a percepÇÃo de qualidade de vida entre ......três perguntas sobre o que significa qualidade de...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ODONTOLOGIA
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE
ESCOLARES BRASILEIROS
Elaine Ferreira Campos
Belo Horizonte
2016
Elaine Ferreira Campos
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE
ESCOLARES BRASILEIROS
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Colegiado do Programa de
Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Minas Gerais como requisito
parcial para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Odontologia
ndash Aacuterea de Concentraccedilatildeo em Sauacutede Coletiva
Orientadora Profordf Drordf Andreacutea Maria Duarte Vargas
Co-orientadora Profordf Drordf Efigecircnia Ferreira e Ferreira
Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Belo Horizonte
2016
Dedico agrave Deus
por abrir a porta que possibilitou todos os
desafios e vitoacuterias Sem Ele nada seria possiacutevel
Haroldinho Bruno e Iasmin
vocecircs satildeo o maior presente que recebi de Deus
Haroldo Baecircta seu apoio foi
fundamental em tudo
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo primeiramente agrave Deus por sua bondade e misericoacuterdia em conceder
- me tamanha oportunidade para trilhar esse caminho e por suprir todas as minhas
necessidades fiacutesicas e espirituais
Aos meus filhos Haroldo Bruno e Iasmin pelo amor compreensatildeo apoio
incentivando - me em todos os momentos da vida
Aos meus pais Acircngelo e Vitoacuteria e meus irmatildeos que sempre fizeram - me
lembrar que a famiacutelia eacute o bem precioso que Deus nos concede
Agrave minha orientadora Profordf Dra Andreacutea Vargas por dar - me a oportunidade
de aprender e a evoluir como profissional ajudando - me dia a dia com sua
paciecircncia dedicaccedilatildeo e sabedoria mostrando - me sempre o alvo
Agrave minha co ndash orientadora Profordf Dra Efigecircnia Ferreira por sua simplicidade
generosidade sabedoria e por confiar - me o caminho a percorrer
A todos os professores da poacutes - graduaccedilatildeo que dedicam suas vidas em
funccedilatildeo da ciecircncia e contribuem com seus ensinamentos para que possamos evoluir
e conquistarmos nossos objetivos sempre em prol do bem da sociedade
Agrave escola e as crianccedilas participantes desta pesquisa que gentilmente nos
receberam e colaboraram para que esse trabalho pudesse ser realizado
Nem olhos viram nem ouvidos ouviram nem jamais penetrou em coraccedilatildeo
humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam
I Coriacutentios 2 9-10
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de escolares sobre
qualidade de vida e conhecer dos aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que estatildeo
relacionados a essa percepccedilatildeo Este estudo foi realizado com e s c o l a r e s de 7-
10 anos em uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo
metropolitana de Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas
Gerais A seleccedilatildeo da escola se orientou na disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira Optou-se pela abordagem qualitativa uma
vez que pretendiacuteamos compreender o que representa uma vida com qualidade para
as crianccedilas Na escola participante foram sorteadas trecircs turmas que contemplavam a
faixa etaacuteria de 7-10 anos A amostra foi de 22 participantes cujos pais ou
responsaacuteveis autorizaram a participaccedilatildeo da crianccedila Os meacutetodos utilizados para a
coleta de dados foram o desenho a narrativa apoacutes o desenho e a entrevista com
trecircs perguntas sobre o que significa qualidade de vida para a crianccedila A escolha do
desenho a narrativa e a entrevista considerou o fato de serem uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo dos escolares nas faixas etaacuteria do estudo A coleta de
dados utilizou duas fases a primeira fase foi da coleta por meio do desenho com
narrativa feita em t r ecirc s etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa
dos desenhos A segunda fase foi a entrevista com trecircs perguntas Os dados foram
analisados utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos que considerou os resultados das
narrativas dos desenhos feitos pelos escolares autores dos mesmos e as
entrevista pert inentes ao tema da pesquisa que evidenciaram os nuacutecleos
de sentido e temas definidos por consenso Dessa forma distinguiram as variaacuteveis
que foram organizadas em quatro categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos
brincadeiras animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Essas categorias
revelaram a importacircncia de compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas como um ser
autecircntico autocircnomo capaz de refletir e interagir manifestando o que entendem
sobre o seu bem estar Os resultados apontam para a importacircncia das crianccedilas
participarem das etapas de construccedilatildeo dos questionaacuterios de qualidade de vida pois
algumas dimensotildees relatadas jaacute vinham sendo incluiacutedas (famiacutelia brincadeiras
amigos) mas outras como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo
normalmente encontradas
Palavras ndash chave Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
ABSTRACT
The perception of quality of life among Brazilian schoolchildren
This research aimed to understand the perceptions of students about quality of life
and meet the physical social and psychological factors that are related to this
perception This study was conducted with students from 7-10 years in a public
school elementary school located in the metropolitan region of Belo Horizonte in
the city of Contagem in Minas Gerais The selection of the school is guided in the
availability of work with a school of different social contexts in relation to schools in
other countries and to represent the Brazilian reality We opted for the qualitative
approach since we wanted to understand what is a life quality for children In
participating school were randomly selected three groups that contemplated the age
group of 7-10 years The sample consisted of 22 participants whose parents or
guardians have authorized the childs participation The methods used for data
collection were the design narrative after drawing and interview with three questions
about what it means quality of life for the child The choice of design narrative and
interview considered the fact that they are a good way of expression and
verbalization of school age in the study groups Data collection used two phases the
first phase was the collection by the design narrative done in three stages free
design theme design and the narrative of the drawings The second stage was the
interview with three questions Data were analyzed using triangulation methods that
considered the results of the narratives of the drawings made by the school of the
same authors and interview relevant to the subject of research that showed the core
meanings and themes defined by consensus Thus distinguished the variables that
were organized into four categories family childish things (friends games animals)
values Structural conditions security These categories revealed the importance of
understand the perception of children as an authentic being autonomous able to
reflect and interact expressing what they understand about their welfare The results
point to the importance of children participating in the stages of construction of quality
of life questionnaires as some reported dimensions had already been included
(family games friends) but others such as security living conditions and values are
not normally found
Key words Quality of life Scholars Childish drawing Narrative
LISTA DE SIGLAS
CE ndash Comissatildeo Europeacuteia
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
QV ndash Qualidade de Vida
QVRS ndash Qualidade de Vida Relacionada agrave Sauacutede
TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFMG ndash Universidade Federal de Minas Gerais
WHOQOL GROUP - World Health Organization Quality of Life Group
SUMAacuteRIO
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS12
2 OBJETIVOS17
21 Objetivo geral17
22 Objetivos Especiacuteficos17
3 METODOLOGIA18
31Estudo Piloto19
32Coleta de Dados20
321Primeira Fase20
3211Desenho Livre20
3212Desenho Temaacutetico20
3213 Narrativa dos desenhos21
322 Segunda Fase Entrevista21
33Anaacutelise dos Dados22
34 Aspectos Eacuteticos23
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO24
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS48
REFEREcircNCIAS49
APEcircNDICES 52
ANEXOS65
12
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
Segundo o Grupo de Qualidade de Vida (WHOQOL GROUP 1994) da divisatildeo
de Sauacutede Mental da OMS qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua
posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em
relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas padrotildees e preocupaccedilotildees
O termo qualidade de vida possui caraacuteter polissecircmico e seu conceito
humaniacutestico relaciona- se ao grau de satisfaccedilatildeo encontrado na vida familiar afetiva
social e do ambiente e agrave proacutepria existecircncia Abrangem conhecimentos experiecircncias
e valores de indiviacuteduos e coletividades que nele se inserem em eacutepocas espaccedilos e
histoacuterias diferentes em uma construccedilatildeo social e relatividade cultural (Minayo 2000)
O conceito de qualidade de vida eacute apresentado atraveacutes de uma perspectiva
multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e social e de
uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua
experiecircncia de vida (Soares et al 2011)
Miu-Chi Lun amp Bond (2015) propuseram que o bem estar subjetivo surge a
partir da satisfaccedilatildeo das proacuteprias necessidades baacutesicas e alcanccedilar as necessidades
especiacuteficas variam de acordo com o sexo idade e cultura nacional Afirmaram que
termos como satisfaccedilatildeo com a vida felicidade bem estar subjetivo ou o bem-estar
psicoloacutegico foram utilizados para indicar o grau em que um indiviacuteduo vive uma boa
vida e significam a mesma coisa para todas as pessoas em diversas culturas Em
seu estudo consideram que questotildees relacionadas com o indiviacuteduo iriam afetar a
forma como esse indiviacuteduo avalia sua vida como um todo devido agrave sauacutede fiacutesica ou
condiccedilatildeo financeira relaccedilotildees sociais com outras pessoas ou a estabilidade do
ambiente poliacutetico da proacutepria sociedade Assim reafirmam que a importacircncia relativa
destas necessidades podem variar dado o tempo em que o indiviacuteduo nasce o papel
de gecircnero que ocupa e o contexto sociocultural em que vive
Sobre a definiccedilatildeo de percepccedilatildeo o estudo de Oliveira amp Mouratildeo Junior (2013)
afirma que para a filosofia a percepccedilatildeo apresenta iacutentima ligaccedilatildeo com os sentidos e
inicialmente eacute realizada pelos sistemas sensoriais de maneira separada em sua
fase analiacutetica como se cada caracteriacutestica fosse separada como a forma a cor os
movimentos Entretanto a percepccedilatildeo enxerga o mundo em sua totalidade na fase
sinteacutetica e natildeo com sensaccedilotildees fragmentadas Relata que para as neurociecircncias
percepccedilatildeo significa a capacidade nos seres humanos de associar as informaccedilotildees
13
sensoriais agrave memoacuteria e agrave cogniccedilatildeo formando conceitos sobre o mundo e sobre noacutes
mesmos e orientam nosso comportamento Afirmam que segundo estudos recentes
a percepccedilatildeo eacute um processo ativo em que o ceacuterebro constroacutei e edita suas
percepccedilotildees atraveacutes de fatores bioloacutegicos poreacutem guiados por fatores histoacutericos e
culturais
Segundo Pereira (2010) a percepccedilatildeo da crianccedila se altera com o tempo uma
vez que a capacidade cognitiva da mesma se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem
cultural condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto
seus desejos e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo
Tambeacutem ldquoreflete sua prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito
sujeita a alteraccedilotildees sendo influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo
(Barbosa et al 2010)
Wallander amp Koot (2016) em seu estudo consideram ao fato das crianccedilas
serem um grupo vulneraacutevel devido agrave natildeo terem capacidade de identificar e resolver
suas proacuteprias necessidades por isso satildeo dependentes dos adultos para agir em
nome dos seus direitos incluindo o direito a uma vida de qualidade Consideram que
a infacircncia eacute um periacuteodo especiacutefico de desenvolvimento que difere de outros periacuteodos
da vida Poreacutem afirmam que se avaliarmos a qualidade de vida das crianccedilas devido
ao fato de serem membros da proacutexima geraccedilatildeo em nossa sociedade como
investimento para o futuro natildeo justifica ser o uacutenico motivo para examinar como as
mesmas experimentam suas vidas pois elas tecircm direito a uma vida com qualidade
no presente
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida sendo a maioria desenvolvido na liacutengua inglesa Poreacutem a
necessidade de utilizaccedilatildeo desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros
paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram como opccedilotildees criar um novo instrumento
ou adaptar o existente baseado em sua traduccedilatildeo para o idioma de origem do paiacutes a
ser utilizado fazendo uma adaptaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas socioculturais da populaccedilatildeo
a ser analisada e a validaccedilatildeo desse instrumento que possibilite uma avaliaccedilatildeo
fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo (Barbosa et al 2010 Landeiro et al
2011)
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada aacute
sauacutede podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois
14
se refere agrave amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geral quando se
pretende associar sauacutede aacute qualidade de vida Quando se vai trabalhar com
sintomas incapacidades ou limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o
instrumento especifico por terem como vantagem a capacidade de detectar
particularidades da qualidade de vida em determinadas situaccedilotildees (Barbosa et al
2010 Landeiro et al 2011)
Dentre os instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados podemos
citar o WHOQOL-100 que consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e
EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais Jaacute o WHOQOL BREF eacute uma versatildeo abreviada
composta por 26 questotildees que obtiveram os melhores desempenhos psicomeacutetricos
extraiacutedas do WHOQOL-100 A versatildeo abreviada eacute composta por 4 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Relaccedilotildees Sociais e Meio- ambiente ((WHOQOL GROUP 1994)
Outro instrumento geneacuterico o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto ldquoProteccedilatildeo e
Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo ndash uma perspectiva Europeia de Sauacutede Puacuteblica que foi financiado pela
Comissatildeo Europeia (CE) Utiliza uma abordagem simultaneamente transcultural e
desenvolve um conjunto de questotildees estandardizadas para avaliar a Qualidade de
Vida Relacionada com a Sauacutede (QVRS) em crianccedilas e adolescentes As vantagens
de medida do KIDSCREEN tornaram o instrumento atrativo mesmo fora dos 13
paiacuteses Europeus em que foi desenvolvido (Gaspar Matos 2008)
O instrumento Pediatric Quality of Life InventoryTM versatildeo 4 (Peds-QLTM) foi
desenvolvido para afericcedilatildeo da QVRS pediaacutetrica integrando abordagens geneacutericas
e concentradas em doenccedilas especificas inclui auto avaliaccedilatildeo para crianccedilas e
adolescentes entre 5 e 18 anos e questionaacuterios para os pais das crianccedilas e
adolescentes entre 2 e 18 anos (Klatchoian et al 2008)
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida
satildeo importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo e sabe-se que as
medidas em questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais
ou pelo cuidador e que estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos
pais e da crianccedila para domiacutenios mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios
fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo
o respondente do questionaacuterio e deve ser realizada junto com os pais ou
responsaacutevel e a crianccedila (Morettin et al 2013)
15
A percepccedilatildeo da crianccedila sobre a sauacutede varia conforme a sua capacidade
cognitiva que se modifica de acordo com a idade e os diferentes estaacutegios de
desenvolvimento emocional social e de linguagem A percepccedilatildeo da crianccedila tambeacutem
pode variar segundo a sua cultura condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e de sua sauacutede Para
responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e
conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua sauacutede ainda satildeo limitados haacute necessidade de
mais pesquisas (Tesch et al 2007)
Segundo Luquet (1969) Pastina amp Duarte (2008) e Piaget (1971) em um
processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece mentalmente
hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo
importantes e qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde
pequenas as crianccedilas desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e
siacutembolos carregados de significaccedilatildeo subjetiva e social da realidade com a qual
convive
Ao desenhar a crianccedila libera conteuacutedos da sua memoacuteria com certa abstraccedilatildeo
da fala nesse processo revela que a linguagem verbal eacute a base da linguagem
graacutefica constituiacuteda pelo desenho pois a crianccedila estabelece pontos de comunicaccedilatildeo e
expressa gosto medos anseios e angustias O desenho representa uma linguagem
que possui vocabulaacuterio e sintaxe proacuteprios e a crianccedila cria e recria formas
expressivas singulares que integram percepccedilatildeo imaginaccedilatildeo reflexatildeo e
sensibilidade e estaacute intimamente ligado ao desenvolvimento da escrita (Vygotsky
1988)
O desenho eacute o lugar provaacutevel do indeterminado das significaccedilotildees
fundamentais do mundo infantil que deve ser considerado natildeo apenas como modo
de expressatildeo ou de representaccedilatildeo da realidade mas tambeacutem como resultado de
atividades intencionais envolvendo aspectos cognitivos e emotivos em seu ajuste agrave
realidade com a qual a crianccedila convive (Arauacutejo Tavares 2011)
Por meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o
que sente sabe e vecirc O desenho revela um espelho daquela refletindo-a por inteiro
para quem o observa (Silva Tavares 2011)
Para Ramos (2015) a narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem
de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos
16
Assim tem como objetivo superar a distacircncia entre compreender e explicar
apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do discurso a
mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista particular
Estudo feito por Oliveira et al (2013) relata que quando a crianccedila desenvolve
a capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate
experiecircncias vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para
criar novos contextos e personagens Trata - se de uma das mais marcantes
habilidades do processo de desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis
natildeo estaacute condicionado a nenhum tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite
diferentes formas de anaacutelise
Essa pesquisa justificou - se porque adotou uma metodologia diferente na
tentativa de melhorar a compreensatildeo da dimensatildeo subjetiva em qualidade de vida
percebida pelas crianccedilas
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
22 Objetivos Especiacuteficos
1- Conhecer as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por escolares
2- Conhecer os aspectos fiacutesicos que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
3- Conhecer os aspectos sociais que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
4- Conhecer os aspectos psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre escolares
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
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APEcircNDICES
53
APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
56
APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
57
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60
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ANEXOS
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67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
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4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
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informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
Elaine Ferreira Campos
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE
ESCOLARES BRASILEIROS
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Colegiado do Programa de
Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Minas Gerais como requisito
parcial para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Odontologia
ndash Aacuterea de Concentraccedilatildeo em Sauacutede Coletiva
Orientadora Profordf Drordf Andreacutea Maria Duarte Vargas
Co-orientadora Profordf Drordf Efigecircnia Ferreira e Ferreira
Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Belo Horizonte
2016
Dedico agrave Deus
por abrir a porta que possibilitou todos os
desafios e vitoacuterias Sem Ele nada seria possiacutevel
Haroldinho Bruno e Iasmin
vocecircs satildeo o maior presente que recebi de Deus
Haroldo Baecircta seu apoio foi
fundamental em tudo
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo primeiramente agrave Deus por sua bondade e misericoacuterdia em conceder
- me tamanha oportunidade para trilhar esse caminho e por suprir todas as minhas
necessidades fiacutesicas e espirituais
Aos meus filhos Haroldo Bruno e Iasmin pelo amor compreensatildeo apoio
incentivando - me em todos os momentos da vida
Aos meus pais Acircngelo e Vitoacuteria e meus irmatildeos que sempre fizeram - me
lembrar que a famiacutelia eacute o bem precioso que Deus nos concede
Agrave minha orientadora Profordf Dra Andreacutea Vargas por dar - me a oportunidade
de aprender e a evoluir como profissional ajudando - me dia a dia com sua
paciecircncia dedicaccedilatildeo e sabedoria mostrando - me sempre o alvo
Agrave minha co ndash orientadora Profordf Dra Efigecircnia Ferreira por sua simplicidade
generosidade sabedoria e por confiar - me o caminho a percorrer
A todos os professores da poacutes - graduaccedilatildeo que dedicam suas vidas em
funccedilatildeo da ciecircncia e contribuem com seus ensinamentos para que possamos evoluir
e conquistarmos nossos objetivos sempre em prol do bem da sociedade
Agrave escola e as crianccedilas participantes desta pesquisa que gentilmente nos
receberam e colaboraram para que esse trabalho pudesse ser realizado
Nem olhos viram nem ouvidos ouviram nem jamais penetrou em coraccedilatildeo
humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam
I Coriacutentios 2 9-10
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de escolares sobre
qualidade de vida e conhecer dos aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que estatildeo
relacionados a essa percepccedilatildeo Este estudo foi realizado com e s c o l a r e s de 7-
10 anos em uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo
metropolitana de Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas
Gerais A seleccedilatildeo da escola se orientou na disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira Optou-se pela abordagem qualitativa uma
vez que pretendiacuteamos compreender o que representa uma vida com qualidade para
as crianccedilas Na escola participante foram sorteadas trecircs turmas que contemplavam a
faixa etaacuteria de 7-10 anos A amostra foi de 22 participantes cujos pais ou
responsaacuteveis autorizaram a participaccedilatildeo da crianccedila Os meacutetodos utilizados para a
coleta de dados foram o desenho a narrativa apoacutes o desenho e a entrevista com
trecircs perguntas sobre o que significa qualidade de vida para a crianccedila A escolha do
desenho a narrativa e a entrevista considerou o fato de serem uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo dos escolares nas faixas etaacuteria do estudo A coleta de
dados utilizou duas fases a primeira fase foi da coleta por meio do desenho com
narrativa feita em t r ecirc s etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa
dos desenhos A segunda fase foi a entrevista com trecircs perguntas Os dados foram
analisados utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos que considerou os resultados das
narrativas dos desenhos feitos pelos escolares autores dos mesmos e as
entrevista pert inentes ao tema da pesquisa que evidenciaram os nuacutecleos
de sentido e temas definidos por consenso Dessa forma distinguiram as variaacuteveis
que foram organizadas em quatro categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos
brincadeiras animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Essas categorias
revelaram a importacircncia de compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas como um ser
autecircntico autocircnomo capaz de refletir e interagir manifestando o que entendem
sobre o seu bem estar Os resultados apontam para a importacircncia das crianccedilas
participarem das etapas de construccedilatildeo dos questionaacuterios de qualidade de vida pois
algumas dimensotildees relatadas jaacute vinham sendo incluiacutedas (famiacutelia brincadeiras
amigos) mas outras como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo
normalmente encontradas
Palavras ndash chave Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
ABSTRACT
The perception of quality of life among Brazilian schoolchildren
This research aimed to understand the perceptions of students about quality of life
and meet the physical social and psychological factors that are related to this
perception This study was conducted with students from 7-10 years in a public
school elementary school located in the metropolitan region of Belo Horizonte in
the city of Contagem in Minas Gerais The selection of the school is guided in the
availability of work with a school of different social contexts in relation to schools in
other countries and to represent the Brazilian reality We opted for the qualitative
approach since we wanted to understand what is a life quality for children In
participating school were randomly selected three groups that contemplated the age
group of 7-10 years The sample consisted of 22 participants whose parents or
guardians have authorized the childs participation The methods used for data
collection were the design narrative after drawing and interview with three questions
about what it means quality of life for the child The choice of design narrative and
interview considered the fact that they are a good way of expression and
verbalization of school age in the study groups Data collection used two phases the
first phase was the collection by the design narrative done in three stages free
design theme design and the narrative of the drawings The second stage was the
interview with three questions Data were analyzed using triangulation methods that
considered the results of the narratives of the drawings made by the school of the
same authors and interview relevant to the subject of research that showed the core
meanings and themes defined by consensus Thus distinguished the variables that
were organized into four categories family childish things (friends games animals)
values Structural conditions security These categories revealed the importance of
understand the perception of children as an authentic being autonomous able to
reflect and interact expressing what they understand about their welfare The results
point to the importance of children participating in the stages of construction of quality
of life questionnaires as some reported dimensions had already been included
(family games friends) but others such as security living conditions and values are
not normally found
Key words Quality of life Scholars Childish drawing Narrative
LISTA DE SIGLAS
CE ndash Comissatildeo Europeacuteia
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
QV ndash Qualidade de Vida
QVRS ndash Qualidade de Vida Relacionada agrave Sauacutede
TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFMG ndash Universidade Federal de Minas Gerais
WHOQOL GROUP - World Health Organization Quality of Life Group
SUMAacuteRIO
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS12
2 OBJETIVOS17
21 Objetivo geral17
22 Objetivos Especiacuteficos17
3 METODOLOGIA18
31Estudo Piloto19
32Coleta de Dados20
321Primeira Fase20
3211Desenho Livre20
3212Desenho Temaacutetico20
3213 Narrativa dos desenhos21
322 Segunda Fase Entrevista21
33Anaacutelise dos Dados22
34 Aspectos Eacuteticos23
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO24
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS48
REFEREcircNCIAS49
APEcircNDICES 52
ANEXOS65
12
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
Segundo o Grupo de Qualidade de Vida (WHOQOL GROUP 1994) da divisatildeo
de Sauacutede Mental da OMS qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua
posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em
relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas padrotildees e preocupaccedilotildees
O termo qualidade de vida possui caraacuteter polissecircmico e seu conceito
humaniacutestico relaciona- se ao grau de satisfaccedilatildeo encontrado na vida familiar afetiva
social e do ambiente e agrave proacutepria existecircncia Abrangem conhecimentos experiecircncias
e valores de indiviacuteduos e coletividades que nele se inserem em eacutepocas espaccedilos e
histoacuterias diferentes em uma construccedilatildeo social e relatividade cultural (Minayo 2000)
O conceito de qualidade de vida eacute apresentado atraveacutes de uma perspectiva
multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e social e de
uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua
experiecircncia de vida (Soares et al 2011)
Miu-Chi Lun amp Bond (2015) propuseram que o bem estar subjetivo surge a
partir da satisfaccedilatildeo das proacuteprias necessidades baacutesicas e alcanccedilar as necessidades
especiacuteficas variam de acordo com o sexo idade e cultura nacional Afirmaram que
termos como satisfaccedilatildeo com a vida felicidade bem estar subjetivo ou o bem-estar
psicoloacutegico foram utilizados para indicar o grau em que um indiviacuteduo vive uma boa
vida e significam a mesma coisa para todas as pessoas em diversas culturas Em
seu estudo consideram que questotildees relacionadas com o indiviacuteduo iriam afetar a
forma como esse indiviacuteduo avalia sua vida como um todo devido agrave sauacutede fiacutesica ou
condiccedilatildeo financeira relaccedilotildees sociais com outras pessoas ou a estabilidade do
ambiente poliacutetico da proacutepria sociedade Assim reafirmam que a importacircncia relativa
destas necessidades podem variar dado o tempo em que o indiviacuteduo nasce o papel
de gecircnero que ocupa e o contexto sociocultural em que vive
Sobre a definiccedilatildeo de percepccedilatildeo o estudo de Oliveira amp Mouratildeo Junior (2013)
afirma que para a filosofia a percepccedilatildeo apresenta iacutentima ligaccedilatildeo com os sentidos e
inicialmente eacute realizada pelos sistemas sensoriais de maneira separada em sua
fase analiacutetica como se cada caracteriacutestica fosse separada como a forma a cor os
movimentos Entretanto a percepccedilatildeo enxerga o mundo em sua totalidade na fase
sinteacutetica e natildeo com sensaccedilotildees fragmentadas Relata que para as neurociecircncias
percepccedilatildeo significa a capacidade nos seres humanos de associar as informaccedilotildees
13
sensoriais agrave memoacuteria e agrave cogniccedilatildeo formando conceitos sobre o mundo e sobre noacutes
mesmos e orientam nosso comportamento Afirmam que segundo estudos recentes
a percepccedilatildeo eacute um processo ativo em que o ceacuterebro constroacutei e edita suas
percepccedilotildees atraveacutes de fatores bioloacutegicos poreacutem guiados por fatores histoacutericos e
culturais
Segundo Pereira (2010) a percepccedilatildeo da crianccedila se altera com o tempo uma
vez que a capacidade cognitiva da mesma se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem
cultural condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto
seus desejos e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo
Tambeacutem ldquoreflete sua prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito
sujeita a alteraccedilotildees sendo influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo
(Barbosa et al 2010)
Wallander amp Koot (2016) em seu estudo consideram ao fato das crianccedilas
serem um grupo vulneraacutevel devido agrave natildeo terem capacidade de identificar e resolver
suas proacuteprias necessidades por isso satildeo dependentes dos adultos para agir em
nome dos seus direitos incluindo o direito a uma vida de qualidade Consideram que
a infacircncia eacute um periacuteodo especiacutefico de desenvolvimento que difere de outros periacuteodos
da vida Poreacutem afirmam que se avaliarmos a qualidade de vida das crianccedilas devido
ao fato de serem membros da proacutexima geraccedilatildeo em nossa sociedade como
investimento para o futuro natildeo justifica ser o uacutenico motivo para examinar como as
mesmas experimentam suas vidas pois elas tecircm direito a uma vida com qualidade
no presente
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida sendo a maioria desenvolvido na liacutengua inglesa Poreacutem a
necessidade de utilizaccedilatildeo desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros
paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram como opccedilotildees criar um novo instrumento
ou adaptar o existente baseado em sua traduccedilatildeo para o idioma de origem do paiacutes a
ser utilizado fazendo uma adaptaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas socioculturais da populaccedilatildeo
a ser analisada e a validaccedilatildeo desse instrumento que possibilite uma avaliaccedilatildeo
fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo (Barbosa et al 2010 Landeiro et al
2011)
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada aacute
sauacutede podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois
14
se refere agrave amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geral quando se
pretende associar sauacutede aacute qualidade de vida Quando se vai trabalhar com
sintomas incapacidades ou limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o
instrumento especifico por terem como vantagem a capacidade de detectar
particularidades da qualidade de vida em determinadas situaccedilotildees (Barbosa et al
2010 Landeiro et al 2011)
Dentre os instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados podemos
citar o WHOQOL-100 que consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e
EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais Jaacute o WHOQOL BREF eacute uma versatildeo abreviada
composta por 26 questotildees que obtiveram os melhores desempenhos psicomeacutetricos
extraiacutedas do WHOQOL-100 A versatildeo abreviada eacute composta por 4 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Relaccedilotildees Sociais e Meio- ambiente ((WHOQOL GROUP 1994)
Outro instrumento geneacuterico o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto ldquoProteccedilatildeo e
Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo ndash uma perspectiva Europeia de Sauacutede Puacuteblica que foi financiado pela
Comissatildeo Europeia (CE) Utiliza uma abordagem simultaneamente transcultural e
desenvolve um conjunto de questotildees estandardizadas para avaliar a Qualidade de
Vida Relacionada com a Sauacutede (QVRS) em crianccedilas e adolescentes As vantagens
de medida do KIDSCREEN tornaram o instrumento atrativo mesmo fora dos 13
paiacuteses Europeus em que foi desenvolvido (Gaspar Matos 2008)
O instrumento Pediatric Quality of Life InventoryTM versatildeo 4 (Peds-QLTM) foi
desenvolvido para afericcedilatildeo da QVRS pediaacutetrica integrando abordagens geneacutericas
e concentradas em doenccedilas especificas inclui auto avaliaccedilatildeo para crianccedilas e
adolescentes entre 5 e 18 anos e questionaacuterios para os pais das crianccedilas e
adolescentes entre 2 e 18 anos (Klatchoian et al 2008)
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida
satildeo importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo e sabe-se que as
medidas em questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais
ou pelo cuidador e que estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos
pais e da crianccedila para domiacutenios mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios
fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo
o respondente do questionaacuterio e deve ser realizada junto com os pais ou
responsaacutevel e a crianccedila (Morettin et al 2013)
15
A percepccedilatildeo da crianccedila sobre a sauacutede varia conforme a sua capacidade
cognitiva que se modifica de acordo com a idade e os diferentes estaacutegios de
desenvolvimento emocional social e de linguagem A percepccedilatildeo da crianccedila tambeacutem
pode variar segundo a sua cultura condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e de sua sauacutede Para
responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e
conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua sauacutede ainda satildeo limitados haacute necessidade de
mais pesquisas (Tesch et al 2007)
Segundo Luquet (1969) Pastina amp Duarte (2008) e Piaget (1971) em um
processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece mentalmente
hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo
importantes e qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde
pequenas as crianccedilas desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e
siacutembolos carregados de significaccedilatildeo subjetiva e social da realidade com a qual
convive
Ao desenhar a crianccedila libera conteuacutedos da sua memoacuteria com certa abstraccedilatildeo
da fala nesse processo revela que a linguagem verbal eacute a base da linguagem
graacutefica constituiacuteda pelo desenho pois a crianccedila estabelece pontos de comunicaccedilatildeo e
expressa gosto medos anseios e angustias O desenho representa uma linguagem
que possui vocabulaacuterio e sintaxe proacuteprios e a crianccedila cria e recria formas
expressivas singulares que integram percepccedilatildeo imaginaccedilatildeo reflexatildeo e
sensibilidade e estaacute intimamente ligado ao desenvolvimento da escrita (Vygotsky
1988)
O desenho eacute o lugar provaacutevel do indeterminado das significaccedilotildees
fundamentais do mundo infantil que deve ser considerado natildeo apenas como modo
de expressatildeo ou de representaccedilatildeo da realidade mas tambeacutem como resultado de
atividades intencionais envolvendo aspectos cognitivos e emotivos em seu ajuste agrave
realidade com a qual a crianccedila convive (Arauacutejo Tavares 2011)
Por meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o
que sente sabe e vecirc O desenho revela um espelho daquela refletindo-a por inteiro
para quem o observa (Silva Tavares 2011)
Para Ramos (2015) a narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem
de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos
16
Assim tem como objetivo superar a distacircncia entre compreender e explicar
apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do discurso a
mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista particular
Estudo feito por Oliveira et al (2013) relata que quando a crianccedila desenvolve
a capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate
experiecircncias vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para
criar novos contextos e personagens Trata - se de uma das mais marcantes
habilidades do processo de desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis
natildeo estaacute condicionado a nenhum tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite
diferentes formas de anaacutelise
Essa pesquisa justificou - se porque adotou uma metodologia diferente na
tentativa de melhorar a compreensatildeo da dimensatildeo subjetiva em qualidade de vida
percebida pelas crianccedilas
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
22 Objetivos Especiacuteficos
1- Conhecer as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por escolares
2- Conhecer os aspectos fiacutesicos que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
3- Conhecer os aspectos sociais que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
4- Conhecer os aspectos psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre escolares
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Garamond 1999
48
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
49
REFEREcircNCIAS
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1994
52
APEcircNDICES
53
APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
56
APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
57
58
59
60
61
62
63
64
65
ANEXOS
66
67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
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ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
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164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
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6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
Dedico agrave Deus
por abrir a porta que possibilitou todos os
desafios e vitoacuterias Sem Ele nada seria possiacutevel
Haroldinho Bruno e Iasmin
vocecircs satildeo o maior presente que recebi de Deus
Haroldo Baecircta seu apoio foi
fundamental em tudo
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo primeiramente agrave Deus por sua bondade e misericoacuterdia em conceder
- me tamanha oportunidade para trilhar esse caminho e por suprir todas as minhas
necessidades fiacutesicas e espirituais
Aos meus filhos Haroldo Bruno e Iasmin pelo amor compreensatildeo apoio
incentivando - me em todos os momentos da vida
Aos meus pais Acircngelo e Vitoacuteria e meus irmatildeos que sempre fizeram - me
lembrar que a famiacutelia eacute o bem precioso que Deus nos concede
Agrave minha orientadora Profordf Dra Andreacutea Vargas por dar - me a oportunidade
de aprender e a evoluir como profissional ajudando - me dia a dia com sua
paciecircncia dedicaccedilatildeo e sabedoria mostrando - me sempre o alvo
Agrave minha co ndash orientadora Profordf Dra Efigecircnia Ferreira por sua simplicidade
generosidade sabedoria e por confiar - me o caminho a percorrer
A todos os professores da poacutes - graduaccedilatildeo que dedicam suas vidas em
funccedilatildeo da ciecircncia e contribuem com seus ensinamentos para que possamos evoluir
e conquistarmos nossos objetivos sempre em prol do bem da sociedade
Agrave escola e as crianccedilas participantes desta pesquisa que gentilmente nos
receberam e colaboraram para que esse trabalho pudesse ser realizado
Nem olhos viram nem ouvidos ouviram nem jamais penetrou em coraccedilatildeo
humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam
I Coriacutentios 2 9-10
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de escolares sobre
qualidade de vida e conhecer dos aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que estatildeo
relacionados a essa percepccedilatildeo Este estudo foi realizado com e s c o l a r e s de 7-
10 anos em uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo
metropolitana de Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas
Gerais A seleccedilatildeo da escola se orientou na disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira Optou-se pela abordagem qualitativa uma
vez que pretendiacuteamos compreender o que representa uma vida com qualidade para
as crianccedilas Na escola participante foram sorteadas trecircs turmas que contemplavam a
faixa etaacuteria de 7-10 anos A amostra foi de 22 participantes cujos pais ou
responsaacuteveis autorizaram a participaccedilatildeo da crianccedila Os meacutetodos utilizados para a
coleta de dados foram o desenho a narrativa apoacutes o desenho e a entrevista com
trecircs perguntas sobre o que significa qualidade de vida para a crianccedila A escolha do
desenho a narrativa e a entrevista considerou o fato de serem uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo dos escolares nas faixas etaacuteria do estudo A coleta de
dados utilizou duas fases a primeira fase foi da coleta por meio do desenho com
narrativa feita em t r ecirc s etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa
dos desenhos A segunda fase foi a entrevista com trecircs perguntas Os dados foram
analisados utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos que considerou os resultados das
narrativas dos desenhos feitos pelos escolares autores dos mesmos e as
entrevista pert inentes ao tema da pesquisa que evidenciaram os nuacutecleos
de sentido e temas definidos por consenso Dessa forma distinguiram as variaacuteveis
que foram organizadas em quatro categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos
brincadeiras animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Essas categorias
revelaram a importacircncia de compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas como um ser
autecircntico autocircnomo capaz de refletir e interagir manifestando o que entendem
sobre o seu bem estar Os resultados apontam para a importacircncia das crianccedilas
participarem das etapas de construccedilatildeo dos questionaacuterios de qualidade de vida pois
algumas dimensotildees relatadas jaacute vinham sendo incluiacutedas (famiacutelia brincadeiras
amigos) mas outras como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo
normalmente encontradas
Palavras ndash chave Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
ABSTRACT
The perception of quality of life among Brazilian schoolchildren
This research aimed to understand the perceptions of students about quality of life
and meet the physical social and psychological factors that are related to this
perception This study was conducted with students from 7-10 years in a public
school elementary school located in the metropolitan region of Belo Horizonte in
the city of Contagem in Minas Gerais The selection of the school is guided in the
availability of work with a school of different social contexts in relation to schools in
other countries and to represent the Brazilian reality We opted for the qualitative
approach since we wanted to understand what is a life quality for children In
participating school were randomly selected three groups that contemplated the age
group of 7-10 years The sample consisted of 22 participants whose parents or
guardians have authorized the childs participation The methods used for data
collection were the design narrative after drawing and interview with three questions
about what it means quality of life for the child The choice of design narrative and
interview considered the fact that they are a good way of expression and
verbalization of school age in the study groups Data collection used two phases the
first phase was the collection by the design narrative done in three stages free
design theme design and the narrative of the drawings The second stage was the
interview with three questions Data were analyzed using triangulation methods that
considered the results of the narratives of the drawings made by the school of the
same authors and interview relevant to the subject of research that showed the core
meanings and themes defined by consensus Thus distinguished the variables that
were organized into four categories family childish things (friends games animals)
values Structural conditions security These categories revealed the importance of
understand the perception of children as an authentic being autonomous able to
reflect and interact expressing what they understand about their welfare The results
point to the importance of children participating in the stages of construction of quality
of life questionnaires as some reported dimensions had already been included
(family games friends) but others such as security living conditions and values are
not normally found
Key words Quality of life Scholars Childish drawing Narrative
LISTA DE SIGLAS
CE ndash Comissatildeo Europeacuteia
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
QV ndash Qualidade de Vida
QVRS ndash Qualidade de Vida Relacionada agrave Sauacutede
TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFMG ndash Universidade Federal de Minas Gerais
WHOQOL GROUP - World Health Organization Quality of Life Group
SUMAacuteRIO
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS12
2 OBJETIVOS17
21 Objetivo geral17
22 Objetivos Especiacuteficos17
3 METODOLOGIA18
31Estudo Piloto19
32Coleta de Dados20
321Primeira Fase20
3211Desenho Livre20
3212Desenho Temaacutetico20
3213 Narrativa dos desenhos21
322 Segunda Fase Entrevista21
33Anaacutelise dos Dados22
34 Aspectos Eacuteticos23
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO24
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS48
REFEREcircNCIAS49
APEcircNDICES 52
ANEXOS65
12
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
Segundo o Grupo de Qualidade de Vida (WHOQOL GROUP 1994) da divisatildeo
de Sauacutede Mental da OMS qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua
posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em
relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas padrotildees e preocupaccedilotildees
O termo qualidade de vida possui caraacuteter polissecircmico e seu conceito
humaniacutestico relaciona- se ao grau de satisfaccedilatildeo encontrado na vida familiar afetiva
social e do ambiente e agrave proacutepria existecircncia Abrangem conhecimentos experiecircncias
e valores de indiviacuteduos e coletividades que nele se inserem em eacutepocas espaccedilos e
histoacuterias diferentes em uma construccedilatildeo social e relatividade cultural (Minayo 2000)
O conceito de qualidade de vida eacute apresentado atraveacutes de uma perspectiva
multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e social e de
uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua
experiecircncia de vida (Soares et al 2011)
Miu-Chi Lun amp Bond (2015) propuseram que o bem estar subjetivo surge a
partir da satisfaccedilatildeo das proacuteprias necessidades baacutesicas e alcanccedilar as necessidades
especiacuteficas variam de acordo com o sexo idade e cultura nacional Afirmaram que
termos como satisfaccedilatildeo com a vida felicidade bem estar subjetivo ou o bem-estar
psicoloacutegico foram utilizados para indicar o grau em que um indiviacuteduo vive uma boa
vida e significam a mesma coisa para todas as pessoas em diversas culturas Em
seu estudo consideram que questotildees relacionadas com o indiviacuteduo iriam afetar a
forma como esse indiviacuteduo avalia sua vida como um todo devido agrave sauacutede fiacutesica ou
condiccedilatildeo financeira relaccedilotildees sociais com outras pessoas ou a estabilidade do
ambiente poliacutetico da proacutepria sociedade Assim reafirmam que a importacircncia relativa
destas necessidades podem variar dado o tempo em que o indiviacuteduo nasce o papel
de gecircnero que ocupa e o contexto sociocultural em que vive
Sobre a definiccedilatildeo de percepccedilatildeo o estudo de Oliveira amp Mouratildeo Junior (2013)
afirma que para a filosofia a percepccedilatildeo apresenta iacutentima ligaccedilatildeo com os sentidos e
inicialmente eacute realizada pelos sistemas sensoriais de maneira separada em sua
fase analiacutetica como se cada caracteriacutestica fosse separada como a forma a cor os
movimentos Entretanto a percepccedilatildeo enxerga o mundo em sua totalidade na fase
sinteacutetica e natildeo com sensaccedilotildees fragmentadas Relata que para as neurociecircncias
percepccedilatildeo significa a capacidade nos seres humanos de associar as informaccedilotildees
13
sensoriais agrave memoacuteria e agrave cogniccedilatildeo formando conceitos sobre o mundo e sobre noacutes
mesmos e orientam nosso comportamento Afirmam que segundo estudos recentes
a percepccedilatildeo eacute um processo ativo em que o ceacuterebro constroacutei e edita suas
percepccedilotildees atraveacutes de fatores bioloacutegicos poreacutem guiados por fatores histoacutericos e
culturais
Segundo Pereira (2010) a percepccedilatildeo da crianccedila se altera com o tempo uma
vez que a capacidade cognitiva da mesma se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem
cultural condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto
seus desejos e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo
Tambeacutem ldquoreflete sua prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito
sujeita a alteraccedilotildees sendo influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo
(Barbosa et al 2010)
Wallander amp Koot (2016) em seu estudo consideram ao fato das crianccedilas
serem um grupo vulneraacutevel devido agrave natildeo terem capacidade de identificar e resolver
suas proacuteprias necessidades por isso satildeo dependentes dos adultos para agir em
nome dos seus direitos incluindo o direito a uma vida de qualidade Consideram que
a infacircncia eacute um periacuteodo especiacutefico de desenvolvimento que difere de outros periacuteodos
da vida Poreacutem afirmam que se avaliarmos a qualidade de vida das crianccedilas devido
ao fato de serem membros da proacutexima geraccedilatildeo em nossa sociedade como
investimento para o futuro natildeo justifica ser o uacutenico motivo para examinar como as
mesmas experimentam suas vidas pois elas tecircm direito a uma vida com qualidade
no presente
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida sendo a maioria desenvolvido na liacutengua inglesa Poreacutem a
necessidade de utilizaccedilatildeo desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros
paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram como opccedilotildees criar um novo instrumento
ou adaptar o existente baseado em sua traduccedilatildeo para o idioma de origem do paiacutes a
ser utilizado fazendo uma adaptaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas socioculturais da populaccedilatildeo
a ser analisada e a validaccedilatildeo desse instrumento que possibilite uma avaliaccedilatildeo
fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo (Barbosa et al 2010 Landeiro et al
2011)
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada aacute
sauacutede podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois
14
se refere agrave amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geral quando se
pretende associar sauacutede aacute qualidade de vida Quando se vai trabalhar com
sintomas incapacidades ou limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o
instrumento especifico por terem como vantagem a capacidade de detectar
particularidades da qualidade de vida em determinadas situaccedilotildees (Barbosa et al
2010 Landeiro et al 2011)
Dentre os instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados podemos
citar o WHOQOL-100 que consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e
EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais Jaacute o WHOQOL BREF eacute uma versatildeo abreviada
composta por 26 questotildees que obtiveram os melhores desempenhos psicomeacutetricos
extraiacutedas do WHOQOL-100 A versatildeo abreviada eacute composta por 4 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Relaccedilotildees Sociais e Meio- ambiente ((WHOQOL GROUP 1994)
Outro instrumento geneacuterico o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto ldquoProteccedilatildeo e
Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo ndash uma perspectiva Europeia de Sauacutede Puacuteblica que foi financiado pela
Comissatildeo Europeia (CE) Utiliza uma abordagem simultaneamente transcultural e
desenvolve um conjunto de questotildees estandardizadas para avaliar a Qualidade de
Vida Relacionada com a Sauacutede (QVRS) em crianccedilas e adolescentes As vantagens
de medida do KIDSCREEN tornaram o instrumento atrativo mesmo fora dos 13
paiacuteses Europeus em que foi desenvolvido (Gaspar Matos 2008)
O instrumento Pediatric Quality of Life InventoryTM versatildeo 4 (Peds-QLTM) foi
desenvolvido para afericcedilatildeo da QVRS pediaacutetrica integrando abordagens geneacutericas
e concentradas em doenccedilas especificas inclui auto avaliaccedilatildeo para crianccedilas e
adolescentes entre 5 e 18 anos e questionaacuterios para os pais das crianccedilas e
adolescentes entre 2 e 18 anos (Klatchoian et al 2008)
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida
satildeo importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo e sabe-se que as
medidas em questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais
ou pelo cuidador e que estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos
pais e da crianccedila para domiacutenios mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios
fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo
o respondente do questionaacuterio e deve ser realizada junto com os pais ou
responsaacutevel e a crianccedila (Morettin et al 2013)
15
A percepccedilatildeo da crianccedila sobre a sauacutede varia conforme a sua capacidade
cognitiva que se modifica de acordo com a idade e os diferentes estaacutegios de
desenvolvimento emocional social e de linguagem A percepccedilatildeo da crianccedila tambeacutem
pode variar segundo a sua cultura condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e de sua sauacutede Para
responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e
conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua sauacutede ainda satildeo limitados haacute necessidade de
mais pesquisas (Tesch et al 2007)
Segundo Luquet (1969) Pastina amp Duarte (2008) e Piaget (1971) em um
processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece mentalmente
hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo
importantes e qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde
pequenas as crianccedilas desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e
siacutembolos carregados de significaccedilatildeo subjetiva e social da realidade com a qual
convive
Ao desenhar a crianccedila libera conteuacutedos da sua memoacuteria com certa abstraccedilatildeo
da fala nesse processo revela que a linguagem verbal eacute a base da linguagem
graacutefica constituiacuteda pelo desenho pois a crianccedila estabelece pontos de comunicaccedilatildeo e
expressa gosto medos anseios e angustias O desenho representa uma linguagem
que possui vocabulaacuterio e sintaxe proacuteprios e a crianccedila cria e recria formas
expressivas singulares que integram percepccedilatildeo imaginaccedilatildeo reflexatildeo e
sensibilidade e estaacute intimamente ligado ao desenvolvimento da escrita (Vygotsky
1988)
O desenho eacute o lugar provaacutevel do indeterminado das significaccedilotildees
fundamentais do mundo infantil que deve ser considerado natildeo apenas como modo
de expressatildeo ou de representaccedilatildeo da realidade mas tambeacutem como resultado de
atividades intencionais envolvendo aspectos cognitivos e emotivos em seu ajuste agrave
realidade com a qual a crianccedila convive (Arauacutejo Tavares 2011)
Por meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o
que sente sabe e vecirc O desenho revela um espelho daquela refletindo-a por inteiro
para quem o observa (Silva Tavares 2011)
Para Ramos (2015) a narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem
de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos
16
Assim tem como objetivo superar a distacircncia entre compreender e explicar
apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do discurso a
mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista particular
Estudo feito por Oliveira et al (2013) relata que quando a crianccedila desenvolve
a capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate
experiecircncias vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para
criar novos contextos e personagens Trata - se de uma das mais marcantes
habilidades do processo de desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis
natildeo estaacute condicionado a nenhum tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite
diferentes formas de anaacutelise
Essa pesquisa justificou - se porque adotou uma metodologia diferente na
tentativa de melhorar a compreensatildeo da dimensatildeo subjetiva em qualidade de vida
percebida pelas crianccedilas
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
22 Objetivos Especiacuteficos
1- Conhecer as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por escolares
2- Conhecer os aspectos fiacutesicos que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
3- Conhecer os aspectos sociais que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
4- Conhecer os aspectos psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre escolares
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
49
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APEcircNDICES
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APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
56
APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
57
58
59
60
61
62
63
64
65
ANEXOS
66
67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo primeiramente agrave Deus por sua bondade e misericoacuterdia em conceder
- me tamanha oportunidade para trilhar esse caminho e por suprir todas as minhas
necessidades fiacutesicas e espirituais
Aos meus filhos Haroldo Bruno e Iasmin pelo amor compreensatildeo apoio
incentivando - me em todos os momentos da vida
Aos meus pais Acircngelo e Vitoacuteria e meus irmatildeos que sempre fizeram - me
lembrar que a famiacutelia eacute o bem precioso que Deus nos concede
Agrave minha orientadora Profordf Dra Andreacutea Vargas por dar - me a oportunidade
de aprender e a evoluir como profissional ajudando - me dia a dia com sua
paciecircncia dedicaccedilatildeo e sabedoria mostrando - me sempre o alvo
Agrave minha co ndash orientadora Profordf Dra Efigecircnia Ferreira por sua simplicidade
generosidade sabedoria e por confiar - me o caminho a percorrer
A todos os professores da poacutes - graduaccedilatildeo que dedicam suas vidas em
funccedilatildeo da ciecircncia e contribuem com seus ensinamentos para que possamos evoluir
e conquistarmos nossos objetivos sempre em prol do bem da sociedade
Agrave escola e as crianccedilas participantes desta pesquisa que gentilmente nos
receberam e colaboraram para que esse trabalho pudesse ser realizado
Nem olhos viram nem ouvidos ouviram nem jamais penetrou em coraccedilatildeo
humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam
I Coriacutentios 2 9-10
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de escolares sobre
qualidade de vida e conhecer dos aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que estatildeo
relacionados a essa percepccedilatildeo Este estudo foi realizado com e s c o l a r e s de 7-
10 anos em uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo
metropolitana de Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas
Gerais A seleccedilatildeo da escola se orientou na disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira Optou-se pela abordagem qualitativa uma
vez que pretendiacuteamos compreender o que representa uma vida com qualidade para
as crianccedilas Na escola participante foram sorteadas trecircs turmas que contemplavam a
faixa etaacuteria de 7-10 anos A amostra foi de 22 participantes cujos pais ou
responsaacuteveis autorizaram a participaccedilatildeo da crianccedila Os meacutetodos utilizados para a
coleta de dados foram o desenho a narrativa apoacutes o desenho e a entrevista com
trecircs perguntas sobre o que significa qualidade de vida para a crianccedila A escolha do
desenho a narrativa e a entrevista considerou o fato de serem uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo dos escolares nas faixas etaacuteria do estudo A coleta de
dados utilizou duas fases a primeira fase foi da coleta por meio do desenho com
narrativa feita em t r ecirc s etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa
dos desenhos A segunda fase foi a entrevista com trecircs perguntas Os dados foram
analisados utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos que considerou os resultados das
narrativas dos desenhos feitos pelos escolares autores dos mesmos e as
entrevista pert inentes ao tema da pesquisa que evidenciaram os nuacutecleos
de sentido e temas definidos por consenso Dessa forma distinguiram as variaacuteveis
que foram organizadas em quatro categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos
brincadeiras animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Essas categorias
revelaram a importacircncia de compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas como um ser
autecircntico autocircnomo capaz de refletir e interagir manifestando o que entendem
sobre o seu bem estar Os resultados apontam para a importacircncia das crianccedilas
participarem das etapas de construccedilatildeo dos questionaacuterios de qualidade de vida pois
algumas dimensotildees relatadas jaacute vinham sendo incluiacutedas (famiacutelia brincadeiras
amigos) mas outras como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo
normalmente encontradas
Palavras ndash chave Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
ABSTRACT
The perception of quality of life among Brazilian schoolchildren
This research aimed to understand the perceptions of students about quality of life
and meet the physical social and psychological factors that are related to this
perception This study was conducted with students from 7-10 years in a public
school elementary school located in the metropolitan region of Belo Horizonte in
the city of Contagem in Minas Gerais The selection of the school is guided in the
availability of work with a school of different social contexts in relation to schools in
other countries and to represent the Brazilian reality We opted for the qualitative
approach since we wanted to understand what is a life quality for children In
participating school were randomly selected three groups that contemplated the age
group of 7-10 years The sample consisted of 22 participants whose parents or
guardians have authorized the childs participation The methods used for data
collection were the design narrative after drawing and interview with three questions
about what it means quality of life for the child The choice of design narrative and
interview considered the fact that they are a good way of expression and
verbalization of school age in the study groups Data collection used two phases the
first phase was the collection by the design narrative done in three stages free
design theme design and the narrative of the drawings The second stage was the
interview with three questions Data were analyzed using triangulation methods that
considered the results of the narratives of the drawings made by the school of the
same authors and interview relevant to the subject of research that showed the core
meanings and themes defined by consensus Thus distinguished the variables that
were organized into four categories family childish things (friends games animals)
values Structural conditions security These categories revealed the importance of
understand the perception of children as an authentic being autonomous able to
reflect and interact expressing what they understand about their welfare The results
point to the importance of children participating in the stages of construction of quality
of life questionnaires as some reported dimensions had already been included
(family games friends) but others such as security living conditions and values are
not normally found
Key words Quality of life Scholars Childish drawing Narrative
LISTA DE SIGLAS
CE ndash Comissatildeo Europeacuteia
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
QV ndash Qualidade de Vida
QVRS ndash Qualidade de Vida Relacionada agrave Sauacutede
TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFMG ndash Universidade Federal de Minas Gerais
WHOQOL GROUP - World Health Organization Quality of Life Group
SUMAacuteRIO
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS12
2 OBJETIVOS17
21 Objetivo geral17
22 Objetivos Especiacuteficos17
3 METODOLOGIA18
31Estudo Piloto19
32Coleta de Dados20
321Primeira Fase20
3211Desenho Livre20
3212Desenho Temaacutetico20
3213 Narrativa dos desenhos21
322 Segunda Fase Entrevista21
33Anaacutelise dos Dados22
34 Aspectos Eacuteticos23
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO24
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS48
REFEREcircNCIAS49
APEcircNDICES 52
ANEXOS65
12
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
Segundo o Grupo de Qualidade de Vida (WHOQOL GROUP 1994) da divisatildeo
de Sauacutede Mental da OMS qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua
posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em
relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas padrotildees e preocupaccedilotildees
O termo qualidade de vida possui caraacuteter polissecircmico e seu conceito
humaniacutestico relaciona- se ao grau de satisfaccedilatildeo encontrado na vida familiar afetiva
social e do ambiente e agrave proacutepria existecircncia Abrangem conhecimentos experiecircncias
e valores de indiviacuteduos e coletividades que nele se inserem em eacutepocas espaccedilos e
histoacuterias diferentes em uma construccedilatildeo social e relatividade cultural (Minayo 2000)
O conceito de qualidade de vida eacute apresentado atraveacutes de uma perspectiva
multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e social e de
uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua
experiecircncia de vida (Soares et al 2011)
Miu-Chi Lun amp Bond (2015) propuseram que o bem estar subjetivo surge a
partir da satisfaccedilatildeo das proacuteprias necessidades baacutesicas e alcanccedilar as necessidades
especiacuteficas variam de acordo com o sexo idade e cultura nacional Afirmaram que
termos como satisfaccedilatildeo com a vida felicidade bem estar subjetivo ou o bem-estar
psicoloacutegico foram utilizados para indicar o grau em que um indiviacuteduo vive uma boa
vida e significam a mesma coisa para todas as pessoas em diversas culturas Em
seu estudo consideram que questotildees relacionadas com o indiviacuteduo iriam afetar a
forma como esse indiviacuteduo avalia sua vida como um todo devido agrave sauacutede fiacutesica ou
condiccedilatildeo financeira relaccedilotildees sociais com outras pessoas ou a estabilidade do
ambiente poliacutetico da proacutepria sociedade Assim reafirmam que a importacircncia relativa
destas necessidades podem variar dado o tempo em que o indiviacuteduo nasce o papel
de gecircnero que ocupa e o contexto sociocultural em que vive
Sobre a definiccedilatildeo de percepccedilatildeo o estudo de Oliveira amp Mouratildeo Junior (2013)
afirma que para a filosofia a percepccedilatildeo apresenta iacutentima ligaccedilatildeo com os sentidos e
inicialmente eacute realizada pelos sistemas sensoriais de maneira separada em sua
fase analiacutetica como se cada caracteriacutestica fosse separada como a forma a cor os
movimentos Entretanto a percepccedilatildeo enxerga o mundo em sua totalidade na fase
sinteacutetica e natildeo com sensaccedilotildees fragmentadas Relata que para as neurociecircncias
percepccedilatildeo significa a capacidade nos seres humanos de associar as informaccedilotildees
13
sensoriais agrave memoacuteria e agrave cogniccedilatildeo formando conceitos sobre o mundo e sobre noacutes
mesmos e orientam nosso comportamento Afirmam que segundo estudos recentes
a percepccedilatildeo eacute um processo ativo em que o ceacuterebro constroacutei e edita suas
percepccedilotildees atraveacutes de fatores bioloacutegicos poreacutem guiados por fatores histoacutericos e
culturais
Segundo Pereira (2010) a percepccedilatildeo da crianccedila se altera com o tempo uma
vez que a capacidade cognitiva da mesma se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem
cultural condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto
seus desejos e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo
Tambeacutem ldquoreflete sua prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito
sujeita a alteraccedilotildees sendo influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo
(Barbosa et al 2010)
Wallander amp Koot (2016) em seu estudo consideram ao fato das crianccedilas
serem um grupo vulneraacutevel devido agrave natildeo terem capacidade de identificar e resolver
suas proacuteprias necessidades por isso satildeo dependentes dos adultos para agir em
nome dos seus direitos incluindo o direito a uma vida de qualidade Consideram que
a infacircncia eacute um periacuteodo especiacutefico de desenvolvimento que difere de outros periacuteodos
da vida Poreacutem afirmam que se avaliarmos a qualidade de vida das crianccedilas devido
ao fato de serem membros da proacutexima geraccedilatildeo em nossa sociedade como
investimento para o futuro natildeo justifica ser o uacutenico motivo para examinar como as
mesmas experimentam suas vidas pois elas tecircm direito a uma vida com qualidade
no presente
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida sendo a maioria desenvolvido na liacutengua inglesa Poreacutem a
necessidade de utilizaccedilatildeo desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros
paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram como opccedilotildees criar um novo instrumento
ou adaptar o existente baseado em sua traduccedilatildeo para o idioma de origem do paiacutes a
ser utilizado fazendo uma adaptaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas socioculturais da populaccedilatildeo
a ser analisada e a validaccedilatildeo desse instrumento que possibilite uma avaliaccedilatildeo
fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo (Barbosa et al 2010 Landeiro et al
2011)
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada aacute
sauacutede podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois
14
se refere agrave amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geral quando se
pretende associar sauacutede aacute qualidade de vida Quando se vai trabalhar com
sintomas incapacidades ou limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o
instrumento especifico por terem como vantagem a capacidade de detectar
particularidades da qualidade de vida em determinadas situaccedilotildees (Barbosa et al
2010 Landeiro et al 2011)
Dentre os instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados podemos
citar o WHOQOL-100 que consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e
EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais Jaacute o WHOQOL BREF eacute uma versatildeo abreviada
composta por 26 questotildees que obtiveram os melhores desempenhos psicomeacutetricos
extraiacutedas do WHOQOL-100 A versatildeo abreviada eacute composta por 4 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Relaccedilotildees Sociais e Meio- ambiente ((WHOQOL GROUP 1994)
Outro instrumento geneacuterico o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto ldquoProteccedilatildeo e
Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo ndash uma perspectiva Europeia de Sauacutede Puacuteblica que foi financiado pela
Comissatildeo Europeia (CE) Utiliza uma abordagem simultaneamente transcultural e
desenvolve um conjunto de questotildees estandardizadas para avaliar a Qualidade de
Vida Relacionada com a Sauacutede (QVRS) em crianccedilas e adolescentes As vantagens
de medida do KIDSCREEN tornaram o instrumento atrativo mesmo fora dos 13
paiacuteses Europeus em que foi desenvolvido (Gaspar Matos 2008)
O instrumento Pediatric Quality of Life InventoryTM versatildeo 4 (Peds-QLTM) foi
desenvolvido para afericcedilatildeo da QVRS pediaacutetrica integrando abordagens geneacutericas
e concentradas em doenccedilas especificas inclui auto avaliaccedilatildeo para crianccedilas e
adolescentes entre 5 e 18 anos e questionaacuterios para os pais das crianccedilas e
adolescentes entre 2 e 18 anos (Klatchoian et al 2008)
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida
satildeo importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo e sabe-se que as
medidas em questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais
ou pelo cuidador e que estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos
pais e da crianccedila para domiacutenios mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios
fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo
o respondente do questionaacuterio e deve ser realizada junto com os pais ou
responsaacutevel e a crianccedila (Morettin et al 2013)
15
A percepccedilatildeo da crianccedila sobre a sauacutede varia conforme a sua capacidade
cognitiva que se modifica de acordo com a idade e os diferentes estaacutegios de
desenvolvimento emocional social e de linguagem A percepccedilatildeo da crianccedila tambeacutem
pode variar segundo a sua cultura condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e de sua sauacutede Para
responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e
conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua sauacutede ainda satildeo limitados haacute necessidade de
mais pesquisas (Tesch et al 2007)
Segundo Luquet (1969) Pastina amp Duarte (2008) e Piaget (1971) em um
processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece mentalmente
hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo
importantes e qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde
pequenas as crianccedilas desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e
siacutembolos carregados de significaccedilatildeo subjetiva e social da realidade com a qual
convive
Ao desenhar a crianccedila libera conteuacutedos da sua memoacuteria com certa abstraccedilatildeo
da fala nesse processo revela que a linguagem verbal eacute a base da linguagem
graacutefica constituiacuteda pelo desenho pois a crianccedila estabelece pontos de comunicaccedilatildeo e
expressa gosto medos anseios e angustias O desenho representa uma linguagem
que possui vocabulaacuterio e sintaxe proacuteprios e a crianccedila cria e recria formas
expressivas singulares que integram percepccedilatildeo imaginaccedilatildeo reflexatildeo e
sensibilidade e estaacute intimamente ligado ao desenvolvimento da escrita (Vygotsky
1988)
O desenho eacute o lugar provaacutevel do indeterminado das significaccedilotildees
fundamentais do mundo infantil que deve ser considerado natildeo apenas como modo
de expressatildeo ou de representaccedilatildeo da realidade mas tambeacutem como resultado de
atividades intencionais envolvendo aspectos cognitivos e emotivos em seu ajuste agrave
realidade com a qual a crianccedila convive (Arauacutejo Tavares 2011)
Por meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o
que sente sabe e vecirc O desenho revela um espelho daquela refletindo-a por inteiro
para quem o observa (Silva Tavares 2011)
Para Ramos (2015) a narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem
de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos
16
Assim tem como objetivo superar a distacircncia entre compreender e explicar
apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do discurso a
mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista particular
Estudo feito por Oliveira et al (2013) relata que quando a crianccedila desenvolve
a capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate
experiecircncias vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para
criar novos contextos e personagens Trata - se de uma das mais marcantes
habilidades do processo de desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis
natildeo estaacute condicionado a nenhum tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite
diferentes formas de anaacutelise
Essa pesquisa justificou - se porque adotou uma metodologia diferente na
tentativa de melhorar a compreensatildeo da dimensatildeo subjetiva em qualidade de vida
percebida pelas crianccedilas
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
22 Objetivos Especiacuteficos
1- Conhecer as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por escolares
2- Conhecer os aspectos fiacutesicos que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
3- Conhecer os aspectos sociais que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
4- Conhecer os aspectos psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre escolares
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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48
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
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APEcircNDICES
53
APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
56
APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
57
58
59
60
61
62
63
64
65
ANEXOS
66
67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
Nem olhos viram nem ouvidos ouviram nem jamais penetrou em coraccedilatildeo
humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam
I Coriacutentios 2 9-10
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de escolares sobre
qualidade de vida e conhecer dos aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que estatildeo
relacionados a essa percepccedilatildeo Este estudo foi realizado com e s c o l a r e s de 7-
10 anos em uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo
metropolitana de Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas
Gerais A seleccedilatildeo da escola se orientou na disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira Optou-se pela abordagem qualitativa uma
vez que pretendiacuteamos compreender o que representa uma vida com qualidade para
as crianccedilas Na escola participante foram sorteadas trecircs turmas que contemplavam a
faixa etaacuteria de 7-10 anos A amostra foi de 22 participantes cujos pais ou
responsaacuteveis autorizaram a participaccedilatildeo da crianccedila Os meacutetodos utilizados para a
coleta de dados foram o desenho a narrativa apoacutes o desenho e a entrevista com
trecircs perguntas sobre o que significa qualidade de vida para a crianccedila A escolha do
desenho a narrativa e a entrevista considerou o fato de serem uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo dos escolares nas faixas etaacuteria do estudo A coleta de
dados utilizou duas fases a primeira fase foi da coleta por meio do desenho com
narrativa feita em t r ecirc s etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa
dos desenhos A segunda fase foi a entrevista com trecircs perguntas Os dados foram
analisados utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos que considerou os resultados das
narrativas dos desenhos feitos pelos escolares autores dos mesmos e as
entrevista pert inentes ao tema da pesquisa que evidenciaram os nuacutecleos
de sentido e temas definidos por consenso Dessa forma distinguiram as variaacuteveis
que foram organizadas em quatro categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos
brincadeiras animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Essas categorias
revelaram a importacircncia de compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas como um ser
autecircntico autocircnomo capaz de refletir e interagir manifestando o que entendem
sobre o seu bem estar Os resultados apontam para a importacircncia das crianccedilas
participarem das etapas de construccedilatildeo dos questionaacuterios de qualidade de vida pois
algumas dimensotildees relatadas jaacute vinham sendo incluiacutedas (famiacutelia brincadeiras
amigos) mas outras como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo
normalmente encontradas
Palavras ndash chave Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
ABSTRACT
The perception of quality of life among Brazilian schoolchildren
This research aimed to understand the perceptions of students about quality of life
and meet the physical social and psychological factors that are related to this
perception This study was conducted with students from 7-10 years in a public
school elementary school located in the metropolitan region of Belo Horizonte in
the city of Contagem in Minas Gerais The selection of the school is guided in the
availability of work with a school of different social contexts in relation to schools in
other countries and to represent the Brazilian reality We opted for the qualitative
approach since we wanted to understand what is a life quality for children In
participating school were randomly selected three groups that contemplated the age
group of 7-10 years The sample consisted of 22 participants whose parents or
guardians have authorized the childs participation The methods used for data
collection were the design narrative after drawing and interview with three questions
about what it means quality of life for the child The choice of design narrative and
interview considered the fact that they are a good way of expression and
verbalization of school age in the study groups Data collection used two phases the
first phase was the collection by the design narrative done in three stages free
design theme design and the narrative of the drawings The second stage was the
interview with three questions Data were analyzed using triangulation methods that
considered the results of the narratives of the drawings made by the school of the
same authors and interview relevant to the subject of research that showed the core
meanings and themes defined by consensus Thus distinguished the variables that
were organized into four categories family childish things (friends games animals)
values Structural conditions security These categories revealed the importance of
understand the perception of children as an authentic being autonomous able to
reflect and interact expressing what they understand about their welfare The results
point to the importance of children participating in the stages of construction of quality
of life questionnaires as some reported dimensions had already been included
(family games friends) but others such as security living conditions and values are
not normally found
Key words Quality of life Scholars Childish drawing Narrative
LISTA DE SIGLAS
CE ndash Comissatildeo Europeacuteia
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
QV ndash Qualidade de Vida
QVRS ndash Qualidade de Vida Relacionada agrave Sauacutede
TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFMG ndash Universidade Federal de Minas Gerais
WHOQOL GROUP - World Health Organization Quality of Life Group
SUMAacuteRIO
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS12
2 OBJETIVOS17
21 Objetivo geral17
22 Objetivos Especiacuteficos17
3 METODOLOGIA18
31Estudo Piloto19
32Coleta de Dados20
321Primeira Fase20
3211Desenho Livre20
3212Desenho Temaacutetico20
3213 Narrativa dos desenhos21
322 Segunda Fase Entrevista21
33Anaacutelise dos Dados22
34 Aspectos Eacuteticos23
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO24
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS48
REFEREcircNCIAS49
APEcircNDICES 52
ANEXOS65
12
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
Segundo o Grupo de Qualidade de Vida (WHOQOL GROUP 1994) da divisatildeo
de Sauacutede Mental da OMS qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua
posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em
relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas padrotildees e preocupaccedilotildees
O termo qualidade de vida possui caraacuteter polissecircmico e seu conceito
humaniacutestico relaciona- se ao grau de satisfaccedilatildeo encontrado na vida familiar afetiva
social e do ambiente e agrave proacutepria existecircncia Abrangem conhecimentos experiecircncias
e valores de indiviacuteduos e coletividades que nele se inserem em eacutepocas espaccedilos e
histoacuterias diferentes em uma construccedilatildeo social e relatividade cultural (Minayo 2000)
O conceito de qualidade de vida eacute apresentado atraveacutes de uma perspectiva
multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e social e de
uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua
experiecircncia de vida (Soares et al 2011)
Miu-Chi Lun amp Bond (2015) propuseram que o bem estar subjetivo surge a
partir da satisfaccedilatildeo das proacuteprias necessidades baacutesicas e alcanccedilar as necessidades
especiacuteficas variam de acordo com o sexo idade e cultura nacional Afirmaram que
termos como satisfaccedilatildeo com a vida felicidade bem estar subjetivo ou o bem-estar
psicoloacutegico foram utilizados para indicar o grau em que um indiviacuteduo vive uma boa
vida e significam a mesma coisa para todas as pessoas em diversas culturas Em
seu estudo consideram que questotildees relacionadas com o indiviacuteduo iriam afetar a
forma como esse indiviacuteduo avalia sua vida como um todo devido agrave sauacutede fiacutesica ou
condiccedilatildeo financeira relaccedilotildees sociais com outras pessoas ou a estabilidade do
ambiente poliacutetico da proacutepria sociedade Assim reafirmam que a importacircncia relativa
destas necessidades podem variar dado o tempo em que o indiviacuteduo nasce o papel
de gecircnero que ocupa e o contexto sociocultural em que vive
Sobre a definiccedilatildeo de percepccedilatildeo o estudo de Oliveira amp Mouratildeo Junior (2013)
afirma que para a filosofia a percepccedilatildeo apresenta iacutentima ligaccedilatildeo com os sentidos e
inicialmente eacute realizada pelos sistemas sensoriais de maneira separada em sua
fase analiacutetica como se cada caracteriacutestica fosse separada como a forma a cor os
movimentos Entretanto a percepccedilatildeo enxerga o mundo em sua totalidade na fase
sinteacutetica e natildeo com sensaccedilotildees fragmentadas Relata que para as neurociecircncias
percepccedilatildeo significa a capacidade nos seres humanos de associar as informaccedilotildees
13
sensoriais agrave memoacuteria e agrave cogniccedilatildeo formando conceitos sobre o mundo e sobre noacutes
mesmos e orientam nosso comportamento Afirmam que segundo estudos recentes
a percepccedilatildeo eacute um processo ativo em que o ceacuterebro constroacutei e edita suas
percepccedilotildees atraveacutes de fatores bioloacutegicos poreacutem guiados por fatores histoacutericos e
culturais
Segundo Pereira (2010) a percepccedilatildeo da crianccedila se altera com o tempo uma
vez que a capacidade cognitiva da mesma se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem
cultural condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto
seus desejos e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo
Tambeacutem ldquoreflete sua prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito
sujeita a alteraccedilotildees sendo influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo
(Barbosa et al 2010)
Wallander amp Koot (2016) em seu estudo consideram ao fato das crianccedilas
serem um grupo vulneraacutevel devido agrave natildeo terem capacidade de identificar e resolver
suas proacuteprias necessidades por isso satildeo dependentes dos adultos para agir em
nome dos seus direitos incluindo o direito a uma vida de qualidade Consideram que
a infacircncia eacute um periacuteodo especiacutefico de desenvolvimento que difere de outros periacuteodos
da vida Poreacutem afirmam que se avaliarmos a qualidade de vida das crianccedilas devido
ao fato de serem membros da proacutexima geraccedilatildeo em nossa sociedade como
investimento para o futuro natildeo justifica ser o uacutenico motivo para examinar como as
mesmas experimentam suas vidas pois elas tecircm direito a uma vida com qualidade
no presente
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida sendo a maioria desenvolvido na liacutengua inglesa Poreacutem a
necessidade de utilizaccedilatildeo desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros
paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram como opccedilotildees criar um novo instrumento
ou adaptar o existente baseado em sua traduccedilatildeo para o idioma de origem do paiacutes a
ser utilizado fazendo uma adaptaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas socioculturais da populaccedilatildeo
a ser analisada e a validaccedilatildeo desse instrumento que possibilite uma avaliaccedilatildeo
fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo (Barbosa et al 2010 Landeiro et al
2011)
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada aacute
sauacutede podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois
14
se refere agrave amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geral quando se
pretende associar sauacutede aacute qualidade de vida Quando se vai trabalhar com
sintomas incapacidades ou limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o
instrumento especifico por terem como vantagem a capacidade de detectar
particularidades da qualidade de vida em determinadas situaccedilotildees (Barbosa et al
2010 Landeiro et al 2011)
Dentre os instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados podemos
citar o WHOQOL-100 que consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e
EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais Jaacute o WHOQOL BREF eacute uma versatildeo abreviada
composta por 26 questotildees que obtiveram os melhores desempenhos psicomeacutetricos
extraiacutedas do WHOQOL-100 A versatildeo abreviada eacute composta por 4 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Relaccedilotildees Sociais e Meio- ambiente ((WHOQOL GROUP 1994)
Outro instrumento geneacuterico o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto ldquoProteccedilatildeo e
Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo ndash uma perspectiva Europeia de Sauacutede Puacuteblica que foi financiado pela
Comissatildeo Europeia (CE) Utiliza uma abordagem simultaneamente transcultural e
desenvolve um conjunto de questotildees estandardizadas para avaliar a Qualidade de
Vida Relacionada com a Sauacutede (QVRS) em crianccedilas e adolescentes As vantagens
de medida do KIDSCREEN tornaram o instrumento atrativo mesmo fora dos 13
paiacuteses Europeus em que foi desenvolvido (Gaspar Matos 2008)
O instrumento Pediatric Quality of Life InventoryTM versatildeo 4 (Peds-QLTM) foi
desenvolvido para afericcedilatildeo da QVRS pediaacutetrica integrando abordagens geneacutericas
e concentradas em doenccedilas especificas inclui auto avaliaccedilatildeo para crianccedilas e
adolescentes entre 5 e 18 anos e questionaacuterios para os pais das crianccedilas e
adolescentes entre 2 e 18 anos (Klatchoian et al 2008)
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida
satildeo importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo e sabe-se que as
medidas em questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais
ou pelo cuidador e que estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos
pais e da crianccedila para domiacutenios mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios
fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo
o respondente do questionaacuterio e deve ser realizada junto com os pais ou
responsaacutevel e a crianccedila (Morettin et al 2013)
15
A percepccedilatildeo da crianccedila sobre a sauacutede varia conforme a sua capacidade
cognitiva que se modifica de acordo com a idade e os diferentes estaacutegios de
desenvolvimento emocional social e de linguagem A percepccedilatildeo da crianccedila tambeacutem
pode variar segundo a sua cultura condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e de sua sauacutede Para
responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e
conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua sauacutede ainda satildeo limitados haacute necessidade de
mais pesquisas (Tesch et al 2007)
Segundo Luquet (1969) Pastina amp Duarte (2008) e Piaget (1971) em um
processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece mentalmente
hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo
importantes e qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde
pequenas as crianccedilas desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e
siacutembolos carregados de significaccedilatildeo subjetiva e social da realidade com a qual
convive
Ao desenhar a crianccedila libera conteuacutedos da sua memoacuteria com certa abstraccedilatildeo
da fala nesse processo revela que a linguagem verbal eacute a base da linguagem
graacutefica constituiacuteda pelo desenho pois a crianccedila estabelece pontos de comunicaccedilatildeo e
expressa gosto medos anseios e angustias O desenho representa uma linguagem
que possui vocabulaacuterio e sintaxe proacuteprios e a crianccedila cria e recria formas
expressivas singulares que integram percepccedilatildeo imaginaccedilatildeo reflexatildeo e
sensibilidade e estaacute intimamente ligado ao desenvolvimento da escrita (Vygotsky
1988)
O desenho eacute o lugar provaacutevel do indeterminado das significaccedilotildees
fundamentais do mundo infantil que deve ser considerado natildeo apenas como modo
de expressatildeo ou de representaccedilatildeo da realidade mas tambeacutem como resultado de
atividades intencionais envolvendo aspectos cognitivos e emotivos em seu ajuste agrave
realidade com a qual a crianccedila convive (Arauacutejo Tavares 2011)
Por meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o
que sente sabe e vecirc O desenho revela um espelho daquela refletindo-a por inteiro
para quem o observa (Silva Tavares 2011)
Para Ramos (2015) a narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem
de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos
16
Assim tem como objetivo superar a distacircncia entre compreender e explicar
apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do discurso a
mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista particular
Estudo feito por Oliveira et al (2013) relata que quando a crianccedila desenvolve
a capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate
experiecircncias vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para
criar novos contextos e personagens Trata - se de uma das mais marcantes
habilidades do processo de desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis
natildeo estaacute condicionado a nenhum tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite
diferentes formas de anaacutelise
Essa pesquisa justificou - se porque adotou uma metodologia diferente na
tentativa de melhorar a compreensatildeo da dimensatildeo subjetiva em qualidade de vida
percebida pelas crianccedilas
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
22 Objetivos Especiacuteficos
1- Conhecer as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por escolares
2- Conhecer os aspectos fiacutesicos que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
3- Conhecer os aspectos sociais que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
4- Conhecer os aspectos psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre escolares
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
49
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APEcircNDICES
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APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
56
APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
57
58
59
60
61
62
63
64
65
ANEXOS
66
67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de escolares sobre
qualidade de vida e conhecer dos aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que estatildeo
relacionados a essa percepccedilatildeo Este estudo foi realizado com e s c o l a r e s de 7-
10 anos em uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo
metropolitana de Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas
Gerais A seleccedilatildeo da escola se orientou na disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira Optou-se pela abordagem qualitativa uma
vez que pretendiacuteamos compreender o que representa uma vida com qualidade para
as crianccedilas Na escola participante foram sorteadas trecircs turmas que contemplavam a
faixa etaacuteria de 7-10 anos A amostra foi de 22 participantes cujos pais ou
responsaacuteveis autorizaram a participaccedilatildeo da crianccedila Os meacutetodos utilizados para a
coleta de dados foram o desenho a narrativa apoacutes o desenho e a entrevista com
trecircs perguntas sobre o que significa qualidade de vida para a crianccedila A escolha do
desenho a narrativa e a entrevista considerou o fato de serem uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo dos escolares nas faixas etaacuteria do estudo A coleta de
dados utilizou duas fases a primeira fase foi da coleta por meio do desenho com
narrativa feita em t r ecirc s etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa
dos desenhos A segunda fase foi a entrevista com trecircs perguntas Os dados foram
analisados utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos que considerou os resultados das
narrativas dos desenhos feitos pelos escolares autores dos mesmos e as
entrevista pert inentes ao tema da pesquisa que evidenciaram os nuacutecleos
de sentido e temas definidos por consenso Dessa forma distinguiram as variaacuteveis
que foram organizadas em quatro categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos
brincadeiras animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Essas categorias
revelaram a importacircncia de compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas como um ser
autecircntico autocircnomo capaz de refletir e interagir manifestando o que entendem
sobre o seu bem estar Os resultados apontam para a importacircncia das crianccedilas
participarem das etapas de construccedilatildeo dos questionaacuterios de qualidade de vida pois
algumas dimensotildees relatadas jaacute vinham sendo incluiacutedas (famiacutelia brincadeiras
amigos) mas outras como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo
normalmente encontradas
Palavras ndash chave Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
ABSTRACT
The perception of quality of life among Brazilian schoolchildren
This research aimed to understand the perceptions of students about quality of life
and meet the physical social and psychological factors that are related to this
perception This study was conducted with students from 7-10 years in a public
school elementary school located in the metropolitan region of Belo Horizonte in
the city of Contagem in Minas Gerais The selection of the school is guided in the
availability of work with a school of different social contexts in relation to schools in
other countries and to represent the Brazilian reality We opted for the qualitative
approach since we wanted to understand what is a life quality for children In
participating school were randomly selected three groups that contemplated the age
group of 7-10 years The sample consisted of 22 participants whose parents or
guardians have authorized the childs participation The methods used for data
collection were the design narrative after drawing and interview with three questions
about what it means quality of life for the child The choice of design narrative and
interview considered the fact that they are a good way of expression and
verbalization of school age in the study groups Data collection used two phases the
first phase was the collection by the design narrative done in three stages free
design theme design and the narrative of the drawings The second stage was the
interview with three questions Data were analyzed using triangulation methods that
considered the results of the narratives of the drawings made by the school of the
same authors and interview relevant to the subject of research that showed the core
meanings and themes defined by consensus Thus distinguished the variables that
were organized into four categories family childish things (friends games animals)
values Structural conditions security These categories revealed the importance of
understand the perception of children as an authentic being autonomous able to
reflect and interact expressing what they understand about their welfare The results
point to the importance of children participating in the stages of construction of quality
of life questionnaires as some reported dimensions had already been included
(family games friends) but others such as security living conditions and values are
not normally found
Key words Quality of life Scholars Childish drawing Narrative
LISTA DE SIGLAS
CE ndash Comissatildeo Europeacuteia
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
QV ndash Qualidade de Vida
QVRS ndash Qualidade de Vida Relacionada agrave Sauacutede
TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFMG ndash Universidade Federal de Minas Gerais
WHOQOL GROUP - World Health Organization Quality of Life Group
SUMAacuteRIO
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS12
2 OBJETIVOS17
21 Objetivo geral17
22 Objetivos Especiacuteficos17
3 METODOLOGIA18
31Estudo Piloto19
32Coleta de Dados20
321Primeira Fase20
3211Desenho Livre20
3212Desenho Temaacutetico20
3213 Narrativa dos desenhos21
322 Segunda Fase Entrevista21
33Anaacutelise dos Dados22
34 Aspectos Eacuteticos23
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO24
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS48
REFEREcircNCIAS49
APEcircNDICES 52
ANEXOS65
12
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
Segundo o Grupo de Qualidade de Vida (WHOQOL GROUP 1994) da divisatildeo
de Sauacutede Mental da OMS qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua
posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em
relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas padrotildees e preocupaccedilotildees
O termo qualidade de vida possui caraacuteter polissecircmico e seu conceito
humaniacutestico relaciona- se ao grau de satisfaccedilatildeo encontrado na vida familiar afetiva
social e do ambiente e agrave proacutepria existecircncia Abrangem conhecimentos experiecircncias
e valores de indiviacuteduos e coletividades que nele se inserem em eacutepocas espaccedilos e
histoacuterias diferentes em uma construccedilatildeo social e relatividade cultural (Minayo 2000)
O conceito de qualidade de vida eacute apresentado atraveacutes de uma perspectiva
multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e social e de
uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua
experiecircncia de vida (Soares et al 2011)
Miu-Chi Lun amp Bond (2015) propuseram que o bem estar subjetivo surge a
partir da satisfaccedilatildeo das proacuteprias necessidades baacutesicas e alcanccedilar as necessidades
especiacuteficas variam de acordo com o sexo idade e cultura nacional Afirmaram que
termos como satisfaccedilatildeo com a vida felicidade bem estar subjetivo ou o bem-estar
psicoloacutegico foram utilizados para indicar o grau em que um indiviacuteduo vive uma boa
vida e significam a mesma coisa para todas as pessoas em diversas culturas Em
seu estudo consideram que questotildees relacionadas com o indiviacuteduo iriam afetar a
forma como esse indiviacuteduo avalia sua vida como um todo devido agrave sauacutede fiacutesica ou
condiccedilatildeo financeira relaccedilotildees sociais com outras pessoas ou a estabilidade do
ambiente poliacutetico da proacutepria sociedade Assim reafirmam que a importacircncia relativa
destas necessidades podem variar dado o tempo em que o indiviacuteduo nasce o papel
de gecircnero que ocupa e o contexto sociocultural em que vive
Sobre a definiccedilatildeo de percepccedilatildeo o estudo de Oliveira amp Mouratildeo Junior (2013)
afirma que para a filosofia a percepccedilatildeo apresenta iacutentima ligaccedilatildeo com os sentidos e
inicialmente eacute realizada pelos sistemas sensoriais de maneira separada em sua
fase analiacutetica como se cada caracteriacutestica fosse separada como a forma a cor os
movimentos Entretanto a percepccedilatildeo enxerga o mundo em sua totalidade na fase
sinteacutetica e natildeo com sensaccedilotildees fragmentadas Relata que para as neurociecircncias
percepccedilatildeo significa a capacidade nos seres humanos de associar as informaccedilotildees
13
sensoriais agrave memoacuteria e agrave cogniccedilatildeo formando conceitos sobre o mundo e sobre noacutes
mesmos e orientam nosso comportamento Afirmam que segundo estudos recentes
a percepccedilatildeo eacute um processo ativo em que o ceacuterebro constroacutei e edita suas
percepccedilotildees atraveacutes de fatores bioloacutegicos poreacutem guiados por fatores histoacutericos e
culturais
Segundo Pereira (2010) a percepccedilatildeo da crianccedila se altera com o tempo uma
vez que a capacidade cognitiva da mesma se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem
cultural condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto
seus desejos e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo
Tambeacutem ldquoreflete sua prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito
sujeita a alteraccedilotildees sendo influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo
(Barbosa et al 2010)
Wallander amp Koot (2016) em seu estudo consideram ao fato das crianccedilas
serem um grupo vulneraacutevel devido agrave natildeo terem capacidade de identificar e resolver
suas proacuteprias necessidades por isso satildeo dependentes dos adultos para agir em
nome dos seus direitos incluindo o direito a uma vida de qualidade Consideram que
a infacircncia eacute um periacuteodo especiacutefico de desenvolvimento que difere de outros periacuteodos
da vida Poreacutem afirmam que se avaliarmos a qualidade de vida das crianccedilas devido
ao fato de serem membros da proacutexima geraccedilatildeo em nossa sociedade como
investimento para o futuro natildeo justifica ser o uacutenico motivo para examinar como as
mesmas experimentam suas vidas pois elas tecircm direito a uma vida com qualidade
no presente
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida sendo a maioria desenvolvido na liacutengua inglesa Poreacutem a
necessidade de utilizaccedilatildeo desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros
paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram como opccedilotildees criar um novo instrumento
ou adaptar o existente baseado em sua traduccedilatildeo para o idioma de origem do paiacutes a
ser utilizado fazendo uma adaptaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas socioculturais da populaccedilatildeo
a ser analisada e a validaccedilatildeo desse instrumento que possibilite uma avaliaccedilatildeo
fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo (Barbosa et al 2010 Landeiro et al
2011)
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada aacute
sauacutede podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois
14
se refere agrave amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geral quando se
pretende associar sauacutede aacute qualidade de vida Quando se vai trabalhar com
sintomas incapacidades ou limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o
instrumento especifico por terem como vantagem a capacidade de detectar
particularidades da qualidade de vida em determinadas situaccedilotildees (Barbosa et al
2010 Landeiro et al 2011)
Dentre os instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados podemos
citar o WHOQOL-100 que consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e
EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais Jaacute o WHOQOL BREF eacute uma versatildeo abreviada
composta por 26 questotildees que obtiveram os melhores desempenhos psicomeacutetricos
extraiacutedas do WHOQOL-100 A versatildeo abreviada eacute composta por 4 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Relaccedilotildees Sociais e Meio- ambiente ((WHOQOL GROUP 1994)
Outro instrumento geneacuterico o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto ldquoProteccedilatildeo e
Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo ndash uma perspectiva Europeia de Sauacutede Puacuteblica que foi financiado pela
Comissatildeo Europeia (CE) Utiliza uma abordagem simultaneamente transcultural e
desenvolve um conjunto de questotildees estandardizadas para avaliar a Qualidade de
Vida Relacionada com a Sauacutede (QVRS) em crianccedilas e adolescentes As vantagens
de medida do KIDSCREEN tornaram o instrumento atrativo mesmo fora dos 13
paiacuteses Europeus em que foi desenvolvido (Gaspar Matos 2008)
O instrumento Pediatric Quality of Life InventoryTM versatildeo 4 (Peds-QLTM) foi
desenvolvido para afericcedilatildeo da QVRS pediaacutetrica integrando abordagens geneacutericas
e concentradas em doenccedilas especificas inclui auto avaliaccedilatildeo para crianccedilas e
adolescentes entre 5 e 18 anos e questionaacuterios para os pais das crianccedilas e
adolescentes entre 2 e 18 anos (Klatchoian et al 2008)
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida
satildeo importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo e sabe-se que as
medidas em questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais
ou pelo cuidador e que estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos
pais e da crianccedila para domiacutenios mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios
fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo
o respondente do questionaacuterio e deve ser realizada junto com os pais ou
responsaacutevel e a crianccedila (Morettin et al 2013)
15
A percepccedilatildeo da crianccedila sobre a sauacutede varia conforme a sua capacidade
cognitiva que se modifica de acordo com a idade e os diferentes estaacutegios de
desenvolvimento emocional social e de linguagem A percepccedilatildeo da crianccedila tambeacutem
pode variar segundo a sua cultura condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e de sua sauacutede Para
responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e
conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua sauacutede ainda satildeo limitados haacute necessidade de
mais pesquisas (Tesch et al 2007)
Segundo Luquet (1969) Pastina amp Duarte (2008) e Piaget (1971) em um
processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece mentalmente
hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo
importantes e qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde
pequenas as crianccedilas desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e
siacutembolos carregados de significaccedilatildeo subjetiva e social da realidade com a qual
convive
Ao desenhar a crianccedila libera conteuacutedos da sua memoacuteria com certa abstraccedilatildeo
da fala nesse processo revela que a linguagem verbal eacute a base da linguagem
graacutefica constituiacuteda pelo desenho pois a crianccedila estabelece pontos de comunicaccedilatildeo e
expressa gosto medos anseios e angustias O desenho representa uma linguagem
que possui vocabulaacuterio e sintaxe proacuteprios e a crianccedila cria e recria formas
expressivas singulares que integram percepccedilatildeo imaginaccedilatildeo reflexatildeo e
sensibilidade e estaacute intimamente ligado ao desenvolvimento da escrita (Vygotsky
1988)
O desenho eacute o lugar provaacutevel do indeterminado das significaccedilotildees
fundamentais do mundo infantil que deve ser considerado natildeo apenas como modo
de expressatildeo ou de representaccedilatildeo da realidade mas tambeacutem como resultado de
atividades intencionais envolvendo aspectos cognitivos e emotivos em seu ajuste agrave
realidade com a qual a crianccedila convive (Arauacutejo Tavares 2011)
Por meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o
que sente sabe e vecirc O desenho revela um espelho daquela refletindo-a por inteiro
para quem o observa (Silva Tavares 2011)
Para Ramos (2015) a narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem
de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos
16
Assim tem como objetivo superar a distacircncia entre compreender e explicar
apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do discurso a
mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista particular
Estudo feito por Oliveira et al (2013) relata que quando a crianccedila desenvolve
a capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate
experiecircncias vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para
criar novos contextos e personagens Trata - se de uma das mais marcantes
habilidades do processo de desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis
natildeo estaacute condicionado a nenhum tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite
diferentes formas de anaacutelise
Essa pesquisa justificou - se porque adotou uma metodologia diferente na
tentativa de melhorar a compreensatildeo da dimensatildeo subjetiva em qualidade de vida
percebida pelas crianccedilas
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
22 Objetivos Especiacuteficos
1- Conhecer as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por escolares
2- Conhecer os aspectos fiacutesicos que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
3- Conhecer os aspectos sociais que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
4- Conhecer os aspectos psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre escolares
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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48
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
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APEcircNDICES
53
APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
56
APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
57
58
59
60
61
62
63
64
65
ANEXOS
66
67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
ABSTRACT
The perception of quality of life among Brazilian schoolchildren
This research aimed to understand the perceptions of students about quality of life
and meet the physical social and psychological factors that are related to this
perception This study was conducted with students from 7-10 years in a public
school elementary school located in the metropolitan region of Belo Horizonte in
the city of Contagem in Minas Gerais The selection of the school is guided in the
availability of work with a school of different social contexts in relation to schools in
other countries and to represent the Brazilian reality We opted for the qualitative
approach since we wanted to understand what is a life quality for children In
participating school were randomly selected three groups that contemplated the age
group of 7-10 years The sample consisted of 22 participants whose parents or
guardians have authorized the childs participation The methods used for data
collection were the design narrative after drawing and interview with three questions
about what it means quality of life for the child The choice of design narrative and
interview considered the fact that they are a good way of expression and
verbalization of school age in the study groups Data collection used two phases the
first phase was the collection by the design narrative done in three stages free
design theme design and the narrative of the drawings The second stage was the
interview with three questions Data were analyzed using triangulation methods that
considered the results of the narratives of the drawings made by the school of the
same authors and interview relevant to the subject of research that showed the core
meanings and themes defined by consensus Thus distinguished the variables that
were organized into four categories family childish things (friends games animals)
values Structural conditions security These categories revealed the importance of
understand the perception of children as an authentic being autonomous able to
reflect and interact expressing what they understand about their welfare The results
point to the importance of children participating in the stages of construction of quality
of life questionnaires as some reported dimensions had already been included
(family games friends) but others such as security living conditions and values are
not normally found
Key words Quality of life Scholars Childish drawing Narrative
LISTA DE SIGLAS
CE ndash Comissatildeo Europeacuteia
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
QV ndash Qualidade de Vida
QVRS ndash Qualidade de Vida Relacionada agrave Sauacutede
TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFMG ndash Universidade Federal de Minas Gerais
WHOQOL GROUP - World Health Organization Quality of Life Group
SUMAacuteRIO
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS12
2 OBJETIVOS17
21 Objetivo geral17
22 Objetivos Especiacuteficos17
3 METODOLOGIA18
31Estudo Piloto19
32Coleta de Dados20
321Primeira Fase20
3211Desenho Livre20
3212Desenho Temaacutetico20
3213 Narrativa dos desenhos21
322 Segunda Fase Entrevista21
33Anaacutelise dos Dados22
34 Aspectos Eacuteticos23
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO24
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS48
REFEREcircNCIAS49
APEcircNDICES 52
ANEXOS65
12
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
Segundo o Grupo de Qualidade de Vida (WHOQOL GROUP 1994) da divisatildeo
de Sauacutede Mental da OMS qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua
posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em
relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas padrotildees e preocupaccedilotildees
O termo qualidade de vida possui caraacuteter polissecircmico e seu conceito
humaniacutestico relaciona- se ao grau de satisfaccedilatildeo encontrado na vida familiar afetiva
social e do ambiente e agrave proacutepria existecircncia Abrangem conhecimentos experiecircncias
e valores de indiviacuteduos e coletividades que nele se inserem em eacutepocas espaccedilos e
histoacuterias diferentes em uma construccedilatildeo social e relatividade cultural (Minayo 2000)
O conceito de qualidade de vida eacute apresentado atraveacutes de uma perspectiva
multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e social e de
uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua
experiecircncia de vida (Soares et al 2011)
Miu-Chi Lun amp Bond (2015) propuseram que o bem estar subjetivo surge a
partir da satisfaccedilatildeo das proacuteprias necessidades baacutesicas e alcanccedilar as necessidades
especiacuteficas variam de acordo com o sexo idade e cultura nacional Afirmaram que
termos como satisfaccedilatildeo com a vida felicidade bem estar subjetivo ou o bem-estar
psicoloacutegico foram utilizados para indicar o grau em que um indiviacuteduo vive uma boa
vida e significam a mesma coisa para todas as pessoas em diversas culturas Em
seu estudo consideram que questotildees relacionadas com o indiviacuteduo iriam afetar a
forma como esse indiviacuteduo avalia sua vida como um todo devido agrave sauacutede fiacutesica ou
condiccedilatildeo financeira relaccedilotildees sociais com outras pessoas ou a estabilidade do
ambiente poliacutetico da proacutepria sociedade Assim reafirmam que a importacircncia relativa
destas necessidades podem variar dado o tempo em que o indiviacuteduo nasce o papel
de gecircnero que ocupa e o contexto sociocultural em que vive
Sobre a definiccedilatildeo de percepccedilatildeo o estudo de Oliveira amp Mouratildeo Junior (2013)
afirma que para a filosofia a percepccedilatildeo apresenta iacutentima ligaccedilatildeo com os sentidos e
inicialmente eacute realizada pelos sistemas sensoriais de maneira separada em sua
fase analiacutetica como se cada caracteriacutestica fosse separada como a forma a cor os
movimentos Entretanto a percepccedilatildeo enxerga o mundo em sua totalidade na fase
sinteacutetica e natildeo com sensaccedilotildees fragmentadas Relata que para as neurociecircncias
percepccedilatildeo significa a capacidade nos seres humanos de associar as informaccedilotildees
13
sensoriais agrave memoacuteria e agrave cogniccedilatildeo formando conceitos sobre o mundo e sobre noacutes
mesmos e orientam nosso comportamento Afirmam que segundo estudos recentes
a percepccedilatildeo eacute um processo ativo em que o ceacuterebro constroacutei e edita suas
percepccedilotildees atraveacutes de fatores bioloacutegicos poreacutem guiados por fatores histoacutericos e
culturais
Segundo Pereira (2010) a percepccedilatildeo da crianccedila se altera com o tempo uma
vez que a capacidade cognitiva da mesma se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem
cultural condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto
seus desejos e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo
Tambeacutem ldquoreflete sua prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito
sujeita a alteraccedilotildees sendo influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo
(Barbosa et al 2010)
Wallander amp Koot (2016) em seu estudo consideram ao fato das crianccedilas
serem um grupo vulneraacutevel devido agrave natildeo terem capacidade de identificar e resolver
suas proacuteprias necessidades por isso satildeo dependentes dos adultos para agir em
nome dos seus direitos incluindo o direito a uma vida de qualidade Consideram que
a infacircncia eacute um periacuteodo especiacutefico de desenvolvimento que difere de outros periacuteodos
da vida Poreacutem afirmam que se avaliarmos a qualidade de vida das crianccedilas devido
ao fato de serem membros da proacutexima geraccedilatildeo em nossa sociedade como
investimento para o futuro natildeo justifica ser o uacutenico motivo para examinar como as
mesmas experimentam suas vidas pois elas tecircm direito a uma vida com qualidade
no presente
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida sendo a maioria desenvolvido na liacutengua inglesa Poreacutem a
necessidade de utilizaccedilatildeo desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros
paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram como opccedilotildees criar um novo instrumento
ou adaptar o existente baseado em sua traduccedilatildeo para o idioma de origem do paiacutes a
ser utilizado fazendo uma adaptaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas socioculturais da populaccedilatildeo
a ser analisada e a validaccedilatildeo desse instrumento que possibilite uma avaliaccedilatildeo
fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo (Barbosa et al 2010 Landeiro et al
2011)
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada aacute
sauacutede podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois
14
se refere agrave amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geral quando se
pretende associar sauacutede aacute qualidade de vida Quando se vai trabalhar com
sintomas incapacidades ou limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o
instrumento especifico por terem como vantagem a capacidade de detectar
particularidades da qualidade de vida em determinadas situaccedilotildees (Barbosa et al
2010 Landeiro et al 2011)
Dentre os instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados podemos
citar o WHOQOL-100 que consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e
EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais Jaacute o WHOQOL BREF eacute uma versatildeo abreviada
composta por 26 questotildees que obtiveram os melhores desempenhos psicomeacutetricos
extraiacutedas do WHOQOL-100 A versatildeo abreviada eacute composta por 4 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Relaccedilotildees Sociais e Meio- ambiente ((WHOQOL GROUP 1994)
Outro instrumento geneacuterico o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto ldquoProteccedilatildeo e
Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo ndash uma perspectiva Europeia de Sauacutede Puacuteblica que foi financiado pela
Comissatildeo Europeia (CE) Utiliza uma abordagem simultaneamente transcultural e
desenvolve um conjunto de questotildees estandardizadas para avaliar a Qualidade de
Vida Relacionada com a Sauacutede (QVRS) em crianccedilas e adolescentes As vantagens
de medida do KIDSCREEN tornaram o instrumento atrativo mesmo fora dos 13
paiacuteses Europeus em que foi desenvolvido (Gaspar Matos 2008)
O instrumento Pediatric Quality of Life InventoryTM versatildeo 4 (Peds-QLTM) foi
desenvolvido para afericcedilatildeo da QVRS pediaacutetrica integrando abordagens geneacutericas
e concentradas em doenccedilas especificas inclui auto avaliaccedilatildeo para crianccedilas e
adolescentes entre 5 e 18 anos e questionaacuterios para os pais das crianccedilas e
adolescentes entre 2 e 18 anos (Klatchoian et al 2008)
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida
satildeo importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo e sabe-se que as
medidas em questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais
ou pelo cuidador e que estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos
pais e da crianccedila para domiacutenios mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios
fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo
o respondente do questionaacuterio e deve ser realizada junto com os pais ou
responsaacutevel e a crianccedila (Morettin et al 2013)
15
A percepccedilatildeo da crianccedila sobre a sauacutede varia conforme a sua capacidade
cognitiva que se modifica de acordo com a idade e os diferentes estaacutegios de
desenvolvimento emocional social e de linguagem A percepccedilatildeo da crianccedila tambeacutem
pode variar segundo a sua cultura condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e de sua sauacutede Para
responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e
conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua sauacutede ainda satildeo limitados haacute necessidade de
mais pesquisas (Tesch et al 2007)
Segundo Luquet (1969) Pastina amp Duarte (2008) e Piaget (1971) em um
processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece mentalmente
hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo
importantes e qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde
pequenas as crianccedilas desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e
siacutembolos carregados de significaccedilatildeo subjetiva e social da realidade com a qual
convive
Ao desenhar a crianccedila libera conteuacutedos da sua memoacuteria com certa abstraccedilatildeo
da fala nesse processo revela que a linguagem verbal eacute a base da linguagem
graacutefica constituiacuteda pelo desenho pois a crianccedila estabelece pontos de comunicaccedilatildeo e
expressa gosto medos anseios e angustias O desenho representa uma linguagem
que possui vocabulaacuterio e sintaxe proacuteprios e a crianccedila cria e recria formas
expressivas singulares que integram percepccedilatildeo imaginaccedilatildeo reflexatildeo e
sensibilidade e estaacute intimamente ligado ao desenvolvimento da escrita (Vygotsky
1988)
O desenho eacute o lugar provaacutevel do indeterminado das significaccedilotildees
fundamentais do mundo infantil que deve ser considerado natildeo apenas como modo
de expressatildeo ou de representaccedilatildeo da realidade mas tambeacutem como resultado de
atividades intencionais envolvendo aspectos cognitivos e emotivos em seu ajuste agrave
realidade com a qual a crianccedila convive (Arauacutejo Tavares 2011)
Por meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o
que sente sabe e vecirc O desenho revela um espelho daquela refletindo-a por inteiro
para quem o observa (Silva Tavares 2011)
Para Ramos (2015) a narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem
de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos
16
Assim tem como objetivo superar a distacircncia entre compreender e explicar
apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do discurso a
mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista particular
Estudo feito por Oliveira et al (2013) relata que quando a crianccedila desenvolve
a capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate
experiecircncias vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para
criar novos contextos e personagens Trata - se de uma das mais marcantes
habilidades do processo de desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis
natildeo estaacute condicionado a nenhum tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite
diferentes formas de anaacutelise
Essa pesquisa justificou - se porque adotou uma metodologia diferente na
tentativa de melhorar a compreensatildeo da dimensatildeo subjetiva em qualidade de vida
percebida pelas crianccedilas
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
22 Objetivos Especiacuteficos
1- Conhecer as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por escolares
2- Conhecer os aspectos fiacutesicos que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
3- Conhecer os aspectos sociais que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
4- Conhecer os aspectos psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre escolares
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
49
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APEcircNDICES
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APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
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APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
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ANEXOS
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67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
LISTA DE SIGLAS
CE ndash Comissatildeo Europeacuteia
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
QV ndash Qualidade de Vida
QVRS ndash Qualidade de Vida Relacionada agrave Sauacutede
TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFMG ndash Universidade Federal de Minas Gerais
WHOQOL GROUP - World Health Organization Quality of Life Group
SUMAacuteRIO
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS12
2 OBJETIVOS17
21 Objetivo geral17
22 Objetivos Especiacuteficos17
3 METODOLOGIA18
31Estudo Piloto19
32Coleta de Dados20
321Primeira Fase20
3211Desenho Livre20
3212Desenho Temaacutetico20
3213 Narrativa dos desenhos21
322 Segunda Fase Entrevista21
33Anaacutelise dos Dados22
34 Aspectos Eacuteticos23
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO24
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS48
REFEREcircNCIAS49
APEcircNDICES 52
ANEXOS65
12
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
Segundo o Grupo de Qualidade de Vida (WHOQOL GROUP 1994) da divisatildeo
de Sauacutede Mental da OMS qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua
posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em
relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas padrotildees e preocupaccedilotildees
O termo qualidade de vida possui caraacuteter polissecircmico e seu conceito
humaniacutestico relaciona- se ao grau de satisfaccedilatildeo encontrado na vida familiar afetiva
social e do ambiente e agrave proacutepria existecircncia Abrangem conhecimentos experiecircncias
e valores de indiviacuteduos e coletividades que nele se inserem em eacutepocas espaccedilos e
histoacuterias diferentes em uma construccedilatildeo social e relatividade cultural (Minayo 2000)
O conceito de qualidade de vida eacute apresentado atraveacutes de uma perspectiva
multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e social e de
uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua
experiecircncia de vida (Soares et al 2011)
Miu-Chi Lun amp Bond (2015) propuseram que o bem estar subjetivo surge a
partir da satisfaccedilatildeo das proacuteprias necessidades baacutesicas e alcanccedilar as necessidades
especiacuteficas variam de acordo com o sexo idade e cultura nacional Afirmaram que
termos como satisfaccedilatildeo com a vida felicidade bem estar subjetivo ou o bem-estar
psicoloacutegico foram utilizados para indicar o grau em que um indiviacuteduo vive uma boa
vida e significam a mesma coisa para todas as pessoas em diversas culturas Em
seu estudo consideram que questotildees relacionadas com o indiviacuteduo iriam afetar a
forma como esse indiviacuteduo avalia sua vida como um todo devido agrave sauacutede fiacutesica ou
condiccedilatildeo financeira relaccedilotildees sociais com outras pessoas ou a estabilidade do
ambiente poliacutetico da proacutepria sociedade Assim reafirmam que a importacircncia relativa
destas necessidades podem variar dado o tempo em que o indiviacuteduo nasce o papel
de gecircnero que ocupa e o contexto sociocultural em que vive
Sobre a definiccedilatildeo de percepccedilatildeo o estudo de Oliveira amp Mouratildeo Junior (2013)
afirma que para a filosofia a percepccedilatildeo apresenta iacutentima ligaccedilatildeo com os sentidos e
inicialmente eacute realizada pelos sistemas sensoriais de maneira separada em sua
fase analiacutetica como se cada caracteriacutestica fosse separada como a forma a cor os
movimentos Entretanto a percepccedilatildeo enxerga o mundo em sua totalidade na fase
sinteacutetica e natildeo com sensaccedilotildees fragmentadas Relata que para as neurociecircncias
percepccedilatildeo significa a capacidade nos seres humanos de associar as informaccedilotildees
13
sensoriais agrave memoacuteria e agrave cogniccedilatildeo formando conceitos sobre o mundo e sobre noacutes
mesmos e orientam nosso comportamento Afirmam que segundo estudos recentes
a percepccedilatildeo eacute um processo ativo em que o ceacuterebro constroacutei e edita suas
percepccedilotildees atraveacutes de fatores bioloacutegicos poreacutem guiados por fatores histoacutericos e
culturais
Segundo Pereira (2010) a percepccedilatildeo da crianccedila se altera com o tempo uma
vez que a capacidade cognitiva da mesma se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem
cultural condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto
seus desejos e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo
Tambeacutem ldquoreflete sua prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito
sujeita a alteraccedilotildees sendo influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo
(Barbosa et al 2010)
Wallander amp Koot (2016) em seu estudo consideram ao fato das crianccedilas
serem um grupo vulneraacutevel devido agrave natildeo terem capacidade de identificar e resolver
suas proacuteprias necessidades por isso satildeo dependentes dos adultos para agir em
nome dos seus direitos incluindo o direito a uma vida de qualidade Consideram que
a infacircncia eacute um periacuteodo especiacutefico de desenvolvimento que difere de outros periacuteodos
da vida Poreacutem afirmam que se avaliarmos a qualidade de vida das crianccedilas devido
ao fato de serem membros da proacutexima geraccedilatildeo em nossa sociedade como
investimento para o futuro natildeo justifica ser o uacutenico motivo para examinar como as
mesmas experimentam suas vidas pois elas tecircm direito a uma vida com qualidade
no presente
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida sendo a maioria desenvolvido na liacutengua inglesa Poreacutem a
necessidade de utilizaccedilatildeo desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros
paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram como opccedilotildees criar um novo instrumento
ou adaptar o existente baseado em sua traduccedilatildeo para o idioma de origem do paiacutes a
ser utilizado fazendo uma adaptaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas socioculturais da populaccedilatildeo
a ser analisada e a validaccedilatildeo desse instrumento que possibilite uma avaliaccedilatildeo
fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo (Barbosa et al 2010 Landeiro et al
2011)
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada aacute
sauacutede podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois
14
se refere agrave amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geral quando se
pretende associar sauacutede aacute qualidade de vida Quando se vai trabalhar com
sintomas incapacidades ou limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o
instrumento especifico por terem como vantagem a capacidade de detectar
particularidades da qualidade de vida em determinadas situaccedilotildees (Barbosa et al
2010 Landeiro et al 2011)
Dentre os instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados podemos
citar o WHOQOL-100 que consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e
EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais Jaacute o WHOQOL BREF eacute uma versatildeo abreviada
composta por 26 questotildees que obtiveram os melhores desempenhos psicomeacutetricos
extraiacutedas do WHOQOL-100 A versatildeo abreviada eacute composta por 4 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Relaccedilotildees Sociais e Meio- ambiente ((WHOQOL GROUP 1994)
Outro instrumento geneacuterico o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto ldquoProteccedilatildeo e
Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo ndash uma perspectiva Europeia de Sauacutede Puacuteblica que foi financiado pela
Comissatildeo Europeia (CE) Utiliza uma abordagem simultaneamente transcultural e
desenvolve um conjunto de questotildees estandardizadas para avaliar a Qualidade de
Vida Relacionada com a Sauacutede (QVRS) em crianccedilas e adolescentes As vantagens
de medida do KIDSCREEN tornaram o instrumento atrativo mesmo fora dos 13
paiacuteses Europeus em que foi desenvolvido (Gaspar Matos 2008)
O instrumento Pediatric Quality of Life InventoryTM versatildeo 4 (Peds-QLTM) foi
desenvolvido para afericcedilatildeo da QVRS pediaacutetrica integrando abordagens geneacutericas
e concentradas em doenccedilas especificas inclui auto avaliaccedilatildeo para crianccedilas e
adolescentes entre 5 e 18 anos e questionaacuterios para os pais das crianccedilas e
adolescentes entre 2 e 18 anos (Klatchoian et al 2008)
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida
satildeo importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo e sabe-se que as
medidas em questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais
ou pelo cuidador e que estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos
pais e da crianccedila para domiacutenios mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios
fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo
o respondente do questionaacuterio e deve ser realizada junto com os pais ou
responsaacutevel e a crianccedila (Morettin et al 2013)
15
A percepccedilatildeo da crianccedila sobre a sauacutede varia conforme a sua capacidade
cognitiva que se modifica de acordo com a idade e os diferentes estaacutegios de
desenvolvimento emocional social e de linguagem A percepccedilatildeo da crianccedila tambeacutem
pode variar segundo a sua cultura condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e de sua sauacutede Para
responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e
conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua sauacutede ainda satildeo limitados haacute necessidade de
mais pesquisas (Tesch et al 2007)
Segundo Luquet (1969) Pastina amp Duarte (2008) e Piaget (1971) em um
processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece mentalmente
hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo
importantes e qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde
pequenas as crianccedilas desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e
siacutembolos carregados de significaccedilatildeo subjetiva e social da realidade com a qual
convive
Ao desenhar a crianccedila libera conteuacutedos da sua memoacuteria com certa abstraccedilatildeo
da fala nesse processo revela que a linguagem verbal eacute a base da linguagem
graacutefica constituiacuteda pelo desenho pois a crianccedila estabelece pontos de comunicaccedilatildeo e
expressa gosto medos anseios e angustias O desenho representa uma linguagem
que possui vocabulaacuterio e sintaxe proacuteprios e a crianccedila cria e recria formas
expressivas singulares que integram percepccedilatildeo imaginaccedilatildeo reflexatildeo e
sensibilidade e estaacute intimamente ligado ao desenvolvimento da escrita (Vygotsky
1988)
O desenho eacute o lugar provaacutevel do indeterminado das significaccedilotildees
fundamentais do mundo infantil que deve ser considerado natildeo apenas como modo
de expressatildeo ou de representaccedilatildeo da realidade mas tambeacutem como resultado de
atividades intencionais envolvendo aspectos cognitivos e emotivos em seu ajuste agrave
realidade com a qual a crianccedila convive (Arauacutejo Tavares 2011)
Por meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o
que sente sabe e vecirc O desenho revela um espelho daquela refletindo-a por inteiro
para quem o observa (Silva Tavares 2011)
Para Ramos (2015) a narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem
de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos
16
Assim tem como objetivo superar a distacircncia entre compreender e explicar
apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do discurso a
mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista particular
Estudo feito por Oliveira et al (2013) relata que quando a crianccedila desenvolve
a capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate
experiecircncias vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para
criar novos contextos e personagens Trata - se de uma das mais marcantes
habilidades do processo de desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis
natildeo estaacute condicionado a nenhum tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite
diferentes formas de anaacutelise
Essa pesquisa justificou - se porque adotou uma metodologia diferente na
tentativa de melhorar a compreensatildeo da dimensatildeo subjetiva em qualidade de vida
percebida pelas crianccedilas
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
22 Objetivos Especiacuteficos
1- Conhecer as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por escolares
2- Conhecer os aspectos fiacutesicos que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
3- Conhecer os aspectos sociais que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
4- Conhecer os aspectos psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre escolares
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
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1994
52
APEcircNDICES
53
APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
56
APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
57
58
59
60
61
62
63
64
65
ANEXOS
66
67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
SUMAacuteRIO
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS12
2 OBJETIVOS17
21 Objetivo geral17
22 Objetivos Especiacuteficos17
3 METODOLOGIA18
31Estudo Piloto19
32Coleta de Dados20
321Primeira Fase20
3211Desenho Livre20
3212Desenho Temaacutetico20
3213 Narrativa dos desenhos21
322 Segunda Fase Entrevista21
33Anaacutelise dos Dados22
34 Aspectos Eacuteticos23
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO24
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS48
REFEREcircNCIAS49
APEcircNDICES 52
ANEXOS65
12
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
Segundo o Grupo de Qualidade de Vida (WHOQOL GROUP 1994) da divisatildeo
de Sauacutede Mental da OMS qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua
posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em
relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas padrotildees e preocupaccedilotildees
O termo qualidade de vida possui caraacuteter polissecircmico e seu conceito
humaniacutestico relaciona- se ao grau de satisfaccedilatildeo encontrado na vida familiar afetiva
social e do ambiente e agrave proacutepria existecircncia Abrangem conhecimentos experiecircncias
e valores de indiviacuteduos e coletividades que nele se inserem em eacutepocas espaccedilos e
histoacuterias diferentes em uma construccedilatildeo social e relatividade cultural (Minayo 2000)
O conceito de qualidade de vida eacute apresentado atraveacutes de uma perspectiva
multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e social e de
uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua
experiecircncia de vida (Soares et al 2011)
Miu-Chi Lun amp Bond (2015) propuseram que o bem estar subjetivo surge a
partir da satisfaccedilatildeo das proacuteprias necessidades baacutesicas e alcanccedilar as necessidades
especiacuteficas variam de acordo com o sexo idade e cultura nacional Afirmaram que
termos como satisfaccedilatildeo com a vida felicidade bem estar subjetivo ou o bem-estar
psicoloacutegico foram utilizados para indicar o grau em que um indiviacuteduo vive uma boa
vida e significam a mesma coisa para todas as pessoas em diversas culturas Em
seu estudo consideram que questotildees relacionadas com o indiviacuteduo iriam afetar a
forma como esse indiviacuteduo avalia sua vida como um todo devido agrave sauacutede fiacutesica ou
condiccedilatildeo financeira relaccedilotildees sociais com outras pessoas ou a estabilidade do
ambiente poliacutetico da proacutepria sociedade Assim reafirmam que a importacircncia relativa
destas necessidades podem variar dado o tempo em que o indiviacuteduo nasce o papel
de gecircnero que ocupa e o contexto sociocultural em que vive
Sobre a definiccedilatildeo de percepccedilatildeo o estudo de Oliveira amp Mouratildeo Junior (2013)
afirma que para a filosofia a percepccedilatildeo apresenta iacutentima ligaccedilatildeo com os sentidos e
inicialmente eacute realizada pelos sistemas sensoriais de maneira separada em sua
fase analiacutetica como se cada caracteriacutestica fosse separada como a forma a cor os
movimentos Entretanto a percepccedilatildeo enxerga o mundo em sua totalidade na fase
sinteacutetica e natildeo com sensaccedilotildees fragmentadas Relata que para as neurociecircncias
percepccedilatildeo significa a capacidade nos seres humanos de associar as informaccedilotildees
13
sensoriais agrave memoacuteria e agrave cogniccedilatildeo formando conceitos sobre o mundo e sobre noacutes
mesmos e orientam nosso comportamento Afirmam que segundo estudos recentes
a percepccedilatildeo eacute um processo ativo em que o ceacuterebro constroacutei e edita suas
percepccedilotildees atraveacutes de fatores bioloacutegicos poreacutem guiados por fatores histoacutericos e
culturais
Segundo Pereira (2010) a percepccedilatildeo da crianccedila se altera com o tempo uma
vez que a capacidade cognitiva da mesma se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem
cultural condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto
seus desejos e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo
Tambeacutem ldquoreflete sua prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito
sujeita a alteraccedilotildees sendo influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo
(Barbosa et al 2010)
Wallander amp Koot (2016) em seu estudo consideram ao fato das crianccedilas
serem um grupo vulneraacutevel devido agrave natildeo terem capacidade de identificar e resolver
suas proacuteprias necessidades por isso satildeo dependentes dos adultos para agir em
nome dos seus direitos incluindo o direito a uma vida de qualidade Consideram que
a infacircncia eacute um periacuteodo especiacutefico de desenvolvimento que difere de outros periacuteodos
da vida Poreacutem afirmam que se avaliarmos a qualidade de vida das crianccedilas devido
ao fato de serem membros da proacutexima geraccedilatildeo em nossa sociedade como
investimento para o futuro natildeo justifica ser o uacutenico motivo para examinar como as
mesmas experimentam suas vidas pois elas tecircm direito a uma vida com qualidade
no presente
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida sendo a maioria desenvolvido na liacutengua inglesa Poreacutem a
necessidade de utilizaccedilatildeo desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros
paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram como opccedilotildees criar um novo instrumento
ou adaptar o existente baseado em sua traduccedilatildeo para o idioma de origem do paiacutes a
ser utilizado fazendo uma adaptaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas socioculturais da populaccedilatildeo
a ser analisada e a validaccedilatildeo desse instrumento que possibilite uma avaliaccedilatildeo
fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo (Barbosa et al 2010 Landeiro et al
2011)
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada aacute
sauacutede podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois
14
se refere agrave amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geral quando se
pretende associar sauacutede aacute qualidade de vida Quando se vai trabalhar com
sintomas incapacidades ou limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o
instrumento especifico por terem como vantagem a capacidade de detectar
particularidades da qualidade de vida em determinadas situaccedilotildees (Barbosa et al
2010 Landeiro et al 2011)
Dentre os instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados podemos
citar o WHOQOL-100 que consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e
EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais Jaacute o WHOQOL BREF eacute uma versatildeo abreviada
composta por 26 questotildees que obtiveram os melhores desempenhos psicomeacutetricos
extraiacutedas do WHOQOL-100 A versatildeo abreviada eacute composta por 4 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Relaccedilotildees Sociais e Meio- ambiente ((WHOQOL GROUP 1994)
Outro instrumento geneacuterico o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto ldquoProteccedilatildeo e
Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo ndash uma perspectiva Europeia de Sauacutede Puacuteblica que foi financiado pela
Comissatildeo Europeia (CE) Utiliza uma abordagem simultaneamente transcultural e
desenvolve um conjunto de questotildees estandardizadas para avaliar a Qualidade de
Vida Relacionada com a Sauacutede (QVRS) em crianccedilas e adolescentes As vantagens
de medida do KIDSCREEN tornaram o instrumento atrativo mesmo fora dos 13
paiacuteses Europeus em que foi desenvolvido (Gaspar Matos 2008)
O instrumento Pediatric Quality of Life InventoryTM versatildeo 4 (Peds-QLTM) foi
desenvolvido para afericcedilatildeo da QVRS pediaacutetrica integrando abordagens geneacutericas
e concentradas em doenccedilas especificas inclui auto avaliaccedilatildeo para crianccedilas e
adolescentes entre 5 e 18 anos e questionaacuterios para os pais das crianccedilas e
adolescentes entre 2 e 18 anos (Klatchoian et al 2008)
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida
satildeo importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo e sabe-se que as
medidas em questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais
ou pelo cuidador e que estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos
pais e da crianccedila para domiacutenios mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios
fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo
o respondente do questionaacuterio e deve ser realizada junto com os pais ou
responsaacutevel e a crianccedila (Morettin et al 2013)
15
A percepccedilatildeo da crianccedila sobre a sauacutede varia conforme a sua capacidade
cognitiva que se modifica de acordo com a idade e os diferentes estaacutegios de
desenvolvimento emocional social e de linguagem A percepccedilatildeo da crianccedila tambeacutem
pode variar segundo a sua cultura condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e de sua sauacutede Para
responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e
conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua sauacutede ainda satildeo limitados haacute necessidade de
mais pesquisas (Tesch et al 2007)
Segundo Luquet (1969) Pastina amp Duarte (2008) e Piaget (1971) em um
processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece mentalmente
hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo
importantes e qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde
pequenas as crianccedilas desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e
siacutembolos carregados de significaccedilatildeo subjetiva e social da realidade com a qual
convive
Ao desenhar a crianccedila libera conteuacutedos da sua memoacuteria com certa abstraccedilatildeo
da fala nesse processo revela que a linguagem verbal eacute a base da linguagem
graacutefica constituiacuteda pelo desenho pois a crianccedila estabelece pontos de comunicaccedilatildeo e
expressa gosto medos anseios e angustias O desenho representa uma linguagem
que possui vocabulaacuterio e sintaxe proacuteprios e a crianccedila cria e recria formas
expressivas singulares que integram percepccedilatildeo imaginaccedilatildeo reflexatildeo e
sensibilidade e estaacute intimamente ligado ao desenvolvimento da escrita (Vygotsky
1988)
O desenho eacute o lugar provaacutevel do indeterminado das significaccedilotildees
fundamentais do mundo infantil que deve ser considerado natildeo apenas como modo
de expressatildeo ou de representaccedilatildeo da realidade mas tambeacutem como resultado de
atividades intencionais envolvendo aspectos cognitivos e emotivos em seu ajuste agrave
realidade com a qual a crianccedila convive (Arauacutejo Tavares 2011)
Por meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o
que sente sabe e vecirc O desenho revela um espelho daquela refletindo-a por inteiro
para quem o observa (Silva Tavares 2011)
Para Ramos (2015) a narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem
de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos
16
Assim tem como objetivo superar a distacircncia entre compreender e explicar
apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do discurso a
mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista particular
Estudo feito por Oliveira et al (2013) relata que quando a crianccedila desenvolve
a capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate
experiecircncias vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para
criar novos contextos e personagens Trata - se de uma das mais marcantes
habilidades do processo de desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis
natildeo estaacute condicionado a nenhum tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite
diferentes formas de anaacutelise
Essa pesquisa justificou - se porque adotou uma metodologia diferente na
tentativa de melhorar a compreensatildeo da dimensatildeo subjetiva em qualidade de vida
percebida pelas crianccedilas
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
22 Objetivos Especiacuteficos
1- Conhecer as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por escolares
2- Conhecer os aspectos fiacutesicos que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
3- Conhecer os aspectos sociais que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
4- Conhecer os aspectos psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre escolares
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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48
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
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APEcircNDICES
53
APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
56
APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
57
58
59
60
61
62
63
64
65
ANEXOS
66
67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
12
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
Segundo o Grupo de Qualidade de Vida (WHOQOL GROUP 1994) da divisatildeo
de Sauacutede Mental da OMS qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua
posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em
relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas padrotildees e preocupaccedilotildees
O termo qualidade de vida possui caraacuteter polissecircmico e seu conceito
humaniacutestico relaciona- se ao grau de satisfaccedilatildeo encontrado na vida familiar afetiva
social e do ambiente e agrave proacutepria existecircncia Abrangem conhecimentos experiecircncias
e valores de indiviacuteduos e coletividades que nele se inserem em eacutepocas espaccedilos e
histoacuterias diferentes em uma construccedilatildeo social e relatividade cultural (Minayo 2000)
O conceito de qualidade de vida eacute apresentado atraveacutes de uma perspectiva
multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e social e de
uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua
experiecircncia de vida (Soares et al 2011)
Miu-Chi Lun amp Bond (2015) propuseram que o bem estar subjetivo surge a
partir da satisfaccedilatildeo das proacuteprias necessidades baacutesicas e alcanccedilar as necessidades
especiacuteficas variam de acordo com o sexo idade e cultura nacional Afirmaram que
termos como satisfaccedilatildeo com a vida felicidade bem estar subjetivo ou o bem-estar
psicoloacutegico foram utilizados para indicar o grau em que um indiviacuteduo vive uma boa
vida e significam a mesma coisa para todas as pessoas em diversas culturas Em
seu estudo consideram que questotildees relacionadas com o indiviacuteduo iriam afetar a
forma como esse indiviacuteduo avalia sua vida como um todo devido agrave sauacutede fiacutesica ou
condiccedilatildeo financeira relaccedilotildees sociais com outras pessoas ou a estabilidade do
ambiente poliacutetico da proacutepria sociedade Assim reafirmam que a importacircncia relativa
destas necessidades podem variar dado o tempo em que o indiviacuteduo nasce o papel
de gecircnero que ocupa e o contexto sociocultural em que vive
Sobre a definiccedilatildeo de percepccedilatildeo o estudo de Oliveira amp Mouratildeo Junior (2013)
afirma que para a filosofia a percepccedilatildeo apresenta iacutentima ligaccedilatildeo com os sentidos e
inicialmente eacute realizada pelos sistemas sensoriais de maneira separada em sua
fase analiacutetica como se cada caracteriacutestica fosse separada como a forma a cor os
movimentos Entretanto a percepccedilatildeo enxerga o mundo em sua totalidade na fase
sinteacutetica e natildeo com sensaccedilotildees fragmentadas Relata que para as neurociecircncias
percepccedilatildeo significa a capacidade nos seres humanos de associar as informaccedilotildees
13
sensoriais agrave memoacuteria e agrave cogniccedilatildeo formando conceitos sobre o mundo e sobre noacutes
mesmos e orientam nosso comportamento Afirmam que segundo estudos recentes
a percepccedilatildeo eacute um processo ativo em que o ceacuterebro constroacutei e edita suas
percepccedilotildees atraveacutes de fatores bioloacutegicos poreacutem guiados por fatores histoacutericos e
culturais
Segundo Pereira (2010) a percepccedilatildeo da crianccedila se altera com o tempo uma
vez que a capacidade cognitiva da mesma se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem
cultural condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto
seus desejos e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo
Tambeacutem ldquoreflete sua prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito
sujeita a alteraccedilotildees sendo influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo
(Barbosa et al 2010)
Wallander amp Koot (2016) em seu estudo consideram ao fato das crianccedilas
serem um grupo vulneraacutevel devido agrave natildeo terem capacidade de identificar e resolver
suas proacuteprias necessidades por isso satildeo dependentes dos adultos para agir em
nome dos seus direitos incluindo o direito a uma vida de qualidade Consideram que
a infacircncia eacute um periacuteodo especiacutefico de desenvolvimento que difere de outros periacuteodos
da vida Poreacutem afirmam que se avaliarmos a qualidade de vida das crianccedilas devido
ao fato de serem membros da proacutexima geraccedilatildeo em nossa sociedade como
investimento para o futuro natildeo justifica ser o uacutenico motivo para examinar como as
mesmas experimentam suas vidas pois elas tecircm direito a uma vida com qualidade
no presente
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida sendo a maioria desenvolvido na liacutengua inglesa Poreacutem a
necessidade de utilizaccedilatildeo desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros
paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram como opccedilotildees criar um novo instrumento
ou adaptar o existente baseado em sua traduccedilatildeo para o idioma de origem do paiacutes a
ser utilizado fazendo uma adaptaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas socioculturais da populaccedilatildeo
a ser analisada e a validaccedilatildeo desse instrumento que possibilite uma avaliaccedilatildeo
fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo (Barbosa et al 2010 Landeiro et al
2011)
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada aacute
sauacutede podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois
14
se refere agrave amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geral quando se
pretende associar sauacutede aacute qualidade de vida Quando se vai trabalhar com
sintomas incapacidades ou limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o
instrumento especifico por terem como vantagem a capacidade de detectar
particularidades da qualidade de vida em determinadas situaccedilotildees (Barbosa et al
2010 Landeiro et al 2011)
Dentre os instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados podemos
citar o WHOQOL-100 que consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e
EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais Jaacute o WHOQOL BREF eacute uma versatildeo abreviada
composta por 26 questotildees que obtiveram os melhores desempenhos psicomeacutetricos
extraiacutedas do WHOQOL-100 A versatildeo abreviada eacute composta por 4 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Relaccedilotildees Sociais e Meio- ambiente ((WHOQOL GROUP 1994)
Outro instrumento geneacuterico o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto ldquoProteccedilatildeo e
Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo ndash uma perspectiva Europeia de Sauacutede Puacuteblica que foi financiado pela
Comissatildeo Europeia (CE) Utiliza uma abordagem simultaneamente transcultural e
desenvolve um conjunto de questotildees estandardizadas para avaliar a Qualidade de
Vida Relacionada com a Sauacutede (QVRS) em crianccedilas e adolescentes As vantagens
de medida do KIDSCREEN tornaram o instrumento atrativo mesmo fora dos 13
paiacuteses Europeus em que foi desenvolvido (Gaspar Matos 2008)
O instrumento Pediatric Quality of Life InventoryTM versatildeo 4 (Peds-QLTM) foi
desenvolvido para afericcedilatildeo da QVRS pediaacutetrica integrando abordagens geneacutericas
e concentradas em doenccedilas especificas inclui auto avaliaccedilatildeo para crianccedilas e
adolescentes entre 5 e 18 anos e questionaacuterios para os pais das crianccedilas e
adolescentes entre 2 e 18 anos (Klatchoian et al 2008)
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida
satildeo importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo e sabe-se que as
medidas em questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais
ou pelo cuidador e que estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos
pais e da crianccedila para domiacutenios mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios
fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo
o respondente do questionaacuterio e deve ser realizada junto com os pais ou
responsaacutevel e a crianccedila (Morettin et al 2013)
15
A percepccedilatildeo da crianccedila sobre a sauacutede varia conforme a sua capacidade
cognitiva que se modifica de acordo com a idade e os diferentes estaacutegios de
desenvolvimento emocional social e de linguagem A percepccedilatildeo da crianccedila tambeacutem
pode variar segundo a sua cultura condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e de sua sauacutede Para
responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e
conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua sauacutede ainda satildeo limitados haacute necessidade de
mais pesquisas (Tesch et al 2007)
Segundo Luquet (1969) Pastina amp Duarte (2008) e Piaget (1971) em um
processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece mentalmente
hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo
importantes e qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde
pequenas as crianccedilas desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e
siacutembolos carregados de significaccedilatildeo subjetiva e social da realidade com a qual
convive
Ao desenhar a crianccedila libera conteuacutedos da sua memoacuteria com certa abstraccedilatildeo
da fala nesse processo revela que a linguagem verbal eacute a base da linguagem
graacutefica constituiacuteda pelo desenho pois a crianccedila estabelece pontos de comunicaccedilatildeo e
expressa gosto medos anseios e angustias O desenho representa uma linguagem
que possui vocabulaacuterio e sintaxe proacuteprios e a crianccedila cria e recria formas
expressivas singulares que integram percepccedilatildeo imaginaccedilatildeo reflexatildeo e
sensibilidade e estaacute intimamente ligado ao desenvolvimento da escrita (Vygotsky
1988)
O desenho eacute o lugar provaacutevel do indeterminado das significaccedilotildees
fundamentais do mundo infantil que deve ser considerado natildeo apenas como modo
de expressatildeo ou de representaccedilatildeo da realidade mas tambeacutem como resultado de
atividades intencionais envolvendo aspectos cognitivos e emotivos em seu ajuste agrave
realidade com a qual a crianccedila convive (Arauacutejo Tavares 2011)
Por meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o
que sente sabe e vecirc O desenho revela um espelho daquela refletindo-a por inteiro
para quem o observa (Silva Tavares 2011)
Para Ramos (2015) a narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem
de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos
16
Assim tem como objetivo superar a distacircncia entre compreender e explicar
apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do discurso a
mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista particular
Estudo feito por Oliveira et al (2013) relata que quando a crianccedila desenvolve
a capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate
experiecircncias vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para
criar novos contextos e personagens Trata - se de uma das mais marcantes
habilidades do processo de desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis
natildeo estaacute condicionado a nenhum tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite
diferentes formas de anaacutelise
Essa pesquisa justificou - se porque adotou uma metodologia diferente na
tentativa de melhorar a compreensatildeo da dimensatildeo subjetiva em qualidade de vida
percebida pelas crianccedilas
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
22 Objetivos Especiacuteficos
1- Conhecer as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por escolares
2- Conhecer os aspectos fiacutesicos que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
3- Conhecer os aspectos sociais que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
4- Conhecer os aspectos psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre escolares
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
49
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APEcircNDICES
53
APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
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APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
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ANEXOS
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ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
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4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
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informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
13
sensoriais agrave memoacuteria e agrave cogniccedilatildeo formando conceitos sobre o mundo e sobre noacutes
mesmos e orientam nosso comportamento Afirmam que segundo estudos recentes
a percepccedilatildeo eacute um processo ativo em que o ceacuterebro constroacutei e edita suas
percepccedilotildees atraveacutes de fatores bioloacutegicos poreacutem guiados por fatores histoacutericos e
culturais
Segundo Pereira (2010) a percepccedilatildeo da crianccedila se altera com o tempo uma
vez que a capacidade cognitiva da mesma se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem
cultural condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto
seus desejos e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo
Tambeacutem ldquoreflete sua prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito
sujeita a alteraccedilotildees sendo influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo
(Barbosa et al 2010)
Wallander amp Koot (2016) em seu estudo consideram ao fato das crianccedilas
serem um grupo vulneraacutevel devido agrave natildeo terem capacidade de identificar e resolver
suas proacuteprias necessidades por isso satildeo dependentes dos adultos para agir em
nome dos seus direitos incluindo o direito a uma vida de qualidade Consideram que
a infacircncia eacute um periacuteodo especiacutefico de desenvolvimento que difere de outros periacuteodos
da vida Poreacutem afirmam que se avaliarmos a qualidade de vida das crianccedilas devido
ao fato de serem membros da proacutexima geraccedilatildeo em nossa sociedade como
investimento para o futuro natildeo justifica ser o uacutenico motivo para examinar como as
mesmas experimentam suas vidas pois elas tecircm direito a uma vida com qualidade
no presente
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida sendo a maioria desenvolvido na liacutengua inglesa Poreacutem a
necessidade de utilizaccedilatildeo desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros
paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram como opccedilotildees criar um novo instrumento
ou adaptar o existente baseado em sua traduccedilatildeo para o idioma de origem do paiacutes a
ser utilizado fazendo uma adaptaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas socioculturais da populaccedilatildeo
a ser analisada e a validaccedilatildeo desse instrumento que possibilite uma avaliaccedilatildeo
fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo (Barbosa et al 2010 Landeiro et al
2011)
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada aacute
sauacutede podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois
14
se refere agrave amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geral quando se
pretende associar sauacutede aacute qualidade de vida Quando se vai trabalhar com
sintomas incapacidades ou limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o
instrumento especifico por terem como vantagem a capacidade de detectar
particularidades da qualidade de vida em determinadas situaccedilotildees (Barbosa et al
2010 Landeiro et al 2011)
Dentre os instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados podemos
citar o WHOQOL-100 que consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e
EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais Jaacute o WHOQOL BREF eacute uma versatildeo abreviada
composta por 26 questotildees que obtiveram os melhores desempenhos psicomeacutetricos
extraiacutedas do WHOQOL-100 A versatildeo abreviada eacute composta por 4 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Relaccedilotildees Sociais e Meio- ambiente ((WHOQOL GROUP 1994)
Outro instrumento geneacuterico o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto ldquoProteccedilatildeo e
Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo ndash uma perspectiva Europeia de Sauacutede Puacuteblica que foi financiado pela
Comissatildeo Europeia (CE) Utiliza uma abordagem simultaneamente transcultural e
desenvolve um conjunto de questotildees estandardizadas para avaliar a Qualidade de
Vida Relacionada com a Sauacutede (QVRS) em crianccedilas e adolescentes As vantagens
de medida do KIDSCREEN tornaram o instrumento atrativo mesmo fora dos 13
paiacuteses Europeus em que foi desenvolvido (Gaspar Matos 2008)
O instrumento Pediatric Quality of Life InventoryTM versatildeo 4 (Peds-QLTM) foi
desenvolvido para afericcedilatildeo da QVRS pediaacutetrica integrando abordagens geneacutericas
e concentradas em doenccedilas especificas inclui auto avaliaccedilatildeo para crianccedilas e
adolescentes entre 5 e 18 anos e questionaacuterios para os pais das crianccedilas e
adolescentes entre 2 e 18 anos (Klatchoian et al 2008)
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida
satildeo importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo e sabe-se que as
medidas em questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais
ou pelo cuidador e que estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos
pais e da crianccedila para domiacutenios mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios
fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo
o respondente do questionaacuterio e deve ser realizada junto com os pais ou
responsaacutevel e a crianccedila (Morettin et al 2013)
15
A percepccedilatildeo da crianccedila sobre a sauacutede varia conforme a sua capacidade
cognitiva que se modifica de acordo com a idade e os diferentes estaacutegios de
desenvolvimento emocional social e de linguagem A percepccedilatildeo da crianccedila tambeacutem
pode variar segundo a sua cultura condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e de sua sauacutede Para
responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e
conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua sauacutede ainda satildeo limitados haacute necessidade de
mais pesquisas (Tesch et al 2007)
Segundo Luquet (1969) Pastina amp Duarte (2008) e Piaget (1971) em um
processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece mentalmente
hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo
importantes e qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde
pequenas as crianccedilas desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e
siacutembolos carregados de significaccedilatildeo subjetiva e social da realidade com a qual
convive
Ao desenhar a crianccedila libera conteuacutedos da sua memoacuteria com certa abstraccedilatildeo
da fala nesse processo revela que a linguagem verbal eacute a base da linguagem
graacutefica constituiacuteda pelo desenho pois a crianccedila estabelece pontos de comunicaccedilatildeo e
expressa gosto medos anseios e angustias O desenho representa uma linguagem
que possui vocabulaacuterio e sintaxe proacuteprios e a crianccedila cria e recria formas
expressivas singulares que integram percepccedilatildeo imaginaccedilatildeo reflexatildeo e
sensibilidade e estaacute intimamente ligado ao desenvolvimento da escrita (Vygotsky
1988)
O desenho eacute o lugar provaacutevel do indeterminado das significaccedilotildees
fundamentais do mundo infantil que deve ser considerado natildeo apenas como modo
de expressatildeo ou de representaccedilatildeo da realidade mas tambeacutem como resultado de
atividades intencionais envolvendo aspectos cognitivos e emotivos em seu ajuste agrave
realidade com a qual a crianccedila convive (Arauacutejo Tavares 2011)
Por meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o
que sente sabe e vecirc O desenho revela um espelho daquela refletindo-a por inteiro
para quem o observa (Silva Tavares 2011)
Para Ramos (2015) a narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem
de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos
16
Assim tem como objetivo superar a distacircncia entre compreender e explicar
apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do discurso a
mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista particular
Estudo feito por Oliveira et al (2013) relata que quando a crianccedila desenvolve
a capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate
experiecircncias vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para
criar novos contextos e personagens Trata - se de uma das mais marcantes
habilidades do processo de desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis
natildeo estaacute condicionado a nenhum tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite
diferentes formas de anaacutelise
Essa pesquisa justificou - se porque adotou uma metodologia diferente na
tentativa de melhorar a compreensatildeo da dimensatildeo subjetiva em qualidade de vida
percebida pelas crianccedilas
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
22 Objetivos Especiacuteficos
1- Conhecer as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por escolares
2- Conhecer os aspectos fiacutesicos que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
3- Conhecer os aspectos sociais que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
4- Conhecer os aspectos psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre escolares
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
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Health Organization quality of life instruments Geneva World Health Organization
1994
52
APEcircNDICES
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APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
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APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
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APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
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APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
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ANEXOS
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67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
14
se refere agrave amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geral quando se
pretende associar sauacutede aacute qualidade de vida Quando se vai trabalhar com
sintomas incapacidades ou limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o
instrumento especifico por terem como vantagem a capacidade de detectar
particularidades da qualidade de vida em determinadas situaccedilotildees (Barbosa et al
2010 Landeiro et al 2011)
Dentre os instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados podemos
citar o WHOQOL-100 que consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e
EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais Jaacute o WHOQOL BREF eacute uma versatildeo abreviada
composta por 26 questotildees que obtiveram os melhores desempenhos psicomeacutetricos
extraiacutedas do WHOQOL-100 A versatildeo abreviada eacute composta por 4 domiacutenios Fiacutesico
Psicoloacutegico Relaccedilotildees Sociais e Meio- ambiente ((WHOQOL GROUP 1994)
Outro instrumento geneacuterico o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto ldquoProteccedilatildeo e
Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo ndash uma perspectiva Europeia de Sauacutede Puacuteblica que foi financiado pela
Comissatildeo Europeia (CE) Utiliza uma abordagem simultaneamente transcultural e
desenvolve um conjunto de questotildees estandardizadas para avaliar a Qualidade de
Vida Relacionada com a Sauacutede (QVRS) em crianccedilas e adolescentes As vantagens
de medida do KIDSCREEN tornaram o instrumento atrativo mesmo fora dos 13
paiacuteses Europeus em que foi desenvolvido (Gaspar Matos 2008)
O instrumento Pediatric Quality of Life InventoryTM versatildeo 4 (Peds-QLTM) foi
desenvolvido para afericcedilatildeo da QVRS pediaacutetrica integrando abordagens geneacutericas
e concentradas em doenccedilas especificas inclui auto avaliaccedilatildeo para crianccedilas e
adolescentes entre 5 e 18 anos e questionaacuterios para os pais das crianccedilas e
adolescentes entre 2 e 18 anos (Klatchoian et al 2008)
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida
satildeo importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo e sabe-se que as
medidas em questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais
ou pelo cuidador e que estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos
pais e da crianccedila para domiacutenios mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios
fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo
o respondente do questionaacuterio e deve ser realizada junto com os pais ou
responsaacutevel e a crianccedila (Morettin et al 2013)
15
A percepccedilatildeo da crianccedila sobre a sauacutede varia conforme a sua capacidade
cognitiva que se modifica de acordo com a idade e os diferentes estaacutegios de
desenvolvimento emocional social e de linguagem A percepccedilatildeo da crianccedila tambeacutem
pode variar segundo a sua cultura condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e de sua sauacutede Para
responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e
conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua sauacutede ainda satildeo limitados haacute necessidade de
mais pesquisas (Tesch et al 2007)
Segundo Luquet (1969) Pastina amp Duarte (2008) e Piaget (1971) em um
processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece mentalmente
hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo
importantes e qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde
pequenas as crianccedilas desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e
siacutembolos carregados de significaccedilatildeo subjetiva e social da realidade com a qual
convive
Ao desenhar a crianccedila libera conteuacutedos da sua memoacuteria com certa abstraccedilatildeo
da fala nesse processo revela que a linguagem verbal eacute a base da linguagem
graacutefica constituiacuteda pelo desenho pois a crianccedila estabelece pontos de comunicaccedilatildeo e
expressa gosto medos anseios e angustias O desenho representa uma linguagem
que possui vocabulaacuterio e sintaxe proacuteprios e a crianccedila cria e recria formas
expressivas singulares que integram percepccedilatildeo imaginaccedilatildeo reflexatildeo e
sensibilidade e estaacute intimamente ligado ao desenvolvimento da escrita (Vygotsky
1988)
O desenho eacute o lugar provaacutevel do indeterminado das significaccedilotildees
fundamentais do mundo infantil que deve ser considerado natildeo apenas como modo
de expressatildeo ou de representaccedilatildeo da realidade mas tambeacutem como resultado de
atividades intencionais envolvendo aspectos cognitivos e emotivos em seu ajuste agrave
realidade com a qual a crianccedila convive (Arauacutejo Tavares 2011)
Por meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o
que sente sabe e vecirc O desenho revela um espelho daquela refletindo-a por inteiro
para quem o observa (Silva Tavares 2011)
Para Ramos (2015) a narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem
de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos
16
Assim tem como objetivo superar a distacircncia entre compreender e explicar
apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do discurso a
mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista particular
Estudo feito por Oliveira et al (2013) relata que quando a crianccedila desenvolve
a capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate
experiecircncias vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para
criar novos contextos e personagens Trata - se de uma das mais marcantes
habilidades do processo de desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis
natildeo estaacute condicionado a nenhum tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite
diferentes formas de anaacutelise
Essa pesquisa justificou - se porque adotou uma metodologia diferente na
tentativa de melhorar a compreensatildeo da dimensatildeo subjetiva em qualidade de vida
percebida pelas crianccedilas
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
22 Objetivos Especiacuteficos
1- Conhecer as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por escolares
2- Conhecer os aspectos fiacutesicos que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
3- Conhecer os aspectos sociais que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
4- Conhecer os aspectos psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre escolares
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
49
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1994
52
APEcircNDICES
53
APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
56
APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
57
58
59
60
61
62
63
64
65
ANEXOS
66
67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
15
A percepccedilatildeo da crianccedila sobre a sauacutede varia conforme a sua capacidade
cognitiva que se modifica de acordo com a idade e os diferentes estaacutegios de
desenvolvimento emocional social e de linguagem A percepccedilatildeo da crianccedila tambeacutem
pode variar segundo a sua cultura condiccedilatildeo soacutecio- econocircmica e de sua sauacutede Para
responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e
conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua sauacutede ainda satildeo limitados haacute necessidade de
mais pesquisas (Tesch et al 2007)
Segundo Luquet (1969) Pastina amp Duarte (2008) e Piaget (1971) em um
processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece mentalmente
hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo
importantes e qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde
pequenas as crianccedilas desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e
siacutembolos carregados de significaccedilatildeo subjetiva e social da realidade com a qual
convive
Ao desenhar a crianccedila libera conteuacutedos da sua memoacuteria com certa abstraccedilatildeo
da fala nesse processo revela que a linguagem verbal eacute a base da linguagem
graacutefica constituiacuteda pelo desenho pois a crianccedila estabelece pontos de comunicaccedilatildeo e
expressa gosto medos anseios e angustias O desenho representa uma linguagem
que possui vocabulaacuterio e sintaxe proacuteprios e a crianccedila cria e recria formas
expressivas singulares que integram percepccedilatildeo imaginaccedilatildeo reflexatildeo e
sensibilidade e estaacute intimamente ligado ao desenvolvimento da escrita (Vygotsky
1988)
O desenho eacute o lugar provaacutevel do indeterminado das significaccedilotildees
fundamentais do mundo infantil que deve ser considerado natildeo apenas como modo
de expressatildeo ou de representaccedilatildeo da realidade mas tambeacutem como resultado de
atividades intencionais envolvendo aspectos cognitivos e emotivos em seu ajuste agrave
realidade com a qual a crianccedila convive (Arauacutejo Tavares 2011)
Por meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o
que sente sabe e vecirc O desenho revela um espelho daquela refletindo-a por inteiro
para quem o observa (Silva Tavares 2011)
Para Ramos (2015) a narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem
de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos
16
Assim tem como objetivo superar a distacircncia entre compreender e explicar
apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do discurso a
mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista particular
Estudo feito por Oliveira et al (2013) relata que quando a crianccedila desenvolve
a capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate
experiecircncias vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para
criar novos contextos e personagens Trata - se de uma das mais marcantes
habilidades do processo de desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis
natildeo estaacute condicionado a nenhum tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite
diferentes formas de anaacutelise
Essa pesquisa justificou - se porque adotou uma metodologia diferente na
tentativa de melhorar a compreensatildeo da dimensatildeo subjetiva em qualidade de vida
percebida pelas crianccedilas
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
22 Objetivos Especiacuteficos
1- Conhecer as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por escolares
2- Conhecer os aspectos fiacutesicos que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
3- Conhecer os aspectos sociais que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
4- Conhecer os aspectos psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre escolares
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
49
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1994
52
APEcircNDICES
53
APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
56
APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
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59
60
61
62
63
64
65
ANEXOS
66
67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
16
Assim tem como objetivo superar a distacircncia entre compreender e explicar
apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do discurso a
mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista particular
Estudo feito por Oliveira et al (2013) relata que quando a crianccedila desenvolve
a capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate
experiecircncias vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para
criar novos contextos e personagens Trata - se de uma das mais marcantes
habilidades do processo de desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis
natildeo estaacute condicionado a nenhum tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite
diferentes formas de anaacutelise
Essa pesquisa justificou - se porque adotou uma metodologia diferente na
tentativa de melhorar a compreensatildeo da dimensatildeo subjetiva em qualidade de vida
percebida pelas crianccedilas
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
22 Objetivos Especiacuteficos
1- Conhecer as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por escolares
2- Conhecer os aspectos fiacutesicos que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
3- Conhecer os aspectos sociais que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
4- Conhecer os aspectos psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre escolares
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
49
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PIRES F Ser adulta e pesquisar crianccedilas explorando possibilidades metodoloacutegicas
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RAMOS RL Ludonarrativa Narrativas Luacutedicas em abordagens qualitativas de
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Health Organization quality of life instruments Geneva World Health Organization
1994
52
APEcircNDICES
53
APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
56
APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
57
58
59
60
61
62
63
64
65
ANEXOS
66
67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Compreender a percepccedilatildeo das crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
22 Objetivos Especiacuteficos
1- Conhecer as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por escolares
2- Conhecer os aspectos fiacutesicos que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
3- Conhecer os aspectos sociais que se relacionam aacute qualidade de vida entre
escolares
4- Conhecer os aspectos psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre escolares
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
49
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APEcircNDICES
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APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
56
APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
57
58
59
60
61
62
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64
65
ANEXOS
66
67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
18
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com escolares na faixa etaacuteria de 7 - 10 anos em
uma escola puacuteblica do ensino fundamental localizada na regiatildeo metropolitana de
Belo Horizonte no municiacutepio de Contagem no estado de Minas Gerais Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2015) informam que esse
municiacutepio possui aacuterea territorial de 195045kmsup2 uma populaccedilatildeo estimada de
648766 habitantes Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
0756 um total de 168 escolas de ensino fundamental sendo 70 escolas
privadas 31 escolas puacuteblicas estaduais e 67 escolas puacuteblicas municipais A
escola participante informou que em 2015 possuiacutea o total de 863 alunos sendo
que na faixa etaacuteria 7-10 anos eram 279 alunos
Optou-se pela abordagem qualitativa devido ao fato de se buscar a
compreensatildeo da significaccedilatildeo do fenocircmeno em si mesmo e a significaccedilatildeo dada pelo
sujeito objeto da pesquisa ou melhor buscar a compreensatildeo o problema por
intermeacutedio do sujeito pesquisado que eacute quem vive o problema e dessa forma o
conhecimento tornar-se a visatildeo mais totalizante do processo cientiacutefico segundo
Canzonieri (2011) e Minayo (2014) pois pretendia- se compreender o que
representa uma vida com qualidade para as crianccedilas na faixa etaacuteria 7 a 10 anos
A seleccedilatildeo da escola orientou-se pela disponibilidade de trabalhar com uma
escola de contextos sociais diferentes em relaccedilatildeo agraves escolas de outros paiacuteses e que
representasse nossa realidade brasileira A escola selecionada foi aquela que estava
disponiacutevel para participar da pesquisa pois algumas dificuldades foram encontradas
quando outras escolas foram convidadas para participar e recusavam alegando
diversos motivos como periacuteodo de avaliaccedilotildees greve falta de tempo para nos
receber dentre outros Dessa forma na escola que demostrou disponibilidade
agendou-se um horaacuterio com a diretora o projeto de pesquisa foi apresentado e feito
o convite e a Carta de Anuecircncia (APEcircNDICE A) foi assinada
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que
contemplassem as faixas etaacuterias em questatildeo (7-10 anos) Nessas trecircs turmas de
escolares foram entregues os convites o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE C) Apoacutes o retorno dos documentos iniciou-se a coleta de dados A
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
49
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APEcircNDICES
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APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
56
APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
57
58
59
60
61
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64
65
ANEXOS
66
67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
19
amostra contou com 22 participantes que foram autorizados pelos pais a
participarem da pesquisa
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho a narrativa
apoacutes o desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da
pesquisa A escolha do desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de
expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas nesta faixa etaacuteria Segundo Pires (2007) as
crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente portanto pode-se observar
nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de desenhos de um
mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva (Rodrigues et al 2008)
Segundo Cavalcante amp Mandraacute (2010) depois de seis anos as crianccedilas
conseguem narrar fatos detalhadamente com coerecircncia e muitas vezes sem o
apoio do interlocutor
31 Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma que
natildeo foi participou do estudo principal da pesquisa A turma de escolares tinha 17
participantes na faixa etaacuteria de 8 - 9 anos O propoacutesito era analisar estrategicamente
a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a possibilidade de anaacutelise do material
coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida como por exemplo o melhor
horaacuterio para fazer a coleta dos dados o local utilizado o material disponiacutevel o
tempo dispendido para realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas
atividades escolares e a receptividade da escola
Partindo desse propoacutesito os escolares do estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse
momento teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor
canetas hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
Apoacutes a apropriaccedilatildeo das realidades sobre o campo de trabalho foram
realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar antes do inicio
da etapa seguinte como por exemplo se adequar a disponibilidade dos horaacuterios de
cada turma para participar da pesquisa sem prejuiacutezo para as atividades da rotina
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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48
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
49
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APEcircNDICES
53
APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
56
APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
57
58
59
60
61
62
63
64
65
ANEXOS
66
67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
20
escolar sendo estabelecido o periacuteodo inicial das aulas antes do recreio para coleta
dos dados Tambeacutem foi considerada a rotina dos funcionaacuterios empenhados em
colaborar para o deslocamento dentro da escola a fim de natildeo trazer prejuiacutezo ao
trabalho dos mesmos
32 Coleta de dados
O estudo principal de coleta de dados foi realizado em duas fases desenho
com narrativa e entrevista
321 Primeira fase
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas
desenho livre desenho temaacutetico narrativa do desenho conforme proposta de Pires
(2007)
Nessa fase da pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de
aula fizeram os desenhos a fim de natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os
escolares que os pais natildeo autorizaram a participaccedilatildeo na pesquisa
3211 Desenho livre
Nesta etapa os escolares foram convidados a desenhar livremente sem
orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o
propoacutesito de promover a aproximaccedilatildeo e um melhor relacionamento entre
pesquisadoras e os escolares no decorrer da coleta de dados Esta etapa teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas
hidrograacuteficas papel etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras
3212 Desenho temaacutetico
Os escolares foram convidados a confeccionar desenhos temaacuteticos a partir
de uma proposta provocadora com o tema desenhe um ldquoBairro felizrdquo Os desenhos
obtidos serviram de orientaccedilatildeo no que se relaciona aos temas explorados Para esta
etapa foi utilizado o mesmo tempo e os mesmos materiais foram disponibilizados Os
desenhos foram previamente analisados para identificaccedilatildeo dos temas ali presentes
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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48
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudar a percepccedilatildeo de qualidade de vida em escolares em nossa realidade
brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
49
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52
APEcircNDICES
53
APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
54
APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
55
APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
56
APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
57
58
59
60
61
62
63
64
65
ANEXOS
66
67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
68
4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
69
2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
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sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
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8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993
21
3213 Narrativa dos desenhos
Em seguida foram separados todos os participantes que estavam
autorizados a participar da pesquisa pelos pais Dessa forma obteve-se o total de
22 participantes que seguiram para a fase seguinte a narrativa dos desenhos
Cada participante foi convidado a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas de crianccedilas as
pesquisadoras foram estimuladoras do processo quando necessaacuterio sendo sempre
preferiacutevel a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa foi gravada e transcrita
fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
322 Segunda fase Entrevista
Nessa fase realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas
1O que existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal
2O que falta na sua vida que poderia fazer a vida mais legal
3O que eacute uma vida com qualidade (uma vida que tem coisas que satildeo boas para as
pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior
anaacutelise
A siacutentese da coleta de dados nessa pesquisa pode ser observada no quadro
abaixo
22
Quadro 1 ndash Siacutentese da coleta de dados da pesquisa
1ordf Fase
Desenho
(trecircs turmas
sorteadas)
Livre
1ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1 h em cada turma)
Temaacutetico
2ordf semana
(duraccedilatildeo 3 horas -
1h em cada turma)
Narrativa do
Desenho
(gravaccedilatildeo individual)
3ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
2ordf Fase
Entrevista
(gravaccedilatildeo individual)
4ordf semana
(duraccedilatildeo 4 horas)
Fonte Autoria das pesquisadoras
33 Anaacutelise dos dados
Os dados foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo et
al (2005) para anaacutelise de conteuacutedo e utilizou - se a Triangulaccedilatildeo de Meacutetodos
Considerou - se os resultados das narrativas dos desenhos feitos pelos escolares e
a entrevista com as trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa feitas a cada
participante
Apoacutes exaustiva leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por
consenso foram definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram e
organizaram as variaacuteveis
23
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados no formato do artigo cientiacutefico
que foi submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e estaacute formatado de acordo
com as regras para submissatildeo (ANEXO B)
34 Aspectos Eacuteticos
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(COEP) da UFMG sob o registro CAAE ndash 45236615500005149 em 05 de agosto
de 2015 (ANEXO A) Todos os responsaacuteveis pelos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APEcircNDICE B) e todos os
participantes assinaram o Termo de Assentimento (APEcircNDICE C)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os resultados e discussatildeo seratildeo apresentados em formato de artigo cientiacutefico
submetido agrave Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva e encontra-se formatado de acordo
com as regras para submissatildeo nessa Revista (ANEXO B)
A PERCEPCcedilAtildeO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE ESCOLARES BRASILEIROS
THE PERCEPTION OF QUALITY OF LIFE AMONG BRAZILIAN
SCHOOLCHILDREN
1Elaine Ferreira Campos ndash Mestranda em Odontologia aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede Coletiva
Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail - odontologiaelainegmailcom
2Viviane Elizacircngela Gomes ndash Professora Adjunta Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vivigomesbr yahoocombr
3Efigecircnia Ferreira e Ferreira ndash Professora Titular Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash efigeniafgmailcom
4Andreacutea Maria Duarte Vargas ndash Professora Associada Departamento de Odontologia Social e
Preventiva Faculdade de Odontologia da UFMG
E-mail ndash vargasnttaskcombr
Autora para correspondecircncia ndash
Elaine Ferreira Campos - E-mail - odontologiaelainegmailcom
RESUMO
Este estudo teve como objetivo compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas de 7 a 10 anos sobre
qualidade de vida Foi realizado em escola puacuteblica na regiatildeo metropolitana de Belo
Horizonte Minas Gerais Optou-se pela abordagem qualitativa jaacute que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas A amostra foi
composta de 22 crianccedilas A coleta de dados utilizou duas fases a primeira foi do desenho
25
(livre e temaacutetico) com a narrativa A segunda fase foi a entrevista Os dados foram analisados
utilizando a triangulaccedilatildeo de meacutetodos (narrativas das crianccedilas e as ent rev is tas ) que
evidenciaram os nuacutecleos de sentido e os temas que foram definidos por consenso Dessa
forma distinguiram-se as categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras
animais) valores condiccedilotildees estruturais seguranccedila Esse estudo revelou a importacircncia das
crianccedilas participarem das etapas de construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas
quando procura-se conhecer o que importa para elas com relaccedilatildeo a qualidade de vida
Algumas dimensotildees relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios existentes de
qualidade de vida geral (famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila
condiccedilotildees de vida e valores natildeo satildeo normalmente encontrados
Palavras-chave- Qualidade de vida Escolar Desenho infantil Narrativa
SUMMARY
This study aimed to understand the perception of children from 7 to 10 years about quality of
life It was held in a public school in the metropolitan region of Belo Horizonte Minas Gerais
We opted for the qualitative approach since it was intended to understand what is a quality of
life for children The sample consisted of 22 children Data collection used two phases the
first phase was the design (free and thematic) with the narrative The second stage was the
interview Data were analyzed using triangulation methods (childrens narratives and
interviews) that showed core meanings and themes that were defined by consensus Thus
distinguished the categories family child things (friends games animals) values
structuralsafety This study revealed the importance of children participate in the construction
dimensions of steps that must be evaluated when looking to know what matters to them with
respect to quality of life Some reported dimensions had been included in the existing
questionnaires of general quality of life (family jokes friends) but others such as security
living conditions and values are not normally found
26
Key- words Quality of life Schoolchildren Childish drawing Narrative
INTRODUCcedilAtildeO
Qualidade de vida eacute a percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildees1 O conceito de qualidade de vida eacute apresentado geralmente atraveacutes
de uma perspectiva multidimensional incluindo no miacutenimo as dimensotildees fiacutesica psicoloacutegica e
social e de uma perspectiva subjetiva sugerindo que a proacutepria pessoa deve avaliar sua
qualidade de vida valorizando a perspectiva do indiviacuteduo como relator de sua proacutepria
experiecircncia 2
Para crianccedilas e adolescentes qualidade de vida pode significar ldquoo quanto seus desejos
e esperanccedilas se aproximam do que realmente estaacute acontecendordquo Tambeacutem ldquoreflete sua
prospecccedilatildeo tanto para si quanto para os outrosrdquo ldquoeacute muito sujeita a alteraccedilotildees sendo
influenciada por eventos cotidianos e problemas crocircnicosrdquo Esta percepccedilatildeo se altera com o
tempo uma vez que a capacidade cognitiva da crianccedila se modifica de acordo com a idade em
funccedilatildeo dos diferentes estaacutegios de desenvolvimento emocional social linguagem cultural
condiccedilatildeo socioeconocircmica e condiccedilatildeo de sauacutede3
Na uacuteltima deacutecada ocorreu uma proliferaccedilatildeo de instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade
de vida sendo a maioria desenvolvida na liacutengua inglesa Poreacutem a necessidade de utilizaccedilatildeo
desses indicadores em pesquisas eacute comum a outros paiacuteses de liacutengua natildeo inglesa que tiveram
como opccedilatildeo criar um novo instrumento ou adaptar o existente incluindo a traduccedilatildeo para o
idioma do paiacutes a ser utilizado a adaptaccedilatildeo transcultural e a validaccedilatildeo desse instrumento
possibilitando uma avaliaccedilatildeo fidedigna que seja raacutepida e de faacutecil aplicaccedilatildeo4
Os instrumentos que se propotildeem a medir a qualidade de vida relacionada agrave sauacutede
podem ser classificados em geneacutericos e especiacuteficos A diferenccedila entre os dois se refere agrave
27
amplitude do que se quer medir Usa-se o instrumento geneacuterico quando se pretende associar
sauacutede agrave qualidade de vida e quando se vai trabalhar com sintomas incapacidades ou
limitaccedilotildees de enfermidades especificas utiliza- se o instrumento especifico5 Dentre os
instrumentos geneacutericos mais frequentemente utilizados pode-se citar o WHOQOL-100 que
consta de 100 questotildees que avaliam 6 domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Niacutevel de Independecircncia
Relaccedilotildees Sociais Meio-ambiente e EspiritualidadeCrenccedilas Pessoais com a sua versatildeo curta
o WHOQOL BREF 1
Com relaccedilatildeo agraves crianccedilas por estarem em estaacutegios de desenvolvimento apresentam
variaccedilotildees no grau de percepccedilatildeo de si mesmas e do mundo muito diferentes dos adultos
Baseado nisso nos uacuteltimos anos vecircm se desenvolvendo instrumentos especiacuteficos para
crianccedilas e adolescentes que viabilizam a mensuraccedilatildeo do impacto dos problemas sobre a sua
qualidade de vida 67
Quando se considera a qualidade de vida relacionada a sauacutede entre crianccedilas e
adolescentes diversos instrumentos geneacutericos estatildeo disponiacuteveis Como exemplos destacamos
os instrumentos TNO AZL Child Quality Of Life (TACQOL) propostos para crianccedilas de 6-15
anos8 com a versatildeo para pais (Parent Form) e para pre escolares TNO-AZL Preschool Quality
Of Life (TAPQOL) proposto por Fekkes et al 9
o Pediatric Quality of Life Inventory-
PedsQL10 que pode ser usado para crianccedilas e adolescentes de 2 a 18 anos de idade o Child
Health Questionnaire (CHQ) disponiacutevel em um grande nuacutemero de liacutenguas e paiacuteses1112
o
Infant Toddler Quality of Life Questionnaire (ITQOL) que como o CHQ o ITQOL tambeacutem
inclui questotildees que medem o impacto nos pais13
o KIDSCREEN acrocircnimo do projeto
ldquoProteccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Qualidade de Vida Relacionada com a Sauacutede em Crianccedilas e
Adolescentesrdquo desenvolvido pela Comissatildeo Europeia que assegura sua validade transcultural
para crianccedilas e adolescentes de 8 a 18 anos em diversos paiacuteses europeus14
28
Os questionaacuterios citados trabalham com dimensotildees sendo as mais frequentes as
relacionadas aos aspectos fiacutesico social mentalcognitivo e emocional mesmo quando as
dimensotildees satildeo mais detalhadas incluindo crescimento e desenvolvimento ou temperamento e
humor por exemplo
Conceituar de maneira compreensiva quais domiacutenios de qualidade de vida satildeo
importantes para a crianccedila e como estes domiacutenios podem evoluir durante o seu
desenvolvimento eacute um fator determinante nesse tipo de avaliaccedilatildeo Sabe-se que as medidas em
questionaacuterios com crianccedilas satildeo frequentemente completadas pelos pais ou pelo cuidador
Estudos mostram uma fraca correlaccedilatildeo entre a resposta dos pais e da crianccedila para domiacutenios
mentais e sociais e correlaccedilatildeo melhor com domiacutenios fiacutesicos Por isso na interpretaccedilatildeo dos
resultados tem-se que levar em consideraccedilatildeo o respondente do questionaacuterio15
Para responder a uma pergunta sobre sua qualidade de vida a crianccedila precisa
primeiramente entender o que estaacute sendo perguntado e depois saber formular uma
resposta16
Os conhecimentos cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar
em geral ainda satildeo limitados1718
Deste modo essa pesquisa teve como objetivo conhecer o que significa qualidade de
vida para escolares de 7 a 10 anos por meio de desenhos com narrativas e entrevista
METODOLOGIA
Este estudo exploratoacuterio foi realizado com escolares de 7 a 10 anos de idade de uma
escola puacuteblica do ensino fundamental do municiacutepio de Contagem Minas Gerais selecionada
por conveniecircncia Optou-se pela abordagem qualitativa uma vez que se pretendia
compreender o que representa uma vida com qualidade para as crianccedilas
29
O estudo foi conduzido apoacutes sorteio aleatoacuterio de trecircs salas de aula que contemplassem
a faixa etaacuteria em questatildeo (7-10 anos) O estudo incluiu 22 participantes que participaram de
todas as etapas da pesquisa e autorizados pelos pais
Os meacutetodos utilizados para a coleta de dados foram o desenho com narrativa apoacutes o
desenho e uma entrevista com trecircs perguntas pertinentes ao tema da pesquisa A escolha do
desenho considerou o fato de ser uma boa maneira de expressatildeo e verbalizaccedilatildeo das crianccedilas
nesta faixa etaacuteria Segundo Pires19
as crianccedilas colocam no papel o que lhe eacute mais evidente
portanto pode-se observar nos desenhos o que eacute mais oacutebvio Aleacutem disto uma coleccedilatildeo de
desenhos de um mesmo grupo social permite uma observaccedilatildeo coletiva20
A coleta de dados foi realizada no ambiente escolar pelas pesquisadoras que natildeo
possuiacuteam viacutenculo com as crianccedilas do estudo
Estudo piloto
Em um primeiro momento foi realizado um estudo piloto em uma turma excluiacuteda do
estudo principal A turma de escolares tinha 17 participantes na faixa etaacuteria de 8 a 9 anos O
propoacutesito era analisar estrategicamente a atuaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave coleta de dados e a
possibilidade de anaacutelise do material coletado sendo verificada a relaccedilatildeo estabelecida entre
pesquisador e crianccedilas o local utilizado o material disponiacutevel o tempo dispendido para
realizaccedilatildeo do desenho o grau de interferecircncia nas atividades escolares e a receptividade da
escola
Partindo desse propoacutesito os escolares desse estudo piloto foram convidados a
desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a partir de sua proacutepria escolha Esse momento teve a
duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas papel
etc) foi disponibilizado pelas pesquisadoras Apoacutes a apropriaccedilatildeo da realidade no campo de
trabalho foram realizadas correccedilotildees para melhor adequaccedilatildeo ao ambiente escolar como
30
por exemplo a disponibilidade dos horaacuterios de cada turma ou a rotina dos funcionaacuterios
empenhados em colaborar para o deslocamento dentro da escola Depois que todas as
adaptaccedilotildees foram concluiacutedas iniciou-se o estudo principal que foi dividido em duas fases
desenho com narrativa e entrevista
Primeira fase Desenho com narrativa
A imaginaccedilatildeo atribuiacuteda ao desenho infantil assume um papel importante na ampliaccedilatildeo
do repertoacuterio da crianccedila estando diretamente relacionada agraves reconstruccedilotildees de elementos
visuais que pertencem ao mundo de referecircncia tomados de experiecircncias anteriores A crianccedila
se apropria desses elementos internalizando-os e expressando no desenho as suas impressotildees
Atraveacutes dessa linguagem especiacutefica a crianccedila organiza informaccedilotildees processa experiecircncias
exercita a imaginaccedilatildeo externaliza suas emoccedilotildees ressignifica a vida cotidiana e interpreta os
objetos desenhados de um modo muito particular2122
Em um processo de construccedilatildeo graacutefica como o desenho a crianccedila estabelece
mentalmente hierarquias decide quais os elementos essenciais e os secundaacuterios para a
representaccedilatildeo e seleciona qual a forma mais significativa quais detalhes satildeo importantes e
qual o melhor ponto de vista para representar o objeto Desde pequenas as crianccedilas
desenvolvem linguagem proacutepria traduzida em signos e siacutembolos carregados de significaccedilatildeo
subjetiva e social da realidade com a qual convivem23
Eacute uma ferramenta poderosa uma vez
que crianccedilas tendem a gostar de desenhar sem mostrar sinais de tensatildeo Deste modo os
estudos com desenhos infantis tecircm sido muito usados para explorar sua visatildeo do mundo24
Por
meio do desenho a crianccedila comunica- se pede delata informa tudo o que sente sabe e vecirc O
desenho revela um espelho da realidade refletindo-a por inteiro para quem o observa25
31
A narrativa eacute um fenocircmeno e constitui uma abordagem de investigaccedilatildeo e formaccedilatildeo
pois parte das experiecircncias e dos fenocircmenos humanos e tem como objetivo superar a distacircncia
entre compreender e explicar apresentando uma operaccedilatildeo mediadora da experiecircncia viva e do
discurso a mediaccedilatildeo entre estrutura e acontecimento e representa um ponto de vista
particular26
Estudo realizado por Oliveira et al27
relata que quando a crianccedila desenvolve a
capacidade de narrar fatos e eventos essa habilidade permite que a mesma relate experiecircncias
vivenciadas e tambeacutem reconte histoacuterias e utilize dessa capacidade para criar novos contextos e
personagens Trata-se de uma das mais marcantes habilidades do processo de
desenvolvimento infantil O estudo das narrativas infantis natildeo estaacute condicionado a nenhum
tipo especial de abordagem teoacuterica pois permite diferentes formas de anaacutelise
A coleta de dados por meio do desenho foi realizada em trecircs etapas desenho livre
desenho temaacutetico e a narrativa dos desenhos conforme proposta de Pires19 e
Nessa fase da
pesquisa todos os escolares presentes dentro da sala de aula fizeram os desenhos a fim de
natildeo causar sentimento de exclusatildeo para os escolares que os pais natildeo autorizaram a
participaccedilatildeo na pesquisa
1ordf etapa Desenho livre
Nesta etapa as crianccedilas foram convidadas a desenhar livremente sem orientaccedilatildeo a
partir de sua proacutepria escolha A importacircncia luacutedica desta etapa teve o propoacutesito de um melhor
relacionamento entre a pesquisadora e as crianccedilas no decorrer da coleta de dados Esta etapa
teve a duraccedilatildeo de uma hora e todo o material necessaacuterio (laacutepis de cor canetas hidrograacuteficas
papel etc) foi disponibilizado pela pesquisadora
2ordf etapa Desenho temaacutetico
32
As crianccedilas foram convidadas a confeccionar um desenho a partir de uma proposta
provocadora ldquodesenhe um bairro felizrdquo Para esta etapa foi utilizado o mesmo tempo e os
mesmos materiais foram disponibilizados Os desenhos foram previamente analisados para
identificaccedilatildeo das imagens ali presentes A listagem de desenhos formada foi o orientador na
etapa de narrativa com relaccedilatildeo as explicaccedilotildees consideradas importantes Embora natildeo
intencional os desenhos livres foram analisados em conjunto aos desenhos temaacuteticos por
aspectos relevantes ali apontados pelas crianccedilas
3a
Etapa Narrativa sobre o desenho
Cada crianccedila participante foi convidada a falar individualmente sobre os proacuteprios
desenhos e os seus significados Nas sessotildees de narrativas a pesquisadora foi estimuladora do
processo quando necessaacuterio sempre preferindo a narrativa livre e espontacircnea Cada narrativa
foi gravada e transcrita fielmente com o propoacutesito de facilitar a anaacutelise
Segunda fase Entrevista
Nessa etapa realizou-se a entrevista individual orientada por trecircs perguntas 1 O que
existe na sua vida que vocecirc acha que eacute importante para ter uma vida legal 2 O que falta na
sua vida que poderia fazer a vida mais legal 3 O que eacute uma vida com qualidade (uma vida
que tem coisas que satildeo boas para as pessoas)
Cada entrevista foi gravada e seu conteuacutedo transcrito fielmente para posterior anaacutelise
Anaacutelise dos dados
A leitura exaustiva foi realizada com a narrativa das crianccedilas sobre seus desenhos
(Desenho livre e Bairro feliz) e o material obtido das transcriccedilotildees das entrevistas Os dados
foram analisados por meio da metodologia proposta por Minayo28
para anaacutelise de conteuacutedo
33
Apoacutes a leitura individual do material por trecircs pesquisadoras por consenso foram
definidos os nuacutecleos de sentido e temas que distinguiram as variaacuteveis organizadas em quatro
categorias famiacutelia coisas de crianccedila (amigos brincadeiras animais) valores condiccedilotildees
estruturais seguranccedila
A participaccedilatildeo dos escolares na pesquisa foi autorizada pelos pais ou seu responsaacutevel
atraveacutes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Assentimento Os
mesmos receberam uma via de igual teor dos Termos assinada pela pesquisadora responsaacutevel
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da UFMG sob o
nuacutemero CAAE ndash 45236615500005149
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A narrativa dos desenhos realizados pelas crianccedilas nesse estudo mostrou-se bastante
pertinente para a expressatildeo delas com relaccedilatildeo ao que consideram uma boa qualidade de vida
Ademais natildeo foram encontrados na literatura outros estudos de qualidade de vida para
crianccedilas gerais ou especiacuteficos onde desenhos com narrativa foram utilizados Esse foi um
ponto bastante positivo desse estudo
O uso de imagens para medir qualidade de vida foi identificado em um uacutenico estudo
Este teve como objetivo desenvolver um instrumento geneacuterico (Exeter QoL- Exqol) para
medir qualidade de vida em crianccedilas de 6-12 anos Os dados foram coletados com auxilio de
12 imagens digitalizadas em computador selecionadas de acordo com o contexto social das
crianccedilas O modelo teoacuterico adotado neste estudo baseou-se no pressuposto que a pior
qualidade de vida eacute o resultado de discrepacircncias entre um indiviacuteduo real (como eu) e auto
ideal (ldquocomo eu gostaria de ser)29
De acordo com os autores o questionaacuterio evidenciou que
crianccedilas de 6-12 anos satildeo capazes de identificar a restriccedilatildeo social e como eles satildeo percebidos
pelos outros especialmente os amigos considerados fundamentais em suas vidas
34
A anaacutelise das narrativas das crianccedilas apontou para quatro categorias principais que
segundo as crianccedilas satildeo importantes para a qualidade de vida famiacutelia coisas de crianccedila
(amigos brincadeiras animais) valores e condiccedilotildees estruturais de vidaseguranccedila
Os diversos instrumentos desenvolvidos nesses uacuteltimos anos que procuram avaliar a
qualidade de vida em geral de crianccedilas consideram muacuteltiplos niacuteveis de anaacutelise como
autoestima imagem do corpo autonomia atividade fiacutesica status emocional escola lazer
famiacutelia amigos e outros30
Algumas categorias encontradas nesse estudo natildeo estatildeo
normalmente nos instrumentos principalmente condiccedilotildees estruturais seguranccedila e valores
Isto pode ter ocorrido porque este estudo foi realizado diretamente com as crianccedilas e no caso
dos instrumentos nem sempre essa etapa foi observada e os domiacutenios quase sempre foram
gerados pelos pais ou profissionais As crianccedilas tecircm sua proacutepria percepccedilatildeo do que constitui
uma boa vida e essa percepccedilatildeo vai mudando com a maturidade O peso de cada domiacutenio
tambeacutem pode variar individualmente por causa de diferenccedilas culturais e de
desenvolvimento31
Com relaccedilatildeo agraves categorias que emergiram nesse estudo a primeira delas a famiacutelia eacute
considerada um dos primeiros ambientes de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo atuando como
mediadora principal dos padrotildees modelos e influecircncias culturais Eacute tambeacutem a primeira
instituiccedilatildeo social que em conjunto com outras busca assegurar a continuidade e o bem estar
dos seus membros e da coletividade incluindo a proteccedilatildeo e o bem estar das crianccedilas Pode-se
dizer que eacute vista como um sistema social responsaacutevel pela transmissatildeo de valores crenccedilas
ideias e significados que estatildeo presentes nas sociedades32
Segundo Dessen e Polonia33
a famiacutelia tem um impacto significativo e uma forte
influecircncia no comportamento dos indiviacuteduos especialmente das crianccedilas que aprendem as
diferentes formas de existir de ver o mundo e construir as suas relaccedilotildees sociais Como
35
primeira mediadora entre o homem e a cultura a famiacutelia constitui a unidade dinacircmica das
relaccedilotildees de cunho afetivo social e cognitivo que se encontram nas condiccedilotildees materiais
histoacutericas e culturais de um dado grupo social No ambiente familiar a crianccedila aprende a
administrar e resolver os conflitos a controlar as emoccedilotildees a expressar os diferentes
sentimentos que constituem as relaccedilotildees interpessoais a lidar com as diversidades e
adversidades da vida
Tendo a famiacutelia essa importacircncia na vida de todos natildeo eacute de se estranhar que ela tenha
sido mencionada pelas crianccedilas como imprescindiacutevel na qualidade de vida As falas abaixo
demonstram a importacircncia da famiacutelia para as crianccedilas
ldquoA famiacutelia eacute muito importante e nada para separar a gente [] muito tempo com a famiacuteliardquo
(menina ndash 9 anos)
ldquoFicar com a famiacuteliardquo(menina ndash 8 anos)
ldquoA famiacutelia eacute tudordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoMinha matildee pai irmatildeo tia voacute casa do tio e tia todo mundo que eu tenho onde morordquo
(menina ndash 7 anos)
Percebe-se tambeacutem a proteccedilatildeo que a famiacutelia representa para as crianccedilas Segundo
Schenker amp Minayo 34
aleacutem da importacircncia para o ajustamento infantil interaccedilotildees familiares
saudaacuteveis contribuem para o pleno desenvolvimento da infacircncia agrave adolescecircncia
ldquoTer a famiacutelia unida eacute legal ter sempre do nosso lado acompanhando tudo que possa fazerrdquo
(menina ndash 10 anos)
A segunda categoria foi nomeada de ldquocoisas de crianccedilardquo englobando os amigos as
brincadeiras e animais Essa categoria engloba trecircs vivecircncias infantis muito comuns e que
36
estatildeo ligadas pelo mesmo sentido uma vez que brincadeiras satildeo realizadas com os amigos e
tambeacutem com os animais de estimaccedilatildeo
ldquoEu acho que minha vida eacute legal Eu brinco com meus amigos leio livro Agraves vezes eu ateacute
durmo na casa das minhas amigas Chegaram umas meninas novas no 3ordm ano e quiseram ser
minhas amigasrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoAh brincadeiras natildeo sei mais o que tem natildeo Eu gosto de ver TV brincadeira viacutedeo e soacuterdquo
(menino ndash 7 anos)
ldquo[] meus amigos meus animaizinhos tenho dois cachorrinhosrdquo (menina ndash 9 anos)
ldquo [] amigos para brincarrdquo (menina -9 anos)
ldquo[] para as crianccedilas eacute brincadeira isso que eu achordquo (menino ndash 7 anos)
ldquoBola peteca piscina cachorros amigosrdquordquo (menina ndash 7 anos)
A brincadeira para a crianccedila eacute consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil e portanto tiacutepico dela O fato de ser citada como essencial para a
qualidade de vida parece ser esperado
Segundo Vygotsky35
um dos representantes mais importantes da psicologia histoacuterico-
cultural a brincadeira infantil assume uma posiccedilatildeo privilegiada para a anaacutelise do processo de
constituiccedilatildeo do sujeito rompendo com a visatildeo tradicional de que ela eacute atividade natural de
satisfaccedilatildeo de instintos infantis O autor apresenta o brincar como uma atividade em que tanto
os significados social e historicamente produzidos satildeo construiacutedos quanto novos podem ali
emergir A brincadeira e o jogo de faz-de-conta seriam considerados como espaccedilos de
construccedilatildeo de conhecimentos pelas crianccedilas na medida em que os significados que ali
transitam satildeo apropriados por elas de forma especiacutefica
37
A brincadeira eacute cada vez mais entendida como atividade que aleacutem de promover o
desenvolvimento global das crianccedilas incentiva a interaccedilatildeo entre os pares a resoluccedilatildeo
construtiva de conflitos a formaccedilatildeo de um cidadatildeo criacutetico e reflexivo36
A brincadeira
desenvolvida pela crianccedila para seu prazer e recreaccedilatildeo tambeacutem permite a ela interagir com os
pais adultos e outras crianccedilas bem como explorar o meio ambiente Ao longo do
desenvolvimento as crianccedilas vatildeo construindo novas e diferentes competecircncias no contexto
das praacuteticas sociais que iratildeo lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no
mundo Quando a crianccedila brinca ela faz construccedilotildees sofisticadas da realidade e desenvolve
seu potencial criativo transforma a funccedilatildeo dos objetos para atender seus desejos37
Por outro lado a amizade eacute uma importante ferramenta para a sauacutede emocional das
crianccedilas e possuir amigos pode significar maior estabilidade desenvolvimento de empatia e
de autoconfianccedila O desenvolvimento intelectual e afetivo saudaacutevel do ser humano necessita
das trocas ou das interrelaccedilotildees entre amigos porque visam relaccedilotildees ricas onde os envolvidos
podem estabelecer partilhas afetivas cognitivas dar opiniotildees e contribuiacuterem para o
desenvolvimento do companheiro Ao fazer amigos as crianccedilas tecircm maior probabilidade de
se comunicar claramente se auto revelar resolver mais eficazmente conflitos A amizade
favorece o desenvolvimento social fornecendo agraves crianccedilas ambientes e situaccedilotildees em que
possam aprender sobre si mesmas seus pares e o mundo Para a crianccedila amizade eacute como um
fator de proteccedilatildeo social que traz benefiacutecios agrave autoestima e ao seu bem-estar38
Com relaccedilatildeo aos animais segundo Taylor e Kuo39
a interaccedilatildeo do ser humano com o
animal de estimaccedilatildeo facilita mudanccedilas positivas no comportamento das pessoas como o
desenvolvimento de habilidades e o exerciacutecio da responsabilidade em diferentes culturas e
contexto Dessa forma melhora a sauacutede fiacutesica psicoloacutegica e emocional do ser humano o que
justifica a inclusatildeo dos animais pelas crianccedilas como importante para a qualidade de vida Os
38
autores relatam apoacutes revisatildeo na literatura que existe evidecircncia de que o contato com animais
promove o desenvolvimento saudaacutevel em crianccedilas
Outra categoria valores emergiu como importante para a qualidade de vida das
crianccedilas Os pesquisadores foram surpreendidos com palavras como solidariedade felicidade
compaixatildeo esperanccedila e outras As falas abaixo exemplificam o que as crianccedilas expressaram
com relaccedilatildeo ao que consideramos valores
ldquoTer fidelidade e compaixatildeo Esperanccedila tambeacutemrdquo (menina ndash 10 anos)
ldquoBom na minha vida eu acho que eacute legal o amor de todo mundo ter amizade o amor dos
meus pais e meu irmatildeo e o que Deus deu para mim para noacutes isso tudo eu achordquo (menina ndash 8
anos)
ldquo Ter respeito e amor pelas pessoas soacuterdquo (menina - 10 anos)
ldquoA pessoa ter amor carinho felicidade e os pais protegerem ela mais nadardquo (menina ndash 9
anos)
ldquoDeixar os colegas felizes quando eles estiverem tristesrdquo(menina ndash 8 anos)
ldquoPara parar de fazer coisas ruins bandido deixar de ser bandido e ser uma pessoa melhor
Sabe as crianccedilas quando quiserem alguma coisa elas fazerem para merecer Eu ldquotordquo
falando o que eu pensordquo (menino ndash 8 anos)
ldquoTem algumas pessoas que precisam de amor felicidade ldquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo soacute na minha vida mas na vida de todos falta solidariedade Falta verdade tem
corrupccedilatildeo e falta de pessoas honestasrdquo (menina ndash 10 anos)
O universo de orientaccedilotildees para crenccedilas aquelas que satildeo especialmente impregnadas
de afeto e emoccedilatildeo vecircm sendo caracterizadas como valores A construccedilatildeo da educaccedilatildeo de
valores inicia-se desde os primeiros anos tendo a famiacutelia e a escola papeacuteis importantes nessa
construccedilatildeo Apesar da famiacutelia ser considerada o primeiro elo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e
39
transmitir os primeiros valores morais as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo iniciais satildeo os grupos que
promovem a integraccedilatildeo dos valores sociais eacuteticos morais e reforccedilam as competecircncias dos
pais A construccedilatildeo da identidade o desenvolvimento moral e valores se encontram
diretamente associados agraves estruturas cognitivas e ao meio no qual o indiviacuteduo se desenvolve
como a escola que funciona como modelo para aquisiccedilatildeo de valores e normas de conduta
aceitaacuteveis que permitem agrave crianccedila desenvolver todas as suas capacidades e passar a ser um
indiviacuteduo integrado numa sociedade em constante transformaccedilatildeo36
As crianccedilas apontaram tambeacutem diversas situaccedilotildees que consideram importante para a
qualidade de vida e que foram englobadas na categoria de condiccedilotildees de vida e seguranccedila
Ter casa ou moradia ter uma boa escola com boas aulas cuidar da natureza prevenir contra
doenccedilas ter sauacutede e seguranccedila satildeo exemplos Isso aponta para uma condiccedilatildeo social e
econocircmica de vida melhor As falas abaixo demonstram a relaccedilatildeo da qualidade de vida com
condiccedilotildees de vida para as crianccedilas
ldquoA Igreja e a escola Ter casa para todos e soacute issordquo (menina ndash 10 anos)
ldquoFalar com todo mundo para ajudar a combater a poluiccedilatildeo do mundo e cuidar da natureza
tambeacutem Jaacute taacute chegando o dia em que vai precisar da natureza e sem ela a gente morrerdquo
(menina ndash 8 anos)
ldquoTer escola boa para se estudar divertir passear fazer amizade ser felizrdquo (menina ndash 9
anos)
ldquoAlimentaccedilatildeo saudaacutevel combater o mosquito da dengue cuidar do paiacutes sauacutederdquo (menina ndash 8
anos)
ldquo[] e algumas precisam de casa porque algumas satildeo pobres e soacuterdquo (menina ndash 8 anos)
ldquouma casa condiccedilotildees soacute issordquo (menina ndash 8 anos)
40
ldquoFalta ter aulas programadas para explicar tudo sobre as mateacuterias e ajudar aqueles que natildeo
estatildeo aprendendordquo (menina ndash 9 anos)
ldquoPoder ler livros a hora que quiserrdquo (menina ndash 8 anos)
ldquoNatildeo falta nada mas a sauacutede da minha matildee que estaacute com denguerdquo (menina ndash 11 anos)
ldquoNatildeo deixar o mosquito da dengue ser transmitido Tomar cuidado com a vida porque pode
perder elardquo (menina ndash 8 anos)
Nesse sentido a literatura tem mostrado que a baixa condiccedilatildeo socioeconocircmica aleacutem
dos conflitos familiares e conjugais do desemprego da violecircncia familiar pode ser um fator
associado agrave qualidade de vida na infacircncia A pobreza tem sido descrita como uma condiccedilatildeo
especialmente geradora de estresse e sofrimento A pobreza bem como pertencer a grupos
minoritaacuterios significa estar exposto a situaccedilotildees de risco para a sauacutede e bem-estar fiacutesico
mental e social da crianccedila e tambeacutem pode afetar a estabilidade e o bom desenvolvimento das
relaccedilotildees familiares40
Attree 41
desenvolveu uma revisatildeo de literatura qualitativa sobre a percepccedilatildeo de
crianccedilas que cresceram em contextos de pobreza concluindo que as consequecircncias sociais
foram as mais apontadas Considerou que mesmo utilizando as suas estrateacutegias e todos os
seus recursos e aproveitando todas as oportunidades surgiam sempre as restriccedilotildees
econocircmicas que reduziam as expectativas de futuro e a qualidade de vida das crianccedilas no
presente
Com relaccedilatildeo agrave seguranccedila o enfoque no estudo da violecircncia que afeta a populaccedilatildeo
infantil tem tido como ecircnfase aquela direcionada ao seu testemunho especialmente agravequela
que acontece entre os pais Poreacutem hoje em dia a tendecircncia eacute a abordagem dos muacuteltiplos tipos
41
de violecircncia que ocorrem na vida infantil incluindo a que acontece na escola entre os pares e
na comunidade seja atraveacutes do testemunho ou da vitimizaccedilatildeo direta42
Exemplos
ldquoEntatildeo uma vida com qualidade eu acho eacute uma vida sem violecircncia [] sem violecircncia
nenhuma porque violecircncia eacute muito feio Tambeacutem todo mundo ajudar uns aos outros e natildeo
fazer violecircncia com quem precisa Em vez de fazer isso com a pessoa se ela taacute precisando de
ajuda e vocecirc puder vocecirc ajudardquo (menina ndash 8 anos)
ldquoTem que ser sem violecircnciardquo (menina - 10 anos)
ldquoNatildeo roubarrdquo (menino - 9 anos)
ldquoFalta a seguranccedilardquo (menina ndash 9 anos)
Estatiacutesticas demonstram a magnitude da violecircncia que afeta o dia-a-dia das crianccedilas No
Brasil jaacute no ano de 1998 31 dos jovens cariocas pertencentes a estratos menos
privilegiados social e economicamente reportaram a vitimizaccedilatildeo por meio de assaltosfurtos
(225) da violecircncia fiacutesica e 2 da violecircncia sexual ambas vividas na comunidade42
Segundo Minayo et al43
a famiacutelia ocupa posiccedilatildeo estrateacutegica no ciclo da violecircncia
podendo expor a crianccedila a mais episoacutedios violentos Ao lado dos conflitos familiares
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas como baixa escolaridade materna pouca idade dos pais
baixo niacutevel socioeconocircmico familiar presenccedila de muitas crianccedilas na mesma casa ser do sexo
masculino pertencer a grupos raciaiseacutetnicos minoritaacuterios e vivenciar as dificuldades da vida
nos centros urbanos tecircm sido relacionados a altos niacuteveis de exposiccedilatildeo agrave violecircncia infantil
Algumas dessas relaccedilotildees satildeo pouco claras mas aspectos socioculturais formas de
organizaccedilatildeo familiar estilo de cuidado dos pais com os filhos disciplina e supervisatildeo familiar
estatildeo entre as explicaccedilotildees mais aceitas Independente do contexto de violecircncia a crianccedila eacute
particularmente vulneraacutevel a essas situaccedilotildees jaacute que eacute incapaz de impedir o seu conviacutevio
dependendo do adulto para protegecirc-la
42
Como relatado por Eiser Vance e Seamark 29
as crianccedilas deste estudo foram capazes de
identificar e relacionar as restriccedilotildees sociais e a qualidade de vida e tambeacutem como podem ser
percebidas pelos amigos
O modelo que foi obtido neste estudo que explica as dimensotildees levantadas pelas crianccedilas
como importantes para a qualidade de vida delas pode ser sintetizado na figura abaixo
Figura 1 - Modelo das dimensotildees consideradas pelas crianccedilas sobre o que percebem como
qualidade de vida
Fonte Autoria das pesquisadoras
Concluindo este estudo aponta para a importacircncia das crianccedilas participarem das etapas de
construccedilatildeo das dimensotildees que devem ser avaliadas quando procura-se conhecer o que
realmente importa para elas quando se trata de qualidade de vida Algumas dimensotildees
relatadas jaacute tinham sido incluiacutedas nos questionaacuterios jaacute existentes de qualidade de vida geral
(famiacutelia brincadeiras amigos) mas outros como seguranccedila condiccedilotildees de vida e valores natildeo
satildeo normalmente encontrados O desenho com narrativa mostrou-se como um meacutetodo
promissor para estudos com crianccedilas e qualidade de vida
43
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brasileira foi um desafio porque partimos do pressuposto que o entendimento
sobre qualidade de vida para eles seria diferente do que conhecemos pois
compreendemos que a crianccedila eacute um ser autocircnomo capaz de manifestar sobre o que
entende sobre seu bem estar
Atraveacutes de uma vasta revisatildeo de literatura essa hipoacutetese consolidou e devido ao
fato dos escolares possuiacuterem diferentes graus de percepccedilatildeo de si mesmos e do
mundo em funccedilatildeo de sua fase de desenvolvimento emocional social e de
linguagem natildeo se poderia padronizar a concepccedilatildeo de bem estar para os mesmos
como alguns pesquisadores tecircm feito atraveacutes de questionaacuterios construiacutedos com os
pais ou professores
Tivemos que usar uma metodologia diferente que nos forneceu dados para
anaacutelise atraveacutes de meios autecircnticos como a narrativa dos desenhos feitos pelos seus
autores e a entrevista com cada participante do estudo Essa metodologia nos
proporcionou uma surpreendente relaccedilatildeo de dimensotildees antes natildeo reveladas em
outros instrumentos que avaliam a qualidade de vida em crianccedilas como valores
condiccedilotildees de vida e seguranccedila que natildeo satildeo normalmente encontrados em outros
instrumentos
Atraveacutes de exaustiva anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da narrativa do desenho
e da entrevista compreendemos a percepccedilatildeo da crianccedila sobre o que vem a ser
qualidade de vida em nossa realidade brasileira e tambeacutem conhecemos as
dimensotildees fiacutesicas sociais e psicoloacutegicas relatadas atraveacutes da linguagem proacutepria da
crianccedila nas trecircs fases da pesquisa
Constatamos que existem inuacutemeros instrumentos para avaliar a qualidade de
vida mas poucos satildeo direcionados agrave crianccedila como respondente e os conhecimentos
cientiacuteficos sobre o que as crianccedilas sabem e conseguem relatar em relaccedilatildeo agrave sua
percepccedilatildeo sobre qualidade de vida ainda satildeo limitados portanto haacute necessidade de
pesquisas mais aprofundadas
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A critical examination of concepts approaches issuesand future directions Clinical
Psychology Review v45 p131-143 2016
WORLD HEALTH ORGANIZATION WHOQOL ndash measuring quality of life The World
Health Organization quality of life instruments Geneva World Health Organization
1994
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APEcircNDICES
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APEcircNDICE A- CARTA DE ANUEcircNCIA PARA AUTORIZACcedilAtildeO DE PESQUISA
Ilmo Sr(a) Diretor(a)
Solicitamos autorizaccedilatildeo da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca localizada na Rua das
Paineiras 1500 - Jardim Eldorado Contagem- MG para realizaccedilatildeo da pesquisa intitulada ldquoA
Percepccedilatildeo de Qualidade de Vida entre Escolares Brasileirosrdquo a ser realizada pela Faculdade de
Odontologia da UFMG pela aluna de mestrado em Sauacutede Coletiva Elaine Ferreira Campos
sob orientaccedilatildeo do Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas com o(s) seguinte(s)
objetivo(s)
Compreender a percepccedilatildeo de crianccedilas sobre o que vem a ser qualidade de vida
Compreender as dimensotildees de qualidade de vida percebidas por crianccedilas
Conhecer os aspectos fiacutesicos sociais e psicoloacutegicos que se relacionam aacute qualidade de vida
entre os escolares
Os escolares que faratildeo parte do trabalho seratildeo os da faixa etaacuteria de 7-10 anos cujos pais
autorizarem e se eles tambeacutem quiserem participar Os escolares seratildeo convidados para fazer
desenhos em duas etapas desenho livre desenho temaacutetico e a narrativa apoacutes o desenho e
depois participaratildeo de entrevista individual sobre ldquoo que acham que eacute bom ter na vida das
pessoasrdquo Sendo o primeiro momento anterior da pesquisa um estudo piloto realizado com
escolares na faixa etaacuteria de 8-9 anos (15 - 20 crianccedilas) sobre um desenho livre
Ressaltamos que os dados coletados seratildeo mantidos em absoluto sigilo de acordo com a
Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede (CNSMS) 46612 que trata da Pesquisa envolvendo
Seres Humanos Salientamos ainda que tais dados seratildeo utilizados tatildeo somente para realizaccedilatildeo
deste estudo
Na certeza de contarmos com a colaboraccedilatildeo e empenho desta Diretoria agradecemos
antecipadamente a atenccedilatildeo ficando agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessaacuteria
Contagem _______ de _____________ de 2015
_______________________________________________________________
Profa Dra Andreacutea Maria Duarte Vargas
Pesquisador(a) Responsaacutevel do Projeto
____________________________________________
Diretora da Escola onde seraacute realizada a pesquisa
(CARIMBO)
Prof(a) Dr(a) Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
( ) Concordamos com a solicitaccedilatildeo ( ) Natildeo concordamos com a solicitaccedilatildeo
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APEcircNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado responsaacutevel
Estamos convidando seu filho(a) para participar de uma pesquisa sobre o tema ldquoO que significa
qualidade de vida para as crianccedilasrdquo O objetivo principal desta pesquisa seraacute conhecer o que a
crianccedila entende sobre qualidade de vida e os fatores que tem influecircncia sobre ela
Para isso elas iratildeo fazer trecircs desenhos para demonstrarem o que elas entendem sobre o que eacute
qualidade de vida e depois falar com suas proacuteprias palavras o que elas pensam sobre o que significa
qualidade de vida
Esclareccedilo que
1 As informaccedilotildees sobre vocecirc e seu filho(a) soacute interessam a vocecircs Nos resultados da pesquisa
ningueacutem saberaacute seu nome nem do seu filho(a)
2 Seu filho(a) poderaacute desistir de fazer parte dessa pesquisa a qualquer momento Caso natildeo queira
participar da pesquisa vocecirc ou seu filho(a) natildeo sofreratildeo nenhum tipo de prejuiacutezo
3 Somente participaraacute a crianccedila cujo responsaacutevel autorizar atraveacutes da assinatura desse termo
4 A pesquisa seraacute realizada na escola e natildeo deveraacute gerar desconforto fiacutesico ou psicoloacutegico para seu
filho(a) quando ele estiver desenhando e tambeacutem no momento que ele e o seu responsaacutevel falarem
sobre o desenho realizado
5 As informaccedilotildees coletadas satildeo especiacuteficas para esta pesquisa sendo que os resultados seratildeo
divulgados por meio de artigos cientiacuteficos e apresentaccedilotildees em congressos de sauacutede
6 Os pais ou responsaacuteveis receberatildeo uma coacutepia de igual teor desse documento assinada pela
responsaacutevel pela pesquisa
Contando com sua participaccedilatildeo agradeccedilo a colaboraccedilatildeo
_________________________________________________
Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia ndash UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2457 CEP 31270-901 ndash B H MG
Eu_______________________________________________________ apoacutes ler e
entender o objetivo da pesquisa descrita concordo e autorizo a participaccedilatildeo do meu
filho(a)_______________________________________________turma____idade___
Belo Horizonte ________ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
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APEcircNDICE C - Termo de Assentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Escolar
Estamos convidando vocecirc para participar de uma pesquisa sobre ldquoO que significa qualidade de
vida para vocecircrdquo Essa pesquisa seraacute feita tambeacutem com outros colegas que estudam na sua escola
Vocecirc receberaacute laacutepis de cor e faraacute trecircs desenhos para demonstrar o que significa qualidade de vida
Depois vocecirc iraacute explicar o significado do seu desenho
A pesquisa seraacute feita na sua escola e natildeo deveraacute causar nenhum cansaccedilo fiacutesico ou mental para vocecirc
e para seu responsaacutevel quando vocecirc estiver desenhando e quando vocecirc e seu responsaacutevel falarem
do seu desenho
As informaccedilotildees sobre vocecirc seratildeo mantidas em segredo e ningueacutem saberaacute seu nome Elas seratildeo
usadas apenas para nosso estudo
Caso vocecirc natildeo queira participar da pesquisa natildeo tem problema Vocecirc poderaacute desistir de participar da
pesquisa a qualquer momento
Vocecirc soacute participaraacute da pesquisa se vocecirc quiser e seus responsaacuteveis deixarem e assinarem esse
documento junto com vocecirc
Seus pais ou seu responsaacutevel receberatildeo uma coacutepia desse documento assinada pela responsaacutevel
pela pesquisa
Contamos com sua ajuda e jaacute agradecemos sua colaboraccedilatildeo
__________________________________________________
Profa Andreacutea Maria Duarte Vargas
Professora da Faculdade de Odontologia - UFMG
Departamento de Odontologia Social e Preventiva e-mail vargasnttaskcombr
Av Antocircnio Carlos 6627 ndash Pampulha Tel (31) 3409 2456
CEP 31270-901 ndash Belo Horizonte MG
Eu__________________________________________________________________ turma____
idade____ apoacutes ler e entender o objetivo da pesquisa concordo em participar da mesma
Belo Horizonte _____ de _______________ de 2015
______________________________________________________
Assinatura do Escolar
______________________________________________________
Assinatura do Responsaacutevel
COEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa ndash UFMG
Av Antocircnio Carlos 6627- Unidade Administrativa ll ndash 2ordm andar sala 2005 - Pampulha
Belo Horizonte MG ndash Brasil ndash CEP 31270 ndash 901 coepprpqufmgbr tel (31) 3409 4592
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APEcircNDICE D ndash Desenhos coletados pelas pesquisadoras
--
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ANEXOS
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67
ANEXO B ndash Normas de formataccedilatildeo da Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva
Revista Ciecircncia e Sauacutede Coletiva Recomendaccedilotildees para a submissatildeo de artigos
Recomenda-se que os artigos submetidos natildeo tratem apenas de questotildees de
interesse local ou se situe apenas no plano descritivo As discussotildees devem
apresentar uma anaacutelise ampliada que situe a especificidade dos achados de
pesquisa ou revisatildeo no cenaacuterio da literatura nacional e internacional acerca do
assunto deixando claro o caraacuteter ineacutedito da contribuiccedilatildeo que o artigo traz
A revista CampSC adota as ldquoNormas para apresentaccedilatildeo de artigos propostos para
publicaccedilatildeo em revistas meacutedicasrdquo da Comissatildeo Internacional de Editores de Revistas
Meacutedicas cuja versatildeo para o portuguecircs encontra-se publicada na Rev Port Clin Geral
1997 14159-174O documento estaacute disponiacutevel em vaacuterios siacutetios na World Wide Web
como por exemplo wwwicmjeorg ou wwwapmcgptdocument71479450062pdf
Recomenda-se aos autores a sua leitura atenta
Artigos de Temas Livres devem ser de interesse para a sauacutede coletiva por livre
apresentaccedilatildeo dos autores atraveacutes da paacutegina da revista Devem ter as mesmas
caracteriacutesticas dos artigos temaacuteticos maacuteximo de 40000 caracteres com espaccedilo
resultarem de pesquisa e apresentarem anaacutelises e avaliaccedilotildees de tendecircncias teoacuterico-
metodoloacutegicas e conceituais da aacuterea
Apresentaccedilatildeo de manuscritos
1 Os originais podem ser escritos em portuguecircs espanhol francecircs e inglecircs Os
textos em portuguecircs e espanhol devem ter tiacutetulo resumo e palavras-chave na liacutengua
original e em inglecircs Os textos em francecircs e inglecircs devem ter tiacutetulo resumo e
palavras-chave na liacutengua original e em portuguecircs Natildeo seratildeo aceitas notas de peacute-de-
paacutegina ou no final dos artigos
2 Os textos tecircm de ser digitados em espaccedilo duplo na fonte Times New Roman no
corpo 12 margens de 25 cm formato Word e encaminhados apenas pelo endereccedilo
eletrocircnico (httpmc04manuscriptcentralcomcsc-scielo) segundo as orientaccedilotildees do
site
3 Os artigos publicados seratildeo de propriedade da revista CampSC ficando proibida a
reproduccedilatildeo total ou parcial em qualquer meio de divulgaccedilatildeo impressa ou eletrocircnica
sem a preacutevia autorizaccedilatildeo dos editores-chefes da Revista A publicaccedilatildeo secundaacuteria
deve indicar a fonte da publicaccedilatildeo original
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4 Os artigos submetidos agrave CampSC natildeo podem ser propostos simultaneamente para
outros perioacutedicos
5 As questotildees eacuteticas referentes agraves publicaccedilotildees de pesquisa com seres humanos
satildeo de inteira responsabilidade dos autores e devem estar em conformidade com os
princiacutepios contidos na Declaraccedilatildeo de Helsinque da Associaccedilatildeo Meacutedica Mundial
(1964 reformulada em 19751983 1989 1989 1996 e 2000)
6 Os artigos devem ser encaminhados com as autorizaccedilotildees para reproduzir material
publicado anteriormente para usar ilustraccedilotildees que possam identificar pessoas e
para transferir direitos de autor e outros documentos
7 Os conceitos e opiniotildees expressos nos artigos bem como a exatidatildeo e a
procedecircncia das citaccedilotildees satildeo de exclusiva responsabilidade dos autores
8 Os textos satildeo em geral (mas natildeo necessariamente) divididos em seccedilotildees com os
tiacutetulos Introduccedilatildeo Meacutetodos Resultados e Discussatildeo agraves vezes sendo necessaacuteria a
inclusatildeo de subtiacutetulos em algumas seccedilotildees Os tiacutetulos e subtiacutetulos das seccedilotildees natildeo
devem estar organizados com numeraccedilatildeo progressiva mas com recursos graacuteficos
(caixa alta recuo na margem etc)
O tiacutetulo deve ter 120 caracteres com espaccedilo e o resumoabstract com no maacuteximo
1400 caracteres com espaccedilo (incluindo palavras-chavekey words) deve explicitar o
objeto os objetivos a metodologia a abordagem teoacuterica e os resultados do estudo
ou investigaccedilatildeo Logo abaixo do resumo os autores devem indicar ateacute no maacuteximo
cinco (5) palavras-chave palavras-chavekey-words Chamamos a atenccedilatildeo para a
importacircncia da clareza e objetividade na redaccedilatildeo do resumo que certamente
contribuiraacute no interesse do leitor pelo artigo e das palavras-chave que auxiliaratildeo a
indexaccedilatildeo muacuteltipla do artigo As palavras chaves na liacutengua original e em inglecircs
devem constar no DeCSMeSH
Autoria
1 As pessoas designadas como autores devem ter participado na elaboraccedilatildeo dos
artigos de modo que possam assumir publicamente a responsabilidade pelo seu
conteuacutedo A qualificaccedilatildeo como autor deve pressupor a) a concepccedilatildeo e o
delineamento ou a anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados b) redaccedilatildeo do artigo ou a sua
revisatildeo criacutetica e c) aprovaccedilatildeo da versatildeo a ser publicada As contribuiccedilotildees
individuais de cada autor devem ser indicadas no final do texto apenas pelas iniciais
(ex LMF trabalhou na concepccedilatildeo e na redaccedilatildeo final e
CMG na pesquisa e na metodologia)
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2 O limite de autores no iniacutecio do artigo deve ser no maacuteximo de oito Os demais
autores seratildeo incluiacutedos no final do artigo
Nomenclaturas
1 Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura bioloacutegica assim
como abreviaturas e convenccedilotildees adotadas em disciplinas especializadas
2 Devem ser evitadas abreviaturas no tiacutetulo e no resumo
3 A designaccedilatildeo completa agrave qual se refere uma abreviatura deve preceder a primeira
ocorrecircncia desta no texto a menos que se trate de uma unidade de medida padratildeo
Ilustraccedilotildees
1 O material ilustrativo da revista CampSC compreende tabela (elementos
demonstrativos como nuacutemeros medidas percentagens etc) quadro (elementos
demonstrativos com informaccedilotildees textuais) graacuteficos (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de
um fato e suas variaccedilotildees) figura (demonstraccedilatildeo esquemaacutetica de informaccedilotildees por
meio de mapas diagramas fluxogramas como tambeacutem por meio de desenhos ou
fotografias) Vale lembrar que a revista eacute impressa em apenas uma cor o preto e
caso o material ilustrativo seja colorido seraacute convertido para tons de cinza
2 O nuacutemero de material ilustrativo deve ser de no maacuteximo cinco por artigo salvo
exceccedilotildees referentes a artigos de sistematizaccedilatildeo de aacutereas especiacuteficas do campo
temaacutetico Nesse caso os autores devem negociar com os editores-chefes
3 Todo o material ilustrativo deve ser numerado consecutivamente em algarismos
araacutebicos com suas respectivas legendas e fontes e a cada um deve ser atribuiacutedo
um breve tiacutetulo Todas as ilustraccedilotildees devem ser citadas no texto
4 As tabelas e os quadros devem ser confeccionados no mesmo programa utilizado
na confecccedilatildeo do artigo (Word)
5 Os graacuteficos devem estar no programa Excel e os dados numeacutericos devem ser
enviados em separado no programa Word ou em outra planilha como texto para
facilitar o recurso de copiar e colar Os graacuteficos gerados em programa de imagem
(Corel Draw ou Photoshop) devem ser enviados em arquivo aberto com uma coacutepia
em pdf
6 Os arquivos das figuras (mapa por ex) devem ser salvos no (ou exportados para
o) formato Ilustrator ou Corel Draw com uma coacutepia em pdf Estes formatos
conservam a informaccedilatildeo vetorial ou seja conservam as linhas de desenho dos
mapas Se for impossiacutevel salvar nesses formatos os arquivos podem ser enviados
nos formatos TIFF ou BMP que satildeo formatos de imagem e natildeo conservam sua
70
informaccedilatildeo vetorial o que prejudica a qualidade do resultado Se usar o formato
TIFF ou BMP salvar na maior resoluccedilatildeo (300 ou mais DPI) e maior tamanho (lado
maior = 18cm) O mesmo se aplica para o material que
estiver em fotografia Caso natildeo seja possiacutevel enviar as ilustraccedilotildees no meio digital o
material original deve ser mandado em boas condiccedilotildees para reproduccedilatildeo
Agradecimentos
1 Quando existirem devem ser colocados antes das referecircncias bibliograacuteficas
2 Os autores satildeo responsaacuteveis pela obtenccedilatildeo de autorizaccedilatildeo escrita das pessoas
nomeadas nos agradecimentos dado que os leitores podem inferir que tais pessoas
subscrevem os dados e as conclusotildees
3 O agradecimento ao apoio teacutecnico deve estar em paraacutegrafo diferente dos outros
tipos de contribuiccedilatildeo
Referecircncias
1 As referecircncias devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a
ordem em que forem sendo citadas no texto No caso de as referecircncias serem de
mais de dois autores no corpo do texto deve ser citado apenas o nome do primeiro
autor seguido da expressatildeo et al
2 Devem ser identificadas por nuacutemeros araacutebicos sobrescritos conforme exemplos
abaixo
ex 1 ldquoOutro indicador analisado foi o de maturidade do PSFrdquo 11
ex 2 ldquoComo alerta Maria Adeacutelia de Souza 4 a cidaderdquo
As referecircncias citadas somente nos quadros e figuras devem ser numeradas a partir
do nuacutemero da uacuteltima referecircncia citada no texto
3 As referecircncias citadas devem ser listadas ao final do artigo em ordem numeacuterica
seguindo as normas gerais dos Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a perioacutedicos biomeacutedicos
(httpwwwnlmnihgovbsduniform_requirementshtml)
4 Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no
Index Medicus (httpwwwnlmnihgov)
5 O nome de pessoa cidades e paiacuteses devem ser citados na liacutengua original da
publicaccedilatildeo Exemplos de como citar referecircncias
Artigos em perioacutedicos
1 Artigo padratildeo (incluir todos os autores)
71
Pelegrini MLM Castro JD Drachler ML Equumlidade na alocaccedilatildeo de recursos para a
sauacutede a experiecircncia no Rio Grande do Sul Brasil Cien Saude Colet 2005
10(2)275-286
Maximiano AA Fernandes RO Nunes FP Assis MP Matos RV Barbosa CGS
Oliveira-Filho EC Utilizaccedilatildeo de drogas veterinaacuterias agrotoacutexicos e afins em
ambientes hiacutedricos demandas regulamentaccedilatildeo e consideraccedilotildees sobre riscos agrave
sauacutede humana e ambiental Cien Saude Colet 2005 10(2)483-491
2 Instituiccedilatildeo como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand Clinical
exercise stress testing Safety and performance guidelines Med J Aust 1996
164(5)282-284
3 Sem indicaccedilatildeo de autoria Cancer in South Africa [editorial] S Afr Med J 1994
8415
4 Nuacutemero com suplemento
Duarte MFS Maturaccedilatildeo fiacutesica uma revisatildeo de literatura com especial atenccedilatildeo agrave
crianccedila brasileira Cad Saude Publica 1993 9(Supl 1)71-84
5 Indicaccedilatildeo do tipo de texto se necessaacuterio
Enzensberger W Fischer PA Metronome in Parkinsonrsquos disease [carta] Lancet
1996 3471337
Livros e outras monografias
6 Indiviacuteduo como autor
Cecchetto FR Violecircncia cultura e poder Rio de Janeiro FGV 2004
Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 8ordf Ediccedilatildeo
Satildeo Paulo Rio de Janeiro Hucitec Abrasco 2004
7 Organizador ou compilador como autor
Bosi MLM Mercado FJ organizadores Pesquisa qualitativa de serviccedilos de sauacutede
Petroacutepolis Vozes 2004
8 Instituiccedilatildeo como autor
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis (IBAMA)
Controle de plantas aquaacuteticas por meio de agrotoacutexicos e afins Brasiacutelia
DILIQIBAMA 2001
9 Capiacutetulo de livro
Sarcinelli PN A exposiccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes a agrotoacutexicos In Peres F
Moreira JC organizadores Eacute veneno ou eacute remeacutedio Agrotoacutexicos sauacutede e ambiente
Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 43-58
72
10 Resumo em Anais de congressos
Kimura J Shibasaki H organizadores Recent advances in clinical neurophysiology
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical
Neurophysiology 1995 Oct 15-19 Kyoto Japan Amsterdam Elsevier 1996
11 Trabalhos completos publicados em eventos cientiacuteficos
Coates V Correa MM Caracteriacutesticas de 462 adolescentes graacutevidas em Satildeo Paulo
In Anais do V Congresso Brasileiro de adolescecircncia 1993 Belo Horizonte p 581-
582
12 Dissertaccedilatildeo e tese
Carvalho GCM O financiamento puacuteblico federal do Sistema Uacutenico de Sauacutede 1988-
2001 [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica 2002
Gomes WA Adolescecircncia desenvolvimento puberal e sexualidade niacutevel de
informaccedilatildeo de adolescentes e professores das escolas municipais de Feira de
Santana ndash BA [dissertaccedilatildeo] Feira de Santana (BA) Universidade Estadual de Feira
de Santana 2001
Outros trabalhos publicados
13 Artigo de jornal
Novas teacutecnicas de reproduccedilatildeo assistida possibilitam a maternidade apoacutes os 40 anos
Jornal do Brasil 2004 Jan 31 p 12
Lee G Hospitalizations tied to ozone pollution study estimates 50000 admissions
annually The Washington Post 1996 Jun 21 Sect A3 (col 5)
14 Material audiovisual HIV+AIDS the facts and the future [videocassette] St
Louis (MO) Mosby-Year Book 1995
15 Documentos legais
Brasil Lei nordm 8080 de 19 de Setembro de 1990 Dispotildee sobre as condiccedilotildees para a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede a organizaccedilatildeo e o funcionamento dos
serviccedilos correspondentes e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 1990 19
set
Material no prelo ou natildeo publicado
Leshner AI Molecular mechanisms of cocaine addiction N Engl J Med In press
1996
Cronemberg S Santos DVV Ramos LFF Oliveira ACM Maestrini HA Calixto N
Trabeculectomia com mitomicina C em pacientes com glaucoma congecircnito refrataacuterio
Arq Bras Oftalmol No prelo 2004
73
Material eletrocircnico
16 Artigo em formato eletrocircnico
Morse SS Factors in the emergence of infectious diseases Emerg Infect Dis [serial
on the Internet] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]1(1)[about 24 p] Available from
httpwwwcdcgovncidodEIDeidhtm
Lucena AR Velasco e Cruz AA Cavalcante R Estudo epidemioloacutegico do tracoma
em comunidade da Chapada do Araripe ndash PE ndash Brasil Arq Bras Oftalmol [perioacutedico
na Internet] 2004 Mar-Abr [acessado 2004 Jul 12]67(2) [cerca de 4 p] Disponiacutevel
em httpwwwabonetcombrabo672197-200pdf
17 Monografia em formato eletrocircnico
CDI clinical dermatology illustrated [CD-ROM] Reeves JRT Maibach H CMEA
Multimedia Group producers 2ordf ed Version 20 San Diego CMEA 1995
18 Programa de computador
Hemodynamics III the ups and downs of hemodynamics [computer program]
Version 22 Orlando (FL) Computerized Educational Systems 1993