a memória militar - a volta aos quartéis

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, ..........o .... " GI"..,t011",.k.. .... ""r.0"""O''"".o 0"'0e,,'.." " REFERNCI ABI BLI OGRFI CA: Disponibilizadoem: ht t p: / / www. cpdoc. f gv. brPr oibidaapublicaonot odoouempar t e;per mit idaacit ao. Acit aodeveser t ext ual,comindicaodef ont econf or meabaixo.AVOLTAaosquart is: amemriamilit arsobrea aber t ur a/ I nt r oduoeor ganizaoGlaucioAr y DillonSoar es, Mar iaCelinaD' Ar auj o, Celso Cast r o. RiodeJaneir o: Relume - Dumar, 1995.328p./ Volta aos Quartis AVolta aosQuartis A MEMRIA MILITAR SOBRE A ABERTURA I ntrodlo ( organiao GLlTClO Av DILLONSOARES MAA CELlNAD'ARAtIJO CELSOCATO RELUMEDUMAR (Copyright1995,GlucioAryDillonSoare, MariaCelinaD'Araujo eCelso Castro 'Copyright dos depoimento1993 e 1994, CPOC -FundaoGetulio Vargas Direito ceidospara. estaedio Dl:AR D1STRIBL1DORADEPlrJ:LrCAESLl1t RuaBarataRibeiro,17-sala202 22011-000 -Ro de Janeiro,R TeLo(021)542-0248Fax,(021)275-0294 Copid .sque ereviso Dora.Rh A()!u!(Jlmin!.rlLln Ame rica mui Sout/wrnEurof>/' .op.cit.,p.257-2S1. 3. Idem ibidem,p.259. 4.A vitriasdo MDB esto bem coment8dasem Maria HelenaMoreira Alves,Estado eo{)rmilo/1.0Hrw[(Petrpolis, Vozes,1984), Introduo- 27 partido, mas a questo saber por que razes isso ocorreu, uma vezqueosdadosindicamumcrescimentodoMDBmuito superioraodecrscimodaArena.Umestudosugerequeo decrscimoda Arena nestas eleiesse ajustabem aodecrscimo histrico dospartidosconservadores, baseado na mudannacomposioscio-econmicadoeleitorado. ' Osegredo destasuperfcialimpossibilidadearitmtica,naqual oMOB ganhoumais do que a Arena perdeu, se encontra no decrscimo dos 'votosnulose brancos,que assinalariama maior aceitao doMDB,umpartidoquefoicriadomanumilitariequese transformouem um verdadeiro partido de oposio. Genericamente,aperspectivadaselitesnaanlisedas transies democrticas enfrentasriosproblemas conceituais eempricos.Em primeirolugar,o_'tosno definemclal"m!l_oc9nceito.Noqueremosdizerm--lsso- quetodos tenhamqueredefinirosconceitosemseustrabalhos, masno h definio de elite que se aproxime de um consenso. E,selemososvriostrabalhosqueusaramaselitesnaanlisedastransiespolticas,vemosquecadaumusaotermo suamaneira.Nohuniformidade,o quedificultaa comparaao. Emsegundolugar,noencont;.rOSdefiniesoperacionaif,nem pesquisa_.mpi!ia. Em terceiro,nota-se uma certa conf!.Q_goflctitualentreelite,nasuaacepo scio-.ecopmica,eelite poltica.Finalmente,estaperspectiva,por suaprprianfae,pensaomundoemtermosdeelitesemassase enfrenta sriag dificuldades paralidar comopapeldeamplos setoresmdios e com uma estrutura declasses mais complexa. Emborasejaatraentepensar que uma oposiounidaoferece maisaltaprobabilidadedexitodoqueumadividida,aperspecti"'a das elites necessita ainda de muito trabalho conceitual edemuitapesquisa empricaatsetransformarnuma alternativa terica vivel na anlise das transies e dasconsolidaes democrticas. 1.GlucoSoares,"Oprevisveleleitor brasileiro",CihwialIoje,vol.2. nQ9 (novembro-dezembrode1983), p.26-32. 28AVolinao Qunrifis At agora retratamosasanlises dastransiesqueenfatizamelementosdaeconomiaedasociedadecivil,incluindoa cultura poltica eo papel daselites.Entretanto, bom lembrar queexisteum corpo extensodeanalistasecomentaristasque colocamanfasenoprprioEstado.DianeEthier,numa revisodasprincipaiscontribuiestericassobreastransies, chega concluso de que h concordncia com a tese de que "a transiodemocraciacontroladapeloEstadoenopelas forasda sociedade civil". 'A nfase no Estado meio caminho andado para recuperar a importncia dosmilitares, tanto para osgolpeseosregimesmilitaresquantoparaofmdestes regimeseastransies democrticas. Encerrandoesteesboodepreocupaestericas,gostaramosdelembrar ainda algunsoutro8problemasmetodolgicos importantes.Muitos dos estudos da transio democrtica com aspiraesnomotticas,generalizantes, por estudarem somentecasosexitosos,esbarramemdeficinciasqueviciamas concluses.Afinal,asmesmascircuns tnciasqueparecem facilitar, ou atmesmo decidir, o fim de um regimeautoritrio e o incio da democratizao aparecem em outros casos sem que adesejadademocratizaoocorra.Assim,qualquerestudode transiesdemocrticas(noplural ideveriater,necessariamente,um componente comparativocom outrassituaesem que a transio no se observou.Cafo no comparemos transiesdemocrticascomcontinuaesautoritrias,comoargumentarquedeterminadascondiescontriburamparaademocratizaosenosabemosseelastambmestavam presentesnascontinuaes autoritriaf? Inteligentemente,O'DonnelieSchmitter enf"tizamqueos fatoresque derrubam umaritadurano soosme:mosquea instalaram, mastampouco sodiametralmente opostos.Argutamentesublinhamqueaquedaderegimesdemocrticos usualmentese deve aodeumpequenogrupodepesso'as, ao passo que as transies democrticas, ainda quenecessitandodasmanipulaeseconspiraesdepraxe,requeramplas LVer;'Introduction".emDianeEthier(org.), op.cit..p.7. lntrouo29 Iobilizaesdemassa.Assim,haveriaumaassimetrianas deterin-esdoscolapsosdasdemocraciasedas-transies democrticas. Os organizadores deste livro esto conscientes do alto grau deindeterminao de aespolticase sociais e dasdificuldadesparalidar com um tema desta magnitude.Sabem contudo que,naausnciadeum conjuntodedados,quantitativosou qualitativos,quepermitam substanciar uma teoria geral das transiesdemocrticas, crucial aprofundar o conhecimento desituaesconcretasarticulando-ascomexercciostericos possveis. este o sentido desta Introduo. 3.Osmilitarese aredemocratiza As crises militasmerecemumaseoparteporqueesto claramente associadas coma queda de vriosregimesmilitares.Argentina,GrciaePortugalsotrspasescomfortes crises militares prvias redemocratizao. Na Argentina e na Grcia houve grandesfiascos militares, contra osingleses, nas Malvinas,lecontraosturcos,emChipre.Nosdoiscasos,o governo militar desmoronou. "( .. .l o contexto dentro do qual a transio de regimes autoritrios comeuem dcadasrecentesse deucommaisfreqnciaaps derrotas militares em conflits internacionais. Alm disto, o ftor quemaisaumentoua probabilidadedeuma soluo democrtica foia ocupopor outro pas que era,ele prprio, uma democracia."2 N oscasosdaArgentinaedaGrcia,O'DonnelleSchmitter admitem tambm que a guerra foimais uma indicao e uma conseqncia de que o regime andava mal do que a sua causa. De toda forma, segundo esses autores, fora os casos de derrotas 1."A transio argentinasurgu,fundamentalmente, como conseqncia da derrota militr nasilhasMalvinas em junho de 1992."Catterberg, op. cit.,p.5. Nossa traduo. 2.O'Donnell e Schmitter, op. cito, p. 17-18. Nossa traduo. :'0A VoltH1I0quurlois militares,asrazesparaatransiosopredominantemente i nternas. 'Predominantemente no significa exclusivamente, e osautoresdeixamabertasasportasparaainflunciade pressesinternacionaisedeflutuaesna economia mundial. Aidiadequeosmilitaresseretiraramdopoderpara preservaraunidadedacorporaoocorreuavriaspessoas. Segundo essa perspectiva,asForasArmadas, estando divididaspoliticamente, teriam diagnosticado que a permanncia no podereraacausadasdivises,pelasambiespolticasque gerava,queacabavamsuperandootradicionalespritode unidade da corporao. Essateoria, se bemcontribua paraexplicar o fim do regime, encontradificuldadesemexplicarporqueofimnosedeu antes, quando houve pesados enfrentamentos entre diferentes correntes militares: primeiro, quando Costa e Silva e um grupo deoficiaisradicaisimpuseramasuacandida tura,emdetrimentadeumacandidaturapoliticamentemaisaceitvel;segundo, quando, na sucesso de Costa e Silva, sem um lder que ainfluenciasse,vrioscandidatosseapresentaramouforam apresentados,inclusiveum,AlbuquerqueLima,querepresentavaumacorrentecomcontornosideolgicosntidos,de cunho direitista enacionalista, com presena significativa tantodentroquantoforadasForasArmadas 2O enfrenta menta entreGeiselea"linhadura",representadaporSlvioFrota, constituiu outro momento de ruptura dentro das ForasArmadas;finalmente,oepisdiodoRiocentrodeflagrounovacrise poltica e militar.Certamente,nesses episdios, no devem ter faltadoosque,prudentemente,sugerissemumaretiradaestratgicadopoder;entretanto,assugestesnesse sentido no 1.Idemibidem,p.18.2.O brigadeiro Burnier chegou a mencionar que o general Albuquerque Limaseriaumsocialista.Osdoiseramconsiderados"duros"plos seusclegas e pelos analistas poltics. Entretanto, h uma imIrtantediferenaideolgicaentreosdois:llbuquerqueLimaeraum nacionalista, o que, svezes, o empurrava para Isies antiamericanas, ao passo queBurier foiformadonatradiodaguerrafria. llltro uio.'1 se materializaram.Evidentemente, ou a ameaa no era suficientemente forte, ou os incentivos para permanecer no poder erammuito convincentes.Assim,a simplet:L!l eaa unidade das Foras Armadas no era condio suficiente para aretirada-do poder,ainda que;-oo;entender,contribusse fortementeparatal.. O'Donnell e Schmitter chegm a afirmar que "no h transio cJo incio no seja a conseqncia, direta ou indueta, de importantesdivis,.dentrodoprprioregmeautoritrio."l Segundoeles,MOhaveriatransiopolticasemrupturas internas importantes. Em outras palavras, poderamos inferir queumregmemilitar,detentorquaseexclusivodopoder armado, se unido, seria muito difcil de vencer. Nossa pesquisa relativiza muito essa afirmao:durante todo o regme houve .importantes divises dentro das ForasArJ. adas. Asim,no possVeliefcIonar a emerggicdessas..di:ises com a democratizao:elas_-.empreexistiram,inclusiv.enoper?osde maiorlegitimidadedogovernOramdeccmoc_: n"nhupogvernouaJsluto,mas sempre .om representao dos demaisgrupos.No huve al-1.Op. cto 32 A Vol11lum,Q\lHrtris ternnciados gruposnopoder;houvealternnciadosgrupos dominantes.Ocasobrasileiroagregatrsdimensesimportantes:primeiro,osgrandesgruposdeopiniomilitar,as linhas "dura" e "castelista", estiveramrepresentadas em todos os governos.No se tratou de uma substituio deum governo de"duros"poroutrode"moderados"evice-versa,masda substituiodeumgovernocompredOlninnciados"duros" por outro compredOlninnciados "moderados".lSegundo, se as divises entre 'duros" e "moderados"possibilitaram a abertura, por sua vez aaberturaagravouestas divises, culminando no episdio Frota, quando, segundo alguns entrevistados,houve umasria ameaa degolpe.2 Terceiro,a disposio doider ou do grupo no poder de enfrentar o grupo adversrio, possivelmente ocasionando uma sria ruptura, inclusive armada, pode seressencial.OgeneralMoraesReb'Dmencionaarejeiode CasteloporqualquercoisaquepudessedividiroExrcito: quandodasuasucesso,Casteloevitouaruptura,ea"linha dura" ascendeuaopoder contra seuscompromissospblicos, suasconviceseasprefernciasnacionais: Geisel aceitou os riscosdarupturaeempurrouaaberturamesmocontraas decises do grupo "duro"que, naquele momento, tinha osseus grandesncleosnoministrodoExrcito,SlvioFrota,ena comunidade deinformaes. a 1.Estacaracterstica,queressaltamosemViKSdo{olp/' .aparece, explicitmente,emalgumasentrevistase,implicitamente,emquase todas.Durante ogoverno (:iseI houve predomnio,mas no hegemonia, dogrupo castlista,e durante ogovernoFigueiredo,umgrupo de "novos duros",articulado comos "duroshistricos" ,seria responsvel por vrios atentadosterroristas< 2.OstestemunhosmilitaressocontraditriostntoarespeitodadisposiodogeneralFrotadederrubaropresidenteGeisel,quantoa respitodoseudesejodeserpresidente.Osdurosexpressama opinio deque Frot no desejavaser candidatoe teriaimpedido seus auxiliares maisradicais de tentar um golpe contra Geisel. 3.OgeneralSlvioFrotafoiumdospoucosoficiaisquesenegarama concederumaentrevista.Disseramos seusfiisseguidores queestvaquasecegoequeaesposaestavamuitodoente.Obtivemos,tam-Intrcuo_33 oepisdioFrotafoiopontoculminantenoconflitoentre Geiseleos"duros".FrotaeraoministrodoExrcitoquando ocrreramasmortesHerzogeFielnasdependnciasdoII Exrcito, o que levou o presidente a tomar medidasdisciplinares severas. Entrevistados de orientaes oposts indicam que ocomandantedoIIExrcito,gneralEdnardoDvilaMelo, esteve alheio aos fatos que resultaram nessas mortes mas, por outrolado,estavacercadoporofciaisda"linhadura"cuas aesnocontrolava.Comocomandante,entretanto,recaa sobreele,e-ofcio,aresponsabilidadedessasmortes,eem funodisso perdeu o comando. Assim, refora-e a dificuldade para se chegar a generalizaes,impresso sublinhadapelasnovaspesquisasfeitasdiretamente com os militares que apontaram para clivagens internascorporao,paradiferentescomposiesentreesses vrios grupos e para asrelaes queestabeleciam com grupos polticos. O'Donnell, por exemplo, foiumdos primeiros a sugerir,nocaso argentino, a existncia dedoisgrandeseixos confguradosem"duros"e"moderados",divisoquetambmse aplica ao Brasil, ainda que deixe de fora um grande nmero de ofciaisideologicamenteindefnidos.O' Donnelldefne os"duros"comoaquelesquedesejavamaperpetuidadedoregime autoritrio e acreditavam nessa possibilidade. Argumenta, em coincidncia com nossos dados, que os "duros" tambm tinham divisesinternas e que algunsadotavam essas poies extreas devido a razesoportunistas, preocupados exclusivamente com a sua sobrevivncia em posies de poder, inclusive com oacssoamaneirascorruptasdeenriquecimentopessoal,e nocomobjetivospolticosnacionaisdelongoprazo.Apso bm,ainformao,no-cnfirmada,deque teriaescritosuasmemrias,paraserempublicadasapssuamort.Frotafoiumafigura controvertida. Vriosmilitaresqueentrevistamosmenconaramsua avero torturae asfamosas rondas parainspconar prisioneiros. Estas,segndoospresosplticos,tiveramcarterabolutamente inuo: as visits de Frota s tiveram o efeit de interromper,momentneament,astorturase sevcias. :14A Volta nos Quartis inciodastransies,usualmente os"duros" so osresponsveis pelas tentativas fracassadas de golpes, conspiraes e atos violentos, cujo objetivo criar uma situao de caos que permitauma nova intervenomilitar.Garretn, analisando o caso chileno, afirma que os "duros" e os "moderados", em um primeiro momento, ou seja, na etapa reativa, no se diferenciam. 1 No Chile a reao foi contra o governo socialista de Allende, democraticamenteeleito,e,seformosaplicaresseraciocnioao Brasil, aqui a reao seria contra o governo Goulart e contra o que percebiam como a ameaa comunista e sindicalista. Seguindo nessa mesma direo, O'Donnell atribui uma cert racionalidade aosistemamilitar,sugerindoqueos"duros" teriam mais influncia enquanto o regime estivesse funcionando,e que os"moderados" assumiriam o comando quando houvesse problemasrequerendoumaatitudeconciliatria.Uma hiptesealternativaapontaparaapossibilidadedequeo predomnio dos "duros" seja proporcional aoisolamento social e poltico dos militares.2 Por essa razo, romper oisolamento era condio necessria no s para diminuir o predomnio dos "duros"quantoparafavorecerperspectivasdenegociaoe transao. Nesse sentido,era importante facilitar o entendimento entreosmodrados dentro das Foras Armadaseosminimalistasnasociedadecivil,ouseja,aquelesqueaceitavamuma transio pactuada a mdio prazo,medianteuma agendaformulada pelos prprios militares.Sistematizando estasidias, Przeworski elaborou vrias possibilidades de transio, representando cenrios de possveis alianas e contrapondo as fra-1.ManuelAntnioGarretn,"Thefliticalevolutionor theChilean military regme", em Guillermo 'Donnell, Phillip Schmitter e Laurence Whitehead (org.) Tramlitions frm autlwritm'irU rule -Latin America (Baltimore, John Hopkins,1986). 2.O isolamento social dos militres, no caso brasileiro, sofreu wn efeit multiplicador devido s altas taxas de auto-recrutamento. Ver, a esse respit,CelsoCastro,"A origmsocialdosmilitare:novosdados paraumaantigadiscusso",NOPO.EstudsCebl'a,SoPaulo, 37:225-231, novo 1993. Introduo .35 esdominantes dentro dasForas Armadascomasda sociedade civil.Para Przeworski, a nica combinao que levaria a uma democracia seria aquela em que osmilitares moderados se aliassem aosminimalistas da sociedade. 'Esta perspectiva partedoprincpiodequeats.politicamenterelevantes, .inclusive os militares, interagem, e o resultado desta interadepende,emparte,djspreif rou nessa escolha. Fiel a seu projeto ee pacificao e ele coalizo nacional,pensoqueachavabomternogovernoalgumdo regime anterior. Alm disso, aescolhade Sarney agradariaao NorteeaoNordeste. Depois d tudo isso,o senhor acha que estam,osvivendo hoje um rwvo profissionalismo nasForas Armadas? Acho que hojeisso foradedvida.Nos anos70no era assim porqueeramanosderepresso.Opensamentodaguerra revolucionria aindaestava muitoclaro emarcante,embora o aspectoprofissionalsempretivesseexistido.Naapreciao, essefoiummomentoqueeucaracterizariacomosendode orientaomilitarista.OExrcitodosanos70eramuitomais militarista do que profissional. Hoje no tenho a menor dvida de que voltamosexclusivamente ao profissionalismo. Desde quando o senhO}' acha que sedeuessa lnudana? A partir do rompimento dogverno Figueiredo e, mais precisa-_ mente,apartirdoRiocentro.AchoqueoRiocentroteveum mritoextraordinrio.Foi adesmoralizaototaldetodosos esquemas de radicalizao vindosdoSNI. A partir da a oposio dentro das Foras Armadas rea ee informaes, embora surda,passouaserclaraeviolenta.OsquadrosdasForas Armadas haviam suportado, silenciosamente, por longo tempo, o domnio doSNI.ORiocentrofoium divisor de guas. Ainda durante o governo militar tentou-se lirnitar o telnpod permanncia dos ofciais do Exrcito no SNrIsso funcionava de fato? Essa limitao era regulamentar e estabelecia um teto alm do qualomilitarnodeveriaexercerfunesforadoExrcito. Essaexigncia vinha de longa data.Fuitestemunhadeque o Frota,quandoministro,tudofezparacumpri-la,oquenem sempreconseguiuporqueoministrioentonotinhafora paraexigiravoltadeummilitarcolocadodisposioea O'TVIOCOS'l'A133 Presidncia. Quando estava no EME como chefe de gabinete do gneralFritz Manso, sendoministro oFrota,cabiame controlaramovimentaodosoficiaisdoquadrodeEstado-Maior. Descobrientoquehaviaofciaisqueestavamhaviamaisde dezanosnoSNI.Isso era participado ao ministro,que peiao retornodessesoficiais,masissonuncaacontecia.Opoderdo SNI cadavezmaisseconsolidava. Como fcou o SNI depois d regime militw? Como se eplicaria aquele (grampo" no telefone dovice-presidente ltamw Franco?' AchoqueoSNIfoiformalmenteextinto,mas,naverdade, continua.Existe toda uma mquinabemmontadaquenofoi desfeitaequeseencontranosetorpolicialdeBraslia.Nesse setor est a EsNI, quehoje tem outro nome mas continua sendo uma escola de informas, e cujo efetivoalcana vrias centenasdepessoas,normalmenteoriundasdasForasArmadas: oficiais,reformadosedareserva,especializadoseminformaes.Ora,essagntetodanoestparada.Continuafazendo o que sabefazer: buscar informaes.Buscar informaespara qu?Informaopoder.Ento,oSNI, embora acfalo, ainda tem,pela leidainrcia,ainspiraodo generalMedeiros, que foiseu ltimo grande chefe.Formulo a hiptese de que, pela lei dainrcia,osistemadeinformaecontinuaemmovimento, poisestamosnaiminncia damontagmdeumnovo governo, a ser chefiado pelo vice-presidente da Repblica.Compreendeseentoqueoshomensdeinformaesqueiramsaberquem realmenteonovogovernanteequaissoosseuscaminhos. 1.Ovice-presidentedRepblica,ItamarFranco,denunciou imprensa no dia9.9.92, atravs de seu chefede segurananareade comunicaes, comandante Antnio de Carvalho, que foraencontrado um"gampo"(escuta)ncentraltelefnicadesuaresidncia particularemBraslia.Informou-seaindaqueaplcadoRiode Janeiroestariainvestigandoaocorrnciadeumaoutraescutaque teriasidoinstaladanasutepresidencialdoHotelGlria,ondeo vice-presidenteestiverahospedadonasemana anterior. 134 A VollnuorqUilrtiis Quem tiver essas informaes, mesmo que asfornea a pessoas desuaeleio,serdetentordeumaparceladepoder.A hiptesequeformuloadequeesse"grampol'tenhasido iniciativadeprofissionaisdeinformaesagindodentroda cadeiatcnica.NoacreditoqueopalciodoPlanaltoesteja presentementeemcondiesdetomarainiciativadeuma operaodessetipo atporqueavice-presidncia,nesteinstante, no temimportncia paraoCollor.Oquelheinteressa oCongresso. Que anlise o senhor faria das relaes entre o Legislativo e o Executivo depois do regilne ,nilitar? E como o presidente Tancredo teria tentado lidar com. eSBes dois poderes? Fazendo uma reflexo sobre osdiasqueestamosvivendodiria que o pas cada vez mais paradoxal, cada vez mais fascinante. Estamos assistindo a um problema tico da maior importncia, e alguma coisa muito positiva sair desta crise. evidente que, ao que tudo indica, o presidente Collor no tem maiscondies decontinuar.Qualquerquesejaodesfechoda votao,no maispresidente.Masoqueestamosassistindonoapenas uma luta pelo poder, uma luta entreospoderes.Realmente, desdequeogeneral Figueiredo saiudogovernoequeSarney assumiu, essa luta entre o Legislativo e o Executivo est muito clara. Fao, a esse respeito, uma reflexo histrica: o presidente TancredoNeves,com quem tive algumasoportunidadesde trocarimpresses,tinhagrandepreocupaoacercadecomo sairdeumregimeditatorial.Haviatestemunhadoapassagem,ouasada,daditaduradeVargas,ederepentesevia como apessoa demaior responsabilidade para realizar anova transio.Tancredoviuomodelorle1945-46,arquitetariapor Mangabeira, baseado na coalizo nacional de apoio ao governo Dutra.Ocaminhofoiapacificaonacional,operaomuito bem-sucedida.Tancredoimaginavarepetiralgosemelhante. Sena outra ditaduraoarquitetofoiMangabeira,nasegunda ditadurahouvetrsarquitetos.HouveoCordeirodeFarias, que tentou de todasas maneirasuma sada.Depoistivemoso PetrnioPortela,quechegoualideraresseprocessomasfoi ()TVI')COSTA135 colhidopelamorteem plena articulao.Seriapossivelmente o Mangabeira da segunda ditadura. No momento em que desapareceramdecenaoCordeiroeoPetrnio,restouTancredo paradesempenharessepapel.Elecheguaimaginarque pudesseencontrarnoExrcitoumoutroDutra. Emboraseja umacoisa historicamente difcil de comprovar, pelas conversas quetive com TancredoduranteosgovernosGeiseleFigueiredo,formeiaconvicodequechegouapensarqueoministro Frota pudesse ser onovoDutra.Sem qualquer desmerecimento para o gneral Frota, creio que Tancredo estava equivocado. Chegou apensar nissono momentoemque oFrotacomeoua serenvolvidopelosradicaisqueoestimulavamacandidatarse.Mastudoisso, detectado nonascedouro, foi abortado coma demissodoministro.Deve-seregistrarqueomotivodaexoneraonofoiesse,porque jeraumprocessoemmarcha, mastudo indica que o movimento deaproximao entre osdois teria contribudo para aprecipitao da demisso. Volto ao ponto central. Tancredo Neves planejou a transio sob osigno dacoalizonacional.Essa foia sua grande inspirao.Paraisso,primeirocriouoPartidoPopular,oPP,uma espciedecolunadomeio.Dentro dessepartido,tentousera ponte entre os extremos, o fator de aproximao. Por inabilidadedo setor governista,chegou-seaobipartidarismoe extinodoPP,graveerroquetornoumaiscomplexaatransio. Havianaverdadeumacertaprevenocontra oTancredode umladoe do outro do espectro.Desfeito o PP,Tancredo buscou, dentrodoPMDB,umaposiomoderadaqueequivaleu continuao doPP. A circunstncias levaram-no a ser o beneficirio da transio. Eleito presidente pela via indireta, estava pronto para subir a rampa do palcio para executar seu projeto pessoal de coalizo nacional.Queriaser um moderadono poder construindoatransiopelaviadanegociaopoltica.A entraem cenanossavocaoparaocontraditrioeoparadoxal.Nomomentoemqueatransioseiniciasobosignoda coalizonacionalocorreamortedopresidenteTanredo,e assumeogovernoprecisamenteaquelequeforaoltimo presidente da Arena.Qual foi oresultado de tudoisso?Apesar de Sarneyter assinadoafichadefiliaopartidriadoPMDB,a 130AVnltn/os quarlri: transio vai ocorrer sob o signo do confronto e no da coalizo. Confronto entre oqu?Confronto entreoLegislativo eoExecutivo,entreopresidentedoPMDB,oheridaderrubadada ditadura, e o ex-presidente da Arena, opartido de sustentao daditadura,Sobosignodoconfrontovivemosathoje.No governoCollor esseconfrontoagudizou-seaindamais.Oconfrontoosignodosdiasquevivemos.Nohapenasaluta entre o Legislativo e oExecutivo,masagoratambm entreos trspoderes.Querdizer,oPoder,Judicirio,deumlado,se auto-interpreta como mediador para dirimir controvrsias entreoLegislativo e o Executivo, e, por outro lado, oLegislativo, pela voz deUlyssesGuimares,serebela contra as tentativas departicipao do Supremo TribunalFederal. oque se ensina hoje na ESC? Qual a orientao militar dada nas escolas? Nosouumhomem daESG nem tenho maior simpatia porela.Penso que quem melhor a caracterizou foioLacerda ao defnila como "a escola do bl-bl-bl". Semprefoi apenasum grande blefeposandodeSorbonnebrasileira.AESGcriouumcorpo doutrinriofictciocomumpalavrriovaziosobreteoriade gerenciamento do Estado, conceitos de poder nacional, militar, poltico, social e econmico,todoumimaginrio sobre ogoverno dospovos, que considerotipicamente bl-bl-bl.Estafoi ,e porenquantoaindaser,aliteraturadaESG.Poralgum tempovicejounaESGaquelaliteraturade guerrasrevolucionrias,insurrecionaisesubversivas,massso sempre foimenor do que asteoriassobre ogerenciamento do poder. AlmdissoaESGumaescolaquenotemcurrculos semelhantesaosdeoutrasescolas.Valeoquevalemseus alunos, conferencistas, corpo de estagiriose corpo permanente.Assim,almdesseexerccioimaginriodegoverno,dessa teoria dopoder nacional,ela recebeacontribuio dediferentesconferencistasem vrios camposdeconhecimento:educao,sade,demografia,estatsticaetc.Normalmente,aESG sempre convidouparafazer essasconfernciaspessoasacima dequaisquersuspeitaseafinadascomdeterminadotipode OCTVIOCOSTA .137 pensamento mais conservador.Ento, se fizermos uma pesquisanos arquivosdaESG arespeitodeconfernciasaliproferidassobreassuntoscomoregimespolticoscontemporneos, aspectossociais,analfabetismo,fome,misria,veremosque nenhumconferencistatinhapensamentoumpoucomais esquerda,o que deespantar em se tratando de tais assuntos. Entreessesconferencistasnoencontraremospessoascom umaconscinciasocialmuitoaguada.Acreditoquesnos ltimosanosaESGtinhacomeadoaconvidar,aindaque timidamente,algunsconferencistasumpoucomaisesquerda, mas esses mesmos vo le ficam um pouco receososdoambiente.At oLula esteve l,comportando-se cuidadosamente. E quanto outrasescolas? A outrasescolassomaisprofissionais,maisvoltadas para a teoria da arte da guerra, em cada um deseus campos -terra, mar ear.NaECEME,cuida-se de tudoaquiloquecaracteriza asoperaes das foras tenestres: logstica, ttica e estratgia. Alm disso, h tambm conferencistas convidados, especializados em diversificados assuntos de cultura geral. Normalmente esses conferencistas eram tambm afinadoscom o pensamento governamental. Acredito quehojeseja um pouco diferente. Qual seria hoje o papeldasForas Armadas? o questionamento sobre o papel das Foras Armadastornou-se agudoapartirdomomentoemqueterminouaGuerraFria. Atentonsestvamos,em termoscastrenses,aoladodas democraciascontraomundocomunista.Aconcepesde empregooperacional dasForas Armadasvisavam aesseconfronto,ese situavamaindanoquadrodenossasrivalidades histricas,hiptese cada vez maisinvisvelno teatrosul-americano.Haviatambmamolduradeexpediesmilitaresdo tipoFEBno mbito de uma guerra, de um conflitomaior, entre aquelesdoismundos.ApartirdomomentoemqueaGuerra Friaacabou,que ocomunismo atravessou umafase de grande perplexidadeequeospensamentoscomeamabuscaroutros l :HA Voltn aoqll:lrli caminhos de viabilizao do ideal 50cialista a incerteza tomou contadasForasArmadasDotocanteaseuspapis.Seo conflitoregional j era toimprovvel,maisimprovvel ainda se tornou o conflito mundial."E agora, Jos?" Acontece que, se para os civis isso apenasuma pergunta,para os militares a prpriasobrevivncia.Nadaexistemaisdesestimulantedo que algum se preparar a vida toda para uma coisa que nunca vaifazer,paraalgoqueseimpeevitar.Istoaltamente frustrador.Ento,para reeducar osnovosoficiais, comearam asurgiridiassobreumanovaordemmundialequestionamentossobrequaldeveriaseropapeldasForasArmadas brasileirasdentrodessanovaordem.Noconheoosestudos que esto sendo feitosnos laboratriosdo pensamento militar, comooEMFA,oEME,aECEME,f'avalioquehgente penRandonashiptesesdeatentadonossasoberania,na regioamaznica,emconseqnciadasquestesecolgicase indgenas. Estou detectando o surbrmento de um ideriomuito nacionalista, hostil aosecologista8extremados,cmuito sensvel possibilidade de umatentativa deinternacionalizaoda Amaznia.Muitohostiltambmaqualquertentativadeum poder externo maisforte,no caso os Estados Unidos, quererem tornar as Foras Armadas dos paseslatino-americanos meras milcias, voltadas contra perigos e ameaas comocontrabando e narcotrfico.Por exemplo, quando osecretrio de Defesa dos EstadosUnidosvem aoBrasilefazdeclaraesnosentidode queprecisopensarnaparticipaodasForasArmadasna lutacontraonarcotrfico,issoirritaprofundamenteaqueles que esto pensandono novo papel dosmilitareseque querem repelir essas tentativas.Paradoxalmente.estamossaindo da GuerraFria,em que o inimigoprovveleraosocialismo,paraumnovotempode incompreensoparacomosnorte-americanos.Soelesque queremdesmontar,assimpensaocorporativismomilitar,a mquinadasForasArmadasetorn-ladispensveleinoperante nanova ordem mundial.Da estarem vivendoem torno deidias, marcadaspor um nacionalismo ressentido e antiecolgico,nadefesadasoberaniadaAmaznia.Decertaforma essasidias jestosendo postas em prtica.Neste momento, OC'VIOCOSTA .! iHI esthavendo o esvaziamento de determinadas reasmilitares, comoadoRiodeJaneiro, em proveitodaAmaznia.Transferem-seunidadesmilitares, ouunidadessoextintasparaque outrassejamcriadas.HdiminuiodeefetivosnoRiode JaneiroeatnosuldopaseaumentodeefetivosnaAmaznia,que passou a ser uma dasreasprioritrias. Veja-se como mudamosconceitoseoshomens.Em1958, servi em Manaus, e o prefeitoGilberto Mestrinhoeraum dos alvosprediletosda animosidademilitar.Dizia-seque,almdedemagogo,tinha enriquecidodocontrabandoedonarcotrfico.Acabousendo cassadopelaRevoluo.HojeamigonmeroumdasForas ArmadasnaAmaznia,porquenacionalistaexaltado,antiecolgicoedefensorpassional deumdesenvolvimentismona regio.Hvriosgenerais,principalmentedareserva,que defendemessemesmopensamento,fazemconferencias,impressionam.CitoogeneralSantaCruzeoTaumaturgo,um radicalquesetornouamigontimodoMestrinho,eato Leonidas. Quand o senhor fala em "antiecolgico" est se referindo exata7nente a qu? Falo dos extremados.De um lado hoextremamenteeclgicos, osque querem a ecologia totalmente acimadodesenvolvimento.SoosChicoMendesdavida.Osantiecolgicosso aquelescontrriosaosexagerosdos ecolgicos eque querem o desenvolvimento acima daecologia.Os antiecolgicosso contrrios aosChicosMendes,aosapologistasdamisriade sempre.Osapologistasextremadosdaecologiaachamqueohomem da Amazniadevecontinuar colhendocastanha,emseu estado natural, e continuar marginal aoprogeso. o prestgio d Foras Armados ficou muito aaladodepois dos governos militares.O senhor v perspectiva de alterar essa ilnagem? Semdvidanenhumaestamospagandoathojeo preodessa interveno.Achodifcildizer quandoessaimagmquefcou 140A Voltlnos (\lartr;i; vaimudar,mas vejo que fcaro resqucios atravs dos tempos. Ahistriaserimplacvel.Hpessoasathojetotalmente intoxicadascontraosmilitares.Estudandocommeusnetos, sintopeloslivrosepelasobservaesdosprofessoresque continuaexistindo,svezes,um dioirracionalcontra osmilitares.Tenhograndedificuldadepara traduziredecifraralinguagem dos livros para meus netos.Sou militar mas sei colocar ascoisasem seus devidoslugares.Sou contraqualquer tiPo de generalizaoouderadicalizao.Sou capazdeanalisar sem paixo o que est certo e errado em cada lado. Infelizmente no encontrocorrespondncia.Sencontropessoasmovidaspor um dio perigoso contra as ForasArmadas.H um patrulhamentobrutal.Sintonaprpriapele.Hojeeupoderiaestar escrevendomeuslivros,masnotenhonimoparafaz-lo. Nomeestimulaa perspectiva, poissei otratamentoqueiria receber.Vezououtraescrevoumartigoesintoareao.Na melhor das hipteses, cai no vazio. Toda vez que meu nome sai no jornalvemarefernciaindispensvel:"AssessordopreRidenteMdici."Emboranotenhaqualquercon:trangimento em t-lo sido, sei que a referncia no para elogiar-me. para associarmeunomeaoquedemaisdurosefezdurantea Revoluo.Ocurioso quea vinculao s sefazcomigoeno seaplica aoutrosministrosdoMdici.OLeito,por exemplo, acabousendoumexemplodedemocratacomoministrodo SupremoTribunalFederal,emboratenhasidoresponsvel pelostextosmaisdurosdoMdiciepelaescolhadoBuzaid paraoMinistrioda,Justia,aqueestavasubordinadoo DepartamentoeePolciaFederalchefiadopelogeneralAntonioBandeira.Poucosefalado Figueiredocomo chefe doGabineteMilitar,enaohmesmorefernciasaministroscomo Veloso,Passarinho,CirneLimaePratinide 1iorais.Anica pessoain"emediavelmente ligada aoprpsidente lfdici soueu. Eisso paradoxal,porque eu eraprecisamente a pessoa mais marginalizada dentro do palcio eoPlanalto.Era entooru detodasasculpas,oinconfidente,oquefalavacomtodosos jornalistas, aquele que sempre falavan verdade. Falnndopormim,possodizerqueopreoqueasForas Armadaspagaramfoialtssimo.Paraaesquerda,semprefui umtremendodireitistaeradicalporterservidonogoverno Mdici.Durantemuitotempofuiumghost-writer,masningumanalisaostextosque ecrevie em que termos desempenheiminhaassessoria.Poroutrolado,emrelaoaosrgos deinformaes,tambmpagueimeupreo.Nohmeiotermo.A pessoas sonormalmentegeneralizadoras e radicais. O generalMoraes Regotem toda arazo quandodizqueopreo queasForasArmadasestopagandomuitoalto.Eisso injusto,principalmenteporqueamaioriadosmilitaresnada teve aver comtudo oque aconteceu.No exatamenteomeu caso,porqueservinopalciodoPlanalto.Masaimensamaiorianosaiudosquartisealificoucumprindoobrigaes puramenteprofissionais-militares.Masaofm,oqueocorreu foiquetodososmilitares,quaisquerquetenhamsidoseus locaisdetrabalho,suasatitudeseatmesmoseusatosde rejeioaosexcessoscometidos,foramcolocadosnamesma valacomumdoDOI-CODIe dosrgosdeinformao.Penso queessageneralizaonoacabartocedoeterainda refexospor muitos anose muitasgeraes. CARLOS DEMEIRA MATOS Na.1lno estado de So Paulo em 23 dejulhod1913. Formo/se pela Escola Militar do Realengoem1936. /i ofcial-fe-gabinete do mini,