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A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO Informações gerais

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A REGIÃO METROPOLITANADO RIO DE JANEIRO

Informações gerais

E Q U I P E T É C N I C A

Manuel Thedim

Samuel Pessoa

Danielle Santos do Nascimento

Tatiana Amaral

João Manoel Nonato

P A R C E R I A I N S T I T U C I O N A L

R E A L I Z A Ç Ã O P A T R O C Í N I O

A REGIÃO METROPOLITANADO RIO DE JANEIRO

Informações gerais

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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Faz tempo que o Rio de Janeiro virou cidade-mãe: uma metrópole. Segundo

alguns especialistas, a eletrificação dos ramais temáticos de passageiros da

então Central do Brasil e a construção dos trechos da Rodovia Presidente Dutra

e da Rodovia Washington Luís, cortando a Baixada Fluminense, nos anos 1930,

devem ser consideradas as principais alavancas da tal metropolização.

Faz tempo também que se tentou estabelecer algum nível de governança e

planejamento integrado das ações de governo sobre a Região Metropolitana.

Falamos de meados dos anos 1970, portanto há mais de 40 anos. Esse esforço,

apesar de reconhecidamente oportuno à época, teve, no caso da Região

Metropolitana do Rio, uma vida curta: apenas 15 anos.

De lá para cá perdeu-se tempo, pois o teto metropolitano surgido no final

dos anos 1930 e consagrado nos anos 1970, cresceu em tamanho e comple-

xidade. Governo e sociedade, diante da fragilidade da Constituição de 1988

em relação ao tema, esquivaram-se e permitiram crer que a metrópole do

Rio não passava de uma miríade.

Rio Metropolitano: desafios compartilhados

INFORMAÇÕES GERAIS

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Temos agora, diante de nós, a oportunidade de, ao menos parcialmente,

recuperar o tempo perdido e tratar a questão metropolitana na dimensão

contundente de sua realidade atual. Isso se torna possível por duas recentíssi-

mas novidades legais e institucionais que jogaram, sobre o fato metropolitano

brasileiro, uma perspectiva real de enfrentamento adequado e sustentável

dos passivos e ativos acumulados.

Uma é o Estatuto da Metrópole, aprovado pelo Congresso Nacional; e a outra é o

Acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Ação Direta de Inconstitucio-

nalidade movida contra uma Lei estadual, promulgada no Rio de Janeiro em 1997.

São as novas referências ao ciclo de governança e planejamento que as regiões

metropolitanas vão viver. A nossa prepara-se para sair na frente, e pôr em teste a

eficácia e o alcance do inédito arcabouço legal e institucional disponível.

Esses encontros de trabalho que a Câmara Metropolitana de Integração Governa-

mental realizará – em conjunto com o IETS, Firjan, CAF, AEERJ, Fetranspor e Águas

do Brasil – nas principais cidades metropolitanas é um grande passo no sentido

de destacar os temas mais relevantes do cotidiano metropolitano, os principais

gargalos e oportunidades a ser compatibilizados entre o Governo do Estado, os

municípios da região e a sociedade. Deseja-se, com tal iniciativa, garantir estratégias

e soluções inovadoras que permitam, no menor prazo e menor custo possíveis,

equacionar os principais problemas que afligem a população da região.

Conscientes de que não existirão soluções mágicas, pretendemos, com cria-

tividade, olhar para os desafios e descobrir possibilidades reais e viáveis de

promovermos o desenvolvimento sustentável da região, incluindo a remissão

dos focos de desigualdade ainda presentes no seu território.

Vicente LoureiroDiretor-executivo da Câmara Metropolitana de Integração Governamental

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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O desenvolvimento sustentado e harmônico de aglomerados metropolitanos

solicita governança capaz de articular políticas públicas, sejam estatais ou

privadas, dos seus municípios, instituições e atores sociais. A Constituição

Federal de 1988 indica a importância dessa articulação, ao permitir aos Estados

“instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,

constituídas por agrupamento de municípios limítrofes, para integrar a organi-

zação, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum”.

Em complemento, em 12 de janeiro de 2015, foi sancionado o Estatuto da

Metrópole, que “estabelece diretrizes gerais para o planejamento, a gestão e a

execução das funções públicas de interesse comum em regiões metropolitanas

e em aglomerações urbanas instituídas pelos Estados (...)”.

Instituída em 1974, após a fusão do Rio de Janeiro e da Guanabara, a Região

Metropolitana do Rio é a segunda maior do país, com 21 municípios e pouco mais

de 12 milhões de habitantes. Com vistas a sua integração, em 1975, o governo

É hora de repensar o Rio Metropolitano

INFORMAÇÕES GERAIS

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estadual instituiu a Fundação para o Desenvolvimento da Região Metropo-

litana (Fundrem), com mandato de planejar ações urbanas. Entretanto, sem

capacidade política e autoridade legal para articular e coordenar investimentos

necessários, não conseguiu cumprir seus objetivos e foi extinta em 1989.

Vinte e seis anos depois, o Rio de Janeiro, finalmente, estabelece uma

plataforma para o planejamento e gestão de serviços e políticas públicas

da região: a Câmara Metropolitana de Integração Governamental do Rio

de Janeiro. O primeiro estágio para o estabelecimento de uma Autoridade

Metropolitana e uma nova oportunidade de constituir um fórum efetivo

e eficaz para coordenar esforços e dar um salto em direção a uma região

metropolitana de fato mais integrada, menos desigual e onde sua população

tenha mais qualidade de vida.

O seminário O Rio Metropolitano: Desafios Compartilhados é uma

contribuição para esse esforço.

A Câmara Metropolitana e o Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade

(IETS) convidaram representantes de prefeituras e do Governo do Estado,

técnicos, gestores públicos, organizações da sociedade civil e empresas

privadas para, em conjunto, refletir sobre questões prioritárias de escala

metropolitana em uma série de cinco encontros em diferentes cidades da

região.. Os temas – saneamento; mobilidade; segurança pública e saúde –

foram escolhidos de uma agenda ampla de desafios. Outros, certamente,

serão temas de discussões futuras.

O seminário conta com o patrocínio da Associação das Empresas do Esta-

do do Rio de Janeiro (AEERJ), da Federação de Empresas de Transportes de

Passageiros do Rio de Janeiro (Fetranspor), do Banco de Desenvolvimento

da América Latina (CAF) e da Águas do Brasil, além da parceria institucional

da Casa Fluminense, da Federação de Indústrias do Estado do Rio de Janeiro

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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(FIRJAN), da Prefeitura de Niterói, do jornal Extra, da empresa Oportunidades,

Pesquisa e Estudos Sociais (OPE Sociais), da Associação Brasileira de Con-

sultores de Engenharia (ABCE), do Fórum Permanente de Desenvolvimento

Estratégico do Estado e da revista Vozerio.

Esperamos que esta iniciativa contribua para construir um espaço de co-

laboração e diálogo que vá além dos eventos e continue a se consolidar e

multiplicar em outras arenas.

Manuel ThedimDiretor executivo do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS)

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A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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Em 2013, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) tinha, aproximada-

mente, 12,2 milhões de habitantes. O ritmo de crescimento, como no resto

país, tem desacelerado. No período 1993-2003 a população aumentou 12,4%,

enquanto que entre 2003-2013 só cresceu 7,75%.

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE, EM MILHÕES, RMRJ: 1992 A 2013Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

Demografia

INFORMAÇÕES GERAIS

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O município do Rio de Janeiro tem a maior população dentre as cidades

metropolitanas: em 2013, ela foi estimada em 6.390.290 habitantes pelo IBGE,

ou mais de 52% do total; a Baixada Fluminense1 tinha 3.694.249, ou 30%; e o

Leste Metropolitano2, 2.008.687, aproximadamente 16,5%.

O crescimento da Baixada Fluminense e do Leste Metropolitano descolou

da evolução carioca a partir do início dos anos 2000. A Baixada volta a uma

trajetória semelhante a da cidade núcleo em 2010.

EVOLUÇÃO DA VARIAÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO RESIDENTE, POR REGIÃO

DA RMRJ: 1999 A 2012Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

Nota: Em 2010, a queda brusca da população da Baixa Fluminense é explicada por

um erro do estimador.

1. Formada pelos municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaguaí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São João de Meriti e Seropédica.

2. Composta pelos municípios de Niterói, São Gonçalo, Tanguá, Itaboraí, Maricá, Rio Bonito e Cachoeiras de Macacu.

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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Mais da metade da população metropolitana tem entre 25 e 64 anos de idade.

A proporção de idosos aumenta e a proporção de jovens e crianças diminui,

tendência comum a países em estágios mais avançados de desenvolvimento.

EVOLUÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO SEGUNDO FAIXA ETÁRIA, RMRJ:

1993, 2003 E 2013Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

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A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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O aumento da escolaridade é progressivo. A média de anos de estudo na RMRJ

é superior à observada no país e na região Sudeste; não obstante, a taxa de

variação percentual do crescimento desses últimos é maior do que a da RMRJ.

EVOLUÇÃO DA ESCOLARIDADE MÉDIA DA POPULAÇÃO DE 25 ANOS E MAIS,

POR REGIÃO: 1992 A 2013Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

Educação

INFORMAÇÕES GERAIS

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Observando apenas a RMRJ, nas décadas de 1990 e 2000, a frequência de

crianças de 0 a 5 anos em escolas e creches aumentou 71,1%. A prevalência

não passa da metade do grupo etário, prognóstico ruim para a produtividade

do trabalho e qualidade de vida futura do Rio de Janeiro metropolitano.

A frequência no Ensino Médio se manteve praticamente estática desde 2006,

em níveis inaceitáveis.

EVOLUÇÃO DA FREQUÊNCIA ESCOLAR POR GRUPO DE IDADE, RMRJ: 1992 A 2013Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

Nota: Nos anos de 1992 e 1993 a seção de educação do questionário da PNAD era

aplicável apenas às pessoas de 5 anos ou mais.

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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Em 2014, o ensino regular contava com um total de matrículas no Rio de

Janeiro de 1.023.658 estudantes; a Baixada Fluminense tinha 705.440 estu-

dantes, e no Leste Metropolitano havia 310.467 estudantes.

NÚMERO DE MATRÍCULAS POR ETAPA DE ENSINO, POR REGIÃO DA RMRJ: 2014 Fonte: IETS/OPE Sociais. Estimativas construídas com base nos microdados do Censo Escolar (INEP),

2013 e com base na tabulação de matrículas do INEP de 2014. *Fonte: Censo Demográfico 2010 (IBGE).

INFORMAÇÕES GERAIS

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Dentre o total de escolas, 4.298 ofertavam Ensino Fundamental inicial, 2.936

ofertavam Ensino Fundamental final e 1.520, o Ensino Médio, em 2014.

NÚMERO DE ESCOLAS QUE OFERTAM O ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO, POR

REGIÃO DA RMRJ:2014 Fonte: IETS/OPE Sociais. Estimativas construídas com base nos microdados do Censo Escolar (INEP), 2013

e com base na tabulação de matrículas do INEP de 2014.

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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O município do Rio de Janeiro tem a maior participação no Produto Interno

Bruto (PIB) da RMRJ: contribuiu com 68% em 2012.

EVOLUÇÃO DO PIB TOTAL, POR REGIÃO: 1999 A 2012Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

Crescimento econômico

INFORMAÇÕES GERAIS

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A taxa de crescimento do PIB da Baixada Fluminense e do Leste Metropolitano

foi superior à taxa do Rio de Janeiro.

EVOLUÇÃO PERCENTUAL DO PIB TOTAL, POR REGIÃO DA RMRJ: 1999 A 2012Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

EVOLUÇÃO PERCENTUAL DO PIB PER CAPITA, POR REGIÃO DA RMRJ: 1999 A 2012Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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A crescente relevância do setor de serviços e comércio no PIB da RMRJ é

marcante. Percebe-se que, entre 2006 e 2012, o setor contribuiu para alavancar

o crescimento econômico da RMRJ.

EVOLUÇÃO DO VALOR ADICIONADO DO PIB POR SETOR E DO PIB TOTAL, RMRJ:

2000, 2006 E 2012Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

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A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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A renda domiciliar per capita melhorou em todas as regiões do país na

última década. A da RMRJ cresceu mais, mantendo-se superior à da Região

Sudeste e à do país. Vale ressaltar que, entre 2012 e 2013, o aumento foi

comparativamente maior na RMRJ.

EVOLUÇÃO DA RENDA DOMICILIAR PER CAPITA, POR REGIÃO: 1992 A 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

Pobreza e renda

INFORMAÇÕES GERAIS

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De maneira geral, a incidência da pobreza e da extrema pobreza diminuiu de

forma consistente, sobretudo na última década.

EVOLUÇÃO DA POBREZA E DA EXTREMA POBREZA, POR REGIÕES: 1993, 2003 E 2013Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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De todo modo, a renda domiciliar per capita daqueles que ainda vivem abaixo

das linhas da pobreza e da extrema pobreza também reduziu, sobretudo na RMRJ.

EVOLUÇÃO DA VARIAÇÃO PERCENTUAL DA RENDA DOMICILIAR PER CAPITA DOS

POBRES, POR REGIÃO: 1992 A 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

EVOLUÇÃO DA VARIAÇÃO PERCENTUAL DA RENDA DOMICILIAR PER CAPITA DOS

EXTREMAMENTE POBRES, POR REGIÃO: 1992 A 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

INFORMAÇÕES GERAIS

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A queda da média da renda domiciliar desses estratos da população, à medida

que a proporção dos pobres diminui, é forte indício de que os esforços de

redução da pobreza, pela ótica da insuficiência de renda, não atingiram os

mais pobres dentre os pobres.

Na última década, a taxa de variação percentual da renda domiciliar média dos

pobres reduziu 6,2%; a dos extremamente pobres, 51,9%.

EVOLUÇÃO DA RENDA DOMICILIAR PER CAPITA DOS POBRES E DA PORCENTAGEM

DE POBRES, RMRJ: 1992 A 2013Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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É interessante apontar a queda vertiginosa da severidade da pobreza3 no

período entre 2003 e 2013 no país, com redução percentual de 60,1%.

EVOLUÇÃO DA RENDA DOMICILIAR PER CAPITA DOS EXTREMAMENTE POBRES E

DA PORCENTAGEM DE EXTREMAMENTE POBRES, RMRJ: 1992 A 2013Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

EVOLUÇÃO DA SEVERIDADE DA POBREZA, POR REGIÃO: 1992 A 2013Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

3. Esse indicador considera o número de pobres, a intensidade da pobreza (hiato), assim como dá maior peso aos mais pobres, apontando a desigualdade entre indivíduos em condições de pobreza.

INFORMAÇÕES GERAIS

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Por outro lado, a severidade da extrema pobreza na RMRJ entre 2011 e 2013

aumentou 56,1% e ultrapassou a do país, indicando uma maior desigualdade

entre indivíduos em condições de indigência.

EVOLUÇÃO DA SEVERIDADE DA EXTREMA POBREZA, POR REGIÃO: 1992 A 2013Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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Em que pese a consolidada diminuição da pobreza no país, é possível afirmar

que o problema mais crucial é a elevada concentração de renda. No Brasil,

a partir de 1999, o Coeficiente de Gini teve queda progressiva e atualmente,

o nível de desigualdade é de 0,523.

Considerando o índice da RMRJ, o nível de concentração de renda ultrapassou

a média brasileira.

EVOLUÇÃO DA DESIGUALDADE –GINI – 1992 A 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

INFORMAÇÕES GERAIS

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A Curva de Lorenz4 da RMRJ e do país, no mesmo período, demonstra com

clareza que a distribuição de renda melhorou mais no país do que na RM.

EVOLUÇÃO DA CURVA DE LORENZ, BRASIL: 1993, 2003 E 2013Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

4. Medida de desigualdade que indica a porcentagem da renda apropriada acumulada por unidades de distribuição da população.

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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Em 2013, na RMRJ, os 40% mais pobres detém apenas 10% da renda apropriada,

enquanto os 10% mais ricos detém pouco mais de 43% da renda.

EVOLUÇÃO DA CURVA DE LORENZ, RMRJ: 1993, 2003 E 2013Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

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A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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A participação do Rio na População em Idade Ativa (PIA) e na População

Economicamente Ativa (PEA) do Brasil diminuiu ao longo do período.

EVOLUÇÃO DA PIA POR REGIÃO E PARTICIPAÇÃO DA PIA DA RMRJ NA PIA DO

BRASIL: 1999 A 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

Mercado de trabalho

INFORMAÇÕES GERAIS

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EVOLUÇÃO DA PEA POR REGIÃO E PARTICIPAÇÃO DA PEA DA RMRJ NA PEA DO

BRASIL: 1999 A 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

Segundo os dados da PNAD, ao contrário da PME/IBGE, o desemprego da RMRJ

tem sido, consistentemente, superior ao do país e da Região Sudeste. Entre 2012

e 2013, passou de 6,2% para 7,9%, ou seja, o aumento percentual foi de 26%,

enquanto que as outras tiveram comportamento menos contundente, apesar

de também negativo.

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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EVOLUÇÃO DA TAXA DE DESEMPREGO, POR REGIÃO: 1992 A 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

EVOLUÇÃO DA REMUNERAÇÃO MÉDIA NO TRABALHO PRINCIPAL DOS OCUPADOS,

POR REGIÃO: 1992 A 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

Já o rendimento médio do trabalho principal, na RMRJ, tem sido, de forma

persistente, superior ao do país e da região Sudeste, com tendência a aceleração

da diferença entre 2011 e 2013.

INFORMAÇÕES GERAIS

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As desigualdades das rendas médias estimadas, por sexo e cor, continuam

persistentemente altas.

EVOLUÇÃO DA RENDA MÉDIA DO TRABALHO PRINCIPAL, POR SEXO E COR,

RMRJ: 1992 A 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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Metade dos ocupados da região está empregada no setor privado, com

carteira assinada, e 20% são trabalhadores por conta própria. Pelo menos

15,9% são empregados sem carteira assinada.

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS SEGUNDO A POSIÇÃO NA OCUPAÇÃO, RMRJ:

1993, 2003 E 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

INFORMAÇÕES GERAIS

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Os setores de serviços e comércio empregam a maior proporção dos ocupados.

Houve diminuição de ocupados nas indústrias de transformação e o setor

agrícola é, como é de se esperar em região urbana, pouco expressivo.

A escolaridade média estimada dos ocupados tem aumentado continuamente

no período.

EVOLUÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS SEGUNDO O SETOR DE ATIVI-

DADE, RMRJ: 1993, 2003 E 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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A proporção de adolescentes trabalhando caiu e a de pessoas de 25 a 49 anos

e 19 a 24 anos aumentou.

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS SEGUNDO A ESCOLARIDADE, RMRJ: 1993, 2003 E 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

EVOLUÇÃO DA TAXA DE OCUPAÇÃO POR FAIXA DE IDADE, RMRJ: 1993, 2003 E 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

INFORMAÇÕES GERAIS

42

Ao longo da última década, cresceu o número de postos de trabalho com

carteira assinada na RMRJ: a variação foi de 107% na Baixada Fluminense e

de 93% no Leste Metropolitano. Na cidade do Rio de Janeiro, o percentual

cresceu mais de 50%. Vale lembrar que de 1992 a 2013 a população carioca

aumentou em torno de 17%.

EVOLUÇÃO DA VARIAÇÃO PERCENTUAL DO NÚMERO DE EMPREGOS, POR

REGIÃO DA RMRJ: 1999 A 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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O setor industrial teve aumento expressivo no Leste Metropolitano e

ascendente na Baixada Metropolitana. No Rio de Janeiro, houve aumento

do emprego formal no setor a partir de 2007; a variação total foi de 30,3%.

EVOLUÇÃO DA VARIAÇÃO PERCENTUAL DO NÚMERO DE EMPREGOS NO SETOR

DA INDÚSTRIA, POR REGIÃO DA RMRJ: 1999 A 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

INFORMAÇÕES GERAIS

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A Baixada Fluminense teve aumento significativo em postos de emprego

formais da Construção Civil e Comércio.

EVOLUÇÃO DA VARIAÇÃO PERCENTUAL DO NÚMERO DE EMPREGOS NO SETOR

DE CONSTRUÇÃO CIVIL, POR REGIÃO DA RMRJ: 1999 A 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

EVOLUÇÃO DA VARIAÇÃO PERCENTUAL DO NÚMERO DE EMPREGOS NO SETOR

DE COMÉRCIO, POR REGIÃO DA RMRJ: 1999 A 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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Comparativamente, o setor de serviços é o que mais emprega em todas

as áreas. O aumento percentual ultrapassou 100% na Baixada Fluminense

e 80% no Leste.

EVOLUÇÃO DA VARIAÇÃO PERCENTUAL DO NÚMERO DE EMPREGOS NO SETOR

DE SERVIÇOS, POR REGIÃO DA RMRJ: 1999 A 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

INFORMAÇÕES GERAIS

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Particularmente, o setor de petróleo e gás era responsável por 23.753 empregos

formais no Rio de Janeiro, 2.390 na Baixada Fluminense e 1.291 no Leste

Fluminense, em 2013.

A variação percentual do número de empregos formais no setor, ao longo da

última década, sofreu oscilações abruptas, inerentes à volatilidade do mercado

de trabalho. Não obstante, o crescimento foi vigoroso nos três territórios.

EVOLUÇÃO DA VARIAÇÃO PERCENTUAL DO NÚMERO DE EMPREGOS NO SETOR

DE PETRÓLEO E GÁS, POR REGIÃO DA RMRJ: 1999 A 2013 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)

Notas: As atividades consideradas para o setor estão de acordo com a CNAE 95: extração de petróleo e serviços relacionados; fabricação de coque; refino de petróleo; elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool.

Para o Leste Metropolitano, foram omitidos os dados dos anos de 1999-2002, pois possuíam valores muito baixos.

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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As trajetórias dos principais municípios da RMRJ segundo a renda média do

trabalho com carteira em relação ao PIB per capita são bem distintas, ao

longo da última década.

Itaguaí teve aumento proporcional em ambos os indicadores, assim como o

Rio de Janeiro e Niterói. Seropédica apresenta renda média do trabalho com

carteira assinada elevada, e PIB per capita menor. Maricá apresentou aumento

incomum no PIB per capita e, paralelamente, a renda média do trabalho

com carteira assinada menor que em Mesquita, por exemplo. A evolução do

PIB per capita de Duque de Caxias apresentou acréscimos relevantes, com

reflexo na renda média do trabalho formal, sobretudo entre 2002 e 2007.

EVOLUÇÃO DA RELAÇÃO RENDA MÉDIA DO TRABALHO X PIB PER CAPITA PARA

DUQUE DE CAXIAS, ITAGUAÍ, MARICÁ, NITERÓI, RIO DE JANEIRO E SEROPÉDICA:

2002, 2007 E 2012 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)

INFORMAÇÕES GERAIS

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Em 2012, para o restante dos municípios da RMRJ, a média da renda do trabalho

com carteira assinada concentra-se em R$1.534,00 e a média do PIB per capita

concentra-se em R$12.869, ambos bem abaixo da média da RMRJ.

RENDA MÉDIA DO TRABALHO X PIB PER CAPITA, POR MUNICÍPIO DA RMRJ: 2012 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

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Observa-se que quanto maior a renda média do trabalho principal, maior o alto

índice de desigualdade de renda.

GINI SEGUNDO O RENDIMENTO MÉDIO MENSAL DO EMPREGO FORMAL X

RENDA MÉDIA DO TRABALHO, POR MUNICÍPIO DA RMRJ: 2012 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)

INFORMAÇÕES GERAIS

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A concentração de renda também é mais alta nos municípios com maior PIB per

capita, com exceção de Maricá, com Gini da renda do trabalho formal de 0,293.

GINI SEGUNDO O RENDIMENTO MÉDIO MENSAL DO EMPREGO FORMAL X PIB

PER CAPITA, POR MUNICÍPIO DA RMRJ: 2012 Fonte: IETS/OPE Sociais, com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)

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P A R C E R I A I N S T I T U C I O N A L

R E A L I Z A Ç Ã O P A T R O C Í N I O