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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium PEDAGOGIA Débora Soares do Nascimento Vanessa Braga Ramos do Amaral A MATEMÁTICA DESENVOLVIDA NA EDUCAÇÃO INFANTIL COM CRIANÇAS DE 5 ANOS LINS SP 2014

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

PEDAGOGIA

Débora Soares do Nascimento

Vanessa Braga Ramos do Amaral

A MATEMÁTICA DESENVOLVIDA NA EDUCAÇÃO INFANTIL COM CRIANÇAS DE 5 ANOS

LINS – SP

2014

DÉBORA SOARES DO NASCIMENTO

VANESSA BRAGA RAMOS DO AMARAL

A MATEMÁTICA DESENVOLVIDA NA EDUCAÇÃO INFANTIL COM CRIANÇAS DE 5 ANOS

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Banca Examinadora do

Centro Universitário Salesiano Auxilium,

curso de Pedagogia, sob Orientação do

prof. Me Marcos José Ardenghi e orientação

técnica da profª Ma Fátima Eliana Frigatto

Bozzo.

LINS – SP

2014

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família, em especial a minha mãe e minha tia, que

sempre me deram forças, coragem e constante apoio para seguir em busca dos

meus objetivos.

À minha amiga e companheira Vanessa, que sempre esteve junto comigo na

realização deste trabalho, por tudo que compartilhamos e vivenciamos, as

alegrias, as frustrações, as descobertas, enfim pelo que aprendemos.

Débora

Dedico o meu trabalho a minha filha amada Pamela que já pequenina me dá a

maior força para lutar e enfrentar as barreiras que foram surgindo durante este

trajeto, foi minha inspiração para ir até o fim, ao meu marido e a toda minha

família que me deram todo o apoio e suporte.

A minha amiga Débora que me ajudou em todo o processo para a conclusão deste

trabalho.

Vanessa

AGRADECIMENTO

Primeiramente a Deus, que se fez presente nos momentos mais difíceis, nos

guiando com sua fonte de luz.

Aos nossos pais e demais familiares que sempre estiveram presentes em cada

passo desta jornada, ofertando-nos a força, amor e uma imensa dose de

paciência.

A nossa família pelas palavras de carinho e por terem aguentado pacientemente

nossas ausências.

Ao nosso orientador, o Professor Marcos José Ardenghi, pela dedicação,

prontidão nas orientações e incentivo nos momentos de fraqueza.

Aos nossos amigos e colegas que adquirimos durante nossas vidas acadêmicas.

A todos aqueles que acreditaram e contribuíram para que este sonho

Débora e Vanessa

5

RESUMO

A abordagem da matemática na Educação Infantil tem como finalidade proporcionar oportunidade para que as crianças desenvolvam a capacidade de estabelecer aproximações a algumas noções de matemática presentes no seu cotidiano. De uma forma ou de outra ela está presente em praticamente tudo o que se faz, desde o simples ato de atravessar uma rua, na partilha de objetos, no uso do dinheiro e no mundo das finanças, na compreensão da relação entre distância e velocidade, na feitura de uma receita alimentícia, da manipulação de um remédio. Este trabalho teve como objetivo, avaliar como é trabalhada a Matemática com crianças de 5 anos, conhecer o processo de ensino realizado na aprendizagem e propor sugestões para novos encaminhamentos em relação ao ensino de Matemática. Tem como base a pesquisa de campo, onde foi aplicado uma partida de futebol com uma turma de II Etapa de uma Escola de Educação Infantil da cidade de Penápolis/SP., tendo como objetivo maior o cálculo de gols realizado durante as cobranças de pênaltis; no dia da realização da pesquisa, havia 12 crianças, que foram divididas em dois grupos; onde um grupo seria o Time A e o outro seria o Time B, a partida foi realizada no próprio pátio da escola. E analisando os resultados, pode-se considerar que a utilização do lúdico no processo de ensino e aprendizagem da matemática, é uma metodologia válida, tornando as aulas mais dinâmicas e diferenciadas, proporcionando também aos alunos, momentos de uma aprendizagem mais prazerosa e ao professor uma ferramenta a mais para o processo de ensino. O recurso dos jogos, quando bem planejado e utilizado eventualmente em sala de aula, proporciona uma melhora no desempenho dos alunos.

Palavras-chave: Matemática. Educação Infantil.Aprendizagem.

6

ABSTRACT

The approach of mathematics in early childhood education aims to provide

opportunities for children to develop the ability to establish approaches to present

some notions of mathematics in their daily lives. One way or another it is present in

almost everything we do, from the simple act of crossing a street, sharing objects,

and the use of money in the financial world, in understanding the relationship

between distance and speed, making a food recipe, manipulating a remedy. This

work aims assess how the math worked with children 5 years old, meet the teaching

done in learning and propose suggestions for new referrals regarding the teaching of

mathematics. Is based on field research, which was applied to a football game with a

group of Stage II of a Preschool of the city of Penápolis / SP, with the major objective

of calculating goals accomplished during the penalty shoot-out.; on the day of the

study, there were 12 children who were divided into two groups; where a group would

be Team A and Team B would be another, the match itself was held in the school

yard.And analyzing the results, it can be considered that the use of the ludic in the

teaching and learning process of mathematics, is a valid methodology, making them

more dynamic and differentiated lessons, also providing students a more pleasant

moments learning and teacher an additional tool for the teaching process. The use of

the games, when well planned and eventually used in the classroom, provides an

improvement in student performance.

Keywords: Mathematics. Early Childhood Education.Learning.

7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Aluno fazendo a contagem com tampas de garrafa pet.............................27 Figura 2: Alunos durante partida de futebol...............................................................28 Figura 3: Aluno durante a marcação dos pontos no cartaz........................................28

LISTA DE TABELA

Tabela 1: Relação de acertos dos alunos na atividade realizada antes e depois da

aplicação do jogo........................................................................................................24

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A1 – Aluno 1

A2 – Aluno 2

A3 – Aluno 3

A4 – Aluno 4

A5 – Aluno 5

A6 – Aluno 6

A7 – Aluno 7

A8 – Aluno 8

A9 – Aluno 9

A10 – Aluno 10

A11 – Aluno 11

A12 – Aluno 12

A13 – Aluno 13

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................9

CAPÍTULO I - PESQUISAS QUE TRATAM DA IMPORTÂNCIA DO PROCESSO

ENSINO-APRENDIZAGEM DO CONTEÚDO DE MATEMÁTICA COM CRIANÇAS

DE 5 ANOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL...................................................................11

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................................................................11

1.1 Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil.....................................11

1.2 Resolução de Problemas – Uma primeira conversa: Uma proposta de

Matemática para a Educação Infantil.........................................................................14

1.3 Ensinando Crianças de Três a Oito Anos – Matemática para Crianças

Pequenas...................................................................................................................17

1.4 A Criança e o Número.....................................................................................19

1.5 Comentários sobre as pesquisas apresentadas..............................................21

CAPÍTULO II –METODOLOGIA E RESULTADOS..................................................23

2 METODOLOGIA..............................................................................................23

2.1 Resultados.......................................................................................................24

2.1.1 Da Observação................................................................................................24

2.1.2 Da aplicação da atividade escrita....................................................................26

2.1.3 Da realização do jogo......................................................................................27

2.1.4 Da aplicação da atividade escrita após a realização do jogo .........................29

2.2 Análise dos Resultados...................................................................................29

CAPÍTULO III - DISCUSSÃO TEÓRICA SOBRE A PRÁTICA

REALIZADA...............................................................................................................31

3 LEVANTAMENTO TEÓRICO..........................................................................31

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO..............................................................................35

CONCLUSÃO ...........................................................................................................36

REFERÊNCIAS .........................................................................................................37

APÊNDICES ..............................................................................................................40

9

INTRODUÇÃO

A Educação Infantil é um período extremamente fértil em relação à

construção de novos conhecimentos, sejam eles sociais, afetivos ou cognitivos,

sendo a criança dessa faixa etária capaz de estabelecer relações complexas entre

os elementos da realidade que se apresenta.

Dentre os conhecimentos que serão construídos nessa etapa da

escolaridade, a Matemática ocupa um lugar de destaque. Numerosas pesquisas têm

apontado a relevância do trabalho com essa disciplina para as crianças pequenas,

especialmente no que diz respeito à construção do conceito de número, além das

noções ligadas às grandezas e medidas, bem como espaço e forma.

Um dos objetivos do ensino da matemática deve ser o de desenvolver a

capacidade de dedução (raciocínio lógico) e não a habilidade para calcular

mecanicamente. Embora a contagem seja importante para a compreensão do

próprio conceito de número, aprender números é mais do que contar. Por isso, o

conhecimento matemático não pode ser visto como uma simples memorização de

fatos.

Este trabalho tem como objetivo avaliar como é trabalhada a Matemática com

crianças de 5 anos, conhecer o processo de ensino realizado na aprendizagem e

propor sugestões para novos encaminhamentos em relação ao ensino de

Matemática.

Tem como base a pesquisa de campo, em que foi aplicada uma partida de

futebol com uma turma de II Etapa de uma Escola de Educação Infantil da cidade de

Penápolis/SP, tendo como objetivo maior o cálculo de gols realizado durante as

cobranças de pênaltis. No dia da realização da pesquisa, havia 12 crianças, que

foram divididas em dois grupos; sendo um grupo o Time A e o outro o Time B. A

partida foi realizada no próprio pátio da escola.

Na pesquisa procurou-se resolver o seguinte problema: Como se dá o

desenvolvimento da matemática na Educação Infantil com crianças de 5 anos de

idade?

Como hipótese acredita-se que o processo de ensino-aprendizagem do

conteúdo de Matemática com crianças de 5 anos na Educação Infantil não está

10

sendo desenvolvido de forma adequada, pois, alguns professoresnão acreditam na

capacidade de aprendizagem das crianças.

No capítulo I “Pesquisas que tratam da importância do processo ensino

aprendizagem do conteúdo de matemática com crianças de 5 anos na educação

infantil”, realiza-se uma breve revisão de pesquisas que possuem o foco na

importância do ensino da matemática na educação infantil.

No capítulo II“Metodologia e Resultados”, trata-se dos métodos de pesquisas

como pré-teste, sequência didática e pós-teste realizados e apresenta-se os

resultados alcançados com a pesquisa.

No capítulo III “Discussão teórica sobre a prática realizada”, discute-se a

abordagem teórica realizada em sala de aula.

Ao final, sugere-se que os professores trabalhem a matemática em sala de

aula,de forma mais prazerosa e lúdica, para que os alunos sintam prazer em

aprender, podendo acabar com o mito de que a matemática é algo difícil e maçante

de aprender.

11

CAPÍTULO I

PESQUISAS QUE TRATAM DA IMPORTÂNCIA DO PROCESSO ENSINO-

APRENDIZAGEM DO CONTEÚDO DE MATEMÁTICA COM CRIANÇAS DE 5

ANOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo apresenta-se uma revisão dos resultados de pesquisas que

possuem o foco na importância do ensino da matemática na educação infantil.

1.1 Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil

Como apresentado no Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil

(RCNEI) (BRASIL, 1998), a criança aprende as noções matemáticas a partir de suas

vivências no cotidiano, interação com o meio, no convívio social e no contato com as

histórias, contos, brincadeiras jogos e música. Esta interação interfere na construção

do seu raciocínio lógico espacial, organização de seus pensamentos e suas

relações, e neste processo de aprendizagem o adulto entra como um instrumento de

ponte, apresenta o que é de novo, incentiva a verbalização da criança, lançando

desafios e perguntas, ocorrendo manifestação de competência de aprendizagem

como consequência dos processos informais. A aprendizagem da matemática não

dispensa uma elaboração prévia como o planejamento e a sua intencionalidade.

(BRASIL, 1998)

As crianças pequenas já fazem perguntas como “quantos?” “quando?”, isso já

nos revela que já conseguem perceber e distinguir o sentido de tempo e quantidade,

por mais que as perguntas e respostas não sejam pronunciadas de forma correta.

Pode-se considerar que a criança, desde o nascimento, está imersa em um mundo

em que os conhecimentos matemáticos fazem parte.

Nessa perspectiva, a instituição de educação infantil pode ajudar a criança a

organizar melhor as suas informações e estratégias, bem como

proporcionar condições para aquisição de novos conhecimentos

matemáticos.

12

O trabalho com noções matemática na educação infantil atende, por um

lado, ás necessidades das próprias crianças de construírem conhecimentos

que incidam nos mais variados domínios do pensamento; por outro,

corresponde a uma necessidade social de instrumentalizá-las melhor para

viver, participar e compreender um mundo que exige diferentes

conhecimentos e habilidades. (BRASIL, 1998, p. 207)

O RCNEI (1998) propõe-se que os conteúdos sejam trabalhados no cotidiano

das crianças e nas suas práticas sociais de forma não simplificada, pois a criança

constrói seu conhecimento matemático por suas ações ao longo de sua vida,

portanto durante este processo de aprendizagem o improviso e a complexidade

devem andar juntos. As práticas do professor deve proporcionar aos alunos ampliar,

aprofundar e construir novos sentidos para seus conhecimentos.

Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL,

1998), a atenção dada às noções matemáticas na educação infantil com relação ao

seu modo de ensinar tem seguido orientações diversas ao longo do tempo, são elas:

repetição, memorização e associação; do concreto ao abstrato; atividades pré-

numéricas; jogos e aprendizagem de noções matemáticas. O livro também

apresenta a forma ideal de como trabalhar a matemática na educação infantil

expondo os objetivos, conteúdos e orientação didática para o professor. Também

divide o conteúdo da matemática em três blocos de conteúdo: números e sistemas

de numeração; grandezas e medidas; espaços e forma.

O bloco números e sistemas de numeração envolve contagem, notação e

escrita numéricas e as operações matemáticas, na sala de aula isso pode ocorrer

nas brincadeiras e em situações em que a criança reconheça a sua necessidade, na

resolução de problema simples onde precisem usar simples cálculos mentais,

comunicação de quantidade, exposição de números e objetos, identificando

números independente dos contextos que se encontram, identificação e escritas

numéricas.

O bloco grandezas e medidas envolve a comparação de tamanhos, volume,

peso, tempo com utilização de unidades convencionais e não convencionais.

O bloco espaços e formas envolve o estudo de noções de caminhos,

localizações, lugares, exploração e identificação de propriedades geométricas de

objetos e figuras, representação de posição de pessoas e objetos, identificação de

pontos de referência, descrição e representação de pequenos percursos e trajetos.

Ao se trabalhar com conhecimentos matemáticos, como com o sistema de

numeração, medidas, espaço e forma etc., por meio da resolução de

13

problemas, as crianças estarão, consequentemente, desenvolvendo sua

capacidade de generalizar, analisar, sintetizar, inferir, formular hipótese,

deduzir e argumentar. (BRASIL, 1998, p. 212)

Ele indica que a forma com que a criança se apropria de conceitos

matemáticos está relacionada com a criação de motivos e da necessidade de

apropriação desses conceitos e aponta que cabe ao professor o desafio de

despertar no aluno, a vontade de aprender, a partir da necessidade de tal conceito,

organizando atividades para que a criança consiga trilhar os caminhos lógicos do

conceito, promovendo a interação para que ocorra o avanço cognitivo. Afinal, não

basta ensinar para que a aprendizagem aconteça.

Na aprendizagem da Matemática o problema adquire um sentido muito preciso. Não se trata de situações que permitam “aplicar” o que já se sabe, mas sim daquelas que possibilitam produzir novos conhecimentos a partir dos conhecimentos que já se tem e em interação com novos desafios. (BRASIL,1998, p. 211)

De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil

(BRASIL, 1998), a educação infantil é a etapa escolar inicial, em que o aluno traz

seus conceitos e vivências de casa e dos lugares por que passa. Assim, o educador

deve conhecer o perfil de cada criança para construir as atividades adequadas. A

sala de aula deve ser um lugar de exploração das informações da realidade que

cerca os alunos. O educador precisa estar sempre preocupado em despertar nas

crianças a curiosidade e o interesse pela interpretação das atividades que são

propostas na sala de aula. O papel do educador é de grande importância nesse

processo, pois, além de deixar a criança livre para manusear e experimentar os

materiais, observar os acontecimentos, e em seguida, propor problemas reais a

serem resolvidos de forma a criar uma situação de aprendizagem significativa.

“Portanto, o trabalho com a matemática pode contribuir para a formação de

cidadãos autônomos, capazes de pensar por conta própria, sabendo resolver

problemas”. (BRASIL,1998, p. 207)

O RCNEI (BRASIL, 1998) relata que para crianças de quatro a seis anos os

objetivos de ensino e aprendizagem de matemática em sala de aula devem ser

trabalhados garantindo e proporcionando a possibilidade de serem capazes de:

Reconhecer e valorizar os números, as operações numéricas, as contagens

orais e as noções espacias como ferramentas necessária no seu cotidiano;

14

Comunicar idéias matemáticas, hipóteses, processos utilizados e resultados

encontrados em situações-problema relativas a quantidades, espaços físico e

medida, ultilizando a linguagem oral e a linguagem matemática;

Ter confiança em suas próprias estratégias e na sua capacidade para lidar

com situações matemáticas novas, utilizando seus conhecimentos prévios.

A Educação Infantil também é importante para a criança desenvolver sua

autonomia, a capacidade de se autogerir, de aprender por si mesma e isso está

presente na matemática. O conhecimento matemático (assim como outros) não se

transfere e nem se transmite; ninguém substitui a pessoa na construção do seu

conhecimento, mas o professor continua a ser importante e sempre será se

conseguir organizar e desenvolver o processo educativo de modo que as crianças

se apropriem do conhecimento e se desenvolvam plenamente, num esforço próprio

de estabelecer relações. (BRASIL, 1998)

Com crianças, aprender matemática é um processo continuo em que a

aprendizagem ocorre com a observação, experiências e ações sobre a interação e

comunicação com o meio que o cerca.

1.2 Resolução de Problemas – Uma primeira conversa: Uma proposta de

Matemática para a Educação Infantil

Nesta seção as autoras Smole, Diniz e Candido (2000), em Resolução de

Problemas, consideram que o ensino da matemática na Educação Infantil é de

extrema importância para toda a vida escolar e cotidiana, por isso deve ser

trabalhada como um todo, isto é, deve abranger a exploração de uma variedade de

ideias e não apenas contagem de números, incorporando também um contexto que

esteja relacionado ao dia a dia das crianças.

Segundo as autoras o contato com os conceitos e ideias matemáticas, requer

que o aluno tenha tempo para refletir e construir seu conhecimento e raciocínio

lógico diante de cada resolução de problemas. Para um bom desempenho no

[...] o conhecimento matemático não se constitui em um conjunto de fatos a serem memorizados; que aprender números é mais do que contar, muito embora a contagem seja importante para a compreensão do conceito de números; que as ideias matemáticas que as crianças aprendem na Educação Infantil serão de grande em toda vida escolar e cotidiana. (SMOLE, DINIZ, CANDIDO, 2000, p. 9.)

15

ensino, deve-se desenvolver atividades que além de trabalhar conceitos

matemáticos, também trabalhe a percepção das vontades, sentimentos e ideias

próprias do aluno. E partindo deste conceito elas propõe que se trabalhe uma

didática onde além de se trabalhar os conceitos matemáticos, deve-seproporcionar

aos alunos da Educação Infantil a chance de ampliar as competências espaciais,

pictórias, corporais, musicais, interpessoais e intrapessoais. Para esta didática é

preciso que as atividades incorporem ao mesmo tempo o desenvolvimento corporal

como porta de entrada para o desenvolvimento do conceito da matemática.

“Há diversos caminhos possíveis a serem trilhados quando desejamos

organizar na escola uma proposta com tais preocupações”. (SMOLE, DINIZ,

CÂNDIDO, 2000, p. 10)

Para que a aprendizagem ocorra de forma significativa, Smole, Diniz,

Cândido, (2000)mencionam as seguintes exigências:

Seja vista como a compreensão de significados;

Relaciona-se coma experiências anteriores, vivência pessoais e outros

conhecimentos;

Permita a formulação de problemas de algum modo desafiantes, que

incentivem o aprender mais;

Permita o estabelecimento de diferentes tipos de relação entre fatos, objetos,

acontecimentos, noções e conceitos, etc.;

Permita modificações de comportamento;

Permita a utilização do que é aprendido em diferentes situações.

Falar em aprendizagem significativa é assumir que aprender possui um

carácter dinâmico, exigindo que ações de ensino direcionem-se para que os

alunos aprofundem e ampliem os significados que elaboram mediante suas

participações nas atividades de ensino e aprendizagem. (SMOLE, DINIZ,

CÂNDIDO, 2000, p. 10)

O planejamento destas atividades deve ser aberto para novas estruturas

organizacionais, isto é, deve ser flexíveis para mudanças que podem ser

necessárias durante a sua aplicação e interação com os alunos.

As autoras afirmam que a sala de aula é um espaço que deve ser valorizado,

organizado para que se torne um lugar estimulante, alegre e acolhedor, é onde os

alunos interagem e desenvolvem sua aprendizagem, deve ser usada como

16

instrumento de comunicação. O professor deve saber trabalhar de forma dinâmica

com as crianças utilizando todo o espaço que a escola lhe proporciona.

Elas nos relatam que o espaço bem elaborado amplia a possibilidade de

significação de uma ideia surgida no contexto da classe, sugerem que o ambiente

previsto para o trabalho contemple momentos para leitura e produção de texto,

trabalhos em grupo, jogos, elaboração de representações pictórias, leitura e

elaboração de livros pelas crianças, comtemplando varias competências, visando

também a percepção do aluno sobre sua capacidade de explicar e justificar seu

raciocínio.

As autoras acreditam que, desde a escola infantil, as crianças podem

perceber que as ideias matemáticas encontram-se inter-relacionadas e que a

matemática não está isolada das demais áreas de conhecimento, por isso a criança

deve sempre ter contado permanente com as ideias matemáticas e com atividades

interligadas.

Um dos maiores motivos para o estudo da matemática na escola é desenvolver a habilidade de resolver problemas. Essa habilidade é importante não apenas para a aprendizagem matemática para a criança, mas também para o desenvolvimento de suas potencialidades em termos de inteligencia e cognição. (SMOLE, DINIZ, CÂNDIDO, 2000, p. 13)

No livro,Smole, Diniz, Cândido(2000) propoem atividades para que os alunos

desenvolvamde modo independente e de forma que se sintam capazes de vencer as

dificuldades percebendo e controlando seus erros e avanços. Atividades que

ocorram discussão de ideias tanto por parte dos alunos quanto dos professores,

oportunizando que as crianças apliquem suas capacidades de raciocinio justificando

seus próprios pensamentos durante a tentativa de resolução dos problemas que se

colocam.

Dessa forma cremos que as crianças não só devam estar em contato permanente com as idéias matemáticas, mas também que as atividades, sempre que possível, devem interligar diferentes áreas do conhecimento, como acontece, por exemplo, com a resolução de problemas.(SMOLE, DINIZ, CÂNDIDO, 2000, p. 12)

Smole, Diniz, Cândido, (2000)relatam que as professoras acreditam que para

ensinar matemática para crianças de cinco e seis anos em sala de aula não devem

seguir modelos de ensino centrado nos problemas propostos nos livros didáticos

17

contar e escrever números e que as crianças devem ser leitoras, sendo tais crenças

refutadas pelas autoras. Uma das questões que os alunos mais perguntam para os

professores, que conta resolver? É problemas de mais? É de vezes? Para os alunos

os problemas tem sempre uma só solução, com somente uma maneira de responder

que será passada pela correção da professora.

Na educação infantil, de acordo com as propostas atuais de ensino e dadas as características tão diferenciadas dessa faixa etária compõem nossos objetivos tanto o desenvolvimento de habilidades e atitudes quanto os conceitos que complementam essa formação, mas não são o seu centro. (SMOLE, DINIZ, CÂNDIDO, 2000, p. 16)

Smole, Diniz, Cândido, (2000)apresentaram como resultado a perspectiva

metodológicas de usar o método resolução de problemas como um facilitador na

aprendizagem da matemática na educação infantil, e também como um estimulador

do desenvolvimento de outras habilidades e competencias.

Assim em vez de pensarmos sobre os problemas como sendo desta ou daquela operação, deveríamos considerá-los como perguntas que as crianças tentam responder pensando por si mesma. Dessa forma, não se exige nada além das características naturais que toda a criança tem de se encantar com desafios”. (SMOLE, DINIZ, CÂNDIDO, 2000, p. 18)

1.3 Ensinando Crianças de Três a Oito Anos – Matemática para Crianças

Pequenas

Nesta seção, os autores Spodek e Saracho (1998), em “Ensinando crianças

de três a oito anos”, argumentam que a matemática é uma forma de pensar sobre as

coisas e organizar as experiências e que o conhecimento conceitual inclui os

conceitos e a compreensão da matemática. Os procedimentos requerem o

conhecimento dos processos matemáticos, ou de como aplicar o conhecimento

conceitual. As crianças pequenas precisam adquirir estes dois tipos de

conhecimentos ao aprenderem matemática.

Não é somente necessário ensinar para a criança o conceito, mas também

devemos ensinar como usá-lo em diversas situações problemas.

As pesquisas de Spodek e Saracho (1998) revelaram que existem duas linhas

de investigação sobre a matemática na educação infantil, uma é a teoria do

processo de informação e outra é a teoria construtivista. Na primeira teoria enfatiza a

18

memorização dos números e suas formas diferentes de uso em unir, separar,

combinar e comparar. Outra teoria é vê a crianças como construtoras de

matemática, onde constroem seu conhecimento através da interação com o meio.

Segundo suas pesquisas, Spodek e Saracho (1998)relatam que crianças de

pré-escola são capazes de contar e resolver problemas com somas simples, e que

muitas crianças usam estratégias informais para resolver problemas matemáticos

antes de ingressarem na escola. Apresenta também Jean Piaget e alguns

estudiosos como base de sua pesquisa.

O trabalho de Jean Piaget tem sido usado para iluminar a capacidade das

crianças pequenas em matemática mais que em qualquer outra área de

currículo, em parte porque as operações matemáticas tem relação próxima

com as operações mentais formais que Piaget e seus colegas identificaram

o conhecimento espaço-temporal. (SPODEK; SARACHO, 1998, p. 305)

As autoras Spodek; Saracho, (1998) relataram que para Piaget (1963), a

criança dá sentido ao mundo pelo desenvolvimento de estruturas, que para a criança

são ações repetidas em uma situação parecida. A modificação se faz pelas ações:

assimilação, acomodação e equilibração, isto é, a criança se depara com um

problema novo e usando o seu prévio conhecimento tenta resolve-lo que para isso

ele precisa reorganizar novos conhecimentos e assim incorpora a um novo conceito.

Um esquema é um construto mental que representa um conjunto de

entendimentos (SPODEK, SARACHO, 1998, p. 74)

[...] As crianças se adaptam ao ambiente através das funções de assimilação e acomodação; assim dentro de seu ser biológico-mental, um processo de organização integra todos os esquemas adaptando-os uns aos outros. (SPODEK; SARACHO, 1998, p.75)

Segundo Kamii (1999) “os conhecimentos lógicos-matemático (processo

usado para operar sobre as informações) e espaço-temporal (processo usado para

operar informações especificas em informações relativas ao espaço e ao tempo)

servem como base para um programa de primeira infância.” (SPODEK; SARACHO,

1998).

Para os autores os conceitos lógicos-matemáticos básicos que a criança da

Educação Infantil deve aprender é descrever, classificar, comparar, ordenar, igualar,

unir e separar quantidades, elas também devem se concentrar nos atributos dos

objetos, incluindo a cor, a forma, o tamanho e a massa.

19

As crianças podem aprender muito sobre matemática em atividades informais,

como brincadeiras ou embutidas na rotina da criança, ou formais que abrangem

tópicos como conjuntos, contagem, operações numéricas, geometria, medidas de

distância, medidas de massa, medidas de volume, medidas de tempo. Outros

tópicos mencionados foram fração e dinheiro.

1.4 A Criança e o Número

Segundo Kamii (1999), se a autonomia é a finalidade da educação e a criança

deve ser ativa mentalmente para construir o número, deve ser estimulada a agir de

acordo com as suas vontades, ao invés de agir com docilidade e obediência. A

maioria das crianças entre quatro e seis anos parecem interessar-se por contar

objetos e comparar quantidades, tudo que veêm e pode ser quantificado, contam,

discutem sobre quem tem mais blocos.

Kamii fala que para Piaget há três tipos de conhecimentos:

Conhecimento Físico: é o conhecimento exterior dos objetos, através

da observação, as relações (diferenças, semelhanças) são criadas

mentalmente pelas pessoas quando relacionam com dois objetos.

Conhecimento Lógico-Matemático: a origem deste conhecimento é

interna ao indivíduo, define-se como a coordenação das relações onde

a criança consegue ver que há mais elementos num todo do que nas

partes, a abstração das características dos objetos é diferente da

abstração do número, na abstração dos objetos usou-se o termo

abstração empírica (focaliza uma característica e ignora a outra,

estabelecendo as diferenças entre os objetos para depois relacioná-

los), e na abstração do número, utilizou-se o termo reflexiva

(construção de relações entre os objetos); o número é uma junção de

dois tipos de relações, uma é a ordem e a outra é a inclusão

hierárquica (colocam-se todos os tipos de conteúdos, dentro de todos

os tipos de relações).

Conhecimento Social: são as reuniões construídas pelos indivíduos,

sua natureza é resultante só da vontade, este conhecimento necessita

de uma estrutura lógico-matemática para a organização e assimilação.

20

Muito frequentemente os professores ensinam as crianças a contar, ler e

escrever numerais, acreditando que assim estão ensinando conceitos numéricos e

que ensinamentos são interessantes para a criança, mas é muito mais importante

que ela construa a estrutura mental de número. Se a criança tiver construído esta

estrutura terá maior facilidade em assimilar os signos a ela. Se não a construiu, toda

contagem, leitura e escrita de numerais será feita apenas de memória (decorando).

Conclui-se que, o objetivo para ensinar o número, é o da construção que a

criança faz da estrutura mental de número. Já que não pode ser ensinada

diretamente, o professor deve encorajar a criança a pensar ativa e autonomamente

em todos os tipos de situações. Uma criança que pensa ativamente, à sua maneira,

planejando situações desafiadoras, inevitavelmente constrói o número. A função do

professor é de encorajar o pensamento espontâneo da criança, o que não é muito

fácil, já que a maioria dos professores foram treinados para obter das crianças

respostas certas.

A quantificação constitui uma parte inevitável da vida diária, por exemplo, os

copos de papel e os guardanapos tem que ser distribuídos, as coisas devem ser

divididas igualmente entre os colegas. Estas responsabilidades são desempenhadas

com frequência pelo professor na pressuposição que as crianças de 4 a 6 anos de

idade são muito novas para essas tarefas. O professor pode atribuir tarefas para as

crianças e criar situações nas quais a quantificação aconteça de maneira natural e

significativa.

O sucesso do processo ensino-aprendizagem decorre, em grande medida, da

maneira como o professor organiza as atividades, seguindo o ritmo do grupo e de

cada criança, pois elas, não aprendem linearmente, primeiro correspondem, depois

comparam, em seguida classificam e assim por diante. Na vivência de cada criança,

essas ideias vão sendo percebidas e incluídas no seu conhecimento, como se elas

estivessem diante de vários alimentos e, experimentando um pouco de cada um,

repetisse mais de algum e menos de outro, sem qualquer ordem ou critério.

Portanto, não existe uma ordem real para a realização das atividades em sala de

aula a ser recomendada a todos os professores, pois cada professor está numa

realidade diferente.

De acordo com a pesquisa de Kamii (1999), pôde-se concluir que a autora

defende que, deve-se encorajar a criança a quantificar sozinha e não depender dos

21

outros para saber o que fazer, já que são capazes. O professor deve tomar cuidado

para não exigir da criança a resposta correta a todo custo, deve-se perguntar

casualmente para que a mesma pense numericamente sem ser pressionada. As

crianças não aprendem conceitos numéricos com desenhos. Tampouco aprendem

conceitos numéricos meramente pela manipulação de objetos. Elas constroem

esses conceitos pela abstração reflexiva à medida que atuam sobre os objetos.

Pela observação do comportamento da criança, o professor atento pode

interferir se ela está abordando um problema de forma intuitiva, espacial ou lógica e

desafiá-la a solucioná-lo.

1.5 Comentários sobre as pesquisas apresentadas

Apresentam-se neste tópico, ideias convergentes e divergentes discutidas nas

seções anteriores desse capítulo sobre a importância do processo ensino-

aprendizagem do conteúdo de Matemática com crianças de 5 anos na Educação

Infantil.

O ensino da matemática na educação infantil é de extrema importância para o

desenvolvimento das crianças, pois o mundo que os cercam apresenta vários

aspectos matemáticos. A instituição escolar tem um peso muito grande no auxílio de

aquisição ajudando a criança formalizar as informações para que esses

conhecimentos sejam usados para várias situações encontradas pela criança em

seu dia-dia. Devido a isto, cabe a estas instituições levarem a sério este ensino-

aprendizagem como um elemento fundamental para o seu desenvolvimento. Todos

os autores apontam este ensino-aprendizagem como um instrumento de grande

importância para o convívio social e interação com o mundo. Cada um deles mostra

uma forma de como desenvolver o ensino-aprendizagem da educação infantil nas

instituições escolares, confirmando através de pesquisas a capacidade das crianças

de cinco anos de aprender algumas operações matemáticas como unir, separar,

combinar e comparar.

Tanto o RCNEI(BRASIL,1998), o livro Resolução de Problemas (SMOLE,

DINIZ E CÂNDIDO; 2000) e o livro Ensinando Crianças de Três a Oito anos

(SPODEK E SARACHO, 1998), vêem a Matemática na educação Infantil de grande

importância para toda a vida escolar e cotidiana, deve ser ensino de forma

22

contextualizada para compreensão do mundo. Faz a relação de ensino e

aprendizagem de matemática com outras competências. Ambos dão a entender de

como a trabalhar com a matemática para crianças pequenas.

Após a revisão dos livros descritos acima será trabalhado os livros RCNEI, o

livro Resolução de Problemas, onde se colocara em prática em sala de aula

atividades propostas dos livros, respeitando o conteúdo para sua faixa etária.

Seráutilizado as atividades com resolução de problemas para inserir os

números de forma significativa e contextualizada.

23

CAPÍTULO II

METODOLOGIA E RESULTADOS

2 METODOLOGIA

Neste capítulo será apresentada a metodologia utilizada na pesquisa e os

resultados alcançados.

Este trabalho foi baseado em uma pesquisa de campo, em que a sala foi

observada por alguns dias, para em seguida ser aplicado o pré-teste, a sequência

didática e o pós-teste. Após as observações e o pré-teste, foi aplicada uma partida

de futebol, no dia da aplicação da sequência didática, a sala contava com 12

crianças, que foram divididas em dois grupos; sendo que um grupo foi denominado

Time A e o outro Time B. A partida foi realizada no pátio da escola, com os alunos

que estudam na segunda etapa da Educação Infantil de uma Escola de Educação

Infantil da cidade de Penápolis/SP.

A coleta de dados foi realizada mediante a observação dos alunos durante as

aulas de matemática e na partida de futebol. A observação foi realizada no mês de

Outubro de 2014, em 5 aulas de 60 minutos cada. Observou-se o desempenho dos

alunos durante as aulas de matemática. Foi aplicado o pré-teste, onde o objetivo da

atividade foi conhecer a noção que os alunos possuem da soma de números. Foi

aplicada a atividade onde havia cinco equações de soma, que as crianças iriam

solucionar com o auxílio de tampinhas de garrafa pet, para saber o conhecimento

que as mesmas possuíam sobre a soma, foi explicado como deveria ser feita a

atividade. Em seguida, a sequência didática, onde foi executada a partida de futebol,

com o foco maior na cobrança de pênaltis, para que os alunos contabilizassem os

gols feitos e serem utilizados na resolução de problemas que seria realizada após a

partida. Após a sequência didáticafoi aplicado a pós-teste, com a mesma atividade

com contas de somar do pré-teste, com o intuito de observar a evolução que tiveram

com o jogo.

Para a realização da pesquisa, foi solicitada a autorização da diretora

da escola.

24

2.1 Resultados

Em seguida serão apresentados os resultados das observações, da aplicação

da atividade escrita e da aplicação do jogo.

Nas atividades escrita, foram obtidos os seguintes resultados:

Tabela 1: Relação de acertos dos alunos na atividade realizada antes e depois da aplicação do jogo.

Fonte: As autoras, 2014

A primeira atividade é referente ao pré-teste e foi realizada antes dos alunos

realizarem a sequência didática e a segunda atividade refere-se ao pós-teste e foi

aplicada após a realização do jogo.

2.1.1 Da Observação

A observação das aulas teve como finalidade verificar o comportamento das

crianças durante o aprendizado de matemática e qual a postura da professora.

Ao iniciar a aula, a pesquisadora se posicionou no fundo da sala para fazer as

ALUNOS 1ºATIVIDADE

(ACERTOS)

2º ATIVIDADE

(ACERTOS)

A1 04 05

A2 03 04

A3 04 05

A4 04 05

A5 05 05

A6 02 04

A7 01 04

A8 03 04

A9 03 04

A10 05 05

A11 05 05

A12 03 05

A13 05 05

25

observações e a professora explicou aos alunos que eles iriam participar de uma

pesquisa durante as aulas de matemática.

1º dia – 09/09/2014

A professora levou as crianças para o pátio da escola, para que desenhassem

a amarelinha. A professora pediu para os alunos desenharem a tabela da atividade

no chão do pátio da escola; boa parte da sala desenhou da maneira correta, outros

alunos colocaram mais quadradinhos que o normal, um grupo de três alunos,

desenharam um campo de futebol nos mínimos detalhes, com as bandeiras dos

times e etc. Ao colocarem os números, a maioria da sala quantificou os números de

1 a 6 de forma espelhada, exceto dois alunos que desenharam os números de

maneira correta, fizeram a sequência correta. Alguns alunos perguntaram para a

professora como se escreve “Céu” e “Inferno” e a professora soletrou a palavra para

os alunos que assim, escreveram da maneira correta. As crianças já possuem a

noção da sequência numérica, mas têm dificuldades na escrita dos números. A

professora durante a aula, ficou observando os alunos e instruindo-os durante a

atividade.

2º dia – 11/09/2014

A professora deu um jogo intitulado “Jogo do Dado” que se joga da seguinte

maneira: o aluno joga o dado e, o número que for sorteado, o aluno deve pegar a

quantidade em tampinhas e ir contando oralmente para a professora. Durante a

atividade, os alunos jogavam o dado e como o dado só possui seis lados, a

professora pedia para os alunos contarem outros números, entre 10 e 30 e os

alunos quantificavam corretamente. Após a contagem do aluno, a professora

conferia oralmente com a sala. A professora pediu para determinado aluno contar 15

tampinhas e ao conferir com a sala, sobrou algumas tampinhas. Outro deveria pegar

10 tampinhas, mas só contou 9.

Somente dois alunos, tiveram certa dificuldade para quantificar até o 10, um

deles possui problemas de coordenação e raciocínio, e o outro foi feito alguns

exames, já que a criança possui algumas características do Transtorno Global de

Desenvolvimento (Autismo); mas não chegou a ser detectado; o aluno tem uma

certa noção de sequência numérica, tanto que contou do 1 a 5.

26

3º dia – 16/09/2014

A professora explicou o conceito de maior e menor para os alunos, usando

como exemplo os próprios alunos, chamou dois alunos de alturas diferentes e

perguntou para a sala quem era o maior e o menor.

Depois pegou um objeto pequeno no interior de uma caixa e pediu para os

alunos pegarem um maior que aquele. Os alunos realizaram com sucesso a

atividade.

Em seguida, a professora colocou um triângulo na sala, entrou dentro e

perguntou para as crianças se ela estava dentro ou fora do triângulo; as crianças

responderam que ela estava dentro e aproveitando explicou a figura do triângulo.

Em seguida, saiu da sala e fez a mesma pergunta, sendo que as crianças

responderam que ela estava fora, logo explicou que estava fora e reforçou que a

sala tem o formato de um quadrado. Com isso, a professora trabalhou o conceito de

dentro e fora e as formas geométricas.

2.1.2 Da aplicação da atividade escrita

Foi distribuída uma atividade para as crianças e tampinhas de garrafa pet, na

atividade havia cinco equações de soma, a pesquisadora explicou para a sala como

deveria ser feita a atividade, dizendo que deveriam usar as tampinhas para

quantificar e resolver as equações, como por exemplo, para resolver a equação

(1+4), os alunos deveriam primeiramente pegar uma única tampinha e depois pegar

mais quatro e, em seguida juntá-las todas e contar. Somente 4 (quatro) alunos

fizeram sem o auxílio da pesquisadora, os outros 7 (sete) fizeram com a intervenção

da pesquisadora e 2 (dois) se mostraram desinteressados e aguardaram a

pesquisadora ou a professora, para ajudá-los a realizar a atividade. O aluno A1

chamou a pesquisadora e perguntou se deveria pegar 5 (cinco) tampinhas e depois

mais 2 (dois) e colocar o resultado na frente, a pesquisadora disse que sim, após

contar as tampinhas o aluno disse que contou 7 (sete) tampinhas e falou que havia

entendido a atividade. Alguns alunos chamaram a pesquisadora para ajudar a

escrever os números, tais como 7 (sete) e 5 (cinco), outro perguntou se poderia

27

desenhar as tampinhas no papel e a pesquisadora disse que poderia sim. Percebeu-

se que parte da sala, possui certa dificuldade em soma e na escrita dos números.

Figura 1: Aluno fazendo a contagem com tampas de garrafa pet

Fonte: As autoras, 2014

2.1.3 Da realização do jogo

No dia seguinte ao pré-teste, foi aplicada a sequência didática; as crianças

antes participaram da aula de Inglês, enquanto isso, foi preparado a aula no pátio da

creche. Foram colocadas, duas traves pequenas e uma bola, já que haveria uma

partida de futebol, estava colado na parede um cartaz, onde as crianças haveriam

de marcar os pontos que cada time faria na cobrança de pênaltis. Ao chegarem no

espaço onde seria aplicada a atividade, logo começaram a perguntar como seria a

atividade, a pesquisadora pediu que, por gentileza, se acomodassem todos, para ser

explicado como seria a atividade, foi falado que a atividade seria da seguinte

maneira: a turma seria dividida em duas onde haveria o Time A e o Time B,

disputariam uma partida de futebol entre ambos os times, que no final chegaria aos

pênaltis e que cada time teria direito a 9 cobranças, que a cada erro ou acerto, os

alunos iriam marcar numa folha que estava exposta na parede; durante a

explicação, principalmente os meninos, perguntavam se poderiam ser o goleiro; foi

feito um sorteio para definir quem seria o goleiro, definida a função iniciou-se a

partida.

28

Figura 2: Alunos durante partida de futebol.

Fonte: As autoras, 2014

Durante a partida, a cada gol que era marcado, os próprios jogadores

contavam e falavam para a pesquisadora: “Olha, nosso time fez mais um gol, o W. é

o craque do time”. Realizada a partida de futebol, como combinado, foi para os

pênaltis, o aluno G fez 4 gols e o aluno D fez 1 gol. No time B, a aluna S fez 1 gol e

a aluna J fez 3 gols. Os outros jogadores de ambos os times não fizeram gols, pois

erraram os pênaltis.

Figura 3: Aluno durante a marcação dos pontos

Fonte: As autoras, 2014

Terminado a cobrança de pênaltis, voltamos para a sala, onde a pesquisadora

pediu para os alunos desenharem os gols que os amigos haviam feito durante a

cobrança; cada criança desenhou à sua maneira, alguns desenharam os times em

29

campo, outros desenharam uma espécie de gráfico, desenharam os alunos e o

número de bolas em baixo, outro aluno desenhou o jogador e a quantidade de gols

em formato de bolas com seus respectivos números dentro.

Em seguida, a pesquisadora perguntou aos alunos qual time havia ganhado a

disputa e porque, todos responderam que foi o time A e porque esse time tinha feito

mais gols; a pesquisadora escreveu na lousa, o nome e a quantidade de gols que os

alunos haviam feito e reforçou que o time A havia ganhado por que realmente havia

a maior quantidade de gols.

2.1.4 Da aplicação da atividade escrita após a realização do jogo

Aplicou-se a mesma atividade que foi aplicada antes da partida de futebol; a

pesquisadora distribuiu uma folha contendo quatro equações de soma, onde os

alunos deveriam usar como auxílio, as tampinhas de garrafa pet, como no pré teste.

Ao receber a atividade, certo aluno disse: “De novo essa atividade? Eu já sei

como se faz ela.” Depois de explicada a atividade, os alunos começaram a realizar a

atividade, desta vez poucos alunos chamaram para pedir ajuda, neste dia estavam

presentes na sala 13 alunos, 7 alunos fizeram sem o auxílio da pesquisadora, e os

demais foi necessário auxiliar por poucas vezes, mais necessariamente para reforçar

a explicação da atividade.

Conclui-se que na sala, poucos alunos possui alguma dificuldade, mais

especificamente na escrita dos números.

2.2 ANÁLISES DOS RESULTADOS

Como foi visto, todas as crianças conhecem o futebol. Quando a

pesquisadora explicou aos alunos a brincadeira, todos observaram atentamente e

participaram.

Ao analisar os alunos A6 e A12, na primeira atividade acertaram entre 2 e 3

contas, e na segunda atividade acertaram 2 (duas), além das que haviam acertado

na primeira atividade; o aluno A7 acertou uma na primeira atividade e na outra

acertou 3. Os alunos A5, A10, A11, e A13 acertaram todas em ambas as atividades.

Durante a pesquisa, pôde-se observar que os alunos já possuem uma noção

da sequência numérica, já que durante a observação, a professora trabalhou essa

30

parte com as crianças. Muitas pessoas pensam que numa simples brincadeira não

há como extrair algo como aprendizado. Através desta pesquisa pode-se concluir

que essa informação não se confirma.

Na educação infantil é possível sim, ensinar a matemática para crianças de 5

anos, pois ela já possui condições de aprender.

31

CAPÍTULO III

DISCUSSÃO TEÓRICA SOBRE A PRÁTICA REALIZADA

3 LEVANTAMENTO TEÓRICO

Neste capítulo realiza-se a abordagem teórica da pratica que foi aplicada em

sala de aula.

Após estudos realizados nas pesquisas mencionadas no capitulo I, verifica-se

que o uso da resolução de problemas como meio de aprendizagem da matemática

na educação infantil é um método diferencial dos demais, pois ao mesmo tempo

está trabalhando o desenvolvimento, estimulando nas crianças as habilidades

linguísticas, lógico-matemática, as competências espaciais, interpessoais,

intrapessoais, musicais e pictóricas.

“A escola tem como função formalizar o saber e a aprendizagem das

crianças.” (TIERNO, 2008, p. 101)

A matemática deve ser apresentada para a criança como um processo de

construção e não de uma só vez, desta forma a criança irá construir

seuconhecimento dando ao mesmo tempo sentido a ela, para que não ocorra por

exemplo uma decoração de palavras chaves ou até de sequência de números, onde

o simples sistema de numeração consiste em saber somar e subtrair por exemplo,

na sequência 1, 2, 3, o 2 representa o número anterior a ele mais 1, e o número

seguinte é a soma do seu anterior mais 1, se contar de trás para frente verá que o

número é o resultado da subtração de seu anterior.

Veja a demonstração abaixo:

+1 +1 +1 +1 +1 +1 +1 +1 +1

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

-1 -1 -1 -1 -1 -1 -1 -1 -1

Para a questão apresentada acima, o método resolução de problemas pode

ser um auxiliador, pois quando é lançado uma situação problema para o aluno, faz

com que ele reflita suas ações sobre como será sua reflexão para chegar ao

resultado esperado.

32

As autorasSmole, Diniz, Cândido(2000), do Livro Resolução de Problemas

nos relatam a dificuldade que a professora encontra em levar a matemática para a

sala de aula para ser aplicado em crianças de 5 anos, propondo estar apresentando

situações problemas simples para que as crianças se familiarizem com esta

linguagem para ganharem confiança e dominarem esta nova forma de pensar, assim

como foi visto na prática realizada, ou seja, na partida de futebol.

Para as autoras Smole, Diniz, Cândido(2000) o principal objetivo de trabalhar

com a resolução de problemas na aprendizagem de matemática na educação infantil

é fazer com que a criança busque estratégias e que a sua maneira de pensar e

resolver problemas sejam mais elaboradas, fazendo com que elas se tomem

engajadas na busca de soluções.

Neste sentido para que a resolução de problemas caracteriza-se como a ação de engajamento na busca da solução de uma situação, com confiança e liberdade para escolher sua forma de pensar e relatar essas resoluções, podemos escolher as situações-problemas tanto entre aquelas que envolvem números, contagens e noções das operações quanto as situações não numéricas. Isso deve ocorrer para que as problematizações não fiquem restritas as situações mais convencionais ou àquelas que orientam o trabalho apenas para o desenvolvimento dos conceitos numéricos ou aritméticos. (SMOLE, DINIZ, CÂNDIDO, 2000, p. 21 e 22)

Mesmo sem os recursos da linguagem e da escrita, as crianças resolvem

problemas usando outras formas de linguagem como oral, gestual, pictórica e

textual. Neste caso o professor pode também ler e discutir a solução oralmente com

os alunos, e durante esta leitura o professor não deve destacar palavras-chaves,

pois desta forma induzirá a criança a não analisar o contexto do problema ditado.

Uma das estratégias citados no livro Resolução de Problemas é que quando o

professor realizar a leitura do problema, faça de forma lenta para que os alunos

consigam acompanhar, sempre dando significados as palavras desconhecidas,

pode-se também aplicar durante a leitura a dramatização do problema. Durante a

resolução de problemas que foi aplicada após a partida de futebol, foi lida inúmeras

vezes o problema e de forma lenta para que os alunos entendessem a mensagem.

“O ideal é que as problematizações sejam uma constate nas aulas e que, no

planejamento de toda semana haja uma situação-problema a ser discutida e

resolvida”. (SMOLE, DINIZ, CÂNDIDO, 2000, p. 22)

Foi trabalhado a operação matemática adição na prática em sala de aula

utilizando como método a resolução de problemas e com o uso do lúdico como

33

instrumento auxiliar deste processo, pois as crianças se interagem uma com as

outras e com o mundo através das brincadeiras desenvolvendo as suas habilidades.

A brincadeira é algo de pertence à criança à infância. Através do brincar a criança a criança experimenta, organiza-se, regula-se, constrói normas para si e para outro. Ela cria e recria a cada nova brincadeira, o mundo que o cerca. O brincar é uma forma de linguagem que a criança usa para compreender e interagir consigo, com o outro e com o mundo. (CRAIDY, 2001, p. 104)

Grandes pesquisadores como Vygotsky (1984),apóiam esta prática, pois para

ele é na interação com as atividades que envolvem simbologia e brinquedos que o

educando aprende a agir numa esfera cognitiva. Na visão do autor a criança

comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real, tanto pela

vivência de uma situação imaginária, quanto pela capacidade de subordinação às

regras. O professor deve dar grande importância ao o conhecimento prévio,

pois é de extrema importância para o seu desenvolvimento dentro da escola em seu

processo de aprendizagem. A criança ao entrar na escola não é uma folha em

branco que se espera ser moldada, mas o contrário disso, ela já vem com seus

conhecimentos adquiridos em seu cotidiano, resultados de sua vivencias e

experiências, e a partir deste conhecimento que a criança dará sentido em sua

aprendizagem futura.

O professor precisa conhecer a bagagem de conhecimento prévio que cada criança traz consigo, e agir no sentido de ampliar suas noções matemáticas, ou seja, é necessário respeitar a criança na sua inteligência, no seu aprendizado construído, para que a aprendizagem seja significativa e prazerosa. (BATISTA, 2012, p.23)

Para Lino Macedo(2012) o brincar é mais que aprender, é uma experiência

essencial, um modo de decidir como percorrer a própria vida com responsabilidade.

Segue abaixo algumas citações de pesquisadores que falam da importância

do jogo no processo de aprendizagem de matemática na educação infantil:

De acordo com Kishimoto (1996), o jogo, como promotor da aprendizagem e

do desenvolvimento, passa a ser considerado nas práticas escolares como

importante aliado para o ensino e a criança que aprende a estrutura lógica do jogo e

aprende também a estrutura matemática presente nele.

Para Piaget (1936), o jogo é crucial no desenvolvimento da criança, e quanto

menos idade tiver a criança mais crucial é o jogo.

34

[...] todos os métodos ativos da educação infantil exigem que a criança seja provida de um equipamento adequado, assim quando estão jogando irão assimilar as realidades intelectuais que de outra maneira ficariam fora da inteligência infantil. (PIAGET, 1935, p. 157)

Segundo Kamii e Devries(1991), o conhecimento lógico-matemático na teoria

de Piaget representa a tradição racionalista no qual a verdade não pode ser decidida

pelo que é observado. Deve ser enfatizado, entretanto, que Piaget não adere ás

reações racionalistas de que as estruturas lógico-matemáticas são inatas. Elas são

“construídas” pela própria atividade mental da criança.

Com as pesquisas mencionadas acima, podemos verificar que, não podemos

ficar somente na observação, isto é, a criança desenvolve seu cognitivo usando seu

raciocínio coma interação com o meio que o cerca. Ela precisa dentro de si pensar e

raciocinar tudo aquilo que o cerca para então formar um conhecimento.

Nesta perspectiva foi utilizado os métodos de resolução de problemas com o

lúdico (jogos e brincar), para alcançar os objetivos da pesquisa de campo que foi

aplicado em sala de aula.

35

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Diante dos resultados obtidos através da pesquisa, constatou-se na turma

pesquisa de que a matemática não é algo muito trabalhada na escola em que foi

realizada a pesquisa, pois, têm-se somente duas aulas por semana.

O objetivo da pesquisa foi avaliar como é trabalhada a Matemática com as

crianças, conhecer o processo de ensino realizado na aprendizagem e propor

sugestões para novos encaminhamentos em relação ao ensino de Matemática.

A pesquisa foi realizada a partir de observação de aulas e aplicação de uma

sequência didática que consistia em verificar o comportamento das crianças durante

o aprendizado de matemática.

A Matemática é uma disciplina em que deve ser pensada como apresentá-la

ao aluno, enfatizando sua relação com o cotidiano, embora não seja efetivado por

muitos professores, em razão da insuficiência de formação. A formação do professor

deve se basear na conceituação, ou seja, no domínio do conteúdo.

Como sugestão, os professores devem aumentar o tempo de trabalho com a

matemática em sala de aula,mas algumas ações são de extrema importância para o

professor conseguir resultados positivos com os alunos, e consequentemente

auxiliar para que gostem de matemática. Dentre as ações que favorecem este

objetivo são: ensinar bem, acreditando no que se faz é fundamental; a confiança do

professor naquilo quefaz constróicréditos com o aluno e produz a capacidade de

guiá-lo no caminho de gostar de aprender matemática. O carisma é essencial, o bom

humor faz com que as aulas sejam interessantes, despertando o interesse

do educando.E não esquecendo doprincipal, o lúdico. Propõe-se ainda que o

educador valorize e seja valorizado em seu trabalho, mostrando sua importância

para o desenvolvimento das crianças.

36

CONCLUSÃO

Durante as observações realizadas e a aplicação das atividades, percebeu-se

que a professora desenvolve aulas lúdicas. Para que as aulas sejam eficazes é

necessário que os professores planejem suas aulas, buscando ter claros os

objetivos que pretendem alcançar com o aluno durante a aplicação de determinada

atividade.

Assim, espera-se que a aplicação de atividades lúdicas torne-se mais

frequente no ambiente escolar, estimulando e motivando os alunos a um

aprendizado mais eficaz. Desse modo, infere-se que o ensino da matemática na

Educação Infantil, deve oferecer oportunidade de situações significativas de

aprendizagem e que os jogos e brincadeiras devem estar sempre presentes,

auxiliando no ensino do conteúdo, proporcionando aquisição de habilidades e

desenvolvendo capacidades motoras.

O desenvolvimento do trabalho fora de grande valia e importância para as

autoras, pois, através dele, percebe-se como a matemática é pensada de maneira

simples e diferenciada pelas crianças. Espera-se que os alunos participantes deste

trabalho tenham tido uma experiência gratificante ao realizarem as atividades e, em

decorrência maior facilidade no cumprimento de regras e no aprendizado da

matemática.

Com a realização do jogo notou-se nas crianças a utilização de habilidades

como, por exemplo, a contagem, coordenação motora, atenção, saber esperar a

vez, noção espacial e conferência dos resultados apresentados. O ensino da

matemática na educação infantil deve oferecer oportunidades de situações

significativas de aprendizagem, e que o lúdico deve estar sempre presente,

auxiliando no ensino do conteúdo, proporcionando a aquisição de habilidades e

desenvolvendo capacidades motoras. A assimilação das regras fora outro fator

importante cogitado durante este trabalho, pois antes do início, as crianças não as

cumpriam, ou talvez não entendessem sua devida importância, tanto no jogo, como

na vida.

A aprendizagem torna-se significativa quando encontra-se uma situação de

resolução de problemas. É um paradigma de ensino-aprendizagem, que coloca

oaluno como foco central dessa interação, e torna-o capaz de construir seu

conhecimento a partir da solução de problemas.

37

REFERÊNCIAS

BATISTA, N. A. O Ensino da Matemática na Educação Infantil através das Atividades Lúdicas.Macapá: Grupo Educacional Uninter, 2012. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Conhecimento de Mundo. V. 3. Brasília: MEC, 1998. CRAYDY, K. Educação Infantil: Pra que te Quero. Porto Alegre: Artmed, 2001. FERREIRA, M.C. R. Os fazeres na Educação Infantil. 12 ed. São Paulo: Cortez, 2011. KAMII, C. A criança e o número. São Paulo: Papirus, 1999.

KAMII, C. DEVRIES, R.Piaget para a educação pré-escolar. Tradução de Maria Alice BadeDanesi. Porto Alegre: Artes Médica, 1991. KISHIMOTO, T. M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 5 ed. São Paulo: Cortez, 1996. MACEDO, L.Brincar é mais que aprender. 2012. Revista Nova Escola. Disponível em:<http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/ brincar-mais-que-aprender-jogos-brincadeiras-aprendizagem-541594.shtml>. Acesso em: 30 Set. 2014. SMOLE, K. S. DINIZ, M. I., CÂNDIDO, P. Resolução de Problemas – Vol 2.Col. Matemática de 0 a 6. Porto Alegre: Ed. Artmed, 2000. SOUZA, E. N. A matemática nos jogos e brincadeiras na educação infantil: uma construção de aprendizagem. 2012. Monografia (Pedagogia) – Centro Universitário Católico Salesiano Auxillium, Lins. SPODEK, B.; SARACHO, O. N. Ensinando crianças de três a oito anos. Porto

Alegre: Artmed, 1998. STANT, M. A. A criança de dois a cinco anos: atividades e materiais. Tradução de Marisa Murray. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988. TANCREDI, R. M. S. P. Que matemática é preciso saber para ensinar na educação infantil?Revista Eletrônica de Educação. São Carlos, SP: UFSCar, v. 6, no. 1, p. 284-298, mai. 2012. Disponível em: <http://www.reveduc.ufscar.br> TIERNO, G. A criança de 6 anos: reflexões e práticas. São Paulo: Meca:SIEEESP – Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo, 2008. VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

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APÊNDICES

39

APÊNDICE A

CARTA DE APRESENTAÇÃO

Lins, 19 de agosto de 2014.

Senhor (a) Diretor (a),

O Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO solicita

a Vossa Senhoria autorização para a discenteDébora Soares do Nascimento,

regularmente matriculadas no VI Semestre do curso “PEDAGOGIA -Gestão do

Trabalho Educacional, Licenciatura em Matérias Pedagógicas e em Anos Iniciais do

Ensino Fundamental”,para realizar atividades de pesquisa para o Trabalho de

Conclusão de Curso com os alunos da Pré-Escola nesta Renomada Instituição de

Ensino, no período de agosto/2014 a setembro/2014, constituindo-se de observação

de 3 horas-aula de Matemática, aplicação de um pré-teste com duração de 1 hora

aula, aplicação de uma sequência didática com duração de 2 horas aula e aplicação

de um pós-teste com duração de 1 horas aula.

Salientamos que, os pais e/ou responsáveis dos alunos serão consultados

sobre a pesquisa e assinarão um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) autorizando a participação do filho.

Sem mais, colocando-me à disposição de V.S. para quaisquer

esclarecimentos que se fizerem necessários, reiteramos os votos de elevada estima

e consideração.

Atenciosamente,

Profa. Dra. Elaine Cristina Moreira da Silva

Coordenadora do Curso de Pedagogia e Letras

Supervisora de Estágio

Ilmo. Sr (a)Eliani Gomes Serrano Lourenço

Diretora da Fundação Nelly Jorge Colnaghi