a molécula que vicia

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Page 1: A Molécula que vicia
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A nicotina é um composto orgânico e é o principal alcalóide do

tabaco. Alcalóides são compostos orgânicos nitrogenados provenientes de

plantas, que têm efeitos fisiológicos nos seres humanos. (por exemplo, muitas

pessoas costumam apreciar os efeitos estimulantes de outro alcalóide, a

cafeína, quando saboreiam uma ou duas xícaras de café pela manhã).

A nicotina está presente por toda a planta do tabaco, principalmente nas folhas, correspondendo a 5% em peso da planta. Um cigarro contém entre 8 a

20 mg de nicotina (dependendo da marca), apesar de somente cerca de 1 mg chegar a ser absorvida pelo organismo, quando é fumado.

A fórmula molecular, C10H14N2, foi estabelecida em 1843, e a primeira

síntese em laboratório foi publicada em 1904. A nicotina é um dos poucos alcalóides líquidos à temperatura ambiente. É um líquido incolor e inodoro,

oleoso; quando exposto ao ar ou à luz, adquire uma tonalidade castanha e um odor característico do tabaco.

A nicotina no corpo

Assim como acontece com a maioria das substâncias que causam vício, o

homem desenvolveu uma grande variedade de maneiras para fornecer nicotina

ao seu corpo. Ela espalha-se imediatamente através:

Da pele Dos pulmões

Das mucosas (como o tecido do interior do seu nariz ou gengivas)

A nicotina vai directamente para as pequenas veias que revestem os tecidos listados acima. Ela viaja pela corrente sanguínea até ao cérebro e é transmitida

ao resto do corpo.

A maneira mais comum e mais conveniente de levar a nicotina para a corrente sanguínea é através da inalação, ou seja, fumando. Os pulmões são

revestidos por milhões de alvéolos, que são as minúsculas bolsas onde ocorre a troca de ar. Esses alvéolos fornecem uma enorme área de superfície (90 vezes maior do que a da pele) e devido a isso fornecem um amplo acesso para a

nicotina e outros compostos. Uma vez na corrente sanguínea, a nicotina flui quase que imediatamente para o cérebro. Embora aja de várias maneiras

diferentes pelo corpo, a actuação dela no cérebro é responsável pelas sensações "agradáveis" que alguém sente quando fuma, assim como também

pela irritabilidade que sente quando tenta parar de fumar. Em um período de 10 a 15 segundos após a inalação, a maioria dos fumantes está sob os efeitos da nicotina.

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A molécula não fica muito tempo no corpo. A sua meia-vida é de cerca de 60 minutos, o que significa que seis horas depois de um cigarro ter sido fumado, apenas cerca de 0,031 mg do 1 mg inalado continua no corpo.

E como o seu corpo se livra da nicotina? Aqui está o processo:

Cerca de 80% da nicotina é quebrada em cotinina (substância encontrada na saliva, através da qual se pode medir a quantidade de nicotina absorvida pelo fumante) por enzimas no fígado;

A nicotina também é metabolizada em cotinina e óxido de nicotina em seus pulmões;

A cotinina e outros metabólicos são excretados na sua urina. Ela tem uma meia-vida de 24 horas, o que torna possível testar se alguém fumou ou não nos últimos dois dias ao procurar cotinina na urina;

A nicotina restante é filtrada no sangue pelos rins e excretada na urina.

Cada pessoa metaboliza a nicotina a diferentes taxas. Há até pessoas que possuem um defeito genético nas enzimas do fígado que quebram a nicotina, o

que faz com que essa enzima mutante não seja tão eficiente em metabolizar nicotina quanto a enzima normal. Se uma pessoa tiver esse gene, os níveis de nicotina no sangue e cérebro ficam altos por um período maior após ter fumado

um cigarro. Normalmente, as pessoas fumam cigarros durante todo o dia para manter um nível fixo de nicotina no corpo. Os fumantes possuidores deste gene

geralmente acabam por fumar menos cigarros, já que não têm essa necessidade constante de mais nicotina.

O cigarro e o Cérebro

Ao ser ingerida, a nicotina produz alterações

cerebrais, modificando assim o estado emocional e

comportamental dos fumantes, da mesma forma

como ocorre com a cocaína, crack, heroína ou álcool.

Depois que a nicotina atinge o cérebro, entre 7 a 9

segundos, liberta várias substâncias

(neurotransmissores cerebrais) que são responsáveis

por estimular a sensação de prazer, explicando-se

assim as boas sensações que o fumante tem ao

fumar. A nicotina chega ao cérebro mais rapidamente

que a cocaína e com a mesma velocidade do crack.

Com a ingestão contínua da nicotina, o cérebro

acaba por se adaptar e passa a precisar de doses cada vez maiores para manter

o mesmo nível de satisfação que tinha no início. Esse efeito é chamado de

tolerância à droga. Com o passar do tempo, o fumante passa a ter necessidade

de consumir cada vez mais cigarros. Com a dependência e o tabagismo

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crónico, cresce também o risco de se contraírem doenças debilitantes, que

podem levar à invalidez e à morte.

O cérebro é o protagonista na acção da nicotina. Como um computador,

o cérebro processa, armazena e utiliza informações. Num computador, as informações viajam na forma de electricidade, através de fios. As informações são transferidas num processo binário, com chaves de "ligado" ou "desligado".

No cérebro, os neurónios são as células que transferem e integram as informações. Cada neurónio recebe milhares de entradas vindas de outros

neurónios pelo cérebro. Cada um desses sinais está incluso na decisão que o neurónio toma de passar ou não o sinal recebido para outros demais neurónios.

Uma sinapse é o local em que dois neurónios estão em contacto. O

neurónio pré-sináptico libera um neurotransmissor, que se liga a receptores na célula pós-sináptica. Isso permite que sinais sejam transmitidos de neurónio a

neurónio através do cérebro.

Enquanto os sinais são conduzidos através dos neurónios individuais na forma de corrente eléctrica, a comunicação entre os neurónios é mediada por mensageiros químicos, os neurotransmissores. Eles cruzam o espaço físico

entre dois neurónios e ligam-se a receptores proteicos específicos na célula pós-sináptica. Após a sua ligação, esses receptores colocam em movimento

alterações fisiológicas dentro do neurónio, que permitem que ele envie o sinal para o próximo neurónio.

Cada neurotransmissor tem sua própria família específica de receptores. A

nicotina age ancorando-se num subconjunto de receptores, que se associam ao neurotransmissor acetilcolina.

A acetilcolina é o neurotransmissor que, dependendo da região do cérebro em que o neurónio está localizado:

Transmite sinais do cérebro para os músculos;

Controla funções básicas como o nível de energia, a batida do coração e a respiração;

Actua como um "polícia de trânsito", supervisionando o fluxo de informações no cérebro;

Desempenha um importante papel no aprendizado e na memória.

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A acetilcolina é libertada por um neurónio e liga-se a receptores nos neurónios adjacentes.

Assim como a acetilcolina, a nicotina conduz uma explosão na actividade dos

receptores. Contudo, ao contrário da acetilcolina, a nicotina não é regulada pelo corpo. Enquanto os neurónios normalmente liberam pequenas quantidades

de acetilcolina de maneira controlada, a nicotina activa os neurónios colinérgicos que usam principalmente acetilcolina para se comunicar com outros neurónios, em várias regiões diferentes de seu cérebro de forma simultânea.

Esse estímulo cria:

Libertação elevada de acetilcolina dos neurónios, levando a um aumento de actividade na trilha de reacções colinérgicas através do seu

cérebro. Essa actividade colinérgica manda o corpo e o cérebro a entrarem em acção, e este é o sinal de alerta que muitos fumadores

usam para se reenergizar durante o dia. Através dessas reacções químicas, a nicotina melhora o tempo de reacção e a habilidade de se concentrar, fazendo com que sintamos que podemos trabalhar melhor;

O estímulo dos neurónios colinérgicos promove a libertação do neurotransmissor dopamina nos mecanismos de recompensa do cérebro.

Este circuito neural supostamente reforça comportamentos que são essenciais para a sobrevivência, como comer quando estamos com fome. Estimular neurónios nessas áreas do cérebro traz sensações agradáveis e

de felicidade que nos encorajam a repetir aquelas acções. Quando drogas como a cocaína ou a nicotina activam os mecanismos de recompensa, o

desejo de usá-las é reforçado pelo facto de nos sentirmos calmos e felizes após o uso;

Libertação de glutamato, um neurotransmissor envolvido no

aprendizado e na memória. O glutamato aprimora as conexões entre grupos de neurónios. Essas conexões mais fortes podem ser a base física

do que conhecemos como memória. Ao usar nicotina, o glutamato pode criar uma alça de memória das sensações boas que tivemos e aumentar ainda mais o desejo de usar nicotina.

A nicotina também aumenta o nível de outros neurotransmissores e

compostos químicos que modulam a maneira de trabalhar do cérebro. Por exemplo, o cérebro produz mais endorfinas como resposta à nicotina. As

endorfinas são pequenas proteínas que são comumente chamadas de

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analgésicos naturais do corpo. Acontece que a estrutura química das endorfinas é muito semelhante à estrutura de analgésicos sintéticos potentes como a morfina. As endorfinas também podem levar a sensações de euforia.

Os efeitos da nicotina

A nicotina altera a maneira como o cérebro e o corpo funcionam. Os resultados disso são um tanto quanto paradoxais. A nicotina pode tanto estimular quanto relaxar um fumador, dependendo de quanto e com que

frequência ele fuma. Este efeito bifásico não é incomum. Muito embora as acções da nicotina e do etanol no corpo sejam bem diferentes, também é

possível ver efeitos que dependem da dosagem quando se ingerem bebidas alcoólicas. O primeiro copo pode diminuir as inibições e deixar a

pessoa desperta, mas após vários copos normalmente ficam sonolentos.

A nicotina, inicialmente, causa uma rápida libertação de adrenalina, a hormona da reacção de "luta ou fuga". Se alguma vez se assustou com medo ao ver um filme de terror, já deve estar familiarizado com os efeitos da

adrenalina:

Frequência cardíaca acelerada Aumento da pressão arterial

Respiração rápida e superficial

A adrenalina também diz ao corpo para libertar no sangue parte do seu stock de glicose. Isso faz sentido se nos lembrarmos que a reacção de "luta ou

fuga" foi criada para defesa de um predador faminto ou saia de uma situação perigosa - correr ou lutar requerem muita energia para abastecer os músculos.

A nicotina também pode bloquear a libertação de insulina. Esta comanda as células para que tirem o excesso de glicose do sangue. Isso significa que a

nicotina deixa as pessoas um pouco hiperglicémicas, com mais açúcar do que o normal no sangue. Algumas pessoas acham que a nicotina também corta o seu

apetite. A hiperglicemia poderia ser uma explicação para isso. O corpo e o cérebro podem perceber o excesso de açúcar e diminuir as hormonas e outros sinais que são entendidos por nós como fome.

Ela também pode aumentar levemente a taxa de metabolismo basal. O que significa que, só de estar sentada a pessoa queima mais calorias do que o normal. No entanto, perder peso devido ao fumo não traz nenhum dos

benefícios de saúde que se ganhariam caso se perdesse peso por praticar exercício. Na realidade, o que ocorre é o contrário. A longo prazo, a nicotina

pode aumentar o nível de “mau” colesterol (o LDL), que danifica as artérias, o que aumenta a probabilidade de um enfarte ou um derrame.

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Vício e abstenção

Fortunas têm sido gastas para comprovar se a nicotina é indutora ao vício ou não. A posição da comunidade médica e científica é que a nicotina certamente é viciante. Ela cumpre com os requisitos psicólogicos e fisiológicos

que definem uma substância viciante:

Psicológicos - as pessoas viciadas em alguma coisa irão usar isso compulsivamente, sem se preocuparem com os efeitos negativos na

saúde; Fisiológicos – os neurocientistas consideram como viciante qualquer

coisa que cause a reacção de recompensa no cérebro. E já que o estímulo desse circuito neural nos faz sentir tão bem, vamos continuar a repetir essa acção mais e mais vezes para ter sensações boas novamente.

Os efeitos da nicotina duram pouco, variando em torno de 60 minutos. Isso

faz com que as pessoas fumem ou mastiguem tabaco periodicamente durante o dia para receberem as suas doses de nicotina. Adicionando isto ao facto de se

desenvolver uma tolerância aos efeitos da nicotina, necessitando assim de usar quantidades cada vez maiores para atingir o mesmo nível de estímulo ou relaxamento. A partir daí uma pessoa pode passar a fumar de um cigarro a um

maço por dia.

O que acontece quando se pára abruptamente de usar nicotina?

Enquanto usamos produtos que contêm nicotina, o corpo adapta-se para compensar os seus efeitos. Por exemplo, os neurónios no seu cérebro podem

aumentar ou diminuir o número de receptores ou a quantidade de neurotransmissores diferentes afectados pela presença da nicotina. Quando

deixamos de ter a nicotina no corpo, estas adaptações fisiológicas continuam presentes. O resultado é que o corpo não consegue funcionar da mesma forma na ausência da droga, pelo menos não a curto prazo. As pessoas que tentam

parar de usar nicotina sentem isso na forma de:

Irritabilidade; Ansiedade;

Depressão; Necessidade incontrolável da nicotina.

Após cerca de um mês, esses sintomas e as alterações fisiológicas vão

diminuindo porém, para muitos, um dia sem nicotina é difícil de aguentar. A cada ano, milhões de pessoas tentam cortar o hábito do uso da nicotina, mas apenas 10% conseguem. A maioria das pessoas desiste depois de menos de

uma semana de tentativa, pois a maneira com que a nicotina transforma o mecanismo de recompensa no cérebro torna o impulso por ela irresistível.

Toxicidade

O que acontece com as pessoas após ingerir nicotina? O envenenamento

por nicotina causa vómito, náuseas, dores de cabeça, dificuldades na respiração, dores de estômago e convulsões. Cada um desses sintomas pode

ser provado como resultado do estímulo excessivo dos neurónios colinérgicos.

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As pessoas envenenadas por insecticidas organofosforados sentem exactamente os mesmos sintomas. Com os organofosforados, a acetilcolina cresce nas sinapses e ocorre um excesso de estímulo dos neurónios. E já que a

nicotina é tão semelhante à acetilcolina, e se liga aos receptores colinérgicos, ela produz o mesmo excesso de estímulo e toxicidade. Quanto mais nicotina se

liga aos receptores colinérgicos, maior a quantidade de acetilcolina liberada e pronta para activar outros conjuntos de receptores colinérgicos.

O tratamento de envenenamento por nicotina tem dois objectivos:

1. Manter a vítima a respirar e o coração a bater até que a nicotina seja

"quebrada" pelo corpo; 2. Impedir que mais nicotina chegue à corrente sanguínea.

O lado negro da nicotina

Alguns dos efeitos da nicotina têm estimulado estudos para descobrir se ela

pode ser útil como terapia para certos problemas. Algumas doenças em que a nicotina pode ajudar incluem:

Doença de Alzheimer - Os primeiros neurónios perdidos no mal de

Alzheimer são neurónios colinérgicos de uma região específica do cérebro. A nicotina pode melhorar o funcionamento dos neurónios restantes e diminuir a progressão dos sintomas;

Síndrome de Tourette - Essa doença produz tiques, movimentos incontroláveis da cabeça, mãos e outras partes do corpo e desejos

violentos em seus portadores. Os adesivos de nicotina que fornecem nicotina vagarosamente através da pele podem reduzir os sintomas de pessoas com essa síndrome.

Mas, para pessoas comuns, os problemas de saúde associados ao uso de

produtos com nicotina são muito maiores do que os benefícios. Entre esses problemas estão:

Cancro;

Enfisema; Doenças cardíacas;

Derrame.

Muitas delas são causadas, na verdade, por outros produtos químicos presentes no fumo do cigarro ou em outros produtos que contêm tabaco. O maior problema com a nicotina é o quão facilmente nos deixa dependentes de

fumar ou mastigar tabaco.

Page 9: A Molécula que vicia

Estudo relaciona nicotina com o cancro da mama

Até hoje, a nicotina era considerada responsável apenas por viciar os fumadores.

A nicotina é uma das substâncias responsáveis por fazer os fumadores se

viciarem, mas não se sabia que ela também pode desencadear o cancro da mama, como afirma um estudo publicado no Journal of the National Cancer

Institute, da Universidade de Oxford.

Até aos dias de hoje pensava-se que apenas as outras substâncias presentes no cigarro eram capazes de provocar o desenvolvimento do cancro. Mesmo os vários estudos que demonstravam que o cancro da mama está

relacionado com o cigarro não mostravam como acontecia ao nível molecular.

A pesquisa conduzida por médicos da Universidade de Taipei, em Taiwan, analisou 276 amostras de tumores e chegou à conclusão de que nas células

cancerígenas estava clara a acção da nicotina. Em testes com células doentes, o tumor cresceu quando receberam nicotina.

Uma médica americana do Instituto Nacional do Cancro dos Estados

Unidos, que acompanhou o estudo, afirmou que “a pesquisa sugere que a nicotina pode contribuir directamente para o desenvolvimento do cancro e também promove o vício no cigarro”.

A pesquisa também mostra para quem está a pensar deixar de fumar, que os adesivos de nicotina podem não ser tão seguros como se pensa.

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Como é constituído um cigarro

Até setecentos aditivos químicos talvez entrem nos ingredientes utilizados na fabricação de cigarros, mas a lei permite que os fabricantes guardem a lista em segredo. No entanto, constam entre os ingredientes metais

pesados, pesticidas e insecticidas. Alguns são tão tóxicos que é ilegal despejá-los em aterros. A espiral de fumaça está repleta de cerca de 4.000 substâncias,

entre as quais acetona, arsénico, butano, monóxido de carbono e cianido. Os pulmões dos fumadores e de quem está perto ficam expostos a pelo menos 43 substâncias comprovadamente cancerígenas.

Sabia que a nicotina é um veneno utilizado em insecticidas?

O fumo é constituído por mais de 4.000 substâncias, muitas das quais

reconhecidamente cancerígenas e potencialmente fatais. A dose letal de nicotina para o adulto, por exemplo, é o conteúdo de apenas dois cigarros. Mas

ao ser fumada, a sua maior parte é queimada e, devido a isso, a nicotina não mata assim tão rapidamente... Mas mata!

Na verdade a medicina já não precisa de gastar esforços para estudar os

malefícios causados pelo cigarro, pois esta relação nociva que o tabagismo sustenta com o corpo humano está mais do que comprovada e continua a ser constatada diariamente através das inúmeras mortes relacionadas a este vício.

É por isso que alguns médicos e estudiosos consideram o cigarro como o problema número um de saúde pública mundial.

Isto não se aplica somente à própria pessoa que fuma,

mas também aos fumadores passivos (pessoas que não fumam mas estão continuamente expostas à fumaça do cigarro dos

familiares e/ou colegas de trabalho), pelo maior risco de adquirir doenças e tumores malignos. Além da irritação nos olhos e na garganta, para alguns tipos de cancro este risco é de até 8 vezes

maior do que nos não fumadores.

Outro exemplo de fumador passivo é o feto da mulher grávida que fuma: existe um risco comprovadamente maior da criança nascer prematura, de baixo

peso, com malformações congénitas e de apresentar maior índice de doenças respiratórias, pois a nicotina atravessa livremente a placenta.

Mulheres fumadoras estão mais sujeitas à placenta prévia, descolamento prematuro, abortos e cancro do colo do útero. Tudo isto

significa uma maior taxa de mortalidade neonatal e um maior número de complicações durante a infância.

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Como e porque o cigarro provoca tantos estragos?

O ato de inalar a fumaça do cigarro representa uma via de acesso ao interior do nosso corpo que, sem exageros, é tanto ou mais perigosa que uma injecção na veia. Isto acontece porque as substâncias entram nos alvéolos dos

pulmões e logo passam para o sangue, disseminando-se por todo o organismo.

A poluição causada pelo cigarro é rica em monóxido de carbono e outros produtos. Isto faz com que o ar inalado pelo fumador (activo ou passivo) tenha

a sua concentração de oxigénio reduzida pela metade. Sendo assim, durante os poucos segundos que a fumaça está a entrar, não ocorrerá a adequada

oxigenação do sangue venoso que chega aos pulmões. O sangue arterial que circulará pelo corpo, portanto, estará pobre em oxigénio. Imagine quantas vezes isto acontece na vida do fumador a cada tragada, a cada cigarro, a cada

maço, a cada dia, a cada ano. Com certeza não será pouco o tempo em que os seus órgãos e tecidos deixaram de receber este ingrediente fundamental para o

bom funcionamento de suas funções. Não é difícil entender, portanto, que as células submetidas a esta repetida falta de oxigénio acabem por ficar doentes e, não raramente, começam a se multiplicar de forma desordenada dando origem

ao cancro.

Outros efeitos do cigarro sobre o pulmão são a broncoconstrição (reduz o diâmetro dos pequenos brônquios por onde passa o ar) e a redução do leito

capilar pulmonar (o que diminui a circulação de sangue pelos alvéolos). Além disso leva à produção excessiva de muco (catarro) enquanto ao mesmo tempo

diminui o batimento dos cílios que revestem a mucosa brônquica, cílios estes paradoxalmente responsáveis pela eliminação do muco. Existe um dano às células que fabricam substâncias tensioactivas, indispensáveis para evitar o

colapso dos alvéolos que, assim, acabam por ficar mais fechados do que abertos.

Estas e outras alterações provocam no fumante um estímulo para a

autodestruição do pulmão e o enfraquecimento de sua estrutura, formando gradativamente áreas enfisematosas.

O cancro do pulmão é o tumor maligno que mais mata no mundo, sendo que há uma relação directa entre o seu aparecimento e o número de cigarros fumados por dia / tempo (anos) de tabagismo. A agressividade do cancro de

pulmão é tão grande porque em geral ele cresce "silencioso", ou seja, sem

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manifestar nenhum sinal ou sintoma. Quando isto ocorre (através de tosse, sangramento, dor, etc.), pode já ser tarde demais - apenas cerca de 10% dos casos que chegam ao consultório do especialista podem ainda ser beneficiados

pelo tratamento cirúrgico.

Um conceito errado é acreditar que o cigarro só provoca o cancro de

pulmão. O aparecimento de cancro em outros órgãos também está

comprovadamente relacionado ao tabagismo: cancro de boca, da laringe, do

esófago, do estômago e assim por diante. E não são apenas os órgãos onde

"passa" a fumaça do cigarro: igualmente por culpa do fumo é mais frequente o

cancro do pâncreas, do colo do útero, dos rins, da bexiga, etc.

Outras doenças causadas pelo cigarro são: o enfisema pulmonar, a

bronquite crónica, maior risco de pneumotórax espontâneo, agravamento da

asma, mais infecções e complicações respiratórias após cirurgias. Há maior

frequência de enfarte do miocárdio, arterioesclerose, aneurisma de aorta,

trombose de artérias e veias. Existe um maior risco de derrame cerebral:

mulheres que fumam e tomam pílula anticoncepcional, por exemplo, têm um

risco no mínimo vinte vezes maior.

Danos e sintomas que acusam os prejuízos causados ao corpo:

Os males gerados como consequência pelo acto de fumar são os seguintes:

Cansaço por falta de oxigénio nas células; Dor e peso na cabeça;

Rouquidão e irritação na garganta; Tosse do fumador; Agulhadas no peito;

Diminui a capacidade pulmonar, diminuindo os mecanismos de defesa do sistema respiratório, o que deixa o fumador mais propenso a infecções,

gripes, etc. O cigarro nos jovens retarda o nível de crescimento;

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Na mulher, se além do mais ela faz uso de anticoncepcionais, aumentam os riscos de trombose, os tecidos envelhecem e formam-se rugas por causa da pele ressequida;

A fisionomia do fumador fica pálida e enrugada, as gengivas enfraquecem, os dentes mancham e as hormonas alteram-se. As

fumadoras chegam antes que as outras mulheres à menopausa; A Nicotina causa cancro da garganta, uma úlcera viva que praticamente

não permite ao fumador, nem comer, nem beber, nem dormir.

A Nicotina e a Sociedade

Fumador em 2ª Mão

Os fumadores não são os únicos afectados pelo fumo do cigarro.

O fumo do cigarro no meio ambiente (FCM), também chamado de fumo

passivo ou fumo de segunda mão, é um perigo sério para o não fumador,

principalmente para as crianças.

Os estudos mostram que o risco de morte por doença cardíaca é

aproximadamente 30% maior em pessoas expostas à fumaça do cigarro no

meio ambiente e em casa. Os filhos de fumadores apresentam muito mais

casos de infecção do que crianças de não-fumadores. Mulheres não-fumadoras

expostas à fumaça do cigarro também têm mais possibilidades de dar à luz

bebés de baixo peso.

As pessoas que são contra o tabagismo relacionam o surgimento de

doenças como cancro e enfisema a uma vida entregue ao vício do tabaco. Esses

males porém, são o resultado de compostos químicos presentes no cigarro e

não na nicotina. Infelizmente, o facto de que a nicotina por si só é um veneno

extremamente tóxico não é mencionado.

A cada ano, muitas crianças chegam aos hospitais depois de comerem

cigarros ou beatas de cigarro. Sessenta miligramas de nicotina (a quantidade

de três ou quatro cigarros, se toda a nicotina deles fosse absorvida) é capaz de

matar um adulto, mas consumir a quantidade de nicotina presente em apenas

um cigarro já é o bastante para deixar uma criança gravemente doente.

O cigarro é um dos produtos de consumo mais vendidos no mundo.

Comanda legiões de compradores leais e tem um mercado em rápida expansão.

Satisfeitíssimos, os fabricantes orgulham-se de ter lucros impressionantes,

influência política e prestígio. O único problema é que seus melhores clientes

morrem um a um.

A revista The Economist comenta: “Os cigarros estão entre os produtos de

consumo mais lucrativos do mundo. São também os únicos produtos (legais)

que, usados como manda o figurino, viciam a maioria dos consumidores e

muitas vezes o matam.” Isso dá grandes lucros para a indústria do tabaco, mas

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enormes prejuízos para os clientes.

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos,

a vida dos fumadores americanos é reduzida, colectivamente, todo ano, em uns

cinco milhões de anos, cerca de um minuto de vida a menos para cada minuto

gasto a fumar.“ O fumo mata 420.000 americanos por ano”, diz a revista

Newsweek. “Isso equivale a 50 vezes mais mortes do que as causadas pelas

drogas ilegais”.

O Que Há por Trás do Cigarro

No mundo todo, três milhões de pessoas por ano - seis por minuto - morrem por causa do fumo. Essa análise das tendências mundiais com

relação ao fumo, a mais abrangente até à presente data, engloba 45 países. Na maioria dos países, o pior ainda está por vir. Se persistirem os

actuais padrões de tabagismo, quando os jovens fumadores de hoje chegarem à meia-idade ou à velhice, haverá cerca de 10 milhões de mortes por ano causadas pelo fumo - uma morte a cada três segundos.

O fumo é diferente de outros perigos, acaba por matar um em cada dois fumadores. Essas constatações no período de 40 anos levam à terrível

conclusão de que metade de todos os fumadores terminará por morrer devido a esse hábito – uma ideia muito aterradora.

Desde a década de 50, 60 milhões de pessoas morreram por causa do fumo. Essa ideia é muito aterradora também para a indústria do tabaco.

Se todos os anos, no mundo todo, três milhões de pessoas morrem por motivos ligados ao fumo, e muitas outras param de fumar, então todos os anos é preciso encontrar três milhões de novos fumadores.

Uma fonte de novos fumadores surgiu por causa do que a indústria do tabaco aclama como libertação das mulheres. O fumo entre as mulheres é

facto consumado já por alguns anos nos países ocidentais e agora está a ganhar terreno em lugares em que se via nisso um estigma. Os fabricantes de cigarros pretendem mudar isso. Querem ajudar as mulheres a

comemorar a prosperidade e a liberação recém conquistadas. Marcas especiais de cigarro que alegam ter baixos de nicotina e alcatrão engodam

as mulheres que fumam e que acham esse tipo de cigarro menos prejudicial. Outros cigarros são perfumados ou então são longos e finos – o visual que as mulheres talvez sonhem conseguir ao fumar. Os anúncios de

cigarros na Ásia apresentam modelos orientais, jovens e chiques, elegantes e sedutoramente vestidas no estilo ocidental.

No entanto, o saldo de mortes relacionadas com o fumo ganha terreno, junto com a “libertação” feminina. O número de vítimas de cancro de pulmão entre as mulheres duplicou nos últimos 20 anos na Grã-Bretanha,

no Japão, na Noruega, na Polónia e na Suécia. Nos Estados Unidos e no Canadá, os índices aumentaram 300%. “Percorreu um longo caminho,

mulher!”, diz um anúncio de cigarros. Alguns fabricantes de cigarros têm a sua própria estratégia. Certa empresa nas Filipinas, país predominantemente católico, distribuiu

calendários gratuitos em que logo abaixo da imagem da Virgem Maria aparecia, descaradamente, o logótipo do cigarro.

Na China, calcula-se que 61% dos homens adultos fumam, contra apenas 7% das mulheres. Os fabricantes ocidentais de cigarros estão de

olho na “libertação” dessas belas orientais, milhões das quais por muito tempo foram privadas dos “prazeres” desfrutados pelas glamourosas

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ocidentais. Mas há uma pedra enorme no caminho: o fabricante estatal de

cigarros supre o mercado com a maior parte do produto. As empresas ocidentais, porém, estão a conseguir gradualmente abrir

as portas. Com oportunidades limitadas de publicidade, alguns fabricantes de cigarro procuram preparar o terreno para ganhar futuros clientes à surdina. A China importa filmes de Hong Kong, e em muitos deles os

autores são pagos para fumar – um marketing subtil. Em vista do aumento das hostilidades no seu próprio país, a próspera indústria norte-americana

do tabaco tem estendido os seus tentáculos para aliciar novas vítimas. Os factos mostram que os países em desenvolvimento são o seu alvo, não importa o custo em vidas humanas.

No mundo todo as autoridades sanitárias soam o alarme. Algumas manchetes: “África combate nova praga: o fumo.” “Fumaça vira fogo na

Ásia enquanto o mercado tabagista dispara.” “Índices de consumo de cigarros na Ásia causarão epidemia de cancro.” “A nova batalha do Terceiro Mundo é contra o fumo”.

O continente africano tem sido castigado por secas, por guerras civis e pela epidemia da SIDA. No entanto, segundo um cardiologista britânico,

“com excepção da guerra nuclear ou da fome, o fumo é a maior ameaça para a saúde da África no futuro”. Gigantes multinacionais contratam lavradores para cultivar tabaco.

Estes derrubam árvores cuja madeira é extremamente necessária para cozinhar, aquecer ambientes e construir casas e a usam como combustível

para a cura do tabaco. Cultivam lucrativas plantações de tabaco em vez de produtos alimentícios menos lucrativos. Os africanos pobres geralmente gastam grande parte de sua escassa renda em cigarros. As famílias

africanas definham, desnutridas, enquanto os cofres dos fabricantes ocidentais de cigarro engordam com os lucros.

A Praga espalha-se no Mundo

A África, a Europa Oriental e a América Latina são o alvo dos fabricantes ocidentais de cigarro, que vêem nos países em desenvolvimento uma

gigantesca oportunidade comercial. Mas a populosa Ásia é de longe a maior mina de ouro de todos os continentes. Só a China actualmente tem mas fumadores do que toda a população dos Estados Unidos – 300millhões. Eles

fumam o total assombroso de 1,6 trilião de cigarros por ano, um terço do total consumido no mundo.

Cinquenta milhões de crianças chinesas hoje vivas podem vir a morrer de doenças ligadas ao fumo. A história do fumo nas últimas cinco décadas na China e na Europa Oriental condena esses países a uma grande

epidemia de doenças ligadas ao fumo. “Como pode um produto que é a causa de 400 mil mortes prematuras

por ano nos EUA, um produto que o Governo norte-americano quer a todo custo que os seus cidadãos deixem de consumir, de repente tornar-se diferente fora das fronteiras americanas!”, questionou o Dr. Prakit

Vateesatokit, da Campanha Antifumo da Tailândia. “Será que a saúde se torna irrelevante quando o mesmo produto é exportado para outros países?

A próspera indústria de tabaco tem no governo dos Estados Unidos um aliado poderoso. Juntos lutam para ganhar terreno no exterior, especialmente nos mercados asiáticos. Por anos os cigarros americanos

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foram impedidos de entrar no mercado do Japão, Taiwan (Formosa),

Tailândia e outros países, porque alguns desses governos tinham os seus próprios monopólios sobre produto do tabaco.

Grupos antifumo protestam contra as importações, mas a administração norte-americana usou uma arma persuasiva: tarifas punitivas.

A partir de 1985, sob intensa pressão do Governo dos Estados Unidos, muitos países asiáticos abriram as portas, e os cigarros americanos estão a

invadir o mercado. As exportações americanas de cigarro para a Ásia aumentaram 75% em 1988. Um artigo na revista U.S.News & Would Report calcula em 3,1 milhões a

quantidade de fumadores adolescente nos Estados Unidos. Todos os dias 3.000 jovens começam a fumar – 1.000.000 por ano. A publicidade de

certos cigarros apresentam a imagem de um personagem de desenhos animados, muitas vezes com um cigarro na boca, um camelo que adora divertir-se e vive atrás dos prazeres da vida. Essa publicidade é acusada de

engodar crianças e adolescentes, tornando-os escravos da nicotina, antes que compreendam os riscos para a saúde. Em apenas três anos de

divulgação dessa publicidade, o fabricante teve um aumento de 64% nas vendas para adolescentes. Um estudo realizado na Faculdade de Medicina da Geórgia (EUA) constatou que 91% das crianças de seis anos de idade

que foram avaliadas conheciam esse camelo fumante.

Outro personagem muito conhecido no mundo do cigarro é o cowboy machão, despreocupado, cuja mensagem, nas palavras de um rapaz, é: “quando você está a fumar, ninguém o segura”. Consta que o produto de

consumo mais vendido no mundo é um cigarro que controla 69% do mercado entre os fumadores adolescentes e que a marca que mais investe

em publicidade. Como um incentivo a mais, todos os maços trazem cupões que podem trocados por jeans, bonés e roupas desportivas do gosto dos jovens.

Reconhecendo o tremendo poder da publicidade, grupos antifumo conseguiram que se proibissem em muitos países os anúncios publicitários

de cigarros na televisão e na rádio. Mas uma forma que os espertos anunciantes de cigarros encontraram de driblar o sistema foi colocar

outdoors em pontos estratégicos em eventos desportivos. É por isso que numa partida de futebol televisionada para uma grande audiência de jovens talvez apareça, em primeiro plano, a imagem do jogador favorito desses

telespectadores, prestes a fazer uma jogada, e em segundo plano, sorrateiramente, um enorme outdoor.

No Brasil, a mini série “Presença de Anita”, chamou a atenção aos vários cigarros consumidos pela protagonista de apenas 18 anos. A representação foi tamanha, ao ponto da própria actriz se tornar

dependente. A mensagem descarada é que fumar dá prazer, boa forma, virilidade e popularidade.

Os anúncios na Ásia apresentam ocidentais atléticos, saudáveis e cheios de juventude, divertindo-se em praias e quadras desportivas, e a fumar, é claro. “Top models e estilos de vida ocidentais criam padrões

glamourosos a imitar” “e os fumadores asiáticos nunca se cansam disso”.

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É fácil falar, difícil parar...

Difícil mesmo é resistir à propaganda intensiva dos fabricantes, pois o alcance do "ao sucesso", do "gosto de levar vantagem em tudo", do "raro prazer" e do "cada um no seu estilo" não se compara ao efeito que um

"Ministério da Saúde adverte" consegue atingir. Os interesses financeiros envolvidos na indústria do tabaco são milionários e estão acima de valores

morais e éticos de promoção da vida humana. Afinal, por que será que tantos astros de filmes e novelas, tantas personalidades nos jornais e revistas, tantas fotografias e imagens de pessoas famosas foram "clicadas" justamente quando

elas estavam a fumar?

Recorrendo então ao próprio recurso fotográfico utilizado pelos media para estimular o consumo do cigarro, talvez mais úteis e didácticas do que

qualquer palavra ou explicação científica para convencê-lo do contrário sejam as imagens reais e verdadeiras do que um cirurgião de tórax está acostumado a

encontrar durante as operações. Vejamos mais uma vez o que o cigarro provoca e comparemos o aspecto visual de um pulmão normal com o de um fumador.

Não fumador Fumador

Percebe-se que a actual geração de adolescentes tem se voltado para o hábito de fumar em proporções crescentes e alarmantes, apesar das informações facilmente disponíveis no sentido de desencorajá-los para tal. Isto

requer atitudes educacionais urgentes, mais intensivas e reformuladas, tanto em casa quanto nas escolas. Mas pequenos progressos podem desde já ser efectivados no nosso ambiente familiar e de trabalho através de campanhas

anti-tabagismo. Estas campanhas são bastante simples, obtêm resultados nítidos e devem ser cada vez mais utilizadas, inclusive em hospitais e outras

instituições de saúde, onde a proibição de fumar (a começar pelos próprios médicos) deveria ser um exemplo para todos.

Já não é mais elegante ver uma pessoa a fumar

Como todos sabem que o cigarro prejudica a saúde, as pessoas (inclusive os fumadores) admiram-se com alguém que fuma um, dois ou até

três cigarros de uma vez. Além disso a pele estraga-se, os cabelos perdem o brilho natural, os dedos ficam manchados, assim como os dentes, e a roupa fica

impregnada com o desagradável odor do fumo. Não existe nada mais terrível do que o “cheiro de cigarro”.

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Fumar indica falta de confiança em si próprio

Na vida moderna, uma das características que mais se procura na

pessoa é o domínio de si própria e essa segurança com que age e pensa. Geralmente, o fumador recorre ao seu vício para esconder o nervosismo ou

para disfarçar as suas angústias. A Nicotina é uma droga que vicia e com o tempo, a dependência é mais forte.

Efeitos Na Sociedade

Efeitos de fumar:

Respeito pelo ambiente;

Diminui os custos dos sistemas de saúde e de apoio social.

Efeitos imediatos de fumar (basta um cigarro):

Prejudica o ambiente.

Efeitos a longo prazo de fumar:

Aumenta os custos de saúde;

Aumenta os custos de serviços sociais (baixas, reformas precoces); Diminui a produtividade e competitividade das empresas e do país; Diminui a qualidade do ar e do ambiente.

Riscos e perdas ambientais

O cigarro aumenta a probabilidade de

haverem incêndios, tanto domésticos quanto de trabalho, além de devastar inúmeras áreas

próximas a rodovias, sacrificando grande número de espécies vegetais e animais, bem como

prejudicando o solo e o ar atmosférico. Em muitos ambientes de trabalho, a exemplo, os danos por queima têm aumentado: faz-se

necessária, assim, a substituição de mobiliários, carpetes, cortinas, como de filtros do sistema de

ventilação.

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Reflexão

Temos que compreender a necessidade de eliminar este vício. Ao compreender e eliminar o vício do cigarro, o corpo necessita de um certo tempo

para recuperar e desintoxicar-se. Em alguns meses os pulmões recuperarão a sua vitalidade e o coração começará a bater normalmente. O sistema nervoso também se irá estabilizando.

A educação e o bom exemplo em casa e nos colégios dados pelos pais e

professores contribuem para que os jovens não se iniciem neste vício. É difícil que alguém que não tenha fumado antes dos 19 anos se inicie neste vício, já

que a dependência da nicotina é maior entre os menores de idade e é por isto que é tão importante que os pais dêem um bom exemplo aos seus filhos, nunca fumando na presença deles (o ideal seria que não fumassem nunca). Os

professores deveriam evitar fumar diante dos alunos e dentro dos recintos estudantis, seja nos colégios ou nas universidades. Deveria orientar-se os

alunos a respeito dos danos que o cigarro causa.

Bibliografia:

http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/nicotina.html http://saude.hsw.uol.com.br/nicotina.htm http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estudo-relaciona-nicotina-com-o-cancer-de-mama http://www.anael.org/portugues/cigarro/index.htm http://www.areaseg.com/toxicos/fumo.html http://www.ronpeolas.com/weblog/noticialog.php?id=193 http://www.cenpre.furg.br/Tabaco/efeit_tabaco.htm http://unisite.com.br/saude/cigarro.shtml

Trabalho realizado por

Elsa Cruz

Setembro de 2010