a natureza como limite da economia
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Andrei Cechin
Série de seminários em sustentabilidade
IEE - USP, 14/04/2015
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Economistas e o Jardim do éden Processo produtivo Termodinâmica Metabolismo Limites à ‘Economia Verde’ Decrescimento? O Cerne do dilema Esboço de uma macroeconomia ecológica
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Critério de sustentabilidade: consumo per capita
sustentado indefinidamente e no nível mais elevado possível.
K + H + RN = Constante
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Condições:
1) possibilidade de haver progresso técnico que poupe recursos - Ecoeficiência
2) viabilidade dos fatores Trabalho e Capital substituírem Recursos Naturais na produção (SOLOW, 1974; 1993) – ‘Desmaterialização’
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A palavra “energia” não aparece no livro sobre crescimento econômico de Charles JONES (2000).
Crença no descolamento absoluto do crescimento econômico do uso de energia e materiais.
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Como a energia representa apenas 5% dos custos de
produção, ou como o custo energético como percentagem do PIB está declinando, tais recursos não seriam tão
importantes.
Como o coração humano representa apenas 5% do peso do corpo, seria possível viver sem ele?
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“colapso da agricultura pode não ser problema conquanto haja crescimento na produção de outros bens e serviços de valor monetário equivalente ou superior, pois tal setor contribui com ínfima parcela do PIB” (SCHELLING, 1997).
Vamos comer Ipads?
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Economia neoclássica:
1) Ignora as diferenças qualitativas entre fatores de produção. [P = f (K; H; RN)]
Recursos naturais podem ser facilmente e indefinidamente
substituídos por capital construído.
2) Ignora a produção inevitável de resíduo
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Fundos: Terra (capital natural/ecológico), Trabalho (capital humano/social) , Capital (capital físico/construído)
Fluxos (de entrada e saída) - energia e materiais advindos diretamente da natureza ou de outro processo produtivo - se transformam em produtos finais, em resíduos e em poluição.
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Dá pra aumentar a quantidade de bolos produzidos dobrando-se apenas quantidade de confeiteiros e de batedeiras?.
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Máquinas e equipamentos não podem substituir fatores primários de produção, isto é, fluxos de energia e materiais da natureza. São complementares!
Construir mais barcos não aumentará a captura de peixe!
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Economia como um todo (sistema isolado).
Meio ambiente apenas como setores da macroeconomia
X
Macroeconomia como subsistema aberto da ecossistêmica que a envolve e sustenta
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1ª Lei: quant. de energia num sistema isolado é constante
2ª Lei: a entropia de um sistema isolado tende a
aumentar com o tempo, aproximando-se de um valor máximo.
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• As mudanças na qualidade da energia tendem a
torná-la inutilizável - parte da energia não pode mais ser transformada em trabalho.
• Tal processo de “degradação” energética é
irreversível
• Impossibilidade do moto-perpétuo
• Nenhuma outra lei da física distingue o passado do futuro!
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Sistemas isolados - não envolvem trocas de energia nem matéria com seu exterior.
Sistemas abertos – trocam regularmente matéria e
energia com seu meio ambiente.
Sistemas fechados - só importam e exportam energia, mas não matéria. A matéria circula no sistema.
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As mais diversas formas de vida são sistemas abertos.
existem, crescem e se organizam importando energia e matéria de qualidade (baixa entropia) de fora de seus corpos, e exportando alta entropia.
Também é assim que o chamado sistema econômico
mantém sua organização material e cresce em escala.
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“Baixa entropia” “Alta entropia”
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Exigências ecológicas e materiais da economia
são função da: escala, tecnologia e composição Impacto ambiental = Escala x Intensidade
Escala = valor da produção de uma economia =
PIB
Intensidade do impacto ambiental por unidade do PIB = f(composição; tecnologia)
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impacto ambiental reduzido e crescimento econômico ao longo do tempo.
taxa de redução do impacto/PIB (redução da
intensidade) > taxa de aumento do PIB
É possível? Realista? Factível?
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Tamanho: 0.02 kg (pequeno) Tamanho: 6,000 Kg (grande)
metabolismo 3.0 W/kg metabolismo 0.5 W/kg (baixo)
(alto)
O elefante é uma versão desmaterializada do rato?
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Considere uma meta de redução das
emissões de CO2 de 80%, a ser atingida em
40 anos. Com o PIB inalterado intensidade
deve diminuir 80%
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Quanto maior a taxa de crescimento do PIB, maior deve ser a
redução da intensidade para atingir uma dada meta de redução no
total de emissões
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Quanto maior a taxa de crescimento do PIB, maior deve ser a redução da intensidade para atingir uma dada meta de redução no total de emissões
mudanças rápidas e significativas na composição (no sentido da ‘desmaterialização) e na ecoeficiência
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Não haveria limites para o crescimento se:
se a economia crescesse em uma dimensão não-
física
se as leis da termodinâmica não valessem
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“economia do astronauta” - Kenneth Boulding (1910-1993)
“condição estacionária” - Herman Daly (1938-)
“decrescimento” - Nicholas Georgescu-Roegen (1906-1994)
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Economia do astronauta = mito de que todos os minérios passarão à categoria de recursos renováveis.
Como reciclagem total dos materiais não seria possível na prática, o processo econômico necessariamente será declinante a partir de determinado momento – por mais remoto que possa estar o início dessa tendência.
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Condição estacionária = “mito de salvação ecológica”
Como se fosse possível manter indefinidamente os padrões de vida e de conforto já alcançados nos países abastados.
Como se manutenção de determinado padrão de vida, com K e H constantes, não implicasse pressão nos ecossistemas.
Decrescimento voluntário, e não decorrência da escassez de recursos. Quanto mais cedo começar a transição, maior será a sobrevida da atividade econômica da espécie humana.
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Faz sentido colocar o decrescimento do PIB
como prioridade com a esperança de que o
resultado seja ambientalmente positivo?
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nada impede que o decrescimento do PIB venha a ser sujo
negligencia o papel importante da composição e tecnologia
muita importância dada ao indicador PIB
melhor ser agnóstico quanto com o PIB
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Economia com baixo ou sem crescimento precisa reconciliar a
tendência de aumento na produtividade do trabalho com a manutenção do pleno emprego
![Page 34: A Natureza como limite da Economia](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020301/5874b2c41a28abd36c8b77a5/html5/thumbnails/34.jpg)
PIB = Produtividade x Trabalho anual
Trabalho (insumo anual em horas)= Horas trabalhadas por cada trabalhador (em ´média) em 1 ano x
Emprego (% da PEA) x Força de trabalho
PIB = Produtividade x Horas trabalhadas por cada trabalhador (em ´média) em 1 ano x
Emprego (% da PEA) x Força de trabalho
![Page 35: A Natureza como limite da Economia](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020301/5874b2c41a28abd36c8b77a5/html5/thumbnails/35.jpg)
como a Produtividade do trabalho tende a aumentar , só se pode manter o pleno emprego através do aumento do PIB, ou reduzindo horas trabalhados por cada trabalhador
E = PIB P x H
![Page 36: A Natureza como limite da Economia](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020301/5874b2c41a28abd36c8b77a5/html5/thumbnails/36.jpg)
Se for necessário restringir o crescimento para atingir metas de redução de emissões:
(a) reduzir a média de horas trabalhadas por trabalhador
(b) retardar (restringir) aumento da produtividade do trabalho, mudando a composição estrutural da economia para os setores que têm menor produtividade do trabalho (e aumento dela)
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