a metodologia básica de investigação

57
Investigação e Estatística com o EpiInfo PARTE 1 A metodologia básica de investigação © António Paula Brito de Pina - 2005 1

Upload: mayara-morais

Post on 17-Aug-2015

215 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

Ao contrário do que muitos julgam, não basta saber Estatística para fazer Investigação.

TRANSCRIPT

Investigao e Estatsticacom o EpiInfoPARTE 1A metodologia bsica de investigao Antnio Paula Brito de Pina - 200!Investigao e Estatsticacom o EpiInfoA metodologia bsica de investigaoAo contr"rio do #ue muitos $ulgam% no &asta sa&er Estatstica para fa'er Investigao%atendendo #ue(!)- A Estatstica nunca d" certe'as% d" apenas pro&a&ilidades &aseadas em pressupostosfictcios ***% tal como e+plicaremos na Parte 2 desta &roc,ura*2)- -s resultados estatisticamente significativos podem no ter relev.ncia***%nomeadamente #uando a amostra / muito grande% por#ue / possvel o&ter resultadosestatisticamentesignificativos nas pe#uenas diferenas encontradas entredois su&grupos daamostra% mesmo #uando estas diferenas% al/m de pe#uenas% so pouco importantes*0)- -s resultados da Estatstica podero dar-nos uma ideia so&re a eventual associaoentrevari"veis% mas nuncanosrevelaarelaodecausalidade*** Pore+emplo% aEstatsticapoder" demonstrar #ue determinados perfis psicopatolgicos podero estar associados 1to+icodepend2ncia mas% sa&er se / esta psicopatologia #ue leva 1 to+icodepend2ncia% ou vice-versa% s pode ser respondido tendo em conta o desen,o do estudo% nomeadamente um desen,o#ue permita sa&er o#ue / #ue acontece primeiro 3as pertur&a4es psicopatolgicas ouato+icodepend2ncia5*6)- 7e os dados #ue introdu'imos no computador para fa'er os c"lculos estatsticos noforem os correctos% a interpretao dos resultados poder" ser impossvel ou levar a conclus4estotalmente erradas*** Por e+emplo% se #uisermos comparar o peso de dois grupos% e utili'armosuma &alana diferente paraos dois grupos poderemos o&ter resultados enganadores*** Estepro&lema inclui-se nos denominados vieses de informao8)- 7e o en#uadramento terico do estudo no for o correcto% / f"cil c,egar a conclus4eserradas por#ue os resultados estatsticos so esp9rios*** :m e+emplo de uma de uma associaoesp9ria / a associao estatisticamente significativa entre o n9mero de telemveis e+istentes numpas e o n9mero de doenas cardacas* :m aprendi' a investigador poderia concluir erradamente#ue a influ2ncia das ondas dos telemveis poderia provocar umaumento das doenas Antnio Paula Brito de Pina - 2002Investigao e Estatsticacom o EpiInfocardiolgicas* 7ucede no entanto #ue os pases onde ," mais telemveis so tam&/m os maisricose%devido 1so&re-alimentao%t2m commaiorfre#u2nciadoenas cardacas*Assim% ,"a#ui uma terceira vari"vel escondida% #ue pode provocar uma associao estatisticamentesignificativa mas totalmente esp9ria* Esta terceira vari"vel denomina-se de confundimentopor#ue produ' um vi/s de confundimento*-utroe+emplodumvi/sdeconfundimentoeminvestigao/o#ueaconteceunumestudo efectuado ," alguns anos% so&re os efeitos de dei+ar de fumar* ;erificou-se ento #ue amaioria dos fumadores #ue largavam o mau ,"&ito% morriam mais fre#uentemente no primeiroano #ue os #ue continuavam a fumar* A concluso lgica seria #ue #ual#uer fumador deveriamanter o seu ,"&ito *** 7ucede #ue% infeli'mente%muito dos fumadores #ue dei+am de fumar%fa'em-nopor#ue$"sesentemdoentes% o#ueaumentaapro&a&ilidadedemorreremnoanoseguinte% en#uanto os outros ainda se sentem saud"veis e em muitos casos ainda o esto***-#uesepassounesteestudo/#uenosecontrolouoefeitodeuma vari"vel deconfundimento fundamental( o fumador $" estava doente ou no% #uando dei+ou de fumar< Estas#uest4es t2m a ver fundamentalmente com o desen,o do estudo e no com a Estatstica*Assim%para iniciar um tra&al,o de investigao / necess"rio seguir v"rias regras paraevitar escorregadelas* A primeira regra de ouro / #ue antes de avanar para o tra&al,o de campo/fundamental sempreela&orarumprotocolo#uenosguienofuturo* Paraistoteremos#ueseguir uma se#u2ncia de passos #ue nos pouparo muitos pro&lemas e dissa&ores***A se#u2ncia #ue vou e+por pode ser parcialmente modificada%nomeadamente as fasesposteriores poderoo&rigar areconsiderar as fases iniciais% mas genericamente/semprease#u2ncia a utili'ar*1- Identifique o assunto a investigara5 =uais so as perguntas #ue o investigador prop4elarifi#ue estas perguntas #ue #uer ver respondidas pelo estudo* ?o se$a vago* @ormulepoucas perguntas e restrin$a o mais possvel os o&$ectivos do seu estudo% caso contr"rio arrisca-seasentir-secompletamenteperdido#uandocomearoseutra&al,odecampo* =uantomenoso&$ectivos um estudo tiver% maiores sero as suas pro&a&ilidades de 2+ito* Antnio Paula Brito de Pina - 2000Investigao e Estatsticacom o EpiInfoPoroutrolado% umoutro&iceimportanteemestudoscommuitos o&$ectivos/#uepodero ser necess"rios desen,os diferentes de estudo e amostras com dimens4es diferentes paraos diferentes o&$ectivos% o #ue complica muito a sua conduo*&5 =ual a investiga&ilidade do pro&lemaontrolo das vari"veis interferentes5*-utros crit/rios de causalidade menos importantes so( a fora da associao( #uanto maior a diferena entre duas popula4es #uanto 1 fre#u2ncia dadoena e do factor de risco% mais prov"vel ser" ,aver uma associao entre a doena e oreferido factor de risco* A fora da associao mede-se em termos epidemiolgicos pelo riscorelativo 3ou odds ratio5% risco a&soluto% coeficiente de determinao na correlao linear% etc*?o entanto%/ possvel pensarmos e+istir uma verdadeira associao causal% em&ora fraca% Antnio Paula Brito de Pina - 200!KInvestigao e Estatsticacom o EpiInfo#uando os resultados% apesar de revelarem pouca fora de associao% so estatisticamentesignificativos*** o gradiente &iolgico da associao refere-se 1 e+ist2ncia de uma curva dose-resposta entre avari"vel EcausalEeavari"vel efeito* ?oentanto% estegradientepodee+istirmesmosemrelao de causalidade se e+istirem vari"veis de confundimento a modificar a associao*** a consist2ncia( #uando a associao se repete em popula4es diferentes e em circunst.nciasdiferentes* a especificidade( #uando a causa leva sempre a um s efeito 9nico / mais f"cil esta&elecer arelaodecausalidade% noentanto% amaioriadascausasdedoenaousa9det2mefeitosm9ltiplos*** acoer2nciacomasteoriasecon,ecimentos vigentes% noentanto% setivessemos#uesersempre coerentes com o passado nunca evoluiramos***) - *omentrios finaisA importante escrever o protocolo no computador pois ser" seguramente necess"rio fa'ermuitas modifica4es e correc4es at/ a forma final8 Por outro lado% muito do #ue se escreve paraoprotocolopoder"serutili'adoparaorelatrioouartigoapu&licar% especialmenteparaoscaptulos de introduo e m/todos*@aa sempre ainda um cronograma com as suas actividades* A mais uma forma de auto-disciplina #ue nos a$uda a levar a &om termo o nosso processo de investigao*- rigor no cumprimento dos passos do protocolo / muito importante mas / evidente #ueno ," estudos perfeitos #ue nos possam revelar a E;erdadeE* Assim% depois da ela&orao doprotocolo% resta-nos segui-lo como rigor possvel mas% tam&/m% coma consci2ncia dasimperfei4es do mesmo* A pai+o pela perfeio no nos deve &lo#uear e% so&re este assunto%algu/mdisse#ueVeminvestigao% assimcomonoamor% umae+ageradaconcentraonat/cnica% levar" provavelmente 1 impot2nciaW*** Antnio Paula Brito de Pina - 200!LInvestigao e Estatsticacom o EpiInfoAtendendo aos erros #ue todos os estudos incluem% as conclus4es t2m de ser geralmentecuidadosas e prudentes*:mrematefinal(ainvestigaodever"sempre#uepossvelresultarnumtra&al,o pu&licado% pois s a#uilo #ue / pu&licado tem e+ist2ncia real***PARTE +o,es de estat-stica Antnio Paula Brito de Pina - 200!NInvestigao e Estatsticacom o EpiInfo+o,es de Estat-stica!* A Estatstica descritiva*=uando #ueremos investigar% o primeiro o&$ectivo / descrever o fenmeno* Por isso% aprimeira fase de tratamento dos dados / a an"lise univariada% atrav/s da verificao dasfre#u2nciaseoc"lculodasmedidasdelocali'aocentral ededispersoparacadavari"velisoladamente*Ueralmente% no se calculam mais #ue as seguintes medidas( as fre#u2ncias a&solutas 3n9meros a&solutos de cada valor5 e as fre#u2ncias relativas3as propor4es em percentagens ou permilagens% etc*5* a m/dia e desvio-padro a mediana e desvio-#uartil a moda*?o entanto% as medidas atr"s referidas no podero ser calculadas para #ual#uer tipo devari"vel* Cudo depende da escala de valores de cada vari"vel% pelo #ue a#ui ser" importante fa'erum pe#ueno par2ntesis para classificarmos as vari"veis #uanto 1 sua escala* >ompreender estaclassificao / de import.ncia crucial para utili'armos de forma ade#uada a estatstica*7umariamente% poderemos classificar as vari"veis da seguinte forma( Antnio Paula Brito de Pina - 200!PInvestigao e Estatsticacom o EpiInfo!- ;ari"veis #ualitativas nominais( so vari"veis cu$os valores no tem uma relao deordem entre eles% por e+*% o 7e+o e Daa*Paraestetipodevari"veispoder-se-"fa'eroestudodasfre#u2nciasa&solutaserelativas3noEpiInfoescol,emos o >omando @DE=:E?>IE75*2- ;ari"veis #ualitativas ordinais% cu$os valores no so m/tricos mas incluem rela4es deordem* Aocasoda vari"vel EPesoE medida em0nveis 3poucopesados% pesados% muitopesados5*Para este tipo de vari"veis poder-se-" fa'er tudo #uanto / possvel fa'er-se para as vari"veis nominais% mastam&/m adicionalmente / possvel estudar as medianas% #uartis% modas 3>omando BEA?7 no EpiInfo5R0- ;ari"veis #uantitativas% cu$os valores so medidos numa escala m/trica% como por e+*%a EIdadeE% ou o EPesoE medido em gramas*Para este tipo de vari"veis poder-se-" fa'er tudo #uanto / possvel fa'er-se para as vari"veis nominais eordinais% mas tam&/madicionalmente / possvel estudar as m/dias edesvios-padro3>omandoBEA?7noEpiInfo5*7e #uiser utili'ar o EpiInfo 3disponvel gratuitamente em XXX*cdc*govGepiinfo5% aconsel,o acriar uma pe#uena &ase de dados% 3recomenda-se estudar o EBanualE e+istente em,ttp(GGXXX*saudepu&lica*Xe&*ptGEpiInfoG7oftXareGapresentaoYepiinfoY2000*,tm5% e #ue poderemos nomearEE+peri2nciaE(+ome $ata de +ascimento $ata Actual Peso .e/oToo !0-!2-!PL0 !-!2-2000 K0 ,omemBaria !0-0L-!PK! !-!2-2000mul,erBanuel 20-!!-!PN0 !-!2-2000 N0 ,omemMus !!-0-!P0 !-!2-2000 L ,omemAna !-0N-!PN !-!2-2000 0 mul,er>om esta &ase de dados criada ser" mais f"cil compreender as provas estatsticas*!*!* Interpretar as fre#u2ncias a&solutas e relativas*?ocasodevari"veisnominaiscomoose+oouaraa% spoderosercalculadasasfre#u2ncias*A totalmente impossvel calcular a m/dia ou a mediana do se+o por#ue a escala Antnio Paula Brito de Pina - 20020Investigao e Estatsticacom o EpiInfodestas vari"veis no tem se#uer uma relao de ordem* Depare-se #ue por ve'es codificam-se asvari"veis com n9meros para introduo no computador% o #ue torna possvel pedir erradamentem/dias para vari"veis nominais% em&ora tais resultados% evidentemente% no ten,am significadonen,um8?o caso de vari"veis ordinais ou #uantitativas% claro #ue / tam&/m possvel calcular asfre#u2ncias* Por e+emplo% supon,amos #ue sa&emos o Peso medido em Hg de !000 pessoas*7er" possvel calcular as fre#u2ncias de #uem tem 60 Hg% 6! Hg% 62 Hg% ***% etc*% mas atendendoao elevado n9mero de pessoas% ser" prefervel agrup"-las em grupos com o mesmo intervalo% pore+emplo% grupo A 360-6 Hg5% grupo B 36K-6P Hg5% etc*% de forma a calcular as fre#u2ncias paracada grupo*>onv/m #ue o intervalo de amplitude dos diferentes grupos se$a sempre o mesmo% casocontr"rio% os resultados podero confundir-nos% pois tenderemos a comparar grupos #ue no socompar"veis8 !!*2* Interpretar as m/dias% desvios-padro% medianas% etc*Paraal/mdas fre#u2ncias a&solutas erelativas $"referidas% e+istemoutras medidasgeralmente calculadas para vari"veis ordinais ou #uantitativas% tal como se encontra no =uadroseguinte(Escala da varivel 0edidas de locali1ao central 0edidas de dis"erso-rdinal ou =uantitativa Bediana Amplitude inter#uartil G Oesviointer#uartil=uantitativa B/dia ;ari.ncia G Oesvio-padro=ual#uer escala Boda -A B/dia aritm/tica assim como o Oesvio-padro #ue l,e est" associado% so conceitos#uegeralmenteoferecempoucasd9vidas* 7ocalculadosapenasemvari"veiscomaescala#uantitativa* Por e+emplo% no tem significado calcular a m/dia para o 7e+o 3vari"vel nominal5ou para o Peso medido em escala ordinal*! Apesar de tudo% e+iste a possi&ilidade de comparar graficamente classes de diferentes amplitudes atrav/s dos ,istogramas #ue% so gr"ficos em #ue a "rea das colunas representam o n9mero de indivduos 3ao inv/s da altura dascolunas5* ?o entanto% apesar deste tipo de gr"ficos ser muito falado nos cursos de estatstica% raramente se v2m em artigos *** Antnio Paula Brito de Pina - 2002!Investigao e Estatsticacom o EpiInfo- conceito de Bediana% no entanto% gera muitas confus4es( a Bediana / simplesmente ovalor #ue se situa a meio da fila ordenada de valores% desde o mais &ai+o ao mais alto* Assim%tem #ue ,aver uma relao de ordem nos valores% pelo #ue a Bediana pode ser calculada tantopara as vari"veis ordinais como para as #uantitativas puras* A partir do e+emplo relacionado coma &ase de dados EE+peri2nciaE criada no EpiInfo% poderemos criar uma nova vari"vel idade apartir da data de nascimento e data actual% tal como se e+plica no Manual sobre o EpiInfo% ee+ecutar o comando BEA?7 para a idade% o&tendo todas estas medidas* ?este e+emplo% temoscinco pessoas com as seguintes idades $" ordenadas(!202L0P0- n9mero 2L representa o valor #ue est" a meio% ou se$a% / a Bediana* Isto significa #ue0Z das pessoas t2m uma idade igual ou maior #ue 2L e% evidentemente% os outros 0Z t2m umaidade igual ou menor #ue 2L*- n9mero 20 representa o valor #ue est" a meio da primeira metade% ou se$a% / o primeiro=uartil ou Percentil 2* Isto significa #ue LZ das pessoas t2m uma idade igual ou maior #ue 20e% evidentemente% os outros 2Z t2m uma idade igual ou menor #ue 20*- n9mero 0P representa o valor #ue est" a meio da segunda metade% ou se$a% / o terceiro=uartil ou Percentil L* Isto significa #ue LZ das pessoas t2m uma idade igual ou menor #ue 0Pe% evidentemente% os outros 2Z t2m uma idade igual ou maior #ue 0P*>laro#ueamediana/tam&/mosegundo=uartil eoPercentil 0* ?ocasodestee+emplo% com um n9mero mpar de valores ordenados 3cinco5% a mediana / o valor #ue est" ameio% mas nocasodeumn9meropar devalores ordenados% amedianater"ser calculadofa'endo-se a m/dia entre os dois valores #ue esto a meio*A Boda / o valor mais fre#uente 3ou se$a% o #ue Eest" na modaE***5* ?este caso% como noe+istenen,umvalor mais fre#uente% oEpiInfod"-nos omenor valor 3atrav/s docomandoBEA?75% o #ue no tem significado a&solutamente nen,um%podendo mesmo indu'ir-nos emerro* - #ue se passa / #ue #uando e+istem v"rias Bodas% o EpiInfo apresenta sempre a menor(ou se$a% se numa amostra e+istem !0 pessoas com 20 anos e !0 pessoas com 00 anos% sendotodas as outras idades menos fre#uentes% sucede #ue e+istem duas Bodas% mas o EpiInfo vai Antnio Paula Brito de Pina - 20022Investigao e Estatsticacom o EpiInforeferir apenas a #ue apresenta o menor valor ou se$a% dir" #ue 20 anos / o valor mais fre#uente*Por isto% se nos interessa referir a Boda% conv/m verificar se no ," outro valor to fre#uente nanossa amostra* Para isto &asta e+ecutar o comando @DE=:E?>IE7% #ue nos d" as fre#u2nciasde todos os valores*=ual a diferena de interpretao entre a Bediana e a B/diaada valor individual? [ ?9mero de todos os valores-u se$a% para calcular o Oesvio-padro / necess"rio primeiro calcular a B/dia e depoiscalcular todas as diferenas entre cada valor individual e a m/dia* A um erro di'er #ue o desvio-padro / a m/dia de todas as diferenas% mas podemos senti-lo como algo apro+imado* Antnio Paula Brito de Pina - 20020Investigao e Estatsticacom o EpiInfoPor ve'es% #ueremos comparar duas vari"veis #uantitativas #uanto ao seu grau dedisperso% por e+emplo% o Peso 3em Hg5 e a Idade 3em Anos5* Esta comparao no poder" serfeita comparando simplesmente os Oesvios-padro respectivos% por#ue estes esto e+pressos emunidades de medida diferentes% i*e*% no se pode comparar a disperso de Hg com a de Anos8 ?oentanto% / possvel fa'er esta comparao em termos relativos% se calcularmos o coeficiente devariao% da seguinte forma(>oeficiente de variao [ Mdiapadro Desvio \ !00Zconvencionando alguns autores #ue um coeficiente variao maior #ue !0Z significa #uea disperso / forte*?asvari"veisordinais% comono/possvel calcular m/diasoudesvios-padro% paraavaliar o grau de disperso% poder-se-" calcular a Amplitude inter#uartil e o Oesvio-#uartil*A Amplitude inter#uartil / simplesmente a diferena entre o 0) e o !) =uartil% ou se$a% noe+emploanterior% 0P-20[!P* Depare-se#uenestaAmplitudeinter-#uartil situam-seos0Zcentrais dos valores*- Oesvio inter#uartil / sempre metade da Amplitude inter#uartil% ou se$a% !PG2[P%*Cam&/m / possvel% calcular a o coeficiente de variao #uartil da seguinte forma(>oeficiente de variao #uartil[ Quartil Quartilerquartil Amplitude) ! ) 0int+ \ !00Z>laro #ue estes c"lculos tam&/m podem ser efectuados para as vari"veis #uantitativas*2* A Estatstica OedutivaPara al/m da simples descrio dos dados #ue temos% a Estatstica pretende a$udar-nos ainferir at/ #ue ponto os nossos resultados podero ser representativos da populao #ue est" portr"s da nossa amostra*-u se$a% supon,amos #ue retiramos de forma aleatria uma amostra de !00 doentes deum fic,eiro clnico com !000 doentes* Aps verificarmos #ue na nossa amostra temos !0Z demul,eres% poderemos perguntar-nos at/ #ue ponto% na populao% tam&/me+iste !0Zdemul,eres* Antnio Paula Brito de Pina - 20026Investigao e Estatsticacom o EpiInfoOe facto% devido ao acaso% ao seleccionar aleatoriamente uma amostra% podemos sempreter o a'ar de encontrar !00 su$eitos #ue so muito diferentes da populao*A intuitivo #ue #uanto maior for a diferena entre a amostra e a populao de origem%menor ser" a pro&a&ilidade de isso acontecer* Por outras palavras% a pro&a&ilidade de termos umaamostrasemel,ante1suapopulao/elevada% mas e+istesempreumapossi&ilidadedeaamostra ser diferente% sendo a pro&a&ilidade de isto acontecer tanto menor #uanto maior for estadiferena* Bas% como medir esta pro&a&ilidadeAM> 3nesta seco apenas calcula osintervalos de confiana do DD e -dds Datio% de #ue falaremos a propsito dos estudos de caso-controlo5*>,ama-se a ateno #ue o c"lculo dos intervalos de confiana de PZ destas medi4es%su&stitui com vantagem #ual#uer outra prova de signific.ncia estatstica* Depare-se #ue% se nointervalo de confiana do DA no estiver includo o E0E% ou no do DD no estiver includo o E!E%poderemos afirmar com uma confiana de PZ #ue e+iste uma diferena entre o grupo e+posto eno e+posto* Por outras palavras% poderemos concluir #ue e+iste uma diferena estatisticamentesignificativa 3para um nvel de signific.ncia de Z5* Por e+emplo% segundo o EpiInfo o intervalode confiana do Disco Delativo do e+emplo mencionado seria 2%PL-%0N o #ue% atendendo no Antnio Paula Brito de Pina - 20006Investigao e Estatsticacom o EpiInfoincluir o!% significaria,averumaassociaoestatisticamentesignificativaentreaformadeconsumo e a mortalidade*0*2* Estudos de caso-controloPoderoser confundidos comos estudos de coorte por#ue tam&/mse&aseiamemmedi4es ao longo do tempo% mas a#ui os dois grupos dividem-se tendo em conta os efeitos eno a e+posio* ;amos a um e+emplo com n9meros*7upon,amos #ue #ueramos estudar e+actamente a mesma associao $" referido entre aforma de administrao da droga e a mortalidade* ?o entanto% ao contr"rio do estudo anterior%no tn,amos disponi&ilidade de recursos ou tempo para seguirmos durante um ano uma amostrade to+icodependentes como no e+emplo anterior de estudo de coorte* Por outro lado% / previsvel,aver poucos&itos3poucosefeitos5 nofinal deumanopelo#ue% para implementarmos umestudo de coorte% teramos #ue certamente vigiar mil,ares de pessoas* Isto torna% evidentemente%um estudo de coorte totalmente impratic"vel para a maioria das situa4es onde o efeito a medir /poucofre#uente3e+( doenasraras% etc5* @eli'mente% tn,amos apossi&ilidadedesa&er nosfic,eirosdosserviosdesa9de#uemtin,amorridono9ltimoano*Assim% desen,"mos umestudo de caso-controlo% formado por um grupo de to+icodependentes #ue morreram e um outrogrupodeso&reviventes*Aosdoisgruposverific"mosos,"&itosdeconsumo3eventualmente%atrav/s da consulta das fic,as clnicas5 e dispusemos os dados numa ta&ela de 2+2(*asos de doena ou de outro ti"o de evento48bitos durante o ano em estudo967IB ?d- C-CAM7IB A 32005 B 3N005 AeB 3!0005?f- > 305O 3P05 >eO 3!0005 Antnio Paula Brito de Pina - 2000Investigao e Estatsticacom o EpiInfoE+posio no incio do perodo em estudo3>onsumos in$ect"veis 3205 BeO 3!L05 Ae>eBeO320005Depare-se #ue esta ta&ela / igual 1 anterior mas os c"lculos efectuados anteriormente not2msignificadoepidemiolgicoesoincorrectos* Efectivamente% nopoderemoscalcular osriscosa&solutospor#uenosa&emos#ual/apopulaoe+posta#uedeuorigematodosos&itos* >onse#uentemente% tam&/mno poderemos calcular o DAe o DD* ?o entanto%demonstra-se #ue% #uando o efeito / raro 3neste caso% os &itos5 / possvel estimarapro+imadamente o DD num estudo de caso-controlo% dando-l,e neste caso a denominao de-dds Datio 3-D5% da seguinte forma(L % 6P0 G N000 G 200GG= = =D ! A"#--dds Datio3-D5% #uepoder"tradu'ir-secomoEra'odepossi&ilidadesE% /umaapro+imao estimada do DD% pelo #ue s tem interesse em estudos onde este no poder" sercalculado% nomeadamente nos estudos de caso-controlo*--D eo seuintervalodeconfiana interpretam-sedamesmaforma #ueparao DD%sendo tam&/m calculados automaticamente pelo EpiInfo 3neste caso% o intervalo de confiana dePZ / 0%6-K%L sendo este resultado tam&/m estatisticamente significativo por#ue no inclui oE!E5*:ibliografia A&ramson% T*F* $urve% met&ods in communit% medicine - an introduccion to epidemiologicaland evaluative studies* 2) ed* ?eX SorI( >,urc,ill Mivingstone% !PLP* Oean% A*U*R et al* Epi Info '((() a database and statistics program for public &ealt& professionals for use on *indo+s ,-) ,.) N/) and '((( computers* Atlanta 3:7A5( >enters for Oisease >ontrol and Prevention% 2000* Antnio Paula Brito de Pina - 2000KInvestigao e Estatsticacom o EpiInfo Oom/nec,Bassons% Tos/B*Mtodos Estad0sticos en!iencias dela$alud* Barcelona3Espan,a5( :niversitat Autgnoma de Barcelona% !PPP* Uerstman% Burt*Data Analysis With Epi Info*,ttp(GGXXX*s$su*eduGfacultcGgerstmanGEpiInfo;< ?ovem&ro 2000* Tim/ne' ;illa% T* >omo iniciar un tra&a$o de investigacin* Atenci1n 2rimaria% ;ol* % ?) 2% Espan,a% !PNN* 7errano% Pedro* #edac3o e Apresenta3o de /rabal&os !ient0ficos* Mis&oa( Delgio Ohigua%!PPK* Antnio Paula Brito de Pina - 2000L