a procuradoria-geral da república foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de...

97
MINISTÉRIO PúBLICO FEDERAL Procuradoria-Geral da República N" 115278/2017- GTLJ/PGR Distribuição por dependência ao Inquérito no 4483 Relator : Ministro Edson Fachin SIGILOSO PROCESSO PENAL. PRESENÇA DE REQUISI- TOS E PRESSUPOSTOS. REQUERIMENTO IN- CIDENTAL. BUSCA E APREENSAO. Necessida- de de busca e apreensão de documentos, livros con- tábeis e fiscais, arquivos eletrônicos, aparelhos de te- lefone, valores e objetos possivelmente relacionados à situação, a ftm de reunir provas sobre os fatos. Re- querimento de afastamento da garantia da inviolabili- dade domiciliar. O Procurador-Geral da República, com fulcro no Código de Processo Penal, vem formular requerimento de BUSCA E APREENSÃO, consoante os elementos fáticos e jurídicos a seguir expostos. ' ' ' ' ' o ' : , " : ' ' ' ' o ' o " o : ' ' e •• eN " em ON ,. " ' om 'o NO .. "l- ci o• <e o o N •• o, o• "' HO •• o• z ' ", o' <a " o o o o H' "' o' ge o "' o o •• o .. "' o e " e> " "o •· "

Upload: buidieu

Post on 21-Dec-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

MINISTÉRIO PúBLICO FEDERAL

Procuradoria-Geral da República

N" 115278/2017- GTLJ/PGR Distribuição por dependência ao Inquérito no 4483 Relator : Ministro Edson Fachin

SIGILOSO

PROCESSO PENAL. PRESENÇA DE REQUISI­

TOS E PRESSUPOSTOS. REQUERIMENTO IN­

CIDENTAL. BUSCA E APREENSAO. Necessida-

de de busca e apreensão de documentos, livros con­

tábeis e fiscais, arquivos eletrônicos, aparelhos de te­

lefone, valores e objetos possivelmente relacionados

à situação, a ftm de reunir provas sobre os fatos. Re­

querimento de afastamento da garantia da inviolabili­

dade domiciliar.

O Procurador-Geral da República, com fulcro no Código de

Processo Penal, vem formular requerimento de BUSCA E

APREENSÃO, consoante os elementos fáticos e jurídicos a seguir

expostos.

'

' ' ' ' o

' : , " : ~

' ' ' ' o ' o -~

" ~ o ~ : ' • ' e

•• eN • " em ON ,. " ' om 'o NO

~~ .. • "l- ci o• ~::i <e o o

N •• o, o• "' HO •• ~~ o• z

' ", o' <a " o o o o H' "' o' ge

o

"' o o •• o .. "' '-~ o e

" e> " "o ~" •· -~.

"

Page 2: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR. ______________________________________ ___

I- Síntese dos fatos

A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas

ligadas ao Grupo J&F, alvo de múltiplas investigações em diversos

juízos e instâncias, com o objetivo de que fosse entabulado acordo

de colaboração premiada.

Já no primeiro momento, os elementos probatórios apresenta­

dos indicavam que JOESLEY BATISTA, presidente da J & F In~

vestimentas S.A., e o Diretor de Relações Institucionais do grupo,

RICARDO SAUD, estavam pagando propinas regulannente ao do~

lciro LÚCIO BOLONHA FUNARO e ao ex~Deputado Federal

EDUARDO CUNHA, ambos atuahnente presos em decorrência

de desdobramentos da "Operação Lava Jato". Esses pagamentos vi­

nham sendo feito com o aval e incentivo de altas autoridades públi­

cas, notadamente do Partido do Movimento Democrático Brasileiro

-PMDB.

Além disso, os relatos e elementos probatórios apontavam que

JOESLEY BATISTA e um dos seus funcionários, RICARDO

SAUD, também estavam pagando propinas ao senador da Repúbli~

ca AÉCIO NEVES.

Em tese, os fatos narrados pelos colaboradores podem carac­

terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art.

317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação em Organização

Criminosa (art. zo Lei 12850/13), Obstrução à Investigação de Or~

ganização Criminosa (art. zo, § I 0 , da Lei 12850/13).

2 de 31

"" "' ro

" -· o' '" - ro ro oro -o o O

"" o õro

'" • o o 2~ "" <rl o o

' •• o . ro oro

"' Hro •• "" zz o• . ' ", o' ~5 o o o O• H' "' oõ o' "' o '" o o

"' o

" '" ' ' 'ri " ", ·­'' ·•" O·

'" "'

Page 3: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR ______________________________________ ___

Nesse contexto, também foi apresentado ao iMinistério Públi­

co vasto material probatório envolvendo o Deputado Federal Ro­

drigo Santos da Rocha Loures, ora requerido na presente medi­

da.

Conforme será detalhado adiante, os fatos criminosos imputa­

dos a Rodrigo Rocha Loures são gravíssimos, especialmente por se

tratar de parlamentar federal que até pouco tempo ocupava cargo

de confiança na Presidência da República, sendo considerado uma

das pessoas mais próximas ao atual Presidente .

11 - Dos fatos criminosos

Conforme se depreende da gravação1 (áudio 01) entregue e do

depoimento prestado pelo colaborador2, o presidente :tviiCHEL

TEMER recebeu JOESLEY BATISTA no dia 07/03/2017, por

volta das 22h40min, no Palácio do Jaburu, residência oficial do

Vice-Presidente da República. Ao todo, conversaram por cerca de

30 minutos.

Pelo próprio áudio, é possível perceber que JOESLEY passa

pela portaria sem se identificar3 e se dirige diretamente à garagem

do Palácio. MICHEL TEMER e JOESLEY demonstram que já se

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMI\N'J'ü. GRAVAÇAO AMBIENTAL FEITA POR UM INTF.RLOCUTOR SEM CONIIECIMENTO DOS OUTROS: CONSTITUCIONALIDADE. AUSFNTF. CAUSA LEGAL DE SIGILO DO CONTEÚDO DO DIÁLOGO. PRECEDENTES. 1. A gravação ambiental mcram~nte dandestina, realizada por um dos interlocutores, não se confunde com a interceptação, objeto clám;ula comtirucional de reserva de jurisdição. 2. (\ lícita a prova consi,;tente em gravação de conversa tclcfôruca reafuada por um elos interlocutores, sem conhecimento do outro, se não h:í. causa legal especifica de sigilo nem de resewa da conven;ação. Prcrcdcntcs. 3. Agravo regimental desprovido. (AI-AgR 560223, JOt\QUIM BARBOSA, STI'.)

2 Aud.io 1 [PR114032017.WAVJ

3 Por volta dos 32min, JOESLEY menciona 4uc o veículo, para conseguir livre passagem pda portaria, havia sido identificado pela placa do carro.

3 de31

"" rlrl

• rlrl rlrl O ri

"" ~· ri om ~o riO ri~ ,. " •

Page 4: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

conheciam anteriormente, com o registro de que a última vez em

que tinham se encontrado pessoalmente foi há mais de 10 meses,

portanto antes de WCHEL TEJ'v1ER assumir a Presidência da Re­

pública (vide 04min50s- 07min18s).

JOESLEY informa o motivo do encontro, a partir dos

8min15s. Diz ao presidente MICHEL TEMER que, antes, estava

conversando com "GEDDEL'' (GEDDEL VIEIRA LIMA) e com

"PADILHA" (ELISEU LEMOS PADILHA) para tratar de assun­

tos do seu interesse e do grupo J & F. Em razão das investigações

decorrentes da "Operação Lava Jato", ele gostaria de saber com

quem deveria falar, quem seria o interlocutor do Presidente da Re­

pública.

Nesse contexto, é importante registrar que MICHEL TE­

MER, a partir dos 10min50s, quando JOESLEY fala que perdeu

contato com GEDDEL em razão das investigações, demonstra

preocupação, afi:rmando que ''é, tem que tomar ruidado. É' complicado·~

Logo em seguida, a partir dos 11min30s, os interlocutores tratam

do ex-Deputado Federal EDUARDO CUNHA, que se encontra

preso. JOESLEY afirma que tem procurado manter boa relação

com o ex-parlamentar, mesmo após sua prisão. TEMER confirma a

necessidade dessa boa relação: "tem que manter ÚJ'O, viu''. JOESLEY

fala que segue pagando propina "todo mês, também" ao EDUARDO

CUNHA, acerca da qual há a anuência do Presidente da República.

No contexto dos diálogos fica claro que o interesse em manter

os pagamentos de propina para EDUARDO CUNHA está relacio­

nado à possibilidade de CUNHA, caso seja contrariado, possa vir a

4 de 31

' ri

ri" riN

o

" riO o' N. , . • 00

'o NO ri"

'~ •• o o o g~ .. "ri mo

N

~; "" HOO •• "H Zo o• • ~~ o 00 ou H' ". 8 3 "u .~ o o

"' u ,. "" H uH

'" H> ,, u u ·•O O· ., "'

Page 5: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

revelar fatos que comprometam o grupo.

A partir dos 16min, verifica-se que TEMER indica o Deputa­

do Federal RODRIGO SANTOS DA ROCHA LOURES, a quem

ele chama de RODRIGO, como pessoa de sua extrema confiança, 4

para tratar dos temas de interesse do JOESLEY. E ainda combinam

manter, quando houver necessidade, a prática de encontros notur­

nos no Palácio do Jaburu, sem registros oficiais. TEMER afirma:

'Jazemos como hoje ( . .)funcionou super bem". JOESLEY responde: ''ver­

dade, verdade, venho umas dez e meia, fonvermmos um minutinho, uma meia

hon"nha e vou embord'.

No dia 13/03/2017, JOESLEY BATISTA recebeu RODRI­

GO LOURES na residência do primeiro no bairro Jardim Europa

em São Paulo-SP5 (áudio 02).

Essa reunião tratou basicamente dos principais interesses po­

líticos e comerciais deJOESLEY BATISTA perante o Governo Fe­

deral, cujos pontos foram aprofundados numa reunião seguinte

com os mesmos interlocutores, bem como foram tratados assuntos

relacionados a crimes que JOESLEY vem praticando para garantir a

combinação de versões com alguns réus da "Operação Lava Jato",

bem como a compra do silêncio deles, por intermédio de pagamen­

tos mensais.

Depois, a partir de 10min, JOESLEY menciona que tem al­

gumas "posições-chave" no CADE, na CVM, na Receita Federal,

no Banco Central e na PFN, sendo necessário que sejam ocupadas

4 Ante~ de assumir o cargo de deputado federal, na vaga de ( )smar Serraglio, que a<Sumiu rccentemcmc o Ministério da Justiça. RODRJGO LOURES era assessor cspcdal do prc>identc MJCJJEL TEMER.

5 [PR2 A 13032017.WA V]

5 de 31

"" ~M

• '" ~­OM M<

" • OM 'O NO ~" o ,. '" •

Page 6: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

por pessoas capazes de resolver seus problemas, iniciando uma

abordagem sobre sua agenda econômica que necessita, direta ou in­

diretamente, desses órgãos para resolver pendências ou auxiliar no

destravamento de negócios de seu grupo econômico, como uma

questão jurídica que se encontra no CADE, melhor detalhada na

reunião seguinte na casa de RODRJGO, relacionada à sua EPE

(Empresa Produtora de Energia) de Cuiabá. A decisão liminar desse

órgão de controle da concorrência poderia representar um ganho

diário para JOESLEY de um millião de reais e um ganho anual de

R$ 300 milhões de reais, cujo negócio, se fosse bem sucedido, po­

deria garantir uma propina de 5% aLOURES e TEMER.

Sobre as indicações para tais órgãos, RODRIGO LOURES,

no minuto 16, oferta a JOESLEY BATISTA a possibilidade dele­

var algum nome indicado por ele para o conhecimento do Presiden­

te da República. No contexto dessa conversa, pode-se extrair a real

intenção sobre as preocupações nos nomes (15min30s):

JOESLEY- Eu só preciso é resolver meus problemas, se resolver, eu

nem, só pra não aJtifundir, as vezes, não é que eu, a eu gostaria que

fosse João ou Pedro, João ou Pedro ...

RODRIGO- O importante é que mo!va.

JOESLEY- Resolve o problema, se resolve, então pronto, é que eu te­

nho a!gumaJ· questões a ser resolvida, e de repente já vamos chamar a

ele e testar,falarôô, ôô Fulano ...

Durante todo o diálogo relacionado à agenda econômica do

Grupo J&F, RODRIGO LOURES se mostra interessado e dispo­

nível para defender os interesses da empresa, inclusive apresentan-

6 de 31

' ' • ! ' " ' " ! ·~

' ' ' ' " ' o ·~

" ~ " ' , ' " ' '

"" "" • ON

"" 00 N<

~· m om ~o NO

"" o ,. •m m

Page 7: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

do nomes de pessoas com quem podia contar, além de estratégias

de atuação. Mais que isso, conforme se verifica no Áudio 3, RO ~

DRIGO LOURES faz ligações telefônicas, na presença de JOES­

LEY, atuando diretamente com esses outros interlocutores para

"resolver" os problemas do grupo econômico.

Um ponto de destaque no Áudio 2, a partir de 36min20s, re­

side no fato de que JOESLEY comunica a RODRIGO LOURES

uma preocupação com o levantamento do sigilo das colaborações

premiadas dos executivos do Grupo Odebrecht, quando se trava

um diálogo falando sobre a combinação de versões para defesa dos

crimes revelados e, o que é mais grave, JOESLEY relata que vem

pagando pela combinação de versões ou silêncio de LÚCIO FU­

NARO e EDUARDO CUNHA, ambos atualmente presos preven­

tivamente. Ao final, falam sobre a anistia do Caixa 2 para resolver

definitivamente esse problema:

RODRIGO- Como é que o ... não deixar rastrVJ, né, ?Jod sabe diS­

so e quanto esta temporada, enquanto não for levantada estas de/afÕe_r

nós vamos Jú-ar num campo mmp!ú't1do .

]OESLEY- Quando você acha que levanta?

RODRIGO-Agom.

JOESIEY- Agora o que? Uma semana, um mêJ ou três mês?

RODRIGO- Eu acho que esta semana ainda não, muitoJjornaú eJ­

tão dando que já é essa semana. Eu não acho, eu acho que esJa que

vem. A maior parte do levantamento do Jigilo e ... e agora é isso, Jazer o

que você eJtá fazendo. Se você acha que tem uma porteira lá da fazenda

7 de 31

"" "' • ,, -· ., NO

" • •• '0 NO -· o ,. "" •

Page 8: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

que ficou aberta em algum lugar que pretisa fechar, fecha.

JOESLEY- É o que estou fazendo.

RODRIGO- Se vod tem uma cen:a lá na mangueira que, que tá, se

vod botar uma pressão ela ambenta, refórpa.

JOESLEY- É o que eu tli fazendo.

RODRIGO- Mesmo que nàfJ pmiJa.

JOESLEY- Mesmo que não pre1iJa. É i.rso que eu tli fazendo, que

eu tô dando um double theck em tudo por isso que eu chamei RICAR­

D06 de volta e disse: 'RICARDO, vod vai pegar todo o pmamo elei­

toral nosso, ver tudo o que você ftv que nós fizemos, do que é da tua

parte, tal, tal, que nós temos que ir vendo '. Depois é o seguinte, ó, nós

temos que dar uma explicariio rápida a alguém, uma explicaf'ão rápida

pra dar, nós não podemos pestan~jar, dizer, ah, não sez~ ou nós falar

uma coisa e o outro falar outra. Exatamente isso.

RODRIGO- É, e aquilo que está documentado, está formalizado.

]OESLEY- E m·partes falando a mesma ..

RODRIGO- Mesma linguagem .

JOESLEY- Mesma língua e pronto. É o caso do Lúcio,

Lúcio Funaro tá preso, já fui, já deu reportagem na Fo­

lha, no Estadão, o promotor me chama, a Policia Fede­

ral me chama, não sei o que, eu tenho uma estória, tu

conta, eu vou, pá, e pá, e pronto.

6 A partir de 6min, os interlocutores falam de RICARDO [SOBRENOME], JOESLEY diz que ele precisa resolver uns probleminhas que ficaram para trás, quando então RODRIGO LOURES faz ponderações sobre deixar RICARDO de fora. RODRIGO dá a entender que sabe do em que consistem os "serviços" prestados pelo RICARDO, quando diz que "( ... )botar ele no serviço de novo no Congresso não é uma boa, não" (6min57s).

8 de 31

o rl

Page 9: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

RODRIGO- E ele está alinhado?!

]OESLEY- E ele do outro lado também.

RODRIGO- Como é que está a cabeça dele neste mo­

mento? Como está a cabeça dele?

]OESLEY- Rodngo ...

RODRIGO- Eu não o mnhqv pessoalmente.

]OESLEY- Não? Então ... ééé, isso eu vou falar o que eu

acho, tá, porque também o cara tá Já, né? [preso] Nun­

ca mais vi o cara na vida. Eu disse pra Michel, desde

quando Eduardo foi preso e ele [Funaroj, quem está se­

gurando as pontas sou eu. Eu tô ...

RODRIGO LOURES- Cuidando deles lá.

JOESLEY- Dos dois, tanto da familia de um, quanto da

famflia do outro. Isso aparentemente está ...

RODRIGO LOURES- Estabilizou.

JOESLEY - Trazendo uma certa ... De um lado é isso.

Agora o que eu até comentei com Michel que o

problema é o seguinte, ó, Rodrigo, a gente tem que

pensar que essa situação não dá para o ficar o resto da

vida. Um mês vai, dois mês, três meses, seis meses,

mas vai chegando uma hora, que assim você vai indo,

cê vai indo. Eu, por exemplo, estou tomando umas

pancadas ai, mas eu estou me segurando. Eu acho que

eu me blindei ali no primeiro estágio ali. Por enquanto,

eu tô, enfim, mas é o tipo da situação que se não parar

9 de 31

' " ' ' o • : ' " : -~

' ' • • o • o -~

" -~ o

~ • o • •

"" "" • " "' ,, "' '' ' om '0 o o "" o ,. '" •

Page 10: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

de bater, né? Vai batendo, vai batendo ...

RODRIGO LOURES- Tem uma hora que machuca.

]OESLEY - Uma hora porra! Um hora, né, até essa

parede aqui, se eu ficar batendo nela, batendo, dá uma

hora eu derrubo ela, né? Então ... quando estava o

Geddel, tava aquela agenda do Caixa 2, do negócio da

autoridade, tinha pelo menos uma luz, né. Agora, e aí

n6s estamos esperando o que agora? O Caixa 2 eu acho

que não adianto mais nada, né, porque se o Caixa 1 é

crime, o 2 vira 1, ficou inócua, né, essa medida, né?

Quer dizer, é, ah o Caixa 2 não é 2, é 1! Não, mas o 1 é

crime, então ...

R- É mais ainda não amsolidou.

]OESLEY -ls.ro, é.

R - Foram três ministros do pleno que julgaram dos

onze. Ainda vai para ... ainda não houve a ... a confirma-

ção dessa decisão, desse entendimento, é ... mas o fato é

que lá no Congresso depois esse episódio do [Valdir]

Raulp ai, está todo mundo preparado ... eu imagino que

foi para aparecer rapidamente um texto, basicamente

dizendo o seguinte: Olha aqui, o limite de velocidade

até ontem era 80 km/h e agora hoje passou para 70, se

ele mandar multa para todo mundo nós vamos rever

isso até agora.

Como se vê, LÚCIO FUNARO e EDUARDO CUNHA

continuam cometendo crimes, mesmo presos, para a manutenção

10 de 31

Page 11: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

dos interesses da Organização Criminosa, cuja principal intenção é a

obstrução da Justiça.

Por outro lado, segundo se verifica na gravação entregue 7 e no

depoimento colhido, JOESLEY BATISTA se encontrou com RO­

DRIGO LOURES na residência deste em Brasília, no dia

16/03/2017". A partir dos 05min35s, JOESLEY explica que existe

um "inquérito administrativo" no CADE de seu interesse e, para

tratar do tema, o advogado do caso teria uma reunião com o supe­

rintendente adjunto da autarquia, KENYS MENEZES MACHA­

DO, em 20/03/2017. Nesse momento, menciona que foi formula­

do um pedido de medida preventiva9 à Superintendência-Geral do

CADE.

Em síntese, a partir de 08min30s, JOESLEY explica que o

Grupo J&F controla a EPE (Empresa Produtora de Energia) de

Cuiabá, indústria termoelétrica, e que, em razão de uma possível

prática anticompetitiva da PETROBRAS, relacionada à aquisição de

gás natural na Bolívia, estaria tendo prejuízos. A PETROBRAS ad­

quiriria todo o gás disponível na Bolívia para vender à EPE por um

7 Áudio3[PR216032017.WAV] 8 No8 primeiros minutos da gravação, percebe-se que RODRIGO LOURES apresenta partes da casa

para JOESLEY. !-'ala, por exemplo, a partir de 3min de piscina, da sauna, dos vestiános. 1:: possível verificar, ainda, que, aos 5 min,.JOESLEY fala expressamente o nome do interlocutor.

9 A medida preventiva é uma decisão proferida pclo CADE, por meio do superintendente-geral ou de um de seus conselheiros, de caciter cautelar, que visa à proteção do mercado (e por comequência de competidor(es) guc está(ao) a sofrer pela prática anticompetitiva) em face de conduta ilícita praticada por um agente econômico que s~'ia irreparável ou de dificil reparação. O tema csti disciplinado no art. 84 da l,d 12.529/2011: "A-t. 84. Em quakpw jau do inquirito admini!tratiw para apuração de tnjraç'àes ou do processo adminhtrativo para impo.riçik! de sanções por it!frafÕt.l à ordem econdmica, pockrti o Comefbn"ro-Rtlator ou o Siipfflllfmdenle-Gem4 por iuiciatilld pnipria ou mediante prowca[iio do Promrador-Chtft do Cade, atbtar medida prevellfiva. qlltlntb holfl!8r indicio Oll fimdado receio de que o nprmntado, direta 011 indiretamente. cal/se Olt po.!Sa musar ao mercado {não tmpanivd on rk diflcii npara[iio, ou Wme inificaz o rr:mftado final do proasso. § f f Na medida prroentiJm. determinar-u-ti a imediata <~.Ilação da pnitica e sen:i animada, qlftl!ldo materialmmte po.!.rítlef, a rroenão à situação anten~r. jixa11do multa tlitiria uos termos do art. )9 de.rta Lei. § 2~ Da decisão que adotar medida prr:umtira caberá recurso 111Jiu11tário ao Plmtirio do Tribu11af, em S (ci11co) dias. sem ~(tifo mspenstiiiJ".

11 de 31

\)-_

Page 12: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

suposto preço abusivo.

O interesse de JOESLEY é no sentido de que a PETRO­

BRAS ou não compre o gás (deixando que a EPE adquira direta­

mente dos fornecedores bolivianos) ou realize a venda para a EPE

pelo mesmo preço de aquisição. Aos 11rnin50s, JOESLEY estima

que estaria perdendo 1 milhão por dia em razão dessa possível con­

duta anticompetitiva da PETROBRAS. JOESLEY chega a fazer um

cálculo rápido, estimando cerca de R$ 300 milhões por ano de fatu­

ramento. Para resolver o problema, pede ajuda de RODRIGO

LOURES.

De imediato, RODRIGO LOURES se disponibiliza a ligar ou

para o Superintendente-Geral do CADE, EDUARDO FRADE, ou

para o presidente do CADE em exercício, GILVANDRO ARAÚ­

JO. Inicialmente tenta falar com FRADE, que não pôde lhe atender

naquele momento. Depois, pede para a secretária ligar para GIL-

VANDRO.

Após o término da ligação, quando retoma a conversar apenas

com JOESLEY, por volta dos 29min, RODRIGO afirma que GIL­

VANDRO teria entendido o recado. Em seguida, JOESLEY ofere­

ce a RODRIGO, para a solução dessa questão, o montante de 5%,

que é imediatamente aceito pelo Deputado Federal, que responde:

"Tudo bem, tudo bem". Os interlocutores conversam, ainda, sobre ou­

tros temas antes de se despedirem.

Em desdobramentos desse acerto, RICARDO SAUD

encontrou-se com RODRIGO LOURES na cafeteria Santo Grão,

em São Paulo, em 24/04/2017, para tratar do tema referente à

12 de 31

l)

o ri

Page 13: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

Empresa Produtora de Energia (Relatório Circunstanciado n°03). Esse

encontro foi monitorado em ação controlada autorümda pelo STF .

Nesta ocasião, RICARDO SAUD e RODRIGO LOURES

trataram de assuntos diversos, especiahnente do tema relacionado

ao CADE, e das repercussões financeiras que importavam a

RODRIGO .

Conforme Relatório Circunstanciado n°03, durante a conversa

RICARDO SAUD lançou mão de anotações para orientar sua

explanação10 e houve o detalhamento do esquema do pagamento da

propina previamente acertada da seguinte maneira: R$ 500.000,00

(quinhentos mil reais) por semana, quando o PLD for fixado com o

preço entre R$ 300,00 e R$ 400,00, e de R$ 1.000.000,00 (um

milhão de reais), quando o PLD ultrapassar os R$ 400,00. O

mencionado PLD é a sigla de "Preço de Liquidação das

10 A cópia das anotações foi disponibilizada pelo próprio executivo da JBS.

13 de 31

Page 14: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

Diferenças", valor ftxado pela Câmara de Comercialização de

Energia Elétrica (CCEE), em R$/MWh, para a comerciali?.ação da

energia11•

Como visto, RICARDO SAUD menc10nou a RODRIGO

LOURES que já existia um crédito de R$ 1.000.000,00 (um milhão

de reais) correspondentes aos períodos de 15/04 a 21/04, somado

ao da semana que estava sendo inaugurada.

Antecipadamente, RODRIGO LOURES menciOnou que

caberia à pessoa de "EDGAR" intermediar tais operações (uma vez

que "outros caminhos estavam congestionados"), chegando a

aventar, ao final, a inserção de alguma empresa para a emissão de

notas fiscais.

No entanto, RODRIGO LOURES foi claro ao afirmar que

submeteria à apreciação de alguém aquelas possibilidades

operacionais, para que, após a aquiescência, pudessem definir o

modo de repasse. Nesse aspecto, destacam-se as intervenções de

RICARDO SAUD na conversa, aludindo duas vezes a "presidente"

- sem ter sido refutado por RODRIGO - ficando claro pelo

contexto que RODRIGO LOURES faria a consulta ao

Presidente da República, MICHEL TEMER.

No dia 28.04.2017 RICARDO SAUD e RODRIGO

LOURES, voltaram a se encontrar na cafeteria Il Barista, situada no

11 Esse escalonamento de valores no pagamento de propina pode ser atribuído à maior rentabilidade que o aumento do PLD proporciona à empresa exploradora de energia pertencente ao Grupo J & F, já que a opemção por ela realizada é de venda. Tal circunstância reforça ainda mais a conexão entre a promessa de pagamento e a solução favorável obtida no CADE.

14 de 31

1'7

Page 15: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

3o andar do Shopping Vila Olímpia, em São Paulo12• Por volta das

16h23min, RODRIGO LOURES e RICARDO SAUD

encontraram-se no local combinado, mas RODRIGO sugeriu que

fossem conversar no restaurante Pecorino, situado a poucos

metros. Lá, permaneceram cerca de trinta minutos .

É de observar que, tal como propusera no encontro

anterior, RODRIGO cogita a possibilidade da celebração de

12 De in leio, o local marcado era o restaurante Senzala, localizado à Praça Panamericana n° 99-São Paulo/SP.

15 de 31

(h

" ~ "" ~N • NN

~· ON ,. -· • o• -o NO

~· .~ ., •

o o ~~ "" <o 00

" •• o • o• "' "" •• "o z• ~· • b~ ~6 o o, o• H 0

~ * o' "o o~ g,g

o .. "" , .• ·~ '. ~' ·­.o

"" •· •• "' " •• ~· e • • H • o '. o

~~ " ... • o •• • • 3 ~ ,_ ·­' .. ,. o•

'" o"

Page 16: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

contrato fictício para dar aparência de legalidade à canalização dos

valores semanais 13•

RODRIGO: Agora me diz uma coisa, Ricardo, com relação, com relação a esses honorários ai, tem como fazer ... RICARDO: nota? RODRIGO: De outra forma? RICARDO: Tem ué ... Mas esses t-aras, a nota é um cara da sua cotifiança, total confiança? RODRIGO:é ... RICARDO: Empma antiga? RODRIGO: o problema é o seguinte. é .... RICARDO: Pode fa<Yr. .. RODRIGO: Deixa eu te dizer ... Os canais tradicionais estão todos obstruldos .•. então o que que atontece .. .pmúa é. .. a questão é a questão da estrutura ... então a ideia era verijit-ar nessa questão do.r honoránOs, uma forma tranquila de fai!r isso ... Jem que houvesse ... RICARDO: Não, mas aí tem o imposto ... RODRIGO: Não eu sei disso ... aí, é. .. mas não ... não trmvém, ou pode ser até

que convenha, mas aí eu não fonheço essa Ambar, mmo é que é ... o que que tá ai? RICARDO: A AMBAR? RODRIGO: AMBAR, AMBAR, é ... RICARDO: Não, não faz na AMBAR não porque a AMBAR é de ENERGIA e você mexeu no setor de ENERGIA .. .Af eu faço numa outra, nem]BS também nem nada ... a gente faz .... VIGOR, num trem assim ... que não chama a atenção, agora, eu preciso saber o seguinte, quem que é a empresa?

RICARDO e RODRIGO revisitaram temas do encontro

anterior, no entanto, desceram a detalhes práticos das alternativas que

vislumbraram para a efetivação dos pagamentos semanais. A primeira

delas, que aparentemente não prosperou, envolvia o repasse de valores

13 A partir de 12 min e 20s

16 de 31

Page 17: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

via pessoa jurídica. RICARDO SAUD, inclusive, advertiu que a saída do

dinheiro deveria se dar por empresa diversa da que atuava no ramo de

energia, já que a intervenção de RODRIGO teria ocorrido em questão

afeta àquele segmento.

O que parece ter contato com a aceitação de RODRIGO foi

mesmo a hipótese de entrega de numerário em espécie, nas dependências

da ESCOLA GER.JviiNARE, dadas as características de suas instalações

e pelo fato de já ter servido de local para operações do gênero, como

afirmou RICARDO. Ao tratarem mais a fundo dessa alternativa,

RODRIGO foi claro ao afirmar, em suma, que o "coronel14" não

poderia mais apanhar o dinheiro, razão pela qual, tal tarefa seria confiada

a "EDGAR" ou a "RICARDO", mencionado como "xará".

Neste ponto é que se insere pessoa que chegou ao final da

conversa realizada em 24/04/17, na cafeteria Santo Grão, em São Paulo,

identificada como RICARDO CONRADO "MESQUITA. No encontro

realizado no shopping, ao indicar RICARDO como alternativa para

operar os valores de que tratavam, RODRIGO passou a RICARDO o

cartão abaixo, trazendo à tona a empresa RODRIMAR15•

Ambos saíram do restaurante Pecorino e, após algum tempo,

cerca de meia-hora, tomaram a se encontrar no estacionamento daquele

14 É JOAO BAPTISTA U.MA FILHO, coronel aposentado da PM/SP que

sucedeu MICHEL 1EMER no comando da Secretaria de Segurança Pública

do Estado de São Paulo, ligado à empresa ARGEPLAN, e teria sido local

de entrega de valores destinados a MICHEL 1EMER, conforme TC

Unilateral no 25 "1 milhão a ser entregue, conforme indicação direta e específica

de Temer, em espécie, na Rua Juatuba número 68, Vila Madalena, em São Paulo,

na empresa Argeplan Arquitetun e Engenharia Ltda, que fora feito, em 02.09.2014,

por Florisvaldo, por determinação do depoente.

15

17 de 31

Page 18: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

mesmo shopping, no local em que RICARDO SAUD havia deixado seu

veículo.

.J • ., • .

'

Era do conhecimento prévio que RICARDO dispunha de

R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) em seu veículo para entregar a

RODRIGO naquele dia. Tais valores estavam acondicionados em

uma pequena mala preta, conforme retratam as fotos

antecipadamente apresentadas pelo colaborador RICARDO SAUD.

18 de 31

' ri "" rlN • NN rlN ON

'" -· N ON -o NO ri" o ,. "" • •o

~~ <e •o N •• o • ON

"" "" •• e e ~~

~~ ~B " 00 ou ri o •• § § "o o~ 8.~

o .. "" O·ri Orl '. riO ·­"o •ri"

"· ri o

"' ,_ ~~ ". ri • o ri o , .

o

~~ " H • o •• • si " h ,. '" o" '" o"

Page 19: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

Entretanto, algum motivo detenninou que o Deputado

Federal RODRIGO LOURES não apanhasse o volume naquele

momento, agendando novo encontro imediatamente àquele, a ser

realizado na Pizzaria Camelo, situada na Rua Pamplona, 1873,

Jardins, São Paulo/SP. Efetivamente, ambos se dirigiram ao local

combinado.

Quando eram 18h30min03s, RODRIGO LOURES

ingressou no prédio da Pizzaria Camelo.

19 de 31

Page 20: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

Após cerca de trinta segundos, RODRIGO sai da

pizzaria pela mesma porta principal e se dirige ao estacionamento

lateral, sem portar qualquer volume.

A entrada de RICARDO SAUD no estacionamento, com

seu veículo Maserati, Placas IYC0014, naqueles instantes, foi

presenciada por Policiais Federais que estavam nas imediações para

proceder à ação controlada. Pouco após, RODRIGO LOURES sai

do estacionamento lateral à pizzaria, passa em frente à portaria da

Pizzaria Camelo portando uma mala preta.

A sequência de imagens ilustra com perfeição o acl!na

narrado:

20 de 31

d..,\

"" ~N

• NN ~­ON N. ,. m om '0 NO e• o ,. ON • mo o• "" •• ~8

N •• o . • o•

"" "" .. e e z• ~· "~ o. ~6

Page 21: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

deslocou-se de carro em direção a empresa Nutrimental S/ A cujo pro­

prietário é o genitor de RODRIGO LOURES, sendo provável que tenha

deixado nas dependências da empresa a mala com os valores recebidos

ilicitamente.

21 de 31

Page 22: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

··;••''''·•'•""'" '''"' '''''' -,,,,. _ . .,., ,_,,.

'"~'"""~•<Of,Hol o o """""'"""''"' ''"""""-'""'

• '"'''

Esses são os fatos mais relevantes, por ora, colhidos no bojo

das medidas cautelares judiciahnente já deferidas no caso.

III - Do enquadramento ti pico

O deputado federal RODRJGO LOURES, homem de "total

confiança" de :MICHEL TEMER, aceita e recebe com naturalidade

a oferta de propina (5% sobre o benefício econômico a ser auferi­

do) feita pelo empresário ] O ESLEY BATISTA, em troca de inter­

ceder a favor do Grupo J & F, mais especificamente em favor da

EPE Cuiabá, em processo administrativo que tramita no CADE.

Após esse acordo inicial, momento em que o crime de corrupção se

consumou, o Deputado Federal ainda recebe os valores da propina

22 de 31

2)

' ri ,. riN • '" riO o' "• " • o• 'o NO ri.

o ,. " •

Page 23: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

acertada do também colaborador RICARDO SAUD.

Os robustos elementos de prova colhidos em decorrência do

acordo de colaboração premiada e da ação controlada deferida judi­

cialmente apontam para os seguintes crimes previstos no Código

Penal:

Corrupção ativa

Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:

Pena- reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, c multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de oficio, ou o pratica infringindo dever funcional.

( .. .)

Corrupção passiva

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

Pena- reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

§ 1 o - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.

§ 2° - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Os elementos de prova revelam também que alguns políticos

continuam a utilizar a estrutura partidária e o cargo para cometerem

crimes em prejuízo do Estado e da sociedade. Com o estabeleci-

23 de 31

Page 24: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

menta de tarefas definidas, o núcleo político da organização crimi­

nosa investigada na "Operação Lava Jato" promove interações di­

versas com agentes econômicos, com o objetivo de obter vantagens

ilícitas, por meio da prática de crimes, sobretudo a corrupção.

Há, pois, também o indicativo da prática do delito de perti­

nência a organização criminosa16, previsto na Lei 12.850/2013 da

seguinte maneira:

Organização Criminosa

Art. 22 Promover, constituir, financiar pessoalmente ou por interposta pessoa, crurunosa:

ou mtegrar, orgaruzação

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas.

Dessa forma, em razão da adoção de estratégias para

embaraço a investigações referentes a organização criminosa,

especialmente por meto da combinação de versões entre

investigados, inclusive com p-agamento de valores com esse objetivo

a investigados presos, além de alterações legislativas com restrições

a investigações e anistia a atos ilícitos, vislumbra-se também a

possível prática do crime de obstrução à Justiça previsto no §1° do

art. 2o da Lei 12.850/2013:

§ f.ll Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer

16 Assim definida no art. 1o, §lo, da Lei 12.850/2013: "Consitkra-se ot;ganiza;'ào criminara a associação de 4 (qMhv} au mais peuaas Uh'llturalmenle ordenada e rarartelizada pela divisão de tarifas, aútda que informalmente. rom of:jetivo de obter, dirota 011 indiretamente, vantagem tk qualquer nabireza. mediante a prdtica dt ilifraçõN pmair rujas penas máximar Jejam ;upeliom a 4 (q11t1tro) anos, ou q11e sdam de caráter hmunadona!'.

24 de 31

Page 25: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização cnnunosa.

IV - Da busca e apreensão

Diante desse quadro, mostra-se necessária a realização de

busca e apreensão nos endereços de RODRIGO SANTOS DA

ROCHA LOURES com o objetivo de coletar elementos comproba­

tórios dos delitos de recebimento de vantagem indevida e dos cri­

mes previstos no art. 2°, caput e §1 °, na forma do § 4°, II, da Lei

12.850/2012.

A medida deve abranger o domicilio pessoal e profissional do

requerido, ante a possibilidade de localização de novas evidências

que possam reforçar o conjunto probatório, de modo a permitir o

deslinde de todas as circunstâncias dos fatos criminosos. :Mister,

portanto, o deferimento da presente medida.

Outrossim, as empresas RODRIMAR c ARGEPLAN foram

utilizadas como local recebimento de vantagens indevidas durante o

esquema criminoso, bem como provavelmente celebraram contra­

tos fictícios para dar aparência de legalidade à propina17 •

Para obtenção de um maior lastro probatório acerca dos fatos

investigados, é imprescindível que se promova a busca e apreensão,

com o afastamento da garantia constitucional da inviolabilidade do­

miciliar. Sabe-se que a providência de busca e apreensão sujeita-se à

chamada reserva constitucional de jurisdição. Somente o Poder Ju­

diciário, no exercício da função jurisdicional, pode autorizá-la. A

17 Conforme depoimentos do colaboradores RICARDO SAUD e FLORISVALDO

CAETANO DE OLIVEIRA {TC Unilatern125 c 38, respectivamente)

25 de 31

o rl

rl" rlN

• Orl rlrl 00 rlrl

~­• Orl ~o riO rl" o õo Orl • •o :i~ •• <rl o o

rl

~· o o• "" rlO •• ~· o• ' ~d ~ti rl

00 o o rl o

g~ "" "~ o o

"' o

" o o o ~ Orl

" "' ·~ o" ·~A >· ·~" o' O" 00 ., o . e o

·~ ., ·~ o ' : o •

"" .. '" ·~. "o •o • o l ". "' "' ' . '" 00 o e QA

Page 26: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

esse respeito, o Supremo Tribunal Federal admo::

"O postulado da resenra constitucional de jurisdição importa em submeter, à esfera única de decisão dos magistrados, a prática de determinados atos cuja realização, por efeito de ex­plícita determinação constante do próprio texto da Carta Po­lítica, somente pode emanar do juiz, e não de terceiros, indu­sive daqueles a quem se haja eventualmente atribuído o exer­cício de 'poderes de investigação próprios das autoridades ju­diciais'. A cláusula constirucional da reserva de jurisdição -que incide sobre determinadas matérias, como a busca domi­ciliar (CF, art. so, XI), a interceptação telefônica (CF, art. 5°, XII) e a decretação da prisão de qualquer pessoa, ressalvada a hipótese de flagrância (CF, art. so, LXI) - traduz a noção de que, nesses temas específicos, assiste ao Poder Judiciário, não apenas o direito de proferir a última palavra, mas, sobretudo, a prerrogativa de dizer, desde logo, a primeira palavra, exclu­indo-se, desse modo, por força e autoridade do que dispõe a própria Constituição, a possibilidade do exercício de iguais atribuições, por parte de quaisquer outros órgãos ou autorida­des do Estado." (Supremo Tribunal Federal. Tribunal Pleno. MS n. 23.452/RJ. Rei. Min. Celso de Mello. Julgado em 16.09.1999. Votação unânime. DJU de 12,05.2000, p. 20)

A determinação de busca e apreensão, como ora se postula,

afasta momentaneamente a garantia constitucional da inviolabilida­

de do domicilio, prevista no artigo 5°, inciso XI, da Constituição de

1988. Isso, entretanto, em casos como o dos autos, não representa

ilicitude nenhuma. Com efeito, os direitos fundamentais, principal­

mente os de caráter individual, como a inviolabilidade domiciliar,

embora dotados da mais alta hierarquia normativa, são relativos:

"OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS NÃO TÊM CARÁTER ABSOLUTO. Não há, no sistema constitu­cional brasileiro, direitos ou garantias que se revistam de cará­ter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse pú­blico ou exigências derivadas do princípio de convivência das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoção,

26 de 31

' ri

"" riN • '" ri. o' ,. , . • o< 'o "o ri" o

'" '" • mo g~ •• "ri 00

N •• o • o• "" HO •• e ri

5~ ,

~~ H

00 o o HO

"' 83 "' o o o &,g

o .. o o o. O ri '. "' ,, "" "" • ·•" "' O"

~~ ". • 00 H , : 00

"" .. o o .. ' " '" • B! " " ' . '" "" 8:à

Page 27: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

PGR

por parte dos órgãos estatais, de medidas restritivas das prer­rogativas individuais ou coletivas, desde que respeitados os termos estabelecidos pela própria Constituição. O estatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas - e considerado o substrato ético que as informa- permite que sobre elas incidam limita­ções de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coe­xistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros." (Su­premo Tribunal Federal. Tribunal Pleno. MS n. 23.452/RJ. Rel. Min. Celso de Mello. Julgado em 16.09.1999. Votação unânime. DJU de 12.05.2000, p. 20) .

Na espécie, a pleiteada ordem de busca e apreensão tem por

objetivo, com base no artigo 240 do Código de Processo Penal, ob­

ter provas do possível cometimento dos crimes previstos no artigo

1° da Lei n. 9.613/1998, além de outros delitos a eles correlatos no

caso, como corrupção e organi:;r,ação criminosa. Por isso, revela-se

plenamente justificável o episódico afastamento da garantia da invi­

olabilidade em prol do resguardo da eficácia da persecução penal. O

interesse individual ao recato há de ceder ao interesse público e co­

letivo à repressão criminal Sobre o assunto, ao deparar com casos

análogos à situação sob exame, o Supremo Tribunal Federal já deci­

diu:

"Habeas corpus. Constitucional e processual penaL Desentra­nhamento das provas coligidas e apreendidas no escritório de advocacia do paciente. Extensão da empresa investigada. Mandado de busca e apreensão expedido por autoridade judi­cial competente. Possibilidade. 1. Restou demonstrado nos autos que o escritório de advocacia onde foram encontrados os documentos que ora se pretende o desentranhamento era utilizado pelo paciente, também, para o gerenciamento dos

27 de 31

"" ~' 00

" ~00 OM ,. ~00

00 000 ~o NO

~· .~ '" 00

000

~~ zo <~ roo

" ~· o 000

"" ~­•• "~ z• ~· ' ", ~a o o o "" "o

§ ~ ~~ co

"' " .. "" o~

·~ ' . ~,

" "' ~" •· ~o

"'

Page 28: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

• • '

PGR

seus negoc1os comerciru.s. O sucesso da busca no escritório de advocacia comprova que, de fato, aquele local era utilizado como sede de negócios outros, além das atividades advocatí­cias. 2. É adequada a conduta dos policiais federais que esta­vam autorizados a cumprir os mandados de busca e apreen­são, expedidos por autoridade judicial competente, "nas sedes das empresas", com a finalidade de coletar provas relativas aos crimes investigados no inquérito. 3. Habeas corpus dene­gado." (Supremo Tribunal Federal. Primeira Turma. HC n. 96.407/RS. Rel. Min. Dias Toffoli. Julgado em 06.04.2010. Votação unânime. DJE de 27.05.2010) .

VI - Requerimento

Ante o exposto, o Procurador -Geral da República requer o

seguinte:

1. que seJa determinada a autuação desta petição como

Ação Cautelar, com a decretação de segredo de

justiça;

2. que sep decretado o afastamento da garantia da

inviolabilidade domiciliar no caso, concedendo-se

autorização judicial para realização de busca e

apreensão pela Polícia Federal, acompanhada de

membros do l\finistério Público F cdcral e, se

necessário, Receita Federal do Brasil, para arrecadação

de documentos, livros contábeis e fiscais,

equipamentos, mídias e arquivos eletrônicos, aparelhos

de telefone, valores e objetos relacionados ao caso,

com a expedição dos correspondentes mandados, a

serem cumpridos nos seguintes endereços:

28 de 31

Page 29: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

• • •

PGR

2.1 - RODRIGO SANTOS DA ROCHA LOURES

a) Rua Mauá 719, Ap 402 A, Alto da Glória,

Curitiba/PR;

b) SHIS Ql 25, CH 22, Casa Lago Sul, Brasilia/DF

c) Av. Cândido de Abreu 776, SL 1801, Centro Cívico,

Curitiba/PR;

d) Rua Professor Pedro Viriato Patigot de Souza, 4554,

Ap 703, Bloco 4, Mossungue, Curitiba/PR

e) Câmara dos Deputados, Gabinete 845, Anexo IV -

Brasilia/DF;

f) Rua Estados Unidos, 411, Sala C-Jardim América­

São Paulo/SP;

2.2 - RODRIMAR COMÉRCIO EXTERIOR E

LOGISTICA GLOBAL, com endereço na Rua José

Pinto Blandi, 251, Alemoa, Santos/SP

2.3 - JOÃO BAPTISTA LIMA FILHO, com

endereço na Rua Itajara, 229, Apto 211, Villa

Andrade/SP

2.4 ARGEPLAN ARQUITETURA E

ENGENHARIA LTDA., com endereço na Rua

Juataba, 68, Vila Madalena/SP

2.5 - CONSELHO ADMINISTRATIVO DE

DEFESA ECONÔMICA - CADE, com endereço

na SEPN, Quadra 515, bloco D, lote 04, Asa

Norte/DF.

29 de 31

)O

"" "" o ON _, DO

•• '" " . Do 'o NO -· o

'" '" o

Page 30: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

• • .

PGR •

3. que seja consignado nos mandados que eles têm por

objeto a coleta de provas referentes à prática de crimes

de lavagem de dinheiro, além de outros a ele correlatos,

como corrupção e organização cnmmosa,

especificamente o seguinte:

3.1 - documentos relacionados aos fatos, tais como

registros e livros contábeis e fiscais, formais ou

informais, agendas, ordens de pagamento, documentos

relacionados à manutenção e movimentação de contas

bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou

de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e

quaisquer documentos referentes à solicitação e ao

recebimento de vantagem indevida e na ocultação de

valores;

3.2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem

como seus respectivos suportes físicos, tais como

HDs, laptops, notebooks, pendrives, CDs, DVDs,

smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas,

quando houver suspeita de que contenham material

probatório relevante;

3.3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em

reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00, se

localizadas em endereços de pessoas ftsicas, ou R$

200.000,00, se localizados em endereços de pessoas

jurídicas, desde que não seja apresentada prova

documental cabal de sua origem lícita;

30 de 31

)I

' ri ~· rlN

o

'" riO ., •• ~· .. 00 ~o riO

"" '~ O ri o

mo ~~ •• <H •o

N

~: o•

"" H • •• ~o o• • ~J " 00 o o riO

8~ <O

.~ 00 •• o •• "" o ' OH ' . H>

·~ •• ., " •· '" "' OH

~~ "" ., • o ·HO

' : .§[ ~ ~ H • • •• • o : ., " ·~ ' .. '" OH 00 o c

Page 31: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

• PGR

3.4 - objetos relacionados aos fatos, que susatem

suspeita de constituírem produto de lavagem de

dinheiro;

4. que seja autorizado desde logo ao Ivlinistério Público

Federal, à Polícia Federal e, se necessário, a Receita

Federal do Brasil, o acesso a dados armazenados em

a:rqwvos eletrônicos apreendidos, contidos em

quaisquer dispositivos, como HDs, laptops, notebooks,

e pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones

móveis, agendas eletrônicas;

CN/SBIEP

5. que seja determinado que a Polícia Federal cumpra as

diligências simultaneamente, com a máxima discrição,

se necessário com o auxilio de peritos e de outros

agentes públicos, como representantes da Receita

Federal do Brasil.

6. que seJa determinada a manutenção do registro de

"sigiloso" ao presente feito até a conclusão das

diligências e de seus eventuais desdobramentos .

Brasília (Dr), 12 de maio de 2017.

Rodrigo J anot Monteiro de Barros

Procurador-Geral da República

31 de 31

' ri '" riN

o NN riO ON ,. 'o o om 'o NO ri" o ,. " o

Page 32: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

I A-C

N" 115278/2017

Page 33: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

• /

Termo de recebimento e autuação

Estes autos foram recebidos e autuados nas datas e com as observações abaixo: ACn°4328 PROCED.: DISTRITO FEDERAL ORIGEM. : SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NÚMERO DO PROCESSO NA ORIGEM : 4328 AUTOR(A/S)(ES): SOB SIGILO PROC.(A/S)(ES): SOB SIGILO

QTD.FOLHAS: 70 QTD.VOLUME: 1 QTD.APENSOS: O

ASSUNTO: DIREITO PROCESSUAL PENAL !Investigação Penal

DATA DE AUTUAÇÃO: 15/05/2017- 18:16:02

CertldAo de dlsbibulçAo

Certifico, para os devidos fins, que estes autos foram dlsbibufdos ao Senhor MIN. EDSON FACHIN, com a adoçAo dos seguintes parAmetros: -Característica da distribuição:PREVENÇÃO DO RELATOR/SUCESSOR - Processo que Justifica a prevenção Relator/Sucessor: INQUÉRITO n° 4483 -Justificativa: RISTF, art. 69, caput Observação: Certifico que, por determinação do Gabinete do Ministro Relator a autuação não foi realizada na Seção de Recebimento e Distribuição de Processos Originários DATA DE DISTRIBUIÇÃO: 15/05/2017-19:01:00

Brasília, 15 de Maio de 2017.

Coordenadoria de Processamento Inicial (documento eletr6nlco)

TERMO DE CONCLUSÃO

Faço estes autos conclusos . ao(a) Excelentíssimo(a) Senhor(a) Mtlltstro(a) Relator(a), ?giTJ ..i. volume(s). \ l

Brasília,.....::t2_de ~de 20.-J.-_]-

Patrícia ~artins- 1775

PATRICIAP, em 15/05/2017 às 19:17.

Page 34: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

\

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Procuradoria-Geral da República

No 119756/2017-GTLJ/PGR Ação Cautelar no 4328 Relator: Ministro Edson Fachin

SIGILOSO

O Procurador-Geral da República, considerando as diligências

de campo realizadas pela Policia Federal no intuito de confirmar os

endereços dos requeridos na cautelar em epígrafe, requer, com base

nos fundamentos já expostos na cautelar suprarreferida:

!!,) a exclusão do (s) seguinte (s) endere~o (s) de:

a.1)- RODRIGO SANTOS DA ROCHA LOURES- Aveni­

da Cândido Abreu, 776, SL 1801, Centro Cívico, Curitiba/PR;

a.2)- RODRIGO SANTOS DA ROCHA LOURES - Rua

Professor Pedro Vitiato Parigot de Souza, 4554, apt. 703, Bloco 4,

Mssungue, Curitiba/PR

b- a inclusão do (§) seguinte (s) endere~o (§) de :

b.1) RODRIGO SANTOS DA ROCHA LOURES - Rua

Professor Dano Garcia, 230, casa 08, Vista Alegre, Greennwood

' o .N ~· ~ '" ~· o• N" 'rl .. o• '" '" rl<

" 'ri •• •

Page 35: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

Procuradoria-Geral da República .i\ledida Cautelar incidental à Pet. n. 6.302

Residence, Curitiba/PR.

c- a alter~ão do (s) seguinte (s) endere~o (s) de:

c.1) JOÃO BAPTISTA LIMA FILHO para a rua ltajara,

299 (e não 229), apt. 211, Villa Andrade/SP;

Brasília (DF), 17 de maio de 2017.

Rodrigo Janot Monteiro de Barros

Procurador-Geral da República

,,

2

n.

• • • • o • • o ' " • ' -• • ' ' o ' o

·-" ·-o • ' • o • • ' o .. ON ri<

ri

'" riO 00 N. 'ri • OM 'u '" ri< • 'ri •• • •< o• •• ~~ 00

e •• o ri

o• "" "' •• ~~ " , • "' O<

~a " o o "" "' "' o' 00 <o o o" o o •• o

" "" '" O ri ,. ri '

"' "o "" •· ·-. "' '" a o . "" ·-., ·-' " o

" "" .. " "' o o

'" • ' B! " " ' .. '" "" o o o"

Page 36: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

Tnbunal Federal supremo ·27 oo24925

H/0512017 19.

MINISTÉRIO PÚBLICO FED

Procuradoria-Geral da Reptiblica

N" 120867 /2017-GTLJ/PGR Ação Cautelar no 4328 Relator: Ministro Edson Fachin

SIGILOSO

O Procurador-Geral da República, considerando as diligências

de campo realizadas pela Polida Federal no intuito de confirmar os

endereços dos requeridos na cautelar em epígrafe, requer, com base

nos fundamentos já expostos na cautelru: suprarreferida:

a- a inclusão do (s) seguinte (s) endereço (s) de :

b.1) RODRIMAR COMÉRCIO EXTERIOR LOGÍSTICA

GLOBAL- Rua General Câmara. 141 - térreo (recepção/proto­

colo), 3°, 4° e 5° andares, Centro, Santos/SP

RodrigoJan

Procurador-Geral da República

Page 37: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

MINISTÉRIO DA .llJSTIÇA MJ ·DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

SRISP • DELEGACIA DE POLÍCIA FEDERAL EM SANTOS NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA POLICIAL

L INFORMAÇÀO n• 019117- NIPIDPFISTSISP

DATA: 17 de maio de 2017

DESTINATÁRIO: Chefe do NIP/STSJSP

ASSUNTO: Confirmação de endereço

REFERÊNCIA:

Em resposta a solicitação dessa chefia, para a confirmação do endereço Rua José Pinto Blandi, 251, Alemoa, Santos-SP, como sendo pertencente à RODRIMAR COMÉRCIO EXTERIOR E

LOGÍSTICA GLOBAL, venho informar que:

O endereço em questão realmente pertence ao Grupo RODRIMAR, porém no local

funciona um REDEX- Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação pertencente à empresa. Seguem abaixo descrição da instalação obtida junto ao website da empresa.

Terminal Alemoa III - REDEX

O Terminal A!emoa III- REDEX funciona como REDEX- Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação.

Com habilitação REDEX em caráter permanente, a Rodrimar pode ter a carga de seus clientes exportadores confenda por fiScais da alfândega em seu prôpno terminal. Estâ devidamente estruturada para efetuar todas as operações de recebimento de carga solta, armazenagem, retirada de contêiner vazio, estufagem, armazenamento do contêiner cheio, pré-stacking e entrega no costado do navio.

Seus modernos equipamentos garantem o reconhecimento de excelência pela prestação de serviços, traduzida na conquista dos maiores armadores como clientes.

Infraestrutura e Equipamentos

• 30.000 m2 de Terminal Privado (REDEX)

• 4.000 m2 de área coberta

• Armazém para exportação

• 60 tomadas para reefers

• 4 Reach Stackers

• 7 Empilhadeiras

• Sistema de controle Informatizado

Page 38: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

MINISTÉRIO DA ,JliSTIÇA M.J ·DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

SR!SP ·DELEGACIA DE POLÍCIA FEDERAL EM SANTOS NÚCLEO DE INTELIGÉNCIA POLICIAL

Vista do terreno

Portaria

Continuando nossas pesquisas, verificamos que o grupo RODRIMAR possui vários endereços, conforme lista abaixo:

Instalações operacionais • TERMINAL PORTUÃRIO DE CONTÊINERES DO SABOÓ

Avenida Engenheiro Antôn1o Alves Freire, s/n Saboó - Santos- SP (55)- 13 3211-9100

• TERMINAL ALEMOA UI- REDEX E TRANSp-ORTE

Rua José Pinto Blandy, 251 Alemoa - Santos - SP (55) . 13 3295-4151

• ARMAZf:NS III E VIII- EXTERNOS

Page 39: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

MINISTÉRIO DA .IUSTI(A MJ- DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

SR!SP- DELEGACIA DE POLÍCIA FEDERAL EM SA111TOS NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA POLICIAL

Avenida Eduardo Pereira Guinle, sJn Docas - Santos - SP (55). 13 3221-7740

• PORTO SECO- RIBEIRÃO PRETO - SP

Via Anhanguera (SP 330)- Km 312 Ribeirão Preto- SP (55)- 16 3615-9160

• PÉROLA TERMINAL DE GRANÉIS

Avenida Eduardo Pereira Guinle, s/n - Armazéns XII e XVII Docas -Santos- SP (55)- 13 3221-4373

• RECIFE -PE

Rua do Progresso, N° 465, Sala 204- EdiflciO Villa Empresarial- Boa Vista CEP 50070-095 Tei./Fax: +55 (81) 3032-0231 I +55 {81) 3037-5156

Escritórios • SÃO PAULO - SP

Av. Ibirapuera, 2033- 13° andar cj. 131 e 132 IndianópoHs - São Paulo - SP CEP: 04029·100 (55) - 11 359+5900

• SANTOS-SP

Rua General Câmara, 141-4° andar Centro - Santos - SP (55) - 13 3202-8200

• GUARULHOS- SP

Aeroporto Internacional de Guarulhos Rod. Hélio Smídt, s/n (55)· 112445·6440 I 55 11 2445-6441 Av. João Jamil Zarif, s/n- Ed. Teça- 3° andar- sala 321 Curnbica- Guarulhos- SP

• VJRACOPOS- SP

Centro Empresarial de Viracopos, sala 211- 2° andar Aeroporto Internacional de Viracopos - Campinas - SP (55)- 19 3225-5299

• PARANAGUÁ

Rua Nestor Victor, No. 198- 2°. Andar- salas 204/ 205 e 206 Bairro João Gualberto- PARANAGUÁ- CEP. 83.203-540 (55)- 41 3423·2322 /J

' '

Page 40: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

MINISTÉRIO DA JliSTIÇA MJ -DEPARTAMENTO DE POLÍCIA t'EI>ERAL

SR/SP- DELEGACIA DE POLÍCIA H:I>ERAL EM SANTOS NÚCLEO DE INTELJGf:NCIA POLICIAL

• rrAJAí- se

Rua Samue! Heusi, 463 - Ed. The Office Sala 907 - go Andar CEP: 88301-JZO- Centro· Itajai- se Telefone: +55 47 3046 8600 Fax: +55 47 3046 86l0

Comparecemos ao endereço Rua General Câmara, 141-42 andar, Centro- Santos- SP, local do escritório base da empresa, sendo que foi possível verificar que a mesma opera não só

no 4!! andar, mas também no térreo (recepção/protocolo), 32 e se andares .

Fachada do edifício

Atenciosamente, /l -"7~ .{t./ /j~f(//

Fabricio PanarieiU /. c~ los Agente de Polícia Federal

Matricula 13785

' '

Page 41: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

AÇÃO CAUTELAR n. 4.328 RELATOR: MIN. EDSON FACHIN REQTE.(S): MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

DECISÃO

1. Trata-se de medida cautelar Procurador-Geral da República (fls. 1-31), no

requerida sentido de

pelo obter

autorização judicial para proceder busca e apreensão em endereços vinculados ao Deputado Federal Rodrigo Santos da Rocha Loures, incluindo-se o seu gabinete na Câmara dos Deputados, além de locais vinculados a outras pessoas físicas e jurídicas, entre eles o CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica, todos ligados à investigação que apura o possível recebimento, direta ou indiretamente, de vantagens indevidas, conjunto fático que, em tese, evidencia a prática dos crimes de corrupção ativa (art. 333, do Código Penal), corrupção passiva (art. 317, do Código Penal) organização criminosa e obstrução à sua investigação (art. 2º, caput, e art. 2º, §P, da Lei 12.850/2013), com o auxílio dos colaboradores Joesley Batista Mendonça e Ricardo Saud .

Iniciando a fundamentação do seu pedido cautelar, o Procurador-Geral da República enuncia os fatos:

"( ... ) Pelo menos nessas duas oportunidades, JOESLEY

MENDONÇA BATISTA conversou com as autoridades mencionadas sobre as investigações da 'Operação Lava fato' e os inquéritos em que o Grupo J&F era alvo de investigação. Também

para as duas autoridades, Presidente e Senador da República, JOESLEY MENDONÇA BATISTA mencionou que sua situação em primeiro grau de jurisdição estaria 'sendo resolvida', pois estaria tratando de seus casos com um JUlZ ou um procurador da República.

1

Page 42: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

----------------- -----

"( ... ) A Procuradoria-Geral da República foi procurada por

pessoas ligadas ao Grupo ]&F, alvo de múltiplas investigações em diversos juízos e instâncias, com o objetivo de que fosse entabulado acordo de colaboração premiada.

Já no primeiro momento, os elementos probatórios apresentados indicavam que JOESLEY BATISTA, presidente da ]&F Investimentos S.A., e o Diretor de Relações Institucionais do grupo, RICARDO SAUD, estavam pagando propinas regularmente( .. .). Esses pagamentos vinham sendo feito com o aval e incentivo de altas autoridades públicas, notadamente do Partido do Movimento Democrático Brasileiro- PMDB.

( ... ). Em tese, os Jatos narrados pelos colaboradores podem

caracterizar, pela menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação em Organização Criminosa (art. 2º Lei 12850113), Obstrução à Investigação de Organização Criminosa (art. 2º, § 1', da Lei 12850113).

Nesse contexto, também foi apresentado ao Ministério Público vasto material probatório envolvendo o Deputado Federal Rodrigo Santos da Rocha Loures, ora requerido na presente medida. Conforme será detalhado adiante, os Jatos criminosos imputados a Rodrigo Rocha Loures são gravíssimos, especialmente por se tratar de parlamentar federal que até pouco tempo ocupava cargo de confiança na Presidência da República, sendo considerado uma das pessoas mais próximas ao atual Presidente" (jls. 2-3).

Explicitando sua pretensão, requer "que seja decretado o afastamento da garantia da inviolabilidade domiciliar no caso, concedendo­se autorização judicial para realização de busca e apreensão pela Polícia Federal, acompanhada de membros do Ministério Público Federal e, se necessário, Receita Federal do Brasil, para arrecadação de documentos, livros contábeis e fiscais, equipamentos, mídias e arquivos eletrônicos, aparelhos de telefone, valores e objetos relacionados ao caso, com a expedição dos correspondentes mandados, a serem cumpridos nos seguintes endereços: ( ... ) RODRIGO SANTOS DA ROCHA LOURES ( ... )

2

Page 43: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

RODRIMAR COMÉRCIO EXTERIOR E LOGISTICA GLOBAL ( ... ) JOÃO BAPTISTA LIMA FILHO ( ... ) ARGEPLAN ARQUITETURA E ENGENHARIA LTDA. ( ... ) CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÓMICA - CADE ( ... ) que seja consignado nos mandados que eles têm por objeto a coleta de provas referentes à prática de crimes de lavagem de dinheiro, além de outros a ele correlatos, como corrupção e organização criminosa, especificamente o seguinte: ( ... ) documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores; ( ... ) arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes fisicos, tais como HDs, laptops, notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; ( .. .) valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00, se localizadas em endereços de pessoas fisicas, ou R$ 200.000,00, se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; ( ... ) objetos relacionados aos fatos, que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro; ( .. .) que seja autorizado desde logo ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e, se necessário, a Receita Federal do Brasil, o acesso a dados armazenados em arquivos eletrônicos apreendidos, contidos em quaisquer dispositivos, como HDs, laptops, notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas; ( ... ) que seja determinado que a Polícia Federal cumpra as diligências simultaneamente, com a máxima discrição, se necessário com o auxílio de peritos e de outros agentes públicos, como representantes da Receita Federal do Brasil. ( ... ) que seja determinada a manutenção do registro de 'sigiloso' ao presente feito até a conclusão das diligências e de seus eventuais desdobramentos" (fls. 28-31).

2. Principio anotando que a Constituição Federal, nos termos do art. 5º, XI, prevê que "a casa é asilo inviolável do indivíduo,

3

Page 44: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial". Acerca da tutela constitucional dispensada à inviolabilidade do domicílio, decidiu o Supremo Tribunal Federal que "para fins da proteção jurídica a que se refere o art. 5', XI, da CF, o conceito normativo de casa revela-se abrangente", o que significa compreender qualquer compartimento privado ou não aberto ao público, inclusive onde alguém exerce profissão ou atividade, corno os escritórios profissionais (HC 82.788, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, DJ de 2.6.2006).

Nada obstante inserir-se corno garantia fundamental dos brasileiros e estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade domiciliar pode ser excepcionada nas hipóteses taxativamente previstas no texto constitucional, não detendo caráter absoluto (RHC 117.159, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 2.12.2013; RHC 86.082, Rel. Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, DJe de 22.8.2008). E ao se decidir pelo afastamento da inviolabilidade do domicílio, deve a autoridade judicial ter em mente as limitações de ordem infraconstitucional, sempre aferindo a presença de razões de interesse público que legitimam a medida restritiva. Enfatizou o Plenário do Supremo Tribunal Federal, em acórdão da lavra do Min. CELSO DE MELLO:

"( ... ) OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS NÃO

TÊM CARÁTER ABSOLUTO. Não há, no sistema constitucional brasileiro, direitos ou garantias que se revistam de caráter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse público ou exigências derivadas do princípio de convivência das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoção, por parte das órgãos estatais, de medidas restritivas das prerrogativas individuais ou coletivas, desde que respeitados os termos estabelecidos pela própria Constituição. O estatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas e considerado o substrato ético que as informa - permite que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a

4

Page 45: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros" (MS 23.452, Dj 12.5.2000).

De outro lado, o Código de Processo Penal, no seu art. 240 e seguintes, determina que a medida cautelar de busca domiciliar depende de ordem judicial devidamente motivada em fundadas razões, que tenham como ponto inicial elementos concretos que indiquem autoria e materialidade de crimes, demonstrando a vinculação entre os que irão sofrer a aludida medida coercitiva e os fatos investigados. Exige-se, ainda, que o mandado seja certo e determinado, apontado o mais precisamente possível o local ou os locais em que será realizada a diligência, bem como fique restrito a coisas, bens e objetos relacionados à investigação ou indispensáveis à prova dos delitos apurados. Também em julgado do Plenário da Corte Suprema, averbou-se que "os limites objetivos e subjetivos da busca e apreensão hão de estar no

ato que a determine, discrepando, a não mais poder, da ordem jurídica em vigor delegar extensão à autoridade policial" (MS 23.454, Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 23.4.2004) .

3. No caso, as investigações realizadas até o momento, sob a supervisão do Poder Judiciário, indicam possível ação conjunta dos colaboradores Joesley Mendonça Batista e Ricardo Saud com o Deputado Federal Rodrigo Santos Rocha Loures, sobre quem recaem graves indícios de ter recebido valores indevidos, de forma oculta, ilicitamente. Todo esse cenário justifica a ação invasiva na busca de melhor prova desses crimes, incluindo-se pessoas físicas e jurídicas apontadas no contexto apurado até então.

Registrando a narrativa acerca dos atos investigatórios e os resultados obtidos, descreve a Procuradoria-Geral da República em sua peça exordial:

5

Page 46: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

"(. .. ) Conforme se depreende da gravação1 (áudio 01) entregue e

do depoimento prestado pelo colaborador, o presidente MICHEL TEMER recebeu JOESLEY BATISTA no dia 07103/2017, por volta das 22h40min, no Palácio do Jaburu, residência oficial do Vice­Presidente da República. ( .. .) Em razão das investigações decorrentes da 'Operação Lava Jato' ele gostaria de saber com quem deveria falar, quem seria o interlocutor do Presidente da República.

Nesse contexto, é importante registrar que MICHEL TEMER, a partir dos 10min50s, quando JOESLEY fala que perdeu contato com GEDDEL em razão das investigações, demonstra preocupação, afirmando que 'é, tem que tomar cuidado. É complicado'. Logo em seguida, a partir dos 11min30s, os interlocutores tratam do ex-Deputado Federal EDUARDO CUNHA, que se encontra preso. JOESLEY afirma que tem procurado manter boa relação com o ex-parlamentar, mesmo após sua prisão. TEMER confirma a necessidade dessa boa relação: 'tem que manter isso, viu'. JOESLEY fala que segue pagando propina 'todo mês, também' ao EDUARDO CUNHA, acerca da qual há a anuência do Presidente da República.

No contexto dos diálogos fica claro que o interesse em manter os pagamentos de propina para EDUARDO CUNHA está relacionado à possibilidade de CUNHA, caso seja contrariado, possa vir a revelar fatos que comprometam o grupo. A partir dos 16min, verifica-se que TEMER indica o Deputado Federal RODRIGO SANTOS DA ROCHA LOURES, a quem ele chama de RODRIGO, como pessoa de sua extrema confiança, para tratar dos temas de interesse do JOESLEY. E ainda combinam manter, quando houver necessidade, a prática de encontros noturnos no Palácio do Jaburu, sem registros oficiais. TEMER afirma: fazemos como hoje( ... ) funcionou super bem'. ( .. .).

No dia 13/0312017, JOESLEY BATISTA recebeu RODRIGO LOURES na residência do primeiro no bairro Jardim Europa em São Paulo-SPS (áudio 02).

Essa reunião tratou basicamente dos principais interesses políticos e comerciais de JOESLEY BATISTA perante o Governo Federal, cujos pontos foram aprofundados numa reunião seguinte

6

'f\-"'

Page 47: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

com os mesmos interlocutores, bem como foram tratados assuntos relacionados a crimes que JOESLEY vem praticando para garantir a combinação de versões com alguns réus da 'Operação Lava Jato', bem como a compra do silêncio deles, por intermédio de pagamentos mensais.

Depois, a partir de lOmin, JOESLEY menciona que tem algumas 'posições-chave' no CADE, na CVM, na Receita Federal, no Banco Central e na PFN, sendo necessário que sejam ocupadas por pessoas capazes de resolver seus problemas, iniciando uma abordagem sobre sua agenda econômica que necessita, direta ou indiretamente, desses órgãos para resolver pendências ou auxilíar no destravamento de negócios de seu grupo econômico, como uma questão jurídica que se encontra no CADE, melhor detalhada na reunião seguinte na casa de RODRIGO, relacionada à sua EPE (Empresa Produtora de Energia) de Cuiabá. A decisão liminar desse órgão de controle da concorrência poderia representar um ganho diário para JOESLEY de um milhão de reais e um ganho anual de R$ 300 milhões de reais, cujo negócio, se fosse bem sucedido, poderia garantir uma propina de 5% aLOURES e TEMER.

Sobre as indicações para tais órgãos, RODRIGO LOURES, no minuto 16, oferta a JOESLEY BATISTA a possibilidade de levar algum nome indicado por ele para o conhecimento do Presidente da República. No contexto dessa conversa, pode-se extrair a real intenção sobre as preocupações nos nomes (15min30s):

JOESLEY - Eu só preciso é resolver meus problemas, se resolver, eu nem, só pra não confundir, as vezes, não é que eu, a eu gostaria que fosse João ou Pedro, João ou Pedro ...

RODRIGO- O importante é que resolva. JOESLEY - Resolve o problema, se resolve, então pronto, é

que eu tenho algumas questões a ser resolvida, e de repente já vamos chamar a ele e testar, falar ôô, ôô Fulano ...

Durante todo o diálogo relacionado à agenda econômica do Grupo J&F, RODRIGO LOURES se mostra interessado e disponível para defender os interesses da empresa, inclusive apresentando nomes de pessoas com quem podia contar, além de estratégias de atuação. Mais que isso, conforme se verifica no Áudio 3, RODRIGO LOURES faz ligações telefônicas, na presença de

7

Page 48: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

JOESLEY, atuando diretamente com esses outros interlocutores para 'resolver' os problemas do grupo econômico.

Um ponto de destaque no Áudio 2, a partir de 36min20s, reside no fato de que JOESLEY comunica a RODRIGO LOURES uma preocupação com o levantamento do sigilo das colaborações premiadas dos executivos do Grupo Odebrecht, quando se trava um diálogo falando sobre a combinação de versões para defesa dos crimes revelados e, o que é mais grave, JOESLEY relata que vem pagando pela combinação de versões ou silêncio de LÚCIO FUNARO e EDUARDO CUNHA, ambos atualmente presos preventivamente. Ao final, falam sobre a anistia do Caixa 2 para resolver definitivamente esse problema:

( ... ) RODRIGO - Eu acho que esta semana ainda não, muitos

jornais estão dando que já é essa semana. Eu não acho, eu acho que essa que vem. A maior parte do levantamento do sigilo e ... e agora é isso, fazer o que você está fazendo. Se você acha que tem uma porteira lá da fazenda que ficou aberta em algum lugar que precisa fechar, fecha.

JOESLEY- É o que estou fazendo. RODRIGO - Se você tem uma cerca lá na mangueira que,

que tá, se você botar uma pressão ela arrebenta, reforça. ( .. .) RODRIGO - É, e aquilo que está documentada, está

formalizado. JOESLEY- E as partes falando a mesma .. RODRIGO- Mesma linguagem. JOESLEY- Mesma língua e pronto. É o caso do Lúcio, Lúcio

Funaro tá preso, já fui, já deu reportagem na Folha, no Estadão, o promotor me chama, a Polícia Federal me chama, não sei o que, eu tenho uma estória, tu conta, eu vou, pá, e pá, e pronto.

RODRIGO- E ele está alinhado? f JOESLEY- E ele do outro lado também. ( ... ) JOESLEY - Não? Então ... ééé, isso eu vou falar o que eu

acho, tá, porque também o cara tá lá, né? [preso] Nunca mais vi o

8

Page 49: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

cara na vida. Eu disse pra Michel, desde quando Eduardo foi preso e ele [Funaro], quem está segurando as pontas sou eu. Eu tô ...

RODRIGO LOURES- Cuidando deles lá. ]OESLEY - Dos dois, tanto da família de um, quanto da

família do outro. Isso aparentemente está ... RODRIGO LOURES- Estabilizou. ( .. .) JOESLEY - Uma hora porra! Um hora, né, até essa parede

aqui, se eu ficar batendo nela, batendo, dá uma hora eu derrubo ela, né? Então ... quando estava o Geddel, fava aquela agenda do Caixa 2,

do negócio da autoridade, tinha pelo menos uma luz, né. Agora, e aí nós estamos esperando o que agora? O Caixa 2 eu acho que não adianto mais nada, né, porque se o Caixa 1 é crime, o 2 vira 1, ficou inócua, né, essa medida, né? Quer dizer, é, ah o Caixa 2 não é 2, é 1 f Não, mas o 1 é crime, então ...

R - É mais ainda não consolidou. ]OESLEY- Isso, é. R - Foram três ministros do pleno que julgaram dos onze.

Ainda vai para ... ainda não houve a ... a confirmação dessa decisão, desse entendimento, é ... mas o fato é que lá no Congresso depois esse episódio do [Valdir I Raulp aí, está todo mundo preparado ... eu imagino que foi para aparecer rapidamente um texto, basicamente dizendo o seguinte: Olha aqui, o limite de velocidade até ontem era 80 kmlh e agora hoje passou para 70, se ele mandar multa para todo mundo nós vamos rever isso até agora.

( .. .) Por outro lado, segundo se verifica na gravação entregue e

no depoimento colhido, ]OESLEY BATISTA se encontrou com RODRIGO LOURES na residência deste em Brasília, no dia 16/03120178. A partir dos 05min35s, JOESLEY explica que existe um 'inquérito administrativo' no CADE de seu interesse e, para tratar do tema, o advogado do caso teria uma reunião com o superintendente adjunto da autarquia, KENYS MENEZES MACHADO, em 20103/2017. Nesse momento, menciona que foi formulado um pedido de medida preventiva à Superintendência­Geral do CADE.

9

Page 50: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

Em síntese, a partir de 08min30s, JOESLEY explica que o Grupo J&F controla a EPE (Empresa Produtora de Energia) de Cuiabá, indústria termoelétrica, e que, em razão de uma possível prática anticompetitiva da PETROBRAS, relacionada à aquisição de gás natural na Bolívia, estaria tendo prejuízos. A PETROBRAS adquiriria todo o gás disponível na Bolívia para vender à EPE por um suposto preço abusivo.

O interesse de JOESLEY é no sentido de que a PETROBRAS ou não compre o gás (deixando que a EPE adquira diretamente dos fornecedores bolivianos) ou realize a venda para a EPE pelo mesmo preço de aquisição. Aos llminSOs, JOESLEY estima que estaria perdendo 1 milhão por dia em razão dessa possível conduta anticompetitiva da PETROBRAS. JOESLEY chega a fazer um cálculo rápido, estimando cerca de R$ 300 milhões por ano de faturamento. Para resolver o problema, pede ajuda de RODRIGO LOURES.

De imediato, RODRIGO LOURES se disponibiliza a ligar ou para o Superintendente-Geral do CADE, EDUARDO FRADE, ou para o presidente do CADE em exercício, GILVANDRO ARAÚJO. Inicialmente tenta falar com FRADE, que não pôde lhe atender naquele momento. Depois, pede para a secretária ligar para GILVANDRO.

Após o término da ligação, quando retoma a conversar apenas com JOESLEY, por volta dos 29min, RODRIGO afirma que GILVANDRO teria entendido o recado. Em seguida, JOESLEY oferece a RODRIGO, para a solução dessa questão, o montante de 5%, que é imediatamente aceito pelo Deputado Federal, que responde: 'Tudo bem, tudo bem'. Os interlocutores conversam, ainda, sobre outros temas antes de se despedirem.

Em desdobramentos desse acerto, RICARDO SAUD encontrou-se com RODRIGO LOURES na cafeteria Santo Grão, em São Paulo, em 24/0412017, para tratar do tema referente à Empresa Produtora de Energia (Relatório Circunstanciado nº03). Esse encontro foi monitorado em ação controlada autorizada pelo STF.

( ... )

10

Page 51: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

Nesta ocasião, RICARDO SAUD e RODRIGO LOURES trataram de assuntos diversos, especialmente do tema relacionado ao CADE, e das repercussões financeiras que importavam a RODRIGO.

Conforme Relatório Circunstanciado nº 03, durante a conversa RICARDO SAUD lançou mão de anotações para orientar sua explanação e houve o detalhamento do esquema do pagamento da propina previamente acertada da seguinte maneira: R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) por semana, quando o PLD for fixado com o preço entre R$ 300,00 e R$ 400,00, e de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), quando o PLD ultrapassar os R$ 400,00. O mencionado PLD é a sigla de 'Preço de Liquidação das Diferenças', valor fixado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em R$/MWh, para a comercialização da energza.

Como visto, RICARDO SAUD mencionou a RODRIGO LOURES que já existia um crédito de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) correspondentes aos períodos de 15/04 a 21104, somado ao da semana que estava sendo inaugurada.

Antecipadamente, RODRIGO LOURES mencionou que caberia à pessoa de 'EDGAR' intermediar tais operações (uma vez que 'outros caminhos estavam congestionados'), chegando a aventar, ao final, a inserção de alguma empresa para a emissão de notas fiscais .

No entanto, RODRIGO LOURES foi claro ao afirmar que submeteria à apreciação de alguém aquelas possibilidades operacionais, para que, após a aquiescência, pudessem definir o modo de repasse. Nesse aspecto, destacam-se as intervenções de RICARDO SAUD na conversa, aludindo duas vezes a 'presidente' -sem ter sido refutado por RODRIGO- ficando claro pelo contexto que RODRIGO LOURES faria a consulta ao Presidente da República, MICHEL TEMER.

No dia 28.04.2017 RICARDO SAUD e RODRIGO LOURES, voltaram a se encontrar na cafeteria I1 Barista, situada no 3' andar do Shopping Vila O/ímpia, em São Paulo. Por volta das 16h23min, RODRIGO LOURES e RICARDO SAUD encontraram-se no local combinado, mas RODRIGO sugeriu que

11

Page 52: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

fossem conversar no restaurante Pecoríno, situado a poucos metros. Lá, permaneceram cerca de trinta minutos.

( ... ) É de observar que, tal como propusera no encontro anterior,

RODRIGO cogita a possibilidade da celebração de contrato fictício para dar aparência de legalidade à canalização dos valores semanais.

RODRIGO :Agora me diz uma coisa, Ricardo, com relação, com relação a esses honorários aí, tem como fazer ...

RICARDO: nota? RODRIGO: De outra forma? RICARDO : Tem ué ... Mas esses caras, a nota é um cara da

sua confiança, total confiança? RODRIGO: é ... RICARDO: Empresa antiga? RODRIGO: o problema é o seguinte, é .... RICARDO : Pode fazer ... RODRIGO: Deixa eu te dizer ... Os canais tradicionais estão

todos obstruídos ... então o que que acontece ... precisa é ... a questão é a questão da estrutura ... então a ideia era verificar nessa questão dos honorários, uma forma tranquila de fazer isso ... sem que houvesse ...

RICARDO: Não, mas aí tem o imposto .. . RODRIGO : Não eu sei disso ... aí, é ... mas não ... não convém,

ou pode ser até que convenha, mas aí eu não conheço essa Ambar, como é que é ... o que que tá ai?

RICARDO: A AMBAR? RODRIGO: AMBAR, AMBAR, é ... RICARDO : Não, não faz na AMBAR não porque a

AMBAR é de ENERGIA e você mexeu no setor de ENERGIA ... Aí eu faço numa outra, nem JBS também nem nada ... a gente faz .... VIGOR, num trem assim ... que não chama a atenção, agora, eu preciso saber o seguinte, quem que é a empresa?

RICARDO e RODRIGO revisitaram temas do encontro anterior, no entanto, desceram a detalhes práticos das alternativas que vislumbraram para a efetivação dos pagamentos semanais. A primeira delas, que aparentemente não prosperou, envolvia o repasse de valores via pessoa jurídica. RICARDO SAUD, inclusive, advertiu que a saída do dinheiro deveria se dar por

12

Page 53: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

empresa diversa da que atuava no ramo de energia, já que a intervenção de RODRIGO teria ocorrido em questão afeta àquele segmento.

O que parece ter contado com a aceitação de RODRIGO foi mesmo a hipótese de entrega de numerário em espécie, nas dependências da ESCOLA GERMINARE, dadas as características de suas instalações e pelo fato de já ter servido de local para operações do gênero, como afirmou RICARDO. Ao tratarem mais a fundo dessa alternativa, RODRIGO foi claro ao afirmar, em suma, que o 'coronel' não poderia mais apanhar o dinheiro, razão pela qual, tal tarefa seria confiada a 'EDGAR' ou a 'RICARDO', mencionado como 'xará' .

Neste ponto é que se insere pessoa que chegou ao final da conversa realizada em 24104117, na cafeteria Santo Grão, em São Paulo, identificada como RICARDO CONRADO MESQUITA. No encontro realizado no shopping, ao indicar RICARDO como alternativa para operar os valores de que tratavam, RODRIGO passou a RICARDO o cartão abaixo, trazendo à tona a empresa RODRIMAR.

Ambos saíram do restaurante Pecorino e, após algum tempo, cerca de meia-hora, tornaram a se encontrar no estacionamento daquele mesmo shopping, no local em que RICARDO SAUD havia deixado seu veículo.

( .. .) Era do conhecimento prévio que RICARDO dispunha de R$

500.000,00 (quinhentos mil reais) em seu veículo para entregar a RODRIGO naquele dia. Tais valores estavam acondicionados em uma pequena mala preta, conforme retratam as fotos antecipadamente apresentadas pelo colaborador RICARDO SA UD.

( .. .) Entretanto, algum motivo determinou que o Deputado

Federal RODRIGO LOURES não apanhasse o volume naquele momento, agendando novo encontro imediatamente àquele, a ser realizado na Pizzaria Camelo, situada na Rua Pamplona, 1873, Jardins, São Paulo!SP. Efetivamente, ambos se dirigiram ao local combinado.

13

Page 54: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

Quando eram 18h30min03s, RODRIGO LOURES ingressou no prédio da Pizzaria Camelo.

( ... ) Após cerca de trinta segundos, RODRIGO sai da pizzaria

pela mesma porta principal e se dirige ao estacionamento lateral, sem portar qualquer volume.

A entrada de RICARDO SAUD no estacionamento, com seu veículo Maserati, Placas IYC0014, naqueles instantes, foi presenciada por Policiais Federais que estavam nas imediações para proceder à ação controlada. Pouco após, RODRIGO LOURES sai do estacionamento lateral à pizzaria, passa em frente à portaria da Pizzaria Camelo portando uma mala preta .

A sequência de imagens ilustra com perfeição o acima narrado:

(. .. ) Note-se que após sair da Pizzaria Camelo, RODRIGO

LOURES ( .. .) deslocou-se de carro em direção a empresa Nutrimental 5/A cujo proprietário é o genitor de RODRIGO LOURES, sendo provável que tenha deixado nas dependências da empresa a mala com os valores recebidos ilicitamente.

( ... ) Esses são os fatos mais relevantes, por ora, colhidos no bojo

das medidas cautelares judicialmente já deferidas no caso" (fls. 3-22) .

4. Nada obstante as diligências empreendidas, o Procurador-Geral da República, diante da existência dos indícios já obtidos, na busca de outros elementos a formar sua opinio delicti, afirma que se mostra imprescindível a medida de busca e apreensão, em especial para coleta e preservação de material probatório tais como documentos, valores em espécie, objetos relacionados aos fatos e arquivos eletrônicos, bem como seus suportes físicos (Hds, laptops, tablets, notebooks, pendrives, Cds, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas), salvo se houver certeza de que não contenham algo relevante relacionado aos eventos em apuração. Essa medida poderá auxiliar e confirmar a

14

Page 55: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

participação direta das referidas pessoas no esquema acima relatado.

cnm1noso

Convém ressaltar que a pretensão, nos moldes em que formulada pelo Procurador-Geral da República, está circunscrita a

pessoas físicas e jurídicas vinculadas aos fatos em questão. Ao lado disso, os locais de busca estão todos devidamente individualizados, limitando-se a endereços certos.

Nesse particular, anoto que, ao lado do investigado principal, Deputado Federal Rodrigo Santos da Rocha Loures, há referências envolvendo pessoas físicas e jurídicas, corno João Baptista Lima Filho, que seria o citado "Coronel", ligado à empresa Argeplan Arquitetura e Engenharia Ltda. A esse respeito, cito nota de rodapé à fi. 17:

"É JOÃO BAPTISTA LIMA FILHO, coronel aposentado da PMISP que sucedeu MICHEL TEMER no comando da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, ligado à empresa ARGEPLAN, e teria sido local de entrega de valores destinados a MICHEL TEMER, conforme TC Unilateral nº 25 1 milhão a ser entregue, conforme indicação direta e especifica de Temer, em espécie, na Rua Juatuba número 68, Vila Madalena, em São Paulo, na empresa Argeplan Arquitetura e Engenharia Ltda, que fora feito, em 02.09.2014, por Florisvaldo, por determinação do depoente" .

A empresa Rodrimar Comércio Exterior e Logística Global também se insere nos fatos, pois, como dito acima, ocorreu a entrega do cartão dessa pessoa jurídica quando da conversa entre o parlamentar investigado e o colaborador Ricardo Saud.

A respeito da diligência junto ao CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica, por não haver outras indicações na peça ofertada pelo Procurador-Geral da República, deve se ater, especificamente, a coleta de informações e documentos relacionados ao caso envolvendo a Petrobras S/ A e a EPE do grupo empresarial J&F em Cuiabá.

Por fim, há pedido de busca e apreensão na Câmara dos Deputados, especificamente no Gabinete 845, Anexo IV, na Capital

15

Page 56: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

Federal, ocupado pelo Deputado Federal Rodrigo Santos da Rocha Loures.

O Supremo Tribunal Federal, por mais de urna vez, já autorizou esse tipo de diligência, estando inclusive chancelada a atuação pelo Plenário da Corte. Relernbro julgado relatado pelo saudoso Min. TEORI ZA V ASCKI:

"PROCESSO PENAL. INQUÉRITO ENVOLVENDO DEPUTADO FEDERAL. DILIGÊNCIA INVESTIGATÓRIA NAS DEPENDÊNCIAS DA CÂMARA SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DA MESA DIRETORA. LEGITIMIDADE. 1. Não ofende os princípios da separação e da harmonia entre os Poderes do Estado a decisão do Supremo Tribunal Federal que, em inquérito destinado a apurar ilícitos penais envolvendo deputado federal, determinou, sem prévia autorização da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, a coleta de dados telemáticos nas dependências dessa Casa Legislativa. Além de não haver determinação constitucional nesse sentido, a prévia autorização poderia, no caso, comprometer a eficácia da medida cautelar pela especial circunstância de o Presidente da Câmara, à época, estar ele próprio sendo investigado perante a Suprema Corte. 2. Agravo regimental conhecido e desprovido" (AgR na AC 4.005, DJe de 3.8.2016).

A par disso, entendo necessário que o cumprimento da medida, corno acontece, por exemplo, com os profissionais da advocacia, seja acompanhado de representante da Mesa Diretora ou funcionário indicado pelo Presidente da Câmara dos Deputados na ocasião de sua execução, devendo a autoridade policial, de modo fundamentado, explicitar no auto de busca e apreensão a razão de cada objeto ou documento apreendido, demonstrando desde logo sua pertinência com a investigação em curso.

À luz dessas considerações, tenho corno justificada a relação necessária entre as diligências requeridas e os correlatos fatos a serem apurados, assinalando que o conjunto das informações até o momento coligidas traz um quadro indiciário contundente da

16

Page 57: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

prática de crimes de singular gravidade, inclusive contra a própria administração da justiça.

5. Ante o exposto, defiro o pedido do Procurador-Geral da República, autorizando a busca e apreensão nos endereços arrolados à fl. 29 da peça exordial, com as exclusões e inclusão postuladas no aditamento, observadas todas as especificações apontadas na sequência, especialmente: (a) com relação ao CADE -Conselho Administrativo de Defesa Econômica, cingir-se a diligência à coleta de informações e documentos relacionados ao caso envolvendo a Petrobras S/ A e a EPE do grupo empresarial J&F em Cuiabá; (b) quanto ao gabinete do Deputado Federal Rodrigo Santos Rocha Loures, na Câmara dos Deputados, determino a participação de representante da Mesa Diretora ou funcionário indicado pelo Presidente da Câmara dos Deputados, competindo a autoridade policial fundamentar no auto de busca e apreensão a razão de cada objeto ou documento apreendido, demonstrando a pertinência com a investigação em curso.

Expeçam-se os mandados de busca e apreensão, nos termos do art. 243 do Código de Processo Penal e com as ressalvas aqui impostas, com a referência de que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes contra a administração pública e a administração da justiça, além de outros a ele correlatos, como organização criminosa.

As referidas ordens deverão ser entregues em mãos ao Procurador-Geral da República ou a pessoa por ele indicada, a fim de que sejam posteriormente repassadas à autoridade policial para pronto cumprimento.

Autorizo, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos, devendo ser incluída essa autorização nos mandados expedidos.

O cumprimento das ordens deve ocorrer, sob as penas da lei, com a máxima discrição e com a menor ostensividade, com

17

Page 58: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá, não obstante, a autoridade policial valer-se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11.2008, do Conselho Nacional de Justiça

Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será decidido acerca do sigilo dos autos .

Intime-se o Procurador-Geral da República. Brasília, 17 de maio de 2017.

====/~ '1 Ministro Edson Fachin

Relator

18

Page 59: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

SIGILOS

MANDADO DE INTIMAÇÃO

AÇÃO CAUTELAR N. 4.328

(Seção de Processos Originários Criminais)

O Ministro EDSON FACHIN, do Supremo Tribunal Federal, Relator do e processo em epígrafe,

MANDA

que o Oficial de Justiça, em cumprimento ao presente, INTIME o Ministério Público Federal, na pessoa do Procurador-Geral da República, ou a quem suas vezes fizer, do inteiro teor do(a) despacho/decisão de cópia em anexo.

Dado e passado na Secretaria Judiciária do Supremo Tribunal Federal, em 17 de maio de 2017 .

/im

=----(~ Ministro EDSON FACHIN

Relator

Page 60: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

SIGILOS

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N°1/l

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

O Ministro EDSON FACHIN, Relator, nos termos dos artigos 240 a 250 do Código de Processo Penal e da decisão proferida nos autos identificados em epígrafe,

M A N D A o Departamento de Polícia Federal DPF proceder à busca e

apreensão, a ser efetivada no endereço situado na Rua Mauá, 719, Ap. 402-A, Alto da G1ória, Curitiba/PR, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops, tablets, notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11.2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos.

de 2017. DADO E PASSADO na secretar:·:a~d:o:~s~u:p:r~e;m;~s~~~l~~F;e~d~e:ral, em 17 de maio

Ministro EDSON FACHIN Relator

Page 61: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

SIGILOS

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N°1/2

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

O Ministro EDSON FACHIN, Relator, nos termos dos artigos 240 a 250 do Código de Processo Penal e da decisão proferida nos autos identificados em epígrafe,

M A N D A o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado no SHIS QI 25, CH 22, Casa, Lago Su1, Brasília/DF, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops, tablets, notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11.2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos.

DADO E PASSADO na Secretaria ~d~o:._s~u~p~r~e~m:~~~2:•=l~F~ederal, em 17 de maio de 2017. ...

Ministro EDSON FACHIN Rel.ator

Page 62: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N°l/3

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

O Ministro EDSON FACHIN, Relator, nos termos dos artigos Código de Processo Penal e da decisão proferida nos autos em epígrafe,

MANDA

SIGILOS

240 a 250 do identificados

o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, com o acompanhamento de representante da Mesa Diretora ou funcionário indi.cado pelo Presidente da Câmara dos Deputados, a ser efetivada na Câmara dos Deputados, Gabinete 845, Anexo IV - Brasília/DF, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops, tablets, notebooks, pendrives, CDs, ovos, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. A razão da apreensão de cada objeto ou documento deve ser fundamentada pela autoridade policial no auto de busca e apreensão, demonstrando a pertinência com a investigação em curso. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer-se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11.2008, do Conselho Nacional de Justiça.Após a execução desta m~

Page 63: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

SIGILOS

cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos. DADO E PASSADO na Secretaria do Supremo Tribunal Federal, em 17 de maio de 2017.

=vb;-2= Ministro EDSON FACHIN

Rel.ator

L-----------------------------------

Page 64: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

SIGILOS

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N°l/4

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

O Ministro EDSON FACHIN, Relator, nos termos dos artigos 240 a 250 do Código de Processo Penal e da decisão proferida nos autos identificados em epígrafe,

M A N D A o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado na Rua Estados Unidos, 411, Sala c - Jardim América, São Paulo/SP, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops, tablets, notebooks, pendríves, CDs, OVOs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 - objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer-se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11.2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das quando será apreciado o pedido de levantamento de si DADO E PASSADO na Secretaria do Suprem Federal, em 17 de maio de 2017.

Ministro EDSON FACHIN Relator

Page 65: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

SIGILOS

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N°l/5

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

o Ministro EDSON FACHIN, Relator, nos termos dos artigos 240 a 250 do Código de Processo Penal e da decisão proferida nos autos identificados em epígrafe,

M A N D A o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado na Rua Professor Dano Garcia, 230, casa 8, Vista Alegre, Greennwood Resid.ence, Curi tiba/PR, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 - documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops, tablets, notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50,000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais corno joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer se de peritos e outros agentes públicos, corno membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11.2008, do Conselho Nacional de Justiça.Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos, DADO E PASSADO na Secretaria do Suprem al Federal, em 17 de maio de 2017.

Ministro EDSON FACHIN Relator

Page 66: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N°2/l

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

O Ministro EDSON FACHIN, Código de Processo Penal em epígrafe,

Relator, nos termos dos artigos e da decisão proferida nos autos

SIGILOS

240 a 250 do identificados

M A N D A o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado na Rua José Pinto Blandi, 251, Alemoa, Santos/SP, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops, tablets, notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer se de peritos e outros agentes públicos, corno membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3. 11.2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos.

~:n~0 ~7 ~ASSADO na Secretaria ::p~erno~:~~~u~gt+~~~F:::ederal,

v~ Ministro EDSON FACHIN

Relator

em 17 de maio

Page 67: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N°2/2

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

O Ministro EDSON FACHIN, Relator, nos termos dos artigos Código de Processo Penal e da decisão proferida nos autos em epígrafe,

SIGILOS

240 a 250 do identificados

M A N D A o Departamento de Polícia Federal DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado na Rua General. Câmara, 141, térreo (recepção/protocolo), 3° 1 4° e 5° andares, Centro, Santos/SP, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais corno registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 ~ arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops~ tablets~ notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 ~ valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer~ se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11.2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das de levantamento de sigilo dos DADO E PASSADO na Secretaria em 17 de maio de 2017.

Ministro EDSON FACHIN Relator

Page 68: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

SIGILOS

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N°3

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

O Ministro EDSON FACHIN, Relator, nos termos dos artigos 240 a 250 do Código de Processo Penal e da decisão proferida nos autos identificados em epígrafe,

M A N o A o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado na Rua Itajara, 299, Apto 211, Villa Andrade, São Paulo/SP, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops, tablets, notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a max1ma discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer-se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11.2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos. DADO E PASSADO na Secretaria~Supr;~~~~~~ófªLllJFederal, de 2017. -~ ~ ::

Ministro roSON FACHIN

em 17 de maio

Relator

Page 69: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N°4

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

O Ministro EDSON FACHIN, Código de Processo Penal em epígrafe,

Relator, nos termos dos artigos e da decisão proferida nos autos

SIGILOS

240 a 250 do identificados

M A N D A o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado na Rua Juataba, 68, Vila Madalena, São Pa.ulo/SP, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops~ tablets~ notebooks, pendríves, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer-se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11.2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos.

DADO E PASSADO na Secret~a~r~i~a~d:o~S~u~p~r=~~~r~i~b~u~n~~~F~ederal, em 17 de maio de 2017. .;;;::

Ministro Relator

Page 70: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

SIGILOS

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N°5

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

o Ministro EDSON FACHIN, Relator, nos termos dos artigos 240 a 250 do Código de Processo Penal e da decisão proferida nos autos identificados em epígrafe,

M A N D A o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado na SEPN, Quadra 515, Bloco D, Lote 04, Asa Norte, Brasíl.i.a/DF - conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, cingindo-se a diligência à coleta de informações e documentos relacionados ao caso envolvendo a Petrobras S/A e EPE do grupo empresarial J&F em Cuiabá, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops, tablets, notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 - objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer-se de peritos e outros agentes públicos, corno membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11. 2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligênc' o será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos. SADO na Secretaria do Supremo Tribunal Federal, em 17 de

Ministro Relator

Page 71: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

IGILOSO

MANDADO DE INTIMAÇÃO

AÇÃO CAUTELAR N. 4.328 ~~i_ ~

(Seção de Processos Originários Criminais) JtJtl S~ (!v 'f

O Ministro EDSON FACHIN, do Supremo Tribunal Federal, Relg processo em epígrafe,

MANDA

que o Oficial de Justiça, em cumprimento ao presente, INTIME o Ministério Público Federal, na pessoa do Procurador·Geral da República, ou a quem suas vezes fizer, do inteiro teor do(a) despacho/decisão de cópia em anexo.

Dado e passado na Secretaria Judiciária do Supremo Tribunal Federal, em 17 de maio de 2017 .

/jm

= ~ y Ministro EDSON FACHIN

Relator

Page 72: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

SIGILOS

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N°l/1

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

O Ministro EDSON FACHIN, Código de Processo Penal em epígrafe,

Relator, nos termos dos artigos e da decisão proferida nos autos identificados

M A N D A o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado na Rua Mauá, 719, Ap. 402-A, Alto da Glória, Curi.tiba/PR, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops~ tablets~ notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 - objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11.2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos.

de 2017. ""' DADO E PASSADO na Secre<e~t:a:r:i:a~d:o~~S::~~;~~~~: Federal, em 17 de maio

Ministro EDSON FACHIN Relator

Page 73: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

SIGILOS

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N°l/2

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

o Ministro EDSON FACHIN, Relator, nos termos dos artigos 240 a 250 do Código de Processo Penal e da decisão proferida nos autos identificados em epígrafe,

M A N D A o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado no SHIS QI 25, CH 22, Casa, Lago Sul, Brasília/DF, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops, tablets, notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer-se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11.2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos. DADO E PASSADO na Secretaria do Suprem al Federal, em 17 de maio de 2017.

FACHIN Relator

Page 74: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

)-) 1

SIGILOS

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N°l/3

I I JJM t!f(f/&t' fU;-vh'>-~ AÇÃO CAUTELAR N° 4328

o Ministro EDSON FACHIN, Relator, nos termos dos artigos 240 a 250 do Código de Processo Penal e da decisão proferida nos autos identificados em epígrafe,

MANDA

o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, com o acompanhamento de representante da Mesa Diretora ou funcionário indi.cado pelo Presidente da Câmara dos Deputados, a ser efetivada na Câmara dos Deputados, Gabinete 845, Anexo IV - Brasília/DF, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops, tablets, notebooks, pendri ves, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50. o o o, 00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. A razão da apreensão de cada objeto ou documento deve ser fundamentada pela autoridade policial no auto de busca e apreensão, demonstrando a pertinência com a investigação em curso. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer-se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3. 11.2008, do Conselho Nacional de Justiça .Após a execução desta medida

··-Q>

Page 75: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

SIGILOS

cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos. DADO E PASSADO na Secretaria do Supremo Tribunal Federal, em 17 de maio de 2017.

Ministro EDSON FACHIN Relator

L ____________________________________________________________ __

Page 76: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N'l/ 4

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

O Ministro EDSON FACHIN, Código de Processo Penal em epígrafe,

Relator, nos termos dos artigos e da decisão proferida nos autos

SIGILOS

240 a o identificados

M A N D A o Departamento de Polícia Federal DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado na Rua Estados Unidos, 411, Sala C - Jardi.m América, São Paulo/SP, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais corno registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops/ tablets/ notebooks/ pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 - objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer-se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11.2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos. DADO E PASSADO na Secretaria do Suprem~Federal, em 17 de maio de 2017. _ (~-

Minist~;DSON FACHIN Relator

Page 77: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

O Ministro EDSON FACHIN, Código de Processo Penal em epígrafe,

Relator, nos termos dos artigos e da decisão proferida nos autos

SIGILOS

240 a 250 do identificados

M A N D A o Departamento de Polícia Federal DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado na Rua Professor Dano Garcia, 230, casa 8, Vista Al.egre, Greennwood Residence, Curi tiba/PR, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops, tablets, notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer-se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendaçao n. 18, de 3. 11.2008, do Conselho Nacional de Justiça.Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos. DADO E PASSADO na Secretaria do Supre~Federal, de 2017. "=- / ~

Minist~DSON FACHIN

em 17 de maio

Relator

Page 78: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

SIGILOS

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N°2/1

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

O Ministro EDSON FACHIN, Relator, nos termos dos artigos 240 a 250 do Código de Processo Penal e da decisão proferida nos autos identificados em epígrafe,

M A N D A o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado na Rua José Pinto Blandi, 251, Al.emoa, Santos/SP, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 - documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais corno HDs, laptops, tablets, notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais corno joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a max1ma discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer-se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11.2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos.

~:o~0 ~7 ~ASSADO na Secretar~~--~1-Federa1, em 17 de maio

Ministro EDSON FACHIN Relator

Page 79: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

O Ministro EDSON FACHIN, Código de Processo Penal em epígrafe,

Relator, nos e da decisão

termos dos artigos proferida nos autos

SIGILOS

240 a 250 do identificados

M A N D A o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado na Rua General Câmara, 141, térreo (recepção/protocolo), 3°, 4° e 5° andares, Centro, Santos/SP, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, corno organização criminosa, especificamente: 1 - documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops, tablets, notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer-se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11.2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos.

~:D~0 ~7 ~ASSADO na Secreta~ do s~~~ederal, em 17 de maio

Mini~EDSON FACHIN Relator

Page 80: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO N°3

AÇÃO CAUTELAR N° 4328

O Ministro EDSON FACHIN, Código de Processo Penal em epígrafe,

Relator, nos termos dos artigos e da decisão proferida nos autos

SIGILOS

240 a 250 do identificados

M A N D A o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado na Rua Itajara, 299, Apto 211, Vil la Andrade, São Paul.o/SP, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais corno registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptopsr tabletsr notebooksr pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3. 11.2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido

de levantamento de sigilo ~~o:s~a~u:t~o~s~-~~~~~~~~~~ DADO E PASSADO na Secretaria do Suprem al Federal, em 17 de maio de 2017.

FACHIN Relator

Page 81: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

SIGILOS

REE S·o No4 ~~((Yifi

AÇÃO CAUTELAR No 4,~!!'2e::e:D:.<AO!D'-'O'--'D'-'E"-'B"-U=S=.C!!A'-"E'-"A'-'P==N=A=-"-"- 'i"' .h~ I!" tf o Ministro EDSON FACHIN, Relator, nos termos dos artigos 240 a 250 do Código de Processo Penal e da decisão proferida nos autos identificados em epígrafe,

M A N D A o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado na Rua Juataba, 68, Vila Madalena, São Paulo/SP, observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem corno seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops, tablets, notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer-se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3.11.2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligências, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos. DADO E PASSADO na Secretaria do su~~emo ~ederal, em 17 de maio de2017. ;. ______

"'' Ministro EDSON FACHIN Relator

Page 82: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

SIGILOS

AÇÃO CAUTELAR No

4

,:,:e:::.:Do:A!!De;Oe._!1_D_,E:.....:Be.:U'-'S,_C,_A::..._,E:__:A::;P:..R=E.:E"'N:.:So:Ã::;O"-"N-o_,(u)t ~

O Ministro EDSON FACHIN, Relator, nos termos dos artigos 240 a 250 do Código de Processo Penal e da decisão proferida nos autos identificados em epígrafe,

M A N D A o Departamento de Polícia Federal - DPF proceder à busca e apreensão, a ser efetivada no endereço situado na SEPN, Quadra 515, Bloco D, Lote 04, Asa Norte, Brasilia/DF - Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), observando-se que a medida tem por finalidade coletar provas referentes à prática de crimes de crimes contra a administração pública e a administração de justiça, além de outros a eles correlatos, como organização criminosa, cingindo-se a diligência à coleta de informações e documentos relacionados ao caso envolvendo a Petrobras S/A e EPE do grupo empresarial J&F em Cuiabá, especificamente: 1 documentos relacionados aos fatos, tais como registros e livros contábeis e fiscais, formais ou informais, agendas, ordens de pagamento, documentos relacionados à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros, contratos, notas fiscais, recibos e quaisquer documentos referentes à solicitação e ao recebimento de vantagem indevida e na ocultação de valores em nome de Rodrigo Santos Rocha Loures; 2 - arquivos eletrônicos de qualquer espécie, bem como seus respectivos suportes físicos, tais como HDs, laptops, tablets, notebooks, pendrives, CDs, DVDs, smartphones, telefones móveis, agendas eletrônicas, quando houver suspeita de que contenham material probatório relevante; 3 - valores em espécie em moeda estrangeira ou em reais de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se localizados em endereços de pessoas físicas, ou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), se localizados em endereços de pessoas jurídicas, desde que não seja apresentada prova documental cabal de sua origem lícita; 4 objetos relacionados aos fatos, especialmente bens de luxo que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro, tais como joias, relógios e obras de arte. Também está autorizado, desde logo, o acesso, pela autoridade policial e/ou Ministério Público Federal, aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos. O cumprimento das ordens, sob as penas da lei, deve ocorrer com a maxlrna discrição e com a menor ostensividade, em estrita observância do disposto no art. 245 e art. 248 do Código de Processo Penal, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade. Poderá a autoridade policial, não obstante, valer-se de peritos e outros agentes públicos, como membros do Ministério Público e da Receita Federal do Brasil, sendo vedada a presença de pessoas estranhas. Atente-se à Recomendação n. 18, de 3. 11.2008, do Conselho Nacional de Justiça. Após a execução desta medida cautelar, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar imediatamente o resultado das diligênc' uando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos SADO na Secretaria do Supremo Tribunal Federal, em 17 de

Minist o Relator

Page 83: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

MINISTÉRIO PÚBLICO fEDERAL Procuradoria-Geral da República

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN

No /2016 GTLJIPGR Ação Cautelar n. 4328 Relator: Ministro: EDSON FACHIN SIGILOSO

MEDIDA URGENTE COMPLEMENTAR DE BUSCA E APREENSÃO

O Procurador-Geral da República, com fulcro no Código de

Processo Penal, vem formular URGENTE pedido complemen­

tar de BUSCA E APREENSÃO, consoante os elementos fáti-

c os e jurídicos a seguir expostos .

I - Histórico

No presente caso, Vossa Excelência deferiu a expedição de

mandados de busca e apreensão no bojo do procedimento cautelar

epigrafado, na Rua Estados Unidos, n° 411, sala C.

Em cumprimento das medidas verificou-se que o imóvel, lo­

calizado na Rua Estados Unidos, n° 411, em São Paulo é um so-

brado constituído por recepção, salas de reunião, salas de treina­

mento e alguns armários., conforme informado no documento

em anexo. Como as salas em questão não são numeradas e

Page 84: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

Procuradoria-Geral da República Pedido complement:n busc,l e apreensÃo

estão diretamente vinculadas com os fatos sob apuração, mas

não estão explicitamente abrangidas pela ordem judicial, faz-se ne­

cessária a complementação para contemplar todo o ambientem.

Estes, em síntese, os fatos.

11. Fundamentos

Na exata medida do que já argumentado anteriormente, é

essencial a extensão da medida para que se promova a busca e

apreensão em todas as salas e armários do sobrado localizado na

Avenida Estados Unidos, 411, em São Paulo, com o afastamento

da garantia constitucional da inviolabilidade domiciliar. Sabe-se

que a providência de busca e apreensão sujeita-se à chamada reser­

va constitucional de jurisdição. Somente o Poder Judiciário, no

exercício da função jurisdicional, pode autorizá-la. A esse respeito,

o Supremo Tribunal Federal aduz:

"O postulado da reserva constitucional de jurisdição importa em submeter, à esfera única de decisão dos magistrados, a prática de determinados atos cuja realização, por efeito de explícita determinação constante do próprio texto da Carta Política, somente pode emanar do juiz, e não de terceiros, in­clusive daqueles a quem se haja eventualmente atribuído o exercício de 'poderes de investigação próprios das autorida­des judiciais'. A cláusula constitucional da reserva de jurisdi­ção - que incide sobre determinadas matérias, como a busca domiciliar (CF, art. 5°, XI), a interceptação telefônica (CF, art. 5°, XII) e a decretação da prisão de qualquer pessoa, ressalva­da a hipótese de flagrância (CF, art. 5°, LXI) -traduz a noção de que, nesses temas específicos, assiste ao Poder Judiciário,

2 de 5

Page 85: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

Procuradoria-Geral da República Pedido complementar busc1 e aprc~cnsào

não apenas o direito de proferir a última palavra, mas, sobre­tudo, a prerrogativa de dizer, desde logo, a primeira palavra, excluindo-se, desse modo, por força e autoridade do que dispõe a própria Constituição, a possibilidade do exercício de iguais atribuições, por parte de quaisquer outros órgãos ou autoridades do Estado." (Supremo Tribunal Federal. Tribunal Pleno. MS n° 23.452/R]. Rel. Min. Celso de Mello. Julgado em 16.09.1999.Votação unânime. DJU de 12.05.2000. p. 20)

A determinação de busca e apreensão complementar,

como ora se postula, afasta momentaneamente uma das garantias

constitucionais, a saber: a inviolabilidade do domicílio, prevista no

artigo 5°, inciso XI, da Constituição de 1988. Isso, entretanto, em

casos como o dos autos, não representa ilicitude nenhuma. Com

efeito, os direitos fundamentais, principalmente os de caráter indi­

vidual, como a inviolabilidade domiciliar, embora dotados da mais

alta hierarquia normativa, são relativos:

"OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS NÃO TÊM CARÁTER ABSOLUTO. Não há, no sistema consti­tucional brasileiro, direitos ou garantias que se revistam de caráter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse público ou exigências derivadas do princípio de convivência das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoção, por parte dos órgãos estatais, de medidas restritivas das prerrogativas individuais ou coletivas, desde que respeita­dos os termos estabelecidos pela própria Constituição. O es­tatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas - e considerado o substrato ético que as informa - permite que sobre elas inci­dam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse social e, de outro, a asse­gurar a coexistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da or-

3 de 5

Page 86: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

Procuradoria-Geral da Repí1blica Pedido compkmcnt.u busca e apreemào

dem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros." (Supremo Tribunal Federal. Tribunal Pleno. MS no 23.452/RJ. Rei. Min. Celso de Mello. Julgado em 16.09.1999.Votação unânime. DJU de 12.05.2000, p. 20).

Na espécie, a pleiteada ordem de busca e apreensão tem por

objetivo, com base no artigo 240 do Código de Processo Penal,

obter todas as provas do possível cometimento dos crimes. O inte­

resse individual ao recato há de ceder ao interesse público e coleti­

vo à repressão criminal. Sobre o assunto, ao deparar com casos

análogos à situação sob exame, o Supremo Tribunal Federal já de­

cidiu:

" Habeas corpus. Constitucional e processual penal. Desen­tranhamento das provas coligidas e apreendidas no escritório de advocacia do paciente. Extensão da empresa investigada. Mandado de busca e apreensão expedido por autoridade ju­dicial competente. Possibilidade. 1. Restou demonstrado nos autos que o escritório de advocacia onde foram encontrados os documentos que ora se pretende o desentranhamento era utilizado pelo paciente, também, para o gerenciamento dos seus negócios comerciais. O sucesso da busca no escritório de advocacia comprova que, de fato, aquele local era utiliza­do como sede de negócios outros, além das atividades advo­catícias. 2. É adequada a conduta dos policiais federais que estavam autorizados a cumprir os mandados de busca e apre­ensão, expedidos por autoridade judicial competente, 11 nas sedes das empresas11

, com a finalidade de coletar provas relati­vas aos crimes investigados no inquérito. 3. Habeas corpus denegado." (Supremo Tribunal Federal. Primeira Turma. HC n° 96.407 /RS. Rei. Min. Dias Toffoli. Julgado em 06.04.2010.Votação unânime. DJE de 27.05.2010).

9 4 de 5

Page 87: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

Pmcuradona-Geral J.< República Pedido complementar busca e apret'n~ào

111. Requerimentos

Ante o exposto, o Procurador-Geral da República requer ur­

gente complemento de autorização de busca e apreensão, com a

extensão ao que já deferido, no seguinte endereço: Rua Esta­

dos Unidos, 411, em São Paulo, em todas as dependências

do imóvel.

MF/R3

Brasília (DF), 18 de maio de 2017.

Rodrigo Janot onteiro de Barros Procurador-Geral da República

5 de 5

Page 88: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

MINISTÉRIO PúBLICO FEDERAL

Procuradoria-Geral da República

Informação da Dra. Janice Ascari relacionada com busca e apreensão na Avenida Estados Unidos 411, Jardim América, São Paulo-SP

Paulo Taubemblatt

Encontramos S

Janice Ascari MPF/SP

Janice

Certidão

As 6:45 do dia 18 de maio de 2015, com o auxilio de um

chaveiro, a equipe PF-MPF, na presenca de tres testemun-has, entrou no imovellocalizado na Avenida Estados Unidos, 411- Sao Paulo. Trata-se de um sobrado com recepção, salas de reunião, treinamento e ai>Ç~uns armários_ As salas não são numeradas. Solicitamos a extensão do mandado para abranger todas as depetldências do imovel.

Janice As<ari Procuradora Regional da Republica

Paulo Taubemblatt

Segundo a investigada o$ foi entregue a ela por Francisco de Assrs da JBS. Seria um acerto finarn::eiro dele c o Lúcio

Daniel Salgado

Veja o valor nos mandados. O da papeleta pode não corTesponder ao que contem no mandado

Page 89: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

AÇÃO CAUTELAR 4.328 DISTRITO FEDERAL

RELATOR

AUTOR(A/S)(ES)

PROC.(A/S)(ES)

: MIN. EDSON FACHIN

:SOB SIGILO

:SOB SIGILO

Decisão: 1. Trata-se de pedido complementar de busca

e apreensão formulado pelo Procurador-Geral da República, entregue em

mãos neste gabinete, em que se relata a seguinte informação:

No presente caso, Vossa Excelência deferiu a expedição de mandados de busca e apreensão no bojo do procedimento cautelar epigrafado, na Rua Estados Unidos, n" 411, sala C.

Em cumprimento das medidas verificou-se que o imóvet

localizado na Rua Estados Unidos, n~.~. 411, em São Paulo é um sobrado constituído por recepção, salas de reunião, salas de treinamento e alguns armários., conforme informado no documento em anexo. Como as salas em questão não são numeradas e estão

diretamente vinculadas com os Jatos sob apuração, mas não estão explicitamente abrangidas pela ordem judicial, faz-se necessária a complementação para contemplar todo o ambientem.

Requer-se, ao fim, "urgente complemento de autorização de

busca e apreensão, com a extensão ao que já deferido, no seguinte endereço: Rua Estados Unidos, 411, em São Paulo, em todas as dependências do imóvel."

Estes, em síntese, os fatos.

2. Consoante enfatizei em decisão anterior que deferi a

medida cautelar de busca e apreensão objeto deste pedido de

complementação, existem elementos concretos a revelar indícios de

autoria e materialidade dos delitos investigados.

Destarte, diante da informação ora prestadQ, pelos mesmos

fundamentos, possível a extensão da diligência a todas as dependências

do imóvel, ampliando-se, via de consequência, o afastamento da

inviolabilidade de domicílio prevista no art. 5º, XI, da Constituição

Documento assinado digitalmente conforme MP n" 2.200-2/2001 de 2410812001 , que institui a Infraestrutura de Chaves Púbncas Brasileira- ICP-BrasiL O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://WNW.stf.jus.br/portal/autenticacaol sob o número 12920819.

Page 90: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

• ,)

AC 4328/DF

Federal.

3. Ante o exposto, defiro o pedido, autorizando a

realização e busca e apreensão no endereço Rua Estados Unidos, 411, em

São Paulo, em todas as dependências do imóvel.

A medida deve ser cumprida com

especificações indicadas nnos mandados anteriormente

entregues ao Ministério Público e à autoridade policial.

as mesmas

deferidos e

Cópia desta decisão, que será assinada eletronicamente, é

entregue ao Procurador-Geral da República ou a pessoa por ele indicada,

e terá validade por mandado.

Intime-se, com urgência .

Brasília, 18 de maio de 2017.

Ministro Edson Fachin

Relator

2

Documento assinado digitalmente conforme MP n• 2.200-2/2001 de 2410812001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira- ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://vvww.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 12920819.

Page 91: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

J '

Supremo Tribunal Federal

18/05/2017 14·24 0025057

lll/lll/lllll/llllllllllllll/111/l~ll/llllllllllllllllllll/lllll

MINISTÉRlO PúBLICO fEDERAL Procuradoria~Geral da República

N" 121263/2017- GTLJ/PGR Ação Cautelar no 4328 Relator: Ministro Edson Fachin

O Procurador-Geral da República vem informar a Vossa Ex­

celência que as medidas deferidas no bojo da presente Cautelar já

foram integrahnente cumpridas, inclusive em relação à intimação ao

Presidente da Casa Legislativa\ motivo pelo qual reitera o pedido

de levantamento do sigilo dos autos.

Brasília (DF), 18 de maio de 2017 .

Rodrigo Janot Monteiro de Barros

Procurador-Geral da República

1 Documento em anexo

Page 92: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

'

MINISTÉRIO PúBLICO FEDERAL Procuradoria-Gera) da República

CERTIDÃO

PGR- J4~ io~/2017

Certifico que, conforme determinação exarada pelo Ministro Edson Fachin no bojo da Ação Cautelar n° 4.328, comuniquei ao Excelentíssimo Presidente da Câmara do Deputados, Deputado Rodrigo Maia, às 6:45hs, acerca do cumprimento de medida de busca e apreensão nas dependências do Gabinete do Deputado RODRIGO SANTOS DA ROCHA LOURES e solicitei fosse designado representante da Mesa Diretora ou funcionário indicado pela própria Presidência da Câmara dos Deputados para acompanhar a execução das medidas.

Informo, por oportuno, que o Presidente da Câmara dos Deputados indicou o diretor geral daquela Casa, Lúcio Henrique Xavier Lopes, para acompanhamento das diligências .

Rodrigo Janot Monteiro de Barros Procurador-Geral da República

Page 93: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

AÇÃO CAUTELAR 4.328 DISTRITO FEDERAL

RELATOR

AUTOR(A/S)(ES)

PROC.(Ais)(ES)

:MIN. EDSON FACHIN

:SOB SIGILO

:SOB SIGILO

Decisão; J. Trata-se de pedido complementar de busca

e apreensão formulado peJo Procurudor-Geral da República, entret,rue em

mãos neste gabinete, em que se relata a seguinte informação:

No presente caso, Vossa Excelência deferiu a expediçiio de

mandados de busca e aFreensão 110 bojo do procedimento cautelar

epigrajado, na Rua Estados Unidos, nQ 411, sala C

Em cumprimento das medidas verificou-se que o imói'd,

localizado ntl Rua Estados Unidos, nQ 41t em São Paulo é um

sobrado constituído por n:·cepçifo, salas de reunião, safas de

treinamento e alguns armimos., conforme informado no documen~o

em anexo. Como as salas em questão não são numertldas e est-ào

diretamente vinculadas com os fatos sob apuração, mas não ô'lâo

explicitamente abrangidas pela ordem judicial, faz-se necessana 11

complementação para contemplar rodo o ambientem.

Requer-se, ao fim, "urgente complemento de autorizaçi'io de

busca e apreensão, com a extensão ao que fá deferido, no seguinte endereço: R ur1

Estados Unidos, 411, em São Paulo, em t-odas as dependências do imóvel."

Estes, em síntese, os fatos.

2. Consoante enfatizei em decisão anterior que deferi a

medida cautelar de busca e apreensão objeto deste pl'dido de

cornplementação/ existem. elementos concretos a revelar indícios dt>

autoria e materialidade dos delitos ir.vestigados.

Destarte, diante da inJorrnaç.lo ora prestada, pelos mesmos

tnndamentos, possível a extensão da diligéncia a todas as dep•2ndênoas

do ünóvel, ampliando-se, via dL' consequência, o afastamento da

inviolabilidade de domicílio prevista no art. 5º, XI, da Constituit;J.o

Documento ass1nado drg'rtalrnente conforme MP no 2.2ü0-2/2001 de 24108/2001 que HlStitui a lnf'aer,trutura de Chaves ::>úblicas Bré.SIIeira • ICP-Bms1l. O documento pode ser a~ssado no endereço eletrOnico http://v.Mrw.stf JUS.br/portallautenticec<'o' s J: o 'lúmero 12920819.

Page 94: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

AC 4328/DF

Federal.

3. Ante o exposto, defiro o pedido, autorizando a

realização e busca e apreensão no endereço Rua Estados Unidos, 411, em

São Paulo, em todas as dependências do imóvel.

A medida deve ser cumprida con1 as mesmas

especificações indicadas nnos mr~ndados anteriormente deferidos e

entregues aoMinistério Público e à autoridade policial.

Cópia desta decisão, que será assinada eletronicamente_. 6

entregue ao Procurador-Geral da República ou a pessoa por ele indicada,

e terá validade por mandado.

Intime-se, com urgência.

Brasília, 18 de maio de 2017.

Ministro Edson Fachin

Relator

2

Documento assinado digitalmente conforme MP n' 2.200-2/2001 de 24/0812001. que r.1stilui 3 Infraestrutura de Chaves ::>úiJiicas Brasileira- ICP-Bras,l O doç.umento pode ser acessado no endereço eletrôn1co htlp:/fwww.sti.jus.br/portal/a.Jie1ticacaol sob o número 12920819.

Page 95: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

AÇÃO CAUTELAR 4.328 DISTRITO FEDERAL

RELATOR

AUTOR(A/S)(ES)

PROC.(A/s)(ES)

: MIN. EDSON F ACHIN

:SOB SIGILO

:SOB SIGILO

DECISÃO: 1. Nos autos desta ação cautelar, no dia de ontem deferi

várias buscas e apreensões em endereços vinculados ao Deputado

Federal Rodrigo Santos da Rocha Loures, como também no CADE -

Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

Conforme informação protocolada pelo Procurador-Geral da

República, a diligência foi integralmente cumprida, sendo necessária,

então, a análise do pedido de levantamento de sigilo dos autos.

Sobre o tema, tenho anotado que, como regra gerat a Constituição

Federal veda a restrição à publicidade dos atos processuais, ressalvada a

hipótese em que a defesa do interesse social e da intimidade exigir

providência diversa (art. 5º, LX), e desde que a preservação do direito à

intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público ;l

informação (art. 93, IX).

Percebe-se, nesse cenário, que a própria Constituição, em antecipado

juízo de ponderação iluminado pelos ideais democráticos e repubJ icanos,

no campo dos atos jurisdicionais, prestigia o interesse público à

informação. Acrescenta-se que a exigência de motivação e de publicidade

das decisões judiciais integra o mesmo dispositivo constitucional (art. 93,

JX), fato decorrente de uma razão lógica: ambas as imposiçÕt:'S, a um só

tempo, propiciam o controle da atividade jurisdicional tanto sob uma

ótica endoprocessual (pelas partes e outros interessados), quanto

extraprocessual (pelo povo em nome de quem o poder é exercido).

Logo, o Estado-Juiz, devedor da prestação jurisdicional, ao aferir a

indispensabilidade, ou não, da restrição à publicidadt~, não pode se

afastar da eleição de diretrizes normativas vinculantes levadas a. efeito

pelo legislador constitucional.

No caso, a manifestação do órgilo acusador, destinatário da apura\; lo

para fins de formação da opinio delicti, revela o cumprimento lntegral tbs

medidas cautelares, assinalando, éld('mais, que não mais subsistem, sob a

ótica do sucesso da investigação, razües que determinem a ntanuten(:io

Dxumento assinado d'lgitalmente c.onforme MP n' 2.200-212001 de 24108/2001, que i1stiiU1 a lnhJestrutura de Chaves "'ublicas Bras1leira- ICF'-Bra51!_ ~J documento pode ser acessaao no endere1:o eletrônico http://\Nww.stf jus.br/portal/aul.:!nticacao/ s·Jb o número 12922108.

Page 96: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

AC 4328/DF

do regime restritivo da publicidade.

De outro lado, nada há que justifique, por parte dos demais

t:~nvolvidos, a tramitação sigilosa dos au\üs, especialmente porque não se

constata qualquer exceção à regra constitucional.

2. À luz dessas considerações, determino: (a) o levanta1nento do

sigilo destes autos, bem como daqueles conexos, a saber, o Inquérito n.

4.483 e as Ações Cautelares 4.315 e 4.316; (b) o apensamento de todos os

autos aqui referidos, que passarão a tramitar conjuntamente.

Publique-se. Intime-se.

Brasília, 18 de maio de 2017.

Ministro EDSON FACHIN

Relator

Documento assi11ado digitalmente

2

Documento assinado digitalmente conforme MP n" 2.20()-2/2001 de 24/08/2001. que institUI a Infraestrutura de Chaves ?úbl1cas Brasileira- IG'"-Bras1l o documento pode ser acessado no endereço eletrônico http·ltwww.stf.jus.br/portal/aute'1ticacaol sob o número 12922108.

Page 97: A Procuradoria-Geral da República foi procurada por pessoas · terizar, pelo menos, os crimes de Corrupção Passiva e Ativa (art. 317 e art. 333 do CP), Constituição e Participação

Secretaria Judiciária

CERTIDÃO

Ação Cautelar "º 4328

Certifico que, nesta data, nas dependências do gabinete do Exmo. Sr. Min.

Relator, recebi o processo indicado em epígrafe, com decisão.

Certifico, ademais, que procedi à regularização da numeração dos autos.

Certifico, ainda, que em cumprimento à decisão proferida nesta data, procedi

à retificação da autuação destes autos para retirar-lhe o grau de sigilo.

Certifico, por fim, que a pensei estes autos ao Inquérito nº 4483.

Brasília, 18 de maio de 2017.

Patrícia Per ·