a nossa viagem ao encontro do conhecimento

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Escola Secundária de Viriato Biologia e Geologia 2007/2008 11ºano Ocupação Antrópica Bacias Hidrográficas

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Page 1: A NOSSA VIAGEM AO ENCONTRO DO CONHECIMENTO

Esco la Secundária de Viriato  

Bio lo gia e Geo lo gia2007/2008   

11ºano    

Ocupação Antrópica Bacias Hidrográficas

Page 2: A NOSSA VIAGEM AO ENCONTRO DO CONHECIMENTO

Intro dução        Este  trabalho pretende  abordar  a  temática "Ocupação antrópica:  análise  de  uma  situação  problema  relativa  às  bacias hidrográficas".     Tomando  como  situação-problema  “Barragem  de  Várzea-  um condicionante à  dinâmica das zonas fluviais na nossa região. Quais os  impactes  desta  acção  antrópica?”,  ao  longo do  nosso  trabalho iremos  abordar  aspectos  relacionados  com  a  construção  de barragens e diques, desvio de linhas de água ou obstrução destas com obras humanas.     Focaremos algumas vantagens  mas  também aspectos que  condicionam a dinâmica destes.       É junto das bacias hidrográficas que o Homem, desde os tempos mais  remotos,  teve necessidade  de  constituir  o  seu  património para tirar o melhor partido delas, mas a sua acção controladora por vezes  acaba  por  abater-se  negativamente  sobre  si  próprio, espalhando destruição e morte.  

Page 3: A NOSSA VIAGEM AO ENCONTRO DO CONHECIMENTO

Ocupação Antró pica

“Só se pode vencer a Natureza obedecendo-lhe” (Francis Bacon)                                                                                                                                                                                                                                                                                        O Homem satisfazendo as suas necessidades, submete essas zonas a alterações paisagísticas e a explorações excessivas dos seus recursos naturais. O elevado crescimento da população humana e desenvolvimento tecnológico aumenta acentuadamente este fenómeno, que se traduz numa pressão antrópica excessiva sob os subsistemas terrestres - litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera -, contribuindo para o seu desequilíbrio. A crescente ocupação de zonas superficiais por infra-estruturas humanas, criando grandes áreas impermeáveis, dificultando a interacção entre os subsistemas terrestres, e o aumento da exploração agrícola, que conduz a problemas de desflorestação e de exaustão dos solos, são alguns exemplos dos inúmeros problemas associados à acção antrópica. Outras vezes o Homem acaba por construir em zonas de risco, mas na sua batalha para controlar a Natureza muitas vezes sai vencido, assistindo à destruição do seu património. Há cada vez mais a necessidade de regular a ocupação antrópica, tornando-a sustentável e racional, fazendo planos de ordenamento do território, de forma a causar menos impactes ambientais.  

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B a c i a s H i d r o g r á f i c a s  

             

A  Hidrologia  é  a  ciência  que  estuda  a  ocorrência,  distribuição  e movimentação  da  água  no  planeta  Terra,  englobando  a  existente  em cursos de água como rios.  

     Um rio principal e os seus afluentes que acabam por debitar as 

suas águas no mar, após um longo percurso desde a nascente até à foz, estão organizados numa rede hidrográfica. Ao conjunto de toda uma rede  hidrográfica  envolvendo  a  área  circundante  desta,  dá-se  a designação de bacia hidrográfica.  

     A formação da bacia hidrográfica dá-se através dos desníveis dos 

terrenos que orientam os cursos da água, sempre das áreas mais altas para as mais baixas. 

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A bacia hidrográfica do rio Vouga compreende a nossa cidade de Viseu. O rio nasce na Serra da Lapa e desagua na Ria de Aveiro, tendo como afluentes principais os rios Caima, Mau e Sul, na margem direita, e Águeda, na margem esquerda. A sua bacia hidrográfica cobre uma extensão de 3 635 km² e ao longo deste as suas águas são represadas por inúmeras barragens, nomeadamente pela de Ribafeita e de Várzea de Calde.

 

  

Bacias hidrográficas da região centro de Portugal 

Rede hidrográfica de Portugal Continental

Page 6: A NOSSA VIAGEM AO ENCONTRO DO CONHECIMENTO

D i n â m i c a d e u m a B a c i a H i d r o g r á f i c a            Os rios apresentam um impacte geológico muito profundo nas zonas onde circulam. O percurso de um rio pode ser estudado pelo seu perfil transversal e perfil longitudinal.   

                                                                                                                                                                                                                           

PERFIL LONGITUDINAL- Linha que une os pontos do leito de um rio desde a nascente até à foz, sendo possível determinar com exactidão o declive do leito ao longo do seu percurso.  PERFIL TRANSVERSAL- Corte tranversal de um rio numa dada zona do seu percurso de modo a permitir a análise e o estudo dos seus leitos, assim como demonstra as características do vale nessa secção. 

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LEITO-  É  o  espaço  (terreno) que  pode  ser  ocupado  pelas  águas  do  rio,  quando não influenciado por cheias, inundações ou tempestades. Subdivide-se em  leito  aparente,  leito  de  de  cheia  e  leito  menor  (  leito  de  seca  ou  de estiagem).       Numa  região  temperada,  o  rio possui  um  leito aparente ou normal (B), constituído por um canal mais ou menos profundo, constituído pela água que nele circula e sedimentos que transporta.      Quando  a  pluviosidade  é  muito  abundante,  as  águas  podem  subir  vários metros e  inundar grandes superfícies, dando origem ao  leito maior ou leito de cheia (C).       Os limites laterais do rio designam-se por margens e relacionam-se com o leito aparente.     Para  um  observador  que  esteja  virado  para  jusante  do  rio  (para  a desembocadura- foz), a margem que está à sua direita será a margem direita e a que se encontra à sua esquerda será a margem esquerda. Para aquele que observar voltado para montante (para a nascente do rio), as margens têm designação contrária.                                                                                                                                                                                                                

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Os diferentes tipos de leito ocorrem devido a situações de:  • CHEIA • ESTIAGEM 

Page 9: A NOSSA VIAGEM AO ENCONTRO DO CONHECIMENTO

I m p a c t e G e o l ó g i c o d o s r i o s  

Os  rios têm  a  capacidade  de realizar três processos geológicos que, a pouco  e  pouco, vão modelando  a paisagem: 1. Erosão- processo  de  desgaste  de materiais  existentes  no  seu  leito  e margens.  2. Transporte- capacidade fluvial de deslocação  dos  materiais  resultantes  da erosão.  3. Sedimentação- deposição  dos materiais que advém da erosão quando o rio  deixa  de  ter  capacidade  de transporte, podendo ocorrer ao longo do seu  leito,  nas  margens  ou  em  locais como  a  foz  de  um  rio,  onde  a  corrente pouco  intensa  e  o  declive  pouco acentuado. 

     

Page 10: A NOSSA VIAGEM AO ENCONTRO DO CONHECIMENTO

E l e m e n t o s T o p o g r á f i c o s d e u m a B a c i a H i d r o g r á f i c a    

        Os rios possuem uma dinâmica que lhes permite actuar sobre a zona drenada por estes, modelando a sua morfologia e paisagem.       Desde  que  nascem  até  atingirem  a  foz  este  vai  efectuando  um  processo  de Erosão Fluvial, que compreende as fases de desgaste dos terrenos por onde passa, transporte dos materiais desagregados e acumulação destes materiais em planícies aluviais. 

CURSO SUPERIOR- É a fase da nascente, onde os rios circulam geralmente entre montanhas, cujo declive é acentuado e a força das águas é muito significativa. Assim, o desgaste na vertical é acentuado e os vales são em V fechado. Aqui a erosão e transporte de sedimentos é mais intensa. Nesta fase podem surgir cataratas e rápidos (locais num curso de água onde o fluxo é extremamente rápido).

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CURSO MÉDIO-  O declive  do  terreno  não  é  tão  acentuado,  tem  grande capacidade de transporte e o desgaste faz-se na horizontal alargando o leito do rio,  forma-se  vales  mais  profundos  :  são  os  vales em V abertos.                                                             

 

CURSO INFERIOR- Zona mais próxima da foz,  onde  o  rio  perde  velocidade  devido  a uma  diminuição  da  inclinação  e  uma capacidade  de  transporte  aproximadamente nula  dá  origem à  deposição  dos  materiais (aluviões) que o rio transportou durante todo o  seu  percurso, convertendo  a  sua  área  de drenagem em vales em caleira aluvial, de fundo largo e plano, geralmente  muito desenvolvidos  nas  zonas  terminais  ou vestibulares  dos  grandes  rios  como os campos  do Mondego  e  as  lezírias  do  Tejo  e do Sado.     

                                                                               

                           

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O rio na sua acção de alteração da morfologia da superfície onde circula pode dar origem a meandros (desgaste das margens côncavas e acumulação dos sedimentos nas margens convexas), deltas (locais onde as marés e as correntes marítimas têm pouca força permitindo a deposição de aluviões junto à foz em disposição triangular) e estuários (os sedimentos trazidos pelo rio são dispersos ao longo da linha de costa sob a forma de praias e são transportados para águas mais profundas do oceano devido a uma força das águas intensa).

Page 13: A NOSSA VIAGEM AO ENCONTRO DO CONHECIMENTO

A c ç ã o A n t r ó p i c a n u m a B a c i a H i d r o g r á f i c a e O r d e n a m e n t o d e T e r r i t ó r i o

              Hoje, com o desenvolvimento tecnológico o Homem evoluiu, mas nem  por  isso  deixou  de manifestar  a  sua  influência  sobre  as  bacias hidrográficas, mas desta vez fá-lo de forma muitas vezes negativa. Na ânsia de controlar os recursos hidrícos a seu favor, acaba por cometer erros  como  as  construção  de  obras  humanas em leitos  de  cheia,  a implantação de diques e barragens ou a extracção de inertes nos leitos dos  rios,  que  em  muito  condicionam  a  dinâmica  dos  rios  e que aumentam as situações de risco em casos de catástrofe natural.      Cresce a responsabilidade de regular a intervenção humana a nível dos  cursos  de  água,  de modo  a  não  agravar  situações  de  risco  que ponham  em causa  a  sua  própria  existência  e  agravem  a  decadência ambiental. É necessária a elaboração de planos de ordenamento de território, de  modo  a  identificar  os  locais  que  podem  sofrer  acção humana e aqueles onde não se pode construir.   É a tentativa de o Homem conquistar a harmonia com a Natureza, em vez de se apoderar dela a todo o custo.  

Page 14: A NOSSA VIAGEM AO ENCONTRO DO CONHECIMENTO

E m q u e s e f a z s e n t i r a A c ç ã o A n t r ó p i c a ?

Construir de diques e barragens, modificando assim o leito dos rios e regularizando o seu regime de forma artificial;

Não proteger as florestas e facilitando a ocorrência de incêndios que destroem a vegetação, diminuindo assim a  infiltração para um maior escoamento superficial que se reflecte no caudal dos rios;

Lançar  esgotos  domésticos,  industriais  e  os  resultantes  das actividades agrícolas nos rios, o que tem consequências nefastas nos ecossistemas;

Construir  nos  leitos  de  inundação  ou  canalizando  linhas  de  água, diminuindo a sua capacidade de escoamento; 

Extrair dos leitos dos rios materiais que muitas vezes se destinam a fins relativos à construção civil. 

Page 15: A NOSSA VIAGEM AO ENCONTRO DO CONHECIMENTO

C o n s t r u ç ã o d e B a r r a g e n s   

    Barragem  é  uma  construção  antrópica  tranversal  a  um  curso  de água que "barra" a passagem da água retendo-a numa albufeira. 

Problemas de segurança (fim da vida útil da barragem/ ruptura)  

Atracção turística/lazer (práticas náuticas em albufeiras)  

Impacte nos ecossistemas aquáticos e terrestres (peixes não atingem local de desova)  

Constituição de reserva para rega (irrigação agrícola)  

Retenção de sedimentos com impacte negativo na fertilização dos solos  

Regulação de caudal (períodos de pluviosidade elevada- neutraliza cheias)  

Redução de sedimentos debitados no mar (alteração da linha da costa)  

Constituição de reservas hídricas (períodos de estiagem- ameniza secas)   

Aumento da acumulação de sedimentos (perda de capacidade de armazenamento de água)  

Abastecimento de água (uso doméstico e industrial)  

Submersão de terrenos com aptidão agrícola  

Produção de energia hidroeléctrica  

 Desvantagens 

 

Vantagens

Page 16: A NOSSA VIAGEM AO ENCONTRO DO CONHECIMENTO

Características Gerais: UTILIZAÇÕES -Rega LOCALIZAÇÃO  Distrito - Viseu Concelho - Viseu Local - Várzea de Calde Bacia Hidrográfica - Vouga Linha de Água - Ribeira da Várzea  Ano de Projecto - 1995 Ano de Conclusão - 2000 Área da Bacia Hidrográfica - 3,1 km2 Precipitação média anual - 1430 mm  Caudal de cheia - 24 m3/s

B a r r a g e m d e V á r z e a d e C a l d e

Page 17: A NOSSA VIAGEM AO ENCONTRO DO CONHECIMENTO

Como podemos ver pela  imagem, à direita  encontra-se a barragem de  Várzea  de Calde  e  em  redor  uma  zona  de  pinhal  e  de  terrenos agrícolas,  não  havendo  predominância  de  habitações.  Deduz-se, então,  que  em  situação  de  cheia  ou  em  caso  de  haver  problemas técnicos  na  barragem  (rupturas/  descargas  bruscas,...)  pode culminar na  inundação dos terrenos circundantes, com prejuízo de destruição de  culturas,  tornando precária  a  situação de habitantes cujo meio de subsistência é a actividade agrícola.

Page 18: A NOSSA VIAGEM AO ENCONTRO DO CONHECIMENTO

C o n s t r u ç ã o e m l e i t o s d e c h e i a    

     A  construção  em  leitos  de  cheia  faz  com  que,  em  caso  de  catástrofes naturais  como  precipitação  elevada,  em  que  o  caudal  do  rio  aumente abruptamente preenchendo o seu leito de cheia, inunde essas zonas. E aí a força  das  águas  é  superior  a  tudo  e  acaba  por  deitar  por  terra  as  obras humanas que se "atravessem" à frente, causando perdas de bens materiais ou até de vidas humanas.      Por  isso deve ser  feito um plano de ordenamento de  território para que não se construa nessas zonas de risco.     Um caso recente, referente ao presente ano (2008), foram as cheias que afectaram Lisboa. 

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E x t r a c ç ã o d e i n e r t e s d o l e i t o d o s r i o s             Outro dos fenómenos que pode afectar a dinãmica dos cursos de água é a extracção de inertes  que,  compreende  a  remoção  de  sedimentos depositados no leito, para diversos fins, nomeadamente a construção civil.     Os perigos que advêm desta actividade são: •a alteração brusca das correntes e dinâmica do rio; •a redução da carga sólida transportada pelas águas para jusante (foz);  •o impacte da fertilidade das espécies piscícolas ao longo do rio; •as modificações irreversíveis nos ecossistemas; •a  erosão  das  construções  humanas  (perda  de  alicerces  dos  pilares  das pontes). 

 

Page 20: A NOSSA VIAGEM AO ENCONTRO DO CONHECIMENTO

C o n c l u s ã o        

               Com  este  trabalho  concluímos  que  a  acção antrópica  nas  bacias hidrográficas nem sempre tem conotação positiva.     O  Homem,  ao  tentar  tirar  partido  dos  benefícios  que  advêm  da  sua acção  controladora no  que  diz  respeito,  por  exemplo,  à  construção  de barragens como a de Várzea de Calde, acaba por condicionar, em muito, o processo geológico do curso de água (neste caso o rio Vouga). Os efeitos desta  construção  podem  ser  sentidos  a  dezenas  de  quilómetros  desta construção  pois,  Há  acumulação  de  sedimentos  na  barragem,  que  não chegam à Ria de Aveiro (local onde o rio desagua), aumentando, assim, a erosão e o recuo da costa.      Outros  aspectos  como  a  extracção  de  inertes  do  leito  dos  rios  ou  a implantação de obras humanas nos seus leitos de cheia, também afectam a dinâmica hídrica, podendo mesmo agravar situações de desastres naturais com prejuízos materiais e de vidas humanas.     O ordenamento de território é uma necessidade do quotidiano de todos nós,  pois  só  assim  há  uma  melhor  gestão  do  espaço  biofísico  e  a possibilidade  de  construção  do  equilíbrio  Terra-Homem,  constitindo  o segredo para enfrentar, com alguma tranquilidade, o futuro.

Page 21: A NOSSA VIAGEM AO ENCONTRO DO CONHECIMENTO

R e a l i z a ç ã o

Elisa 

Fábio

Filipa M.

Susana 

Suzete

11ºC

A g r a d e c i m e n t o s

A Organizadores, Visitantes e Comentadores do blog, em especial à Prof.Arminda Sousa que tanto nos ajudou na construção do saber…

Page 22: A NOSSA VIAGEM AO ENCONTRO DO CONHECIMENTO

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