maior parte da tela), apenas ícones e um contador

numérico, era bem possível que os participantes, de início, explorassem as localizações

que continham estes elementos (isto é pertinente tanto para os participantes do Grupo 1

quanto para os participantes do Grupo 2). Desta forma, aqueles participantes do Grupo 1

que inicialmente exploraram as zonas 1 a 5 tiveram suas respostas seguidas por

mudanças nos ícones, que pode ter reforçado a ocorrência de cliques nestas

localizações. Esta hipótese poderá ou não ser validada quando forem apresentados, ao

final deste trabalho, gráficos que mostram a seqüência dos cliques emitidos por cada um

dos participantes. Na fase seguinte (Fase 2), o valor de “n” programado para controlar a

mudança dos ícones foi bem maior (um valor entre 1 e 30), porém mudanças apenas na

disposição dos ícones continuaram a ocorrer antes que fosse vista uma igualação destes

ícones. Sendo que, nesta fase, ocorreram sistematicamente quatro mudanças na

disposição dos ícones antes de sua igualação. Portanto, se um participante que na Fase 1

já tinha sido reforçado por ter clicado nas zonas 1 a 5 e se este padrão já tinha sido

razoavelmente bem estabelecido ao final desta fase, na Fase 2 a probabilidade deste

padrão persistir foi ainda maior justamente em função da ocorrência sistemática destas

mudanças na disposição dos ícones antes de ocorrer uma igualação. Ou seja, as quatro

mudanças na disposição dos ícones ocorrendo antes que eles se igualassem podem ter

funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar nos

ícones, já que a igualação certamente estaria próxima de ocorrer.

Em contrapartida, os participantes do Grupo 2 iniciaram o experimento numa

condição em que o valor de “n” programado variava entre 1 e 30 e na qual não existiam

mudanças sistemáticas na disposição dos ícones (Fase 3). Igualações nestes ícones

ocorreram sempre de forma direta, após “n” cliques emitidos pelo participante. Neste

caso, mesmo que um participante deste grupo tenha iniciado o experimento clicando nas

zonas que continham os ícones, como o valor de “n” programado nesta fase (Fase 3)

Page 63: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

40

podia ser um valor maior do que o valor programado na Fase 1 (para os participantes do

Grupo 1), cliques iniciais sobre os ícones podem não ter sido seguidos de igualações e,

portanto, diminuído de freqüência. Isto foi o que ocorreu com o participante P12 (Figura

19, analisada no final deste trabalho). Um valor de “n” igual a 21 foi inicialmente

sorteado pelo computador para controlar a mudança dos ícones (a igualação). Este

participante clicou por dezesseis vezes no botão do mouse nas zonas 1 a 5 e nenhum

destes cliques foi seguido de mudança nos ícones. Ao variar a localização do clique

seguinte para uma das zonas que não continha ícones, este último clique foi seguido de

igualação nos ícones, o que aumentou consideravelmente a freqüência de cliques nesta

zona. Assim, iniciar o experimento pela Fase 3 parece ter proporcionado maior

probabilidade de ocorrer uma mudança nos ícones após o participante ter explorado

outras zonas que não aquelas que continham os ícones (ainda que, neste caso, a

mudança nos ícones tenha sido uma igualação dos mesmos e não apenas mudanças em

sua disposição) – Figuras 18 e 19 analisadas no final do trabalho. Dito de outra maneira,

os participantes do Grupo 2 iniciaram o experimento numa condição que não favorecia

que a manutenção de cliques iniciais nas zonas 1 a 5 fosse seguida de mudança nos

ícones. Ou seja, iniciar o experimento pela Fase 3 pareceu possibilitar maior variação

dos cliques no que se refere às zonas de localização devido ao fato de a apresentação de

estímulos reforçadores poder demorar mais a ocorrer (se comparado às condições

experimentais programadas para a Fase 1), a depender do valor de “n” sorteado pelo

computador para relacionar cliques no mouse com mudança nos ícones. Esta afirmação

será retomada posteriormente.

Pelos resultados das Tabelas 3 a 8, parece que iniciar as tarefas pela Fase 1

(Tabela 3) realmente contribuiu para que a maior parte dos cliques dos participantes do

Grupo 1 ocorresse nas zonas que continham os ícones (zonas 1 a 5). Esta afirmação é

válida inclusive para o participante P4, cuja maioria dos cliques ao longo de todo o

experimento ocorreu nas zonas de 6 a 20. No entanto, na Fase 1, a maior parte dos

cliques deste participante ainda ocorreu nas zonas 1 a 5. Por outro lado, parece que

iniciar o experimento pela Fase 3 (Tabela 7) contribuiu para que a maior parte dos

cliques ocorresse nas zonas 6 a 20, que não continham os ícones (esta afirmação se

aplica aos participantes do Grupo 2, com exceção do participante P9 na subfase 1 da

Fase 3 e do participante P10 durante todo o experimento). A freqüência elevada de

cliques nas zonas 6 a 20 manteve-se constante para os participantes P11 e P12 nas

outras duas fases (Fase 1 e 2 - Tabelas 3 a 6), enquanto que para o participante P9 esta

Page 64: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

41

freqüência foi maior a partir da Fase 1 (Tabela 3). Ou seja, para os participantes P11 e

P12 a seqüência de fases que sucedeu a Fase 3 (Tabelas 3 a 6) não aumentou a

freqüência de cliques nas zonas de 1 a 5; para P9 (Tabelas 3 a 6) esta seqüência

contribuiu para reduzir os cliques nas zonas de 1 a 5.

Além da localização dos cliques em determinadas zonas poder se estabelecer

enquanto um tipo de comportamento supersticioso, as respostas de variar tais

localizações também podem se estabelecer enquanto respostas supersticiosas.

Após os participantes darem um clique no botão do mouse, os cinco ícones

presentes na tela do computador às vezes se modificavam (mudando apenas de

disposição ou igualando-se), enquanto que outras vezes após um clique não ocorria

qualquer tipo de mudança. Isto dependia do valor de “n” sorteado pelo computador após

cada igualação dos ícones. Para avaliar o efeito da ocorrência de uma falha na mudança

dos ícones ou o efeito de uma mudança nos ícones sobre as respostas de mudanças de

localização dos cliques no botão do mouse, foram construídos gráficos de freqüência

acumulada destas mudanças de localização (após uma falha na mudança dos ícones ou

após a ocorrência de uma mudança). Estes dados fornecem informações sobre possíveis

respostas supersticiosas no que se refere às mudanças na localização dos cliques, já que

mudanças de localização após ocorrência de falhas na mudança dos ícones ou a emissão

de respostas de clicar numa mesma localização após uma mudança na disposição dos

ícones podem ter ocorrido, a despeito da igualação dos ícones não ocorrer em função de

nenhuma localização especial dos cliques no mouse.

As Figuras 1 e 2 mostram as mudanças de localização dos cliques após falhas na

mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao

longo das Fases 1, 2 e 3 para os participantes do Grupo 1 e ao longo das Fases 3, 1 e 2

para os participantes do Grupo 2, respectivamente. A curva superior pontilhada da

figura que divide ao meio os eixos “x” e “y” indica a quantidade máxima de mudanças

na localização dos cliques após uma falha na mudança dos ícones que poderia ter

ocorrido durante o experimento, enquanto que a curva inferior a esta indica o

desempenho do participante. As linhas verticais indicam o início e o término de cada

uma das três fases.Cada gráfico exibido corresponde a um participante.

Page 65: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

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0

500

1000

1500

2000

2500

1

250

499

748

997

1246

1495

1744

1993

2242

Fase 2 Fase 3

P1

0

500

1000

1500

2000

2500

1

250

499

748

997

1246

1495

1744

1993

2242

Fase 2 Fase 3

P3

0

500

1000

1500

2000

2500

1

250

499

748

997

1246

1495

1744

1993

2242

Fase 2 Fase 3

P5

0

500

1000

1500

2000

2500

1

250

499

748

997

1246

1495

1744

1993

2242

Fase 2 Fase 3

P7

0

500

1000

1500

2000

2500

1

250

499

748

997

1246

1495

1744

1993

2242

Fase 2 Fase 3

P2

0

500

1000

1500

2000

2500

1

250

499

748

997

1246

1495

1744

1993

2242

Fase 2 Fase 3

P4

0

500

1000

1500

2000

2500

1

250

499

748

997

1246

1495

1744

1993

2242

Fase 2 Fase 3

P6

0

500

1000

1500

2000

2500

1

250

499

748

997

1246

1495

1744

1993

2242

Fase 2 Fase 3

P8

Mud

ança

s acu

mul

adas

de

loca

lizaç

ão ap

ós fa

lha

na m

udan

ça d

os í

cone

s.

Oportunidades acumuladas de mudanças de localização

Figura 1. Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após falhas na mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 1, 2 e 3, para os participantes P1 a P8.

Page 66: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

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0

500

1000

1500

2000

2500

1

250

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748

997

1246

1495

1744

1993

2242

Fase 3 Fase 2

0

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1000

1500

2000

2500

1

250

499

748

997

1246

1495

1744

1993

2242

Fase 3 Fase 2

P9 P10

0

500

1000

1500

2000

2500

1

250

499

748

997

124

6

149

5

174

4

199

3

224

2Fase 3 Fase 2

0

500

1000

1500

2000

2500

1

250

499

748

997

1246

1495

1744

1993

2242

Fase 3 Fase 2

P11 P12

Como pode ser visto na Figura 1, os participantes P1, P3, P4, P5, P6, P7 e P8 no

início da tarefa (Fase 1) mudaram de localização quase todas as vezes em que um clique

no botão do mouse não foi seguido de mudança nos ícones. Isto se estendeu para o

início da Fase 2 para os participantes P3, P4, P5, P6, P7 e P8. Este último participante

comportou-se desta maneira em quase todo o experimento. Apenas no final da Fase 2 é

que sua freqüência de mudanças de localização diminuiu um pouco. Em seguida (Fase

3), porém, este participante voltou a mudar a localização dos cliques com alta

freqüência (porém menor que anteriormente), mantendo-a constante até o final do

experimento.

P5, P6 e P7 apresentaram um desempenho semelhante, como mostra a Figura 1.

Todos eles durante a Fase 1 e logo no início da Fase 2/subfase 1 mudaram a localização

Figura 2. Mudança de localização dos cliques no botão do mouse após falhas na mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 3, 1 e 2 para os participantes P9 a P12.

Oportunidades acumuladas de mudanças de localização

Mud

ança

s ac

umul

adas

de

loca

lizaç

ão a

pós

falh

a na

mud

ança

dos

íco

nes

Page 67: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

44

dos cliques quase todas as vezes quando estes foram seguidos de uma falha em sua

mudança. Além disso, estes três participantes apresentaram uma pequena desaceleração

na freqüência de mudanças de localização dos cliques após o início da Fase 2, porém

mantiveram-na razoavelmente constante até o final do experimento (com exceção do

participante P5 no final da Fase 3, quando a curva voltou a ficar mais inclinada). Parece

que a transição da Fase 2 para a Fase 3 não gerou nenhuma mudança significativa, para

estes participantes, no que se refere às mudanças de localização dos cliques.

Já os participantes P1, P2, P3 e P4 (Figura 1), no que se refere ao desempenho

durante o experimento como um todo, variaram muito pouco a localização de seus

cliques quando os ícones falharam em mudar, sendo que P2 apresentou uma pequena

elevação na freqüência de mudança dos cliques no início da Fase 3 e os participantes P3

e P4 pararam completamente de mudar de localização ainda no início da Fase 2, sendo

que P4 parou de mudar a localização dos cliques de forma mais abrupta, enquanto que

P3 foi parando de maneira mais gradual. O fato da freqüência das mudanças de

localização dos cliques após falhas na mudança dos ícones destes participantes ter sido

pequena sugere que os cliques por eles emitidos concentraram-se em apenas algumas

poucas zonas ou então que eles emitiram uma seqüência de cliques um pouco maior em

uma dada zona de localização antes de variar a localização dos cliques. Isto poderá ser

visualizado em figuras que serão apresentadas posteriormente.

Os participantes P9, P10, P11 e P12 (Figura 2) iniciaram a tarefa pela Fase 3,

fase na qual a igualação dos ícones ocorria de forma direta. P9, P10 e P12 logo no início

do experimento mudaram de localização com uma freqüência alta, assim como os

demais participantes que iniciaram o experimento pela Fase 1. Esta freqüência elevada

de mudanças pode ter ocorrido, como dito anteriormente, em função destes participantes

terem iniciado as tarefas pela Fase 3, fase na qual o valor de “n” programado pelo

computador para relacionar cliques no botão do mouse com mudanças nos ícones

variava de 1 a 30 (valor bem maior do que o valor programada para a Fase 1). No

entanto, esta freqüência não se manteve por muito tempo para nenhum dos

participantes. Apenas P10 passou a variar um pouco mais a localização dos cliques após

a ocorrência de falhas em sua mudança a partir do final da Fase 3, mantendo uma

freqüência constante por toda a Fase 1 e início da Fase 2. Porém, em seguida, a

freqüência de suas mudanças reduziu bastante, chegando quase a parar de mudar. Já o

participante P12 praticamente passou o experimento inteiro emitindo cliques em quase

que somente uma localização.

Page 68: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

45

Com exceção do participante P12, que durante todo o experimento mudou muito

pouco a localização dos cliques quando estes não foram seguidos de mudança, o

desempenho de P9, P10 e P11 é razoavelmente semelhante ao desempenho de P1, P2,

P3 e P4 (participantes do Grupo 1) no que se refere à freqüência reduzida de mudanças

de localização dos cliques após a ocorrência de cliques que foram seguidos de falhas na

mudança dos ícones. A introdução da Fase 3 logo no início da tarefa, portanto, parece

que não provocou nenhuma diferença no desempenho destes três participantes do Grupo

2, se comparado ao desempenho obtido com os participantes P1, P2, P3 e P4, do Grupo

1 (esta afirmação, no entanto, não pode ser dita se for feita uma comparação com o

desempenho dos participantes P5, P6, P7 e P8, já que estes participantes apresentaram

uma freqüência elevada de mudanças de localização). A introdução da Fase 3 tampouco

parece ter gerado um responder diferente do que vinha sendo obtido para os

participantes do Grupo 1, que começaram o experimento pela Fase 1, seguido das Fases

2 e 3, respectivamente. A mudança da Fase 1 para a Fase 2 (no caso dos participantes do

Grupo 1) e da Fase 3 para a Fase 1 (no caso dos participantes do Grupo 2) não provocou

alteração na freqüência das curvas.

O que acabou de ser exposto em relação à influência da Fase 3 sobre o

desempenho dos participantes é diferente daquilo que há pouco foi comentado sobre a

Fase 3, ou seja, de que a condição experimental planejada na Fase 3 parecia favorecer a

variação das zonas de localização em que se davam os cliques (o que dá margem a

pensar que, se houve mudanças nas zonas de localização dos cliques, significa que a

freqüência da resposta de mudar de localização também será elevada). A utilização de

diferentes zonas de localização, no entanto, não quer dizer, necessariamente, que tenha

ocorrido uma alta freqüência de respostas de mudar a localização dos cliques. Havia,

por exemplo, a possibilidade de um participante, ao longo de todo o experimento, ter

explorado quase todas as vinte zonas de localização disponíveis. Isto, não quer dizer, no

entanto, que a freqüência da resposta de mudar de localização foi elevada, já que ele

pode ter explorado a maioria destas diferentes zonas apenas uma vez. Isto ocorreu com

o participante P2 na Fase 3/subfase 2, por exemplo (Tabela 8). Assim, trata-se da

análise de dois comportamentos distintos: o primeiro diz respeito à zona de localização

dos cliques, ou seja, em que local da tela do computador o clique foi emitido (podendo

supersticiosamente ter sido emitido em determinadas zonas); o segundo diz respeito à

resposta de mudar a localização dos cliques, que também pode ter ocorrido de maneira

Page 69: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

46

supersticiosa no sentido de que nenhuma mudança na localização era necessária para

que houvesse igualação dos ícones.

Como a introdução da Fase 3 após a Fase 2 (para os participantes do Grupo 1) e

a introdução da Fase 1 após a Fase 3 (para os participantes do Grupo 2) não modificou o

responder de nenhum participante (Figuras 1 e 2), pode-se dizer que a diferença

existente entre estas fases (a ocorrência ou não de mudanças na disposição dos ícones

antes da igualação - no caso da passagem da Fase 2 para a Fase 3; o valor de “n” que

controlava a mudança dos ícones e a ocorrência ou não de mudanças apenas na

disposição dos ícones antes de ocorrer igualação dos mesmos - no caso da passagem da

Fase 3 para a Fase 1) parece não ter exercido controle sobre as mudanças de localização

dos cliques após ter ocorrido uma falha na mudanças dos ícones.

As Figuras 3 e 4 apresentam gráficos de freqüência acumulada semelhantes aos

gráficos apresentados anteriormente. A única diferença refere-se ao fato de que as

mudanças de localização dos cliques representadas nas Figuras 3 e 4 ocorreram após a

ocorrência de um clique ter sido seguida de mudança nos ícones. A curva pontilhada

que divide os eixos “x” e “y” refere-se à freqüência máxima de mudanças na localização

dos cliques possível de ocorrer. A curva inferior refere-se ao desempenho apresentado

pelo participante. Como na Fase 3 a única vez em que os ícones mudavam era quando

ocorria sua igualação, foi possível observar se os participantes mudaram ou não a

localização dos cliques após a igualação dos mesmos. Cada gráfico das figuras

representa um participante.

Observando primeiramente o desempenho dos participantes do Grupo 1 (P1 a

P8), pode-se notar que, de um modo geral, metade deles (P2, P5, P6 e P8) mudou a

localização dos cliques com muita freqüência nas situações em que um clique foi

seguido de uma mudança nos ícones (Figura 3). Já os participantes P1, P3, P4 e P7

(Figura 3) mudaram a localização dos cliques com uma freqüência menor do que os

outros quatro participantes (P2, P5, P6 e P8).

Todos os participantes do Grupo 1 também iniciaram a Fase 1 mudando a

localização dos cliques quando estes foram seguidos de mudança dos ícones em quase

todas as oportunidades, sendo que P2, P4, P5 P7 e P8 continuaram apresentando este

desempenho no início da Fase 2. O participante P4, ainda no início da Fase 2,

entretanto, parou quase que por completo de variar a localização dos cliques quando

eles foram seguidos de mudança nos ícones.

Page 70: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

47

Outro dado relevante é que P1 e P8 haviam parado de mudar a localização dos

cliques logo antes da subfase 1 da Fase 3 começar (provavelmente em função da

exposição prolongada à Fase 2). Quando a Fase 3 teve início, houve um aumento na

freqüência da mudança de localização dos cliques, provavelmente devido ao fato de

nesta fase não ocorrerem mais as mudanças na disposição dos ícones antes da igualação.

Este aumento também foi observado no desempenho dos participantes P2, P3 e P7.

0100200300400500600

1 40 79 118

157

196

235

274

313

352

391

430

469

508

Fase 2 Fase 3

P1

0100200300400500600

1 40 79 118

157

196

235

274

313

352

391

430

469

508

Fase 2 Fase 3

P3

0100200300400500600

1 40 79 118

157

196

235

274

313

352

391

430

469

508

Fase 2 Fase 3

P5

0100200300400500600

1

40 79 118

157

196

235

274

313

352

391

430

469

508

Fase 2 Fase 3

P7

0100200300400500600

1 40 79 118

157

196

235

274

313

352

391

430

469

508

Fase 2 Fase 3

P2

0100200300400500600

1 40 79 118

157

196

235

274

313

352

391

430

469

508

Fase 2 Fase 3

P4

0100200300400500600

1 40 79 118

157

196

235

274

313

352

391

430

469

508

Fase 2 Fase 3

P6

0100200300400500600

1

40 79 118

157

196

235

274

313

352

391

430

469

508

Fase 2 Fase 3

P8

Oportunidades acumuladas de mudanças de localização

Mud

ança

s ac

umu

lada

s de

loca

lizaç

ão a

pós

mu

dan

ça d

os

íco

nes

Figura 3. Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após ocorrência de mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 1, 2 e 3 para os participantes P1 a P8.

Page 71: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

48

0100200300400500600

1 40 79 118

157

196

235

274

313

352

391

430

469

508

Fase 3 Fase 2

P9

0100200300400500600

1 40 79 118

157

196

235

274

313

352

391

430

469

508

Fase 3 Fase 2

P11

0100200300400500600

1 40 79 118

157

196

235

274

313

352

391

430

469

508

Fase 3 Fase 2

P10

0100200300400500600

1 40 79 118

157

196

235

274

313

352

391

430

469

508

Fase 3 Fase 2

P12

Oportunidades acumuladas de mudanças de localização

Mu

dan

ças

acu

mul

ada

s d

e lo

caliz

ação

apó

s m

udan

ça d

os

íco

nes

Com a ausência das mudanças sistemáticas apenas na disposição dos ícones

antes de ocorrer uma igualação dos mesmos (mudanças que podem ter funcionado como

possíveis estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma

localização do clique anterior), os cliques emitidos pelos participantes numa mesma

localização não eram mais seguidos destes possíveis estímulos, o que pode ter

diminuído a probabilidade de clicar o botão do mouse numa mesma localização. O

participante P6 também apresentou uma elevação nessa freqüência no final do

experimento, porém este aumento teve início no final da Fase 2. Já os participantes P2,

P3, P5 e P7 (Figura 3) estavam com um desempenho estável logo antes do início da

Fase 3, ou seja, estavam mantendo o desempenho que já vinham apresentando

anteriormente.

Figura 4. Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após ocorrência de mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 3, 1 e 2 para os participantes P9 a P12.

Page 72: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

49

Os participantes do Grupo 2, que iniciaram a tarefa pela Fase 3 (P9, P10, P11 e

P12 - Figura 4) tiveram um desempenho mais regular (ou seja, apresentaram um padrão

de respostas mais estável durante todo o experimento), sendo que P10 foi o único cuja

freqüência das mudanças de localização dos cliques após a ocorrência de uma mudança

nos ícones foi mais elevada, de um modo geral. Os participantes P9 e P10 durante a

primeira fase (Fase 3) mudaram de localização em praticamente todas as oportunidades

que tiveram, sendo que P10 manteve uma freqüência constante de mudança de

localização após o início da Fase 2 até o final do experimento, enquanto P9 quase parou

de mudar a localização dos cliques ainda antes do início da Fase 1. Já P11 e P12 desde o

início da Fase 3 raramente mudaram a localização dos cliques, e durante as outras duas

fases a freqüência de mudanças também foi reduzida, a ponto do participante P12 passar

a maior parte do tempo emitindo cliques na mesma localização.

De uma maneira geral, portanto, no que se refere às mudanças de localização dos

cliques quando eles eram seguidos de mudanças na disposição dos ícones, pode-se dizer

que os participantes que iniciaram o experimento pela Fase 1 (Grupo 1) apresentaram

uma freqüência maior de mudanças de localização dos cliques do que os participantes

que iniciaram o experimento pela Fase 3 (Grupo 2).

Comparando-se as Figuras 1 e 3 pode-se notar que, em relação aos participantes

do Grupo 1, todos eles iniciaram o experimento mudando a localização dos cliques com

uma freqüência bastante elevada tanto após ocorrência de cliques que não foram

seguidos por mudanças nos ícones (com exceção do participante P2) quanto por cliques

que foram seguidos por mudanças, sendo que estas respostas se estenderam para o início

da Fase 2. Portanto, quase todos os participantes deste grupo, no início do experimento,

mudaram a localização dos cliques após praticamente cada clique no botão do mouse,

independentemente daquilo que ocorria nos ícones após cada clique. A mesma

conclusão pode ser estendida aos participantes do Grupo 2 (Figuras 2 e 4), que no

começo da tarefa, mesmo tendo iniciado-a pela Fase 3, exibiram mudanças na

localização dos cliques quer os ícones mudassem, quer não (com exceção do

participante P12).

Ainda em relação à comparação das Figuras 1, 2, 3 e 4, observa-se que os

participantes P1, P3, P4, P9, P11 e P12 mantiveram, de um modo geral, no decorrer do

experimento, freqüências reduzidas de mudanças na localização dos cliques tanto

quando houve falha quanto quando houve mudança dos ícones. Em contrapartida, os

participantes P2, P5, P6, P7 e P10 mudaram a localização dos cliques com maior

Page 73: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

50

freqüência após cliques seguidos de mudança nos ícones do que após cliques seguidos

de falha na mudança (ainda que para P5, P6 e P7 esta diferença não tenha sido muito

grande). Já o participante P8 mudou a localização dos cliques com freqüência elevada

nas duas situações, apresentando uma freqüência um pouco maior quando os cliques

foram seguidos por falha na mudança dos ícones.

O experimento incluía uma série de mudanças e de não-mudanças contingentes à

cliques no botão do mouse. Na Fase 2, por exemplo, uma quantidade “n” de cliques no

mouse não era seguida de nenhuma mudança nos ícones, até que após este valor “n” os

próximos quatro cliques eram seguidos de mudança na disposição dos ícones,

finalizando com um clique que era seguido de sua igualação. Para examinar o efeito

destas mudanças sobre as mudanças de localização dos cliques exibidas pelos

participantes, foi analisado um conjunto de dados contendo 7 elementos (X, 1, 2, 3, 4, 5

e Z).

As Figuras 5 e 6 apresentam as mudanças de localização relativas ocorridas nos

7 elementos acima citados. Na Figura 5 estão representados os dados dos participantes

do Grupo 1, enquanto que na Figura 6 encontram-se os resultados dos participantes do

Grupo 2. Os dados destas figuras são provenientes apenas da Fase 2 do experimento e

estão separados em três subfases. Desta forma, cada participante possui três gráficos,

referentes à Fase 2/subfase 1 (representada nos gráficos pela letra “a”), à Fase 2/subfase

2 (representada nos gráficos pela letra “b”) e à Fase 2/subfase 3 (representada nos

gráficos pela letra “c”), respectivamente. Foi observado se os participantes mudaram ou

não a localização dos cliques no mouse nos elementos X, 1, 2, 3, 4, 5 e Z, em cada uma

das subfases. O elemento X referiu-se aos cliques que antecediam os cliques no

elemento 1. Os elementos 1, 2, 3, 4 e 5 eram os cliques que produziam a mudança dos

ícones. Ou seja, os elementos 1, 2, 3 e 4 referiram-se a cliques que eram seguidos de

mudança na disposição dos ícones e o elemento 5 referiu-se aos cliques que eram

seguidos de igualação dos ícones. Já o elemento Z referiu-se aos primeiros cliques que

foram emitidos logo após a igualação dos ícones. A soma das mudanças de localização

obtida em cada elemento foi dividida por trinta no caso dos participantes P1 a P8, que

foi o total de cliques ocorridos em cada um dos elementos, em cada subfase. Para os

participantes P9 a P12, a soma dos cliques emitidos em cada elemento, por subfase, foi

dividida por vinte e nove, já que a Fase 2 para estes participantes foi a última fase por

eles completada e, assim, após a última igualação ocorrida não era possível emitir mais

nenhum clique, pois se encerrava o experimento. O número “1” que aparece no eixo y

Page 74: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

51

do gráfico representa a quantidade relativa máxima de vezes que cada participante

poderia ter mudado a localização dos cliques (que corresponderia a no máximo trinta

para os participantes do Grupo 1 e vinte e nove para os do Grupo 2). Vale salientar que

o último clique no elemento Z dado pelos participantes do Grupo 1 na Fase 2/subfase 3

refere-se ao primeiro clique emitido na Fase 3/subfase 1.

O resultado foi bastante heterogêneo. Enquanto alguns dos participantes (P1, P3,

P9, P10, P11 e P12) logo no início da Fase 2 mudaram a localização dos cliques poucas

vezes (uma mudança relativa abaixo do valor “0,4”) nos 7 elementos analisados

(Figuras 5 e 6 - a), outros (P2, P4, P5, P6, P7 e P8) mudaram a localização com uma

freqüência maior (mudança relativa acima do valor “0,4”) desde o início da fase (Figura

5 - a) e assim permaneceram (P5, P6 e P8), ou então iniciaram com uma freqüência de

mudança elevada e, ao longo da Fase 2, esta foi diminuindo (P2, P4, e P7).

Os participantes P2 e P7 na subfase 1 da Fase 2 (Figura 5 - a) apresentaram altas

taxas de freqüência na mudança da localização dos cliques. A partir da subfase 2, a

freqüência de mudança já diminuiu bastante em praticamente todos os elementos

(Figura 5 - b). Outro dado relevante é a freqüência elevada vista no Elemento Z (que

refere-se ao primeiro clique emitido logo após a igualação dos ícones) que ocorre com

os participantes P2, P3, P5, P6, P7 e P10 (Figuras 5 e 6 – a, b, c). Isto significa que os

participantes mudaram freqüentemente a localização dos cliques após sua igualação. Já

P4, P9 e P12 praticamente não mudaram a localização dos cliques nem mesmo após a

igualação dos ícones, com exceção da subfase 1 do participante P4.

O responder dos participantes ao longo das subfases, em alguns casos, foi se

modificando. P1, P2 e P7 (Figura 5 - a, b, c), por exemplo, tiveram as mudanças de

localização relativas reduzidas no decorrer do experimento, sendo que para P1 até no

elemento Z esta diminuição na freqüência relativa pode ser observada. Os participantes

P3 e P4, a partir da subfase 2 (Figura 5 - b, c), parece que já não vinham mais mudando

a localização dos cliques mesmo antes do elemento X (elemento que representava o

clique anterior ao primeiro clique que era seguido de mudança nos ícones). A presente

análise (7 Elementos) permite identificar com mais especificidade aquilo que as figuras

de freqüência acumulada de mudança da localização dos cliques após falha e após

mudança dos ícones (Figuras 1, 2, 3 e 4) já haviam evidenciado para os participantes P3

e P4.

Page 75: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

52

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

P1

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

P4

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

P7

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

P2

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

P5

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

P8

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

P3

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

P6

Mu

dan

ças

de

loca

liza

ção

rela

tiva

s

Elementos

Figura 5. Mudanças de localização relativas aos cliques ocorridos nos elementos X, 1, 2,3, 4, 5 e Z, onde 1, 2, 3, 4 e 5 referem-se aos cliques que produziram mudança nos ícones; X e Z referem-se aos cliques anterior a 1 e posterior a 5, respectivamente.

a b c

a b c

a b c

Page 76: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

53

Dos seis participantes cuja freqüência de mudança de localização foi pequena

desde o início do experimento (P1, P3, P9, P10, P11 e P12), quatro deles são

exatamente os participante pertencentes ao Grupo 2 (P9 a P12). Novamente, a análise

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

P9

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

P12

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

P10

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

0

0,5

1

X 1 2 3 4 5 Z

P11

Mu

dan

ças

de

loca

liza

ção

re

lativ

as

Elementos

Figura 6. Mudanças de localização relativas aos cliques ocorridos nos elementos X, 1, 2,3, 4, 5 e Z, onde 1, 2, 3, 4 e 5 referem-se aos cliques que produziram mudança nos ícones; X e Z referem-se aos cliques anterior a 1 e posterior a 5, respectivamente

a b c

a b c

Page 77: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

54

dos 7 Elementos permitiu identificar com mais detalhe uma parte do desempenho dos

participantes P9 a P12 que já havia sido apresentado nas Figuras 1 e 2. Estes

participantes, em todas as subfases, mudaram a localização dos cliques pouquíssima

vezes (a maior parte delas ocorreu no elemento Z, que representava o primeiro clique

emitido após a igualação dos ícones), sendo que P12 não exibiu nenhuma mudança na

subfase 3 (Figura 6 - c). Os participantes (P10 e P11) exibiram uma freqüência relativa

de mudança de localização dos cliques um pouco maior, principalmente o participante

P10 na subfase 1 (Figura 6 - a). O elemento Z é aquele cuja freqüência de mudança foi a

mais elevada, o que significa que após a igualação dos ícones, a mudança na localização

do clique foi comum (participantes P10, principalmente, e P11). Portanto, parece que a

inclinação das curvas vista na Figura 2 para esses dois participantes refere-se

basicamente aos cliques ocorridos no elemento Z, principalmente no caso do

participante P10, já que ele mudou a localização dos cliques em quase todas as vezes em

que os ícones se igualaram.

Uma análise semelhante à dos 7 Elementos foi realizada na Fase 3 (9 Elementos)

para verificar o efeito da mudança dos ícones sobre possíveis mudanças de localização

dos cliques. Como na Fase 3 a igualação dos ícones se deu de forma direta, logo após

um valor de “n” sorteado pelo computador, foram analisados os cliques que eram

seguidos de igualação dos ícones (Elemento X), bem como os quatro cliques anteriores

(X4, X3, X2 e X1) e posteriores (Z, Z1, Z2 e Z3) ao Elemento X.

A análise destes dados para cada participante (Figura 7 - a, b) foi dividida em

dois blocos de 9 elementos, já que a Fase 3 possuía dois blocos de trinta igualações dos

ícones (Fase 3/subfase 1 - representada pela letra “a” na figura - e Fase 3/subfase 2 -

representada pela letra “b” na figura), perfazendo um total de 59 oportunidades de

mudança de localização dos cliques para os participantes do Grupo 1 (P1 a P8), visto

que após a última igualação dos ícones o experimento se encerrava para estes

participantes e não era possível emitir mais nenhum clique no mouse. Os participantes

do Grupo 2 (P9 a P12) tiveram 60 oportunidades para mudar a localização dos cliques

após a ocorrência de igualações nos ícones, já que eles iniciaram o experimento pela

Fase 3. Assim, os último cliques que ocorreram nos elementos Z, Z1, Z2 e Z3 referem-

se aos primeiros cliques ocorridos na Fase 1 (fase que ocorria após a Fase 3). A Figura 7

(a, b) apresenta as mudanças de localização relativas (na qual o valor “1” refere-se ao

valor máximo de mudanças na localização dos cliques que cada participante poderia ter

feito nos diferentes elementos representados no eixo “x”) em relação aos 9 elementos

Page 78: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

55

apresentados. Os valores de cada coluna das figuras foram calculados dividindo-se o

número total de vezes em que houve mudanças na localização dos cliques em cada um

dos 9 elementos (em cada subfase da Fase 3) pelo número 29 no caso dos participantes

do Grupo 1 e pelo número 30 no caso dos participantes do Grupo 2 (número total de

oportunidades para clicar o botão do mouse após as igualações dos ícones,

respectivamente).

Os participantes P5, P6 e P8 (Figura 7 - a, b) destacaram-se por apresentar

grande quantidade de mudanças de localização relativas (em ambas as subfases a maior

parte das colunas está próxima do valor “0,4” ou então estes participantes exibiram

colunas com valores maiores que “0,4”) nos 9 elementos analisados. Estes três

participantes pertenciam ao Grupo 1, que passou pelas Fases 1, 2 e 3, respectivamente.

Com o fim da ocorrência de mudanças na disposição dos ícones ocorrendo sempre antes

da igualação dos mesmos, a possibilidade de se estabelecer um controle discriminativo

sobre o responder relativo ao momento da tarefa em que ocorreria uma igualação nos

ícones diminuiu bastante em relação à Fase 2 (na qual as 4 mudanças sistemáticas na

disposição dos ícones que antecediam a igualação podiam adquirir a função de

estímulos reforçadores condicionados para as respostas de clicar na mesma localização

do clique anterior), o que pode ter contribuído para o aumento das mudanças de

localização relativas observadas na Fase 3 para estes três participantes (P5, P6 e P8 -

Figura 7). Vale lembrar que na Figura 3, o participante P8 exibiu um aumento na

mudança de localização dos cliques com a introdução da Fase 3. O restante dos

participantes do Grupo 1 (P1, P2, P3, P4 e P7) pode ser divido em dois grupos no que se

refere ao padrão comportamental apresentado. P1, P2 e P7 (Figura 7 - a, b) mudaram

razoavelmente pouco a localização dos cliques (na maior parte dos elementos a

mudança relativa de localização encontra-se abaixo de “0,4”) distribuídos entre os 9

elementos. A freqüência reduzida de mudanças de localização nos elementos X4, X3,

X2 e X1 (cliques que não eram seguidos de mudança nos ícones) para o participante P1

estão de acordo com a inclinação da curva apresentada na Figura 1 durante a Fase 3.

Além disso, a freqüência elevada de mudanças de localização nos elementos Z e

principalmente no elemento Z1 (Figura 7) dão suporte à elevação da freqüência de

mudanças de localização dos cliques após mudança nos ícones observada na Figura 3. A

freqüência de mudanças de localização nos elementos Z, Z1, Z2 e Z3 (que representam

os quatro cliques após ter ocorrido uma igualação dos ícones) para os participantes P2

P7 (Figura 7) também dão suporte ao leve aumento na aceleração de suas curvas na

Page 79: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

56

Figura 2, durante a Fase 3.

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

P1

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 Z Z1 Z2 Z3

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

P4

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

P7

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

P10

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

P2

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

P5

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

P8

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

P11

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

P3

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

P6

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

P9

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

0

0,5

1

X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3

P12

Mud

ança

s de

loca

lizaç

ão

rela

tivas

Elementos

Figura 7. Mudanças de localização relativas dos cliques ocorridos nos elementos X4,X3, X2, X1 , X, Z, Z1, Z2 e Z3, onde X refere-se aos cliques seguidos de igualação dos ícones e os outros elementos referem-se aos quatro cliques anteriores e posteriores a X, respectivamente.

a b

a b

a b

a b

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57

Os participantes P3 e P4, desde o início da Fase 3 (Figura 7 - a) quase não

mudaram a localização dos cliques, com exceção das mudanças ocorridas nos elementos

Z e Z1 para P3 (lembrando que o elemento Z representava o primeiro clique após a

igualação dos ícones e o elemento Z1 representava o clique seguinte). Estas mudanças

ocorridas nos elementos Z e Z1 para o participante P3 foram responsáveis pela

aceleração da curva obtida na Figura 2 para este participante, com o início da Fase 3.

Em relação aos participantes do Grupo 2 (P9, P10, P11 e P12), enquanto P9 e

P10 mudaram mais vezes a localização dos cliques nos 9 elementos analisados, P11 e

P12 apresentaram muito menos mudanças (Figura 7 - a, b). O desempenho de P10 é

semelhante ao desempenho dos participantes P5, P6 e P8 do Grupo 1 (em ambas as

subfases a maior parte das colunas está próxima do valor “0,4” ou então estes

participantes exibiram colunas com valores maiores que “0,4”). A freqüência elevada de

mudanças principalmente no elemento Z1 (Figura 7) para o participante P10 está de

acordo com a alta freqüência de mudanças apresentada na Figura 4, durante a Fase 3.

Alguns participantes (P3 e P6) apresentaram mudanças relativas na localização

dos cliques em certos elementos que, em comparação à quantidade de mudanças

relativas apresentadas em relação aos demais elementos, se destacam bastante. P3 e P6

(Figura 7 - a, b), por exemplo, apresentaram muitas mudanças de localização nos

cliques referentes ao elemento Z (cliques emitidos logo após a igualação dos ícones). Já

os participantes P1, P9 e P10 (Figura 7 – a, b) mudaram várias vezes a localização dos

cliques representados pelo elemento Z1 (segundo clique posterior à igualação dos

ícones). Estes últimos participantes comentaram ao final do experimento que perderam

alguns pontos devido à rapidez com que emitiram os cliques no botão do mouse. Nestes

casos, o que provavelmente ocorria era que, após a igualação dos ícones, um clique

(Elemento Z) era emitido antes que a tecla “Seta para cima” fosse pressionada, o que

ocasionava o não recebimento dos pontos. A tecla “Seta para cima” era então

pressionada e, em seguida, um novo clique (Elemento Z1) era dado, numa localização

diferente da localização anterior. Por conta disto, P1, P9 e P10 apresentaram uma taxa

alta de mudança de localização no Elemento Z1 e não no Elemento Z. Destacam-se

também os participantes P4 e P12 por praticamente não mudarem a localização dos

cliques, nos 9 elementos analisados, durante toda a Fase 3 (Figura 7 - a, b).

A tarefa não exigia que os participantes utilizassem outras teclas além da tecla

“Seta para cima” para que obtivessem pontos. No entanto, todos os participantes

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58

pressionaram teclas diferentes da tecla “Seta para cima”. A Tabela 9 apresenta a relação

das teclas utilizadas pelos participantes durante o experimento.

Tabela 9. Relação de teclas utilizadas pelos participantes durante o experimento.

Participantes Teclas utilizadas

P1 �,�,�,�, Enter P2 �, Barra Espaço, End, Enter, + P3 �,�,�,� P4 �, Enter P5 �,�,�,�, B, C, D, N, Q, R, T, X P6 �,�,�,�, Enter, H, L, P, Tab, F1, F2, F3, F4, F5, F6, F7, F8, F9, F10, P7 �,�, Barra Espaço P8 �,�,�,� P9 �,�,�,�, Barra Espaço, Enter P10 �,�,�,�, Delete P11 �,�,�,�, Barra Espaço, Enter, Tab, P12 �,�,�, Barra Espaço, Enter

Nove participantes (P1, P3, P5, P6, P7, P9, P10, P11 e P12) já utilizaram essas

outras teclas logo no início do experimento. O participante P1 se destacou por utilizar a

tecla “Seta para cima” e a tecla “Enter” durante praticamente todo o experimento

(Figura 8, apresentada no final deste trabalho).

Um comportamento que ocorreu com bastante freqüência com os participantes

P1, P3, P4, P5, P7, P8, P9 e P10 foi o de pressionar várias vezes a tecla “Seta para

cima” do teclado logo após terem perdido uma oportunidade de adicionar um ponto ao

contador numérico. Ou seja, após a igualação dos ícones, no lugar de apertarem, em

seguida, a tecla “Seta para cima”, estes participantes emitiram qualquer outra resposta

diferente desta (geralmente emitiram mais um clique na mesma localização do clique

anterior), o que ocasionava o aparecimento de cinco ícones diferentes e a perda da

oportunidade de ganhar um ponto. Em seguida, pressionaram a tecla “Seta para cima”,

possivelmente na tentativa de ainda obter os pontos que deixaram de ganhar. Isto

possivelmente se deu principalmente em função da velocidade dos cliques emitidos por

estes participantes. Ao emitir cliques com uma velocidade bastante rápida, perdiam a

oportunidade de ganhar pontos. Isto pode ser corroborado na Figura 7 - a, b, na qual

pode-se observar o elemento Z com uma freqüência reduzida de mudanças, o que indica

que provavelmente em função da velocidade dos cliques emitidos, a localização do

clique no elemento Z foi a mesma localização do clique anterior (elemento X). Vale

Page 82: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

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destacar que este comportamento ocorreu com os demais participantes, porém numa

freqüência bem menor.

A Tabela 10 mostra a pontuação de cada participante ao final do experimento. A

pontuação máxima possível de ser obtida era de 155 pontos. Pontuações baixas, como

as dos participantes P1, P4, P6, P7, P9 e P10 também ocorreram provavelmente em

função da rápida velocidade dos cliques emitidos por estes participantes, como descrito

acima.

Tabela 10. Pontuação obtida por cada participante ao final do experimento.

Participantes Pontuação

P1 76 P2 124 P3 138 P4 93 P5 129 P6 109 P7 101 P8 135 P9 110 P10 108 P11 146 P12 144

Nove dos doze participantes (P1, P2, P4, P5, P7, P8, P9, P10, e P11) também

emitiram cliques “desnecessários” na tecla “Seta para cima” após a igualação dos

ícones, ou seja, emitiram mais de um clique nesta tecla quando os ícones se igualaram.

O participante P1 foi o que mais pressionou esta tecla, exibindo 34 cliques a mais,

durante todo o experimento (Figura 8, apresentada na análise que se segue).

Cliques na tecla “Seta para cima” também ocorreram em outros momentos além

daquele especificado nas instruções para a obtenção de pontos (logo após a igualação

dos ícones). Mais uma vez, nove participantes (P1, P4, P5, P6, P7, P9, P10, P11 e P12)

emitiram uma pressão nesta tecla pelo menos uma vez ao longo de todo o experimento.

Novamente o participante P1 (Figura 8, apresentada na análise que se segue) foi o que

mais emitiu tal resposta, exibindo 192 pressões nesta tecla ao longo de todo o

experimento, sendo que na maioria das vezes ocorreram conjuntos de pressões seguidas

nesta tecla.

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60

Os participantes desta pesquisa passaram quase todo o experimento emitindo

cliques no botão do mouse. Uma análise da seqüência das localizações em que os

cliques foram emitidos foi feita a fim de verificar a ocorrência ou não de algum padrão

supersticioso, bem como possíveis mudanças nos padrões apresentados no decorrer do

experimento. Um conjunto de respostas foi considerado como um padrão supersticioso

quando envolveu seqüências de respostas padronizadas, tais como uma quantidade

específica de cliques em diferentes zonas (Ex: 1-1-2-2-3-3-4-4-5-5), ou uma seqüência

de cliques em ordem ascendente e/ou descendente (Ex: 10-11-12-13-14-15; 9-8-7-6-9-

8-7-6; 1-2-3-4-5-5-4-3-2-1; 1-3-5-5-3-1; 5-4-3-2-1-5-4-3-2-1; 2-5-4-3-2-5-4-3-2-5-4-3;

1-1-1-1-1-1-2-2-3-3-3-4-4-5-5-5-5; 4-4-4-4-4-4-4-2-2-2-1-1-1-1 etc.) ocorrendo por

pelo menos duas vezes consecutivas ou então próximas uma da outra, que inicialmente

foram seguidas de alterações ambientais independentes da resposta (mudanças nos

ícones a despeito da localização dos cliques).

As Figuras 8a, 8b, 8c até 19a, 19b e 19c (ANEXOS 4 até 15) apresentam a

localização de todas as respostas emitidas por cada um dos participantes, na ordem em

que ocorreram. As zonas de localização 1 a 20 referem-se à divisão da tela do

computador feita para auxiliar na identificação da localização dos cliques (ANEXO 3).

Já as zonas 21 a 27 foram criadas parar facilitar a identificação de outras respostas

(respostas diferentes daquelas de clicar no botão do mouse) que também apareceram

durante o experimento podendo, portanto, fazer parte de um padrão supersticioso. Estas

zonas referem-se às teclas “Seta para cima”, “Seta para baixo”, “Seta para o lado

direito”, “Seta para o lado esquerdo”, “Enter”, “Barra Espaço” e “Outras”

respectivamente. Os cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones estão

representados por círculos; os cliques que foram seguidos de mudança nos ícones (quer

a mudança tenha sido apenas na disposição, quer tenha ocorrido uma igualação) estão

representados por um triângulo. Nos casos em que os participantes pressionaram a tecla

“Seta para cima” no momento especificado pelas instruções (tendo aumentado, portanto,

um ponto no contador numérico), o clique que produziu a igualação está representado

por um quadrado. Caso contrário, está representado pelo triângulo, indicando que houve

mudança nos ícones (igualação), porém que o participante não foi reforçado. Isto

significa que as respostas de pressionar a tecla “Seta para cima” que ocorreram no

momento especificado pelas instruções não estão representadas diretamente nas Figuras

8 a 19 - a, b, c (e sim indiretamente pelo quadrado). Apenas as pressões nesta tecla

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61

ocorridas em outros momentos que não aqueles especificados pela instrução para obter

pontos é que foram representadas (zona 21).

O participante P1 não iniciou o experimento clicando em algumas das zonas

presentes na tela do computador (zonas 1 a 20), mas sim apertando teclas

compreendidas entres as zonas 21 a 27 (Figura 8a - gráfico superior). No entanto,

nenhuma destas respostas foi seguida de mudança nos ícones. Em seguida, este

participante clicou o botão do mouse sobre as zonas 1 a 5, sendo que após o quinto

clique ocorreu uma mudança na disposição dos ícones. Isto parece ter sido suficiente

para mantê-lo, em seguida, emitindo cliques nestas zonas, que então foram novamente

seguidas tanto por mudanças na disposição dos ícones quanto por sua igualação,

culminando com a obtenção de um ponto no marcador numérico (Figura 8a - gráfico

superior).

Este participante, como dito anteriormente (Tabela 2), emitiu apenas um clique

numa das zonas que não continham ícones (zona 11, Figura 8a - gráfico inferior). O

restante dos cliques ocorreu nas zonas 1 a 5 como pode ser visto nas Figuras 8a, 8b e 8c

que apresentam a seqüência de cliques emitidos por este participante em todo o

experimento. Lembrando que os pontos representados nas zonas 21 a 27 não se referem

a cliques no botão do mouse.

Alguns padrões supersticiosos transitórios (que ocorreram em apenas alguns

momentos do experimento) podem ser observados nos cliques ocorridos nas zonas 1 a 5

para o participante P1, durante quase todo o experimento. Estes padrões envolveram

cliques em ordem ascendente e/ou descendente nestas zonas como, por exemplo, as

seqüências 3-3-3-3-2-2-2-2-2-1-1-1-1-1-1-1 e 3-3-3-3-3-3-3-2-2-2-2-1-1-1-1 no início

da Fase 2/subfase 1 (Figura 20), além da seqüência 2-2-2-2-2-3-3-3-3-4-4-4-5-5-5-5-5-

5-5 e 2-2-2-2-2-3-3-3-3-4-4-4-5-5-5-5-5 logo depois (Figura 21). Outro exemplo deste

tipo de padrão foi a seqüência 1-1-1-1-2-2-2-3-3-3-4-4-5-5-5-5-1-1-2-2-3-3-4-4-4-4-5-

5-5-5-5-5-5-5 (Figura 22) pouco antes da metade desta fase (por volta dos cliques 731 a

763).

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0123456789

101112131415161718192021222324252627

86 96 106 116 126 136 146 156 166 176 186 196 206 216 226

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 20. Seqüência de respostas emitida pelo participante P1 no início da Fase 2/subfase 1.

0123456789

101112131415161718192021222324252627

236 246 256 266 276 286 296 306 316 326 336 346 356 366 376

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 21. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 na Fase 2/subfase1.

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63

Padrões de respostas semelhantes a estes foram observados ao longo da Fase 2 e

3, em diferentes momentos (Figuras 8a, 8b e 8c). Estes padrões foram mantidos tanto

pelas mudanças na disposição dos ícones quanto pela ocorrência de igualações mesmo

quando, em algumas situações, após a igualação o participante não obteve aumento na

pontuação.

Ainda na Fase 2 (logo no início) é possível notar que P1 emitiu uma rápida

seqüência de respostas envolvendo a tela do computador – cliques nas as zonas 1 a 5

(que continham ícones) e envolvendo respostas que não ocorreram sobre a tela do

computador, mas sim as teclas existentes no teclado (zonas 21 a 25). A Figura 20,

portanto, evidencia respostas impossíveis de serem analisadas observando as Tabelas 2

a 8.

Durante a Fase 2, as quatro mudanças apenas na disposição dos ícones antes de

ocorrer sua igualação parecem ter funcionado como estímulos reforçadores

condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido

de mudança na disposição dos ícones, já que em quase toda esta fase, quando os ícones

começavam a mudar, P1 não mudava a localização dos cliques seguintes (Figuras 8a, 8b

0123456789

101112131415161718192021222324252627

686 696 706 716 726 736 746 756 766 776 786 796 806 816 826

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 22. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 pouco antes da metade da Fase 2/subfase1.

Page 87: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

64

e 23). Provavelmente por conta disto é que a freqüência de mudanças de localização dos

cliques obtida na Figura 3 foi baixa.

Um padrão supersticioso transitório diferente foi observado no final da Fase 3.

Tratou-se de cliques em ordem ascendente nas zonas de 1 a 5, porém ocorreram cliques

consecutivos em cada uma das zonas até que houvesse igualação dos ícones, momento

em que a zona seguinte era então explorada (Figura 24).

Além disso, durante as Fases 2 e 3 (Figuras 8a, 8b e 8c), P1 utilizou as zonas 21

(tecla “Seta para cima”) e 25 (tecla “Enter”) com bastante freqüência (ainda que de

maneira assistemática em muitas das vezes). A utilização da zona 21 ocorreu

praticamente após cliques que foram seguidos de igualação dos ícones, porém cliques

que não foram seguidos de aumento na pontuação. Ou seja, após a igualação dos ícones,

P1 acabou emitindo mais um clique na mesma localização do clique que foi seguido de

igualação (ou em qualquer outra zona, ocasionando a perda da oportunidade de ganhar

um ponto) e, em seguida, pressionou várias vezes a tecla “Seta para cima” (zona 21),

como se estivesse tentando recuperar o ponto que deixou de receber. Este dado

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1286 1296 1306 1316 1326 1336 1346 1356 1366 1376 1386 1396 1406 1416 1426

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 23. Seqüência de respostas emitida pelo participante P1 na Fase 2/subfase 2. As mudanças na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na disposição dos ícones.

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corrobora as baixas freqüências relativas obtidas no elemento Z (Figuras 5 - b, c e 7 - b),

além da baixa pontuação no experimento (Tabela 10). Na Fase 3, entretanto, a zona 21

foi intercalada com as zonas de 1 a 5 de uma maneira sistemática, evidenciando um

padrão supersticioso transitório envolvendo não só cliques no botão do mouse, mas uma

tecla. (Exemplos: seqüência 21-1-21-1-21-1-21-1 ou então 21-4-21-4-21-4-21-4-21-4 –

Figura 25).

0123456789

101112131415161718192021222324252627

3459 3469 3479 3489 3499 3509 3519 3529 3539 3549 3559 3569 3579 3589 3599

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 24. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 no final da Fase 3. Cliques eram emitidos numa mesma localização até que houvesse igualação dos ícones, momento em que ocorria mudança na localização dos cliques.

0123456789

101112131415161718192021222324252627

3309 3319 3329 3339 3349 3359 3369 3379 3389 3399 3409 3419 3429 3439 3449

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 25. Seqüência de cliques alternados nas zonas 21 e 4 exibida pelo participante P1 no final da Fase 3.

Page 89: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

66

Já a zona 25 (tecla “Enter”) parece ter sido utilizada por este participante como

se ela fosse necessária para que houvesse mudança dos ícones, visto que foi utilizada

com bastante freqüência nas Fases 2 e 3 após cliques nas zonas 1 a 5 (Figuras 8a, 8b e

8c). Trata-se, portanto, de outro exemplo de um padrão supersticioso envolvendo

cliques no botão do mouse e pressões em uma dada tecla existente no teclado

computador.

Finalmente, as Figuras 8a, 8b e 8c permitem compreender o motivo da baixa

freqüência de mudanças na localização dos cliques tanto após falha quanto após ter

ocorrido uma mudança nos ícones (Figuras 1 e 3): P1, durante quase todo o

experimento, emitiu pequenas seqüências de cliques consecutivos numa mesma zona de

localização antes de emitir cliques em outras zonas, fazendo com que poucas mudanças

de localização ocorressem tanto após falha quanto após mudanças nos ícones.

O participante P2, na Fase 1 (Figura 9a – gráfico superior), emitiu todos os

cliques (com exceção do primeiro) sobre as zonas 1 a 5, visto que a primeira mudança

na disposição dos ícones ocorreu após quatro cliques consecutivos nestas zonas. Na

Fase 2 (Figuras 9a – gráfico inferior e 9b), os únicos cliques ocorridos em zonas que

não continham ícones (zonas 6 a 20) foram apenas os últimos cliques ocorridos nesta

fase, antes da mudança para a Fase 3.

Na Fase 2, é importante destacar que, logo no ínicio, P2 apresentou um padrão

supersticioso transitório em relação às respostas de mudar a localização dos cliques: ele

clicava com o botão do mouse na mesma localização do clique anterior quando este

clique não havia sido seguido de mudança nos ícones e variava quase sempre a

localização dos cliques quando eram seguidos de uma mudança nos ícones. Estas

mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos

reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização dos cliques

anteriores à primeira mudança na disposição dos ícones (Figura 26). Este padrão foi em

seguida substituído por um padrão que envolvia cliques no botão do mouse em ordem

ascendente e descendente sobre as zonas 1 a 5, até que os ícones começavam a se

modificar. Neste momento, P2 geralmente continuou variando a localização dos cliques

até que novamente eles parassem de mudar e então uma nova seqüência ascendente e

descendente tinha início (Figura 9a - gráfico inferior). Apesar desta seqüência não ter

sido rigorosamente sistemática (houve alterações na quantidade e na ordem dos cliques

emitidos em cada uma destas cinco zonas), P2 parece ter se comportado como se a

igualação dos ícones dependesse da localização dos cliques no botão do mouse. Este

Page 90: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

67

padrão se manteve até aproximadamente a metade desta fase (Fase 2) e reflete a alta

freqüência de mudanças de localização dos cliques após ocorrência de mudanças nos

ícones vista na Figura 3 e uma freqüência menor de mudanças após ter ocorrido uma

falha na mudança dos ícones (Figura 1) já que, assim como o participante P1, o

participante P2 também emitiu, até aproximadamente metade do experimento, pequenas

seqüências de cliques numa mesma localização.

No restante da Fase 2 (Figura 9b), pode-se observar uma diminuição nas

mudanças de localização dos cliques tanto após os ícones terem falhado em mudar

quanto após terem mudado de disposição (também possível de observar nas Figuras 1 e

3 - curvas mostram uma desaceleração). Com isto, houve uma diminuição na ocorrência

do padrão ascendente e descendente nas zonas 1 a 5. Neste ponto, as mudanças

sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos

reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique

que foi seguido de uma mudança na disposição dos ícones (Figura 27). Deve-se ressaltar

0123456789

101112131415161718192021222324252627

77 87 97 107 117 127 137 147 157 167 177 187 197 207 217

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 26. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 no início da Fase 2. Mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização dos cliques anteriores à primeira mudança na disposição dos ícones

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que o participante P2 só não diminuiu a freqüência das mudanças de localização dos

cliques após a ocorrência de igualações (dado corroborado pela Figura 5 - b, c).

Os últimos cliques ocorridos na Fase 2 (Figura 9b - gráfico inferior) foram em

zonas que não continham ícones. P2 passou praticamente o restante do experimento

(Fase 3 - Figura 9c) clicando nestas outras zonas (este dado também pode ser visto nas

Tabelas 2 a 8). Não foi observado nenhum padrão supersticioso em relação à

localização dos cliques nesta última fase. O leve aumento na freqüência de mudanças de

localização dos cliques após uma mudança nos ícones (apresentado na Figura 3) pode

ser visto principalmente no início e no final da Fase 3 (Figura 9c).

P3 (Figuras 10a, 10b, 10c) apresentou três padrões supersticiosos bastante

definidos envolvendo sempre apenas as zonas de 1 a 5 durante todo o experimento

(como já relatado na análise das Tabelas 2 a 8). O primeiro deles ocorreu durante a Fase

1 e se estendeu para o início da Fase 2 (Figura 10a e 28). Consistiu em clicar nas zonas

1, 2, 3, 4 e 5 em ordem ascendente e descendente (Ex: cliques na seqüência 1-2-3-4-5-5-

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1427 1437 1447 1457 1467 1477 1487 1497 1507 1517 1527 1537 1547 1557 1567

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 27. Seqüência de respostas emitida pelo participante P2 na Fase 2/subfase 3. As mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de uma mudança na disposição dos ícones.

Page 92: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

69

4-3-2-1). Por conta deste padrão supersticioso, P3 mudou a localização dos cliques com

muita freqüência tanto após cliques seguidos de falha na mudança dos ícones quanto

após ocorrência de mudanças (corroborado pelas Figuras 1 e 3 - Fase 1).

O outro padrão apareceu no começo da Fase 2 (Figura 10a - gráfico inferior) e se

estendeu até aproximadamente a metade desta fase. Este padrão também envolveu as

zonas de 1 a 5 e consistiu de uma quantidade maior de cliques em cada uma das zonas

antes de haver uma mudança para a próxima zona. Os cliques também ocorreram numa

seqüência ascendente e descendente (Ex: 1111-2222-3333-444-55555-555-4444-33-

222-1111).

O último padrão observado foi o que ocorreu por mais tempo, tendo início por

volta da metade da Fase 2, indo até o final do experimento (Figuras 10b e 10c). Este

padrão também consistiu de cliques numa seqüência ascendente e descendente nas

zonas de 1 a 5, tendo início na zona 1. Cliques foram emitidos nesta zona até que os

ícones se igualaram. Em seguida, cliques passaram a ser emitidos na zona 2, novamente

até que ocorreu igualação dos mesmos. Em seguida, as zonas 3, 4 e 5 foram utilizadas,

seguindo o mesmo padrão. Após a zona 5, os cliques voltaram a ocorrer na zona 1,

dando início a uma nova seqüência ascendente de cliques. Estes dois últimos padrões

são os responsáveis pelas baixas freqüências de respostas de mudanças de localização

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 28. Seqüência de respostas emitida pelo participante P3 na Fase 1, que consistiu em clicar nas zonas 1, 2, 3, 4 e 5 em ordem ascendente e descendente.

Page 93: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

70

vistas nas Figuras 1 e 3, já que em ambos os padrões uma quantidade maior de cliques

ocorria em cada uma das zonas 1 a 5 antes que houvesse uma mudança de localização.

Nestes dois últimos padrões, P3 não variou a localização dos cliques que ocorreram

logo após as quatro mudanças apenas na disposição dos ícones, o que sugere a

possibilidade destas mudanças terem funcionado como estímulos reforçadores

condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique anterior.

Similarmente a P2, o participante P3 praticamente só mudou a localização dos cliques

após mudanças nos ícones quando a mudança ocorrida foi a igualação dos ícones (dado

já obtido na análise dos 7 Elementos, representados pela Figura 5 - a, b, c).

A introdução da Fase 3 não alterou o padrão supersticioso já estabelecido na

fase anterior. A única diferença nesta fase era que antes da igualação dos ícones não

havia mais mudanças apenas na disposição dos ícones (como ocorria na Fase 2). Pelas

Figuras 10a, 10b e 10c também é possível observar, como discutido anteriormente, que

a tecla “Seta para cima” foi utilizada algumas vezes durante o experimento num

momento não especificado pelas instruções, sendo que, em todas as vezes, isto ocorreu

logo após o participante não ter sido reforçado. Ou seja, o que ocorreu nestas situações

foi que assim que ocorreu a igualação dos ícones, P3 clicou o botão do mouse na mesma

zona de localização do clique que foi seguido da igualação dos ícones e, portanto,

deixou de receber um ponto e ouvir o tom sonoro. Em seguida, possivelmente na

tentativa de “recuperar” o ponto perdido, apertou a tecla “Seta para cima”.

Cliques nas zonas que não continham ícones foram os primeiros cliques emitidos

pelo participante P4 (Figura 11a - gráfico superior). No entanto, a primeira igualação,

seguida de aumento na pontuação, ocorreu após um clique na zona 1 (zona que cotinha

um ícone). A partir deste momento, P4 permaneceu durante esta fase clicando tanto nas

zonas que continham ícones quanto nas que não continham. Isto garantiu altas taxas de

respostas nas Figuras 1 e 3 (mudanças de localização dos cliques após falha e após

mudança dos ícones, respectivamente). Do início da Fase 2/subfase 1 até

aproximadamente sua metade (Figura 11a - gráfico inferior), o padrão visto na Fase 1

permaneceu razoavelmente constante, podendo-se observar um outro padrão

supersticioso transitório: respostas ocorreram em ordem ascendente e descendente nas

zonas de 1 a 5 (Figura 29). Neste tipo de padrão também foi observada uma freqüência

elevada de mudanças nos ícones após cliques que foram seguidos de falha e de mudança

dos ícones (Figuras 1 e 3). Aproximadamente a partir da metade da Fase 2/subfase 1

(Figuras 11a - gráfico inferior e 11b), P4 passou o restante desta fase clicando apenas

Page 94: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

71

em algumas localizações específicas (basicamente nas zonas 9 e 10), sem apresentar

nenhum padrão supersticioso (corroborando as freqüências baixas e/ou nulas nas

Figuras 1, 3 e 5 - b, c).

O início da Fase 3 (Figura 11c - gráfico superior) não mudou o padrão de

respostas estabelecido na Fase 2 (evidenciado pelas mudanças de localização relativas

quase nulas apresentadas na Figura 7). A tecla “Seta para cima” foi bastante utilizada ao

longo das três fases, principalmente logo após o participante não ter sido reforçado

(Figuras 11a, 11b e 11c). Ou seja, quando o participante não apertou esta tecla logo após

a igualação dos ícones, ocasionando a perda da possibilidade de aumentar sua

pontuação, foi comum que, em seguida, ele pressionasse esta tecla. Porém, não foi

observado nenhum padrão supersticioso em relação a isto. A utilização da zona 21 não

ocorreu com muita freqüência quando os cliques após a igualação dos ícones foram

seguidos de aumento na pontuação.

O desempenho do participante P5 foi bastante diversificado ao longo das Fases

1, 2 e 3 (Figuras 12a, 12b e 12c). Os cliques iniciais ocorreram sobre as zonas 1 a 5

(Figura 12a - gráfico superior), porém olhando para o experimento como um todo

observa-se que este participante explorou todas as zonas disponíveis (dados também

vistos nas Tabelas 3 a 8). Na Fase 1 e início da Fase 2 (Figura 12a), nota-se um padrão

supersticioso envolvendo as zonas 1 a 5, de maneira ascendente e descendente. Em

0123456789

101112131415161718192021222324252627

228 238 248 258 268 278 288 298 308 318 328 338 348 358 368

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 29. Seqüência ascendente descendente de cliques nas zonas 1 a 5 emitida pelo participante P4 no início da Fase 2.

Page 95: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

72

seguida, P5 explorou diferentes zonas de localização, variando bastante a localização

dos cliques (Figura 12a, a partir da metade da Fase 2 - gráfico inferior), corroborando as

freqüências elevadas de mudanças na localização dos cliques obtidas na Figura 1 e

principalmente na Figura 3. Pela Figura 5 também foi possível notar que após a

igualação dos ícones, este participante quase sempre mudou a localização dos cliques. O

padrão de clicar de maneira ascendentes e descendentes nas zonas 1 a 5 também ocorreu

ao longo da Fase 2 (Figuras 12a e 12b), porém de forma bastante transitória e menos

sistemática do que no seu início, quando P5 emitiu seqüências do tipo 1-2-3-4-5-5-4-3-

2-1 com maior freqüência (Figura 12a - gráfico inferior). Outro padrão transitório

apresentado por P5 referiu-se a cliques alternados nas zonas 10 e 21 (“Seta para cima”)

e depois nas zonas 2 e 21, aproximadamente na metade da Fase 3 (Figura 30). A

alternação dos cliques nas zonas 10 e 21 foi seguida de aumento na pontuação por duas

vezes, enquanto que a alternação nas zonas 2 e 21 foi seguida por acréscimo de um

ponto apenas uma vez.

0123456789

101112131415161718192021222324252627

2261 2271 2281 2291 2301 2311 2321 2331 2341 2351 2361 2371 2381 2391 2401

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 30. Seqüência de cliques apresentada pelo participante P5 nas zonas 10 e 21 e nas zonas 2 e 21, aproximadamente na metade da Fase 3.

Page 96: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

73

No final da Fase 3 (Figura 31), um conjunto de seqüências supersticiosas de

cliques foi observado envolvendo as zonas 1 a 5 de maneira ascendente apenas (Ex: 1-2-

3-4-5-1-2-3-4-5-1-2-3-4-5).

Nas três fases da tarefa, P6 emitiu cliques em várias zonas de localização,

principalmente nas zonas 1 a 5 (Figuras 13a, 13b e 13c). Nestas, emitiu um conjunto de

cliques em ordem ascendente e descendente ao longo das três fases, porém de forma não

muito sistemática, ou seja, a quantidade de cliques em cada zona, a cada momento,

variou bastante (Figura 32).

0123456789

101112131415161718192021222324252627

2711 2721 2731 2741 2751 2761 2771 2781 2791 2801 2811 2821 2831 2841 2851

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 31. Seqüência de respostas supersticiosas emitida pelo participante P5 nas zonas de localização que continham os ícones (zonas 1 a 5).

0123456789

101112131415161718192021222324252627

829 839 849 859 869 879 889 899 909 919 929 939 949 959 969

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 32. Seqüência de cliques em ordem ascendente e descendente emitida pelo participante P6 nas zonas 1 a 5, durante a Fase 2/subfase 2.

Page 97: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

74

Em alguns momentos da Fase 2, pode-se destacar algumas seqüências mais

sistemáticas, envolvendo também as zonas que não continham ícones, tais como as

seqüências 25-5-25-4-25-3-25-2-25-1 (Figura 33), 6-1-6-2-6-3-6-4-6-5 e 1-2-1-3-1-4-1-

5 ocorridas aproximadamente na metade da Fase 2, em diferentes momentos.

Todas estas seqüências, porém, ocorreram por pouco tempo. Tratou-se,

portanto, de um padrão supersticioso transitório (ocorrido nas três fases do

experimento), já que o experimento não exigia que os participantes emitissem cliques

em nenhuma localização específica para que os ícones se igualassem. É interessante

observar que as mudanças de uma seqüência de cliques para outra ocorreram, muitas

vezes, mesmo quando uma dada seqüência foi seguida de igualação dos ícones e

aumento na pontuação (Figura 34). Assim como P5, o participante P6 nas Figuras 1, 3 e

5 apresentou taxas elevadas de mudanças de localização. As Figuras 13a, 13b e 13c

permitem uma visualização detalhada destas mudanças.

0123456789

101112131415161718192021222324252627

679 689 699 709 719 729 739 749 759 769 779 789 799 809 819

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 33. Seqüência de respostas emitida pelo participante P6, envolvendo zonas que não continham ícones, tais como a seqüência 25-5-25-4-25-3-25-2-25-1 durante a Fase 2/subfase 2.

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75

De maneira semelhante ao participante P1, P7 iniciou o experimento explorando

as teclas existentes no teclado do computador (Figura 14a - gráfico superior). Estas

respostas não foram seguidas de mudança nos ícones. Em seguida, P7 passou a clicar

nas zonas 1 a 5 e, após cinco cliques, ocorreu a primeira mudança na disposição dos

ícones. A partir daí (Figuras 14a, 14b e 14c), este participante passou a utilizar apenas

as zonas 1 a 5 , assim permanecendo durante todo o experimento (como já mostrado na

Tabela 1). Em relação à seqüência de respostas emitidas por P7, pode-se observar

claramente dois padrões supersticiosos que se mantiveram razoavelmente constantes nas

Fases 1 e 2. Ambos já foram observados em outros participantes. O primeiro deles

ocorreu no final da Fase 1 e início da Fase 2 e consistiu em cliques sistemáticos em

ordem ascendente nas zonas 1 a 5 (Ex:1-2-3-4-5-1-2-3-4-5) e também em ordem

ascendente e descendente nestas mesmas zonas (início da Fase 2) - Figuras 14a e 14b -

gráfico superior. Neste padrão, a localização dos cliques variou bastante, independente

de um clique ter sido seguido de mudança nos ícones ou não. Por conta disto é que se

observa freqüências elevadas nas Figuras 1 e 3. O segundo padrão, iniciado por volta da

metade da Fase 2 (Figura 35), também envolveu estas mesmas zonas (1 a 5) de maneira

ascendente e descendente, porém uma quantidade maior de cliques foi dada em cada

uma delas antes que ocorresse uma mudança na localização dos próximos cliques (Ex:1-

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1279 1289 1299 1309 1319 1329 1339 1349 1359 1369 1379 1389 1399 1409 1419

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 34. Seqüência de respostas emitida pelo participante P6, durante a Fase 2, mostrando que mudanças de uma seqüência de cliques para outra ocorreram, muitas vezes, mesmo quando uma dada seqüência foi seguida de igualação dos ícones e de aumento na pontuação.

Page 99: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

76

2-2-3-3-4-4-4-4-4-5-5-5-5-5-5-5-4-4-4-3-3-3-3-2-2-2-1-1-1-1-1-1). Este tipo de padrão

contribuiu para diminuir um pouco a aceleração das curvas das Figuras 1 e 3. Através da

Figura 35 também é possível notar que neste segundo padrão de respostas a ocasião para

o participante P7 mudar a localização dos cliques era a ocorrência de uma igualação dos

ícones (dado corroborado pelas altas freqüências obtidas no elemento Z da Figura 5 - a,

b, c). Ainda em relação a este padrão supersticioso, viu-se que assim que começavam a

ocorrer as mudanças na disposição dos ícones, P7 emitia os cliques seguintes na mesma

localização do clique que primeiramente foi seguido de mudança (Figura 35), o que

sugere que, assim como visto com os participantes P1, P2 e P3, estas mudanças

funcionaram como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de emitir

cliques numa mesma localização.

Com a introdução da Fase 3, este último padrão supersticioso se manteve (Figura

14c). A tecla “Seta para cima” também foi utilizada após a ocorrência de cliques que

não foram seguidos de aumento na pontuação (Figura 14b), e com o início da Fase 3, a

freqüência deste comportamento aumentou bastante (Figura 14c), possivelmente porque

com a ausência das mudanças apenas na disposição dos ícones, para que o participante

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1733 1743 1753 1763 1773 1783 1793 1803 1813 1823 1833 1843 1853 1863 1873

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 35. Seqüência de respostas emitida pelo participante P7 na Fase 2/subfase 3, na qual uma quantidade maior de cliques era emitida numa mesma zona de localização antes que ocorresse uma mudança na localização dos cliques. Isto geralmente ocorria logo após a igualação dos ícones. As mudanças na disposição dos ícones pareceram funcionar como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização.

Page 100: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

77

fosse reforçado, ele deveria observar com mais cautela a disposição dos ícones na tela

do computador para averiguar se uma igualação havia ou não ocorrido após ter clicado o

botão do mouse. Se a velocidade dos cliques ocorresse de forma rápida, era provável

que o participante perdesse a oportunidade de ser reforçado (pressionando a tecla “Seta

para cima” num momento “inadequado”). No caso do participante P7 (Figura 36), a

tecla “Seta para cima” foi pressionada após ele já ter clicado com o botão do mouse por

uma ou mais vezes na mesma zona de localização do clique que foi seguido da

igualação dos ícones. Isto não ocorreu apenas com o participante P7, mas com os

demais participantes que utilizaram a zona de localização 21 com muita freqüência.

O participante P8 começou o experimento clicando nas zonas 14 e 11 (Figura 15

a - gráfico superior). Estes cliques não foram seguidos de mudança nos ícones. Em

seguida, emitiu um clique na zona 15, que ocasionou mudança na disposição dos ícones.

Isto pareceu ser suficiente para P8 continuar emitindo mais alguns cliques nesta zona.

Após clicar mais algumas vezes nas zonas 10 e 11 e ter estes cliques seguidos de

aumento na pontuação, a emissão de quatro cliques consecutivos que não foram

seguidos de nenhuma mudança nos ícones parece ter feito com que P8 explorasse,

0123456789

101112131415161718192021222324252627

2898 2908 2918 2928 2938 2948 2958 2968 2978 2988 2998 3008 3018 3028 3038

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 36. Seqüência de respostas emitida pelo participante P7 durante a Fase 3/subfase 2. Várias respostas na zona 21 ocorreram após perda da oportunidade de aumentar apontuação, já que após a igualação dos ícones ocorreram uma ou mais respostas na mesma zona de localização do clique que produziu a igualação dos ícones antes que fosse pressionada a tecla “Seta para cima”.

Page 101: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

78

então, uma das zonas que continham ícones. Este participante deu um clique na zona 4

(zona que continha um ícone) e este clique foi imediatamente seguido de uma mudança

na disposição dos ícones. Como os cliques seguintes continuaram sendo seguidos de

mudança nos ícones, P8 começou a apresentar uma seqüência mais sistemática de

cliques nestas zonas (1 a 5).

Vários padrões supersticiosos transitórios foram apresentados pelo participante

P8. Ao longo das Fases 1 e 2 (Figuras 15a, 15b e 37) pequenas seqüências ordenadas de

respostas podem ser observadas, envolvendo as zonas 1 a 5, em ordem ascendente e

descendente. Assim como observado com participantes com desempenhos semelhantes

(P5, P6 e P7), a seqüência de respostas apresentada por P8 mostrou uma variação

elevada no que se refere à mudança na localização dos cliques, tanto após ter ocorrido

uma falha quanto uma mudança dos ícones, possível de ser observada também nas

Figuras 1, 3 e 5 - a, b.

Do final da Fase 2 até o término do experimento, P8 além de continuar clicando

nas zonas de 1 a 5, passou a clicar em outras outras zonas com mais freqüência (Figuras

15b e 15c). As mudanças nas localizações dos cliques continuaram ocorrendo, como já

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1126 1136 1146 1156 1166 1176 1186 1196 1206 1216 1226 1236 1246 1256 1266

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 37. Seqüência de cliques em ordem ascendente e descendente apresentada pelo participante P8 na Fase 2/subfase 2.

Page 102: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

79

havia sido evidenciado na Figura 7 - a, b. Nas zonas 6 a 20, porém, não foi observado

nenhum padrão supersticioso. Na Fase 3, é possível identificar alguns padrões

supersticiosos, ainda que transitórios, nos cliques emitidos nas zonas de 1 a 5 (Figura

38). Cliques na zona 21 (“Seta para cima”) aumentaram consideravelmente na Fase 3

(Figura 38), quase que exclusivamente ocorrendo após um clique que não foi seguido de

aumento na pontuação (provavelmente isto ocorreu pelos mesmos motivos descritos

para o participante P7).

Antes de apresentar o desempenho dos participantes do Grupo 2, é importante

retomar uma questão levantada anteriormente neste trabalho. Ao analisar as Tabelas 3 a

8, aventou-se a possibilidade de que a diferença na ordem das fases experimentais por

qual cada grupo de participantes foi inicialmente exposto pode ter contribuído para que

cliques mais freqüentes nas zonas que continham os ícones terem ocorrido com os

participantes do Grupo 1 por conta destes participantes terem iniciado o experimento

pela Fase 1, na qual o valor de “n” programado para relacionar cliques com mudança na

disposição dos ícones era um valor pequeno (um valor entre 1 e 5). Assim, a mudança

na disposição dos ícones pode ter reforçado a ocorrência de cliques iniciais sobre estas

zonas. A partir da análise das Figuras 8, 9, 10 e 14 - a, b, c, pode-se notar que tal

hipótese foi corroborada com quatro (P1, P2, P3 e P7) dos oito participantes deste

grupo. Apesar dos participantes P1 e P7 (Figuras 8 e 14 - a, b, c) terem iniciado o

experimento utilizando algumas teclas (zonas de localização que não produziam

0123456789

101112131415161718192021222324252627

2388 2398 2408 2418 2428 2438 2448 2458 2468 2478 2488 2498 2508 2518 2528

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 38. Seqüência de respostas apresentada pelo participante P8 na Fase 3/subfase 2. Nota-se algumas respostas supersticiosas envolvendo as zonas 1 a 5, além de respostas na zona 21 após a perda da oportunidade de acrescentar um ponto no contador numérico.

Page 103: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

80

mudança nos ícones), os primeiros cliques ocorreram sobre as zonas que continham os

ícones (zonas 1 a 5), sendo seguidos de mudança na disposição dos ícones. O

participante P2 (Figuras 9 - a, b, c) emitiu o primeiro clique na zona 10, porém os

cliques seguintes foram nas zonas 1 a 5. Estes cliques foram então seguidos de mudança

nos ícones. Já o participante P3 (Figuras 10 - a, b, c) desde o início explorou as zonas

que continham os ícones e também parece ter sido reforçado pelas mudanças nos ícones.

Outra questão abordada anteriormente referiu-se à possibilidade deste padrão de

resposta já bem estabelecido na Fase 1 - clicar com freqüência sobre os ícones - (visto

com os participantes do P1, P2, P3 e P7) persistir na Fase 2 devido às quatro mudanças

sistemáticas na disposição dos ícones terem funcionado como estímulos reforçadores

condicionados para a resposta de continuar emitindo cliques sobre os ícones. Isto

pareceu ocorrer com os quatro participantes acima citados (Figuras 8, 9, 10 e 14 - a, b,

c).

Os participantes P9, P10, P11 e P12 iniciaram o experimento pela Fase 3,

seguida das Fases 1 e 2, respectivamente.

O participante P9 (Figura 39), no início da Fase 3 (aproximadamente nos

primeiros 220 cliques), emitiu cliques em uma grande quantidade de zonas de

localização diferentes, sendo que suas respostas foram seguidas por aumento na

pontuação tanto após cliques emitidos nas zonas que continham ícones (1 a 5) quanto

após cliques ocorridos nas zonas que não continham ícones (6 a 20). Neste momento

inicial, P9 também apresentou rápidas seqüências de cliques em ordem ascendente e

descendente nas zonas 1 a 5, ainda que de maneira não sistemática (Figura 39).

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 39. Seqüência de respostas emitida pelo participante P9 na Fase 3/subfase 1, exibindo cliques em várias zonas de localização, além de cliques em ordem ascendente e descendente nas zonas 1 a 5.

Page 104: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

81

Ainda neste começo da Fase 3 (Figura 16a), um outro padrão supersticioso

transitório ocorreu. Consistiu em seqüências não-sistemáticas e alternadas de cliques

consecutivos nas zonas de 1 a 5 com bastante freqüência (por exemplo, clicava na zona

1 até ocorrer igualação dos ícones, depois clicava na zona 3 até que os ícones

novamente se igualassem, em seguida clicava na zona 4 até ocorrer uma nova igualação

e assim por diante). Cliques consecutivos nas zonas 9, 10 e 14 também ocorreram no

final da Fase 3 (Figura 16a - gráfico inferior). É importante destacar que este padrão

(cliques consecutivos em algumas zonas) perdurou por grande parte desta fase, (Figura

16a) ainda que P9 tenha emitido uma grande quantidade de cliques que não foram

seguidos por aumento na pontuação (depois de pouco mais da metade da Fase 3 até seu

final, os cliques de P9 não foram seguidos de aumento na pontuação nenhuma vez).

Pressões seguidas na tecla “Seta para cima” (zona 21) logo após a ocorrência de

cliques que não foram seguidos de aumento na pontuação também foram observados

com bastante freqüência no desempenho deste participante (Figura 16a). Nesta primeira

fase (Fase 3), portanto, P9 obteve muito poucos reforços, possivelmente devido à

velocidade com que emitiu os cliques. Parece que a ocorrência de reforços intermitentes

foi suficiente para manter as seqüências de respostas apresentadas por P9 durante esta

primeira fase (Figura 16a).

Nas duas fases seguintes (Fases 1 e 2), P9 emitiu cliques consecutivos quase que

exclusivamente na zona 9, e nenhum padrão supersticioso foi observado (Figuras 16b e

16c). A quantidade de vezes que a zona 21 foi utilizada na Fase 2 diminuiu

significativamente (Figuras 16b e 16c), possivelmente em função do aumento do

número de vezes em que o participante foi reforçado (ele só perdeu 3 reforços). Este

aumento no número de reforços obtidos (em relação à Fase 3) ocorreu possivelmente

porque na Fase 2 ocorriam as quatro mudanças sistemáticas apenas na disposição dos

ícones antes de sua igualação, o que aumentava as chances de o participante, mesmo

clicando com alta velocidade, prever o momento exato da igualação dos ícones. Na Fase

3, como a igualação ocorria de forma direta, isto não era possível, e cliques emitidos

com alta velocidade dificultavam ainda mais a obtenção de aumento na pontuação.

As Figuras 17a, 17b e 17c mostram a seqüência de respostas emitidas pelo

participante P10 em todo o experimento. Como previamente evidenciado nas Tabelas 2

a 8, este participante emitiu apenas um clique no botão do mouse numa zona que não

continha ícones (zona 6). Desde o início da Fase 3 (Figura 17a - gráfico superior),

Page 105: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

82

portanto, cliques ocorreram nas zonas 1 a 5. Nesta fase, alguns padrões supersticiosos

transitórios podem ser observados. Cliques em ordem ascendente nas zonas 1 a 5 (Ex:

1-2-3-4-5) ou em ordem ascendente e descendente (Ex: 1-2-3-4-5-5-4-3-2-1) podem ser

visualizados logo no início da Fase 3 (Figura 17a - gráfico superior). Este padrão, no

qual mudanças na localização dos cliques ocorriam com freqüência (tanto após

ocorrência de falha ou não na mudança dos ícones), foi o responsável pelas altas

freqüências de respostas exibidas nas Figuras 1 e 3. O outro padrão de respostas que

teve início em seguida consistiu de cliques nas zonas 1 a 5, porém ocorreram seqüências

de cliques em cada uma das zonas até que ocorresse a igualação dos ícones (Figura 40).

Neste momento, o participante P10 passava a clicar na zona seguinte (Exemplo: 1-1-1-

1-1-2-2-2-2-2-2-2-3-3-4-4-4-4-4-4-4-4-4-5-5-5) ou então numa zona próxima, mas não

necessariamente na zona seguinte (Ex: 2-2-2-5-5-5-5-5-5-4-4-4-4-4-1-1-1-3-3).

No final da Fase 3 o padrão ascendente e descendente nas zonas 1 a 5 voltou a

ser emitido e pode ser facilmente observado na Figura 41. Este padrão de respostas foi

responsável por uma nova aceleração nas curvas da Figura 1 e pelo aumento das

mudanças de localização relativas vistas na Figura 7 - b. A zona 21, assim como ocorreu

com a maioria dos outros participantes, foi utilizada principalmente após um clique que

não foi seguido de aumento na pontuação (Figura 17a).

0123456789

101112131415161718192021222324252627

451 461 471 481 491 501 511 521 531 541 551 561 571 581 591

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 40. Seqüência supersticiosa de respostas nas zonas 1 a 5, emitida pelo participante P10 na Fase 3/ subfase 1.

Page 106: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

83

Na Fase 1 e início da Fase 2, o mesmo padrão supersticioso ocorrido no final da

Fase 3 também pode ser observado (Figura 17b). Porém, logo em seguida, o padrão de

respostas envolvendo cliques consecutivos numa das zonas 1 a 5 até a ocorrência de

igualação dos ícones, quando então outra zona era utilizada (padrão que ocorreu

rapidamente na Fase 3), voltou a aparecer e perdurou durante todo o restante do

experimento (Figura 42). Neste padrão, as mudanças sistemáticas apenas na disposição

dos ícones possivelmente funcionaram como estímulos reforçadores condicionados para

a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na

disposição dos ícones. A Figura 4, mostrada anteriormente, também evidencia

características deste padrão.

0123456789

101112131415161718192021222324252627

901 911 921 931 941 951 961 971 981 991 1001 1011 1021 1031 1041

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 41. Seqüência de cliques emitida pelo participante P10, em ordem ascendente e descendente nas zonas 1 a 5 (que continham os ícones), durante a Fase 3/subfase 2.

0123456789

101112131415161718192021222324252627

2150 2160 2170 2180 2190 2200 2210 2220 2230 2240 2250 2260 2270 2280 2290

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 42. Seqüência de cliques nas zonas 1 a 5 emitida pelo participante P10 a partir da metade da Fase 2/subfase 1. Mudanças na disposição dos ícones possivelmente funcionaram como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na disposição dos ícones.

Page 107: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

84

Cliques na zona 21 continuaram a ocorrer (porém com uma freqüência menor),

sendo que a maioria deles continuou ocorrendo após um clique que não foi seguido de

aumento na pontuação (Figuras 17b e 17c).

O participante P11, que também passou inicialmente pela Fase 3, explorou logo

no começo desta fase as zonas que continham ícones (1 a 5), algumas das zonas 6 a 20

(que não continham ícones) e também teclas existente no teclado do computador (Figura

43). As mudanças de localização vistas neste início ocorreram principalmente após

cliques que foram seguidos de falhas na mudança dos ícones (dado constatado na Figura

1).

Das doze primeiras vezes em que ocorreu igualação dos ícones, em sete delas

P11 havia acabado de clicar na zona 10 (Figura 43). Após a décima segunda igualação

dos ícones, pode-se observar (Figura 18a) que P11 passou a clicar apenas nesta zona de

localização, pelo menos por um tempo maior. Até o final desta fase (Figura 18a), este

participante emitiu cliques em apenas outra zona de localização (zona 11). Assim, P11

emitiu uma grande quantidade de cliques numa mesma localização durante esta primeira

fase, como pôde ser observado anteriormente nas Figuras 1, 3 e 7 através das baixas

taxas de mudanças de localização. No que se refere a algum tipo de padrão

supersticioso, o participante P11, no início da Fase 3 (Figura 43), apresentou uma rápida

seqüência de cliques nas zonas 21 e 10 (entre os cliques 76 e 86). Em seguida, no

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 43. Seqüência de respostas emitida pelo participante P11 na Fase 3/subfase 1.

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85

entanto, não apresentou nenhum padrão supersticioso de respostas. Nas duas fases

seguintes (Fases 1 e 2), P11 (Figuras 18b e 18c) continuou exibindo cliques seguidos

em determinadas zonas de localização, sem apresentar nenhum padrão supersticioso em

relação a estes cliques. Alguns poucos cliques seqüenciais envolvendo as zonas 9 e 10

ou 10 e 11 foram emitidos, caracterizando um padrão supersticioso transitório (Figura

44).

Mudanças na localização dos cliques ocorreram poucas vezes, com freqüência

maior após cliques seguidos de mudança nos ícones (mostrado na Figura 4),

especialmente quando esta mudança foi uma igualação nos ícones (Figura 6 - a, b, c).

Logo no começo da Fase 3 (Figura 45), P12 explorou zonas que continham e que

não continham ícones, além de zonas que continham teclas (zonas 21, 22, 23, 25 e 26).

A primeira igualação nos ícones ocorreu após um clique na zona 15 (Figura 45). Em

seguida, alguns outros cliques ocorreram em outras localizações, sem serem seguidos de

nenhuma mudança nos ícones. O participante P12 novamente foi reforçado quando

voltou a utilizar a zona 15. Daí em diante, ficou clicando apenas nesta zona por um

tempo (Figura 45). Em toda a Fase 3, clicou em apenas mais duas zonas diferentes,

sendo que, antes de mudar de uma zona para outra, uma grande quantidade de cliques

foi emitida em cada uma destas zonas de localização (Figura 19a). O desempenho deste

participante nas Fases 1 e 2 (Figuras 19b e 19c) foi bastante semelhante ao seu

0123456789

101112131415161718192021222324252627

2605 2615 2625 2635 2645 2655 2665 2675 2685 2695 2705 2715 2725 2735 2745

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 44. Seqüência de cliques emitida pelo participante P11 na Fase 2/subfase 3, envolvendo as zonas 10 e 11, caracterizando um padrão supersticioso transitório.

Page 109: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

86

desempenho na Fase 3, ou seja, o participante P12 mudou a localização dos cliques

pouquíssimas vezes (evidenciado pelas Figuras 2 e 4). Quando isto ocorreu, na maioria

das vezes ocorreu após ter havido uma igualação nos ícones. Nenhum padrão

supersticioso de respostas foi observado em seu desempenho (Figuras 19b e 19c).

A análise das Figuras 16 e 18 – a, b, c dos participantes P9 e P11 permite

constatar, como dito anteriormente no início da análise dos resultados, que iniciar o

experimento pela Fase 3 parece ter possibilitado maior variação na localização dos

cliques em relação às diferente zonas disponíveis (se comparado às condições

experimentais programadas na Fase 1). Ou seja, na Fase 3, o valor de “n” sorteado pelo

computador para relacionar cliques no mouse com mudança nos ícones podia ser uma

valor entre 1 e 30, valor este bem maior do que o valor de “n” na Fase 1 (valor entre 1 e

5) e que, portanto, possibilitava maior variação em relação à localização dos cliques no

botão do mouse antes que uma mudança nos ícones ocorresse.

As Figuras 8 a 19 – a, b, c exibindo a seqüência de cliques emitidas por cada um

dos participantes no decorrer de todo o experimento mostram que, de modo geral, a

maioria dos participantes (P1, P2, P4, P5, P6, P7, P8, P9 e P11) apresentou padrões

transitórios de respostas supersticiosas, principalmente nas zonas de localização 1 a 5,

que continham os ícones. Apenas dois participantes (P3 e P10) exibiram padrões

supersticiosos mais constantes. Vale destacar que o participante P10 pertencia ao Grupo

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 45. Seqüência de cliques emitida pelo participante P12 na Fase 3/subfase 1.

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87

2, que iniciou o experimento pela Fase 3. Este participante foi o único do Grupo 2 que

apresentou um desempenho supersticioso constante nas três fases. O participante P9

(também do Grupo 2) apresentou respostas supersticiosas apenas na primeira fase (Fase

3), enquanto que P11 (Grupo 2) apresentou apenas um padrão transitório bastante

rápido (poucas respostas supersticiosas foram emitidas) apenas na primeira fase (Fase

3), e P12 (Grupo 2) não apresentou nenhum padrão de respostas supersticiosas.

Outro dado que merece destaque é que apenas dois dos oito participantes do

Grupo 1 (P2 e P4) não continuaram a apresentar um padrão supersticioso de respostas

na Fase 3. O restante deles, mesmo com a introdução da Fase 3, continuou a exibir

padrões supersticiosos. Ou seja, a retirada das quatro mudanças sistemáticas apenas na

disposição dos ícones antes de sua igualação não impediu que respostas supersticiosas

continuassem a ocorrer, já que tais respostas não eram mantidas exclusivamente por

estímulos reforçadores condicionados. O que não foi mais possível de se ver na Fase 3

foram apenas os cliques na mesma localização do clique que havia sido seguido de

mudança na disposição dos ícones, já que estas mudanças sistemáticas foram retiradas

da condição experimental que vigorava na Fase 3.

Dito de outra maneira, se o experimento disponibiliza uma condição

experimental que possibilita que o participante saiba com antecedência quando ocorrerá

a apresentação de um estímulo reforçador (como foi o caso da Fase 2), este participante

pode responder discriminativamente a algum aspecto sistemático que venha a ocorrer no

experimento antes que o reforço seja apresentado. Se esta condição é retirada (Fase 3), o

participante não mais responderá discriminativamente, porém isto não significa que

respostas supersticiosas necessariamente deixarão de ocorrer.

Page 111: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

88

DISCUSSÃO

Dois tipos diferentes de respostas supersticiosas foram analisadas no presente

trabalho: (1) respostas supersticiosas em relação à localização dos cliques nas diferentes

zonas de localização disponíveis e (2) respostas supersticiosas de mudanças de

localização dos cliques.

No que se refere à localização dos cliques, viu-se que tanto na pesquisa realizada

por Lee (1996) quanto na presente pesquisa, a maior parte dos cliques ocorreu sobre as

zonas de localização que continham os ícones, a despeito do fato da localização dos

cliques não controlar a ocorrência das mudanças nos ícones. Desde o início do

experimento, por exemplo, os participantes P1 a P10 utilizaram as zonas de localização

que continham os ícones (zonas 1 a 5) e passaram a clicar nestas zonas como se elas

tivessem algum controle sobre as igualações dos ícones. A rapidez com a qual este

padrão foi instalado sugere, como Neuringer (1970) apontou, que poucas relações

acidentais entre uma resposta (neste caso, cliques em localizações específicas) e eventos

subseqüentes (mudança dos ícones) são suficientes para que uma resposta supersticiosa

seja instalada e mantida no repertório de um organismo.

No presente experimento, foi possível constatar que quanto maior o valor de “n”

sorteado pelo computador para que cliques no mouse fossem seguidos de mudança nos

ícones, maior a probabilidade do participante variar mais a localização dos cliques nas

diferentes zonas disponíveis até que, num dado momento, um clique fosse seguido de

uma alteração nos ícones. Na Figura 19a (participante P12 na Fase 3/subfase 1), por

exemplo, viu-se que houve variação na localização dos cliques e na localização das

teclas utilizadas até o momento em que ocorreu a primeira mudança nos ícones (após

vinte cliques no mouse e sete pressões em teclas que não foram seguidos de nenhum

tipo de mudança). Mais algumas variações ocorreram e a próxima mudança nos ícones

novamente ocorreu após um clique na zona 15, o que então gerou cliques consecutivos

nesta zona. Caso a primeira mudança nos ícones tivesse ocorrido sobre uma das zonas

de localização que continha ícones, por exemplo, possivelmente a freqüência de cliques

sobre esta zona teria aumentado (pelo menos temporariamente), como ocorreu com o

participante P9, por exemplo.

Page 112: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

89

Como a diferença entre os valores de “n” programados nas Fases 1 e 3 podia ser

um valor muito discrepante, desempenhos completamente diferentes podiam ser obtidos

no que diz respeito à localização dos cliques no botão do mouse (como foi o caso, por

exemplo, do desempenhos dos participantes P3 e P12).

Assim, a localização dos cliques sofreu influência marcante da fase experimental

na qual cada participante iniciou o experimento, sendo que os participantes do Grupo 1

(por conta do valor de “n” programado na Fase 1 ser um valor pequeno) tiveram maior

probabilidade de clicar sobre as zonas que continham ícones e serem seguidos por

mudanças nos mesmos – caso tivessem inicialmente explorado as zonas 1 a 5 – do que

os participantes do Grupo 2.

Em relação às respostas supersticiosas de mudar a localização dos cliques no

botão do mouse, viu-se que a maior parte dos participantes (P1, P3, P4, P5, P6, P7, P8,

P9, P10 e P12), no início do experimento, mudou a localização dos cliques com muita

freqüência quer eles tivessem sido seguidos de mudança nos ícones, quer não (Figuras

8a, 10a, 11a, 12a, 13a, 14a, 15a, 16a, 17a e 19a, respectivamente). Desta maneira,

observa-se que, pelo menos num primeiro momento, as diferenças entre as Fases 1 e 3

(o valor de “n” que estipulava a quantidade de cliques no mouse que era necessário

ocorrer antes que houvesse mudança nos ícones e a ocorrência de uma mudança inicial

apenas na disposição dos ícones ou uma igualação direta dos mesmos após o valor de

“n”) parece que não tiveram influência sobre o desempenho dos participantes.

Outro ponto a ser levantado em relação às respostas de mudanças de localização

dos cliques diz respeito à seqüência de respostas apresentadas por cada participante

(Figuras 8 a 19a). Ou seja, dependendo da seqüência de cliques no botão do mouse, a

freqüência de mudanças de localização dos cliques foi maior ou não. Cliques

consecutivos emitidos em ordem ascendente e/ou descendente (em diferentes zonas de

localização) foi a seqüência de cliques que mais contribuiu para a alta freqüência de

mudanças em sua localização. Já seqüências que envolveram uma quantidade maior de

cliques numa mesma zona de localização antes que outra zona fosse utilizada

contribuíram para uma freqüência reduzida de respostas de mudanças na localização dos

cliques.

Também foi observado que, para a maioria dos participantes, diferentes padrões

transitórios de respostas supersticiosas ocorreram. Skinner (1948) sugeriu que mudanças

na topografia da resposta supersticiosa são possíveis de ocorrer, já que a apresentação

de um evento subseqüente pode ocorrer logo após a emissão de uma resposta de

Page 113: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

90

topografia diferente das respostas emitidas anteriormente e, então aumentar a

probabilidade de emissão desta nova topografia de resposta. Em alguns momentos do

experimento, foi possível observar que mudanças em uma seqüência específica de

respostas (padrão supersticioso) para outra seqüência diferente (padrão supersticioso

diferente) ocorreram, basicamente, em função do valor de “n” programado num dado

momento ter sido um valor alto que permitiu, portanto, que um número maior de cliques

não fossem seguidos por nenhuma mudança nos ícones, ocasionando uma mudança no

padrão dos cliques. Ou seja, uma seqüência supersticiosa de cliques que não foi mais

seguida de igualação dos ícones e de aumento na pontuação acabou se extinguindo e

dando lugar a um outro padrão. No entanto, foi possível observar também que, em

alguns momentos, uma seqüência específica de respostas parou de ocorrer mesmo

quando esta seqüência estava sendo emitida e sendo seguida com freqüência por

igualação dos ícones e aumento na pontuação, ocorrendo então uma variação na

seqüência das respostas, que era seguida por igualação nos ícones. Ou seja, foi

observada variabilidade no padrão de respostas supersticiosas mesmo quando

determinados padrões de respostas estavam sendo seguidos por igualações nos ícones e

aumento na pontuação. Uma possível explicação deste fato pode ser, mais uma vez, a

relação sugerida por Neuringer (1970) de que poucas relações acidentais entre uma

resposta (neste caso, variar a seqüência de cliques, mesmo que esta seqüência estivesse

sendo reforçada) e eventos subseqüentes (mudanças nos ícones) são suficientes para

instalar e manter um comportamento no repertório de um organismo.

Outro ponto importante a ser destacado refere-se ao fato de padrões

supersticiosos de resposta terem sido emitidos por longos períodos mesmo quando tais

padrões não foram seguidos de acréscimo na pontuação todas as vezes (como ocorreu

com o participante P9 na Fase 3, por exemplo - Figura 16a). Assim como ocorreu no

experimento de Skinner (1948), portanto, viu-se que para um padrão supersticioso

continuar sendo emitido não é necessária que a apresentação do evento subseqüente seja

contígua a toda emissão da resposta.

No trabalho de Lee (1996), três dos seis participantes que realizaram o

experimento apresentaram um padrão de respostas supersticiosas bastante definido. Foi

observado que estes três participantes (A, B e C) mudavam com freqüência a

localização dos cliques quando eles eram seguidos de uma falha na mudança dos ícones.

Porém, quando os cliques eram seguidos de mudança nos ícones, estes participantes

clicavam o botão do mouse na mesma localização do clique anterior. Ou seja, a ocasião

Page 114: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

91

para interromper a mudança de localização dos cliques pareceu ser a transição dos

ícones de um estado de “não-mudança” para um estado de mudança, sendo que esta

transição ocorria de forma sistemática, ou seja, após um valor “n” de cliques seguidos

de falhas na mudança dos ícones, os próximos quatro cliques no botão do mouse

invariavelmente mudavam sua disposição e o quinto clique produzia sua igualação. Já a

ocasião para voltar a mudar a localização dos cliques pareceu ser a ocorrência da

igualação dos ícones, visto que nos resultados apontados por Lee (1996), os

participantes A, B e C já clicavam o botão do mouse numa localização diferente da

localização anterior logo após a igualação dos ícones.

Como exposto anteriormente no presente trabalho, a mudança sistemática na

disposição dos ícones culminando com a igualação dos mesmos, que ocorria no

experimento de Lee (1996), pode ter funcionado como um estímulo reforçador

condicionado para a resposta de continuar emitindo cliques na mesma localização do

clique que produziu a mudança dos ícones (no caso o Elemento 1 das Figuras 5, 6 e 7).

Isto pode ter colaborado para a ocorrência do padrão supersticioso encontrado nos

participantes A, B e C de seu experimento.

Com a introdução da Fase 3, a presente pesquisa lançou a hipótese de que o

padrão supersticioso (descrito acima) encontrado por Lee (1996) não mais ocorreria ou,

pelo menos, sofreria alguma modificação. Entretanto, tal padrão supersticioso (variar a

localização dos cliques quando eles eram seguidos por falha na mudança dos ícones e

clicar repetidamente o botão do mouse na mesma localização do clique que foi seguido

por mudança na disposição dos ícones) não foi observado com nenhum dos

participantes do Grupo 1 (P1 a P8) - cujas Fases 1 e 2 foram idênticas às fases do

experimento de Lee (1996) - e nem com os participantes do Grupo 2 (P9 a P12) - que

apesar de terem iniciado a tarefa pela Fase 3, posteriormente também foram expostos às

Fases 1 e 2, respectivamente.

O participante P8 foi o único participante que apresentou um desempenho um

pouco mais semelhante ao obtido pelos participantes A, B e C de Lee (1996). Na análise

dos 7 Elementos (X, 1, 2, 3, 4, 5 e Z), os participantes A, B e C paravam quase que

completamente de mudar a localização dos cliques quando os ícones começavam a

mudar de disposição. Isto ocorreu com o participante A desde a primeira subfase da

Fase 2 e, para os participantes B e C, isto ocorreu na subfase 2. A diminuição desta

freqüência teve início no Elemento 2 (primeiro clique após ter ocorrido uma mudança

dos ícones) para os participantes B e C e no Elemento 3 (segundo clique após ter

Page 115: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

92

ocorrido uma mudança nos ícones) para o participante A. No presente experimento,

apenas na última subfase da Fase 2 (representada pela letra c da Figura 5) é que o

desempenho de P8 começou a se assemelhar ao desempenho dos participantes A, B e C.

Ou seja, apenas o participante P8 parece ter diminuído um pouco a freqüência de

mudanças de localização dos cliques após eles começarem a mudar de disposição

(Elementos 2, 3, 4 e 5) da maneira como foi obtido com os participantes A, B e C de

Lee (1996). Ainda assim, deve-se notar que, para o participante P8, a freqüência de

cliques emitidos no Elemento X (que representava o clique anterior ao primeiro clique

que era seguido por mudança na disposição dos ícones) e no Elemento 1 (primeiro

clique seguido de mudança nos ícones) também apresentou diminuição em relação às

duas subfases anteriores (o que não foi visto com os participantes A, B e C). Trata-se,

portanto, do desempenho de apenas um participante e, ainda, assim, de um desempenho

muito pouco semelhante ao dos participantes A, B e C do experimento de Lee (1996).

Diferentemente do resultado obtido por Lee (1996), no presente estudo a maior

parte dos participantes mudou a localização dos cliques com mais freqüência após a

ocorrência de cliques seguidos de mudança nos ícones do que após cliques seguidos de

falha na mudança. Este resultado foi completamente oposto ao resultado visto com

metade dos participantes no trabalho de Lee (1996). O participante P2 logo no início da

Fase 2 (Figura 9a) chegou, inclusive, a apresentar um desempenho oposto ao obtido por

Lee (1996): este participante clicou nas mesmas zonas de localização quando os cliques

foram seguidos de falha na mudança dos ícones e mudou de localização após cada

clique seguido de mudança nos ícones.

Como na presente pesquisa o desempenho dos participantes do Grupo 1 - que

passaram inicialmente pelas mesmas contingências planejadas no experimento de Lee

(1996) - não foi semelhante ao desempenho obtido pelos participantes A, B e C de seu

experimento, não foi possível avaliar se com a introdução da Fase 3 o padrão por ela

encontrado se modificou de alguma maneira ou mesmo se extinguiu. Na atual pesquisa,

entretanto, o que se observou foi que dos onze participantes (P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7,

P8, P9, P10 e P11) que exibiram algum tipo de padrão supersticioso - ainda que não

aquele padrão obtido por Lee (1996) de variar a localização dos cliques quando eles

eram seguidos por falha na mudança dos ícones e clicar na mesma localização quando

eram seguidos por mudança nos ícones - apenas dois (P2 e P4) não exibiram respostas

supersticiosas durante a Fase 3. Com o início desta fase, os participantes P1, P2, P3, P7

e P8 (Figura 3) apresentaram um aumento na freqüência de mudanças de localização

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dos cliques após ter ocorrido mudança dos ícones (lembrando que o experimento não

exigia que nenhuma mudança de localização ocorresse para que houvesse igualação dos

ícones).

O fato de o padrão supersticioso encontrado por Lee (1996) não ter sido obtido

nesta pesquisa não impede, no entanto, que algumas afirmações sejam feitas sobre o

fato das quatro mudanças sistemáticas apenas na disposição dos ícones antes de sua

igualação (ocorridas na Fase 2) poderem funcionar como estímulos reforçadores

condicionados para a resposta de clicar numa mesma localização. Cinco dos doze

participantes deste experimento (P1, P2, P3, P7 e P10) apresentaram, em pelo menos

algum momento, seqüências de respostas nas quais as mudanças sistemáticas na

disposição dos ícones pareceram ter funcionado como estímulos reforçadores

condicionados para a ocorrência de cliques numa mesma localização. Estas seqüências

são semelhantes e envolveram geralmente uma quantidade maior de cliques numa

determinada zona de localização antes que ocorresse uma mudança para outra

localização qualquer (Ex: 1-1-2-2-2-2-3-3-4-4-4-5-5-5-5-5-5-5 ou então 3-3-3-3-3-6-6-

6-6-4-4-4-3-3-3-3-6-6-6-4-4-4-4). Assim, nestes casos, após a primeira vez em que um

clique foi seguido de uma mudança na disposição dos ícones, os cliques seguintes

ocorreram na mesma localização de tal clique e foram seguidos de igualação. Portanto,

a hipótese de que tais mudanças sistemáticas puderam ter funcionado como estímulos

reforçadores condicionados pareceu se confirmar, ainda que na presente pesquisa o

mesmo padrão supersticioso obtido por Lee (1996) não tenha ocorrido.

É importante destacar que as seqüências de cliques consecutivos do tipo

ascendentes e/ou descendentes apresentadas por muitos participantes (Ex: 1-2-3-4-5-5-

4-3-2-1) são incompatíveis com a ocorrência de cliques numa mesma zona de

localização, já que cada clique ocorre numa localização diferente. Neste tipo de

seqüência, portanto, não era de se esperar que as quatro mudanças sistemáticas

funcionassem como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar

numa mesma localização. Apesar destas mudanças nos ícones serem menos prováveis

de funcionar como estímulos reforçadores condicionados, isto foi visto por um breve

período de tempo com o participante P8 antes da metade da Fase 2, por exemplo (Figura

15b).

Ainda em relação aos estímulos reforçadores condicionados acima descritos,

deve-se salientar que com a introdução da Fase 3 (para os participantes do Grupo 1), os

padrões de respostas nos quais as mudanças sistemáticas na disposição dos ícones

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funcionaram como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar numa

mesma localização continuaram a ocorrer com os participantes P1, P2, P3, P7 e P10. No

entanto, sua emissão parece ter ficado sob controle apenas da ocorrência da igualação

dos ícones, e não mais sob controle das mudanças na disposição dos ícones (já que estas

elas não mais ocorriam nesta fase). Ou seja, a introdução da Fase 3 não extinguiu o

padrão supersticioso de clicar numa mesma localização por um tempo maior antes de

mudar a zona de localização dos cliques obtido com os participantes P1, P2, P3, P7 e

P10. O que mudou foi a contingência controladora deste padrão de respostas (na Fase 2

controlado tanto pela mudança na disposição dos ícones quanto por sua igualação e

agora na Fase 3 controlada apenas pela igualação dos ícones). Portanto, o que realmente

parece ter controlado a resposta de mudar ou não a localização dos cliques dos

participantes foi a ocorrência de algum tipo de mudança nos ícones, quer esta mudança

tenha sido na disposição dos ícones, quer tenha sido uma igualação.

As Figuras 8 a 19 – a, b, c exibem todos os cliques no botão do mouse emitidos

por cada participante, nas diferentes fases do experimento, o que permite observar os

diferentes padrões supersticiosos que ocorreram com onze dos doze participantes do

presente estudo. Nove deles (P1, P2, P4, P5, P6, P7, P8, P9 e P11) apresentaram

respostas supersticiosas transitórias, ou seja, ao longo do experimento apareceram

padrões supersticiosos que perduraram por apenas algum tempo, sendo substituídos

posteriormente por uma outra seqüência de respostas, supersticiosa ou não. Respostas

supersticiosas transitórias também foram obtidas com a maior parte dos participantes do

experimento de Ono (1987). Dos vinte participantes de seu experimento, apenas três

exibiram um padrão supersticioso mais constante. No presente experimento,

semelhantemente ao experimento de Ono (1997), apenas dois participantes (P3 e P10)

apresentaram padrões supersticiosos mais duradouros durante todo o experimento.

Grande parte dos experimentos que investigaram o comportamento supersticioso

utilizaram esquemas nos quais alterações ambientais ocorriam independentemente da

emissão de respostas (Skinner, 1948; Ono, 1987; Wagner e Morris, 1987; Higgins,

Morris e Johnson, 1989), ou então utilizaram combinações de esquemas envolvendo

alterações ambientais dependentes e independentes de respostas (Zeiler, 1968; Weisberg

e Kennedy, 1969; Neuringer, 1970 e Gleeson e cols., 1989). No presente experimento,

alterações ambientais dependiam da emissão de respostas por parte dos participantes, ou

seja, respostas (quantidade “n” de cliques no botão do mouse) produziam conseqüências

(mudança dos ícones). Porém, mesmo utilizando um esquema de reforçamento no qual

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os estímulos possivelmente reforçadores eram contingentes a um aspecto numérico do

comportamento, padrões supersticiosos referentes a um aspecto espacial da resposta

(cliques em zonas de localização específicas e mudanças na localização destes cliques)

foram encontrados.

Esta pesquisa mostrou a ocorrência de respostas supersticiosas em seres

humanos e vem se somar a outros trabalhos na área (Catania e Cutts, 1963; Gleeson e

cols. 1989; Higgins e cols, 1989; Matute, 1994; Matute, 1995; Ono, 1987; Wagner e

Morris, 1987; Weisberg e Kennedy, 1969; entre outros), apontando a importância de

mais estudos sobre relações contingentes e não-contingentes entres eventos, visto que a

ocorrência de comportamentos supersticiosos pode ser mais freqüente do que se possa

imaginar.

A presente pesquisa contém uma série de diferentes aspectos possíveis de serem

investigados no que se refere à emissão de comportamentos supersticiosos. Futuras

pesquisas poderiam investigar, por exemplo, a relação entre a emissão de certos padrões

supersticiosos de respostas e a velocidade com que estas respostas são emitidas, já que

alguns participantes deste estudo chegaram a deixar de aumentar sua pontuação

possivelmente em função da velocidade de seus cliques nas zonas de localização. O

valor de “n” também pode ser uma condição a ser manipulada, já que diferentes padrões

de respostas supersticiosas pareceram depender do valor de “n” inicial a que os

participantes foram expostos. Neste sentido, talvez fosse interessante criar um grupo de

participantes que fosse exposto, numa primeira fase, apenas a valores menores de “n”

(tais como valores entre 1 e 5, por exemplo, variando de forma randômica e sem

repetição), enquanto um outro grupo seria exposto, nesta primeira fase, a valores de

“n”maiores (valores entre 25 e 30, por exemplo, variando da mesma maneira que

ocorria no outro grupo). Após esta fase, padrões diferentes e razoavelmente bem

estabelecido de respostas provavelmente já teriam ocorrido em cada um dos grupos.

Poderia ser investigado, então, como tais padrões foram estabelecidos e quais as

diferenças nestes padrões (estes padrões são mais duradouros ou mais instáveis?). Em

seguida, então, poderia ser inserida uma fase na qual o valor de “n” fosse igual a um

valor entre 1 e 30, variando de forma randômica e sem repetição para todos os

participantes. Com isto, talvez seja possível observar, além do papel de diferentes

relações acidentais entre cliques e mudanças nos ícones sobre os padrões iniciais de

respostas, as condições que estabelecem e mantém (ou não mantém) diferentes padrões,

contribuindo para o estudo da variabilidade supersticiosa.

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96

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Weisberg, P. e Kennedy, D. B. (1969). Maintenance of children’s behavior by

accidental schedules of reinforcement. Journal of Experimental Child Psychology,

8, 222-233.

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ANEXO 1

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100

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Dados de identificação do participante da pesquisa:

1)Nome do participante:

Documento de identidade n.º: Data de nascimento:

Sexo: ( ) masculino ( ) feminino

Endereço:

Cidade: CEP:

Telefone(s) para contato:

Eu, ___________________________________________________________________,

(nome do participante)

dou meu consentimento livre e esclarecido para minha participação como voluntário(a)

da presente pesquisa, sob a responsabilidade do pesquisador Ghoeber Morales dos

Santos, mestrando do Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Experimental:

Análise do Comportamento da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

(PUC/SP).

Assinando este Termo de Consentimento declaro estar ciente de que:

- O objetivo da pesquisa é observar o que as pessoas fazem quando são solicitadas a

realizar tarefas de computador.

- Participarei de apenas uma sessão experimental de aproximadamente uma hora e

trinta minutos.

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- Caso eu necessite ou considere apropriado, poderei encerrar minha participação

neste estudo a qualquer momento, sem que haja qualquer prejuízo à minha pessoa e

sem a necessidade de fornecer qualquer tipo de explicação.

- Minha identidade será mantida anônima.

- Os resultados obtidos nesta pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os

objetivos do trabalho, incluída sua publicação na literatura científica especializada e

em congressos científicos.

Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a

autorização da participação na referida pesquisa.

Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em

meu poder e outra com o pesquisador responsável.

Belo Horizonte, _____ de ________________ de 2005.

____________________________

Assinatura do Participante

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ANEXO 2

Tela inicial vista pelos participantes

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ANEXO 3

Tela dividida em diferentes zonas de localização

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106

ANEXO 4

Figuras 8a, 8b, 8c

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107

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1 11 21 31 41 51 61 71 81

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

86 96 106

116

126

136

146

156

166

176

186

196

206

216

226

236

246

256

266

276

286

296

306

316

326

336

346

356

366

376

386

396

406

416

426

436

446

456

466

476

486

496

506

516

526

536

546

556

566

576

586

596

606

616

626

636

646

656

666

676

686

696

706

716

726

736

746

756

766

776

786

796

806

816

826

836

846

856

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 8a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

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108

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27

860870880890900910920930940950960970980990

1000101010201030104010501060107010801090110011101120113011401150116011701180119012001210122012301240125012601270128012901300131013201330134013501360137013801390140014101420143014401450146014701480149015001510152015301540155015601570158015901600161016201630164016501660

Seqüência de respostas

Zonas de localização

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27

166416741684169417041714172417341744175417641774178417941804181418241834184418541864187418841894190419141924193419441954196419741984199420042014202420342044205420642074208420942104211421242134214421542164217421842194220422142224223422442254226422742284229423042314232423342344235423642374238423942404

Seqüência de respostas

Zonas de localização

Figu

ra 8

b. Seqü

ência de resp

ostas emitida

s pelo pa

rticipante

P1 na

Fase 2

/sub

fase2 (grá

fico su

perior) e na F

ase 2/sub

fase 3 (grá

fico inferior). O

s círculos representa

m cliqu

es que não

foram

seguidos de m

uda

nça dos ícones, os triângu

los rep

resentam

cliques que fora

m seguidos

de mu

dança

dos ícones (muda

nça de disposição ou

iguala

ção) e os qu

adra

dos representam

cliqu

es que foram segu

idos de au

mento na pontu

ação.

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109

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27

2409241924292439244924592469247924892499250925192529253925492559256925792589259926092619262926392649265926692679268926992709271927292739274927592769277927892799280928192829283928492859286928792889289929092919292929392949295929692979298929993009301930293039304930593069

Seqüência de respostas

Zonas de localização

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27

30713081309131013111312131313141315131613171318131913201321132213231324132513261327132813291330133113321333133413351336133713381339134013411342134313441345134613471348134913501351135213531354135513561357135813591360136113621363136413651366136713681369137013711372137313741375137613771378137913801

Seqüência de respostas

Zonas de localização

Figura

8c. S

eqüência

de respostas em

itidas pelo pa

rticipa

nte P1 na

Fa

se 3/subfa

se1 (gráfico

superior) e na

Fa

se 3/subfase 2 (grá

fico inferior). Os círcu

los representam

clique

s que não

foram

seguidos

de m

udança

dos

ícones, os

triângulos

representam

cliques

que fora

m

seguidos de muda

nça dos ícones (m

udança

de disposiçã

o ou igua

laçã

o) e os quadra

dos representa

m cliqu

es que fora

m segu

idos de aum

ento na

pontuaçã

o.

Page 133: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

110

ANEXO 5

Figuras 9a, 9b, 9c

Page 134: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

111

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1 11 21 31 41 51 61 71

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

77 87 97 107

117

127

137

147

157

167

177

187

197

207

217

227

237

247

257

267

277

287

297

307

317

327

337

347

357

367

377

387

397

407

417

427

437

447

457

467

477

487

497

507

517

527

537

547

557

567

577

587

597

607

617

627

637

647

657

667

677

687

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 9a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 135: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

112

0123456789

101112131415161718192021222324252627

692

702

712

722

732

742

752

762

772

782

792

802

812

822

832

842

852

862

872

882

892

902

912

922

932

942

952

962

972

982

992

1002

1012

1022

1032

1042

1052

1062

1072

1082

1092

1102

1112

1122

1132

1142

1152

1162

1172

1182

1192

1202

1212

1222

1232

1242

1252

1262

1272

1282

1292

1302

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1310

1320

1330

1340

1350

1360

1370

1380

1390

1400

1410

1420

1430

1440

1450

1460

1470

1480

1490

1500

1510

1520

1530

1540

1550

1560

1570

1580

1590

1600

1610

1620

1630

1640

1650

1660

1670

1680

1690

1700

1710

1720

1730

1740

1750

1760

1770

1780

1790

1800

1810

1820

1830

1840

1850

1860

1870

1880

1890

1900

1910

1920

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 9b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 136: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

113

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1929

1939

1949

1959

1969

1979

1989

1999

2009

2019

2029

2039

2049

2059

2069

2079

2089

2099

2109

2119

2129

2139

2149

2159

2169

2179

2189

2199

2209

2219

2229

2239

2249

2259

2269

2279

2289

2299

2309

2319

2329

2339

2349

2359

2369

2379

2389

2399

2409

2419

2429

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

2437

2447

2457

2467

2477

2487

2497

2507

2517

2527

2537

2547

2557

2567

2577

2587

2597

2607

2617

2627

2637

2647

2657

2667

2677

2687

2697

2707

2717

2727

2737

2747

2757

2767

2777

2787

2797

2807

2817

2827

2837

2847

2857

2867

2877

2887

2897

2907

2917

2927

2937

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 9c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 137: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

114

ANEXO 6

Figuras 10a, 10b, 10c

Page 138: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

115

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1 11 21 31 41 51 61 71

Seqüência de respostas

Zona

s de

loca

lizaç

ão

0123456789

101112131415161718192021222324252627

81 91 101

111

121

131

141

151

161

171

181

191

201

211

221

231

241

251

261

271

281

291

301

311

321

331

341

351

361

371

381

391

401

411

421

431

441

451

461

471

481

491

501

511

521

531

541

551

561

571

581

591

601

611

621

631

641

651

661

671

681

691

Seqüência de respostas

Zona

s de

loca

lizaç

ão

Figura 10a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P3 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 139: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

116

0123456789

101112131415161718192021222324252627

700

710

720

730

740

750

760

770

780

790

800

810

820

830

840

850

860

870

880

890

900

910

920

930

940

950

960

970

980

990

1000

1010

1020

1030

1040

1050

1060

1070

1080

1090

1100

1110

1120

1130

1140

1150

1160

1170

1180

1190

1200

1210

1220

1230

1240

1250

1260

1270

1280

1290

1300

1310

1320

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1325

1335

1345

1355

1365

1375

1385

1395

1405

1415

1425

1435

1445

1455

1465

1475

1485

1495

1505

1515

1525

1535

1545

1555

1565

1575

1585

1595

1605

1615

1625

1635

1645

1655

1665

1675

1685

1695

1705

1715

1725

1735

1745

1755

1765

1775

1785

1795

1805

1815

1825

1835

1845

1855

1865

1875

1885

1895

1905

1915

1925

1935

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 10b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P3 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 140: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

117

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1942

1952

1962

1972

1982

1992

2002

2012

2022

2032

2042

2052

2062

2072

2082

2092

2102

2112

2122

2132

2142

2152

2162

2172

2182

2192

2202

2212

2222

2232

2242

2252

2262

2272

2282

2292

2302

2312

2322

2332

2342

2352

2362

2372

2382

2392

2402

2412

2422

2432

2442

2452

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

2453

2463

2473

2483

2493

2503

2513

2523

2533

2543

2553

2563

2573

2583

2593

2603

2613

2623

2633

2643

2653

2663

2673

2683

2693

2703

2713

2723

2733

2743

2753

2763

2773

2783

2793

2803

2813

2823

2833

2843

2853

2863

2873

2883

2893

2903

2913

2923

2933

2943

2953

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 10c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P3 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 141: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

118

ANEXO 7

Figuras 11a, 11b, 11c

Page 142: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

119

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1 11 21 31 41 51 61 71

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

78 88 98 108

118

128

138

148

158

168

178

188

198

208

218

228

238

248

258

268

278

288

298

308

318

328

338

348

358

368

378

388

398

408

418

428

438

448

458

468

478

488

498

508

518

528

538

548

558

568

578

588

598

608

618

628

638

648

658

668

678

688

698

708

718

728

738

748

758

768

778

788

798

808

818

828

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 11a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P4 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 143: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

120

0123456789

101112131415161718192021222324252627

833

843

853

863

873

883

893

903

913

923

933

943

953

963

973

983

993

1003

1013

1023

1033

1043

1053

1063

1073

1083

1093

1103

1113

1123

1133

1143

1153

1163

1173

1183

1193

1203

1213

1223

1233

1243

1253

1263

1273

1283

1293

1303

1313

1323

1333

1343

1353

1363

1373

1383

1393

1403

1413

1423

1433

1443

1453

1463

1473

1483

1493

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1496

1506

1516

1526

1536

1546

1556

1566

1576

1586

1596

1606

1616

1626

1636

1646

1656

1666

1676

1686

1696

1706

1716

1726

1736

1746

1756

1766

1776

1786

1796

1806

1816

1826

1836

1846

1856

1866

1876

1886

1896

1906

1916

1926

1936

1946

1956

1966

1976

1986

1996

2006

2016

2026

2036

2046

2056

2066

2076

2086

2096

2106

2116

2126

2136

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 11b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P4 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 144: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

121

0123456789

101112131415161718192021222324252627

2137

2147

2157

2167

2177

2187

2197

2207

2217

2227

2237

2247

2257

2267

2277

2287

2297

2307

2317

2327

2337

2347

2357

2367

2377

2387

2397

2407

2417

2427

2437

2447

2457

2467

2477

2487

2497

2507

2517

2527

2537

2547

2557

2567

2577

2587

2597

2607

2617

2627

2637

2647

2657

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

2662

2672

2682

2692

2702

2712

2722

2732

2742

2752

2762

2772

2782

2792

2802

2812

2822

2832

2842

2852

2862

2872

2882

2892

2902

2912

2922

2932

2942

2952

2962

2972

2982

2992

3002

3012

3022

3032

3042

3052

3062

3072

3082

3092

3102

3112

3122

3132

3142

3152

3162

3172

3182

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 11c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P4 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 145: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

122

ANEXO 8

Figuras 12a, 12b, 12c

Page 146: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

123

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1 11 21 31 41 51 61 71

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

76 86 96 106

116

126

136

146

156

166

176

186

196

206

216

226

236

246

256

266

276

286

296

306

316

326

336

346

356

366

376

386

396

406

416

426

436

446

456

466

476

486

496

506

516

526

536

546

556

566

576

586

596

606

616

626

636

646

656

666

676

686

696

706

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 12a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P5 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 147: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

124

0123456789

101112131415161718192021222324252627

710

720

730

740

750

760

770

780

790

800

810

820

830

840

850

860

870

880

890

900

910

920

930

940

950

960

970

980

990

1000

1010

1020

1030

1040

1050

1060

1070

1080

1090

1100

1110

1120

1130

1140

1150

1160

1170

1180

1190

1200

1210

1220

1230

1240

1250

1260

1270

1280

1290

1300

1310

1320

1330

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1336

1346

1356

1366

1376

1386

1396

1406

1416

1426

1436

1446

1456

1466

1476

1486

1496

1506

1516

1526

1536

1546

1556

1566

1576

1586

1596

1606

1616

1626

1636

1646

1656

1666

1676

1686

1696

1706

1716

1726

1736

1746

1756

1766

1776

1786

1796

1806

1816

1826

1836

1846

1856

1866

1876

1886

1896

1906

1916

1926

1936

1946

1956

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 12b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P5 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 148: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

125

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1961

1971

1981

1991

2001

2011

2021

2031

2041

2051

2061

2071

2081

2091

2101

2111

2121

2131

2141

2151

2161

2171

2181

2191

2201

2211

2221

2231

2241

2251

2261

2271

2281

2291

2301

2311

2321

2331

2341

2351

2361

2371

2381

2391

2401

2411

2421

2431

2441

2451

2461

2471

2481

2491

2501

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

2502

2512

2522

2532

2542

2552

2562

2572

2582

2592

2602

2612

2622

2632

2642

2652

2662

2672

2682

2692

2702

2712

2722

2732

2742

2752

2762

2772

2782

2792

2802

2812

2822

2832

2842

2852

2862

2872

2882

2892

2902

2912

2922

2932

2942

2952

2962

2972

2982

2992

3002

3012

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 12c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P5 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 149: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

126

ANEXO 9

Figuras 13a, 13b, 13c

Page 150: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

127

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1 11 21 31 41 51 61 71

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

79 89 99 109

119

129

139

149

159

169

179

189

199

209

219

229

239

249

259

269

279

289

299

309

319

329

339

349

359

369

379

389

399

409

419

429

439

449

459

469

479

489

499

509

519

529

539

549

559

569

579

589

599

609

619

629

639

649

659

669

679

689

699

709

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 13a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P6 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 151: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

128

0123456789

101112131415161718192021222324252627

717

727

737

747

757

767

777

787

797

807

817

827

837

847

857

867

877

887

897

907

917

927

937

947

957

967

977

987

997

1007

1017

1027

1037

1047

1057

1067

1077

1087

1097

1107

1117

1127

1137

1147

1157

1167

1177

1187

1197

1207

1217

1227

1237

1247

1257

1267

1277

1287

1297

1307

1317

1327

1337

1347

1357

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1361

1371

1381

1391

1401

1411

1421

1431

1441

1451

1461

1471

1481

1491

1501

1511

1521

1531

1541

1551

1561

1571

1581

1591

1601

1611

1621

1631

1641

1651

1661

1671

1681

1691

1701

1711

1721

1731

1741

1751

1761

1771

1781

1791

1801

1811

1821

1831

1841

1851

1861

1871

1881

1891

1901

1911

1921

1931

1941

1951

1961

1971

1981

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 13b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P6 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 152: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

129

0123456789

101112131415161718192021222324252627

19

86

19

96

20

06

20

16

20

26

20

36

20

46

20

56

20

66

20

76

20

86

20

96

21

06

21

16

21

26

21

36

21

46

21

56

21

66

21

76

21

86

21

96

22

06

22

16

22

26

22

36

22

46

22

56

22

66

22

76

22

86

22

96

23

06

23

16

23

26

23

36

23

46

23

56

23

66

23

76

23

86

23

96

24

06

24

16

24

26

24

36

24

46

24

56

24

66

24

76

24

86

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

24

95

25

05

25

15

25

25

25

35

25

45

25

55

25

65

25

75

25

85

25

95

26

05

26

15

26

25

26

35

26

45

26

55

26

65

26

75

26

85

26

95

27

05

27

15

27

25

27

35

27

45

27

55

27

65

27

75

27

85

27

95

28

05

28

15

28

25

28

35

28

45

28

55

28

65

28

75

28

85

28

95

29

05

29

15

29

25

29

35

29

45

29

55

29

65

29

75

29

85

29

95

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 13c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P6 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 153: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

130

ANEXO 10

Figuras 14a, 14b, 14c

Page 154: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

131

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1 11 21 31 41 51 61 71 81

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

83 93 103

113

123

133

143

153

163

173

183

193

203

213

223

233

243

253

263

273

283

293

303

313

323

333

343

353

363

373

383

393

403

413

423

433

443

453

463

473

483

493

503

513

523

533

543

553

563

573

583

593

603

613

623

633

643

653

663

673

683

693

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 14a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P7 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 155: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

132

0123456789

101112131415161718192021222324252627

698

708

718

728

738

748

758

768

778

788

798

808

818

828

838

848

858

868

878

888

898

908

918

928

938

948

958

968

978

988

998

1008

1018

1028

1038

1048

1058

1068

1078

1088

1098

1108

1118

1128

1138

1148

1158

1168

1178

1188

1198

1208

1218

1228

1238

1248

1258

1268

1278

1288

1298

1308

1318

1328

1338

1348

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1354

1364

1374

1384

1394

1404

1414

1424

1434

1444

1454

1464

1474

1484

1494

1504

1514

1524

1534

1544

1554

1564

1574

1584

1594

1604

1614

1624

1634

1644

1654

1664

1674

1684

1694

1704

1714

1724

1734

1744

1754

1764

1774

1784

1794

1804

1814

1824

1834

1844

1854

1864

1874

1884

1894

1904

1914

1924

1934

1944

1954

1964

1974

1984

1994

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 14b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P7 na Fase 2/subfase2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 156: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

133

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1998

2008

2018

2028

2038

2048

2058

2068

2078

2088

2098

2108

2118

2128

2138

2148

2158

2168

2178

2188

2198

2208

2218

2228

2238

2248

2258

2268

2278

2288

2298

2308

2318

2328

2338

2348

2358

2368

2378

2388

2398

2408

2418

2428

2438

2448

2458

2468

2478

2488

2498

2508

2518

2528

2538

2548

2558

2568

2578

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

2584

2594

2604

2614

2624

2634

2644

2654

2664

2674

2684

2694

2704

2714

2724

2734

2744

2754

2764

2774

2784

2794

2804

2814

2824

2834

2844

2854

2864

2874

2884

2894

2904

2914

2924

2934

2944

2954

2964

2974

2984

2994

3004

3014

3024

3034

3044

3054

3064

3074

3084

3094

3104

3114

3124

3134

3144

3154

3164

3174

3184

3194

3204

3214

3224

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 14c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P7 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 157: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

134

ANEXO 11

Figuras 15a, 15b, 15c

Page 158: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

135

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1 11 21 31 41 51 61 71

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

76

86

96

10

61

16

12

61

36

14

61

56

16

61

76

18

61

96

20

62

16

22

62

36

24

62

56

26

62

76

28

62

96

30

63

16

32

63

36

34

63

56

36

63

76

38

63

96

40

64

16

42

64

36

44

64

56

46

64

76

48

64

96

50

65

16

52

65

36

54

65

56

56

65

76

58

65

96

60

66

16

62

66

36

64

66

56

66

66

76

68

6

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 15a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P8 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 159: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

136

0123456789

101112131415161718192021222324252627

69

57

05

71

57

25

73

57

45

75

57

65

77

57

85

79

58

05

81

58

25

83

58

45

85

58

65

87

58

85

89

59

05

91

59

25

93

59

45

95

59

65

97

59

85

99

51

00

51

01

51

02

51

03

51

04

51

05

51

06

51

07

51

08

51

09

51

10

51

11

51

12

51

13

51

14

51

15

51

16

51

17

51

18

51

19

51

20

51

21

51

22

51

23

51

24

51

25

51

26

51

27

51

28

51

29

51

30

5

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

13

10

13

20

13

30

13

40

13

50

13

60

13

70

13

80

13

90

14

00

14

10

14

20

14

30

14

40

14

50

14

60

14

70

14

80

14

90

15

00

15

10

15

20

15

30

15

40

15

50

15

60

15

70

15

80

15

90

16

00

16

10

16

20

16

30

16

40

16

50

16

60

16

70

16

80

16

90

17

00

17

10

17

20

17

30

17

40

17

50

17

60

17

70

17

80

17

90

18

00

18

10

18

20

18

30

18

40

18

50

18

60

18

70

18

80

18

90

19

00

19

10

19

20

19

30

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 15b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P8 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 160: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

137

0123456789

101112131415161718192021222324252627

19

38

19

48

19

58

19

68

19

78

19

88

19

98

20

08

20

18

20

28

20

38

20

48

20

58

20

68

20

78

20

88

20

98

21

08

21

18

21

28

21

38

21

48

21

58

21

68

21

78

21

88

21

98

22

08

22

18

22

28

22

38

22

48

22

58

22

68

22

78

22

88

22

98

23

08

23

18

23

28

23

38

23

48

23

58

23

68

23

78

23

88

23

98

24

08

24

18

24

28

24

38

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

24

45

24

55

24

65

24

75

24

85

24

95

25

05

25

15

25

25

25

35

25

45

25

55

25

65

25

75

25

85

25

95

26

05

26

15

26

25

26

35

26

45

26

55

26

65

26

75

26

85

26

95

27

05

27

15

27

25

27

35

27

45

27

55

27

65

27

75

27

85

27

95

28

05

28

15

28

25

28

35

28

45

28

55

28

65

28

75

28

85

28

95

29

05

29

15

29

25

29

35

29

45

29

55

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 15c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P8 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 161: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

138

ANEXO 12

Figuras 16a, 16b, 16c

Page 162: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

139

0123456789

101112131415161718192021222324252627

11

12

13

14

15

16

17

18

19

11

01

11

11

21

13

11

41

15

11

61

17

11

81

19

12

01

21

12

21

23

12

41

25

12

61

27

12

81

29

13

01

31

13

21

33

13

41

35

13

61

37

13

81

39

14

01

41

14

21

43

14

41

45

14

61

47

14

81

49

15

01

51

15

21

53

15

41

55

15

61

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

56

95

79

58

95

99

60

96

19

62

96

39

64

96

59

66

96

79

68

96

99

70

97

19

72

97

39

74

97

59

76

97

79

78

97

99

80

98

19

82

98

39

84

98

59

86

98

79

88

98

99

90

99

19

92

99

39

94

99

59

96

99

79

98

99

99

10

09

10

19

10

29

10

39

10

49

10

59

10

69

10

79

10

89

10

99

11

09

11

19

11

29

11

39

11

49

11

59

11

69

11

79

11

89

11

99

12

09

12

19

12

29

12

39

12

49

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 16a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P9 na Fase 3/subfase1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 163: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

140

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1257 1267 1277 1287 1297 1307 1317 1327 1337

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1347

1357

1367

1377

1387

1397

1407

1417

1427

1437

1447

1457

1467

1477

1487

1497

1507

1517

1527

1537

1547

1557

1567

1577

1587

1597

1607

1617

1627

1637

1647

1657

1667

1677

1687

1697

1707

1717

1727

1737

1747

1757

1767

1777

1787

1797

1807

1817

1827

1837

1847

1857

1867

1877

1887

1897

1907

1917

1927

1937

1947

1957

1967

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 16b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P9 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 164: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

141

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1972

1982

1992

2002

2012

2022

2032

2042

2052

2062

2072

2082

2092

2102

2112

2122

2132

2142

2152

2162

2172

2182

2192

2202

2212

2222

2232

2242

2252

2262

2272

2282

2292

2302

2312

2322

2332

2342

2352

2362

2372

2382

2392

2402

2412

2422

2432

2442

2452

2462

2472

2482

2492

2502

2512

2522

2532

2542

2552

2562

2572

2582

2592

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

2594

2604

2614

2624

2634

2644

2654

2664

2674

2684

2694

2704

2714

2724

2734

2744

2754

2764

2774

2784

2794

2804

2814

2824

2834

2844

2854

2864

2874

2884

2894

2904

2914

2924

2934

2944

2954

2964

2974

2984

2994

3004

3014

3024

3034

3044

3054

3064

3074

3084

3094

3104

3114

3124

3134

3144

3154

3164

3174

3184

3194

3204

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 16c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P9 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 165: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

142

ANEXO 13

Figuras 17a, 17b, 17c

Page 166: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

143

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1 11 21 31 41 51 61 71 81 9110

111

112

113

114

115

116

117

118

119

120

121

122

123

124

125

126

127

128

129

130

131

132

133

134

135

136

137

138

139

140

141

142

143

144

145

146

147

148

149

150

151

152

153

154

155

156

157

158

159

1

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

592

602

612

622

632

642

652

662

672

682

692

702

712

722

732

742

752

762

772

782

792

802

812

822

832

842

852

862

872

882

892

902

912

922

932

942

952

962

972

982

992

1002

1012

1022

1032

1042

1052

1062

1072

1082

1092

1102

1112

1122

1132

1142

1152

1162

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 17a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P10 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 167: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

144

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1172 1182 1192 1202 1212 1222 1232 1242

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

12

50

12

60

12

70

12

80

12

90

13

00

13

10

13

20

13

30

13

40

13

50

13

60

13

70

13

80

13

90

14

00

14

10

14

20

14

30

14

40

14

50

14

60

14

70

14

80

14

90

15

00

15

10

15

20

15

30

15

40

15

50

15

60

15

70

15

80

15

90

16

00

16

10

16

20

16

30

16

40

16

50

16

60

16

70

16

80

16

90

17

00

17

10

17

20

17

30

17

40

17

50

17

60

17

70

17

80

17

90

18

00

18

10

18

20

18

30

18

40

18

50

18

60

18

70

18

80

18

90

19

00

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 17b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P10 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 168: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

145

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1904

1914

1924

1934

1944

1954

1964

1974

1984

1994

2004

2014

2024

2034

2044

2054

2064

2074

2084

2094

2104

2114

2124

2134

2144

2154

2164

2174

2184

2194

2204

2214

2224

2234

2244

2254

2264

2274

2284

2294

2304

2314

2324

2334

2344

2354

2364

2374

2384

2394

2404

2414

2424

2434

2444

2454

2464

2474

2484

2494

2504

2514

2524

2534

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

2541

2551

2561

2571

2581

2591

2601

2611

2621

2631

2641

2651

2661

2671

2681

2691

2701

2711

2721

2731

2741

2751

2761

2771

2781

2791

2801

2811

2821

2831

2841

2851

2861

2871

2881

2891

2901

2911

2921

2931

2941

2951

2961

2971

2981

2991

3001

3011

3021

3031

3041

3051

3061

3071

3081

3091

3101

3111

3121

3131

3141

3151

3161

3171

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 17c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P10 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques queforam seguidos de aumento na pontuação.

Page 169: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

146

ANEXO 14

Figuras 18a, 18b, 18c

Page 170: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

147

0123456789

101112131415161718192021222324252627

11

12

13

14

15

16

17

18

19

11

01

11

11

21

13

11

41

15

11

61

17

11

81

19

12

01

21

12

21

23

12

41

25

12

61

27

12

81

29

13

01

31

13

21

33

13

41

35

13

61

37

13

81

39

14

01

41

14

21

43

14

41

45

14

61

47

14

81

49

15

01

51

15

21

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

52

45

34

54

45

54

56

45

74

58

45

94

60

46

14

62

46

34

64

46

54

66

46

74

68

46

94

70

47

14

72

47

34

74

47

54

76

47

74

78

47

94

80

48

14

82

48

34

84

48

54

86

48

74

88

48

94

90

49

14

92

49

34

94

49

54

96

49

74

98

49

94

10

04

10

14

10

24

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 18a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P11 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 171: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

148

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1029 1039 1049 1059 1069 1079 1089 1099

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

11

05

11

15

11

25

11

35

11

45

11

55

11

65

11

75

11

85

11

95

12

05

12

15

12

25

12

35

12

45

12

55

12

65

12

75

12

85

12

95

13

05

13

15

13

25

13

35

13

45

13

55

13

65

13

75

13

85

13

95

14

05

14

15

14

25

14

35

14

45

14

55

14

65

14

75

14

85

14

95

15

05

15

15

15

25

15

35

15

45

15

55

15

65

15

75

15

85

15

95

16

05

16

15

16

25

16

35

16

45

16

55

16

65

16

75

16

85

16

95

17

05

17

15

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 18b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P11 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 172: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

149

0123456789

101112131415161718192021222324252627

17

20

17

30

17

40

17

50

17

60

17

70

17

80

17

90

18

00

18

10

18

20

18

30

18

40

18

50

18

60

18

70

18

80

18

90

19

00

19

10

19

20

19

30

19

40

19

50

19

60

19

70

19

80

19

90

20

00

20

10

20

20

20

30

20

40

20

50

20

60

20

70

20

80

20

90

21

00

21

10

21

20

21

30

21

40

21

50

21

60

21

70

21

80

21

90

22

00

22

10

22

20

22

30

22

40

22

50

22

60

22

70

22

80

22

90

23

00

23

10

23

20

23

30

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

23

35

23

45

23

55

23

65

23

75

23

85

23

95

24

05

24

15

24

25

24

35

24

45

24

55

24

65

24

75

24

85

24

95

25

05

25

15

25

25

25

35

25

45

25

55

25

65

25

75

25

85

25

95

26

05

26

15

26

25

26

35

26

45

26

55

26

65

26

75

26

85

26

95

27

05

27

15

27

25

27

35

27

45

27

55

27

65

27

75

27

85

27

95

28

05

28

15

28

25

28

35

28

45

28

55

28

65

28

75

28

85

28

95

29

05

29

15

29

25

29

35

29

45

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 18c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P11 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 173: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

150

ANEXO 15

Figuras 19a, 19b, 19c

Page 174: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

151

0123456789

101112131415161718192021222324252627

11

12

13

14

15

16

17

18

19

11

01

11

11

21

13

11

41

15

11

61

17

11

81

19

12

01

21

12

21

23

12

41

25

12

61

27

12

81

29

13

01

31

13

21

33

13

41

35

13

61

37

13

81

39

14

01

41

14

21

43

14

41

45

14

61

47

14

81

49

15

01

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

50

65

16

52

65

36

54

65

56

56

65

76

58

65

96

60

66

16

62

66

36

64

66

56

66

66

76

68

66

96

70

67

16

72

67

36

74

67

56

76

67

76

78

67

96

80

68

16

82

68

36

84

68

56

86

68

76

88

68

96

90

69

16

92

69

36

94

69

56

96

69

76

98

69

96

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 19a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P12 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 175: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

152

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1006 1016 1026 1036 1046 1056 1066 1076

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1081

1091

1101

1111

1121

1131

1141

1151

1161

1171

1181

1191

1201

1211

1221

1231

1241

1251

1261

1271

1281

1291

1301

1311

1321

1331

1341

1351

1361

1371

1381

1391

1401

1411

1421

1431

1441

1451

1461

1471

1481

1491

1501

1511

1521

1531

1541

1551

1561

1571

1581

1591

1601

1611

1621

1631

1641

1651

1661

1671

1681

1691

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 19b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P12 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.

Page 176: A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo … · 2017. 2. 22. · Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e

153

0123456789

101112131415161718192021222324252627

1697

1707

1717

1727

1737

1747

1757

1767

1777

1787

1797

1807

1817

1827

1837

1847

1857

1867

1877

1887

1897

1907

1917

1927

1937

1947

1957

1967

1977

1987

1997

2007

2017

2027

2037

2047

2057

2067

2077

2087

2097

2107

2117

2127

2137

2147

2157

2167

2177

2187

2197

2207

2217

2227

2237

2247

2257

2267

2277

2287

2297

2307

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

0123456789

101112131415161718192021222324252627

2314

2324

2334

2344

2354

2364

2374

2384

2394

2404

2414

2424

2434

2444

2454

2464

2474

2484

2494

2504

2514

2524

2534

2544

2554

2564

2574

2584

2594

2604

2614

2624

2634

2644

2654

2664

2674

2684

2694

2704

2714

2724

2734

2744

2754

2764

2774

2784

2794

2804

2814

2824

2834

2844

2854

2864

2874

2884

2894

2904

2914

2924

Seqüência de respostas

Zon

as d

e lo

caliz

ação

Figura 19c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P12 na Fase 2/subfase 2(gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.