À procura da essência

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À procura da essência ¹ Lucas de Sousa Gomes ² “(...), poderemos dizer que o homem é um ser existindo permanentemente à procura da sua essência, do seu completar-se, que só se realiza na morte.” (p.37 Gestalt-terapia: refazendo um caminho por Jorge Ponciano Ribeiro) Essa frase parece inicialmente difícil para entendimento de um jovem acadêmico. Graças a sua composição única foi possível encontrar a fonte original. Segue a baixo o parágrafo retirado da mesma fonte acima em que a destacada frase se desenvolve. “Na visão sartreana, esta antecedência só tem sentido para o homem e não para as coisas, por que a essência do homem, ou seja, aquilo que o definirá e o caracterizará como homem é algo que ele conquista, rejeita, incorpora, dia a dia. Ele é um ser permanentemente a caminho, diferentemente da pedra que é um ser estático. Neste sentido, poderemos dizer que o homem é um ser existindo permanentemente à procura da sua essência, do seu completar-se, que só se realiza na morte.” Aqui Jorge Ribeiro expõe uma idéia desenvolvida pelo tema que Sartre abordou na sua visão. Lembrando que Sartre já dizia que a existência precede a essência então o homem é produto de sua história. A essência do homem então está em constante transformação, sendo rejeitada, conquistada e incorporada durante a existência do homem. Sartre também diferencia o homem dos outros elementos caracterizando-o como um ser subjetivo e único consciente disto. Trazendo aqui a idéia de que o homem como indivíduo é responsável por suas ações enquanto livre, ou seja, também é responsável por sua história e pela história da humanidade. Isso justifica o levantamento de que o homem é um ser que vive em constante procura da própria essência, quer dizer que ele está sempre a desenvolvendo. Sua essência representa o ser completo. Não porque acumulou algo ou que tenha chegado a um limite, mas o

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Page 1: À procura da essência

À procura da essência ¹

Lucas de Sousa Gomes ²

“(...), poderemos dizer que o homem é um ser existindo permanentemente à procura da sua essência, do seu completar-se, que só se realiza na morte.”

(p.37 Gestalt-terapia: refazendo um caminho por Jorge Ponciano Ribeiro)

Essa frase parece inicialmente difícil para entendimento de um jovem acadêmico. Graças a sua composição única foi possível encontrar a fonte original. Segue a baixo o parágrafo retirado da mesma fonte acima em que a destacada frase se desenvolve.

“Na visão sartreana, esta antecedência só tem sentido para o homem e não para as coisas, por que a essência do homem, ou seja, aquilo que o definirá e o caracterizará como homem é algo que ele conquista, rejeita, incorpora, dia a dia. Ele é um ser permanentemente a caminho, diferentemente da pedra que é um ser estático. Neste sentido, poderemos dizer que o homem é um ser existindo permanentemente à procura da sua essência, do seu completar-se, que só se realiza na morte.”

Aqui Jorge Ribeiro expõe uma idéia desenvolvida pelo tema que Sartre abordou na sua visão. Lembrando que Sartre já dizia que a existência precede a essência então o homem é produto de sua história. A essência do homem então está em constante transformação, sendo rejeitada, conquistada e incorporada durante a existência do homem. Sartre também diferencia o homem dos outros elementos caracterizando-o como um ser subjetivo e único consciente disto.

Trazendo aqui a idéia de que o homem como indivíduo é responsável por suas ações enquanto livre, ou seja, também é responsável por sua história e pela história da humanidade. Isso justifica o levantamento de que o homem é um ser que vive em constante procura da própria essência, quer dizer que ele está sempre a desenvolvendo.

Sua essência representa o ser completo. Não porque acumulou algo ou que tenha chegado a um limite, mas o completar-se significa, a minha visão, o próprio descobrimento. A auto-realização faz parte disto e esta busca pela essência irá se prolongar por toda a existência do indivíduo.

¹ Texto sugerido pela professora Patrícia Yano

² Acadêmico de Psicologia na FAAO, 2º ano.