a nova cara da amcham rio

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REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRO DESDE 1921 Nº291 ABR/MAI 2015 Recursos Humanos: People Connections reunirá especialistas em junho Rafael Motta lidera diretoria e destaca oportunidades no Rio e no Espírito Santo A nova cara da AmCham Rio

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Page 1: A nova cara da AmCham Rio

REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRODESDE 1921 nº291 AbR/MAI 2015

Recursos Humanos: People Connections reunirá especialistas em junho

Rafael Motta lidera diretoria e destaca oportunidades no Rio e no Espírito Santo

A nova cara da AmCham Rio

Page 2: A nova cara da AmCham Rio
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6_Edição 287_jul/ago 2014

FOCOFOCOFOCOFOCOA PARNAÍBA GÁS NATURAL (PGN) É UMA EMPRESAINDEPENDENTE DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO QUE

ATUA NA BACIA DO PARNAÍBA, NO MARANHÃO.A PGN OPERA TRÊS CAMPOS E SETE BLOCOS

EXPLORATÓRIOS, SOMANDO 7 MIL QUILÔMETROSQUADRADOS. COM PRODUÇÃO MÉDIA DE GÁS DE 4,9

MILHÕES DE M³/DIA, A COMPANHIA ESTÁ ENTRE AS PRINCIPAIS OPERADORAS PRIVADAS DE GÁS

NATURAL DO PAÍS. EM 2015, PLANEJA CONDUZIR A MAIOR CAMPANHA PRIVADA DE PERFURAÇÃO

ONSHORE DO BRASIL. FOTO DE DIVULGAÇÃO/LUCIANA TANCREDO

Page 4: A nova cara da AmCham Rio

A revista Brazilian Business traz, na reportagem de capa, a chega-da de uma nova diretoria à Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio). Liderados pelo presidente, Rafael

Sampaio da Motta, os executivos vão preparar a AmCham Rio para en-frentar um momento de crise, mas que também oferece oportunidades.

Esta não será a primeira vez que a câmara tem desafios pela frente. Com 99 anos de história, a entidade, que foi criada durante a Primeira Guerra Mundial, já passou por muitas turbulências, sempre atuando para a melhoria do ambiente de negócios. Parte dessa história está compilada na coluna Rio.

Além de documentar o passado, a Brazilian Business olha para o fu-turo. Um Especial analisa o cenário do Rio de Janeiro em relação à segurança, aos grandes eventos e à infraestrutura. Além da reportagem de abertura, há artigos de opinião de Manuel Fernandes, presidente do Comitê de Energia da AmCham Rio, José Mariano Beltrame, secretário de Segurança, e Jerônimo de Moraes, presidente do Conselho de Arqui-tetura e Urbanismo do Rio.

Na seção From the USA, o brasilianista Peter Hakim analisa, em artigo exclusivo, as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. Já Conexão Global enfoca o Business Future of the Americas (BFA), evento anual da Association of American Chambers of Commerce in La-tin America (Aaccla), que será realizado entre os dias 15 e 17 de junho.

As novas ferramentas para alavancar as exportações brasileiras estão no foco da Reportagem de Diogo Martins. Já Luciana Calaza aborda a importância do engajamento organizacional.

Na coluna Foco, a Parnaíba Gás Natural (PGN), que atua no Mara-nhão, prepara-se para conduzir uma das maiores campanhas privadas de perfuração onshore do Brasil.

Boa leitura!

EDITORIAL

amchamrio.com

Conselho editorial

Henrique Rzezinski

João César Lima

Rafael Sampaio da Motta

Roberto Ramos

Robson Goulart Barreto

Gerente de Comunicação Eduardo Nunes

[email protected]

Editor-chefe e jornalista responsável

Cláudio Motta (MTB 01001400/RJ)

[email protected]

Colaboraram nesta edição:

Fábio Matxado (edição de arte), Luciana Maria

Sanches (revisão), Bernardo Guimarães (texto e fotos), Diogo

Martins (texto), Luciana Calaza (texto), Eny Miranda e Luciana

Tancredo (Cia. da Foto)

Os artigos assinados são de total responsabilidade

dos autores, não representando,

necessariamente, a opinião dos editores

e a da Câmara de Comércio Americana

do Rio de Janeiro

Publicidade Felipe Tavares

[email protected]

A tiragem desta edição, de 3 mil exemplares, é comprovada pela EY

Impressão: Walprint

Uma publicação da Câmara de Comércio

Americana do Rio de Janeiro

Praça Pio X, 15, 5º andar 20040-020 Rio de Janeiro

RJ Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201

[email protected] www.amchamrio.com

Leia a revista também pelo site amchamrio.com

Caso não esteja recebendo o seu

exemplar, ou queria atualizar seus dados, entre em contato com

Sileide Silva: (21) 3213-9220

CARTA DO PRESIDENTE08 Rafael Sampaio da Motta fala sobre os

desafios que terá como novo presidente da AmCham Rio

POSSE AMCHAMRIO10 Cerimônia realizada no Rio marcou

o início da gestão 2015/2016 do novo quadro diretor da câmara

RIO16 AmCham Rio completa 99 anos de

fundação e mostra como contribuiu para a melhora do ambiente de negócios no Brasil

TRIPÉ CARIOCA22 Como problemas em infraestrutura,

petróleo e segurança pública afetam o desenvolvimento do Rio

PORTAL ÚNICO28 Especialistas brasileiros analisam o

programa criado pelo governo para facilitar as negociações de comércio exterior

+ IMAGEM

Assista na íntegra ao vídeo oficial da Cerimônia de Posse da AmCham Rio.

Acompanhe o ensaio fotográfico completo com os melhores momentos da posse. http://bit.ly/PosseAmChamRio

+ CONTEÚDO

Acordo entre Brasil e EUA facilitará o comércio bilateral. http://bit.ly/AcordoBrasilEUA

Brasil é o primeiro no ranking de custo mais alto de energia para indústria. http://bit.ly/1C2S5kB

Nova ferramenta mede confiança do consumidor em 24 países. http://bit.ly/1GHgjYl

+ FOCO

Acesse e confira o ensaio fotográfico completo com as imagens da coluna Foco: http://bit.ly/BB291Foco.

+ BUSINESS&NEWS

Assine a nossa newsletter: http://bit.ly/NewsAmChamRio.

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CLÁUDIO MOTTA_EDITOR

PERFIL34 Fabio Caldas, diretor de Assuntos

Externos da Shell para a América Latina, faz um levantamento sobre o atual momento energético do País

FROM THE USA36 Peter Hakim, presidente emérito do

Inter-American Dialogue, aponta o que precisa ser melhorado nas relações bilaterais com os EUA

OVERVIEW38 Queda nas receitas de royalties do Brasil

é um dos assuntos abordados pelos gerentes da AmCham Rio

RECURSOS HUMANOS40 Reportagem mostra como um bom

engajamento organizacional aumenta a produtividade das empresas

CONEXÃO GLOBAL44 Vice-presidente da AmCham Haiti

conta como andam os preparativos para o BFA de 2015

AMCHAM NEWS45 Anteprojeto de lei que visa proteger

dados pessoais foi um dos assuntos discutidos na AmCham Rio

SUMÁRIO

CIA

DA

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bb.indd 1 31/10/2013 17:29:05

Simplificando as questões dos mercados competitivos.

Não importa em que fase do ciclo de negócio sua empresa está. Nossos profissionais no Brasil e ao redor do mundo assessoram governos, empresas privadas e investidores em todo o ciclo de vida dos projetos — da estratégia e financiamento à entrega e operacionalização. Conte com a KPMG para simplificar as questões relacionadas a Audit, Tax e Advisory.

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Page 6: A nova cara da AmCham Rio

8_Edição 291_abr/mai 2015

Assumir a presidência da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) com a missão de preparar as comemorações que marcarão o nosso primeiro centenário, em 2016, é motivo de orgulho pessoal, mas também

um grande desafio. O atual cenário econômico apresenta, sem dúvida, muitas dificul-dades, especialmente em razão do setor de óleo e gás – queda do preço do barril, alto custo de extração das reservas brasileiras e crise na Petrobras –, motor das economias fluminense e capixaba.

Nesses momentos, quando confrontada com grandes desafios, a liderança deve necessa-riamente agir pelo exemplo, de forma objetiva e eficaz, inspirando, engajando e mobilizando equipes para uma agenda positiva. Se o setor de óleo e gás enfrenta dificuldades, essa é a oportunidade para o desenvolvimento de novos nichos de mercado e a ampliação da com-petitividade regional e global, que também podem ser impulsionados com a reaproximação dos Estados Unidos. Bons investidores olham para um horizonte de dez, 15 anos.

O primeiro passo para dar robustez a essa agenda positiva é atrair e intensificar a participação de líderes empresariais de diferentes segmentos nos nossos projetos e ações estratégicos. Para tanto, vamos criar um ambiente exclusivo para esses executivos. Pro-moveremos encontros com porta-vozes de relevo das esferas pública e privada compar-tilhando cenários e dados confiáveis e prioritários. Dessa forma, as empresas poderão se preparar melhor para os atuais e futuros desafios. Nesses momentos-chave, o acesso rápido à informação de qualidade é absolutamente crucial para o tomador de decisões.

Nós queremos, ainda, potencializar a experiência internacional e a ampla e qualificada rede de relacionamento de nossos executivos para melhorar as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. Fortaleceremos as relações comerciais com os americanos tra-zendo para o Rio de Janeiro e o Espírito Santo o diálogo com importantes players, sejam eles nacionais ou internacionais, acerca de iniciativas que alavanquem novos negócios entre o setor privado de ambos os países. Também vamos concentrar nossos esforços na realização de missões empresariais estratégicas ao mercado americano, estimulando par-cerias e gerando novas oportunidades de negócios para nossas empresas associadas.

Temos ainda o objetivo de aprimorar cada vez mais nossos eventos, voltando-os para a educação executiva e o relacionamento de alto nível, apresentando pessoas e compar-tilhando experiências que sejam de fato relevantes tanto no aspecto pessoal quanto no profissional. O tempo é hoje um ativo muito precioso para profissionais e empresas, e, por isso, queremos que cada momento de nossos associados conosco valha a pena.

As pequenas e médias empresas têm atenção especial na nossa estratégia. Inicial-mente, a proposta prevê a formatação de um combo de produtos e serviços – envolven-do algumas grandes empresas associadas – a ser oferecido com preços diferenciados. Uma iniciativa que está diretamente ligada ao nosso DNA: contribuir para a melhoria do ambiente de negócios.

Ano que vem, a primeira câmara de comércio da América Latina chegará ao cente-nário renovada e reconhecida pelo networking altamente qualificado, pela defesa dos interesses dos associados nas esferas pública e privada e pelo estímulo às relações bi-laterais comerciais com os Estados Unidos. Sou um otimista por natureza. Vamos nos destacar mesmo em um momento de crise. Tudo que fazemos com envolvimento, dedi-cação e empenho tem grande chance de dar certo!

RAFAEL MOTTA, PRESIDENTE DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRO

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CARTA DO PRESIDENTE

Entre desafios e oportunidades

Page 7: A nova cara da AmCham Rio

10_Edição 291_abr/mai 2015 Edição 291 Brazilian Business_11

Nova diretoria da AmCham Rio toma posse em Copacabana

Infraestrutura, tecnologia e serviços são as atuais oportunidades para o Rio de Janeiro, destaca Rafael Motta

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A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) empossou Rafael Sampaio da Motta, CEO do Grupo Case Benefícios e Seguros, como presi-

dente para o biênio 2015/2016. O executivo assumiu o posto com a nova diretoria em sucessão a Roberto Ramos, consultor sênior da Odebrecht Óleo e Gás. A solenidade foi realizada no Windsor Atlântica Hotel, em Copacabana, e teve a presença da embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e do presidente da AmCham-Espírito Santo, Otacílio Coser.

Em uma conjuntura pautada pela queda no preço do petróleo, instabilidade na segurança pública e retração dos investimentos em infraestrutura, a nova gestão da câmara incentivará o desenvol-vimento de nichos diversificados de mercado, que possam prover sustentabilidade à atividade econômica fluminense e capixaba nos próximos anos. Para apoiar o desenvolvimento desse trabalho, a entidade tem um novo corpo diretor, que reúne Pedro Almeida, executivo sênior da IBM, João César Lima, sócio da PwC, e Fabio Lins de Castro, CEO da Prudential, como vice-presidentes.

“No momento em que as economias nacional e mundial de-saceleram, o mercado americano representa uma oportunidade para a agenda da exportação brasileira. O Brasil, o Rio e o Espíri-to Santo precisam intensificar a integração às cadeias produtivas globais. O caminho é o estímulo à presença de nossas empresas no mercado externo, além da atração de investidores estrangei-ros para atuar em diferentes segmentos de mercado doméstico”, afirmou Rafael Motta.

CAPA

Serviços, infraestrutura e logística, tecnologia e turismo estão entre os focos de atenção da câmara para os próximos anos. A rea-proximação com os Estados Unidos, mercado que mostra sinais de recuperação, soma-se a esse cenário como mais uma oportunidade de crescimento associativo. Segundo o governador Luiz Fernando Pezão, é fundamental garantir a cooperação e as trocas comerciais entre Brasil e Estados Unidos, especialmente em um momento em que o Estado sofre com a perda em royalties do petróleo: “É impor-tante ressaltar o valor estratégico e fundamental dessa parceria entre Brasil e Estados Unidos, particularmente em um momento de crise pelo qual passa o Estado do Rio de Janeiro, com uma economia que é tão dependente do petróleo. Não é fácil para o Rio perder R$ 10 bilhões de receita, mas estamos fazendo nosso dever de casa desde os primeiros momentos e acreditamos nessa relação bilateral para garantir novos investimentos”, resumiu Pezão.

Nova diretoria da AmCham Rio na primeira foto oficial; Rafael Motta recebe Luiz Fernando Pezão (ao centro) e a embaixadora Liliana Ayalde; Rafael Motta ao lado de Roberto Ramos, que o antecedeu na presidência; e Pedro Almeida, Sidney Levy, e Julian Chediak conversam na cerimônia de posse

A embaixadora dos Estados Uni-dos no Brasil, Liliana Ayalde, ressaltou a importância da reaproximação entre os dois países no que tange à melhoria das trocas comerciais e para a sustenta-bilidade do desenvolvimento econômico contínuo. De acordo com ela, o encontro dos presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, marcado para o dia 30 de junho, em Washington, abrirá caminhos para novas medidas visando intensificar nos-sa integração econômica e comercial.

“A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro tem sido uma grande e importante parceira da missão diplo-mática dos Estados Unidos no Brasil. Comércio e investimento representam os dois pilares mais importantes dessa parceria e reúnem um enorme impac-to positivo em todos os outros aspectos da nossa relação. O elo entre os nossos países é muito forte. O Brasil é a sétima maior economia do mundo e o oitavo parceiro comercial dos Estados Unidos, sendo indiscutivelmente um mercado fundamental para as empresas america-nas”, afirmou Liliana.

Como parte do compromisso em fortalecer o ambiente de negócios, a AmCham Rio planeja entregar soluções voltadas para pequenas e médias empresas e impulsionar a ampliação de oportunidades em educação executiva, além de promover no-vas missões empresariais. Às vésperas de comemorar o primeiro centenário, a entidade multissetorial reúne mais de 250 empresas associadas de diversas nacionalidades com negócios no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.

A Cerimônia de Posse da Nova Diretoria da AmCham Rio teve patrocínio máster de Domingues e Pinho Contadores e Gru-po Case Benefícios e Seguros; patrocínio de 15º Ofício de Notas; copatrocínio de Amil, Garcia & Keener Advogados e Chevron; e apoio de Chediak Advogados, MJV Tecnologia, Parnaíba Gás Natural, Prudential e PwC. >

“É IMPORTANTE RESSALTAR O VALOR ESTRATÉGICO E FUNDAMENTAL DESSA PARCERIA ENTRE BRASIL E ESTADOS

UNIDOS, PARTICULARMENTE EM UM MOMENTO DE CRISE PELO QUAL

PASSA O ESTADO DO RIO DE JANEIRO, COM UMA ECONOMIA QUE É TÃO DEPENDENTE DO PETRÓLEO”,

LUIZ FERNANDO PEZÃO

Page 8: A nova cara da AmCham Rio

12_Edição 291_abr/mai 2015 Edição 291 Brazilian Business_13

CAPA

“As associações estabelecem que não estamos sozinhos”

Rafael Sampaio da Motta, de 34 anos, vai liderar a AmCham Rio, que celebrará o centenário em 2016

Tradição é uma das marcas da Câmara de Comércio Ame-ricana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), que vai celebrar 100 anos, em 2016. Energia é uma das características do

CEO do Grupo Case Benefícios e Seguros, Rafael Sampaio da Motta. Ambas as qualidades deverão marcar a gestão do jovem lí-der empresarial na presidência da AmCham Rio.

Responsável pelas operações do Grupo Case Benefícios e Se-guros no Brasil e nos Estados Unidos, Motta, 34 anos, é graduado em administração de empresas e pós-graduado em marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Ele também atua como consultor e palestrante especialista em benefícios, gestão de saúde, seguros corporativos e resseguros, além de investidor em negócios de infraestrutura, logística, tecnologia e construção civil.

O novo presidente da AmCham Rio também é membro e co-education officer da Young Presidents’ Organization (YPO), membro do Lide Brasil, do Vistage International e vice-presidente do Conselho da Associação Brasileira das Administradoras de Benefícios (Abrab). “Eu tenho um carinho enorme por esta ins-tituição; me dediquei muito à câmara nestes últimos anos. Tenho aqui grandes amigos, que me ensinaram o significado da palavra confiança e pelos quais estou aqui hoje”, disse Motta.

Brazilian Business: O senhor vai suceder Roberto Ramos na presidência da AmCham Rio. Quais são os desafios de liderar a instituição no ano do centenário da câmara, em 2016?Rafael Sampaio da Motta: Roberto Ramos presidiu com vigor a diretoria da AmCham Rio no biênio 2013-2015, mantendo a exce-lência na gestão, que tem sido marcante na nossa câmara. Eu me esforçarei para mantê-la no mais alto nível. No atual ambiente de dificuldade econômica, o desafio para os próximos anos se torna ainda maior. No entanto, também teremos um momento único para celebrar. Ano que vem, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) chegará ao primeiro centenário. Por isso, planejamos realizar uma série de ações para comemorar os nossos

Cláudio Motta [email protected] Eduardo Nunes [email protected]

100 anos. Em 2016, vamos sediar o Business Future of the Americas, o BFA, o mais im-portante evento da Associação de Câmaras de Comércio Americanas da América Lati-na (Aaccla), que reunirá, no Rio de Janeiro, representantes das 24 câmaras da região.

BB: De que forma a AmCham Rio contribuirá para o fortalecimento das relações bilaterais entre Brasil e EUA?RSM: Hoje, vivemos um momento político e econômico bastante distinto dos últimos anos, com uma janela de oportunidade a partir da reaproximação entre os dois paí-ses. O mais recente e emblemático capítulo aconteceu durante a reunião da 7ª Cúpula das Américas, no Panamá, quando a presi-dente Dilma Rousseff se reuniu com o pre-sidente Barack Obama para acertar detalhes sobre a visita a Washington. No contexto das relações bilaterais, a AmCham Rio tem de-sempenhado papel importante e estratégico, seja de apoiadora das empresas, seja de ar-ticuladora com as autoridades brasileiras e americanas, reforçando o interesse do setor privado no diálogo comercial com os Esta-dos Unidos. Em um momento em que as economias nacional e mundial desaceleram, o mercado americano é um dos poucos em recuperação, portanto, uma oportunidade para a agenda da exportação brasileira. O Brasil precisa intensificar a integração às cadeias produtivas globais e estimular a pre-sença de nossas empresas no mercado ame-ricano pode contribuir positivamente para a elevação da arrecadação, para a melhoria do balanço de pagamentos e para o fortale-cimento da cadeia de produção do merca-do local. Atualmente, com o sétimo maior PIB do mundo, o Brasil é só o 22º maior exportador, respondendo por apenas 1,3% do total das vendas globais. Há um grande potencial para negócios a partir da interna-cionalização das empresas, especialmente para pequenas e médias, e a AmCham Rio tem tradição e reconhecimento no suporte às organizações que voltam a estratégia para o mercado americano. >

ASSUMIMOS O COMPROMISSO DE TRABALHAR PARA CONSTRUIR UMA ASSOCIAÇÃO CADA VEZ MAIS

DINÂMICA NA REALIZAÇÃO DE SUAS AÇÕES, MAIS FORTE EM TERMOS DE REPRESENTATIVIDADE, MAIS RELEVANTE E ESTRATÉGICA PARA OS ASSOCIADOS

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Page 9: A nova cara da AmCham Rio

14_Edição 291_abr/mai 2015 Edição 291 Brazilian Business_15

BB: Quais são os pontos prioritários da agenda da AmCham Rio para a questão bilateral?RSM: Nesse sentido, é preciso ter consciência de que questões bem mais complexas – como o acordo para evitar a bitributação e o fim da exigência de vistos –, demandarão mais tempo e negociação dos países até a derradeira conclusão. Por isso, defendemos e apoia-mos a construção de uma agenda mais pragmática neste primeiro momento, que contemple, por exemplo, um acordo para o Progra-ma Viajante Seguro, modelado com base no programa americano Global Entry. Esse seria o primeiro passo para a futura inclusão do Brasil no programa americano de isenção de vistos, o Visa Waiver Program. Para alcançar esses objetivos, o País precisa de um plano de ação bem definido, com a participação ativa do setor privado. Nós podemos participar e contribuir com essa discussão.

BB: E quanto ao Rio de Janeiro?RSM: No âmbito doméstico, também temos totais condições de apoiar os Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo para a aber-tura de oportunidades para empresas americanas. O atual ambien-te interno apresenta, sem dúvida, muitos desafios, principalmente, de ordem econômica. O setor de óleo e gás, motor das economias fluminense e capixaba, vive um momento de grandes dificuldades com a queda do preço do barril, o alto custo de extração das re-servas brasileiras e a crise que assola a Petrobras. Energia, infraes-trutura e segurança representaram pilares do crescimento do Rio nos últimos anos. No atual cenário, esse tripé nos desafia a buscar alternativas que possam garantir sustentabilidade às conquistas al-cançadas e a descobrir novos nichos para explorar, gerando rique-za e ampliando a carteira de forma consistente.

BB: Onde estão as oportunidades de negócio no Rio?RSM: É possível, por exemplo, desenvolver setores industriais e de serviços que possam trazer novas oportunidades de negócios. Além do setor de energia, há potencial para os segmentos de in-fraestrutura, transporte, logística, financeiro, indústria criativa e tecnologia. Esses representam hoje os setores de maior potencial na economia fluminense.

ALÉM DO SETOR DE ENERGIA, HÁ POTENCIAL PARA OS SEGMENTOS

DE INFRAESTRUTURA, TRANSPORTE, LOGÍSTICA, FINANCEIRO, INDÚSTRIA CRIATIVA E TECNOLOGIA

BB: Quais devem ser as principais marcas da sua gestão?RSM: Alguns objetivos já estão definidos: queremos aproximar ainda mais a câmara das lideranças das empresas. É muito im-portante que os presidentes das empresas tenham cada vez mais interlocução e pro-ximidade com a AmCham Rio. Também planejamos desenvolver e criar um mix de produtos e serviços com nossas associadas voltado especialmente para pequenas e mé-dias empresas. Esse segmento merece uma atenção especial dentro da nossa estratégia. Aprimoraremos nossos eventos, voltando--os para educação executiva e relaciona-mento de alto nível, trazendo pessoas e experiências que sejam de fato relevantes, pois nosso tempo é muito precioso e pre-cisamos fazer valer a pena cada momento de nossos associados conosco. Queremos, ainda, fomentar as missões empresariais, estimulando parcerias e gerando novas oportunidades de negócios nos Estados Unidos e no Brasil.

BB: Como o senhor pretende se envolver pessoalmente com a AmCham Rio?RSM: Sou uma pessoa de muita energia e um obcecado por fazer as coisas darem certo, especialmente em momentos di-fíceis. Por isso, gosto de estar cercado de pessoas que têm essa mesma vibração. As associações estabelecem que não estamos sozinhos. Estabelecem que, a partir delas, temos uma estrutura segura, uma base que nos torna mais fortes e capazes de compe-tir. Assim é a AmCham Rio. Assumimos o compromisso público de trabalhar e nos dedicar para construir uma associação cada vez mais dinâmica na realização de suas ações, mais forte em termos de repre-sentatividade, portanto, mais relevante e estratégica para os associados.

PEDRO ALMEIDA 1º vice-presidente

Pedro Almeida ingressou na AmCham Rio, em 2009, como diretor e membro do comitê executivo da en-tidade, cargo que ocupou até 2010. Ele é executivo sênior da IBM no Rio de Janeiro e vice-presidente da IBM Brasil. Almeida ingressou na IBM Brasil, em 1998, tendo ocupado posições como responsável pela parceria entre as empresas IBM e EBX; diretor do projeto Cidades Inteligentes, voltado à execução de soluções tecnológicas para o desenvolvimento da in-fraestrutura de grandes cidades; e diretor do setor in-dustrial para a América Latina. É graduado em enge-nharia eletrônica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com MBA em negócios pelo Ibmec.

JOÃO CÉSAR LIMA 2º vice-presidente

João César Lima ingressou na AmCham Rio, em 2004, como diretor e membro do comitê executivo. Em 2007, foi indicado para a presidência da entidade, cargo que assumiu também em 2008. Sócio da PwC, o executivo é responsável pelo escritório da organização no Rio de Janeiro e membro do comitê executivo da empresa, na qual atua como líder de Capital Humano para o Brasil e Américas, além de líder de Responsa-bilidade Corporativa para o mercado brasileiro. É gra-duado em contabilidade e administração de empresas, cônsul honorário da Áustria no Rio de Janeiro e mem-bro do Conselho de Desenvolvimento da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e do conselho da ONG Rio Como Vamos.

FABIO LINS DE CASTRO 3º vice-presidente

Fabio Lins de Castro ingressou na AmCham Rio, em janeiro de 2010, como 2º vice-presidente e, no ano se-guinte, assumiu o cargo de 1º vice-presidente, no qual permaneceu até 2014. O executivo é presidente e CEO da Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A. Iniciou carreira na empresa, em outubro de 2002, como dire-tor executivo de Operações, sendo promovido a vice--presidente executivo, em agosto de 2009, e a presi-dente e CEO, em julho de 2010. Antes de ingressar na companhia, ocupou vários cargos em nível executivo em empresas de seguro e finanças, entre elas, Banco Pactual e Icatu Hartford Seguros. Fabio é diretor es-tatutário da Federação Nacional de Previdência Pri-vada e Vida (Fenaprevi) e membro do Conselho de Desenvolvimento da Central de Serviços e de Prote-ção ao Seguro da CNseg. Graduado em tecnologia da informação, possui MBA em finanças pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

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COMITÊ EXECUTIVO PARA 2015 Presidente_Rafael Sampaio da Motta_Grupo Case Benefícios e Seguros

1º Vice-presidente_Pedro Paulo Pereira de Almeida_IBM Brasil

2º Vice-presidente_João César Lima_PwC

3º Vice-presidente_Fabio Lins de Castro_Prudential do Brasil

Diretor Financeiro_Manuel Domingues e Pinho_DPC

Conselheiro Jurídico_Luiz Claudio Salles Cristofaro_Chediak Advogados

Diretor-secretário_Steven Bipes_Albright Stonebridge Group

DIRETORES PARA 2014 E 2015

Álvaro Cysneiros _Totvs

Antonio Cláudio Buchaul_Citibank

Carlos Alexandre Guimarães_ SulAmérica Companhia Nacional de Seguros

José Firmo_ Seadrill Serviços de Petróleo Ltda.

Leandro Andrade Azevedo_Construtora Norberto Odebrecht S.A.

Luiz Claudio Salles Cristofaro_Chediak Advogados

Manuel Domingues e Pinho_ DPC

Marco Antônio Gonçalves_Bradesco Seguros S.A.

Rafael Benke

Roberto Braga Mendes_Thermo Fisher Scientific

Robson Pinheiro Campos_Wärtsilä Brasil Ltda.

DIRETORES PARA 2015 E 2016

Alexandre de Botton_Korn Ferry

Antonio Carlos Worms Till_Vita Check-up Center

Carlos Affonso S. d’Albuquerque_Valid

Fabio Lins de Castro_Prudencial do Brasil

Fábio Maia_Amil

Hélio Blak_Integridade Consultoria

Italo Mazzoni_Ibeu

Luiz Carlos Costamilan_Firjan

Manuel Fernandes R. de Souza_KPMG

Maurício J. Vianna e Silva_MJV Technology & Innovation

Noel De Simone Júnior_Casa da Criação

Osmond Coelho Junior_Petrobras

Pedro Paulo Pereira de Almeida_IBM Brasil

Rafael Jaen Williamson_Chevron

Rafael Sampaio da Motta_Grupo Case Benefícios e Seguros

Rafael Sauer Eisenberg_Amsterdam Sauer

Raíssa Lumack_Coca-Cola Brasil

Steven Bipes_Albright Stonebridge Group

Page 10: A nova cara da AmCham Rio

16_Edição 291_abr/mai 2015 Edição 291 Brazilian Business_17

Entre Brasil e Estados Unidos, 99 anos de histórias

A um ano do centenário, Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro mantém foco na melhoria do ambiente de negócios

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Inflação alta, desemprego, crise econô-mica e política. A semelhança com os dias de hoje é mera coincidência. O

cenário em questão tem cem anos, tempos bem mais turbulentos. Em 1915, o presiden-te era Wenceslau Braz, que governou o Bra-sil entre os dias 15 de novembro de 1914 e 1918. Ele enfrentou a Guerra do Contestado (1912-1916, na divisa entre Santa Catarina e Paraná) e a Primeira Guerra Mundial (de 28 de julho de 1914 a 11 de novembro de 1918). E, diante da brutal redução das exportações, 3 milhões de sacas de café estocadas foram queimadas, evitando a queda dos preços. O panorama internacional requeria a conquis-ta de mercados internacionais importantes, no qual os Estados Unidos tinham desta-que. Esse foi o pano de fundo da criação da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio).

As diretrizes da AmCham Rio foram delineadas em uma reu-nião de representantes comerciais americanos no dia 17 de maio de 1915. Pouco tempo depois, a Federation of American Cham-bers of Commerce at Washington – hoje conhecida como U.S. Chamber of Commerce – já apoiava oficialmente a criação da filial carioca. Em 22 de setembro de 1915, uma carta assinada por D. A. Skinner, secretário-assistente da U.S. Chamber of Commerce, foi endereçada ao cônsul americano Alfred Gottschalk: “Tenha certe-za de que a nossa instituição está pronta para cooperar de todos os modos com essa câmara de comércio americana no Brasil”.

O suporte foi importante para que, exatamente no dia 16 de abril de 1916, a AmCham Rio fosse oficialmente fundada – a pri-meira câmara de comércio americana da América Latina –, com 15 empresas associadas, entre as quais a General Electric do Brasil (GE) e a Texaco Brasil S.A. (atual Chevron Brasil Petróleo Ltda.). Hoje, aberta também para companhias nacionais, são cerca de 250 empresas no Rio e no Espírito Santo, que correspondem a 70% do PIB desses Estados. Roberto Ramos, presidente da câmara entre 2013 e 2015, ressalta que melhorar o ambiente de negócios e faci-litar as relações bilaterais com os EUA sempre esteve no DNA da instituição. “Desde a fundação, a câmara atua com destaque pelo fortalecimento do ambiente de negócios, fomentando as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Promovemos diversos encontros de aproximação de lideranças empresariais e políticas de ambos os países. O networking de alto nível, aliás, é uma das marcas da AmCham Rio”, afirma Ramos.

A presidência da AmCham Rio, porém, era ocupada exclusi-vamente por norte-americanos até a década de 1970. Em 1975, o britânico Eoghan Murray McMillan foi o primeiro não america-no a liderar a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio). E o pioneiro brasileiro a ocupar o cargo foi Ronal-do Veirano. De acordo com ele, a AmCham Rio foi fundamental para a criação do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, pelo presidente Ernesto Geisel, em 26 de janeiro de 1976. A dele-gação do País era formada por mais de 180 presidentes brasileiros de grandes companhias, e a do lado americano, por 300.>

Primeira foto oficial do quadro de diretores da AmCham Rio, em 1916

Bernardo Guimarã[email protected]

A Edição pioneira da Brazilian Business

estampou na capa a Estátua da Amizade,

presente dado pela câmara ao centenário de independência do Brasil

Page 11: A nova cara da AmCham Rio

18_Edição 291_abr/mai 2015

Favorecer o diálogo entre líderes empresariais e governos, tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos, é uma das vocações da AmCham Rio. Nomes de peso já passaram pela câmara, como Richard Nixon, João Goulart e Fernando Henrique Car-doso. Nos anos 1990, a AmCham Rio se mobilizou para colocar o Rio no roteiro da visita oficial do presidente americano Bill Clinton ao Brasil. Durante a passagem dele, Clinton enviou à câmara a secretária de Estado americana Madeleine Albright, que falou aos associados sobre as relações bilaterais entre os dois países. E, em 2013, durante a visita do vice-presidente dos Esta-dos Unidos, Joe Biden, ao Brasil, a AmCham Rio foi convidada a apresentá-lo a empresários brasileiros.

Para facilitar o trânsito entre ambos os países, a AmCham Rio defende a entrada do Brasil no Visa Waiver Program – pro-grama americano de isenção de vistos. Em 2013, por exemplo, mais de 2 milhões de turistas do Brasil pisaram em solo ame-ricano, um aumento de 15% em relação a 2012 e de 534% em comparação com 2003. Os números poderiam ser ainda maio-res se houvesse menos exigências burocráticas.

Influenciar a decisão de governos é outra característica his-tórica da câmara. Durante a retomada da democracia brasileira, a AmCham Rio deu suporte a empresários e especialistas em Brasília para qualificar as discussões com ministros sobre a ela-boração da Constituição de 88. Mais recentemente, em 2014, a neutralidade da rede também foi defendida pela câmara, que criou e entregou ao governo uma carta conjunta alertando so-bre os pontos críticos do Marco Civil da Internet, que exigia o armazenamento no Brasil de dados das empresas que operam no País e dos cidadãos brasileiros. Essa exigência ficou fora do texto final, conforme era o pleito da AmCham Rio.

Ser porta-voz do setor privado, portanto, faz parte das atividades da AmCham Rio. A troca de experiências e infor-mações durante os eventos promovidos pela câmara é funda-mental para essa tomada de opinião. Em 1994, por exemplo, CEOs de grandes companhias tinham um fórum especial para se reunir e ouvir de analistas econômicos, políticos e jor-nalistas as tendências do governo e as perspectivas do merca-do para o futuro.

Hoje, essa inteligência vem dos próprios comitês e sub-comitês setoriais da câmara, sendo 11 no total, nos quais debates entre os setores público e privado geram posiciona-mentos importantes a serem defendidos pela AmCham Rio. De acordo com Luiz Mattoso, ex-chefe do Departamento de Informações Comerciais da AmCham Rio entre 1975 e 1989, “toda cidade de razoável porte nos Estados Unidos tem uma câmara de comércio, e todos se associam. É fantástico ver essa representação do espírito associativo norte-americano na AmCham Rio”, diz ele. >

“TODA CIDADE DE RAZOÁVEL PORTE NOS ESTADOS UNIDOS

TEM UMA CÂMARA DE COMÉRCIO, E TODOS SE ASSOCIAM.

É FANTÁSTICO VER ESSA REPRESENTAÇÃO DO ESPÍRITO

ASSOCIATIVO NORTE-AMERICANO NA AMCHAM RIO”,

LUIZ MATTOSO, EX-CHEFE DO DEPARTAMENTO

DE INFORMAÇÕES COMERCIAIS DA AMCHAM RIO

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Avenida Rio Branco, no centro do Rio, em 1916: endereço da primeira sede da AmCham Rio

Page 12: A nova cara da AmCham Rio

20_Edição 291_abr/mai 2015

Inserida em uma rede global, na qual as conexões com a U.S. Chamber of Commerce – a maior associação empresa-rial do mundo – e com a Associação de Câmaras de Comércio Americanas da América Latina (Aaccla, na sigla em inglês) são fundamentais, a AmCham Rio também valoriza as liga-ções regionais. Em 1998, foi criada a AmCham Espírito San-to, primeira filial da AmCham Rio fora do Estado, ainda hoje operando na capital capixaba.

Seja atuando de forma global ou regional, mesmo sendo uma associação multissetorial, a AmCham Rio mantém o foco nos interesses do setor privado. Um dos maiores exemplos dis-so é o Brazil Energy & Power, evento da câmara em parceria com a Brazil-Texas Chamber of Commerce (Bratecc) e o Brazil--U.S. Business Council (BUSBC). Realizada pela primeira vez, em 1994, no Texas (EUA), e chegando à 12ª edição em 2015, a conferência teve – e ainda tem – um papel importante na apro-ximação entre as maiores companhias de energia do mundo e na discussão de temas prioritários das empresas com as esferas públicas e privadas.

Mais do que promover bons negócios, a AmCham Rio é pro-tagonista quando o assunto é responsabilidade social e sustentabi-lidade nas empresas. Em 2005, ano em que o Brasil comemorava o segundo ano consecutivo na redução das emissões de gás car-bônico, a câmara realizou, no Rio, a primeira edição do Prêmio Brasil Ambiental (PBA). O reconhecimento das melhores práticas sustentáveis de empresas fez sucesso e, em 2014, o PBA chegou à décima edição com mais de 50 projetos premiados. E, em 2016, a AmCham Rio celebrará seu centenário sendo anfitriã do Business Future of the Americas (BFA), que vai reunir representantes das 24 câmaras de comércio americanas da América Latina e do Caribe em debates importantes para o desenvolvimento da região.

Acostumada a fazer história, a AmCham Rio também valo-riza a comunicação. A revista que está em suas mãos, Brazilian Business, foi criada em 1921. Ela sucede a publicação trimestral The Quarterly. Já na primeira edição, a revista conseguiu um furo, publi-cando com exclusividade a foto da visita do presidente Franklin Roose-velt ao Brasil. Ao longo das décadas, o acervo de revistas serviu como uma fonte de estudo para trabalhos uni-versitários e históricos.

“O NETWORKING DE ALTO NÍVEL, ALIÁS, É UMA DAS

MARCAS DA AMCHAM RIO”, ROBERTO RAMOS, PRESIDENTE DA AMCHAM

RIO ENTRE 2013 E 2015

CURIOSIDADES

• A câmara passou por dois endereços na Avenida Rio Branco até se estabelecer de vez na Praça Pio X, em 1980, a atual localização.

• Gabriella Icaza foi a primeira (e única) mulher a presidir a AmCham Rio. “Eu era pioneira por onde passava”, revela a executiva.

• A Escola Americana do Rio foi criada e fundada pela AmCham Rio, em 1937.

• A primeira Câmara de Mediação e Arbitragem do Rio de Janeiro (Camarj) foi inaugurada pela AmCham Rio, em 2002

• Os associados fundadores da Câmara eram: American Bank Note Co.; Bethlehem Steel; Burroughs Adding Machine Co. (sucedida pela Unisys Brasil Ltda.); Citibank N.A.; Cutler-Hammer do Brasil Ltda.; Esso Brasileira de Petróleo Ltda.; Elevadores Otis; General Electric do Brasil; Middletown Car Co.; Midvale Steel; R.G. Dun & Co; Singer Sewing Machine Co.; Texaco Brasil S.A. (atual Chevron Brasil Petróleo Ltda.).

Tereza Marques, mais conhecida como Terezinha, acompa-nhou de perto a evolução da Brazilian Business e da AmCham Rio. Contratada, em 1977, para ser secretária da editora da revista, Terezinha fazia de tudo, desde tradução de artigos até controle das assinaturas. A dedicação foi reconhecida e, anos mais tarde, ela se tornou responsável por cuidar dos sócios da câmara. “Desde que cheguei pela primeira vez, sabia que era aqui que queria trabalhar. Este lugar cheira a Estados Unidos, lugar pelo qual sou apaixonada”, lembra Terezinha. Perguntada sobre a primeira coisa que pensa ao se lembrar dos momentos passados na AmCham Rio, ela não hesita: “Um amor que não sei explicar. Além da vida”.

Getúlio Vargas recebe Franklin Roosevelt: AmCham Rio tem histórica atuação para facilitar as relações bilaterais

PRACTICE AREAS

Administrative Law

Corporate Law

Financial and Capital Markets

Competition Law

Energy Law

Tax Law

Judicial and Administrative Litigation

Arbitration

Contracts

Real-Estate Law

Labor Law

Pension Law

Environmental Law

Election Law

Intellectual Property

International Law

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura

Direito Societário

Mercado Financeiro e de Capitais

Direito da Concorrência

Direito da Energia

Direito Tributário

Contencioso Judicial e Administrativo

Arbitragem

Contratos

Direito Imobiliário

Direito do Trabalho

Direito Previdenciário

Direito Ambiental

Direito Eleitoral

Propriedade Intelectual

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Page 13: A nova cara da AmCham Rio

22_Edição 291_abr/mai 2015 Edição 291 Brazilian Business_23

ESPECIAL

Parece que o Rio de Janeiro se acostu-mou aos bilhões. Basta avaliar, por exemplo, investimentos anunciados

para a Olimpíada (cuja organização está estimada em R$ 37,7 bilhões), exploração do pré-sal (cerca de US$ 80 bilhões apenas no campo de Libra) ou para aquisição de equipamentos de segurança (o orçamento de 2015 da Secretaria Estadual de Seguran-ça está na casa dos R$ 10 bilhões). Juntos, esses grandes investimentos realizados em infraestrutura, petróleo e segurança públi-ca funcionam como indutores de negócios. Porém, esse tripé começa a apresentar si-nais de desgaste.

Dados do Ministério do Trabalho são preocupantes. Entre de-zembro de 2014 e janeiro de 2015, o Brasil perdeu 81.774 empre-gos com carteira assinada. Praticamente metade dessas demissões (40.658) ocorreu no Rio de Janeiro. Grande parte desse impacto está associada à crise internacional do setor de óleo e gás e aos problemas domésticos enfrentados pela Petrobras.

As maiores obras de infraestrutura, que geram muitos postos de trabalho, têm a execução atrelada aos grandes eventos. Com o fim da Olimpíada, ainda não foi anunciada uma agenda pós-2016. E, por fim, a grande estrela da política pública de segurança, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), enfrenta questionamentos severos.

Mesmo antes dos jogos de 2016 começarem, já há lamentações oficiais quanto às oportunidades perdidas. No dia 23 de março – quando faltavam 500 dias para a Olimpíada –, o prefeito Eduardo Paes afirmou que a Baía de Guanabara não será despoluída, uma atribuição do Governo do Estado: “É uma pena, uma oportunidade perdida. Embora as competições ocorram próximas à boca da baía, onde o controle é mais fácil, o serviço não será completo”, disse Paes.

O enigma carioca para além de 2016

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ÃESFim da temporada de grandes

eventos, crise no petróleo e problemas nas UPPs afetam ambiente de negócios, alertam especialistas

Cláudio [email protected]

Apesar das críticas, o prefeito ainda defende com unhas e dentes o legado que a competição deixará para a cidade. De acordo com ele, o benefício local será maior do que as melhorias em Barcelona, consideradas um caso de sucesso de realização. De acordo com Paes, R$ 24 bilhões estão sendo investidos em obras que vão melhorar a qualidade de vida do carioca, como a implementação dos corredo-res expressos de ônibus e a revitalização da região portuária. “No entanto, é preciso pensar em uma agenda pós-Jogos Olímpicos, com outros desafios pela frente. E esse planejamento deve incluir, neces-sariamente, a participação do setor privado. Cabe ao poder públi-co continuar criando incentivos – seja por meio de concessões, da atração de novos negócios ou da retirada de entraves – para que a presença de empresas nacionais e estrangeiras na economia carioca seja cada vez maior”, afirmou Paes à revista Brazilian Business.

O presidente da Rio Negócios, Marcelo Haddad, afirma que nenhuma cidade passará por tantas transformações após a Olim-píada como o Rio de Janeiro. Ele cita investimentos em segurança, mobilidade e infraestrutura como os principais legados. Um dos setores beneficiados, de acordo com Haddad, será o da Indústria Criativa e de Telecomunicações. “A cidade vem preparando a in-fraestrutura lógica para atender as gigantescas demandas de co-nectividade dos Jogos Olímpicos de 2016, como a instalação de um backbone de mais de 10 mil quilômetros de fibra óptica de alta velocidade. Iniciativas como essas têm um grande efeito para o desenvolvimento e a atratividade de negócios em tecnologia.”

A estratégia da agência de negócios é aproveitar ao máximo a janela de oportunidade proporcionada por grandes eventos e pro-mover a cidade. “Agora, com o aniversário de 450 anos da cidade e os Jogos Olímpicos de 2016, vamos realizar o maior programa de negócios do País, a Casa Rio – Embaixada Brasileira de Negócios – um abrangente e extenso programa de ações para aproveitar a presença de investidores na cidade. A maior parte da programa-ção acontecerá na Casa Rio, um espaço de mil metros quadrados na zona portuária”, diz Haddad. “Um dos destaques da programa-ção será o encontro anual da associação de cidades de energia, o World Energy Cities Partnership (WECP). São 22 cidades que têm o petróleo como uma das bases da economia. Os prefeitos e as de-legações estarão reunidos na cidade com a Offshore Technology Conferences (OTC), transformando o Rio na capital mundial do petróleo, em outubro.”

No setor energético, a queda do valor do petróleo de US$ 115 para US$ 45 e a crise da Petrobras estão provocando revisões de contratos, diminuição de investimentos e corte de pessoal. Isso afeta toda a cadeia produtiva do setor, gerando desemprego em cascata e diminuição da arrecadação com royalties. As prefeitu-ras fluminenses perderam, juntas, R$ 289 milhões em repasses na comparação entre o primeiro trimestre de 2015 e o mesmo perío-do de 2014. Apenas Itaguaí, entre as 88 cidades que recebem essa verba, não teve prejuízo.

Como se já não bastassem os problemas econômicos, a segu-rança pública volta a ser uma preocupação para os cariocas. Con-cebido em dezembro de 2008, o projeto das UPPs foi criado com a promessa de diminuir a violência e recuperar o controle territorial da cidade. Bairros inteiros do Rio ficavam sob o domínio de ban-didos, como traficantes de drogas ou milicianos, que usam arma-mentos pesados, como fuzis.

A ação policial permanente deu esperança às pessoas que eram obrigadas a conviver com a quase total ausência do Esta-do. Entretanto, a estratégia começa a ser duramente criticada por especialistas. Áreas que já tinham sido consideradas pacificadas como, por exemplo, o Morro do São João, no Engenho Novo, o Morro dos Macacos, em Vila Isabel, a Rocinha, o Complexo do Alemão, voltaram à rotina de tiroteios e medo. “Não haverá re-trocesso na política de pacificação”, garante o secretário de Segu-rança, José Mariano Beltrame.

A insegurança é a maior desvantagem do Rio de Janeiro, de acordo com a 8ª Sondagem Empresarial “A força do Rio de Janeiro”, referente a 2014, com 57% das respostas. Em seguida, aparecem os custos maiores no Estado (49%). Era possível votar em mais de uma resposta, por isso o total ultrapassa os 100%. A pesquisa, feita pela PwC com 50 empresas fluminenses, também mostra que as principais ações que o governo deveria priorizar na economia são os investimentos em segurança (78% das res-postas) e infraestrutura (55%). Também era uma questão de múl-tiplas respostas.

Para Alexandre Rangel, sócio de consultoria e especialista em megaeventos da Ernst & Young (EY), é necessário fazer um novo planejamento estratégico para a cidade visando o ciclo pós-2016. “Copa e Olimpíada não foram feitas ao acaso, foram fruto de pla-nejamento. A lição é não deixar isso ao acaso no futuro. Exis-te outro ciclo de grandes eventos, como a exposição universal e feiras. É importante a cidade ter isso em seu plano estratégico”, afirma Rangel. “Se descartarmos a parte ambiental – não apenas a questão da Baía de Guanabara, como também a situação dos rios e do sistema lagunar – e pensarmos na parte da mobilidade urbana e de recu-peração de áreas degradadas, como porto, Engenhão, o legado é bom.” >

A INSEGURANÇA É A MAIOR DESVANTAGEM DO RIO DE JANEIRO, DE ACORDO COM PESQUISA FEITA PELA PWC

A Copa do Mundo de 2014 aumentou a visibilidade do Rio. A Olimpíada, em

2016, encerra grandes eventos

Grandes eventos melhoram a

infraestrutura do Rio

Page 14: A nova cara da AmCham Rio

24_Edição 291_abr/mai 2015 Edição 291 Brazilian Business_25

Manuel Fernandes_ sócio-líder da área de Óleo e Gás da KPMG no Brasil e presidente do Comitê de Energia da AmCham Rio

José Mariano Beltrame_secretário de Segurança do Estado do Rio de JaneiroO setor de óleo e gás brasileiro atraiu

altíssimo interesse no mercado do-méstico e internacional com a rea-

lização do leilão de novas áreas e do campo de Libra, em 2013. Foi criado um cenário promissor de bons negócios, mudando as expectativas dos patamares de exploração e produção no País, abrindo amplas oportuni-dades para as empresas do segmento, mes-mo sem um calendário mais previsível para realização de novos leilões – que permitiria um melhor planejamento financeiro.

O cenário atual no Brasil e no resto do mundo passa por uma nova realidade. O ní-vel de incertezas sobre os preços esperados para o barril de petróleo, em queda livre de praticamente 50% desde meados de 2014, é muito grande. As previsões entre analistas variam de US$ 20, o barril, até US$ 200. A estimativa mais otimista é da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), por conta de possíveis cortes de produção e falta de investimentos em exploração e pro-dução. Um indicador da queda de ativida-de global, segundo sites especializados, é a retirada de operação de, aproximadamente, 43% das plataformas de perfuração desde o pico em 2014, o que poderia indicar um potencial aumento dos preços.

Por outro lado, a capacidade de armaze-namento de petróleo está em níveis baixos, o que pode causar queda dos preços pela necessidade de escoar os estoques. Adi-cionalmente, não se pode precisar como o contínuo aumento da oferta ocasionado pelo crescimento da produção de petróleo nos Estados Unidos afetará o mercado. Em fevereiro, eram 9,3 milhões de barris/dia.

A oportunidade de falar sobre a política de segurança é sem-pre válida, pois, mesmo após mais de oito anos de gestão, um livro publicado e inúmeras entrevistas, poucos sabem

do processo de estruturação da Secretaria de Estado de Segurança nesse período. Antes, sempre é importante ressaltar ao público es-trangeiro as peculiaridades estruturais da segurança pública no País.

Aqui temos duas polícias. A Polícia Civil, que cumpre o papel de polícia judiciária, investigando os crimes, e a Polícia Militar, res-ponsável pelo patrulhamento ostensivo. Ambas estão subordinadas à Secretaria de Estado de Segurança, uma estrutura do Governo do Estado. Enquanto, por exemplo, nas cidades americanas, a polícia é única e subordinada ao prefeito.

Nosso primeiro desafio foi motivar as duas polícias ao trabalho integrado. A Subsecretaria de Integração e Planejamento Operacio-nal foi criada com esse objetivo. Essa estrutura gerencia o Sistema Integrado de Metas e Acompanhamento de Resultados, que premia os policiais, independentemente de patente ou cargo, pela redução dos crimes de letalidade violenta. Até o momento, o Estado já pagou R$ 339 milhões em premiações.

Além disso, para aproximar fisicamente batalhões da Polícia Mi-litar e as delegacias de Polícia Civil, desde 2009, foram criadas as Re-giões Integradas de Segurança Pública (Risps), que colocam em um mesmo prédio o policial civil do Departamento de Polícia de Área e o policial militar do Comando de Policiamento de Área, para tra-balhar no controle dos índices de criminalidade. Temos sete Risps, duas delas em prédios próprios.

No quesito equipamentos, programas de humor e filmes re-tratavam de forma jocosa, porém fiel, o caos que encontramos na segurança em 2007. Ausência de coletes balísticos, armamento ina-propriado, batalhões onde funcionavam oficinas e até viaturas cujas portas fechavam com arame. Investimento em tecnologia era um sonho distante, algo do cinema americano. Para equipar apropria-damente os agentes, o orçamento saltou de R$ 1,9 bilhão, em 2007, para R$ 4 bilhões, em 2012, e o orçamento previsto para 2015 é de R$ 10 bilhões. A manutenção das viaturas foi terceirizada.

Construímos o Centro Integrado de Comando e Controle, que monitora mais de mil câmeras no Estado, inclusive 950 câmeras em-barcadas em viaturas policiais equipadas também com computado-res de bordo com acesso à internet.

Por causa dos grandes eventos, obtivemos do Governo Federal como legado uma Plataforma de Observação Elevada (POE), dois veículos especiais chamados Centros Integrados de Comando e Controle Móvel e um aparelho de imageamento aéreo. A intensa agenda de grandes eventos provocou intercâmbios e cursos com po-lícias dos Estados Unidos, da Espanha, da França e da Alemanha.

Outro ponto importante foi a formação policial. Com o projeto de pacificação, uma polícia de proximidade se faz necessária. Para tanto, a oxigenação das academias das polícias foi fundamental. Ins-tituímos o Programa Novo Tempo Para a Segurança, que produziu uma nova apostila para os alunos do Centro de Formação e Aperfei-çoamento de Praças, entre inúmeras ações, e, com o Banco de Talen-tos, renovamos o quadro de professores.

Há, ainda, incertezas do lado da demanda. Países como China, Rússia e Brasil mostram redução do ritmo da atividade econômica. Passando a comprar menos, pressionam ainda mais os preços.

Esse cenário, aliado às incertezas quanto à capacidade financeira de execução dos projetos pela Petrobras, afeta de forma relevante a indús-tria petrolífera no Brasil. A estatal, responsável por cerca de 90% da produção nacional, concen-tra grande parte da demanda de bens e serviços, e as dificuldades atuais pelas quais passa afetam toda a cadeia, incluindo as operadoras parceiras, que dependem da sua execução.

É preciso rever o modelo atual de operador único no pré-sal. Ele obriga a Petrobras a parti-cipar com, no mínimo, 30% dos investimentos. Mais flexibilidade permitirá que a companhia possa se concentrar nos projetos de grande de-safio, como as áreas da cessão onerosa e o campo de Libra, por exemplo.

A retração no mercado impacta a cadeia de fornecedores, formada por cerca de 20 mil em-presas que atuam direta e indiretamente na área. O mote do setor é buscar sinergias para minimi-zar o impacto no fluxo de caixa.

O risco iminente de potencial perda do ní-vel de investimento pelo Brasil é outro fator que pode afetar as previsões futuras, já que aumenta-rá a dificuldade de captações financeiras, provo-cando a fuga de investidores em busca de portos mais estáveis e retornos mais previsíveis. O natu-ral aumento dos custos dos recursos financeiros motivará ainda mais a desmobilização e venda de ativos como fonte alternativa de captar recursos.

Apesar de o cenário pouco otimista, o Bra-sil apresenta aspectos que ainda o mantêm na mira dos investidores da área de óleo e gás, uma das principais indústrias brasileiras: bom nível de reservas, regras transparentes e respei-to aos contratos. É hora de rever as estratégias, resgatar a confiança de todos os agentes do setor de petróleo e gás e atrair novos investi-mentos, mantendo o País como um destino estratégico no cenário mundial.

Chego agora ao lado mais vi-sível da minha pasta. As Unidades de Polícia Pacificadora são debati-das intensamente pela sociedade. Se, na primeira hora, a população especulava qual seria a próxima comunidade pacificada, o atual momento é classificado pela mídia como sendo de realinhamento da política de pacificação.

A sociedade discute como devem colaborar os demais entes federativos, outras secretarias de Estado e a iniciativa privada para pagar o débito social com uma população que, ao contrário das outras metrópoles brasileiras e mundiais, não está em uma periferia distante, mas é vizinha das classes mais altas, habitando os morros cariocas.

Assim como disse, reafirmo: não haverá retrocesso na política de pacificação. Vejo com satisfação a sociedade constatar nos jornais, por meio tanto de editoriais como cartas de leitores, que segurança pública não é apenas uma questão de polícia, mas uma responsabili-dade de todos. Da segurança primária de uma prefeitura, que tanto pode podar uma árvore para iluminar mais um caminho como zelar pelo funcionamento efetivo dos Conselhos Tutelares, passando até por um esforço enfático do Governo Federal no controle de frontei-ras para coibir a chegada de armas e drogas.

Vivemos um momento importante, no qual a pacificação deixou de ser política de governo para ser programa de Estado institucio-nalizado com todas as pastas provocadas a colaborar e responder por suas contribuições na Comissão Executiva de Monitoramento e Avaliação da Política de Pacificação. A convicção de que já possibili-tamos uma vida melhor nas comunidades antes conflagradas é com-provada com a redução de homicídios dolosos em 65,5% e de 80% nas mortes em decorrência de ações policiais nas áreas pacificadas, na comparação realizada nos seis primeiros meses de 2014 em rela-ção ao primeiro semestre de 2008, ano de implantação da primeira UPP, em levantamento feito pelo Instituto de Segurança Pública.

Temos problemas? Sim, mas estamos distantes dos patamares encontrados por nossa equipe quando chegamos à Secretaria de Es-tado de Segurança. Lidamos com uma pasta cujas decisões afetam o bem maior e único do ser humano: a vida.

É cansativo, pois não podemos errar, mas compensa ver os olha-res de agradecimento dos moradores nas comunidades antes sob o jugo do tráfico. Emociona ver a imagem internacional do Rio mu-dando aos olhos dos turistas estrangeiros. Fortalece saber da recupe-ração de áreas antes degradadas após a chegada de novas empresas geradoras de empregos. Temos o desafio de uma Olimpíada pela frente, e nada pode ser mais estimulante do que pensar na Copa do Mundo de 2014, antes vista por alguns como um fracasso certo e, posteriormente, considerada “a Copa das Copas”, sendo que a segu-rança pública foi aprovada por 73% dos visitantes estrangeiros do Rio de Janeiro. Que venham eventos, empresas e empregos. O Rio de Janeiro está pronto.

A atratividade da indústria de petróleo e gás no Brasil

Desafios da segurança

É PRECISO REVER O MODELO ATUAL DE OPERADOR ÚNICO NO PRÉ-SAL. ELE OBRIGA A PETROBRAS A PARTICIPAR COM, NO MÍNIMO,

30% DOS INVESTIMENTOS

ESPECIAL

Page 15: A nova cara da AmCham Rio

26_Edição 291_abr/mai 2015

O clima de apreensão antes da Copa do Mundo de 2014, quan-do se duvidava da capacidade do

País de sediar um evento daquele porte, dissipou-se quando os turistas estrangei-ros voltaram para casa com uma impres-são positiva do evento, encantados com a famosa simpatia do nosso povo. E nós, brasileiros, ficamos com a sensação de que, no fim das contas, tudo deu certo.

Essa cultura do improviso está refletida em nossas cidades. A falta de planejamento tem resultados graves, como as atuais cri-ses hídrica e energética. Esse problema não está ligado a uma gestão governamental em particular. A fragilidade dos investimentos em transportes de alto rendimento no Rio se arrasta há, pelo menos, 50 anos e extra-pola os limites do município.

Os holofotes agora se voltam para a ci-dade do Rio de Janeiro, que sediará os Jogos Olímpicos. Nos preparativos para esse even-to, o padrão se repete. O cenário ideal seria a integração da capital com a região metropo-litana, que só agora começa a ganhar forma, com a aprovação do Estatuto da Metrópole.

Enquanto são feitos grandes investi-mentos em BRTs (transporte rápido por ônibus), projetos de expansão de linhas de metrô correm o risco de nem se concreti-zare, como a Linha 3, que atenderia Nite-rói, São Gonçalo e Itaboraí. Mesmo com os benefícios trazidos para a população pelos BRTs, como mais agilidade nos trajetos, observa-se que a implantação desse modal não está inserida em um projeto maior, for-mulado após debate com a sociedade.

O planejamento, essencial na arquite-tura e no urbanismo, é vital, ainda, para a redução de custos. A licitação de obras por projeto básico, em detrimento do projeto executivo, não possibilita uma vi-são real do que será, de fato, necessário na execução da obra, gerando aumento de gastos com situações não previstas. A cerca de um ano dos jogos, a maior parte dos projetos não tem valores e prazos de conclusão precisos e a previsão do orça-mento é constantemente revisada.

Em relação à revitalização da zona portuária, que dará nova cara à cidade, devolvendo aos cariocas a visão do mar, percebe-se um descolamento do restan-te do projeto olímpico, concentrado na maior parte na Barra da Tijuca. Uma das poucas atividades previstas inicialmente para o Porto Maravilha, que era abrigar o centro de imprensa, mostrou-se inviável, evidenciando a falta de mobilidade para o deslocamento entre as duas regiões.

A realização de competições na Barra da Tijuca, área com crônicos problemas de mobilidade, não se mostra uma deci-são tão acertada. Considerando a parcela da população que se desloca diariamente para o Centro, seria mais vantajoso que os equipamentos olímpicos ficassem na zona portuária, com investimentos maciços nas redes ferroviária e metroviária.

Fica no ar a dúvida se, após a conclu-são das obras do porto, a região consegui-rá atrair novos moradores e não apenas edifícios corporativos. A cultura urbana pressupõe cidades de usos mistos. Um bairro ideal deve oferecer aos moradores opções de lazer, serviços, comércio, cultu-ra e habitação. Vale lembrar que o centro do Rio, hoje deserto aos fins de semana, concentrou, nos anos 1930, espaços de la-zer, como a Cinelândia.

Para além das intervenções pontuais, devemos esperar que os Jogos Olímpicos sejam o ponto de partida para uma cida-de planejada, que leva em conta a opi-nião dos habitantes e atenda suas neces-sidades. Tornando-se um lugar melhor para se viver e investir, o Rio de Janeiro atrairá recursos não atrelados somente a eventos passageiros.

Os Jogos Olímpicos e a cultura do improviso

Jerônimo de Moraes_presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro

ESSA CULTURA DO IMPROVISO ESTÁ REFLETIDA EM NOSSAS CIDADES. A FALTA

DE PLANEJAMENTO TEM RESULTADOS GRAVES, COMO AS ATUAIS CRISES HÍDRICA

E ENERGÉTICA

ESPECIAL

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28_Edição 291_abr/mai 2015 Edição 291 Brazilian Business_29

REPORTAGEM

Ferramenta antiburocraciaCriado a partir do diálogo entre o governo brasileiro e a iniciativa privada, Portal Único de Comércio Exterior melhora o ambiente de negócios

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Diogo Martins [email protected]

Depois de receber elogios no Fórum Econômico Mun-dial em janeiro, em Davos, na Suíça, o Portal Único de Comércio Exterior – lançado ano passado para

facilitar os processos de importação, exportação e trânsito aduaneiro – também está sendo bem avaliado por especialistas brasileiros. Em geral, há consenso de que a famigerada buro-cracia do País diminuiu. Apesar disso, profissionais do setor afirmam que, se o Brasil quiser se tornar um ator relevante no comércio mundial (atualmente, detém participação de menos de 2%), será preciso avançar na desburocratização. Até mesmo o governo reconhece o desafio.

Em entrevista à revista Brazilian Business, o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho, diz que foi “gratificante” o reconhecimento alcançado pelo Portal Único no Fórum Econômico Mundial e que isso será impor-tante para prover mais conhecimento e facilidade na instala-ção do projeto.

O portal recebeu elogios no evento, sendo considerado pioneiro, porque foi desenvolvido a partir do diálogo entre o governo brasilei-ro e a iniciativa privada e, também, porque esse debate se mantém até hoje para o aprimoramento do serviço.

Afora os elogios em Davos, países sul-americanos e africanos estão consultando o governo brasileiro para o desenvolvimento de portais únicos.

“Ainda há muito trabalho pela frente. Há sempre formas de aperfeiçoar os trâmites dos processos, e essa tarefa deve ser contí-nua para o MDIC. O Portal Único representa um grande avanço nesse sentido, e o governo, em parceria com a iniciativa privada, tem expectativa de remover os entraves burocráticos no comér-cio exterior", afirma Godinho, por e-mail.

Na avaliação de João César Lima, diretor da Câmara de Co-mércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), o portal facilita o dia a dia de todas as empresas, independentemente do porte, mas ele ressalta que as maiores beneficiárias são as com-panhias que estão iniciando atividades no comércio exterior. Apesar de ver o portal como um avanço na desburocratização brasileira, César Lima ressalta que ainda há um longo caminho a ser percorrido pelo governo brasileiro. >

ENTRE O LANÇAMENTO DO PORTAL ÚNICO E 2030, A NOVA FERRAMENTA DO COMÉRCIO EXTERIOR

RESPONDERÁ POR 2,5% DO CRESCIMENTO ACUMULADO DO PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB)

NESSE PERÍODO, INFORMA ESTUDO DA CNI

Page 17: A nova cara da AmCham Rio

30_Edição 291_abr/mai 2015 Edição 291 Brazilian Business_31

REPORTAGEM

Fábio Faria, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB)

Daniel Godinho, secretário de Comércio Exterior do MDIC

“O Brasil ainda é um país muito buro-cratizado, muito complexo, em todos os sentidos. Não é só desburocratizar. É pre-ciso agilizar. Existem muitos órgãos envol-vidos com aspectos sanitários e de quali-dade dos produtos. O portal facilita, mas não resolve toda a questão da burocracia no comércio exterior”, diz ele.

Os efeitos práticos do Portal Único ainda estão sendo medidos por entidades ligadas ao comércio exterior brasileiro. Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), estima que, entre o lançamento do Portal Único e 2030, a nova ferramenta do comércio exterior responderá por 2,5% do crescimento acumulado do Produto Inter-no Bruto (PIB) nesse período. Na mesma base de comparação, o portal responderá por 5,2% do aumento dos investimentos do País e pela alta de 26,5% das exportações e de 11,6% das importações.

A FGV projetou aumento anual na corrente de comércio entre 6% e 7%, o equivalente a US$ 36,1 bilhões, em 2017, e US$ 68,4 bilhões, em 2030. Além disso, o estudo concluiu que have-rá diversificação das exportações, com aumento progressivo da participação de produtos provenientes da indústria de trans-formação, com crescimento de 10,3%, em 2017, e de 26,5%, em 2030. A indústria de transformação vem perdendo participação na pauta de exportações desde 2008 para commodities.

“O Portal Único não é a solução de todos os problemas do comércio exterior brasileiro, mas é a primeira e a mais importante. Ainda falta a medida do governo em relação ao Operador Econômico Autorizado (OEA), que facilita a movi-mentação da carga, que pode ser analisada antes e até mesmo depois da partida do local aduaneiro, sem ficar presa, one-rando os custos das empresas. Ou seja, os dois projetos são irmãos. Um facilita a documentação e o outro, o transporte de cargas”, afirma o gerente executivo de Comércio Exterior da CNI, Diego Bonomo.

O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Fábio Faria, critica a demora na liberação das mercadorias no trânsito aduaneiro. Para ele, dar agilidade a esse processo é o passo seguinte à instalação do Portal Único.

MENOS PAPEL E CARIMBOBurocracia de comércio exterior deverá estar digitalizada até 2017

Com o objetivo de facilitar os trâmites de importação, ex-portação e trânsito aduaneiro, o Portal Único de Comércio Exterior foi lançado, em abril de 2014. Desde então, o proje-to vem sendo implementado gradualmente, com a inserção de cada órgão de fiscalização no portal. O plano é que, até 2017, todo o processo burocrático das operações de comércio exterior esteja digitalizado e centralizado no mesmo portal, formando o chamado single window. A título de comparação, nos EUA, o processo de importação e exportação é todo digi-talizado, mas cada órgão americano ligado ao comércio exte-rior tem a própria plataforma de registro.

O projeto segue as diretrizes estabelecidas no Acor-do de Facilitação de Comércio, firmado pelos 159 países--membros da Organização Mundial do Comércio (OMC), em reunião ministerial em Bali, Indonésia, em dezembro de 2013. A medida, também conhecida como Pacote de Bali, estabeleceu a simplificação e padronização de parte dos procedimentos alfandegários.

Segundo a OMC, o pacote pode contribuir para a re-dução dos custos do comércio mundial, com aumento de eficiência, transparência e velocidade dos procedimentos aduaneiros, além de redução da burocracia e da corrupção. A entidade calcula que os custos com intercâmbio dos paí-ses que adotarem o Pacote de Bali cairá entre 10% e 15% e que, se todos os países-membros da organização seguirem a medida, haverá economia de US$ 400 bilhões a US$ 1 tri-lhão em escala global.

De acordo com o diretor-geral da OMC, o brasileiro Ro-berto Azevêdo, até março, apenas o governo dos Estados Unidos, de Cingapura e de Hong Kong ratificaram o Pacote de Bali. Em visita a Brasília, no início do ano, ele disse que o Brasil precisa ratificar o acordo o mais rápido possível. Tanto no Brasil quanto em outros países, o Pacote de Bali espera por apreciação no parlamento.

O Brasil vem trabalhando no Portal Único antes do Paco-te de Bali, que ainda está sendo traduzido para o português.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) estima que, com a instalação total do Portal Único, prevista para 2017, haverá diminuição do prazo mé-dio de exportação de 13 para oito dias e do prazo médio de importação de 17 para dez dias.

De acordo com o MDIC, os usuários podem esperar re-dução de prazos e custos. Depois de concluída a instalação do módulo de anexação eletrônica dos processos da Secre-taria de Comércio Exterior do MDIC e da Receita Federal, os demais órgãos intervenientes do comércio exterior pas-sarão a implementá-lo ao longo deste ano. Para 2016, está prevista a operacionalização do sistema para processos de exportação e, para 2017, a entrada em operação do sistema para os processos de importação. (DM)

“Hoje, no Porto de Rio Grande, 100% da carga de exportação está sujeita à taxa de inspeção invasiva. Ou seja, toda carga tem de ser vistoriada por scanner. Achamos isso um exagero. É um processo que gera aumento de despesas, quando poderia e deveria ser feito por amostragem, como em outros países”, afirma Faria, citando Estados Unidos e Portugal como exemplos.

O líder da área de consultoria tribu-tária da PwC Brasil, Carlos Iacia, diz que, além de desburocratizar a documentação para se exportar e importar, é preciso pen-sar em maneiras de melhorar o financia-mento e diminuir impostos.

“O problema é que o cenário para me-xer em impostos não é o mais favorável”, diz Iacia, referindo-se à atual série de au-mento de impostos, que vem da necessi-dade de elevar a arrecadação do governo.

Outro estudo, divulgado recentemente pela consultoria Bain & Company, afirma que as recentes ações adotadas para faci-litar o comércio exterior ajudam e fazem parte de uma política de Estado, não de governo. A consultoria também elogia a participação do setor privado nas discus-sões sobre o setor, mas ressalta que o País precisa promover melhorias em logística. Cálculos da Bain & Company indicam que o Brasil poderia economizar cerca de US$ 120 milhões por ano em gastos logís-ticos com reformas em estradas e portos.

Em 2013, a CNI ouviu 600 empresas exportadoras, de diversos tamanhos e se-tores. Desse total, 44% das empresas viam a burocracia como o maior empecilho às vendas externas. O percentual só não foi maior do que o de empresas que se quei-xavam do câmbio. Ao contrário de hoje, o real estava valorizando, beneficiando as importações em detrimento das exporta-ções. Com isso, 46,3% das exportadoras viam, no levantamento da CNI, o câmbio como o maior problema. >

“HOJE, NO PORTO DE RIO GRANDE, 100% DA CARGA DE EXPORTAÇÃO ESTÁ SUJEITA À TAXA DE INSPEÇÃO INVASIVA. OU SEJA, TODA CARGA TEM

DE SER VISTORIADA POR SCANNER. ACHAMOS ISSO UM EXAGERO”,

FÁBIO FARIA, VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL

ANUÊNCIAS PRÉVIAS LOGÍSTICA PORTUÁRIA INSPEÇÃO NO PORTO

Inspeção coordenada

com base em análise de

riscos

ExportadorImportador

SECEXINMETROEXÉRCITO

CNEMIBAMA

ANPPOLÍCIA FEDERAL

MCTI

RECEITA FEDERALANVISA

ALFÂNDEGAVIGIAGRO

BASE DE DADOS

SEP(Secretaria de Portos)

Transportador

PORTAL SISCOMEX

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32_Edição 291_abr/mai 2015

REPORTAGEM

Carlos Iacia, da PwC Brasil, vê na valorização do dólar a in-tenção do governo em aumentar as exportações. Ao mesmo tem-po, ele destaca que o objetivo ficou mais difícil de ser alcançado com a queda dos preços de commodities, em consequência da desaceleração da economia chinesa. A queda no ritmo de cresci-mento da China afetou os preços de minério de ferro e soja.

Com o câmbio mais favorável aos exportadores (real desva-lorizado frente ao dólar), o diretor da AmCham Rio João César Lima afirma que é natural que as vendas externas brasileiras au-mentem e que Brasil e Estados Unidos se reaproximem a partir do comércio, uma vez que a economia americana dá sinais cada vez mais concretos de melhora.

A relação entre os dois países foi abalada com o vazamento de informações, em 2013, de que a Agência de Segurança Nacional americana havia espionado a presidente Dilma Rousseff, a Petro-bras e milhões de brasileiros. Dilma chegou a cancelar uma visita de Estado a Washington, em outubro daquele ano. Hoje, existe a expectativa de que a visita ocorra no segundo semestre de 2015.

“As relações ficaram estremecidas de forma geral, incluindo

o comércio. Agora, os dois países, por meio do comércio, estão reatando essas relações. A visita [da presidente Dilma aos EUA] não é essencial, mas pode ser um marco importan-te. Não deve ser apenas um aperto de mãos. O encontro precisará de uma história para contar, um acordo para assinar, senão ele não se justifica. Penso que essa visita só vai sair se houver algum acordo para ser assinado”, afir-ma César Lima.

Ainda que não esteja clara a história que será contada por Brasil e EUA, existe no go-verno brasileiro a expectativa de reaproxi-mação com os americanos, pelo menos do lado comercial.

“Conforme já foi dito, há estimativa de au-mento na corrente de comércio do País com o mundo, e esse fato certamente irá resultar em aumento no intercâmbio com os EUA, um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Em paralelo, há uma aproximação do mi-nistério com o Departamento de Comércio americano no tema facilitação de comércio, o que poderá levar a resultados ainda mais ex-pressivos para a comunidade empresarial dos dois países”, afirma o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Godinho.

“HÁ UMA APROXIMAÇÃO DO MINISTÉRIO COM O DEPARTAMENTO DE COMÉRCIO AMERICANO

NO TEMA FACILITAÇÃO DE COMÉRCIO, O QUE PODERÁ LEVAR A RESULTADOS AINDA MAIS EXPRESSIVOS PARA A COMUNIDADE

EMPRESARIAL DOS DOIS PAÍSES”, DANIEL GODINHO, SECRETÁRIO DE COMÉRCIO EXTERIOR DO MDIC

Brasil poderia economizar cerca de

US$ 120 milhões por ano em gastos

logísticos com reformas em

estradas e portos

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34_Edição 291_abr/mai 2015 Edição 291 Brazilian Business_35

“Não atuar de acordo com o pensamento da sustentabilidade é um risco para os negócios”

Fabio Caldas, diretor de Assuntos Externos da Shell para a América Latina, analisa o setor de energia

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Diretor de Assuntos Externos da Shell para a América La-tina, Fabio Caldas combina engenharia e comunicação, letras e números. Engenheiro de produção pela UFRJ,

com dois anos de especialização na Coppead (Escola de Negó-cios da universidade), tornou-se um apaixonado pelo marketing e pela estratégia. Na empresa desde 1990, acumula vivências e experiências para traçar, em entrevista exclusiva para a revista Brazilian Business, um cenário do setor de energia. Mais do que isso, apresenta sua visão de longo prazo e discorre sobre a impor-tância da sustentabilidade para o setor privado.

Experiência internacional, formação continuada e treinamento contribuíram para diversificar sua formação. “A companhia per-mite que as pessoas se desenvolvam em diversas áreas, dependen-do do perfil de cada um. O meu era de generalista, característica de quem gosta de estratégia e marketing”, diz Caldas. “Além disso, a companhia oferecia rotação – hoje ainda ocorre, mas com menos intensidade, já que as pressões competitivas requerem mais espe-cialização. Há ainda o aspecto da internacionalização da empresa. Atuo com pessoas do mundo inteiro, expatriados.”

Com a racionalidade de engenheiro no DNA, Caldas foi de-senvolvendo sua intuição ao longo da jornada. De acordo com ele, o profissional da área de Assuntos Externos precisa ter insi-ghts, compreender a linguagem corporal, saber observar. Acom-panhe, abaixo, a entrevista concedida por Fabio Caldas:

Brazilian Business: Ter clareza acerca da visão e da missão da empresa é fundamental para a longevidade de uma organização?Fabio Caldas: A Shell tem mais de 100 anos, e também no Brasil tem mais de 100. Passou por duas guerras mundiais, atuando de forma global desde o início. Superou inúmeras crises, como a de 1929 e a de 2008. Certamente, a Shell é uma empresa que tem percepção da sua visão e missão de longo prazo, em nível global e local.

O MUNDO TERÁ CERCA DE 9 BILHÕES DE PESSOAS EM 2050. TAMBÉM HAVERÁ UM AUMENTO DE

RENDA PER CAPITA, O QUE TEM RELAÇÃO DIRETA COM O CONSUMO DE ENERGIA

PERFIL

BB: Qual é a importância de inserir o conceito da sustentabilidade na estratégia da empresa, inclusive na visão de futuro? FC: Acompanhei e achei fascinante o pro-cesso de implementação disso na Shell. Foi montada uma estrutura separada da nossa estrutura de negócios. Os núcleos que faziam o desenvolvimento sustentável reportavam centralmente. Ou seja, havia um processo de aculturar a companhia. Ao longo do tempo, a cultura da susten-tabilidade foi ficando embutida na cultura do negócio. A partir de determinado mo-mento, essas estruturas locais puderam ser retiradas. A Shell tem especialistas de sus-tentabilidade de forma local? Poucos. Tem um time global e uma cultura embutida: na governança, temos custo de carbono, testamos o projeto num modelo financei-ro, observamos ciclos de 20, 30 anos.

BB: Qual é o peso da sustentabilidade na Shell?FC: Cedo ou tarde, não atuar de acordo com o approach do pensamento de sus-tentabilidade é um risco para os negócios. Hoje falamos em licença para operar, isso emana de uma sociedade que está cada vez mais informada sobre os impactos dos negócios em sua vida. É a sociedade da in-formação, não tem como escapar.

Cláudio Motta [email protected]

BB: A Shell tem uma história repleta de inovações... FC: O investimento em P&D da Shell está entre as maiores do setor: mais de US$ 1 bilhão no mundo. Em termos relativos, é uma das maiores companhias globais de energia. No Brasil, há investimentos consolidados em biocombustíveis. Na parte de gás, esse é um com-bustível importante para a economia de baixo carbono.

BB: E, quando olha para o futuro, qual é a sua visão?FC: A mensagem principal é: o mundo terá cerca de 9 bilhões de pessoas em 2050. Também haverá um aumento de renda per capita, o que tem relação direta com o consumo de energia. O que aconteceria se um chinês consumisse como americano? A demanda energética é imensa. Tem a base de economia fóssil. A Shell tem a seguinte posição: vamos precisar de todos os tipos de energia: petróleo, gás, solar, eólica, todas serão necessárias. Ne-nhuma companhia vai poder fazer isso sozinha, os desafios são muito grandes.

BB: O Brasil tem vocação e deve ser o líder das energias alternativas? FC: Certamente. Apesar de ter uma das matrizes mais fantásticas no mundo, o desafio também se aplica aqui. Há espaço limitado para crescer na hidrelétrica. Vai precisar de outras fontes? Tem alguma dúvida? Sim! Fóssil? Vai. Renováveis? Claro.

BB: A Shell foi a primeira companhia internacional a produzir petróleo em escala comercial no Brasil após a abertura do mercado. É necessário abrir mais o mercado?FC: Novas oportunidades são sempre bem-vindas. O ambiente de negócios deve proporcionar o máximo de oportunidades para que as empresas possam contribuir para o País. Na área de petró-leo e gás, novos leilões de exploração movimentariam a cadeia de valor do setor, gerariam empregos, impostos, seria bom para a implementação de programas sociais, bom para o Brasil. Essa é a nossa visão. Estamos em Libra e gostaríamos de ter mais.

BB: O valor do petróleo caiu muito desde o leilão de Libra, além da crise que assola a Petrobras. Mudam os planos? Aumentam os desafios? Libra passa a ser uma aposta de alto risco?FC: Estamos com Petrobras, Total, CNPC e Cnooc. A informação que temos é de que tudo está se desenvolvendo da melhor forma possível. Estamos muito satisfeitos com o consórcio. A Petrobras é a operadora, parceira de primeira em Libra. Estamos satisfeitos e, obviamente, o desenvolvimento tão positivo reforça a nossa mensagem de que gostaríamos de ter muitas oportunidades de uma forma geral no País.

BB: O senhor trabalhou como professor voluntário de ética para crianças e adolescentes. Hoje, qual é a chave para falar sobre ética com profundidade e eficiência? Qual é a importância da ética para o mundo corporativo, na sua opinião?FC: Estudo na Fundação Logosófica há alguns anos. Durante seis ou sete anos, passei os domingos em sala de aula usando a meto-dologia logosófica com crianças e adolescentes, buscamos fazer pensar. A ética tem um sentido moral profundo. Seria uma ética consigo mesmo. Além disso, em um mundo no qual as pessoas estão cada vez mais informadas, há a ética e a sustentabilidade, que estão diretamente ligadas. Na sociedade da informação, é o que lhe dá licença para operar.

BB: Fique livre para qualquer comentário adicional.FC: Gostaria de ressaltar a importância do gás como combustí-vel de transição no Brasil. E tem que se pensar no mundo. Com tantos riscos não técnicos, não relacionados ao negócio, é impor-tante pensar em termos inovadores, o que posso pensar fora da caixa para trazer de novo tanto no negócio como fora: táticas de sustentabilidade, ética, desenvolvimento tecnológico. Inovação tem se tornado um jargão muito forte no ambiente de negócios. E, com um investimento tão grande em P&D, estamos trazendo grandes inovações, posso citar a plataforma flutuante de gás li-quefeito – a maior da Terra – na Austrália.

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36_Edição 291_abr/mai 2015

Brazilians are not giving much attention to foreign affairs these days as their country confronts

a profound crisis of governance, its worst since democracy was restored in 1985. Brazil is unsettled by a four-year economic slump—compounded by the nation’s worst corruption scandal ever, a fractious congress, wide distrust of national institutions, and a weakened president with limited public and congressional support.

Better relations with the US could help, however. In the long run, the advantages are heightened access to US consumer markets, investment capital, and advanced technologies. Reviving bilateral ties will not resolve Brazil’s immediate problems, but modest short term gains might be achieved—perhaps a boost in the government’s nearly depleted credibility, and in the shaken confidence of local and foreign investors. Knowing the benefits, President Dilma Rousseff has made clear her interest in rebuilding ties with Washington. For its part, the US government is painfully aware that a stronger political bond with Brazil is needed to pursue its own policy agenda in Latin America, economic and otherwise.

For both nations, bilateral economic issues are the only realistic basis for enduring cooperation. Time and again, the US has called for more robust economic links with Brazil. Every US presidents’ visit to Brazil in recent decades has emphasized commerce. In 2011, Obama brought his entire economic cabinet to Brazil along with 50 top CEOs. Successive Brazilian and US governments have shown little interest in cooperating on other matters. Even on trade and investment issues, the US and Brazil have been reluctant partners. The US has reached free trade pacts with 20 countries worldwide (11 in Latin America) and is negotiating new trade deals with the European Union and number of Asian countries. Yet, the US and Brazil have not signed a major economic treaty in 30 years.

TIME AND AGAIN, THEUS HAS CALLED FOR MORE

ROBUST ECONOMICLINKS WITH BRAZIL

FROM THE USA

Peter Hakim_President Emeritus, Inter-American Dialogue

Still, US-Brazil trade has grown substantially in recent years—more than doubling from 2000 to 2012, even as China replaced the US as Brazil’s leading trade partner. Brazil, nonetheless, accounts for only two percent of US trade, compared to Mexico’s 15 percent. True, Brazil is not a US neighbor, but neither is China—and its sales in the US are equal to Mexico’s. Brazil should be much more ambitious. Brazil should be able to double or triple its exports to the US, and attract considerably more investment.

The problem, however, is not how limited Brazil’s commerce is with the US. It is the small size of Brazil’s trade worldwide. Brazil is the world’s seventh largest economy, but only the 22nd largest trader. Brazil has been ranked as most protectionist country in the G-20 group of major global economies.

Progress toward robust US-Brazil economic relations does not depend on the two countries finding agreement or signing commercial pacts—or even patching up their friendship. What it requires is well understood by Dilma’s economic team. Brazil has to open itself up to trade and investment globally, lowering tariffs and other barriers to foreign goods and capital, and allowing them a prominent role in the Brazilian economy. Selling to and buying from Brazil should be facilitated by improving port facilities and transport infrastructure—and by making Brazil’s business environment easier to navigate with reforms in complex, time consuming tax and regulatory systems and archaic labor codes. A productive US-Brazil commercial relationship does not, to be sure, depend on Brazil alone. Washington will have to make changes as well. US agricultural subsidies and tariff need to be lowered, some substantially. Technology transfers need to be simplified and encouraged.

Trade deals will not produce the powerful US-Brazil economic ties that both countries now say they want. For Brazil, the strengthening and opening of its inward-looking economy will be the crucial determinant of commercial success with the United States and the rest of the world.

Economic Reforms, Not Trade Deals

Page 21: A nova cara da AmCham Rio

38_Edição 291_abr/mai 2015 Edição 291_Brazilian Business_39

OVERVIEW

MAIS INVESTIMENTOSA Roche – uma das empresas líderes em biotecnologia no mundo – vai in-vestir R$ 300 milhões nos próximos cinco anos na unidade fabril de Jaca-repaguá, no Rio de Janeiro. O volume de investimento, segundo o presi-dente da Roche Brasil, Rolf Hoenger, será direcionado à modernização e adaptação das instalações da fábri-ca, que se tornará o hub exportador da Roche para a América Latina e, potencialmente, para outras regiões. Com quatro das dez maiores compa-nhias farmacêuticas do mundo e 113 empresas de biotecnologia, o Rio de Janeiro se consolida como um polo do setor.

MENOS RECURSOSA Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex--Brasil) reduziu de 85% para 70% a participação nos contratos de apoio a projetos de exportação e investi-mentos assinados com entidades setoriais. A medida vale para con-tratos assinados a partir de abril de 2015. A Apex-Brasil mantém, atual-mente, contratos com cerca de 80 entidades de setores como têxtil, calçados, joias e gemas, máquinas e cerâmica. Segundo a agência, a medida permitirá otimizar os recur-sos disponíveis para outros setores, como games, softwares, moda, vinho e equipamentos médicos.

Ednei Medeiros • Eduardo Nunes • Nadia Stanzig

O MAIOR NEGÓCIO DA DÉCADAA compra da BG pela Shell, por cerca de US$ 69 bilhões, já é considerada o maior ne-gócio da década envolvendo empresas do setor de óleo e gás. Com esse movimento, a anglo-holandesa Shell, que é associada à AmCham Rio, aumenta em quatro vezes a pro-dução no Brasil, passando a ser a principal parceira da Petrobras no País. A produção da Shell poderá saltar para 550 mil barris de óleo equivalente por dia em 2020, se o acordo for concluído. Nos planos da gigante, o navio Prelude FLNG (foto), maior plataforma pe-trolífera móvel do mundo. Os ativos em águas profundas no Brasil e gás na Austrália fo-ram dois dos principais interesses estratégicos da petroleira ao fazer a proposta pela BG.

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AIRBUS INVESTE NO RIOO grupo europeu Airbus instalou, em abril, no Rio de Janei-ro, um centro de manutenção para a frota de aeronaves de patrulha marítima P-3 e de transporte militar Amazonas, da Força Aérea Brasileira. O projeto foi feito em parceria com a empresa brasileira Digex, do grupo Synergy. As duas empresas estão contratando cerca de 20 engenheiros e técnicos para trabalhar no centro da Airbus. Também em abril, a Helibras, controlada pela Airbus, entregou para o governo do Rio de Janeiro dois helicópteros EC-145 (foto), que serão utilizados em missões policiais e vão auxiliar a segurança dos Jogos Olímpicos de 2016.

MAIS ÁGUA... Em meio ao cenário nacional da crise hídrica, as ini-ciativas empresariais voltadas para a proteção da água vêm ganhando mais espaço. No ano de 2014, a Odebre-cht Óleo e Gás deu início à recuperação de três nascen-tes degradadas da Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi, localizada no Baixo Sul da Bahia. A empresa teve apoio do Programa Carbono Neutro Pratigi, da Or-ganização de Conservação da Terra (OCT), para realizar o replantio de 3.998 mudas, de 39 espécies nativas dife-rentes, em propriedades rurais da região.

INOVAÇÃO EM QUEDAHouve um recuo de 4% no registro de marcas e de 2,8% no de patentes em 2014 em relação ao ano anterior. Os dados foram divulgados no início deste ano pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Quando conside-rados apenas os depósitos feitos pelo Brasil, excluindo os de estrangeiros, os índices são ainda piores: 3,4% em marcas e 8,5% em pa-tentes. Esses indicadores refletem investi-mentos na área de inovação. Segundo espe-cialistas, a crise na Petrobras, que responde sozinha por cerca de 20% a 25% do total das inovações feitas no País, reflete diretamente nesses indicadores.

FOCO NA OLIMPÍADADe olho na Olimpíada, duas grandes redes hoteleiras inauguraram, em abril, novas uni-dades no Rio de Janeiro. No dia 9, o Hilton abriu as portas do segundo empreendimento no Brasil, na Barra da Tijuca. No dia 14, foi a vez do Mercure, também na Barra, que já tem 90% dos leitos reservados pelo Comitê Olím-pico Brasileiro (COB) para os jogos. A Riotur prevê que, até o fim do ano, 15 mil quartos fi-carão prontos, dos quais 10,5 mil somente na Barra da Tijuca.

...MENOS CARBONOA recuperação florestal tem o propósito de neutralizar, pela primeira vez, a emissão de gases do efeito estufa das atividades da Odebrecht Óleo e Gás nos escritó-rios de Itajaí (SC) e Macaé (RJ). Ao longo de 30 anos, a restauração compensará o total de 639,84 toneladas de CO2 emitidos pela empresa em 2013. A iniciativa, além de garantir a melhoria da qualidade dos mananciais e o abastecimento de água para os produtores rurais da região, traz uma nova fonte de renda aos agricultores, que recebem R$ 1 por cada nova muda plantada.

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REPORTAGEM

Funcionários engajados têm mais do que o dobro de chances de ultrapassar expectativas

People Connections, evento que será realizado pela AmCham Rio, em junho, reunirá especialistas em recursos humanos Luciana Calaza [email protected]

Uma relação ganha/ganha. Ganham as empresas e ganham os profis-sionais. Assim deve ser encarado

o engajamento organizacional, visto por especialistas em recursos humanos como o desafio do século para as organizações. O assunto será um dos temas do People Con-nections, evento da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), previsto para a segunda quinzena de junho, com palestras de experientes execu-tivos de diferentes áreas e business.

Segundo levantamento do Hay Group, empresa global de consultoria com es-critórios em 48 países, organizações com práticas efetivas de engajamento podem atingir receita 30% maior. Funcionários totalmente comprometidos têm 2,5 vezes mais chances de ultrapassar as expectativas de desempenho do que colegas "descom-prometidos”, revela ainda a pesquisa. Ape-sar disso, o tema ainda não está na pauta da maioria dos líderes.

Um dos palestrantes do People Con-nections será Riaz Khadem, presidente da Infotrac, Inc., uma consultoria internacio-nal com sede em Atlanta. Com o objetivo de integrar as ações de cada profissional de uma companhia à execução comum da visão e da estratégia da empresa, Khadem criou o software da metodologia Alinha-mento Total. A técnica identifica e mensu-ra, com a colaboração do software exclu-sivo, o que provoca o desalinhamento de equipes. Depois, indica o melhor caminho a seguir para reverter o quadro.

“O desenho é feito por meio de um ‘Mapa de Alinhamento’, que tem como pontos centrais a visão e a missão da empresa, com indicadores, posiciona-mentos de mercado e direcionamentos táticos para o alcance de objetivos. Outro destaque dentro dessa técnica é o méto-do de ‘Prestação de Contas’, que inclui a forma como cada gestor enxerga os passos tomados rumo ao objetivo prin-cipal”, explica o especialista, que aplicou a metodologia do Alinhamento Total em empresas de médio e grande porte nos Estados Unidos, no Reino Unido, na Ale-manha, na Áustria, no Brasil, no México e na Espanha.

Na prática, o engajamento é perce-bido quando as pessoas acreditam nos objetivos e nos valores organizacionais e se sentem pertencentes à organização, avalia a consultora Jacqueline Resch, da Resch RH. Quando a empresa e o profis-sional alcançam esse patamar na relação, coisas boas acontecem. “O engajamento vem desse alinhamento e da percepção de que há um equilíbrio entre o que eu ofe-reço à organização e o que recebo dela. E quando falamos no que os colaboradores recebem, não estamos falando apenas de salário e benefícios. Estamos falando da soma de tudo o que as pessoas vivenciam e recebem quando fazem parte de uma empresa, desde a satisfação intrínseca com o trabalho, até o ambiente, a cultura, a liderança, os colegas, as perspectivas, a remuneração etc.”, diz Jacqueline.

“O LÍDER TEM QUE SER EXEMPLO DE ATITUDE, COMPETÊNCIA, HUMANIZAÇÃO E DEDICAÇÃO ÀS CAUSAS. DEVE FOMENTAR UMA

ATMOSFERA DE PERSEVERANÇA, POIS DIFICULDADES TODOS ENFRENTAM, MAS NÃO SE PODE TER UMA POSTURA DE DERROTA”, CLAUDIA MARCHI, DIRETORA BRASIL DE RECURSOS HUMANOS & QUALIDADE DA AMIL-UNITEDHEALTH GROUP E

PRESIDENTE DO COMITÊ ESTRATÉGICO DE RH NA AMCHAM RIO

Page 23: A nova cara da AmCham Rio

42_Edição 291_abr/mai 2015

REPORTAGEM

Edição 291 Brazilian Business_43

Claudia Marchi

Riaz Khadem

Jacqueline Resch

Ricardo Rocha

Para Ricardo Rocha, gerente executivo da Michael Page, con-sultoria especializada no recrutamento de executivos de média e alta gerência, a falta de comunicação clara entre líderes e equipe, bem como a definição dos objetivos a serem atingidos, são fato-res que interferem no engajamento das equipes: “O bom gestor precisa entender as necessidades individuais de cada membro da equipe: uma falha comum é tentar liderar todos os funcionários do time da mesma maneira, correndo o risco de não potenciali-zar as fortalezas de cada indivíduo”.

Claudia Marchi, diretora Brasil de Recursos Humanos & Qualidade da Amil-UnitedHealth Group e presidente do Comitê Estratégico de RH na AmCham Rio, ressalta que os profissionais precisam acreditar num propósito maior – só desse modo há o compromisso genuíno.

“O líder tem que ser exemplo de atitude, competência, hu-manização e dedicação às causas. Deve fomentar uma atmosfera de perseverança, pois dificuldades todos enfrentam, mas não se pode ter uma postura de derrota. É preciso ser transparente e coerente, conduzindo a equipe. Engajar significa dar oportuni-dades de desenvolvimento, mentorar e envolver. E percebo, ain-da, que o engajamento ocorre quando a cultura organizacional estimula a participação sem o temor de errar”, comenta Claudia.

Jacqueline Resch concorda, e lembra que a proatividade é estimulada em ambientes que têm foco na aprendizagem, per-mitindo às pessoas experimentar: “São culturas que estimulam a autonomia responsável e não punem os erros que surgem da ex-perimentação. Os erros são analisados para que se possa apren-der para o futuro”.

Identificar talentos em cada funcionário faz parte dessa cultura do engajamento e, para isso, é preciso haver espaço para conhe-cimento, no sentido pleno da palavra, avalia Claudia. “O líder e a organização devem dedicar tempo e recursos para tal. Percebo que dar autonomia frente a um desafio e acompanhar a perfor-mance como um mentor é uma alternativa estratégica e atemporal. Existem técnicas e programas formais que auxiliam nesse proces-so, como programas de assessment com mentoring; programas de trainee para diferentes níveis hierárquicos e objetivos; progra-mas de trilha de carreira. Isso auxilia no diagnóstico não somente técnico-comportamental, mas atua sobre a inteligência emocional, pré-requisito para quem almeja crescer e se desenvolver.”

Rocha, da Michael Page, diz que, em primeiro lugar, é preciso saber ouvir: “Nas equipes de alta performance, todas as opiniões são relevantes, e, quando os liderados são estimulados a expressar opini-ões, principalmente em situações difíceis, sentem-se mais confian-tes em trazer soluções e ideias, consolidando, assim, o conceito de equipe. Além disso, o gestor que conhece profundamente seu time consegue delegar melhor as tarefas e, com isso, ter mais tempo para pensar de forma estratégica no desenvolvimento de equipes”.

“O ‘MAPA DE ALINHAMENTO’ TEM COMO PONTOS CENTRAIS A VISÃO E A MISSÃO DA EMPRESA,

COM INDICADORES, POSICIONAMENTOS DE MERCADO E DIRECIONAMENTOS TÁTICOS

PARA O ALCANCE DE OBJETIVOS”, RIAZ KHADEM, PRESIDENTE DA INFOTRAC, INC.

Outra pesquisa do Hay Group, feita em parceria com o Cen-tre for Economic Business Research, prevê que, até o fim de 2018, quase um quarto (23,4%) das pessoas – aproximadamente, 192 milhões de trabalhadores – terá mudado de emprego no mundo. Ao mesmo tempo, o mundo está passando por mudanças sem precedentes. A pesquisa destaca seis “megatendências” podero-sas, que estão transformando profundamente a forma como tra-balhamos, o que valorizamos no trabalho e o que funcionários esperam dos empregadores. E que tornam urgente uma reformu-lação das estratégias de engajamento. São elas:

!SAIBA MAIS sobre o People Connections em www.amchamrio.com.br/site-eventosHome

A boa notícia é que os profissionais de engajamento reconhe-cem a oportunidade de gerar um impacto maior nas organiza-ções. No entanto, outro trabalho do Hay Group, feito com 300 chefes de engajamento em empresas da Fortune 500 e FTSE 250, sugere que muitos deles ainda não fizeram nada: mais de quatro em cada cinco chefes de engajamento concordam que a empresa precisa encontrar novas formas de engajar a força de trabalho em função de um ambiente em mudança. Apenas um terço deles acha que a empresa está se adaptando às megatendências e so-mente um quarto deles já começou a promover a mudança.

À medida que o êxodo de talentos se aproxima e as mega-tendências se fortalecem, será fundamental apoiar uma força de trabalho engajada, e o papel do profissional de engajamento será mais complexo, difícil e desafiador do que nunca. Mas vale a pena lutar por isso.

Globalização 2.0: o mercado de talentos se tornou global, e as empresas consoli-dadas agora têm que lutar com os novos concorrentes. Isso as obrigará a encon-trar maneiras criativas de atrair, engajar e reter talentos. As estratégias e planos de engajamento devem oferecer flexibili-dade para que as equipes locais possam adaptá-los às suas culturas, prioridades e mercados de talentos. E uma vez que a cooperação entre fronteiras se torna es-sencial, as empresas devem permitir a colaboração mais intensa. Isso significa estabelecer plataformas e processos para facilitar a cooperação e dar as competên-cias adequadas às pessoas. Sem esses fatores de capacitação, os trabalhadores logo ficarão frustrados.

Mudanças climáticas: as crises am-bientais trazem uma infinidade de desafios para as empresas que afetam também a gestão de talentos. Os profissionais, prin-cipalmente os mais jovens, estão mais vol-tados para questões relacionadas à sus-tentabilidade e precisam perceber que as empresas estão abraçando a causa ecoló-gica pelas razões certas – não apenas para reduzir custos ou ganhar mercado.

Mudanças demográficas: o envelheci-mento da população traz o desafio de ge-renciar uma força de trabalho com idades cada vez mais diversificadas. As empresas agora precisam entender, liderar, geren-ciar e motivar equipes compostas por qua-tro gerações, cada uma com suas necessi-dades e motivações.

Individualismo: cada vez mais outras mo-tivações estão em jogo na hora de um talen-to optar por uma carreira ou emprego. Esses fatores são profundamente pessoais e úni-cos, mas não menos importantes. As pesso-as vão exigir que seus empregadores fiquem atentos a essas necessidades e preferências. Não dá mais para adotar uma mensagem única para todos os trabalhadores. As pes-soas vão exigir serem tratadas como indiví-duos únicos. Dessa forma, o engajamento terá de ser mais pessoal e relacionado com as necessidades, motivações, perspectivas e expectativas de cada funcionário.

Digitalização: a revolução digital está de-safiando a nossa forma de trabalhar. Além de questionar nossa necessidade de locais de trabalho e hierarquias convencionais, a tecnologia digital gera um clima de trans-parência, colocando as reputações em risco. Do outro lado, a mídia social torna nossos profissionais mais acessíveis à con-corrência, uma vez que oferece recursos para os indivíduos talentosos promoverem habilidades e realizações.

Convergência tecnológica: o avanço tecnológico vai transformar muitas áre-as de nossa vida cotidiana, criando novos mercados de produtos e deixando outros para trás. Esse cenário pode criar um cli-ma de incerteza, em que comunicar “o que vai acontecer” ficará cada vez mais difícil. É durante esses períodos incertos que o engajamento é afetado.

Page 24: A nova cara da AmCham Rio

44_Edição 291_abr/mai 2015 Edição 291_Brazilian Business_45

Haiti se prepara para o BFA de 2015

CONEXÃO GLOBAL

Porto Príncipe irá receber, em junho, mais de 300 executivos e as 24 câmaras de comércio da América Latina

Bernardo Guimarã[email protected]

Cinco anos após o terremoto que destruiu estruturalmente Porto Príncipe, capital do Haiti, a ci-

dade vem mostrando sinais de recupe-ração. Um deles será sediar a edição de 2015 do Business Future of the Ameri-cas (BFA), evento anual da Association of American Chambers of Commerce in Latin America (Aaccla), que reunirá em discussões executivos de 24 câma-ras de comércio da América Latina, in-cluindo a Câmara de Comércio Ameri-cana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), entre os dias 15 e 17 de junho.

O tema escolhido para esta edi-ção foi “Investimentos de diáspora na América Latina”. Nos negócios, a diás-pora é a diversificação dos investimen-tos em diferentes países para diminuir os riscos de transações. De acordo com Régine René Labrousse, vice-presiden-te da AmCham Haiti, a escolha reflete o atual dinamismo comercial na região. “Podemos ver um crescimento no flu-xo de imigração entre nossos países, ao mesmo tempo que nossas economias estão se tornando cada vez mais glo-bais”, explica Régine. Subtemas como “Businesses focusing on diaspora & emerging markets” e “Successfully in-vesting in emerging markets” também serão abordados.

O palco central das discussões será o Marriott Hotel, inaugurado em feve-reiro deste ano e um dos símbolos da confiança do setor privado com o futuro da cidade. O local, que será responsável por recepcionar e hospedar os mais de 300 líderes empresariais esperados para o evento, ainda servirá como ponto de encontro de empresários em busca de networking e matchmaking.

A reestruturação do Haiti – desde a construção de novos porto e parque industrial – promete atrair mais empresas ao país. Hospedar o evento servirá como oportunidade de abrir ainda mais as portas para o empresariado latino. “O BFA será uma ótima forma de mostrar outro lado do Haiti, evidenciar que nosso mercado está crescendo e pronto para novos negó-cios”, apontou a vice-presidente da AmCham Haiti.

Além de participar das discussões, a AmCham Rio estará de olho nos detalhes do evento, já que a câmara será a respon-sável pela realização do próximo BFA, em 2016, no Rio. É o que afirma Nadia Stanzig, gerente de Produtos e Serviços da AmCham Rio. “A presença da AmCham Rio no Haiti servirá para divulgar o BFA de 2016 e mostrar o que o Rio tem de melhor no cenário empresarial”, completa Nadia.

Para um evento de sucesso, Régine dá a dica: planejar com antecedência é o melhor começo. “Criar um comitê com líde-res engajados e dedicados pode ser uma opção para garantir um evento dinâmico, que irá manter o interesse de seu mer-cado e da região”, ressalta.

Rafael Lourenço, diretor-superintendente da AmCham Rio, encontra-se com Régine René Labrousse, vice-presidente da AmCham Haiti, em reunião da Aaccla em setembro de 2014

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Anteprojeto de lei quer garantir proteção de dados pessoais

Pontos da lei em debate público foram discutidos durante palestra no Comitê de Propriedade Intelectual da AmCham Rio

Preocupado com questões de privacidade e segurança de infor-mação, o Ministério da Justiça está ouvindo a população brasi-

leira para a elaboração do anteprojeto de lei de proteção de dados pessoais. Aberto a discussões desde janeiro deste ano, o debate público foi tema da palestra do advogado Alberto Esteves Ferreira Filho, do escritório TozziniFreire Advogados, realizada, no dia 11 de março, na reunião do Comitê de Propriedade Intelectual da Câ-mara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio).

O objetivo do anteprojeto de lei é garantir e proteger informa-ções pessoais cadastradas em banco de dados online ou não auto-matizados, dando ao cidadão o direito de conhecer quais e como seus dados estão sendo tratados. Entre as mudanças previstas estão o estabelecimento de um prazo para a guarda das informações e o direito do usuário de ter acesso aos dados armazenados.

De acordo com Ferreira Filho, o processo de tramitação deve seguir os mesmos moldes do Marco Civil da Internet. “Após o Mi-nistério da Justiça levar em consideração todos os comentários fei-tos online, o anteprojeto passa por uma reestruturação textual e ganha uma nova disponibilização”, explica o advogado.

NEWS

“APÓS O MINISTÉRIO DA JUSTIÇA LEVAR EM CONSIDERAÇÃO TODOS

OS COMENTÁRIOS FEITOS ONLINE, O ANTEPROJETO PASSA POR UMA

REESTRUTURAÇÃO TEXTUAL E GANHA UMA NOVA DISPONIBILIZAÇÃO”, ALBERTO ESTEVES FERREIRA FILHO, DO ESCRITÓRIO TOZZINIFREIRE ADVOGADOS

Andreia de Andrade Gomes e Alberto Esteves Ferreira Filho apresentaram o anteprojeto na AmCham Rio

Page 25: A nova cara da AmCham Rio

46_Edição 291_abr/mar 2015

ONE : TIME : ZONE EVENTSFlora Pessanha MANAGING PARTNER

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Vita Check-up CenterAntonio Carlos Worms Till SÓCIO-PRESIDENTE

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Marca dos 450 anos da cidade atrai investimento privadoAniversário da cidade é o tema da palestra do secretário municipal de Cultura do Rio e presidente do Comitê Rio450, Marcelo Calero, no Networking Coffee da AmCham Rio

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“O quE dESEjaMOS é quE aS EMprESaS SEjaM NOSSaS parcEiraS NaS açõES dE divulgaçãO E

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MarcElO calErO, SEcrEtáriO MuNicipal dE cultura dO riO

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Várias organizações já lançaram produtos inspirados no ani-versário da cidade ou logomarcas personalizadas dos 450 anos. Até a AmCham Rio entrou na brincadeira, desenvolvendo uma home-nagem exclusiva com ícones das culturas americana e carioca: a Estátua da Liberdade no calçadão de Copacabana, em uma estética pop art, que ganhou fama nos Estados Unidos nos anos 1960.

Há muitos outros exemplos de uso personalizado do quatro, do cinco e do zero, que formam, respectivamente, nariz, boca e olho. Eles aparecem em faixas de pedestres, aviões, rótulos de cerveja e até automóveis. Por ser uma campanha pública, basta pedir uma autorização ao Comitê Rio450, explicou o secretário municipal de Cultura do Rio e presidente do comitê.

Além das organizações, qualquer um pode criar sua logomar-ca personalizada. Basta acessar o site rio450anos.com.br, esco-lher cores, cabelos, olhos, bigodes, acessórios e salvar o resultado final. Para os usuários mais avançados, o manual de aplicação pode ser baixado aqui: http://bit.ly/1F33ND6 (PDF).«

A festa de aniversário da cidade não terminou com o “Parabéns para Você”. A programação oficial, que

ultrapassa o dia 1º de março – a data de fundação do Rio –, vai até março de 2016. Por isso, o secretário municipal de Cultu-ra do Rio e presidente do Comitê Rio450, Marcelo Calero, ressalta: ainda há tempo para empresas participarem das comemo-rações. “O que desejamos é que as empre-sas sejam nossas parceiras nas ações de divulgação e que se valham da utilização da marca em seus produtos e materiais”, afirma Calero.

O convite de Calero foi feito no último Networking Coffee, evento da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) exclusivo para associa-dos que reuniu, no dia 17 de março, 45 profissionais, de 35 diferentes empresas. A abertura foi realizada pelo presidente eleito da AmCham Rio, Rafael Sampaio da Motta (Grupo Case Benefícios e Se-guros), e teve a presença de membros da diretoria, como Antonio Carlos da Silva Dias (IBM Brasil), Carlos Alexandre Gui-marães (SulAmérica Seguros) e Marcelo Mancini Peixoto (Prudential).

PARTy IN RIO!A AmCham Rio criou uma logo personalizada para as comemorações da Cidade Maravilhosa. A ideia foi juntar ícones das culturas americana e carioca, como a Estátua da Liberdade, a estética da pop art, e o calçadão de Copacabana. A arte fez tanto sucesso que acabou estampada na capa da edição 290 da Brazilian Business.

Marcelo Calero reforçou os

objetivos da marca Rio 450

aos associados da AmCham

Page 26: A nova cara da AmCham Rio

48_Edição 291_abr/mai 2015

COMITÊ EXECUTIVO

PRESIDENTE Rafael Sampaio da Motta_CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros

1º. VICE-PRESIDENTE Pedro Paulo Pereira de Almeida _Vice-presidente, IBM Brasil

2º. VICE-PRESIDENTE João César Lima_Sócio, PwC

3º. VICE-PRESIDENTE Fabio Lins de Castro_CEO, Prudential do Brasil

DIRETOR FINANCEIRO Manuel Domingues e Pinho_Presidente, DPC

CONSELHEIRO JURÍDICO Luiz Claudio Salles Cristofaro_Sócio, Chediak Advogados

DIRETOR-SECRETÁRIO Steven Bipes_Senior Advisor, Albright Stonebridge Group

EX-PRESIDENTES Roberto Ramos; Henrique Rzezinski; Robson Goulart Barreto

PRESIDENTES DE HONRA

Mauro Vieira_Embaixador do Brasil nos EUA Liliana Ayalde_Embaixadora dos EUA no Brasil

DIRETORES

Álvaro Cysneiros_Diretor de Operações de Mercado Internacional, Totvs

Alexandre de Botton_Sócio-diretor, Korn Ferry

Antonio Cláudio Buchaul_Segment Head, Citibank

Antonio Carlos Worms Till_Presidente, Vita Check-up Center

Carlos Affonso S. d’Albuquerque_Diretor Financeiro e de Relações com os Investidores, Valid

Carlos Alexandre Guimarães_Diretor Regional Rio de Janeiro e Espírito Santo, SulAmérica Companhia Nacional de Seguros

Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil

Fábio Maia _Diretor Comercial, Amil

Hélio Blak_Diretor-presidente, Integridade Consultoria

Italo Mazzoni_Presidente, Ibeu

José Firmo_Vice-presidente Sênior, Seadrill Serviços de Petróleo Ltda.

Leandro Andrade Azevedo_Diretor-superintendente, Construtora Norberto Odebrecht S.A.

Luiz Carlos Constamilan_Firjan

Luiz Claudio Salles Cristofaro_Sócio, Chediak Advogados

Manuel Domingues e Pinho_Presidente, DPC

Manuel Fernandes R. de Souza_Sócio responsável pelo Escritório RJ, KPMG

Marco Antônio Gonçalves_Diretor-gerente, Bradesco Seguros S.A.

Mauricio J. Vianna e Silva_CEO, MJV Technology & Innovation

Noel De Simone Júnior_Sócio, Casa da Criação

Osmond Coelho Junior_Gerente Executivo da Área Internacional, Petrobras

Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente, IBM Brasil

Rafael Benke

Rafael Jaen Williamson_Diretor de Assuntos Corporativos, Chevron

Rafael Sampaio da Motta_CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros

Rafael Sauer Eisenberg_Diretor, Amsterdam Sauer Joalheiros Ltda.

Raïssa Lumack_Vice-presidente de Recursos Humanos, Coca-Cola Brasil

Roberto Braga Mendes_Vice President and General Manager, Latin America, Thermo Fisher Scientific

Robson Pinheiro Rodrigues de Campos_Presidente, Wärtsilä Brasil Ltda.

Steven Bipes_Senior Advisor, Albright Stonebridge Group

DIRETORES EX-OFÍCIO

Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella lcaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | Henrique Rzezinski | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha | Peter Dirk Siemsen | Roberto Prisco Paraíso Ramos | Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy

PRESIDENTES DE COMITÊS

Assuntos Jurídicos - Julian Chediak

Propriedade Intelectual - Andreia de Andrade Gomes

Tax Friday - Gerson Stocco

Energia – Manuel Fernandes

Entretenimento, Esportes e Cultura - Steve Solot

Logística e Infraestrutura - em definição

Marketing - Noel De Simone

Meio Ambiente - Kárim Ozon

Recursos Humanos - Claudia Danienne Marchi

Responsabilidade Social Empresarial - Silvina Ramal

Saúde - Gilberto Ururahy

Seguros, Resseguros e Previdência - Luiz Wancelotti

Tecnologia da Informação e Comunicação - em definição

DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO

PRESIDENTE

Otacílio José Coser Filho_Membro do Conselho

de Administração, Coimex Empreendimentos e

Participações Ltda.

VICE-PRESIDENTE

Maurício Max_Diretor do Departamento de

Pelotização, Vale S.A.

DIRETORES

Bruno Moreira Giestas_Diretor de Marketing,

Realcafé Solúvel do Brasil S.A.

Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor,

Rede Gazeta

Flavia Rodrigues_Chairperson do Comitê de

Marketing

João Carlos Pedrosa da Fonseca_Superintendente,

Rede Tribuna

Liberato Milo_Diretorg-geral, Chocolates Garoto

Márcio Brotto Barros_Presidente, Bergi Advocacia

Marcílio Rodrigues Machado_Negócios

Internacionais

Marcos Guerra_Presidente, Findes

Maria Alice Paoliello Lindenberg_Relações

Governamentais

Ricardo Vescovi Aragão_Presidente, Samarco

Mineração

Rodrigo Loureiro Martins_Advogado, Sócio

Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins

Simone Chieppe Moura_Diretora-geral,

Metropolitana Transportes e Serviços

Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro

Educacional Leonardo da Vinci

LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO

Administração e Finanças: Ednei Medeiros (21) 3213-9208 | [email protected]

Produtos e Serviços: Nadia Stanzig (21) 3213-9231 | [email protected]

Comunicação: Eduardo Nunes (21) 3213-9239 | [email protected]

LINHA DIRETA COM A AMCHAM ES

Diretor executivo: Luiz Fernando Mello Leitão (27) 99972-5933 | leitã[email protected]

EXPEDIENTE

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Page 27: A nova cara da AmCham Rio

1111

1

99 Since 1916

anos

AmCham R io

Mais do que valorizar essa memória, queremos que a nossa experiênciaajude a construir um ambiente de negócios melhor.

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