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Universidade de Brasília CARLOS JOSÉ ISAÍAS DE ANDRADE A RELAÇÃO ENTRE A BRIGADA MIRIM E O PROGRAMA SEGUNDO TEMPO Brasília 2007

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Universidade de Brasília

CARLOS JOSÉ ISAÍAS DE ANDRADE

A RELAÇÃO ENTRE A BRIGADA MIRIM E O PROGRAMA

SEGUNDO TEMPO

Brasília

2007

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CARLOS JOSÉ ISAÍAS DE ANDRADE

A RELAÇÃO ENTRE A BRIGADA MIRIM E O PROGRAMA

SEGUNDO TEMPO

Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar. Orientador: Jorge Serique Prof°. Ms. Jorge Augusto Borges Serique

Brasília

2007

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ANDRADE, Carlos

A Relação entre a Brigada Mirim e o Programa Segundo Tempo, 2007.

Nº de páginas, 27 p.

TCC (Especialização) – Universidade de Brasília. Centro de Ensino a Distância, 2007.

Programas sociais. Inclusão social. Cidadania. Qualidade de ensino.

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CARLOS JOSÉ ISAÍAS DE ANDRADE

A RELAÇÃO ENTRE A BRIGADA MIRIM E O PROGRAMA

SEGUNDO TEMPO

Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar pela Comissão formada pelos professores:

Presidente: Professor Mestre Jorge Serique

Universidade de Brasília

Membro: Professora Mestre Lídia Mara Aguiar Bezerra

Universidade Católica de Brasília

Brasília (DF), 18 de agosto de 2007.

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A Deus, autor da minha fé. À minha esposa pelo afeto, companheirismo, incentivo e amor.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos militares da Brigada Mirim de São Sebastião pelo apoio e disposição em contribuir na elaboração deste trabalho.

Ao Professor Jorge Serique por compartilhar do seu conhecimento.

À minha esposa pela dedicação e incentivo nos momentos críticos.

A Deus motivo de toda a minha existência.

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“Todos devem lembrar-se de que o bem particular de cada um é inseparável do bem de todos. Se cada qual o usurpar para si, toda a sociedade se dissolverá”.

Cícero

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RESUMO

O presente trabalho discorre a respeito do Programa Segundo Tempo (PST) que está inserido no Corpo de Bombeiros Militar de Brasília. O Ministério do Esporte por meio de parceria com a ONG IBAV (Instituto Bombeiros Amigos da Vida), vem trazendo para dentro dessa corporação o esporte como meio de inclusão social. Procurando principalmente dar cidadania para as crianças e adolescentes da cidade de São Sebastião por meio da prática desportiva, sem enfatizar apenas a técnica ou o perfeito movimento desportivo, mas utilizando-se do esporte para conscientizá-los de sua importância no meio em que estão inseridos. Este relato de experiência descreve as implicações do Programa Segundo Tempo dentro do Programa Bombeiro Mirim de São Sebastião e sua contribuição por meio de atividades esportivas para a melhoria da qualidade de vida dos alunos, bem como um maior desenvolvimento dos aspectos sócio-cultural, afetivo, motor e cognitivo, demonstrando assim um compromisso com a formação das crianças que freqüentam os quartéis do Corpo de Bombeiros. Verificou-se neste trabalho que, por meio de educadores capacitados e conhecedores da importância do aperfeiçoamento e desenvolvimento na criança e no adolescente das qualidades bio-psico-sociais, há uma priorização da qualidade do ensino no esporte dentro da Brigada Mirim de São Sebastião, que atua na preparação desses indivíduos para integrar a sociedade como cidadãos equilibrados e úteis.

PALAVRAS CHAVES: Programas sociais, inclusão social, cidadania, qualidade de ensino.

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LISTA DE SIGLAS

CBM-DF: Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal

ECA: Estatuto da Criança e do Adolescente

IBAV: Instituto Bombeiros Amigos da Vida

ONG: Organização não Governamental

PAD/DF: Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal

PBM: Programa Bombeiro Mirim

PST: Programa Segundo Tempo

UNICEF: Fundo das Nações Unidas para a Infância

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SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS ix

1. INTRODUÇÃO 11

2. LEITURA DA REALIDADE 13

3. LEITURA DA REALIDADE ESPECÍFICA 15

4. ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS OBSERVADOS NO PST NA LOCALIDADE

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5. ANÁLISES, CRÍTICAS E SUGESTÕES 22

6. CONCLUSÃO 25

REFERÊNCIAS 27

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1 INTRODUÇÃO

O Programa Segundo Tempo, proporciona o acesso ao esporte com o intuito principal de colaborar para a inclusão social, bem-estar físico, promoção da saúde e desenvolvimento intelectual e humano, e assegurar o exercício da cidadania. As atividades esportivas e as ações complementares são desenvolvidas para crianças, adolescentes e jovens matriculados no Ensino Fundamental e Médio dos estabelecimentos públicos de educação no Brasil localizados em áreas de risco social, bem como aqueles que estão fora da escola, de forma a oportunizar sua inclusão no ensino formal.

Cabe aqui ressaltar alguns objetivos comuns entre Programa Segundo Tempo e Brigada Mirim:

• Democratizar o acesso à prática e à cultura do esporte como instrumento educacional;

• Despertar a consciência da prática esportiva como atividade necessária ao bem estar individual e coletivo;

• Contribuir para o desenvolvimento humano, em busca de qualidade de vida;

• Contribuir para o processo de inclusão educacional e social; • Promover hábitos saudáveis para crianças, adolescentes e familiares; • Estimular crianças e adolescentes a manter uma interação efetiva em

torno de práticas esportivas saudáveis, direcionadas ao processo de desenvolvimento da cidadania;

• Contribuir para a redução da exposição de crianças e adolescentes às situações de risco social;

• Contribuir para a diminuição dos índices de evasão e repetência escolar da criança e do adolescente; O Programa Segundo Tempo, firma parceria descentralizando a

execução orçamentária e financeira para Governos Estaduais, Governos Municipais, Organizações Não-Governamentais e entidades nacionais e internacionais, públicas ou privadas sem fins lucrativos. Por meio de convênios com o Ministério do Esporte, essas entidades se tornam responsáveis pela execução do Programa, dessa forma para as crianças do Programa Bombeiro Mirim, a ONG Instituto Bombeiros Amigos da Vida (IBAV) veio fortalecer essa parceria de grande importância para o bom andamento das atividades

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desenvolvidas dentro dos Quartéis do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF).

As crianças e adolescentes atendidos em nove núcleos do Segundo Tempo misturam o verde e o amarelo, cores do programa, com o "vermelho-fogo", do Corpo de Bombeiros. Na parceria com IBAV o Ministério do Esporte assegura atividades esportivas no contraturno escolar, além de uniforme, material esportivo, alimentação e reforço escolar. E a Corporação ensina primeiros socorros, combate a incêndios, noções de resgate e civismo, reforço escolar. Nessa parceria, são contempladas crianças das cidades de Taguatinga, Gama, Sobradinho, Núcleo Bandeirante, Brazlândia, Ceilândia, Paranoá, Samambaia e São Sebastião. Os jovens integram a Brigada Mirim instalada nos quartéis de cada localidade.

A lei N.º 2.449, de 24 de setembro de 1999 dispõe sobre a criação do Programa Bombeiro Mirim do Distrito Federal. O Programa Bombeiro Mirim (PBM) é um trabalho comunitário que envolve mais de duas mil crianças, com a finalidade de atender a menores entre sete e catorze anos de idade priorizando aqueles que são carentes, resgatando valores individuais, comunitários, familiares e, principalmente, a cidadania de crianças e adolescentes do Distrito Federal, evitando que se envolvam com as drogas e a marginalidade. O PBM surge como meio de evitar que crianças fiquem ociosas nas ruas, proporcionando atividades que tragam algum benefício no desenvolvimento afetivo, cognitivo, motor e principalmente social.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) está chamando a atenção do mundo para a importância do esporte como meio de melhorar a vida de meninos e meninas e promover a paz. De acordo com o Expresso 227 (Unicef, 2005) as atividades esportivas contribuem para a melhoria das habilidades motoras, promove o trabalho em equipe e respeito ao próximo, produz melhoria do senso de responsabilidade e de grupo, reduz as lesões e o desenvolvimento de doenças crônicas relacionadas ao sedentarismo, ensina a ganhar e perder, melhora a auto-estima, desenvolve a mente e fortalece o corpo, proporciona melhor adaptação social, permite um maior desenvolvimento espaço-temporal e principalmente atrai a criança e o adolescente à escola e, por sua vez, à educação.

Para a realização deste relato de experiência, uma vez que eu atuava como professor, utilizei a observação participativa, também buscando pela memória e observando as aulas dos outros professores sem interferência. Por meio da minha interação com as crianças e adolescentes, bem como com a comunidade, com os pais e colégio, eu pude verificar as experiências resultantes do trabalho realizado com o esporte dentro do quartel do Corpo de Bombeiros de São Sebastião.

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2 LEITURA DA REALIDADE

Até 1993 a Agrovila São Sebastião fazia parte da Região Administrativa do Paranoá, quando, através da Lei n.º 467/93, foi criada a Região Administrativa São Sebastião.

As terras que hoje constituem a Cidade de São Sebastião pertenciam, antes da mudança da nova capital, às fazendas Taboquinha, Papuda e Cachoeirinha. Com o início das obras da construção de Brasília, essas fazendas foram desapropriadas e nelas se instalaram pessoas que exploravam o comércio. No princípio a Agrovila – nome antigo da cidade - era habitada por comerciantes de areia, cerâmica e olaria. Com a intensificação da imigração surgiram várias invasões de áreas públicas que, posteriormente, foram removidas para a localidade. A área urbana de São Sebastião é cercada por uma área rural constituída pela Colônia Agrícola de Nova Betânia e pelo Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal - PAD/DF.

Como na maioria das cidades satélites, São Sebastião apresentava situações que dificultavam o acesso a escola, ou seja, a distância entre o estabelecimento de ensino e as áreas rurais, e também um déficit nos programas sócio-esportivos que pudessem envolver tanto aqueles que habitavam no centro quanto os moradores das áreas mais isoladas.

Atualmente São Sebastião apresenta um comércio local desenvolvido e independente gerando bastantes empregos para seus habitantes. Percebe-se assim que muitas vezes, enquanto os pais ou responsáveis estão trabalhando, a criança ou adolescente fica em casa ou até mesmo nas ruas sem o devido cuidado. Dessa forma o Programa Segundo Tempo pode e deve ser um meio transformador da situação de ociosidade e em alguns casos, abandono dessas crianças e adolescentes por meio de atividades que os ocupem e tragam prazer e benefícios sócio-educativos, afetivos, motores, cognitivos nos momentos em que estiverem fora do período escolar.

A Região Administrativa de São Sebastião tem dentre suas muitas atribuições a de Coordenar e orientar a atualização do acervo cultural na área de interesse da sua região; promover, organizar, incentivar e apoiar os projetos e as atividades, eventos artísticos, culturais, desportivos, de lazer e turismo. De fato, a agenda cultural da cidade é extensa, há muitos eventos ocorrendo durante o ano. Muitos eventos desportivos, apresentações musicais, festas juninas, São Sebastião Rumo à Cultura, etc. Durante todos os meses do ano, mais de um evento ocorre, possibilitando o entretenimento da população.

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Os eventos desportivos são muitos, ganhando em quantidade dos demais. Fator esse que favorece a aceitação, execução e o bom desenvolvimento do Programa Segundo Tempo, por estar a população imersa em um contexto altamente desportivo.

Por ser uma cidade satélite, distante do centro do poder, a população, em sua maioria está inserida numa classe de nível econômico baixo. As famílias, muitas vezes não podem arcar com o compromisso financeiro de atividades extra classe para seus filhos. O apoio do Governo com programas e projetos direcionados à educação, saúde, cidadania e esporte; a qualidade de vida dos moradores tem melhorado cada vez mais, pois o Programa Segundo Tempo é realidade em um clube e no Quartel do Corpo de Bombeiros da cidade. Favorecendo famílias com o perfil descrito, bem como reforçando a cultura desportiva da cidade.

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3 LEITURA DA REALIDADE ESPECÍFICA

Na Brigada Mirim de São Sebastião, havia duas realidades, uma antes e outra após a criação e apoio do Programa Segundo Tempo. Antes do apoio do Programa Segundo Tempo, as aulas de Educação Física da Brigada Mirim eram realizadas dentro do Quartel do Corpo de Bombeiros Militar de São Sebastião – DF e ministradas pelos próprios militares em um espaço que era destinado a estacionamento. Este espaço foi adaptado, criando-se uma quadra poliesportiva para a prática das aulas. O processo seletivo para participar da Brigada Mirim era por meio de prova, pois a procura era tamanha por parte dos moradores, que esse foi o meio adotado para preencher as vagas. A quantidade de alunos variava em torno de 180 (cento e oitenta) a 200 (duzentas) crianças. A idade mínima para entrar era de 8 (oito) anos e para sair era de 14 (quatorze) anos. Algo importante a ser observado é que a primeira Brigada Mirim criada na cidade satélite do Gama – DF elaborou um regimento interno para os brigadinos (maneira como são chamadas as crianças que participam do Programa Bombeiro Mirim), regimento este baseado no militarismo e que foi adotado também pela Brigada Mirim de São Sebastião. Os uniformes das crianças eram confeccionados na própria cidade e cada pai ou responsável comprava diretamente do fornecedor. Já o material esportivo era adquirido da seguinte forma, geralmente a cada final de semestre era feito um campeonato entre os brigadinos, arrecadava-se um determinado valor e com esse dinheiro comprava-se medalhas e material esportivo. Outra maneira de se conseguir materiais para a prática desportiva era por meio da mãe de um aluno. Ela trabalhava no presídio da Papuda e conseguia sem custo bolas de vôlei, de futebol de campo e de salão confeccionadas pelos detentos. As crianças tinham aulas ministradas pelos próprios militares da corporação que muitas vezes não tinham o preparo específico para exercer tal função, pois no processo de pedagogia de qualidade social para todos, o papel do educador é fundamental e, portanto, necessita ser qualificado segundo a Comissão de Especialistas de Educação Física (2004). E ainda por ser em um ambiente militar as aulas tinham um direcionamento para o simples aprendizado do gesto técnico do esporte. A partir desse momento, ao ingressar na faculdade de Educação Física, fui inserido como professor dos brigadinos. Com o conhecimento adquirido na universidade comecei a trazer para dentro da Brigada Mirim, mesmo antes da parceria com o PST, um padrão de aula voltado para o lúdico, utilizando o esporte como meio de socializar, integrar,

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cooperar e inserir, deixando de lado a competitividade exagerada e o individualismo, pois de acordo com Escobar (2005):

“O caráter agonístico, elemento primário dos jogos e dos esportes não pode ser negado, sob pena de esses jogos e esportes deixarem de existir. Por esta e outras razões dificilmente os jogos e os esportes podem contribuir para uma formação cooperativa e solidária de seus participantes.” (p. 57).

Portanto, procurava ensinar o esporte deixando de lado a competição exacerbada sem ter a preocupação com o movimento perfeito, mas como os objetivos daquela modalidade seriam alcançados pelos alunos. Assim em algumas aulas as equipes eram compostas de alunos de ambos os sexos e no caso do futebol apenas as meninas poderiam fazer o gol, tendo em vista que neste esporte percebia-se que o individualismo era latente entre os meninos e que as meninas não tinham tanta desenvoltura para tal modalidade. Uma outra forma encontrada foi de sortear equipes para a prática do esporte e principalmente para campeonatos internos. Dessa forma evitava-se formar as famosas panelinhas e os times ficavam equilibrados possibilitando uma maior integração entre todos. Outra maneira era de fazer uma mistura de esportes, jogando futebol e handebol ao mesmo tempo (defendendo com os pés e atacando com as mãos ou uma equipe conduzia a bola apenas os pés e a outra apenas as mãos). Diversas maneiras foram encontradas para se ensinar o esporte sem priorizar a técnica e sim o indivíduo, mas houve certa resistência por parte de alguns alunos e militares, estes queriam ver resultado imediato e aqueles queriam praticar o esporte como ele é. Bracht (1992) citado pela Comissão de Especialistas de Educação Física ressalta algumas posturas a serem tomadas para que a competição seja a favor e não contra o indivíduo:

“Os professores de Educação Física precisam superar a visão positivista de que o movimento é predominantemente um comportamento motor. O movimento é humano, e o Homem é fundamentalmente um ser social (...) precisam superar a visão de infância que enfatiza ao processo de desenvolvimento da criança como natural e não social. Fala-se da criança em si, e não de uma criança situada social e historicamente (...) devem buscar o entendimento de que, o que determinará o uso que o individuo fará do movimento (na forma de esporte, jogo, trabalho manual, lazer, agressão a outros e a sociedade etc.) não é determinado em última análise, pela condição física, habilidade esportiva, flexibilidade, etc., e sim pelos valores e normas de comportamento introjetados, pela condição econômica e pela posição na estrutura de classes de nossa sociedade (...) Superar a falsa polarização entre diretividade e não-diretividade (...) um outro equívoco que precisa ser superado, é o de que devemos simplesmente ignorar a cultura dominante, que nesse entendimento não serve à classe dominada” (p. 21)

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O lanche era fornecido pelos pais dos alunos que contribuíam levando alimentos não perecíveis; os mercados da cidade, por meio de pedidos dos militares, também faziam doações para a Brigada Mirim. Com a entrada do Programa Segundo Tempo do Ministério do Esporte na Brigada Mirim, algumas mudanças aconteceram. A quantidade de alunos não mudou, mas a forma de entrar sim; não há mais necessidade de provas, agora somente por meio de matrículas, de acordo com o surgimento de vagas. Algumas crianças, de acordo com a necessidade, eram matriculadas por meio de ordem judicial. Por não haver mais um processo seletivo (prova) e devido a uma procura intensa por meio da população, priorizam-se as crianças mais velhas já que as mais novas terão maiores chances num futuro próximo de ingressar no Programa Bombeiro Mirim. Pois, de acordo com a Parte Geral da Lei n° 8.069 Art. 3° do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (2003, p. 13):

“A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.”

Da mesma forma o artigo 4° da mesma Lei complementa:

“É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.”

Quanto ao espaço para a prática desportiva, ainda continua o mesmo, ou

seja, ainda é um estacionamento adaptado como quadra poliesportiva. Os uniformes agora são doados pelo Programa Segundo Tempo, evitando assim mais um gasto no orçamento mensal dos pais ou responsáveis. O material esportivo também é cedido pelo Programa Segundo Tempo, fornecendo bolas, apitos, bombas de encher bola e redes de vôlei e futebol. A responsabilidade de adquirir alimentos também foi assumida pelo Programa Segundo Tempo por meio da ONG IBAV que agora se preocupa também com a parte nutricional das crianças.

Em pouco tempo de parceria entre o PBM e o PST, a minha função passou a ser de supervisionar uma equipe formada por um professor e um estagiário cedidos pelo PST e que passaram a compor o quadro de instrutores da Brigada Mirim, dessa forma dando maior suporte e qualidade nas aulas de Educação Física bem como uma maior vivência em outras modalidades esportivas devido ao material fornecido pelo PST para a prática das aulas.

A proposta pedagógica na Brigada Mirim não está voltada somente para o desporto ou para os benefícios fisiológicos, mas está principalmente centrada no indivíduo como um todo levando em consideração também os aspectos sociais, e cognitivos dos alunos. Pois, ao contrário do que muitos pensam, uma

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aula bem estruturada por um professor compromissado com seus alunos, trabalha não somente o físico, mas também o intelecto do indivíduo e suas relações sócio-culturais, possibilitando assim, que as crianças sejam capazes de pensar, e produzir com mais facilidade também em outras disciplinas. Proporciona ainda a descoberta do seu corpo e suas limitações; faz com que o aluno seja capaz de aprender, através do conjunto de regras de um esporte, os limites impostos na vida em sociedade, ou seja, aquilo que pode ou não ser feito e até onde ele pode ir sem desrespeitar o outro. Também faz com que o aluno seja capaz de refletir a sua prática desportiva no ambiente educacional e compará-la com os padrões mostrados pela mídia, pois de acordo com a Comissão de Especialistas de Educação Física (2004) o que assistimos são espetáculos de esporte de alto nível que se pautam pelo individualismo e hipercompetitividade não o esporte como jogo, como lazer, como educação, etc.

Mussumeci (s/d) afirma que o homem está preparado para agir de maneira ativa na vida social quando possui três saberes: O SABER: sua aquisição é por meio da atividade mental, ou seja, através do estudo (estudo das regras, estudo dos diversos tipos de movimento no esporte, estudo das mais variadas formas de agir em equipe, etc.). O SABER-VIVER: é a arte de saber comportar-se na vida social. É uma arte difícil porque é preciso força de vontade e persistência, pois o aprendizado do Saber-Viver começa na família, prossegue na escola e é aperfeiçoado no convívio em sociedade. O SABER-FAZER: é a capacidade de fazer com zelo tudo aquilo que se propõe a fazer. Para ter êxito na realização do Saber-Fazer, convém cultivar o senso crítico; exercitar a capacidade de entender e de prever as coisas com rapidez; desdobrar a atenção; e agir de forma correta no momento certo.

Assim, através de nossas intervenções nas aulas de Educação Física, procurávamos conduzir os alunos a adquirirem esses três saberes, pois de acordo com a Comissão de Especialistas de Educação Física (2004), o papel do professor é fundamental na construção do esporte da escola:

“Nessa construção do esporte DA escola, como já afirmamos, o papel do professor é fundamental, a fim de que se posicione claramente em relação a valores que levem a maior participação de alunos, ao reconhecimento e respeito às diferenças entre eles, à oportunidade de apropriação por parte de todos desse maravilhoso patrimônio cultural, que é o esporte.” (p. 82)

A realidade sócio-cultural dos alunos, bem como os conhecimentos já

adquiridos por eles de algumas modalidades esportivas, são levados em consideração, pois as crianças e adolescentes que participam do PBM em São Sebastião estão inseridos em quatro contextos sociais distintos: o familiar, o escolar, o contexto da Brigada Mirim e o da rua. Geertz citado pela Comissão de Especialistas de Educação Física (2004) afirma que todo ser humano faz cultura; e não é diferente dentro da Brigada Mirim:

“a cultura é a própria condição de vida de todos o seres humanos. É produto das ações humanas, mas é também processo contínuo pelo qual os homens dão sentido às suas ações.

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Constitui-se processo singular e privado, mas é também plural e público. É universal, porque todos os humanos a produzem, mas é também local, uma vez que é a dinâmica específica de vida em sociedade que significa o que o ser humano faz. A cultura se dá na mediação dos indivíduos entre si, manipulando padrões de significados que fazem sentido num contexto específico.” (p. 75)

Algo importante a ressaltar é a informação passada pelos pais,

professores e diretores de colégios nos quais os brigadinos estudavam; de uma forma geral as crianças que participavam do PBM tinham um comportamento mais participativo e diferenciado em sala de aula; também maior interesse em outras modalidades desportivas dentro do colégio. Em casa passavam a ajudar nas tarefas cotidianas e tinham mais responsabilidades com os deveres escolares. Outro aspecto interessante foi o interesse da prática desportiva fora do quartel, os alunos passaram a pedir bolas de vôlei e rede emprestadas para reunir os colegas de sua própria rua e jogarem juntos nos fins de semana, proporcionando assim maior integração tanto entre brigadinos quanto com aqueles que não fazem parte deste meio.

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4 ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS OBSERVADOS NO PST NA LOCALIDADE.

Cabe aqui ressaltar que a parceria Programa Segundo Tempo e Brigada Mirim trouxe alguns benefícios para as crianças e adolescentes da cidade de São Sebastião. A verba destinada pelo Ministério do Esporte foi o primeiro passo para que a Brigada Mirim tivesse sua própria independência, não precisando mais de doações de pais ou empresários da cidade para alimentar os alunos.

O material esportivo era fornecido e substituído com mais freqüência, não havendo mais situações em que as aulas, muitas vezes, tinham que ocorrer com bola furada ou materiais sucateados. A partir daí é que algumas modalidades passaram a ser praticadas tais como handebol e basquete. Uniformes também eram cedidos, assim muitas crianças cujos pais não tinham verba para comprar o uniforme da Brigada Mirim, usavam o uniforme do Programa Segundo Tempo.

Outro aspecto positivo foi a chegada de profissionais da área de educação física (um professor e um estagiário) para compor o corpo de instrutores, possibilitando maior qualidade na prática dessa disciplina.

Foi possível realizar a integração de todas as Brigadas Mirins por meio de Olimpíadas que aconteciam anualmente, pois além de material esportivo, uniforme e lanche, com a verba destinada à Brigada Mirim também era possível alugar transporte para levar todos os alunos com o intuito de participarem da competição.

Foi adquirido um computador que proporcionou maior desenvolvimento dos trabalhos internos e administrativos, bem como para o auxílio nas pesquisas escolares dos alunos. Veio ajudar, mesmo que em pequena escala na queda do número de crianças e adolescentes excluídos digitalmente.

Aspectos negativos também existiram, pois em uma parceria nem tudo é perfeito e falhas ocorrem. O não investimento nas instalações da Brigada é algo importante de se ressaltar, pois a quadra continuou a mesma, sendo que dentro do quartel existia espaço para se construir uma quadra poliesportiva nos padrões oficiais. Não foi possível implantar uma academia que teria o acompanhamento do Tranquilini, atleta olímpico de judô e várias vezes campeão brasileiro, sul-americano e pan-americano da modalidade devido ao espaço insuficiente das salas para a prática desse esporte.

Havia carência de material didático para as aulas de reforço escolar, pois os livros não eram atualizados.

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Alguns alunos apresentavam dificuldades no aprendizado e também em suas relações sociais, com isso percebe-se a importância de um acompanhamento mais próximo e talvez individualizado por parte de profissionais da área da psicopedagogia dentro da própria Brigada Mirim, algo inexistente até então.

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5 ANÁLISES, CRÍTICAS E SUGESTÕES

Numa cidade como São Sebastião, programas que contribuem para diminuir a exclusão e a marginalização de crianças e adolescentes são de grande importância, pois é possível conduzi-las a uma melhora da qualidade de vida por meio do esporte, da cultura, da arte, da recreação e do lazer; porém de uma forma orientada, ou seja, com a ajuda de pessoas capacitadas e que tenham compromisso com aquilo que fazem.

Utilizando-se o esporte como meio de trabalhar o indivíduo como um ser completo, percebe-se uma tarefa árdua, pois ensinar não se trata de uma tarefa simples porque aquele que ensina deve ter em mente, não somente o físico ou o intelecto do aluno. Este carrega consigo todo um contexto familiar, emocional, cultural, motor, social, etc. Não basta ensinar por ensinar, é preciso considerar o aluno como um todo, observando-o como um ser que pensa, age, fala e vive contextos sociais distintos de outras pessoas. O professor que é um mero transmissor de conhecimentos, nos tempos atuais é uma figura descartável, pois Teles (2003, p.17) afirma que:

“o educador jamais poderá deixar de existir. Ele é o filtro do conhecimento, o orientador, o coordenador, o integrador, o problematizador, o ser humano que ensina o outro a ser humano.

O que deverá desaparecer, pois, é o seguinte tipo de professor: aquele que se considera o detentor do saber...” Fazer com que o aluno execute movimentos de determinado esporte,

qualquer pessoa pode fazer, até mesmo aquele aluno que tem uma maior vivência motora que os demais, pois pode ensinar aos outros que não possuem a mesma habilidade. O esporte deve ser dentro de uma prática pedagógica, um meio que possibilite ao aluno, ter experiências que o façam pensar e refletir com o grupo e para o grupo, cooperar e aprender que ganhar ou perder, acertar ou errar, não é fruto de uma pessoa capaz ou incapaz e sim de alguém que sabe que quando se ganha ou perde o faz para outro ser, com as mesmas capacidades e limitações.

É possível observar a complexidade de ensinar quando se procura mostrar para os alunos valores éticos, morais, sociais dentro de um movimento específico do esporte. Por exemplo, a cortada no vôlei é um movimento que tem por objetivo ganhar o set ou o jogo, pontuar, vencer o bloqueio adversário,

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ou seja, ser melhor que o outro, pois é preciso ter a maior impulsão e dominar o gesto técnico da cortada para poder alcançar o objetivo. Por isso, aquele que ensina deve carregar dentro de si o compromisso e a responsabilidade de aprender e se preparar para poder ensinar, procurar formas inteligentes e eficazes de intervir no processo pedagógico para formar muito mais que atletas, mas cidadãos que valorizem o próximo “dentro e fora de campo”.

Cabe então ao professor, perceber qual a real necessidade dos seus alunos e promover a interação entre todos no processo educacional. Não existe aula sem objetivo para aquele professor que se preocupa com a mudança da forma tradicional de ensino através de uma metodologia responsável e transformadora. Para isso é preciso estabelecer um planejamento da aula para não cair no erro de ensinar o esporte sem relacioná-lo com as questões sociais e políticas nas quais seus alunos estão inseridos (situação na qual os alunos da Brigada Mirim de São Sebastião se encontram).

Os educadores nem sempre terão uma turma homogênea, sempre existirão aqueles que gostam da aula, aqueles que odeiam, aqueles que são hábeis e aqueles que não possuem tanta desenvoltura para o esporte. Seria preocupante se a intenção fosse formar atletas ou capacitar alunos sem habilidade alguma a praticar qualquer tipo de esporte de forma louvável até o final do ano letivo. Porém, é possível perceber algo muito mais rico que isso, que é poder incluir no ambiente educacional, através de um mesmo processo metodológico, meninos e meninas, sem priorizar a técnica, mas dando atenção ao indivíduo através de aulas criativas que despertem o interesse nos alunos pelo esporte. É necessário que o professor use além de livros e do conhecimento de outros professores, a sua própria criatividade. Freire (1994, p. 66) considera que:

“a falta de criatividade é um dos graves empecilhos para uma Educação Física de melhor qualidade. Tão grave quanto isso é realizar o exercício na forma como foi proposto. Quem só sabe seguir os manuais e as rotinas, será sempre escravo dos livros e dos ex-professores.”

Freire (1994, p. 67) considera ainda que o principal material no

desenvolvimento de uma aula de qualidade é a criatividade do professor pois, ela não é ensinada:

“O que falta nas escolas, na maioria das vezes, não é material, é criatividade. Ou melhor, falta o material mais importante. Essa tal de criatividade nunca é ensinada nas escolas de formação profissional.”

Cabe ao professor proporcionar atividades que não fiquem somente na execução de movimentos e que não seja ele quem determine o desenvolvimento da aula. Neste caso, ele deve ser o orientador e não o ditador da atividade. O Coletivo de autores (1992, p. 55) afirma que:

“Essa perspectiva teórica é aquela que desloca a propriedade dada ao produto para o processo de ensino, introduzindo o

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princípio do ensino ‘não diretivo’. Situa os objetivos no plano geral da educação integral, onde o conteúdo passa a ser muito mais instrumento para promover relações interpessoais e facilitar o desenvolvimento da natureza, ‘em si boa’, da criança.”

Ainda assim, uma determinada atividade tem significados e expectativas sociais diferentes para professor e aluno que de acordo com Leontiev (citado pelo Coletivo de autores, 1992, p. 62):

“as significações não são eleitas pelo homem, elas penetram as relações com as pessoas que formam sua esfera de comunicações reais. Isso quer dizer que o aluno atribui um sentido próprio às atividades que o professor lhe propõe. Mas essas atividades têm uma significação dada socialmente, e nem sempre coincide com expectativa do aluno.”

“Para entender o avanço da criança no seu desenvolvimento, o professor deve conhecer quais as motivações, tendências e incentivos que a colocam em ação.” (Coletivo de autores, 1992, p. 66). Por isso que o professor deve estar atento ao desenvolvimento cultural, social, econômico, motor, afetivo e cognitivo da criança para que a atividade não seja algo cansativo, sem sentido e desmotivante para o seu aluno.

Portanto, deve-se levar em consideração a realidade concreta do mundo do aluno, pois, o Coletivo de autores (1992, p. 87) considera que:

“Tendo em vista uma nova compreensão dessa realidade social, um novo entendimento que supere o senso comum, o professor orientará, através dos ciclos, uma nova leitura da realidade pelo aluno, com referências cada vez mais amplas.”

Assim, o Programa Segundo Tempo vem trazendo para dentro dos

quartéis do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, pessoas qualificadas em Educação Física dando um novo rumo no aprendizado de esporte para as crianças da Brigada Mirim. Mostrando uma nova concepção do esporte, deixando de lado o modelo tradicional, ou seja, o esporte para inclusão social para que não seja de uma forma centralizadora, diretiva, repetitiva e excludente.

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6 CONCLUSÃO

Este Relato de Experiência vem mostrar a importância da parceria firmada entre o Ministério do Esporte e o CBM-DF, com o intuito de promover uma educação de qualidade por meio do esporte. Podendo dessa maneira, resgatar valores individuais, comunitários, familiares e, também a cidadania de crianças e adolescentes, evitando que se envolvam com a criminalidade. A parceria entre Governo e as ONGS (Organizações Não Governamentais) surge como meio de procurar diminuir o número de crianças ociosas nas ruas, proporcionando atividades que tragam algum benefício para o indivíduo como um todo.

Para tanto, é por meio de profissionais capacitados e materiais adequados que essa ação de preencher o tempo dos alunos através do esporte de qualidade tem sentido, pois o educador é aquele que adquire conhecimento e divide com seus alunos para que ocorra mudança de comportamento no meio educacional. Ele tem a função de mediador e não de detentor do conhecimento, pois deve compreender a realidade sócio-cultural de seus alunos, possuir o conhecimento teórico e principalmente competência técnico-profissional. Assim poderá conduzir os alunos a uma educação que transforma o ser humano, para que a criança de acordo com Braga (1977), possa estar preparada para integrar a sociedade como pessoas úteis e equilibradas.

Para o quartel do Corpo de Bombeiros de São Sebastião o PST veio contribuir com a formação das crianças e adolescentes. Os próprios pais relataram mudanças ocorridas com seus filhos e que foram sugeridas pelo Expresso 227 (Unicef, 2005) citado anteriormente. Relataram observar que as crianças tinham um comportamento mais participativo e diferenciado em sala de aula; maior interesse em outras modalidades desportivas. Ajudavam nas tarefas cotidianas e tinham mais responsabilidades com os deveres escolares. Maior interesse na prática desportiva fora do quartel, promovendo a integração social por iniciativa deles próprios.

Portanto, o Projeto Bombeiro Mirim juntamente com o Programa Segundo Tempo do Ministério do Esporte, dentro dos quartéis do Corpo de Bombeiros, permite um desenvolvimento integral dos alunos por meio de atividades esportivas como socialização, cooperação e a diminuição da exclusão social. O esporte permite a aproximação entre crianças cujos contextos sociais são os mais diferenciados possíveis. A criança estará agindo

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coletivamente, observando e sendo observada, influenciando e sendo influenciada pelas demais.

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REFERÊNCIAS

BRAGA, Carlos Florence. Informações Técnico-pedagógicas: recreação e jogos. Faculdade Dom Bosco de Educação Física. Brasília/DF, 1977.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei 8.069, de 13 de Julho de 1990. 4a. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2003.

BRASIL. MINISTÉRIO DO ESPORTE. Esporte e Sociedade. Brasília: Universidade de Brasília/CEAD, 2004. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. (Coleção Magistério 2º grau. Série formação do professor). São Paulo: Cortez, 1992. ESCOBAR, Micheli Ortega et al. Manifestações dos jogos. Brasília: Universidade de Brasília/CEAD, 2005. FREIRE, João Batista. Educação de Corpo Inteiro: teoria e prática da educação física. 2ª ed. São Paulo: Editora Scipione ltda, 1991.

INTERNET: http://portal.esporte.gov.br/

http://www.saosebastiao.df.gov.br/ http://www.unicef.org/brazil/expresso_227/expresso227_icdb.htm

MUSSUMECI, Víctor. Iniciação ao Civismo. Coleção Didática do Brasil. v. 79. São Paulo: Editora Brasil S/A, (s/d). TELES, Maria Luíza Silveira. Educação sem Fronteira: cuidando do ser. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2003.