a rede ecológica da cidade de coimbra- contributo para uma

17
VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 1 A rede ecológica da cidade de Coimbra - Contributo para uma paisagem urbana sustentável António José Pego*, João P. R. Simões**, António Campar de Almeida*** *Doutorando em Geografia Física, Dep. Geografia, FLUC [email protected] ; **Mestrando em Geografia Física, Dep. Geografia, FLUC. [email protected] ; *** Dep. Geografia, FLUC 1. Introdução Ao longo dos anos, o aumento da densidade da malha urbana tem vindo a reduzir a dimensão dos espaços verdes, sejam eles constituídos por alguma vegetação nativa ainda remanescente, ou por hortas e outro tipo de cobertura vegetal mais ou menos organizada. O verde urbano está hoje muitas vezes confinado a áreas isoladas por edificações e vias de comunicação, numa dinâmica ditada pelo uso do automóvel e em que a circulação pedestre e de bicicleta é largamente subaproveitada e desincentivada e mesmo dificultada. A tomada de consciência de que, nas grandes matrizes urbanas, a maior riqueza em biodiversidade se encontra localizada em pequenas manchas de vegetação, algumas ordenadas, mas por norma desprezadas pela maior parte dos cidadãos, dos decisores e dos estudos técnicos e científicos, motivou a análise ecológica da paisagem como instrumento fundamental na definição de modelos de preservação, conservação e ordenamento destas áreas como parte integrante do sistema urbano. Neste contexto, o presente trabalho pretende analisar, quantificar e caracterizar a estrutura da paisagem delimitada pelo centro urbano de Coimbra, fazendo o levantamento, a delimitação e a cartografia das suas manchas de vegetação e dos corredores ecológicos que as ligam. Procura-se, assim, estabelecer uma base conceptual e metodológica exequível para o estudo e implementação de uma rede ecológica urbana que promova a manutenção/recuperação da biodiversidade nos ecossistemas urbanos, numa perspectiva sustentável, multi-funcional e como possível contributo para a execução do Plano Estratégico de Coimbra, nomeadamente no seu vector ambiental “Coimbra Ecocidade”. Através de uma metodologia baseada nas observações de campo e na análise geoespacial em vários suportes e abrangendo de forma transversal a Geomorfologia, a Hidrologia, a Biogeografia e a Ecologia da Paisagem, chegou-se a uma proposta de design de Rede Ecológica para a Cidade de Coimbra. A morfologia desta rede procura

Upload: others

Post on 19-Jul-2022

5 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física

II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física

Universidade de Coimbra, Maio de 2010

1

A rede ecológica da cidade de Coimbra - Contributo para uma paisagem

urbana sustentável

António José Pego*, João P. R. Simões**, António Campar de Almeida***

*Doutorando em Geografia Física, Dep. Geografia, FLUC [email protected];

**Mestrando em Geografia Física, Dep. Geografia, FLUC. [email protected];

*** Dep. Geografia, FLUC

1. Introdução

Ao longo dos anos, o aumento da densidade da malha urbana tem vindo a reduzir a

dimensão dos espaços verdes, sejam eles constituídos por alguma vegetação nativa

ainda remanescente, ou por hortas e outro tipo de cobertura vegetal mais ou menos

organizada. O verde urbano está hoje muitas vezes confinado a áreas isoladas por

edificações e vias de comunicação, numa dinâmica ditada pelo uso do automóvel e em

que a circulação pedestre e de bicicleta é largamente subaproveitada e desincentivada

e mesmo dificultada.

A tomada de consciência de que, nas grandes matrizes urbanas, a maior riqueza em

biodiversidade se encontra localizada em pequenas manchas de vegetação, algumas

ordenadas, mas por norma desprezadas pela maior parte dos cidadãos, dos decisores e

dos estudos técnicos e científicos, motivou a análise ecológica da paisagem como

instrumento fundamental na definição de modelos de preservação, conservação e

ordenamento destas áreas como parte integrante do sistema urbano.

Neste contexto, o presente trabalho pretende analisar, quantificar e caracterizar a

estrutura da paisagem delimitada pelo centro urbano de Coimbra, fazendo o

levantamento, a delimitação e a cartografia das suas manchas de vegetação e dos

corredores ecológicos que as ligam. Procura-se, assim, estabelecer uma base

conceptual e metodológica exequível para o estudo e implementação de uma rede

ecológica urbana que promova a manutenção/recuperação da biodiversidade nos

ecossistemas urbanos, numa perspectiva sustentável, multi-funcional e como possível

contributo para a execução do Plano Estratégico de Coimbra, nomeadamente no seu

vector ambiental “Coimbra Ecocidade”.

Através de uma metodologia baseada nas observações de campo e na análise

geoespacial em vários suportes e abrangendo de forma transversal a Geomorfologia, a

Hidrologia, a Biogeografia e a Ecologia da Paisagem, chegou-se a uma proposta de

design de Rede Ecológica para a Cidade de Coimbra. A morfologia desta rede procura

Page 2: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

Tema 3 – Geodinâmicas: entre os processos naturais e socioambientais

2

uma conjugação funcional e ecológica entre manchas organizadas públicas, manchas

desorganizadas públicas e privadas e espaços verdes pontuais organizados, com

corredores verdes urbanos (CVU), corredores ecológicos, o anel verde agro-florestal

que rodeia o centro urbano e o decisivo rio Mondego com as suas margens, na sua

função estruturante de corredor ecológico fundamental.

Este estudo, para além de uma avaliação das manchas e corredores ecológicos a

preservar em termos de planeamento urbano sustentável, permite definir uma rede

multi-funcional de corredores verdes urbanos, numa dinâmica integradora de vias para

peões, ciclovias e metro de superfície, quer no âmbito do lazer, quer no âmbito dos

movimentos pendulares diários entre diferentes pólos funcionais da cidade.

2. Metodologia

As tomadas de decisão no campo da metodologia basearam-se numa necessidade

de simplicidade e eficiência, sobretudo em termos de meios disponíveis, estruturando-

se em três fases:

Fase I:

Delimitação da área de estudo

Estruturação cartográfica1

Caracterização física: geologia/geomorfologia, rede hidrográfica,

declividades e exposições.

Fase II:

Ecologia da Paisagem Urbana de Coimbra

Delimitação espacial das manchas e corredores de vegetação

Definição da tipologia/nomenclatura das manchas e corredores

Selecção da métrica da paisagem para análise de viabilidade das

manchas e dos corredores

Análise de viabilidade das manchas e dos corredores (Anexo - Quadros 1

e 2): caracterização física2; estrutura e diversidade3; contexto da mancha na

matriz4; grau de intervenção humana (hemerobia)5.

1 Folhas 230 e 241 da Carta Militar de Portugal 1/25000; folha 19D Carta Geológica de Portugal 1/50000; Carta Geológica de Portugal 1/500000, Região Centro; SIG ArcGis: cartas de declives e de exposições do Concelho; Ortofotomapas Google Earth, com sobreposição de informação ArcGis em kml. 2 Análise física do território ocupado pela mancha ou corredor (geologia, declive e exposição). 3 Análise dos índices de Shannon e de Simpson e do número de estratos na estrutura vertical da

vegetação. 4 Análise do índice de forma, da distância à mancha mais próxima, o número de acessos e o número de

conexões.

Page 3: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física

II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física

Universidade de Coimbra, Maio de 2010

3

Fase III:

Análise do PDM e do Plano Estratégico da Cidade de Coimbra6

Estruturação da Rede Ecológica de Coimbra em função da análise de

viabilidade das manchas e dos corredores

Propostas de aplicação em função dos instrumentos de planeamento

3. Manchas de vegetação e corredores ecológicos em Coimbra

A rede ecológica de uma cidade, estruturando-se em manchas de vegetação

conectadas por corredores verdes, assume hoje um papel muito sensível em termos

ecológicos, valorizando as manchas verdes remanescentes por entre o edificado

invasivo e possibilitando novas vivências da paisagem urbana. Muitas destas manchas

de vegetação e destes corredores ecológicos, pelas suas características, são

indispensáveis ao equilíbrio do ciclo hidrológico, à drenagem atmosférica e à

preservação dos solos que suportam o lazer urbano. Constituem ainda um factor

indispensável ao controlo dos parâmetros físicos da atmosfera urbana e como habitat

da fauna que mantém a biodiversidade, contribuindo, em última análise, para a saúde

e o bem-estar dos citadinos.

Se acrescentarmos a estas funções ecológicas dos corredores ecológicos algumas

funções de uso ligadas ao lazer, ao desporto, à circulação de peões e bicicletas e à

fruição de equipamentos culturais, temos o que mais recentemente se tem designado

por Corredores Verdes Urbanos.

São, portanto, vários os impactos positivos de uma rede ecológica urbana:

o Diminuição do efeito de ilha de calor nas cidades e aumento do

conforto decorrente da maior área de sombra nas ruas;

o Contributo para a optimização dos intercâmbios nos vários sistemas da

biosfera;

o Melhoria da infiltração e circulação de água;

o Contributo para a preservação e enriquecimento da biodiversidade em

ambiente urbano;

5 Análise da hemerobia de acordo com Steinhardt e al. (1991), de 1 (mínima) a 3 (máxima).

6 Procura de conexões entre os instrumentos de planeamento urbano e os conceitos em análise.

Page 4: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

Tema 3 – Geodinâmicas: entre os processos naturais e socioambientais

4

o Possibilidade de implementação de uma rede de vias que sirva com

conforto e segurança o tráfego pedestre e que incentive o uso sustentável da

bicicleta, em articulação com os sistema de transportes públicos;

o Preservação de espaços e ecossistemas naturais em meio urbano;

o Promoção e integração do conceito de hortas urbanas como complemento da

rede ecológica urbana;

A partir da base conceptual enunciada antes, extrapolaram-se para a área de estudo

(centro urbano de Coimbra) os conceitos de estrutura associados à Ecologia da Paisagem que

melhor se adequam ao estudo, planeamento e implementação de uma rede ecológica urbana.

Da análise da ocupação do solo na área de estudo, através dos ortofotomapas Google Earth,

resultou a definição de uma tipologia de manchas e corredores que preenchem os objectivos

propostos (Figura 1):

Manchas organizadas públicas (MOP): correspondem aos espaços

verdes públicos, parques e jardins de maior dimensão, inseridos num

zonamento próprio, revelando, para além do seu valor ecológico, um valor

histórico e cultural no contexto da cidade de Coimbra: OP1 Parque da

Cidade/Parque Verde Este; OP2 Parque Verde Oeste/Mosteiro de Santa Clara;

OP3 Jardim Botânico; OP4 Jardim de Santa Cruz/Av. Sá da Bandeira; OP5 Mata

do Choupal.

Manchas desorganizadas públicas/privadas (MDPP): correspondem a

todas as manchas de vegetação não ocupadas por construções,

independentemente da sua classificação em termos de PDM. Foram

identificadas 20 MDPP, apresentando-se aqui alguns exemplos: DP1 Laranjal;

DP2 Coselhas/Variante do Hospital; DP3 Boavista/Escola de Hotelaria; DP4

Pinhal de Marrocos; DP5 Quinta da Portela/Rebolim/Boavista.

A delimitação destas manchas baseou-se na continuidade que cada uma

apresentava no ortofotomapa, sem interrupções provocadas por estradas ou outras

construções.

Manchas organizadas pontuais públicas (MOPP): correspondem a

espaços verdes públicos de menor dimensão, com valor cultural ou fruto de

intervenções urbanísticas recentes, a saber: PP1 Vale das Flores; PP2 Penedo da

Saudade; PP3 Casa do Sal.

Corredores verdes urbanos (CVU): corredores multifuncionais

desenhados na área de estudo e que obedecem aos seguintes princípios:

Page 5: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física

II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física

Universidade de Coimbra, Maio de 2010

5

o Aproveitamento de linearidades existentes (ruas, caminhos de

ferro, jardins...);

o Conectividade, isto é, possibilidades de ligação entre áreas

funcionais da cidade e integração com outros meios de transporte

(metro de superfície);

o Multifuncionalidade: circulação de peões e de ciclistas em lazer,

desporto ou simples deslocação pendular;

o Desenvolvimento sustentável: optimização das condições de

conforto climático urbano, através da sombra das árvores, diminuição

do tráfego automóvel e do uso de combustíveis fósseis;

o Restabelecimento da conectividade ecológica entre manchas,

quebrada por construções de vários tipos ao longo das últimas décadas;

o Integração da rede do Metro Mondego na rede de CVU,

possibilitando uma articulação entre o Metro e a bicicleta.

Foram assim definidos os seguintes CVU: CVU1 Rio Mondego; CVU2 HUC/Jardim

Botânico; CVU3 Casa Branca/Vale das Flores; CVU4 HUC/Choupal; CVU5 Solum/Parque

Verde; CVU6 Elíso de Moura/Solum; CVU7 Olivais/Jardim Botânico; CVU8

Universidade/Praça da República/Parque da Cidade.

Corredores ecológicos (CECO): este conceito de corredor ecológico no

contexto de uma rede ecológica urbana decorre da necessidade de manter ou

restabelecer a conectividade entre manchas dentro da matriz urbana ou entre

estas manchas e a área rural envolvente da matriz urbana.

No entanto, ao contrário dos CVU, estes corredores ecológicos têm apenas uma

função ecológica. Pode tratar-se de simples faixas estreitas de vegetação espontânea

ou plantada, mais ou menos diversa, entre manchas ou, nos casos mais frequentes,

ruas arborizadas, ou ainda espaços livres de construção que, pela sua localização, são a

única ligação entre duas manchas, mas com necessidade de plantio.

Neste contexto, a definição de possíveis corredores ecológicos obedeceu aos

seguintes pressupostos:

o Omnipresença do grande corredor ripícola do rio Mondego. A

área de estudo seleccionada é enquadrada a Sul, Sudoeste e Oeste por 11,5

km do curso inferior do Mondego, dos quais 70% mantêm uma estrutura

ripícola bem conservada e dinâmica;

o Corredores existentes, possibilitando a ligação entre duas

Page 6: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

Tema 3 – Geodinâmicas: entre os processos naturais e socioambientais

6

manchas;

o Necessidade de assegurar a conectividade futura entre manchas

ainda contíguas, mas ameaçadas pela construção;

o Necessidade de restabelecer a conectividade entre manchas,

quebrada pela densidade da construção;

o Necessidade de assegurar a conectividade entre o grande

corredor ripícola do rio Mondego e manchas contíguas nas duas margens;

o Necessidade de assegurar a conectividade entre manchas

separadas por zonas densamente construídas.

Figura 1 – Amostra da rede ecológica de Coimbra 1 Mancha organizada pública (MOP); 2 Mancha desorganizada pública/privada (MDPP); A Corredor

ecológico (CECO); B Corredor ecológico Rio Mondego; C Corredor verde urbano (CVU); D Metro Mondego.

3.1 Análise de viabilidade das manchas

Para analisar a viabilidade das manchas, depois de seleccionadas as cinco manchas

referidas na introdução e os parâmetros necessários, elaborou-se um quadro-resumo

(Anexo – Quadro I) com os registos resultantes do trabalho de campo e da análise

cartográfica.

1

1

1

2

2 A

B

C

D

N

0 200m

200

Page 7: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física

II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física

Universidade de Coimbra, Maio de 2010

7

Os parâmetros constantes no quadro-resumo I permitem-nos avaliar cada

mancha de vegetação em quatro aspectos fundamentais: caracterização física;

estrutura e diversidade; contexto na matriz; grau de intervenção humana.

3.1.1 Caracterização física das manchas

Da sobreposição das manchas na carta geológica por nós elaborada constatou-se

que as manchas D4 e D15 assentam numa estrutura de conglomerados de diferentes

formações, sendo D17 e O4 implantados sobre calcários; O5 desenvolve-se em

aluviões.

No que concerne à declividade, a maioria das manchas apresenta-se em declives

nas classes 5-15 e 15-25, exceptuando O5, inferior a 2%.

Da análise das exposições resulta que D4 apresenta exposições aos quadrantes

Norte e Sul, com implicações óbvias na cobertura vegetal, como adiante se fará

referência. A mancha D15 está exposta ao quadrante Sul, a D17 ao quadrante Norte, a

O4 ao quadrante Oeste e O5, sendo plana, tem uma exposição total.

Em termos de área, verifica-se que O5 é o de maior dimensão (1,04 km2) e O4 o de

menor dimensão (0,09 km2), sendo a dimensão média de 0,51 km2. Será de referir que

D17, não tendo a maior área, apresenta o maior perímetro (10,4 km), com implicações

directas no índice de forma, devido à sua maior irregularidade.

3.1.2 Estrutura e diversidade

Os levantamentos e contagens da cobertura vegetal em amostras aleatórias

definidas dentro de cada mancha possibilitaram a definição dos índices de diversidade

de Shannon e de Simpson, constatando-se que O5 apresenta o valor mais elevado no

índice de Shannon (1,03) e D15 o valor mais baixo (0,4). No que se refere ao índice de

Simpson, constatou-se que O5 apresenta também o valor mais elevado (0,9) e D15 o

valor mais baixo (0,05). Ou seja, os de maior valor contêm maior diversidade

específica.

Em termos de estrutura vertical da vegetação, um parâmetro importante

porque permite avaliar a diversidade e a tipologia de habitats, registou-se que O5

apresenta o maior número de estratos (5) e D4 o menor (2).

3.1.3 Contexto da mancha na matriz

A análise das manchas tem que ter em consideração o seu posicionamento no

contexto da matriz. Nesse sentido optou-se por analisar a forma, a distância à mancha

mais próxima e o número de acessos.

Page 8: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

Tema 3 – Geodinâmicas: entre os processos naturais e socioambientais

8

O cálculo do índice de forma permitiu verificar que D17 apresenta o valor mais

elevado (0.28), sendo portanto a mancha mais regular na forma e, assim, com menos

efeito de orla. Pelo contrário, D15 e O4 apresentam-se como os mais irregulares, com

valores que rondam os 0.2 de índice de forma, verificando-se um efeito de orla maior,

logo, maior vulnerabilidade.

O número médio de acessos é de 11, destacando-se pela positiva o O5, com apenas

3 acessos e, pela negativa D15, com 12 acessos, com implicações também em termos

de vulnerabilidade.

3.1.4 Grau de intervenção humana (hemerobia)

A importância ecológica de uma mancha decorre também do maior ou menor grau

de intervenção humana, a qual se pode medir pela posição no contexto da matriz (já

analisada no ponto anterior) e também pela percentagem de espécies nativas e

exóticas, de onde se concluirá a hemerobia.

Optou-se por classificar a hemerobia de acordo com Steinhardt e al. (1999) de 1

(mínima) a 3 (máxima).

Uma vez que estamos a trabalhar numa matriz urbana, são expectáveis valores

elevados (2 e 3). Verificou-se então hemerobia máxima nas manchas O4 e O5. No caso

de O5, este valor máximo contrasta com o baixo número de acessos (3), sendo de

referir que se trata de uma mancha resultante de uma intervenção humana efectuada

por Estêvão Cabral aquando da regularização do rio Mondego (início séc. XIX).

3.2 Análise de viabilidade dos corredores ecológicos

Aos corredores ecológicos aplica-se a mesma metodologia de análise de viabilidade

aplicada às manchas, embora com algumas variáveis específicas para corredores, a

saber: a largura média, a continuidade, o número de interrupções e a conectividade.

Foram então seleccionados 4 corredores ecológicos representativos da maioria dos

pressupostos em que se baseou o seu levantamento e já enunciados no ponto 3.

Tal como para as manchas, analisou-se a viabilidade dos corredores ecológicos nos

mesmos quatro aspectos, compilados no quadro-resumo II (Anexo – Quadro II).

3.2.1 Caracterização física dos corredores.

Em termos geológicos, dos quatro corredores analisados, O CECO Mondego e o

CECO 35 desenvolvem-se sobre aluviões, o CECO 32 sobre aluviões e sobre areias

vermelhas do Estádio e, finalmente, o CECO 51 sobre calcários dolomíticos.

Page 9: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física

II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física

Universidade de Coimbra, Maio de 2010

9

Da análise da declividade, o CECO Mondego e o CECO 35, como corredores ripícolas

típicos implantados já no sector inferior do curso de água principal (Mondego),

registam menos de 2% de declive e exposição total, variando os restantes dois

corredores entre 5 e 25%, expostos a Sul (CECO 32) e a Oeste (CECO 51).

A dimensão destes corredores foi também estudada, sobretudo em termos de

comprimento e de largura média. Assim, o CECO Mondego apresenta-se com uma

dimensão que podemos adjectivar de estrutural neste sistema de manchas e

corredores, com um comprimento de 11,5 km e uma largura média de 160 m

(englobando o canal fluvial e a galeria ripícola que, em algumas zonas tem mais de 30

m de largura em cada margem). Os restantes três corredores observados variam entre

os 250 e os 500 metros de comprimento e entre os 30 e os 40 metros de largura,

dimensões dentro dos valores observados empiricamente para a generalidade dos

corredores ecológicos cartografados.

3.2.2 Estrutura e diversidade

A observação e registo da cobertura vegetal dos corredores permitiram obter dados

relativos à estrutura estratigráfica e à diversidade da vegetação. Estes últimos foram

condensados nos índices de diversidade de Shannon e de Simpson.

Assim, entre os quatro corredores observa-se alguma uniformidade de valores nos

dois índices, entre 0.70 e 0.79 (I.D. Simpson) e 0.58 e 0.68 (I.D. Shannon), o que

representa uma diversidade interessante do ponto de vista do valor ecológico,

sobretudo tendo em consideração o meio urbano.

O valor ecológico destes corredores assenta também na sua estrutura vertical.

Nenhum destes apresenta menos de três estratos, com uma predominância do estrato

arbóreo e arbustivo em termos de área ocupada.

3.2.3 Contexto na matriz

A própria selecção dos corredores ecológicos decorre da sua localização no

contexto da matriz. A este nível, numa análise de viabilidade, optou-se por quantificar

o número de conexões no contexto da rede ecológica.

Naturalmente, o CECO Mondego, pela sua dimensão estrutural, apresenta o maior

número de conexões, não só com manchas, mas também com corredores verdes

urbanos e outros corredores ecológicos. Os restantes três corredores registam entre

uma e três conexões com outros elementos da rede ecológica.

Page 10: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

Tema 3 – Geodinâmicas: entre os processos naturais e socioambientais

10

3.2.4 Grau de intervenção humana

O valor ecológico destes corredores, decorrente em grande medida da estrutura e

diversidade da cobertura vegetal, depende em última análise do grau de intervenção

humana, sobretudo num contexto urbano como este.

Assim, para estes corredores ecológicos teve-se em consideração a continuidade

(percentagem do corredor sem interrupções), o número de interrupções e a proporção

de vegetação nativa, podendo-se assim obter o grau de hemerobia (estimado).

Novamente a urbanização teve o seu papel nas alterações ao longo do tempo em

cada corredor. Todos, à excepção do CECO51, apresentam uma hemerobia média (2),

sublinhando-se o facto de registarem mais de 50% de cobertura por espécies nativas

(valor tendencialmente mais elevado nos corredores ripícolas). No CECO 32, este valor

poderia ser mais elevado ainda, se não acontecesse uma infestação de Acacia mimosa

em vários estratos, ocupando cerca de 60% do corredor.

4. A rede ecológica da Cidade de Coimbra

Sendo a concepção de uma rede ecológica para a cidade de Coimbra o fim último

dos estudos abordados no presente trabalho, chegou-se então a uma proposta de

design de rede ecológica em função dos levantamentos e estudos de viabilidade de

manchas e corredores, com tipologias e funcionalidades enunciadas em pontos

anteriores.

Page 11: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física

II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física

Universidade de Coimbra, Maio de 2010

11

Figura 2 – Rede Ecológica da Cidade de Coimbra Legenda: 1- Manchas organizadas públicas (MOP); 2- Manchas desorganizadas públicas/privadas

(MDPP); 3- Manchas organizadas pontuais públicas (MOPP); A- Corredores ecológicos (CECO); B- Corredor ecológico Rio Mondego; C- Corredores verdes urbanos (CVU); D- Metro Mondego.

São de destacar os seguintes aspectos essenciais na concepção desta proposta de

rede:

Manchas verdes desorganizadas: será importante tomar medidas para

a preservação de determinadas manchas, nomeadamente no flanco Leste da

cidade (conectividade com a área florestal adjacente), no flanco Sul (Pinhal de

Marrocos/Polo II, pelo equilíbrio edafo-climático de parte da vegetação) e no

flanco Norte e Noroeste, ao longo do corredor ripícola da ribeira de Coselhas e

vertentes adjacentes);

Corredores ecológicos: estes corredores são, na sua maioria, resquícios

de manchas entretanto urbanizadas, pelo que deverão ser protegidos e, em

alguns casos, intervencionados em termos de controlo de espécies infestantes

e plantio de espécies nativas;

Corredores verdes urbanos: estes CVU foram concebidos de forma integrada

com o projectado Metro Mondego, promovendo a circulação de peões e ciclistas entre

Page 12: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

Tema 3 – Geodinâmicas: entre os processos naturais e socioambientais

12

várias áreas funcionais da cidade e com várias funções, um conceito abordado

anteriormente. Nesse sentido, afigura-se como principal dificuldade a necessidade de

infra-estruturas (ciclovias e travessias seguras para peões e ciclistas e plantio de

árvores ao longo de alguns trechos destes CVU, de modo a preservar a sua função de

ligação ecológica, estética e de conforto).

Numa perspectiva de aplicação prática, verificámos que em algumas artérias as

alterações a executar são fáceis de realizar e com baixos investimentos, noutras,

contudo, as alterações serão mais difíceis e com custos mais elevados. Depois de

analisarmos diferentes possibilidades de alteração da circulação nas áreas

correspondentes aos CVU, seleccionámos para ensaio de intervenção o sector que

corresponde à Rua de Tomar do CVU 2, ligando a Universidade de Coimbra aos HUC.

Na rua em causa existem duas faixas de circulação, uma em cada sentido, com

estacionamento em ambos os lados, sendo num dos sentidos feito em espinha e no

outro paralelamente à via. A via está arborizada com algumas falhas, não permitindo

um contínuo de copas imprescindível a um CVU plenamente funcional. Propomos

assim as seguintes transformações: reposição das árvores em falta; transformação do

estacionamento em espinha em estacionamento paralelo; deslocamento do

estacionamento 70cm em cada sentido para o eixo da via e ocupação do espaço assim

libertado com uma ciclovia em cada sentido (Figura 3). Ressalva-se, que a passagem do

Metro Mondego, nesta via, poderá inviabilizar esta solução;

Figura 3 – Proposta de intervenção na rua de Tomar (CVU2)

Hortas e jardins particulares: o conceito de hortas urbanas tem vindo a

ganhar espaço próprio no planeamento urbano moderno (Telles, 1996). Em

Coimbra, observando a rede ecológica proposta, notam-se alguns

desequilíbrios, sobretudo nas áreas mais densamente urbanizadas e mais

antigas (Bairros de Celas, Olivais e Norton de Matos). Nesses espaços, os

próprios jardins das moradias desempenham um papel importante em termos

Page 13: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física

II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física

Universidade de Coimbra, Maio de 2010

13

ecológicos. Por sua vez, a promoção de hortas urbanas deverá ser encarada

como contributo ecológico e sócio-económico importante.

5. CONCLUSÕES

O Centro Urbano de Coimbra apresenta uma matriz que se caracteriza pela elevada

fragmentação, com um padrão diversificado, com espaços de vegetação organizados,

até aos completamente desorganizados, passando pelos que resultam do abandono da

prática agrícola. Muitos destes espaços, embora ameaçados, apresentam-se bem

conservados, observando-se uma elevada biodiversidade, em que a vegetação nativa

coabita com a vegetação introduzida. É ainda possível encontrar algumas manchas

com áreas centrais bastante preservadas e ricas em avifauna, répteis e pequenos

roedores, embora noutras manchas o efeito de orla seja mais notório.

Os índices utilizados deram indicações suficientes em relação à estrutura das

manchas e da sua biodiversidade. As manchas analisadas têm uma dimensão suficiente

para manterem a sua sustentabilidade, contudo a pressão antrópica a que estão

sujeitas indiciam a necessidade de corredores que permitam a manutenção da sua

estabilidade.

Os conceitos desenvolvidos revelaram uma grande aplicabilidade ao território em

estudo. Coimbra, apesar da pressão urbanística das últimas décadas, conservou uma

matriz que permite a implantação de uma rede ecológica multifuncional devidamente

consagrada em PDM e alicerçada na sustentabilidade dos transportes alternativos e na

preservação de uma estrutura ecológica na matriz urbana, conservando as manchas

consideradas fundamentais e a conectividade entre elas através de corredores

ecológicos.

Page 14: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

Tema 3 – Geodinâmicas: entre os processos naturais e socioambientais

14

BIBLIOGRAFIA:

Almeida, A. C. – “Dunas de Quiaios, Gândara e Serra da Boa Viagem – Uma Abordagem

Ecológica da Paisagem” - Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1995

Alcoforado, Maria J. & al. – “Metodologias de análise e de classificação das paisagens”

- Finisterra, Vol. XXXVI, 72, pp.157 a 158, Lisboa, 2001

Baschak, Laurence A.; Brown, Robert D., – “Na ecological Framework for the planning,

design and management of urban river greenways” – Landscape and Urban

Planning 33 – 1995, pp.211 – 225

Cunha, L.; Soares, A.; Tavares, A.; Marques, J. – “O “julgamento” geomorfológico de

Coimbra. O testemunho dos depósitos quaternários”, Cadernos de Geografia, Nº

especial, 15 – 26.

Forman, R.; Gordon M. – “Landscape Ecology” - New York, John Wiley, 1986

Cook, Edward A. – “Landscape structure indices for assessing urban ecological

networks”, Arizona State University, Tempe, 2002

Herrmann, Bethania; Rodrigues Efraim; Lima, André – “A paisagem como

condicionadora de bordas de fragmentos florestais” – Curitiba, 2005

Penteado, H.; Alvarez, C. – “Corredores verdes urbanos: estudo de viabilidade de

conexão das áreas verdes de Vitória” – Vitória, sem data

Ramos, Isabel L. – “Indicadores de Paisagem: abordagens e perspectivas de

desenvolvimento” – CESUR, Instituto Superior Técnico, Lisboa, sem data.

Salgueiro, Teresa B. – “Paisagem e Geografia” – Finisterra, Vol. XXXVI, 72, pp.37 a 53,

Lisboa, 2001

Pinto - Correia, T. & al. - “Identificação de unidades de paisagem: Metodologia

Aplicada a Portugal continental” -Finisterra, Vol. XXXVI, 72, pp.195 a 206, Lisboa,

2001

Page 15: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física

II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física

Universidade de Coimbra, Maio de 2010

15

Rochette, António, 2004 – “Uma nova perspectiva de ordenamento do território para

o concelho de Coimbra. Uma abordagem segundo a “filosofia” dos Corredores

Verdes”. Cadernos de Geografia, FLUC, nº 21/23, (2002-2004), Coimbra, pp. 67-78.

Soares, A. Ferreira Soares et al. - “Folha 19-D (Lousã) da Carta Geológica de Portugal

na escala 1/50.000 e respectiva Notícia Explicativa”. INETI- Departamento de

Geologia. 2007

TELLES, Gonçalo Ribeiro, 1996, Um Novo Conceito de Cidade: a Paisagem Global.

Matosinhos, Contemporânea Editora Ldª, Câmara Municipal de Matosinhos.

Valente, R. – “Análise da estrutura da paisagem” São Paulo, 2001.

Page 16: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

Tema 3 – Geodinâmicas: entre os processos naturais e socioambientais

16

ANEXOS

Quadro I – Caracterização das manchas de vegetação

D4 D15 D17 O4 O5

Pinhal Marrocos

Polo II Malheiros

Circular Externa Norte

Sereia – Sá da Bandeira

Choupal

Geologia Conglomerados, form. de Castelo

Viegas

Conglomerados, form. da Conraria

Calcários de Cbr., calc. dolomíticos,

aluviões

Calcários de Cbr, calcários

dolomíticos Aluviões

Declive (%) 5-15, 15-25 15-25 5-15, 15-25 5-15 <2

Exposição N, NE, S S, SW NW, N, NE W, NW Plano

Área (km2)/méd. 0.45 (0.51) 0.18 (0.51) 0.78 (0.51) 0.09 (0.51) 1.04 (0.51)

Perímetro (km) 6.5 3.3 10.4 2.5 8.6

Índice forma 0.24 0.19 0.28 0.2 0.21

Dist. vizinho mais prox. (km)/ média

0.4 (0.18) 0.02 (0.18) 0.01 (0.18) 0.25 (0.18) 0.22 (0.18)

Número acessos 11 12 11 11 3

Hemerobia (1 a 3) 2 2 2 3 3

Vegetação de referência (amostra da mancha)

Espécie nº ind

Espécie nº ind

Espécie nº ind

Espécie nº ind

Espécie nº

ind.

- Sobreiro, carvalho - Eucalipto - Pinheiros manso, pinheiro bravo - Tojo, urze, cistus, rosmaninho...

50 40 10

60

- Eucalipto - Pinheiro - Sobreiro, carvalho - Gramíneas

40 10 5

90

- Pinheiro - Sobreiro, carvalho - Eucalipto - Oliveira - Ripárias (freixo, amieiro, salgueiro, canavial...) - Gramíneas

20 30 10 20 20

70

- Cedro - Choupo - Espécie X - Plátanos - Palmeiras - Gramíneas

40 10 50 20 10 20

- Plátanos - Eucaliptos - Choupos - Lódão, cedro, amoreira... - Ripárias (amieiro, freixo, salgueiro...) - Ulmeiro - Loureiro

30 30 30 30

30

25 40

Estrutura vertical

Nº estratos

2 % Nº

estratos 3 % Nº

estratos

4 % Nº estratos

3 % Nº estratos

5 %

Arbóreo

Sub-arbóreo

Arbustivo

Sub-arbustivo

Herbáceo

70

--

90

--

--

Arbóreo

Sub-arbóreo

Arbustivo

Sub-arbustivo

Herbáceo

50

--

--

30

80

Arbóreo

Sub-arbóreo

Arbustivo

Sub-arbustivo

Herbáceo

50

--

60

70

80

Arbóreo

Sub-arbóreo

Arbustivo

Sub-arbustivo

Herbáceo

30

50

--

--

20

Arbóreo

Sub-arbóreo

Arbustivo

Sub-arbustivo

Herbáceo

80

80

70

60

90

Espécies nativas (%)

80 30 80 10 20

Ind. div. Simpson 0.29 0.05 0.06 0.06 0.9

Ind. div. Shanon 0,9 0,4 0,9 0,7 1,03

Page 17: A rede ecológica da cidade de Coimbra- Contributo para uma

VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física

II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física

Universidade de Coimbra, Maio de 2010

17

Quadro II – Caracterização dos corredores ecológicos

CECO Mondego CECO32 CECO35 CECO51

Rio Mondego Polo 2 Arregaça-Laranjal HUC-Pediátrico novo

Geologia Aluviões Aluviões, areias

vermelhas do Estádio Aluviões Calcários dolomíticos

Declive (%) <2 15-25 <2 5-15

Exposição Plano S Plano W

Área (km2) 1.84 0.02 0.01 0.02

Largura média (km) 0.16 0.04 0.03 0.04

Comprimento (km) 11.5 0.5 0.25 0.4

Continuidade (%) 70 70 90 80

Nº interrupções 5 3 1 3

Conectividade DP5, DP1, OP2, OP3, OP5, CVU1, 8 CECOs

14 DP5, DP4, CVU1 3 DP19, DP1 2 DP17 1

Hemerobia (1 a 3) 2 2 2 3

Vegetação de referência (amostra do corredor)

Espécie nº

ind. Espécie

nº ind.

Espécie nº

ind. Espécie

nº ind.

Alnus glutinosa Fraxinus angusti Salix atrocinerea Salix alba Acacia mimosa

5 5

30 30 10

Pinheiro Carvalho Sobreiro Acácia Oliveira

40 40 50 60 40

Salgueiro negro Salgueirobranco Ulmeiro Choupo Plátano

30 30 20 40 10

Eucalipto Pinheiro Cedro Choupo Acácia

20 20 5

10 10

Estrutura vertical

Nº estratos 3 % Nº estratos 4 %

Nº estratos 4 %

Nº estratos 3 %

Arbóreo

Sub-arbóreo

Arbustivo

Sub-arbustivo

Herbáceo

20

80

40

Arbóreo

Sub-arbóreo

Arbustivo

Sub-arbustivo

Herbáceo

80

50

70

50

20

Arbóreo

Sub-arbóreo

Arbustivo

Sub-arbustivo

Herbáceo

50

80

40

70

Arbóreo

Sub-arbóreo

Arbustivo

Sub-arbustivo

Herbáceo

90

--

40

--

80

Espécies nativas (%) 80 50 50 10

Ind. div. Simpson 0.70 0.79 0.77 0.76

Ind. div. Shannon 0.58 0.68 0.66 0.65