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A nova regra do mercado: produzir leite com qualidade e Instrução Normativa 62/2011 Guilherme Nunes de Souza [email protected] 32 3311-7537

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A nova regra do mercado: produzir leite com qualidade e Instrução Normativa 62/2011

Guilherme Nunes de Souza [email protected]

32 3311-7537

Conteúdo

1. Breve histórico sobre o tema “Qualidade do leite no Brasil”

2. Portaria 56/1999, Instrução Normativa 51/2002 e 62/2011 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

3. Situação da qualidade do leite na região Sudeste de 2006 a 2011

4. Fatores que influenciam nos indicadores de qualidade composicional e higiênico sanitário do leite

5. Redução de CTB e CCS

6. Impacto econômico da mastite

7. Considerações finais

Breve histórico

2008 1999 - 2000 2004 2006

2002 2010 2005 2007 2013

I CBQL RS

II CBQL GO

III CBQL PE

IV CBQL SC

V CBQL SP

Portaria 56 7-12-99 Mapa

IN 37 19-04-02

IN 51

18-09-02

Mapa

Início IN 51

Região 1

Início IN 51

Região 2

Redução limites CCS e CTB

Região 1

Redução limites CCS e CTB

Região 2

Redução limites CCS e CTB

Região

1 e 2

Breve histórico

Programas de pagamento baseado em indicadores de qualidade

IN 62 29-12-11

Mapa

Instução Normativa 51/2002 e 62/2011 do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento

Objetivo

Fixar a identidade e requisitos mínimos de qualidade que deve apresentar o leite.

Parâmetros estabelecidos na IN 51 e IN 62

1. Densidade relativa (1,028 a 1,034)

2. Acidez titulável (0,14 a 0,18°D)

3. Índice crioscópico (mínimo - 0,512°C)

4. Gordura (mínimo 3,0%)

5. Proteína (mínimo 2,9%)

6. Estrato seco desengordurado (mínimo 8,4%)

7. Contagem total de bactérias

8. Contagem de células somáticas

Indicadores de qualidade composicional

Indicadores de qualidade higiênico-sanitário

• IN 51 – 18 de Setembro de 2002

• IN 62 – 29 de Dezembro de 2011

QUAL A DIFERENÇA ENTRE

IN 51 E IN 62 ?

O que mudou com relação aos indicadores de qualidade composicional e higiênico-sanitário do

leite cru?

Indicador de qualidade composicional IN 51 IN 62

Gordura 3,00 3,00

Proteína 2,90 2,90

Estrato Seco Desengordurado 8,40 8,40

NADA MUDOU

Instução Normativa 51/2002

Fixar a identidade e requisitos mínimos de qualidade que deve apresentar o leite.

1.000.000 células/mL 1.000.000 ufc/mL

750.000 células/mL 750.000 ufc/mL

400.000 células/mL 100.000 ufc/mL*

CCS CTB

Instução Normativa 62/2011

Fixar a identidade e requisitos mínimos de qualidade que deve apresentar o leite.

1.000.000 células/mL 1.000.000 ufc/mL

750.000 células/mL 750.000 ufc/mL

400.000 células/mL 100.000 ufc/mL*

CCS CTB

600.000 células/mL 600.000 ufc/mL

500.000 células/mL 300.000 ufc/mL

Pagamento por qualidade – DPA NESTLÉ

• Paga-se por um preço base e um adicional de mercado

1. Volume e distância

2. Proteína e gordura

3. CCS e CTB

4. Bonificado ou penalizado

Bonificação para um leite com 3,6% de gordura, 3,2% de proteína bruta, 250.000 células/mL e 70.000 ufc/mL - R$ 0,03/L

Bonificação Penalização

Proteína Acima de 3,0% Abaixo de 2,9%

Gordura Acima de 3,25% Abaixo de 3,05%

CCS Abaixo de 400.000 células/mL Acima de 500.000 células/mL

CTB Abaixo de 150.000 ufc/mL Acima de 450.000 ufc/mL

De março de 2007 a abril de 2008 houve uma melhoria de 178% na qualidade do leite

recebido, no item CTB.

PPQ – ITAMBÉ

• Necessidade de se adequar ao mercado

– CTB e CCS

– Gordura e proteína

– Bonificado ou penalizado

Bonificação Penalização

Proteína Maior ou igual 3,0%

R$ 0,05/L

Menor ou igual 2,9%

- R$ 0,05/L Gordura Maior ou igual

4,2% R$ 0,05/L

Menor ou igual 2,0%

- R$ 0,05/L

CCS Menor ou igual 250.000 células/mL

R$ 0,03/L

Maior ou igual 750.000 células/mL

- R$ 0,01/L CTB Menor ou igual

20.000 ufc/mL R$ 0,04/L

Maior ou igual 750.000 ufc/mL

- R$ 0,02/L

1.300.000

300.000

600.000 600.000

Classificação de amostras de acordo com os limites estabelecidos na IN 62 para os indicadores de qualidade composicional do leite de rebanhos localizados na Região Sudeste, Brasil, no período de

2006 a 2011

Indicadores de qualidade

Atende limites da IN 51

Total n %

Gordura (3,00%) Sim 948.695 92,3

Não 78.726 7,7

Proteína (2,90%) Sim 982.145 95,5

Não 46.209 4,5

ESD (8,40%) Sim 864.711 84,1

Não 163.694 15,9

Indicador de qualidade

Atende limites da IN 62

Total

n %

Gordura (3,00%) Sim 948.695 92,3

Não 78.726 7,7

Gordura (%) n %

< 2,50 e > 4,50 (fora) 913.021 88,8

> 2,50 e < 4,50 (dentro) 115.410 11,2

< 2,50 19.687 1,9

> 4,50 95.723 9,3

Erro de coleta ?

CCS N Média ESD

ccs <= 400 517.879 8,77a

ccs > 400 510.532 8,61b

ccs <= 500 633.405 8,75a

ccs > 500 395.006 8,60b

ccs <= 600 720.559 8,74a

ccs > 600 307.852 8,58b

ccs <= 750 815.116 8,73a

ccs > 750 213.295 8,55b

Média do estrato seco desengordurado (ESD) de acordo com a contagem de células somáticas (CCS) de rebanhos localizados na

Região Sudeste, Brasil, no período de 2006 a 2011

Período CCS N Média ESD

Seco (abril a setembro)

ccs <= 400 282.066 8,81a

ccs > 400 265.675 8,64b

Chuvoso (outubro a março)

ccs <= 400 235.813 8,73a

ccs > 400 244.857 8,59b

Seco (abril a setembro)

ccs <= 500 342.479 8,79a

ccs > 500 205.262 8,62b

Chuvoso (outubro a março)

ccs <= 500 290.926 8,71a

ccs > 500 189.744 8,57b

Seco (abril a setembro)

ccs <= 600 388.163 8,75a

ccs > 600 159.578 8,60b

Chuvoso (outubro a março)

ccs <= 600 332.396 8,70a

ccs > 600 148.274 8,55b

Seco (abril a setembro)

ccs <= 750 438.251 8,76a

ccs > 750 109.490 8,58b

Chuvoso (outubro a março)

ccs <= 750 376.865 8,69a

ccs > 750 103.805 8,53b

Média do estrato seco desengordurado (ESD) de acordo com a contagem de células somáticas (CCS) e período do ano de rebanhos localizados na Região Sudeste, Brasil,

no período de 2006 a 2011

CCS (x 1.000)

ESD < 8,40 ESD > 8,40 P

N % N %

≤ 400 57.457 11,1 460.395 88,9 < 0,001

> 400 106.237 20,8 404.295 79,2

≤ 500 73.850 11,7 559.528 88,3 < 0,001

> 500 89.844 22,7 305.162 77,3

≤ 600 88.126 12,2 632.406 87,8 < 0,001

> 600 75.568 24,5 232.284 75,5

≤ 750 105.443 12,9 709.646 87,1 < 0,001

> 750 58.251 27,3 155.044 72,7

Classificação dos resultados de estrato seco desengordurado (ESD) de acordo com os limites de contagem de células somáticas (CCS) estabelecidos na IN 51 de rebanhos localizados na Região Sudeste, Brasil, no período de 2006 a 2011

Associação entre: 1) Mastite e época do ano?

2) CCS e época do ano? 3) CCS e estrato seco desengordurado? 4) Mastite influencia no atendimento do limite do estrato seco desengordurado?

1) Sim

2) Sim

3) Sim

4) Sim

Indicadores de qualidade higiênico-sanitário do leite

Contagem total de bactérias (CTB)

REFLEXO DOS PROCEDIMENTOS DE HIGIENE ADOTADOS

NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE LEITE

Bactéria Gram - Bactéria Gram +

Principais fontes de contaminação bacteriana do leite

1) Glândula mamária infectada (mastite)

2) Pele dos tetos e úbere

3) Utensílios que entram em contato

com o leite

ANO N CTB (x 1.000 ufc/mL) 2006 115.786 865 2007 158.449 771 2008 145.266 737 2009 180.196 627 2010 170.606 635 2011 198.636 530 Total 968.939 669

Média geométrica da contagem total de bactérias (CTB) de rebanhos localizados na Região Sudeste, Brasil, no período de 2006 a 2011

Classificação de rebanhos de acordo com os limites estabelecidos na IN 62 para contagem total de bactérias (CTB) do leite de rebanhos localizados na

Região Sudeste, Brasil, no período de 2006 a 2011

Ano

CTB ( x 1.000 ufc/mL)

≤ 100 101 - 300 301 - 600 601 - 750 > 750

n % n % n % n % n %

2006 1.518 5,4 3.566 12,6 4.447 15,7 1.809 6,4 16.992 59,9

2007 1.423 9,4 3.937 25,9 5.023 33,1 2.064 13,6 2.744 18,0

2008 862 6,7 3.231 25,2 4.281 33,3 1.886 14,7 2.579 20,1

2009 1.128 8,0 4.684 33,1 4.402 31,1 1.748 12,4 2.180 15,4

2010 952 6,5 3.802 26,0 5.489 37,5 1.996 13,6 2.410 16,4

2011 1.468 7,7 5.445 28,5 6.323 33,1 2.293 12,0 3.592 18,7

Total 7.351 7,0 24.665 23,7 29.965 28,7 11.796 11,3 30.497 29,3

Influência da adoção de cuidados de higiene na ordenha manual sobre o

número de bactérias do leite (Estados Unidos - 1918)

1. Mãos limpas e secas, baldes com cobertura lateral superior, tetos limpos e secos. 2. Lavagem dos utensílios com água quente. 3. Refrigeração imediata do leite após a ordenha

Contagem total de

bactérias (ufc/ml)

Cidades Número de

ordenhadores

Número

de latões

Antes Depois

1 70 12.000 500.000 10.000

2 28 3.000 5.000.000 40.000

3 135 10.000 2.000.000 40.000

4 56 4.000 3.000.000 25.000

5 20 1.200 1.500.000 25.000

Kit Embrapa de Ordenha Manual Tecnologia social da Embrapa Gado de Leite

Material necessário: 1. 1 balde semi-aberto para ordenha manual; 2. 1 caneca de fundo escuro; 3. 1 balde de plástico (8 Lts.) para armazenamento de

água clorada; 4. 5 metros de mangueira de borracha; 5. 1 adapatador para caixa d`água de ½ (20 mm) 6. 1 adaptador de pressão (preto) de ½ 7. 1 registro esfera de ½ (20 mm) 8. 1 esquicho de jardim de ½ 9. Veda rosca/teflon 10. 1 Filtro para coar o leite (nylon, aço inoxidável, 11. alumínio, ou plástico atóxico). 12. 1 seringa de 20 mL 13. 1 copinho graduado para medir o detergente em pó 14. Detergente alcalino em pó 15. Cloro comercial 16. Papel toalha 17. Escova ou bucha natural 18. Banquinho de madeira 19. 01 par de luvas de borracha 20. Cartilha de como montar e usar adequadamente

ESTADO Rebanhos CTBA CTBD % redução p (anova)

PE 30 293 42 86 >0,001

AL 8 31 12 61 >0,01

SP 20 24 13 46 >0,05

GO 10 51 39 22 0,311

RS 7 488 66 87 >0,001

MG 10 35 20 43 0,415

SE 4 80 28 65 >0,001

Total 89 159 31 80 >0,001

RESULTADOS DO EXPERIMENTO DE VALIDAÇÃO DO KIT EMBRAPA DE ORDENHA MANUAL

0 a 100 61 30 17 43 <0,001

101 a 200 10 135 60 56 <0,01

201 a 300 8 261 54 79 <0,001

> 300 10 883 74 92 <0,01

Total 89 159 31 80 <0,001

Indicadores de qualidade higiênico-sanitário do leite

Contagem de células somáticas (CCS)

Sáude da glândula mamária (mastite subclínica)

INFECÇÃO INTRAMAMÁRIA

MASTITE (PROCESSO INFLAMATÓRIO)

AUMENTO DA CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS (CCS)

Streptococcus agalactiae:

Vacas infectadas

Momento da ordenha

(altamente contagiosa)

Subclínica / Crônica

CCS Alta com Baixa cura espontânea

Sensível a maioria dos antibióticos

Staphylococcus aureus:

Vacas infectadas

Momento da ordenha

(altamente contagiosa)

Subclínica / Crônica / Clínica aguda

CCS Alta com Baixa cura espontânea

Resistência a antibióticos, formação de

abcessos

Bactérias contagiosas

Estudo de prevalência de patógenos contagiosos nos rebanhos bovinos leiteiros dos

Estados Unidos utilizando tamanho de rebanhos como estrato

FV Categoria N MA DP MG MED

Não 1.137 264 611 22 24

Sim 2.612 779 1.070 228 342

STAPHA 790 966 1.072 371 509

Agente etiológico STRAG 551 1.520 1.559 662 923

STREP 351 894 922 449 641

STACN 466 422 633 125 205

DIPT 826 410 561 94 166

Presença de infecção

FV : fonte de variação; MA : média aritimética; DP : desvio padrão; MG : média geométrica; STAPHA : Staphylococcus aureus; STRAG : Streptococcus agalactiae; STREP : Streptococcus sp. que não S. agalactiae; STACN : Staphylococcus sp. coagulase negativo; DIPT : Corynebacterium sp. Fonte: Souza et al., 2009

Variação da contagem de células somáticas (x1.000/ml) de acordo com a presença de infecção intramamária e tipo de agente etiológico

CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS (CCS)

INDIVÍDUO REBANHO

+ 200.000 células/mL presença de infecção

intramamária

Interpretação e estimativa da influência do número de células somáticas na produção de leite de rebanhos.

CCS (x1.000)

Estimativa da gravidade do problema

Redução na produção

(%)

% quartos mamários

infectados <250

Pouca ou nenhuma

Irrelevante

6

250 – 500

Média

4

10

500 – 750

Acima da média

7

26

750 – 1.000

Ruim

15

42

> 1.000

Muito ruim

18

54

Fonte: Circular Técnica 70 – Embrapa Gado de Leite

ANO N CCS (x 1.000 células/mL) 2006 146.792 358 2007 170.702 369 2008 151.309 339 2009 187.040 392 2010 173.628 332 2011 201.948 395 Total 1.031.419 365

Média geométrica da contagem de células somáticas (CCS) de rebanhos localizados na Região Sudeste, Brasil, no período de 2006 a 2011

Classificação de rebanhos de acordo com os limites estabelecidos na IN 62 para contagem de células somáticas (CCS) do leite de rebanhos localizados na Região Sudeste, Brasil, no período de 2006 a 2011

Ano

CCS (x1.000 células/mL)

≤ 400 401 - 500 501 - 600 601 - 750 > 750

n % n % n % n % n %

2006 16.875 54,1 4.051 12,9 2.967 9,4 2.949 9,4 4.463 14,2

2007 15.206 55,7 4.356 16,0 3.037 11,1 2.580 9,5 2.117 7,7

2008 14.326 57,0 3.731 14,8 2.689 10,7 2.467 9,8 1.929 7,7

2009 12.740 54,1 3.302 14,0 2.540 10,8 2.705 11,5 2.278 9,6

2010 15.203 60,4 3.383 13,4 2.522 10,0 2.349 9,3 1.701 6,9

2011 13.115 52,9 3.757 15,1 2.800 11,3 2.651 10,7 2.482 10,0

Total 87.575 55,6 22.580 14,3 16.555 10,5 15.701 10,0 14.970 9,6

Ano Média CCS > 750 CCS > 400

1995 304 4,1 27,2

1996 308 4,1 27,8

1997 314 4,2 28,8

1998 318 4,5 30,3

1999 311 4,3 29,8

2000 316 4,1 29,5

2001 322 4,9 31,1

2002 320 5,6 30,0

2003 319 5,6 30,4

2004 295 4,7 26,4

2005 296 4,7 25,8

2006 288 3,9 25,2

2007 276 3,5 24,0

2008 262 3,4 22,4

Média da contagem de células somáticas de rebanhos leiteiros dos EUA e percentual de rebanhos com contagens superiores a 750.000 e

400.000 células/mL de 1995 a 2008

Fonte: Udder Topics, May-June, 2009 (NMC Newsletter)

Percentual de rebanhos com média anual superior a 400.000 e 750.000 células/mL nos Estados Unidos e Brasil no período de 2006 a 2009

22,0%

EUA Brasil

2006 25,2 45,2

2007 24,0 46,1

2008 22,4 45,7

2009 23,9* 46,7

CCS > 400.000 células/mLAno

10,7%

EUA Brasil

3,9 13,8

3,5 13,1

3,4 13,9

3,6* 16,5

CCS > 750.000 células/mL

Média CCS - EUA (262.000 células/mL) – Brasil (479.000 células/mL)

n % n %

Não 121 69,1 63 84,0

Sim 54 30,9 12 16,0

Nenhum animal 74 42,3 38 51,4

Tratamento à secagem Parte dos

animais

52 29,7 35 47,3

Todos animais 48 27,4 1 1,4

Não 2 1,1 35 47,3

Sim 171 97,7 39 52,7

Sim 70 40,0 29 39,7

Não 105 60,0 44 60,3

Pelo menos

semestral

46 56,1 - -

Esporádico 12 14,6 - -

Não faz 16 19,5 - -

Manutenção do equipamento de

ordenha

RespostaMedida de controle Ano

2005* 2008**

Realização de anti-sepsia de tetas

após a ordenha

Tratamento de mastite clínica

Descarte de vacas com infecção

crônica

Freqüência da adoção de medidas de controle da mastite com base no programa dos cinco pontos em rebanhos bovinos leiteiros da Zona da Mata de Minas Gerais, Brasil, de acordo

com o ano do estudo

* Ordenha manual (52,6%) e ordenha mecânica (47,4%); ** Ordenha manual (100,0%); Fonte: Souza et al. (2005); Embrapa Gado de Leite - Projeto FAPEMIG CVZ 1704/06

Fonte: Bradley, 2002

Incidência e etiologia dos casos clínicos de mastite no Reino Unido em rebanhos leiteiros

(casos/100 vacas/ano) entre os anos de 1967 e 1998

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1967 1982 1998

Ano

Inc

idê

nc

ia (

10

0 v

ac

as

.an

o)

S.aureus

S. agalactiae

S. dysgalactiae

Impacto da adoção do “plano dos cinco pontos” sobre a incidência de casos clínicos de mastite causados por agentes contagiosos no Reino Unido

Incidência e etiologia dos casos clínicos de mastite no Reino Unido em

rebanhos leiteiros (casos/100 vacas/ano) entre os anos de 1967 e 1998

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1967 1982 1998

Ano

Inc

idê

nc

ia (

10

0 v

ac

as

.an

o)

S.uberis

E. coli

Fonte: Bradley, 2002

Impacto da adoção do “plano dos cinco pontos” sobre a incidência de casos clínicos de mastite causados por agentes ambientais no Reino Unido

1979 1993 2001

< 200 2 26 71

200 a 399 35 47 26

> 400 63 27 3

CCS (x1.000/ml)

Ano

Proporção de rebanhos do Reino Unido classificados de acordo com a média anual da contagem de células somáticas (CCS) entre os anos de 1979 e 2001

Redução de 60% de rebanhos com CCS < 400.000 células/ml em 22 anos

Fonte: Bradley, 2002

Estudo de prevalência de patógenos contagiosos nos rebanhos bovinos leiteiros da

utilizando “regiões previamente definidas” como estratos

Figura 1 – Localização dos rebanhos de acordo com as regiões 1 e 2 classificadas de acordo com localização geográfica

considerando rebanhos ao norte e ao sul do estado de MG

Caracterização dos rebanhos

• Padrão racial (Holandês, Girolando e Jersey)

• Ordenha mecânica

• Alto valor genético (compra e venda de animais faz parte do negócio)

• Sistema intensivo e semi-intensivo (100 rebanhos – 6.000 animais)

Característica de rebanho (N=60) 1° IQ 3° IQ Média DP

N° vacas no controle leiteiro* 26 91 70,1 78,6

% vacas na primeira cria 33,5 54,6 44,2 16,5

Intervalo entre partos (dias) 446 533 490,7 98,5

Média de produção 305 DEL (Kg) 7.087 9.088 7.929,1 1.810,8

MGCCS (x1.000) 353 671 540 297

Categoria MGCCSTQ

(x1.000)

N % % acumulado

<250 4 6,7 6,7

250-400 17 28,3 35,0

400-750 27 45,0 80,0

>750 12 20,0 100,0

Região N° de

rebanhos

Staphylococcus aureus

PA IC 95% PR IC 95%

1 16 0,75a 0,54 - 0,96 1,00 0,72 - 1,00

2 24 0,67a 0,48 - 0,86 0,89 0,64 - 1,00

Geral 40 0,70 0,56 - 0,84 0,93 0,74 - 1,00

Prevalência aparente e prevalência real de Staphylococcus aureus em

rebanhos (2011-2012)

p>0,05 - PA – prevalência aparente; PR – prevalência real; IC – intervalo de confiança

Prevalência aparente e prevalência real de Streptococcus agalactiae em

rebanhos (2011-2012)

Região N° de

rebanhos

Streptococcus agalactiae

PA IC 95% PR IC 95%

1 16 0,38a 0,14 - 0,62 0,57 0,21 - 0,93

2 24 0,21a 0,05 - 0,37 0,31 0,07 - 0,56

Geral 40 0,28 0,14 - 0,41 0,41 0,20 - 0,62 p>0,05 - PA – prevalência aparente; PR – prevalência real; IC – intervalo de confiança

Principais fatores de risco para novas infecções e

infecções crônicas (subclínica)

• Características relacionadas ao rebanho

1. Compra de animais (RR=3,93) (CRO)

2. Não descarte de animais com infecção crônica (RR=2,39/2,11)

(NOV/CRO)

3. Não realizar exames microbiológicos (RR=1,92) (NOV)

• Características relacionadas ao indivíduo

1. Período de lactação (RR=3,85) (CRO)

2. Ordem de parto (RR=1,95) (CRO)

61,0

18,8

3,8 4,8 3,8

10,1

28,3

38,9

29,8

33,6 35,0

44,3

0,0

15,0

30,0

45,0

60,0

75,0

JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO AGOSTO

PREV STRAG

PREV STAPHA

INFECÇÕES CRONICAS

VACAS SADIAS

Variação da taxa de novas infecções e infecções crônicas de acordo com a prevalência de Staphylococcus aureus e Streptococcus agalatactiae de vacas

em lactação no período de janeiro a agosto de 2012 para o rebanho A

Periodo red prod mc red prod msc descarte leite custo vet custo medic trabalho descarte Custo/ano Custo/vaca Custo/caso clínico

1 17.170,28 17.101,02 5.629,60 0,00 3.435,16 26,17 1.507,50 44.869,73 282,20 176,87 2 16.742,75 11.397,95 9.512,99 0,00 6.504,16 55,80 1.507,50 45.721,15 324,26 158,55

3 15.914,81 12.470,59 10.001,61 0,00 7.009,24 59,40 1.507,50 46.963,15 364,06 158,98

4 16.282,78 13.270,93 10.297,20 0,00 7.226,76 61,20 1.507,50 48.646,37 335,49 158,78

5 16.232,55 12.422,83 10.385,54 0,00 7.496,28 63,40 6.030,00 52.630,60 346,25 180,36

6 14.896,04 11.906,26 9.964,41 0,00 7.389,72 62,20 6.030,00 50.248,62 356,37 180,58

7 15.601,18 11.989,11 10.675,33 0,00 7.954,76 66,80 7.537,50 53.824,67 392,88 187,49

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Descarte vacas

Mão de obra paramastite

Custo Medicamento

Descarte de leite

Red Prod Leite MSC

Red Prod Leite MC

Estimativa do impacto econômico da mastite em nível de rebanho

Obs.:1U$=R$1,99 (março, 2012)

Custo (U$) Período 1 Período 7

Real 44.869,73 53.824,67

Ideal 14.468,19 14.468,19

Diferença 30.401,54 39.356,48

Estimativa do impacto econômico da mastite em nível de “região”

(ACGHMG) Resultado de exame

microbiológico do leite do

rebanho N Média

Intervalo Confiança da média

Inferior Superior

Sem isolamento 10 9.064,4a 8.135,3 9.933,5

S. aureus 12 8.409,0a 9.618,7 7.199,3

S. aureus + S. agalactiae 10 7.384,0b 6.323,0 8.445,0

Total 32 8.293,5 7.681,8 8.905,2 P<0,05 (Teste t de student para amostras independentes)

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

Sem isolamento S. aureus S. aureus + S. agalactiae

Y = 9.133,7 – 840,2x P=0,024 e r2=0,156

Considerações finais

1. Qual o leite precisa melhorar a qualidade, leite para exportar e/ou leite para consumo interno ?

2. Infraestrutura de fazendas, cidades e estados influenciam a qualidade do leite (qualidade de estradas e qualidade de energia elétrica no meio rural) ?

3. Educação, capacitação, treinamento contínuo para todos os segmentos da cadeia ?

4. Redução de CCS bem mais difícil que CTB

5. Atendimento a legislação e eficiência do processo de produção

Atualmente, o que é mais importante para melhoria da qualidade do leite no Brasil (pesquisa e/ou transferência e difusão de tecnologias) ?

Obrigado pela atenção !