a materialização da história e o trabalho visto pelos clássicos

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A MATERIALIZAÇÃO DA HISTÓRIA “Contrariamente à filosofia alemã, que desce do céu para a terra, aqui parte-se da terra para atingir o céu. Isto significa que não se parte daquilo que os homens dizem, imaginam e pensam nem daquilo que são as palavras, no pensamento, na imaginação e na representação de outrem para chegar aos homens em carne e osso; parte-se dos homens, da sua atividade real”. MARX, K. ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Martins Fontes, 1980, p. 26.

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Page 1: A materialização da história e o trabalho visto pelos clássicos

A MATERIALIZAÇÃO DA HISTÓRIA

“Contrariamente à filosofia alemã, que desce do céu para a terra, aqui parte-se da terra para atingir o céu. Isto significa que não se parte daquilo que os homens dizem, imaginam e pensam nem daquilo que são as palavras, no pensamento, na imaginação e na representação de outrem para chegar aos homens em carne e osso; parte-se dos homens, da sua atividade real”.MARX, K. ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Martins Fontes, 1980, p. 26.

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Natureza do trabalho nas sociedades dividias em classes.

Sociologia do trabalhoDivisão do trabalho (Émile Durkheim)Ética do trabalho (Max Weber)Relações de trabalho ( Karl Marx)

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Durkheim e o trabalho como forma de solidariedade social.• Durkheim divide a sociedade em antigas (hordas) e modernas.• (Da divisão do trabalho social, 1893).Solidariedade mecânica (Sociedade antigas), pauta-se em crenças e

valores religiosos comuns.Solidariedade orgânica (Sociedades modernas), valores, crenças e

interesses diversificados. Por esse motivo, nestas, a coesão social é mais complexa, mas ainda assim existe, desta feita, o trabalho torna-se assim a fonte principal de solidariedade.

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•Da Divisão do Trabalho Social• É um livro escrito por Émile Durkheim que analisa as funções

sociais do trabalho na sociedade, e procura mostrar como na modernidade tal divisão é a principal fonte de coesão social.•A divisão do trabalho produz a solidariedade, não apenas por

fazer de cada indivíduo um trocador, como dizem os economistas, mas por criar entre os homens um sistema completo de direitos e deveres que os unem uns aos outros.•Durkheim nos apresenta dois tipos de solidariedade:• Solidariedade mecânica• Solidariedade orgânica.

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Solidariedade Mecânica

• A solidariedade mecânica prevalece naquelas sociedades ditas "primitivas". Sociedades de solidariedade mecânica tendem a ser relativamente pequenas e organizadas pelo tronco de parentesco (matriarcal ou patriarcal). As relações sociais são reguladas pelo sistema de crença comum, o que foi denominada por Durkheim como consciência comum (ou coletiva). Como resultado, a regulamentação se dá por punições. As violações das normas sociais são tomadas como uma ameaça direta a identidade coletiva, e consequentemente, as razões a estas desobediências se baseiam num castigo.

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A transição entre as solidariedades•Conforme a sociedade aumenta, o mesmo ocorre com a

divisão do trabalho. A organização do trabalho se torna necessária nas grandes sociedades para se produzir a vida material. Isso ocorre porque o indivíduo se especializa e passa a ser mais importante individualmente.•Durkheim diz que a complexidade não causa a desintegração,

mas sim uma solidariedade baseada na interdependência. Uma vez que as pessoas não possuem tudo que necessitam, elas procuram interagir.

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Solidariedade Orgânica

De modo distinto, existe a solidariedade orgânica que é a do tipo que predomina nas sociedades ditas "modernas" ou "complexas“ .Além de não compartilharem dos mesmos valores e crenças sociais, os interesses individuais são bastante distintos e a consciência de cada indivíduo é mais acentuada. Durkheim: As sociedades complexas são como grandes organismos vivos, onde os órgãos são diferentes entre si (que neste caso corresponde à divisão do trabalho), mas todos dependem um do outro para o bom funcionamento do ser vivo. A crescente divisão social do trabalho faz aumentar também o grau de interdependência entre os indivíduos.

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Karl Marx: O trabalho como forma de alienação social.Salários, lucros, capital, renda de terras, propriedade privada, alienação: eis o “jovem” Marx. Os Manuscritos Econômico-Filosóficos, ou Manuscritos de Paris (como ficaram conhecidos) apresentam-se como um sistema in status nascendi, fundamentando as bases do sistema teórico marxiano, centradas no conceito da alienação. Nos Manuscritos, obra de caráter multidimensional, Marx delineia as características de uma nova ciência (humana), contraposta à parcialidade e fragmentações reificadas das ciências naturais e a universalidade abstrata da filosofia a partir de suas ideias-conceito chaves: alienação (análise a partir do trabalho) e Aufhebeng (transcendência e superação). Uma ciência com íntima ligação com a práxis humana, a partir do método materialista-histórico dialético: concreto (realidade) – abstrato (pensamento, estudo da realidade) – concreto (um concreto mais livre de determinações).

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Divisão do trabalho no conceito marxiano• Trabalho intelectual• Trabalho manual• Separação entre quem pensa e quem executa; desta feita, a

compreensão do trabalho é fundamental para entender o funcionamento da sociedade, diferentemente de Durkheim, que pensa a divisão do trabalho na sociedade industrial como matriz geradora de solidariedade social, na perspectiva de Marx a divisão (técnica do trabalho social constitui a fonte de exploração do trabalho social.

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Max Weber• Na sociologia compreensiva de Max Weber a ética protestante e os valores

religiosos- ou seja, o ascetismo (disciplina e autocontrole do corpo e espírito), a virtude, a poupança, a austeridade, a vocação do trabalho- que tornaram a atividade produtiva e eficiente, são o substrato da racionalidade econômica capitalista.• A ética protestante tem a funcionalidade de libertar o trabalhador do pecado

da usura e concebe o trabalho como vocação, como um “meio excelente, quando não o único, de atingir a certeza da graça” (WEBER, 1974, -. 233) sendo a base de explicação para o desenvolvimento do capitalismo em certos países.