a relação entre comportamento supersticioso e estímulo … · 2017. 2. 22. · figura 9a:...
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM PSICOLOGIA
EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo
Reforçador Condicionado: Uma Replicação Sistemática de
Lee (1996).
Ghoeber Morales dos Santos
PUC/SP
SÃO PAULO
2006
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GHOEBER MORALES DOS SANTOS
A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo
Reforçador Condicionado: Uma Replicação Sistemática de
Lee (1996)
Dissertação apresentada à Banca
Examinadora da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, como exigência
parcial para a obtenção do título de Mestre
em Psicologia Experimental: Análise do
Comportamento, sob orientação da Profa.
Dra. Nilza Micheletto.
Projeto parcialmente financiado pela CAPES.
PUC/SP
SÃO PAULO
2006
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Banca Examinadora
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Data: _____/_____/_____
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AGRADECIMENTOS Dedico este trabalho às duas pessoas mais importantes da minha vida: meu pai
(Xavier) e minha mãe (Rosângela). Sou extremamente privilegiado em tê-los como
meus pais. Muito obrigado por apostarem e investirem tanto em mim. Vocês estão por
trás de cada conquista e de cada vitória que eu alcancei até hoje. A certeza de que vocês
sempre estarão ao meu lado me traz conforto e ânimo. Amo vocês!
Tenho a sorte e a felicidade de poder contar com pessoas especiais. A elas
gostaria de dizer algumas palavras:
Klaus, ter você como irmão é ter a certeza de um ombro amigo a qualquer
momento. Seu apoio e incentivo foram de extrema importância ao longo destes dois
anos. Obrigado por tudo!
Max, meu irmão, sinto seu carinho e sua preocupação constante com o meu bem
estar. Obrigado por sua atenção e paciência nestes últimos tempos.
Vovó e Tim, a distância que nos separa nunca foi capaz de impedir que o apoio e
o amor de vocês chegassem até mim. Muito obrigado pelas orações.
Fabiano e Isabella (Cachorrinha!), vocês são dois irmãos que a vida me deu de
presente. A presença de vocês me deu forças para enfrentar mais este desafio. Agradeço
por tudo o que vocês fizeram por mim, principalmente naqueles momentos em que eu
mais precisei de vocês dois. Vocês moram no meu coração.
Leila, foi muito bom pra mim ter concluído este Mestrado com você. Sua
companhia nas viagens semanais a São Paulo me fazia muito bem. Lembro com
saudades das nossas conversas no ônibus. Enfrentamos dificuldades juntos e também
dividimos alegrias. Obrigado por sua disponibilidade em me ajudar nas tantas vezes que
precisei e preciso.
Denise (Denisiiii), sua companhia no primeiro ano do Mestrado foi fundamental
para que eu conseguisse continuar seguindo em frente. Ficar no Laboratório durante as
Quartas-feiras só fazia algum sentido porque você ficava lá, estudando comigo. Nunca
vou me esquecer disto. Gosto muito de você!
Ana Paula Basqueira, demoramos um pouco mais para nos entrosar, mas depois
que isto ocorreu nos tornamos grandes amigos. Esse seu jeito doce e acolhedor me fez
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muito bem durante estes dois anos. Você também foi uma excelente companheira!
Obrigado por sua amizade.
Elisa, seu jeito “arretado” de ser desde o início me cativou. Você me divertiu
muito durante o curso, aliviando o stress do dia-a-dia. Um “cheiro” pra você!
Karine, você agüentou muita chatice minha nestes dois anos, né? Adorava te
perturbar... Muito obrigado pelo apoio nesta reta final. Você é uma pessoa especial.
Ana Paula Maestrello, sua risada gostosa me divertia e me “colocava pra cima”.
Sua companhia foi muito agradável.
Sandi, partilhamos de momentos agradáveis nestes tempos, incluindo nossa
viagem à São Carlos. Você só ficou me devendo uma “canja”... Ah! E não se esqueça de
tomar conta do Jr.!
Thaís Salles, não vou me esquecer da sua boa vontade e disposição constante em
me ajudar. Você é um doce de pessoa. Obrigado por tudo.
Maria Paula, sempre admirei sua dedicação aos estudos. Por trás da sua feição
mais “séria” existe uma pessoa meiga e prestativa.
Regina, sem você os gráficos mais importantes deste trabalho não teriam saído
“do mundo das idéias”... Muito obrigado pela prestatividade e prontidão em me ajudar!
Lígia, você é uma pessoa sensacional. Apesar de termos nos conhecido há pouco
tempo, sua presença foi bastante marcante nesta minha caminhada!
Nico, seus questionamentos e comentários nas aulas que assistimos juntos foram
enriquecedores. Receber você e Denise na minha casa foi um momento muito divertido
pra mim!
Vanessa di Rienzo, sua ajuda no período da Qualificação do meu projeto de
pesquisa (tirando dúvidas, discutindo textos e nos ensaios para a apresentação) foi
valiosa.
Manu, desde 1999 quando entramos na faculdade, ser seu amigo é muito bom
pra mim. Sei que posso contar com você! Muito obrigado por ter aceitado tão
prontamente fazer o teste do meu programa de computador.
Vívica (Xislaine!), nossa amizade se solidificou e isto é motivo de alegria pra
mim. Suas palavras de incentivo foram muito importantes. Gosto demais de você, Xis!
Lu Verneque, admiro seu compromisso e seriedade com a vida de um modo
geral. Obrigado pela constante atenção e enorme disposição em me ajudar. Você é uma
pessoa maravilhosa.
vi
Ana Maria Lé Sénéchal Machado (ufa!), seu pupilo favorito aprendeu muitas
coisas com você. Tem sido ótimo partilhar minha vida com você. Beijo do Tino!
André, nem sei como te agradecer por tudo o que fez e faz por mim. Você deu o
pontapé inicial na minha formação enquanto um Analista do Comportamento. Foi um
professor que me fez crescer. É provável que não estivesse concluindo este Mestrado se
não tivesse sido seu aluno. Obrigado!
Andréia, Junea e Sílvia: mesmo que nosso contato tenha diminuído um pouco
nestes últimos tempos, sei da torcida de vocês por mim. Obrigado.
Paty Casela, sua alegria de viver me emociona. Faz 20 anos que te conheço e
cada vez mais gosto de você. Obrigado por seu carinho comigo.
Jô (Pê), ainda me lembro da primeira vez que te liguei agendando uma visita sua
até a UFMG. Quem diria que deste encontro sairia uma amizade tão boa? Suas palavras
de incentivo sempre me fizeram muito bem. Não me esquecerei do nosso passeio em
São Paulo.
Resende e Isabel, obrigado pelo carinho tão grande que vocês tem por mim. A
recíproca é verdadeira.
Geraldino, sem sua ajuda a realização deste trabalho seria inviável. O programa
de computador ficou excelente! Obrigado por sua paciência, interesse em me ajudar e
pelo enorme empenho ao longo destes meses. Você trabalhou duro para que tudo saísse
ao meu contento.
Dinalva (Bonitinha!) e Neusa, obrigado por sempre me receberam tão bem no
Laboratório. E por toda a ajuda que vocês me prestaram.
Cibele Santoro, sua presença na minha Banca de Qualificação foi
imprescindível. Você atentou para fatos interessantes e que nenhum de nós havia
pensado. Obrigado!
Maria Eliza Mazzili, obrigado por sua sugestões e comentários na minha
Qualificação. A leitura atenta que você fez do meu trabalho foi muito relevante.
Roberto, fico muito grato por sua disponibilidade em me ajudar sempre que eu
precisei. Suas considerações foram valiosas. Obrigado por tudo.
Téia, ter sido seu aluno na atividade de pesquisa supervisionada foi uma etapa
fundamental no meu crescimento acadêmico. Além disso, você sempre foi muito gentil
e atenciosa comigo, o que me deixava confortável durante as aulas. Muito obrigado
mesmo!
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Nilza, ter sido seu orientando foi um privilégio. Você investiu em mim e
defendeu comigo minhas idéias. Fez muitos questionamentos que me fizeram olhar
além daquilo que eu conseguia enxergar sozinho. Aprendi muito com você durante este
tempo. Seu jeito meigo e tranqüilo, além do cuidado que você sempre teve com as
palavras ao sugerir algo novo ou ao fazer correções no meu trabalho foram de extrema
importância.Um beijo e muito obrigado!
Aos demais professores do Programa de Mestrado, quero agradecer
enormemente por terem contribuído significativamente na minha formação. A qualidade
das aulas e cursos que vocês oferecem são excepcionais. A dedicação quase que
exclusiva de vocês à Análise do Comportamento realmente impressiona!
Finalmente, quero agradecer aos participantes desta pesquisa e à CAPES, que
financiou parcialmente este projeto.
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“O estudo de qualquer objeto começa nos domínios da superstição.” (Skinner, 1953)
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SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS................................................................................................. iv
SUMÁRIO................................................................................................................... ix
LISTA DE FIGURAS................................................................................................... x
LISTA DE TABELAS ............................................................................................. xviii
RESUMO .................................................................................................................. xix
ABSTRACT .............................................................................................................. xxi
INTRODUÇÃO............................................................................................................ 1
MÉTODO................................................................................................................... 23
Participantes:........................................................................................................... 23 Local e Equipamento:.............................................................................................. 23 Procedimento: ......................................................................................................... 23
Fase 1: Treino ..................................................................................................... 25 Fase 2: Falhas randômicas seguidas de sucessos inevitáveis ................................ 26 Fase 3: Falhas randômicas seguidas por mudança direta dos ícones ..................... 27
RESULTADOS .......................................................................................................... 29
DISCUSSÃO.............................................................................................................. 88
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 96
ANEXO 1................................................................................................................... 99
ANEXO 2................................................................................................................. 102
ANEXO 3................................................................................................................. 104
ANEXO 4................................................................................................................. 106
ANEXO 5................................................................................................................. 110
ANEXO 6................................................................................................................. 114
ANEXO 7................................................................................................................. 118
ANEXO 8................................................................................................................. 122
ANEXO 9................................................................................................................. 126
ANEXO 10 ............................................................................................................... 130
ANEXO 11 ............................................................................................................... 134
ANEXO 12 ............................................................................................................... 138
ANEXO 13 ............................................................................................................... 142
ANEXO 14 ............................................................................................................... 146
ANEXO 15 ............................................................................................................... 150
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LISTA DE FIGURAS Figura 1: Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após falhas na mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 1, 2 e 3, para os participantes P1 a P8...................................................42
Figura 2: Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após falhas na mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 3, 1 e 2, para os participantes P9 a P12.................................................43 Figura 3: Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após ocorrência de mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 1, 2 e 3, para os participantes P1 a P8...................................................47 Figura 4: Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após ocorrência de mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 3, 1 e 2, para os participantes P9 a P12.................................................48 Figura 5: Mudanças de localização relativas aos cliques ocorridos nos elementos X, 1, 2, 3, 4, 5 e Z, onde 1, 2, 3, 4 e 5 referem-se aos cliques que produziram mudança nos ícones; X e Z referem-se aos cliques anterior a 1 e posterior a 5, respectivamente. Participantes P1 a P8.......................................................................................................52 Figura 6: Mudanças de localização relativas aos cliques ocorridos nos elementos X, 1, 2, 3, 4, 5 e Z, onde 1, 2, 3, 4 e 5 referem-se aos cliques que produziram mudança nos ícones; X e Z referem-se aos cliques anterior a 1 e posterior a 5, respectivamente. Participantes P9 a P12.....................................................................................................53 Figura 7: Mudanças de localização relativas aos cliques ocorridos nos elementos X4, X3, X2, X1, X, Z, Z1, Z2 e Z3 onde X refere-se aos cliques seguidos de igualação dos ícones e os outros elementos referem-se aos quatro cliques anteriores e posteriores a X, respectivamente...............................................................................................................56 Figura 8a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............107 Figura 8b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................108
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Figura 8c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................109 Figura 9a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............111 Figura 9b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................112 Figura 9c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................113 Figura 10a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P3 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............115 Figura 10b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P3 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................116 Figura 10c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P3 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................117 Figura 11a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P4 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que
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foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............119 Figura 11b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P4 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................120 Figura 11c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P4 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................121 Figura 12a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P5 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............123 Figura 12b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P5 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................124 Figura 12c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P5 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................125 Figura 13a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P6 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............127 Figura 13b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P6 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................128
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Figura 13c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P6 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................129 Figura 14a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P7 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............131 Figura 14b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P7 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................132 Figura 14c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P7 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................133 Figura 15a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P8 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............135 Figura 15b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P8 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................136 Figura 15c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P8 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................137 Figura 16a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P9 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam
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cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................139 Figura 16b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P9 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............140 Figura 16c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P9 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................141 Figura 17a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P10 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação......................................................................................................................143 Figura 17b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P10 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............144 Figura 17c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P10 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................145 Figura 18a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P11 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................147 Figura 18b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P11 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............148
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Figura 18c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P11 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................149 Figura 19a: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P12 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................151 Figura 19b: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P12 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação............152 Figura 19c: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P12 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.......................................................................................................................153 Figura 20: Seqüência de respostas emitida pelo participante P1 no início da Fase 2/subfase 1.......................................................................................................................62 Figura 21: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 na Fase 2/subfase1........................................................................................................................62 Figura 22: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 pouco antes da metade da Fase 2/subfase1...........................................................................................................63 Figura 23: Seqüência de respostas emitida pelo participante P1 na Fase 2/subfase 2. As mudanças na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na disposição dos ícones....................................................64 Figura 24: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 no final da Fase 3. Cliques eram emitidos numa mesma localização até que houvesse igualação dos ícones, momento em que ocorria mudança na localização dos cliques.......................................65 Figura 25: Seqüência de cliques alternados nas zonas 21 e 4 exibida pelo participante P1 no final da Fase 3........................................................................................................65 Figura 26: Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 no início da Fase 2. Mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como
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estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização dos cliques anteriores à primeira mudança na disposição dos ícones...............................................................................................................................67 Figura 27: Seqüência de respostas emitida pelo participante P2 na Fase 2/subfase 3. As mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de uma mudança na disposição dos ícones............................................68 Figura 28: Seqüência de respostas emitida pelo participante P3 na Fase 1, que consistiu em clicar nas zonas 1, 2, 3, 4 e 5 em ordem ascendente e descendente..........................69 Figura 29: Seqüência ascendente descendente de cliques nas zonas 1 a 5 emitida pelo participante P4 no início da Fase 2..................................................................................71 Figura 30: Seqüência de cliques apresentada pelo participante P5 nas zonas 10 e 21 e nas zonas 2 e 21, aproximadamente na metade da Fase 3...............................................72 Figura 31: Seqüência de respostas supersticiosas emitidas pelo participante P5 nas zonas de localização que continham os ícones (zonas 1 a 5)..........................................73 Figura 32: Seqüência de cliques em ordem ascendente e descendente emitida pelo participante P6 nas zonas 1 a 5, durante a Fase 2/subfase ...........................................73 Figura 33: Seqüência de respostas emitida pelo participante P6, envolvendo zonas que não continham ícones, tais como a seqüência 25-5-25-4-25-3-25-2-25-1 durante a Fase 2/subfase 2.......................................................................................................................74 Figura 34: Seqüência de respostas emitida pelo participante P6, durante a Fase 2, mostrando que mudanças de uma seqüência de cliques para outra ocorreram, muitas vezes, mesmo quando uma dada seqüência foi seguida de igualação dos ícones e de aumento na pontuação.....................................................................................................75 Figura 35: Seqüência de respostas emitida pelo participante P7 na Fase 2/subfase 3, na qual uma quantidade maior de cliques era emitida numa mesma zona de localização antes que ocorresse uma mudança na localização dos cliques. Isto geralmente ocorria logo após a igualação dos ícones. As mudanças na disposição dos ícones pareceram funcionar como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização...........................................................................................................76 Figura 36: Seqüência de respostas emitida pelo participante P7 durante a Fase 3/subfase 2. Várias respostas na zona 21 ocorreram após perda da oportunidade de aumentar a pontuação, já que após a igualação dos ícones ocorreram uma ou mais respostas na mesma zona de localização do clique que produziu a igualação dos ícones antes que fosse pressionada a tecla “Seta para cima”......................................................77 Figura 37: Seqüência de cliques em ordem ascendente e descendente apresentada pelo participante P8 na Fase 2/subfase 2.................................................................................78
xvii
Figura 38: Seqüência de respostas apresentada pelo participante P8 na Fase 3/subfase 2. Nota-se algumas respostas supersticiosas envolvendo as zonas 1 a 5, além de respostas na zona 21 após a perda da oportunidade de acrescentar um ponto no contador numérico..........................................................................................................................79 Figura 39: Seqüência de respostas emitida pelo participante P9 na Fase 3/subfase 1, exibindo cliques em várias zonas de localização, além de cliques em ordem ascendente e descendente nas zonas 1 a 5..........................................................................................80 Figura 40: Seqüência supersticiosa de respostas nas zonas 1 a 5, emitida pelo participante P10 na Fase 3/ subfase 1..............................................................................82 Figura 41: Seqüência de cliques emitida pelo participante P10, em ordem ascendente e descendente nas zonas 1 a 5 (que continham os ícones), durante a Fase 3/subfase 2.......................................................................................................................................83 Figura 42: Seqüência de cliques nas zonas 1 a 5 emitida pelo participante P10 a partir da metade da Fase 2/subfase 1. Mudanças na disposição dos ícones possivelmente funcionaram como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na disposição dos ícones...............................................................................................................................83 Figura 43: Seqüência de respostas emitida pelo participante P11 na Fase 3/subfase 1.......................................................................................................................................84 Figura 44: Seqüência de cliques emitida pelo participante P11 na Fase 2/subfase 3, envolvendo as zonas 10 e 11, caracterizando um padrão supersticioso transitório.........................................................................................................................85 Figura 45: Seqüência de cliques emitida pelo participante P12 na Fase 3/subfase 1.......................................................................................................................................86
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Ordem das fases experimentais pela qual os participantes dos diferentes grupos passaram..............................................................................................................28 Tabela 2: Freqüência relativa dos cliques ocorridos sobre os ícones (zonas 1 a 5).......29 Tabela 3: Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 1.............................................................................................31 Tabela 4: Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 2/subfase 1.............................................................................32 Tabela 5: Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 2/subfase 2.............................................................................33 Tabela 6: Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 2/subfase 3.............................................................................34 Tabela 7: Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 3/subfase 1.............................................................................35 Tabela 8: Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 3/subfase 2.............................................................................36 Tabela 9: Relação de teclas utilizadas pelos participantes durante o experimento........58 Tabela 10: Pontuação obtida por cada participante ao final do experimento.................59
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Santos, G. M. (2006). A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo
Reforçador Condicionado: Uma Replicação Sistemática de Lee (1996). Dissertação de
Mestrado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Experimental: Análise
do Comportamento. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
RESUMO
O comportamento supersticioso foi primeiramente estudado em 1948 por B. F. Skinner, cujo trabalho “Superstition in the Pigeon” deu início a uma série de pesquisas envolvendo este tema. O presente trabalho foi realizado com o objetivo de replicar sistematicamente o trabalho de Lee (1996) e investigar se mudanças sistemáticas na disposição de ícones na tela do computador poderiam ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de emitir cliques numa mesma localização e, assim, ter contribuído para o padrão de respostas supersticiosas obtido por Lee (1996). A tarefa dos participantes era obter o maior número de pontos possível. Estes podiam ser obtidos pressionando-se a tecla “Seta para cima” no teclado do computador logo que cinco ícones presentes na tela ficassem iguais. Não foi dito aos participantes o que fazer para que os ícones se igualassem. A mudança dos ícones dependia da resposta de pressionar o botão do mouse, porém independia da localização na qual os cliques ocorriam. O experimento continha três fases. A tarefa dos participantes na Fase 1 era mudar a disposição dos ícones na tela do computador através de cliques no mouse. A mudança na disposição dos ícones nesta fase obedecia a um esquema de razão, selecionado randomicamente de um arranjo que ia de 1:1 até 5:1, sem repetição, sendo que o primeiro número representa um clique no mouse e o segundo número representa uma mudança nos ícones. Portanto, um número “n” de cliques no mouse (entre 1 e 5) era necessário para ocasionar mudanças na disposição dos ícones. As quatro primeiras mudanças que ocorriam se davam apenas na disposição dos ícones. Na quinta mudança sempre ocorria a igualação deles. Na Fase 2, após “n” cliques no botão do mouse (que variava de 1 a 30 de forma randômica e sem repetição) nos quais nenhuma mudança nos ícones ocorria, um esquema FR 5 controlava a mudança dos ícones, sendo que os quatro primeiros cliques no botão do mouse mudavam sua disposição (porém eles permaneciam os mesmos) e o quinto e último clique produzia a igualação dos ícones. Na Fase 3, após o valor de “n” sorteado pelo computador, ocorria uma igualação direta nos ícones. Doze participantes foram divididos em dois grupos: o Grupo 1, com oito participantes, passou pelas Fases 1, 2 e 3 enquanto o Grupo 2, com quatro participantes, passou pelas Fases 3, 1 e 2, respectivamente. Dois tipos de respostas supersticiosas foram identificados: (1) respostas de clicar sobre zonas de localização que continham ou não os ícones e (2) respostas de mudar a localização dos cliques após ocorrência de falha ou de mudança nos ícones. Foi observado que a maioria dos participantes do Grupo 1 clicou sobre zonas de localização que continham os ícones, como se estas zonas controlassem sua igualação, enquanto que no Grupo 2 as zonas que não continham os ícones foram as mais utilizadas pela maioria dos participantes deste grupo. A ordem das fases pelas quais cada grupo de participantes foi exposto parece ter influenciado no desempenho geral dos participantes no que se refere à localização dos cliques. Os diferentes valores de “n” iniciais possíveis de ocorrerem nas Fases 1 e 3 parecem ter colaborado para que estes diferentes desempenhos ocorressem. Também foi
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observado que a maioria dos participantes mudou a localização dos cliques quando estes foram seguidos de mudança nos ícones, a despeito da igualação dos ícones não depender de nenhuma mudança na localização dos cliques. O padrão de respostas supersticiosas encontrado por Lee (1996) - de variar a localização dos cliques quando eles eram seguidos por uma falha na mudança dos ícones e clicar numa mesma localização após um clique que era seguido de mudança dos ícones - não foi visto neste experimento. Porém, em alguns participantes constatou-se que, durante a Fase 2, as quatro mudanças sistemáticas que ocorriam na disposição dos ícones logo antes de ocorrer uma igualação parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido da primeira mudança na disposição dos ícones. A introdução da Fase 3 não impediu que respostas supersticiosas ocorressem. Nesta fase, estas respostas parecem ter ficado sob controle apenas da igualação dos ícones e não mais sob controle tanto das mudanças na disposição dos ícones quanto pela ocorrência de igualação, que ocorriam na Fase 2.
Palavras-chave: comportamento supersticioso, estímulos reforçadores condicionados, alterações ambientais independentes da resposta.
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Santos, G. M. (2006). The relationship between superstitious behavior and conditioned
reinforcer: a systematic replication of Lee (1996). Master Thesis. Programa de Estudos
Pós-Graduados em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento. Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo.
ABSTRACT
Superstitious behavior was first studied in 1948 by B.F. Skinner, whose work “Superstition in the Pigeon” was the startpoint to a series of research on this subject. This study was carried out to systematically replicate Lee (1996) and investigate if systematic changes in icon display on a computer screen could work as conditioned reinforcer to the response of clicking a mouse button in the same location on the screen. This could contribute to the standard set of superstitious responses observed by Lee (1996). The participants’ task was to obtain the highest scores possible by depressing the “Up arrow” key as soon as the five icons displayed on screen matched. The participants were not told what to do obtain the match. Icon change depended on the response of clicking the mouse button despite cursor location. The experiment had three phases. The participants’ task during phase 1 was to change the icon display on the computer screen by clicking the mouse button. The icon display changed according to a ratio schedule randomly selected from an array that ranged from 1:1 to 5:1, without repetitions, in which the first number is the number of clicks on the mouse button and the second number is an icon change. Therefore, “n” clicks on the mouse button (1 to 5) were necessary to produce changes in the icon display. The first four were related to icon display only. An icon match was always seen after the fifth click. During phase 2, following “n” clicks (that ranged from 1 to 30 randomly, without any repetitions) in which icon change was not observed, an FR 5 schedule controlled icon change – the first four clicks changed icon display, although icons remained the same, and the fifth click produced icon match. In phase 3, the “n” value was randomly selected by the computer and performing this “n” clicks produced icon match. Twelve participants were divided into two groups: Group 1, with eight participants, went through phases 1, 2 and 3, while Group 2, with four participants, went through phases 3, 2 and 1. Two types of superstitious responses were identified: (1) clicking the mouse button on icons or in any other place on the screen that did not have icons and (2) location changes or location repetitions after a failure to change the icons and after icons changes. The majority of participants in Group 1 clicked over location zones that displayed the icons, as if these zones controlled icon match, while in Group 2 the zones that did not display icons were more likely to be used by participants. The sequence of phases to which each group of participants was exposed seems to have influenced the location of clicks. The different possibilities for initial “n” values in phases 1 and 3 seem to have influenced the occurrence of different performances. It was also observed that the majority of participants changed the location of the click after an icon change, despite the fact that icon match did not depend on changing click location. The pattern of superstitious responses observed by Lee (1996) - changing location after a failure to change the icons and repeating the same location after a click followed by an icon change - was not
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observed in this experiment. However, the four systematic changes in icon display right before icon match seem to have worked as conditioned reinforcers to clicking in the same location that was followed by the first change in icon display, as noticed in the performance of some participants during phase 2. The introduction of phase 3 did not prevent superstitious responses. In this phase, these responses seemed to be controlled only by icon match, and not by changes in icon display and icon match, as observed in phase 2.
Keywords: superstitious behavior, conditioned reinforcer, response-independent environmental changes.
INTRODUÇÃO
O comportamento, enquanto uma relação entre um dado organismo e seu
ambiente, constitui-se o objeto de estudo da Análise Experimental do Comportamento.
O conceito de comportamento operante, de extrema importância na área, retira a
descrição e a explicação do comportamento apenas da correlação fidedigna existente
entre estímulos e respostas - os reflexos - bem como do condicionamento respondente,
ampliando assim o campo de análise na medida em que inaugura o estudo de novos
tipos de relação entre estímulos e respostas.
O termo comportamento operante serve para descrever um outro tipo de relação
entre estímulos e respostas - uma relação na qual uma resposta emitida por um
organismo produz conseqüências no ambiente, modificando-o. As conseqüências desta
resposta, então, retroagem sobre o organismo, alterando a probabilidade de ocorrência
de tal resposta no futuro. Um “comportamento não se repete exatamente da mesma
forma de uma ocorrência para outra” (...) “Devemos falar não de respostas individuais,
mas de classes de resposta com propriedades em comum.” (Catania, 1999, p.30). Isto
quer dizer que a probabilidade futura da emissão de uma instância de uma classe de
respostas (uma resposta que produza a mesma conseqüência, independentemente de sua
topografia) será selecionada pela conseqüência produzida pela própria resposta. Quando
a freqüência de emissão da resposta de uma classe de respostas aumenta, dizemos que a
conseqüência que a produziu é um estímulo reforçador. Assim, um estímulo reforçador
fortalece uma classe de respostas no sentido de aumentar a freqüência de qualquer uma
de suas instâncias. A este fortalecimento da classe de respostas produzido pelo
reforçamento, Skinner (1953/2000)1 chamou de condicionamento operante.
Segundo Catania (1999), o reforçamento, enquanto uma relação entre o
comportamento e o ambiente, inclui três componentes relevantes: (1) as respostas
precisam ter conseqüências, (2) a probabilidade destas respostas deve aumentar e (3) o
aumento na probabilidade destas respostas deve ocorrer em função das conseqüências
(descritas em 1) e não em função de outras conseqüências quaisquer. Apenas satisfeitas
estas três condições é que podemos dizer que as respostas foram reforçadas e que os
estímulos eram estímulos reforçadores.
_____________________________ 1A primeira data refere-se ao ano da publicação original, enquanto a segunda refere-se
ao ano da obra consultada.
2
No entanto, de acordo com Skinner (1953/2000), “No comportamento operante
supersticioso (...) o processo de condicionamento malogrou” (p. 96). Isto porque o
fortalecimento do comportamento ocorre mesmo que a apresentação de um estímulo
que segue a resposta e aumenta sua probabilidade futura de ocorrência não dependa
diretamente da resposta, ou seja, o fortalecimento do comportamento ocorre mesmo
quando a resposta não produz tal estímulo. A propriedade crítica, segundo Skinner
(1948, 1953/2000), é a contigüidade entre a resposta e o evento subseqüente. Ele
chamou este tipo de comportamento, no qual existe apenas uma relação acidental entre
uma resposta e a apresentação de um evento subseqüente, de comportamento
supersticioso.
Dois tipos de relação entre respostas e eventos subseqüentes podem ser descritos
(Andery e Sério, 2005):
1) uma relação de contingência - é a relação na qual uma resposta mantém uma relação
de dependência com um evento subseqüente, ou seja, a emissão da resposta produz um
evento subseqüente (uma alteração ambiental) e é sensível a ele. Isto quer dizer que,
sem a emissão da resposta, o evento subseqüente não ocorre. Neste caso, este evento
subseqüente recebe o nome de conseqüência.
2) uma relação de contigüidade - é a relação na qual um evento segue uma determinada
resposta, ocorre logo após sua emissão, porém não é produzido por ela. Este evento
recebe o nome de evento subseqüente apenas e deve ser reservado para descrever a
relação na qual uma alteração ambiental segue uma resposta, vem depois dela sem, no
entanto, ser seu produto.
Alterações ambientais (tais como a apresentação de eventos subseqüentes),
portanto, podem ocorrer independentemente da emissão de uma resposta por parte do
organismo que se comporta. Nestes casos, fala-se em alterações ambientais
independentes da resposta.
Em 1948, num experimento clássico (“Superstition in the pigeon”), Skinner
destacou esta relação de contigüidade na qual alterações ambientais ocorrem
independentes da resposta. Neste experimento, em intervalos regulares de 15 segundos
(FT 15s), comida era apresentada a pombos privados de alimento sem nenhuma
conexão com o comportamento dos animais. Com a utilização deste tipo de esquema de
reforçamento - um tipo de esquema no qual alterações ambientais ocorrem
independentemente da emissão de respostas - Skinner constatou que seis dos oito
pombos que participaram do experimento desenvolveram padrões de comportamento
3
bastante idiossincráticos e estereotipados. Nenhuma destas topografias de resposta havia
aparecido com freqüência notável durante o período de adaptação à caixa experimental
ou até que o comedouro fosse periodicamente apresentado. Um dos pombos dava duas
ou três voltas no sentido anti-horário no período entre apresentação de alimento; outro
enfiava repetidamente a cabeça num dos cantos da gaiola; um terceiro dava espécie de
“bicadas incompletas” na direção do chão da gaiola, porém sem encostar-se a ela; outros
dois pombos emitiam movimentos semelhantes a um pêndulo, ficando com a cabeça
estendida para frente e balançando da direita para a esquerda de forma abrupta, seguidos
de um retorno mais lento. O corpo destes animais geralmente seguia estes movimentos e
alguns passos eram dados. Por fim, um outro pombo colocava a cabeça numa espécie de
“barra invisível” e “levantava-a” repetidamente. Todas estas respostas repetiram-se
rapidamente no período que se interpunha entre as apresentações de comida, num total
de cinco a seis vezes em 15 segundos.
Skinner (1948) forneceu uma explicação para como se deu, possivelmente, o
processo de condicionamento. Segundo ele, os animais estavam executando alguma
resposta no momento em que ocorreu, pela primeira vez, a apresentação de comida.
Como resultado, a probabilidade da emissão de uma segunda resposta do mesmo tipo
aumentou. Contanto que o intervalo entre a primeira e a segunda apresentação de
comida não fosse muito grande a ponto de ocorrer extinção da resposta, seria bem
provável que, na segunda vez em que fosse novamente apresentada comida aos pombos,
eles estivessem emitindo uma resposta da mesma classe, e assim sucessivamente.
Skinner notou que algumas respostas não eram seguidas por alimento, enquanto
algumas apresentações de comida ocorriam antes que uma resposta tivesse sido emitida.
Isto poderia ter provocado uma mudança na topografia da resposta que era
predominante (variabilidade), já que poderia ocorrer de o animal estar emitindo uma
resposta diferente da resposta predominante no momento em que o alimento foi
apresentado. No entanto, Skinner apontou que o resultado geral obtido no experimento
foi o aumento da probabilidade de emissão das respostas idiossincráticas e
estereotipadas observadas. E concluiu dizendo que “Seu aparecimento [das respostas
supersticiosas] como o resultado de correlações acidentais com a apresentação do
estímulo é inequívoco” (Skinner, 1948, p. 172).
A partir de então, um conjunto de estudos passou a ser realizado tanto com
animais infra-humanos quanto com humanos, na tentativa de estabelecer as condições
sob as quais um comportamento supersticioso emerge, incluindo os tipos de esquemas
4
de reforçamento que produzem tal comportamento (Neuringer, 1970; Pear, 1985;
Wagner e Morris, 1987; Ono, 1987; Higgins, Morris e Johnson, 1989); os efeitos dos
tipos e valores dos esquemas nos quais alterações ambientais ocorrem
independentemente da resposta sobre o surgimento de comportamentos supersticiosos
(Lachter, Cole e Schoenfeld, 1971; Ono, 1987); quais estímulos e quais propriedades de
estímulos podem desempenhar um papel importante neste processo (Morse e Skinner,
1957; Ono, 1987; Gleeson, Lattal e Williams, 1989); que tipos de esquemas de
reforçamento podem manter um responder supersticioso (Zeiler, 1968; Weisberg e
Kennedy, 1969; Neuringer, 1970); a produção de uma “superstição concorrente”
(Catania e Cutts, 1963); a relação entre seguimento de regras e comportamento
supersticioso (Cerutti, 1991); os efeitos prévios do reforçamento dependente da resposta
sobre um comportamento posteriormente mantido por eventos subseqüentes
independentes da resposta (Eldridge, Pear, Torgrud e Evers, 1988; Lattal, 1974) e a
avaliação das relações entre o desamparo aprendido e o comportamento supersticioso
(Matute, 1994; Matute, 1995), entre outros. A discussão destes estudos é de relevância
para o entendimento da superstição. Muitos deles serão aqui abordados.
Alguns trabalhos (Zeiler, 1968; Weisberg e Kennedy, 1969; Neuringer, 1970 e
Gleeson e cols., 1989) estavam interessados na investigação dos efeitos de determinadas
alterações ambientais independentes da resposta sobre a manutenção de respostas que
haviam sido previamente condicionadas sob esquemas de reforçamento dependentes da
resposta. Nestes trabalhos, portanto, uma resposta pré-determinada pelo experimentador
foi fortalecida, num primeiro momento, através da apresentação de um estímulo
reforçador contingente à sua ocorrência.
No trabalho de Zeiler (1968), por exemplo, realizado com o objetivo de observar
a distribuição temporal de respostas ocorrendo sob esquemas nos quais alterações
ambientais ocorriam independentemente da emissão de respostas, três pombos com
história prévia de reforçamento sob esquemas de razão fixa (pássaros 16 e 45), intervalo
variável e razão variável (pássaro 14) serviram como sujeitos experimentais. Estes
animais passaram primeiramente por uma condição na qual apresentação de comida
dependia da emissão de respostas de bicar uma chave. Posteriormente, passaram por
uma condição na qual a comida era apresentada independentemente das respostas que
emitiam. Os esquemas que controlavam a apresentação de comida utilizados foram de
intervalo fixo (FI 5 min), intervalo variável (VI 5 min), tempo fixo (FT 5 min) e tempo
variável (VT 5 min). Luzes azuis e alaranjadas (que iluminavam a chave de respostas)
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eram apresentadas alternadamente. Todas as apresentações de comida ocorreram apenas
na presença da luz azul, tanto nos esquemas dependentes quanto independentes da
resposta. A luz laranja iluminava a chave de respostas após cada apresentação de
comida e permanecia acesa por 1 minuto apenas, até que a luz azul era novamente acesa
e era então introduzido um novo esquema de reforçamento. A passagem de um esquema
de reforçamento dependente da resposta para uma condição na qual alterações
ambientais ocorriam independentes do responder dos sujeitos (pombos 14, 16 e 45)
seguiu a seguinte ordem: um esquema de intervalo variável (VI 5 min), seguido pelo
esquema de tempo fixo (FT 5 min), depois por um esquema de intervalo fixo (FI 5 min)
e depois pelo esquema de tempo variável (VT 5 min). O pombo 14 passou, previamente,
por dois esquemas de reforçamento a mais que os outros dois pássaros. Começou o
experimento num esquema de intervalo fixo (FI 5 min) e depois passou para um
esquema de tempo fixo (FT 5 min). Só então passou pelo esquema VI 5 mim, que foi o
primeiro esquema pelos quais passaram os pombos 16 e 45. O último esquema de
reforçamento envolveu uma mudança direta do esquema VT para o esquema FT para
todos os sujeitos. Os resultados gerais encontrados foram o de uma redução na taxa de
respostas de todos os pombos, à medida que as alterações ambientais independentes da
resposta entravam em vigor. O pombo 14, ao final do experimento, parou de emitir
respostas; o pombo 16 respondeu com uma taxa cada vez menor, entretanto manteve um
responder substancial até o último dia do experimento e o pombo 45 teve suas taxas de
resposta estabilizadas a um nível baixo (menor do que os níveis obtidos sob os
esquemas de reforçamento dependentes da resposta). No que se refere às luzes azul e
laranja, observou-se que na presença da luz laranja (diante da qual nenhuma resposta era
reforçada), a freqüência de emissão da resposta foi muito baixa ou nula logo nos
primeiros dias do experimento. Já a luz azul, segundo o autor, pode ter funcionado
como um estímulo eliciador condicionado (CS) para a resposta de bicar a chave de
resposta devido ao pareamento entre a luz azul e a apresentação de alimento (US)
independente do comportamento dos pombos. Zeiler (1968) concluiu que a diminuição
na freqüência de respostas obtidas sob os esquemas FT e VT, e a manutenção de uma
freqüência elevada de respostas obtidas sob os esquemas FI e VI indicam que a
dependência entre a emissão de resposta e reforçamento determinam a taxa de respostas.
No ano seguinte, Weisberg e Kennedy (1969) realizaram dois experimentos com
crianças entre dois e cinco anos de idade. Estavam interessados em avaliar sob que
condições e em que extensão alterações ambientais independentes da resposta poderiam
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manter o comportamento de crianças que foram previamente condicionados utilizando
um esquema de reforçamento dependente da resposta. No experimento 1, após serem
treinadas a pressionar uma barra produzindo comida (as crianças ficavam entre duas
horas e meia a três horas sem comer e então eram levadas à sala experimental, na qual
recebiam pequenos pedaços de comida por pressionarem uma barra de plástico) sob um
esquema de reforçamento FR 10, entrou em vigor um esquema de reforçamento de
intervalo variável (VI 30s), com um limited hold igual a 10,0 segundos (fase que os
autores chamaram de linha de base). Nove crianças participaram desta etapa. Na
próxima fase, seis dos nove participantes foram submetidos a um esquema de
reforçamento de tempo variável igual a 30s (VT 30s), enquanto que os três participantes
restantes não obtiveram nenhuma quantidade de alimento por pressionar a barra
(extinção). Viu-se que tanto as operações de extinção quanto as de apresentação de
alterações ambientais independentes da resposta reduziram o responder dos
participantes. No entanto, a taxa de respostas decresceu de forma abrupta no caso das
três crianças que tiveram seu comportamento sob extinção, enquanto que a redução na
taxa de respostas para três dos seis participantes que passaram pela condição de
alterações ambientais independentes da resposta foi mais lenta. O grau no qual as
alterações ambientais independentes da resposta mantiveram a ocorrência de respostas
após sua instauração dependeu, de alguma forma, do responder obtido pelos
participantes durante a linha de base (VI 30s LH 10s), sendo que os participantes cujo
responder foi maior na linha de base foram aqueles cujo responder também foi maior na
condição de apresentação de eventos subseqüentes independentes da resposta. Um
segundo experimento foi então realizado a fim de aumentar a influência das
contingências ambientais, proporcionando aos sujeitos uma história de condicionamento
que garantisse uma taxa de respostas maior. Utilizou-se então um esquema de
reforçamento de razão variável igual a 15 (VR 15) durante a linha de base e, nas sessões
nas quais estavam em vigor a ocorrência de alterações ambientais independentes da
resposta, comida era apresentada a intervalos de tempo fixo (FT). Após passarem pelas
sessões de linha de base, dois sujeitos (S11 e S12) passaram por sessões em que
alterações ambientais ocorriam independentes de suas respostas, seguidas de retorno à
linha de base e, então, extinção. Outro sujeito (S10) passou direto da condição de
ocorrência de alterações ambientais independentes da resposta para a condição de
extinção (sem retorno à condição de linha de base), já que seu responder não apresentou
diminuição de freqüência durante a apresentação dos eventos subseqüentes. Os cinco
7
sujeitos restantes (S14, S15, S16, S17 e S18) foram submetidos à seguinte ordem de
esquemas: linha de base (VR 15), extinção, retorno à linha de base e então pela
condição de alterações ambientais independentes da resposta. Como no Experimento 1,
a taxa de respostas da maioria dos sujeitos foi mantida por um período maior de tempo
quando a condição de alterações ambientais independentes da resposta estava em vigor
do que quando o procedimento de extinção vigorou. Diferentemente do responder
obtido com os sujeitos durante a extinção, durante a apresentação das alterações
ambientais independentes da resposta três sujeitos (S10, S13 e S17) não mostraram
evidência de declínio no responder e os sujeito S15 e S16 tiveram suas taxas
estabilizadas em valores correspondentes a 55% e 30% da média das duas últimas
sessões de retorno à linha de base VR 15, respectivamente. De qualquer maneira, o fato
das alterações ambientais independentes da resposta ter falhado na preservação
indefinida da taxa de respostas de pressão à barra em todos os sujeitos demonstra a
importância da contingência de reforçamento na manutenção do comportamento.
No trabalho de Neuringer (1970), bicar uma chave produziu alimento
imediatamente após o responder de pombos por apenas três vezes. Em seguida, passou-
se a apresentar comida independentemente do comportamento por eles emitidos por
aproximadamente 50 sessões. O interesse primordial do autor neste estudo era saber se
uma resposta recém aprendida (que havia sido reforçada apenas três vezes) poderia ser
fortalecida e mantida por uma condição na qual apresentações de alimento ocorreriam
independentemente das respostas emitidas pelos sujeitos. A novidade trazida pelo autor
é a quantidade de reforços utilizada. Segundo Neuringer (1970), nos outros estudos
sobre comportamento supersticioso que haviam sido realizados até aquele momento, os
sujeitos experimentais recebiam centenas ou milhares de reforços produzidos por
respostas de bicar uma chave antes do início da ocorrência de um responder
supersticioso. Assim, todos os animais que se comportavam de maneira supersticiosa
recebiam, primeiramente, um número indefinido de reforçamento dependente da
resposta. Em seu experimento, onze pombos ingênuos foram os sujeitos experimentais.
Como parte do treino preliminar, todos os animais passaram a se alimentar através do
comedouro situado na caixa experimental. Em seguida, trinta apresentações de comida
ocorreram a despeito do comportamento dos animais, segundo um esquema VT 30s. Ao
final deste procedimento de treino ao comedouro, todos os animais se aproximavam do
mesmo assim que ele era acionado. Após este treino preliminar, os sujeitos foram
divididos em três grupos. Os sujeitos do grupo experimental (quatro pombos) foram
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colocados individualmente numa caixa experimental padrão com a chave de respostas
iluminada de vermelho. Nenhuma comida foi apresentada até que o animal bicasse a
chave. Quando isto ocorreu, o comedouro foi acionado, a chave de respostas foi
apagada e uma “luz de feedback” (localizada no teto da caixa experimental) piscava.
Deve-se notar que não houve nenhuma tentativa de modelar a resposta de bicar a chave.
As próximas duas respostas de bicar a chave produziam as mesmas conseqüências
anteriormente descritas. Portanto, as três primeiras respostas de bicar a chave
produziram alimento de maneira contingente. No restante desta primeira sessão, bem
como nas dezenove seguintes, a apresentação de alimento seguiu um esquema de tempo
variável igual a 30 segundos (VT 30s). Em cada sessão ocorriam 45 apresentações de
comida a despeito do comportamento dos animais. A resposta de bicar a chave produzia
apenas a ocorrência da “luz de feedback”. No grupo de extinção (grupo controle), os
pombos receberam alimento produzido por apenas três respostas de bicar a chave,
acompanhadas pela “luz de feedback”. Após estes três reforços, durante o restante desta
primeira sessão e nas dezenove sessões seguintes, bicar a chave ocasionava apenas o
aparecimento da “luz de feedback”. O grupo de extinção foi formado, já que as
respostas emitidas pelos pássaros do grupo experimental poderiam ter sido causadas
apenas pela ocorrência dos três reforços, apenas pela apresentação de comida a despeito
das respostas emitidas pelos animais ou pela combinação de ambas. De maneira
semelhante, a fim de determinar se as respostas emitidas pelos pombos do grupo
experimental eram geradas apenas pelas alterações ambientais independentes da
resposta ou se o bicar era uma resposta provável de ocorrer antes do início do
experimento, três animais (grupo controle de alterações ambientais independentes da
resposta) foram submetidos diretamente à apresentação de eventos subseqüentes
independentes da resposta – esquema VT 30s. Quarenta e cinco apresentações de
comida independentes do comportamento dos sujeitos ocorreram durante 10 sessões. Os
resultados deste experimento mostraram que os pássaros do grupo experimental
emitiram um número muito maior de respostas do que qualquer outro grupo - uma
média de 2700 respostas, enquanto que o grupo de extinção emitiu uma média de 150
respostas e o grupo que foi submetido às alterações ambientais independentes da
resposta exibiu uma média de 2 respostas.
Uma replicação do experimento de Neuringer (1970) dezenove anos mais tarde
apontou resultados que corroboram os dados por ele encontrados naquela época.
Gleeson, Lattal e Williams (1989), além de replicar os procedimentos conduzidos por
9
Neuringer (1970), investigaram se a manutenção do responder dos sujeitos poderia
ocorrer em função de estímulos reforçadores condicionados - aventou-se a possibilidade
de a “luz de feedback” (que se acendia no teto da caixa experimental toda vez que o
animal bicava a chave de respostas) ter funcionado com um estímulo reforçador
condicionado para a resposta de bicar a chave de respostas, já que no momento em que
a comida era apresentada, o comedouro era iluminado de maneira semelhante. Para
tanto, três pombos passaram por uma condição experimental idêntica à do experimento
de Neuringer (1970), exceto pela ausência da “luz de feedback”. Viu-se que o responder
dos animais cuja resposta de bicar a chave havia sido reforçada por apenas três vezes foi
mantido durante a condição de alterações ambientais independentes da resposta. Tal
manutenção ocorreu a despeito da presença ou ausência da “luz de feedback” que seguia
cada resposta dos animais, descartando a hipótese de que a manutenção do responder
supersticioso encontrado por Neuringer (1970) tivesse ocorrido em função de estímulos
reforçadores condicionados. Os resultados, portanto, confirmaram as observações feitas
por Neuringer (1970) sobre a possibilidade de se obter um responder supersticioso após
uma breve história experimental de reforçamento de uma dada resposta.
Estes dois experimentos parecem sugerir que uma breve história de
reforçamento dependente da reposta não é apenas um fator importante, mas suficiente
para a manutenção de um responder supersticioso quando está em vigor uma condição
na qual alterações ambientais ocorrem independentemente da emissão de respostas.
A rapidez com que comportamentos supersticiosos foram instalados nesses
animais sugere que eles podem se comportar desta maneira com bastante freqüência.
Segundo Neuringer (1970), ambientes contêm muitos eventos subseqüentes que
ocorrem independentemente da emissão de uma resposta; tais eventos geralmente
seguem alguma resposta passível de sofrer condicionamento. Somado a isto, de acordo
com Neuringer (1970), para um comportamento supersticioso ocorrer, pouquíssimas
relações acidentais entre resposta e eventos subseqüentes são necessárias, o que, ainda
de acordo ele, sugere que a ocorrência de comportamento supersticioso é um evento
comum, usual, corriqueiro no repertório de um animal. Se este raciocínio estiver
correto, uma grande parte do comportamento aprendido pelos organismos são
supersticiosos, mantidos por eventos sobre os quais eles não têm nenhum controle. A
necessidade do uso de procedimentos como change over delay e time-out em alguns
experimentos (Catania e Cutts, 1963; Boren e Devine, 1968) para prevenir a ocorrência
de comportamentos supersticiosos também dá suporte ao argumento recém exposto.
10
No que se refere às respostas que produzem estímulos reforçadores e às
respostas que apenas antecedem a ocorrência de alterações ambientais sem, no entanto,
causarem sua ocorrência (respostas supersticiosas), quatro similaridades são apontadas
por Neuringer (1970): 1) ambas as respostas podem ser mantidas por esquemas de
reforçamento intermitente; 2) ambas toleram atrasos entre a emissão da resposta e a
ocorrência do evento subseqüente; 3) ambas podem sofrer extinção e 4) o padrão
temporal de ambas é afetado pelo padrão temporal do evento subseqüente.
Estes três últimos experimentos apresentados indicam que a dependência entre
respostas e eventos subseqüentes determina a freqüência de respostas, já que quando o
evento subseqüente é apresentado a despeito da resposta emitida pelo sujeito
experimental, a freqüência de respostas diminui; e quando há uma relação de
contingência entre eles, a freqüência é maior.
Mas alterações ambientais independentes da resposta, como se sabe, não servem
apenas para manter (ainda que com taxas menores) algum padrão comportamental já
existente no repertório de um organismo. Elas também podem e geram o
desenvolvimento de topografias de respostas idiossincráticas e estereotipadas de
comportamento supersticioso.
O experimento de Ono (1987) foi delineado para investigar três questões: o
desenvolvimento de respostas idiossincráticas estereotipadas semelhantes às obtidas por
Skinner (1948), porém com seres humanos; o desenvolvimento de uma “superstição
sensorial” (tipo de comportamento supersticioso que ocorre quando um determinado
estímulo - uma luz , por exemplo - presente quando uma resposta é reforçada, passa a
controlar a emissão de tal resposta mesmo que sua presença durante o reforçamento seja
acidental) e, por fim, os efeitos dos tipos e valores de alguns esquemas nos quais estão
presentes alterações ambientais independentes de respostas. Vinte estudantes
universitários entre 19 e 24 anos participaram da pesquisa. O equipamento utilizado
consistia de três barras de aço (uma barra central, além de uma barra de cada lado
desta). O acionamento correto das barras (respostas emitidas com uma força mínima de
10 N) era indicado por uma lâmpada vermelha que havia ao lado de cada uma delas. Na
parede que ficava à frente da estrutura que continha as três barras estava localizado um
contador numérico e uma luz vermelha. Abaixo desta luz vermelha foi montada uma luz
que podia ser alaranjada, vermelha ou verde. Os sujeitos ouviam uma instrução que
indicava que os participantes não precisavam fazer nada em especial, mas que, se
11
fizessem alguma coisa, poderiam ganhar pontos. E eram instruídos a obter o máximo de
pontos possível.
Durante a sessão experimental, foram apresentadas três lâmpadas de cores
diferentes (vermelha, alaranjada ou verde). Cada uma acendia-se de seis a oito vezes em
uma seqüência randômica e a duração total de cada lâmpada, bem como a freqüência do
aparecimento dos eventos subseqüentes (pontos, luz vermelha e tom sonoro) enquanto
cada uma delas estava acesa foram iguais. Os esquemas de reforçamento empregados
foram FT 30s, FT 60s, VT 30s ou VT 60s. Ao final do período de tempo programado
por cada esquema, um ponto era adicionado ao contador numérico, seguido por um
flash de luz vermelha (esta outra luz ficava junto do contador numérico) e por um tom
sonoro, independentemente do responder dos sujeitos. A fase inicial do experimento
durou trinta minutos, durante a qual os sujeitos receberam 60 pontos (nos esquemas FT
ou VT 30s) ou então 30 pontos (nos esquemas FT ou VT 60s). Após esta fase inicial,
cada participante foi exposto a um período de dez minutos de extinção.
Dos vinte participantes deste estudo, três desenvolveram comportamentos
supersticiosos que persistiram durante todo o experimento, enquanto que a maioria
apresentou este tipo de comportamento de maneira transitória. Dos participantes cujo
padrão supersticioso foi permanente, um deles (S5) desenvolveu uma “superstição
topográfica”, cujo padrão estabelecido foi o de várias respostas de pressão às barras
(geralmente quatro) seguidas de um tempo no qual apenas uma barra era pressionada e
mantida assim por um período de tempo mais longo. Após nove minutos de sessão, seu
comportamento estava estereotipado. Outra participante (S15) começou a sessão
emitindo várias respostas de pressão à barra. Entretanto, tanto o primeiro quanto o
segundo ponto no contador numérico só apareceu 10 segundos após uma pressão à
barra. Com isto, seu comportamento de pressão à barra diminuiu e ela se engajou em
outros comportamentos. Após aproximadamente cinco minutos de sessão, quando ela já
havia parado temporariamente de pressionar as barras, um ponto foi adicionado ao
contador numérico após ela ter colocado sua mão direita na armação de ferro na qual as
barras estavam instaladas. Ela então subiu na mesa e encostou a mão direita no contador
numérico. Logo que isto ocorreu, mais um ponto foi adicionado ao contador. Ela
passou, então, a tocar vários objetos tais como a luz vermelha, laranja ou verde, o painel
dos pontos, a parede e etc. Aproximadamente dez minutos mais tarde, o contador
numérico registrou um ponto a mais enquanto ela estava dando um pulo, o que acabou
substituindo o comportamento de tocar os objetos pelo comportamento de pular. Após
12
cinco pulos, a ocorrência de um ponto se deu quando ela, com sua sandália em uma das
mãos, pulou e encostou no teto. Este comportamento continuou a ocorrer repetidamente
e foi seguido por pontos até que ela parou de responder após vinte e cinco minutos de
sessão, provavelmente devido à fadiga (Ono, 1987).
Essa mudança na topografia da resposta não é de modo algum inesperada, como
Skinner (1948) apontou, já que a resposta mais provável de ser emitida no futuro é
aquela que precedeu o estímulo subseqüente que a fortaleceu. Assim, se este for
apresentado após um período de tempo longo que permita que novas respostas sejam
emitidas, então uma nova resposta terá sua probabilidade aumentada quando da
apresentação deste estímulo (estímulo subseqüente). Isto foi o que ocorreu com a maior
parte dos sujeitos do presente experimento. O participante S11, por exemplo, pressionou
por seis vezes as barras na seguinte ordem: barra esquerda - barra do meio - barra direita
- barra direita - barra do meio - barra esquerda. Apesar de um ponto não ter ocorrido
imediatamente após a emissão deste comportamento, a adição de um ponto no contador
numérico ocorreu justamente quando ele emitiu este mesmo padrão de resposta por mais
três vezes consecutivas. Outro participante (S12) mudou de um padrão de
comportamento referente à taxa de respostas para um padrão referente ao local da
resposta. Outros exemplos deste tipo envolveram respostas topográficas tais como a
posição da mão segurando a barra, a força ou a velocidade com que as pressões eram
emitidas e a mão utilizada para pressionar as barras. Assim, com a maioria dos
participantes foi observado que um dado padrão de respostas foi repetido por apenas um
determinado período de tempo, pois a ocorrência de pontos raramente seguiu o mesmo
padrão de respostas de forma repetida.
No que se refere aos tipos e valores dos esquemas utilizados no experimento de
Ono (1987), em geral observou-se que esquemas de tempo fixo produziram mais
pressões à barra do que esquemas de tempo variável. Além disso, esquemas de 30
segundos também produziram mais respostas do que os de 60 segundos.
O aparecimento das três luzes (que ocorria em uma seqüência randômica
independente do comportamento dos participantes e que mudava independente da
ocorrência dos pontos) gerou um responder supersticioso sensorial em seis
participantes: a freqüência de emissão de respostas em determinadas barras aumentou
notadamente quando uma determinada cor de luz estava presente e diminuiu enquanto
as outras estavam acesas. Este tipo de superstição foi inicialmente investigado por
Morse e Skinner (1957). Desta forma, “um estímulo presente quando uma resposta é
13
reforçada pode adquirir controle discriminativo sobre a resposta mesmo que sua
presença durante o reforçamento seja acidental” (Morse e Skinner, 1957, p.308). Eles
denominaram de “superstição sensorial positiva” a discriminação formada quando
ocorre um aumento na taxa de respostas na presença do estímulo (situação
exemplificada pelas luzes no experimento recém exposto – Ono, 1987) e de
“superstição sensorial negativa” quando a taxa de respostas na presença do estímulo
diminui.
No mesmo ano do experimento de Ono (1987), Wagner e Morris (1987)
realizaram um experimento que teve por objetivo obter dados sobre a aquisição de
comportamento supersticioso através de uma replicação sistemática do experimento de
Skinner (1948) utilizando 12 crianças como sujeitos experimentais. Cada criança era
levada a uma sala experimental que continha um palhaço mecânico. O nariz do palhaço
podia ser iluminado e servia como um manipulandum. De sua boca saíam bolinhas de
gude, que ficavam disponíveis num compartimento de plástico por 3,5 segundos
(limited hold utilizado para replicar de maneira mais semelhante possível os
procedimentos utilizados com sujeitos não-humanos.) Duas sessões de linha de base
foram conduzidas a fim de observar se as futuras respostas que ocorreriam sob um
esquema de reforçamento de tempo fixo já estavam presentes, de alguma maneira, antes
de uma condição em que alterações ambientais independentes da resposta entrassem em
vigor. Seis sessões de dez minutos cada foram então conduzidas sob esquemas de
reforçamento FT 15s ou FT 30s (seis participantes em cada grupo). Nesta condição
experimental, o nariz do palhaço ficava aceso por 3 segundos antes da entrega das
bolinhas de gude, a fim de facilitar a discriminação temporal dos esquemas envolvidos.
Cada criança era instruída a pegar uma grande quantidade de bolinhas de gude, para que
então pudesse trocá-las por um brinquedo (previamente selecionado por elas). Sete das
doze crianças (quatro sob esquema FT 15s e três sob esquema FT 30s) mostraram uma
resposta dominante específica que aumentou de probabilidade ao final dos intervalos de
tempo fixo. Estas respostas dominantes (tocar qualquer parte do palhaço com exceção
do nariz, com uma ou ambas as mãos; beijar o palhaço; tocar o nariz do palhaço com
uma ou ambas as mãos; chupar o dedo e etc.) não estiveram presentes durante as sessões
de linha de base, emergindo durante as sessões sob esquema de tempo fixo. Baseado no
comportamento destas sete crianças, os autores acreditam que seu estudo fornece
evidências de que comportamento humano emergirá e será mantido sob condições nas
quais contingências similares às manipuladas por Skinner (1948) estiverem presentes.
14
Higgins, Morris e Johnson (1989) comentam que os procedimentos que até então
haviam sido utilizados para estudar o comportamento supersticioso não forneciam um
modelo adequado para explicar as superstições culturais nas quais a topografia da
resposta parece ser transmitida socialmente (como, por exemplo, andar acompanhado de
um pé de coelho). Para Herrnstein (1966), as superstições humanas, diferentemente das
superstições obtidas com animais, surgem num contexto social. Desta forma, cada
membro de uma cultura particular (através do processo de aculturação, no qual novos
membros recebem uma educação extensiva por parte dos membros mais velhos da
cultura) entra em contato com as superstições já existentes em sua cultura. Estas
superstições já estabelecidas funcionariam como linha de base sobre a qual as
experiências individuais agiriam. Ou seja, uma pessoa pode ouvir desde cedo que andar
com um pé de coelho é uma atividade que traz sorte para as pessoas que assim se
comportam e pode, então, começar a andar com um pé de coelho. No entanto, relações
acidentais entre resposta (andar com um pé de coelho) e eventos subseqüentes são o que
determinariam, ainda de acordo com Herrnstein (1966), se este comportamento seria ou
não fortalecido e, portanto, mantido no repertório do indivíduo. Nas superstições
transmitidas culturalmente, o padrão de resposta idiossincrático que Skinner (1948)
produziu está ausente.
O estudo de Higgins e cols. (1989), então, investigou procedimentos que
pudessem produzir comportamentos supersticiosos mais semelhantes ao modo pelo qual
comportamentos supersticiosos transmitidos culturalmente são estabelecidos. Mais
especificamente, foram observados se instruções e modelação através de uma fita de
vídeo produziriam um responder que, subseqüentemente, seria mantido sob um esquema
de reforçamento de tempo variável (VT). O equipamento utilizado era bastante
semelhante ao descrito anteriormente no trabalho de Wagner e Morris (1987). Sete
crianças com idades entre três e cinco anos foram divididas em dois grupos. Três
crianças recebiam instruções completas para realizar as tarefas. As instruções
ensinavam-nas a apertar o nariz do palhaço a fim de receberem bolinhas de gude, que
posteriormente poderiam ser trocadas por um brinquedo. Após aprenderem a apertar o
nariz do palhaço, no dia seguinte foi dito a estes três participantes que o palhaço, agora,
só daria bolinhas de gude se eles apertassem seu nariz quando o mesmo estivesse aceso.
Em seguida, dava-se início à sessão experimental, que consistia de dez minutos de
exposição ao esquema múltiplo VT 15s – EXT. Em um dos componentes, o nariz do
palhaço estava iluminado, bem como seus olhos, além de haver uma música tocando.
15
No outro componente, o nariz continuava aceso, porém a luz dos olhos e a música
foram desligadas. Os componentes se alternavam a cada 2 minutos, sendo que toda
sessão iniciava-se no componente de tempo variável. Na primeira sessão, as primeiras
bolinhas de gude foram entregues após 12 a 14 segundos do início da sessão para
permitir que respostas pudessem ocorrer antes da apresentação das bolinhas de gude.
Um responder diferencial (com taxa de respostas bem maiores no componente VT em
comparação ao componente EXT) foi mantido por mais de vinte sessões com dois dos
três sujeitos desse primeiro grupo. O outro participante desse grupo estava respondendo
na mesma direção, porém começou a chorar numa das vezes em que o componente EXT
entrou em vigor e acabou sendo retirado do experimento. Os outros quatro sujeitos
receberam apenas parte das instruções – ouviram apenas que deviam apertar o nariz do
palhaço quando ele estivesse aceso para que recebessem bolinhas de gude (para
posterior troca por um brinquedo). Durante cinco sessões experimentais, estes quatro
sujeitos não emitiram nenhuma resposta e, portanto, nenhuma sessão adicional foi
conduzida com eles. O responder obtido no componente VT pode ser, segundos os
autores, conceitualizado como um exemplo de uma classe supersticiosa de
comportamento operante adquirida através de interação social e mantida (por
aproximadamente 20 sessões) sob um esquema no qual alterações ambientais ocorrem
independentemente da emissão de respostas. Um segundo experimento foi então
conduzido para determinar se modelação através dos pares - uma maneira comum pela
qual comportamento social é instalado - poderia ser utilizado para gerar comportamento
supersticioso. Onze crianças com idades entre três e cinco anos foram os sujeitos
experimentais. Cinco crianças (Condição 1) receberam as instruções completas dadas no
experimento anterior, acrescida de mais uma condição: elas assistiram a um vídeo no
qual uma criança (do experimento anterior) estava respondendo com uma taxa média de
43 respostas por minuto, sob o componente VT do esquema múltiplo VT 15s – EXT.
Além disso, o nariz do palhaço estava aceso, os olhos não estavam iluminados e os
participantes só viam a imagem da televisão, sem nenhum tipo de som. Os outros seis
participantes (Condição 2) assistiram a um vídeo no qual apenas o palhaço com o nariz
aceso estava presente na sala experimental, não havendo nenhuma ocorrência de entrega
de bolinhas de gude. Em seguida, os participantes de cada um dos grupos foram
expostos, individualmente, ao esquema múltiplo VT 15s – EXT. Das cinco crianças que
passaram pela Condição 1, duas desenvolveram um responder diferencial em relação
aos dois componentes do esquema em vigor, com taxas elevadas no componente VT e
16
taxas reduzidas no componente EXT. Dos seis participantes restantes (Condição 2),
cinco não emitiram respostas. O outro sujeito respondeu com taxas muito reduzidas
durante apenas uma sessão. Os resultados obtidos com os dois sujeitos cujo responder
diferencial foi estabelecido podem ser vistos como um exemplo de uma condição na
qual alterações ambientais independentes da resposta produzem comportamento
imitativo.
Esses três últimos experimentos realizados com seres humanos demonstraram
que comportamento supersticioso pode ser adquirido e mantido na ausência de qualquer
história programada de reforçamento dependente da resposta.
Outro dado importante sobre comportamentos supersticiosos, em parte já
explicitado anteriormente nesta introdução, é o de que eles podem apresentar
variabilidade. Sabe-se que a variabilidade de respostas é maior durante a extinção do
que durante o condicionamento (Antonitis, 1951). E que esquemas de razão fixa geram
um padrão de respostas com muito pouca variabilidade, sendo menor à medida que o
valor da razão aumenta; em contrapartida, esquemas de intervalo fixo produzem uma
variabilidade de respostas maior (Boren, Moerschbaecher e Whyte, 1978). No
experimento de 1957 intitulado A second type of “superstition” in the pigeon, Morse e
Skinner afirmaram:
A direção da superstição não é necessariamente estável. Em uma
sessão experimental longa, uma superstição positiva pode dar
lugar a uma superstição negativa, ou vice-versa. Tais mudanças
são geralmente facilmente explicadas em termos de reforçamento
adventício ou falha no recebimento do reforçamento na presença
do estímulo acidental (Morse e Skinner, 1957, p.311).
Mesmo no experimento inicial, de 1948, Skinner já expôs a possibilidade de
haver variabilidade na topografia da resposta. Para um dos pombos, o intervalo entre
apresentações de alimento foi aumentado para 1 minuto. Isto ocasionou uma mudança
na topografia da resposta supersticiosa.
Concordando com a posição defendida por Skinner (1948) em relação ao
comportamento supersticioso, incluindo a questão relativa à possibilidade de
variabilidade, Lee (1996) vai um pouco além e afirma ser possível, sob certas
circunstâncias, que a variabilidade poderia ser mantida acidentalmente por eventos
17
subseqüentes a outros aspectos do comportamento. Assim, seu estudo teve como
objetivo determinar se variabilidade espacial (em relação à localização de uma resposta)
poderia ocorrer no comportamento humano quando eventos subseqüentes fossem
contingentes a uma propriedade numérica do comportamento. Em seu estudo, portanto,
a apresentação destes eventos dependia da emissão de respostas por parte dos
participantes (que consistiam de cliques no botão do mouse sobre a tela do computador).
Contudo, não dependia da localização na tela do computador na qual as respostas (os
cliques) ocorriam. Foi dito aos participantes (seis estudantes universitários) que a
pesquisa tinha o objetivo de verificar o que as pessoas fazem quando são solicitadas a
completar tarefas de computador; o que elas fazem ao interagir com estas tarefas.
Também ficaram cientes de que instruções sobre como obter pontos poderiam ou não
ser fornecidas e, caso instruções não fossem dadas, caberia a eles descobrir o que fazer.
Para cada quinze minutos de participação no estudo, cada participante recebeu $2.00
dólares. Um bônus de $10.00 dólares seria dado ao participante que obtivesse a maior
pontuação. Além disso, as instruções informavam que para ganhar pontos, cada
participante deveria aperta a tecla “Seta para cima” do teclado do computador assim que
os ícones na tela do computador ficassem iguais. Não havia instruções adicionais.
A primeira tela que aparecia no computador continha cinco ícones diferentes no
canto superior esquerdo, um contador numérico registrando “zero pontos” na parte
superior direita e uma área indiferenciada que ocupava o restante da tela. A tela do
computador foi dividida pela experimentadora em seis zonas para facilitar a
identificação da localização do cursor na tela quando um clique no botão do mouse
ocorria. Cada ícone constituiu uma zona diferente e a sexta zona era a área restante da
tela (área indiferenciada). Durante a fase de Pré-treino, a tarefa do participante era
basicamente mudar a disposição dos ícones. Cliques no botão do mouse mudavam a
disposição dos ícones seguindo um esquema de razão igual a cinco. Um arranjo que ia
de 1:1 até 5:1 foi utilizado, sendo que o primeiro número representa um clique no botão
do mouse e o segundo número representa a mudança na disposição dos ícones. Cada
razão era selecionada de forma randômica e sem repetição, até que todas fossem usadas
pelo menos uma vez. Todos os cliques no mouse contribuíam para preencher os
requisitos impostos pelo arranjo, independentemente da localização do cursor do mouse.
A cada quinta ocorrência de mudança dos ícones, no lugar de ocorrer uma mudança
apenas em sua disposição, ocorria uma igualação dos mesmos. Esta fase terminou após
cinco igualações dos ícones. Um ponto era adicionado ao contador numérico e um breve
18
tom sonoro ocorria se os participantes apertassem a tecla “Seta para cima” no teclado do
computador apenas quando os ícones se igualassem (e assim que isto ocorresse) e antes
de pressionar qualquer outra tecla ou o botão do mouse novamente. Caso isto não fosse
feito, um som de “reprovação” era apresentado e um ponto era reduzido do contador
numérico. A próxima fase (Falhas randômicas seguidas por sucessos), era bem
semelhante ao Pré-treino. A diferença estava na maneira como a mudança na disposição
dos ícones ocorria. Nesta nova fase, os primeiros “n” cliques no botão do mouse
falhavam na mudança da disposição dos ícones. Um valor de “n” era escolhido entre os
valores 1 a 30, de forma randômica e sem repetição, de maneira sucessiva até que todos
os valores fossem utilizados uma vez. Após o valor de “n” selecionado pelo programa
de computador, os próximos cinco cliques no mouse invariavelmente mudavam a
disposição dos ícones, porém apenas no último clique é que os ícones se igualavam.
Portanto, após o valor de “n”, o quinto clique no botão do mouse sempre gerava a
ocorrência de ícones iguais. Em seguida, outro valor “n” era selecionado e, ao final dos
“n” cliques, os cinco cliques seguintes mudavam a disposição dos ícones, ocorrendo a
igualação dos mesmos apenas no quinto clique. Este ciclo de falhas randômicas
seguidas por sucessos inevitáveis na mudança dos ícones ocorreu por três vezes ao todo.
O experimento terminava após 95 igualações dos ícones, incluindo as cinco vezes em
que eles se igualaram durante o Pré-treino.
Os principais resultados mostraram que a maioria dos cliques ocorreu sobre um
dos cinco ícones existentes na tela do computador e que as mudanças na localização dos
cliques ocorreram, de um modo geral, com maior freqüência após um clique no mouse
que não foi seguido por uma mudança na disposição dos ícones do que por um clique
que foi seguido de mudança. Uma mudança de localização foi definida como a
ocorrência de um clique no botão do mouse quando o cursor estava em uma posição da
tela do computador diferente daquela em relação ao clique anterior. Alguns
participantes persistentemente se comportaram como se as mudanças nas localizações
dos cliques no botão do mouse produzissem a passagem de um estado de não-mudança
dos ícones para um estado de mudança, apesar das condições que controlavam a
disposição dos ícones na tela do computador não especificarem nenhuma localização
especial do cursor para que as mudanças na disposição dos ícones ocorressem. As
mudanças dependiam apenas de uma propriedade numérica do comportamento, ou seja,
elas ocorriam após uma quantidade específica (“n”) de cliques no botão do mouse,
independentes da localização do cursor na tela do computador. Lee (1996) aponta que:
19
O aumento da variabilidade do local do cursor quando o ícone
não estava mudando juntamente com o aumento da estereotipia
da localização quando os ícones estavam mudando parecem
consistentes com as demonstrações de que a extinção aumenta a
variabilidade e o reforçamento diminui a variabilidade a menos
que as contingências exijam variabilidade (Lee, 1996, p.82).
Esses resultados sobre variabilidade estão de acordo com Antonitis (1951) e
Boren, Moerschbaecher e Whyte (1978) citados anteriormente neste trabalho.
Dos seis participantes desta pesquisa, três deles (A, B e C) desde o início do
experimento emitiram o comportamento de mudar a localização dos cliques com maior
freqüência do que os outros três participantes. Parece que para eles uma dupla
discriminação supersticiosa foi mantida, já que quando a disposição dos ícones não
estava mudando, ocorriam mudanças nas localizações dos cliques na tela do
computador; e quando a disposição dos ícones começava a mudar, mudanças na
localização dos cliques raramente ocorriam. Na discussão de seu trabalho, Lee (1996)
comenta que a ocasião para que os participantes parassem de mudar a localização dos
cliques pareceu ter sido a transição do estado de não-mudança dos ícones para um
estado de mudança. De maneira contrária, a ocasião para recomeçar a mudar o local dos
cliques no mouse era a ocorrência da próxima tentativa após a igualação dos ícones. O
número fixo de mudanças dos ícones (produzidas pelos cinco cliques consecutivos no
mouse após o valor de “n” programado) presumivelmente permitiu que os participantes
antecipassem a ocorrência de uma igualação dos mesmos e, portanto, continuassem a
emitir cliques no botão do mouse nos mesmos locais que supersticiosamente produziam
a mudança dos ícones. O comportamento de contar parece ter sido importante neste
caso. Já o número variável de falhas na mudança dos ícones (valor de “n” variando entre
1 e 30 de forma randômica e sem repetição) exigiu dos participantes o comportamento
de observação dos ícones, visto que as mudanças de localização diminuíam após os
ícones entrarem no estado de mudança. Segundo a autora, se esta interpretação acima
estiver correta, seguir repetidamente um número fixo de falhas na mudança dos ícones
(usar um “n” sempre igual a 15, por exemplo) por um número variável de sucessos na
mudança dos mesmos (utilizar uma razão variável igual a cinco no lugar de uma razão
fixa igual a cinco, por exemplo) deve reverter os efeitos acima mencionados. A autora
sugere, portanto, um novo problema de pesquisa. No entanto, pode-se supor que esta
20
variação não reverteria, de fato, tais efeitos, já que mesmo que os sucessos na mudança
dos ícones fossem variáveis (e não mais fixos), uma discriminação (ainda que
supersticiosa) poderia continuar ocorrendo. Por exemplo, se numa determinada série a
razão variável programada após um valor de “n” fixo (vamos supor quer o valor de “n”
fosse sempre igual a 15) fosse igual a quatro, os participantes teriam a chance de
observar que, por exemplo, durante os três cliques anteriores no botão do mouse teria
havido mudança na disposição dos ícones (ainda que eles não tivessem se igualado),
enquanto que em todos os outros cliques no mouse (anteriores a estes três últimos) não
teria havido nenhum tipo de mudança nos ícones. Isto talvez já fosse suficiente para que
os participantes continuassem a emitir cliques no botão do mouse no mesmo local que
supersticiosamente produziu a alteração na disposição dos ícones. Ou seja, variar o
valor da razão possivelmente não provocaria grandes modificações na localização dos
cliques no mouse, já que uma única mudança na disposição dos ícones, em função da
passagem de um estado de não-mudança para mudança dos ícones, talvez já fosse
suficiente para cessar a mudança na localização dos cliques no mouse. Esta é, no
entanto, uma hipótese que precisa ser investigada.
Deve-se fazer um exame cuidadoso em relação ao encadeamento de respostas
que podia ocorrer nesse experimento. A passagem de um estado de não-mudança na
disposição dos ícones na tela do computador para um estado de mudança nos ícones
parece ter funcionado como um estímulo reforçador condicionado para a resposta de
clicar no botão do mouse na mesma localização na qual se deu o clique anterior (pois tal
clique tinha sido emitido numa dada localização e havia sido seguido de mudança na
disposição dos ícones). Já a igualação dos ícones parece ter funcionado como um
estímulo discriminativo para a resposta de pressionar a tecla “Seta para cima” no
teclado do computador, que produzia os supostos estímulos reforçadores finais: o
acréscimo de 1 ponto no contador numérico e a apresentação de um tom sonoro. Desta
forma, parece que os estímulos que possivelmente funcionaram como estímulos
reforçadores condicionados - mais especificamente a mudança na disposição dos ícones
- desempenharam uma função importante no padrão comportamental supersticioso
encontrado pela autora.
Uma maneira adicional de analisar a dupla discriminação supersticiosa ocorrida
no experimento de Lee (1996) é supor que a manutenção da emissão de respostas num
determinado local da tela do computador ocorreu por conta de alguns eventos
subseqüentes contíguos que adquiriram a função de estímulos reforçadores (ainda que
21
condicionados). A contigüidade de alguns destes eventos com a resposta de clicar o
botão do mouse num determinado local talvez tenha sido suficiente para manter o
responder supersticioso exibido pelos participantes. No trabalho de Gleeson e
cols.(1989), a emissão das respostas supersticiosas de bicar a chave de respostas não se
alterou a despeito da presença ou ausência da “luz de feedback” quando os pombos
bicavam a chave de respostas, suposto estímulo reforçador condicionado. Já no trabalho
de Ono (1997), como visto anteriormente, a freqüência no responder dos sujeitos se
alterou em função da presença das diferentes cores das luzes utilizadas durante todo o
experimento, o que foi chamada de superstição sensorial por Morse e Skinner (1957).
A influência do esquema de reforçamento FR 5 (após a ocorrência do valor de
“n” no qual não havia mudança nos ícones) utilizado no experimento de Lee (1996) para
relacionar os cliques no botão do mouse com a igualação dos ícones parece ter exercido
um controle bem maior do que a “luz de feedback” do experimento de Gleeson e cols.
(1989), visto que todos os participantes diminuíam ou mesmo cessavam a resposta de
mudança na localização dos cliques quando os ícones entravam no estado de mudança.
No trabalho de Wagner e Morris (1987), o procedimento de acender o nariz do
palhaço por 3 segundos logo antes da entrega das bolinhas de gude é um outro exemplo
no qual um estímulo pode ter funcionado como estímulo discriminativo, já que era
ocasião em que ocorria o estímulo reforçador.
A investigação do controle que um dado estímulo que funcione como um
estímulo reforçador condicionado pode vir a exercer sobre uma dada resposta é de
fundamental importância no entendimento da ocorrência de um dado comportamento,
seja ele qual for. Se um dado estímulo pode funcionar como um estímulo reforçador
condicionado que pode vir a exercer algum tipo de controle sobre uma resposta
supersticiosa, o estudo desta relação se faz igualmente relevante.
Assim, o presente trabalho tem como objetivo replicar de maneira sistemática o
trabalho de Lee (1996) e estender o campo de investigação sobre o comportamento
supersticioso demonstrado por Skinner (1948) através do exame do papel que os
estímulos reforçadores condicionados podem desempenhar na aquisição e manutenção
de um comportamento supersticioso; mais especificamente em relação à localização de
uma resposta quando o reforço é contingente a uma propriedade numérica do
comportamento. Deste modo, seria interessante observar o efeito que uma mudança na
igualação dos ícones de forma direta (portanto sem a ocorrência de uma mudança na
disposição dos ícones – que pode ter funcionado como estímulo reforçador
22
condicionado) terá sobre a localização dos cliques no mouse. Visto que o
comportamento supersticioso exibido pelos participantes do estudo de Lee (1996)
pareceu depender de uma dupla discriminação (ainda que supersticiosa), promover a
impossibilidade desta discriminação poderá ocasionar o término do comportamento
supersticioso obtido pela autora. Com o término da contigüidade entre um clique no
mouse em uma localização específica que foi precedida pela ocorrência de mudança nos
ícones e um novo clique no botão do mouse que supersticiosamente produziu a
igualação dos ícones, uma nova contigüidade terá lugar; desta vez, entretanto, entre uma
localização específica que não foi precedida por nenhuma modificação na disposição
dos ícones e um novo clique no mouse que será seguido pela igualação dos ícones.
Assim, agora não mais haverá uma condição de mudança na disposição dos ícones que
anteceda sistematicamente uma igualação dos mesmos. Com isto, supõe-se que o
comportamento supersticioso (de variar a localização dos cliques quando estes não eram
seguidos de mudanças nos ícones e de clicar o botão do mouse numa mesma localização
quando os ícones apresentaram mudança) obtido por Lee (1996) deixará de ocorrer ou
que, pelo menos, seja alterado de alguma forma.
Algumas modificações foram realizadas no presente trabalho em relação ao
trabalho de Lee (1996). Uma nova fase experimental foi adicionada às fases utilizadas
pela autora. Além das fases “Pré- treino” e “Falhas randômicas seguidas por sucessos”,
foi adicionada uma fase na qual as igualações dos ícones ocorriam de forma direta, sem
a ocorrência prévia de mudanças em sua disposição. Houve também uma diferença na
ordem das fases experimentais pela qual cada grupo de participantes foi submetido, a
fim de se observar possíveis efeitos de exposição a uma história prévia na qual a
igualação dos ícones era sempre precedida de uma mudança na disposição dos mesmos.
Além disto, foram retirados do delineamento o decréscimo na pontuação e o som de
“reprovação” quando o indivíduo não apertou a tecla “Seta para cima” no teclado do
computador logo que os ícones se igualaram. Estes procedimentos foram excluídos da
presente pesquisa porque poderiam ter supostamente funcionado como estímulos
punitivos para o comportamento de realizar a tarefa. A tela do computador não relativa
à região dos ícones também foi dividida em diferentes zonas (não visíveis aos
participantes) a fim de analisar de forma mais detalhada a localização das respostas
nesta região.
23
MÉTODO Participantes:
Participaram deste estudo um total de doze pessoas, sendo que seis delas já
haviam concluído o 3º grau, quatro eram alunos universitários e dois haviam concluído
o Ensino Médio. Nenhuma delas foi ou era estudante de Psicologia.
Cada participante preencheu um termo de consentimento, explicitando sua
disposição em colaborar como voluntário da pesquisa (ANEXO 1).
Local e Equipamento:
As informações foram coletadas individualmente no LACH - Laboratório de
Comportamento Humano, situado na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da
UFMG. Nele continha uma mesa para oito pessoas, um quadro negro e cinco
computadores.
Um computador com um mouse e um teclado acoplado foi utilizado, bem como
um programa de computador especialmente elaborado para os propósitos da pesquisa.
Movimentos no mouse controlavam os movimentos do cursor na tela do computador. O
computador foi colocado perto do quadro negro, distante dos demais computadores
existentes na sala.
O programa desenvolvido estava preparado para realizar diferentes registros, tais
como os cliques no botão do mouse; as localizações, na tela do computador, destes
cliques (as zonas nas quais cada clique ocorreu); as respostas de pressão à tecla “Seta
para cima” no teclado do computador, assim como qualquer outra tecla que o
participante veio a pressionar; a ordem das respostas emitidas pelo participante; a
disposição dos ícones na tela do computador nos momentos em que ocorrerem cliques
no botão do mouse; o tempo no qual cada resposta foi emitida (registrado em ticks –
1/60 unidades de segundo) e a pontuação obtida por cada participante.
Procedimento:
O pesquisador acompanhou cada participante até a sala experimental. Em voz
alta, leu para ele as instruções da tarefa, que estavam dispostas na tela do computador
24
sobre um fundo de tela azul, além de estarem impressas e disponíveis ao lado do teclado
do computador, durante todo o experimento. Foram as seguintes:
“Esta pesquisa está interessada no que as pessoas fazem quando
são solicitadas a completar algumas tarefas de computador. Você
deverá realizar as tarefas apresentadas pelo computador até que o
mesmo indique o término de sua participação. As tarefas não são
testes de inteligência, nem de habilidades pessoais. Estamos
interessados apenas em observar o que as pessoas fazem quando
elas realizam estas tarefas. O tempo que cada participante gasta
nas tarefas varia consideravelmente. A sessão provavelmente vai
demorar pouco mais de uma hora. Ao final, você receberá um
“Vale CD” para posterior troca. Um bônus de R$ 30,00 reais será
dado ao participante que obtiver o maior número de pontos. No
total, 12 participantes realizarão as tarefas. Você pode ganhar até
155 pontos. Você pode ou não receber instruções de como obter
pontos. Caso nenhuma instrução seja dada, caberá a você
descobrir o que fazer.”
Numa tela com fundo azul contendo 5 ícones iguais no canto esquerdo, as
seguintes instruções foram dadas:
“Para ganhar pontos, pressione a tecla "Seta para cima” (�) do teclado LOGO QUE os ícones ficarem todos iguais.”
A próxima tela continha o final das instruções:
“Não há instruções adicionais. Caberá a você descobrir o que fazer.”
Durante a leitura das instruções, o experimentador apontou para a tecla “Seta
para cima” no teclado e também para os cinco ícones que se encontravam na tela do
computador. Em seguida, disse ao participante que o computador indicaria o final da
sessão experimental e que, assim que ele (o experimentador) se retirasse, quando o
participante pressionasse o botão do mouse, teria início a tarefa. O experimentador então
deixou a sala.
25
Ao dar um clique no botão do mouse, a tela de fundo azul descrita acima
aparecia, no entanto com cinco ícones diferentes na parte superior esquerda, medindo 32
x 32 pixels cada. Do lado direito havia um contador numérico, inicialmente marcando
“zero pontos”, que registrava a pontuação obtida por cada participante durante o
decorrer da tarefa. Já a parte inferior da tela continha apenas um fundo de tela azul
(ANEXO 2).
Toda a tela estava dividida em 20 partes (diferentes zonas de localização), que
serviram para análise da localização dos cliques no mouse emitidos por cada
participante. No entanto, esta divisão não era visível para os mesmos (ANEXO 3).
Após o término da tarefa, os participantes recebiam o “Vale CD” e estavam
dispensados. Qualquer esclarecimento adicional em relação às tarefas foi realizado neste
momento, quando solicitado pelo participante.
Fase 1: Treino A tarefa dos participantes nesta fase era mudar a disposição dos ícones através
de cliques no botão do mouse. A mudança na disposição dos ícones nesta fase obedecia
a um esquema de razão, selecionado randomicamente de um arranjo que ia de 1:1 até
5:1, sem repetição, sendo que o primeiro número representa um clique no mouse e o
segundo número representa uma mudança nos ícones. Ou seja, um número entre 1 e 5
era randomicamente escolhido pelo programa de computador. Por exemplo, o número 3.
Assim, após três cliques no botão do mouse, ocorria uma mudança na disposição dos
ícones. É importante deixar claro que os ícones mudavam apenas de disposição, mas
continuavam diferentes entre si. Em seguida, um novo número (com exceção do número
3) era selecionado pelo programa. Por exemplo, o número 5. Isto significa que somente
após pressionar cinco vezes o botão do mouse é que havia uma nova mudança nos
ícones (mais uma mudança na disposição apenas). Isto ocorria até que todos os números
da série de 1 a 5 fossem utilizados, de forma aleatória e sem repetição. Portanto, para
cada cinco vezes nas quais os ícones mudavam de disposição, era necessário um total de
15 cliques no botão do mouse.
Cada clique no botão do mouse, independente do local na tela do computador no
qual ocorreu, contou como uma resposta de pressão no botão do mouse.
Um esquema de razão fixa cinco (FR 5) foi usado para relacionar as mudanças
nos ícones (na disposição deles, porém ainda gerando ícones diferentes) com a
igualação dos mesmos. Assim, toda vez que os ícones mudavam pela quinta vez, no
26
lugar de mudarem apenas de disposição e continuarem diferentes, eles mudavam e
ficavam todos iguais. Cada vez que isto ocorria, se a tecla “Seta para cima” do teclado
fosse pressionada, 1 ponto era adicionado ao contador numérico e um tom sonoro era
apresentado. Portanto, para ganhar pontos, os participantes deveriam pressionar a tecla
“Seta para cima” assim que os ícones ficassem todos iguais e deveriam fazer isto antes
de pressionarem qualquer outra tecla ou o botão do mouse novamente. Ou seja, quando
a igualação dos ícones ocorria, os participantes podiam esperar quanto tempo
desejassem antes de pressionar a tecla “Seta para cima” a fim de ganhar pontos. No
entanto, se pressionassem qualquer outra tecla que não a tecla “Seta para cima” ou
mesmo se apertassem o botão do mouse antes desta tecla, perdiam a oportunidade de
ganhar um ponto. Caso eles pressionassem a tecla “Seta para cima” mais de uma vez,
um ponto era adicionado ao contador numérico desde que a primeira vez que ela fosse
utilizada tivesse ocorrido antes da utilização de qualquer outra tecla ou antes que um
novo clique no mouse ocorresse. Isto requereu, por parte dos participantes, observação e
atenção em relação à mudança dos ícones.
Esta fase terminava após cinco igualações dos ícones, ou seja, após a ocorrência
de 25 mudanças dos mesmos (incluindo as cinco vezes em que mudaram e ficaram
iguais), num total de 75 cliques no botão do mouse. Nesta fase, cada participante podia
ganhar até 5 pontos.
Fase 2: Falhas randômicas seguidas de sucessos inevitáveis Esta fase assemelha-se à fase anterior. No entanto, a igualação dos ícones se
dava de maneira um pouco diferente. Os primeiros “n” cliques no botão do mouse
invariavelmente falhavam na mudança dos ícones. Ou seja, cliques no botão do mouse
ocorriam, porém os ícones continuavam os mesmos, não ocorrendo nem mesmo
mudança na disposição deles. O valor de “n” era selecionado de forma randômica e sem
repetição a partir de uma série de trinta valores, entre 1 e 30. Após este valor de “n”, os
próximos cinco cliques consecutivos no mouse invariavelmente mudavam os ícones,
sendo que na quinta mudança havia a igualação dos mesmos. Por exemplo, vamos supor
que o primeiro valor de “n” programado fosse 18. Isto significa que apenas após os
participantes pressionarem 18 vezes o botão do mouse é que os ícones começavam a
mudar de disposição. E as mudanças se davam da seguinte forma: após este valor de
“n” , os próximos cinco cliques invariavelmente mudavam os ícones, sendo que os
quatro primeiros cliques mudavam a maneira como eles estavam dispostos, porém eles
27
ainda permaneciam diferentes entre si e apenas no quinto clique ocorreria a igualação.
Neste momento, cada participante tinha a chance de aumentar sua pontuação, apertando
a tecla “Seta para cima” no teclado do computador. As contingências programadas para
a pontuação eram as mesmas da fase anterior.
Em seguida, um novo valor de “n” era apresentado (com exceção do valor igual
a 18) até que todos os valores entre 1 e 30 fossem utilizados uma vez. Só então podia
haver repetição do valor de “n”.
Assim, nesta fase, os ícones saíam de um estado de não-mudança dos ícones
(que dependia do valor de “n” programado) para um estado de mudança, sendo que os
quatro cliques consecutivos no mouse após o valor de “n” tornavam os ícones diferentes
no que se refere à sua disposição, ocorrendo a igualação dos mesmos apenas no quinto
clique.
Todas as respostas de clicar o botão do mouse, independentemente da
localização na tela do computador, foram registradas como uma resposta de dar um
clique no mouse, contribuindo para preencher os requisitos impostos pelo esquema de
mudança dos ícones.
Esta fase terminou após a ocorrência do ciclo acima descrito por três vezes no
total. Portanto, esta fase foi dividida em três subfases (Fase 2/subfase 1; Fase 2/subfase
2 e Fase 2/subfase 3) proporcionando a possibilidade de cada participante obter, no
máximo, 90 pontos.
Fase 3: Falhas randômicas seguidas por mudança direta dos ícones
Nesta fase, após um valor de “n” variando de 1 até 30 de maneira randômica e
sem repetição (como ocorreu na Fase 2), o próximo clique no botão do mouse
invariavelmente mudava os ícones, igualando-os imediatamente. Não havia mais,
portanto, um período no qual os ícones primeiramente mudavam apenas de disposição
para, então, no quinto clique no botão do mouse, os ícones se igualarem. Nesta fase, a
igualação se dava de forma direta, logo após o valor de “n” que estava programado. As
mesmas contingências programadas em relação à pontuação continuaram em vigor. Esta
fase terminava após todos os valores de “n” terem sido utilizados duas vezes, o que
proporcionava a obtenção de, no máximo, 60 pontos. Esta fase foi, portanto, dividida
em Fase 3/subfase 1 e Fase 3/subfase 2.
28
Dois grupos diferentes foram formados para realizar as tarefas. O Grupo 1,
contendo oito participantes (P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7 e P8 - quatro do sexo masculino
e quatro do sexo feminino) passou inicialmente pela Fase 1, seguida pelas Fases 2 e 3.
Já o Grupo 2, contendo quatro participantes (P9, P10, P11 e P12 - dois de cada sexo)
iniciaram o experimento pela Fase 3, seguida pela Fase 1 e, então, pela Fase 2. A Tabela
1 abaixo mostra a ordem das fases experimentais pelas quais os participantes de cada
grupo passaram.
Tabela 1 - Ordem das fases experimentais pela qual os participantes dos diferentes grupos passaram.
GRUPOS PARTICIPANTES ORDEM DAS FASES
EXPERIMENTAIS Grupo 1 P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7, P8 Fase 1 → Fase 2 → Fase 3 Grupo 2 P9, P10, P11, P12 Fase 3 → Fase 1 → Fase 2
29
RESULTADOS
Visto que os participantes passaram o experimento clicando no botão do mouse,
foi observada a localização, na tela do computador, sobre as quais estes cliques foram
emitidos.
Inicialmente, a freqüência relativa dos cliques que ocorreram nos ícones foi
calculada. Isto foi feito dividindo-se a soma de todos os cliques ocorridos sobre os
ícones (soma dos cliques que ocorreram nas zonas 1 a 5) pelo número total de cliques
emitidos, em cada uma das três fases. A Tabela 2 apresenta este resultado. Um clique
foi considerado como pertencente a uma localização específica (a uma das vinte zonas
pré-definidas) se as coordenadas horizontal e vertical do clique estivessem dentro do
retângulo de 32 x 32 pixel que delineava cada zona.
Tabela 2. Freqüência relativa dos cliques ocorridos sobre os ícones (zonas 1 a 5).
Participantes Fase 1 Fase 2/
subfase 1
Fase 2/
subfase 2
Fase 2/
subfase 3
Fase 3/
subfase 1
Fase 3/
subfase 2
P1 1 0,998 1 1 1 1 P2 0,98 1 1 0,98 0 0,02 P3 1 1 1 1 1 1 P4 0,59 0,5 0,004 0 0 0 P5 1 0,66 0,9 0,52 0,35 0,67 P6 0,76 0,9 0,92 0,56 0,87 0,96 P7 1 1 1 1 1 1 P8 0,72 0,97 1 0,86 0,36 0,6 P9 0 0,029 0 0 0,852 0,454 P10 1 1 1 1 0,998 1 P11 0 0,001 0 0,019 0,066 0 P12 0 0 0 0 0,034 0
Dos doze participantes, oito deles (P1, P2, P3, P5, P6, P7, P8 e P10) emitiram a
maioria das respostas de clicar no botão do mouse nas zonas 1 a 5, ou seja, nas zonas
que continham os ícones. Destes participantes, P2 e P8 apresentaram um desempenho
semelhante: ambos exibiram uma diminuição significativa na freqüência relativa dos
cliques emitidos nas zonas 1 a 5 quando houve a mudança da Fase 2/subfase 3 para a
Fase 3/subfase 1. É provável que esta diminuição tenha ocorrido devido à mudança na
condição experimental que ocorreu com a introdução da Fase 3. Já os participantes P5 e
30
P6 também apresentaram uma diminuição desta freqüência, porém isto pode ser
observado em relação à mudança ocorrida entre as subfases. Ou seja, houve uma
diminuição na freqüência de cliques emitidos nas zonas que continham os ícones (zonas
1 a 5) na mudança da subfase 2 para a subfase 3 da Fase 2. Para o participante P5, esta
diminuição se estendeu para a Fase 3/subfase 1, porém na subfase seguinte a freqüência
elevou-se. Como esta diminuição na freqüência ocorreu na subfase 3 da Fase 2, pode-se
pensar na possibilidade de isto ter ocorrido devido à exposição prolongada ao esquema
de reforçamento em vigor, iniciado na subfase 1 da Fase 2.
O restante dos participantes (P4, P9, P11 e P12) teve a emissão dos cliques
concentrada nas outras zonas (zona 6 à zona 20, que não continham ícones).
É importante destacar que os participantes P9, P10, P11 e P12 (Grupo 2)
iniciaram a realização das tarefas pela Fase 3/subfase 1 (fase na qual a igualação dos
ícones ocorria de forma direta). Três destes participantes (P9, P11 e P12) tiveram a
localização de seus cliques concentradas nas zonas 6 a 20, com exceção do participante
P9 bem no início da tarefa (Fase 3/subfase 1), quando a maioria dos cliques por ele
emitido ocorreu quase que exclusivamente nas zonas 1 a 5, que continham os ícones.
Outro dado relevante é que dos participantes do Grupo 1, apenas P4 (um dentre
os oito participantes deste grupo) emitiu a maior parte dos cliques nas zonas que não
continham os ícones. Apesar de durante a Fase 1 e Fase 2/subfase 1 este participante
ainda ter emitido praticamente metade dos cliques nas zonas 1 a 5, já na subfase 2 da
Fase 2 a ocorrência dos cliques passou a se dar nas zonas 6 a 20.
A Tabela 2 já evidencia logo de início, para a maioria dos participantes do
Grupo 1 (P1, P2, P3, P5, P6, P7 e P8) e para um participante do Grupo 2 (P10) um
padrão supersticioso em relação às zonas de localização dos cliques, visto que a maioria
deles ocorreu sobre os cinco ícones que estavam presentes na tela do computador (zonas
1 a 5), mesmo que as mudanças na disposição dos ícones, bem como sua igualação não
dependeram, em nenhum momento do experimento, da localização na qual ocorreram
os cliques no botão do mouse.
Em seguida, foi calculada a freqüência relativa dos cliques ocorridos em cada
uma das 20 zonas disponíveis, para cada participante, em cada fase da tarefa. Estes
dados estão apresentados nas Tabelas 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Cada uma destas tabelas
corresponde a uma fase e subfase do experimento. Esta freqüência foi obtida dividindo-
se a soma do número total de cliques ocorridos em cada uma das zonas pelo total de
cliques emitidos, em cada fase.
31
Fase 1 Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 Zona 6 Zona 7 Zona 8 Zona 9 Zona 10 Zona 11
Zona12 Zona 13 Zona 14 Zona 15 Zona 16 Zona 17 Zona 18 Zona 19 Zona 20
P1 0,092 0,328 0,223 0,223 0,131 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P2 0,421 0,263 0,065 0,144 0,092 0 0 0 0 0,013 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P3 0,173 0,266 0,226 0,16 0,173 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P4 0,105 0,144 0,157 0,144 0,039 0 0 0 0,144 0,171 0,039 0,039 0 0,013 0 0 0 0 0 0
P5 0,24 0,2 0,146 0,213 0,2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P6 0,153 0,153 0,192 0,153 0,115 0,064 0,051 0 0,025 0,025 0 0,012 0 0,012 0 0 0 0 0,012 0,025
P7 0,157 0,236 0,223 0,197 0,184 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P8 0,133 0,186 0,173 0,146 0,08 0 0 0 0 0,026 0,146 0 0 0,013 0,093 0 0 0 0 0
P9 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P10 0,25 0,184 0,184 0,184 0,197 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
Tabela 3. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 1.
32
Fase 2/Subfase
1 Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 Zona 6 Zona 7 Zona 8 Zona 9 Zona 10 Zona 11 Zona12 Zona 13 Zona 14 Zona 15 Zona 16 Zona 17 Zona 18 Zona 19 Zona 20
P1 0,31 0,188 0,215 0,155 0,129 0 0 0 0 0 0,001 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P2 0,183 0,182 0,198 0,229 0,206 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P3 0,191 0,205 0,197 0,231 0,173 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P4 0,11 0,105 0,119 0,108 0,059 0,003 0 0,003 0,106 0,067 0,028 0,286 0 0 0,001 0 0 0 0 0
P5 0,135 0,159 0,13 0,125 0,117 0,024 0,028 0,017 0,024 0,056 0,014 0,012 0,032 0,04 0,012 0,004 0,017 0,012 0,014 0,017
P6 0,195 0,2 0,217 0,155 0,131 0,011 0,004 0,014 0,001 0,001 0,001 0,001 0,014 0,022 0 0 0,012 0,008 0 0,004
P7 0,138 0,214 0,211 0,237 0,198 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P8 0,154 0,224 0,206 0,204 0,185 0 0,003 0,001 0 0,001 0,001 0 0,001 0 0,004 0,006 0 0,003 0 0
P9 0,009 0,008 0,001 0,009 0 0,001 0 0,003 0,662 0,284 0,003 0 0 0,001 0,003 0,001 0,006 0 0 0,003
P10 0,272 0,219 0,193 0,15 0,163 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P11 0 0 0 0 0,001 0 0 0 0,003 0,899 0,019 0 0 0,066 0,009 0 0 0 0 0
P12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,61 0 0 0 0,389 0 0 0 0 0 0
Tabela 4. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 2/subfase 1.
33
Fase 2/Subfase
2 Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 Zona 6 Zona 7 Zona 8 Zona 9 Zona 10 Zona 11 Zona12 Zona 13 Zona 14 Zona 15 Zona 16 Zona 17 Zona 18 Zona 19 Zona 20
P1 0,237 0,226 0,218 0,188 0,129 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P2 0,168 0,26 0,286 0,132 0,152 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P3 0,202 0,15 0,186 0,212 0,247 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P4 0,001 0,003 0 0 0 0 0 0 0,288 0,609 0,096 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P5 0,115 0,23 0,241 0,152 0,162 0,006 0,004 0 0,008 0,006 0,006 0 0,047 0,001 0,003 0,001 0,004 0,004 0,001 0,001
P6 0,168 0,209 0,147 0,205 0,194 0,012 0,009 0,004 0,003 0,009 0 0,003 0,006 0,004 0 0 0,006 0,009 0 0,003
P7 0,146 0,172 0,18 0,219 0,28 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P8 0,162 0,243 0,204 0,209 0,178 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P9 0 0 0 0 0 0 0 0 0,952 0,047 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P10 0,117 0,213 0,132 0,294 0,242 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P11 0 0 0 0 0 0 0 0 0,082 0,658 0,23 0,003 0,003 0,016 0,004 0 0 0 0 0
P12 0 0 0 0 0 0 0,016 0 0 0,424 0,317 0 0 0,066 0,175 0 0 0 0 0
Tabela 5. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 2/subfase 2.
34
Fase 2/Subfase
3 Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 Zona 6 Zona 7 Zona 8 Zona 9 Zona 10 Zona 11 Zona12 Zona 13 Zona 14 Zona 15 Zona 16 Zona 17 Zona 18 Zona 19 Zona 20
P1 0,198 0,213 0,221 0,216 0,15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P2 0,21 0,274 0,145 0,211 0,147 0 0 0 0,001 0 0 0 0 0,009 0 0 0 0 0 0
P3 0,152 0,198 0,198 0,269 0,181 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P4 0 0 0 0 0 0 0 0 0,998 0 0 0 0,001 0 0 0 0 0 0 0
P5 0,114 0,09 0,132 0,077 0,113 0,001 0,027 0,066 0,009 0,024 0,001 0,006 0,074 0,043 0,04 0,05 0,059 0,021 0 0,043
P6 0,112 0,119 0,159 0,103 0,074 0,003 0,011 0,011 0,167 0,054 0,008 0,02 0,07 0,033 0,011 0,006 0,012 0,008 0,006 0,004
P7 0,129 0,128 0,204 0,246 0,291 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P8 0,366 0,158 0,154 0,098 0,087 0 0 0 0,008 0,008 0,062 0,029 0,001 0,011 0,012 0,001 0 0 0 0
P9 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P10 0,337 0,222 0,126 0,124 0,189 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P11 0,003 0,009 0,003 0,001 0,001 0,001 0 0,008 0,03 0,357 0,334 0,004 0,009 0,154 0,053 0 0 0 0 0,025
P12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0
Tabela 6. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 2/subfase 3.
35
Fase 3/Subfase
1 Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 Zona 6 Zona 7 Zona 8 Zona 9 Zona 10 Zona 11 Zona12 Zona 13 Zona 14 Zona 15 Zona 16 Zona 17 Zona 18 Zona 19 Zona 20
P1 0,117 0,238 0,261 0,23 0,152 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P2 0 0 0 0 0 0 0 0 0,427 0,167 0,007 0,003 0,03 0,259 0,05 0 0,02 0,003 0,009 0,003
P3 0,173 0,308 0,151 0,177 0,189 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P4 0 0 0 0 0 0 0 0 0,762 0 0 0 0 0,237 0 0 0 0 0 0
P5 0,05 0,08 0,111 0,082 0,026 0,002 0,002 0 0,202 0,26 0,012 0 0,012 0,028 0,101 0 0,002 0,018 0,008 0
P6 0,153 0,228 0,204 0,177 0,114 0,001 0 0,015 0,045 0,015 0,005 0 0,013 0,001 0,001 0,007 0,003 0,005 0,001 0
P7 0,156 0,203 0,22 0,206 0,212 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P8 0,033 0,109 0,099 0,081 0,035 0,003 0,003 0,019 0,137 0,209 0,071 0,031 0,031 0,049 0,031 0,011 0,011 0,007 0 0,013
P9 0,181 0,167 0,276 0,114 0,112 0 0,001 0,003 0,027 0,011 0,005 0,009 0,019 0,003 0,011 0,005 0,009 0,019 0,007 0,007
P10 0,238 0,222 0,128 0,255 0,152 0,001 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P11 0,016 0,01 0,012 0,01 0,018 0,004 0 0,01 0,026 0,715 0,124 0 0,006 0,02 0,01 0,002 0,008 0,006 0 0,002
P12 0,006 0,008 0,006 0,006 0,008 0 0 0 0 0,002 0,098 0 0,002 0,01 0,849 0 0 0,004 0 0
Tabela 7. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 3/subfase 1.
36
Fase 3/Subfase
2 Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 Zona 6 Zona 7 Zona 8 Zona 9 Zona 10 Zona 11 Zona12 Zona 13 Zona 14 Zona 15 Zona 16 Zona 17 Zona 18 Zona 19 Zona 20
P1 0,127 0,212 0,187 0,295 0,176 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P2 0,001 0,007 0,007 0,007 0,003 0,003 0,001 0,005 0,211 0,328 0,029 0,001 0,017 0,12 0,08 0,001 0,001 0,009 0,152 0
P3 0,208 0,162 0,162 0,208 0,26 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,893 0,003 0,025 0 0,065 0,011 0 0 0 0 0
P5 0,161 0,166 0,121 0,123 0,107 0,001 0,003 0,011 0,087 0,093 0,017 0,003 0,007 0,005 0,009 0,009 0,037 0,007 0,009 0,009
P6 0,151 0,324 0,198 0,159 0,125 0 0 0,003 0,013 0,001 0,001 0 0,005 0,003 0,005 0 0 0,001 0 0
P7 0,15 0,173 0,152 0,269 0,254 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P8 0,079 0,149 0,147 0,149 0,077 0,011 0,001 0,005 0,055 0,123 0,017 0,003 0,077 0,033 0,019 0,011 0,019 0,007 0,005 0
P9 0,076 0,038 0,213 0,053 0,072 0,003 0,003 0,003 0,066 0,036 0,001 0,001 0,007 0,387 0,013 0 0,003 0,001 0,003 0,009
P10 0,187 0,223 0,179 0,177 0,231 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,392 0,607 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,224 0,746 0 0 0,028 0 0 0 0 0 0
Tabela 8. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase 3/subfase 2.
37
A partir destas tabelas, podemos notar que além das zonas 1 a 5 (zonas que
continham os ícones), as zonas 9, 10, 11, 14 e 15 foram as mais utilizadas pelos
participantes. As zonas 9, 10 e 11 estão localizadas abaixo das zonas que contém os
ícones e o contador numérico, enquanto que as zonas 14 e 15 estão localizadas no centro
da tela (ver no ANEXO 3, para maiores detalhes, a representação da localização das
diferentes zonas em que a tela era dividida).
Dos participantes do Grupo 1 que apresentaram respostas supersticiosas quanto
às zonas de localização dos cliques (P1, P2, P3, P5, P6, P7 e P8), três deles (P1, P3 e
P7) emitiram, no decorrer das três fases (Tabelas 3 a 8), todos os cliques nas zonas que
continham os ícones (zonas de 1 a 5), com exceção de um clique emitido pelo
participante P1 na zona 11, na Fase 2/subfase1 (Tabela 4).
O restante dos participantes apresentou algumas variações no decorrer das fases.
O participante P2, por exemplo, nas Fases 1 (apresentada na Tabela 3) e 2 (cujas
subfases 1, 2 e 3 são apresentadas nas Tabelas 4, 5 e 6, respectivamente) emitiu quase
que exclusivamente todos os cliques nas zonas 1 a 5. Na Fase 3/subfase 1 (apresentada
na Tabela 7), no entanto, não emitiu nenhum clique nestas zonas, explorando mais as
zonas 9, 10 e 14. Já na subfase seguinte (Tabela 8), continuou a utilizar mais estas
últimas três zonas citadas, além de também explorar outras dezesseis zonas.
O participante P5 (Tabela 3) iniciou o experimento clicando apenas sobre as
zonas 1 a 5. Na fase seguinte (Fase 2/subfase 1 - Tabela 4), explorou todas as zonas de
localização, porém manteve a maioria dos cliques sendo emitidos sobre os ícones. Nas
duas subfases seguintes (Tabelas 5 e 6), continuou explorando zonas de localização
variadas, apesar de ter clicado com maior freqüência sobre os ícones. Vale destacar que,
na subfase 3 da Fase 2 (Tabela 6), a freqüência de cliques sobre os ícones foi bastante
reduzida em comparação com a subfase anterior (Tabela 5), ainda que na maior parte
das vezes os cliques ocorreram nas zonas que continham os ícones. Com a introdução
da Fase 3 (Tabela 7) tal freqüência reduziu-se ainda mais, sendo que desta vez a maior
parte dos cliques ocorreu nas zonas de localização 6 a 20. Na última subfase da Fase 3
(Tabela 8), entretanto, novamente P5 voltou a clicar com mais freqüência sobre as zonas
de localização 1 a 5.
Em todas as fases e subfases do experimento (Tabelas 3 a 8), P6 emitiu a maior
parte dos cliques nas zonas que continham os ícones. Apenas na subfase 3 da Fase 2
(Tabela 6) é que explorou mais as outras zonas de localização, sendo que a zona 9 foi a
zona que não continha ícones mais utilizada por ele.
38
Finalmente, o participante P8, que também apresentou respostas supersticiosas
quanto às zonas de localização dos cliques, no decorrer das Fases 1 e 2 (Tabelas 3 a 6)
apresentou uma freqüência alta de cliques nas zonas de 1 a 5. Com a introdução da Fase
3 (Tabela 7), a freqüência de cliques foi significativamente maior nas zonas 6 a 20,
principalmente nas zonas 9, 10 e 11.
O participante P4 (único participante do Grupo 1 que não emitiu respostas
supersticiosas em relação às zonas de localização dos cliques) desde a Fase 1 (Tabela
3), utilizou não só as zonas de 1 a 5, mas também as zonas 9, 10, 11, 12 e 14. Na Fase
2/subfase 1 (Tabela 4) seu desempenho foi semelhante ao desempenho apresentado na
fase anterior. Na Fase 2/subfase 2 (Tabela 5), praticamente não emitiu nenhuma
resposta de clicar no botão do mouse nas zonas de 1 a 5, e nas fases seguintes (Tabelas
6, 7 e 8) nenhum clique nestas cinco zonas foi observado.
No que diz respeito aos participantes do Grupo 2 (P9, P10, P11 e P12), como
dito anteriormente, P10 foi o único que apresentou um responder supersticioso em
relação às diferentes zonas de localização disponíveis. Em todas as fases (Tabelas 3 a
8), emitiu quase todos os cliques no botão do mouse sobre as zonas de localização 1 a 5.
O participante P9, que iniciou o experimento pela Fase 3 (Tabelas 7 e 8), clicou
em várias localizações ao longo desta fase. Ao mudar para a Fase 1 (Tabela 3), observa-
se que o participante clicou em apenas uma localização (zona 9). Em seguida, na
subfase 1 da Fase 2 (Tabela 4), voltou a explorar outras zonas. Porém, nas outras duas
subfases (Tabelas 5 e 6), restringiu os cliques no mouse para apenas duas e uma
localizações, respectivamente.
Já o participante P11, que também iniciou a tarefa pela Fase 3, na subfase 1
(Tabela 7) emitiu cliques em várias zonas de localização, porém com uma freqüência
reduzida nas zonas 1 a 5. Na subfase 2 (Tabela 8), emitiu cliques apenas nas zonas 10 e
11. Ao mudar de fase (Fase 1 - Tabela 3), emitiu cliques apenas em uma zona (zona 10).
Quando a Fase 2 teve início (Tabela 4), P11 voltou a explorar as diferentes zonas,
apesar da freqüência de cliques nas zonas de 1 a 5 ter sido bem pequena, semelhante ao
desempenho da Fase 3/subfase 1 (Tabela 7).
O participante P12, em sua primeira fase (Fase 3 - Tabela 7), explorou várias
zonas de localização, incluindo as zonas 1 a 5 (apesar de ter sido com uma freqüência
bastante reduzida). Da subfase 2 em diante (Tabelas 8, 3, 4, 5 e 6, respectivamente), não
emitiu mais cliques nas zonas 1 a 5, concentrando as respostas (cliques no botão do
mouse) em basicamente uma ou duas zonas apenas (dentre as zonas 6 a 20).
39
A ordem das fases pela qual cada grupo foi submetido pode ter colaborado para
que a localização dos cliques tenha ocorrido com maior freqüência sobre as zonas que
continham ou não os ícones. Os participantes do Grupo 1, por exemplo, passaram
inicialmente por uma condição (Fase 1) na qual mudanças na disposição dos ícones
ocorriam com bastante freqüência, já que o valor de “n” programado que controlava
estas mudanças era um valor pequeno (um valor de 1 a 5), o que garantia que após
poucos cliques no botão do mouse o participante entrasse em contato com uma mudança
na disposição dos ícones. Além disso, como na tela do computador existiam, além da
tela de fundo azul (que constituía a maior parte da tela), apenas ícones e um contador
numérico, era bem possível que os participantes, de início, explorassem as localizações
que continham estes elementos (isto é pertinente tanto para os participantes do Grupo 1
quanto para os participantes do Grupo 2). Desta forma, aqueles participantes do Grupo 1
que inicialmente exploraram as zonas 1 a 5 tiveram suas respostas seguidas por
mudanças nos ícones, que pode ter reforçado a ocorrência de cliques nestas
localizações. Esta hipótese poderá ou não ser validada quando forem apresentados, ao
final deste trabalho, gráficos que mostram a seqüência dos cliques emitidos por cada um
dos participantes. Na fase seguinte (Fase 2), o valor de “n” programado para controlar a
mudança dos ícones foi bem maior (um valor entre 1 e 30), porém mudanças apenas na
disposição dos ícones continuaram a ocorrer antes que fosse vista uma igualação destes
ícones. Sendo que, nesta fase, ocorreram sistematicamente quatro mudanças na
disposição dos ícones antes de sua igualação. Portanto, se um participante que na Fase 1
já tinha sido reforçado por ter clicado nas zonas 1 a 5 e se este padrão já tinha sido
razoavelmente bem estabelecido ao final desta fase, na Fase 2 a probabilidade deste
padrão persistir foi ainda maior justamente em função da ocorrência sistemática destas
mudanças na disposição dos ícones antes de ocorrer uma igualação. Ou seja, as quatro
mudanças na disposição dos ícones ocorrendo antes que eles se igualassem podem ter
funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar nos
ícones, já que a igualação certamente estaria próxima de ocorrer.
Em contrapartida, os participantes do Grupo 2 iniciaram o experimento numa
condição em que o valor de “n” programado variava entre 1 e 30 e na qual não existiam
mudanças sistemáticas na disposição dos ícones (Fase 3). Igualações nestes ícones
ocorreram sempre de forma direta, após “n” cliques emitidos pelo participante. Neste
caso, mesmo que um participante deste grupo tenha iniciado o experimento clicando nas
zonas que continham os ícones, como o valor de “n” programado nesta fase (Fase 3)
40
podia ser um valor maior do que o valor programado na Fase 1 (para os participantes do
Grupo 1), cliques iniciais sobre os ícones podem não ter sido seguidos de igualações e,
portanto, diminuído de freqüência. Isto foi o que ocorreu com o participante P12 (Figura
19, analisada no final deste trabalho). Um valor de “n” igual a 21 foi inicialmente
sorteado pelo computador para controlar a mudança dos ícones (a igualação). Este
participante clicou por dezesseis vezes no botão do mouse nas zonas 1 a 5 e nenhum
destes cliques foi seguido de mudança nos ícones. Ao variar a localização do clique
seguinte para uma das zonas que não continha ícones, este último clique foi seguido de
igualação nos ícones, o que aumentou consideravelmente a freqüência de cliques nesta
zona. Assim, iniciar o experimento pela Fase 3 parece ter proporcionado maior
probabilidade de ocorrer uma mudança nos ícones após o participante ter explorado
outras zonas que não aquelas que continham os ícones (ainda que, neste caso, a
mudança nos ícones tenha sido uma igualação dos mesmos e não apenas mudanças em
sua disposição) – Figuras 18 e 19 analisadas no final do trabalho. Dito de outra maneira,
os participantes do Grupo 2 iniciaram o experimento numa condição que não favorecia
que a manutenção de cliques iniciais nas zonas 1 a 5 fosse seguida de mudança nos
ícones. Ou seja, iniciar o experimento pela Fase 3 pareceu possibilitar maior variação
dos cliques no que se refere às zonas de localização devido ao fato de a apresentação de
estímulos reforçadores poder demorar mais a ocorrer (se comparado às condições
experimentais programadas para a Fase 1), a depender do valor de “n” sorteado pelo
computador para relacionar cliques no mouse com mudança nos ícones. Esta afirmação
será retomada posteriormente.
Pelos resultados das Tabelas 3 a 8, parece que iniciar as tarefas pela Fase 1
(Tabela 3) realmente contribuiu para que a maior parte dos cliques dos participantes do
Grupo 1 ocorresse nas zonas que continham os ícones (zonas 1 a 5). Esta afirmação é
válida inclusive para o participante P4, cuja maioria dos cliques ao longo de todo o
experimento ocorreu nas zonas de 6 a 20. No entanto, na Fase 1, a maior parte dos
cliques deste participante ainda ocorreu nas zonas 1 a 5. Por outro lado, parece que
iniciar o experimento pela Fase 3 (Tabela 7) contribuiu para que a maior parte dos
cliques ocorresse nas zonas 6 a 20, que não continham os ícones (esta afirmação se
aplica aos participantes do Grupo 2, com exceção do participante P9 na subfase 1 da
Fase 3 e do participante P10 durante todo o experimento). A freqüência elevada de
cliques nas zonas 6 a 20 manteve-se constante para os participantes P11 e P12 nas
outras duas fases (Fase 1 e 2 - Tabelas 3 a 6), enquanto que para o participante P9 esta
41
freqüência foi maior a partir da Fase 1 (Tabela 3). Ou seja, para os participantes P11 e
P12 a seqüência de fases que sucedeu a Fase 3 (Tabelas 3 a 6) não aumentou a
freqüência de cliques nas zonas de 1 a 5; para P9 (Tabelas 3 a 6) esta seqüência
contribuiu para reduzir os cliques nas zonas de 1 a 5.
Além da localização dos cliques em determinadas zonas poder se estabelecer
enquanto um tipo de comportamento supersticioso, as respostas de variar tais
localizações também podem se estabelecer enquanto respostas supersticiosas.
Após os participantes darem um clique no botão do mouse, os cinco ícones
presentes na tela do computador às vezes se modificavam (mudando apenas de
disposição ou igualando-se), enquanto que outras vezes após um clique não ocorria
qualquer tipo de mudança. Isto dependia do valor de “n” sorteado pelo computador após
cada igualação dos ícones. Para avaliar o efeito da ocorrência de uma falha na mudança
dos ícones ou o efeito de uma mudança nos ícones sobre as respostas de mudanças de
localização dos cliques no botão do mouse, foram construídos gráficos de freqüência
acumulada destas mudanças de localização (após uma falha na mudança dos ícones ou
após a ocorrência de uma mudança). Estes dados fornecem informações sobre possíveis
respostas supersticiosas no que se refere às mudanças na localização dos cliques, já que
mudanças de localização após ocorrência de falhas na mudança dos ícones ou a emissão
de respostas de clicar numa mesma localização após uma mudança na disposição dos
ícones podem ter ocorrido, a despeito da igualação dos ícones não ocorrer em função de
nenhuma localização especial dos cliques no mouse.
As Figuras 1 e 2 mostram as mudanças de localização dos cliques após falhas na
mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao
longo das Fases 1, 2 e 3 para os participantes do Grupo 1 e ao longo das Fases 3, 1 e 2
para os participantes do Grupo 2, respectivamente. A curva superior pontilhada da
figura que divide ao meio os eixos “x” e “y” indica a quantidade máxima de mudanças
na localização dos cliques após uma falha na mudança dos ícones que poderia ter
ocorrido durante o experimento, enquanto que a curva inferior a esta indica o
desempenho do participante. As linhas verticais indicam o início e o término de cada
uma das três fases.Cada gráfico exibido corresponde a um participante.
42
0
500
1000
1500
2000
2500
1
250
499
748
997
1246
1495
1744
1993
2242
Fase 2 Fase 3
P1
0
500
1000
1500
2000
2500
1
250
499
748
997
1246
1495
1744
1993
2242
Fase 2 Fase 3
P3
0
500
1000
1500
2000
2500
1
250
499
748
997
1246
1495
1744
1993
2242
Fase 2 Fase 3
P5
0
500
1000
1500
2000
2500
1
250
499
748
997
1246
1495
1744
1993
2242
Fase 2 Fase 3
P7
0
500
1000
1500
2000
2500
1
250
499
748
997
1246
1495
1744
1993
2242
Fase 2 Fase 3
P2
0
500
1000
1500
2000
2500
1
250
499
748
997
1246
1495
1744
1993
2242
Fase 2 Fase 3
P4
0
500
1000
1500
2000
2500
1
250
499
748
997
1246
1495
1744
1993
2242
Fase 2 Fase 3
P6
0
500
1000
1500
2000
2500
1
250
499
748
997
1246
1495
1744
1993
2242
Fase 2 Fase 3
P8
Mud
ança
s acu
mul
adas
de
loca
lizaç
ão ap
ós fa
lha
na m
udan
ça d
os í
cone
s.
Oportunidades acumuladas de mudanças de localização
Figura 1. Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após falhas na mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 1, 2 e 3, para os participantes P1 a P8.
43
0
500
1000
1500
2000
2500
1
250
499
748
997
1246
1495
1744
1993
2242
Fase 3 Fase 2
0
500
1000
1500
2000
2500
1
250
499
748
997
1246
1495
1744
1993
2242
Fase 3 Fase 2
P9 P10
0
500
1000
1500
2000
2500
1
250
499
748
997
124
6
149
5
174
4
199
3
224
2Fase 3 Fase 2
0
500
1000
1500
2000
2500
1
250
499
748
997
1246
1495
1744
1993
2242
Fase 3 Fase 2
P11 P12
Como pode ser visto na Figura 1, os participantes P1, P3, P4, P5, P6, P7 e P8 no
início da tarefa (Fase 1) mudaram de localização quase todas as vezes em que um clique
no botão do mouse não foi seguido de mudança nos ícones. Isto se estendeu para o
início da Fase 2 para os participantes P3, P4, P5, P6, P7 e P8. Este último participante
comportou-se desta maneira em quase todo o experimento. Apenas no final da Fase 2 é
que sua freqüência de mudanças de localização diminuiu um pouco. Em seguida (Fase
3), porém, este participante voltou a mudar a localização dos cliques com alta
freqüência (porém menor que anteriormente), mantendo-a constante até o final do
experimento.
P5, P6 e P7 apresentaram um desempenho semelhante, como mostra a Figura 1.
Todos eles durante a Fase 1 e logo no início da Fase 2/subfase 1 mudaram a localização
Figura 2. Mudança de localização dos cliques no botão do mouse após falhas na mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 3, 1 e 2 para os participantes P9 a P12.
Oportunidades acumuladas de mudanças de localização
Mud
ança
s ac
umul
adas
de
loca
lizaç
ão a
pós
falh
a na
mud
ança
dos
íco
nes
44
dos cliques quase todas as vezes quando estes foram seguidos de uma falha em sua
mudança. Além disso, estes três participantes apresentaram uma pequena desaceleração
na freqüência de mudanças de localização dos cliques após o início da Fase 2, porém
mantiveram-na razoavelmente constante até o final do experimento (com exceção do
participante P5 no final da Fase 3, quando a curva voltou a ficar mais inclinada). Parece
que a transição da Fase 2 para a Fase 3 não gerou nenhuma mudança significativa, para
estes participantes, no que se refere às mudanças de localização dos cliques.
Já os participantes P1, P2, P3 e P4 (Figura 1), no que se refere ao desempenho
durante o experimento como um todo, variaram muito pouco a localização de seus
cliques quando os ícones falharam em mudar, sendo que P2 apresentou uma pequena
elevação na freqüência de mudança dos cliques no início da Fase 3 e os participantes P3
e P4 pararam completamente de mudar de localização ainda no início da Fase 2, sendo
que P4 parou de mudar a localização dos cliques de forma mais abrupta, enquanto que
P3 foi parando de maneira mais gradual. O fato da freqüência das mudanças de
localização dos cliques após falhas na mudança dos ícones destes participantes ter sido
pequena sugere que os cliques por eles emitidos concentraram-se em apenas algumas
poucas zonas ou então que eles emitiram uma seqüência de cliques um pouco maior em
uma dada zona de localização antes de variar a localização dos cliques. Isto poderá ser
visualizado em figuras que serão apresentadas posteriormente.
Os participantes P9, P10, P11 e P12 (Figura 2) iniciaram a tarefa pela Fase 3,
fase na qual a igualação dos ícones ocorria de forma direta. P9, P10 e P12 logo no início
do experimento mudaram de localização com uma freqüência alta, assim como os
demais participantes que iniciaram o experimento pela Fase 1. Esta freqüência elevada
de mudanças pode ter ocorrido, como dito anteriormente, em função destes participantes
terem iniciado as tarefas pela Fase 3, fase na qual o valor de “n” programado pelo
computador para relacionar cliques no botão do mouse com mudanças nos ícones
variava de 1 a 30 (valor bem maior do que o valor programada para a Fase 1). No
entanto, esta freqüência não se manteve por muito tempo para nenhum dos
participantes. Apenas P10 passou a variar um pouco mais a localização dos cliques após
a ocorrência de falhas em sua mudança a partir do final da Fase 3, mantendo uma
freqüência constante por toda a Fase 1 e início da Fase 2. Porém, em seguida, a
freqüência de suas mudanças reduziu bastante, chegando quase a parar de mudar. Já o
participante P12 praticamente passou o experimento inteiro emitindo cliques em quase
que somente uma localização.
45
Com exceção do participante P12, que durante todo o experimento mudou muito
pouco a localização dos cliques quando estes não foram seguidos de mudança, o
desempenho de P9, P10 e P11 é razoavelmente semelhante ao desempenho de P1, P2,
P3 e P4 (participantes do Grupo 1) no que se refere à freqüência reduzida de mudanças
de localização dos cliques após a ocorrência de cliques que foram seguidos de falhas na
mudança dos ícones. A introdução da Fase 3 logo no início da tarefa, portanto, parece
que não provocou nenhuma diferença no desempenho destes três participantes do Grupo
2, se comparado ao desempenho obtido com os participantes P1, P2, P3 e P4, do Grupo
1 (esta afirmação, no entanto, não pode ser dita se for feita uma comparação com o
desempenho dos participantes P5, P6, P7 e P8, já que estes participantes apresentaram
uma freqüência elevada de mudanças de localização). A introdução da Fase 3 tampouco
parece ter gerado um responder diferente do que vinha sendo obtido para os
participantes do Grupo 1, que começaram o experimento pela Fase 1, seguido das Fases
2 e 3, respectivamente. A mudança da Fase 1 para a Fase 2 (no caso dos participantes do
Grupo 1) e da Fase 3 para a Fase 1 (no caso dos participantes do Grupo 2) não provocou
alteração na freqüência das curvas.
O que acabou de ser exposto em relação à influência da Fase 3 sobre o
desempenho dos participantes é diferente daquilo que há pouco foi comentado sobre a
Fase 3, ou seja, de que a condição experimental planejada na Fase 3 parecia favorecer a
variação das zonas de localização em que se davam os cliques (o que dá margem a
pensar que, se houve mudanças nas zonas de localização dos cliques, significa que a
freqüência da resposta de mudar de localização também será elevada). A utilização de
diferentes zonas de localização, no entanto, não quer dizer, necessariamente, que tenha
ocorrido uma alta freqüência de respostas de mudar a localização dos cliques. Havia,
por exemplo, a possibilidade de um participante, ao longo de todo o experimento, ter
explorado quase todas as vinte zonas de localização disponíveis. Isto, não quer dizer, no
entanto, que a freqüência da resposta de mudar de localização foi elevada, já que ele
pode ter explorado a maioria destas diferentes zonas apenas uma vez. Isto ocorreu com
o participante P2 na Fase 3/subfase 2, por exemplo (Tabela 8). Assim, trata-se da
análise de dois comportamentos distintos: o primeiro diz respeito à zona de localização
dos cliques, ou seja, em que local da tela do computador o clique foi emitido (podendo
supersticiosamente ter sido emitido em determinadas zonas); o segundo diz respeito à
resposta de mudar a localização dos cliques, que também pode ter ocorrido de maneira
46
supersticiosa no sentido de que nenhuma mudança na localização era necessária para
que houvesse igualação dos ícones.
Como a introdução da Fase 3 após a Fase 2 (para os participantes do Grupo 1) e
a introdução da Fase 1 após a Fase 3 (para os participantes do Grupo 2) não modificou o
responder de nenhum participante (Figuras 1 e 2), pode-se dizer que a diferença
existente entre estas fases (a ocorrência ou não de mudanças na disposição dos ícones
antes da igualação - no caso da passagem da Fase 2 para a Fase 3; o valor de “n” que
controlava a mudança dos ícones e a ocorrência ou não de mudanças apenas na
disposição dos ícones antes de ocorrer igualação dos mesmos - no caso da passagem da
Fase 3 para a Fase 1) parece não ter exercido controle sobre as mudanças de localização
dos cliques após ter ocorrido uma falha na mudanças dos ícones.
As Figuras 3 e 4 apresentam gráficos de freqüência acumulada semelhantes aos
gráficos apresentados anteriormente. A única diferença refere-se ao fato de que as
mudanças de localização dos cliques representadas nas Figuras 3 e 4 ocorreram após a
ocorrência de um clique ter sido seguida de mudança nos ícones. A curva pontilhada
que divide os eixos “x” e “y” refere-se à freqüência máxima de mudanças na localização
dos cliques possível de ocorrer. A curva inferior refere-se ao desempenho apresentado
pelo participante. Como na Fase 3 a única vez em que os ícones mudavam era quando
ocorria sua igualação, foi possível observar se os participantes mudaram ou não a
localização dos cliques após a igualação dos mesmos. Cada gráfico das figuras
representa um participante.
Observando primeiramente o desempenho dos participantes do Grupo 1 (P1 a
P8), pode-se notar que, de um modo geral, metade deles (P2, P5, P6 e P8) mudou a
localização dos cliques com muita freqüência nas situações em que um clique foi
seguido de uma mudança nos ícones (Figura 3). Já os participantes P1, P3, P4 e P7
(Figura 3) mudaram a localização dos cliques com uma freqüência menor do que os
outros quatro participantes (P2, P5, P6 e P8).
Todos os participantes do Grupo 1 também iniciaram a Fase 1 mudando a
localização dos cliques quando estes foram seguidos de mudança dos ícones em quase
todas as oportunidades, sendo que P2, P4, P5 P7 e P8 continuaram apresentando este
desempenho no início da Fase 2. O participante P4, ainda no início da Fase 2,
entretanto, parou quase que por completo de variar a localização dos cliques quando
eles foram seguidos de mudança nos ícones.
47
Outro dado relevante é que P1 e P8 haviam parado de mudar a localização dos
cliques logo antes da subfase 1 da Fase 3 começar (provavelmente em função da
exposição prolongada à Fase 2). Quando a Fase 3 teve início, houve um aumento na
freqüência da mudança de localização dos cliques, provavelmente devido ao fato de
nesta fase não ocorrerem mais as mudanças na disposição dos ícones antes da igualação.
Este aumento também foi observado no desempenho dos participantes P2, P3 e P7.
0100200300400500600
1 40 79 118
157
196
235
274
313
352
391
430
469
508
Fase 2 Fase 3
P1
0100200300400500600
1 40 79 118
157
196
235
274
313
352
391
430
469
508
Fase 2 Fase 3
P3
0100200300400500600
1 40 79 118
157
196
235
274
313
352
391
430
469
508
Fase 2 Fase 3
P5
0100200300400500600
1
40 79 118
157
196
235
274
313
352
391
430
469
508
Fase 2 Fase 3
P7
0100200300400500600
1 40 79 118
157
196
235
274
313
352
391
430
469
508
Fase 2 Fase 3
P2
0100200300400500600
1 40 79 118
157
196
235
274
313
352
391
430
469
508
Fase 2 Fase 3
P4
0100200300400500600
1 40 79 118
157
196
235
274
313
352
391
430
469
508
Fase 2 Fase 3
P6
0100200300400500600
1
40 79 118
157
196
235
274
313
352
391
430
469
508
Fase 2 Fase 3
P8
Oportunidades acumuladas de mudanças de localização
Mud
ança
s ac
umu
lada
s de
loca
lizaç
ão a
pós
mu
dan
ça d
os
íco
nes
Figura 3. Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após ocorrência de mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 1, 2 e 3 para os participantes P1 a P8.
48
0100200300400500600
1 40 79 118
157
196
235
274
313
352
391
430
469
508
Fase 3 Fase 2
P9
0100200300400500600
1 40 79 118
157
196
235
274
313
352
391
430
469
508
Fase 3 Fase 2
P11
0100200300400500600
1 40 79 118
157
196
235
274
313
352
391
430
469
508
Fase 3 Fase 2
P10
0100200300400500600
1 40 79 118
157
196
235
274
313
352
391
430
469
508
Fase 3 Fase 2
P12
Oportunidades acumuladas de mudanças de localização
Mu
dan
ças
acu
mul
ada
s d
e lo
caliz
ação
apó
s m
udan
ça d
os
íco
nes
Com a ausência das mudanças sistemáticas apenas na disposição dos ícones
antes de ocorrer uma igualação dos mesmos (mudanças que podem ter funcionado como
possíveis estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma
localização do clique anterior), os cliques emitidos pelos participantes numa mesma
localização não eram mais seguidos destes possíveis estímulos, o que pode ter
diminuído a probabilidade de clicar o botão do mouse numa mesma localização. O
participante P6 também apresentou uma elevação nessa freqüência no final do
experimento, porém este aumento teve início no final da Fase 2. Já os participantes P2,
P3, P5 e P7 (Figura 3) estavam com um desempenho estável logo antes do início da
Fase 3, ou seja, estavam mantendo o desempenho que já vinham apresentando
anteriormente.
Figura 4. Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após ocorrência de mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases 3, 1 e 2 para os participantes P9 a P12.
49
Os participantes do Grupo 2, que iniciaram a tarefa pela Fase 3 (P9, P10, P11 e
P12 - Figura 4) tiveram um desempenho mais regular (ou seja, apresentaram um padrão
de respostas mais estável durante todo o experimento), sendo que P10 foi o único cuja
freqüência das mudanças de localização dos cliques após a ocorrência de uma mudança
nos ícones foi mais elevada, de um modo geral. Os participantes P9 e P10 durante a
primeira fase (Fase 3) mudaram de localização em praticamente todas as oportunidades
que tiveram, sendo que P10 manteve uma freqüência constante de mudança de
localização após o início da Fase 2 até o final do experimento, enquanto P9 quase parou
de mudar a localização dos cliques ainda antes do início da Fase 1. Já P11 e P12 desde o
início da Fase 3 raramente mudaram a localização dos cliques, e durante as outras duas
fases a freqüência de mudanças também foi reduzida, a ponto do participante P12 passar
a maior parte do tempo emitindo cliques na mesma localização.
De uma maneira geral, portanto, no que se refere às mudanças de localização dos
cliques quando eles eram seguidos de mudanças na disposição dos ícones, pode-se dizer
que os participantes que iniciaram o experimento pela Fase 1 (Grupo 1) apresentaram
uma freqüência maior de mudanças de localização dos cliques do que os participantes
que iniciaram o experimento pela Fase 3 (Grupo 2).
Comparando-se as Figuras 1 e 3 pode-se notar que, em relação aos participantes
do Grupo 1, todos eles iniciaram o experimento mudando a localização dos cliques com
uma freqüência bastante elevada tanto após ocorrência de cliques que não foram
seguidos por mudanças nos ícones (com exceção do participante P2) quanto por cliques
que foram seguidos por mudanças, sendo que estas respostas se estenderam para o início
da Fase 2. Portanto, quase todos os participantes deste grupo, no início do experimento,
mudaram a localização dos cliques após praticamente cada clique no botão do mouse,
independentemente daquilo que ocorria nos ícones após cada clique. A mesma
conclusão pode ser estendida aos participantes do Grupo 2 (Figuras 2 e 4), que no
começo da tarefa, mesmo tendo iniciado-a pela Fase 3, exibiram mudanças na
localização dos cliques quer os ícones mudassem, quer não (com exceção do
participante P12).
Ainda em relação à comparação das Figuras 1, 2, 3 e 4, observa-se que os
participantes P1, P3, P4, P9, P11 e P12 mantiveram, de um modo geral, no decorrer do
experimento, freqüências reduzidas de mudanças na localização dos cliques tanto
quando houve falha quanto quando houve mudança dos ícones. Em contrapartida, os
participantes P2, P5, P6, P7 e P10 mudaram a localização dos cliques com maior
50
freqüência após cliques seguidos de mudança nos ícones do que após cliques seguidos
de falha na mudança (ainda que para P5, P6 e P7 esta diferença não tenha sido muito
grande). Já o participante P8 mudou a localização dos cliques com freqüência elevada
nas duas situações, apresentando uma freqüência um pouco maior quando os cliques
foram seguidos por falha na mudança dos ícones.
O experimento incluía uma série de mudanças e de não-mudanças contingentes à
cliques no botão do mouse. Na Fase 2, por exemplo, uma quantidade “n” de cliques no
mouse não era seguida de nenhuma mudança nos ícones, até que após este valor “n” os
próximos quatro cliques eram seguidos de mudança na disposição dos ícones,
finalizando com um clique que era seguido de sua igualação. Para examinar o efeito
destas mudanças sobre as mudanças de localização dos cliques exibidas pelos
participantes, foi analisado um conjunto de dados contendo 7 elementos (X, 1, 2, 3, 4, 5
e Z).
As Figuras 5 e 6 apresentam as mudanças de localização relativas ocorridas nos
7 elementos acima citados. Na Figura 5 estão representados os dados dos participantes
do Grupo 1, enquanto que na Figura 6 encontram-se os resultados dos participantes do
Grupo 2. Os dados destas figuras são provenientes apenas da Fase 2 do experimento e
estão separados em três subfases. Desta forma, cada participante possui três gráficos,
referentes à Fase 2/subfase 1 (representada nos gráficos pela letra “a”), à Fase 2/subfase
2 (representada nos gráficos pela letra “b”) e à Fase 2/subfase 3 (representada nos
gráficos pela letra “c”), respectivamente. Foi observado se os participantes mudaram ou
não a localização dos cliques no mouse nos elementos X, 1, 2, 3, 4, 5 e Z, em cada uma
das subfases. O elemento X referiu-se aos cliques que antecediam os cliques no
elemento 1. Os elementos 1, 2, 3, 4 e 5 eram os cliques que produziam a mudança dos
ícones. Ou seja, os elementos 1, 2, 3 e 4 referiram-se a cliques que eram seguidos de
mudança na disposição dos ícones e o elemento 5 referiu-se aos cliques que eram
seguidos de igualação dos ícones. Já o elemento Z referiu-se aos primeiros cliques que
foram emitidos logo após a igualação dos ícones. A soma das mudanças de localização
obtida em cada elemento foi dividida por trinta no caso dos participantes P1 a P8, que
foi o total de cliques ocorridos em cada um dos elementos, em cada subfase. Para os
participantes P9 a P12, a soma dos cliques emitidos em cada elemento, por subfase, foi
dividida por vinte e nove, já que a Fase 2 para estes participantes foi a última fase por
eles completada e, assim, após a última igualação ocorrida não era possível emitir mais
nenhum clique, pois se encerrava o experimento. O número “1” que aparece no eixo y
51
do gráfico representa a quantidade relativa máxima de vezes que cada participante
poderia ter mudado a localização dos cliques (que corresponderia a no máximo trinta
para os participantes do Grupo 1 e vinte e nove para os do Grupo 2). Vale salientar que
o último clique no elemento Z dado pelos participantes do Grupo 1 na Fase 2/subfase 3
refere-se ao primeiro clique emitido na Fase 3/subfase 1.
O resultado foi bastante heterogêneo. Enquanto alguns dos participantes (P1, P3,
P9, P10, P11 e P12) logo no início da Fase 2 mudaram a localização dos cliques poucas
vezes (uma mudança relativa abaixo do valor “0,4”) nos 7 elementos analisados
(Figuras 5 e 6 - a), outros (P2, P4, P5, P6, P7 e P8) mudaram a localização com uma
freqüência maior (mudança relativa acima do valor “0,4”) desde o início da fase (Figura
5 - a) e assim permaneceram (P5, P6 e P8), ou então iniciaram com uma freqüência de
mudança elevada e, ao longo da Fase 2, esta foi diminuindo (P2, P4, e P7).
Os participantes P2 e P7 na subfase 1 da Fase 2 (Figura 5 - a) apresentaram altas
taxas de freqüência na mudança da localização dos cliques. A partir da subfase 2, a
freqüência de mudança já diminuiu bastante em praticamente todos os elementos
(Figura 5 - b). Outro dado relevante é a freqüência elevada vista no Elemento Z (que
refere-se ao primeiro clique emitido logo após a igualação dos ícones) que ocorre com
os participantes P2, P3, P5, P6, P7 e P10 (Figuras 5 e 6 – a, b, c). Isto significa que os
participantes mudaram freqüentemente a localização dos cliques após sua igualação. Já
P4, P9 e P12 praticamente não mudaram a localização dos cliques nem mesmo após a
igualação dos ícones, com exceção da subfase 1 do participante P4.
O responder dos participantes ao longo das subfases, em alguns casos, foi se
modificando. P1, P2 e P7 (Figura 5 - a, b, c), por exemplo, tiveram as mudanças de
localização relativas reduzidas no decorrer do experimento, sendo que para P1 até no
elemento Z esta diminuição na freqüência relativa pode ser observada. Os participantes
P3 e P4, a partir da subfase 2 (Figura 5 - b, c), parece que já não vinham mais mudando
a localização dos cliques mesmo antes do elemento X (elemento que representava o
clique anterior ao primeiro clique que era seguido de mudança nos ícones). A presente
análise (7 Elementos) permite identificar com mais especificidade aquilo que as figuras
de freqüência acumulada de mudança da localização dos cliques após falha e após
mudança dos ícones (Figuras 1, 2, 3 e 4) já haviam evidenciado para os participantes P3
e P4.
52
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
P1
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
P4
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
P7
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
P2
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
P5
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
P8
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
P3
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
P6
Mu
dan
ças
de
loca
liza
ção
rela
tiva
s
Elementos
Figura 5. Mudanças de localização relativas aos cliques ocorridos nos elementos X, 1, 2,3, 4, 5 e Z, onde 1, 2, 3, 4 e 5 referem-se aos cliques que produziram mudança nos ícones; X e Z referem-se aos cliques anterior a 1 e posterior a 5, respectivamente.
a b c
a b c
a b c
53
Dos seis participantes cuja freqüência de mudança de localização foi pequena
desde o início do experimento (P1, P3, P9, P10, P11 e P12), quatro deles são
exatamente os participante pertencentes ao Grupo 2 (P9 a P12). Novamente, a análise
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
P9
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
P12
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
P10
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
0
0,5
1
X 1 2 3 4 5 Z
P11
Mu
dan
ças
de
loca
liza
ção
re
lativ
as
Elementos
Figura 6. Mudanças de localização relativas aos cliques ocorridos nos elementos X, 1, 2,3, 4, 5 e Z, onde 1, 2, 3, 4 e 5 referem-se aos cliques que produziram mudança nos ícones; X e Z referem-se aos cliques anterior a 1 e posterior a 5, respectivamente
a b c
a b c
54
dos 7 Elementos permitiu identificar com mais detalhe uma parte do desempenho dos
participantes P9 a P12 que já havia sido apresentado nas Figuras 1 e 2. Estes
participantes, em todas as subfases, mudaram a localização dos cliques pouquíssima
vezes (a maior parte delas ocorreu no elemento Z, que representava o primeiro clique
emitido após a igualação dos ícones), sendo que P12 não exibiu nenhuma mudança na
subfase 3 (Figura 6 - c). Os participantes (P10 e P11) exibiram uma freqüência relativa
de mudança de localização dos cliques um pouco maior, principalmente o participante
P10 na subfase 1 (Figura 6 - a). O elemento Z é aquele cuja freqüência de mudança foi a
mais elevada, o que significa que após a igualação dos ícones, a mudança na localização
do clique foi comum (participantes P10, principalmente, e P11). Portanto, parece que a
inclinação das curvas vista na Figura 2 para esses dois participantes refere-se
basicamente aos cliques ocorridos no elemento Z, principalmente no caso do
participante P10, já que ele mudou a localização dos cliques em quase todas as vezes em
que os ícones se igualaram.
Uma análise semelhante à dos 7 Elementos foi realizada na Fase 3 (9 Elementos)
para verificar o efeito da mudança dos ícones sobre possíveis mudanças de localização
dos cliques. Como na Fase 3 a igualação dos ícones se deu de forma direta, logo após
um valor de “n” sorteado pelo computador, foram analisados os cliques que eram
seguidos de igualação dos ícones (Elemento X), bem como os quatro cliques anteriores
(X4, X3, X2 e X1) e posteriores (Z, Z1, Z2 e Z3) ao Elemento X.
A análise destes dados para cada participante (Figura 7 - a, b) foi dividida em
dois blocos de 9 elementos, já que a Fase 3 possuía dois blocos de trinta igualações dos
ícones (Fase 3/subfase 1 - representada pela letra “a” na figura - e Fase 3/subfase 2 -
representada pela letra “b” na figura), perfazendo um total de 59 oportunidades de
mudança de localização dos cliques para os participantes do Grupo 1 (P1 a P8), visto
que após a última igualação dos ícones o experimento se encerrava para estes
participantes e não era possível emitir mais nenhum clique no mouse. Os participantes
do Grupo 2 (P9 a P12) tiveram 60 oportunidades para mudar a localização dos cliques
após a ocorrência de igualações nos ícones, já que eles iniciaram o experimento pela
Fase 3. Assim, os último cliques que ocorreram nos elementos Z, Z1, Z2 e Z3 referem-
se aos primeiros cliques ocorridos na Fase 1 (fase que ocorria após a Fase 3). A Figura 7
(a, b) apresenta as mudanças de localização relativas (na qual o valor “1” refere-se ao
valor máximo de mudanças na localização dos cliques que cada participante poderia ter
feito nos diferentes elementos representados no eixo “x”) em relação aos 9 elementos
55
apresentados. Os valores de cada coluna das figuras foram calculados dividindo-se o
número total de vezes em que houve mudanças na localização dos cliques em cada um
dos 9 elementos (em cada subfase da Fase 3) pelo número 29 no caso dos participantes
do Grupo 1 e pelo número 30 no caso dos participantes do Grupo 2 (número total de
oportunidades para clicar o botão do mouse após as igualações dos ícones,
respectivamente).
Os participantes P5, P6 e P8 (Figura 7 - a, b) destacaram-se por apresentar
grande quantidade de mudanças de localização relativas (em ambas as subfases a maior
parte das colunas está próxima do valor “0,4” ou então estes participantes exibiram
colunas com valores maiores que “0,4”) nos 9 elementos analisados. Estes três
participantes pertenciam ao Grupo 1, que passou pelas Fases 1, 2 e 3, respectivamente.
Com o fim da ocorrência de mudanças na disposição dos ícones ocorrendo sempre antes
da igualação dos mesmos, a possibilidade de se estabelecer um controle discriminativo
sobre o responder relativo ao momento da tarefa em que ocorreria uma igualação nos
ícones diminuiu bastante em relação à Fase 2 (na qual as 4 mudanças sistemáticas na
disposição dos ícones que antecediam a igualação podiam adquirir a função de
estímulos reforçadores condicionados para as respostas de clicar na mesma localização
do clique anterior), o que pode ter contribuído para o aumento das mudanças de
localização relativas observadas na Fase 3 para estes três participantes (P5, P6 e P8 -
Figura 7). Vale lembrar que na Figura 3, o participante P8 exibiu um aumento na
mudança de localização dos cliques com a introdução da Fase 3. O restante dos
participantes do Grupo 1 (P1, P2, P3, P4 e P7) pode ser divido em dois grupos no que se
refere ao padrão comportamental apresentado. P1, P2 e P7 (Figura 7 - a, b) mudaram
razoavelmente pouco a localização dos cliques (na maior parte dos elementos a
mudança relativa de localização encontra-se abaixo de “0,4”) distribuídos entre os 9
elementos. A freqüência reduzida de mudanças de localização nos elementos X4, X3,
X2 e X1 (cliques que não eram seguidos de mudança nos ícones) para o participante P1
estão de acordo com a inclinação da curva apresentada na Figura 1 durante a Fase 3.
Além disso, a freqüência elevada de mudanças de localização nos elementos Z e
principalmente no elemento Z1 (Figura 7) dão suporte à elevação da freqüência de
mudanças de localização dos cliques após mudança nos ícones observada na Figura 3. A
freqüência de mudanças de localização nos elementos Z, Z1, Z2 e Z3 (que representam
os quatro cliques após ter ocorrido uma igualação dos ícones) para os participantes P2
P7 (Figura 7) também dão suporte ao leve aumento na aceleração de suas curvas na
56
Figura 2, durante a Fase 3.
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
P1
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 Z Z1 Z2 Z3
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
P4
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
P7
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
P10
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
P2
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
P5
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
P8
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
P11
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
P3
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
P6
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
P9
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
0
0,5
1
X4 X3 X2 X1 X Z Z1 Z2 Z3
P12
Mud
ança
s de
loca
lizaç
ão
rela
tivas
Elementos
Figura 7. Mudanças de localização relativas dos cliques ocorridos nos elementos X4,X3, X2, X1 , X, Z, Z1, Z2 e Z3, onde X refere-se aos cliques seguidos de igualação dos ícones e os outros elementos referem-se aos quatro cliques anteriores e posteriores a X, respectivamente.
a b
a b
a b
a b
57
Os participantes P3 e P4, desde o início da Fase 3 (Figura 7 - a) quase não
mudaram a localização dos cliques, com exceção das mudanças ocorridas nos elementos
Z e Z1 para P3 (lembrando que o elemento Z representava o primeiro clique após a
igualação dos ícones e o elemento Z1 representava o clique seguinte). Estas mudanças
ocorridas nos elementos Z e Z1 para o participante P3 foram responsáveis pela
aceleração da curva obtida na Figura 2 para este participante, com o início da Fase 3.
Em relação aos participantes do Grupo 2 (P9, P10, P11 e P12), enquanto P9 e
P10 mudaram mais vezes a localização dos cliques nos 9 elementos analisados, P11 e
P12 apresentaram muito menos mudanças (Figura 7 - a, b). O desempenho de P10 é
semelhante ao desempenho dos participantes P5, P6 e P8 do Grupo 1 (em ambas as
subfases a maior parte das colunas está próxima do valor “0,4” ou então estes
participantes exibiram colunas com valores maiores que “0,4”). A freqüência elevada de
mudanças principalmente no elemento Z1 (Figura 7) para o participante P10 está de
acordo com a alta freqüência de mudanças apresentada na Figura 4, durante a Fase 3.
Alguns participantes (P3 e P6) apresentaram mudanças relativas na localização
dos cliques em certos elementos que, em comparação à quantidade de mudanças
relativas apresentadas em relação aos demais elementos, se destacam bastante. P3 e P6
(Figura 7 - a, b), por exemplo, apresentaram muitas mudanças de localização nos
cliques referentes ao elemento Z (cliques emitidos logo após a igualação dos ícones). Já
os participantes P1, P9 e P10 (Figura 7 – a, b) mudaram várias vezes a localização dos
cliques representados pelo elemento Z1 (segundo clique posterior à igualação dos
ícones). Estes últimos participantes comentaram ao final do experimento que perderam
alguns pontos devido à rapidez com que emitiram os cliques no botão do mouse. Nestes
casos, o que provavelmente ocorria era que, após a igualação dos ícones, um clique
(Elemento Z) era emitido antes que a tecla “Seta para cima” fosse pressionada, o que
ocasionava o não recebimento dos pontos. A tecla “Seta para cima” era então
pressionada e, em seguida, um novo clique (Elemento Z1) era dado, numa localização
diferente da localização anterior. Por conta disto, P1, P9 e P10 apresentaram uma taxa
alta de mudança de localização no Elemento Z1 e não no Elemento Z. Destacam-se
também os participantes P4 e P12 por praticamente não mudarem a localização dos
cliques, nos 9 elementos analisados, durante toda a Fase 3 (Figura 7 - a, b).
A tarefa não exigia que os participantes utilizassem outras teclas além da tecla
“Seta para cima” para que obtivessem pontos. No entanto, todos os participantes
58
pressionaram teclas diferentes da tecla “Seta para cima”. A Tabela 9 apresenta a relação
das teclas utilizadas pelos participantes durante o experimento.
Tabela 9. Relação de teclas utilizadas pelos participantes durante o experimento.
Participantes Teclas utilizadas
P1 �,�,�,�, Enter P2 �, Barra Espaço, End, Enter, + P3 �,�,�,� P4 �, Enter P5 �,�,�,�, B, C, D, N, Q, R, T, X P6 �,�,�,�, Enter, H, L, P, Tab, F1, F2, F3, F4, F5, F6, F7, F8, F9, F10, P7 �,�, Barra Espaço P8 �,�,�,� P9 �,�,�,�, Barra Espaço, Enter P10 �,�,�,�, Delete P11 �,�,�,�, Barra Espaço, Enter, Tab, P12 �,�,�, Barra Espaço, Enter
Nove participantes (P1, P3, P5, P6, P7, P9, P10, P11 e P12) já utilizaram essas
outras teclas logo no início do experimento. O participante P1 se destacou por utilizar a
tecla “Seta para cima” e a tecla “Enter” durante praticamente todo o experimento
(Figura 8, apresentada no final deste trabalho).
Um comportamento que ocorreu com bastante freqüência com os participantes
P1, P3, P4, P5, P7, P8, P9 e P10 foi o de pressionar várias vezes a tecla “Seta para
cima” do teclado logo após terem perdido uma oportunidade de adicionar um ponto ao
contador numérico. Ou seja, após a igualação dos ícones, no lugar de apertarem, em
seguida, a tecla “Seta para cima”, estes participantes emitiram qualquer outra resposta
diferente desta (geralmente emitiram mais um clique na mesma localização do clique
anterior), o que ocasionava o aparecimento de cinco ícones diferentes e a perda da
oportunidade de ganhar um ponto. Em seguida, pressionaram a tecla “Seta para cima”,
possivelmente na tentativa de ainda obter os pontos que deixaram de ganhar. Isto
possivelmente se deu principalmente em função da velocidade dos cliques emitidos por
estes participantes. Ao emitir cliques com uma velocidade bastante rápida, perdiam a
oportunidade de ganhar pontos. Isto pode ser corroborado na Figura 7 - a, b, na qual
pode-se observar o elemento Z com uma freqüência reduzida de mudanças, o que indica
que provavelmente em função da velocidade dos cliques emitidos, a localização do
clique no elemento Z foi a mesma localização do clique anterior (elemento X). Vale
59
destacar que este comportamento ocorreu com os demais participantes, porém numa
freqüência bem menor.
A Tabela 10 mostra a pontuação de cada participante ao final do experimento. A
pontuação máxima possível de ser obtida era de 155 pontos. Pontuações baixas, como
as dos participantes P1, P4, P6, P7, P9 e P10 também ocorreram provavelmente em
função da rápida velocidade dos cliques emitidos por estes participantes, como descrito
acima.
Tabela 10. Pontuação obtida por cada participante ao final do experimento.
Participantes Pontuação
P1 76 P2 124 P3 138 P4 93 P5 129 P6 109 P7 101 P8 135 P9 110 P10 108 P11 146 P12 144
Nove dos doze participantes (P1, P2, P4, P5, P7, P8, P9, P10, e P11) também
emitiram cliques “desnecessários” na tecla “Seta para cima” após a igualação dos
ícones, ou seja, emitiram mais de um clique nesta tecla quando os ícones se igualaram.
O participante P1 foi o que mais pressionou esta tecla, exibindo 34 cliques a mais,
durante todo o experimento (Figura 8, apresentada na análise que se segue).
Cliques na tecla “Seta para cima” também ocorreram em outros momentos além
daquele especificado nas instruções para a obtenção de pontos (logo após a igualação
dos ícones). Mais uma vez, nove participantes (P1, P4, P5, P6, P7, P9, P10, P11 e P12)
emitiram uma pressão nesta tecla pelo menos uma vez ao longo de todo o experimento.
Novamente o participante P1 (Figura 8, apresentada na análise que se segue) foi o que
mais emitiu tal resposta, exibindo 192 pressões nesta tecla ao longo de todo o
experimento, sendo que na maioria das vezes ocorreram conjuntos de pressões seguidas
nesta tecla.
60
Os participantes desta pesquisa passaram quase todo o experimento emitindo
cliques no botão do mouse. Uma análise da seqüência das localizações em que os
cliques foram emitidos foi feita a fim de verificar a ocorrência ou não de algum padrão
supersticioso, bem como possíveis mudanças nos padrões apresentados no decorrer do
experimento. Um conjunto de respostas foi considerado como um padrão supersticioso
quando envolveu seqüências de respostas padronizadas, tais como uma quantidade
específica de cliques em diferentes zonas (Ex: 1-1-2-2-3-3-4-4-5-5), ou uma seqüência
de cliques em ordem ascendente e/ou descendente (Ex: 10-11-12-13-14-15; 9-8-7-6-9-
8-7-6; 1-2-3-4-5-5-4-3-2-1; 1-3-5-5-3-1; 5-4-3-2-1-5-4-3-2-1; 2-5-4-3-2-5-4-3-2-5-4-3;
1-1-1-1-1-1-2-2-3-3-3-4-4-5-5-5-5; 4-4-4-4-4-4-4-2-2-2-1-1-1-1 etc.) ocorrendo por
pelo menos duas vezes consecutivas ou então próximas uma da outra, que inicialmente
foram seguidas de alterações ambientais independentes da resposta (mudanças nos
ícones a despeito da localização dos cliques).
As Figuras 8a, 8b, 8c até 19a, 19b e 19c (ANEXOS 4 até 15) apresentam a
localização de todas as respostas emitidas por cada um dos participantes, na ordem em
que ocorreram. As zonas de localização 1 a 20 referem-se à divisão da tela do
computador feita para auxiliar na identificação da localização dos cliques (ANEXO 3).
Já as zonas 21 a 27 foram criadas parar facilitar a identificação de outras respostas
(respostas diferentes daquelas de clicar no botão do mouse) que também apareceram
durante o experimento podendo, portanto, fazer parte de um padrão supersticioso. Estas
zonas referem-se às teclas “Seta para cima”, “Seta para baixo”, “Seta para o lado
direito”, “Seta para o lado esquerdo”, “Enter”, “Barra Espaço” e “Outras”
respectivamente. Os cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones estão
representados por círculos; os cliques que foram seguidos de mudança nos ícones (quer
a mudança tenha sido apenas na disposição, quer tenha ocorrido uma igualação) estão
representados por um triângulo. Nos casos em que os participantes pressionaram a tecla
“Seta para cima” no momento especificado pelas instruções (tendo aumentado, portanto,
um ponto no contador numérico), o clique que produziu a igualação está representado
por um quadrado. Caso contrário, está representado pelo triângulo, indicando que houve
mudança nos ícones (igualação), porém que o participante não foi reforçado. Isto
significa que as respostas de pressionar a tecla “Seta para cima” que ocorreram no
momento especificado pelas instruções não estão representadas diretamente nas Figuras
8 a 19 - a, b, c (e sim indiretamente pelo quadrado). Apenas as pressões nesta tecla
61
ocorridas em outros momentos que não aqueles especificados pela instrução para obter
pontos é que foram representadas (zona 21).
O participante P1 não iniciou o experimento clicando em algumas das zonas
presentes na tela do computador (zonas 1 a 20), mas sim apertando teclas
compreendidas entres as zonas 21 a 27 (Figura 8a - gráfico superior). No entanto,
nenhuma destas respostas foi seguida de mudança nos ícones. Em seguida, este
participante clicou o botão do mouse sobre as zonas 1 a 5, sendo que após o quinto
clique ocorreu uma mudança na disposição dos ícones. Isto parece ter sido suficiente
para mantê-lo, em seguida, emitindo cliques nestas zonas, que então foram novamente
seguidas tanto por mudanças na disposição dos ícones quanto por sua igualação,
culminando com a obtenção de um ponto no marcador numérico (Figura 8a - gráfico
superior).
Este participante, como dito anteriormente (Tabela 2), emitiu apenas um clique
numa das zonas que não continham ícones (zona 11, Figura 8a - gráfico inferior). O
restante dos cliques ocorreu nas zonas 1 a 5 como pode ser visto nas Figuras 8a, 8b e 8c
que apresentam a seqüência de cliques emitidos por este participante em todo o
experimento. Lembrando que os pontos representados nas zonas 21 a 27 não se referem
a cliques no botão do mouse.
Alguns padrões supersticiosos transitórios (que ocorreram em apenas alguns
momentos do experimento) podem ser observados nos cliques ocorridos nas zonas 1 a 5
para o participante P1, durante quase todo o experimento. Estes padrões envolveram
cliques em ordem ascendente e/ou descendente nestas zonas como, por exemplo, as
seqüências 3-3-3-3-2-2-2-2-2-1-1-1-1-1-1-1 e 3-3-3-3-3-3-3-2-2-2-2-1-1-1-1 no início
da Fase 2/subfase 1 (Figura 20), além da seqüência 2-2-2-2-2-3-3-3-3-4-4-4-5-5-5-5-5-
5-5 e 2-2-2-2-2-3-3-3-3-4-4-4-5-5-5-5-5 logo depois (Figura 21). Outro exemplo deste
tipo de padrão foi a seqüência 1-1-1-1-2-2-2-3-3-3-4-4-5-5-5-5-1-1-2-2-3-3-4-4-4-4-5-
5-5-5-5-5-5-5 (Figura 22) pouco antes da metade desta fase (por volta dos cliques 731 a
763).
62
0123456789
101112131415161718192021222324252627
86 96 106 116 126 136 146 156 166 176 186 196 206 216 226
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 20. Seqüência de respostas emitida pelo participante P1 no início da Fase 2/subfase 1.
0123456789
101112131415161718192021222324252627
236 246 256 266 276 286 296 306 316 326 336 346 356 366 376
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 21. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 na Fase 2/subfase1.
63
Padrões de respostas semelhantes a estes foram observados ao longo da Fase 2 e
3, em diferentes momentos (Figuras 8a, 8b e 8c). Estes padrões foram mantidos tanto
pelas mudanças na disposição dos ícones quanto pela ocorrência de igualações mesmo
quando, em algumas situações, após a igualação o participante não obteve aumento na
pontuação.
Ainda na Fase 2 (logo no início) é possível notar que P1 emitiu uma rápida
seqüência de respostas envolvendo a tela do computador – cliques nas as zonas 1 a 5
(que continham ícones) e envolvendo respostas que não ocorreram sobre a tela do
computador, mas sim as teclas existentes no teclado (zonas 21 a 25). A Figura 20,
portanto, evidencia respostas impossíveis de serem analisadas observando as Tabelas 2
a 8.
Durante a Fase 2, as quatro mudanças apenas na disposição dos ícones antes de
ocorrer sua igualação parecem ter funcionado como estímulos reforçadores
condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido
de mudança na disposição dos ícones, já que em quase toda esta fase, quando os ícones
começavam a mudar, P1 não mudava a localização dos cliques seguintes (Figuras 8a, 8b
0123456789
101112131415161718192021222324252627
686 696 706 716 726 736 746 756 766 776 786 796 806 816 826
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 22. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 pouco antes da metade da Fase 2/subfase1.
64
e 23). Provavelmente por conta disto é que a freqüência de mudanças de localização dos
cliques obtida na Figura 3 foi baixa.
Um padrão supersticioso transitório diferente foi observado no final da Fase 3.
Tratou-se de cliques em ordem ascendente nas zonas de 1 a 5, porém ocorreram cliques
consecutivos em cada uma das zonas até que houvesse igualação dos ícones, momento
em que a zona seguinte era então explorada (Figura 24).
Além disso, durante as Fases 2 e 3 (Figuras 8a, 8b e 8c), P1 utilizou as zonas 21
(tecla “Seta para cima”) e 25 (tecla “Enter”) com bastante freqüência (ainda que de
maneira assistemática em muitas das vezes). A utilização da zona 21 ocorreu
praticamente após cliques que foram seguidos de igualação dos ícones, porém cliques
que não foram seguidos de aumento na pontuação. Ou seja, após a igualação dos ícones,
P1 acabou emitindo mais um clique na mesma localização do clique que foi seguido de
igualação (ou em qualquer outra zona, ocasionando a perda da oportunidade de ganhar
um ponto) e, em seguida, pressionou várias vezes a tecla “Seta para cima” (zona 21),
como se estivesse tentando recuperar o ponto que deixou de receber. Este dado
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1286 1296 1306 1316 1326 1336 1346 1356 1366 1376 1386 1396 1406 1416 1426
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 23. Seqüência de respostas emitida pelo participante P1 na Fase 2/subfase 2. As mudanças na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na disposição dos ícones.
65
corrobora as baixas freqüências relativas obtidas no elemento Z (Figuras 5 - b, c e 7 - b),
além da baixa pontuação no experimento (Tabela 10). Na Fase 3, entretanto, a zona 21
foi intercalada com as zonas de 1 a 5 de uma maneira sistemática, evidenciando um
padrão supersticioso transitório envolvendo não só cliques no botão do mouse, mas uma
tecla. (Exemplos: seqüência 21-1-21-1-21-1-21-1 ou então 21-4-21-4-21-4-21-4-21-4 –
Figura 25).
0123456789
101112131415161718192021222324252627
3459 3469 3479 3489 3499 3509 3519 3529 3539 3549 3559 3569 3579 3589 3599
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 24. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 no final da Fase 3. Cliques eram emitidos numa mesma localização até que houvesse igualação dos ícones, momento em que ocorria mudança na localização dos cliques.
0123456789
101112131415161718192021222324252627
3309 3319 3329 3339 3349 3359 3369 3379 3389 3399 3409 3419 3429 3439 3449
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 25. Seqüência de cliques alternados nas zonas 21 e 4 exibida pelo participante P1 no final da Fase 3.
66
Já a zona 25 (tecla “Enter”) parece ter sido utilizada por este participante como
se ela fosse necessária para que houvesse mudança dos ícones, visto que foi utilizada
com bastante freqüência nas Fases 2 e 3 após cliques nas zonas 1 a 5 (Figuras 8a, 8b e
8c). Trata-se, portanto, de outro exemplo de um padrão supersticioso envolvendo
cliques no botão do mouse e pressões em uma dada tecla existente no teclado
computador.
Finalmente, as Figuras 8a, 8b e 8c permitem compreender o motivo da baixa
freqüência de mudanças na localização dos cliques tanto após falha quanto após ter
ocorrido uma mudança nos ícones (Figuras 1 e 3): P1, durante quase todo o
experimento, emitiu pequenas seqüências de cliques consecutivos numa mesma zona de
localização antes de emitir cliques em outras zonas, fazendo com que poucas mudanças
de localização ocorressem tanto após falha quanto após mudanças nos ícones.
O participante P2, na Fase 1 (Figura 9a – gráfico superior), emitiu todos os
cliques (com exceção do primeiro) sobre as zonas 1 a 5, visto que a primeira mudança
na disposição dos ícones ocorreu após quatro cliques consecutivos nestas zonas. Na
Fase 2 (Figuras 9a – gráfico inferior e 9b), os únicos cliques ocorridos em zonas que
não continham ícones (zonas 6 a 20) foram apenas os últimos cliques ocorridos nesta
fase, antes da mudança para a Fase 3.
Na Fase 2, é importante destacar que, logo no ínicio, P2 apresentou um padrão
supersticioso transitório em relação às respostas de mudar a localização dos cliques: ele
clicava com o botão do mouse na mesma localização do clique anterior quando este
clique não havia sido seguido de mudança nos ícones e variava quase sempre a
localização dos cliques quando eram seguidos de uma mudança nos ícones. Estas
mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos
reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização dos cliques
anteriores à primeira mudança na disposição dos ícones (Figura 26). Este padrão foi em
seguida substituído por um padrão que envolvia cliques no botão do mouse em ordem
ascendente e descendente sobre as zonas 1 a 5, até que os ícones começavam a se
modificar. Neste momento, P2 geralmente continuou variando a localização dos cliques
até que novamente eles parassem de mudar e então uma nova seqüência ascendente e
descendente tinha início (Figura 9a - gráfico inferior). Apesar desta seqüência não ter
sido rigorosamente sistemática (houve alterações na quantidade e na ordem dos cliques
emitidos em cada uma destas cinco zonas), P2 parece ter se comportado como se a
igualação dos ícones dependesse da localização dos cliques no botão do mouse. Este
67
padrão se manteve até aproximadamente a metade desta fase (Fase 2) e reflete a alta
freqüência de mudanças de localização dos cliques após ocorrência de mudanças nos
ícones vista na Figura 3 e uma freqüência menor de mudanças após ter ocorrido uma
falha na mudança dos ícones (Figura 1) já que, assim como o participante P1, o
participante P2 também emitiu, até aproximadamente metade do experimento, pequenas
seqüências de cliques numa mesma localização.
No restante da Fase 2 (Figura 9b), pode-se observar uma diminuição nas
mudanças de localização dos cliques tanto após os ícones terem falhado em mudar
quanto após terem mudado de disposição (também possível de observar nas Figuras 1 e
3 - curvas mostram uma desaceleração). Com isto, houve uma diminuição na ocorrência
do padrão ascendente e descendente nas zonas 1 a 5. Neste ponto, as mudanças
sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos
reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique
que foi seguido de uma mudança na disposição dos ícones (Figura 27). Deve-se ressaltar
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101112131415161718192021222324252627
77 87 97 107 117 127 137 147 157 167 177 187 197 207 217
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 26. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 no início da Fase 2. Mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização dos cliques anteriores à primeira mudança na disposição dos ícones
68
que o participante P2 só não diminuiu a freqüência das mudanças de localização dos
cliques após a ocorrência de igualações (dado corroborado pela Figura 5 - b, c).
Os últimos cliques ocorridos na Fase 2 (Figura 9b - gráfico inferior) foram em
zonas que não continham ícones. P2 passou praticamente o restante do experimento
(Fase 3 - Figura 9c) clicando nestas outras zonas (este dado também pode ser visto nas
Tabelas 2 a 8). Não foi observado nenhum padrão supersticioso em relação à
localização dos cliques nesta última fase. O leve aumento na freqüência de mudanças de
localização dos cliques após uma mudança nos ícones (apresentado na Figura 3) pode
ser visto principalmente no início e no final da Fase 3 (Figura 9c).
P3 (Figuras 10a, 10b, 10c) apresentou três padrões supersticiosos bastante
definidos envolvendo sempre apenas as zonas de 1 a 5 durante todo o experimento
(como já relatado na análise das Tabelas 2 a 8). O primeiro deles ocorreu durante a Fase
1 e se estendeu para o início da Fase 2 (Figura 10a e 28). Consistiu em clicar nas zonas
1, 2, 3, 4 e 5 em ordem ascendente e descendente (Ex: cliques na seqüência 1-2-3-4-5-5-
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1427 1437 1447 1457 1467 1477 1487 1497 1507 1517 1527 1537 1547 1557 1567
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 27. Seqüência de respostas emitida pelo participante P2 na Fase 2/subfase 3. As mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de uma mudança na disposição dos ícones.
69
4-3-2-1). Por conta deste padrão supersticioso, P3 mudou a localização dos cliques com
muita freqüência tanto após cliques seguidos de falha na mudança dos ícones quanto
após ocorrência de mudanças (corroborado pelas Figuras 1 e 3 - Fase 1).
O outro padrão apareceu no começo da Fase 2 (Figura 10a - gráfico inferior) e se
estendeu até aproximadamente a metade desta fase. Este padrão também envolveu as
zonas de 1 a 5 e consistiu de uma quantidade maior de cliques em cada uma das zonas
antes de haver uma mudança para a próxima zona. Os cliques também ocorreram numa
seqüência ascendente e descendente (Ex: 1111-2222-3333-444-55555-555-4444-33-
222-1111).
O último padrão observado foi o que ocorreu por mais tempo, tendo início por
volta da metade da Fase 2, indo até o final do experimento (Figuras 10b e 10c). Este
padrão também consistiu de cliques numa seqüência ascendente e descendente nas
zonas de 1 a 5, tendo início na zona 1. Cliques foram emitidos nesta zona até que os
ícones se igualaram. Em seguida, cliques passaram a ser emitidos na zona 2, novamente
até que ocorreu igualação dos mesmos. Em seguida, as zonas 3, 4 e 5 foram utilizadas,
seguindo o mesmo padrão. Após a zona 5, os cliques voltaram a ocorrer na zona 1,
dando início a uma nova seqüência ascendente de cliques. Estes dois últimos padrões
são os responsáveis pelas baixas freqüências de respostas de mudanças de localização
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101112131415161718192021222324252627
1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 28. Seqüência de respostas emitida pelo participante P3 na Fase 1, que consistiu em clicar nas zonas 1, 2, 3, 4 e 5 em ordem ascendente e descendente.
70
vistas nas Figuras 1 e 3, já que em ambos os padrões uma quantidade maior de cliques
ocorria em cada uma das zonas 1 a 5 antes que houvesse uma mudança de localização.
Nestes dois últimos padrões, P3 não variou a localização dos cliques que ocorreram
logo após as quatro mudanças apenas na disposição dos ícones, o que sugere a
possibilidade destas mudanças terem funcionado como estímulos reforçadores
condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique anterior.
Similarmente a P2, o participante P3 praticamente só mudou a localização dos cliques
após mudanças nos ícones quando a mudança ocorrida foi a igualação dos ícones (dado
já obtido na análise dos 7 Elementos, representados pela Figura 5 - a, b, c).
A introdução da Fase 3 não alterou o padrão supersticioso já estabelecido na
fase anterior. A única diferença nesta fase era que antes da igualação dos ícones não
havia mais mudanças apenas na disposição dos ícones (como ocorria na Fase 2). Pelas
Figuras 10a, 10b e 10c também é possível observar, como discutido anteriormente, que
a tecla “Seta para cima” foi utilizada algumas vezes durante o experimento num
momento não especificado pelas instruções, sendo que, em todas as vezes, isto ocorreu
logo após o participante não ter sido reforçado. Ou seja, o que ocorreu nestas situações
foi que assim que ocorreu a igualação dos ícones, P3 clicou o botão do mouse na mesma
zona de localização do clique que foi seguido da igualação dos ícones e, portanto,
deixou de receber um ponto e ouvir o tom sonoro. Em seguida, possivelmente na
tentativa de “recuperar” o ponto perdido, apertou a tecla “Seta para cima”.
Cliques nas zonas que não continham ícones foram os primeiros cliques emitidos
pelo participante P4 (Figura 11a - gráfico superior). No entanto, a primeira igualação,
seguida de aumento na pontuação, ocorreu após um clique na zona 1 (zona que cotinha
um ícone). A partir deste momento, P4 permaneceu durante esta fase clicando tanto nas
zonas que continham ícones quanto nas que não continham. Isto garantiu altas taxas de
respostas nas Figuras 1 e 3 (mudanças de localização dos cliques após falha e após
mudança dos ícones, respectivamente). Do início da Fase 2/subfase 1 até
aproximadamente sua metade (Figura 11a - gráfico inferior), o padrão visto na Fase 1
permaneceu razoavelmente constante, podendo-se observar um outro padrão
supersticioso transitório: respostas ocorreram em ordem ascendente e descendente nas
zonas de 1 a 5 (Figura 29). Neste tipo de padrão também foi observada uma freqüência
elevada de mudanças nos ícones após cliques que foram seguidos de falha e de mudança
dos ícones (Figuras 1 e 3). Aproximadamente a partir da metade da Fase 2/subfase 1
(Figuras 11a - gráfico inferior e 11b), P4 passou o restante desta fase clicando apenas
71
em algumas localizações específicas (basicamente nas zonas 9 e 10), sem apresentar
nenhum padrão supersticioso (corroborando as freqüências baixas e/ou nulas nas
Figuras 1, 3 e 5 - b, c).
O início da Fase 3 (Figura 11c - gráfico superior) não mudou o padrão de
respostas estabelecido na Fase 2 (evidenciado pelas mudanças de localização relativas
quase nulas apresentadas na Figura 7). A tecla “Seta para cima” foi bastante utilizada ao
longo das três fases, principalmente logo após o participante não ter sido reforçado
(Figuras 11a, 11b e 11c). Ou seja, quando o participante não apertou esta tecla logo após
a igualação dos ícones, ocasionando a perda da possibilidade de aumentar sua
pontuação, foi comum que, em seguida, ele pressionasse esta tecla. Porém, não foi
observado nenhum padrão supersticioso em relação a isto. A utilização da zona 21 não
ocorreu com muita freqüência quando os cliques após a igualação dos ícones foram
seguidos de aumento na pontuação.
O desempenho do participante P5 foi bastante diversificado ao longo das Fases
1, 2 e 3 (Figuras 12a, 12b e 12c). Os cliques iniciais ocorreram sobre as zonas 1 a 5
(Figura 12a - gráfico superior), porém olhando para o experimento como um todo
observa-se que este participante explorou todas as zonas disponíveis (dados também
vistos nas Tabelas 3 a 8). Na Fase 1 e início da Fase 2 (Figura 12a), nota-se um padrão
supersticioso envolvendo as zonas 1 a 5, de maneira ascendente e descendente. Em
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101112131415161718192021222324252627
228 238 248 258 268 278 288 298 308 318 328 338 348 358 368
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 29. Seqüência ascendente descendente de cliques nas zonas 1 a 5 emitida pelo participante P4 no início da Fase 2.
72
seguida, P5 explorou diferentes zonas de localização, variando bastante a localização
dos cliques (Figura 12a, a partir da metade da Fase 2 - gráfico inferior), corroborando as
freqüências elevadas de mudanças na localização dos cliques obtidas na Figura 1 e
principalmente na Figura 3. Pela Figura 5 também foi possível notar que após a
igualação dos ícones, este participante quase sempre mudou a localização dos cliques. O
padrão de clicar de maneira ascendentes e descendentes nas zonas 1 a 5 também ocorreu
ao longo da Fase 2 (Figuras 12a e 12b), porém de forma bastante transitória e menos
sistemática do que no seu início, quando P5 emitiu seqüências do tipo 1-2-3-4-5-5-4-3-
2-1 com maior freqüência (Figura 12a - gráfico inferior). Outro padrão transitório
apresentado por P5 referiu-se a cliques alternados nas zonas 10 e 21 (“Seta para cima”)
e depois nas zonas 2 e 21, aproximadamente na metade da Fase 3 (Figura 30). A
alternação dos cliques nas zonas 10 e 21 foi seguida de aumento na pontuação por duas
vezes, enquanto que a alternação nas zonas 2 e 21 foi seguida por acréscimo de um
ponto apenas uma vez.
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101112131415161718192021222324252627
2261 2271 2281 2291 2301 2311 2321 2331 2341 2351 2361 2371 2381 2391 2401
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 30. Seqüência de cliques apresentada pelo participante P5 nas zonas 10 e 21 e nas zonas 2 e 21, aproximadamente na metade da Fase 3.
73
No final da Fase 3 (Figura 31), um conjunto de seqüências supersticiosas de
cliques foi observado envolvendo as zonas 1 a 5 de maneira ascendente apenas (Ex: 1-2-
3-4-5-1-2-3-4-5-1-2-3-4-5).
Nas três fases da tarefa, P6 emitiu cliques em várias zonas de localização,
principalmente nas zonas 1 a 5 (Figuras 13a, 13b e 13c). Nestas, emitiu um conjunto de
cliques em ordem ascendente e descendente ao longo das três fases, porém de forma não
muito sistemática, ou seja, a quantidade de cliques em cada zona, a cada momento,
variou bastante (Figura 32).
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101112131415161718192021222324252627
2711 2721 2731 2741 2751 2761 2771 2781 2791 2801 2811 2821 2831 2841 2851
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 31. Seqüência de respostas supersticiosas emitida pelo participante P5 nas zonas de localização que continham os ícones (zonas 1 a 5).
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101112131415161718192021222324252627
829 839 849 859 869 879 889 899 909 919 929 939 949 959 969
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 32. Seqüência de cliques em ordem ascendente e descendente emitida pelo participante P6 nas zonas 1 a 5, durante a Fase 2/subfase 2.
74
Em alguns momentos da Fase 2, pode-se destacar algumas seqüências mais
sistemáticas, envolvendo também as zonas que não continham ícones, tais como as
seqüências 25-5-25-4-25-3-25-2-25-1 (Figura 33), 6-1-6-2-6-3-6-4-6-5 e 1-2-1-3-1-4-1-
5 ocorridas aproximadamente na metade da Fase 2, em diferentes momentos.
Todas estas seqüências, porém, ocorreram por pouco tempo. Tratou-se,
portanto, de um padrão supersticioso transitório (ocorrido nas três fases do
experimento), já que o experimento não exigia que os participantes emitissem cliques
em nenhuma localização específica para que os ícones se igualassem. É interessante
observar que as mudanças de uma seqüência de cliques para outra ocorreram, muitas
vezes, mesmo quando uma dada seqüência foi seguida de igualação dos ícones e
aumento na pontuação (Figura 34). Assim como P5, o participante P6 nas Figuras 1, 3 e
5 apresentou taxas elevadas de mudanças de localização. As Figuras 13a, 13b e 13c
permitem uma visualização detalhada destas mudanças.
0123456789
101112131415161718192021222324252627
679 689 699 709 719 729 739 749 759 769 779 789 799 809 819
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 33. Seqüência de respostas emitida pelo participante P6, envolvendo zonas que não continham ícones, tais como a seqüência 25-5-25-4-25-3-25-2-25-1 durante a Fase 2/subfase 2.
75
De maneira semelhante ao participante P1, P7 iniciou o experimento explorando
as teclas existentes no teclado do computador (Figura 14a - gráfico superior). Estas
respostas não foram seguidas de mudança nos ícones. Em seguida, P7 passou a clicar
nas zonas 1 a 5 e, após cinco cliques, ocorreu a primeira mudança na disposição dos
ícones. A partir daí (Figuras 14a, 14b e 14c), este participante passou a utilizar apenas
as zonas 1 a 5 , assim permanecendo durante todo o experimento (como já mostrado na
Tabela 1). Em relação à seqüência de respostas emitidas por P7, pode-se observar
claramente dois padrões supersticiosos que se mantiveram razoavelmente constantes nas
Fases 1 e 2. Ambos já foram observados em outros participantes. O primeiro deles
ocorreu no final da Fase 1 e início da Fase 2 e consistiu em cliques sistemáticos em
ordem ascendente nas zonas 1 a 5 (Ex:1-2-3-4-5-1-2-3-4-5) e também em ordem
ascendente e descendente nestas mesmas zonas (início da Fase 2) - Figuras 14a e 14b -
gráfico superior. Neste padrão, a localização dos cliques variou bastante, independente
de um clique ter sido seguido de mudança nos ícones ou não. Por conta disto é que se
observa freqüências elevadas nas Figuras 1 e 3. O segundo padrão, iniciado por volta da
metade da Fase 2 (Figura 35), também envolveu estas mesmas zonas (1 a 5) de maneira
ascendente e descendente, porém uma quantidade maior de cliques foi dada em cada
uma delas antes que ocorresse uma mudança na localização dos próximos cliques (Ex:1-
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1279 1289 1299 1309 1319 1329 1339 1349 1359 1369 1379 1389 1399 1409 1419
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 34. Seqüência de respostas emitida pelo participante P6, durante a Fase 2, mostrando que mudanças de uma seqüência de cliques para outra ocorreram, muitas vezes, mesmo quando uma dada seqüência foi seguida de igualação dos ícones e de aumento na pontuação.
76
2-2-3-3-4-4-4-4-4-5-5-5-5-5-5-5-4-4-4-3-3-3-3-2-2-2-1-1-1-1-1-1). Este tipo de padrão
contribuiu para diminuir um pouco a aceleração das curvas das Figuras 1 e 3. Através da
Figura 35 também é possível notar que neste segundo padrão de respostas a ocasião para
o participante P7 mudar a localização dos cliques era a ocorrência de uma igualação dos
ícones (dado corroborado pelas altas freqüências obtidas no elemento Z da Figura 5 - a,
b, c). Ainda em relação a este padrão supersticioso, viu-se que assim que começavam a
ocorrer as mudanças na disposição dos ícones, P7 emitia os cliques seguintes na mesma
localização do clique que primeiramente foi seguido de mudança (Figura 35), o que
sugere que, assim como visto com os participantes P1, P2 e P3, estas mudanças
funcionaram como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de emitir
cliques numa mesma localização.
Com a introdução da Fase 3, este último padrão supersticioso se manteve (Figura
14c). A tecla “Seta para cima” também foi utilizada após a ocorrência de cliques que
não foram seguidos de aumento na pontuação (Figura 14b), e com o início da Fase 3, a
freqüência deste comportamento aumentou bastante (Figura 14c), possivelmente porque
com a ausência das mudanças apenas na disposição dos ícones, para que o participante
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1733 1743 1753 1763 1773 1783 1793 1803 1813 1823 1833 1843 1853 1863 1873
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 35. Seqüência de respostas emitida pelo participante P7 na Fase 2/subfase 3, na qual uma quantidade maior de cliques era emitida numa mesma zona de localização antes que ocorresse uma mudança na localização dos cliques. Isto geralmente ocorria logo após a igualação dos ícones. As mudanças na disposição dos ícones pareceram funcionar como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização.
77
fosse reforçado, ele deveria observar com mais cautela a disposição dos ícones na tela
do computador para averiguar se uma igualação havia ou não ocorrido após ter clicado o
botão do mouse. Se a velocidade dos cliques ocorresse de forma rápida, era provável
que o participante perdesse a oportunidade de ser reforçado (pressionando a tecla “Seta
para cima” num momento “inadequado”). No caso do participante P7 (Figura 36), a
tecla “Seta para cima” foi pressionada após ele já ter clicado com o botão do mouse por
uma ou mais vezes na mesma zona de localização do clique que foi seguido da
igualação dos ícones. Isto não ocorreu apenas com o participante P7, mas com os
demais participantes que utilizaram a zona de localização 21 com muita freqüência.
O participante P8 começou o experimento clicando nas zonas 14 e 11 (Figura 15
a - gráfico superior). Estes cliques não foram seguidos de mudança nos ícones. Em
seguida, emitiu um clique na zona 15, que ocasionou mudança na disposição dos ícones.
Isto pareceu ser suficiente para P8 continuar emitindo mais alguns cliques nesta zona.
Após clicar mais algumas vezes nas zonas 10 e 11 e ter estes cliques seguidos de
aumento na pontuação, a emissão de quatro cliques consecutivos que não foram
seguidos de nenhuma mudança nos ícones parece ter feito com que P8 explorasse,
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2898 2908 2918 2928 2938 2948 2958 2968 2978 2988 2998 3008 3018 3028 3038
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 36. Seqüência de respostas emitida pelo participante P7 durante a Fase 3/subfase 2. Várias respostas na zona 21 ocorreram após perda da oportunidade de aumentar apontuação, já que após a igualação dos ícones ocorreram uma ou mais respostas na mesma zona de localização do clique que produziu a igualação dos ícones antes que fosse pressionada a tecla “Seta para cima”.
78
então, uma das zonas que continham ícones. Este participante deu um clique na zona 4
(zona que continha um ícone) e este clique foi imediatamente seguido de uma mudança
na disposição dos ícones. Como os cliques seguintes continuaram sendo seguidos de
mudança nos ícones, P8 começou a apresentar uma seqüência mais sistemática de
cliques nestas zonas (1 a 5).
Vários padrões supersticiosos transitórios foram apresentados pelo participante
P8. Ao longo das Fases 1 e 2 (Figuras 15a, 15b e 37) pequenas seqüências ordenadas de
respostas podem ser observadas, envolvendo as zonas 1 a 5, em ordem ascendente e
descendente. Assim como observado com participantes com desempenhos semelhantes
(P5, P6 e P7), a seqüência de respostas apresentada por P8 mostrou uma variação
elevada no que se refere à mudança na localização dos cliques, tanto após ter ocorrido
uma falha quanto uma mudança dos ícones, possível de ser observada também nas
Figuras 1, 3 e 5 - a, b.
Do final da Fase 2 até o término do experimento, P8 além de continuar clicando
nas zonas de 1 a 5, passou a clicar em outras outras zonas com mais freqüência (Figuras
15b e 15c). As mudanças nas localizações dos cliques continuaram ocorrendo, como já
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1126 1136 1146 1156 1166 1176 1186 1196 1206 1216 1226 1236 1246 1256 1266
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 37. Seqüência de cliques em ordem ascendente e descendente apresentada pelo participante P8 na Fase 2/subfase 2.
79
havia sido evidenciado na Figura 7 - a, b. Nas zonas 6 a 20, porém, não foi observado
nenhum padrão supersticioso. Na Fase 3, é possível identificar alguns padrões
supersticiosos, ainda que transitórios, nos cliques emitidos nas zonas de 1 a 5 (Figura
38). Cliques na zona 21 (“Seta para cima”) aumentaram consideravelmente na Fase 3
(Figura 38), quase que exclusivamente ocorrendo após um clique que não foi seguido de
aumento na pontuação (provavelmente isto ocorreu pelos mesmos motivos descritos
para o participante P7).
Antes de apresentar o desempenho dos participantes do Grupo 2, é importante
retomar uma questão levantada anteriormente neste trabalho. Ao analisar as Tabelas 3 a
8, aventou-se a possibilidade de que a diferença na ordem das fases experimentais por
qual cada grupo de participantes foi inicialmente exposto pode ter contribuído para que
cliques mais freqüentes nas zonas que continham os ícones terem ocorrido com os
participantes do Grupo 1 por conta destes participantes terem iniciado o experimento
pela Fase 1, na qual o valor de “n” programado para relacionar cliques com mudança na
disposição dos ícones era um valor pequeno (um valor entre 1 e 5). Assim, a mudança
na disposição dos ícones pode ter reforçado a ocorrência de cliques iniciais sobre estas
zonas. A partir da análise das Figuras 8, 9, 10 e 14 - a, b, c, pode-se notar que tal
hipótese foi corroborada com quatro (P1, P2, P3 e P7) dos oito participantes deste
grupo. Apesar dos participantes P1 e P7 (Figuras 8 e 14 - a, b, c) terem iniciado o
experimento utilizando algumas teclas (zonas de localização que não produziam
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2388 2398 2408 2418 2428 2438 2448 2458 2468 2478 2488 2498 2508 2518 2528
Seqüência de respostas
Zon
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e lo
caliz
ação
Figura 38. Seqüência de respostas apresentada pelo participante P8 na Fase 3/subfase 2. Nota-se algumas respostas supersticiosas envolvendo as zonas 1 a 5, além de respostas na zona 21 após a perda da oportunidade de acrescentar um ponto no contador numérico.
80
mudança nos ícones), os primeiros cliques ocorreram sobre as zonas que continham os
ícones (zonas 1 a 5), sendo seguidos de mudança na disposição dos ícones. O
participante P2 (Figuras 9 - a, b, c) emitiu o primeiro clique na zona 10, porém os
cliques seguintes foram nas zonas 1 a 5. Estes cliques foram então seguidos de mudança
nos ícones. Já o participante P3 (Figuras 10 - a, b, c) desde o início explorou as zonas
que continham os ícones e também parece ter sido reforçado pelas mudanças nos ícones.
Outra questão abordada anteriormente referiu-se à possibilidade deste padrão de
resposta já bem estabelecido na Fase 1 - clicar com freqüência sobre os ícones - (visto
com os participantes do P1, P2, P3 e P7) persistir na Fase 2 devido às quatro mudanças
sistemáticas na disposição dos ícones terem funcionado como estímulos reforçadores
condicionados para a resposta de continuar emitindo cliques sobre os ícones. Isto
pareceu ocorrer com os quatro participantes acima citados (Figuras 8, 9, 10 e 14 - a, b,
c).
Os participantes P9, P10, P11 e P12 iniciaram o experimento pela Fase 3,
seguida das Fases 1 e 2, respectivamente.
O participante P9 (Figura 39), no início da Fase 3 (aproximadamente nos
primeiros 220 cliques), emitiu cliques em uma grande quantidade de zonas de
localização diferentes, sendo que suas respostas foram seguidas por aumento na
pontuação tanto após cliques emitidos nas zonas que continham ícones (1 a 5) quanto
após cliques ocorridos nas zonas que não continham ícones (6 a 20). Neste momento
inicial, P9 também apresentou rápidas seqüências de cliques em ordem ascendente e
descendente nas zonas 1 a 5, ainda que de maneira não sistemática (Figura 39).
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1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141
Seqüência de respostas
Zon
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e lo
caliz
ação
Figura 39. Seqüência de respostas emitida pelo participante P9 na Fase 3/subfase 1, exibindo cliques em várias zonas de localização, além de cliques em ordem ascendente e descendente nas zonas 1 a 5.
81
Ainda neste começo da Fase 3 (Figura 16a), um outro padrão supersticioso
transitório ocorreu. Consistiu em seqüências não-sistemáticas e alternadas de cliques
consecutivos nas zonas de 1 a 5 com bastante freqüência (por exemplo, clicava na zona
1 até ocorrer igualação dos ícones, depois clicava na zona 3 até que os ícones
novamente se igualassem, em seguida clicava na zona 4 até ocorrer uma nova igualação
e assim por diante). Cliques consecutivos nas zonas 9, 10 e 14 também ocorreram no
final da Fase 3 (Figura 16a - gráfico inferior). É importante destacar que este padrão
(cliques consecutivos em algumas zonas) perdurou por grande parte desta fase, (Figura
16a) ainda que P9 tenha emitido uma grande quantidade de cliques que não foram
seguidos por aumento na pontuação (depois de pouco mais da metade da Fase 3 até seu
final, os cliques de P9 não foram seguidos de aumento na pontuação nenhuma vez).
Pressões seguidas na tecla “Seta para cima” (zona 21) logo após a ocorrência de
cliques que não foram seguidos de aumento na pontuação também foram observados
com bastante freqüência no desempenho deste participante (Figura 16a). Nesta primeira
fase (Fase 3), portanto, P9 obteve muito poucos reforços, possivelmente devido à
velocidade com que emitiu os cliques. Parece que a ocorrência de reforços intermitentes
foi suficiente para manter as seqüências de respostas apresentadas por P9 durante esta
primeira fase (Figura 16a).
Nas duas fases seguintes (Fases 1 e 2), P9 emitiu cliques consecutivos quase que
exclusivamente na zona 9, e nenhum padrão supersticioso foi observado (Figuras 16b e
16c). A quantidade de vezes que a zona 21 foi utilizada na Fase 2 diminuiu
significativamente (Figuras 16b e 16c), possivelmente em função do aumento do
número de vezes em que o participante foi reforçado (ele só perdeu 3 reforços). Este
aumento no número de reforços obtidos (em relação à Fase 3) ocorreu possivelmente
porque na Fase 2 ocorriam as quatro mudanças sistemáticas apenas na disposição dos
ícones antes de sua igualação, o que aumentava as chances de o participante, mesmo
clicando com alta velocidade, prever o momento exato da igualação dos ícones. Na Fase
3, como a igualação ocorria de forma direta, isto não era possível, e cliques emitidos
com alta velocidade dificultavam ainda mais a obtenção de aumento na pontuação.
As Figuras 17a, 17b e 17c mostram a seqüência de respostas emitidas pelo
participante P10 em todo o experimento. Como previamente evidenciado nas Tabelas 2
a 8, este participante emitiu apenas um clique no botão do mouse numa zona que não
continha ícones (zona 6). Desde o início da Fase 3 (Figura 17a - gráfico superior),
82
portanto, cliques ocorreram nas zonas 1 a 5. Nesta fase, alguns padrões supersticiosos
transitórios podem ser observados. Cliques em ordem ascendente nas zonas 1 a 5 (Ex:
1-2-3-4-5) ou em ordem ascendente e descendente (Ex: 1-2-3-4-5-5-4-3-2-1) podem ser
visualizados logo no início da Fase 3 (Figura 17a - gráfico superior). Este padrão, no
qual mudanças na localização dos cliques ocorriam com freqüência (tanto após
ocorrência de falha ou não na mudança dos ícones), foi o responsável pelas altas
freqüências de respostas exibidas nas Figuras 1 e 3. O outro padrão de respostas que
teve início em seguida consistiu de cliques nas zonas 1 a 5, porém ocorreram seqüências
de cliques em cada uma das zonas até que ocorresse a igualação dos ícones (Figura 40).
Neste momento, o participante P10 passava a clicar na zona seguinte (Exemplo: 1-1-1-
1-1-2-2-2-2-2-2-2-3-3-4-4-4-4-4-4-4-4-4-5-5-5) ou então numa zona próxima, mas não
necessariamente na zona seguinte (Ex: 2-2-2-5-5-5-5-5-5-4-4-4-4-4-1-1-1-3-3).
No final da Fase 3 o padrão ascendente e descendente nas zonas 1 a 5 voltou a
ser emitido e pode ser facilmente observado na Figura 41. Este padrão de respostas foi
responsável por uma nova aceleração nas curvas da Figura 1 e pelo aumento das
mudanças de localização relativas vistas na Figura 7 - b. A zona 21, assim como ocorreu
com a maioria dos outros participantes, foi utilizada principalmente após um clique que
não foi seguido de aumento na pontuação (Figura 17a).
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451 461 471 481 491 501 511 521 531 541 551 561 571 581 591
Seqüência de respostas
Zon
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e lo
caliz
ação
Figura 40. Seqüência supersticiosa de respostas nas zonas 1 a 5, emitida pelo participante P10 na Fase 3/ subfase 1.
83
Na Fase 1 e início da Fase 2, o mesmo padrão supersticioso ocorrido no final da
Fase 3 também pode ser observado (Figura 17b). Porém, logo em seguida, o padrão de
respostas envolvendo cliques consecutivos numa das zonas 1 a 5 até a ocorrência de
igualação dos ícones, quando então outra zona era utilizada (padrão que ocorreu
rapidamente na Fase 3), voltou a aparecer e perdurou durante todo o restante do
experimento (Figura 42). Neste padrão, as mudanças sistemáticas apenas na disposição
dos ícones possivelmente funcionaram como estímulos reforçadores condicionados para
a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na
disposição dos ícones. A Figura 4, mostrada anteriormente, também evidencia
características deste padrão.
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901 911 921 931 941 951 961 971 981 991 1001 1011 1021 1031 1041
Seqüência de respostas
Zon
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e lo
caliz
ação
Figura 41. Seqüência de cliques emitida pelo participante P10, em ordem ascendente e descendente nas zonas 1 a 5 (que continham os ícones), durante a Fase 3/subfase 2.
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101112131415161718192021222324252627
2150 2160 2170 2180 2190 2200 2210 2220 2230 2240 2250 2260 2270 2280 2290
Seqüência de respostas
Zon
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e lo
caliz
ação
Figura 42. Seqüência de cliques nas zonas 1 a 5 emitida pelo participante P10 a partir da metade da Fase 2/subfase 1. Mudanças na disposição dos ícones possivelmente funcionaram como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na disposição dos ícones.
84
Cliques na zona 21 continuaram a ocorrer (porém com uma freqüência menor),
sendo que a maioria deles continuou ocorrendo após um clique que não foi seguido de
aumento na pontuação (Figuras 17b e 17c).
O participante P11, que também passou inicialmente pela Fase 3, explorou logo
no começo desta fase as zonas que continham ícones (1 a 5), algumas das zonas 6 a 20
(que não continham ícones) e também teclas existente no teclado do computador (Figura
43). As mudanças de localização vistas neste início ocorreram principalmente após
cliques que foram seguidos de falhas na mudança dos ícones (dado constatado na Figura
1).
Das doze primeiras vezes em que ocorreu igualação dos ícones, em sete delas
P11 havia acabado de clicar na zona 10 (Figura 43). Após a décima segunda igualação
dos ícones, pode-se observar (Figura 18a) que P11 passou a clicar apenas nesta zona de
localização, pelo menos por um tempo maior. Até o final desta fase (Figura 18a), este
participante emitiu cliques em apenas outra zona de localização (zona 11). Assim, P11
emitiu uma grande quantidade de cliques numa mesma localização durante esta primeira
fase, como pôde ser observado anteriormente nas Figuras 1, 3 e 7 através das baixas
taxas de mudanças de localização. No que se refere a algum tipo de padrão
supersticioso, o participante P11, no início da Fase 3 (Figura 43), apresentou uma rápida
seqüência de cliques nas zonas 21 e 10 (entre os cliques 76 e 86). Em seguida, no
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1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141
Seqüência de respostas
Zon
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caliz
ação
Figura 43. Seqüência de respostas emitida pelo participante P11 na Fase 3/subfase 1.
85
entanto, não apresentou nenhum padrão supersticioso de respostas. Nas duas fases
seguintes (Fases 1 e 2), P11 (Figuras 18b e 18c) continuou exibindo cliques seguidos
em determinadas zonas de localização, sem apresentar nenhum padrão supersticioso em
relação a estes cliques. Alguns poucos cliques seqüenciais envolvendo as zonas 9 e 10
ou 10 e 11 foram emitidos, caracterizando um padrão supersticioso transitório (Figura
44).
Mudanças na localização dos cliques ocorreram poucas vezes, com freqüência
maior após cliques seguidos de mudança nos ícones (mostrado na Figura 4),
especialmente quando esta mudança foi uma igualação nos ícones (Figura 6 - a, b, c).
Logo no começo da Fase 3 (Figura 45), P12 explorou zonas que continham e que
não continham ícones, além de zonas que continham teclas (zonas 21, 22, 23, 25 e 26).
A primeira igualação nos ícones ocorreu após um clique na zona 15 (Figura 45). Em
seguida, alguns outros cliques ocorreram em outras localizações, sem serem seguidos de
nenhuma mudança nos ícones. O participante P12 novamente foi reforçado quando
voltou a utilizar a zona 15. Daí em diante, ficou clicando apenas nesta zona por um
tempo (Figura 45). Em toda a Fase 3, clicou em apenas mais duas zonas diferentes,
sendo que, antes de mudar de uma zona para outra, uma grande quantidade de cliques
foi emitida em cada uma destas zonas de localização (Figura 19a). O desempenho deste
participante nas Fases 1 e 2 (Figuras 19b e 19c) foi bastante semelhante ao seu
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2605 2615 2625 2635 2645 2655 2665 2675 2685 2695 2705 2715 2725 2735 2745
Seqüência de respostas
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Figura 44. Seqüência de cliques emitida pelo participante P11 na Fase 2/subfase 3, envolvendo as zonas 10 e 11, caracterizando um padrão supersticioso transitório.
86
desempenho na Fase 3, ou seja, o participante P12 mudou a localização dos cliques
pouquíssimas vezes (evidenciado pelas Figuras 2 e 4). Quando isto ocorreu, na maioria
das vezes ocorreu após ter havido uma igualação nos ícones. Nenhum padrão
supersticioso de respostas foi observado em seu desempenho (Figuras 19b e 19c).
A análise das Figuras 16 e 18 – a, b, c dos participantes P9 e P11 permite
constatar, como dito anteriormente no início da análise dos resultados, que iniciar o
experimento pela Fase 3 parece ter possibilitado maior variação na localização dos
cliques em relação às diferente zonas disponíveis (se comparado às condições
experimentais programadas na Fase 1). Ou seja, na Fase 3, o valor de “n” sorteado pelo
computador para relacionar cliques no mouse com mudança nos ícones podia ser uma
valor entre 1 e 30, valor este bem maior do que o valor de “n” na Fase 1 (valor entre 1 e
5) e que, portanto, possibilitava maior variação em relação à localização dos cliques no
botão do mouse antes que uma mudança nos ícones ocorresse.
As Figuras 8 a 19 – a, b, c exibindo a seqüência de cliques emitidas por cada um
dos participantes no decorrer de todo o experimento mostram que, de modo geral, a
maioria dos participantes (P1, P2, P4, P5, P6, P7, P8, P9 e P11) apresentou padrões
transitórios de respostas supersticiosas, principalmente nas zonas de localização 1 a 5,
que continham os ícones. Apenas dois participantes (P3 e P10) exibiram padrões
supersticiosos mais constantes. Vale destacar que o participante P10 pertencia ao Grupo
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Seqüência de respostas
Zon
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caliz
ação
Figura 45. Seqüência de cliques emitida pelo participante P12 na Fase 3/subfase 1.
87
2, que iniciou o experimento pela Fase 3. Este participante foi o único do Grupo 2 que
apresentou um desempenho supersticioso constante nas três fases. O participante P9
(também do Grupo 2) apresentou respostas supersticiosas apenas na primeira fase (Fase
3), enquanto que P11 (Grupo 2) apresentou apenas um padrão transitório bastante
rápido (poucas respostas supersticiosas foram emitidas) apenas na primeira fase (Fase
3), e P12 (Grupo 2) não apresentou nenhum padrão de respostas supersticiosas.
Outro dado que merece destaque é que apenas dois dos oito participantes do
Grupo 1 (P2 e P4) não continuaram a apresentar um padrão supersticioso de respostas
na Fase 3. O restante deles, mesmo com a introdução da Fase 3, continuou a exibir
padrões supersticiosos. Ou seja, a retirada das quatro mudanças sistemáticas apenas na
disposição dos ícones antes de sua igualação não impediu que respostas supersticiosas
continuassem a ocorrer, já que tais respostas não eram mantidas exclusivamente por
estímulos reforçadores condicionados. O que não foi mais possível de se ver na Fase 3
foram apenas os cliques na mesma localização do clique que havia sido seguido de
mudança na disposição dos ícones, já que estas mudanças sistemáticas foram retiradas
da condição experimental que vigorava na Fase 3.
Dito de outra maneira, se o experimento disponibiliza uma condição
experimental que possibilita que o participante saiba com antecedência quando ocorrerá
a apresentação de um estímulo reforçador (como foi o caso da Fase 2), este participante
pode responder discriminativamente a algum aspecto sistemático que venha a ocorrer no
experimento antes que o reforço seja apresentado. Se esta condição é retirada (Fase 3), o
participante não mais responderá discriminativamente, porém isto não significa que
respostas supersticiosas necessariamente deixarão de ocorrer.
88
DISCUSSÃO
Dois tipos diferentes de respostas supersticiosas foram analisadas no presente
trabalho: (1) respostas supersticiosas em relação à localização dos cliques nas diferentes
zonas de localização disponíveis e (2) respostas supersticiosas de mudanças de
localização dos cliques.
No que se refere à localização dos cliques, viu-se que tanto na pesquisa realizada
por Lee (1996) quanto na presente pesquisa, a maior parte dos cliques ocorreu sobre as
zonas de localização que continham os ícones, a despeito do fato da localização dos
cliques não controlar a ocorrência das mudanças nos ícones. Desde o início do
experimento, por exemplo, os participantes P1 a P10 utilizaram as zonas de localização
que continham os ícones (zonas 1 a 5) e passaram a clicar nestas zonas como se elas
tivessem algum controle sobre as igualações dos ícones. A rapidez com a qual este
padrão foi instalado sugere, como Neuringer (1970) apontou, que poucas relações
acidentais entre uma resposta (neste caso, cliques em localizações específicas) e eventos
subseqüentes (mudança dos ícones) são suficientes para que uma resposta supersticiosa
seja instalada e mantida no repertório de um organismo.
No presente experimento, foi possível constatar que quanto maior o valor de “n”
sorteado pelo computador para que cliques no mouse fossem seguidos de mudança nos
ícones, maior a probabilidade do participante variar mais a localização dos cliques nas
diferentes zonas disponíveis até que, num dado momento, um clique fosse seguido de
uma alteração nos ícones. Na Figura 19a (participante P12 na Fase 3/subfase 1), por
exemplo, viu-se que houve variação na localização dos cliques e na localização das
teclas utilizadas até o momento em que ocorreu a primeira mudança nos ícones (após
vinte cliques no mouse e sete pressões em teclas que não foram seguidos de nenhum
tipo de mudança). Mais algumas variações ocorreram e a próxima mudança nos ícones
novamente ocorreu após um clique na zona 15, o que então gerou cliques consecutivos
nesta zona. Caso a primeira mudança nos ícones tivesse ocorrido sobre uma das zonas
de localização que continha ícones, por exemplo, possivelmente a freqüência de cliques
sobre esta zona teria aumentado (pelo menos temporariamente), como ocorreu com o
participante P9, por exemplo.
89
Como a diferença entre os valores de “n” programados nas Fases 1 e 3 podia ser
um valor muito discrepante, desempenhos completamente diferentes podiam ser obtidos
no que diz respeito à localização dos cliques no botão do mouse (como foi o caso, por
exemplo, do desempenhos dos participantes P3 e P12).
Assim, a localização dos cliques sofreu influência marcante da fase experimental
na qual cada participante iniciou o experimento, sendo que os participantes do Grupo 1
(por conta do valor de “n” programado na Fase 1 ser um valor pequeno) tiveram maior
probabilidade de clicar sobre as zonas que continham ícones e serem seguidos por
mudanças nos mesmos – caso tivessem inicialmente explorado as zonas 1 a 5 – do que
os participantes do Grupo 2.
Em relação às respostas supersticiosas de mudar a localização dos cliques no
botão do mouse, viu-se que a maior parte dos participantes (P1, P3, P4, P5, P6, P7, P8,
P9, P10 e P12), no início do experimento, mudou a localização dos cliques com muita
freqüência quer eles tivessem sido seguidos de mudança nos ícones, quer não (Figuras
8a, 10a, 11a, 12a, 13a, 14a, 15a, 16a, 17a e 19a, respectivamente). Desta maneira,
observa-se que, pelo menos num primeiro momento, as diferenças entre as Fases 1 e 3
(o valor de “n” que estipulava a quantidade de cliques no mouse que era necessário
ocorrer antes que houvesse mudança nos ícones e a ocorrência de uma mudança inicial
apenas na disposição dos ícones ou uma igualação direta dos mesmos após o valor de
“n”) parece que não tiveram influência sobre o desempenho dos participantes.
Outro ponto a ser levantado em relação às respostas de mudanças de localização
dos cliques diz respeito à seqüência de respostas apresentadas por cada participante
(Figuras 8 a 19a). Ou seja, dependendo da seqüência de cliques no botão do mouse, a
freqüência de mudanças de localização dos cliques foi maior ou não. Cliques
consecutivos emitidos em ordem ascendente e/ou descendente (em diferentes zonas de
localização) foi a seqüência de cliques que mais contribuiu para a alta freqüência de
mudanças em sua localização. Já seqüências que envolveram uma quantidade maior de
cliques numa mesma zona de localização antes que outra zona fosse utilizada
contribuíram para uma freqüência reduzida de respostas de mudanças na localização dos
cliques.
Também foi observado que, para a maioria dos participantes, diferentes padrões
transitórios de respostas supersticiosas ocorreram. Skinner (1948) sugeriu que mudanças
na topografia da resposta supersticiosa são possíveis de ocorrer, já que a apresentação
de um evento subseqüente pode ocorrer logo após a emissão de uma resposta de
90
topografia diferente das respostas emitidas anteriormente e, então aumentar a
probabilidade de emissão desta nova topografia de resposta. Em alguns momentos do
experimento, foi possível observar que mudanças em uma seqüência específica de
respostas (padrão supersticioso) para outra seqüência diferente (padrão supersticioso
diferente) ocorreram, basicamente, em função do valor de “n” programado num dado
momento ter sido um valor alto que permitiu, portanto, que um número maior de cliques
não fossem seguidos por nenhuma mudança nos ícones, ocasionando uma mudança no
padrão dos cliques. Ou seja, uma seqüência supersticiosa de cliques que não foi mais
seguida de igualação dos ícones e de aumento na pontuação acabou se extinguindo e
dando lugar a um outro padrão. No entanto, foi possível observar também que, em
alguns momentos, uma seqüência específica de respostas parou de ocorrer mesmo
quando esta seqüência estava sendo emitida e sendo seguida com freqüência por
igualação dos ícones e aumento na pontuação, ocorrendo então uma variação na
seqüência das respostas, que era seguida por igualação nos ícones. Ou seja, foi
observada variabilidade no padrão de respostas supersticiosas mesmo quando
determinados padrões de respostas estavam sendo seguidos por igualações nos ícones e
aumento na pontuação. Uma possível explicação deste fato pode ser, mais uma vez, a
relação sugerida por Neuringer (1970) de que poucas relações acidentais entre uma
resposta (neste caso, variar a seqüência de cliques, mesmo que esta seqüência estivesse
sendo reforçada) e eventos subseqüentes (mudanças nos ícones) são suficientes para
instalar e manter um comportamento no repertório de um organismo.
Outro ponto importante a ser destacado refere-se ao fato de padrões
supersticiosos de resposta terem sido emitidos por longos períodos mesmo quando tais
padrões não foram seguidos de acréscimo na pontuação todas as vezes (como ocorreu
com o participante P9 na Fase 3, por exemplo - Figura 16a). Assim como ocorreu no
experimento de Skinner (1948), portanto, viu-se que para um padrão supersticioso
continuar sendo emitido não é necessária que a apresentação do evento subseqüente seja
contígua a toda emissão da resposta.
No trabalho de Lee (1996), três dos seis participantes que realizaram o
experimento apresentaram um padrão de respostas supersticiosas bastante definido. Foi
observado que estes três participantes (A, B e C) mudavam com freqüência a
localização dos cliques quando eles eram seguidos de uma falha na mudança dos ícones.
Porém, quando os cliques eram seguidos de mudança nos ícones, estes participantes
clicavam o botão do mouse na mesma localização do clique anterior. Ou seja, a ocasião
91
para interromper a mudança de localização dos cliques pareceu ser a transição dos
ícones de um estado de “não-mudança” para um estado de mudança, sendo que esta
transição ocorria de forma sistemática, ou seja, após um valor “n” de cliques seguidos
de falhas na mudança dos ícones, os próximos quatro cliques no botão do mouse
invariavelmente mudavam sua disposição e o quinto clique produzia sua igualação. Já a
ocasião para voltar a mudar a localização dos cliques pareceu ser a ocorrência da
igualação dos ícones, visto que nos resultados apontados por Lee (1996), os
participantes A, B e C já clicavam o botão do mouse numa localização diferente da
localização anterior logo após a igualação dos ícones.
Como exposto anteriormente no presente trabalho, a mudança sistemática na
disposição dos ícones culminando com a igualação dos mesmos, que ocorria no
experimento de Lee (1996), pode ter funcionado como um estímulo reforçador
condicionado para a resposta de continuar emitindo cliques na mesma localização do
clique que produziu a mudança dos ícones (no caso o Elemento 1 das Figuras 5, 6 e 7).
Isto pode ter colaborado para a ocorrência do padrão supersticioso encontrado nos
participantes A, B e C de seu experimento.
Com a introdução da Fase 3, a presente pesquisa lançou a hipótese de que o
padrão supersticioso (descrito acima) encontrado por Lee (1996) não mais ocorreria ou,
pelo menos, sofreria alguma modificação. Entretanto, tal padrão supersticioso (variar a
localização dos cliques quando eles eram seguidos por falha na mudança dos ícones e
clicar repetidamente o botão do mouse na mesma localização do clique que foi seguido
por mudança na disposição dos ícones) não foi observado com nenhum dos
participantes do Grupo 1 (P1 a P8) - cujas Fases 1 e 2 foram idênticas às fases do
experimento de Lee (1996) - e nem com os participantes do Grupo 2 (P9 a P12) - que
apesar de terem iniciado a tarefa pela Fase 3, posteriormente também foram expostos às
Fases 1 e 2, respectivamente.
O participante P8 foi o único participante que apresentou um desempenho um
pouco mais semelhante ao obtido pelos participantes A, B e C de Lee (1996). Na análise
dos 7 Elementos (X, 1, 2, 3, 4, 5 e Z), os participantes A, B e C paravam quase que
completamente de mudar a localização dos cliques quando os ícones começavam a
mudar de disposição. Isto ocorreu com o participante A desde a primeira subfase da
Fase 2 e, para os participantes B e C, isto ocorreu na subfase 2. A diminuição desta
freqüência teve início no Elemento 2 (primeiro clique após ter ocorrido uma mudança
dos ícones) para os participantes B e C e no Elemento 3 (segundo clique após ter
92
ocorrido uma mudança nos ícones) para o participante A. No presente experimento,
apenas na última subfase da Fase 2 (representada pela letra c da Figura 5) é que o
desempenho de P8 começou a se assemelhar ao desempenho dos participantes A, B e C.
Ou seja, apenas o participante P8 parece ter diminuído um pouco a freqüência de
mudanças de localização dos cliques após eles começarem a mudar de disposição
(Elementos 2, 3, 4 e 5) da maneira como foi obtido com os participantes A, B e C de
Lee (1996). Ainda assim, deve-se notar que, para o participante P8, a freqüência de
cliques emitidos no Elemento X (que representava o clique anterior ao primeiro clique
que era seguido por mudança na disposição dos ícones) e no Elemento 1 (primeiro
clique seguido de mudança nos ícones) também apresentou diminuição em relação às
duas subfases anteriores (o que não foi visto com os participantes A, B e C). Trata-se,
portanto, do desempenho de apenas um participante e, ainda, assim, de um desempenho
muito pouco semelhante ao dos participantes A, B e C do experimento de Lee (1996).
Diferentemente do resultado obtido por Lee (1996), no presente estudo a maior
parte dos participantes mudou a localização dos cliques com mais freqüência após a
ocorrência de cliques seguidos de mudança nos ícones do que após cliques seguidos de
falha na mudança. Este resultado foi completamente oposto ao resultado visto com
metade dos participantes no trabalho de Lee (1996). O participante P2 logo no início da
Fase 2 (Figura 9a) chegou, inclusive, a apresentar um desempenho oposto ao obtido por
Lee (1996): este participante clicou nas mesmas zonas de localização quando os cliques
foram seguidos de falha na mudança dos ícones e mudou de localização após cada
clique seguido de mudança nos ícones.
Como na presente pesquisa o desempenho dos participantes do Grupo 1 - que
passaram inicialmente pelas mesmas contingências planejadas no experimento de Lee
(1996) - não foi semelhante ao desempenho obtido pelos participantes A, B e C de seu
experimento, não foi possível avaliar se com a introdução da Fase 3 o padrão por ela
encontrado se modificou de alguma maneira ou mesmo se extinguiu. Na atual pesquisa,
entretanto, o que se observou foi que dos onze participantes (P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7,
P8, P9, P10 e P11) que exibiram algum tipo de padrão supersticioso - ainda que não
aquele padrão obtido por Lee (1996) de variar a localização dos cliques quando eles
eram seguidos por falha na mudança dos ícones e clicar na mesma localização quando
eram seguidos por mudança nos ícones - apenas dois (P2 e P4) não exibiram respostas
supersticiosas durante a Fase 3. Com o início desta fase, os participantes P1, P2, P3, P7
e P8 (Figura 3) apresentaram um aumento na freqüência de mudanças de localização
93
dos cliques após ter ocorrido mudança dos ícones (lembrando que o experimento não
exigia que nenhuma mudança de localização ocorresse para que houvesse igualação dos
ícones).
O fato de o padrão supersticioso encontrado por Lee (1996) não ter sido obtido
nesta pesquisa não impede, no entanto, que algumas afirmações sejam feitas sobre o
fato das quatro mudanças sistemáticas apenas na disposição dos ícones antes de sua
igualação (ocorridas na Fase 2) poderem funcionar como estímulos reforçadores
condicionados para a resposta de clicar numa mesma localização. Cinco dos doze
participantes deste experimento (P1, P2, P3, P7 e P10) apresentaram, em pelo menos
algum momento, seqüências de respostas nas quais as mudanças sistemáticas na
disposição dos ícones pareceram ter funcionado como estímulos reforçadores
condicionados para a ocorrência de cliques numa mesma localização. Estas seqüências
são semelhantes e envolveram geralmente uma quantidade maior de cliques numa
determinada zona de localização antes que ocorresse uma mudança para outra
localização qualquer (Ex: 1-1-2-2-2-2-3-3-4-4-4-5-5-5-5-5-5-5 ou então 3-3-3-3-3-6-6-
6-6-4-4-4-3-3-3-3-6-6-6-4-4-4-4). Assim, nestes casos, após a primeira vez em que um
clique foi seguido de uma mudança na disposição dos ícones, os cliques seguintes
ocorreram na mesma localização de tal clique e foram seguidos de igualação. Portanto,
a hipótese de que tais mudanças sistemáticas puderam ter funcionado como estímulos
reforçadores condicionados pareceu se confirmar, ainda que na presente pesquisa o
mesmo padrão supersticioso obtido por Lee (1996) não tenha ocorrido.
É importante destacar que as seqüências de cliques consecutivos do tipo
ascendentes e/ou descendentes apresentadas por muitos participantes (Ex: 1-2-3-4-5-5-
4-3-2-1) são incompatíveis com a ocorrência de cliques numa mesma zona de
localização, já que cada clique ocorre numa localização diferente. Neste tipo de
seqüência, portanto, não era de se esperar que as quatro mudanças sistemáticas
funcionassem como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar
numa mesma localização. Apesar destas mudanças nos ícones serem menos prováveis
de funcionar como estímulos reforçadores condicionados, isto foi visto por um breve
período de tempo com o participante P8 antes da metade da Fase 2, por exemplo (Figura
15b).
Ainda em relação aos estímulos reforçadores condicionados acima descritos,
deve-se salientar que com a introdução da Fase 3 (para os participantes do Grupo 1), os
padrões de respostas nos quais as mudanças sistemáticas na disposição dos ícones
94
funcionaram como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar numa
mesma localização continuaram a ocorrer com os participantes P1, P2, P3, P7 e P10. No
entanto, sua emissão parece ter ficado sob controle apenas da ocorrência da igualação
dos ícones, e não mais sob controle das mudanças na disposição dos ícones (já que estas
elas não mais ocorriam nesta fase). Ou seja, a introdução da Fase 3 não extinguiu o
padrão supersticioso de clicar numa mesma localização por um tempo maior antes de
mudar a zona de localização dos cliques obtido com os participantes P1, P2, P3, P7 e
P10. O que mudou foi a contingência controladora deste padrão de respostas (na Fase 2
controlado tanto pela mudança na disposição dos ícones quanto por sua igualação e
agora na Fase 3 controlada apenas pela igualação dos ícones). Portanto, o que realmente
parece ter controlado a resposta de mudar ou não a localização dos cliques dos
participantes foi a ocorrência de algum tipo de mudança nos ícones, quer esta mudança
tenha sido na disposição dos ícones, quer tenha sido uma igualação.
As Figuras 8 a 19 – a, b, c exibem todos os cliques no botão do mouse emitidos
por cada participante, nas diferentes fases do experimento, o que permite observar os
diferentes padrões supersticiosos que ocorreram com onze dos doze participantes do
presente estudo. Nove deles (P1, P2, P4, P5, P6, P7, P8, P9 e P11) apresentaram
respostas supersticiosas transitórias, ou seja, ao longo do experimento apareceram
padrões supersticiosos que perduraram por apenas algum tempo, sendo substituídos
posteriormente por uma outra seqüência de respostas, supersticiosa ou não. Respostas
supersticiosas transitórias também foram obtidas com a maior parte dos participantes do
experimento de Ono (1987). Dos vinte participantes de seu experimento, apenas três
exibiram um padrão supersticioso mais constante. No presente experimento,
semelhantemente ao experimento de Ono (1997), apenas dois participantes (P3 e P10)
apresentaram padrões supersticiosos mais duradouros durante todo o experimento.
Grande parte dos experimentos que investigaram o comportamento supersticioso
utilizaram esquemas nos quais alterações ambientais ocorriam independentemente da
emissão de respostas (Skinner, 1948; Ono, 1987; Wagner e Morris, 1987; Higgins,
Morris e Johnson, 1989), ou então utilizaram combinações de esquemas envolvendo
alterações ambientais dependentes e independentes de respostas (Zeiler, 1968; Weisberg
e Kennedy, 1969; Neuringer, 1970 e Gleeson e cols., 1989). No presente experimento,
alterações ambientais dependiam da emissão de respostas por parte dos participantes, ou
seja, respostas (quantidade “n” de cliques no botão do mouse) produziam conseqüências
(mudança dos ícones). Porém, mesmo utilizando um esquema de reforçamento no qual
95
os estímulos possivelmente reforçadores eram contingentes a um aspecto numérico do
comportamento, padrões supersticiosos referentes a um aspecto espacial da resposta
(cliques em zonas de localização específicas e mudanças na localização destes cliques)
foram encontrados.
Esta pesquisa mostrou a ocorrência de respostas supersticiosas em seres
humanos e vem se somar a outros trabalhos na área (Catania e Cutts, 1963; Gleeson e
cols. 1989; Higgins e cols, 1989; Matute, 1994; Matute, 1995; Ono, 1987; Wagner e
Morris, 1987; Weisberg e Kennedy, 1969; entre outros), apontando a importância de
mais estudos sobre relações contingentes e não-contingentes entres eventos, visto que a
ocorrência de comportamentos supersticiosos pode ser mais freqüente do que se possa
imaginar.
A presente pesquisa contém uma série de diferentes aspectos possíveis de serem
investigados no que se refere à emissão de comportamentos supersticiosos. Futuras
pesquisas poderiam investigar, por exemplo, a relação entre a emissão de certos padrões
supersticiosos de respostas e a velocidade com que estas respostas são emitidas, já que
alguns participantes deste estudo chegaram a deixar de aumentar sua pontuação
possivelmente em função da velocidade de seus cliques nas zonas de localização. O
valor de “n” também pode ser uma condição a ser manipulada, já que diferentes padrões
de respostas supersticiosas pareceram depender do valor de “n” inicial a que os
participantes foram expostos. Neste sentido, talvez fosse interessante criar um grupo de
participantes que fosse exposto, numa primeira fase, apenas a valores menores de “n”
(tais como valores entre 1 e 5, por exemplo, variando de forma randômica e sem
repetição), enquanto um outro grupo seria exposto, nesta primeira fase, a valores de
“n”maiores (valores entre 25 e 30, por exemplo, variando da mesma maneira que
ocorria no outro grupo). Após esta fase, padrões diferentes e razoavelmente bem
estabelecido de respostas provavelmente já teriam ocorrido em cada um dos grupos.
Poderia ser investigado, então, como tais padrões foram estabelecidos e quais as
diferenças nestes padrões (estes padrões são mais duradouros ou mais instáveis?). Em
seguida, então, poderia ser inserida uma fase na qual o valor de “n” fosse igual a um
valor entre 1 e 30, variando de forma randômica e sem repetição para todos os
participantes. Com isto, talvez seja possível observar, além do papel de diferentes
relações acidentais entre cliques e mudanças nos ícones sobre os padrões iniciais de
respostas, as condições que estabelecem e mantém (ou não mantém) diferentes padrões,
contribuindo para o estudo da variabilidade supersticiosa.
96
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8, 222-233.
99
ANEXO 1
100
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Dados de identificação do participante da pesquisa:
1)Nome do participante:
Documento de identidade n.º: Data de nascimento:
Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
Endereço:
Cidade: CEP:
Telefone(s) para contato:
Eu, ___________________________________________________________________,
(nome do participante)
dou meu consentimento livre e esclarecido para minha participação como voluntário(a)
da presente pesquisa, sob a responsabilidade do pesquisador Ghoeber Morales dos
Santos, mestrando do Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Experimental:
Análise do Comportamento da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC/SP).
Assinando este Termo de Consentimento declaro estar ciente de que:
- O objetivo da pesquisa é observar o que as pessoas fazem quando são solicitadas a
realizar tarefas de computador.
- Participarei de apenas uma sessão experimental de aproximadamente uma hora e
trinta minutos.
101
- Caso eu necessite ou considere apropriado, poderei encerrar minha participação
neste estudo a qualquer momento, sem que haja qualquer prejuízo à minha pessoa e
sem a necessidade de fornecer qualquer tipo de explicação.
- Minha identidade será mantida anônima.
- Os resultados obtidos nesta pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os
objetivos do trabalho, incluída sua publicação na literatura científica especializada e
em congressos científicos.
Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a
autorização da participação na referida pesquisa.
Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em
meu poder e outra com o pesquisador responsável.
Belo Horizonte, _____ de ________________ de 2005.
____________________________
Assinatura do Participante
102
ANEXO 2
Tela inicial vista pelos participantes
103
104
ANEXO 3
Tela dividida em diferentes zonas de localização
105
106
ANEXO 4
Figuras 8a, 8b, 8c
107
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1 11 21 31 41 51 61 71 81
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
86 96 106
116
126
136
146
156
166
176
186
196
206
216
226
236
246
256
266
276
286
296
306
316
326
336
346
356
366
376
386
396
406
416
426
436
446
456
466
476
486
496
506
516
526
536
546
556
566
576
586
596
606
616
626
636
646
656
666
676
686
696
706
716
726
736
746
756
766
776
786
796
806
816
826
836
846
856
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 8a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P1 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
108
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
860870880890900910920930940950960970980990
1000101010201030104010501060107010801090110011101120113011401150116011701180119012001210122012301240125012601270128012901300131013201330134013501360137013801390140014101420143014401450146014701480149015001510152015301540155015601570158015901600161016201630164016501660
Seqüência de respostas
Zonas de localização
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
166416741684169417041714172417341744175417641774178417941804181418241834184418541864187418841894190419141924193419441954196419741984199420042014202420342044205420642074208420942104211421242134214421542164217421842194220422142224223422442254226422742284229423042314232423342344235423642374238423942404
Seqüência de respostas
Zonas de localização
Figu
ra 8
b. Seqü
ência de resp
ostas emitida
s pelo pa
rticipante
P1 na
Fase 2
/sub
fase2 (grá
fico su
perior) e na F
ase 2/sub
fase 3 (grá
fico inferior). O
s círculos representa
m cliqu
es que não
foram
seguidos de m
uda
nça dos ícones, os triângu
los rep
resentam
cliques que fora
m seguidos
de mu
dança
dos ícones (muda
nça de disposição ou
iguala
ção) e os qu
adra
dos representam
cliqu
es que foram segu
idos de au
mento na pontu
ação.
109
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
2409241924292439244924592469247924892499250925192529253925492559256925792589259926092619262926392649265926692679268926992709271927292739274927592769277927892799280928192829283928492859286928792889289929092919292929392949295929692979298929993009301930293039304930593069
Seqüência de respostas
Zonas de localização
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
30713081309131013111312131313141315131613171318131913201321132213231324132513261327132813291330133113321333133413351336133713381339134013411342134313441345134613471348134913501351135213531354135513561357135813591360136113621363136413651366136713681369137013711372137313741375137613771378137913801
Seqüência de respostas
Zonas de localização
Figura
8c. S
eqüência
de respostas em
itidas pelo pa
rticipa
nte P1 na
Fa
se 3/subfa
se1 (gráfico
superior) e na
Fa
se 3/subfase 2 (grá
fico inferior). Os círcu
los representam
clique
s que não
foram
seguidos
de m
udança
dos
ícones, os
triângulos
representam
cliques
que fora
m
seguidos de muda
nça dos ícones (m
udança
de disposiçã
o ou igua
laçã
o) e os quadra
dos representa
m cliqu
es que fora
m segu
idos de aum
ento na
pontuaçã
o.
110
ANEXO 5
Figuras 9a, 9b, 9c
111
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1 11 21 31 41 51 61 71
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
77 87 97 107
117
127
137
147
157
167
177
187
197
207
217
227
237
247
257
267
277
287
297
307
317
327
337
347
357
367
377
387
397
407
417
427
437
447
457
467
477
487
497
507
517
527
537
547
557
567
577
587
597
607
617
627
637
647
657
667
677
687
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 9a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
112
0123456789
101112131415161718192021222324252627
692
702
712
722
732
742
752
762
772
782
792
802
812
822
832
842
852
862
872
882
892
902
912
922
932
942
952
962
972
982
992
1002
1012
1022
1032
1042
1052
1062
1072
1082
1092
1102
1112
1122
1132
1142
1152
1162
1172
1182
1192
1202
1212
1222
1232
1242
1252
1262
1272
1282
1292
1302
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1310
1320
1330
1340
1350
1360
1370
1380
1390
1400
1410
1420
1430
1440
1450
1460
1470
1480
1490
1500
1510
1520
1530
1540
1550
1560
1570
1580
1590
1600
1610
1620
1630
1640
1650
1660
1670
1680
1690
1700
1710
1720
1730
1740
1750
1760
1770
1780
1790
1800
1810
1820
1830
1840
1850
1860
1870
1880
1890
1900
1910
1920
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 9b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
113
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1929
1939
1949
1959
1969
1979
1989
1999
2009
2019
2029
2039
2049
2059
2069
2079
2089
2099
2109
2119
2129
2139
2149
2159
2169
2179
2189
2199
2209
2219
2229
2239
2249
2259
2269
2279
2289
2299
2309
2319
2329
2339
2349
2359
2369
2379
2389
2399
2409
2419
2429
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
2437
2447
2457
2467
2477
2487
2497
2507
2517
2527
2537
2547
2557
2567
2577
2587
2597
2607
2617
2627
2637
2647
2657
2667
2677
2687
2697
2707
2717
2727
2737
2747
2757
2767
2777
2787
2797
2807
2817
2827
2837
2847
2857
2867
2877
2887
2897
2907
2917
2927
2937
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 9c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P2 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
114
ANEXO 6
Figuras 10a, 10b, 10c
115
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1 11 21 31 41 51 61 71
Seqüência de respostas
Zona
s de
loca
lizaç
ão
0123456789
101112131415161718192021222324252627
81 91 101
111
121
131
141
151
161
171
181
191
201
211
221
231
241
251
261
271
281
291
301
311
321
331
341
351
361
371
381
391
401
411
421
431
441
451
461
471
481
491
501
511
521
531
541
551
561
571
581
591
601
611
621
631
641
651
661
671
681
691
Seqüência de respostas
Zona
s de
loca
lizaç
ão
Figura 10a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P3 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
116
0123456789
101112131415161718192021222324252627
700
710
720
730
740
750
760
770
780
790
800
810
820
830
840
850
860
870
880
890
900
910
920
930
940
950
960
970
980
990
1000
1010
1020
1030
1040
1050
1060
1070
1080
1090
1100
1110
1120
1130
1140
1150
1160
1170
1180
1190
1200
1210
1220
1230
1240
1250
1260
1270
1280
1290
1300
1310
1320
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1325
1335
1345
1355
1365
1375
1385
1395
1405
1415
1425
1435
1445
1455
1465
1475
1485
1495
1505
1515
1525
1535
1545
1555
1565
1575
1585
1595
1605
1615
1625
1635
1645
1655
1665
1675
1685
1695
1705
1715
1725
1735
1745
1755
1765
1775
1785
1795
1805
1815
1825
1835
1845
1855
1865
1875
1885
1895
1905
1915
1925
1935
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 10b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P3 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
117
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1942
1952
1962
1972
1982
1992
2002
2012
2022
2032
2042
2052
2062
2072
2082
2092
2102
2112
2122
2132
2142
2152
2162
2172
2182
2192
2202
2212
2222
2232
2242
2252
2262
2272
2282
2292
2302
2312
2322
2332
2342
2352
2362
2372
2382
2392
2402
2412
2422
2432
2442
2452
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
2453
2463
2473
2483
2493
2503
2513
2523
2533
2543
2553
2563
2573
2583
2593
2603
2613
2623
2633
2643
2653
2663
2673
2683
2693
2703
2713
2723
2733
2743
2753
2763
2773
2783
2793
2803
2813
2823
2833
2843
2853
2863
2873
2883
2893
2903
2913
2923
2933
2943
2953
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 10c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P3 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
118
ANEXO 7
Figuras 11a, 11b, 11c
119
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1 11 21 31 41 51 61 71
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
78 88 98 108
118
128
138
148
158
168
178
188
198
208
218
228
238
248
258
268
278
288
298
308
318
328
338
348
358
368
378
388
398
408
418
428
438
448
458
468
478
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498
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518
528
538
548
558
568
578
588
598
608
618
628
638
648
658
668
678
688
698
708
718
728
738
748
758
768
778
788
798
808
818
828
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 11a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P4 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
120
0123456789
101112131415161718192021222324252627
833
843
853
863
873
883
893
903
913
923
933
943
953
963
973
983
993
1003
1013
1023
1033
1043
1053
1063
1073
1083
1093
1103
1113
1123
1133
1143
1153
1163
1173
1183
1193
1203
1213
1223
1233
1243
1253
1263
1273
1283
1293
1303
1313
1323
1333
1343
1353
1363
1373
1383
1393
1403
1413
1423
1433
1443
1453
1463
1473
1483
1493
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1496
1506
1516
1526
1536
1546
1556
1566
1576
1586
1596
1606
1616
1626
1636
1646
1656
1666
1676
1686
1696
1706
1716
1726
1736
1746
1756
1766
1776
1786
1796
1806
1816
1826
1836
1846
1856
1866
1876
1886
1896
1906
1916
1926
1936
1946
1956
1966
1976
1986
1996
2006
2016
2026
2036
2046
2056
2066
2076
2086
2096
2106
2116
2126
2136
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 11b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P4 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
121
0123456789
101112131415161718192021222324252627
2137
2147
2157
2167
2177
2187
2197
2207
2217
2227
2237
2247
2257
2267
2277
2287
2297
2307
2317
2327
2337
2347
2357
2367
2377
2387
2397
2407
2417
2427
2437
2447
2457
2467
2477
2487
2497
2507
2517
2527
2537
2547
2557
2567
2577
2587
2597
2607
2617
2627
2637
2647
2657
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
2662
2672
2682
2692
2702
2712
2722
2732
2742
2752
2762
2772
2782
2792
2802
2812
2822
2832
2842
2852
2862
2872
2882
2892
2902
2912
2922
2932
2942
2952
2962
2972
2982
2992
3002
3012
3022
3032
3042
3052
3062
3072
3082
3092
3102
3112
3122
3132
3142
3152
3162
3172
3182
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 11c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P4 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
122
ANEXO 8
Figuras 12a, 12b, 12c
123
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1 11 21 31 41 51 61 71
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
76 86 96 106
116
126
136
146
156
166
176
186
196
206
216
226
236
246
256
266
276
286
296
306
316
326
336
346
356
366
376
386
396
406
416
426
436
446
456
466
476
486
496
506
516
526
536
546
556
566
576
586
596
606
616
626
636
646
656
666
676
686
696
706
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 12a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P5 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
124
0123456789
101112131415161718192021222324252627
710
720
730
740
750
760
770
780
790
800
810
820
830
840
850
860
870
880
890
900
910
920
930
940
950
960
970
980
990
1000
1010
1020
1030
1040
1050
1060
1070
1080
1090
1100
1110
1120
1130
1140
1150
1160
1170
1180
1190
1200
1210
1220
1230
1240
1250
1260
1270
1280
1290
1300
1310
1320
1330
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1336
1346
1356
1366
1376
1386
1396
1406
1416
1426
1436
1446
1456
1466
1476
1486
1496
1506
1516
1526
1536
1546
1556
1566
1576
1586
1596
1606
1616
1626
1636
1646
1656
1666
1676
1686
1696
1706
1716
1726
1736
1746
1756
1766
1776
1786
1796
1806
1816
1826
1836
1846
1856
1866
1876
1886
1896
1906
1916
1926
1936
1946
1956
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 12b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P5 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
125
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1961
1971
1981
1991
2001
2011
2021
2031
2041
2051
2061
2071
2081
2091
2101
2111
2121
2131
2141
2151
2161
2171
2181
2191
2201
2211
2221
2231
2241
2251
2261
2271
2281
2291
2301
2311
2321
2331
2341
2351
2361
2371
2381
2391
2401
2411
2421
2431
2441
2451
2461
2471
2481
2491
2501
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
2502
2512
2522
2532
2542
2552
2562
2572
2582
2592
2602
2612
2622
2632
2642
2652
2662
2672
2682
2692
2702
2712
2722
2732
2742
2752
2762
2772
2782
2792
2802
2812
2822
2832
2842
2852
2862
2872
2882
2892
2902
2912
2922
2932
2942
2952
2962
2972
2982
2992
3002
3012
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 12c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P5 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
126
ANEXO 9
Figuras 13a, 13b, 13c
127
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1 11 21 31 41 51 61 71
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
79 89 99 109
119
129
139
149
159
169
179
189
199
209
219
229
239
249
259
269
279
289
299
309
319
329
339
349
359
369
379
389
399
409
419
429
439
449
459
469
479
489
499
509
519
529
539
549
559
569
579
589
599
609
619
629
639
649
659
669
679
689
699
709
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 13a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P6 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
128
0123456789
101112131415161718192021222324252627
717
727
737
747
757
767
777
787
797
807
817
827
837
847
857
867
877
887
897
907
917
927
937
947
957
967
977
987
997
1007
1017
1027
1037
1047
1057
1067
1077
1087
1097
1107
1117
1127
1137
1147
1157
1167
1177
1187
1197
1207
1217
1227
1237
1247
1257
1267
1277
1287
1297
1307
1317
1327
1337
1347
1357
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1361
1371
1381
1391
1401
1411
1421
1431
1441
1451
1461
1471
1481
1491
1501
1511
1521
1531
1541
1551
1561
1571
1581
1591
1601
1611
1621
1631
1641
1651
1661
1671
1681
1691
1701
1711
1721
1731
1741
1751
1761
1771
1781
1791
1801
1811
1821
1831
1841
1851
1861
1871
1881
1891
1901
1911
1921
1931
1941
1951
1961
1971
1981
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 13b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P6 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
129
0123456789
101112131415161718192021222324252627
19
86
19
96
20
06
20
16
20
26
20
36
20
46
20
56
20
66
20
76
20
86
20
96
21
06
21
16
21
26
21
36
21
46
21
56
21
66
21
76
21
86
21
96
22
06
22
16
22
26
22
36
22
46
22
56
22
66
22
76
22
86
22
96
23
06
23
16
23
26
23
36
23
46
23
56
23
66
23
76
23
86
23
96
24
06
24
16
24
26
24
36
24
46
24
56
24
66
24
76
24
86
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
24
95
25
05
25
15
25
25
25
35
25
45
25
55
25
65
25
75
25
85
25
95
26
05
26
15
26
25
26
35
26
45
26
55
26
65
26
75
26
85
26
95
27
05
27
15
27
25
27
35
27
45
27
55
27
65
27
75
27
85
27
95
28
05
28
15
28
25
28
35
28
45
28
55
28
65
28
75
28
85
28
95
29
05
29
15
29
25
29
35
29
45
29
55
29
65
29
75
29
85
29
95
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 13c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P6 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
130
ANEXO 10
Figuras 14a, 14b, 14c
131
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1 11 21 31 41 51 61 71 81
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
83 93 103
113
123
133
143
153
163
173
183
193
203
213
223
233
243
253
263
273
283
293
303
313
323
333
343
353
363
373
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593
603
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633
643
653
663
673
683
693
Seqüência de respostas
Zon
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e lo
caliz
ação
Figura 14a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P7 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
132
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101112131415161718192021222324252627
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Seqüência de respostas
Zon
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1554
1564
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1604
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1634
1644
1654
1664
1674
1684
1694
1704
1714
1724
1734
1744
1754
1764
1774
1784
1794
1804
1814
1824
1834
1844
1854
1864
1874
1884
1894
1904
1914
1924
1934
1944
1954
1964
1974
1984
1994
Seqüência de respostas
Zon
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e lo
caliz
ação
Figura 14b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P7 na Fase 2/subfase2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
133
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1998
2008
2018
2028
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2058
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2078
2088
2098
2108
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2158
2168
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2188
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2248
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2268
2278
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2308
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2328
2338
2348
2358
2368
2378
2388
2398
2408
2418
2428
2438
2448
2458
2468
2478
2488
2498
2508
2518
2528
2538
2548
2558
2568
2578
Seqüência de respostas
Zon
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e lo
caliz
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101112131415161718192021222324252627
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2764
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2804
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2824
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2854
2864
2874
2884
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2904
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2934
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2964
2974
2984
2994
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3104
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3154
3164
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3194
3204
3214
3224
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 14c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P7 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
134
ANEXO 11
Figuras 15a, 15b, 15c
135
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1 11 21 31 41 51 61 71
Seqüência de respostas
Zon
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e lo
caliz
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0123456789
101112131415161718192021222324252627
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16
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63
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40
64
16
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46
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65
16
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65
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66
16
62
66
36
64
66
56
66
66
76
68
6
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 15a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P8 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
136
0123456789
101112131415161718192021222324252627
69
57
05
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05
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58
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5
Seqüência de respostas
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Seqüência de respostas
Zon
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caliz
ação
Figura 15b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P8 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
137
0123456789
101112131415161718192021222324252627
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Seqüência de respostas
Zon
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caliz
ação
0123456789
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Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 15c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P8 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
138
ANEXO 12
Figuras 16a, 16b, 16c
139
0123456789
101112131415161718192021222324252627
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45
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47
14
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15
01
51
15
21
53
15
41
55
15
61
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
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96
79
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99
70
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19
72
97
39
74
97
59
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97
79
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97
99
80
98
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82
98
39
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98
59
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99
90
99
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99
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59
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10
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11
09
11
19
11
29
11
39
11
49
11
59
11
69
11
79
11
89
11
99
12
09
12
19
12
29
12
39
12
49
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 16a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P9 na Fase 3/subfase1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
140
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1257 1267 1277 1287 1297 1307 1317 1327 1337
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1347
1357
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1567
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1667
1677
1687
1697
1707
1717
1727
1737
1747
1757
1767
1777
1787
1797
1807
1817
1827
1837
1847
1857
1867
1877
1887
1897
1907
1917
1927
1937
1947
1957
1967
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 16b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P9 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
141
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1972
1982
1992
2002
2012
2022
2032
2042
2052
2062
2072
2082
2092
2102
2112
2122
2132
2142
2152
2162
2172
2182
2192
2202
2212
2222
2232
2242
2252
2262
2272
2282
2292
2302
2312
2322
2332
2342
2352
2362
2372
2382
2392
2402
2412
2422
2432
2442
2452
2462
2472
2482
2492
2502
2512
2522
2532
2542
2552
2562
2572
2582
2592
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
2594
2604
2614
2624
2634
2644
2654
2664
2674
2684
2694
2704
2714
2724
2734
2744
2754
2764
2774
2784
2794
2804
2814
2824
2834
2844
2854
2864
2874
2884
2894
2904
2914
2924
2934
2944
2954
2964
2974
2984
2994
3004
3014
3024
3034
3044
3054
3064
3074
3084
3094
3104
3114
3124
3134
3144
3154
3164
3174
3184
3194
3204
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 16c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P9 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
142
ANEXO 13
Figuras 17a, 17b, 17c
143
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1 11 21 31 41 51 61 71 81 9110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
136
137
138
139
140
141
142
143
144
145
146
147
148
149
150
151
152
153
154
155
156
157
158
159
1
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
592
602
612
622
632
642
652
662
672
682
692
702
712
722
732
742
752
762
772
782
792
802
812
822
832
842
852
862
872
882
892
902
912
922
932
942
952
962
972
982
992
1002
1012
1022
1032
1042
1052
1062
1072
1082
1092
1102
1112
1122
1132
1142
1152
1162
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 17a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P10 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
144
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1172 1182 1192 1202 1212 1222 1232 1242
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
12
50
12
60
12
70
12
80
12
90
13
00
13
10
13
20
13
30
13
40
13
50
13
60
13
70
13
80
13
90
14
00
14
10
14
20
14
30
14
40
14
50
14
60
14
70
14
80
14
90
15
00
15
10
15
20
15
30
15
40
15
50
15
60
15
70
15
80
15
90
16
00
16
10
16
20
16
30
16
40
16
50
16
60
16
70
16
80
16
90
17
00
17
10
17
20
17
30
17
40
17
50
17
60
17
70
17
80
17
90
18
00
18
10
18
20
18
30
18
40
18
50
18
60
18
70
18
80
18
90
19
00
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 17b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P10 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
145
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1904
1914
1924
1934
1944
1954
1964
1974
1984
1994
2004
2014
2024
2034
2044
2054
2064
2074
2084
2094
2104
2114
2124
2134
2144
2154
2164
2174
2184
2194
2204
2214
2224
2234
2244
2254
2264
2274
2284
2294
2304
2314
2324
2334
2344
2354
2364
2374
2384
2394
2404
2414
2424
2434
2444
2454
2464
2474
2484
2494
2504
2514
2524
2534
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
2541
2551
2561
2571
2581
2591
2601
2611
2621
2631
2641
2651
2661
2671
2681
2691
2701
2711
2721
2731
2741
2751
2761
2771
2781
2791
2801
2811
2821
2831
2841
2851
2861
2871
2881
2891
2901
2911
2921
2931
2941
2951
2961
2971
2981
2991
3001
3011
3021
3031
3041
3051
3061
3071
3081
3091
3101
3111
3121
3131
3141
3151
3161
3171
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 17c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P10 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques queforam seguidos de aumento na pontuação.
146
ANEXO 14
Figuras 18a, 18b, 18c
147
0123456789
101112131415161718192021222324252627
11
12
13
14
15
16
17
18
19
11
01
11
11
21
13
11
41
15
11
61
17
11
81
19
12
01
21
12
21
23
12
41
25
12
61
27
12
81
29
13
01
31
13
21
33
13
41
35
13
61
37
13
81
39
14
01
41
14
21
43
14
41
45
14
61
47
14
81
49
15
01
51
15
21
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
52
45
34
54
45
54
56
45
74
58
45
94
60
46
14
62
46
34
64
46
54
66
46
74
68
46
94
70
47
14
72
47
34
74
47
54
76
47
74
78
47
94
80
48
14
82
48
34
84
48
54
86
48
74
88
48
94
90
49
14
92
49
34
94
49
54
96
49
74
98
49
94
10
04
10
14
10
24
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 18a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P11 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
148
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1029 1039 1049 1059 1069 1079 1089 1099
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
11
05
11
15
11
25
11
35
11
45
11
55
11
65
11
75
11
85
11
95
12
05
12
15
12
25
12
35
12
45
12
55
12
65
12
75
12
85
12
95
13
05
13
15
13
25
13
35
13
45
13
55
13
65
13
75
13
85
13
95
14
05
14
15
14
25
14
35
14
45
14
55
14
65
14
75
14
85
14
95
15
05
15
15
15
25
15
35
15
45
15
55
15
65
15
75
15
85
15
95
16
05
16
15
16
25
16
35
16
45
16
55
16
65
16
75
16
85
16
95
17
05
17
15
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 18b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P11 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
149
0123456789
101112131415161718192021222324252627
17
20
17
30
17
40
17
50
17
60
17
70
17
80
17
90
18
00
18
10
18
20
18
30
18
40
18
50
18
60
18
70
18
80
18
90
19
00
19
10
19
20
19
30
19
40
19
50
19
60
19
70
19
80
19
90
20
00
20
10
20
20
20
30
20
40
20
50
20
60
20
70
20
80
20
90
21
00
21
10
21
20
21
30
21
40
21
50
21
60
21
70
21
80
21
90
22
00
22
10
22
20
22
30
22
40
22
50
22
60
22
70
22
80
22
90
23
00
23
10
23
20
23
30
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
23
35
23
45
23
55
23
65
23
75
23
85
23
95
24
05
24
15
24
25
24
35
24
45
24
55
24
65
24
75
24
85
24
95
25
05
25
15
25
25
25
35
25
45
25
55
25
65
25
75
25
85
25
95
26
05
26
15
26
25
26
35
26
45
26
55
26
65
26
75
26
85
26
95
27
05
27
15
27
25
27
35
27
45
27
55
27
65
27
75
27
85
27
95
28
05
28
15
28
25
28
35
28
45
28
55
28
65
28
75
28
85
28
95
29
05
29
15
29
25
29
35
29
45
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 18c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P11 na Fase 2/subfase 2 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
150
ANEXO 15
Figuras 19a, 19b, 19c
151
0123456789
101112131415161718192021222324252627
11
12
13
14
15
16
17
18
19
11
01
11
11
21
13
11
41
15
11
61
17
11
81
19
12
01
21
12
21
23
12
41
25
12
61
27
12
81
29
13
01
31
13
21
33
13
41
35
13
61
37
13
81
39
14
01
41
14
21
43
14
41
45
14
61
47
14
81
49
15
01
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
50
65
16
52
65
36
54
65
56
56
65
76
58
65
96
60
66
16
62
66
36
64
66
56
66
66
76
68
66
96
70
67
16
72
67
36
74
67
56
76
67
76
78
67
96
80
68
16
82
68
36
84
68
56
86
68
76
88
68
96
90
69
16
92
69
36
94
69
56
96
69
76
98
69
96
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 19a. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P12 na Fase 3/subfase 1 (gráfico superior) e na Fase 3/subfase 2 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
152
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1006 1016 1026 1036 1046 1056 1066 1076
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1081
1091
1101
1111
1121
1131
1141
1151
1161
1171
1181
1191
1201
1211
1221
1231
1241
1251
1261
1271
1281
1291
1301
1311
1321
1331
1341
1351
1361
1371
1381
1391
1401
1411
1421
1431
1441
1451
1461
1471
1481
1491
1501
1511
1521
1531
1541
1551
1561
1571
1581
1591
1601
1611
1621
1631
1641
1651
1661
1671
1681
1691
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 19b. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P12 na Fase 1 (gráfico superior) e na Fase 2/subfase 1 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.
153
0123456789
101112131415161718192021222324252627
1697
1707
1717
1727
1737
1747
1757
1767
1777
1787
1797
1807
1817
1827
1837
1847
1857
1867
1877
1887
1897
1907
1917
1927
1937
1947
1957
1967
1977
1987
1997
2007
2017
2027
2037
2047
2057
2067
2077
2087
2097
2107
2117
2127
2137
2147
2157
2167
2177
2187
2197
2207
2217
2227
2237
2247
2257
2267
2277
2287
2297
2307
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
0123456789
101112131415161718192021222324252627
2314
2324
2334
2344
2354
2364
2374
2384
2394
2404
2414
2424
2434
2444
2454
2464
2474
2484
2494
2504
2514
2524
2534
2544
2554
2564
2574
2584
2594
2604
2614
2624
2634
2644
2654
2664
2674
2684
2694
2704
2714
2724
2734
2744
2754
2764
2774
2784
2794
2804
2814
2824
2834
2844
2854
2864
2874
2884
2894
2904
2914
2924
Seqüência de respostas
Zon
as d
e lo
caliz
ação
Figura 19c. Seqüência de respostas emitidas pelo participante P12 na Fase 2/subfase 2(gráfico superior) e na Fase 2/subfase 3 (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação.