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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE COMUNICAÇÃO Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social MATHEUS BERTO DA SILVA A PROPAGANDA NA ERA DA CONVERGÊNCIA Um estudo comparativo da linguagem publicitária audiovisual nos meios internet e televisão. São Bernardo do Campo-SP, 2013

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO

Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social

MATHEUS BERTO DA SILVA

A PROPAGANDA NA ERA DA CONVERGÊNCIA

Um estudo comparativo da linguagem publicitária audiovisual

nos meios internet e televisão.

São Bernardo do Campo-SP, 2013

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO

Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social

MATHEUS BERTO DA SILVA

A PROPAGANDA NA ERA DA CONVERGÊNCIA

Um estudo comparativo da linguagem publicitária audiovisual

nos meios internet e televisão.

Dissertação apresentada em cumprimento parcial às

exigências do Programa de Pós-Graduação em

Comunicação Social, da Universidade Metodista de São

Paulo (UMESP), para obtenção do grau de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Rogério Tarsitano.

São Bernardo do Campo-SP, 2013

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3

FOLHA DE APROVAÇÃO

A dissertação de mestrado sob o título “A propaganda na era da convergência. Um estudo

comparativo da linguagem publicitária audiovisual nos meios internet e televiso”

elaborada por Matheus Berto da Silva foi apresentada e aprovada em 26 de Abril de 2013,

perante banca examinadora composta por Prof. Dr. Paulo Rogério Tarsitano

(Presidente/UMESP), Profa. Dra. Elizabeth Gonçalves (Titular/UMESP) e Profa. Dra.

Flailda Garboggini (Titular/PUC-Campinas).

__________________________________________

Prof. Dr. Paulo Rogério Tarsitano

Orientador/a e Presidente da Banca Examinadora

__________________________________________

Prof. Dr. Laan Barros

Coordenador/a do Programa de Pós-Graduação

Programa: Pós-Graduação em Comunicação Social

Área de Concentração: Processos Comunicacionais

Linha de Pesquisa: Comunicação Institucional e Mercadológica

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4

Si38p

Berto, Matheus

A propaganda na era da convergência: um estudo comparativo

da linguagem publicitária audiovisual nos meios internet e televisão

/ Matheus Berto da Silva. 2013.

174 p.

Dissertação (mestrado em Comunicação Social) --Faculdade de

Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo, São

Bernardo do Campo, 2013.

Orientação : Paulo Rogério Tarsitano.

1. Propaganda - Linguagem 2. Internet (Redes de

computadores) - Comunicação audiovisual 3. YouTube (Recurso

eletrônico) 4. Cibercultura 5. Linguagem publicitária I. Título.

CDD 302.2

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Dedico essa

dissertação à minha

esposa Lhaís e à

meus pais Neusa e

Sival, pessoas cujo

carinho, amor e

dedicação me

motivaram a chegar

até aqui.

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“A Web não está concluída. Ela é apenas a ponta do iceberg. As novas mudanças irão balançar o mundo ainda mais”. Tim Berners-Lee

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AGRADECIMENTOS

Como disse o poeta inglês John Donne “Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é

uma partícula do continente, uma parte da terra”. Se John Donne disse isso, seria presunção

minha crer que essa ou quer outra realização de minha vida seria possível de ser conquistada

sem ajuda, por isso apresento aqui o meu agradecimento e gratidão a todas as pessoas que

tornaram possível essa empreitada.

Primeiramente agradeço a Deus e a Maria Desatadora dos Nós que não cessam de derramar

bênçãos em minha vida e que, por intermédio do Espírito Santo, ajudaram a iluminar meus

pensamentos e acalmar minhas emoções.

Agradeço também, e principalmente, a minha esposa e companheira Lhaís, que esteve comigo

nos momentos felizes e naqueles mais difíceis (típicos de qualquer dissertação). Suas palavras

de consolo e o seu apoio nos momentos mais estressantes, sua motivação nos dias mais

nebulosos e principalmente sua paciência em meus momentos de ausência autoral foram os

grandes responsáveis pela finalização desse trabalho. Não poderia deixar de agradecer

também às suas revisões ortográficas e textuais que com certeza melhoraram a qualidade

dessa produção. Muito Obrigado! Sem você ao meu lado com certeza a conclusão da minha

dissertação não seria possível.

Meus pais, Neusa e Sival, não poderiam ser esquecidos. Eles são minha grande força e

inspiração (tanto profissional quanto pessoal). Seus esforços incansáveis em fazer de mim um

pessoa melhor e o seu apoio incondicional em todos os meus desafios profissionais,

contribuíram e continuam contribuindo para o meu crescimento. Além disso, a sua

valorização da educação e da disseminação do conhecimento foram, e continuarão, sendo as

pilastras que sustentam e norteiam minha vida e minhas convicções. Parafraseando minha

mãe “A principal herança que um pai pode deixar a um filho é a educação, pois essa, além

de contribuir para o crescimento Humano, é a única que nunca pode ser roubada ou

perdida”. Podem ter certeza que a herança está sendo muito bem administrada.

Gostaria de demonstrar minha gratidão também a meus sogros, Marilene e Mestre, que

também fizeram parte dessa jornada. Suas preocupações sobre do andamento do trabalho e

sua disposição em ajudar me passavam a segurança de estar tomando as decisões corretas.

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Não poderia deixar de agradecer o meu guia nessa jornada, meu orientador o Prof. Dr. Paulo

Rogério Tarsitano. Sei que fui um orientando impaciente e inquieto, disposto a transformar

uma dissertação em duas ou três teses, por isso reconheço que suas orientações, seus

ensinamentos e sua disponibilidade em me ajudar com minhas “aflições pós-graduandas” do

início do mestrado contribuíram para a minha evolução intelectual e com certeza fizeram de

mim um melhor professor e um melhor pesquisador.

Por fim, gostaria de agradecer a todos os professores que fizeram parte de minha vida.

Carrego hoje comigo em minha bagagem e em minhas aulas um pouco de cada um de vocês.

Em especial gostaria de agradecer à Profa. Dra. Flailda Brito Garboggini que pela primeira

vez me despertou o interesse acadêmico pela profissão me mostrando que é possível (e

válido) investir em pesquisa na comunicação social e cujo apoio contribuiu (e muito) para a

conquista desse sonho.

Sinto que me alonguei em meus agradecimentos mas não poderia deixar de lembrar de cada

uma dessas pessoas que são tão especiais e importantes em minha vida, afinal a gratidão é um

dos sentimentos mais nobres do Homem. A todos vocês o meu MUITO OBRIGADO! É

muito bom tê-los em minha vida.

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LISTA DE TABELAS, GRÁFICOS E FIGURAS

TABELAS

Tabela 01. Classificação dos formatos publicitários do Portal Terra 23

Tabela 02. Ranking dos maiores anunciantes em internet 26

Tabela 03. Informações dos vídeos investigados 28

Tabela 04. Os signos na linguagem digital e seus significados 43

Tabela 05. Tempo de postagem dos vídeos analisados 149

Tabela 06. Tempo de duração dos vídeos investigados. 150

GRÁFICOS

Gráfico 01. Investimento em Televisão. Comparação entre os

primeiros semestres 2008-2012. 20

Gráfico 02. Investimento em Internet. Comparação entre os

primeiros semestres 2008-2012. 21

FIGURA

Figura 01. Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow – Modelo

Piramidal 32

Figura 02. Representação gráfica do Teorema dos Grafos 39

Figura 03. O Nascimento de uma rede de interação livre 40

Figura 04. Conteúdo da primeira propaganda brasileira 58

Figura 05. A alegoria espremendo o Bispo 59

Figura 06. Propaganda Art Nouveau - Cerveja Brahma 1910 60

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Figura 07. Primeiro exemplar da revista O Cruzeiro (1928) 61

Figura 08. Propaganda Impressa (1960) 62

Fugura 09. Propaganda Impressa (1973) 63

Figura 10. Propaganda Impressa (1980) 63

Figura 11. Garota Propaganda Toddy (1958) 69

Figura 12. Propaganda audiovisual colorida (década 1970) – Shampoo

Colorama 73

Figura 13. Propaganda Televisiva (1960) 74

Figura 14. Propaganda Televisiva (1973) 74

Figura 15. Propaganda Televisiva (1988) 75

Figura 16. Propaganda Anos 90: Jingle Pipoca e Guaraná 76

Figura 17. Propaganda Anos 90: Jingle Mamíferos da Parmalat 76

Figura 18. Caracterização de um Half banner 77

Figura 19. Caracterização de um Super banner 78

Figura 20. Caracterização de um Full banner 78

Figura 21. Caracterização de um Banner vertical 79

Figura 22. Banner Interativo 80

Figura 23. Propaganda audiovisual interativa 82

Figura 24. Curva de Tensão 83

Figura 25. Caracterização dos diferentes tipos de planos 84

Figura 26. Botão SKIPAD 152

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Figura 27. Exemplo de ativação de um conteúdo publicitário na internet 153

Figura 28. Interação Usuário-anunciante 153

Figura 29. Atalhos do Portal YouTube 154

Figura 30. Exemplo de ambiente real presente nas propagandas

televisivas 158

Figura 31. Exemplo de locação inexistente no mundo real nas

propagandas da internet 158

Figura 32. Exemplo da presença física de computadores nas propagandas

da internet 159

Figura 33. As Representações Sociais no Contexto da Teia Significativa

Construídos pelo Homem ao Longo da História 160

TRANSCRIÇÕES

Transcrição 01 Concurso Cultural Enoel 89

Transcrição 02 Tonners Originais HP 92

Transcrição 03 NET VÍRTUA // Internet-se - Edit View O Homem Amado

em 7 dias | Episódio 01/06 93

Transcrição 04 Net Empresas - Dentista 102

Transcrição 05 Concurso Sky de Amigo para Amigo - votação 104

Transcrição 06 Concurso Sky de Amigo para Amigo 105

Transcrição 07 O Gerente 107

Transcrição 08 Bradesco - Link 237 109

Transcrição 09 Campanha FIAT - dirija com responsabilidade e aproveite

o feriado 111

Transcrição 10 Fiat 500 - Propaganda FIAT cinquecento comerical TV

icastin' versão extendida 112

Transcrição 11 Tarifas Incríveis GOL – Junho2 114

Transcrição 12 Gol. Sempre dá pra ir mais longe 115

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Transcrição 13 Novo Space Cross – Volkswagen – Mula sem Cabeça 118

Transcrição 14 Gol Records 122

Transcrição 15 Homenagem Surpresa no Cinema 125

Transcrição 16 Natura Plant 135

Transcrição 17 #euvivoesporte Convite da Renata Fan e Felipe Andreoli 139

Transcrição 18 Comercial da vivo com o pai da Luíza do Canadá 140

Transcrição 19 Chevrolet Sonic Tutorial 142

Transcrição 20 Chevrolet Sonic - Teaser 145

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SUMÁRIO

RESUMO

15

RESUMEN

16

ABSTRACT

17

INTRODUÇÃO

18

Metodologia

25

1.1. Seleção dos Vídeos 26

1.2. Análise dos Vídeos Investigados 29

2.

Justificativa 30

CAPÍTULO I: O PROCESO COMUNICACIONAL NA SOCIEDADE

CONTEMPORÂNEA 31

1. A evolução das tecnologias comunicacionais na sociedade atual 33

2. Uma visão “McLuhaniana” do mundo contemporâneo 36

3. As Redes, as Redes Sociais e a Sociedade em Rede 39

4. A Cibercultura e o Ciberespaço. 45

CAPÍTULO II – O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DA LINGUAGEM

PUBLICITÁRIA NO BRASIL 53

1. A Mídia e a Publicidade na InterneTV. Apresentações, conceitos e

definições. 54

2. A evolução da comunicação no Brasil. Do jornal ao rádio. 57

3. A nova era da publicidade. Da televisão à internet. 67

4. Os elementos da linguagem audiovisual 83

4.1. Enquadramento 84

4.2. Iluminação 85

4.3. Movimento 85

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4.3.1. Movimento da Câmera 86

4.3.2. Movimento da Objetiva 86

4.3.3. Movimento da Personagem 87

4.4. Angulação da Câmera 87

4.5. Edição 87

CAPÍTULO III – ANÁLISE COMPARATIVA DA LINGUAGEM

PUBLICITÁRIA AUDIOVISUAL NA TELEVISÃO E INTERNET. 88

CONSIDERAÇÕES FINAIS 163

REFERÊNCIAS

166

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DE AUTORIA

BERTO, Matheus. A propaganda na era da convergência. Um estudo comparativo da

linguagem publicitária audiovisual nos meios internet e televiso. 2013. 174f. Dissertação

(Mestrado em Comunicação Social) – Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do

Campo.

RESUMO

Desde sua criação a internet tem recebido por parte dos anunciantes réplicas propagandas

desenvolvidas para outras mídias, porém com o passar dos anos a internet ganhou espaço e

recebeu a atenção dos anunciantes desejosos por utilizar suas forças à favor da venda de seus

produtos. Contudo conhece-se muito pouco a respeito das características de linguagem

específicas da internet, e a literatura existente e pouca e inconclusiva. Com base nesse quadro

o trabalho comparou vídeos publicitários desenvolvidos especificamente para a internet com

outros desenvolvidos originalmente para a televisão e publicados na internet a fim de

identificar pontos de paridade e convergência entre eles no que se refere à linguagem. O

trabalho baseou-se nas teorias da Cibercultura e da Sociedade em Rede e nos estudos de

Marshall McLuhan e em uma análise comparativa dos vídeos a fim de entender a linguagem

técnica, discursiva e visual dos mesmos. A pesquisa apontou diferenças entre os dois grupos

de investigados, sobretudo no que se refere à interatividade, potencial de viralização e

maximização de visualização. O estudo identificou também que no que se refere à linguagem

técnico-discursiva os vídeos apresentaram pouca diferenciação embora tenha-se comprovado

que os vídeos desenvolvidos para a internet são mais recentes o que evidencia um início do

processo de adaptação da linguagem publicitária ao meio internet.

PALAVRAS-CHAVE

Propaganda Audiovisual; Internet; Adaptação da Linguagem; YouTube; Cibercultura

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RESUMEN

Desde su creación, el Internet se ha recibido por el contenido de los anunciantes publicitarios

réplicas desarrollado por otros medios, pero con el paso de los años la Internet ha ganado

espacio y recibió la atención de los anunciantes deseosos de usar sus fortalezas para

beneficiarse de la venta de sus productos. Sin embargo, se sabe muy poco acerca de las

características del lenguaje específico de la Internet y la literatura existente y pocos y no

concluyentes. Sobre la base de este estudio comparado marco de los videos publicitarios

desarrollados específicamente para el Internet con otros países desarrollados originalmente

para la televisión y publicado en Internet con el fin de identificar los puntos de convergencia y

la paridad entre ellos con respecto a la lengua. El trabajo se basó en las teorías de la

cibercultura y la sociedad en red y los estudios de Marshall McLuhan y un análisis

comparativo de los videos investigados, a fin de comprender el lenguaje técnico, visual y

discursiva ellos. La encuesta mostró marcadas diferencias entre los dos grupos de vídeos

investigados, especialmente con respecto a la interactividad y visualización de maximización

Viralización potencial. También se determinó que, en lo que se refiere a técnicas vídeos

lenguaje del discurso mostró poca diferenciación porque la tecnología y el lenguaje utilizado

en su construcción son los mismos.

PALABRAS-CLAVE

Publicidad Audiovisual, Internet, Adaptación lingüística; YouTube; Cibercultura

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ABSTRACT

Since its inception the internet has received by advertisers replicas advertising content

developed for other media, but over the years the internet has gained space and received the

attention of advertisers eager to use their strengths to benefit from the sale of their products.

Yet very little is known about the characteristics of specific language of the internet, and the

existing literature is few and inconclusive. Based on this framework study compared the

advertising videos developed specifically for the internet with other developed originally for

television and published on the Internet in order to identify points of parity and convergence

between them with regard to language. The work was based on the theories of cyberculture

and the Network Society and the studies of Marshall McLuhan and a comparative analysis of

the videos investigated in order to understand the technical language, visual and discursive

them. The survey showed marked differences between the two groups of videos investigated,

especially with regard to interactivity, and maximizing potential viralization viewing. It also

identified that in regard to technical language discourse videos showed little differentiation

because the technology and the language used in its construction are the same.

KEY WORDS

Audiovisual Advertising, Internet, Language Adaptation; YouTube; Cyberculture

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INTRODUÇÃO

Há quem acredite que a comunicação publicitária é algo recente na história da

humanidade, contudo indícios desse fenômeno podem ser encontrados de maneira rudimentar

[é claro] nas primeiras pinturas rupestres, que representam a tentativa das sociedades

primitivas em tornar pública uma informação e perenizar seus feitos.

Assim é possível crer que a necessidade do Homem em divulgar para o maior número

de pessoas possível suas conquistas, ideias, qualidades e tantas outras informações é inerente

ao ser humano e é a principal responsável pela evolução técnico-comunicacional ocorrida nos

mais de 40.000 anos que separam as propagandas primitivas e contemporâneas. Como o

próprio tempo demonstra a evolução que separa a sociedade paleolítica dos tablets e

smartphones de hoje não foi repentina, ela aconteceu na mesma medida em que a sociedade

progredia intelectualmente e no mesmo passo em que avanços tecnológicos ocorriam também

em outras áreas.

No âmbito da comunicação essa progressão tecnológica originou os meios de

comunicação de massa, que representam a tentativa do Homem em comunicar-se ao mesmo

tempo com o maior número de pessoas possível, primeiramente através do meio impresso e

posteriormente através das demais mídias conhecidas. (DEFLEUR; BALL-ROKEACH, 1993,

p.39). Nesse mesmo sentido a comunicação publicitária também foi observada pela primeira

vez de maneira impressa, reinventando-se sempre que um novo meio de comunicação

incorporava-se à rotina social.

Até o início do século XXI, de todos os meios de comunicação de massa existentes a

televisão foi aquele cujo surgimento havia alterado de maneira mais significativa o

comportamento da sociedade. É certo que seus antecessores, sobretudo jornal, revista, rádio e

cinema, também foram marcos da história sócio-comunicacional, contudo a televisão

representava e ainda representa nos dias de hoje o meio de comunicação de massa com maior

influência e poder de penetração.

Entretanto nem mesmo a televisão conseguiu redesenhar o modo de agir, pensar e

comunicar-se de maneira tão contundente quanto a internet. A rede mundial de computadores

propôs um novo modelo comunicacional diferente do imposto pelas mídias de massa

tradicionais no qual o espectador era colocado em uma posição passiva de mero receptor da

mensagem. Agora, esse usuário passivo dá lugar a um novo usuário ativo e corresponsável

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pela produção e transmissão de conteúdos. Nesse novo modelo comunicacional o internauta

transforma-se na própria mídia e a comunicação não é mais unilateral (partindo do veículo de

comunicação para o receptor), mas sim multilateral (PERUZZO, 2005, p. 268). Nas palavras

de Primo; Cassol (1999) "Acompanha-se então uma passagem do modelo transmissionista

'Um-todos', para outro modelo 'Todos-todos', que constitui uma forma descentralizada e

universal na circulação das informações".

Indo ao encontro desse pensamento, Wolton (2004, p.89) completa informando que na

sociedade atual as comunicações massiva e individualizada coexistem fazendo com que o

indivíduo comunique-se ora de maneira particularizada ora de forma massificada gerando o

que o autor denomina como sociedade individualista de massa. Ou seja, mescla-se a

valorização individual e busca-se uma coerência social.

Assim, da mesma forma como se observou no processo comunicacional, o surgimento

da internet representa um divisor de águas também na comunicação publicitária. A esse

respeito vale a pena ressaltar que a internet transcende o conceito de mídia e transpõe

inclusive o conceito de metassistema proposto por Cardoso (2007, p.135), entretanto, por

hora, contextualizaremos a internet como mídia de massa colocando-a em um patamar

semelhante ao ocupado pelo rádio, o jornal ou mesmo a televisão.

Nas últimas décadas do século XX a comunicação de massa, e por consequência o

investimento em publicidade, ficavam sob-responsabilidade das editoras de jornal e revista ou

das emissoras de rádio e televisão que formavam as chamadas mídias de massa tradicionais,

fazendo com que um produto dependesse necessariamente desses meios para se tornar

conhecido do grande público.

Contudo a partir do início do século XXI, graças à popularização do acesso à rede

mundial de computadores, a internet apresentou-se como uma opção barata e eficiente de

propagar uma marca ou um conceito e os anunciantes descobriram nela uma nova forma de

comunicar-se de maneira direta (e de certa forma massiva) com seus consumidores.

Observou-se, assim, uma mudança na forma de se fazer propaganda, através da produção e da

veiculação de peças publicitárias interativas e segmentadas desenvolvidas não mais para o

consumidor, mas sim com a sua ajuda.

No entanto representatividade da televisão conquistada ao longo de décadas de

existência, e o acesso ainda não totalitário da população à internet – aliados a outros fatores

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culturais – fazem com que o meio televisivo ainda receba a maior parte dos investimentos em

publicidade no mercado brasileiro, como comprova um levantamento efetuado pelo Projeto

Intermeios1 ao informar que o meio televisivo obteve um faturamento de

R$30.823.807.441,85 no primeiro semestre de 2012, enquanto a internet alcançou no mesmo

período um faturamento de R$2.432.789.602,27.

Ao compararmos o faturamento dessas duas mídias de massa nos últimos 5 anos,

observamos que a televisão evoluiu de um faturamento de R$ 715.917.416,24 em Janeiro de

2008 para um faturamento de R$ 9.255.954.715,43 em Junho de 2012, o que representa um

aumento de mais de 12 vezes, ao passo que, no mesmo período, a internet evoluiu quase 17

vezes passando de um faturamento de R$44.723.501,66 para um faturamento de R$

738.881.284,29, como podemos observar nas Gráficos 01 e 02.

Gráfico 01: Investimento em Televisão. Comparação entre os primeiros semestres 2008-

2012.

Fonte: Intermeios

1 O Projeto Inter-Meios é uma iniciativa conjunta do jornal Meio & Mensagem e dos principais meios de

comunicação do Brasil desenvolvido com o intuito de levantar, em números reais, o volume de investimento

publicitário em mídia no Brasil.

0,00

1.000.000.000,00

2.000.000.000,00

3.000.000.000,00

4.000.000.000,00

5.000.000.000,00

6.000.000.000,00

7.000.000.000,00

8.000.000.000,00

9.000.000.000,00

10.000.000.000,00

Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.

Valo

r In

vestido (

R$)

2008

2009

2010

2011

2012

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Gráfico 02: Investimento em Internet. Comparação entre os primeiros semestres 2008-2012.

Fonte: Intermeios

Tal panorama indica um crescimento percentual maior no investimento publicitário da

mídia internet, o que evidencia que o patrocínio nessa mídia e na televisão caminham para

uma equiparação, dados semelhantes aos encontrados por Tarsitano (2011). Essa hipótese

pode ser suportada quando analisamos o consumo dessas duas mídias por parte dos usuários,

como demonstram pesquisas realizadas pela FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS (2012) e

ABRIL RADIODIFUSÃO SA (2010).

De acordo com o levantamento realizado pela FGV existem 99 milhões de

computadores e 168 milhões de televisores em utilização no país, entretanto no que se refere à

venda 16 milhões de novos computadores, 12 milhões de novos televisores e 0,8 milhão de

novos PC/Tvs são comercializados anualmente, o que demonstra claramente uma procura

maior por microcomputadores ou modelos híbridos em comparação aos aparelhos de

televisão. Nesse mesmo sentido, no que se refere ao consumo dessas mídias por parte dos

usuários, o Dossiê Universo Jovem MTV constatou que 19% dos entrevistados indicaram ter

como uma de suas atividades preferidas “navegar” na internet, ir a LAN houses ou socializar-

se na internet ao passo que 13% indicaram assistir televisão como resposta à mesma pergunta.

A pesquisa concluiu informando que “o computador com acesso à internet e o celular são os

meios de comunicação ícones desta geração, assim como a TV, o cinema e o rádio o foram

para as anteriores”.

0,00

100.000.000,00

200.000.000,00

300.000.000,00

400.000.000,00

500.000.000,00

600.000.000,00

700.000.000,00

800.000.000,00

Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.

Valo

r in

vestido (

R$)

2008

2009

2010

2011

2012

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22

Nesse contexto ao avaliarmos essas duas pesquisas e ao compararmo-las com a

evolução técnico-comportamental sofrida pela sociedade contemporânea, torna-se possível

vislumbrar a tendência de que a internet e o meio televiso caminham para transformarem-se

em um meio de comunicação híbrido, a InterneTV. Dessa forma (principalmente devido às

suas semelhanças comunicacionais) não se observa mais a separação entre computadores e

televisores, mas sim o surgimento de uma televisão com características de internet ou uma

internet com características televisivas, como por exemplo, as SmarTvs ou as televisões sobre

demanda no meio digital, as quais já são uma realidade. A esse respeito é possível, inclusive,

irmos mais longe ao imaginarmos unificação da internet também aos outros meios de

comunicação uma vez que existem hoje rádios, revistas e jornais virtuais. Contudo no

contexto dessa dissertação a exposição se concentrará na comunicação audiovisual.

Essa ideia de hibridização entre internet e televisão é suportada não apenas pela

própria tecnologia citada acima e que já desenvolve computadores que permitem ao usuário

assistir programas televisivos ou aparelhos de televisão com acesso a internet, mas

principalmente pelo fato de inúmeros programas televisivos iniciarem-se na televisão e

tomarem sequencia na internet.

As tendências levam a crer que nesse novo meio de comunicação unificado

observaremos uma linguagem publicitária e comunicacional com muito mais elementos

“internéticos”2 do que televisivos, o que reforça a necessidade da compreensão das

propriedades comunicacionais e interacionais desse novo meio de comunicação, uma vez que

a forma com que as mídias de massa tradicionais apresentam seus conteúdos não condiz com

a maneira com que esses mesmos conteúdos são consumidos na internet, já que o usuário do

mundo online e o do mundo offline (apesar de fisicamente serem a mesma pessoa)

comportam-se de forma absolutamente diferente nesses dois mundos.

Mcluhan (2002, p.21) afirma que o meio é a mensagem, ou seja, uma mesma

mensagem apresentada em meios diferentes pode receber conotações díspares uma vez que o

meio por si só já direciona a interpretação e empresta a chave de leitura. É bem verdade que

tal conceito (pelo menos de forma intuitiva) é conhecido pelas agências de comunicação e

anunciantes e que existe uma mobilização por parte deles no sentido de entender e explorar da

2 Com a utilização desse neologismo busca-se expressar tudo o que se refere à internet, ou seja, escrita,

diagramação, layout, formas de consumo da mídia, propriedades discursivas, etc. O neologismo foi utilizado

devido a inexistência de uma palavra mais apropriada no idioma português.

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23

melhor forma as características e possibilidades específicas desse meio de comunicação

emergente, porém ao efetuarmos uma visão prática desse processo o que nota-se é uma

tendência em desenvolver novas formas de utilização para formatos antigos de anúncios

publicitários digitais (os banners) ao invés de efetivamente buscar a identificação das

características de linguagem desse meio e propor novos formatos melhor adequados e talvez

até mais bem-sucedidos para essa mídia.

Tal afirmação pode ser exemplificada pela Tabela 01 que apresenta a classificação dos

formatos publicitários propostos pelo Portal Terra (considerado um dos principais portais de

informação e entretenimento do país). Nela observa-se uma superexploração de peças

publicitárias nas formas imagéticas ou visuais (que nada mais são do que banners em

diferentes formatos) em detrimentos dos conteúdos sonoros ou audiovisuais, ou seja, ao invés

de oferecer ao anunciante novos formatos publicitários desenvolvidos a partir das

características e possibilidades tecnológicas e de linguagem específicas dessa mídia, o que

nota-se é a repetição da utilização dos mesmos formatos: banners em diferentes tamanhos.

Tabela 01: Classificação dos formatos publicitários do Portal Terra

Classificação Nome do Formato Imagem Vídeo Som Escrita

AUDIOVISUAIS

IMAGÉTICOS

Super Banner Expansível SIM NÃO SIM SIM

Barra 1280 SIM NÃO SIM SIM

Retângulo Médio + Intervenção SIM NÃO SIM SIM

Half Banner SIM NÃO SIM SIM

Botão Navbar SIM NÃO SIM SIM

Feature Photos SIM NÃO SIM SIM

Intervenção SIM NÃO SIM SIM

Selo de Patrocínio SIM NÃO SIM SIM

Super Banner Top SIM NÃO SIM SIM

Retângulo Médio Top SIM NÃO SIM SIM

Retângulo Médio Bottom SIM NÃO SIM SIM

Half Page SIM NÃO SIM SIM

Full Banner SIM NÃO SIM SIM

Banner Vertical SIM NÃO SIM SIM

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24

Skyscraper SIM NÃO SIM SIM

Super Bannet Bottom SIM NÃO SIM SIM

TV Retângulo SIM NÃO SIM SIM

Interstitial SIM NÃO SIM SIM

Mosaico – Sonora SIM NÃO SIM SIM

Retângulo Médio SIM NÃO SIM SIM

VISUAIS

Botões Editoriais SIM NÃO NÃO SIM

Botão Premium SIM NÃO NÃO SIM

Publieditorial SIM NÃO NÃO SIM

Carrosel SIM NÃO NÃO SIM

Skin Sincronizado SIM NÃO NÃO SIM

Skin Terra TV SIM NÃO NÃO SIM

Rádio Customizada - Logo de Divulgação SIM NÃO NÃO SIM

Rádio Customizada - Skin (Player Destacado) SIM NÃO NÃO SIM

Selo de Patrocínio Bottom Expansível SIM NÃO NÃO SIM

Oferta do Dia SIM NÃO NÃO SIM

Módulo de Ofertas - PPI Internas SIM NÃO NÃO SIM

DHTML SIM NÃO NÃO SIM

Selo Estático NÃO NÃO NÃO SIM

SONOROS Spot NÃO NÃO SIM NÃO

VIDEO

TECNOLÓGICOS

Vídeo Anúncio Pre-Roll SIM SIM SIM SIM

Retângulo Médio Expansível SIM SIM SIM SIM

Super Brand Day SIM SIM SIM SIM

Video Anúncio Ad SIM SIM SIM SIM

Fonte: Portal Terra

Ao utilizarmos subutilizarmos os conteúdos audiovisuais em uma ação

comunicacional deixamos de usufruir das características de linguagem de uma ferramenta

que, segundo Cardoso (2008, p.25), são ricos instrumentos interpretativos por garantirem a

união de signos diferentes como imagem (estática e em movimento), músicas, falas, cenários,

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25

gestos, cores, dentre outros, o que leva a crer que para alcançar melhores resultados as

propagandas deveriam investir no poder comunicacional dos vídeos, também na internet.

Porém, valer-se de um mesmo vídeo desenvolvido para a televisão na internet pode

representar um risco já que cada meio de comunicação possui uma linguagem própria e que

deve ser respeitada no momento da produção e veiculação de um conteúdo, levando a crer que

para o alcance de resultados favoráveis na internet não basta apenas a réplica de uma

propaganda televisiva, mas sim a produção de um conteúdo novo e adaptado às características

específicas desse meio de comunicação.

Baseando-se nesse pensamento o presente trabalho tem por objetivo comprar as

propagandas audiovisuais desenvolvidas especificamente para a internet com aquelas

desenvolvidas originalmente para a televisão e posteriormente veiculadas na internet a fim de

visualizar pontos de paridade e convergência que auxiliem na identificação de uma linguagem

publicitária específica para a internet buscando de corroborar para a criação de propagandas

audiovisuais melhor adaptados a esse meio.

1. Metodologia

A pesquisa foi elaborada em duas etapas distintas e complementares. A primeira delas

corresponde uma pesquisa exploratória bibliográfica desenvolvida com o intuito de entender

como ocorre o processo de comunicação na sociedade contemporânea, sobretudo no que se

refere à Comunicação Mediada pelo Computador e como se processa a adaptação da

linguagem publicitária a um novo meio de comunicação tendo como plano de fundo um

histórico do surgimento das principais mídias de massa existentes e a adequação das

mensagens publicitárias às mesmas. A pesquisa também se propôs a contextualizar algumas

tendências observadas na publicidade contemporânea e discutir o surgimento da InterneTV,

suas características e possibilidades publicitárias.

De acordo com Luna (2007, p.94) a pesquisa bibliográfica é um levantamento dos

principais trabalhos científicos desenvolvidos acerca do tema estudado, e que são relevantes

ao processo investigativo por terem a capacidade de fornecer dados atuais, tornando-se

necessária tanto em estudos realizados a partir de dados originais e coletados em uma

pesquisa de campo, quanto em pesquisas realizadas exclusivamente com base documental.

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26

Após o levantamento teórico, deu-se início à segunda etapa investigativa baseada na

análise de vídeos publicitários desenvolvidos para internet e para a televisão, selecionado de

acordo com os procedimentos metodológicos descritos abaixo.

1.1. Seleção dos vídeos investigados

A seleção teve como ponto de partida uma pesquisa realizada pelo IBOPE Monitor

que classificou os 30 principais anunciantes da internet, Tabela 02.

Tabela 02: Ranking dos maiores anunciantes em internet

Posição Anunciante Investimento (R$) Variação

2010/2011

1º HEWLETT PACKARD (HP) 628.961 276%

2º NET 336.445 140%

3º SKY 291.396 220%

4º BRADESCO 214.403 -9%

5º UNILEVER 199.128 19%

6º FIAT 190.053 78%

7º GOL LINHAS AÉREAS 188.431 2626%

8º VOLKSWAGEN 170.401 344%

9º NATURA 138.715 366%

10º VIVO 133.886 -2%

11º GENERAL MOTORS 97.975 108%

12º CLARO 96.411 175%

13º ITAU 96.080 23%

14º SADIA 93.051 282%

15º SAMSUNG 88.853 54%

16º COCA-COLA 81.753 -3%

17º DANONE 79.542 23184%

18º MICROSOFT 76.173 2%

19º TAM 72.100 120%

20º PROCTER & GAMBLE 71.932 77%

21º AMBEV 68.353 -41%

22º FORD 60.493 96%

23º PEUGEOT CITROEN 60.231 173%

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27

24º BANCO DO BRASIL 60.191 71%

25º COLGATE PALMOLIVE 45.186 107%

26º TIM 43.060 15%

27º IBBL BEBEDOUROS 37.603 860%

28º TELEFONICA 37.169 28%

29º INTEL 36.015 83%

30º SONY 35.657 33%

Fonte: IBOPE Monitor

Com base nessa pesquisa foram selecionados os anunciantes que ocupavam as 10

primeiras posições do ranking3. Tal pesquisa foi adotada como base para essa pesquisa por se

tratar de um dos principais indicadores de tendências do mercado publicitário brasileiro.

Após essa triagem deu-se início a segunda etapa do processo de seleção. Nessa fase

identificou-se dentro do portal de compartilhamentos YouTube4, os canais virtuais de cada um

dos anunciantes selecionados e dentro dele elegeu-se o vídeo produzido exclusivamente para

a internet com maior número de visualizações e o vídeo produzido originalmente para a

televisão e postado na internet com o maior número de visualizações, totalizando 20 vídeos.

A esse respeito vale a pena ressaltar que a seleção dos vídeos tornou-se possível

apenas graças a uma busca exploratória no portal Youtube, nos sites das agências de

propagandas produtoras dos vídeos, nos sites das empresas anunciantes e em outros portais, as

quais permitiram identificar quais foram os vídeos criados para internet e quais foram aqueles

criados originalmente para a televisão.

Optou-se por essa metodologia de seleção uma vez que, por serem as maiores

investidoras em propaganda virtual, acredita-se que essas empresas reconhecem o potencial

dessa nova mídia, e pelo fato desse critério classificatório possibilitar uma análise de todos os

vídeos tendo como pressuposto a mesma base de comparação. A Tabela 03 apresenta os

vídeos investigados, sua origem, número de visualizações e tempo de duração.

3 Como a empresa Unilever não possui um canal institucional no portal youtube seus comerciais não foram

analisados. Em seu lugar foram investigados os vídeos institucionais da 6ª colocada, a empresa FIAT.

4 O YouTube é um portal colaborativo de postagem de vídeos no qual seus usuários postam vídeos

desenvolvidos e editados por eles, assistem e compartilham conteúdos audiovisuais postados por outros usuários,

além de terem a possibilidade de comentar os conteúdos visíveis e interagir com os demais espectadores

conectados à rede.

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28

Tabela 03: Informações dos vídeos investigados

Nome do

anunciante Nome do Vídeo

Número de visualizações Tempo de

duração

(segundos)

Origem n %

Hewlett Packard

(HP)5

Concurso Cultural

Enoel 83.331 0,58 121 Internet

Toner Originais HP 67.984 0,47 15 Televisão

Net6

NET VÍRTUA //

Internet-se - Edit

View O Homem

Amado em 7 dias |

Episódio 01/06

34.024 0,24 198 Internet

Net Empresas

Dentista, 14.370 0,10 30 Televisão

Sky7

Concurso Sky de

amigo para amigo -

Votação

62.914 0,44 44 Internet

Concurso Sky de

amigo para amigo 80.298 0,56 30 Televisão

Bradesco8

O gerente 102.603 0,72 71 Internet

Bradesco - Link 237 156.505 1,09 30 Televisão

Fiat9

Campanha FIAT -

dirija com

responsabilidade e

aproveite o feriado

2.949.811 20,60 16 Internet

Fiat 500 - Propaganda

FIAT cinquecento

comerical TV icastin'

versão extendida

3.451.915 24,11 45 Televisão

Gol Linhas

Aéreas

Inteligentes10

Tarifas Incríveis Gol -

Junho 2 358.883 2,51 17 Internet

Gol. Sempre dá pra ir

mais longe 57.041 0,40 60 Televisão

Volkswagen11

Novo Space Cross -

Volkswagen - Mula

sem cabeça

708.009 4,94 74 Internet

Gol - Recordes 1.220.561 8,52 30 Televisão

Natura12

Homenagem supresa

no cinema 504.478 3,52 263 Internet

Natura Plant 481.227 3,36 60 Televisão

Vivo13

#euvivoesporte

Convite da Renata 65.270 0,46 92 Internet

5 Disponível em http://www.youtube.com/user/hpbrasil/videos?sort=p&view=0. Acesso em 13 de Julho de 2012

6 Disponível em http://www.youtube.com/ user/netoficial/videos. Acesso em 13 de Julho de 2012

7 Disponível em http://www.youtube.com/user/skyhdtv/videos?sort=p&view=0. Acesso em 13 de Julho de 2012

8 Disponível em http://www.youtube.com/user/bradesco?ob=0&feature=results_main. Acesso em 13 de Julho de 2012

9 Disponível em http://www.youtube.com/ user/fiat/videos. Acesso em 13 de Julho de 2012

10 Disponível em http://www.youtube.com/t/ user/gol/videos. Acesso em 13 de Julho de 2012

11 Disponível em http://www.youtube.com/user/volkswagendobrasil/videos. Acesso em 13 de Julho de 2012

12 Disponível em http://www.youtube.com/ user/naturabemestarbem/videos. Acesso em 13 de Julho de 2012

13 Disponível em http://www.youtube.com/ user/Vivo/videos. Acesso em 13 de Julho de 2012

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29

Fan e Felipe

Andreoli Comercial da Vivo

com o pai da Luíza do

Canadá

444.197 3,10 45 Televisão

General

Motors14

Chevrolet Sonic -

Tutorial 2.949.811 20,60 16 Internet

Chevrolet Sonic -

Teaser 524.689 3,66 45 Televisão

Total

Somatória Total 14.317.921 100,00 1.302 --------

Somatória Total

(internet) 7.819.134 55 912 --------

Somatória Total

(televisão) 6.498.787 45 390 --------

Por sua vez o portal Youtube foi selecionado para a coleta dos vídeos por ser o maior

compartilhador de vídeos - publicitários ou não - da internet. Prova disso é que, de acordo

com o portal, mais de 60 horas de vídeo são postadas no portal a cada minuto (o que

corresponde à uma hora de vídeo por segundo) mais de quatro bilhões de filmes são assistidos

diariamente e mais de 800 milhões de internautas únicos acessam os conteúdos

videotecnológicos do portal mensalmente. Além disso, segundo o próprio site o portal está

localizado em 39 países e disponível em 54 idiomas, superando em 2011 a marca de 1 trilhão

de visualizações, o equivalente a aproximadamente 140 visualizações para cada habitante do

planeta15

.

De acordo com Castells (2009, p. 67) Youtube permite uma liberdade quase irrestrita

de postagem e sua extensa cobertura e abrangência garantem o acesso aos seus conteúdos em

qualquer lugar do mundo ofertando a essa plataforma um status superior ao dado às mídias de

massa convencionais, uma vez que a audiência observada nessa mídia é superior às

observadas em alguns veículos de mídia massivos.

1.2. Análise dos vídeos investigados

Após a triagem e captação dos vídeos realizou-se uma investigação dos dados

estatísticos dos vídeos apresentados pelo próprio portal de compartilhamentos YouTube e uma

análise comparativa da linguagem publicitária presente em cada um dos vídeos pesquisados

tendo como base investigativa o movimento de MOVIMENTO, TIPO DE PLANO, ANGULAÇÃO E

PÓS-PRODUÇÃO. Essa etapa da pesquisa objetivou compreender o tipo de linguagem adotada

14

Disponível em http://www.youtube.com/ user/chevroletbrasil/videos. Acesso em 13 de Julho de 2012 15

Disponível em http://www.youtube.com/t/press_statistics. Acesso em 08 de Novembro de 2012.

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30

pelos conteúdos investigados a fim de identificar pontos de paridade e divergência entre os

vídeos desenvolvidos orinalmente para a internet e aqueles desenvolvidos para a televisão e

postados na internet, no que se refere a linguagem técnica, discursiva e visual.

A esse respeito vale a pena ressaltar que o presnete trabalho não propôs-se a realizar

uma análise semiológica dos filmes publicitários, portanto no que se refere à análise da

linguagem discurssiva a investigação restringiu-se à verificação da existência ou não de

termos próprios da linguagem netiana e à análise do tipo de linguagem utilizada nos

conteúdos.

2. Justificativa

A pesquisa justifica-se uma vez que vivemos o período de consolidação da internet

como mídia de massa emergente e o momento de transição do investimento em publicidade e

do consumo da televisão para essa mídia, fazendo-se necessário a compreensão das

características desse novo meio de comunicação massivo. Além disso, o fato de se tratar de

um fenômeno novo e com baixa exploração (acadêmica e profissional) também foi um fator

decisório na escolha desse objeto de pesquisa, uma vez que acredita-se que esta investigação

possa motivar a criação de outros projetos que resultem em conclusões relevantes ao ambiente

de comunicação, contribuindo para a fomentação de pesquisas futuras nessa área jogando luz

acerca desse assunto.

Assim, o aumento do investimento publicitário na internet como mídia e da sua

utilização como meio de comunicação são pontos determinantes para a elaboração dessa

dissertação, uma vez que ao longo da história, a propaganda sempre se desenvolveu no

mesmo ritmo dos avanços tecnológicos com o intuito de adaptar seus conteúdos aos novos

meios de comunicação de massa e, dessa forma, alcançar maiores audiências e propagar seus

conceitos com mais assertividade. Tal qual ocorreu com o surgimento do rádio, cujo

crescimento em audiência e participação fizeram com que as propagandas impressas fossem

adaptadas à linguagem radiofônica para garantir mais precisão ao impactar o consumidor, e

com a televisão, cujo sucesso fez com que as propagandas de rádio passassem por um

processo de ajuste à linguagem audiovisual para alcançarem melhores resultados. Com a

consolidação da internet e suas características dialógicas, vive-se hoje o início de um processo

de adaptação de um conteúdo audiovisual próprio da televisão para um conteúdo audiovisual-

interativo melhor adaptado à internet.

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31

CAPÍTULO I: O PROCESO COMUNICACIONAL NA SOCIEDADE

CONTEMPORÂNEA

A comunicação está presente em nossas vidas desde os primórdios da civilização

humana, existindo antes da invenção da escrita e do surgimento das primeiras pinturas

rupestres, haja vista a sobrevivência ainda nos dias de hoje de inúmeras culturas ágrafas e de

um grande contingente de analfabetos que conseguem comunicar-se e conviver em sociedade.

(GONTIJO, 2004, p.13).

Tal afirmação leva a crer a comunicação humana (seja ela oral, verbal, escrita,

audiovisual, imagética, iconográfica, gestual, corporal, etc.) muito mais do que um

mecanismo de interação social é um fator fundamental à sobrevivência do Homem.

Maslow apud Belch; Belch (2008 p.109) confirma tal hipótese em sua Teoria da

Hierarquia das Necessidades, popularmente conhecida como A Pirâmide de Maslow16

, Figura

01, na qual afirma que a comunicação é um ato inerente ao ser humano, sendo a principal

responsável pela manutenção dos laços sociais, uma das cinco necessidades básicas e

indispensáveis à sobrevivência do Homem.

Por essa razão a civilização humana, desde as sociedades primitivas até os dias de

hoje, sempre buscou formas de aperfeiçoar seus processos de comunicação e interação social.

O símbolo mais recente dessa evolução técnico-comunicacional é representado pelo advento

da internet que reúne em si as qualidades principais de cada meio de comunicação existente,

garantindo o contato com informações e culturas de todos os locais do mundo como afirma

Santaella (2007a, p.128) ao citar que na internet “todas as formas de cultura, desde a cultura

oral até a cibercultura hoje coexistem, convivem e sincronizam-se na constituição de uma

trama cultural hipercomplexa e híbrida”.

A internet, como o próprio nome já diz, baseia-se em uma grande rede interconectada

através de pessoas que interliga o mundo todo criando uma única trama social global que

permite, de acordo com Castells (2009, p.80) e Santos (2008, p.31), a comunicação e a

interação entre indivíduos de todas as partes do mundo e em tempo real, reduzindo as

distâncias entre os países e eliminando as barreiras de tempo e espaço.

16

A Pirâmide Hierárquica das Necessidades é a principal teoria do psicólogo americano Abraham Maslow e

baseia-se no fato de que o ser humano possui algumas necessidades básicas e natas que precisam ser satisfeitas

para a garantia de sua sobrevivência. Ela recebe esse nome graças ao seu modelo piramidal composto por níveis

hierárquicos.

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32

Figura 01: Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow – Modelo Piramidal

Necessidade de

Auto-realização:A necessidade de

auto-realizaçãoé o desejode alcançar seu própriopotencial

-------------------------------------------------Necessidade de Estima:

Anecessidade se sentir realização e reconhecimento,

Status e respeito dos outros------------------------------------------------------------------------

Necessidade Social/Amor e o sentidode fazer parte:O desejo de ter relações satisfatórias comoutros, sentir amor, afeição,

sentido de pertencer a umgrupo social e ser aceito.------------------------------------------------------------------------------------------

Segurança:Necessidade de segurança e proteção contra danos físicos

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------Necessidadesfisiológicas:

Nível básicode necessidades primárias para as coisas que sustentama vida, como comida,moradia, vestimenta e sexo;

Fonte: Belch; Belch (2008 p.109)

Diante desse cenário esse capítulo propõe-se a discorrer acerca das [r]evoluções

técnico-comunicacionais que levaram à construção da sociedade contemporânea e de que

forma essas mudanças influenciaram na maneira com que conversarmos e coexistimos em

sociedade. A exposição inicia-se com uma retrospectiva do cenário histórico-comunicacional

apontando de que forma as transformações tecnológicas ocorridas ao longo da história

influenciaram diretamente a comunicação publicitária e a interação social, sempre objetivando

alcançar a maior abrangência e a maior taxa de conversão de informações possíveis.

A apresentação teórica seguirá com uma proposta de análise do comportamento social

contemporâneo sobre a ótica de três teorias da comunicação: a Teoria da Informação

(apresentada principalmente sob a ótica de Marshall McLuhan) a teoria da Sociedade em Rede

e a Teoria da Cibercultura. Através dessa articulação pôde-se notar um consenso e uma

complementação entre as três linhas de pensamento e traçar tendências comportamentais sob

o ponto de vista comunicacional.

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33

Por fim o capítulo encerra-se com uma exposição do conceito de viralização e sua

importância na disseminação de informações e conteúdos necessários à manutenção da ordem

social e sua importância no cenário publicitário digital. Através das informações aqui

apresentadas tornou-se claro o papel destacado da interatividade em uma ação publicitária

virtual.

1. A evolução das tecnologias comunicacionais na sociedade atual

A contribuição dos avanços tecnológicos realizados nos últimos dois séculos para o

aperfeiçoamento do processo comunicacional humano é inegável. Dentre eles a internet é

aquele que alterou mais profundamente a forma de nos comunicarmos nesse início de século,

tanto que tendências apresentadas décadas atrás por diversos analistas indicavam que essa

nova tecnologia eliminaria as antigas e substituiria todas as mídias existentes através de um

sistema único de comunicação digital. Contudo com o passar dos anos esse discurso foi sendo

revisto e hoje não se fala mais em uma divergência, mas sim em uma convergência

tecnológica e midiática. (JENKINS, 2009, p.35).

O desenvolvimento dessa nova sociedade interconectada em um Mundo Plano e

virtualmente sem barreiras geográficas, culturais ou linguísticas, apenas tornou-se possível

graças aos sucessíveis progressos tecnológicos e comunicacionais ocorridos ao longo de quase

40 mil anos de história comunicacional. Dentre esses avanços destacam-se quatro: a invenção

da escrita, a criação da prensa gráfica, o surgimento do telefone e do telégrafo e o

desenvolvimento do satélite geoestacionário. Esses inventos merecem realce não apenas pela

sua representatividade em seu contexto histórico original, mas também por serem até hoje as

bases de toda a comunicação contemporânea.

A invenção da escrita simbólica, e posteriormente alfabética, representa um divisor de

águas na história Humana uma vez que permitiu perenidade aos pensamentos e registro às

ações, possibilitando o arquivamento das informações às gerações futuras fazendo com que as

mesmas mantivessem-se acessíveis de maneira igualitária a um número muito maior de

pessoas e em um período muito maior de tempo, principalmente após criação das bibliotecas

pela sociedade grega e sua disseminação pela Europa incitada pelo Império Romano.

(GIOVANNINI,1987, p. 28).

No que se refere à publicidade, o surgimento da escrita possui importância vital uma

vez que é ela a base dessa forma de comunicação, seja como sustentação do conteúdo (como

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no meio impresso), como complemento da mensagem (como no meio audiovisual ou

eletrônico) ou até mesmo na elaboração de roteiros (como no meio radiofônico).

Ainda indo ao encontro desse pensamento, outro advento comunicacional que merece

destaque é a presa gráfica concebida pelo francês Johann Gutemberg de Mains. Esse advento

foi historicamente importante por permitir que a escrita (até então pintada e cinzelada ou

manuscrita) passasse a ser impressa, garantindo uma maior agilidade no processo de

disseminação e difusão fazendo com que a comunicação pudesse ser acessada por um número

cada vez maior de pessoas (principalmente a partir da tradução de livros escritos em grego e

em latim para vernáculos17

). (BRIGGS; BURKE, 2004, p. 28).

É importante ressaltar que a invenção da prensa gráfica, tal qual ocorreu com a maioria

das novas tecnologias, sofreu certa oposição no início de sua existência por parte dos

compradores e fornecedores que continuavam a preferir os livros escritos a mão, fazendo com

que a imprensa não penetrasse nos continentes com a mesma rapidez com que se disseminava

pela Europa. (LAINGNER ; FORTES, 2009, p. 29).

Entretanto, devido ao seu poder mobilizador, a criação da prensa de Gutenberg pode

ser compreendida como a gênese dos meios de comunicação de massa, uma vez que

possibilitou pela primeira vez na história que uma mesma informação fosse recebida da

mesma forma por pessoas diferentes e à distância.

Com o passar dos séculos, a evolução tecnológica e a modernização das sociedades

exigiram a criação de novas formas de comunicação, uma vez que o meio impresso não

possuía a agilidade necessária para satisfazer os desejos comunicacionais da sociedade. É com

o objetivo de atender a essas necessidades que surgem no fim do século XVIII o telégrafo de

tipos visuais, concebido pelos irmãos Chappe, e posteriormente o telefone, criado por

Alexander Grann Bell.

O nascimento desses dois inventos representa um divisor de águas no processo

interacional por permitirem pela primeira vez na história o dialógico e o intercâmbio de

informações à distância e em tempo real. A partir desse momento as pessoas poderiam receber

e repassar informações de qualquer lugar do planeta para qualquer lugar do planeta, gerando o

embrião do que conhecemos como globalização. Agora as informações oferecidas tornavam-

17

Nome dado à língua pátria de uma determinada região.

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se mais atuais, abundantes e acessíveis, ampliando a disseminação de fatos noticiosos

contribuindo para a criação da imprensa.

No que se refere ao telefone, os benefícios desse invento são ainda mais significativos

uma vez que sua criação proporcionou um contato multissensorial, por utilizar a fala e a

audição em favor da comunicação, e bidirecional à distância (COSTELLA, 2002, p. 134).

Nos contextos publicitário e comunicacional esses dois inventos representam o

surgimento de tudo aquilo que permeia o diálogo social contemporâneo, não só pelo fato do

rádio e a televisão terem sido desenvolvidos em parte pela equipe de pesquisa da companhia

de telefones, mas também (e principalmente) porque a maioria dos adventos posteriormente

desenvolvidos fazia ou faz uso das tecnologias criadas a partir da criação do telefone - como a

internet e o aparelho de fax, por exemplo. (STRAUBHAAR; LAROSE, 2004, p. XVI).

Mais de um século depois de seu surgimento a evolução do sistema de telefonia foi

responsável por outra revolução comunicacional em escala mundial (a mais rápida

disseminação de tecnologia comunicacional da história, diga-se de passagem): o surgimento

da telefonia móvel. Com o surgimento de uma comunicação móvel e sem fio, garantida pelo

aumento da capacidade de conectividade em gerações sucessivas de telefones celulares,

observou-se um aumento exponencial da capacidade de interação social possibilitando (ao

lado da internet) a construção de uma verdadeira sociedade interligada em rede.

Contudo a constituição dessa sociedade não seria possível sem o desenvolvimento do

satélite geoestacionário18

, advento indispensável a todas as formas de comunicação que

utilizam a diálogo intercontinental via satélites (como telefone, televisão, e a internet, por

exemplo), tornando-se o principal responsável pelo processo de comunicação contemporâneo.

Assim é possível afirmar que as características dialógicas garantidas por esse novo advento

possibilitaram uma alteração profunda, e sem possibilidade de retrocesso, nos modos de ser,

agir, pensar e se comunicar em sociedade.

2. Uma visão “McLuhaniana” do mundo contemporâneo

Marshall McLuhan foi um dos primeiros a propor uma discussão acerca do impacto

das evoluções tecnológicas na forma de vivermos e agirmos em sociedade. Para o autor

(2002, p. 250) a tecnologia e os meios de comunicação são extensões do Homem, e como tais

18

Satélite criado pelo cientista Arthur C. Clarke que paira em um mesmo ponto em relação à Terra por possuir

a mesma velocidade de rotação desse planeta.

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são desenvolvidos para aumentar as funções humanas auxiliando-nos a desempenhar tarefas

que seriam impossíveis de serem realizadas sem a sua existência.

Compartilhando desse pensamento Logan (2007, p33) afirma que sempre que uma

determinada forma de linguagem se torna obsoleta e não mais consegue explicar sozinha o

mundo a sua volta (tal como ocorreu com a oralidade ou a escrita), o mundo entra em crise e

transforma-se em um caos comunicacional que obriga o desenvolvimento de uma nova forma

de interação que aumente a capacidade comunicacional do Homem através da criação de

novos universos dialógicos. De acordo com essa teoria torna-se possível entender que o

surgimento da internet e sua disseminação global estão intimamente ligados a essa

necessidade do homem em relacionar-se de maneira massiva e ao mesmo tempo pessoal.

A esse respeito, é importante salientar que a internet não foi o primeiro aparato

tecnológico desenvolvido com o poder de aglutinar a sociedade. Outras mídias eletrônicas

como o rádio e a televisão, por exemplo, permitiram a agregação social e a mobilização a

distância, e a imprensa, ainda anteriormente a elas, tornou mais acessível à informação

retirando o seu monopólio das mãos da Igreja ou de outros membros da elite.

Contudo a internet foi a primeira a aproximar mundos tão distantes (geográfica e

intelectualmente) através da interação. A televisão e o rádio permitem uma comunicação

massiva (e em alguns casos global), porém de forma unilateral e sem possibilidade de

interação interpessoal. Em contrapartida os rádios amadores e os telefones permitem um

contato interpessoal, porém não garantem uma interação massiva. A internet nesse contexto é

a única que permite a interpessoalidade e a interação massiva por ser uma hibridização desses

meios de comunicação.

Assim, concordando com McLuhan, é possível afirmar que a internet é uma extensão

do Homem no sentido de que amplia suas capacidades comunicacionais e dialógicas em uma

escala que se tornaria impossível de ser alcançada sem o advento desse aparato tecnológico ou

de outro similar, e ainda assim permite que o internauta não deixe de ser “Homem” e refém de

suas necessidades corpóreas (fome, sede, cansaço, excitação, etc.), da mesma forma com que

ele não abandona seu corpo e suas sensações fisiológicas ao utilizar o telefone, por exemplo.

Recuro (2002). A internet nesse sentido amplia nossas capacidades sem, no entanto, fazer de

nós menos Homens.

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Esse aumento das nossas possibilidades dialógicas fez com que a civilização humana

ampliasse também seus níveis de interação promovendo, pela primeira vez na história, uma

ação comunicacional massiva, plurilateral e a distância construindo, sob o viés comunicativo,

uma única sociedade mundial, a Aldeia Global.

A expressão Aldeia Global foi cunhada pela primeira vez por McLuhan (1962, p.26) e

representa a existência de uma única sociedade global construída a partir da aproximação

cultural de diversos países, advinda das evoluções técnico-comunicacionais. Para o autor,

quanto mais à sociedade evoluísse e refinasse a forma de se comunicar maior seria o acesso à

informação, e com isso não mais existiriam culturas e sociedades isoladas, mas sim uma única

sociedade global resultante da aproximação dialógica dos diversos países e constituída por

fragmentos culturais das diversas nações.

O termo aldeia utilizado nesse contexto pelo teórico diz respeito ao próprio

comportamento aldeão. Segundo ele as condutas sociais em uma aldeia são diferentes das

condutas sociais em uma grande metrópole uma vez que nesses povoados, graças ao baixo

número de moradores, todos os habitantes se conhecem, se ajudam e fiscalizam-se, algo que

não acontece nas grandes cidades graças à alta densidade demográfica.

Dessa forma a evolução dos meios de comunicação e o surgimento da internet

permitem uma aproximação das comunidades e grupos sociais fazendo com que todas as

pessoas tenham contato direto com todas as pessoas permitindo um acompanhamento

próximo, ainda que a distância, dos acontecimentos que ocorrem em outras partes do planeta,

tal como aconteceria em uma aldeia.

Ao criar essa expressão, McLuhan não tinha plena consciência da significância que o

termo traria às gerações futuras. Ao falar em Aldeia Global o autor não falava

especificamente da internet ou das redes sociais virtuais, mas sim do seu mundo. Um mundo

que iniciava a era do caos descrita por Logan (2007, p.33) e no qual o rádio e a televisão

começavam a desenhar o primeiro esboço de globalização e mundialização, através do qual as

economias tornavam-se interdependentes, assim como a política e os pensamentos sociais.

Acerca desse assunto, Mattelart (2003, p.185) afirma que a principal contribuição de

Marshall McLuhan ao falar em Aldeia Global não está na introdução desse conceito

específico, mas sim no fato de que, pela primeira vez na história, alguém levou o Homem a

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pensar o seu mundo e a sua sociedade de forma global, ou seja, ele foi a primeira pessoa a

mostrar as mudanças sociais impostas pelos meios de comunicação de massa.

Ao falar da influência dos meios massivos na comunicação humana, McLuhan; Fiore

(2003, p. 63) foram além ao apresentar a teoria de que o meio é a mensagem. Segundo essa

proposição, os meios de comunicação de massa manipulam as informações emitidas através

da sua linha editorial, da sua forma de apresentação ou da própria audiência do veículo

fazendo com que o receptor tenha uma ou outra atitude frente a um determinado

acontecimento. Ou seja, uma mesma notícia veiculada em locais distintos pode ter pesos

interpretativos diferentes.

McLuhan debate esse conceito no livro Os meios de comunicação como extensão do

Homem (2002) através da analogia da televisão e do cinema, declarando que a televisão nada

mais é do que uma evolução do cinema uma vez que reúne em um mesmo ambiente, o

televisivo, diversos conteúdos cinematográficos, ou seja, diversos filmes. Para o autor, ao

serem apresentados na televisão, os filmes são interpretados de forma diferente daquela

ocorrida caso o filme fosse assistido em um cinema uma vez que o meio determina a

codificação da mensagem.

A partir dessa teoria, McLuhan distancia-se de maneira radical da linha de pensamento

dos estudiosos de sua época que avaliavam o meio e a mensagem de forma distinta, de um

lado analisando a maneira pela qual a mensagem era transmitida e de outro o conteúdo

apresentado por ela.

Primo; Träsel (2006) aprofundam a discussão ao dizerem que o meio não é

simplesmente a mensagem, mas sim que o meio é mensagem, no sentido de que a

interpretação de um mesmo conteúdo não apenas é definida pela linha editorial do meio, mas

pelas próprias [im]possibilidades discursivas ofertadas por ele.

Em um contexto em que se propõe uma investigação da adaptação da linguagem

publicitária em meios de comunicação distintos, a contribuição desses autores tem especial

importância uma vez que reforça a necessidade de uma avaliação além do conteúdo da

mensagem, levando em conta as qualidades e especificidades de cada mídia, ou seja, se o

meio é a mensagem e se uma mesma mensagem veiculada em meios diferentes pode ser

interpretada de maneira distinta, a adaptação dos conteúdos veiculados na internet respeitando

as características específicas desse meio faz-se necessária, principalmente se levarmos em

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conta que a internet dispõe de possibilidades semânticas como inserção de conteúdos escritos,

sonoros, imagéticos e interativos, não observadas nos outros meios.

Portanto de acordo com a perspectiva “McLuhaniana” a internet ampliou as

capacidades comunicativas do Homem promovendo uma [re]organização das sociedades em

uma grande aldeia global. Surge dessa forma uma nova organização social estabelecida de

forma a prover uma interação plena entre todos os seus membros: a Sociedade em Rede.

3. As Redes, as Redes Sociais e a Sociedade em Rede

Uma rede, seja ela qual for, é sempre constituída por nós e arestas através das quais os

nós se interligam. Cada aresta possui apenas dois nós, porém cada nó pode ter múltiplas

arestas.

A Figura 02, segundo Recuero (2009, p19) consiste na representação gráfica do

primeiro conceito de rede, o Teorema dos Grafos. Essa teoria foi apresentada pela primeira

vez em 1736 pelo matemático Lenoard Euler e é utilizada na tentativa de entender o

comportamento de diversos sistemas. No campo das ciências sociais foi apropriada com o

intuito de entender o comportamento de um indivíduo em sociedade, ou seja, como uma

pessoa pertencente a uma determinada rede social (um nó) se interliga e se interage com

outros indivíduos pertencentes à mesma rede (outro nó) através de processos comunicacionais

(uma aresta).

Figura 02: Representação gráfica do Teorema dos Grafos

Fonte: Recuero (2009, p19)

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Para Barabási (2002, p.87) a descentralização e a liberdade de comunicação entre cada um

dos nós são as características principais dessa forma de agrupamento. Pela rede não ter um

centro definido e pelos nós não terem um crescimento ordenado, sempre que um determinado

nó se articula com outro através de arestas, a rede se expande promovendo novos caminhos

dialógicos e garantindo maior força e representatividade à rede, como observa-se na Figura

03.

Figura 03: O Nascimento de uma rede de interação livre

Para Barabási (2002, p.87)

Por possuírem esse modelo de articulação livre, as redes não são dependentes de um

determinado nó, conseguindo manter-se comunicativas mesmo com a inexistência de algum

de seus elementos. É essa característica livre que garante às redes perenidades e aos usuários a

condição ativa de produtores e disseminadores de conteúdo, inclusive a propaganda.

Dessa forma, o conceito de Sociedade em Rede emerge com o intuito de caracterizar

uma sociedade que permite ligação e interação livre e direta entre todos os seus membros e

setores sociais. Além disso, ela é compreendida como uma sociedade em constante

crescimento e desenvolvimento, uma vez que sua evolução é garantida pelo acoplamento de

novos nós à sua rede e pela construção de novas arestas que se interligam aos nós já

existentes, sempre de forma independente, desordenada e descentralizada. Ou seja, a cada dia

novas pessoas ou novas comunidades (nós) inserem-se à sociedade em rede incitadas por

tecnologias comunicacionais cada vez mais novas e convergentes (arestas).

Castells define Sociedade em rede como:

(...) [uma] sociedade cuja estrutura social é feita por redes intensificadas por

bases de informação microeletrônicas e tecnologias comunicacionais (...) Uma

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rede é um conjunto de nós interconectados. Um nó é um ponto onde as linhas se

intersectam. Uma rede não possui centros, apenas nós. [Tradução minha]. (2004,

p.03) 19

Com base nesse conteúdo pode-se afirmar que essa articulação sócio-comunicacional

observada contemporaneamente tornou-se possível graças às evoluções tecnológicas

estimuladas pelo surgimento da internet, garantindo conectividade e interação entre os nós

espalhados ao redor do globo. Assim, a internet e as evoluções tecnológicas não criaram os

nós elas apenas proporcionaram uma forma de interconectar todos esses nós em escala global.

Esse patamar colaborativo e ilimitado conferiu à internet a função de “Ágora20

eletrônica”, estimulando a liberdade de expressão e a democratização do acesso à informação,

transformando o espaço virtual e tornando-o um território fértil para o convívio social

propiciando o debate de assuntos de interesse público e privado de forma livre e democrática.

(BERTO, 2012). Em um contexto em que o objeto de estudo são as características

comunicacionais da internet, falar sobre o estímulo à livre expressão é fator determinante,

uma vez que é ela a responsável pelo processo de viralização das ações publicitárias (conceito

esse debatido mais adiante).

O enraizamento do uso da internet pela sociedade atual exige dos seus membros uma

adaptação às novas linguagens e às novas formas de interação sociais necessárias para que o

mesmo possa habitar os novos mundos emergentes que se apresentam. A palavra mundos

nesse caso é utilizada no plural uma vez que nessa nova sociedade os usuários precisam se

dividir em dois mundos, o físico, ou offline21

e o virtual, ou online22

, uma vez que a interação

social nesse novo contexto extrapola as barreiras propostas pelo plano físico e alcança o

mundo virtual. Agora, através dessa nova constituição social, a presença física dos

interlocutores passa a não ser mais necessária para a construção ou a manutenção dos laços

afetivos.

19 (…) a society whose social structure is made of networks powered by microelectronics-based information and

communication technologies (…) A network is a set of interconnected nodes. A node is the point where the

curve intersects itself. A network has no center, just nodes”. 20

Praça principal da constituição da Pólis, normalmente era utilizada como centro de convívios dos cidadãos

gregos aonde tornava-se possível atividades de interesse da esfera pública como o comércio e a discussões

políticas e julgamentos populares. 21

Expressão de origem inglesa utilizada para caracterizar aquelas situações em que o usuário não está conectado

à rede virtual 22

Expressão de origem inglesa utilizada para caracterizar aquelas situações em que o usuário está conectado à

rede virtual

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De acordo com Lévy (1999, p.114) nas sociedades orais todos os seus membros

possuíam o mesmo acesso as informações e compartilhavam de uma situação idêntica de

significação, uma vez que as mensagens eram sempre emitidas no tempo e no lugar que eram

recebidas e a sua interpretação ocorria quase em conjunto. Contudo com o surgimento da

escrita as informações passaram a ser recebidas de outras formas, o que demandou uma

readequação cultural dessas sociedades. O mesmo ocorre com o surgimento da internet.

Até o fim do século XX os membros da sociedade estavam acostumados a receber as

informações veiculadas pelas mídias de massa através de determinados formatos e em

determinados momentos, a partir da popularização da world wide web esse quadro se

modificou e a troca de informações passou a ocorrer em um outro tempo, com um outro ritmo

e com outros formatos, forçando uma readequação receptiva e interpretativa para que a

sociedade mantivesse-se (ou ao menos tentasse se manter) sempre atualizada.

Vale a pena ressaltar que ao utilizar-se o conceito de sociedade, fala-se no sentido

amplo da palavra e dos seus significados, uma vez que, assim como ocorreu no surgimento

das sociedades industrializadas, não são todas as sociedades que possuem o mesmo acesso a

esse novo mundo dialógico e mesmo dentro de uma mesma sociedade não existe um acesso

igualitário entre seus membros.

No que se refere ao diálogo, essa nova sociedade, assim como as demais antes dela,

também desenvolveu uma linguagem própria. Crystal (2006, p.21) complementa esse

pensamento ao informar que as evoluções tecnológicas contribuíram para essa mudança

conversacional gerando novas construções semânticas e esferas enunciativas que tiveram sua

origem no mundo virtual e foram apropriadas pelos diálogos do mundo físico, haja vista que a

expressão “e-23

” possui uso comum no vocabulário social offline identificando a presença

clara da comunicação eletrônica no cotidiano da sociedade.

Santaella (2007b) afirma ainda que esse tipo de linguagem, definido por Crystal (2006,

p.38) como etiqueta netiana, segue um padrão sígnico claro é compreensível apenas àqueles

nós que estão presos de alguma forma à rede. Um exemplo desse padrão sígnico está

apresentado na Tabela 04 organizada por Berto; Gonçalves (2012) e que representa a tentativa

do internauta em externar suas emoções no momento da enunciação, online.

23

Segundo Marcuschi (2005, p.14), essas expressões dizem respeito a atividades presentes no mundo físico e

transportadas para o mundo virtual como as cartas (e-mail), os livros (e-books), compra e venda de mercadorias

(e-commerce), etc.

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Tabela 04: Os signos na linguagem digital e seus significados

Signo Significado

: ) O autor está feliz

: ( O autor está triste

: O O autor está assustado

: * O autor está enviando um beijo

; ) O autor está piscando

: x O autor está proibido de falar

: P O autor está mostrando a língua

: D O autor está rindo

S2 Coração

Kkkkk Risada

Hahaha Risada

Hehehe Risada

Rsrsrs Risada

Fonte: Berto; Gonçalves (2012)

Tais afirmações reforçam a presença massiva da internet na sociedade atual, uma vez

que, se a linguagem da internet é compreensível apenas aos nós presos à rede e ela é cada vez

mais identificada nas interações sociais do mundo físico, pode-se crer que há cada vez mais

pessoas do mundo offline interagindo com o mundo online.

Ao compararmos a construção da linguagem semântica utilizada pelo mundo online e

pelo mundo offline pode-se identificar no primeiro um processo de redução que busca passar

o máximo de informação com o mínimo de caracteres possível, algo próprio do processo de

modernização da linguagem social, uma vez que a histórica comprova que ao longo dos anos

as sociedades tendem a atualizar seu repertório linguístico reduzindo ou reformulando seus

vocábulos e expressões. Uma exemplo claro dessa redução pode ser observado na palavra

Você que se originou na locução pronominal Vossa Mercedes e que ao longo dos anos

modificou-se para Vossa Mercê, Vosmecê, Você, Ocê, e hoje no mundo virtual pode ser

descrita apenas como vc ou c.

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Dessa forma quando objetiva-se alcançar a maior assertividade comunicacional

possível com uma mensagem publicitária, conhecer (e mais do que isso saber utilizar) a

linguagem adotada pelos aldeões dessa sociedade em rede pode determinar o sucesso ou

insucesso da ação. Entretanto deve-se salientar que as interpretações desses signos podem

variar de acordo com a cultura em que o emissor e o receptor estão inseridos. Wolton (2011,

p. 89). Afirma que traduções nem sempre são eficientes a ponto de garantir uma comunicação

perfeita ou exata quando não se leva em conta o referencial enunciativo utilizado.

No que diz respeito à sociedade contemporânea, uma das principais marcas é a

liberdade oferecida ao Homem em conectar-se e relacionar-se com as pessoas pertencentes às

suas redes sociais (reais ou virtuais) onde quer que ele esteja, graças à existência de

plataformas comunicacionais dialógicas e convergentes24

. Com o surgimento de aparatos

como os celulares smarthphones e os tablets a interação entre um usuário e os demais nós

existentes ocorre em qualquer hora e em qualquer lugar do planeta.

Para Recuero (2009, p.25) o conceito de rede social nesse contexto pode ser

compreendido como o conjunto de atores que se socializam, compartilham informações e

dividem interesses comuns, tanto no ambiente físico quanto no ambiente virtual, e a partir

dessa troca efetuam conexões que asseguram a construção ou a manutenção dos laços sociais.

Assim pode-se entender como rede social a família, os amigos, a Igreja, as entidades de poder

público, as mídias, ou qualquer outro grupo com o qual o indivíduo se relacione e cujas

visões, opiniões e conceitos moldem e/ou ajudem a construir sua atitude social.

Ressalta-se então que a expressão Redes Sociais nesse contexto também é utilizada no

plural, uma vez que um mesmo usuário, tanto no mundo online quanto no mundo offline,

participa de diversas redes sociais simultaneamente e com diferentes objetivos ou graus de

afinidade e interação em cada uma delas.

Entretanto ao discutirmos o estabelecimento de uma sociedade constituída através de

redes, é preciso deixar claro que essa organização em si não é um ponto novo na história da

24

Torna-se importante ressaltar que, apesar de disseminada com ênfase a pouco tempo, a ideia de convergência

tecnológica entre múltiplas plataformas não é algo novo. O conceito de convergência foi apresentado pela

primeira vez por POOL (1983, p.23) ao identificar um novo processo nas relações intermidiáticas no qual se

notava a imprecisão das fronteiras entre os meios de comunicação através do oferecimento complementar de

serviços que antes eram entregues de forma separada, e, da forma inversa, a utilização de diferentes meios

midiáticos no oferecimento de um mesmo serviço. Esse processo foi batizado por ele como “convergência de

modos”.

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humanidade, uma vez que todas as sociedades até hoje se organizaram dessa forma, o novo

apresenta-se no fato dessas redes terem transcendido a interação social no plano físico e terem

se convertido em uma rede informacional e dialógica também, e muitas vezes apenas, no

plano virtual. (CASTELLS, 2003, p.56; CASTELLS, 2000, p.456)

Na sociedade atual, o conceito de rede social ganhou um significado mais amplo com

o surgimento das redes de relacionamento sociais virtuais, como Orkut, Twitter, Facebook,

etc. Que são plataformas eletrônicas através das quais os indivíduos se relacionam e

compartilham informações necessárias à manutenção social.

A esse respeito Berto; Gonçalves (2012) ressaltam que a interação através redes

sociais virtuais ocorre de diversas formas e com diferentes graus de intimidade, podendo ser

feita de maneira anônima, ou revelada, de maneira dialógica, imagética ou escrita, em tempo

real ou de forma fracionada, de maneira reservada ou dirigida a um grupo, etc. Características

essas que garantem um ganho enunciativo significativo aos diálogos online e ofertam a eles

uma similaridade muito grande dos observados no plano físico.

Por isso, nota-se que a cultura encontrada no ambiente virtual, nada mais é do que uma

hibridização cultural desenvolvida com base nas normas enunciativas e nas regras de condutas

sociais encontradas no mundo físico, adaptadas às características específicas do plano virtual.

Porém é preciso deixar claro que tal mistura não caracteriza uma cópia ou uma repetição, mas

sim uma nova cultura que tal qual uma colcha é constituída a partir de retalhos antigos

organizados de uma forma inédita e costurada com uma nova linha. A essa nova cultura

mestiça dá-se o nome de cibercultura.

4. A Cibercultura e o Ciberespaço.

Todo agrupamento social surge em um determinado espaço e subsiste em um

determinado período de tempo, e no caso das redes sociais digitais isso não é diferente.

O ciberespaço25

, como é chamado, é definido por Levy (1999, p.92) como um “espaço

de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos

computadores”, e não é composto de um terreno físico e tangível e nem sequer possui

25

Segundo LEMOS (2004, p.127) o termo ciberespaço foi cunhado pelo escritor Wilian Gibson em 1984 e

corresponde a um espaço não-físico composto por uma rede de computadores através da qual as informações

circulam. Ainda para o autor todo o ciberespaço é gerado dentro de uma Matrix que torna-se o berço de toda a

civilização pós-industrial.

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barreiras fronteiriças tão bem delimitadas quanto às encontradas no mundo offline, contudo

possui regras de conduta e inúmeros critérios de entrada, permanência e existência, tal qual

observa-se em qualquer outro ambiente.

De maneira sintética Lemos (2009, p. 38) caracteriza o ciberespaço como um espaço

ilimitado e infinito constituído e alimentado por redes informacionais advindas de todas as

regiões do planeta e que permite a circulação de informações de forma livre. Diante desse

conceito de liberdade o ciberespaço pode ser entendido como uma região multicultural e

desterritorializante, ou seja, não pertence a uma única pessoa, país ou grupo social, pertence a

todos, ao mesmo tempo e na mesma intensidade.

Santaella (2007a; 2007b), complementa esse pensamento apresentando o conceito de

arquitetura líquida, uma vez que, para a autora, o espaço cibernético é constituído por um

território que não possui nem começo e nem fim definidos e no qual os usuários podem

navegar através de múltiplos assuntos.

Ao mesmo tempo, o ciberespaço pode ser compreendido de maneira antagônica,

porém complementar, como um ambiente territorializado no sentido de ser formado por

diferentes “sítios” virtuais compostos pelos sites, blogs, portais etc. Dessa forma o que nota-se

é uma atmosfera loteada e territorializada o suficiente para que não haja espaços vazios em

sua constituição, e ao mesmo tempo elástico e livre o suficiente para que um número infinito

de pessoas assuma um território para si e ao mesmo tempo usufrua dos espaços já existentes.

Nesse mesmo sentido o tempo também não pode ser aferido da mesma maneira no

mundo físico e no mundo virtual, visto que ações que são perecíveis no mundo físico podem

tornar-se imortais no universo digital, e da mesma forma assuntos que são debatidos de forma

inédita no plano físico tornam-se obsoletos no ciberespaço. Os próprios diálogos online, como

já comentado, não seguem a mesma temporalização dos diálogos offline uma vez que no

ciberespaço os diálogos não precisam ser em tempo real (o que faz com que a pergunta e a

resposta ocorram em momentos diferentes) e em alguns casos possam ocorrer inclusive na

ausência de algum dos interlocutores. Assim, o tempo e espaço no ciberespaço não são

grandes nem pequenos, não são reais ou irreais, “não são pertos nem distantes, eles

simplesmente são”. (FERRARA, 2009, p.70).

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O mesmo processo ocorre com as pessoas, as quais não podem ser avaliadas da mesma

forma por sua presença física e por seus avatares26

virtuais. No ciberespaço tudo é permitido e

um usuário não necessariamente precisa apresentar nesse ambiente as mesmas características

que exibe no espaço físico. Por ter o anonimato como uma de suas características

fundamentais o usuário que adentra o ciberespaço pode se comportar como quiser e ser quem

quiser, pode inclusive ser mais de uma pessoa ao mesmo tempo. O usuário nesse contexto

veste sua “máscara virtual” e assume atitudes e posições únicas, tal qual um super-herói ao se

fantasiar.

Segundo Lemos (2004, p. 130), o ciberespaço subsiste em meio a essa teia de

contradições entre o ser e o não ser, o existir e o não existir. O ciberespaço, para o autor,

apresenta-se como um espaço simbólico através do qual todos os dias e instantes observam-se

ritos de passagens entre o plano físico e o plano virtual. São pessoas físicas se tornando

avatares virtuais, acontecimentos ocorridos no plano físico se transformando em notícia no

mundo virtual ou até mesmo relacionamentos iniciados no plano físico ganhando

continuidade no ciberespaço, ou vice-versa.

O ciberespaço então corresponde a um espaço vazio e neutro que ao realizar sua

principal função, que é a de aproximar pessoas, lugares ou acontecimentos ao redor do globo,

dota-se de significados e transforma de maneira efetiva o cotidiano da sociedade atual. O

surgimento do ciberespaço trouxe uma nova forma de comunicação e acesso à informação, a

qual modificou de maneira abrupta a nossa forma de viver e pensar em sociedade

demandando a criação de um novo padrão cultural. A cibercultura.

Para Castells; Haraway (2007, p.05) a cibercultura pode ser entendida como a forma

através da qual as pessoas e as tecnologias digitais interagem, o que define de maneira direta o

comportamento da sociedade e dos usuários no mundo virtual. Sintetizando esse pensamento,

a cibercultura pode ser entendida como uma norma de conduta social pré-definida para o

convívio no ciberespaço.

Nesse sentido da mesma fora que culturas diferentes coexistentes no mundo físico

desenvolvem linguagens e signos diferentes para representar as mesmas coisas (linguagens e

signos esses que precisam ser respeitados para uma correta interação social) culturas

diferentes coexistentes no ciberespaço, bem como a cultura do mundo offline em comparação

26

Avatar é uma representação virtual de uma pessoa existente no mundo real.

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com a cultura do mundo online, também possuem características de linguagens específicas

que precisam ser respeitadas em nome de uma interpretação fidedigna. Ainda que hoje, haja

muito da cibercultura no mundo físico e vice-versa, cada um deles ainda possui características

únicas e exclusivas.

Na cibercultura o papel da comunicação encontra o seu auge e ganha qualidades

dialógicas únicas como e-mails, blogs, chats, redes de relacionamento sociais virtuais, sites,

etc. E o emissor e o receptor passam a não ter mais papeis definidos, uma vez que todos os

usuários dessa rede passam a ser emissores e receptores ao mesmo tempo e de maneira

contínua.

Na mesma direção desse pensamento Silva (2009, p.90) afirma que nesse novo

contexto o esquema clássico e unidirecional emissor-mensagem-receptor já não existe mais

uma vez que a mensagem deixa de ser algo fechado e completo e passa a ter um conteúdo

aberto e pronto a dotar-se de significado por parte do ouvinte, que torna-se corresponsável

pelo processo de compreensão e interpretação da mensagem.

Pode-se afirmar, portanto, que a interatividade passa a ser a principal regra de conduta

dessa nova cultura, uma vez que é através dela que ocorre a transmissão e o compartilhamento

de ideias e o intercambio de informações que fazem com que o ciberespaço se desenvolva, se

mantenha e se fortaleça. Cibercultura nesse contexto torna-se sinônimo de mobilidade e

interação social.

Assim, segundo Li; Bernoff (2009, p.126) os cidadãos habitantes do ciberespaço

adotam papeis hierárquicos bastante definidos, embora móveis e mutantes uma vez que cada

um pode desempenhar mais de uma função ao mesmo tempo. De acordo com os autores, o

primeiro desses papéis é o de criador27

, ofertado àquelas pessoas que iniciam o processo

dialógico e interativo no ciberespaço através da publicação de conteúdos em blogs, websites e

plataformas wikis28

e da criação e compartilhamento de vídeos, músicas e outros conteúdos

audiovisuais na rede mundial de computadores. O segundo papel desempenhado pelos

usuários é o papel de crítico, desempenhado pelos usuários que possuem o papel de julgar o

27

Os nomes dos papéis adotados pelos usuários da internet foram traduzidos do inglês para o português pelo

autor desse capítulo.

28 Sistema que permite que os documentos, sejam editados coletivamente com uma linguagem de marcação

muito simples e eficaz, através da utilização de um navegador web

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conteúdo postado pelos criadores, através do resumo e comentário das informações postadas,

da edição dos conteúdos wikis e da participação dos fóruns de discussão e debates online.

Os colecionadores, por sua vez, são a terceira categoria e são os responsáveis pelo

arquivamento e triagem das inúmeras informações presentes na rede e previamente postadas e

julgadas pelos outros dois grupos. São eles quem selecionam os conteúdos relevantes e

compartilham-nos com outros usuários promovendo uma maior acessibilidade a essas

informações. O quarto grupo é composto pelos associados formado por aquelas pessoas que,

apesar de não selecionarem os conteúdos, também repassam as informações recebidas aos

outros membros do grupo, servindo como uma ponte que leva a informação até o último elo

da cadeia. Ele recebe esse nome por ser membro das redes sociais existentes no mundo

virtual, através da qual as informações circulam.

Por fim a quinta categoria, os espectadores, é formada pelos usuários que estão na

base do processo comunicacional e que possuem uma posição passiva nessa cadeia, tendo

como atividades principais a leitura, a audição e a visualização de conteúdos desenvolvidos

pelos outros usuários da rede.

Assim, pode-se afirmar que tal fenômeno não consiste em uma ação efêmera, mas sim

uma condição social perene, o que ajuda-nos compreender que uma mensagem publicitária é

compartilhada aos nós existentes através de um processo ativo e dependente da participação

do próprio consumidor, o que transforma a interatividade entre anunciante-mensagem-usuário

em um fator decisivo na propagação de uma mensagem ou conteúdo no ciberespaço e

essencial para o sucesso de uma campanha publicitária. Por isso esse capítulo encerra-se com

uma discussão acerca do conceito de Marketing Viral e sua importância como elemento

comunicacional da publicidade na internet.

Uma das formas mais antigas e eficazes de disseminação de um pensamento, uma

informação, uma marca ou um produto é o marketing boca-a-boca, afinal se uma pessoa que

faz parte de um dado círculo social e que determinada pessoal confia recomendar

positivamente uma marca ou produto, tal indicação será levada em conta. Mas, apesar de

eficiente uma divulgação boca-a-boca necessita de contato humano direto e possui uma área

de ação limitada e localizada à rede social do emissor.

O Marketing Viral nesse sentido apresenta-se como uma evolução da propaganda

boca-a-boca já que o emissor também empresta sua credibilidade a uma marca, produto ou

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informação ao endossá-lo ao receptor, contudo, ao contrário da ação anterior, o marketing

viral não possui abrangência e tempo de ação limitados e não necessita de contato direto para

acontecer (na verdade emissor e receptor não precisam nem estar presentes no mesmo mundo

dialógico no momento da enunciação e muito menos se conhecer).

Segundo Chetochine (2006, p.07) “o boca-a-boca sempre existiu. Ainda que nunca

tenha sido tão intenso quanto hoje – pelo simples motivo de estarmos cada vez mais

interligados, por computadores e telefones celulares e de banda larga estar se espelhando à

velocidade da luz”.

A definição do termo, que em nada se refere a um vírus de computador, baseia-se no

próprio processo de viralização que ocorrem em uma infecção, como a gripe por exemplo, e

recebe esse nome uma vez que a proposta é que o consumidor assimile determinado conteúdo

e passe-o adiante a outros consumidores de maneira aleatória e em progressão geométrica, tal

qual ocorreria com um vírus.

Décadas atrás, antes do surgimento da internet, os consumidores possuíam um número

menor de pessoas em suas redes sociais, entretanto cada uma dessas pessoas era conhecida de

maneira íntima e aprofundada. A partir da criação da sociedade em rede e principalmente das

redes de relacionamento sociais virtuais, o número de pessoas conhecidas por cada indivíduo

aumentou significativamente, porém trata-se de um conhecimento superficial.

Quando comparamos a comunicação boca-a-boca com o marketing viral observamos

uma diferença crucial, o marketing boca-a-boca possui um maior poder de convencimento

uma vez que uma informação é sempre mais crível por partir de alguém que possui a

admiração e a credibilidade do emissor. Além disso, em um local onde as pessoas não

necessariamente precisam ser quem dizem ser ou dizer o que realmente acham (como ocorre

com o ambiente virtual), a utilização dessa ação como estratégia de marketing se fragiliza

levando diversos estudiosos a apontar para a dificuldade em utilizar essa ação como uma

estratégia efetiva. (SILVA, 2008).

Dessa forma, as estratégias de comunicação e divulgação na internet necessitavam de

algo que transpassasse as barreiras do marketing viral, uma forma de comunicação que

amarrasse não só os comentários e as indicações de uma marca ou um produto, mas tudo que

era dito ou feito na internet. Eis que surge o buzz marketing. O nome buzz refere-se ao barulho

que as abelhas e outros insetos fazem quando estão trabalhando, ou seja, a sensação de não

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sabermos onde estão ou que estão fazendo, mas sabermos que estão lá. Nesse contexto o buzz

marketing caracteriza-se por todos os “barulhinhos” que existem na internet sobre

determinada marca ou produto. São todas as ações que objetivam gerar comentários, compra

conhecimento ou busca por informações. É a soma de tudo que existe na internet.

No contexto dessa dissertação, quando se fala em viralização de conteúdos

videotecnológicos (publicitários ou não) credita-se boa parte da responsabilidade às redes de

relacionamento social virtuais como o Twitter e o Facebook e ao portal de compartilhamento

de vídeos YouTube. Segundo informações do próprio Portal29

mais de 700 vídeos postados no

YouTube são compartilhados no Twitter a cada minuto e mais de 500 anos em horas são

assistidos e compartilhados na rede social Facebook diariamente. Alem disso, ainda segundo

estatísticas do site, cada tweet30

resulta em seis novas visualizações de vídeos no site e a

média é de 500 tweets com links do YouTube por minuto.

Contudo, quando se disserta acerca de um universo com bilhões de vídeos postado e

um trilhão de visualizações e debate-se o sucesso de um conteúdo audiovisual na internet

(ainda que nesse caso especificamente o publicitário), a elucidação de uma dúvida torna-se

fundamental. Dentre tantos vídeos a disposição do usuário internauta, por que apenas uma

porcentagem reduzida desses vídeos torna-se alvo efetivo de visualizações e

compartilhamento?

Existem duas hipóteses possíveis que ajudam a entender essa pergunta. A primeira

refere-se ao papel dos críticos e dos colecionadores apresentada por Li; Bernoff (2009, p.126)

e já debatida nessa pesquisa a qual defende que os próprios usuários, ao assumirem essa

função, se encarregam de selecionar o que é relevante ou irrelevante no contexto

comunicacional. A outra possibilidade defendida por (SILVA, 2008) baseia-se no contexto da

agenda setting. Para o autor, os vídeos ou conteúdos mais compartilhados, visualizados e

comentados da internet foram incitados pelos meios de comunicação de massa tradicionais

(sobre tudo a televisão) e são compostos por paródias, reapresentações ou ainda jargões de

programas transformados e adaptados para a linguagem da internet.

Portanto, tais afirmações reforçam a importância da adaptação da linguagem aos

meios. Entretanto para aprofundarmos nesse conceito necessitamos de mais informações e

29

Disponível em http://www.youtube.com/t/press_statistics. Acesso em 08 de Novembro 2012. 30

Tweet é o nome dado à mensagem emitida pelo usuário no Portal YouTube

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subsídios que auxiliem na compreensão da linguagem específica de cada meio de

comunicação de massa para compreendermos de que forma efetuou-se, com passar dos anos,

o processo de adaptação da linguagem publicitária a partir do surgimento de cada novo meio

de comunicação. É esse o objetivo do nosso próximo capítulo.

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CAPÍTULO II – O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DA

LINGUAGEM PUBLICITÁRIA NO BRASIL

Ao longo da história, sempre que uma nova mídia de massa era desenvolvida e

inserida à rotina social, suas capacidades comunicacionais eram apropriadas pelos anunciantes

e suas propagandas adaptadas às características de linguagem específicas dessa nova mídia.

Foi assim na transição do jornal para a revista, do meio impresso para o radiofônico e do rádio

para a televisão.

Atualmente observa-se a consolidação de um novo meio de comunicação de massa, a

internet (cujo poder comunicacional pode ser comprado com o de outras mídias de massa

como o jornal e a televisão), e simultaneamente nota-se a tentativa dos anunciantes em

utilizar-se desse meio de comunicação com o intuito de conquistar melhores resultados com

suas ações publicitárias. Esse cenário leva a crer que estamos vivendo um período de

transição, tal qual ocorreu no surgimento dos meios de comunicação massivos anteriores, e de

busca por uma adaptação da linguagem publicitária às características dessa mídia de massa

emergente.

A primeira [transformação advinda das mídias de massa] aconteceu no

século XIX, com a introdução das impressoras a vapor e do papel de

jornal barato. O resultado foi a primeira mídia de massa verdadeira - os

jornais "baratos"e as editoras de livros e revistas em grande escala. A

segunda transformação ocorreu com a introdução da transmissão por

ondas eletromagnéticas - o rádio em 1920 e a televisão em 1939. A

terceira transformação na mídia de massa - que estamos presenciando

agora - envolve uma transição para a produção, armazenagem e

distribuição de informação e entretenimento estruturadas em

computadores. Ela nos leva para o mundo dos computadores multimídia,

compact discs, bancos de dados portáteis, redes nacionais de fibras óticas,

mensagens enviadas por fax de última geração, páginas de Web e outros

serviços que não existiam há vinte anos. (DIZARD Jr, 2000, p. 53).

Entretanto antes de se observar os movimentos que regem o atual processo de

adaptação da linguagem faz-se necessário compreender como ocorreram os processos

anteriores que desenharam o panorama publicitário atual. Diante desse quadro o segundo

capítulo dessa dissertação objetiva apresentar um histórico do surgimento de cada mídia de

massa e de sua ação no contexto social, além de uma visão focada das formas com que a

publicidade se aproveitou dessas mudanças e das características de cada nova mídia para

propagar suas informações.

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O capítulo inicia-se com uma discussão acerca das definições dos conceitos de mídia,

veículo e meio de comunicação e dos conceitos de publicidade e propaganda, fundamentais

para a compreensão dos posicionamentos propostos por essa pesquisa. Continuando com a

proposta, o capítulo disserta sobre o dos principais meios de comunicação de massa no Brasil

e a busca de uma adaptação da linguagem publicitária tendo como base as características

dialógicas de cada nova mídia, partindo dos meios impressos (jornal e revista), passando

pelos meios eletrônicos (rádio, televisão e cinema) e chegando à internet. A esse respeito o

capítulo aponta para o ganho comunicacional adquirido através dos anos e ressalta as

dificuldades enfrentadas no processo de adaptação de cada nova mídia.

Nesse ponto o capítulo concentra-se especificamente nas características da

comunicação audiovisual e apresenta todos os elementos que contribuem para a propagação

de uma informação através desse tipo de linguagem. Através da apresentação desses conceitos

conclui-se que essa forma de comunicação possui elementos comunicacionais tão

convincentes que permitem ao consumidor “sair” do mundo físico e adentrar ao mundo

imaginário e mercadológico proposto pelos anunciantes.

Por fim, o capítulo encerra-se falando sobre o surgimento da InterneTV e de que

forma esse novo meio de comunicação híbrido atua na forma com que a sociedade

contemporânea consome os conteúdos apresentados pelas mídias de massa.

1. A Mídia e a Publicidade na InterneTV. Apresentações, conceitos e definições.

Corriqueiramente as palavras publicidade ou propaganda são utilizadas como

sinônimos, assim como o fazemos com seus similares mais populares anúncio ou reclame.

Contudo apesar de terem funções muito parecidas, do ponto de vista etimológico cada uma

dessas estratégias possui significado e função específicos e bem definidos.

Publicidade deriva de público (do latim publicus) e designa a qualidade do que é

público. Significa o ato de vulgarizar, de tornar público um fato, uma ideia.

Propaganda é definida como a propagação de princípios e teorias. (...) Deriva do

latim propagare, que significa reproduzir por meio de mergulhia (...) Seria então

a propagação de doutrinas religiosas ou princípios políticos de algum partido.

(...) a palavra publicidade significa, genericamente, divulgar, tornar público, e

propaganda compreende a ideia de implantar, de incluir uma ideia, uma crença

na mente alheia. (SANT‟ANNA; ROCHA JR.; GARCIA, 2009, p. 59).

Assim, quando caracterizamos determinado conteúdo como publicidade, tiramos dele

parte da responsabilidade de convencimento, quando uma mensagem torna-se simplesmente

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pública deixa-se de entregar ao leitor a chave de leitura necessária para que o mesmo tome a

atitude idealizada pelo emissor da informação, passando ele (o receptor) a ser o principal

responsável pela interpretação desse conteúdo. Em contrapartida a propaganda convence,

conceitua e direciona a interpretação encurralando o expectador estimulando-o a responder

com a ação imaginada pelo anunciante.

Dessa forma a compreensão da diferença sutil que distingue essas duas ações torna-se

necessária no contexto dessa dissertação uma vez que é essa diferença que distingue também

o papel do anunciante e do usuário na internet na propagação de uma mensagem publicitária.

O internauta, no seu papel de usuário, ao compartilhar um determinado conteúdo ou postar

certa mensagem pouco reflete sobre a ação que determinada informação causará ao seu leitor,

preocupando-se mais com o ato de dividir a notícia e partilhar os conhecimentos. O usuário

realiza dessa forma um ato de publicidade. O anunciante, por sua vez, avalia minuciosamente

a mensagem emitida, importando-se muito com o efeito que determinado conteúdo pode

trazer ao usuário e preocupando-se em estimular uma ação que encaminhe o receptor a tomar

a decisão concebida por ele. O anunciante realiza nesse contexto uma propaganda.

Assim, sob essa ótica, ao pensarmos na dinâmica comunicacional na internet

encontramos um processo de comunicação publicitário bifásico e contínuo. Bifásico porque a

interação comunicacional em primeiro momento parte do anunciante através de uma

propaganda que objetiva levar o leitor a assimilar determinado conceito e compartilhá-lo com

maior número de pessoas possível através de uma publicidade. Em uma segunda fase, esse

processo é contínuo uma vez que nunca se encerra, pelo contrário, renasce e renova-se

durante toda a estadia do usuário no mundo virtual, uma vez que o tempo todo ele é

impactado com mensagens e publicidades em diversos formatos.

Independente da estratégia utilizada, seja uma ou outra, sua existência sempre estará

associada a um meio de comunicação de massa, uma vez que (como o próprio nome já diz)

essa é a única forma de se propagar um conceito ou tornar pública uma informação de

maneira massiva.

Assim, quando falamos em meio de comunicação referimo-nos a qualquer instrumento

que permita uma interação comunicacional, seja ele interpessoal (como o telefone ou o

telégrafo) ou massivo (como a televisão ou rádio). Tal qual ocorre com os termos publicidade

e propaganda, em muitos casos definimos também meio de comunicação de massa e mídia

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como sinônimos, porém o segundo não refere-se a uma propagação de informação de maneira

massiva, ao falarmos em mídia queremos dizer algo muito maior e muito mais profundo, a

mídia não comunica-se simplesmente, a mídia produz conteúdo e cria tendências. Uma mídia

muito mais do que um meio de comunicação de massa é um instrumento de mobilização e

reconstrução social.

Então, como definir a internet? Um meio de comunicação que é ao mesmo tempo

pessoal e massivo, compartilhador de conteúdos e definidor de tendências. Seria ele um meio

de comunicação de massa, uma mídia de massa ou simplesmente um meio de comunicação?

Segundo Cardoso (2007, p.135), a internet pode ser considerada tudo isso e nada disso ao

mesmo tempo. Para o autor a internet corresponde a um metassistema de informações e

entretenimento, ou seja, trata-se de um sistema de comunicação virtual que interfere de

maneira significativa no processo comunicacional do mundo físico. É o plano metafísico

influenciando o plano físico.

Entretanto, a busca por uma correta definição do que é a internet extrapola o conceito

de metassistema uma vez que a internet em termos comunicacionais não é apenas uma mídia,

mas sim, a convergência de todas as mídias, não é apenas um meio de comunicação, mas sim

a união de todos os meios de comunicação existentes (massivos ou não). Ela mistura a

televisão, o rádio, o telefone, o telégrafo, o jornal, as revistas e todas as outras formas de

comunicação e um único local dialógico, tornando-se não apenas uma nova mídia, mas sim

um novo mundo comunicacional. O acessar a rede mundial de computadores o usuário não

acessa simplesmente um meio de comunicação, ele recebe uma passagem para uma nova

sociedade virtual na qual ele não é mais o mesmo, mas ainda assim existe, e na qual as mídias

que influenciam suas decisões no mundo físico também não são as mesmas, mas tal qual ele

também vivem.

Assim, quando falamos na publicidade audiovisual contemporânea precisamos ter em

mente que ela não ocorre apenas na televisão ou apenas na internet, mas sim na InterneTV31

,

uma vez que os conteúdos apresentados na televisão por vezes incentivam o consumidor a

31 Termo pouco explorado na literatura e na academia, o neologismo se refere a construção de uma

nova mídia formada pela união da internet e da televisão. Contudo ao seguirmos a linha de raciocínio

proposta até agora podemos imaginar um mundo não apenas com a InterneTV, mas também com uma

InternetRádio, InternetRevista, InternetJornal, e assim por diante.

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acessar a internet, ou ainda em muitos momentos se iniciam na televisão e são sequenciados

pelo próprio anunciante ou pelos usuários em meio digital, dentre inúmeros outros exemplos

que completam que comprovam essa hibridização.

Dessa forma, no contexto dessa dissertação, antes de discorrer sobre a adaptação dos

vídeos publicitários às características específicas da internet, se faz necessário compreender

como ocorreu todo o processo de evolução tecnológica e adaptação das mensagens

publicitárias ao longo da história.

2. A evolução da comunicação no Brasil. Do jornal ao rádio.

Pacheco (2004) afirma que o primeiro documento brasileiro com teor publicitário é a

carta escrita por Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal, uma vez que o seu detalhe ao

descrever o Brasil e suas belezas naturais possui um teor propagandístico muito próximo

daqueles utilizados nos dias de hoje para incentivar o turismo brasileiro. Todavia, por ter se

tratado de um acontecimento isolado e não deliberado, pelo fato da carta não ter sido escrita

com o intuito de ser uma propagada, o presente trabalho baseia-se no princípio que a história

publicitária brasileira se inicia com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil.

Fugindo das invasões napoleônicas que assolavam a Europa do século XVII a corte

real portuguesa mudou-se para o Brasil e o país foi elevado da categoria de colônia à

categoria de Reino Unido a Portugal e sede do governo português, iniciando aqui um processo

modernizador que incluiu a abertura dos portos às nações amigas (iniciando o livre-comércio

no país), a abertura da primeira instituição financeira da nação (o Banco do Brasil) e o início

da circulação do papel moeda.

É nesse contexto de evoluções econômicas e sociais que, segundo Graf (2001, p.17) se

inicia o processo de comunicação publicitária brasileiro, tendo como marco inicial o

nascimento da imprensa através da criação do jornal Gazeta do Rio de Janeiro no ano de

1808.

Por nascer intimamente ligada ao único meio de comunicação de massa existente na

época – o jornal – a publicidade brasileira inicia-se com fortes características de textos

jornalísticos, aproximando-se do formato dos classificados que sobrevivem até os dias de

hoje, como podemos observar na Figura 04 que apresenta, de acordo com Ramos e

Marcondes (1995, p. 38) o conteúdo da primeira propaganda brasileira.

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Figura 04: Conteúdo da primeira propaganda brasileira

Legenda: ANNUNCIO. Quem quiser comprar huma morada de cazas de sobrado, com frente para

Santa Rita, falle com Anna Joaquina da Silva, que mora nas mesmas cazas ou com o Capitão

Francisco Pereira de Mesquita, que tem ordem para as vender.

Fonte: Ramos e Marcondes (1995, p. 38)

Com base nessa leitura pode-se observar que a comunicação publicitária brasileira em

seus primórdios, devido à própria imposição do meio, não contemplava todas as camadas da

sociedade, mas sim apenas uma pequena elite alfabetizada, o que fazia com que os produtos

anunciados não fossem objetos de uso popular. Além disso, nota-se que devido à baixa

complexidade tecnológica da época as primeiras mensagens publicitárias eram visualmente

pouco atrativas fazendo com que o convencimento dos leitores dependesse diretamente da

mensagem escrita, sem o apoio de fotos ou imagens.

Nas décadas seguintes, esse tipo de comunicação sofreu sucessivas modificações e

adaptações na tentativa de desenvolver uma linguagem específica e mais próxima da

publicitária, contudo esse caráter jornalístico perdurou nesse tipo de conteúdo por boa parte

do século XIX iniciando um processo de transformação efetiva apenas na década de 1870

com o início da imprensa ilustrada no Brasil, sobretudo a partir do lançamento do jornal O

Mequetrefe, como podemos verificar na página seguinte na Figura 05.

Diante dessa figura pode-se perceber que a publicidade brasileira sofreu uma nítida

evolução, adaptando sua linguagem às novas possibilidades dialógicas ofertadas pelos

avanços técnico-comunicacionais da época, garantindo uma maior atratividade da mensagem

aos olhos do leitor.

Em primeiro lugar destaca-se a mudança semântica do anúncio, que passou de um

informe simples e direto (tal como a venda de uma casa como pôde ser analisado na Figura

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04), para um conteúdo mais complexo valendo-se de metáforas e figuras de linguagem. Em

segundo lugar destaca-se a inserção de imagens à publicidade possibilitando o processo de

intersemiose através da articulação de dois tipos de linguagem, a verbal e a não-verbal, o que

representou um ganho semântico significativo à propaganda brasileira que agora dispunha de

novas formas para expressar-se e comunicar-se com seus leitores.

Figura 05: A alegoria espremendo o Bispo

Legenda: Até que lhe façam como a uva, segundo diz S. Agostinho: espremê-la para

que produza alguma coisa de bom.

Fonte: O Mequetrefe, Rio de Janeiro, n.41, 07 out. 1875. Acervo: AEL-UNICAMP

Todas essas mudanças podem ser consideradas o primeiro processo de adaptação de

linguagem da história publicitária brasileira, por demonstrar a tentativa de utilizar-se das

novas possibilidades semânticas garantidas pela evolução dos meios de comunicação a fim de

alcançar melhores resultados comunicacionais e atingir de maneira mais certeira o público-

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alvo proposto pelas suas campanhas. Entretanto vale a pena ressaltar que, apesar de todas

essas evoluções, as propagandas nesse meio de comunicação continuavam a ser desenvolvidas

com foco em um público-alvo seleto e necessariamente alfabetizado, pela própria imposição

do meio.

No início do século XX a publicidade brasileira sofreu influência de movimentos

artísticos europeus (em especial o Art nouveau32

, como verificamos na Figura 06) e da elite

cultural da época uma vez que na inexistência de agências de propaganda poetas como

Casemiro de Abreu (o precursor do texto publicitário) e Olavo Bilac assumiam a autoria de

textos publicitários. A linguagem nesse contexto possuía um forte apelo satírico, através de

caricaturas, e poético, escrito através de versos e rimas (RAMOS, 1998, p. 26).

Figura 06: Propaganda Art Nouveau - Cerveja Brahma 1910

Fonte: Museu da História da Propaganda Brasileira

32

O movimento Art noveau (que em francês significa nova arte) originou-se na França no ano de 1883. Suas

marcas principais são os elementos naturais e que representam a vida bucólica.

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61

Entretanto no que se refere à propaganda nos meios de comunicação de massa, um

avanço que merece destaque nesse século é observado com o surgimento das revistas, em

especial a revista, O Cruzeiro (1928) – Figura 07 – que introduziu na propaganda impressa os

primeiros conteúdos em quatro cores e inseriu no mercado o conceito de fotorreportagem

fazendo com que a fotografia transcendesse as funções ilustrativas e se tornasse parte

necessária do processo interpretativo (BARBOSA, 2002; GAVA, 2005). A introdução da

policromia na propaganda impressa representou um avanço no processo comunicacional, pois

o uso das cores permite que uma dada mensagem seja interpretada de forma mais aproximada

daquela desejada pelo anunciante, minimizando entendimentos dúbios ou lacunas

interpretativas além de permitir maior inventividade ao criador.

Figura 07 – Primeiro exemplar da revista O Cruzeiro (1928)

Fonte: Serpa (2003, p.45)

Nos anos seguintes, a propaganda impressa brasileira sofreu uma visível evolução no

contexto visual, graças à modernização das técnicas de impressão e efeitos gráficos,

entretanto, como afirma Garboggini (1995), tal panorama, aliado ao empobrecimento dos

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hábitos de leitura e falta de tempo dos consumidores forçaram uma redução drástica do

volume de textos inseridos às mensagens publicitárias em favor das imagens e fotografias.

Observava-se nesse contexto peças visualmente mais elaboradas e compostas por imagens

atrativas e textos sintéticos e diretos. A responsabilidade pela persuasão encontrava-se na

imagem e não nos textos como podemos verificar na comparação das Figuras 08, 09 e 10 que

representam propagandas impressas de automóveis Chevrolet das décadas de 1960, 1970 e

1980, respectivamente.

Figura 08: Propaganda Impressa (1960)

Fonte: Portal Carro Antigo. Disponível em

http://www.carroantigo.com/imagens/PROPAGANDAS_NAC_3/CHEVROLET_CAMINHAO_BRASIL_1960-

002.JPG. Acessado em 10 de Julho 2012

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Figura 09: Propaganda Impressa (1973)

Fonte: Portal Carro Antigo. Disponível em

http://www.carroantigo.com/imagens/PROPAGANDAS_NAC_2/CHEVROLET_1973.jpg. Acessado em 10 de

Julho 2012

Figura 10: Propaganda Impressa (1980)

Fonte: Portal Carro Antigo. Disponível em

http://www.carroantigo.com/imagens/PROPAGANDAS_NAC_05/CARAVAN_AMBULANCIA.jpg. Acessado em

10 de Julho 2012

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Em paralelo a isso as evoluções tecnológicas redesenharam o panorama

comunicacional brasileiro também em outros tipos de mídias, e o mercado vislumbrou

indícios de mudança com a chegada do cinema no fim do século XIX e com o surgimento da

indústria fonográfica no país no início do século XX – ainda que a publicidade brasileira

mantivesse-se praticamente inalterada tendo ainda o jornal e a revista como os principais

meios de comunicação de massa do país, fazendo com que esses recebessem a maior parte da

atenção dos anunciantes desejosos em divulgar seus produtos.

Com o passar dos anos e a consolidação desses novos meios de comunicação a massa

analfabeta e desejosa por informação e entretenimento – que de acordo com Jambeiro et al.,

(2004, p. 164) correspondiam a 15 milhões de brasileiros em um total de 50 milhões de

habitantes – passou a ter maior acesso à comunicação, sobretudo após a chegada do rádio ao

Brasil e após a criação de políticas de acesso ao meio radiofônico criadas pelo Governo

Provisório de Getúlio Vargas em 1930, como afirma David; Caetano (2012).

Nos primeiros anos de sua existência, o rádio ainda não possuía uma linguagem

própria, fazendo com que a propaganda veiculada nessa nova mídia fosse composta

simplesmente pela leitura dos textos publicitários produzidos originalmente para os jornais e

revistas. Entretanto, no final da primeira metade da década de 1930 observou-se a instalação

das primeiras agências de publicidade em território brasileiro – quase todas de origem norte-

americana – que trouxeram consigo novos formatos publicitários importados dos Estados

Unidos da América, como os spots e os jingles33

, e iniciaram no Brasil uma tentativa de

construção de uma linguagem publicitária própria para o meio radiofônico. (MARCONDES,

2001, p.27).

O primeiro jingle brasileiro (transcrito a seguir) foi escrito pelo compositor Antonio

Nássara, interpretado pelo músico Luiz Barbosa e veiculado no Programa do Casé comandado

pelo radialista Ademar Casé no ano de 1932 (CASÉ, 1995, p.49). Esse episódio inaugurou

um novo formato publicitário e propiciou ao rádio uma possibilidade de mudança nas formas

de fazer propaganda existentes. Essa ruptura com o tradicional iniciou um processo de

adaptação das mensagens publicitárias às características de linguagem específicas do meio

radiofônico, adaptação essa que garantiu o surgimento de outros formatos exclusivos como os

33 Os jingles são conteúdos publicitários desenvolvidos especialmente para os rádios. Por músicas cuja letra é

desenvolvida especialmente para o anunciante. Pode ter uma trilha sonora exclusiva ou ser uma paródia de uma

música já existente. Nessa ferramenta o poder maior de persuasão está na criatividade das rimas e no apelo

musical.

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spots que eram caracterizados por textos e diálogos que tinham como pano de fundo a música

de grandes ícones como Noel Rosa e Pixinguinha.

Transcrição do primeiro jingle produzido no Brasil para o cliente “Padaria Bragança”

“Oh, padeiro desta rua

tenha sempre na lembrança

não me traga outro pão

que não seja o Pão Bragança.

Pão , inimigo da fome

fome inimiga do pão

enquanto os dois não se matam

a gente fica na mão.

Oh, padeiro desta rua

tenha firma na lembrança

não me traga outro pão

que não seja o Pão Bragança.

De noite quando me deito

e faço minha oração

peço com todo o respeito

que não me falte o pão”.

Nesse contexto o rádio trouxe ao ambiente publicitário novas possibilidades

expressivas e persuasivas através de novas linguagens comunicacionais que contavam com

recursos como a voz e a trilha sonora que tinham como objetivo envolver o ouvinte no mundo

comunicacional da mensagem anunciada, despertando nele as emoções e sensações

necessárias para a correta retenção da informação veiculada. (SOARES, 2006).

Além disso, através principalmente das propagandas testemunhais, a própria

linguagem verbal ganhava um novo formato através da utilização de textos cadenciados e a

introdução de recursos como pausas, entonações e outras variações vocais que objetivavam

ressaltar os pontos fortes da mensagem. Com essa nova forma de divulgação parte da

credibilidade e poder de persuasão que o apresentador possuía junto aos ouvintes era

emprestada ao produto anunciado, que ganhava força e novos argumentos de venda.

A grande audiência do rádio na década de 1940 fez com que os anunciantes buscassem

novas formas de utilizar a seu favor a força comunicacional do meio radiofônico. Surge nesse

contexto a ideia de patrocínio através da qual programas de grande visibilidade e notoriedade

emprestavam parte de sua credibilidade e empatia às empresas patrocinadoras como

exemplifica Calabre (2002, p. 52), ao falar do patrocínio do produto Colgate efetuado à

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primeira novela brasileira, intitulada Em busca da felicidade no ano de 1941, e ao citar o

patrocínio da empresa Esso ao principal jornal radiofônico da época, o Repórter Esso.

Com o passar dos anos o rádio passou a concentrar uma audiência cada vez maior

graças à sua principal característica comunicacional, o uso do som, que permitia uma

interação entre o apresentador e o ouvinte através da forma oral, simulando a ideia de diálogo.

Tal característica permitia que o ouvinte utilizasse sua imaginação e interpretasse os estímulos

transmitidos por essa mídia com figuras encontradas em seu dia-a-dia, fazendo com que ele se

sentisse verdadeiramente incluído mundo transmitido pelo rádio.

Para o escritor de peças radiofônicas, é fácil nos envolver numa batalha entre

duendes e gigantes, ou fazer a nossa espaçonave pousar num estranho e distante

planeta. Criada por efeitos sonoros apropriados e apoiada pela música adequada,

praticamente qualquer situação pode ser trazida ao ouvinte. MCLEISH (2001,

p.15)

No mesmo sentido das evoluções comunicacionais da época a publicidade brasileira

inaugura no final da década de 1940, através do rádio, o conceito de slogan34

, no qual as

principais características do produto são repetidas a cada inserção com o objetivo de

contribuir para a fixação da mensagem na mente do consumidor. Segundo Mcluhan (2002,

p.256) a repetição e a redundância das mensagens publicitárias são responsáveis pela fixação

gradual do conteúdo na mente do consumidor e pelo processo de sedução e convencimento.

Nesse contexto a utilização de slogans garante às propagandas uma maior retenção dos

conceitos apresentados pela mensagem.

Esse poder de atração fez do rádio uma mídia extremamente persuasiva e garantiu a

ele um período de grande prestígio, tanto entre os ouvintes quanto entre os anunciantes,

fazendo com que alcançasse o seu período de ouro nas décadas subsequentes à sua criação.

Após esse período, mais especificamente a partir da década de 1950, o rádio começa a perder

audiência e investimento publicitário com o surgimento de um meio de comunicação de

massa ainda mais sedutor através do qual a sensação de diálogo tornava-se ainda mais

concreta por aliar à fala a imagem. Surge então a televisão.

34

O slogan é uma frase concisa e sedutora que resume e reforça os pontos positivos de um produto, serviço,

marca ou ideia. Geralmente é utilizado na assinatura de peças publicitárias impressas ou no fechamento de

anúncios radiofônicos e audiovisuais.

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3. A nova era da publicidade. Da televisão à internet.

No dia 18 de setembro de 1950, com atraso de duas horas, às 22h, em São Paulo,

nasceu a primeira emissora de TV do Brasil, a PRF-3, ou a TV Tupi. (...) Se,

com a chegada do rádio, o desafio era dar voz às mensagens publicitárias, agora

se tratava do desafio final: dar imagem. E em movimento. (MARCONDES,

2001, p.29)

Apesar de parecer algo absolutamente novo, a televisão era basicamente a união de

dois meios de comunicação de massa já existentes, o cinema e o rádio. Tal união foi acertada,

pois o primeiro permitia uma interação entre a imagem em movimento e o som (ainda que a

sonorização fosse extremamente rudimentar), porém não de maneira doméstica, o que no

contexto publicitário era pouco atrativo, e o segundo permitia uma interação doméstica e até

móvel entre o ouvinte e o ouvido, mas não possibilitava a inserção de imagens (nem estática e

nem em movimento). Assim, ao unir as forças desses dois meios de comunicação, a televisão

tornou-se uma grande fonte de convencimento graças às suas características de linguagem e

sua mobilidade.

A esse respeito vale a pena destacar que apesar do cinema e da televisão permitirem

uma interação entre o espectador com uma imagem em movimento sonorizada, no que se

refere à tecnologia de transmissão esses dois meios de comunicação possuíam características

absolutamente diferentes, no cinema a transmissão de imagens acontecia através do efeito

lanterna mágica, um feixe de luz vazando uma película negativa, já na televisão a imagem

construía-se através de uma chuva de elétrons projetados em um anteparo (no caso a tela) que

aparece e desaparece a cada microssegundo. (ALVES, 1983; PIGNATARI, 1981).

Tal como ocorreu com o rádio no momento de sua gênese, os primeiros anos da

televisão foram um período de baixas audiências uma vez que o acesso a essa mídia ainda era

precário e pequeno (principalmente em comparação com o rádio e as mídias impressas). No

que se refere aos conteúdos foi uma época marcada por uma simples réplica de conteúdos que

faziam enorme sucesso no rádio, como adaptações do jornal Repórter Esso e das novelas

radiofônicas – Vale lembrar que esses formatos tornaram-se tão importantes que são até hoje

um dos líderes de audiência desse meio de comunicação (MARTÍM-BARBERO, 1992, p.18;

HAMBURGUER, 2005, p. 40). No que se refere às mensagens publicitárias o panorama se

repetia.

As primeiras propagandas e as primeiras publicidades televisivas seguiram os mesmos

modelos de estrutura e linguagem utilizados pelo rádio, se distanciando muito da propaganda

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audiovisual que conhecemos atualmente, isso sem levarmos em conta o avanço tecnológico

nessa área ocorrido nas últimas seis décadas, o que fazia com que os conteúdos apresentados

nesse período fossem caracterizadas como formas de spots ou jingles com imagens. A esse

respeito vale ainda ressaltar que a televisão desse período utilizava muito pouco de uma de

suas principais características, o movimento, fazendo com que o uso de imagens ficasse

restrito a figuras estáticas ou ilustrações tal qual se verificava na mídia impressa.

Outros resquícios da propaganda radiofônica que também habitava a televisão nesse

período eram os programas patrocinados cujo conteúdo era desenvolvido pelas agências de

propaganda dos anunciantes. Esses programas levavam o nome da marca patrocinadora e só

apresentavam comunicações dos seus produtos nos intervalos comerciais, como por exemplo:

o Teledrama Três Leões, o Grande Teatro Monções, o Antarctica no Mundo dos Sons, o

Mappin Movietone, o Circo Bombril, o Desfile de Melodias Jardim, o Variedades Miros, o

Fábulas Duchen, Os Grandes Espetáculos União, dentre outros. (ALBUQUERQUE, 2008;

p.14). É importante salientar que esse modelo de publicidade se mantém até os dias de hoje

com programas como o “Roda a Roda Jequiti” apresentado pela emissora Sistema Brasileiro

de Televisão (SBT) e o “Mega Senha Bombril” e o “Nestlé com Você”, ambos apresentados

pela emissora Rede TV.

Outro vestígio do rádio encontrado nos primórdios da televisão é a propaganda

testemunhal, cujos objetivos eram reforçar a imagem do produto na mente dos telespectadores

e demonstrar suas diversas formas de utilização bem como suas versões e sabores. Ao

contrário do rádio onde esse tipo de anúncio era feito pelo próprio locutor, na televisão esse

trabalho ficava a cargo, quase que majoritariamente, pela figura da Garota Propaganda.

Segundo Marcondes (2001, p. 30) essa é uma das personagens mais marcantes nos

primórdios da propaganda televisiva. Uma mulher (porque a dona de casa era o principal

público-alvo desse novo meio de comunicação) cuja função era apresentar ao consumidor o

produto anunciado, suas características e principais diferenciais dando a impressão de se tratar

de um diálogo entre amigos, como observamos na Figura 11. Segundo o autor esse é um dos

primeiros avanços da linguagem publicitária nesse meio de comunicação massivo uma vez

que a linguagem coloquial e doméstica utilizada por essas mulheres contrastava com os apelos

formais utilizados pela comunicação publicitária até então.

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69

Figura 11: Garota Propaganda Toddy (1958)

Fonte: Museu da Propaganda Brasileira. Disponível em http://www.propagandasantigas.com/

2008/11/filme-publicitrio-do-toddy-da-dcada-de.html. Acessado em 30 de Março 2012

Essa técnica, que visa aliar a imagem do anunciante à credibilidade do anunciador,

também é uma estratégia utilizada até os dias de hoje através da figura das merchandetes35

ou

inserida no contexto dos programas, através de ações na quais o produto faz parte da trama ou

simplesmente é acrescentado à história. Essa segunda técnica é chamada por Blessa (2006;

p.24) de merchandising editorial.

Os primeiros comerciais da televisão brasileira, nesse contexto, eram realizados ao

vivo e produzidos pela própria emissora em parceria com os profissionais das agências de

comunicação. Devido a esse processo os primeiros anúncios televisivos não possuíam um

tempo delimitado de veiculação e nem mesmo formatos bem definidos tal qual conhecemos

hoje, o que dificultava a precificação e o tabelamento dos preços. (GARBOGGINI, 1995)

35

Evolução do conceito da Garota Propaganda a merchandete é uma figura composta uma por um homem ou

mulher cujo papel é divulgar/demonstrar um produto ou serviço aos telespectadores. Essa técnica é mais

utilizada em programas de não ficção (ao contrário do merchandising editorial que é mais comum em obras de

ficção).

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Os anúncios nesse contexto eram feitos com linguagem criativa inferior à atual

usufruindo-se muito pouco das técnicas de som e imagem propiciadas pela televisão.

Observava-se fraco apelo emocional e um foco nos argumentos racionais, as razões de

compra. De acordo com Furtado (1990, p. 238) as propagandas que não utilizavam as garotas

propaganda eram realizadas através de sequencias de slides acompanhadas por uma locução

realizada em off.

Ainda para o autor, devido ao seu alto custo, os comerciais gravados eram reservados

aos produtos de grande circulação e valiam-se da tecnologia cinematográfica36

para ganhar

contorno: som, trilhas e outras manipulações. Surgem então os primeiros filmes sonoros

gravados para a TV brasileira e o primeiro comercial realizado com trilha sonora própria, o

comercial da Casa Clô, estrelado por Sônia Maria Dorsi, ainda na década de 50.

Tal mudança representou um marco na história publicitária televisiva brasileira, pois a

partir desse momento a publicidade e a propaganda iniciavam um processo, bem sucedido é

preciso ressaltar, de adaptação de sua linguagem a esse novo meio de comunicação massivo.

A introdução do som em concernência com a linguagem visual representou um ganho

semântico muito grande a esse meio que agora dispunha de novas estratégias dialógicas para

se comunicar com o consumidor.

De acordo com Greenfield (1988; p.80) uma das principais características desse meio,

e que faz dele extremamente persuasivo, é a rapidez com que os conteúdos são apresentados e

sequenciados nessa mídia de massa, dando ao telespectador pouco ou nenhum tempo para

refletir sobre a mensagem. Característica essa inexistente em outras mídias como a impressa,

na qual o leitor é quem impõe o tempo de reflexão e interpretação.

Após sua primeira década de existência a televisão brasileira dissemina-se e passa

receber a atenção dos telespectadores e dos anunciantes. De acordo com Gomes Jr (2010) os

primeiro sinais da diminuição da força do rádio foram observados no início dos anos 60 com

o fortalecimento e a disseminação da televisão no país. Segundo o autor o crescimento dessa

nova mídia no contexto publicitário foi tão expressivo que em uma década de existência a

36

A esse respeito vale ressaltar que a linguagem televisiva e a cinematográfica possuem semelhanças no que diz

respeito ao complexo sígnico (ambas utilizam a imagem cinética o som e a fala), mas se diferem de maneira

contundente no que se diz respeito à sua produção técnica. O cinema é composto por imagens passadas quadro a

quadro e a televisão por sua vez é composta por feixes de luz que enviados um a um organizam a imagem. Nesse

contexto a televisão não entrega todas as informações da imagem de uma só vez ela constrói a imagem no

mesmo ritmo em que o receptor a recebe (ao contrario do cinema que entrega a imagem pronta e cada quadro).

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televisão e o rádio já recebiam o mesmo valor em verbas publicitárias, sendo que uma década

e meia a frente em 1978, o rádio observou seu total de investimentos cair de 23,6% para 8%

ao passo que a televisão recebeu um incremento na sua verba publicitária partindo de 24,7%

para 56 ,2% no mesmo período.

O crescimento televisivo, no contexto apresentado, deve-se em boa parte à introdução

do uso dos videoteipes (VT) na televisão brasileira, ainda no início da década de 1960. A

utilização dessa nova tecnologia representou um diferencial na história televisiva uma vez que

a partir de agora tornava-se possível a gravação e a reprise de conteúdos, e a televisão

brasileira ganhou mobilidade rompendo as barreiras dos estúdios e ampliando a qualidade dos

vídeos apresentados, já que os programas a partir desta época podiam ser gravados,

regravados e reprisados.

No que diz respeito à linguagem publicitária o uso do VT também pode ser

considerado um divisor de águas, uma vez que essa tecnologia permitiu a ampliação da

liberdade criativa do autor que além de ter a possibilidade de gravar em outros cenários

também podia testar marcas e enquadramentos antes que a propaganda fosse ao ar. Além

disso, a possibilidade de reprisar os conteúdos permite, também, a utilização da técnica da

repetição ou redundância e contribuiu para o processo de padronização e fixação dos

conteúdos veiculados.

Nesse cenário de mutações a publicidade e a propaganda começam a ganhar força e a

mudar seu perfil e sua linguagem no sentido de alcançar melhores resultados. A partir desse

momento, de acordo com Garboggini (1995), começa-se a verificar uma alteração do foco de

atenção das ações publicitárias que antes se concentravam no produto e agora passaram a se

dirigir ao consumidor.

Essa mudança de foco exigiu da televisão o desenvolvimento de novas linguagens

visuais que seduzissem o consumidor e levassem-no ao mundo do anúncio, tal qual ocorria

com as trilhas sonoras do rádio. Através dessas funções que envolviam recortes e movimentos

de câmera e objetiva o consumidor sentia-se parte da propaganda e vivenciava as sensações

prometidas pela mensagem fazendo com que a televisão ganhasse linguagem própria e

distanciasse-se cada vez mais de suas mídias antecessoras.

Nesse sentido, de acordo com Borelli, Priolli (2000; p.19) a comunicação televisiva

brasileira iniciou um processo de profissionalização, principalmente a partir da criação da TV

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Globo (em 1965) e a implantação do Padrão Globo de Qualidade por Walter Clark que

baseava-se na ideia de programação e no conceito de repetição sequencial, através da qual os

programas eram divididos em blocos e interligados por intervalos comerciais que terminavam

em cenas específicas que objetivavam aumentar o suspense e atrair a atenção do consumidor.

Tal técnica é chamada de “paradas dramáticas” Mattelart; Mattelart (1997; p.80).

No que diz respeito à linguagem publicitária a ideia de repetição dos anúncios

contribuiu de maneira direta para a propagação e retensão das mensagens propagandísticas

uma vez que esse conceito fideliza o telespectador ao programa e indu-lo a esperar a

sequencia assistindo aos intervalos comerciais, minimizando dessa forma a vontade zapear37

do telespectador. Tal artifício é utilizado até hoje nos programas televisivos e foi apropriado

pela propaganda no formato dos anúncios sequenciais nos quais uma história é contada em

partes ao longo de vários intervalos fazendo com que o consumidor, em alguns casos, espere

os próximos capítulos e comece a se identificar com o produto e as personagens.

A década de 70 foi marcada pela censura e pelos avanços sociais. Nesse período a

sociedade modificou o seu padrão comportamental e viu-se uma ruptura com o

conservadorismo das décadas anteriores fazendo com que a publicidade, segundo Garboggini

(1995), perdesse o seu caráter racional e investisse em argumentos emocionais com o intuito

de convencer o consumidor. Nas palavras da autora

“a linguagem publicitária perde a „cerimônia‟ com o afastamento paulatino das

argumentações racionais. Ocorre uma mudança radical na forma e no conteúdo

com a intensificação do apelo às emoções (...) A descoberta do corpo como fonte

de prazer reflete-se na publicidade que começa a apresentar com destaque a

imagem do corpo com uma sensualidade explícita. Produtos com absorventes

higiênicos, por exemplo, começaram a ser apresentados de forma mais atraente

sem os eufemismos utilizados anteriormente”.

No mesmo ritmo em que a sociedade se modificava as tecnologias também evoluíam,

o que impactava diretamente na linguagem televisiva e por consequência publicitária. Um

exemplo disso é a possibilidade de transmissão de conteúdos em cadeia nacional o que

possibilitou ações contemporâneas em todo o país, algo muito importante para produtos de

varejo ou de abrangência nacional, e a possibilidade de veiculação seletiva que propiciou

ações regionalizadas.

37

Zapear é a ação de mudar de canal de televisão ou estação de rádio de maneira rápida e repetitiva com o

objetivo de avaliar os demais programas oferecidos. O termo origina-se a onomatopeia zap! que remete a algo

feito rapidamente

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Além desse avanço (e no mesma medida com que ocorreu com as revistas ilustradas e

a cores) uma grande contribuição tecnológica dessa época para a publicidade audiovisual

ocorreu em 1972 com o início da transmissão a cores no Brasil. (BORELLI, PRIOLLI, 2000;

p.60). Tal evolução técnica permitiu um enorme ganho comunicacional aos anúncios

veiculados nesse meio de comunicação massivo, uma vez que permitia destacar não apenas às

embalagens e marcas, mas também aos próprios cenários, objetos e personagens que ficam

mais reais e fidedignos se aproximando do universo vivenciado pelo telespectador na sua

realidade, como demonstra a propaganda do Shampoo Colorama exemplificada pela Figura

12.

Figura 12: Propaganda audiovisual colorida (década 1970) – Shampoo Colorama

Fonte: Museu da Propaganda Brasileira. Disponível em http://www.propagandasantigas.com/search/

label/anos%2070. Acessado em 30 de Junho 2012

Ao compararmos as Figuras 11 e 12 ainda que possuam características estéticas

semelhantes (ambas possuem uma mulher em fundo chapado enquadrada em plano próximo

com o produto) observa-se um poder interpretativo maior na imagem colorida uma vez que

através das cores o consumidor consegue associar mais facilmente o produto exposto no ponto

de venda com aquele anunciado na propaganda da televisão.

Nos anos oitenta a publicidade brasileira foi marcada pela conquista de prêmios

internacionais importantes e pelo reconhecimento da qualidade criativa brasileira. No campo

da linguagem publicitária o destaque se dá no desenvolvimento de softwares de editoração e

diagramação voltados para as artes gráficas, que fizeram com que os anúncios ficassem mais

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sofisticados e as ilustrações dessem lugar a montagens e fotos superproduzidas. Não existia

nesse momento limite para a imaginação publicitária. Como podemos verificar na

comparação das Figuras 13, 14 e 15 que representam propagandas televisivas de automóveis

das décadas de 1960, 1970 e 1980.

Figura 13: Propaganda Televisiva (1960)

Fonte: Portal Youtube. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=VBC2XDFnQTc. Acessado em 10 de

Julho 2012

Figura 14: Propaganda Televisiva (1971)

Fonte: Portal Youtube. Disponível em http://www.youtube.com/ watch?v=645uNUZfl4w. Acessado em 10 de

Julho 2012

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Figura 15: Propaganda Televisa (1988)

Fonte: Portal Youtube. Disponível em http://www.youtube.com/ watch?v=cpZ9PgHPH4g. Acessado em 10 de

Julho 2012

O mercado publicitário do início da década de 1990 foi marcado pela estagnação. A

grande inflação e o clima de incerteza fizeram com que os anunciantes reduzissem o

investimento em propaganda e passassem a utilizar a promoção de vendas com o intuito de

escoar seus produtos. Entretanto os sucessivos pacotes econômicos impostos pelos governos

nos anos seguintes, com destaque especial para o Plano Real, promoveram a estabilização

econômica e a retomada do consumo.

No que diz respeito à linguagem, as propagandas dos anos 90 foram caracterizadas

pela forte presença do apelo emocional em seus conteúdos, através da utilização de técnicas

avançadas de edição e filmagem e a presença massiva de jingles que marcavam a mente do

consumidor, como podemos observar nas Figuras 16 e 17 e em suas transições.

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Figura 16: Propaganda Anos 90: Jingle Pipoca e Guaraná

Jingle:”Pipoca na panela começa a arrebentar. Pipoca com sal, que sede que dá! Pipoca e Guaraná que

programa legal. Só eu e você e sem piruá, que tal? Eu quero ver pipoca pular (Pipoca com Guaraná)

Eu quero ver pipoca pular (Pipoca com Guaraná)Quero ver pipoca pular, pular. Soy louca por pipoca e

Guaraná. Antarctica, este é o sabor.”

Fonte: Portal Youtube. Disponível em youtube.com/watch?v=Sk48VxcjIyw. Acessado em 12 de Julho 2012

Figura 17: Propaganda Anos 90: Jingle Mamíferos da Parmalat

Jingle “O elefante é fã de Parmalat. O porco cor-de-rosa e o macaco também são. O panda e a vaquinha só

querem Parmalat, assim como a foquinha o ursinho e o leão. O gato mia, o cachorrinho late, o rinoceronte só

quer leite Parmalat. Mantenha o seu filho forte, vamos lá, trate seu bichinho com amor e Parmalat. Tomou?”

Fonte: Portal Youtube. Disponível em youtube.com/ watch?v=LYAaCIY_FzE. Acessado em 12 de Julho 2012

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Entretanto sem dúvida nenhuma o principal avanço dessa década no que se refere à

comunicação é o surgimento da internet e das mídias digitais, que possibilitaram ao

consumidor sair da posição de mero expectador e assumir uma posição de produtor de

conteúdo. Agora as pessoas passaram a “entrar no mundo da propaganda” e interagir com ele.

A internet é um divisor de águas na comunicação humana por permitir pela primeira vez na

história uma interação intra-usuários direta e contemporânea através da troca de informações

em três níveis: escrito, sonoro e imagético.

Devido a sua abrangência global a comunicação mediada pelo computador é hoje parte

indelével da sociedade, sendo utilizada para tecer a teia comunicacional necessária à

manutenção do convívio social – seja para conexões pessoais ou profissionais, busca por

informações, entretenimento ou engajamento político e religioso – destacando-se dentre todas

as formas de interação social. (CASTELLS, 2009, p.65).

No que se refere à comunicação publicitária nesse meio de comunicação a origem da

internet foi marcada pela presença de propagandas apresentadas exclusivamente através do

formato de banners digitais que nada mais eram do que peças publicitárias visuais (estáticas

ou em movimentos muito específicos) presentes nos sites e que direcionavam o usuário para a

página do anunciante ao ser clicado. (LAPOLLI ET AL., 2009, p. 23). A partir delas surgiram

outras variações, com formatos e nomenclaturas variáveis, mas sempre com a mesma função e

característica de linguagem, como podemos observar nas Figuras 18, 19, 20, e 21 retiradas do

Portal Terra.

Figura 18: Caracterização de um Half banner

Fonte: http://publicidade.terra.com.br/index.php/formato/index

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Figura 19: Caracterização de um Super banner

Fonte: http://publicidade.terra.com.br/index.php/formato/index

Figura 20: Caracterização de um Full banner

Fonte: http://publicidade.terra.com.br/index.php/formato/index

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Figura 21: Caracterização de um Banner vertical

Fonte: http://publicidade.terra.com.br/index.php/formato/index

Contudo no que se refere à linguagem, essas peças publicitárias veiculadas no mundo

“online” se diferenciavam muito pouco de outras utilizadas no mundo “offline” como

anúncios de jornal, propagandas veiculadas em revistas, faixas e cartazes veiculados em

pontos de venda, etc., ainda que, como afirma Radfahrer, (2000, p.76), ao analisarmos os

banners e as propagandas impressas da época observamos que tratam-se de conteúdos menos

complexos e atrativos do ponto de vista semântico-visual. Iniciava-se nesse momento uma

tentativa de adaptação das peças publicitárias existentes às características da internet.

A esse respeito destaca-se que não apenas os banners virtuais foram às primeiras

formas de propaganda originárias na internet como continuam sendo até os dias de hoje, de

acordo com Castells (2003; p.198), a porta de entrada de muitos anunciantes para o mundo

virtual, devido ao seu baixo custo de veiculação e pouca complexidade produtiva. Vale a pena

ressaltar que atualmente a estrutura comunicacional dos banners virtuais evoluiu muito em

relação aos banners dessa época fazendo com que possuam características mais específicas e

não encontradas em seus antecessores, como afirma Zeff; Aronson (2000, 39), tais como o

movimento, a interatividade e a possibilidade de aquisição de novos formatos e tamanhos,

como observamos na Figura 22.

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Figura 22: Banner Interativo

Fonte: Portal Youtube. Acessado em 26 de Julho 2012.

Passada essa fase introdutória, iniciou-se um processo de evolução tecnológica através

do qual a internet alcançou novas possibilidades comunicacionais advindas da inserção de

conteúdos sonoros e audiovisuais agregando em si características de outros meios de

comunicação de massa. (DORNELLES, 2004)

Diante desse contexto, no mesmo sentido em que a internet e as tecnologias virtuais

evoluíam, eram seguidas de perto pela publicidade e a propaganda que valiam-se das novas

possibilidades dialógicas para comunicar suas mensagens. Surgem nesse momento as

propagandas sonoras, que a princípio nada mais eram do que a transmissão das mesmas

mensagens publicitárias desenvolvidas para as rádios no formato de rádios virtuais ou de

podcasts38

e as propagandas audiovisuais.

Nesse momento a internet, impulsionada segundo Castells (2009, p.67) pelo portal de

compartilhamento YouTube, passou a veicular os conteúdos desenvolvidos pelas mídias de

massa tradicionais, tal qual ocorre ainda nos dias de hoje. Nesse contexto, no que se refere à

linguagem, as comunicações publicitárias veiculadas na internet mantinham (e em alguns

casos ainda matem) as mesmas características encontradas naquelas veiculadas no rádio e na

televisão no mundo físico.

Tal panorama começou a se modificar apenas a partir da convergência midiática

advinda dos avanços da tecnologia digital, definida por Barradas (1995) como Triple Play, ou

38 Segundo Moura; Carvalho (2006) “O podcasting (combinação da palavra iPod e broadcasting) é um modo de

difusão de emissões de rádio. Através de subscrição de um “feed RSS”, e com a ajuda de um programa

específico, pode-se descarregar automaticamente para o computador ou o iPod as emissões de rádio previamente

selecionadas e de seguida transferidas para um leitor de ficheiros MP3 e serem ouvidas onde e quando o

utilizador pretender”

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81

seja, a convergência entre o sistema telefônico (que permite a transmissão da voz) e a internet

(que consiste na transmissão de dados), com o rádio e a televisão (que transmitem sons e

vídeos).

No que se refere à linguagem publicitária essa convergência garante que os conteúdos

veiculados em qualquer meio de comunicação ganhe forma e vida na internet, ou seja, permite

que o usuário torne-se um agente ativo do processo de significação e interpretação da

mensagem fazendo com que possa interagir e se posicionar de uma forma que não tornava-se

possível através do modelo comunicacional proposto anteriormente pelas mídias de massa

tradicionais que promoviam uma via de comunicação unilateral. É nesse momento que a

internet passa a tornar-se um mundo com vida própria, um ambiente através do qual o usuário

e todos os conteúdos consumidos por ele no plano real, pudessem ser encontrados, alterados,

adaptados e redefinidos no plano virtual.

Nesse sentido, a convergência entre a internet e outras plataformas comunicacionais

representaram uma mudança de paradigmas na comunicação publicitária, devido ao fluxo

contínuo e crescente de conteúdos e informações ofertados através de suportes midiáticos

distintos de forma interativa e colaborativa, possibilitando que a comunicação ocorresse nos

mais diversos momentos e através das mais variadas plataformas de mídia (JENKINS, 2009,

33).

Nesse contexto é possível afirmar que a linguagem publicitária na internet une em si as

mesmas características dos três principais meios de comunicação de massa: o impresso, o

radiofônico e o televisivo. Diferenciando-se apenas pelo fator interatividade, como

exemplifica Figura 23.

O meio digital tem várias particularidades que nunca existiram antes e é

completamente diferente de todas as outras mídias, mas leva pedaços de todas

elas. A web é ágil como o rádio, abrangente como o jornal, rica como o

videogame, envolvente como a TV e em alguns casos móvel como o celular

(RADFAHRER, 2000, p. 33).

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Figura 23: Propaganda audiovisual interativa

Fonte: Portal Youtube. Disponível em: http://www.terra.com.br. Acessado em 26 de Julho 2012.

Essa característica hibrida da internet aliada ao seu potencial interacional faz com que

ela, segundo Castells (2003; p.141), esteja ganhando espaço e audiência uma vez que agora o

usuário pode em um mesmo espaço ouvir aos programas de rádio, ler as reportagens dos

jornais e revistas, assistir aos conteúdos televisivos e interagir com as pessoas pertencentes ao

seu círculo social. Nesse contexto a internet tornav-se capaz de mobilizar as massas e

comunica-se com elas com intensidade e força semelhantes às das mídias de massa

tradicionais, o que faz com que o olhar do mundo publicitário aos poucos se volte para ela.

Na linguagem publicitária a internet e as comunicações digitais e via satélite abriram

caminho para novas possibilidades de comunicação e veiculação publicitária em ambientes

como softwares e aplicativos específicos para celulares smarthphones, conteúdos e

possibilidade de compras exclusivas em televisões interativas, propaganda segmentada em

rádios digitais, ações testemunhais em vídeo games, etc. sempre buscando atingir o

consumidor de maneira direta através de ações com custo relativamente reduzido e com

grande potencial viral. (KOTLER; ARMSTRONG, 2011, p. 443).

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83

Além disso, a internet auxiliou no processo publicitário e mercadológico permitindo,

além de interação do consumidor aos produtos, acesso dos anunciantes aos consumidores

através de fóruns de debate, sites de livre expressão, comentários em redes sociais e blogs,

etc., permitindo que as empresas efetuem uma pesquisa de mercado praticamente gratuita e

que, apesar de não totalmente fidedigna, servem como um termômetro indicativo dos

movimentos do mercado.

Tais pensamentos subsidiam uma vez mais a necessidade do debate proposto por essa

pesquisa acerca de uma adaptação da propaganda (em especial as audiovisuais visto que a

televisão é atualmente o principal meio de comunicação existente) às características da

internet no sentido de utilizarmo-las para alcançarmos melhores resultados. Nesse contexto, o

primeiro passo para essa adequação é compreender quais são os principais elementos da

linguagem audiovisual.

4. Os elementos da linguagem audiovisual

No que diz respeito à linguagem audiovisual (Comparato, 2009, p.137) ressalta que

uma propaganda precisa seguir a curva de tensão representada pela Figura 24 para a garantir

resultados positivos, na qual (A) indica que algo vai acontecer, despertando a atenção do

espectador; (B) indica que algo precisa ser feito, incentivando o telespectador a entrar no

“mundo da propaganda” e buscar soluções ao problema; e (C) indica que algo foi feito,

revelando ao consumidor soluções para os seus problemas.

Figura 24: Curva de Tensão

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Nesse sentido a escolha correta dos planos e dos tempos de interpretação bem como de

elementos como os cortes, ângulos e movimentos são fundamentais para o sucesso da

comunicação televisiva, uma vez que determinam a importância do objeto apresentado para a

compreensão da mensagem e o tempo disponibilizado para a sua interpretação. Além disso, a

combinação dessas estratégias com elementos como o som contribuem para a assimilação da

mensagem televisiva uma vez que aproxima o conteúdo do pensamento humano que é sonoro,

visual e dinâmico (ALVES, 1983).

Dentre as principais estratégias da linguagem audiovisual destacam-se: Plano e

Enquadramento, Iluminação, Movimento, Angulação, Cortes e Edição.

4.1. Enquadramento

O enquadramento é o primeiro passo de qualquer produção visual uma vez que é ele

quem irá determinar quais são os elementos e as personagens que devem ser apresentados em

uma determinada tomada, e qual é a importância de cada um deles para a correta interpretação

de uma mensagem. Nesse sentido pode-se enquadrar uma mesma imagem de diferentes

formas de acordo com alguns objetivos tais como: sensação de distância entre a personagem e

o espectador, detalhe da imagem que deve ser ressaltado, sensação de movimento da

personagem, etc. Cada um desses enquadramentos é chamado de plano.

Apesar de não haver um consenso acerca da nomenclatura dos planos, existe na

literatura uma consonância acerca dos tipos de plano como podemos verificar nas obras de

Marner (1972); Alves (1983); Moreira (2011), e na exemplificação apresentada na Figura 25.

Figura 25: Caracterização dos diferentes tipos de planos

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4.2. Iluminação

O objetivo da iluminação é tentar recriar artificialmente a luminosidade natural do

ambiente em que a cena está acontecendo. Quanto mais clara e iluminada for uma cena,

maiores serão as percepções de cores e maior será o número de elementos identificados pelo

espectador, quando mais escura estiver à cena, menor será o número de informações

ambientais captadas pelo espectador, embora vale a pena ressaltar que o excesso de luz pode

levar ao “estouro” da imagem e a falta dela o escurecimento excessivo da mesma,

comprometendo sua identificação. Marner (1972; p.204) lembra que a iluminação pode ser

muito importante também no encobrimento de imperfeições do cenário, dos figurinos ou das

maquiagens das personagens as quais, se reveladas, poderiam estragar o contexto ou a

credibilidade propostos pela cena.

A iluminação também é utilizada com o objetivo de destacar uma personagem ou um

objeto da cena, uma vez que, ao serem mais iluminados que os demais elementos a atenção do

público se volta para eles fazendo, com que sejam mais bem percebidos pelos espectadores.

Para que isso ocorra o diretor de iluminação tem à sua disposição três tipos de fontes

luminosas distintas: a luz principal (que é a principal fonte de luz), a contraluz (que é

projetada atrás da personagem com o objetivo de contorná-la) e a luz atenuantes (que atenua a

luz principal).

Ressalva-se que para a iluminação alcançar o objetivo proposto ela deve estar em

harmonia com os demais elementos de cena tal qual: cenários, elementos gráficos, figurinos,

falas e entonação da personagem e assim por diante. A esse respeito Squirra (2012) reforça

que, na atualidade, tão importante quanto pensar a iluminação em conjunto é pensar a

iluminação no conceito tecnológico uma vez que a chegada de aparatos como as televisões

digitais Full HD, por exemplo, necessitam de novos tipos de fontes luminosas e filtros de luz.

4.3. Movimento

Como já apresentado, a imagem em movimento é um dos grandes diferenciais da

televisão, e é ele quem prende a atenção do espectador e colabora para o processo

interpretativo. Para causar o efeito desejado o movimento pode ser inserido em uma cena de

três formas distintas: através do movimento da câmera, do movimento da lente objetiva ou do

movimento da própria personagem.

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4.3.1. Movimento da Câmera

O movimento de câmera é utilizado com o intuito de ambientar telespectador ao lugar

e à atmosfera em que a personagem está inserida ou para acompanhar a movimentação de

uma personagem. Nesse movimento ocorre um deslocamento da câmara enquanto o ângulo

entre o eixo óptico e a trajetória de deslocamento mantém-se constantes.

Esse movimento da câmera pode ser dividido em quatro categorias. Primeiramente o

Travelling que consiste em um deslocamento da câmera da esquerda para a direita, ou vice-

versa,conhecido como traveling lateral e com função apenas descritiva ou em um

deslocamento para cima e para baixo, ou vice-versa, nomeado como travelling vertical com o

principal objetivo de acompanhar uma personagem em movimento. Existe também travelling

arco ou travelling em curva no qual ocorre um movimento circular da câmera em torno da

personagem ou de um objeto de cena.

A outra categoria classificatória é a Panorâmica que consiste em uma rotação da

câmera sobre o seu próprio eixo (vertical ou horizontal) sem deslocamento da câmera. O

objetivo dessa técnica é acompanhar a personagem em sua movimentação, evitando que ela

“escape da cena” ou ofertar ao telespectador uma visão mais ampla do ambiente em que a

encenação está acontecendo.

Por sua vez o Dolly consiste em um deslocamento da câmera em relação ao objeto.

Pode ser constituído pelo Dolly-In que ocorre quando existe uma aproximação da câmera em

relação ao objeto com a função de detalhar ao espectador um acontecimento ou um objeto em

cena, ou pode ser caracterizado pelo Dolly-Out que ocorre através do afastamento da câmera

em relação ao objeto com a função de dar a ideia de distanciamento.

Por fim o Chicote que trata-se de um movimento panorâmico e muito rápido que

mistura objetos, cenários e personagens excluindo um ponto de vista físico. Pode ser

utilizado, por exemplo, para representar uma passagem de tempo ou de lugar.

4.3.2. Movimento da Objetiva

Os movimentos da objetiva são utilizados para promover um movimento óptico em

relação ao objeto. Caso esse movimento seja de aproximação, saindo-se de um

enquadramento mais amplo para outro mais fechado, ele é chamado de Zoom-In, caso esse

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movimento seja de afastamento, saindo-se de um enquadramento mais fechado para outro

mais aberto, ele é chamado de Zoom-Out.

4.3.3. Movimento da Personagem

São os movimentos realizados pela personagem diante de uma câmera estática ou em

ritmo diferente em relação à personagem. Esse movimento pode ser horizontal, vertical,

transversal ou obliquo.

4.4. Angulação da Câmera

A angulação da câmera é utilizada para identificar o ponto de vista que se deseja que

o espectador assuma frente à personagem. A angulação pode ser utilizada de três formas:

câmera normal (quando a câmera focaliza a linha do horizonte dando a ideia que espectador e

personagem estão no mesmo nível), câmera alta (quando a câmera focaliza a personagem de

cima para baixo, dando a entender de que o espectador encontra-se em um nível mais alto em

relação à personagem) e a câmera baixa (quando a câmera focaliza a personagem de baixo

para cima dando a ideia que o espectador encontra-se em um nível inferior em relação à

personagem).

4.5. Edição

Nas modernas produções audiovisuais sempre faz-se uso de mecanismos de edição

pós-filmagem com o objetivo de deixar o conteúdo mais realista, aumentar a qualidade das

imagens apresentadas ou facilitar a transição entre as diversas cenas, contribuindo para uma

melhor interpretação da mensagem. Dentre as principais estratégias utilizadas nesse contexto,

destacam-se os Suítes, compostos pela captação de imagens através de duas ou mais câmeras

que são sobrepostas no processo final de edição dando a ideia de sobreposição. Os tipos de

suítes mais comuns são os cortes, a fusão, a sobreposição e chromakey.

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CAPÍTULO III – ANÁLISE COMPARATIVA DA LINGUAGEM

PUBLICITÁRIA AUDIOVISUAL NA TELEVISÃO E INTERNET.

Nesta seção apresentam-se os principais resultados encontrados na comparação dos

vídeos investigados. Os achados foram o resultado da análise de 10 filmes publicitários

desenvolvidos originalmente para a televisão e postados posteriormente na internet e 10

propagandas audiovisuais produzidas exclusivamente para a internet. A seleção dos vídeos foi

baseada no ranking elaborado pela agência de pesquisas IBOPE Monitor39

e no sistema de

triagens e segmentação proposto pelo portal de compartilhamentos Youtube40

.

Com base no ranking proposto elencaram-se os 10 maiores anunciantes do meio

digital e em seguida selecionou-se o vídeo produzido especialmente para a internet e o vídeo

desenvolvido para televisão e postado na internet com o maior número de acessos no canal

virtual sediado no YouTube de cada uma dessas empresas, totalizando 20 vídeos. O ranking

produzido pelo IBOPE Monitor foi utilizado uma vez que a agência é uma das principais

referências desse mercado e acredita-se que as empresas apresentadas nele são aquelas cujo

conteúdo está melhor adaptado às características da internet, por sua vez o portal YouTube foi

selecionado por ser a maior e mais acessada rede de compartilhamentos de vídeos existente.

Na análise comparativa dos materiais publicitários, cada uma das tomadas que compõe

os vídeos foi analisada de acordo com 5 categorias: movimento, tipo de plano, angulação de

câmera, existência ou inexistência de efeitos especiais de pós-edição e áudio utilizado. Como

podemos avaliar nas transcrições dos vídeos apresentados nas Transcrições

01,02,03,04,05,06,07,08,09,10,11,12,13,14,15,16,17,18,19,20.

39

Pesquisa que elencou os 30 maiores anunciantes brasileiros do meio digital em 2011. Disponível em:

http://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/noticias/2012/02/09/Agencias-e-anunciantes-lideres-na-

midia-digital.html

40

O YouTube é um portal colaborativo de postagem de vídeos no qual seus usuários postam vídeos

desenvolvidos e editados por eles, assistem e compartilham conteúdos audiovisuais postados por outros usuários,

além de terem a possibilidade de comentar os conteúdos visíveis e interagir com os demais espectadores

conectados à rede.

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89

Transcrição 01

Filme: Concurso Cultural Enoel

Anunciante: Hewlett Packard (HP)

Origem: Internet

Tempo de duração: 121‟‟

CENA

MOVIMENTO,

TIPO DE PLANO,

ANGULAÇÃO E

PÓS-PRODUÇÃO

ÁUDIO ROTEIRO

Grande Plano

Geral. A

personagem

movimenta-se

naturalmente sem

sair do

enquadramento.

Angulação:

Câmera Normal.

- BG41

: Trilha

musical natalina.

- LOCUÇÃO

(ENOEL)

Cenário: Home Office

decorado com temas

natalinos.

A personagem entra em

cena e diz:

- “Oi, oi, oi, oiiiiiiii,

para quem ainda não

sabe meu nome é Enoel”

Plano americano. A

personagem se

aproxima da

câmera.

Angulação:

Câmera Normal.

- BG: Trilha

musical natalina.

- LOCUÇÃO

(ENOEL)

Cenário: Home Office

decorado com temas

natalinos.

A personagem se

aproxima da câmera e

diz:

-“E para quem não sabe

eu estou aqui para

deixar o seu natal mais

feliz.”

Grande Plano

Geral. A

personagem

movimenta-se

naturalmente sem

sair do

enquadramento.

Angulação:

Câmera Normal.

- BG: Trilha

musical natalina.

- LOCUÇÃO

(ENOEL)

Cenário: Home Office

decorado com temas

natalinos.

A personagem afasta-se

da câmera e diz:

-“Por isso vou realizar

os três pedidos de natal

mais criativos”

Grande Plano

Geral. A

personagem

movimenta-se

naturalmente sem

sair do

enquadramento.

Angulação:

Câmera Normal.

- BG: Trilha

musical natalina.

- LOCUÇÃO

(ENOEL)

Cenário: Home Office

decorado com temas

natalinos.

A personagem senta-se

na cadeira que encontra-

se ao lado, gira na

cadeira um giro de 360º

e diz:

-“ Vou mostrar como

funciona. É fácil, ein! É

só mandar o seu pedido

para o e-mail

[email protected] ou

pelo hotsite

enoel.com.br...”

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90

Grande Plano

Geral. A

personagem vira-se

para a esquerda,

olha para a

impressora

multifuncional HP

sem sair do

enquadramento.

Angulação:

Câmera Normal.

- BG: Trilha

musical natalina.

- LOCUÇÃO

(ENOEL)

Cenário: Home Office

decorado com temas

natalinos. A personagem

diz:

- “... que eu recebo na

hora da minha

multifuncional HP com

sistema E-Print. É

tecnologia meu amigo.”

Grande Plano

Geral. A

personagem

movimenta-se

naturalmente sem

sair do

enquadramento.

Angulação:

Câmera Normal.

- BG: Trilha

musical natalina.

- LOCUÇÃO

(ENOEL)

Cenário: Home Office

decorado com temas

natalinos.

A personagem volta a

olhar para a câmera e

diz:

- “Os pedidos devem ter

no máximo 500

caracteres e um valor de

até 5.000 reais. Os três

mais criativos serão

realizados. Isso mesmo,

tem que ser criativo.”

Grande Plano

Geral. A

personagem vira-se

para a esquerda,

olha para a

impressora

multifuncional HP

sem sair do

enquadramento.

Angulação:

Câmera Normal.

- BG: Trilha

musical natalina.

- LOCUÇÃO

(ENOEL)

Cenário: Home Office

decorado com temas

natalinos.

A personagem diz:

-“Opa! Está chegando

um pedido aqui.”

Plano detalhe.

Transição através

de corte. A Câmera

focaliza o papel

sendo impresso

Angulação:

Câmera Normal.

- BG: Trilha

musical natalina.

- LOCUÇÃO

(ENOEL)

Cenário: Home Office

decorado com temas

natalinos.

A personagem pega o

papel que está sendo

impresso

“-Vamos lá”

Grande Plano

Geral. A

personagem

movimenta-se

naturalmente sem

sair do

enquadramento.

Angulação:

Câmera Normal.

- BG: Trilha

musical natalina.

- LOCUÇÃO

(ENOEL)

Cenário: Home Office

decorado com temas

natalinos.

A personagem volta a

olhar para a câmera e

diz:

-“Querido Noel, queria

ganhar uma bicicleta

para dar umas voltinhas.

Assinado, Bruno.”

Plano médio. A

objetiva efetua um

zoom in com

objetivo de

enquadrar melhor a

personagem.

Angulação:

Câmera Normal.

- BG: Trilha

musical natalina.

- LOCUÇÃO

(ENOEL)

Cenário: Home Office

decorado com temas

natalinos.

A câmera de aproxima e

enquadra a personagem

que diz:

- “Pô Brunão! Acabei de

ler sua cartinha ela ta

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91

meio murchinha, né? Ô

pessoal, sabe como é,

né? No nosso concurso

cultural o pedido precisa

ser criativo. Na verdade

bem criativo, porque a

galera escreve cada

coisa que só vendo no

meu hotsite para

acreditar. Por isso você

precisa colocar a

criatividade pata

funcionar.”

Grande Plano

Geral. A

personagem

movimenta-se

naturalmente sem

sair do

enquadramento.

Angulação:

Câmera Normal.

- BG: Trilha

musical natalina.

- LOCUÇÃO

(ENOEL)

Cenário: Home Office

decorado com temas

natalinos.

A personagem fala:

- “Por exemplo:

„gostaria de ganhar

umas bicicletas para dar

umas voltinhas‟.

Bicicleta é o pedido mais

comum de todos os

tempos, todo mundo já

pediu uma. Mas que tal

pedir uma bicicleta de

dois lugares para

percorrer a muralha da

China? Viu só? Já ficou

um pouco mais criativo,

né? Mandem os pedidos

quando quiserem.”

Grande Plano

Geral. A

personagem

movimenta-se

naturalmente sem

sair do

enquadramento.

Angulação:

Câmera Normal.

- BG: Trilha

musical natalina.

- LOCUÇÃO

(ENOEL)

Cenário: Home Office

decorado com temas

natalinos.

A personagem fala:

- “Mas se quiserem ver

os seus pedidos

comentados ao vivo no

hotsite, basta enviá-los

de segunda à sexta das

18 às 21 horas até o dia

23 de Dezembro. Bom, é

isso aí galera. Feliz natal

para todos e beijos do

Enoel”

Imagens inseridas

na pós-produção.

Não há movimento

de câmera ou

angulação.

Transição através

de corte.

MÚSICA: Trilha

musical natalina

A trilha sonora de fundo

aumenta e a tela é

ocupada pelo logotipo e

o site da promoção.

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92

Transcrição 02

Filme: Toners Originais HP

Anunciante: Hewlett Packard (HP)

Origem: Televisão

Tempo de duração: 15‟‟

CENA

MOVIMENTO,

TIPO DE PLANO,

ANGULAÇÃO E

PÓS-PRODUÇÃO

ÁUDIO ROTEIRO

Imagens gráficas.

Não há movimento

de câmera ou

angulação.

Transição através

de diálogo.

- Não há

trilha de

fundo. As

letras entram

e saem em um

som robótico.

- Locução em

Off

As palavras entram pelas

laterais e formam a frase

lida pelo locutor:

-“Não arrisque, Evite

reimpressões.”

Após a leitura as palavras

saem também pelas

laterais.

Imagens gráficas.

Não há movimento

de câmera ou

angulação.

Transição através

de diálogo.

- Não há

trilha de

fundo. As

letras entram

e saem em um

som robótico.

- Locução em

off

As palavras entram pelas

laterais e formam a frase

lida pelo locutor:

-“Use toners originais

HP.”

Após a leitura as palavras

saem também pelas

laterais.

Imagens gráficas.

Não há movimento

de câmera ou

angulação.

Transição através

de diálogo.

Música estilo

Techno House

As engrenagens ficam

coloridas e começam a

rodar. Uma embalagem

do tonner HP entra pela

lateral direita e fixa-se no

centro da tela.

Imagens gráficas.

Não há movimento

de câmera ou

angulação.

Transição através

de diálogo.

- BG: Música

estilo Techno

House.

- Locução em

Off

As engrenagens saem da

tela pela lateral esquerda,

a embalagem movimenta-

se para o canto esquerdo

da tela e o logotipo da

empresa juntamente frase

lida pelo locutor entram

em cena pela lateral

direita.

-“O melhor custo

benefício para a sua

empresa.”

Após a leitura as palavras

saem também pelas

laterais.

Imagens gráficas.

Não há movimento

de câmera ou

angulação.

Transição através

de diálogo.

Música estilo

Techno House

A trilha sonora de fundo

aumenta e a tela é

ocupada pelo logotipo.

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Imagens gráficas.

Não há movimento

de câmera ou

angulação.

Transição através

de diálogo.

Música estilo

Techno House

A trilha sonora se mantém

e a tela é ocupada pelo

site da empresa.

Transcrição 03

Filme: NET VÍRTUA // Internet-se - Edit View O Homem Amado em 7 dias | Episódio 01/06

Anunciante: Net

Origem: Internet

Tempo de duração: 198‟‟

CENA

MOVIMENTO, TIPO

DE PLANO,

ANGULAÇÃO E PÓS-

PRODUÇÃO

ÁUDIO ROTEIRO

Imagens inseridas na

pós-produção. Não há

movimento de câmera

ou angulação.

Transição através de

corte.

- Música

Eletrônica

instrumental.

Cenário: Sala futurista.

Apresentação do título

da propaganda.

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal.

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

-“Me fala meu amor ...”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal.

-Locução da

personagem

Tata.

- Som de

choro da

personagem

Iolanda

Cenário: Sala futurista.

A personagem Iolanda

diz:

- “... o que é que te traz

de aqui?”

Grande Plano Geral.

Transição através de

cortes. As personagens

movimentam-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal.

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

- Quem é esse príncipe

que você quer de volta

em sete dias, ein?”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

- Som de

choro da

personagem

Iolanda

Cenário: Sala futurista.

A personagem Iolanda

chora.

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94

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

- “Que som. Que

grunhido..”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Iolanda

diz:

-“Meu marido, o Uiliam,

ele está desaparecido há

semanas.”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

- “Por que Chubaca?”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Iolanda

diz:

- “Eu to o pó”.

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

- “A gente vai achar esse

homem pra você. Esse

nome de príncipe, o que,

que é isso. Vou procurar

agora. É o que? É

Uiliam com “w”, 45

anos, sarado, alto, é

isso?”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Iolanda

diz:

- “Não, poxa, é com

„U‟.”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

- Barulho que

identifica

„ERRO‟ no

softaware

Windows

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata olha

surpresa.

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Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Iolanda

diz:

- 58 anos, gordo, careca,

baixinho, ele tem um tufo

de pelos que nasce aqui

atrás. Mas são pelos

macios...”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

- “É um tufo benigno,

não é? Fica tranquilo

que a gente vai achar ele

pra você agora.”

Plano Detalhe.

Transição através de

cortes. Angulação:

Câmera Normal.

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A câmera focaliza o

computador

demonstrando que Tata

está efetuando uma

busca na internet. A

personagem Tata diz:

-“Vamos lá Uiliam, 58

anos”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

- “Olha para cá, para

cá...”

Plano Detalhe.

Transição através de

cortes. Angulação:

Câmera Normal.

- Sons que

indicam

velocidade

Cenário: Sala futurista.

A câmera focaliza a

personagem Tata

apertando um botão que

indica que o resultado

foi achado.

Plano Geral. Transição

através de cortes. As

personagens

movimentam-se em cena

e a Câmera efetua o

movimento de Chicote.

Angulação: Câmera

Alta. Efeitos

adicionados na pós-

produção para gerar a

ideia de movimento

rápido.

- Sons que

indicam

velocidade

- Gritos de

euforia das

personagens

Cenário: Sala futurista.

A câmera focaliza as

personagens dando ideia

de rapidez.

Plano Close-Up.

Transição através de

cortes. As personagem

Tata movimenta-se em

cena e a Câmera efetua

o movimento de Chicote.

Angulação: Câmera

normal. Efeitos

- Sons que

indicam

velocidade

- Gritos de

euforia das

personagens

Cenário: Sala futurista.

A câmera focaliza as

personagens dando ideia

de rapidez.

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adicionados na pós-

produção para gerar a

ideia de movimento

rápido.

Plano Close-Up.

Transição através de

cortes. As personagem

Iolanda movimenta-se

em cena e a Câmera

efetua o movimento de

Chicote. Angulação:

Câmera normal. Efeitos

adicionados na pós-

produção para gerar a

ideia de movimento

rápido.

- Sons que

indicam

velocidade

- Gritos de

euforia das

personagens

Cenário: Sala futurista.

A câmera focaliza as

personagens dando ideia

de rapidez.

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

-“Vem aqui com a

mamãe”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Iolanda

diz:

- “Já viu?”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

- “Já vi, meu bem, isso

aqui é NET VIRTUA!”

Plano Detalhe.

Transição através de

cortes. Angulação:

Câmera Normal.

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A câmera focaliza a

página do Facebook

encontrada pela

personagem Tata. A

personagem Tata diz:

- “Uiliam Aparecido, 58

anos, taxista, num

relacionamento ...”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

- “Num

relacionamento... I meu

amor...”

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97

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Iolanda

diz:

- “Para. Não Me Fala.”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

- Sons de

choro da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

- “Eu vou te dar uma má

notícia. Mas parece que

ele está com uma mulher

que tem um pouco

mais...”

Plano Detalhe.

Transição através de

cortes. Angulação:

Câmera Normal.

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A câmera focaliza a foto

do casal apresentada na

página do Facebook. A

personagem Tata diz:

-“não vou te dizer muito,

mas pouco mais, de traço

feminino que você.”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

-“Você é uma mulher,

não é isso?”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Iolanda

diz:

-“Ai que baque...”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

-“Fica tranquila minha

loca, a gente vai dar um

jeito nisso. Eu vou te

fazer daqui uma

princesa”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Iolanda

diz:

- “Só nascendo de novo

porque de princesa eu

não tenho nada”.

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Grande Plano Geral.

Transição através de

cortes. As personagens

movimentam-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal.

-Locução da

personagem

Tata. -

Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

As personagens

dialogam:

-“Que é isso?”

-“Ah, é verdade”

-“Tênis velho...”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

-“Que é a princesa mais

linda.... de um outro

quarteirão, depois de

uma guerra com um

pouco de incêndio,

hein?”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Iolanda

diz:

-“Ah, Para.”

Grande Plano Geral.

Transição através de

cortes. As personagens

movimentam-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal.

-Locução da

personagem

Tata.

- Sons de risos

da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

-“Quem é que tem o

nariz do tamanho de um

cotovelo? Quem é?”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata. -

Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

As personagens

dialogam:

-“Para. Eu já te disse

que fico sem graça

assim....”

-“Quem é?”

- “Sou eu.”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

-“É você linda. Se a

gente colocar embaixo

uma legenda: „Sou

Mulher‟. As pessoas vão

te olhar talvez até com

atração”

Grande Plano Geral.

Transição através de

cortes. As personagens

movimentam-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal.

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

-“Não digo pessoas

humanas, mas pessoas

talvez de outros planetas

talvez te olhem com

desejo.”

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Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

- Sons de

Risos da

personagem

Iolanda.

-Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

As personagens

dialogam:

-“Não digo pessoas

vivas, mas talvez

mortas...”

-“Ok, Ok”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

- “Você entendeu? Não

tem problema.”

Plano Detalhe.

Transição através de

cortes. Angulação:

Câmera Normal.

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A câmera focaliza o site

encontrado pela

personagem Tata. A

personagem Tata diz:

-“Aqui, ó. Perfeito aqui

ó”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

-“Combo depilação

cavada + tintura de

cílios+ Mais Stylists com

90% de desconto.”

Plano Detalhe.

Transição através de

cortes. Angulação:

Câmera Normal.

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A câmera focaliza o site

encontrado pela

personagem Tata. A

personagem Tata diz:

-“ Aqui meu amor, você

vai ficar perfeita”.

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

-“Parece que é para

duas pessoas”

Imagens inseridas na

pós-produção. Não há

movimento de câmera

ou angulação.

Transição através de

corte.

Barulhos de

modem sendo

conectado

indicado

passagem de

tempo.

Cenário: Sala futurista.

Transição que indica

passagem de tempo e

cena.

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100

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

- BG: Música

Eletrônica

Instrumental

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

“Você está linda,

sabia?”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

- BG: Música

Eletrônica

Instrumental

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

“Você está Maravilhosa,

eu to fincado com

ciúmes.”

Grande Plano Geral.

Transição através de

cortes. As personagens

movimentam-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal.

- BG: Música

Eletrônica

Instrumental

-Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Iolanda

segura nas mãos de Tata

e diz:

- “Muito obrigado pelo

up, pela força, pela

admiração e pelo

prestígio”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

- BG: Música

Eletrônica

Instrumental

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

-“Agora vamos fazer o

seu perfil aqui no

Face...”

Grande Plano Geral.

Transição através de

cortes. As personagens

movimentam-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal.

- BG: Música

Eletrônica

Instrumental

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

-“E eu tenho certeza que

você rapidinho vai

mudar de status. Tá

pronto que é NET

VIRTUA é rapidinho, o

que você acha?”

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

- BG: Música

Eletrônica

Instrumental

-Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Iolanda

exclama

:-“Nossa!”

Plano Detalhe.

Transição através de

cortes. Angulação:

Câmera Normal.

- BG: Música

Eletrônica

Instrumental

-Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A câmera focaliza o novo

perfil de Iolanda e os

nomes dos homens

interessados por ela. A

personagem Iolanda diz:

-“Gente! Olha o

Uoshington, o

Kleverson...”

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101

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Iolanda movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

- BG: Música

Eletrônica

Instrumental

-Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Iolanda

diz:

- “Olha lá, o Birigui

não só me adicionou

como está me cutucando.

Você acha que eu cutuco

ele de volta?

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

- BG: Música

Eletrônica

Instrumental

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

-“Taí meu amor a

felicidade de que se

inicia em um mundo de

internet rápida”

Grande Plano Geral.

Transição através de

cortes. As personagens

movimentam-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal.

- BG: Música

Eletrônica

Instrumental

-Locução da

personagem

Iolanda.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Iolanda

diz:

-“Cutuquei. Cutuquei o

Birigui e Cutuquei o pé

de pano. Eu cutuco

mesmo eu sou danado eu

sou ousado!”

Imagens inseridas na

pós-produção. Não há

movimento de câmera

ou angulação.

Transição através de

corte.

Barulhos de

modem sendo

conectado

indicado

passagem de

tempo.

Imagens que indicam

transição de cena.

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

- BG: Música

Eletrônica

Instrumental

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

A personagem Tata diz:

-“Gente, na verdade é

muito simples. Não tem

mistério nenhum. Então

internetse você também”.

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

- BG: Música

Eletrônica

Instrumental

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

Entram em cena frases

que indicam os

benefícios de assinar

NET VIRTUA. A

personagem Tata diz:

-“A NET VIRTUAL já

preparou um site com

dezenas de vídeo aulas

com dicas, links e até

passo a passo para você

imprimir. Tudo muito

silpes, basta você entrar

lá.”

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102

Primeiro Plano.

Transição através de

cortes. A personagem

Tatá movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal

- BG: Música

Eletrônica

Instrumental

-Locução da

personagem

Tata.

Cenário: Sala futurista.

Entra em cena o

endereço do site

INTERNETESE. A

personagem Tata diz:

-“www.internetse.net.br

NET VIRTUA é agora.”

Imagens inseridas na

pós-produção. Não há

movimento de câmera

ou angulação.

Transição através de

corte.

Música

Eletrônica

Insrumental.

Apresenta-se o

encerramento do vídeo.

Transcrição 04

Filme: Net Empresas Dentista

Anunciante: Net

Origem: Televisão

Tempo de duração: 30‟‟

CENA

MOVIMENTO, TIPO

DE PLANO,

ANGULAÇÃO E PÓS-

PRODUÇÃO

ÁUDIO ROTEIRO

Plano Geral. A

personagem Bento

Ribeiro e as

personagens atrás dele

movimentam-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal. A câmera

balança indicando que

não está fixada, porém

mantém o

enquadramento.

- BG: Música

Pop Rock.

-Locução da

personagem

Bento.

Cenário: Consultório

médico.

Ao fundo um dentista e

uma auxiliar preparam

alguma medicação. Em

primeiro plano a

personagem aparece

deitada em uma cadeira

de dentista dentro de um

consultório, e diz.

-“O Brasil é o país com

o maior número de

dentistas do mundo.

Todo ano se formam

milhares.

Plano Geral. A

personagem Bento

Ribeiro e as

personagens atrás dele

movimentam-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal. A câmera

balança indicando que

não está fixada, porém

mantém o

enquadramento.

- BG: Música

Pop Rock.

-Locução da

personagem

Bento.

Cenário: Consultório

médico.

Ao fundo um dentista e

uma auxiliar preparam

alguma medicação. Em

primeiro plano a

personagem aparece

deitada em uma cadeira

de dentista dentro de um

consultório, e diz.

-“Alguns muito bons,

alguns com pai rico,

alguns no seu bairro.

Mas, se você tem fé no

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103

seu motorsinho e ama o

que faz ...”

Plano Geral. A

personagem Bento

Ribeiro e as

personagens atrás dele

movimentam-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal. A câmera

balança indicando que

não está fixada, porém

mantém o

enquadramento. São

inseridas na tela através

de pós-produção as

informações referentes

ao serviço anunciado.

- BG: Música

Pop Rock.

-Locução da

personagem

Bento.

Cenário: Consultório

médico.

Ao fundo um dentista e

uma auxiliar preparam

alguma medicação. Em

primeiro plano a

personagem aparece

deitada em uma cadeira

de dentista dentro de um

consultório, e diz.

-“... merece parabéns e

NET EMPRESAS. É

banda larga com Wifi,

telefone e TV”.

Plano Geral. A

personagem Bento

Ribeiro movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento. O

dentista movimenta-se

para junto da

personagem.

Angulação: Câmera

Normal. A câmera

balança indicando que

não está fixada, porém

mantém o

enquadramento.

- BG: Música

Pop Rock.

-Locução da

personagem

Bento.

Cenário: Consultório

médico.

Ao fundo uma auxiliar

preparam alguma

medicação. Em primeiro

plano o dentista chega

até a a personagem que

aparece sentada em uma

cadeira de dentista

dentro de um

consultório. A

personagem diz.

- Atualizando seus

pacientes. Porque essa

revista aqui pe do

casamento real né .... do

outro ainda.Vamo que

vamo!”

Imagens inseridas na

pós-produção. Não há

movimento de câmera

ou angulação.

Transição através de

corte.

- BG: Música

Pop Rock.

-Locução em

Off.

Desaparece-se o

consultório e entra em

cena o logotipo da

empresa, seu slogan e

seus contatos em um

fundo preto. O locutor

diz:

-“Chegou NET

EMPRESAS para quem

precisa daquela força é

agora.”

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104

Transcrição 05

Filme: Concurso Sky de Amigo para Amigo - votação

Anunciante: Sky

Origem: Internet

Tempo de duração: 44‟‟

CENA

MOVIMENTO, TIPO

DE PLANO,

ANGULAÇÃO E PÓS-

PRODUÇÃO

ÁUDIO ROTEIRO

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através de

diálogo.

No vídeo não

há a presença

de sons, falas

ou músicas.

Cenário: Fundo neutro.

A Personagem 01

(representada pelo sinal

manual que indica

“curtir” na rede social

Facebook) fala através

de balões de diálogo:

-“Eu gostei do roteiro.”

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através de

diálogo.

No vídeo não

há a presença

de sons, falas

ou músicas.

Cenário: Fundo neutro.

Entra em cena a

Personagem 02

(representada pelo sinal

manual que indica “não

curtir” na rede social

Facebook) que fala

através de balões de

diálogo:

-“Eu achei fraco.”

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através de

diálogo.

No vídeo não

há a presença

de sons, falas

ou músicas.

Cenário: Fundo neutro.

A Personagem 01

(representada pelo sinal

manual que indica

“curtir” na rede social

Facebook) fala através

de balões de diálogo:

-“Os atores arrasaram.”

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através de

diálogo.

No vídeo não

há a presença

de sons, falas

ou músicas.

Cenário: Fundo neutro.

A Personagem 02

(representada pelo sinal

manual que indica “não

curtir” na rede social

Facebook) fala através

de balões de diálogo:

-“Nem ouvi a voz deles.”

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através de

diálogo.

No vídeo não

há a presença

de sons, falas

ou músicas.

Cenário: Fundo neutro.

A Personagem 01

(representada pelo sinal

manual que indica

“curtir” na rede social

Facebook) fala através

de balões de diálogo:

-“O cenário arrasou.”

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através de

diálogo.

No vídeo não

há a presença

de sons, falas

ou músicas.

Cenário: Fundo neutro.

A Personagem 02

(representada pelo sinal

manual que indica “não

curtir” na rede social

Facebook) fala através

de balões de diálogo:

-“Aquilo era papelão.”

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105

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através de

diálogo.

No vídeo não

há a presença

de sons, falas

ou músicas.

Cenário: Fundo neutro.

A Personagem 01

(representada pelo sinal

manual que indica

“curtir” na rede social

Facebook) fala através

de balões de diálogo:

-“Você também não

gosta de nada.”

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através de

diálogo.

No vídeo não

há a presença

de sons, falas

ou músicas.

Cenário: Fundo neutro.

A Personagem 02

(representada pelo sinal

manual que indica “não

curtir” na rede social

Facebook) fala através

de balões de diálogo:

-“Gosto de limão bem

azedo.”

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

No vídeo não

há a presença

de sons, falas

ou músicas.

As mãos saem de cena e

são substituídas pela

frase: “E você? Quer

dar sua opinião e decidir

quem vai ganhar as 2

TVs Full HD? Clique e

Vote”.

Convidando o usuário à

participar como jurado

da promoção.

Transcrição 06

Filme: Concurso Sky de Amigo para Amigo

Anunciante: Sky

Origem: Televisão

Tempo de duração: 30‟‟

CENA

MOVIMENTO, TIPO

DE PLANO,

ANGULAÇÃO E PÓS-

PRODUÇÃO

ÁUDIO ROTEIRO

Plano Geral. As

personagens

movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal. Transição

através de corte.

-Locução da

personagem

Pastel

Cenário: Sala de estar

de uma casa.

As personagens Pastel e

Maurão são

apresentadas. A

personagem Pastel diz:

-“O Maurão me

convenceu a mudar para

Sky High Definition de

um jeito que só um

amigo é capaz de

convencer”

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106

Grande Plano Geral. As

personagens

movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal. Transição

através de corte

- Locução da

personagem

Maurão

Cenário: Sala de estar

de uma casa.

A cena muda de cor

indicando que se trata da

memória de um

acontecimento do

passado.

A personagem Maurão

grita:

-“Você tá de sacanagem,

não é não?”

Grande Plano Geral. As

personagens

movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal. Transição

através de corte

- Locução em

Off da

Personagem

Pastel

Cenário: Sala de estar

de uma casa.

A cena muda de cor

indicando que se trata da

memória de um

acontecimento do

passado.

A personagem Pastel

narra:

- “Ele me explicou que a

Sky HDTV é a única que

tem gravação remota e

até 29 canais em alta

definição.”

Plano Geral. As

personagens

movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal. Transição

através de corte

- Locução da

Personagem

Pastel.

- BG: Trilha

musical Sky

Cenário: Sala de estar

de uma casa.

A personagem Pastel diz:

- “E que não fazia

sentido um cara

inteligente, maneiro,

parceiro e pegador como

eu ter na minha TV Full

HD outra TV por

assinatura”

Grande Plano Geral. As

personagens

movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal. Transição

através de corte

- Locução da

Personagem

Pastel.

- BG: Trilha

musical Sky

-Som de tapas

e gritos.

Cenário: Sala de estar

de uma casa.

A cena muda de cor

indicando que se trata da

memória de um

acontecimento do

passado.

A personagem Pastel

grita:

- “Tá bem, eu assino. Eu

assino”.

Plano Geral. As

personagens

movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal. Transição

através de corte

- Locução da

Personagem

Pastel.

- BG: Trilha

musical Sky

Cenário: Sala de estar

de uma casa.

A personagem Pastel diz:

-“ Pô. Cara maneiro.”

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107

Plano Geral. As

personagens

movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal. Transição

através de corte

- Locução em

Off.

- BG: Trilha

musical da Sky

Cenário: Sala de estar

de uma casa.

Entram em cena os

logotipos da empresa e

da promoção. O locutor

em off narra:

-“Sky de amigo para

amigo. Mande um vídeo

mostrando como você vai

convencer o seu amigo a

assinar Sky HDTV”

Imagens gráficas

inseridas na pós-

produção. Não há

movimento de câmera

ou angulação.

Transição através de

corte.

- Locução em

Off.

- Trilha

musical da

Sky.

A cena muda e dá lugar

a uma tela com as

informações

promocionais. O locutor

diz:

- “O melhor vídeo leva

duas TVs HDTV. Uma

para você e outra para o

seu amigo”

Transcrição 07

Filme: O Gerente

Anunciante: Bradesco

Origem: Internet

Tempo de duração: 71‟‟

CENA

MOVIMENTO, TIPO

DE PLANO,

ANGULAÇÃO E PÓS-

PRODUÇÃO

ÁUDIO ROTEIRO

Grande Plano Geral. As

personagens em

segundo plano

movimentam-se

naturalmente. A câmera

efetua um travelling

lateral para enquadrar

as personagens

principais que

movimenta-se

normalmente

Angulação: Câmera

Normal.

- BG: Som

registrado da

marca

Bradesco.

- BG: Cenário

de um Banco.

- Diálogo

Cenário: ambiente de um

banco. A câmera

apresenta uma visão

panorâmica da agência e

focaliza os dois que

simulam um diálogo. O

gerente diz:

-“Esse perfil eu acho que

é o mais indicado

mesmo...”

Close-up. As

personagens

movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento. A

câmera efetua um

travelling lateral para

focalizar apenas o

gerente Angulação:

Câmera Normal.

- Locução do

gerente

Cenário: ambiente de um

banco.

O gerente diz:

-“Oi.Você deve estar

procurando informações

sobre as mudanças na

poupança ou sobre a

queda nas taxas de juros,

e eu estou aqui à sua

disposição. Aliás, para

as suas dúvidas sobre

investimento, crédito, ou

qualquer assunto relativo

ao seu dia a dia com o

Bradesco. Pode contar

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108

comigo. Ah, você quer

ver o nosso novo

comercial do meu amigo

Washington?Tudo bem,

em poucos segundos ele

estará disponível aqui.

Plano Geral. As

personagens

movimenta-se

naturalmente. A câmera

efetua um travelling

lateral para tirar as

personagens principais

no enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal.

- BG: Música

que indica

festividade

- BG: Som

registrado da

marca

Bradesco.

- Diálogo.

Cenário: ambiente de um

banco. Os dois simulam

um diálogo.

Imagens gráficas

representando uma

contagem regressiva

inseridas na pós-

produção. Não há

movimento de câmera

ou angulação.

Transição através de

corte.

- Barulho

característico

desse tipo de

contagem

regressiva.

Aparecem os números de

8 a 1 formando uma

contagem regressiva.

Grande Plano Geral. As

personagens em

segundo plano

movimentam-se

naturalmente. A câmera

efetua um travelling

lateral para enquadrar

Washington que

movimenta-se

normalmente

Angulação: Câmera

Normal.

- BG: Som

registrado da

marca

Bradesco.

- BG: Cenário

de um Banco.

- Locução em

Off.

Cenário: ambiente de um

banco. Cenário:

ambiente de um banco. A

câmera apresenta uma

visão panorâmica da

agência e focaliza

Washington. O Locutor

diz:

-“Publicitário brasileiro

responsável por

campanhas memoráveis,

Washington Olivetto”

Plano Geral. A

personagem Washington

movimenta-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal.

- Locução

Washington

Olivetto.

Cenário: ambiente de um

banco.

Washington diz:

- “O Bradesco mais uma

vez baixou suas taxas de

juros. Por isso precisava

de um profissional

criativo e competente

para as vantagens de ser

cliente Bradesco.

Modéstia à parte

escolheu o melhor”

Plano Médio. A câmera

efetua um travelling

lateral para enquadrar

o gerente e Washington.

Os dois movimentam-se

naturalmente sem sair

do enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal.

- BG: Música

que indica

festividade

- Locução

Washington

Olivetto.

- Locução do

gerente

Cenário: ambiente de um

banco.

Washington diz:

- “O gerente Bradesco”

O gerente diz:

- “Conte comigo para

fazer a sua vida mais

fácil”.

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109

Plano Médio. Os dois

movimentam-se no

sentido de sinalizar o

logotipo do Bradesco

sem sair do

enquadramento.

Angulação: Câmera

Normal.

- Música que

indica

festividade

Cenário: ambiente de um

banco.

O logotipo do Bradesco

sinalizado por eles

aparece na tela.

A cena desfoca-se, os dois

mantém-se estáticos e o

logotipo do Bradesco é

inserido na pós-produção.

- Som

registrado da

marca

Bradesco.

- BG: Música

que indica

festividade

Cenário: ambiente de um

banco.

O logotipo do Bradesco

aparece na tela em Fade

in42.

Transcrição 08

Filme: Bradesco – Link 237

Anunciante: Bradesco

Origem: Televisão

Tempo de duração: 30‟‟

CENA

MOVIMENTO, TIPO

DE PLANO,

ANGULAÇÃO E PÓS-

PRODUÇÃO

ÁUDIO ROTEIRO

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através do

movimento do robô.

BG: Música

eletrônica.

- Sons do robô

se

movimentando

.

Cenário: Fundo neutro

que remete à robótica.

O Robô movimenta

diversos blocos com o

objetivo de montar uma

página da internet.

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através do

movimento do robô.

BG: Música

eletrônica.

- Sons do robô

se

movimentando

.

Cenário: Fundo neutro

que remete à robótica.

O Robô movimenta

diversos blocos com o

objetivo de montar uma

página da internet.

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através do

movimento do robô.

BG: Música

eletrônica.

- Sons do robô

se

movimentando

.

Cenário: Fundo neutro

que remete à robótica.

O Robô movimenta

diversos blocos com o

objetivo de montar uma

página da internet.

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através do

movimento do robô.

BG: Música

eletrônica.

- Sons do robô

se

movimentando

.

Cenário: Fundo neutro

que remete à robótica.

O Robô movimenta

diversos blocos com o

objetivo de montar uma

página da internet.

42

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110

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através do

movimento do robô.

BG: Música

eletrônica.

- Sons do robô

se

movimentando

.

Cenário: Fundo neutro

que remete à robótica.

O Robô movimenta

diversos blocos com o

objetivo de montar uma

página da internet.

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através do

movimento do robô.

BG: Música

eletrônica.

- Sons do robô

se

expressando.

- Locução em

Off.

Cenário: Fundo neutro

que remete à robótica.

O Robô movimenta

diversos blocos com o

objetivo de montar uma

página da internet. O

locutor diz:

-“No Bradesco tudo

pode ser mais simples e

mais prático”

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através do

movimento do robô.

BG: Música

eletrônica.

- Sons do robô

se

expressando.

- Locução em

Off.

Cenário: Fundo neutro

que remete à robótica.

O Robô movimenta

diversos blocos com o

objetivo de montar uma

página da internet. O

locutor diz:

-“Novo Bradesco

Internet Banking. Agora

ainda mais fácil de

navegar...”

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através do

movimento do robô.

BG: Música

eletrônica.

- Sons do robô

se

expressando.

- Locução em

Off.

Cenário: Fundo neutro

que remete à robótica.

O Robô movimenta

diversos blocos com o

objetivo de montar uma

página da internet. O

locutor diz:

-“... e realizar suas

transações.

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através do

movimento do robô.

BG: Música

eletrônica.

- Sons do robô

se

expressando.

- Locução em

Off.

Cenário: Fundo neutro

que remete à robótica.

O locutor diz:

- “Acesse, conheça, e

fique lado a lado com

essa tecnologia.”

Imagens gráficas. Não

há movimento de

câmera ou angulação.

Transição através do

movimento do robô.

- Som

registrado da

marca

Bradesco.

A cena dá lugar ao

logotipo do Banco que

assina a propaganda.