a mobilidade de mercadorias e passageiros: situação e ... · qual a parte dos custos coberta...

26
A mobilidade de mercadorias e passageiros: Situação e linhas de rumo 1 José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011 A mobilidade de mercadorias e passageiros: Situação e linhas de rumo Instituto Superior Técnico; e TIS.pt, consultores em Transportes, Inovação e Sistemas, s.a. Lisboa, Portugal [email protected] ENEC 2011 - Encontro Nacional de Engenharia Civil Ordem dos Engenheiros, Colégio de Engenharia Civil Porto, 21 de Maio de 2011

Upload: nguyenquynh

Post on 25-Jan-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

1José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

A mobilidade de mercadorias e passageiros:

Situação e linhas de rumo

Instituto Superior Técnico; e

TIS.pt, consultores em Transportes, Inovação e Sistemas, s.a.

Lisboa, Portugal

[email protected]

ENEC 2011 - Encontro Nacional de Engenharia CivilOrdem dos Engenheiros, Colégio de Engenharia Civil

Porto, 21 de Maio de 2011

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

2José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Onde estamos: Ideias Chave

r Período de aperto económico que vai durar por vários anos

r Evitar a receita simples de cortar a direito

r Regressar aos pilares fundamentais da política de transportes:

eficiência, equidade e sustentabilidade

r Eficiência deve ser sempre analisada em dois planos distintos:

� eficiência interna, relativa à operação de transportes propriamente dita

� eficiência externa, relativa à das actividades económicas e sociais que

os transportes suportam

r Nesta comunicação, por falta de tempo, não serão tratadas as

questões da mobilidade urbana

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

3José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Eficiência Interna

r Evitar investimentos em infra-estruturas ou serviços cujos níveis de

ocupação esperada se situem claramente abaixo dos 60% a 70%

por cento da capacidade instalada

r Todos os fornecimentos (infra-estruturas e serviços) devem decorrer

num ambiente que assegure a pressão sobre custos e qualidade

respectivos

� Competição directa (concursos) na maior parte dos casos

� Benchmarks (de empresas grandes, mas também ao nível de sectores

quando as empresas são pequenas e médias)

� Transportes Rodoviários de Mercadorias

� Transportes Rodoviários de Passageiros em regiões de baixa densidade

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

4José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Eficiência Externa

r A eficiência externa mede o input (esforço, tempo, dinheiro)

necessário por parte dos clientes e da sociedade, por cada

unidade de transporte realizada

r Os ganhos e perdas no plano da eficiência externa são sempre

sentidos pelos utentes dos sistemas.

r Quando a oferta é praticada em regime de monopólio ou oligopólio

local, só um reforço da relação directa entre reguladores e

consumidores pode constituir pressão eficaz sobre o monopolista

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

5José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Custos e Sua Cobertura

r Todos queremos ter ao nosso dispor transportes mais rápidos,

frequentes, cómodos e seguros,

� Cada subida de nível numa destas dimensões gera custos que só podem

ser coberto com níveis elevados de procura e ou de preço pago por cada

um dos utentes

r Duas verdades incontornáveis:

� uma vez que os custos tenham sido gerados, eles são sempre pagos, e

só fica para decidir quem paga e quando;

� Além dos custos de investimento, há que ter em conta a totalidade dos

custos ao longo do ciclo de vida do sistema em causa

r A simples consideração explícita destas questões teria levado a evitar

boa parte dos erros dos últimas duas décadas, estimulados pelo

dinheiro fácil

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

6José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Eficiência Externa e Equidade

r Questionar sempre a repartição dos custos entre beneficiários

directos, beneficiários indirectos (nos raros casos em que a eles se

recorre), e os contribuintes actuais e futuros

r Promessas frequentes de que o investimento em infra-estruturas de

transportes induz desenvolvimento económico na região envolvente,

mas vários casos bem conhecidos sem esse efeito

r Clara ligeireza na análise dos investimentos das últimas décadas,

pelo menos no que respeita a duas questões essenciais:

� quais as condições colaterais que devemos assegurar para aumentar a

probabilidade de sucesso do investimento;

� qual a parte dos custos coberta pelos clientes, quais os benefícios

sociais decorrentes do funcionamento desse sistema e o retorno

económico correspondente para o Estado

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

7José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Eficiência interna - Rodovia

� Muito baixa no transporte de

passageiros (85% dos pax.km em automóvel, já acima da UE-15)

� Ainda relativamente baixa, mas a

melhorar no transporte de carga, com crescente profissionalização e

melhor aproveitamento dos recursos

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

8José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Eficiência Externa – Rodovia

r Alta intensidade do PIB

nacional em transportes de

mercadorias é forte indício de

ineficiência logística

� “Portugal Logístico” produziu

pouco mais que um conjunto de

mapas, faltaram orientações

quanto a modelos de negócio

�No segmento passageiros, o elevado recurso ao transporte individual gera elevada eficiência externa excepto nas deslocações sujeitas a congestionamento� Ao nível do transporte público interurbano as redes de

autocarros expresso oferecem uma boa cobertura do território e conseguem atrair volumes de procura suficientes para a sua sustentação económica

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

9José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Eficiência interna e externa – Ferrovia (carga)

r Aparente contínua degradação da

eficiência interna da CP

� Takargo ainda com resultados negativos

r Eficiência externa medíocre: Quotas

de mercado muito baixas em geral,

quase nulas (~1%) no internacional

� Clara tendência de baixa

r Sintoma de incúria: 18% das tons. no

tráfego nacional não têm registo de

natureza (NST2007 19)

r Enviesamento grave: na separação

da Refer e CP, activos fixos críticos

para a contestabilidade do mercado

de carga (terminais, gares de

triagem) ficaram do lado da CP

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

10José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Eficiência interna e externa – Ferrovia (pax)

r Resultados operacionais da CP

cada vez mais negativos

� Fertagus com operação equilibrada

r Tráfegos a crescer no Intercidades

e no suburbano do Porto

r Crescimento do Alfa bloqueado por

excesso de oferta de serviço inter-

regional, altamente deficitário

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

11José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Eficiência interna e externa – Portos

r Resultados operacionais positivos

(eficiência interna)

r Crescimento das toneladas à saída,

ligeira tendência de queda nas

toneladas à entrada

� Forte crescimento do movimento de

contentores (mas mesmo assim apenas

~ 10% do total de carga importada)

� Crescimento muito significativo dos

contentores em Sines e Setúbal

r Recentemente completadas as

ligações ferroviárias a todos os

portos principais

� Sucesso comercial limitado pela

competitividade da oferta ferroviária,

sobretudo em contentores

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

12José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Porta de entrada para a Europa?

� UE estuda prioridades da ferrovia na RTE-T (Cargo, Maio 2010)

� Há quem defenda a vocação dos nossos portos

para serem “portas de entrada dos tráfegos

transatlânticos” para o centro da Europa. Mas

� Desempenho medíocre dominante no transporte

ferroviário internacional, que não consegue

sequer servir bem as ligações com Espanha

� Dificuldades e custos acrescidos com a mudança

de bitola nos Pirenéus

� Linha de bitola UIC para tráfego misto só vai (irá)

até Madrid !

�Veja-se como a Comissão Europeia desenha a

espinha dorsal da ferrovia de mercadorias a partir

do sector SW da Europa

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

13José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Sustentabilidade Ambientalr No essencial, as questões estão a ser

resolvidas por via tecnológica no contexto

internacional

� Incentivos que promovam discriminação

positiva de veículos menos poluentes

� Cuidado de avaliar se não se tratará afinal

de uma medida em favor dos grupos sociais

com maior capacidade de aquisição de

veículos novos.

� “Crédito” de poluição pode ser solução mais

justa, porque veículos mais antigos fazem

muito menos km

r Principal instrumento a curto prazo: melhorar níveis de ocupação dos veículos

(passageiros e carga)

� Ex: um comboio a diesel com ocupação de 15% polui muito mais no transporte desses

passageiros que um autocarro moderno

r Transporte marítimo de curta distância perde vantagem de custo face aos camiões se

se internalizar emissões de SOx (ou usar combustível de baixo teor de enxofre)

� Possível solução: navios “híbridos” com motor eléctrico em uso junto à costa

Fonte: Ag. Europ. Ambiente

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

14José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Sustentabilidade Social

r Portugal é um dos países europeus com maior redução (72%) de mortos por

100 mil habitantes desde 1970, tendo em 2009 um índice de 7,9.

� Os melhores países (UK, NL, SE) têm valores abaixo de 4,0

Fonte: IRTAD, 2009

� Entre 1970 e 2009, para todos os grupos de utentes rodoviário houve quebra do

nº de mortos, excepto os motociclistas, para quem aumentou 137%. Maiores

reduções obtidas com motocicletas (-82%), ciclistas (-78%) e peões (-76%)

� Problemas graves de falta de acesso a equipamentos e serviços básicos nas

regiões de baixa densidade, por falta de oferta de transporte colectivo regular

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

15José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Sustentabilidade Económica - Rodovia

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

16José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Sustentabilidade Económica - Rodovia

� Para além dos elevadíssimos encargos com as PPP rodoviárias nos próximos

20 anos, não esquecer os custos de conservação da rede não portajada

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

17José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Sustentabilidade Económica - Ferrovia

r Opções erradas na Linha do Norte dificultam sustentabilidade

� Renovação teve custos da ordem da AV a 300 km/h mas produziu 220

km/h, e ocasionou forte quebra da qualidade de serviço durante vários

anos

� Ocupação muito significativa da capacidade com serviços regionais

muito deficitários impede crescimento do serviço Alfa, que seria

rentável e atrairia viagens da Auto-estrada

r Manifesta dificuldades

� Do lado do Governo: na definição de uma missão clara e do

enquadramento económico correspondente

� Do lado da empresa: no viver com efectiva responsabilidade pelos

resultados económicos

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

18José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Sustentabilidade Económica - Portos

r Depois de processos complicados de mudança, sinais dominantes

no sentido da sustentabilidade económica (resultados

operacionais e resultados líquidos positivos)

r Perspectivas futuras limitadas por

� Estrutura débil de apoio logístico

� Serviço ferroviário de baixa qualidade para as cargas de valor

intermédio e superior, dificultando a penetração no hinterland

espanhol

� Quadro recessivo da economia nacional nos próximos dois anos

r Mas potencial interessante num cenário de médio prazo com

� Crescimento económico baseado nas exportações

� Serviço ferroviário mais eficiente

� Rede de apoio logística com melhor desempenho

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

19José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

O que diz o MOU com as instituições internacionais (I – geral)

1.19 – redução de benefícios fiscais, com reforço das regras de taxação

de carros de empresa

3.19 – Avaliar as PPP e a possibilidade da sua renegociação para

redução dos encargos públicos

3.22 – Avaliação sistemática das estruturas tarifárias praticadas pelas

empresas de capitais públicos, e revisão dos níveis de serviço por

elas oferecidos

3.30 – Privatização de várias empresas de transportes (ANA, TAP, Cp

Carga)

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

20José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

O que diz o MOU com as instituições internacionais (II – sector Transportes, em geral)

Objectivos:

� Racionalizar redes e melhorar as condições de mobilidade e logística

� Melhorar eficiência energética e reduzir impacto ambiental

� Redução dos custos de transporte e assegurar sustentabilidade financeira das

empresas

� Reforço da competição no sector ferroviário e atrair mais tráfego para este modo

� Integração dos portos no sistema global de transportes e logística e torná-los

mais competitivos

r Preparação dum Plano Estratégico de Transportes, com selecção

das medidas numa base de custo eficácia

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

21José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

O que diz o MOU com as instituições internacionais (III – Ferrovia)

5.23 – Transpor os Pacotes Ferroviários da UE e em particular

� Reforço do regulador

� Independência de gestão da empresa pública face ao Governo

� Equilibrar as contas do gestor da infra-estrutura através de contratos a pelo menos

3 anos, com compromissos efectivos, quer da parte do financiamento quer da

parte do desempenho

� Racionalização da rede e redução de custos do gestor da infra-estrutura, com

monitorização pelo regulador

� Rever o quadro legal e regulatório das OSP, com introdução progressiva de

competição por esses serviços

� Revisão do regime da taxa de uso ligando-a ao desempenho, e abertura ao yield

management por parte dos operadores

� Privatizar a CP Carga e algumas linhas suburbanas

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

22José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

O que diz o MOU com as instituições internacionais (IV – Portos)

Portos:

5.24 - Definição duma estratégia para a integração dos portos no sistema global de

transportes e logística (com ligação ao Plano Estratégico de Transportes)

5.25 - Adaptar o quadro legal para viabilizar a estratégia e melhor a governança dos

portos, em particular com a separação da regulação, da gestão do porto, e das

actividades comerciais

5.26 – Especificar em relatório específico os instrumentos e os ganhos de eficiência

esperados com várias iniciativas como a ligação entre a CP-Carga e o programa

Ex-Port, a janela única portuária, a janela única logística

� 5.27 – Rever a legislação do trabalho portuário, tornando-o mais flexível,

estreitando a definição do que constitui trabalho portuário, e aproximando as

suas regras das regras gerais do Código do Trabalho

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

23José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Conclusões (I)

r Algumas decisões sobre o sistema de transportes tiveram um

contributo significativo no caminho para a situação em que estamos

� Investimento excessivo nas auto-estradas, agravado pela adopção de

modelos de contratação que deram prioridade à desorçamentação e à

rapidez negocial sobre a sensatez de conteúdos, a repartição de riscos

entre Estado e concessionário, e a repartição de encargos entre

viajantes e contribuintes

� Total carência de princípios políticos claros na definição da oferta de

transportes públicos urbanos e inter-urbanos, quer na expansão das

redes, quer nos modelos tarifários

� Aceitação passiva de práticas muito ineficientes na gestão das

empresas públicas

r Apesar deste desnorte sistemático, algumas evoluções positivas em

sub-sectores específicos

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

24José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Conclusões (II)

r Boa parte dos pontos incluídos no MoU é hoje indispensável para

estancar a hemorragia de dinheiro dos contribuintes

r Outra parte resultaria facilmente do diagnóstico de situação atrás

apresentado, e é necessária para aumentar a eficiência externa do

sistema de transportes, em apoio ao crescimento da economia

� Mas ainda há remissão para um Plano Estratégico de Transportes – de que se

fixam apenas os objectivos gerais – apesar de esse Plano (já encomendado

pelo anterior Governo) vir a ser anunciado pelo Governo desde a sua tomada

de posse

� Esse crescimento da economia é essencial também para conseguir absorver

as “contingent liabilities” geradas pelas PPP

r Estranhamente o MoU é omisso quanto às matérias da mobilidade

urbana, onde também há muitas mudanças necessárias

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

25José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Conclusões (III)

r Estas medias, se aplicadas seriamente, irão provocar uma mudança

radical no sector, no sentido da eficiência, da transparência e da

equidade vertical

� Terá de cessar a prática de subsidiar todos da mesma forma, passando

a subsidiar de forma mais ajustada quem de facto precisa

r Vai ser necessária muita determinação, lucidez e imaginação para a

gestão táctica desse processo, de que ainda apenas se conhecem

algumas orientações estratégicas

� E coragem para combater a demagogia que inevitavelmente vai surgir

r Um papel importante para os engenheiros (sobretudo civis) na

identificação e defesa das soluções técnicas eficazes e que melhor

se ajustam ao quadro económico e às orientações estratégicas

vigentes

A m

ob

ilid

ad

e d

e m

erc

ad

ori

as

e p

as

sa

ge

iro

s:

Sit

ua

çã

o e

lin

ha

s d

e r

um

o

26José M Viegas - ENEC 2011 - Porto, 21.5.2011

Obrigado pela Vossa atenção !