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2º Ciclo de Estudos Mestrado em Ensino de História e Geografia no 3º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário A pertinência da saída de campo no processo de aprendizagem de História e Geografia. O caso do Alto Douro Vinhateiro Joel Diogo Birrento Aguiar M 2016

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2º Ciclo de Estudos

Mestrado em Ensino de História e Geografia no 3º Ciclo do

Ensino Básico e Ensino Secundário

A pertinência da saída de campo no processo de aprendizagem de História e Geografia. O caso do Alto Douro Vinhateiro Joel Diogo Birrento Aguiar

M 2016

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Joel Diogo Birrento Aguiar

A pertinência da saída de campo no processo de

aprendizagem de História e Geografia. O caso do Alto

Douro Vinhateiro

Relatório realizado no âmbito do Mestrado em Ensino de História e Geografia do

Ensino Básico e Ensino Secundário, orientado pelo Professor Doutor Luís Antunes

Grosso Correia

Coorientada pela Professora Doutora Maria Felisbela de Sousa Martins

Supervisores de Estágio, Professor Doutor Luís Alberto Marques Alves e Carmen do

Céu Gonçalves Ferreira

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

setembro de 2016

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A pertinência da saída de campo no processo de

aprendizagem de História e Geografia. O caso do Alto

Douro Vinhateiro

Joel Diogo Birrento Aguiar

Relatório realizado no âmbito do Mestrado em Ensino de História e Geografia do

Ensino Básico e Secundário, orientado pelo Professor Doutor Luís Antunes Grosso

Correia

coorientada pela Professora Doutora Maria Felisbela de Sousa Martins

Orientadoras de Estágio, Dra. Deolinda Dias e Dra. Sandra Nunes

Supervisores de Estágio, Professor Doutor Luís Alberto Marques Alves e Carmen do

Céu Gonçalves Ferreiras

Membros do Júri

Professor Doutor Luis Alberto Marques Alves

Faculdade de Letras - Universidade do Porto

Professor Doutor Luís Antunes Grosso Correia

Faculdade de Letras – Universidade do Porto

Professora Doutora Maria Helena Mesquita Pina

Faculdade de Letras- Universidade do Porto

Classificação obtida: 18 valores

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Agradecimentos

No culminar de um trabalho desta natureza, procuro manifestar a minha

sincera gratidão e reconhecimento a todos aqueles que, direta ou indiretamente

contribuíram para a realização deste trabalho.

Em primeiro lugar, aos meus Orientadores, o Professor Luís Grosso Correia e

a Professora Felisbela Martins, pela dedicação, pelas orientações, pela

disponibilidade, pelos conselhos e profissionalismo. Foram duas pessoas muito

importantes em que ao longo destes dois anos, aprendi bastante sobre o ensino da

História e Geografia. Sem dúvida, que contribuíram para a minha evolução enquanto

professor.

À Professora Sandra Nunes, minha Orientadora Pedagógica em História,

agradeço a forma humana como me recebeu e todos os ensinamentos transmitidos.

Uma palavra muito especial para a Professora Deolinda Dias, minha

Orientadora Pedagógica no âmbito do estágio na disciplina de Geografia, por toda a

colaboração que teve na elaboração desta atividade. Agradecer todo o seu apoio,

ensinamentos e incentivos que me transmitiu desde o início do ano letivo 2015/2016 e

que me tornaram no professor que sou hoje.

Aos meus colegas de estágio, Francisco Pereira e Olinda Ribeiro, por tudo o

vivemos juntos e pelas conversas e desabafos, que muitas vezes traziam um novo

ânimo. Agradecer as suas presenças nesta atividade, pois sem eles não seria possível a

sua realização.

Uma palavra especial para os meus amigos e colegas de Mestrado, Hugo

Moreira e Rita Mendonça, que certamente serão amigos para toda a vida e que foram

um bom apoio. A todos os meus colegas praxistas que me acompanharam desde o 1º

ano da Licenciatura até este momento, o meu obrigado. Grandes momentos passados

e vividos que jamais serão esquecidos.

A toda a comunidade educativa da Escola Secundária João Gonçalves Zarco,

pela forma simpática e acolhedora como me receberam e permitiram que participasse

nas atividades desenvolvidas.

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Essenciais para a concretização deste trabalho foram as duas turmas de 11º

ano que participaram nesta saída de campo, a eles vão os meus agradecimentos pois,

fizeram-me crescer enquanto pessoa e enquanto professor.

Agradeço, de uma forma especial, a todos os meus amigos e companheiros de

arbitragem de basquetebol, que me apoiaram neste ano difícil e me possibilitaram

subir de categoria na arbitragem.

Aos meus pais, avó e irmão, por toda a paciência, apoio e compreensão que

demonstraram durante este período. Pelo interesse, carinho e dedicação

incondicionais, ao longo de todo o meu percurso académico, o mais sincero obrigado

aos meus pais.

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Resumo

Atualmente, sendo as saídas de campo uma experiência de aprendizagem cada

vez menos utilizadas pelos professores, procuramos ao longo deste trabalho perceber

qual o impacto e a pertinência que a realização deste género de atividades pode ter ao

nível das aprendizagens desenvolvidas pelos alunos, especialmente nas áreas

disciplinas de História e Geografia. Numa época em que se fala cada vez mais do uso

de novas tecnologias na sala de aula, pretendemos implementar uma estratégia de

aprendizagem que não decorre no espaço da sala de aula, mas que permite aos alunos

construir o seu conhecimento de uma forma mais apelativa e motivadora.

Desenvolvido no âmbito do estágio pedagógico, realizado na Escola

Secundária João Gonçalves Zarco, no ano letivo 2015/2016, o presente estudo

concretizou-se através da realização de uma saída de campo à cidade de Peso da

Régua, para duas turmas do 11º ano de escolaridade. Pretendíamos com este estudo,

tentar integrar a História e a Geografia nesta região, fazendo com que os alunos

aplicassem os conhecimentos aprendidos na sala de aula, no espaço onde estavam

inseridos. Era nosso objetivo também saber qual a evolução que os alunos iriam ter

entre o antes e o depois da realização desta atividade.

Para a recolha e tratamento dos dados foram utilizados instrumentos diversos

(na sua maioria, questionários), posteriormente submetidos a uma análise de cariz

quantitativo ou qualitativo, consoante a natureza dos dados suscitados. As opiniões

expressas pelos alunos também foram análise de conteúdo de respostas para verificar

os momentos que mais destacaram nesta experiência.

Análise de todos estes dados revelou uma melhoria significativa de

conhecimentos dos alunos depois de terem efetuado a saída de campo. Da análise ao

conteúdo das opiniões dos alunos, estes identificaram várias aspectos positivos que

decorreram na realização desta atividade. Ficou claro, qua a implementação das saídas

de campo aliadas ao desenvolvimento do trabalho de campo com os alunos, é uma

excelente estratégia de ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: saída de campo; trabalho de campo; Alto Douro

Vinhateiro; História; Geografia; paisagem

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Abstract

Currently, with the field trips a learning experience less and less used by

teachers, we seek throughout this work to realize the impact and the importance of

carrying out this kind of activities can have in terms of learning developed by the

students, especially History and Geography subjects. At a time when we talk

increasingly the use of new technologies in the classroom, we intend to implement a

learning strategy that does not arise in the classroom space, but allows students to

build their knowledge in a more appealing way and motivating.

Developed in the teaching practice, held in the Escola Secundaria João

Gonçalves Zarco, the school year 2015/2016, this study manifested itself by

conducting a field trip to the city of Peso da Regua, for two groups of the 11th degree

schooling. We intended with this study, try to integrate the history and geography in

this region, so that the students applied the knowledge learned in the classroom, in the

space where they were inserted. Our goal was also to know the progress that students

would be between the before and after this activity.

For the collection and processing of data various instruments were used

(mostly questionnaires), subsequently subjected to an analysis of quantitative and

qualitative, depending on the nature of raised data. The opinions expressed by the

students were also responses from content analysis to check the moments that stood

out in this experience.

From the analysis of all these dates revealed a significant improvement of

knowledge of students after they have made the field trip. Analyzing the content of

the students opinions they identified several positive aspects that took place in this

activity. It was clear, the field trips implementation allied to the development of field

work with students is an excellent teaching-learning strategy.

Keywords: field trip; fieldwork; Douro vineyards; History; Geography; landscape

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Índice

Agradecimentos .......................................................................................................... iii

Resumo ......................................................................................................................... vi

Abstract ...................................................................................................................... vii

Introdução .................................................................................................................... 1

Capítulo I – Enquadramento teórico do estudo ........................................................ 3

1. As atividades práticas fora do contexto da sala de aula ................................................ 3

1.1 As visitas de estudo, saídas de campo e trabalho de campo: conceitos e

potencialidades. ...................................................................................................... 4

1.2 As potencialidades educativas das saídas de campo ........................................ 8

1.3 Aspectos a considerar na organização de uma saída de campo ..................... 10

1.4 Limitações na realização de saídas de campo ................................................ 13

1.5 A importância do trabalho de campo ............................................................. 15

2. A região do Alto Douro Vinhateiro ..................................................................................17

2.1 A delimitação da Região Demarcada do Douro ............................................ 18

2.2 Critérios utilizados para a justificação da candidatura .................................. 19

Capítulo II – Enquadramento metodológico do estudo ......................................... 23

1. Delimitação do âmbito do estudo ......................................................................................23

1.1 A Escola Secundária João Gonçalves Zarco .................................................. 24

1.2 Seleção e caracterização da amostra .............................................................. 25

2. A saída de campo ...................................................................................................................27

2.1 A preparação da saída de campo .................................................................... 27

2.2 A realização da saída de campo ..................................................................... 33

3. Instrumentos de recolha de dados ......................................................................................36

3.1 O Questionário Inicial .................................................................................... 36

3.2 O guião da saída de campo ............................................................................ 37

3.3 Balanço da saída de campo ............................................................................ 39

3.4 O Questionário Final ...................................................................................... 40

4. Tratamento da informação recolhida ................................................................................40

4.1 A Análise Quantitativa ................................................................................... 40

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4.1.1 O guião da saída de campo ....................................................................... 40

4.2 A Análise Qualitativa ..................................................................................... 41

4.2.1 O Questionário Inicial e o Questionário Final .......................................... 41

4.2.2 O guião da saída de campo ....................................................................... 42

4.2.3 Balanço dos alunos ................................................................................... 43

Capítulo III – Apresentação dos resultados ............................................................ 44

1. Questionário Inicial ...............................................................................................................45

1.1 Sensações descritas pelos alunos antes da saída de campo ............................ 48

2. Guião da saída de campo ..................................................................................................... 50

2.1 Sensações descritas pelos alunos durante a saída de campo .......................... 53

2.2 Temas que os alunos mais aprofundaram durante a saída de campo ............. 55

3. Opinião dos alunos sobre a saída de campo ...................................................................56

4. Questionário final ...................................................................................................................62

Capítulo IV – Interpretação dos resultados ............................................................ 67

1. Descrição sumária da saída de campo e do ambiente vivido – perspectiva do

professor ........................................................................................................................................67

2. Os instrumentos de recolha .................................................................................................69

2.1 Questionário Inicial ........................................................................................ 69

2.2 O guião da saída de campo ............................................................................ 70

2.3 Questionário Final .......................................................................................... 71

3. Percepções dos alunos ..........................................................................................................72

4. A temática de estudo da saída de campo .........................................................................73

Considerações Finais ................................................................................................. 75

Bibliografia ................................................................................................................. 79

Anexos ......................................................................................................................... 83

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Introdução

Com a realização deste relatório, pretendemos apresentar os resultados do

trabalho de investigação levado a cabo durante o estágio pedagógico, realizado no

âmbito do Mestrado em Ensino de História e Geografia no 3º Ciclo do Ensino Básico

e Secundário. A iniciação à prática profissional decorreu na Escola Secundária João

Gonçalves Zarco, durante o ano letivo 2015/2016.

As saídas de campo, e o seu papel no processo de ensino-aprendizagem das

disciplinas de História e de Geografia, aparecem aqui como o tema central deste

trabalho. Assim, a investigação foi estruturada para dar resposta a um objetivo: saber

a pertinência que as saídas e o trabalho de campo possuem na evolução dos

conhecimentos por parte dos alunos. Para dar resposta a este desafio levantado, foi

planeada e implementada uma saída de campo à cidade de Peso da Régua e região

Demarcada do Douro, para duas turmas do 11º ano de escolaridade, cujo principal

objetivo era levar os alunos a conhecer uma realidade distinta da que estavam

habituados e desenvolver competências históricas e geográficas.

No primeiro capítulo deste relatório, pretendemos enquadrar teoricamente a

problemática em estudo, centrando a nossa atenção, em primeiro lugar, na distinção

de conceitos como: visitas de estudo, saídas de campo e trabalho de campo.

Procuramos também desenvolver as vantagens e limitações das saídas de campo,

assim como, da importância que o trabalho de campo possuí neste tipo de atividade.

Além disso, procuramos desenvolver um pouco sobre o Alto Douro Vinhateiro, como

surgiu e quais foram os critérios utilizados para que fosse declarado e formalmente

homologado como património mundial pela UNESCO.

No segundo capítulo, apresentamos as opções metodológicas subjacentes à

realização do estudo de caso, começando por delimitar o universo de estudo e amostra

selecionada. No seguimento, são identificados os objetivos da investigação, assim

como as diversas etapas que incorporam a preparação e a implementação da saída de

campo a Peso da Régua. No final deste capítulo, são demonstrados os instrumentos de

recolha de dados construídos e aplicados, bem como os procedimentos adotados no

tratamento da informação.

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O terceiro capítulo, é dedicado à apresentação dos resultados obtidos dos

instrumentos de recolha de dados utilizados, fase anterior, durante e depois da saída

de campo.

Na sequência do capítulo III, surge a interpretação de dados contemplada no

capítulo IV, onde procuramos resumidamente interpretar os dados apresentados no

capítulo III.

Por fim, o relatório termina com algumas considerações finais, onde se

salientam os aspetos mais importantes deste trabalho de investigação, bem como as

conclusões do estudo, das limitações do mesmo e das perspetivas de investigação

futura sobre esta temática.

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Capítulo I – Enquadramento teórico do estudo

Ao longo do presente capítulo pretendemos explicitar de uma forma clara, os

referenciais teóricos que sustentam este estudo. Neste presente trabalho, começamos

por clarificar o conceito de visita de estudo, saída de campo e trabalho de campo,

assim como, as potencialidades de cada um. Para além disto, iremos identificar qual o

melhor conceito que se adequa a este trabalho e justificar corretamente. De seguida,

será apresentado as potencialidades, organização e limitações de uma saída de campo,

assim como da importância do trabalho de campo. Para concluir o capítulo, irá ser

procedida a caracterização da região do Douro, dando destaque ao processo que a

conduziu a património mundial da UNESCO.

1. As atividades práticas fora do contexto da sala de aula

As atividades práticas sempre tiveram uma importância relevante nos

currículos de ciências pelas potencialidades que possuem no desenvolvimento de

capacidade dos jovens. Porém, é também no nosso entender importante em áreas

disciplinares como História e Geografia.

Ao analisarmos a definição de atividade prática, podemos verificar que esta

está longe de ser consensual. Para Hodson (1992 apud Almeida, 1992, p.43)

“qualquer estratégia de aprendizagem que exija num aluno uma atitude ativa em vez

de passiva, levando a aprender melhor com a experiência direta, pode ser designada

por atividade prática”. Apesar de esta definição que Hodson atribui, existe uma outra

perspetiva de Miguéns (1991) que considera as atividades práticas, os exercícios, as

experiências, as experimentações, as demonstrações, as investigações ou projetos e

trabalho de campo. Ao constatar as duas visões, no nosso entender a visão sobre

atividade prática dada por Miguéns é mais direcionada e objetiva para o estudo em

questão.

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1.1 As visitas de estudo, saídas de campo e trabalho de campo: conceitos e

potencialidades.

O professor ao longo do seu percurso profissional, contacta com diversas

realidades dentro da sala de aula. Nessa realidade, acaba por contactar com turmas e

alunos que são completamente diferentes nos mais diversos níveis: escolar, familiar,

económico, social e cultural. O facto de contactar com realidades tão diferentes,

obriga também ao professor se adaptar a cada turma e a formular estratégias de

ensino-aprendizagem diversificadas. O facto de o professor se ir reformulando ao

longo do tempo, acaba por fazer com que não fique acomodado ao longo do seu

percurso profissional, mas também proporciona aos alunos novas oportunidades de

sucesso escolar. Neste sentido, e sendo História e Geografia consideradas disciplinas

teórico-práticas, achamos as atividades práticas realizadas fora do contexto da sala de

aula uma experiência educativa que o professor pode e deve promover durante o

processo de ensino-aprendizagem.

Ao analisarmos qual o melhor conceito que se adequa às atividades fora do

contexto da sala de aula, somos logo direcionados para o conceito de visita de estudo.

Se analisarmos o conceito de visita de estudo, de acordo com o Ofício do ME/DREN

nº 21/4 de 11 de Março de 2004, este é designado da seguinte maneira: “Deverá

considerar-se visita de estudo toda e qualquer atividade decorrente do Projeto

Educativo da Escola e enquadrado no âmbito do desenvolvimento dos projetos

curriculares de escola/agrupamento e de turma, quando realizada fora do espaço físico

da escola ou da sala de aula” (ME/DREN, 2004).

Apesar disso, somos frequentemente confrontados com várias terminologias

como saída de campo, visita de campo, trabalho de campo, e saída de estudo, que

muitas vezes acabam por serem considerado como sinónimos de visita de estudo.

Porém, é importante ter a noção que apesar de todas estas terminologias serem

associadas a visitas de estudo, todas elas possuem um significado diferente. Neste

presente estudo apenas vamos centrar sobre distinguir o que é uma visita de estudo,

saída de campo e trabalho de campo.

Talvez, devido à existência da confusão de terminologias, (Almeida,1998)

considera que os termos saída de campo e visita de campo são termos mais restritos

por considerar que estão diretamente direcionados a deslocações em ambientes

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abertos. Esta definição será importante para mais tarde definirmos qual o melhor

conceito para se empregar neste estudo. Para além da definição destes conceitos,

(Almeida, 1998) acaba por definir o termo trabalho de campo, “como algo que

envolve a execução de tarefas concretas, nomeadamente a recolha de seres vivos ou

amostra de rochas, o manuseamento de instrumentos vários para a recolha de dados

ou a cartografia de áreas delimitadas”. Apesar de esta definição não estar

efetivamente errada, na nossa opinião está muito dirigida, vocacionada para a área de

ciências, não correspondendo a uma verdadeira definição de trabalho de campo, como

iremos verificar mais à frente.

Ao analisarmos a existência de vários conceitos como por exemplo saída de

campo ou visita de campo, no nosso entender a diferença não é significativa, o que

traduz num mesmo significado. Este exemplo, aplica-se também aos conceitos saída

de estudo e visita de estudo. Todavia, existe uma ligeira diferença entre saída de

campo e visita de estudo que está diretamente relacionada com a sua conexão.

Podemos constatar desde logo uma diferença na utilização dos conceitos nas

áreas disciplinares de História e Geografia. Na área disciplinar de História, tanto no

meio académico como no meio escolar, é mais frequente a utilização do termo “visita

de estudo”. Na área de Geografia, com particular destaque no meio académico o

termo mais utilizado é saída de campo. Ao longo do meu percurso académico,

particularmente no ano em que realizei Erasmus em Espanha, todas as saídas fora do

contexto da faculdade eram designadas como saídas de campo.

No contexto educativo português, a utilização do termo visita de estudo é o

mais comum. Assim, este termo é utilizado numa área disciplinar de Espanhol como

numa área disciplinar de História ou Geografia. Mas será correto utilizar o mesmo

conceito para as mais diversas áreas disciplinares? Será uma visita de estudo na área

disciplinar de Geografia igual à área disciplinar de Português? A resposta é

obviamente negativa. Sendo assim, no nosso entender não faz sentido utilizarmos um

mesmo conceito que é comum a todas as áreas disciplinares, porém trabalhado de

uma maneira completamente diferente. Para além desta situação, atualmente os alunos

identificam muito uma visita de estudo como um passeio, o que não é de facto esse o

grande objetivo. Esta ideia de que as visitas de estudo acabam por ser associadas a

passeios, é defendida por Monteiro (1995) que apesar de considerar que as visitas de

estudo são das estratégias mais motivantes porque permite a saída do aluno do espaço

escolar, considera também que estas devem ser entendidas como mais que um simples

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passeio. Na mesma linha de pensamento, Almeida (1998, p. 52) considera que a

principal dificuldade para muitos professores, está relacionada com a distinção entre o

conceito de visita de estudo e excursão.

O facto da existência de todos os documentos legais e normativos dos

organismo que tutelam a educação utilizarem o termo visita de estudo, também pode

estar diretamente relacionada com a utilização do mesmo.

Devido a esta conexão de visita de estudo com passeio/excursão, vários

autores referem que se deve formular outro tipo de objetivos para as atividades

realizadas fora da sala de aula, nomeadamente a realização de saídas de campo e

trabalho de campo. Para Del Carmén e Predinaci (1997) a realização destas atividades

dá mais ênfase à aprendizagem de aspetos conceptuais ou procedimentais, mas

defende que a definição de objetivos é imprescindível para tipo de atividades, com o

objetivo de o aluno aprender determinados conceitos, procedimentos e atitudes.

No seu estudo “As saídas, um recurso para a aprendizagem em educação

infantil”, Tejada Cuesta (2009) define saída de campo como sendo “uma experiência

educativa que se realiza em grupo e que implica um deslocamento dirigido a outros

espaços fora ou dentro do recinto escolar”. A autora defende que para a realização

deste tipo de atividades, tem que haver finalidades e objetivos previamente definidos.

Para além disso, destaca que esta atividade tal como outras, requere motivação e

planificação, elaborando os materiais necessários para o antes, o durante e o pós saída

de campo.

Para Brusi (1992 apud por Del Carmén e Predinaci, 1997) as saídas de campo,

favorecem um maior conhecimento do aluno do meio que o rodeia, pois permite que

tomem conhecimento da diversidade, complexidade e a multiplicidades de variáveis

existentes. Também permite que os alunos tenham uma atitude de investigação

assente em práticas procedimentais que não podiam ser realizadas no contexto da sala

de aula.

Na opinião de Compiani e Carneiro (1993), as saídas de campo incentivam o

espírito de colaboração e interajuda entre alunos e também é importante para a

aprendizagem de novos conceitos. Estes dois autores refletem muito na importância

das saídas e do trabalho de campo na Geologia. Eles afirmam que estas atividades

permitem, não só, recolher material necessário para desenvolver no contexto de sala

de aula, como também desenvolve nos alunos as atitudes, os valores e as destrezas

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indispensáveis no intuito de capacitá-los para investigar e procurar explicar situações

observadas.

Num texto publicado na revista “La Gaceta Didática”, Pulgarin Silva (1998)

define o conceito de saída de campo como sendo “uma estratégia didática desde a

qual se promove a compreensão do entorno. É a melhor maneira de assimilar,

compreender e interpretar a paisagem geográfica”. A autora considera que as saídas

de campo possibilitam a aprendizagem significativa do espaço geográfico em que

vivemos, pelo que permite alcançar o principal objetivo das ciências sociais que é

compreender o mundo real. Assinala também que é através desta estratégia que o

aluno consegue confrontar o seu pensamento, com o que está escrito e com o que

sentimos.

Ao longo de todas as leituras que tivemos a oportunidade de fazer sobre

autores que falam sobre as saídas de campo, em todas elas focavam um conceito

muito importante, o trabalho de campo. Vários autores, defendem que a saída de

campo tem de ter obrigatoriamente trabalho de campo e que é esse mesmo aspecto

que diferencia uma excursão/passeio de uma saída de campo. Sendo assim, importa

revelar qual o significado de conceito de trabalho de campo.

Para definir o conceito de trabalho de campo, recorremos a um dicionário de

Geografia Aplicada que nos indica de uma forma precisa e concreta o seu conceito.

Posto isto, trabalho de campo é definido como uma “prática tradicional nos trabalhos

de investigação em Geografia que se consubstancia na busca e produção da

informação geográfica, útil para se compreenderem aspetos geográficos que permitem

a compreensão de diferentes questões e temas” (Fernandes, Trigal e Sposito, 2016, p.

495). O termo trabalho de campo é utilizado por vários autores na descrição de saídas

de campo, sendo fundamental para os alunos de Geografia o fazerem. Como refere

Pulgarin Silva (1998), são muitos os lugares que podem ser motivos de trabalho de

campo, como por exemplo: rios, bosques, montanhas, indústrias, centros urbanos e

museus. Neste contexto, e uma vez que os alunos nesta atividade visitaram o Museu

do Douro podemos afirmar que o trabalho de campo também foi feito na parte

disciplinar de História.

Na nossa opinião estas distinções que fizemos sobre estes conceitos fazem

todo o sentido, e permitem ter outra visão sobre as atividades práticas. O nosso

objetivo era desmistificar um pouco sobre o conceito de visita de estudo porque

atualmente está associado a passeios ou excursões feitas com os alunos. É importante

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ter a noção que visita de estudo e saída de campo são conceitos que são diferentes,

sendo que as saídas de campo estão diretamente ligadas ao trabalho de campo.

O que acaba por diferenciar uma visita de estudo de uma saída de campo, está

relacionada não só com o espaço em que a visita/saída se realiza, mas também com o

trabalho de campo existente. Para Almeida (1998) as visitas de estudo podem ter ou

não trabalho de campo incluído, porém, achamos que o que diferencia uma visita de

estudo de uma saída de campo acaba por ser mesmo esse fator. Uma saída de campo,

não tendo trabalho de campo, não pode ser considerada como tal, tem de ser

considerada como um passeio ou excursão.

Desta forma, e estabelecendo a diferença que existe entre visita de estudo e

saída de campo, ao longo deste trabalho iremos utilizar a designação de “saída de

campo” para caracterizar esta atividade.

1.2 As potencialidades educativas das saídas de campo

As saídas de campo são caracterizadas como sendo uma estratégia motivadora

e estimulante para os alunos, uma vez que rompem com a rotina diária a que o aluno

está sujeito. Estas estratégias acabam por ter um impacto muito positivo nos alunos,

pois permite que o processo de ensino-aprendizagem seja feito fora do edifício

escolar, em particular, da sala de aula.

Umas das grandes diferenças que marca as visitas de estudo e as saídas de

campo, deve-se ao facto de os alunos não encararem as visitas de estudo como aulas,

mas sim como passeios. Nas saídas de campo, estas devem ser vistas como uma aula,

num contexto diferente do habitual, sendo o espaço onde decorre a saída de campo, o

principal fator para motivar os alunos.

Com as saídas de campo, os alunos concretizam o saber teórico aprendido nas

salas de aulas e podem colocar esses saberes em prática através do contacto com o

meio. Sendo assim, esta atividade promove uma aprendizagem significativa, através

de interligação que estabelece entre a teoria e a prática.

Como refere López Martín (2007) estas atividades “melhoram a aprendizagem

ao facilitar a aquisição de habilidades e ao relacionar as suas aprendizagens com a sua

aplicação imediata para explicar a realidade. Contribuem para a educação ambiental

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do aluno fomentando uma consciência de proteção e de uso sustentável do meio

natural”. Podemos assim concluir, que a saída de campo é também uma estratégia

fundamental para a educação da cidadania, uma vez que o contacto com o meio

proporciona a formação pessoal e social do aluno. Para Monteiro (1995, p.189) este

tipo de atividades desenvolvem o clima interpessoal, sendo que para o autor “muitas

vezes, mais importante que os conhecimentos que se adquire, são as descobertas

mútuas que se proporcionam”.

Foi já referido anteriormente, que esta estratégia ganha importância ao

permitir a integração de saberes onde o aluno pode descobrir/aprender novos dados e

relacionar com os conhecimentos já aprendidos. Neste presente trabalho, procuramos

desenvolver situações de aprendizagem que concretizassem a integração de saberes

históricos e geográficos. As saídas de campo apresentam potencialidades didáticas

específicas no processo de ensino-aprendizagem nas disciplinas de História e

Geografia.

Na educação histórica, este tipo de atividades são muito importantes para

desenvolver a consciência cívica dos alunos. Para além disso, contribui para a

sensibilidade e o respeito pelo património histórico e cultural. Assim, permite

desenvolver a identidade dos alunos, a sua integração no meio que os envolve,

conhecendo melhor o país/sociedade em que está inserido. A mesma ideia é defendida

por Pulgarin Silva (1998) onde define a saída de campo “como a melhor metodologia

para compreender o real e obter mudanças de atitude em relação à natureza, à

sociedade e ao homem”. São estas algumas das vantagens que permitem aos alunos

serem no futuro cidadãos ativos, participativos e integrados na sua comunidade.

Na educação geográfica, as saídas de campo, possuem um maior potencial

didático e possibilitam uma maior aprendizagem através da observação direta dos

territórios e das paisagens. Esta atividade deve ser adaptada ao nível etário dos

estudantes envolvidos, porém, é extremamente necessário que esta seja feita desde o

início da aprendizagem do aluno. Através da observação in loco, o aluno descreve o

que é visto, sendo muito importante para se interpretar os fenómenos geográficos,

resultantes da interação do homem com o meio envolvido.

As saídas de campo devem assumir-se como uma estratégia fundamental que

deve ser usada pelos professores para uma formação integradora e integral de cada

aluno. Após analisadas as definições de saída de campo dado por vários autores, é no

nosso entender, definir saída de campo como uma atividade realizada dentro ou fora

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do recinto escolar que envolva trabalho de campo. A saída de campo está diretamente

ligada ao trabalho de campo, sendo assim, é impossível dissociar um conceito do

outro.

1.3 Aspetos a considerar na organização de uma saída de campo

A saída de campo, sendo uma atividade curricular, necessita naturalmente de

uma preparação e planificação cuidada, à semelhança de qualquer ação pedagógica.

Só fazendo uma organização e planificação correta da atividade, é que se irá

rentabilizar todas as suas potencialidades pedagógico-didáticas que oferece.

A preparação das saídas de campo devem começar, a partir de

setembro/outubro quando os professores começam a elaborar o Plano Anual de

Atividades. O passo seguinte, é começar a definir objetivos da atividade, estando

centrado nos conteúdos de aprendizagem a lecionar que se apresentem como viáveis

para a realização da mesma. Não sendo um passeio ou um excursão, a saída de campo

é parte do processo de ensino-aprendizagem e, como tal, a definição dos objetivos de

natureza cognitiva, procedimental e atitudinal, são imprescindíveis.

No caso das saídas de campo interdisciplinares, devem ser elaborados

objetivos que visam a articulação de conteúdos de aprendizagem cognitiva,

procedimental e atitudinal.

Uma das etapas mais importantes de toda a programação desta atividade é a

escolha dos locais a visitar. Esta etapa é condicionada pela região/cidade prevista para

se visitar e também pelas características dos alunos que poderão participar na

atividade. Tal como Monteiro (1995, p.190) relembra “se a visita de estudo se

enquadra num projeto em que intervêm várias disciplinas, a deslocação deve prever a

visita a diferentes locais ou a um local que possibilite leituras diversas”.

O professor que coordena e organiza a saída de campo, deve conhecer

previamente os locais a visitar, realizando uma viagem exploratória para a recolha de

informações ou recursos pedagógicos de apoio e para estabelecer contactos com as

instituições que tutelam os espaços a visitar. Esta viagem exploratória, serve para o

reconhecimento do percurso a efetuar e para realizar uma estimativa ao tempo

necessário para percorrer o itinerário entre o local de partida e os locais a visitar. Ao

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programar desta forma a atividade, o professor irá aproveitar ao máximo o tempo da

visita e dos recursos que poderão ser explorados.

A definição da data é também um dos pontos fundamentais, tendo o professor

que ter em conta determinados fatores, como por exemplo: a planificação anual e de

unidade didática, a estação do ano que poderá ser mais proveitosa a saída de campo, a

planificação antecipada da atividade para que esta seja aprovada pelos órgãos

competentes, a obtenção das autorizações do encarregados de educação e o

estabelecimento de contactos com a empresa de transportadora, assim como das

instituições a visitar. Neste estudo, a definição quanto à data da realização da

atividades, assim como os contactos com as instituições a visitar só foram efetuados a

partir do mês de fevereiro.

Como já foi referido anteriormente, este tipo de atividade exige ao professor

um trabalho prévio de preparação que envolve um processo de planificação, mas

também, um trabalho que se tem de realizar com os alunos. Aqui é importante fazer

com os alunos um conhecimento prévio dos locais a visitar e dos conteúdos a abordar

no decorrer da saída de campo. Este momento de conhecimento prévio com os alunos

pode ser feito através da utilização de um recurso audiovisual. Neste ponto, optamos

por demonstrar aos alunos os sítios os locais onde eles iriam visitar, assim como,

foram dadas indicações acerca das normas de conduta a serem cumpridas pelos

alunos, bem como o material que seria necessário para esta atividade.

O aspeto mais importante na elaboração da saída de campo é o processo de

ensino-aprendizagem que se vai levar a cabo nesta atividade. Assim, o tratamento dos

conteúdos e a exploração os locais a visitar devem ser acompanhados de um

roteiro/guião onde estejam previstas tarefas para os alunos realizarem. No

roteiro/guião poderão também integrar “excertos de pequenos textos literários ou

jornalísticos sobre o local a visitar, dados e informações especializadas“ (Monteiro,

1995, p. 191). Para além de todos estes aspetos, Monteiro (idem, p.191) salienta que

no roteiro/guião “deverão ser assinaladas as paragens previstas durante o percurso,

bem como aspetos que merecem ser observados: um rio, um monumento, uma

atividade, uma produção artística”.

Para além do roteiro/guião, podem ser utilizados outras estratégias e atividades

possíveis de serem realizadas nas saídas de campo, como afirma Monteiro (1995, pp.

188-195). Neste estudo apenas utilizamos o guião, devido aos muitos locais a visitar e

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ao tempo que não chegaria para fazer outras atividades para além daquela que os

alunos realizaram.

Durante a realização da saída de campo, o professor deve evidenciar um

discurso pensado e preparado previamente, para aplicar em diferentes situações ou

contextos, mas também demonstrar flexibilidade perante situações imprevistas que

inevitavelmente acontecem numa atividade como esta.

Na preparação da atividade, é importante o professor definir como se irá

processar a avaliação dos alunos. A existência de roteiro/guião é um importante

instrumento de recolha de dados que permite avaliar o desempenho dos alunos

participantes na saída de campo. Sendo assim, o professor estará a desenvolver a

avaliação cognitiva e procedimental. A avaliação atitudinal também é alvo de

elaboração por parte do professor, porém devido ao número elevado de alunos

existente nesta atividade a mesma ficou a cargo da professora Orientadora de estágio.

Para Monteiro (1995, p.194) “a avaliação dos resultados é uma etapa importante em

qualquer ato pedagógico. Deverá ser feita uma avaliação coletiva a todo o processo,

identificando-se os aspectos positivos e negativos. É a análise crítica do trabalho de

organização e concretização da visita que possibilitará a introdução de alterações em

experiências futuras”. Os resultados obtidos pelos alunos, deve servir para o professor

ter uma perspetiva sobre o seu trabalho, o qual deve ser objeto de avaliação e reflexão

pessoal.

Para Pulgarin Silva (1998) “a profundidade do tema ou problema a trabalhar

durante a saída, se define de acordo com o grau de escolaridade, a motivação do

grupo, os conhecimentos prévios do alunos e os objetivos traçados na planificação do

trabalho de campo”. Todo e qualquer processo adotado tem de estar de acordo com as

características da turma, assim como os recursos utilizados de acordo com a faixa

etária dos alunos.

Após a realização da saída de campo os saberes desenvolvidos devem ser

rentabilizados, através de trabalhos de sistematização, realização de exposições,

produção de textos, entre outras atividades. Os alunos também devem realizar um

balanço da atividade, sendo também importante o professor aproveitar a oportunidade

para esclarecer dúvidas existentes e consolidar os conhecimentos dos alunos. No

decorrer do processo ensino-aprendizagem, devem ser rentabilizados os saberes

desenvolvidos durante a saída de campo, de forma a aproveitar as situações vividas

pelos alunos para facilitar a sua aprendizagem.

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Contudo, existem vários condicionalismos que muitas vezes se afiguram como

limitações para a concretização das saídas de campo, como iremos tratar de seguida.

1.4 Limitações na realização de saídas de campo

A implementação pedagógica de estratégias práticas como as saídas de campo,

são penalizadas pela existência de limitações e obstáculos para a realização destas

atividades. Para Almeida (1998, p. 64) a natureza dos obstáculos é diversa podendo

“ser agrupados em motivos institucionais, pessoais ou decorrentes das próprias

características dos alunos”.

Ao longo do tempo, vários autores têm referido situações que constituem

obstáculos e limitações para a concretização destas atividades. Para Mason (1980) e

para Baillet, Clevel e Maglione (1989 apud Almeida, 1998, p. 64), o professor é cada

vez mais confrontado com um maior número de exigências, o que acaba por provocar

uma menor disponibilidade para planificar este tipo de atividades. Para além deste

fator, a necessidade de uma deslocação prévia aos locais a visitar aliada à falta de

tempo do professor são fatores que acabam por contribuir para a não realização destas

atividades.

A existência de turmas demasiado grandes é outro dos fatores que podem

constituir como um obstáculo à realização de saídas de campo. O elevado número de

alunos a participar nestas atividades poderá diminuir a eficácia da aprendizagem dos

alunos e tornar mais difícil o seu controlo. Ao longo dos últimos anos, os professores

revelaram-se contra o aumento do número de alunos por turma, impossibilitando de

fazer atividades mais práticas.

Além destes fatores, Wiley e Humphereys (1985 apud Almeida, 1998, p.64)

afirmam que o professor que organiza esta atividade entra por vezes em conflito com

os professores que são mais organizados em termos de planificação de aula, pois a

realização de uma saída de campo interfere com atividades letivas de outras

disciplinas. De facto, este fator é bastante importante porque muitos professores

acabam por ser demasiado intransigentes na cedência das suas aulas, o que por vezes

dificulta na organização e planificação da atividade. As dificuldades económico-

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financeiras tanto da parte dos estabelecimentos de ensino, como dos alunos podem ser

outro aspeto que contribui para a não prática desta técnica de ensino.

Como refere López Martín (2000 p.100), as saídas de campo são cada vez

mais uma realidade preocupante. Este autor constata que cada vez menos se sai com

os alunos para o campo, e quando se faz, as saídas são meras excursões. Ele acaba por

apontar algumas das possíveis causas que possam contribuir para a fraca adesão a

estas atividades, tais como: o medo do professor da responsabilidade que se assume

neste tipo de atividades extraescolares, o baixo grau de satisfação dos professores

nestas atividades, a falta de formação dos docentes em aspetos práticos de campo e a

falta de uma boa planificação e metodologia que impede um bom aproveitamento da

atividade. Também Hana (1992 apud Almeida, 1998, p. 65) assinala, como limitações

o facto de certas atividades exigirem uma certa destreza física e capacidade de correr

riscos com os alunos, algo que nem todos os professores estão disponíveis, assim

como, a falta de confiança científica de alguns professores quando saem da sala de

aula. Almeida (1998, p.65), revela que uma das maiores dificuldades que os

professores apresentam fora da sala de aula, é o facto de não conseguirem controlar e

evitar o surgimento de situações imprevistas. O receio que estas situações aconteçam,

aliado à falta de confiança científica origina desmotivação para os docentes

realizarem saídas de campo.

Por último, referir alguns fatores que durante uma saída de campo podem ter

reflexos nos alunos e que poderão condicionar a mesma. Na opinião de Keown (1985

apud Almeida, 1998 p. 66) “nas deslocações ao ar livre são múltiplos os fatores de

distração, como a variação de temperatura, vento, moscas, falta de lugar para sentar,

que perturbam a eficácia da aprendizagem, o que não quer dizer que o professor não

possa e não deva ultrapassar estes obstáculos”. A variação da temperatura acabou por

ser um fator importante para o decorrer desta saída de campo, como iremos verificar

mais adiante neste estudo.

Ao longo da sua prática letiva, muitos professores que organizaram saídas de

campo foram confrontados com alguns obstáculos e limitações que aqui fomos

enunciando. O importante é o professor ao pretender organizar e implementar esta

estratégia esteja preparado para ultrapassar todos estes obstáculos e limitações, para

assim proporcionar aos alunos uma experiência de ensino-aprendizagem diferente do

que eles estão acostumados durante o ano.

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1.5 A importância do trabalho de campo

Como já foi referido anteriormente, o trabalho de campo é fundamental em

áreas disciplinares como a Biologia, a Geologia mas também em áreas como a

História e a Geografia. Tem um grande valor didático uma vez que permite, através

do contacto vivido com o meio físico e social, a experiência dos conhecimentos

próprios e aquisição de outros saberes, de forma integrada e global. Na opinião de

Cavaco (1994, p.11) “mais do que a tradicional visita de estudo que muitas vezes

constitui uma atividade esporádica, destinada a ilustrar um tema ou a proporcionar

uma ocasião informal de encontro, o trabalho de campo deve constituir uma prática

regular, um ponto de partida para o questionar ou o requestionar dum acontecimento,

ou um passo de pesquisa integrada num plano de trabalho”. Esta autora destacou a

importância do trabalho de campo no 1º ciclo, dando a conhecer o seu interesse e

valor. Mais importante do que implementar o trabalho de campo em História ou

Geografia, é fundamental começar desde cedo a implementar esta atividade também

no dealbar do ensino básico.

Outros autores, como Soto Gonzalez (1998), têm escrito sobre a importância

do trabalho de campo, afirmando também que este deve ser implementado desde as

mais pequenas idades. Para ele, este tipo de atividades tem de estar presentes desde o

início da aprendizagem até ao Ensino Secundário. Defende que para as crianças mais

pequenas, o trabalho de campo pode-se desenvolver “através de propostas de

itinerários pelo pátio da escola e pelos arredores desta”. Defende que à medida que o

aluno vai evoluindo, este tipo de exercícios terão de ser adaptados à sua faixa etária

para retirar o máximo proveito deste tipo de atividades realizadas fora da sala de aula.

Martínez Puche (2012), considera que o trabalho de campo foi “concebido

como uma estratégia pedagógica, e um instrumento de consolidação, registo de dados,

e por vezes, de contraste com o que o aluno aprendeu na aula”.

Uma das características que com este tipo de atividades se pode desenvolver

no aluno, é o seu poder de observação que é fundamental para o desenvolvimento do

seu raciocínio analítico e o despertar do seu espírito crítico. De facto, a observação e o

contacto com o meio são muito importantes nestas atividades, pois os alunos estão em

contacto muitas das vezes com realidades diferentes das que estão acostumados.

Das vantagens apresentadas por diversos autores, Orion e Hisfstein (1991)

apresentam estudos nos quais, os alunos participantes em atividades de trabalho de

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campo apresentam maiores capacidades de observação, memorização e de relembrar

fatores. Segundo Leite e Santos (2004, p. 1) “o trabalho de campo apela ao

cruzamento das diferentes ciências para a compreensão da realidade, estimula a

tomada de iniciativa e a tomada de decisão.”

Para que haja um bom aproveitamento do trabalho de campo, é fundamental

que haja uma boa planificação, utilizar uma metodologia adequada e dedicar o tempo

necessário a cada uma das tarefas programadas. Martin (2000, p. 101) considera que

“o trabalho de campo deve ser desenvolvido de forma contextualizada com um

conjunto de atividade de ensino-aprendizagem articuladas entre si, que contribuíam

para conectar os conhecimentos dos alunos antes, durante e depois da saída”. Os

materiais elaborados para a saída devem estar pensados para exercitar destrezas como

a observação, mas também para fomentar a reflexão no aluno, para este expor as suas

ideias e exercitar capacidades.

Atualmente nas escolas portuguesas existem determinadas limitações que por

vezes, inviabiliza a prática das saídas e do trabalho de campo. Porém, estas atividades

devem ser desenvolvidas sempre que possível, respeitando as idades dos alunos

envolvidos e alguns princípios definidos. Na perspetiva de Bailey (1970 apud Brito e

Poeira, 1991, p. 32) existem três pontos em que o professor deve seguir:

1º- Identificar as viagens de acordo com as aulas teóricas de modo a que os

alunos possam dominar e entender a informação que retiraram da observação direta.

2º - Aproveitar o trabalho de campo para reforçar a interdisciplinaridade da

Geografia, não restringindo apenas ao “funcionamento” da disciplina.

3º - Tentar sempre fazer observações integradas na paisagem, pois só assim se

podem inter-relacionar com os diferentes elementos que a constituem, não caindo no

erro de proceder a análises demasiado sectoriais que podem tornar-se exaustivas,

dificultando a motivação dos alunos.

Ao analisar os princípios sistematizados por Bailey, podemos verificar que a

interdisciplinaridade aparece de uma forma destacada. A Geografia está sempre

associada à interdisciplinaridade, pois é uma área disciplinar onde se pode cruzar com

áreas como a Biologia, Geologia e História. Ao analisarmos os programas do Ensino

Secundário de História A e Geografia A, podemos verificar que a

interdisciplinaridade não aparece explicita no programa de História A. Já no de

Geografia, ainda que pouca referência haja, aparece a possibilidade de haver

interdisciplinaridade com outras áreas. Como afirma Vidal Perez (2005, p. 24), o

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espaço, objeto de estudo por excelência da Geografia é “uma construção social e

histórica da ação humana”. Esta é uma das razões para que facilmente haja a

possibilidade de “casar” as duas áreas disciplinares. De facto, existe desde sempre

uma relação de proximidade entre estas duas disciplinas que pode ser promovida

através de várias atividades, sendo as saídas de campo as mais indicadas. Quando se

leciona Geografia, por exemplo, a par de saberes geográficos específicos, é possível

também trabalhar determinados conteúdos de História. A analisarmos o espaço

geográfico podemos concluir, que este é o resultado de diferentes épocas históricas

que vão deixando as suas marcas. Posto isto, as saídas de campo aliadas ao trabalho

de campo, são atividades que podem proporcionar e promover o encontro entre estas

duas disciplinas.

A paisagem é muito importante, principalmente em determinadas áreas, sendo

a Região do Douro um excelente exemplo disso mesmo. Pode ser encarada como uma

estratégia ou recurso na educação geográfica e histórica. O conceito de paisagem é

geográfico, porém é um conceito muito abrangente e suscetível de ser analisado e

interpretado por diversas áreas do saber. Também através da paisagem, podemos

integrar a interdisciplinaridade observando fenómenos históricos e geográficos.

Em suma, é importante destacar o papel importante que o trabalho de campo

pode ter no processo de ensino-aprendizagem. Devido à sua metodologia, este não

pode ser confundido com passeios ou excursões, e deve atingir múltiplos objetivos

que podem e devem ser explorados conforme for o objetivo que o professor pretenda.

2. A região do Alto Douro Vinhateiro

Para desenvolver um pouco sobre esta região, tornou-se fundamental consultar

a candidatura do Alto Douro Vinhateiro a património mundial. Com isto, pretendemos

verificar quais os critérios que se utilizaram para justificar esta candidatura, assim

como, conhecer a importância que este território possuí no nosso país.

A expressão Alto Douro, que foi difundida no século XVIII, “refere-se à área

do vinhedo de qualidade, demarcada na sequência Instituição da Companhia Geral da

Agricultura das Vinhas do Alto Douro por alvará régio de 10 de Setembro de 1756”

(Pereira, 1991, p. 12).

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O Alto Douro Vinhateiro apresentou no dia 30 de junho de 2000 a sua

candidatura para inscrição na lista de património mundial da UNESCO, como

paisagem cultural, evolutiva e viva. Constitui o território mais bem conservado da

Região Demarcada do Douro, “a primeira região vinícola a ser demarcada à escola

mundial” e que “abrange uma área total que ultrapassa os 250 000 hectares” (Pina,

1992). Esta região é caracterizada como heterogénea, onde “apresenta, no entanto,

sempre o Rio Douro como sua espinha dorsal, enquadrado por um vale encaixado

onde a vinha se encontra em múltiplos socalcos” (Pina, 1992). A área proposta para a

inscrição na lista do património mundial, compreende 24.600 hectares, a que

corresponde a cerca de um décimo do total da Região Demarcada do Douro. A sua

zona, é considerada representativa de três unidades de paisagem: Baixo Corgo, Cima

Corgo e Douro Superior.

O documento da candidatura visa, no essencial, o reconhecimento do “valor

excecional e universal” da paisagem vitícola duriense, dentro dos critérios

estabelecidos na Convenção do Património Cultural e Natural. Ao analisarmos desde

o começo a candidatura, podemos verificar que esta deve-se à Fundação Rei Afonso

Henriques que promoveu e financiou uma equipa multidisciplinar. Esta equipa foi

liderada pelo Prof. Fernando Bianchi, a qual teve múltiplas tarefas tais como:

“pesquisa de informação, investigação de gabinete, construção de hipóteses, trabalho

de campo para validar perceções construídas, contribuições de inúmeros especialistas

sectoriais” (Aguiar, 200).

2.1 A delimitação da Região Demarcada do Douro

A paisagem Duriense é caracterizada como sendo uma “obra conjugada do

Homem e da natureza” resultante de um processo multissecular de adaptação de

técnicas e saberes específicos de cultivo da vinha.

Um dos pontos fundamentais desta candidatura foi o Estudo de Caracterização

Paisagística que constituiu “um dos suportes fundamentais da candidatura, e incluiu a

sensível tarefa de delimitar uma mancha representativa de toda a Região Demarcada

do Douro” (Aguiar 2001, p. 145). Esta delimitação foi resultado de um trabalho de

campo multidisciplinar e de pesquisa bibliográfica. Para que houvesse uma

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delimitação, o espaço territorial escolhido tinha de possuir três características muito

importantes a saber:

1º Fosse representativo do carácter da paisagem da Região Demarca do Douro

e das três sub-regiões, da mais atlântica à mais mediterrânea;

2º Reunisse de forma coerente a maioria do conjunto de valores mais

significativos;

3º Apresentasse um bom estado de conservação no seu todo admitindo-se

apenas um número mínimo de intrusões pontuais.

Sendo assim, foi designado o Alto Douro Vinhateiro que representa uma

mancha onde se encontra o espaço territorial que mais representativo e melhor

conservado está da Região Vitícola.

O Alto Douro Vinhateiro, compreende uma área de 24.600 hectares que se

estende ao longo das encostas do rio Douro e dos seus afluentes, em especial dos rios

Varosa, Corgo, Távora, Torto e Pinhão. A restante área composta por 225.400

hectares é considerada como “zona-tampão”.

2.2 Critérios utilizados para a justificação da candidatura

Os critérios utilizados para justificar a candidatura do Alto Douro Vinhateiro

para património mundial da Unesco foram os seguintes:

- O Alto Douro ilustrar de forma exemplar o conceito de Paisagem Cultural,

onde esta paisagem é caracterizada como sendo uma “obra conjugada da natureza e

do Homem” (Aguiar, 2000, p. 32). É destacado o papel que o Homem teve, onde

soube “vencer os constrangimentos resultantes dos declives extremos, da escassez de

água, de falta de solo e da abundante pedregosidade e explorar os trunfos que culturas

mediterrâneas, sobretudo a vinha, possuem de adaptação às condições climáticas e à

natureza dos solos” (idem, p. 32).

- “O Alto Douro testemunha uma importante troca de influências durante um

dado período e numa área culturalmente determinada” (ibidem, p. 32). A área

proposta é caracterizada com sendo uma paisagem cultural evolutiva e viva que

representa a Região Demarcada do Douro. Esta área conjunta várias técnicas viáveis

da utilização das terras, conciliando as técnicas do passado com as de hoje.

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- “O Alto Douro é um exemplo notável de paisagem que ilustra diferentes

etapas da história humana” (ibidem, p. 32). É caracterizado como sendo um exemplo

excecional entre a relação do Homem com os elementos naturais. Aparecer de ser

uma área difícil à fixação humana, o Homem foi capaz de adaptar culturas

mediterrânicas como a vinha, a oliveira e a amendoeira, plantando-as em socalcos

adaptados às encostas rochosas e declivosas.

-“O Alto Douro constitui um exemplo distinto duma paisagem representativa

de uma cultura sob uma certa vulnerabilidade” (ibidem, 32). Apesar do Alto Douro

ter uma natureza geomorfológica e climática adversa à fixação humana, através da

vinha, da amendoeira e da oliveira foi possível viabilizar uma atividade económica

dinâmica. Apesar disso, é vulnerável “aos caprichos da natureza, às variações dos

mercados e do gosto, e mais recentemente, à escassez de mão-de-obra e

consequentemente à viabilização pela mecanização dos trabalhos da vinha” (ibidem,

p. 32).

Ao analisarmos a relação que existiu entre o homem e a natureza durante

séculos nesta região do país, podemos introduzir o conceito de Geo-História. Este

conceito foi formulado pelo historiador francês Fernand Braudel entre 1940 e 1945,

num contexto perturbador, já que foi capturado pelas tropas nazis durante o período

da II Guerra Mundial, desenvolvendo este e outros temas durante a sua prisão

(Ribeiro, 2015, p. 606). Este conceito acaba por surgir na primeira metade do século

XX, onde vários historiadores franceses ligados à escola Annales, acabaram por dar

um novo impulso na relação existente entre a História e a Geografia. Porém, foi com

Fernand Braudel que este conceito começou a ser utilizado, principalmente depois da

sua obra “O mediterrânio e o mundo mediterrâneo na época de Filipe II”, onde afirma

que “uma civilização é, na base, um espaço trabalhado, organizado pelos homens e

pela história”. (Braudel, 1983, p.107). A grande relação que este autor pretende fazer

é a ligação entre o homem e o espaço, que ao analisarmos nesta candidatura desta área

está muito presente. Esta área não pode ser considerada apenas como geográfica, nem

como histórica, mas uma junção das duas que irá dar ao conceito de geo-história.

Para além dos critérios já identificados, existem ainda três componentes de

distinção que contribuem para a autenticidade e integridade deste espaço territorial,

são eles: a antiguidade da Região Demarcada, os terraços e o cruzamento de culturas.

Relativamente à antiguidade da Região Demarcada, esta “é a mais antiga

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região vitícola demarcada e regulamentada do mundo. As primeiras demarcações

ocorreram entre 1757 e 1761, na sequência de legislação regulamentadora produzida

pelo Estado desde 1756” (Aguiar, 2000, p. 16). Estas demarcações são conhecidas

como demarcações pombalinas, e foram acompanhadas por uma ampla legislação

regulamentadora, e por um sistema de classificação e qualificação de vinho. Para

além disso, as demarcações feitas no século XVIII, apesar de ao longo do tempo os

seus limites terem sido alterados, assumiram uma continuidade temporal até aos

nossos dias. No período pombalino, as maiores explorações e as maior adegas estão

concentradas no Baixo Cargo, com especial destaque nas freguesias da Régua,

Godim, S. João de Lobrigos, S. Miguel de Lobrigos e Cambres. A Régua, “torna-se o

centro polarizador desta região, em grande parte devido às maiores facilidades de

comunicação e à mais intensa atividade comercial que aí se desenvolve (...)” (Pereira,

1991, p. 21).

Os terraços (socalcos), foram construídos para cultivar a vinha nas encostas

íngremes e pedregosas do Douro, que amparados por muros de xisto, combinam hoje

com novas formas de armação da vinha. A paisagem vitícola do Douro, é

caracterizada como sendo uma arquitetura complexa, onde se pode visualizar

diferentes técnicas de organização dos terrenos. “Ao lado das vinhas em patamares e

de vinhas ao alto, que datam das últimas décadas do século XX, ainda subsistem

várias centenas de quilómetros de antigos socalcos de geometria variável, consoante a

inclinação da encosta, mas também correspondentes a técnicas de terraceamento de

diferentes épocas” (Aguiar, p. 18). A paisagem predominada pela construção de

socalcos em Peso da Régua, foi muito apreciada pelos alunos que a classificavam

como mais bonita ao vivo do que em imagens.

O cruzamento de culturas está também diretamente relacionado com os vários

vestígios arqueológicos encontrados em toda a região que é ocupada desde os tempos

pré-históricos. “Apesar da irregularidade do caudal do rio e das dificuldades de

navegação, o vale do Douro constituiu um corredor de povos e culturas, que aqui se

cruzaram e misturaram, durante milénios, em vagas sucessivas e promíscuas” (idem,

p. 30). A romanização teve um impacto grande nesta região, uma vez que foi com os

romanos que se veio a definir as linhas de ocupação do território e as atividades

económicas. Além da ocupação romana, esta região foi ocupada por Suevos (século

V), Visigodos (século VI) e Árabes (século VIII-XI). A Reconquista cristã também

contribuiu para a mistura cultural que se fez sentir nesta região. Em finais da Idade

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Média, fixaram-se várias comunidades religiosas, com destaque para os monges da

Ordem de Císter, “que fundaram diversas quintas nas encostas do Douro, muitas

ainda existentes, nas melhores zonas de produção vitícola” (ibidem, p. 30).

Os vinhos do Douro, e em particular os vinhos do Porto, representam uma das

imagens de marca desta região. Durante muitos séculos os habitantes do Alto Douro

desenvolveram técnicas de cultivo da vinha e de produção de vinhos, introduzidas

desde a Época Romana e aperfeiçoadas desde a Idade Média até à atualidade (Aguiar

2001, p. 148).

O património vernacular também é referenciado nesta candidatura, onde

explicita que contribuem para este património os aglomerados e quintas, casas de

habitação e anexos de produção, os territórios de vinhedos e olivais, os caminhos e as

conduções de água, os cais de embarque e a via-férrea, entre outros. Com a

candidatura a património mundial da UNESCO, o Alto Douro Vinhateiro visava

também obter “um olhar mais atento para a conservação deste território” (idem, p.

149).

O turismo assume atualmente um papel fundamental nesta região, onde é uma

peça fundamental para a sua economia e sociedade. Para Aguiar (2001, p. 152) o

turismo acaba por representar para os agentes económicos “uma oportunidade de

reforçar a componente da venda direta dos seus vinhos conhecido que é o papel das

Rotas dos Vinhos na promoção da imagem dos produtos dos seus aderentes veiculada

por uma componente de comunicação muito pessoal, fator eficaz de fidelização dos

consumidores, e a oportunidade de integrar nessa imagem a eloquência da paisagem”

Nas últimas décadas a Região Demarcada do Douro ficou claramente afetada

pelo envelhecimento da população. Exemplo disto, é um estudo feito por Helena Pina

sobre a freguesia de Cambres, pertencente ao concelho de Lamego. Esta freguesia

apesar de ter um ótimo enquadramento natural e paisagístico, a tendência da sua

população será para envelhecer. Segundo Pina (2005, p. 4) a “população com menos

de 21 anos, se no final do século XIX ultrapassava os 45%, posteriormente registou

uma acentuada redução, não atingindo os 21% em 2001! O envelhecimento estrutural

em Cambres e inegável”. Esta não é a única freguesia em que o envelhecimento da

população está cada vez mais presente, sendo algo comum em toda a Região do

Douro. Posto isto, torna-se cada vez mais essencial a adoção de medidas para a

fixação de população jovem nesta região do país.

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Capítulo II – Enquadramento metodológico do estudo

Neste capítulo procuraremos explicar as escolhas de natureza metodológica

subjacentes à realização do estudo de caso, começando por caracterizar o universo de

estudo e a amostra utilizada. De seguida, serão identificados os objetivos deste estudo,

assim como as etapas e os procedimentos para a realização desta saída de campo. Por

fim, iremos explicitar os instrumentos de recolha de dados utilizados e os métodos de

análise dos resultados dos mesmos.

1. Delimitação do âmbito do estudo

O estudo que aqui se apresenta insere-se no âmbito do estágio pedagógico,

realizado na Escola Secundária João Gonçalves Zarco, no ano letivo 2015/2016,

durante o segundo ano de Mestrado em Ensino de História e Geografia no 3º Ciclo do

Ensino Básico e Ensino Secundário. O segundo ano do Mestrado é a iniciação à

prática profissional, envolvendo um estágio pedagógico numa escola. Neste ano são

disponibilizados várias escolas para receber estagiários, ao qual preferi escolher como

primeira opção a Escola Secundária João Gonçalves Zarco, em Matosinhos. De referir

que não conhecia a escola, porém, devido às boas referências que a escola tinha decidi

optar por esta. As razões que me levaram a escolher esta escola, estão relacionadas

com o facto desta escola ser reconhecida pelo excelente trabalho realizado ao longo

dos anos com os seus alunos, mas também pela existência de turmas de nível no

Ensino Básico.

Ao longo deste ano letivo, na área disciplinar de Geografia trabalhei com

turmas de 10º e 11º ano de escolaridade. Na área disciplinar de História, lecionei em

três níveis diferentes, 8º, 9º e 12º ano de escolaridade.

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1.1 A Escola Secundária João Gonçalves Zarco

A Escola Secundária João Gonçalves Zarco está situada na Avenida

Villagarcia de Arosa, na zona sul da cidade de Matosinhos. É uma escola pública

direcionada para a formação de jovens que frequentam o 3º Ciclo do Ensino Básico e

o Ensino Secundário. Atualmente, esta escola possui uma população escolar oriunda

não só de diferentes áreas da cidade de Matosinhos, mas, também, das localidades

mais próximas.

No ano de 2009, a escola foi objeto de requalificação, âmbito do projeto de

intervenção da empresa Parque Escolar. A escola encontra-se bem preservada e com

excelentes condições para que o processo ensino-aprendizagem decorra da melhor

forma. A Biblioteca é uma mais-valia que a escola apresenta, assim como, o pavilhão

gimnodesportivo, os laboratórios e as salas de informática. As salas são equipadas

com computador, projetor multimédia e de quadro interativo.

A comunidade escolar é de grande dimensão, o corpo docente da escola

encontra-se estabilizado, pertencendo a maior parte ao quadro da escola, porém, é um

corpo docente relativamente envelhecido. O pessoal não docente é bastante atencioso

e competente nas tarefas que realizam e estão sempre disponíveis para ajudar nos

problemas existentes no dia-a-dia de uma escola. Esta escola possuí contrato de

autonomia desde 2007, e disponibiliza uma oferta educativa diversificada com

inúmeros projetos inovadores, nacionais e internacionais. Caracterizada pela

qualidade com que realiza todas as suas práticas, a escola obteve, em 2013, pelos

serviços prestados nas áreas da Ação Social, da Papelaria, do Bufete e da Gestão dos

Serviços Administrativos, o Certificado de Qualidade ISO 9001 (ESGZ, 2014, p. 2).

Os alunos, na sua generalidade apresentam vontade de aprender e revelam

interesse pela escola. Os resultados são bastante satisfatórios tanto no Ensino Básico

como no Ensino Secundário. No Ensino Básico e nas turmas do Curso de Ciências e

Tecnologias do Ensino Secundário, como já referi anteriormente, as turmas são

divididas por níveis. Os alunos de nível mais baixo, que revelam mais dificuldades,

são acompanhados ao longo do ano através de diversos programas de apoio educativo,

com o objetivo de terem o melhor proveito escolar possível. Nas turmas de nível,

podemos verificar um contraste grande entre as turmas de nível mais elevado e as

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turmas de nível mais baixo. Para a atribuição destas turmas, os alunos do 7º e do 10º

ano (no caso de Ciências e Tecnologias) são submetidos a testes diagnósticos de

Português e Matemática. O aluno através do resultado que obtém nestes testes, é

classificado com um nível de conhecimento, sendo depois atribuído uma turma.

Segundo o Projeto Educativo da Escola Secundária João Gonçalves Zarco,

para os anos 2014-2018, é missão fundamental da escola “prestar à comunidade um

serviço público de qualidade, proporcionando aos estudantes a aquisição e

certificação de competências científicas, técnicas e comportamentais que lhes

permitam assumir, com sucesso, num cenário de um mundo em mudança, um papel

social e profissionalmente ativo”.

Os principais objetivos do projeto são:

1.º Promover o desenvolvimento pessoal e social dos alunos, contribuindo

para uma cidadania ativa, formando cidadãos críticos, intervenientes e solidários.

2.º Melhorar os resultados escolares dos alunos, qualificando as aprendizagens

e desenvolvendo competências em literacias.

3.º Reforçar o envolvimento e participação de alunos e de Pais e EE na vida da

Escola.

4.º Promover a formação e atualização científica e pedagógica permanente de

todos os agentes educativos.

5.º Proceder a uma sistemática atualização das práticas, recorrendo a

metodologias participativas, garantindo a contextualização das análises e dos

resultados.

6º Reforçar a imagem da ESJGZ na comunidade local e nacional, como uma

instituição de referência e de qualidade.

É neste contexto educativo que se realizou este estudo e, a partir do qual foi

feita a seleção da amostra.

1.2 Seleção e caracterização da amostra

Para a realização deste estudo, tive como critério fundamental a seleção das

duas turmas de 11º ano de Geografia em que lecionava. Estas turmas tinham como

professora de Geografia, a professora Deolinda Dias, que foi minha Orientadora

Pedagógica no âmbito do estágio em Geografia. Numa reunião com a minha

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Orientadora, ficou acordado levar as duas turmas porque assim a viagem ficaria mais

económica e tornaria a minha amostra mais significativa.

O estudo foi realizado com uma amostra de 40 alunos, dos quais 22 eram

raparigas e os restantes 18 eram rapazes, de duas turmas do 11º ano de escolaridade,

no ano letivo 2015/2016. Podemos verificar que se trata de uma distribuição igual no

género, pois, apenas se verifica uma ligeira vantagem do género feminino no número

total de alunos. Relativamente à faixa etária dos alunos, esta é compreendida entre os

14 e os 17 anos de idade. Como já referi anteriormente, ambas as turmas eram

lecionadas em Geografia, pela mesma professora. Apesar disso, eu, no âmbito de

estágio acompanhei mais a turma B, tendo observado e lecionado mais aulas do que

na outra turma. Na disciplina de História as duas turmas tinham o mesmo professor, e

no âmbito do estágio nesta disciplina, estas turmas não faziam parte das que lecionei

durante o ano em História.

Quadro 1. Composição por género e turma dos indivíduos da amostra.

Alunos da

amostra

Total Rapazes Raparigas

Total da amostra 40 18 22

Turma A 21 8 13

Turma B 19 10 9

A turma A, era constituída por 21 alunos (13 raparigas e 8 rapazes) e a turma

B, era constituída por 19 alunos (9 raparigas e 10 rapazes). Como podemos verificar

através dos dados apresentados na tabela, as turmas apresentam resultados

equilibrados em termos de género.

Na amostra não são considerados cinco alunos da turma A, dois por faltarem à

saída por estarem doentes, e três por não obtendo a obrigatória autorização dos

encarregados de educação, não participaram na saída de campo. Na turma B, não

foram considerados três alunos, um por estar doente e os outros dois, por não obterem

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a obrigatória autorização dos encarregados de educação, também não participaram

nesta atividade.

No que respeita às características das turmas, com base no conhecimento

adquirido ao longo do ano, através das aulas lecionadas e também assistidas da

Orientadora e dos colegas, podemos afirmar que se tratavam de duas turmas

completamente distintas. Posso dizer que a turma B, revelou ser uma turma bastante

participativa, embora a participação oral fosse um pouco desorganizada. Apesar de ter

alunos com muitas capacidades, por vezes, existiam comportamentos de alguns

alunos desadequados à sala de aula. Contudo, nas aulas em que eu lecionei, a turma

revelou sempre ser participativa, interessada e curiosa. Para além disto, pode

verificar-se que se trata de uma turma com boa capacidade de raciocínio e perspicácia

na análise de diferentes situações. Esta turma revelou ter sempre um bom desempenho

em contexto de participação oral na sala aula, sendo os resultados escritos geralmente

superiores à da turma A.

Embora não tenha participado tão ativamente no percurso da turma A ao longo

do ano letivo, consegui aperceber-me durante os momentos que contactei com a turma

e através da análise que a professora de Geografia fazia, que o seu desempenho era

muito irregular nas aulas, estando num nível inferior à turma B. Esta turma, também

apresenta grande apatia nas aulas, não sendo uma turma muito participativa. Nos

testes escritos, os resultados refletem muito a participação e o interesse da turma na

sala de aula, revelando serem no geral menos positivos e claramente inferiores aos da

turma B.

Nas duas turmas, existem alguns alunos mais perturbadores e indisciplinados,

que por vezes perturbam o processo de ensino-aprendizagem, havendo vários casos de

faltas disciplinares na turma B.

2. A saída de campo

2.1 A preparação da saída de campo

Para que a realização desta saída de campo fosse uma realidade, foi necessária

a elaboração de um conjunto de procedimentos, tais como: o tratamento de assuntos

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administrativos/burocráticos, trabalho de pesquisa sobre a região e os locais a visitar,

a seleção de recursos educativos e uma preparação científica para esta atividade.

Todos estes processos são fundamentais para a elaboração deste tipo de

atividades práticas. Ao longo da sua preparação, pude constatar como é difícil o

professor tratar, pensar e realizar várias tarefas para que nada falhe no dia da saída de

campo.

Esta atividade teve a particularidade de ser pensada de uma forma

interdisciplinar, pois iria ser realizada uma experiência de ensino integrado de

História e Geografia. Na nossa opinião, achamos que as saídas de campo são um

elemento fundamental para a construção do conhecimento de uma forma mais

motivadora para os alunos. Neste presente trabalho, procuramos saber qual o impacto

que esta saída de campo teve na evolução dos conhecimentos dos alunos.

Os passos e as indicações seguidas para organizar e realizar a saída de campo

tiveram como referência as indicações fornecidas no regulamento interno da Escola

Secundária João Gonçalves Zarco. Nos aspetos mais direcionados para as questões

administrativas/burocráticas, tive uma excelente ajuda da minha Orientadora

Pedagógica de Geografia.

Sendo a saída de campo uma atividade, que na nossa opinião é bastante

importante nas disciplinas de História e Geografia, começamos pela leitura dos

programas oficiais do Ensino Secundário das respetivas disciplinas a respeito desta

estratégia de ensino/aprendizagem.

Ao analisarmos os respetivos programas, podemos verificar que não existe

uma grande referência sobre esta estratégia. Apesar disto, ao analisarmos o programa

de Geografia A, podemos verificar que o trabalho de campo é referido quando são

abordadas as sugestões metodológicas gerais. Como refere o Programa de Geografia

A (2001, p.14) “a recolha de informação deve fomentar a observação direta (de

naturalista, a estruturada) recorrendo a visitas de estudo e ao trabalho de campo ou a

iniciativas individuais e a pesquisa documental, baseada em publicações estatísticas,

documentação cartográfica, relatórios, legislação (nacional e comunitária), textos de

imprensa, livros, Internet, etc”.

No programa de História A do Ensino Secundário as saídas de campo não são

referenciadas nas sugestões metodológicas gerais. Ao analisarmos o programa,

constatamos que as saídas de campo surgem como situações de aprendizagem em

determinados temas ao longo dos três anos.

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Após consultar os respetivos programas de Geografia e de História do Ensino

Secundário, tornou-se necessário, em conjunto com a Orientadora de Geografia,

conceber esta atividade, definir locais que fossem favorecer a integração de saberes

geográficos e históricos, enquadrados nos respetivos programas curriculares de 11º

ano de escolaridade.

Desde o início do ano letivo, tinha sugerido que fosse realizada uma saída de

campo a Peso da Régua. A razão para a escolha desta região e concretamente desta

cidade, foi o facto de eu como aluno ter efetuado esta saída no meu 11º ano de

escolaridade. Nesta saída enquanto aluno, tive a oportunidade de aprender

determinados conteúdos de uma forma diferente do que tinha aprendido nas aulas

teóricas. Sendo assim, achei desde o início do ano que seria muito interessante a

realização de uma saída de campo à região do Douro, mais concretamente à cidade de

Peso da Régua.

A preparação desta saída passou por várias indefinições quanto ao percurso a

realizar, assim como, a data que seria melhor para as turmas a sua concretização.

Numa primeira fase, os alunos iriam visitar o Museu do Douro, a Casa de Varais e a

por fim, a Quinta do Seixo, e a visita iria ser realizada no final do segundo período.

Porém, como os finais de período são sempre complicados devido aos testes que os

alunos têm que efetuar, decidimos adiar para o início do terceiro período. Com tudo

isto, fui contactado pelo proprietário da Casa de Varais que me informou que não

seria possível a visita a esta quinta na data pretendida. Sendo assim, o proprietário

aconselhou a visitar a Quinta de Tourais, no qual conhecia o dono e tinha boas

referências. No decorrer desta semana, iniciámos os contactos com a Quinta do Seixo

que cobrava 3 euros de entrada por aluno, e tivemos a analisar também que esta

quinta ficava um pouco deslocada do espaço onde nos iriamos centrar durante o dia.

A Orientadora Pedagógica de Geografia sugeriu que dois dos locais da saída

fossem a barragem de Bagaúste e a Quinta de Santa Eufêmia. A barragem de

Bagaúste seria um local importante, pois, iria permitir aos alunos recordarem

conteúdos lecionados no ano anterior sobre os recursos hídricos. A Quinta de Santa

Eufêmia iria substituir a Quinta do Seixo, por ser mais próxima do local da restante

saída de campo, assim como, por a entrada ser mais barata para os alunos. De forma a

integrar a História na atividade, e tendo em conta o território em que se encontra Peso

da Régua, sugeri que os alunos fossem visitar o Museu do Douro, com o objetivo de

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conhecerem a história da região envolvente. Assim, depois de várias discussões e

sugestões, ficaram definidos os locais a visitar durante a saída de campo.

Após a definição dos locais a visitar, tivemos que elaborar os objetivos desta

atividade. Assim, foram definidos os seguintes objetivos de natureza geral e

interdisciplinar:

Aplicar os conhecimentos lecionados nas aulas;

Desenvolver a aprendizagem geográfica, como a capacidade de observação;

Contribuir para promover e sensibilizar os alunos do património histórico-

natural da região;

Contribuir para a formação integral dos alunos;

Desenvolver a interdisciplinaridade entre História e Geografia;

Estimular as relações interpessoais, a cooperação e a sociabilidade entre os

alunos.

Na disciplina de História definimos como objetivos específicos:

Desenvolver as competências específicas da História, como tratamento de

informação/utilização de fontes, compreensão histórica (temporalidade, especialidade

e contextualização) e comunicação em História;

Promover o contacto e o interesse dos alunos pelo património histórico-

cultural, melhorando o seu conhecimento sobre a região em estudo;

Compreender as transformações ocorridas na cidade de Peso da Régua e da

região envolvente, assim como o papel que a produção de vinho teve na sua evolução;

Valorizar o Museu do Douro como meio privilegiado de acesso ao

conhecimento.

No que se refere à disciplina de Geografia definimos os seguintes objetivos

específicos:

Consolidar e aprofundar as aprendizagens desenvolvidas nos temas “A

população: evolução e diferenças regionais”, “Os recursos hídricos” e “As áreas rurais

em mudança”.

Desenvolver competências geográficas de observação de paisagem, sendo

capaz de refletir a partir daí;

Compreender a evolução da cidade em estudo no tempo e no espaço,

construindo o seu conhecimento a partir do contacto direto com o espaço vivido;

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Aplicar e desenvolver com os alunos conteúdos temáticos, procedimentais e

atitudinais de natureza geográfica;

Analisar a importância das saídas de campo no ensino/aprendizagem da

Geografia.

Após a elaboração do documento com os objetivos da atividade, este serviu de

suporte a um procedimento seguinte que foi a apresentação da iniciativa em reunião

de Departamento de Ciências Sociais e Humanas, que aconteceu no mês de fevereiro.

De seguida, o documento foi apresentado e aprovado pelos respetivos Conselhos de

Turma, em março de 2016, e por último foi apresentado e aprovado no Conselho

Pedagógico no mês já referido. A data definida para a saída de campo foi o dia 12 de

abril de 2016.

Depois do final do segundo período letivo, realizamos uma viagem

preparatória e de reconhecimento de locais a visitar, para fazer uma estimativa do

tempo de viagem, definir os principais pontos de paragem e de estudo, bem como

obter informações junto do museu e das quintas que iriamos visitar. Esta viagem foi

muito importante, porque me permitiu preparar melhor pedagogicamente e

cientificamente esta atividade. O contacto com as pessoas responsáveis quer pelo

museu, quer pelas quintas foi importante porque se disponibilizaram a ajudar no nosso

estudo de caso.

No início do mês de março, iniciamos os contactos com a empresa de

camionagem que nos iria transportar aos locais a visitar e efetuamos a marcação da

viagem para dia 12 de abril. Realizamos, também, por contacto telefónico as

marcações das visitas ao museu e às quintas. A visita ao Museu e à Quinta de Tourais

seria gratuita para os alunos, apenas teriam de pagar um euro para visitar a Quinta de

Santa Eufêmia.

Mais tarde, juntamente com a professora Orientadora de Geografia,

formulámos o pedido de autorização para, desta feita, a atividade ser aprovada pela

Direção da Escola. Após a aprovação por parte da desta, foi elaborado e entregue aos

alunos, o pedido de autorização destinado aos Encarregados de Educação, contendo

informações sobre o custo da viagem, locais a visitar, hora da partida e hora de

chegada à escola.

Durante a semana anterior à saída de campo, procedeu-se à recepção e

confirmação das autorizações dos Encarregados de Educação, bem como da quantia a

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pagar pela viagem do autocarro. Nos pagamentos que os alunos efetuaram gostaria de

destacar a importância que a Orientadora Pedagógica teve, pois, comparticipou a

viagem de vários alunos que não tinham capacidade económica para ir.

Um momento muito importante que ocorreu antes da realização da saída de

campo foi a preparação que os alunos tiveram para a mesma. Não havendo tempo

para sensibilizar os alunos para a aula de campo, acabei por fazer uma intervenção de

25 minutos, tendo falado e demonstrado através da visualização de imagens os locais

que iriamos visitar. Houve a necessidade de falar com os alunos, pois, estes

consideravam que iam “passear” e não trabalhar. Assim, consideramos importante

informar aos alunos que se trataria de uma aula de campo, e não de um passeio a Peso

da Régua. O interessante foi verificar o desconhecimento que muitos alunos tinham

sobre o que seria uma aula de campo. Após dar a informação de que seria apenas mais

uma aula com a diferença que seria fora de uma sala de aula, alguns alunos revelaram

algum desapontamento. Na nossa opinião, este contacto prévio com as turmas foi

importante para esclarecer com os alunos, os objetivos da saída de campo e para

verificar quais os conhecimentos prévios que os alunos tinham sobre o local a visitar.

Na semana seguinte, foi entregue o questionário inicial.

Ao longo do mês de março de 2016, foram pensados e realizados os recursos e

as atividades a desenvolver na saída de campo. Estes recursos elaborados, constituem

instrumentos de recolha de dados deste estudo, pelo que iremos desenvolver mais no

ponto 3 do presente capítulo.

O principal recurso utilizado durante esta atividade foi o guião que elaboramos

para os alunos realizarem as tarefas propostas durante o dia. A realização deste

recurso, teve como objetivo ser um instrumento de recolha de dados, assim como, um

instrumento de avaliação para a disciplina de Geografia. Para além do guião da saída

de campo, foi elaborado um questionário inicial e um questionário final.

A elaboração destes recursos foi acompanhada pela Orientadora-cooperante de

Geografia da escola, mas também, pelos orientadores do presente relatório final de

Mestrado.

Para a realização desta atividade houve que contar com a colaboração

fundamental dos meus colegas de estágio, que com a sua presença e trabalho

contribuíram para a realização da mesma.

A elaboração de uma saída de campo, implica que haja uma boa preparação,

organização e planificação para que esta atividade seja aproveitada ao máximo pelos

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alunos. Para isso, foi necessário aprofundar os conhecimentos acerca da cidade de

Peso da Régua e da região envolvente, através de pesquisa bibliográfica que retratasse

a evolução da cidade e da região tanto numa perspetiva histórica, como geográfica.

Além das leituras efetuadas, foram também importantes as indicações fornecidas

pelos orientadores do estágio profissionalizante realizado na referida escola e do

presente relatório.

2.2 A realização da saída de campo

Relativamente ao percurso pelo qual adotamos, é importante referir que houve

a preocupação de mostrar aos alunos locais que lhes permitissem integrar

simultaneamente conhecimento de História e de Geografia. Deste modo, elaboramos

um percurso que iria ter cinco paragens: Museu do Douro, ponte pedonal de Peso da

Régua, Quinta de Tourais, barragem de Bagaúste e por fim a Quinta de Santa

Eufêmia. Para que os alunos compreendessem a história da região envolvente,

optamos por iniciar o percurso no Museu do Douro. De seguida, iriamos visitar a

ponte pedonal de Peso da Régua, para que os alunos, através da observação direta,

mais abrangente, pudessem caracterizar o tipo de povoamento dominante na

paisagem, assim como, caracterizar morfologicamente a paisagem agrária. A seguinte

paragem iria ser feita na Quinta de Tourais, onde seria importante que os alunos

verificassem o tipo de produção e características de uma quinta familiar. Por

conseguinte, iriamos visitar a barragem de Bagaúste onde os alunos iriam recordar e

aplicar conhecimentos adquiridos sobre os recursos hídricos. Por fim, iriamos visitar a

Quinta de Santa Eufêmia na qual os alunos iriam conhecer quais as características de

uma quinta industrial.

Assim, por volta das 8 horas da manhã os alunos reuniram à porta da escola,

onde os professores que iriam acompanhar a atividade já aguardavam. Depois de

agrupados todos os alunos por turmas, foi feita a chamada e fornecidas algumas

informações relativamente ao comportamento que os alunos deveriam ter durante o

dia. Foi novamente referenciado que haveria um instrumento de avaliação e que seria

apenas mais uma aula. O percurso até ao Museu do Douro foi feito de camioneta, para

rentabilizar tempo e custos.

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A chegada ao Museu do Douro, ocorreu por volta das 10 horas da manhã,

onde depois de reunir todos os alunos, foram distribuídos os guiões e fornecidas

algumas indicações importantes sobre os mesmos. As turmas foram divididas em dois

grupos, no qual, cada uma iniciou um percurso com o seu guia pelo Museu. À medida

que efetuavam o percurso, havia pequenas paragens para esclarecer informação

relevante e para ajudar os alunos a responderem a algumas questões do guião. A visita

a este museu foi muito importante e interessante para os alunos, pois permitiu que

estes pudessem saber a história da região do Douro desde a pré-história, até à

atualidade. No final desta visita, os guias demonstraram satisfação pelo

comportamento e participação das turmas, porém, diziam que os alunos estavam

muito presos ao guião e por vezes não estavam com atenção às explicações dadas.

Após a visita ao Museu do Douro, fizemos uma pausa para o almoço, que iria

decorrer ao ar livre em frente ao rio, porém, devido às condições meteorológicas não

foi possível. A parte da manhã desta visita ficou marcada pelo mau tempo que se fez

sentir com a ocorrência de precipitação. Na minha opinião, esta foi talvez a parte mais

difícil de gerir na saída de campo, pois não tinha pensado num sítio alternativo para o

almoço. Sendo assim, a maioria dos alunos acabaram por almoçar dentro da estação

de comboios, sendo este o ponto mais negativo que mais tarde os alunos referiram no

questionário final.

Depois do momento do almoço, embora estivesse previsto no guião que

fossemos à ponte pedonal de Peso da Régua, acabamos por não o fazer, devido ao

mau tempo que se fazia sentir, porém, a atividade prevista para esta passagem foi na

mesma realizada. Assim, fomos diretos para a Quinta de Tourais, onde uma vez que

chegamos uma hora antes do previsto, os alunos tiveram que esperar esse tempo.

Durante o tempo de espera ocorreu uma melhoria significativa no tempo, passando de

uma manhã com chuva para uma tarde de sol e calor. Foi devido a este fator que a

saída de campo teve pormenores muito interessantes. Ao analisar o comportamento

dos alunos, pude verificar que estes, devido ao calor se encontraram irrequietos e

impacientes até à hora da visita à Quinta de Tourais.

Após o tempo de espera em que procuramos controlar os alunos, deu-se o

início da visita à Quinta de Tourais. Nesta visita, o comportamento dos alunos foi

mais complicado, pois, estavam mais distraídos e havia muito barulho, sendo difícil

para o responsável da quinta comunicar e explicar as dúvidas dos alunos. Ao discutir

com a professora cooperante de Geografia e com os colegas de estágio, comentamos

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que os alunos não tinham demonstrado um grande interesse neste local e que se

encontravam muito agitados. Apesar destes pontos menos positivos, esta quinta foi

interessante porque permitiu aos alunos perceberem todo o processo pelo que o vinho

passa até ao produto final.

No seguimento desta visita, fomos até à barragem de Bagaúste. A paragem

neste ponto, revelou-se bastante positiva devido ao interesse que os alunos

manifestaram. Neste local foi possível os alunos visualizarem ao vivo a abertura da

barragem para a passagem de um barco, o que se revelou interessante pois

conseguiram relacionar conteúdos que já tinham aprendido no ano letivo anterior.

Também foi possível observar que os alunos não tiveram grande dificuldade em

responder às perguntas do guião relacionadas com esta paragem.

Por fim, aconteceu a última paragem ocorreu na Quinta de Santa Eufêmia.

Nesta altura do dia, depois de os alunos acordarem cedo, caminharem durante o dia,

com as mudanças de estado de tempo, observamos que estavam cansados não só

fisicamente como também a nível psicológico. A prova disso foi que vários alunos

vieram ter comigo, explicando que não iam responder à última parte do guião porque

já não tinham condições para estarem concentrados.

O cansaço é um ponto interessante desta atividade, pois permite refletir sobre

qual o tempo que se adequa para uma saída de campo. Será que é mais proveitoso

fazer uma saída de campo só para parte da manhã? Será que fará mais sentido fazer da

parte da tarde? Quanto tempo seria ideal para uma saída de campo? São tudo

perguntas que permitem uma reflexão sobre qual a melhor forma de se implementar

este tipo de atividades.

Esta visita apesar de ser interessante, muitos dos alunos não estavam com

muita atenção. Também é importante referir que a responsável da quinta não se

colocou no melhor lugar para ser ouvida pelos 40 alunos participantes. Como muitos

não conseguiam ouvir as explicações, começaram a dispersar e a distrair os restantes

colegas. No interior da quinta, foram explicadas e verificadas quais as diferenças que

existem entre uma quinta familiar e uma mais industrial. Os alunos também puderam

identificar que as técnicas de produção eram distintas da quinta anterior, assim como,

os países para onde era exportado o vinho. Para os alunos foi interessante poderem

observar os socalcos existentes e saber qual a sua importância naquela região. A visita

terminou com um lanche oferecido aos alunos e professores pela responsável da

quinta.

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36

No final desta visita regressamos à escola, onde chegamos por volta das 19

horas, ou seja, foi um dia completo numa saída de campo. Como os alunos saíram da

escola por volta das 8 horas da manhã e só chegaram às 19 horas da tarde, pude

concluir que talvez o número de horas tenha sido demasiado. De facto, à chegada da

escola muitos dos alunos comentaram que estavam muito cansados e que só queriam

ir para casa descansar.

Na nossa opinião, todos estes comportamentos dos alunos são de enorme

importância, e que podem ser importantes para no futuro se definir concretamente

sobre qual o tempo ideal para a realização deste tipo de atividades para adolescentes.

3. Instrumentos de recolha de dados

Para obtermos informação pertinente e adequada para responder aos objetivos

traçados para este estudo, procedemos à construção de um conjunto de instrumentos

de recolha de dados de que se seriam capazes de fornecer e produzir informação

essencial para se analisar a evolução dos alunos. Os instrumentos de recolha de dados

foram elaborados em função das três fases que constituem este estudo: a preparação, a

realização e por fim a avaliação.

No presente estudo, serão considerados como instrumentos de recolha de

dados, o questionário inicial (Anexo 5), o guião da saída de campo (Anexo 4) e o

questionário final (Anexo 6). Destes três documentos, o guião da saída de campo foi

considerado como um instrumento de avaliação do processo de ensino-aprendizagem

dos alunos, tendo sido considerado na avaliação na disciplina de Geografia. Para além

dos instrumentos de recolha de dados já mencionados, utilizamos o

comentário/opinião dos alunos (Anexo 12) em relação à saída de campo para fazer

uma melhor análise da mesma. Em cada uma das fases que constituem este estudo,

serão apresentados os instrumentos construídos para a recolha de dados.

3.1 O Questionário Inicial

Um dos grandes objetivos deste trabalho era verificar se os alunos tinham uma

evolução nos seus conhecimentos em História e Geografia, com a participação numa

saída de campo. Sendo assim, consideramos interessante verificar quais os

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conhecimentos que os alunos tinham sobre a história da região, assim como, sobre

algumas temáticas já abordadas nas aulas de Geografia, que seriam abordadas nesta

saída. Após esta reflexão, elaboramos o questionário inicial (Anexo 5) no qual os

alunos teriam de responder a 10 perguntas sobre conteúdos temáticos.

Para além das perguntas relacionadas com conteúdos temáticos sobre História

e Geografia, eram questionados sobre se já tinham visitado a cidade de Peso da Régua

e também sobre as sensações que uma foto tirada na visita anterior feita por mim lhes

transmitia.

O nosso principal objetivo com este questionário inicial era verificar quais os

conhecimentos que os alunos tinham nas duas áreas, procurando saber quais os pontos

em que tinham mais dificuldade ou não sabiam responder. No global, pretendíamos

verificar se depois da saída de campo efetuada, havia algum tipo de evolução nos

conhecimentos dos alunos. Este questionário foi entregue na semana anterior à

realização da atividade.

3.2 O guião da saída de campo

O guião (Anexo 4) foi elaborado com o objetivo de ser um guião prático e de

resposta fácil para os alunos. Na nossa opinião a presença de um guião ou de um

roteiro numa saída de campo é essencial, pois irá fazer com que os alunos apliquem

os seus conhecimentos. O principal problema que existe nas “visitas de estudo” é o

facto de os alunos irem apenas dar um “passeio” e voltar poucas horas depois. Na área

disciplinar de Geografia é essencial existir um guião numa saída de campo, pois em

Geografia os alunos estão em contacto com o meio envolvente e através da

observação que fazem, aplicam os seus conhecimentos. Um dos objetivos principais

deste trabalho, é essencialmente também demonstrar que História e Geografia não se

aprendem somente através da leitura de livros, visualização de imagens, mas que é

fundamental a observação e o trabalho de campo.

Na área disciplinar de História ao longo de todo o meu percurso escolar, não

efetuei nenhuma saída de campo, sendo que as minhas aulas eram feitas através da

análise do manual escolar. Uma vez que tive aulas muito direcionadas para a parte

teórica e pouco para a parte prática, acho fundamental aprender História pelo espaço,

pois irá permitir aos alunos conhecer melhor os factos da história nacional. Através

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desta saída a Peso da Régua, os alunos poderiam conhecer a evolução desta cidade,

assim como, de toda a região envolvente, percebendo de forma mais realista o porquê

de esta região ser tão importante para o país.

De uma forma resumida, procuramos, de seguida, explicar os objetivos de

cada uma das tarefas que constavam no guião.

Com a primeira paragem no Museu do Douro, pretendia-se que os alunos

estivessem em contacto com a história da região do Douro, percorrendo a evolução

desta região desde a pré-história até à atualidade. Ao elaborar o guião, pretendíamos

que em cada espaço temporal os alunos tivessem tarefas para realizar, para assim

verificarem como a região evoluiu ao longo dos séculos. Para a realização destas

tarefas, os alunos teriam de estar atentos à guia do Museu, assim como aos painéis lá

disponíveis, onde se encontravam algumas das respostas às tarefas pedidas. Com a

procura que os alunos teriam de fazer nos painéis para responder às atividades

pedidas, pretendíamos que os alunos exercitassem a pesquisa de informação, e

também desenvolver nos alunos os hábitos de consulta desses painéis que existem na

generalidade dos museus.

Durante a hora do almoço, momento para os alunos descomprimirem e

relaxarem, tínhamos idealizado fazer um almoço junto ao rio para que os alunos

observassem a grande riqueza paisagística. Porém, não foi possível realizar o almoço

neste local devido ao mau tempo que se fez sentir na parte da manhã, como já referi

anteriormente.

Na segunda paragem, apesar de os alunos não estarem na ponte pedonal que

seria a ideia inicial, realizaram na mesma a tarefa num local perto da Quinta de

Tourais, onde puderam observar a paisagem para assim aplicarem conhecimentos que

tinham aprendido sobre o tipo de povoamento, assim como, características da

paisagem agrária. Como primeira tarefa nesta paragem, foi pedido também aos alunos

que indicassem três dos afluentes do rio Douro.

Na terceira paragem, pretendíamos que os alunos estivessem em contacto com

uma quinta familiar. Nesta quinta era importante que os alunos estivessem atentos a

todo o processo da elaboração do vinho, assim como, conhecer quais os principais

países importadores do seu vinho. Para além disso, teriam de estar atentos ao tipo de

turismo que era praticado nesta quinta, à tecnologia utilizada, ao número de mão-de-

obra utilizada e a outras características pedidas na tarefa 36.

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Na quarta paragem, com a ida à barragem de Bagaúste pretendíamos que os

alunos observassem uma barragem, assim como, rever um pouco os conteúdos

aprendidos no ano letivo anterior sobre os recursos hídricos e o transporte fluvial.

Como já referi anteriormente, a observação que os alunos fazem nas saídas de campo

é fundamental e importante, e isso ficou bem claro quando tivemos a oportunidade e a

sorte de ver a abertura da eclusa da barragem que era algo que os alunos dentro de

uma sala de aula não o poderiam visualizar.

Na quinta e última paragem, pretendíamos que os alunos tivessem em contacto

com uma quinta industrial, para verificarem as diferenças que existe entre uma quinta

familiar e uma industrial. Posto isto, os alunos teriam que realizar tarefas que estavam

diretamente relacionadas com os conteúdos que estudaram sobre o tema da agricultura

durante o presente ano letivo. Para além disso, poderiam integrar também

conhecimentos sobre o turismo rural estudado este mesmo ano. Por fim, pretendíamos

verificar se as sensações que a paisagem transmitia eram as mesmas das que tinham

indicado no questionário inicial. Para isso, fomos ao local exato onde a foto tinha sido

tirada para ser colocada no questionário inicial. Mais à frente, iremos verificar quais

as diferenças de sensações que os alunos indicaram antes e durante a saída de campo.

Também foi pedido aos alunos para indicarem quais os conteúdos temáticos de

Geografia que efetuaram com esta aula de campo. Com esta questão, procurávamos

saber se os alunos associaram os conhecimentos adquiridos durante a saída de campo,

com as aprendizagens que tinham efetuado em Geografia.

Toda a construção deste guião foi pensada no ponto de vista científico,

pedagógico e didático e adaptado ao nível etário e cognitivo dos alunos envolvidos.

Dessa forma, procuramos construir este guião com formulações pedagogicamente

adequadas e corretas para os alunos em questão.

3.3 Balanço da saída de campo

Um instrumento que consideramos também importante na recolha de dados foi

o comentário que os alunos efetuaram sobre a atividade por escrito (Anexo 12). Este

comentário estava integrado no questionário final, que foi entregue aos alunos duas

semanas depois da realização da saída de campo. Neste questionário, pedimos aos

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alunos que indicassem dois aspetos positivos e negativos que esta saída teve na

opinião deles.

Com isto pretendíamos que os alunos tivessem a oportunidade de realizarem a

sua avaliação da atividade, refletindo de uma forma ponderada depois de duas

semanas. Na nossa opinião, os comentários dos alunos são fundamentais para

sabermos a perspetiva que os alunos possuem sobre esta atividade, assim como,

permitir aos professores melhorarem os aspetos mais negativos que tiveram durante a

mesma.

3.4 O Questionário Final

No dia 26 de abril de 2016, os alunos realizaram o último questionário (Anexo

6), que eram as mesmas perguntas do questionário inicial, excetuando as questões 1 e

12 e acrescentamos a pergunta 13 para saber a opinião dos alunos sobre a saída de

campo.

O objetivo deste instrumento era comparar as respostas dos alunos com as que

haviam dado no questionário inicial, com o principal objetivo de verificar se houve

evolução nos conhecimentos dos alunos. Assim, pretendíamos verificar se a

realização desta atividade tinha tido um impacto positivo, através da análise das

respostas que os alunos tinham dado.

4. Tratamento da informação recolhida

Uma vez apresentados os instrumentos que utilizamos para a recolha de dados,

temos que clarificar quais os procedimentos de análise dos dados que decidimos

adotar para esta investigação. Foram utilizados métodos diferentes para a análise dos

instrumentos da recolha de dados.

4.1 A Análise Quantitativa

4.1.1 O guião da saída de campo

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O guião foi alvo, numa primeira fase de uma avaliação quantitativa, tendo sido

como já referi anteriormente, um elemento de avaliação dos alunos na disciplina de

Geografia A no 3º período. Este guião, como já foi referido, contemplava tarefas que

os alunos teriam que realizar e solucionar ao longo do dia.

Após a realização da saída de campo, foram atribuídas às tarefas cotações, que

podem ser verificadas nos critérios de correção do guião da visita de estudo, conforme

o anexo 7.

A atribuição das cotações foi feita de uma forma homogénea, porque

consideramos que não existem tarefas particularmente valorizadas, estando os valores

igualmente distribuídos pelos itens de resposta. Foram efetuados dois critérios de

avaliação para o guião, um para História e outro para Geografia. Esta situação deve-se

ao facto, de só a parte de Geografia servir como elemento de avaliação para os alunos.

O critério de avaliação de História foi independente e não contou como elemento de

avaliação dos alunos, somente para a recolha de dados para a investigação.

De seguida, tivemos que efetuar as correções de acordo com os critérios que

anteriormente foram estabelecidos, atribuindo a classificação que cada aluno obteve.

Sendo assim, optamos por fazer 100 pontos para cada disciplina e a respetiva

classificação. A escala da classificação foi a seguinte:

Insuficiente: 0 a 4.9 valores

Suficiente: 5 a 6.9 valores

Bom: 7 a 8.9 valores

Muito Bom: 9 a 10 valores

Foram avaliados quarenta guiões, uma vez que oito alunos faltaram à

atividade pelas razões já referidas anteriormente. De referir que no final da saída de

campo todos os alunos entregaram o seu guião. Com esta avaliação, conseguimos

verificar quais as tarefas que os alunos revelaram maior ou menor dificuldade.

4.2 A Análise Qualitativa

4.2.1 O Questionário Inicial e o Questionário Final

Como já foi referido anteriormente, estes dois instrumentos foram construídos

com o objetivo de fazer uma comparação do que seria antes da saída de campo (QI) e

o depois da saída de campo (QF), para verificarmos se houve algum tipo de evolução

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dos conhecimentos dos alunos. Para tal, foi feita uma análise qualitativa com o

objetivo de perceber quais os pontos fracos que os alunos tinham antes da atividade, e

verificar se após a saída houve alguma evolução.

Assim, foi feita uma primeira análise do questionário inicial onde se verificou

a percentagem de sucesso de cada aluno por tarefa. As que tiveram menor

percentagem de sucesso, foram alvo de uma análise mais cuidada para verificar a

evolução depois da saída de campo. Duas semanas após a realização da atividade, foi

entregue aos alunos o questionário final com uma estrutura idêntica à primeira. Neste

questionário final foi feita uma análise cuidada sobre a percentagem de sucesso dos

alunos em cada tarefa.

Para não revelar a identidade dos indivíduos que participaram neste estudo de

caso, procedemos, à atribuição de um número a cada aluno e à codificação dos

diversos instrumentos de recolha de dados. Sendo assim, optamos por atribuir um

código a cada instrumento, completando com a turma e o número do aluno que o

preencheu. Por exemplo, QI 2-A corresponde ao questionário inicial respondido pelo

aluno número 2 da turma A.

Para proceder a uma melhor análise dos dados relativos aos inquéritos,

optamos por analisar os dados através das percentagens de sucesso a cada questão

respondida pelos alunos.

4.2.2 O guião da saída de campo

No guião para além de uma análise de cariz quantitativo, achamos que seria

interessante proceder também a uma análise do conteúdo de um desafio presente no

guião. Com efeito, interessou-nos, essencialmente, perceber quais as sensações que os

alunos destacavam quando observavam a paisagem que já tinham visualizado numa

imagem no questionário inicial. O principal objetivo, era verificar se existiam

alterações nas sensações referidas pelos alunos antes e durante a observação da

paisagem.

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4.2.3 Balanço dos alunos

Os dados recolhidos através deste instrumento foram alvo de uma avaliação

qualitativa, recorrendo à análise de conteúdos das opiniões emitidas pelos alunos

acerca da saída de campo em que participaram. Na nossa opinião, este é um

instrumento fundamental para verificarmos se esta atividade teve ou não, um efeito

positivo nos alunos.

Para verificarmos a opinião dos alunos, pedimos no questionário final que

estes indicassem dois aspetos positivos e negativos da atividade que participaram.

Para uma melhor leitura dos comentários dos alunos, procedemos à elaboração de

categorias para que assim permitissem acolher “unidades de registo com carga

avaliativa, no sentido de vir a estabelecer a direção e a intensidade das atitudes do (s)

sujeitos (s) em relação a determinados objetivos” (Esteves, 2006, p. 111).

Depois de analisar o conteúdo dos comentários dos alunos, definimos duas

categorias de análise. Uma que contempla os aspetos que os alunos gostaram mais na

atividade e outra que está relacionado com os aspetos que menos lhes agradaram.

Após a definição das categorias, foram elaboradas os indicadores que

permitem compreender melhor o sentido da própria categoria, de acordo com a

opinião dos alunos inquiridos (idem, p. 116).

Para cada uma das categoria foram definidos 6 indicadores para uma melhor e

mais fácil leitura dos dados. Para uma melhor compreensão das categorias e dos

indicadores estabelecidos, elaboramos o seguinte quadro.

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Quadro nº2: Categorias e indicadores criados a partir da opinião dos alunos sobre a

saída de campo.

As etapas finais de análise do conteúdo que realizamos são concretizadas nos

capítulos III e IV, contemplando a apresentação e a interpretação dos resultados.

Categorias Indicadores

Aspetos que os alunos

gostaram na saída de

campo

Contacto com a realidade

Caráter lúdico

Beleza da paisagem

Conhecimentos adquiridos

Locais visitados

Custo da viagem

Aspetos que os alunos

não gostaram na saída de

campo

Estado do tempo

Cansaço

Almoço

Falta de cumprimento de

horários/organização

Guião da visita de estudo

Locais visitados

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Capítulo III – Apresentação dos resultados

Após a conclusão sobre os pressupostos metodológicos adotados no presente

estudo, segue-se a apresentação dos resultados desta investigação, que será feita tendo

em conta cada um dos instrumentos utilizados.

1. Questionário Inicial

Como já foi referido anteriormente, com este questionário inicial pretendíamos

verificar os conhecimentos prévios que os alunos tinham sobre a história da região

envolvente, assim como sobre alguns temas de Geografia que seriam abordados ao

longo desta saída de campo. Para uma melhor e mais fácil análise dos resultados,

calculamos para cada questão a taxa de sucesso obtida pelos alunos.

Para melhor facilidade de leitura dos inquéritos foi elaborada uma grelha

(Anexo 9) com os resultados obtidos pelos alunos no questionário inicial, para assim

verificarmos quais as questões em que os alunos tinham mais dificuldades de

resposta. Porém, antes de analisarmos os resultados deste questionário, achamos

interessante referir alguns aspetos que achamos que são relevantes.

Este questionário foi respondido na semana anterior à realização desta

atividade por 36 alunos. Na sua entrega, foi explicado aos alunos que não contaria

para a nota, pelo que não interessava que algumas respostas fossem copiadas. Foi

esclarecido que caso não soubessem responder a alguma questão para deixar em

branco, pois seria muito mais interessante e fiável para o estudo em questão.

Ao analisarmos os resultados deste inquérito, desde logo temos uma pergunta

que acaba por revelar resultados interessantes. Na primeira pergunta deste

questionário, os alunos foram confrontados com a seguinte questão: Já alguma vez

visitaste Peso da Régua? Os resultados acabaram por ser bastante interessantes,

conforme podemos verificar no seguinte quadro:

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46

Tabela nº3: Resultados à questão 1 do QI

Dos 36 alunos inquiridos, 78% (28 alunos) nunca tinham visitado o Peso da

Régua, sendo que apenas 22% (8 alunos) o tinham feito. Esta pergunta acaba por

revelar dados interessantes, pois dá uma ideia geral do pouco conhecimento que

atualmente os jovens portugueses possuem do seu território. Este desconhecimento

está patente na pergunta relacionada com a localização do cidade de Peso da Régua,

onde os alunos como iremos verificar têm dificuldades em localizar corretamente.

O resultado desta pergunta acaba por ser interessante, uma vez que iriamos

implementar uma saída de campo num local que para a maioria dos alunos era

totalmente desconhecida. Por esta mesma razão, as saídas de campo acabam por ter

uma papel muito importante, não só na aprendizagem, como também, na

possibilidade que dá aos alunos de estarem em contacto com realidades desconhecidas

para eles. Assim sendo, esta foi uma atividade que ainda deu mais prazer em planear,

pois muitos dos alunos iriam estar nesta cidade pela primeira vez.

Para além deste primeiro resultado, houve uma análise cuidada dos resultados

obtidos pelos alunos nas outras questões. Os critérios de correção dos inquéritos

foram estabelecidos com os meus Orientadores, sendo assim, por cada resposta

correta seria atribuído 2 pontos, 1 ponto para as repostas incompletas e 0 ou N/R para

as respostas erradas ou que não foram respondidas respetivamente. A atribuição

destes pontos foi com o objetivo de simplificar a sua correção e também a análise dos

resultados.

Para uma melhor análise dos resultados, decidimos apresentar os mesmos na

seguinte tabela.

Tabela nº4: Percentagem de sucesso obtida pelos alunos nas questões

respondidas

Sim Não

22% 78%

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Para calcular a percentagem de sucesso para cada questão, foi tido em conta o

número total de alunos que tinham obtido o número total de pontos (2) para cada

pergunta. Ao analisarmos de uma forma geral, podemos concluir que das 11 questões

efetuadas aos alunos, apenas 4 questões tiveram uma percentagem de sucesso de 50%

ou mais. Na questão número 2 onde era pedido para os alunos identificarem a NUT I,

II e III, apenas 16 alunos conseguiram identificar com sucesso. Um dos fatores que

pode ter contribuído para este resultado, poderá estar expresso no facto de a maior

parte dos alunos nunca ter estado nesta cidade. Ao consultar a grelha do QI, podemos

verificar que todos os outros alunos tinham a resposta incompleta, grande

percentagem deles conseguiu identificar a NUT I e II, porém, não sabiam identificar a

NUT III a que o concelho pertencia.

Entre as perguntas 3 e 5.1 acabam por não serem satisfatórias, excetuando a

pergunta 5, onde 80% dos alunos conseguiram responder corretamente. Ao

analisarmos as percentagens, verificamos que são percentagens muito baixas, o que

revela desconhecimento por parte dos alunos relativamente à história da região. A

questão 3 na qual os alunos eram questionados sobre o ano em que a paisagem do

Alto Douro Vinhateiro tinha sido inscrita na lista do património mundial da

UNESCO, apenas 2 alunos responderam de forma correta. A questão número 4 que

estava diretamente relacionada com a ordem religiosa que se fixou no norte de

Portugal com a Reconquista Cristã, nenhum aluno respondeu de forma correta,

havendo uma grande percentagem de alunos que não responderam. Apesar destas

perguntas, a grande maioria dos alunos acaba por conseguir identificar o contrato que

Portugal assinou com a Grã-Bretanha em 1703, porém, poucos são aqueles que sabem

da sua importância.

As seguintes questões estão relacionadas com a área de Geografia. Nesta área

já podemos verificar que os resultados melhoram um pouco, apesar de metade das

questões não obterem resultados positivos. As questões 6, 7 e 10 possuem resultados

Questão 2 3 4 5 5.1 6 7 8 9 10 11

%

sucesso

da tarefa

44,4 5,5 0 80,5 36,1 36,1 27,7 52,7 72,2 33,3 58,3

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negativos e estão relacionadas com a importância da construção de socalcos em

algumas regiões do país, os fatores naturais que condicionam a agricultura e duas

características gerais do clima Norte Transmontano respetivamente. Na questão 7

apesar do resultado ser negativo, os alunos indicam dois fatores naturais corretos que

condicionam a agricultura, porém, são três fatores naturais que condicionam a

agricultura. Uma vez que grande parte dos alunos indicavam somente dois, colocamos

como incompleta e portanto a cada aluno apenas foi atribuído 1 ponto.

Nas restantes questões (8, 9 e 11) em que os alunos tiveram um

aproveitamento satisfatório, estas estão relacionadas com as duas principais culturas

permanentes da região do Douro, a distinção entre minifúndio e latifúndio e algumas

vantagens que os alunos teriam que enunciar sobre a construção de barragens. Estas

foram as perguntas em que os alunos tiveram um aproveitamento satisfatório.

Com estes resultados, o nosso principal objetivo era verificar se com a saída

de campo os alunos teriam um melhor aproveitamento. Sendo assim, assumimos

como objetivo a melhoria de todos os resultados presentes no questionário inicial,

pois assim, iriamos verificar se haveria uma evolução nos alunos. Como iremos

verificar um pouco mais à frente, grande parte do objetivo foi cumprido.

Para além destes resultados já mencionados, foram ainda avaliadas as

sensações que uma fotografia transmitia aos alunos. Como já referi anteriormente, o

objetivo passava por verificar se as sensações que a imagem transmitia seriam iguais

antes e durante a saída. Em seguida, apresentamos os resultados referentes às

sensações obtidas pelos alunos.

1.1 Sensações descritas pelos alunos antes da saída de campo

Como última questão deste questionário inicial, foi pedido aos alunos que

descrevessem as sensações que tinham enquanto observavam uma fotografia

produzida na Quinta de Santa Eufêmia durante a viagem preparatória da saída de

campo. Os resultados estão expressos na seguinte tabela:

Tabela nº5: Sensações obtidas pelos alunos através de uma fotografia no

Questionário Inicial

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Sensações Número de Referências %

Tranquilidade 25 30.5%

Paz 10 12.2%

Calma 9 11%

Serenidade 8 9.8%

Isolamento 5 6.1%

Liberdade 4 4.9%

Conforto 2 2.4%

Pureza 2 2.4%

Vazio 2 2.4%

Silêncio 2 2.4%

Energia espiritual 1 1.2%

Distância 1 1.2%

Bem estar 1 1.2%

Alegria 1 1.2%

Monotonia 1 1.2%

Descontração 1 1.2%

Admiração 1 1.2%

Harmonia 1 1.2%

Introspeção 1 1.2%

Cheiro a vinho tinto 1 1.2%

Relaxamento 1 1.2%

Calor 1 1.2%

Ar puro 1 1.2%

Ao analisarmos os resultados referentes a esta questão, podemos verificar que

houve 82 referências divididas por 23 sensações. Foi pedido aos alunos para eles

expressarem as sensações que a fotografia lhes transmitia, não impondo um número

mínimo de sensações, sendo assim, vários alunos referenciaram duas ou três

sensações. Podemos verificar que as sensações mais apontadas foram a Tranquilidade

(30.5%), Paz (12.2%), Calma (11%) e Serenidade (9.8%). Muitos dos alunos

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acabariam por comentar no final do questionário que eram as sensações contrastantes

das que viviam na cidade.

Com apenas uma referência foram várias as sensações identificadas (13),

havendo sensações muito distintas das outras. Após verificar estes resultados, era

importante verificar quais as sensações que esta paisagem transmitia aos alunos

quando estivessem em contacto direto com ela. Este foi claramente o principal ponto

de interesse nesta questão.

2. Guião da saída de campo

Com o principal objetivo de integrar, simultaneamente, conteúdos históricos e

geográficos que os alunos pudessem mobilizar a partir da observação dos espaços da

cidade, o guião foi submetido, numa fase inicial, a uma avaliação de cariz

quantitativo.

Como já foi referido anteriormente, foi dada uma cotação de 10 valores a cada

área disciplinar, sendo que só a parte de Geografia contaria para a atribuição de

classificação no final do período.

Assim, a análise dos resultados será feita em duas partes, uma primeira

direcionada a História e logo depois a Geografia. Ao analisar a grelha (Anexo 11)

relativamente aos resultados relacionados com a visita ao Museu do Douro, foi

possível estabelecer de um modo genérico para os 40 alunos, dois perfis de

desempenho:

- treze alunos com desempenho bom, cujas classificações variam entre os 7 e

os 8.9 valores;

- vinte e sete alunos com um desempenho de nível muito bom, cujas

classificações variam entre os 9 e os 10 valores.

Figura nº1: Classificações obtidas pelos alunos no guião da saída de campo –

História

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51

De uma maneira geral, é possível concluir que os desempenhos foram muito

positivos, dado que os resultados variam entre os 7,7 e os 10 valores. Verificou-se

uma preocupação da grande maioria dos alunos em concretizar as tarefas pedidas no

Museu do Douro.

Como já foi referido anteriormente, um dos principais objetivos era os alunos

verificarem como a região evoluiu ao longo dos séculos. Para além dos alunos

estarem atentos ao guia da visita, este guião contemplava a principal tarefa de os

alunos exercitarem a pesquisa de informação, para assim desenvolver nos alunos os

hábitos de consulta dos painéis existentes neste museu. Estes objetivos acabam por ser

inteiramente conseguidos e cumpridos. Mas, convém referir que da parte da manhã os

alunos estavam ainda bastante concentrados, e essa pode também ter sido uma razão

fundamental. O facto de os resultados serem bastante positivos, acabaria por se fazer

sentir também mais tarde no Questionário Final.

Os resultados referentes à parte de Geografia, acabam por ser bastante

positivos, porém diferentes em comparação com os resultados de História. Tal como

foi realizado para História, elaboramos um gráfico que nos demonstra os seguintes

resultados:

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52

Figura nº2: Classificações obtidas pelos alunos no guião da saída de campo –

Geografia

Como podemos observar neste gráfico, predomina a classificação de Bom

(7,0-8,9) e a classificação de Muito Bom (9,0-10,0) registando-se 4 resultados

negativos e 1 com a classificação de Suficiente. Ao analisarmos a grelha de

classificação (Anexo 11), podemos verificar que no global, as notas acabaram por

variar entre o 1,9 e os 9,7 que foram a pior e melhor classificação respetivamente. De

referir que estes resultados positivos acabam por ser bastante satisfatórios, porém, não

é demais salientar que é possível que tenha havido algumas cópias por parte de alguns

alunos. O facto de serem 40 alunos, acaba por ser difícil de controlar e algum aluno

menos atento acaba sempre por perguntar ao colega a resposta à pergunta.

Os resultados menos positivos, estão diretamente relacionados pelos alunos

em questão terem deixado de responder ao guião a partir de um determinado

momento do dia, argumentando que estavam cansados fisicamente e que não tinham

capacidade para estarem atentos. De facto, foram vários os alunos que no final do dia

comentaram e revelaram a mim que estavam cansados fisicamente da atividade. Por

isso mesmo, podemos verificar já na última etapa do guião que alguns alunos

Page 62: A pertinência da saída de campo no processo de ... · de conceitos como: visitas de estudo, saídas de campo e trabalho de campo. Procuramos também desenvolver as vantagens e limitações

53

escrevem menos e outros acabam por deixar perguntas em branco. Sem dúvida, que o

fator cansaço acaba por ser determinante neste dia e uma questão a ser considerada

nas saídas de campo.

Relativamente ao desempenho das tarefas, de destacar que os resultados com

menos sucesso estão diretamente relacionados com a observação do espaço. Ao

analisar os guiões, conseguimos identificar a dificuldade de alguns alunos de indicar

três afluentes do Rio Douro. No que diz respeito à observação do espaço, vários

alunos revelaram dificuldade ao identificar o tipo de povoamento dominante e ao

caracterizar morfologicamente a paisagem agrária. Na última etapa onde os alunos

tinham que estabelecer as diferenças entre a Quinta de Tourais e a Quinta de Santa

Eufêmia, apesar de os resultados serem satisfatórios, apenas 13 alunos obtiveram

cotação máxima.

De revelar também o excelente desempenho dos alunos na etapa relacionada

com a Barragem de Bagúste, que foi um dos pontos mais altos da saída. O facto de os

alunos observarem a abertura da barragem, fez com que estes ficassem mais

motivados por verem algo que para muitos era novidade. Nesta etapa excetuando três

alunos, todos obtiveram cotação máxima em todas as questões.

2.1 Sensações descritas pelos alunos durante a saída de campo

Na quinta de Santa Eufêmia foi pedido aos alunos que identificassem as

sensações que a paisagem lhes transmitia. Sendo assim, colocamos os alunos no local

exato onde tinha tirado uma fotografia semanas antes. O principal objetivo, era

comparar as sensações antes e através de uma fotografia dentro de uma sala de aulas,

e durante o trabalho de campo. Os resultados estão expressos na seguinte tabela:

Tabela nº6: Sensações obtidas pelos alunos da paisagem através da

observação em campo.

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54

Sensações Número de referências %

Tranquilidade 29 33,7%

Liberdade 13 15,1%

Paz 10 11,6%

Serenidade 8 9,3%

Calma 6 7,0%

Sossego 4 4,7%

Simplicidade 3 3,5%

Ar puro 3 3,5%

Silêncio 2 2,3%

Isolamento 2 2,3%

Medo 1 1,2%

Beleza 1 1,2%

Admiração 1 1,2%

Solidão 1 1,2%

Despreocupação 1 1,2%

Alegria 1 1,2%

Bem estar 1 1,2%

Trabalho 1 1,2%

Analisando os resultados, apesar de existir um maior número de referências

(86) no guião, estas estão distribuídas por um menor número de sensações. No QI o

número total de sensações referidas foi 23, no campo os alunos só registaram no total

18 sensações. Ao analisar o antes e o durante, podemos verificar que a sensação mais

referida é Tranquilidade, sendo que acaba por ser referida mais vezes no campo. Um

dado curioso está relacionado com a sensação de Liberdade, onde no QI apenas é

referida por 4 ocasiões, mas no campo acaba por ficar em segundo lugar das

sensações mais registadas com 13 referências. A Paz, Serenidade e Calma, são

sensações que também merecem algum destaque. Muito curiosamente, a sensação de

Isolamento que poderia ser uma das mais citadas pelos alunos, apenas foi referenciada

em duas ocasiões.

2.2 Temas que os alunos mais aprofundaram durante a saída de campo

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55

Por último, foi também pedido aos alunos que identificassem quais os

conteúdos programáticos da disciplina de Geografia A que tinham aprofundado com

aquela aula de campo.

Tabela nº7: Temas que os alunos referiram terem sido os que mais aprofundaram na

saída de campo.

A partir destes dados, podemos verificar que numa aula de campo foram

apontados 7 temas que nas opiniões dos alunos acabaram por ser trabalhados direta ou

indiretamente. Os temas contemplam os dois anos de Geografia A no Ensino

Secundário, onde conseguimos atingir um dos nossos objetivos. Para além de

proporcionar aos alunos a oportunidade de contactarem diretamente com o espaço, era

nosso objetivo tentar aplicar o maior número de conhecimentos aprendidos pelos

alunos durante os dois anos. Uma vez mais, fica expressa a importância que uma aula

de campo pode ter para o desenvolvimento intelectual do aluno.

Em conclusão, os resultados do guião foram bastante positivos e superaram a

nossa expectativa, porém, estes resultados acabam por não ser na sua totalidade

fiáveis devido à facilidade que alguns alunos tinham em copiar por colegas. Ainda

assim, não deixam de ser positivos, tendo em conta que para a maioria dos alunos foi

a primeira aula de campo. Alguns alunos acabaram por acusar cansaço no final da

atividade, o que os desleixou em algumas respostas que deram na parte final do guião.

Fica uma vez mais expressa a importância da utilização de um guião numa saída de

campo, porém se pudesse alterar, faria o guião mais pequeno e mais prático.

Temas Número de referências %

Agricultura 32 39%

Recursos hídricos 28 34,1%

Turismo 6 7,3%

População 6 7,3%

Recursos do subsolo 4 4,9%

Recursos energéticos 3 3,7%

Transportes 3 3,7%

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56

3. Opinião dos alunos sobre a saída de campo

Na sequência desta atividade que efetuamos, foi pedido aos alunos na

realização do Questionário Final que expressassem a sua opinião sobre a mesma. Para

isto, foi pedido a cada aluno que indicasse dois aspetos positivos e negativos que

tenham ocorrido nesta aula de campo. A informação e as opiniões dos alunos foram

registadas e tratadas segundo o Quadro 2 já revelado anteriormente. Sendo assim,

dividimos as opiniões dos alunos em duas categorias.

A primeira categoria foi designada como “Aspetos que os alunos gostaram na

saída de campo”, sendo completada com 6 indicadores que visam possibilitar uma

melhor compreensão dos dados.

Assim no indicador “Contacto com a realidade”, em relação à opinião dos

alunos, escolhemos quatro opiniões que retratam esta importância.

“Um dos aspetos positivos foi o contacto com o espaço rural, pois é algo

invulgar dentro da cidade. {...}.” OE 4-A

“{...} outro dos aspetos positivos foi poder aprender coisas vendo ao vivo e

não por um powerpoint. {...}.” OE 12-A

“{...} a possibilidade de visitar uma região que nunca tinha visitado antes foi

bastante importante na aprendizagem de algumas matérias. {...}.“ OE 16-B

“{...} um dos aspetos positivos foi estar em contacto com uma região diferente

daquela que vivemos. {...}.” OE 18-B

Como podemos verificar, o contacto com outra realidade diferente daquela

que os alunos estão acostumados no seu dia a dia acaba por ser um aspeto em que os

alunos apontam como algo positivo.

A beleza da paisagem também foi outro dos fatores que os alunos invocaram

como sendo algo bastante positivo.

“Nesta visita de estudo vi paisagens excelentes que desconhecia. {...}.” OE 9-

B

“{...} a paisagem que tivemos oportunidade de ver na Quinta de Santa

Eufêmia foi bastante bonita. {...}.” OE 11-B

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57

“Como positivo posso destacar a excelente paisagem. {...}.” OE 19-B

Outro indicador que decidimos criar, face às opiniões que os alunos positivas

que os alunos emitiram, relaciona-se com os “Conhecimentos adquiridos” durante a

saída de campo. Sendo assim, selecionamos seis opiniões de alunos que indicaram

este indicador.

“Foi uma visita de estudo bastante produtiva, aprendi coisas novas e relembrei

algumas matérias referentes ao ano anterior {...}.” OE 11-A

“Um dos aspetos positivos foi o facto de termos aprendido e adquirido novos

conhecimentos de uma forma interessante {...}.” OE 19-A

“{...} aprofundamos os nossos conhecimentos relativamente à vinha entre

outras coisas. {...}.” OE 20-A

“{...} foi uma atividade dinâmica e pude aprender coisas novas. {...}.” OE 1-B

“Com esta visita aprendi muito mais e consegui perceber melhor a matéria

sobre a agricultura. {...}.” OE 5-B

“Pude rever conhecimentos que adquiri em anos anteriores {...}.” OE 9-B

Os locais visitados ao longo desta atividade, também foram alvo de

comentários positivos por parte dos alunos.

“{...} Os aspetos positivos foi ter tido a oportunidade de conhecer a barragem

de Bagaúste e o Museu do Douro.” OE 8-A

“As visitas às quintas foram interessantes e consegui aprender com elas {...}.”

OE 18-A

“Os dois grandes aspetos positivos desta visita foram a visita ao Museu do

Douro e à Quinta de Santa Eufêmia. {...}.” OE 7-B

“A ida ao Museu do Douro foi um dos pontos altos desta visita de estudo.

{...}.” OE 17-B

“Com a visita às quintas do Douro, pude ter mais conhecimento sobre as suas

produções e quais os processos que cada um possui.{...}.” OE 22-B

Criamos ainda um indicador que apenas é constituído por uma ocorrência que

faz referência ao custo da viagem, o qual achamos ser um fator importante indicado

por parte do aluno.

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“Foi bastante interessante o facto de termos sempre algo que visitar durante o

dia, e o custo tendo em conta tudo o que visitamos foi muito bom.” OE 10-B

Acabamos por dar importância a opinião deste aluno, pois foi feito um esforço

para que a saída de campo não ultrapassasse os 10 euros, com o objetivo de que todos

os alunos pudessem participar na atividade. Ainda assim, como já referi anteriormente

e devido às dificuldades económicas de alguns alunos, a Prof. Deolinda Dias ajudou

monetariamente alguns alunos.

Para além da categoria relacionada com os aspetos positivos, foi também

pedido aos alunos que indicassem quais os aspetos negativos que no seu ponto de

vista tinham acontecido durante esta saída de campo. Sendo assim, optamos através

da análise das opiniões dos alunos por dividir esta categoria em 6 indicadores. Desde

logo, o indicador que aparece com o mais número de ocorrência está relacionado com

o estado de tempo. Vários foram os alunos que referiram o estado de tempo como

sendo o principal aspeto negativo durante o dia.

“O negativo foi o estado de tempo na parte da manha mas de resto foi tudo

positivo. {...}.” OE 6-B

“{...} Os negativos foi basicamente o estado de tempo.” OE 10-A

“{...} O facto de ter estado mau tempo foi o principal fator negativo desta

visita de estudo{...}.” OE 14-A

“{...} O que realmente prejudicou esta visita de estudo foi o clima chuvoso.”

OE 18-A

“{...} A nível negativo, o tempo foi uma desvantagem nesta visita de estudo

{...}.” OE 20-A

“Um dos aspetos negativos foi que estava quase sempre a chover, o que tornou

a visita menos atrativa {...}.” OE 5-B

“{...} Um dos aspetos negativos foi a mistura climática, de manhã estava

chuva e frio e de tarde esteve sol e calor.” OE 9-B

“{...} Só consigo identificar um fator negativo que foi o estado de tempo da

parte da manhã.” OE 20-B

No geral, a grande maioria dos aspetos negativos apontados pelos alunos sobre

a atividade, está relacionado com o estado de tempo. Para além do estado de tempo,

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59

vários foram os alunos que apontaram o local de almoço como um dos fatores

negativos.

“{...} O não ter sítio para almoçar foi juntamente com o tempo o principal

aspeto negativo”. OE 7-A

“{...} A falta de local para almoçar foi um dos fatores negativos”. OE 14-A

“{...} O facto de só termos tido uma hora para almoçar, só nos deu uma hora

para andar à vontade”. OE 16-A

“{...} Má organização em relação ao sítio para almoçar.” OE 1-B

“{...} Podíamos ter almoçado num sítio melhor (estação de comboios).” OE

21-B

Foram vários os alunos que apontaram o almoço como um dos aspetos

negativos. Esta situação ocorreu devido ao facto de estar a chover e de ter planeado

um local que ficaria perto do rio em que os alunos pudessem observar a paisagem.

Devido ao mau tempo, tivemos que improvisar e o local que escolhemos para os

alunos estarem mais protegidos foi a estação de comboios. Este foi o momento em

que tivemos mais dificuldade durante todo o dia, pois não tínhamos planeado outro

local caso houvesse ocorrência de precipitação.

Houve também a criação de outro indicador relacionado com os locais

visitados, onde três alunos fazem críticas aos locais visitados.

“{...} Um dos aspetos mais negativos foi a visita à Quinta de Torais {...}.” OE

4-A

“{...} O senhor da primeira quinta que fomos não soube interagir muito bem

connosco.” OE 5-B

“{...} Na segunda quinta não se ouvia muito bem as explicações porque a

senhora só falava para uma parte do grupo. {...}.” OE 14-A

“{...} Um dos aspetos negativos foi a muito longa e demorada visita ao Museu

do Douro.” OE 13-A

Para além deste indicador, foi criado um relacionado com o cansaço que já foi

comentado anteriormente e que consideramos que tenha sido um fator para no final do

dia os alunos estarem muito dispersos e irrequietos. Posto isto, selecionamos algumas

opiniões dos alunos sobre este indicador.

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60

“A visita de estudo foi muito interessante e completa mas muito longa e

cansativa.” OE 5-A

“Foi muito interessante e boa para aliviar o stress mas o tempo da viagem foi

muito longo.” OE 24-A

“{...} Achei que a viagem e a duração da visita de estudo foram muito

longas.” OE 19-B

Três alunos também fizeram algumas críticas relativamente à organização ou à

falta de cumprimento de horários. A organização está diretamente relacionada com o

facto de não ter pensado num espaço alternativo para o almoço e a falta de

cumprimento de horários está relacionada com o tempo de espera pelo responsável da

Quinta de Tourais.

“Como negativo destaco não ter local para comer e a falta de cumprimento de

horários. {...}.” OE 8-A

“Para além do tempo que foi negativo assinalo também a organização do

espaço para almoçar.” OE 2-B

“A visita pode ter sido melhor coordenada a nível de horas, apesar disso a

visita foi bastante educativa, bem estruturada e a meu ver foi cativante para os alunos

sendo que não o fazemos todos os dias.” OE 14-B

O guião também foi alvo de comentários por parte dos alunos, apontando

algumas características que estão relacionadas com a sua dimensão. Tal como eu já

referi anteriormente, também os alunos acharam que o guião foi demasiado extenso e

que perderam muito tempo com ele.

“{...} Achei que o questionário era demasiado longo e cansativo.” OE 9-B

“{...} Na minha opinião acho que perdemos demasiado tempo com o guião em

vez de podermos observar mais.” OE 16-B

“{...} Para além do tempo, achei que o questionário era demasiado grande.”

OE 18-B

Os momentos lúdicos e de convívio foram também, momentos em que para os

alunos foram agradáveis, assim como a relação que estabeleceram entre colegas e

professores.

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61

“O convívio com os colegas e com os professores foi muito bom porque

podemos estar mais descontraídos. {...}.” OE 9-A

“{...} gostei muito da ligação que foi criada entre alunos e professores.{...}.”

OE 19-A

“Foi bom porque aprendemos e estivemos em contacto com a natureza e

mantivemos um relacionamento com os professores mais próximo.” OE 11-B

Na nossa opinião, esta possibilidade de estar em contacto com os alunos num

ambiente diferente, que apesar de ser uma aula é mais descontraído, permite não só

aos professores se darem a conhecer, como também os alunos terem uma perspetiva

diferente dos professores.

Houve também a existência de alguns alunos que afirmaram que esta atividade

não teve aspetos negativos e que no global foi significativa.

“Os aspetos positivos foram: o facto de termos aprendido e adquirido novos

conhecimentos de uma forma interessante e a ligação que foi criada entre alunos e

professores. Na minha opinião a visita não teve aspetos negativos.” OE 19-A

“A visita foi bastante interessante. Na minha opinião esta visita não teve

aspetos negativos.” OE 21-A

“{...}como negativos só consigo apontar mesmo o clima, toda a visita de

estudo foi bastante positiva.” OE 4-B

No final desta apresentação de resultados, convém referir a grande diferença

de ocorrências encontradas nas opiniões/comentários dos alunos. Não foi efetuado

qualquer cálculo quantitativo entre a primeira categoria relativa aos aspetos positivos

apontados pelos alunos e a segunda categoria que está relacionada com os aspetos

negativos. Nesta análise não era interessante verificar de forma estatística quais os

pontos mais fortes ou mais fracos da saída de campo, mas demostrar a diversidade de

opiniões que existiam nos alunos sobre a mesma.

Estas opiniões são fundamentais para percebermos o impacto que esta

atividade teve nos alunos, mas também será tida em conta nas conclusões do presente

estudo.

É nossa interpretação que os resultados são fundamentais para a nossa

conceção de ensino. O facto de ter sido o primeiro ano em que fui professor e também

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62

ter sido a primeira saída de campo que organizei, é essencial saber quais os pontos

positivos e negativos que esta atividade teve para os alunos. Todos os aspetos

apontados pelos alunos foram tidos em conta na minha leitura, pois todas elas são

fundamentais para a minha evolução enquanto professor. Apesar de não ter havido

grande muitos aspetos negativos apontados pelos alunos, serão importantes para no

futuro não cometer os mesmos erros.

4. Questionário final

Aproximadamente duas semanas após a saída de campo, foi entregue aos

alunos o QF com o principal objetivo de verificar qual o impacto que a realização

desta atividade teve nos alunos. No que se refere ao nível dos conteúdos, o QF era

igual ao QI, excetuando as questões 1, 12 e 13. Este questionário é o nosso principal

instrumento de recolha de dados, pois permite verificar se com esta aula de campo

houve, ou não, uma evolução por parte dos alunos. Ao acontecer essa evolução, ela

iria estar refletida na melhoria substancial dos resultados referente ao QI

A aplicação deste questionário duas semanas após a saída, foi com o objetivo

de verificar se os alunos realmente tinham retido algumas aprendizagens adquiridas

durante a mesma. Sendo assim, optamos por dar um espaço de tempo que permitisse

aos alunos refletirem mais calmamente sobre a saída de campo.

Este QF foi respondido por 38 alunos e tal como no QI, foi elaborada uma

grelha (Anexo 10) onde constam os resultados discriminados de cada aluno para

facilitar a sua leitura. Tal como aconteceu na entrega do QI, foi referido novamente

aos alunos que este questionário não contaria para a nota, pelo que não interessava

que algumas respostas fossem copiadas. Foi esclarecido também que caso não

soubessem responder a alguma questão para deixar em branco, pois seria muito mais

interessante e fiável para o estudo em questão.

Tal como referi anteriormente, este questionário era exatamente igual ao QI,

exceptuando as questões 1, 12 e 13. Na primeira questão, os alunos foram

confrontados com o seguinte: Alguma vez tinhas efetuado aula de campo? O

resultado acaba por ser bastante interessante e permite retirar algumas reflexões. A

seguinte tabela demonstra o resultado desta questão.

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63

Tabela nº8: Resultados à questão 1 do QF

Dos 38 alunos inquiridos, 63

% (24 alunos) nunca tinha efetuado

uma aula de campo, sendo apenas 37% (14 alunos) o tinham realizado. Este resultado

acaba por nos dar dados interessantes, pois reflete um pouco o que se passa em todas

as escolas. Se analisarmos que estes alunos possuem as disciplinas de História e

Geografia separadamente desde o 7º ano, e cerca de 63% nunca tinha efetuada uma

aula de campo, dá para elaborar algumas questões interessantes.

Desde logo, podemos elaborar a seguinte questão:

Que tipo de ensino se pratica em História e Geografia nas escolas

portuguesas?

Esta pergunta acaba por ser pertinente e de grande reflexão, pois na nossa

opinião o tipo de ensino que se pratica acaba por se refletir nestes resultado.

Analisando a minha experiência particular enquanto aluno, e tendo frequentado a

disciplina de História desde o 7º ano até ao 12º e a de Geografia desde o 7º até ao 11º,

durante estes seis anos somente fiz uma aula de campo em Geografia no 11º.

Resumidamente, durante os seis anos em que frequentei a disciplina de História,

nunca efetuei qualquer aula de campo, sendo que em Geografia onde o trabalho de

campo é considerado fundamental, apenas realizei uma aula em cinco anos.

Se na disciplina de História se compreende que haja pouco trabalho de campo

porque foi sempre associada à teoria, em que os programas são muito extensos e as

aulas muito expositivas, no que diz respeito à Geografia acaba por ser mais difícil a

sua explicação. Se Geografia deveria ser associada à prática, através da observação e

análise do espaço, é cada vez mais associada pelos alunos a uma disciplina teórica.

Com este estudo, pretendemos demostrar como a prática acaba por ser fundamental

não só em Geografia, como também na disciplina de História.

Sim Não

37% 63%

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64

Após esta pequena reflexão, é importante também referir quais os principais

motivos para que atualmente o ensino de História e Geografia seja efetuado desta

maneira. Será culpa dos professores, das escolas, dos programas, nas poucas horas

letivas das disciplinas?

Com a minha experiência no ensino durante este ano, posso afirmar que acaba

por ser um pouco todos estes fatores. No que respeita aos professores, o facto de cada

vez mais verificarmos que os corpos docentes das escolas estão cada vez mais

envelhecidos, pode ser um fator. Para além deste facto, tal como referimos

anteriormente, o professor é cada vez mais confrontado com um maior número de

exigências, o que acaba por provocar uma menor disponibilidade para planificar este

tipo de atividades. No que se refere às escolas, podemos verificar que muitas delas

não têm tanta disponibilidade ou interesse em participar e ajudar nestas atividades.

Por fim, temos a extensão dos programas em História e Geografia quer no Ensino

Básico e Secundário que são alvo de muitas críticas dos professores. O facto de serem

programas muito alargados, e o número de horas letivas das disciplinas serem

reduzidas, acaba por ser difícil para um professor conciliar a teoria com a prática.

Estas são algumas reflexões que no nosso entender são necessárias serem

discutidas com o objetivo de melhorar e diversificar o ensino de História e Geografia.

No que diz respeito à análise do QF, elaboramos uma tabela que nos permite

verificar a evolução que os alunos tiveram nas diferentes questões presentes no

questionário.

Tabela nº9: Percentagem de sucesso obtida pelos alunos nas questões

respondidas no QI E QF

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65

Os critérios de correção utilizados foram iguais aos do QI, ou seja, 2 pontos

para as respostas corretas, 1 ponto para as repostas incompletas, 0 pontos para as

respostas erradas e N/R para as não respondidas.

Numa análise geral, podemos verificar que os resultados são bastante

satisfatórios e que corresponderam positivamente às nossas expectativas. Se no QI

apenas quatro questões superaram os 50% de sucesso, no QF apenas duas questões

não superaram esse objetivo. Podemos verificar uma evolução bastante positiva em

todas as questões, excetuando a questão número 7, na qual os alunos obtiveram

resultados piores do que no primeiro questionário.

Analisando um pouco a evolução dos acontecimentos, podemos desde logo

verificar a evolução no que diz respeito ao saber localizar corretamente a cidade de

Peso da Régua. Se no QI foi relacionado o facto de grande parte dos alunos nunca

terem estado no concelho para justificar o resultado negativo, no QF podemos

concluir que o facto de os alunos terem conhecido este concelho, permitiu que

soubessem mais tarde o localizar corretamente. Podemos então concluir que no que

diz respeito à localização houve uma evolução bastante positiva.

Ao constatar os dados, podemos verificar que duas questões tiveram uma

grande evolução entre o antes e o depois da saída de campo. As questões 3 e 4,

relacionadas com a história da região tiveram uma grande evolução, com especial

destaque para a questão 4 onde no QI nenhum aluno tinha respondido corretamente e

no QF cerca de 84% já consegue identificar a ordem religiosa que se fixou no Norte

de Portugal com a Reconquista Cristã. A questão 5 embora no QI tenha tido um

resultado bastante positivo, podemos verificar que no QF todos os 38 alunos que

realizaram o mesmo, souberam identificar corretamente o tratado que Portugal

Questão 2 3 4 5 5.1 6 7 8 9 10 11

QI

%

sucesso

da tarefa

44,4 5,5 0 80,5 36,1 36,1 27,7 52,7 72,2 33,3 58,3

QF

%

sucesso

da tarefa

65,8 60,5 84,2 100 42,1 50 21,0 86,8 100 52,6 71

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66

assinou com a Grã-Bretanha em 1703. Porém, na questão seguinte onde se pretendia

que os alunos justificassem qual a importância deste tratado, apesar de existir uma

ligeira melhoria, o resultado é negativo devido ao facto de muitos destes alunos não

terem respondido à pergunta.

Entre as questões 6 e 11 que estão relacionadas com a Geografia, podemos

verificar uma evolução significativa em todas as questões excetuando a questão 7. As

que merecem mais destaque são as questões 6 e 10, uma vez que no QI os seus

resultados foram bastante negativos. Apesar das percentagens de sucesso serem

relativamente mais baixas em comparação com as demais, não deixa de ser mais um

exemplo de melhoria por parte dos alunos.

Relativamente às questões 8, 9 e 11, apesar de estas já terem tido uma taxa de

sucesso positiva, sofreram uma evolução também bastante positiva, destacando a

questão 9 onde todos os alunos reponderam corretamente.

No que diz respeito à pergunta 7 aconteceu algo curioso, os alunos obtiveram

um resultado mais negativo do que no QI. O que se passou foi muito semelhante ao

QI, ou seja, alguns alunos identificaram três fatores mas apenas dois estavam corretos.

Sendo assim, e como se pode constatar na grelha de correção do QF, apenas 8 dos 38

alunos responderam com os três fatores corretos obtendo assim 2 pontos. Dos

restantes alunos, 27 obtiveram a resposta incompleta, dois 0 pontos por terem

respondido erradamente e apenas um aluno não respondeu à pergunta.

Por fim, a questão 13 tinha como o objetivo verificar se os alunos tinham

sentido que tinham aprendido com esta atividade. Dos 38 inquiridos, todos

responderam afirmativamente. Apesar de alguns aspetos negativos que os alunos

apontaram, acabamos por verificar que todos eles aprenderam com ela, reforçando

ainda mais o papel e a importância que as saídas de campo têm em História e

Geografia.

Em conclusão, podemos verificar que a utilização deste questionário foi

fundamental para saber a evolução que o aluno desde o antes e o depois da saída de

campo. A evolução que se verificou do QI para o QF é bastante significativa, o que

correspondeu aos objetivos e às expectativas geradas. Esta evolução dos

conhecimentos de todos os alunos, vem reforçar as ideias que temos vindo a

desenvolver ao longo do presente estudo sobre os efeitos que estas aulas têm sobre os

alunos. São aulas muito mais apelativas, cativantes e os alunos encontram-se num

espaço diferente e mais motivados para aprender.

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67

Capítulo IV – Interpretação dos resultados

Partindo dos resultados obtidos com os diversos instrumentos aplicados e

apresentados já no capítulo anterior, procuramos neste capítulo analisar e interpretar

essa informação, relacionando com as teorias que sustentam o quadro teórico da

presente investigação.

1. Descrição sumária da saída de campo e do ambiente vivido

– perspetiva do professor

Esta saída de campo correu, de uma forma geral, bem e correspondeu às

expectativas que tínhamos criado, conhecendo o contexto e os alunos que

participaram nesta atividade.

O plano da saída de campo foi cumprido, percorrendo todas as paragens a que

estava destinado, excetuando a paragem da ponte pedonal devido às condições

metereológicas que se fazia sentir.

Durante a viagem até Peso da Régua não houve nenhum problema com o

autocarro, tendo os alunos tido um bom comportamento, aproveitando o tempo de

viagem para se divertirem.

A primeira paragem que efetuamos foi no Museu do Douro, onde aí dividimos

o grupo de alunos por duas turmas, tendo cada uma sido acompanhada por uma guia

do museu. Antes da visita, prevenimos os alunos para respeitarem determinadas

regras de conduta e de respeito pela instituição, assim como, dos seus guias. A visita

decorreu sem problemas, tendo os alunos sido participativos e atentos às explicações

dos guias. O facto de terem um guião para preencher, originou a que muitos alunos

por vezes estivessem mais preocupados em responder ao guião do que atentos às

indicações que lhes eram dadas. De facto, é importante salientar o empenho em que

os alunos demonstraram ao preencher a parte do guião relacionados com o Museu do

Douro. No Questionário Final, vários alunos apontaram o Museu do Douro como o

local mais interessante na visita.

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Após a visita ao museu, decorreu a hora do almoço, que como já referi

anteriormente, devido ao mau tempo que se fazia sentir, fomos obrigados a alterar o

seu local. A estação de comboios foi um local pouco comum para o almoço, porém,

foi a melhor solução encontrada naquela altura.

A segunda passagem seria feita na ponte pedonal de Peso da Régua, porém,

não foi possível realizar esta paragem devido à chuva forte que se fazia sentir. Sendo

assim, antecipamos a ida à Quinta de Tourais, onde durante o tempo de espera

realizamos as atividades que seriam para ser realizadas na paragem anterior. Aqui, fui

o responsável por dar algumas indicações e perguntando aos alunos sobre o tipo de

povoamento existente na paisagem, assim como esta era caracterizada. Segundo

Oliveira (1992 apud Almeida, 1998, p.64) “o número ideal de alunos em visitas com

trabalho de campo deve ser de 12 a 15, podendo ir até às 20-22 pessoas, no caso de a

idade ser superior a 17-18 anos.” Esta citação, representa bem a dificuldade que tive

em alguns momentos para controlar todos os 40 alunos, pois apesar de grande parte

deles estar com atenção, alguns estavam dispersos e destabilizavam outros elementos.

Por conseguinte, acabamos por verificar que o número de alunos para a realização do

trabalho de campo foi elevado, e que, por isso, em alguns momentos o trabalho de

campo não rendeu como pretendido. Também será importante referir a variação de

temperatura que fez sentir num espaço de uma hora, o que levou a que alguns alunos

estivessem demasiado excitados e difíceis de controlar.

Na visita à Quinta de Tourais apesar de o responsável da quinta ter tentado

estabelecer uma comunicação positiva entre os alunos, não houve uma grande

empatia. Com isto, os alunos acabaram por dispersar um pouco, não revelando um

grande interesse ao conhecer a quinta.

Na barragem de Bagaúste acabamos por ficar surpreendidos com o interesse

que os alunos revelaram sobre esta. Neste local fui dando algumas indicações sobre a

mesma, e fomos revendo temas relacionados com os recursos hídricos aprendidos no

ano letivo transato. Durante o tempo em que estivemos neste lugar, houve uma

excelente participação dos alunos às perguntas que eram feitas por mim. O facto de

terem assistido à abertura da barragem, foi também interessante, pois nunca o tinham

presenciado.

Por fim, deu-se a última paragem desta saída de campo na Quinta de Santa

Eufêmia. O cansaço fez-se sentir nos alunos, fazendo com que estes estivessem com

pouca concentração e algo irrequietos. Uma parte dos alunos nesta paragem não

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realizou algumas tarefas ou apresentou respostas iguais entre si. Esta situação foi

evidente, quando determinados alunos estavam mais interessados em procurar saber

quem já tinha completado a tarefa para poder copiar em seguida. A responsável pela

visita na quinta, admitiu que teve alguma dificuldade em comunicar com os alunos,

pois alguns espaços eram apertados e nem todos os alunos a conseguiam ouvir. O

final desta visita, terminou com um lanche que os responsáveis da quinta ofereceram

aos professores e alunos.

A viagem de regresso fez-se sem sobressaltos, aproveitando os alunos para

descansarem e se divertirem, nos finais da saída do campo.

2. Os instrumentos de recolha

Dada uma visão geral do que foi a saída de campo, e sobretudo, interpretando

aquilo que foram algumas das visões que obtivemos durante o dia em que esta

atividade se realizou, interpretemos agora os resultados dos instrumentos da recolha

de dados utilizados.

Como já referimos anteriormente, o instrumento utilizado para a avaliação dos

alunos foi o guião, porém é através do Questionário Inicial e Final que tiramos uma

conclusão sobre o antes e o depois da saída de campo.

2.1 Questionário Inicial

Como já pudemos verificar através dos resultados do QI, havia um grande

desconhecimento por parte dos alunos da região do Douro. Esta situação está

diretamente relacionada com o facto de muitos dos alunos nunca terem conhecido ou

visitado a região em questão. Porém, ficamos um pouco surpreendidos com alguns

resultados revelados. Houve percentagens de sucesso por tarefa muito reduzidos, o

que tanto na área disciplinar de História como na de Geografia se fez sentir.

Estes resultados acabariam por ser mais motivadores para este estudo, pois

assumimos o compromisso de fazer com que as percentagens de sucesso por tarefa,

tivessem uma melhoria significativa no QF.

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70

A dificuldade em que os alunos tiveram ao tentar localizar a cidade de Peso da

Régua, foi algo que ficamos surpreendidos. Para além disso, determinadas questões

que tinham sido abordadas nos conteúdos do presente ano letivo também acabaram

por ter resultados bastante negativos. Também por este motivo, a saída de campo

tornou-se importante, pois iria permitir esclarecer determinadas dúvidas que os alunos

ainda possuíam sobre alguns temas.

Este instrumento de recolha de dados, expressa muito bem o antes da saída de

campo e é fundamental para nós verificarmos a evolução que os alunos tiveram, entre

o antes e o depois da realização da atividade.

2.2 O guião da saída de campo

Dos resultados apresentados relativos ao guião, já tivemos oportunidade de

constatar que existe uma pequena discrepância do desempenho entre as duas áreas

disciplinares. Da parte da manhã, onde os alunos estiveram concentrados no Museu

do Douro, os resultados acabaram por exceder as expectativas iniciais. O entusiasmo

e a motivação que os alunos demonstraram foi alvo de atenção da nossa parte. Estes

fatores serão importantes, pois irão refletir também no QF quando os alunos forem

sujeitos a um novo questionário.

Após o almoço e devido a todas as circunstâncias que já foram relatadas

anteriormente, houve algum relaxamento por parte de alguns alunos, o que ficou

refletido nas classificações atribuídas na área disciplinar de Geografia. Apesar de tudo

isso, os resultados acabaram por ser bastante satisfatórios. Obviamente que os

resultados não poderão ser 100% fiáveis, uma vez que alguns alunos copiavam as

respostas de outros que já tinham solucionado as questões. Todavia, esta é uma

situação difícil de controlar, pois existiam 40 alunos e é impossível controlar as

respostas que estes dão. Na correção, dá para verificar a existência de respostas

iguais, o que nos leva a pensar que houve em determinados momentos repostas

copiadas.

Em suma, a existência de um guião numa saída de campo é fundamental e

indispensável. Ao elaborar este recurso, tentei sempre adaptar à faixa etária em

questão, apesar disso penso que poderia em alguns momentos ser mais prático. É

fundamental ter a consciência destes aspetos, pois num futuro quando efetuar uma

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saída de campo, irei ter em atenção determinados aspetos que por inexperiência não

me ocorreram.

2.3 Questionário Final

Este instrumento de recolha de dados, acaba por ser o mais importante para

retirarmos conclusões sobre a importância que as saídas de campo podem ter no

processo de ensino-aprendizagem. Este questionário foi entregue aos alunos, duas

semanas após a realização da atividade, e tinha como objetivo saber até que o ponto

os alunos tinham evoluído nos seus conhecimentos.

Os resultados não podiam ter sido mais animadores, onde apesar de não haver

uma taxa de sucesso positiva em todas as tarefas, conseguimos verificar uma grande

evolução nos resultados. Isto acaba por refletir que o trabalho de campo desenvolvido

com aos alunos, acabou por ter resultados bastante positivos. No nosso entender, é

bastante relevante estes resultados terem sido obtidos após duas semanas da

realização da atividade. O espaço de tempo escolhido para a realização deste

questionário, foi com o propósito de verificar se os alunos tinham retido os

conhecimentos adquiridos durante a atividade. Após estes resultados, estamos de

acordo com a opinião que Orion e Hisfstein (1991) apresentam sobre os alunos

participantes em atividades de trabalho de campo. Estes defendem que os que

participam nestas atividades apresentam maiores capacidades de observação,

memorização e de relembrar fatores.

Concluindo, quando se organiza e planeia este tipo de atividades, é

fundamental contrastar o antes e o depois da saída de campo para obter informações

se a mesma foi útil na aprendizagem dos alunos. Por conseguinte, a utilização de

instrumentos de recolha de dados como o QF acaba por ser fundamental para a

obtenção desses resultados.

3. Perceções dos alunos

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72

Após a análise efetuada aos comentários e opiniões dos alunos em relação à

atividade realizada, verificamos que os alunos tiveram uma opinião muito positiva em

relação à mesma.

Desde o momento em que foi comunicado aos alunos que iriam ter uma saída

de campo, ficou clara a sua motivação e a que a atividade tinha despertado o seu

interesse. Foram apontados pelos alunos vários aspetos positivos sobre a saída de

campo em que participaram.

As sensações que suscitaram os alunos foram muito positivas, sendo destacado

o interesse que a atividade originou com a possibilidade de terem uma aprendizagem

assente na observação concreta de determinados conteúdos que estavam habituados a

aprender dentro de uma sala de aula. Podemos constatar que vários alunos declararam

terem aprendido bastante com esta saída de campo, relativamente a conteúdos

geográficos mas também históricos, dando exemplos dessas aprendizagens. O

desenvolvimento cultural também foi destacado pelos participantes, o que

naturalmente, justifica a organização de atividades do género no futuro. O papel

desempenhado pelos professores também foi alvo de comentários por parte dos

alunos, onde estes destacaram a boa relação que existiu entre ambos durante todo o

dia. Houve também referência a outros fatores tais como: os locais visitados, a

paisagem observada e os momentos lúdicos que se viveram durante a atividade.

Também foram apontados alguns aspetos que consideraram negativos e que

ocorreram durante a atividade. Porém, esses aspetos negativos foram muito pequenos,

comparados com a quantidade de referências positivas. Portanto, os aspetos negativos

referenciados pelos alunos não põem em causa o valor desta experiência de ensino-

aprendizagem. Apesar de serem referências residuais, têm que ser consideradas.

O que pretendemos destacar é a quantidade e diversidade de fatores e aspetos

que contribuíram para que os alunos gostassem da atividade. Esta saída de campo, foi

sem dúvida uma estratégia de ensino-aprendizagem muito apreciada pelos alunos.

4. A temática de estudo da saída de campo

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A região do Douro, mais concretamente a cidade de Peso da Régua revelaram

ter sido uma escolha acertada para a realização deste estudo. O facto de ser

desconhecida para grande parte dos alunos, também foi motivo para que a atividade

se demonstrasse mais interessante.

A cidade de Peso da Régua foi escolhida não só pela sua história mas também

pela paisagem que predomina nesta localidade. Aqui houve a possibilidade de os

alunos poderem aprender conteúdos relacionados com a história da região mas

também recordar alguns conteúdos aprendidos no âmbito da Geografia. A facilidade

de acesso a esta localidade também pesou na escolha que tivemos de efetuar. Os

alunos ao cruzarem a ponte podiam ter uma outra perspetiva da cidade, num outro

ponto de vista. A possibilidade de serem abordados temas como a agricultura, os

recursos hídricos, turismo, população, recursos energéticos e transportes também foi

tido em conta.

A paisagem predominante foi alvo de comentários por parte dos alunos, onde

ficaram impressionados com o valor que possuía. Ao longo do dia, vários foram os

comentários de alunos que indicavam que era totalmente diferente conhecer a região

através da observação direta do que por imagens. Um exemplo disso é este

comentário: “Nesta visita de estudo vi paisagens excelentes que desconhecia {...}”

OE 9-B. Esta foi a opinião geral de quase todos os alunos no que se refere à

paisagem.

Com isto, pretendemos destacar a importância que muitas regiões do nosso

país possuem e que são desconhecidas pelos nossos alunos. Ainda existe muito por

explorar nesta região e o seu trabalho de campo é algo essencial. Esperemos que no

futuro esta região seja cada vez mais um local escolhido para a realização deste tipo

de atividades.

Em seguida, apresentamos uma foto retirada na parte final do dia de atividade

na Quinta de Santa Eufêmia.

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Figura nº3: Fotografia de grupo tirada na Quinta de Santa Eufêmia, em 12 de

abril de 2016.

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Considerações Finais

Ao definirmos saída de campo para História e Geografia, podemos considerar

todas as deslocações que se fazem dentro ou fora do recinto escolar, onde se realize o

devido trabalho de campo. Sem trabalho de campo, não pode haver saída de campo e

vice-versa. Importante definir a importância que esta atividade possui nas duas áreas

disciplinares, em Geografia por ser fundamental para o aluno conhecer o meio

envolvente, e em História por possibilitar o aluno de conhecer a história do seu país,

de uma determinada região ou localidade. O resultado deste trabalho reflete a

importância da realização desta atividade, numa região onde se conseguiu conciliar as

duas áreas disciplinares. Ao analisarmos os principais resultados, conseguimos

verificar uma diferença significativa que esta atividade produziu nos conhecimentos

dos alunos. Para isso, é importante comparar o antes e o depois da saída de campo. Ao

fazermos esta comparação acabamos por concluir que este tipo de atividades,

produzem um efeito muito positivo e motivante para os alunos.

Nas conclusões de um estudo desta natureza há que referir um aspeto muito

importante: estamos perante um estudo de investigação educacional e, por este

motivo, as conclusões que chegamos não são suscetíveis de generalizações abusivas.

Os resultados deste estudo, não significa que todos os professores que decidirem

adotar esta estratégia tenham os mesmos resultados. Com outros alunos, professores,

num contexto educativo distinto, naturalmente os resultados seriam diferentes. Com

este estudo de caso apresentado ao longo deste relatório, era nossa objetivo

compreender a pertinência das saídas de campo, no processo de ensino-aprendizagem

nas áreas disciplinares de História e Geografia.

Para tentar responder ao grande objetivo deste estudo, organizamos e

planificamos uma saída de campo à cidade de Peso da Régua, para duas turmas do 11º

ano de escolaridade. Na planificação desta atividade, houve uma preocupação de

integrar saberes de natureza geográfica e histórica, devido a ser importante a

promoção de interdisciplinaridade.

Após os resultados terem sido analisados e interpretados, pensamos estar

agora em condições para dar uma resposta ao objetivo proposto para este estudo. Com

os resultados do nosso trabalho, podemos concluir que as saídas de campo podem

proporcionar um importante contributo para o desenvolvimento das aprendizagens.

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Tendo em conta, que neste tipo de atividades é essencial que o aluno saiba colocar em

prática o que aprendeu na teoria, o trabalho de campo desenvolvido foi

imprescindível. Importante também, foi os alunos estarem em contacto com outras

realidades, e acima de tudo “aprender coisas ao vivo e não por um powerpoint” (OE

12- A).

Os resultados obtidos antes da saída de campo com o Questionário Inicial, e

depois da saída de campo com o Questionário Final, representam bem a importância

que estas atividades têm no desenvolvimento cognitivo dos alunos. O principal

elemento da recolha de dados que nos permitia verificar a evolução dos alunos, teve

resultados bastante positivos e excedeu as nossas expectativas iniciais. Os resultados

do guião também foram bastante positivos, porém, na parte final do dia as

percentagens de sucesso da realização das tarefas foram diminuindo.

Apesar de todos estes aspetos positivos, ficam por explicar algumas razões

que nos possam justificar algum cansaço e inquietação que se verificou ao longo do

dia. Terá sido o natural cansaço acumulado ao longo do dia, que tenha originado a

desmotivação de alguns alunos na parte final da saída de campo? Ou as mudanças

metereológicas que se fizeram sentir durante o dia, terá sido o principal fator para a

inquietação dos alunos? Os dados obtidos neste estudo, não nos permitem chegar a

uma conclusão definitiva, mas no nosso entender todos estes fatores poderão ter

contribuído para tal. Porém, também outros fatores podem ter contribuído para

alguma desmotivação, como alguns locais visitados ou o facto de o guião ter sido

extenso. Acaba por ser interessante constatar que os locais que suscitaram maior

interesse aos alunos como o Museu do Douro ou a barragem de Bagaúste, foram

também onde as tarefas tiveram um maior sucesso.

Na nossa opinião, as saídas de campo devem ser implementadas e

desenvolvidas desde os primeiros anos escolares, pois irá permitir ao aluno não ter um

total desconhecimento do que são aulas de campo. Por conseguinte, é também

importante referir que o facto de as escolas atualmente não terem grande

disponibilidade financeira para realizar este tipo de atividades, não pode servir de

pretexto para que estas não sejam efetuadas.

Para além dos instrumentos de recolha de dados fundamentais para o

desenvolvimento deste trabalho, os comentários e opiniões emitidos pelos alunos em

relação a esta atividade, permitiram identificar melhor os aspetos positivos e

negativos da mesma. As críticas foram muito importantes, pois numa próxima

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77

iniciativa do género, será importante introduzir alterações no sentido de melhorar a

eficácia da aprendizagem.

A preparação desta saída de campo com os alunos foi também importante,

pois permitiu que estes não fossem com o espírito de só passear, mas tentando

conciliar momentos lúdicos com momentos de aprendizagem. No balanço final, não

restam dúvidas através dos comentários que os alunos efetuaram que esta foi uma

estratégia motivadora para eles.

Querer ensinar Geografia e História sem utilizar saídas de campo, é o mesmo

que um engenheiro informático não saber trabalhar com um computador. O trabalho

de campo que acompanha as saídas, é imprescindível para que os alunos desenvolvam

os objetivos e os conteúdos das matérias.

Em conclusão, as saídas de campo são muito mais que passeios ou excursões,

são um meio necessário para conhecer e valorizar o extraordinário património da

Região do Douro e para desenvolver com efetividades os objetivos e conteúdos de

História e Geografia no Ensino Secundário.

A presente investigação teve ao longo do percurso algumas limitações que

impediram sermos mais ambiciosos nos seus objetivos e conclusões. A pontualidade

da experiência é explicada pelo contexto em que o investigador se encontra, ou seja,

professor estagiário, com todas as condicionantes inerentes.

Sendo apenas professor estagiário na disciplina de Geografia nestas turmas,

não houve uma rentabilização das aprendizagens desenvolvidas em História, uma vez

que não era professor em nenhuma das turmas. Em Geografia foi possível fazer essa

rentabilização, porém, e devido também a serem turmas que iriam ter exame no final

do ano letivo, não houve muito tempo para as desenvolver de uma forma mais correta.

Seria interessante ter feito mais saídas de campo com as turmas, mas infelizmente e

também devido a estar condicionado pelo meu ano de estágio, não foi possível fazer

algumas das atividades previstas. Gostaríamos de ter verificado, se noutro ambiente,

com conteúdos diferentes dos que foram abordados, se esta estratégia de ensino-

aprendizagem iria ter o mesmo sucesso.

Existe, portanto, muito ainda para investigar e experienciar com este tipo de

estratégias. Num futuro próximo, era importante constatar até que ponto a variação de

temperatura, o cansaço e os locais visitados podem ou não contribuir para um maior

ou menor rendimento por parte dos alunos. Importante também seria definir qual a

média de horas a que se deve realizar uma saída de campo. Será mais rentável fazer

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da parte da manhã, ou da parte da tarde? E quais as melhores horas para o fazer? São

tudo questões interessantes que podem vir a ser desenvolvidas e que nos permitiriam

tirar outro tipo de conclusões sobre este tipo de estratégias.

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Educação: Departamento do Ensino Secundário (Luísa Alves, M., Manuela Brazão,

M., e Sousa Martins, O)

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Anexos

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Anexo 1

Objetivos da saída de campo

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Objetivos Gerais e Interdisciplinares

Aplicar os conhecimentos leccionados nas aulas;

Desenvolver a aprendizagem geográfica, como a capacidade de observação;

Contribuir para promover e sensibilizar os alunos o património histórico-

natural da região;

Contribuir para formação integral dos alunos

Desenvolver a interdisciplinaridade entre História e Geografia

Estimular as relações interpessoais, a cooperação e a sociabilidade entre os

alunos.

Objetivos específicos (História)

Desenvolver as competências específicas da História, como tratamento de

informação/utilização de fontes, compreensão histórica (temporalidade, especialidade

e contextualização) e comunicação em História.

Promover o contacto e o interesse dos alunos pelo património histórico-

cultural, melhorando o seu conhecimento acerca da região em estudo;

Compreender as transformações ocorridas na cidade de Peso da Régua e da

região envolvente, assim como o papel que a produção de vinho teve na sua evolução;

Valorizar o Museu do Douro como meio privilegiado de acesso ao

conhecimento.

Escola Secundária João Gonçalves Zarco

Objetivos da Saída de Campo Interdisciplinar a Peso de Régua

Disciplinas: História e Geografia (11ºAno de escolaridade)

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Objetivos Específicos (Geografia)

Consolidar e aprofundar as aprendizagens desenvolvidas nos temas “A

população: evolução e diferenças regionais”, “Os recursos hídricos” e “As áreas rurais

em mudança”.

Desenvolver competências geográficas de observação de paisagem, sendo

capaz de refletir a partir daí;

Compreender a evolução da cidade em estudo no tempo e no espaço,

construindo o seu conhecimento a partir do contacto direto com o espaço vivido.

Aplicar e desenvolver com os alunos conteúdos temáticos, procedimentais e

atitudinais de natureza geográfica;

Analisar a importância das saídas de campo no ensino/aprendizagem da

Geografia.

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Anexo 2

Pedido de autorização da Saída de Campo

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Ano(s)/Turma(s): 11º8/11º10 Total de alunos: 47

Disciplina(s) envolvida(s): Geografia

Professor Responsável: Deolinda Dias

Professor(es) Acompanhante(s): Estagiário Francisco Pereira Estagiária Maria Ribeiro Estagiário Joel Aguiar

Duração da viagem/visita 1 dia(s) Partida: Data 14/04/2016 Hora: 07:50 Partida: Data 14/04/2016 Hora: 19:00 Itinerário: Museu do Douro – Quinta de Tourais – Barragem de Bagaúste – Quinta de

Santa Eufêmia

Tipo de transporte: Camioneta Empresa: Joaquim Costa Ferreira Alojamento em: ------ Telefone: ---------

Orçamento Geral

Transporte 8€ Alojamento - € Seguro - €

Total: 9

Custo Individual 9 € (por aluno)

Página 1de 2 MOD.DIR.15.01

Proposta de Visita de Estudo

Local: Peso da Régua

Objetivos: Aplicar os conteúdos leccionados nas aulas; Motivar os alunos e promover a aprendizagem por descoberta (capacidade de observação); Desenvolver e aprofundar a interdisciplinaridade entre História e Geografia; Promover valores de preservação do património histórico-cultural e natural;

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Proposta de Visita de Estudo

Locais/empresa(s) a visitar: Museu do Douro; Quinta de Tourais; Quinta de Santa

Eufêmia

Contactos a estabelecer: _________________________________Telef: _________________________________Telef: _________________________________Telef:

Nesse(s) dia(s) os alunos têm a(s) seguinte(s) aula(s):

Horas 11º 8 3ªfeira 11º 10 3ªfeira ªfeira

08:15h Geografia A Filosofia

09:10h Geografia A Filosofia

10:15h ESPI T2 Português

11:15h ESPI T2 Geografia A

12:05h ESPI T2 Geografia A

13:15h

14:10h ESPI T2 ESPC

15:10h ESPI T2 ESPC

16:15h ESPI T2

17:05h

Matosinhos, ______ de___________________ de ___________

O Professor Responsável: Deolinda Dias Professor(es) Acompanhante(s): Estagiário Francisco Pereira Estagiária Maria Ribeiro Estagiário Joel Aguiar

Aprovada em Conselho Pedagógico de ____/____/______ Autorizada pela Direção em ____/____/______

Após a aprovação de cada visita de estudo, o professor responsável deverá obter autorização do encarregado de educação. Deverá ainda informar a Direção e os restantes professores da turma da data e horário de realização da mesma com oito dias de antecedência.

Página 2 de 2 MOD.DIR.15.01

O Diretor _____________________

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Anexo 3

Pedido de autorização aos Encarregados de

Educação

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Autorização de visita de estudo

____________________________________________________, encarregado de

educação do aluno _________________________________________________,

nº ______, do ____º ano, da _____ turma, do Ensino _____________________

(Básico ou Secundário), autoriza o seu(sua) educando(a) a participar na saída de

campo a Peso da Régua, com o seguinte itinerário: Museu do Douro – Quinta de

Tourais – Barragem de Bagaúste – Quinta de Santa Eufêmia, no dia 12 de Abril de

2016, pelas 07:50 horas, com chegada prevista às 19 horas, participando com a

quantia de 9 euros.

Matosinhos, ________ de ____________________ de _________

____________________________________________

(Assinatura do encarregado de educação)

Página 91 de 1 MOD.DIR.16.01

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Anexo 4

Guião da saída de campo

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Escola Secundária João Gonçalves Zarco

Guião da

Saída de

Campo a Peso da Régua

Aluno:__________________________________________

11º _____ Nº _____12 de abril de 2016

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1ª Etapa: Museu do Douro

Comecemos em cerca de 400 000 000 a.C. 1. Indica o período que data a formação geológica da Região do Douro.

O Museu do Douro, foi concebido como um museu de território, polivalente e polinuclear, vocacionado para reunir, conservar, identificar e divulgar o vastíssimo património museológico e documental disperso pela região devendo constituir um instrumento ao serviço do desenvolvimento sociocultural da Região Demarcada do Douro. Resultado da obra de reabilitação do emblemático edifício da antiga “Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro Vinhateiro”, este museu foi inaugurado a 20 de Dezembro de 2008.

Fonte: http://www.museudodouro.pt/museu-douro-missao-objetivos

Presta atenção à visita guiada pelo museu que terá uma

duração entre 40 a 45 minutos! As respostas às perguntas deste

guião, estão no museu.

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25 000 a.C. 2. Refere como foram registados os primeiros vestígios da fixação humana na região.

_____________________________________________________________________________________________

3. Que representa esta imagem e onde se situa?

4. “ O Alto Douro constitui a ilha mediterrânea no Portugal Atlântico”.

Comenta esta afirmação de Orlando Ribeiro.

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Segunda metade do século III d.C.

5. Quem foi Baco?

6. Regista os produtos característicos da Região do Douro.

7. Identifica o objeto que era utilizado para guardar e servir azeite.

Ano de 900 8. Qual foi a ordem religiosa que se fixou no Norte de Portugal com a Reconquista Cristã?

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Ano de 1143 9. Refere quem foi o primeiro proprietário da Quinta do Paço do Monsul e de quem a recebeu?

Ano de 1703 10. Indica o tratado assinado com a Grã-Bretanha em 1703. Qual a sua importância?

Ano de 1756 11. Indica o ano em que foi criada a Companhia Geral da Agricultura e dos

Vinhos do Alto Douro. Qual foi a sua importância?

Ano de 1757 12. Que instrumentos eram utilizados na regulação da produção de vinho do Porto?

Primeiro Proprietário De quem a recebeu?

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Ano de 1811 13. Indica a região de Portugal onde se concentrava o maior volume de mão-de-obra , entre final do século XVIII e o início do século XIX.

Ano de 1932

14. Menciona o tempo que demorava a construção de um barco Rabelo.

15. Refere três características destes barcos.

16. Indica o ano em que a paisagem do Alto Douro Vinhateiro foi inscrita na lista do Património Mundial da UNESCO.

17. Completa a cronologia da chegada do comboio às seguintes localidades.

Régua

Pinhão Tua

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18. Refere qual foi a praga que afetou as vinhas na Região do Douro em 1863?

19. Menciona qual o continente para onde se exporta mais vinho do Porto.

2ª Etapa: Ponte Pedonal de Peso da Régua

Terminada a visita guiada ao museu, é hora de almoçar.

Enquanto almoças aproveita para observar, a paisagem.

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20. Indica três afluentes do rio Douro.

21. Identifica o tipo de povoamento dominante na paisagem.

22. Caracteriza morfologicamente a paisagem agrária.

3ª Etapa: Quinta de Tourais

23. Refere a dimensão desta quinta.

24. Identifica as castas de vinha existentes na quinta.

A Quinta de Tourais, situada no Douro Património Mundial, pertence à família Coelho há três gerações. Até 1999 as uvas produzidas na quinta eram vendidas na totalidade a uma empresa exportadora para a produção de vinho do Porto. Em 1999, sob a responsabilidade enológica de Fernando Coelho, começaram a ser produzidos os primeiros vinhos.

Fonte: http://www.quintadetourais.com/index.php?section=6&subsection=16

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25. Refere os países importadores dos vinhos da Quinta de Tourais.

26. Menciona o tipo de turismo que é praticado nesta quinta. ____________________________________________________________________________________________

4ª Etapa: Barragem de Bagaúste 27. Indica as áreas de influência da barragem de Bagaúste.

28. Apresenta três vantagens da construção de barragens.

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29. Indica dois impactos negativos na construção de barragens.

5ª Etapa: Quinta de Santa Eufêmia

30. Estabelece as diferenças entre a plantação da vinha em patamares e ao alto.

Vinha em patamares

Vinha ao alto

31. Indica a importância da plantação de vinha ao alto.

A quinta de Santa Eufêmia é administrada pela quarta geração – sete bisnetos que desde 1994 fazem a comercialização dos preciosos vinhos finos e velhos do Douro – Vinho do Porto – mantendo os ancestrais conhecimentos de vinificação e envelhecimento do próprio néctar.

Fonte: http://qtastaeufemia.com/portugues/p2por.html A quinta de Santa Eufêmia é administrada pela 4ª geração – sete bisnetos que desde 1994 fazem a comercialização dos preciosos vinos finos e velho do Douro – Vinho do Porto – mantendo os ancestrais conhecimentos de vinificação e envelhecimento do prórpio néctar.

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32. Caracteriza a mão de obra utilizada.

33. Refere os países importadores dos vinhos da Quinta de Santa Eufêmia.

34. Menciona qual a época do ano em que a quinta acolhe o maior número de turistas.

35. Indica os principais países de origem dos turistas.

36. Estabelece as diferenças entre a Quinta de Tourais e a Quinta de Santa Eufêmia.

Quintas Dimensão da propriedade

(ha)

Dimensão das

parcelas

Nº de mão de

obra utilizada

(nº)

Tipo de culturas

Tecnologia utilizada

Produtos exportados

Tipo de

TER

Tourais

Santa Eufêmia

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37. Aponta dois benefícios da atividade turística para o desenvolvimento económico da região do Douro.

38. Observa a paisagem. Regista as sensações que ela te transmite.

39. Identifica quais os conteúdos programáticos da disciplina de Geografia A (10º e 11º ano) que aprofundaste com esta aula de campo?

_____________________________________________________________________________________________

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Anexo 5

Questionário Inicial

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1 – Já alguma vez visitaste Peso da Régua? Sim Não 2 – Indica a NUT I, II e III a que pertence a cidade de Peso da Régua.

3 - Em que ano a paisagem do Alto Douro vinhateiro foi inscrita na lista do Património Mundial da UNESCO?

_____________________________________________________________________________________________ 4 – Qual foi a ordem religiosa que se fixou no Norte de Portugal com a Reconquista Cristã? _____________________________________________________________________________________________ 5 – Indica o tratado assinado com a Grã-Bretanha em 1703.

5.1 - Refere sua importância.

Escola Secundária João Gonçalves Zarco

Nome:_________________________________________________ Turma:________________________________________________

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6 – Identifica qual o objetivo da construção de socalcos em algumas regiões do país com relevo mais irregular.

7 – Assinala os fatores naturais que condicionam a agricultura.

8 – Indique as duas principais culturas permanentes da Região do Douro.

9 – Distingue minifúndio de latifúndio.

Minifúndio

Latifúndio

10 – Refere duas características gerais do clima Norte Transmontano.

11 – Enumera algumas vantagens da construção de barragens.

_____________________________________________________________________________________________ 12 – Observa a imagem. Regista as sensações que ela te transmite.

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Anexo 6

Questionário Final

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1 – Alguma vez tinhas efectuado aula de campo? Sim Não 2 – Indica a NUT I, II e III a que pertence a cidade de Peso da Régua.

3 - Em que ano a paisagem do Alto Douro vinhateiro foi inscrita na lista do Património Mundial da UNESCO?

_____________________________________________________________________________________________ 4 – Qual foi a ordem religiosa que se fixou no Norte de Portugal com a Reconquista Cristã? _____________________________________________________________________________________________ 5 – Indica o tratado assinado com a Grã-Bretanha em 1703.

5.1 Refere sua importância.

_____________________________________________________________________________________________ 6 – Identifica qual o objetivo da construção de socalcos em algumas regiões do país com relevo mais irregular.

Escola Secundária João Gonçalves Zarco

Nome:_________________________________________________ Turma:________________________________________________

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7 – Assinala os fatores naturais que condicionam a agricultura.

8 – Indica as duas principais culturas permanentes da Região do Douro.

9 – Distingue minifúndio de latifúndio.

Minifúndio

Latifúndio

10 – Aponta duas características gerais do clima Norte Transmontano.

11 – Enumera algumas vantagens da construção de barragens.

_____________________________________________________________________________________________ 12 – Sentes que aprendeste com esta aula? Sim Não 13 – Indica dois aspectos positivos e dois negativos da saída de campo efectuada a Peso da Régua.

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Anexo 7

Critérios de correção do guião da saída de campo

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Critérios de correção – guião da saída de campo

1ª Etapa: Museu do Douro 1. Indica o período que data a formação geológica da Região do Douro. Período Pré-Câmbrico.

..................................................................................................................................2,5 pontos 2. Refere como foram registados os primeiros vestígios da fixação humana na região. Os primeiros vestígios foram gravados na pedra (xisto), onde estavam

representadas pinturas rupestre.

.....................................................................................................................................5 pontos 3. Que representa esta imagem e onde se situa?

A imagem representa cavalos, caprinos e arouques, ou seja, animais de caça.

Estavam representados ao ar livre, no Vale do Cõa em pedras como o xisto.

.....................................................................................................................................5 pontos

4. “ O Alto Douro constitui a ilha mediterrânea no Portugal Atlântico”.

Comenta esta afirmação de Orlando Ribeiro.

O Alto Douro é caracterizado por poucas chuvas, um Inverno moderado pelos

abrigo das altas vertentes e um verão com dias tórridos que facilmente

ultrapassam os 40 graus.

...................................................................................................................................10 pontos 5. Quem foi Baco? Deus do Vinho.

..................................................................................................................................2,5 pontos

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6. Regista os produtos característicos da Região do Douro. Os produtos característicos são: vinho, sumagre, amêndoas e azeite.

....................................................................................................................................5 pontos 7. Identifica o objeto que era utilizado para guardar e servir azeite. Almotolia.

..................................................................................................................................2,5 pontos 8. Qual foi a ordem religiosa que se fixou no Norte de Portugal com a Reconquista Cristã? Ordem de Cister.

..................................................................................................................................2,5 pontos 9. Refere quem foi o primeiro proprietário da Quinta do Paço do Monsul e de quem a recebeu.

....................................................................................................................................5 pontos 10. Indica o tratado assinado com a Grã-Bretanha em 1703. Qual a sua importância? Tratado de Methuen. Este tratado foi importante, pois define benefícios

diplomáticos e comerciais nas trocas entre os tecidos ingleses e os vinhos

portugueses.

...................................................................................................................................10 pontos

Primeiro Proprietário De quem a recebeu?

Pedro Viegas D. Afonso Henriques

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11. Indica o ano em que foi criada a Companhia Geral da Agricultura e dos

Vinhos do Alto Douro. Qual foi a sua importância?

Foi criada em 1756. Definiu e administrou em nome do estado a primeira zona

demarcada e regulamentada do mundo. Foi importante para resolver os o vinhos

adulterados e controlar o comércio.

..................................................................................................................................10 pontos

12. Que instrumentos eram utilizados na regulação da produção de vinho do Porto?

Altímetro Bússula Inclinómetro

....................................................................................................................................5 pontos 13. Indica a região de Portugal onde se concentrava o maior volume de mão-de-obra , entre final do século XVIII e o início do século XIX. A região do Douro.

....................................................................................................................................5 pontos 14. Menciona o tempo que demorava a construção de um barco Rabelo.

Menos de 2 meses.

.....................................................................................................................................5 pontos 15. Refere três características destes barcos.

Fundo liso (chato)

Materiais pobres como pinho, castanho e linho

Vela quadrangular

.....................................................................................................................................5 pontos

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16. Indica o ano em que a paisagem do Alto Douro Vinhateiro foi inscrita na lista do Património Mundial da UNESCO. 14 de dezembro de 2001.

.....................................................................................................................................5 pontos 17. Completa a cronologia da chegada do comboio às seguintes localidades.

Régua

Pinhão Tua

1879

1880

1883

....................................................................................................................................5 pontos 18. Refere qual foi a praga que afetou as vinhas na Região do Douro em 1863? Filoxera.

.....................................................................................................................................5 pontos 19. Menciona qual o continente para onde se exporta mais vinho do Porto. Continente Americano.

.....................................................................................................................................5 pontos

2ª Etapa: Ponte Pedonal de Peso da Régua 20. Indica três afluentes do rio Douro. Ex:

Rio Cega; Rio Corvo; Rio Coa; Rio Tâmega; Rio Paiva; Rio Sabor, entre outros

que poderia ser apontados.

...................................................................................................................................10 pontos

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21. Identifica o tipo de povoamento dominante na paisagem.

Povoamento disperso com pequenos aglomerados populacionais. .....................................................................................................................................5 pontos

22. Caracteriza morfologicamente a paisagem agrária. A paisagem agrária é caracterizada pela existência de minifúndios. Predominam

as pequenas propriedades com explorações de pequena dimensão. Relevo

irregular e rede de caminhos pouco densa.

.....................................................................................................................................5 pontos

3ª Etapa: Quinta de Tourais.

23. Refere a dimensão desta quinta. 7 hectares.

.................................................................................................................................2,5 pontos

24. Identifica as castas de vinha existentes na quinta. Touriga naciona, Alicante Bouchet e Touriga Franca.

.................................................................................................................................2,5 pontos 25. Refere os países importadores dos vinhos da Quinta de Tourais. Suécia, Brasil, Bélgica, Holanda, Alemanha, Dinamarca e Noruega.

.................................................................................................................................2,5 pontos 26. Menciona o tipo de turismo que é praticado nesta quinta. Turismo Rural.

.................................................................................................................................2,5 pontos

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4ª Etapa: Barragem de Bagaúste

27. Indica as áreas de influência da barragem de Bagaúste. Peso da Régua, Tabuaço, Armamar, S.João da Pesqueira, Alijó, Sabrosa,

Lamego e Carrezedo de Ansiães.

.....................................................................................................................................5 pontos

28. Apresenta três vantagens da construção de barragens.

Produção de energia;

Armazenamento de água;

Diminuição de probabilidade de cheias.

...................................................................................................................................10 pontos 29. Indica dois impactos negativos na construção de barragens. Ex:

Destruição de ecossistemas ;

Custos de produção e manutenção.

...................................................................................................................................10 pontos

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4ª Etapa: Quinta de Santa Eufêmia

30. Estabelece as diferenças entre a plantação da vinha em patamares e ao alto. Ex:

Vinha em patamares

Vinha ao alto

Dificuldade em uso de máquinas;

Só pode ser usada se a inclinação da

montanha não for muito acentuada;

Apenas permite o uso de mão-de-obra

humana

Facilidade em utilizar máquinas;

Permite uma maior quantidade de

plantação e rendimento.

...................................................................................................................................10 pontos

31. Indica a importância da plantação de vinha ao alto. Permite uma maior utilização e aproveitamento do terreno, originando uma

maior produção. Facilita o uso de tratores relativamente à vinha em patamares.

...................................................................................................................................10 pontos

32. Caracteriza a mão de obra utilizada. 20 pessoas que trabalham durante todo o ano. São trabalhadores em que a faixa

etária se situa entre os 30-40 anos e com pouca instrução escolar.

.................................................................................................................................2,5 pontos 33. Refere os países importadores dos vinhos da Quinta de Santa Eufêmia. Brasil, Holanda, Inglaterra e China.

..................................................................................................................................2,5 pontos

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34. Menciona qual a época do ano em que a quinta acolhe o maior número de turistas. Durante todo o ano, com destaque para o verão.

.

.................................................................................................................................2,5 pontos 35. Indica os principais países de origem dos turistas. Estados Unidos da América, Canadá, China e Holanda.

.................................................................................................................................2,5 pontos 36. Estabelece as diferenças entre a Quinta de Tourais e a Quinta de Santa Eufêmia.

Quintas Dimensão da

propriedade (ha)

Dimensão das

parcelas

Nº de mão de

obra utilizada

(nº)

Tipo de culturas

Tecnologia utilizada

Produtos exportados

Tipo de TER

Tourais 7 ha

Pequena 1 Permanente Homem

(manual)

Vinho de

mesa;

Rural

Santa Eufêmia

50 ha Pequena 20 Permanente Mecanizada Vinho do

Porto;

vinho de

mesa e

azeite

Enoturismo;

Rural

...................................................................................................................................15 pontos

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120

37. Aponta dois benefícios da atividade turística para o desenvolvimento económico da região do Douro. Ex:

Divulgação da região;

Melhoria na economia.

Escoamento dos produtos;

.....................................................................................................................................5 pontos 38. Observa a paisagem. Regista as sensações que ela te transmite. Resposta livre do aluno.

39. Identifica quais os conteúdos programáticos da disciplina de Geografia A (10º e 11º ano) que aprofundaste com esta aula de campo? Resposta livre do aluno.

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121

Anexo 8

Critérios de correção do Questionário Inicial e

Final

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122

Critérios de correção – Questionário inicial e final

Todas as questões foram pontuadas com 2 pontos.

Resposta correta: 2 pontos

Resposta incompleta: 1 ponto

Resposta Errada: 0 pontos

Não respondido (N/R): 0 pontos

2 – Indica a NUT I, II e III a que pertence a cidade de Peso da Régua. NUT I – Portugal Continental

NUT II - Norte

NUT III - Douro

3 - Em que ano a paisagem do Alto Douro vinhateiro foi inscrita na lista do Património Mundial da UNESCO? 2001

4 – Qual foi a ordem religiosa que se fixou no Norte de Portugal com a Reconquista Cristã? Ordem de Cister

5 – Indica o tratado assinado com a Grã-Bretanha em 1703. Tratado de Methuen

5.1 Refere sua importância. Este tratado foi importante, pois define benefícios diplomáticos e comerciais nas

trocas entre os tecidos ingleses e os vinhos portugueses.

6 – Identifica qual o objetivo da construção de socalcos em algumas regiões do país com relevo mais irregular. Ex: A construção de socalcos tem como objetivos:

melhor circulação das máquinas;

promove a máxima infiltração das água;

permite um melhor aproveitamento do terreno, fazendo com que haja uma

maior produtividade;

reduz o risco de erosão.

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123

7 – Assinala os fatores naturais que condicionam a agricultura. Os fatores são: o clima, o relevo e os solos.

8 – Indica as duas principais culturas permanentes da Região do Douro. Ex:

Vinha, oliveira e amendoeira.

9 – Distingue minifúndio de latifúndio.

Minifúndio Pequena propriedade. Predominam as explorações de pequena

dimensão.

Latifúndio Grande propriedade. Predominam as explorações de grande

dimensão.

10 – Aponta duas características gerais do clima Norte Transmontano.

11 – Enumera algumas vantagens da construção de barragens. Ex:

Produção de energia;

Armazenamento de água;

Diminuição de probabilidade de cheias.

Verões quentes e secos.

Invernos frios e rigorosos.

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124

Anexo 9

Grelha com o resultado do Questionário Inicial

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125

GRELHA DE RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO INICIAL

Aluno Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão

5.1

Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9 Questão

10

Questão

11

Total

Aluno 1-

A

Não 1 N/R N/R 2 N/R 0 2 N/R 2 N/R N/R 7

Aluno 2-

A

Não 1 N/R N/R 2 2 2 2 N/R 2 2 N/R 13

Aluno 4-

A

Não 1 N/R N/R 2 2 2 2 2 2 2 2 17

Aluno 5-

A

Não 1 0 N/R 2 2 2 2 0 2 2 2 15

Aluno 6-

A

Não 2 0 N/R 2 N/R N/R 1 2 2 2 0 11

Aluno 8-

A

Não 2 N/R 0 2 2 N/R 1 0 2 0 N/R 9

Aluno 9-

A

Não 1 0 N/R 2 2 2 1 2 2 2 0 14

Aluno

10-A

Não 2 N/R N/R 2 N/R N/R 2 2 2 0 2 12

Aluno

11-A

Não 2 0 N/R 2 N/R N/R N/R N/R 2 N/R 0 6

Aluno

14-A

Não 2 N/R N/R 2 N/R N/R 1 2 2 2 0 11

Aluno

15-A

Não 1 0 0 2 2 N/R 1 2 2 0 0 10

Aluno

17-A

Não 2 0 0 2 N/R 0 1 0 2 0 2 9

Aluno

18-A

Não 1 N/R N/R 2 2 0 1 0 0 2 2 10

Aluno

19-A

Não 2 N/R N/R 2 N/R N/R 2 2 2 0 2 12

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126

Aluno

20-A

Não 2 0 0 2 2 2 1 0 2 0 2 13

Aluno

21-A

Sim 2 N/R N/R 2 N/R N/R 1 2 0 0 2 9

Aluno

22-A

Sim 2 N/R N/R 2 2 2 1 2 2 2 2 17

Aluno

24-A

Não 2 0 0 2 N/R 0 1 2 2 2 0 11

Aluno 1-

B

Sim 1 N/R N/R 2 2 0 1 0 2 0 0 9

Aluno 2-

B

Não 2 2 N/R 2 2 2 2 2 2 2 2 20

Aluno 4-

B

Não 1 0 N/R 2 N/R 2 0 2 2 2 N/R 11

Aluno 5-

B

Não 1 0 N/R 2 N/R 2 1 2 0 2 2 12

Aluno 7-

B

Sim 2 N/R N/R 2 N/R N/R 1 0 N/R N/R N/R 5

Aluno 8-

B

Sim 2 2 N/R 2 N/R N/R 1 0 2 N/R 2 11

Aluno 9-

B

Não 1 0 0 2 N/R N/R 0 0 2 0 2 7

Aluno

10-B

Não 1 N/R N/R N/R N/R N/R 1 N/R N/R N/R N/R 2

Aluno

11-B

Não 1 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 2 N/R N/R 3

Aluno

13-B

Sim 2 N/R N/R N/R N/R N/R 1 0 0 0 0 3

Aluno

15-B

Não 1 N/R 0 2 N/R N/R 1 2 2 0 2 10

Aluno

16-B

Não 1 0 0 2 2 2 2 2 2 0 2 15

Aluno

17-B

Sim 1 0 0 N/R N/R N/R 1 2 0 0 2 6

Aluno Não 1 N/R N/R 2 2 2 1 2 0 0 2 12

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127

18-B

Aluno

19-B

Sim 1 0 0 N/R N/R N/R 1 N/R 2 N/R 2 6

Aluno

20-B

Não 1 N/R N/R N/R N/R 2 1 2 0 N/R 2 8

Aluno

21-B

Não 2 N/R 0 N/R N/R N/R 2 0 N/R N/R 2 6

Aluno

22-B

Não 0 N/R 0 2 N/R 2 2 2 2 0 2 12

%

sucesso

da tarefa

- 44,4 5,5 0 80,5 36,1 36,1 27,7 52,7 72,2 33,3 58,3

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128

Anexo 10

Grelha com o resultados do Questionário Final

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129

GRELHA DE RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO FINAL

Aluno Questão

1

Questão

2

Questão

3

Questão

4

Questão

5

Questão

5.1

Questão

6

Questão

7

Questão

8

Questão

9

Questão

10

Questão

11

Total

Aluno

1-A

Não 2 2 2 2 1 N/R 2 2 2 1 2 19

Aluno

4-A

Não 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 21

Aluno

5-A

Sim N/R N/R 2 2 2 2 1 2 2 1 2 17

Aluno

6-A

Não 2 2 2 2 2 1 1 2 2 2 2 20

Aluno

7-A

Não 2 N/R 2 2 2 0 1 2 2 2 1 16

Aluno

8-A

Não 1 N/R 2 2 2 1 1 2 2 2 1 16

Aluno

9-A

Sim N/R 0 2 2 N/R 2 1 2 2 1 2 14

Aluno

10-A

Não 2 N/R 2 2 N/R 2 2 2 2 1 2 17

Aluno

11-A

Sim 2 N/R 2 2 N/R N/R 1 2 2 1 2 14

Aluno

12-A

Sim 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 21

Aluno

14-A

Não 2 2 2 2 2 1 1 2 2 2 2 20

Aluno

16-A

Não 2 2 2 2 2 2 0 2 2 0 2 18

Aluno

17-A

Sim 2 2 2 2 N/R 2 1 2 2 0 2 16

Aluno

18-A

Não 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 21

Aluno Não 2 2 2 2 N/R 1 2 2 2 2 2 19

Page 139: A pertinência da saída de campo no processo de ... · de conceitos como: visitas de estudo, saídas de campo e trabalho de campo. Procuramos também desenvolver as vantagens e limitações

130

19-A

Aluno

20-A

Não 0 0 2 2 N/R 1 1 2 2 2 2 14

Aluno

21-A

Não 2 2 2 2 N/R 1 2 2 2 2 2 19

Aluno

22-A

Sim 1 N/R 2 2 N/R 1 1 2 2 2 2 15

Aluno

24-A

Não 2 2 2 2 1 1 1 2 2 2 2 19

Aluno

25-A

Sim 2 N/R 2 2 N/R 1 1 2 2 1 1 14

Aluno

1-B

Sim 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 1 20

Aluno

2-B

Sim 2 2 2 2 N/R 2 2 2 2 2 2 20

Aluno

4-B

Não 2 0 N/R 2 2 2 1 2 2 1 1 15

Aluno

5-B

Sim 0 0 0 2 N/R 2 1 2 2 1 2 12

Aluno

7-B

Não 2 2 2 2 N/R N/R 1 2 2 1 0 14

Aluno

8-B

Não 2 2 2 2 N/R 2 2 2 2 2 2 20

Aluno

9-B

Não 2 2 2 2 N/R N/R 0 0 2 2 2 14

Aluno

10-B

Não 2 2 2 2 2 N/R 1 2 2 2 2 19

Aluno

11-B

Não 2 2 2 2 2 N/R N/R N/R 2 1 N/R 13

Aluno

14-B

Sim 1 0 N/R 2 2 2 2 2 2 1 2 16

Page 140: A pertinência da saída de campo no processo de ... · de conceitos como: visitas de estudo, saídas de campo e trabalho de campo. Procuramos também desenvolver as vantagens e limitações

131

Aluno

16-B

Sim 1 2 2 2 2 2 1 2 2 0 1 16

Aluno

17-B

Sim 0 2 2 2 N/R N/R 1 1 2 0 2 12

Aluno

18-B

Sim 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 21

Aluno

19-B

Não N/R N/R N/R 2 N/R N/R 1 1 2 0 2 8

Aluno

20-B

Não N/R N/R N/R 2 N/R 2 1 2 2 1 1 11

Aluno

21-B

Não 0 N/R N/R 2 0 2 1 1 2 1 1 10

Aluno

22-B

Não 1 2 2 2 N/R 2 1 2 2 2 2 18

%

sucesso

da

tarefa

- 65,8 60,5 84,2 100 42,1 50 21,0 86,8 100 52,6 71

Page 141: A pertinência da saída de campo no processo de ... · de conceitos como: visitas de estudo, saídas de campo e trabalho de campo. Procuramos também desenvolver as vantagens e limitações

132

Anexo 11

Grelhas com os resultados do guião da saída de

campo

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133

Grelha de resultado do Guião – História Questão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Somatório

Cotações 2.5 5 5 10 2.5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 1-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 N/R 5 5 5 5 5 5 5 2.5 8,75 Aluno 2-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 4-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 2 5 5 5 5 9,7 Aluno 5-A 2.5 5 5 1 5 5 2.5 2.5 5 5 5 5 5 N/R 5 5 5 5 5 8,1 Aluno 6-A 2.5 5 5 2 1 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 1 8,9 Aluno 7-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,75 Aluno 8-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 9,75 Aluno 9-A 2.5 5 5 2 5 5 2.5 2.5 5 5 3 5 5 5 5 5 5 5 5 8,00 Aluno 10-A 2.5 5 5 5 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,25 Aluno 11-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 2,5 8,75 Aluno 14-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 2,5 8,75 Aluno 15-A 2.5 5 5 10 5 2,5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 2.5 9,5 Aluno 17-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 18-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,75 Aluno 19-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 3 5 5 5 5 5 5 2.5 9,55 Aluno 20-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 9 Aluno 21-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 22-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 10 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,25 Aluno 24-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 2,5 8,75 Aluno 25-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 26-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 2,5 8,75 Aluno 1-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 2-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 4-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,75 Aluno 5-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 10 5 5 5 5 5 5 5 5 9,5 Aluno 7-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,75

Page 143: A pertinência da saída de campo no processo de ... · de conceitos como: visitas de estudo, saídas de campo e trabalho de campo. Procuramos também desenvolver as vantagens e limitações

134

Aluno 8-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 10 5 5 5 5 5 5 5 5 9,5 Aluno 9-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 2 5 5 5 5 5 5 5 2,5 8,45 Aluno 10-B 2.5 5 5 5 5 5 2.5 2.5 5 2 2 5 5 5 5 5 5 5 5 7,9 Aluno 11-B 2.5 5 5 5 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,75 Aluno 13-B 2.5 5 5 5 5 5 2.5 2.5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 2,5 8,25 Aluno 14-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 15-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 5 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,25 Aluno 16-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 17-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 10 5 5 5 5 5 5 5 5 9,5 Aluno 18-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 19-B 2.5 5 5 3 5 5 2.5 2.5 5 2 2 5 5 5 5 5 5 5 5 7,7 Aluno 20-B 2.5 5 5 N/R 5 5 2.5 N/R 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 8,75 Aluno 21-B 2.5 5 5 N/R 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 9,00 Aluno 22-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0

%sucesso

da tarefa 100 100 100 75 97,5 97,5 100 97,5 100 62,5 67,5 97,5 100 97,5 100 100 100 100 55

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Grelha de resultado do Guião – Geografia Questão 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 Somatório Cotações 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 10 5 2,5 2,5 2,5 2,5 15 5 10,0 Aluno 1-8 6 2 2 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 4 2 2,5 2,5 2,5 8 5 7,5 Aluno 2-8 10 2 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 4 2 2,5 2,5 2 10 5 8,4 Aluno 4-8 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 3 4 2,5 2,5 2,5 2,5 15 5 9,2 Aluno 5-8 6 2 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 5 5 2 2,5 2,5 2,5 15 5 8,5 Aluno 6-8 6 2 3 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 5 2 2,5 2,5 2,5 12 5 7,9 Aluno 7-8 6 2 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 3 3 2 2,5 2,5 2 12 5 8,0 Aluno 8-8 6 2 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 7 2 2 2,5 2,5 2,5 14 5 8,6 Aluno 9-8 6 2 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 5 5 2 2,5 2,5 2,5 14 5 9,4

Aluno 10-8 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 10 5 2 1 2,5 2,5 10 5 9,3 Aluno 11-8 10 3 0 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 4,3 Aluno 14-8 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 2 2 2,5 2,5 2,5 10 5 8,6 Aluno 15-8 10 5 5 N/R 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 2 2 2,5 2,5 2,5 15 5 8,8 Aluno 17-8 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 6 3 2,5 2,5 2,5 2,5 14 2,5 9,2 Aluno 18-8 6 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 4 2 1 2,5 2,5 15 5 8,7 Aluno 19-8 6 2 1 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 3 2 2,5 2,5 2,5 12 5 7,8 Aluno 20-8 10 2 3 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 2 2,5 2,5 2,5 2,5 14 5 8,4 Aluno 21-8 10 N/R 2 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 2 5 2 2,5 2,5 2,5 15 5 8,4 Aluno 22-8 6 5 2 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 6 5 2 1 2,5 2,5 15 5 8,7 Aluno 24-8 6 2 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 10 3 2 2,5 2,5 2,5 15 5 9,1 Aluno 25-8 6 2 2 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 2 1,5 1 2,5 2,5 13 5 7,2 Aluno 26-8 10 2 3 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 4 2 2,5 2,5 2,5 15 5 8,8 Aluno 1-10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 15 5 9,5 Aluno 2-10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 3 4 2,5 2,5 2,5 2,5 15 5 9,2 Aluno 4-10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 8 5 2 2,5 2,5 2,5 15 5 9,7 Aluno 5-10 10 2 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 5 1 N/R 2,5 2,5 2,5 15 5 8,6

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Aluno 7-10 10 2 1 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 3 2 2 1 2,5 2,5 10 5 7,6 Aluno 8-10 10 3 1 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 2 2 2,5 2,5 2,5 8 5 7,7 Aluno 9-10 10 2 1 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 8 2 2 2,5 2,5 2,5 10 5 8,4 Aluno 10-

10 6 2 1 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 5 N/R N/R 1,5 2,5 2,5 2,5 N/R N/R 4,8

Aluno 11-

10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 2 2 1 2,5 2,5 2,5 15 5 8,8

Aluno 13-

10 6 2 1 2,5 2,5 2,5 2,5 3 10 10 N/R N/R N/R N/R N/R 2,5 10 N/R 4,6

Aluno 14-

10 6 5 3 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 N/R N/R 1 2 2,5 2,5 10 N/R 6,7

Aluno 15-

10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 5 3 2,5 2,5 2,5 2,5 13 5 9,1

Aluno 16-

10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 5 3 2 2 2,5 2,5 10 N/R 8,2

Aluno 17-

10 10 2 1 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 2 2 2,5 2,5 2,5 12 5 8,1

Aluno 18-

10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 6 5 2,5 2,5 2,5 2,5 15 5 9,6

Aluno 19-

10 10 2 1 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 1,3

Aluno 20-

10 6 2 1 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 6 4 1 2,5 2,5 2 10 5 7,7

Aluno 21-

10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 6 2 2 2 2,5 2,5 10 N/R 8,2

Aluno 22-

10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 6 5 2,5 2,5 2,5 2,5 15 5 9,4

%sucesso

da tarefa 62,5 40 55 95 97,5 97,5 97,5 95 97,5 95 5 22,5 20 72,5 92,5 87,5 37,5 80

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Anexo 12

Transcrição dos comentários/opiniões dos alunos

participantes na saída de campo a Peso da Régua

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Transcrição de aspetos positivos e negativos dos participantes da

saída de campo a Peso da Régua

11ºA

Comentário 4-A:

“Dois aspetos positivos: foram os conhecimentos aprendidos e o contacto com o

espaço rural. Dois negativos foram a visita à Quinta de Tourais que não foi

interessante e o tempo chuvoso”.

Comentário 5-A:

“Foi muito interessante e completa mas muito longa e cansativa”.

Comentário 6-A:

“O aspeto negativo foi o tempo da parte da manha, mas de resto foi tudo positivo. Foi

uma visita interessante e divertida”.

Comentário 7-A:

“Positivos: conhecer a barragem, a quinta de Tourais e o convívio com os meus

colegas. Negativos: não ter sítio para almoçar e o estado de tempo”.

Comentário 8-A:

“Como aspetos positivos, foram conhecer a barragem e o museu. Como negativos,

não ter local para comer e a falta de cumprimento de horários”.

Comentário 9-A:

“Aspetos positivos: o convívio com os colegas e professores e a aprendizagem lúdica.

Como negativos, o tempo e a organização”.

Comentário 10-A:

“Os aspetos positivos que retirei desta visita foi experienciar condições climáticas

diferentes e aprender o processo de fazer vinho. Os negativos foi basicamente o

estado de tempo”.

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Comentário 11-A:

“Foi uma visita bastante produtiva, aprendi coisas novas e gostei de visitar as quintas.

Em contrapartida, a visita de alguns espaços foi cansativa, e o estado de tempo não foi

bom”.

Comentário 12-A:

“Dois aspetos positivos foram conhecer melhor o processo de produção de vinho e

poder aprender coisas vendo ao vivo e não por um powerpoint. Dois negativos foram

o estado de tempo e a visita muito longa e demorada ao museu do vinho”.

Comentário 14-A:

“Os aspetos positivos foram a aprendizagem das matérias estudadas e foi uma visita

de estudo interessante. Como negativos, o facto de ter estado a chover e não se ouvir

as pessoas das quintas, uma vez que só falavam para uma parte do grupo. Também a

falta de local para almoçar”.

Comentário 16-A:

“Nunca tido ido à Régua e é uma zona bonita, o convívio também foi interessante.

Como aspetos negativos, o mau tempo e o facto de só termos uma hora para andar à

vontade”.

Comentário 17-A:

“Como aspetos positivos foram as boas explicações e o bom transporte. A chuva e o

facto de não conseguir ouvir muitas coisas que foram ditas, foram os aspetos

negativos“.

Comentário 18-A:

“A visita foi interessante e consegui aprender com ela, o que a prejudicou foi o clima

chuvoso“.

Comentário 19-A:

“Os aspetos positivos foram: o facto de termos aprendido e adquirido novos

conhecimentos de uma forma interessante e a ligação que foi criada entre alunos e

professores. Na minha opinião, a visita não teve aspetos negativos”.

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Comentário 20-A:

“Obtivemos uma visão mais realista da região e aprofundamos os nossos

conhecimentos, principalmente relativamente à vinha. A nível negativo, o tempo foi

uma desvantagem, tal como a falta de espaço para almoçar”.

Comentário 21-A:

“Na minha opinião esta visita não teve aspetos negativos”.

Comentário 22-A:

“Nesta visita, houve pessoas simpáticas e oferta de cocktail da Quinta de Santa

Eufêmia. Como negativos, foi o tempo chuvoso e a falta de espaços abrigados para

fazer piqueniques”.

Comentário 24-A:

“Foi interessante e boa para aliviar o stress. Como aspetos negativos, foi o mau tempo

e o tempo da viagem que foi longo”.

Comentário 25-A:

“Os aspetos positivos foram, o conhecimento geral da terra e a barragem, os negativos

foram a chuva a visita a pé ”.

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Transcrição de aspetos positivos e negativos dos participantes da

saída de campo a Peso da Régua

11ºB

Comentário 1-B:

“Foi uma atividade dinâmica e aprendi coisas novas. Como negativos: foi a má

organização em relação ao sítio para almoçar ”.

Comentário 2-B:

“Como aspetos positivos foram o contacto com a agricultura e o tema da visita de

estudo. Como negativos foram o tempo e alguma falta de organização”.

Comentário 4-B:

“A visita foi bastante educativa, aprendi coisas bastante interessantes e contribuiu

para aprofundar o nosso conhecimento. Como aspeto negativo, realço o clima”.

Comentário 5-B:

“Dois aspetos positivos: aprendi muito mais e consegui perceber melhor a matéria

sobre a agricultura. Dois aspetos negativos: estava quase sempre a chover e o senhor

da primeira quinta que fomos ver não soube interagir muito bem connosco”.

Comentário 7-B:

“Os dois aspetos negativos são: a visita ao Museu do Douro e à Quinta de Santa

Eufêmia. Os dois negativos são as horas no autocarro e o clima irregular”.

Comentário 9-B:

“Puder rever conhecimentos do ano passado, vi excelentes paisagens. Como aspetos

negativos, o questionário era muito longo, e o clima”.

Comentário 10-B:

“Foi bastante interessantes, o facto de termos sempre algo que visitar durante o dia e o

custo tendo em conta tudo o que visitamos, foi muito bom”.

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Comentário 11-B:

“Foi bom porque aprendemos e estivemos em contacto com a natureza”.

Comentário 14-B:

“A visita podia ter sido melhor coordenada a nível de horas, apesar disso a visita foi

bastante educativa, bem estruturada e a meu ver foi cativante para os alunos, sendo

que não o fazemos todos os dias”.

Comentário 16-B:

“Aspetos positivos: visitar um território que nunca tinha visitado antes e lembrar

algumas matérias da disciplina. Como aspetos negativos: paramos demasiado tempo

com o guião, em vez de podermos observar mais e o estado de tempo”.

Comentário 17-B:

“Como aspetos positivos foram: o convívio e a ida ao museu. Como aspetos

negativos, foi o facto de ter chovido e os caminhos por onde andamos”.

Comentário 18-B:

“Positivos: contacto com regiões diferentes daquelas onde vivemos e as visitas às

quintas. Como negativos, o tempo e o questionário ser muito grande”.

Comentário 19-B:

“Os aspetos positivos foram o vinho grátis e a excelente paisagem, e em contrapartida

o mau tempo e a longa viagem”.

Comentário 20-B:

“Para mim os aspetos positivos foram: a aprendizagem de forma diferente e conhecer

um local novo. Como aspeto negativo, foi o estado de tempo de manhã”.

Comentário 21-B:

“Foi uma visita de estudo interessante e muito educativa. Como aspetos negativos:

choveu e podíamos ter almoçado num sítio melhor”.

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Comentário 22-B:

“Com esta visita, tive um melhor conhecimento das quintas do Douro e das suas

produções e de como produzem. Também foi importante o contacto com o meio rural.

Como aspetos negativos, o tempo instável que teve como consequência um almoço

num local pouco comum”.