a qualidade dos produtos orgânicos e o nível · pdf filea entrevista foi...
TRANSCRIPT
1
A QUALIDADE DOS PRODUTOS ORGÂNICOS E O NÍVEL DE CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO DE PALMAS SOBRE OS BENEFÍCIOS DE SEU USO NA
ALIMENTAÇÃO DIÁRIA
DEMELO Érica, AGUIAR José Mauro, SILVA Mayani, GUEDES Wilton Alves Orientador: Professor MS.c Flávio Pacheco
RESUMO
Todos desejam alimentos saudáveis e o Ministério da Agricultura procura através de suas normas, direcionarem a produção em conformidade com os métodos consagrados internacionalmente; tudo isso, visando à segurança e qualidade dos alimentos produzidos industrialmente e com avaliação isenta das instituições certificadoras. Para manter o corpo em equilíbrio e a saúde em dia é fundamental uma alimentação saudável. Torna-se necessário o conhecimento de que o termo orgânico se refere à maneira como produtores cultivam e processam produtos agrícolas, tais como frutas, verduras, cereais, laticínios e carnes. Sendo os solos a base do trabalho orgânico ao quais resíduos são reintegrados: esterco, restos de verduras, folhas, aparas, etc., e devolvidos aos canteiros para que sejam decompostos e transformados em nutrientes para as plantas. As técnicas de produção orgânica são destinadas a incentivar a conservação do solo e da água e reduzir a poluição visando o desenvolvimento sustentável. Tendo em vista o objetivo de identificar os hábitos de consumos de parte da população de Palmas, e seu grau de conhecimento em relação aos benefícios de uso de produtos orgânicos, mensurou-se tal informação, a partir dos dados relacionados na pesquisa quantitativa e abordagem feita através de um questionário de perguntas e respostas sugeridas com entrevistas pessoais. Compreenderam que existe a necessidade de sensibilizar, dentro dos parâmetros da educação ambiental, os consumidores através de ações eficazes, de tal forma que o poder público atue como parceiro na orientação aos produtores e na disseminação do conhecimento sobre os benefícios do consumo de produtos orgânicos garantindo a produção sustentável concernente ao meio ambiente.
PALAVRAS-CHAVE: Produtos Orgânicos; Desenvolvimento Sustentável; Educação Ambiental.
2
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos tempos, o uso indiscriminado de agrotóxicos na produção de
alimentos vem causando preocupação pelos danos causados ao meio ambiente e
a saúde das pessoas. Baseado nessa análise há uma preocupação crescente em
consumir produtos que não utilizem fertilizantes sintéticos solúveis, agrotóxicos e
transgênicos, em seu sistema de produção.
Observa-se que uma alimentação saudável baseia-se na qualidade dos
alimentos consumidos, buscando sempre colocar em seu cardápio produtos que
tragam benefícios para sua saúde. Um cardápio diário ao qual está incluso
produtos orgânicos possui a qualidade desejada de uma boa alimentação, desse
modo, torna-se necessário identificar o grau de conhecimento da população
palmense em relação aos benefícios do uso de produtos orgânicos.
Este trabalho teve por objetivo identificar os hábitos de consumos da
população palmense, e o grau de conhecimento sobre os benefícios do uso de
produtos orgânicos. Dentro de uma pesquisa quantitativa, a abordagem foi feita
através de um questionário de perguntas e respostas sugeridas com entrevistas
pessoais. A abordagem foi baseada em amostras de conveniência em empresas e
faculdade.
A entrevista foi direcionada para dar condições de mensuramento ao
assunto abordado. Os dados obtidos foram anotados em questionários pré-
estabelecidos e depois tabulados em gráficos.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 História da agricultura orgânica
2.1.1 Do Século XIX à década de 1960
Segundo Planetaorganico (2010) a agricultura moderna tem sua origem
ligada às descobertas do século XIX, a partir de estudos dos cientistas Saussure
(1797-1845), Boussingault (1802-1887) e Liebig (1803-1873), que derrubaram a
3
teoria do húmus, na qual as plantas obtinham seu carbono a partir da matéria-
orgânica do solo.
No início do século XX, Louis Pasteur (1822-1895), Serge Winogradsky (1856-1953) e Martinus Beijerinck (1851-1931), precursores da microbiologia dos solos, dentre outros, contribuíram com mais fundamentos científicos que fizeram uma contraposição às teorias de Liebig, ao provarem a importância da matéria orgânica nos processos produtivos agrícolas (Ehelrs apud PLANETAORGANICO, 1996, p.24-25).
Contudo, mesmo com o surgimento de comprovações científicas a
respeito dos equívocos de Liebig, os impactos de suas descobertas haviam
extrapolado o meio científico e ganhado força nos setores produtivo, industrial e
agrícola, abrindo um amplo e promissor mercado: o de fertilizantes "artificiais"
(Frade apud PLANETAORGANICO, 2000, p.17).
Entretanto, esse modelo de agricultura a partir da década de 60
começava a dar sinais de sua exaustão: desflorestamento, diminuição da
biodiversidade, erosão e perda da fertilidade dos solos, contaminação da água, dos
animais silvestres e dos agricultores por agrotóxicos passaram a serem
decorrências quase inerentes à produção agrícola (Ehelrs apud
PLANETAORGANICO, 1993).
Conforme os autores acima a agricultura tradicional que utilizava os
fertilizantes artificiais nos processos produtivos, a ciência e a tecnologia
desencadearam o uso irrefreado e irracional dos recursos naturais. Porém nos
anos 60 esses recursos começam a escassear.
Ao tratar do uso indiscriminado de substâncias tóxicas na agricultura, em
pouco tempo a obra de Carson tornou-se mais do que um "best seller" nos EUA: foi
também um dos principais alicerces do pensamento ambientalista naquele país e
no restante do mundo (Ehelrs apud PLANETAORGANICO, 1993).
Logo após a publicação de Primavera Silenciosa, trabalhos como o de
Paul Ehrlich, The Population Bomb (1966) e o de Garret Hardin, Tragedy of the
Commons (1968), reforçaram a teoria malthusiana, relacionando a degradação
ambiental e a degradação dos recursos naturais ao crescimento populacional.
4
Já na década de 60 o surgimento de literaturas voltadas aos problemas
ambientais visa despertar a sociedade e provocar mudanças.
2.1.2 Décadas de 1970 e 1980
Segundo Planetaorganico (2010), no início dos anos 70 a oposição em
relação ao padrão produtivo agrícola convencional concentrava-se em torno de um
amplo conjunto de propostas "alternativas", movimento que ficou conhecido como
"agricultura alternativa".
Em 1972 é fundada em Versalhes, na França, a International Federation
on Organic Agriculture (IFOAM). Logo de início, a IFOAM reuniu cerca de 400
entidades "agroambientalistas" e foi a primeira organização internacional criada
para fortalecer a agricultura alternativa. Suas principais atribuições passaram a ser
a troca de informações entre as entidades associadas, a harmonização
internacional de normas técnicas e a certificação de produtos orgânicos (Ehlers
apud PLANETAORGANICO, 2000).
No Brasil, pesquisadores como Adilson Paschoal, Ana Maria Primavesi,
Luis Carlos Machado, José Lutzemberger, contribuíram para contestar o modelo
vigente e despertar para novos métodos de agricultura (PLANETAORGANICO,
2010)
Na década de 80, o interesse da opinião pública pelas questões
ambientais e a adesão de alguns pesquisadores ao movimento alternativo, tiveram
importantes evoluções no campo da ciência e da tecnologia.
2.1.3 De 1990 até os dias atuais
Em 1989, o Conselho Nacional de Pesquisa (NRC) - um órgão formado
por representantes da Academia Nacional de Ciências, da Academia Nacional de
Engenharia e do Instituto de Medicina, todos dos EUA, dedicou-se a um estudo
detalhado sobre a agricultura alternativa. Este trabalho culminou com a publicação
5
do relatório intitulado "Alternative Agriculture" um dos principais reconhecimentos
da pesquisa oficial a esta tendência da produção agrícola (PLANETAORGANICO,
2010)
Em 1992, com a Conferência Mundial da ECO92, no Rio de Janeiro -
Brasil, surge o conceito de sustentabilidade, que manifestou uma nova ordem
mundial que expressa a vontade das nações de conciliar ou reconciliar o
desenvolvimento econômico e o meio ambiente, em integrar a problemática
ambiental ao campo da economia (PLANETAORGANICO, 2010)
Nos contextos acima, verifica-se que há a crescente preocupação com a
escassez dos recursos naturais e que todos os países entendem as consequências
e que só com a união global é possível reverter a problemática mundial. No Brasil a
ECO 92 foi um marco no entendimento da necessidade do uso sustentável dos
recursos naturais.
Por isso, no momento atual é importante ressaltar que a agroecologia
como um novo paradigma técnico-científico, ambiental e cultural está sendo
construída de forma progressiva e desigual, com base em uma grande
multiplicidade de práticas produtivas, de ecossistemas e de estratégias
diversificadas de sobrevivência econômica (Almeida apud PLANETAORGANICO,
2001; p.43).
No Brasil é sancionada a Lei 10.831/2003 que regulamenta a produção,
armazenamento, rotulagem, transporte, certificação comercialização e fiscalização
dos produtos orgânicos. E o Decreto 6323 de 29 de dezembro de 2009 passou a
ter os critérios para o funcionamento de todo sistema de produção, desde a
propriedade rural ao ponto de venda. Ambos visam dar impulso ao setor.
Segundo folder informativo Governo Federal (2010), para facilitar a
identificação e dar mais garantias da qualidade dos produtos orgânicos, a
legislação brasileira criou o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade
Orgânica – SISORG no qual o Ministério da Agricultura passou a ser responsável
por credenciar e fiscalizar as entidades que fazem verificação se os produtos
orgânicos que vão para o mercado estão de acordo com as normas oficiais.
6
Os produtos orgânicos que são acompanhados e aprovados por essas
entidades credenciadas passam a utilizar o “Selo do SISORG”, que foi criado para
facilitar a identificação dos referidos produtos no mercado. Tal selo já começa a ser
utilizado esse ano e, a partir de 2011, só poderão ir para o mercado os produtos
orgânicos que tiverem esse selo (MAPA, 2010)
Em conformidade com os autores das fontes citadas, a sustentabilidade
e sua problemática de aspectos múltiplos (científico, político, ético), a emergência
dos problemas ambientais em escala planetária e principalmente a percepção do
risco subjacente, é latente a necessidade de mudança de hábitos na alimentação
diária da população e em seu respectivo cultivo. E para maior abrangência é
necessário a divulgação maciça dessa nova realidade.
2.2 Desenvolvimento sustentável
O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que garante a
satisfação das necessidades humanas atuais e futuras. Esta definição, proposta
em 1987 pela Comissão Internacional para o Ambiente e Desenvolvimento
(Relatório Brundtland), refletia a tomada de consciência, iniciada na década de
1970, das contradições e limites do desenvolvimento econômico. Pela primeira vez
distinguiu-se o desenvolvimento sustentável do desenvolvimento insustentável, que
põe em perigo as condições de existência das gerações futuras (BARSA, 2007).
Segundo RIBEIRO, Gustavo (Atitude Sustentável, 2010, p.03) a Lei da
Conservação das Massas, mundialmente conhecida como a Lei de Lavoisier, é
uma daquelas que aprendemos no colégio e dificilmente esquecemos ao longo da
vida. Talvez porque seja bastante fácil de entender e totalmente aplicável ao nosso
cotidiano. ”Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” é uma
frase que serve para diversas situações e que está intimamente ligada com a
sustentabilidade. O que provou Lavoisier no século 18 leva automaticamente ao
conceito recente dos três Rs, de reduzir, reutilizar e reciclar. Acho que os três Rs
são uma nova forma de entender e aplicar o que o cientista francês quis dizer há
mais de 200 anos, quando ele nem poderia imaginar que nos anos 2000 teríamos
7
que redescobrir nossa relação com a natureza e que precisaríamos levar ao pé da
letra sua célere lei.
Os produtos orgânicos vêm ocupando espaços cada vez maiores nas
prateleiras dos mercados. As feiras locais também são uma boa opção para
conhecer mais sobre esse modo de produção.
Para um produto ser orgânico é proibido usar agrotóxico e outras
substâncias sintéticas que possam contaminar o meio ambiente.
Para ter o nome de “orgânico” ou “produto orgânico” no rótulo o produto deve conter, no máximo, 5% de ingredientes não-orgânicos – e estar escritos quais são esses ingredientes. Produtos que tem uma porção maior de ingredientes não-orgânicos só podem ser chamados de “produto com ingredientes orgânicos”. A parte orgânica deve ser no mínimo, 70% (MAPA 2010, p.16-17)
Os conceitos acima julgam a relação harmoniosa e consciente do
homem e o meio ambiente. Fato de extrema urgência e necessidade, a
redescoberta de usos adequados dos recursos sustentavelmente, visando à
melhoria da qualidade de vida do ser humano e sua integração com o meio em que
vive. O consumo de produtos orgânicos fortalece a grande rede de pessoas e
instituições que trabalham em prol de uma melhor qualidade de vida para as
gerações atuais e futuras.
Os hábitos de consumo influenciam diretamente sobre como serão
produzidos os alimentos. Cabe aos consumidores valorizar e, assim, garantir que
aumentem o número de produtores que têm responsabilidades sociais e
ambientais.
2.3 Educação ambiental
“Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais” (DIAS, 1991)
Conforme Dias (2004) a preocupação com o ambiente, entretanto,
restringia-se ainda a um pequeno numero de estudiosos e apreciadores da
8
natureza-espiritualista, naturalista e outros. Patrick Geddes, escocês, considerado o
“Pai da Educação Ambiental”, já expressando com os efeitos da revolução industrial.
A educação ambiental teria como finalidade promover a compreensão da
existência e das políticas sociais, econômicas, científicas, tecnológicas, culturais e
ecológicas (DIAS, 1991).
“A educação ambiental é um processo no qual todos nós somos
aprendizes e professores” (LEFF, 2003, p.57)
Segundo os autores acima a educação ambiental é processo pelo qual o
cidadão e a sociedade constroem os valores interagindo com meio. E deve-se
assim, colocar em prática princípios e estratégias do ecodesenvolvimento, mesmo
sendo algo complexo e difícil.
2.3.1 Histórico da Educação Ambiental
No Brasil, poucos intelectuais cuidavam do assunto sem referência na
Constituição Brasileira de 1891, devido a forte pressão extrativista européia sobre
nossos recursos (DIAS, 2003).
Segundo Dias (2003), as grandes catástrofes como a de Londres
(1952), que matou 1600 pessoas devido a poluição, desencadeou discussões em
vários países, inclusive EUA.
Em 1962, Rachel Carson, lançava seu livro Primavera Silenciosa, que se
tornou um clássico na história do movimento ambientalista mundial. E em 1968, o
Clube de Roma, formado por 30 especialistas de diversas áreas com o objetivo de
promover a discussão da crise atual e futura da humanidade então publica o
Relatório Os Limites Do Crescimento (DIAS, 2003).
A Conferência De Estocolmo, 1972, foi um marco histórico-político
internacional, que chamou a atenção do mundo para os problemas ambientais e
gerou A Recomendação numero 96 que reconhecia o desenvolvimento da E.A
como o elemento crítico para o combate à crise ambiental (DIAS, 2003).
9
No Brasil criou-se o SEMA, devido pressões do Banco Mundial, com
apenas três funcionários. A Carta De Belgrado expressava a necessidade do
exercício de uma nova ética global. E no Brasil apenas protocolos de intenções
(DIAS, 2003).
De acordo com Dias, o mundo começa a despertar para a problemática
ambiental, infelizmente, apenas depois de acontecer grandes catástrofes em vários
países. E no Brasil mesmo assim a legislação “engatinha”
Em 1975, A Conferência De Tbilisi, a primeira conferência
intergovernamental sobre educação ambiental, definiu princípios, recomendações
e estratégias e ainda solicitou intercâmbio de pesquisas etc. enquanto que na
Constituição Brasileira de 1988 somente contemplava um capítulo sobre o
ambiente e artigos afins (DIAS, 2003).
Em 1989, criou-se o IBAMA, mas sem investimento em capacitação
profissional e somente a Rio – 92 corroborariam as premissas de Tbilisi e nos
Moscou acrescentando a necessidade de esforços de capacitação de recursos
humanos para a área. E com a formulação do Programa Nacional De Educação
Ambiental – PRONEA, em 1994, que a E.A viverá um período fértil a despeito das
dificuldades (DIAS, 2003).
No fundo o que EA pretende é desenvolver conhecimento, habilidades e
motivação para adquirir valores, mentalidades e atitudes necessários para lidar
com questões ambientais e encontrar soluções sustentáveis.
3. METODOLOGIA
3.1 Objeto de estudo
Este trabalho teve como objeto de estudo a aplicação de questionários,
com o registro das respostas dos estudantes e funcionários das empresas e a
posterior tabulação dos formulários de perguntas e respostas favorecendo a
análise dos resultados.
10
3.2 Método
3.2.1 Pesquisa
Para realização deste trabalho foi utilizado o método de pesquisa
bibliográfica, pesquisa descritiva com abordagem quantitativa com aplicação de
questionário com perguntas fechadas a acadêmicos e funcionários das empresas
visitadas.
Na pesquisa bibliográfica foram utilizados periódicos, folhetos
informativos, livretos e sites da internet.
A pesquisa descritiva foi efetuada através de questionário fechado
aplicado aos acadêmicos dos cursos ambientais no Campus II da FACTO e
funcionários das algumas empresas privadas visitadas, devido facilidade de coleta.
3.2.2 A população e a amostra
O universo de estudo do trabalho é a população de Palmas restringindo
aos acadêmicos do Campus Ambiental da Faculdade Católica do Tocantins e
funcionários de empresas do ramo de suporte em equipamento de informática. A
amostra foi escolhida por conveniência, na qual os dados foram coletados na
faculdade e nas empresas, citados acima, devido à facilidade de coleta.
3.2.3 Dados objetivos
A entrevista fechada permite que o próprio entrevistado seja direcionado
a responder dentro de um universo fixo de respostas, facilitando assim a tabulação
de resultado e análise gráfica.
Diante da aplicação do questionário fechado foi possível mensurar os
dados obtidos de forma gráfica facilitando a análise de resultados face ao objetivo
proposto.
11
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Os dados obtidos durante a entrevista foram anotados e tabulados. Os
valores foram confrontados de forma a identificar as ocorrências das respostas de
forma a permitir a representação gráfica.
Figura 1: Conhecimento do entrevistado sobre a diferença entre produto orgânico e tradicional Fonte: Da pesquisa de campo (2010)
Na figura 1 é possível notar que a maior parte dos entrevistados,
totalizando 69% sabe a diferença entre produtos orgânicos e não orgânicos
apresentando 1% de abstenção do total de entrevistados.
Figura 2: Preferência do entrevistado em relação ao consumo de Produtos Orgânico ou Tradicional Fonte: Da pesquisa de campo (2010)
12
Na figura 2 preferência pelo uso de produtos orgânicos na alimentação
dos entrevistados atinge a casa dos 75%. Sendo que 20% utilizam outras formas
de alimentação, incluindo a tradicional. Registra-se ainda o percentual de 6% de
entrevistado sem opinião formada.
Figura 3: Conhecimento do entrevistado sobre o hábito de consumir produtos orgânicos. Fonte: Da pesquisa de campo (2010)
Na figura 3 o hábito praticado pelos entrevistados que consomem
produtos orgânicos atinge a casa dos 51% em contrapartida com os 46% daqueles
que não consomem. Registra-se ainda o percentual de 3% sem opinião formada.
Figura 4: Conhecimento da razão pela qual os entrevistados não consomem produtos orgânicos. Fonte: Da pesquisa de campo (2010)
13
Na figura 4 dentre as razões apresentadas aos entrevistados o preço
mostrou com percentual de escolha de 45% ser o principal motivo que limita ao
não consumo de produtos orgânicos, ficando com 44%, em segundo lugar, ser
indiferente o produto orgânico do tradicional. Ressaltando que apenas 8% referem-
se à qualidade do produto não ser fator relevante para o consumo. Registra-se
ainda o percentual de 3% sem opinião formada.
Figura 5: Conhecimento da razão pela qual os entrevistados consomem produtos orgânicos. Fonte: Da pesquisa de campo (2010)
Na figura 5 dentre as razões apresentadas aos entrevistados a
qualidade mostrou com percentual de escolha de 42% ser o principal motivo que
incentiva ao consumo de produtos orgânicos, ficando empatado em 15%, os
motivos de preservação ambiental e não saber identificar a importância. Registra-
se ainda o percentual de 28% sem opinião formada.
14
Figura 6: Conhecimento do entrevistado na identificação do produto orgânico. Fonte: Da pesquisa de campo (2010)
Na figura 6 a maioria dos entrevistados, atingindo 56% não possui
conhecimentos para identificar as características que definem o produto orgânico,
enquanto que 40% conseguem definir e identificá-lo. Registra-se ainda o
percentual de 4% sem opinião formada.
Figura 7: Conhecimento do entrevistado sobre o órgão responsável pelo controle da qualidade do produto orgânico.
Fonte: Da pesquisa de campo (2010)
Na figura 7 a maioria dos entrevistados, atingindo 59% (MAPA,
Secretaria de Agricultura), não possui conhecimentos dos responsáveis pelo
controle de qualidade, apenas 29% reconhecem que o papel de controle de
15
qualidade cabe às empresas certificadoras. Registra-se ainda o percentual de 12%
sem opinião formada.
Figura 8: Conhecimento do entrevistado sobre o valor de mercado dos produtos orgânicos Fonte: Da pesquisa de campo (2010)
Na figura 8 dos entrevistados 48% manifestam-se desfavoráveis ao
preço final praticado contra os 46% que afirmam ser justo o valor de mercado.
Registra-se ainda o percentual de 6% sem opinião formada.
Figura 9: Conhecimento do entrevistado sobre sua relação ambiental e um futuro sustentável. Fonte: Da pesquisa de campo (2010)
16
Na figura 9 a maioria dos entrevistados entende ser de suma
importância ter consciência sobre seu papel social em prol de uma melhor
qualidade de vida para gerações atuais e futuras, com 91% confirmando que
pensam no futuro, em contrapartida 9% não demonstram se importar com o meio
ambiente.
Figura 10: Conhecimento do entrevistado sobre a contribuição do consumo produto orgânico para o preservação do meio ambiente de forma sustentável. Fonte: Da pesquisa de campo (2010)
Na figura 10 a consciência ambiental dos entrevistados pode ser
confirmada com o percentual de 90% ratificando a contribuição do consumo de
produto orgânico para a preservação do meio ambiente sustentavelmente, em
contrapartida a 6% que acredita não contribuir. Registra-se ainda o percentual de
4% sem opinião formada.
17
Figura 11: Conhecimento do entrevistado sobre a participação do poder público no processo de melhoria sobre a produção e consumo de produtos organicos . Fonte: Da pesquisa de campo (2010)
Na figura 11 a análise das respostas demonstra que metade dos
entrevistados entende que o poder público deve orientar o produtor no projucesso
de produção de orgânicos. 39% das pessoas entendem ser do governo a
responsabilidade de divulgar aos consumidores os benefícios dos orgânicos.
Ressalta-se 9% que confirmam não ser do público esse interesse e sim do próprio
usuário. Registra-se ainda o percentual de 2% sem opinião formada.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nosso trabalho, tendo em vista o objetivo de identificar os hábitos de
consumos da população palmense, e seu grau de conhecimento em relação aos
benefícios de uso de produtos orgânicos, avaliou a partir dos dados relacionados
na pesquisa quantitativa e abordagem feita através de um questionário de
perguntas e respostas sugeridas com entrevistas pessoais que o preço é o maior
empecilho no aumento do consumo de orgânicos.
Concluímos que existe a necessidade de sensibilizar os consumidores
através de ações eficazes, de tal forma que o poder público atue como parceiro na
orientação, principalmente ao pequeno produtor. Viabilizar o aumento da oferta
18
desses produtos no comércio e na disseminação do conhecimento sobre os
benefícios do consumo de produtos orgânicos garantindo a produção sustentável
concernente ao meio ambiente.
6. PERSPECTIVAS
Este trabalho gerou a necessidade de verificar o grau de conhecimento
da população de Palmas sobre a diferença entre alimentação orgânica versus
natural.
7. REFERÊNCIAS
DIAS, G. Freire, Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 6º Ed. rev. São
Paulo: Gaia, 2004 p. 38-45.
ENCICLOPÉDIA BARSA. Espanha, 2007. Primeira edição: Outubro de 2007, v.5,
54.
LEFF Enrique, A Complexidade ambiental; (coord.); tradução de Eliete Wolff. São
Paulo: Cortez, 2003 p.57.
MAPA, Ministério da Agricultura, pecuária e abastecimento. O olho do
consumidor é importante para garantir a qualidade dos produtos orgânicos.
Folder informativo. Governo Federal, 2010.
PLANETAORGANICO, História da Agricultura Orgânica: algumas considerações.
Parte I: Do Século XIX à década de 1960. Disponível em
http://www.planetaorganico.com.br/histao rg1.htm. Acessado em 27 de maio de
2010.
RIBEIRO, Gustavo, Revista Atitude Sustentável. 2010. São Paulo, SP: [s.n]
Segunda edição.
TEXTO - DIAS, Genebaldo Freire. Princípios e práticas de educação ambiental.
São Paulo: Gaia, 2003 p.75-92.