a magazine #12

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36 PARTIDAS 10 experiências a não perder em Londres 40 LIFESTYLE Mais lojas, mais marcas Nº12 JANEIRO 2011 MAGAZINE Living airport: por um aeroporto à imagem de cada passageiro.

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Living airport: por um aeroporto à imagem de cada passageiro.

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36 PARTIDAS10 experiências

a não perder em Londres

40 LIFESTYLEMais lojas,

mais marcas

Nº12 JANEIRO 2011

mAgAzINE

Living airport: por um aeroporto à imagem de cada passageiro.

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editorialINOVAR PELO PASSAGEIRO

os últimos anos, a ANA tem acrescentado ao seu papel de provedor de infra-estruturas e operações um foco cada vez maior na gestão do cliente – seja a companhia

aérea, seja o utilizador final do aeroporto. Daí a aposta na qualidade do serviço, cujo resultado tem sido uma melhoria contínua da satisfação do passageiro.

Mesmo num aeroporto com conhecidos constrangimentos, como o de Lisboa, os inquéritos do Airports Council International (ACI) mostram que o esforço de acompanhar ou antecipar o aumento do tráfego com um constante aprimoramento do serviço vai tendo eco na avaliação dos utilizadores. Em particular, o programa AIMS (Acção Integrada de Melhoria de Serviço), desenvolvido com a TAP, a Groundforce e o SEF mostrou que agir em equipa compensa: o impacto nos índices de qualidade não deixa dúvidas.

Noutros aeroportos, os indicadores do ACI são ainda mais encorajadores. O Porto, em especial, é classificado regularmente entre os melhores aeroportos europeus da sua categoria. E, em 2010, Lisboa, Porto, Faro e Ponta Delgada foram os primeiros aeroportos da Europa a receber do ACI a certificação Airport Service Quality – resultado de exaustivas auditorias à qualidade do serviço.

É no contexto dessa aposta que a ANA está a iniciar um projecto marcadamente inovador. Fruto de uma ampla reflexão sobre o comportamento do nosso cliente final, o projecto, que comunica através da marca Living Airport, parte da constatação de que os passageiros não são todos iguais. Há necessidades distintas no uso dos aeroportos, para as quais tem que haver respostas também segmentadas. Ou seja, diferentes conjuntos de serviços, à medida das especificidades de cada grupo de utilizadores.

A ideia chave é trocar o velho modelo em que as pessoas se têm que adaptar aos aeroportos por um novo, em que os aeroportos é que se adaptam às pessoas.

A IDEIA chAVE é TROcAR O VELhO mODELO Em quE AS PESSOAS SE Têm quE ADAPTAR AOS AEROPORTOS POR um NOVO, Em quE OS AEROPORTOS é quE SE ADAPTAm àS PESSOAS.

José heitor da Fonsecaconselho de Administração da ANA

N

É, como referi, um projecto pioneiro que está ainda no começo, com iniciativas piloto para testarmos conceitos antes de os aplicarmos a todos os aeroportos e grupos-alvo. Mas o caminho está traçado e conduz a um investimento ainda maior na satisfação do passageiro. É natural: é para ele, afinal, que a ANA existe e dá vida aos aeroportos.

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_sumário

PROPRIEDADE: ANA - Aeroportos de Portugal SA Rua D - Edifício 120 - Aeroporto de Lisboa 1700-008 Lisboa - PortugalTel (+351) 218 413 500 - Fax: (+351) 218 404 231 [email protected]ÇÃO: Octávia CarrilhoPRODUÇÃO: Teresa MagalhãesPROJECTO GRÁFICO E EDITORIAL: Hamlet - Comunicação de Marketing entre EmpresasLX Factory - Rua Rodrigues Faria; 1031300-501 Lisboa Tel 213 636 [email protected]ÇÃO: Cláudia Silveira EDIÇÃO: Cláudia Silveira e Jayme KopkeDESIGN: André RemédiosFOTOGRAFIA: Um Ponto Quatro Carlos Ramos e Paulo AndradePUBLICIDADE: Hamlet - Comunicação de Marketing entre EmpresasLX Factory - Rua Rodrigues Faria; 1031300-501 Lisboa Tel 213 636 152IMPRESSÃO: Madeira & MadeiraRua Cidade de Santarém, Quinta do MochoZona Industrial - 2000-831 SantarémPERIODICIDADE: TrimestralTIRAGEM: 5 000 exemplaresDEPÓSITO LEGAL: 273250/08ISSN: 1646-9097

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12que a história do teatro recomece todas as noites

3610 Experiências a não perder em Londres

editorial 03

06 em foco

Há cada vez mais aeroportos a criar serviços

directamente voltados para os passageiros. A

ANA coloca-se na linha da frente desta tendência

com o conjunto de serviços inovadores do Living

Airport.

chegadas 12

16 entrevidas

Enquanto aguarda com expectativa o que reserva o futuro ao aeroporto que

geriu nos últimos oito anos, Francisco Severino explica

porque é que o plano de expansão em curso é vital

para a qualidade do serviço no Aeroporto de Lisboa.

20 inovação

A ANA inaugurou a sua presença no universo das

aplicações móveis com o serviço de informação

de voo na Vodafone. E brevemente também na

TMN.

22 insights

O primeiro posto de carregamento para veículos

eléctricos no espaço dos aeroportos foi instalado

no estacionamento do Aeroporto de Lisboa. Serão

também criadas zonas de estacionamento exclusivas

para estes veículos.

ambientes 30

follow me 32

partidas 36

lifestyle 40

aldeia global 48

passageiro frequente 50

Alturamínima

2 cm

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_em foco_em foco

VIVER O AEROPORTO

SEmPRE gERIRAm AS INFRA-ESTRuTuRAS PARA O

TRáFEgO AéREO, DEIxANDO A gESTãO DOS PASSAgEIROS PARA

AS cOmPANhIAS AéREAS. umA REALIDADE Em muDANçA, cOm cADA VEz mAIS AEROPORTOS A cRIAR SERVIçOS DIREcTAmENTE

VOLTADOS PARA OS PASSAgEIROS. A ANA LANçOu O LIVINg AIRPORT E

cOLOcA-SE NA LINhA DA FRENTE DESTA TENDêNcIA.

e tiver de fazer escala no Aeroporto de Changi, em Singapura, pode aproveitar o tempo de espera entre os voos para fazer um tour, gratuito, pelas

principais atracções turísticas da ilha. Se o tempo não der para tanto, pode entreter-se com uma massagem, um filme ou um pouco de exercício no ginásio. No Aeroporto de Narita, no Japão, vai encontrar casas de banho hi-tech, rede wireless em cada canto e se não tiver um computador também não é um problema, pode usar os dos quiosques. No Aeroporto de Hong Kong não se perderá porque a sinalização é clara e também não se vai cansar nem stressar porque todo o aeroporto é acessível através de escadas e passadeiras rolantes que facilitam a locomoção nos mais de 500 mil m2 distribuídos por 8 pisos.

Podíamos continuar pela Ásia fora e falar das salas de oração, dos lounges, das áreas infantis do Aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia, dos confortáveis cadeirões das áreas de descanso de Incheon, na Coreia do Sul, e assim por diante. Com algumas variantes são aeroportos que se destacam na qualidade do serviço prestado ao passageiro e que surgem de forma recorrente nos primeiros lugares do ranking de melhor aeroporto do mundo do Airport Council International.

Reconhecida pelos aeroportos de todo o mundo, a liderança dos aeroportos asiáticos na preocupação e cuidado com os passageiros talvez se possa explicar, em parte, com razões culturais. Seja como for, no resto do mundo, nomeadamente na Europa e nos Estados Unidos, só muito recentemente alguns aeroportos começaram a pensar mais a sério nesta questão. E ainda há muitos casos onde o serviço ao passageiro se reduz ao “free shuttle” entre um terminal e outro.

A nível global, as empresas que gerem aeroportos, a ANA incluída, são historicamente gestoras de infra-estruturas e de operações aeroportuárias. O seu papel limitava-se a gerir com eficiência e agilidade os meios necessários para o funcionamento do tráfego aéreo. Hoje em dia, existe um cenário que está em mudança, impulsionado pelas exigências e expectativas dos passageiros quanto à experiência da viagem aérea.

S

com o my Airport o aeroporto cabe

na palma da mão e está à distância de

poucos cliques.

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um lounge onde os passageiros podem relaxar e uma vista geral do Terminal 3 do Aeroporto de changi, em Singapura.

O fraldário com zona de amamentação, no Aeroporto de Lisboa, faz parte do conjunto de serviços dirigidos às famílias.

Atenta a esta realidade, a ANA decidiu melhorar e enriquecer a experiência do passageiro no aeroporto com um conjunto de serviços, direccionados e segmentados, que vão ao encontro do que as pessoas esperam

e desejam encontrar quando viajam. Estes novos serviços, que marcam uma nova fase na vida da empresa, chegam até aos passageiros dentro da nova marca Living Airport.

Com estes serviços, criados a partir das características de cada perfil de utilizador, a ANA pretende encetar uma nova forma de relação com os passageiros, adaptando os aeroportos aos seus utilizadores, em vez do oposto. Famílias, executivos e grupos são os principais segmentos identificados.

O Family Airport, como se designaram os serviços voltados para quem viaja com crianças, foi dos primeiros a avançar, com projectos-piloto já a decorrer nos aeroportos de Lisboa e Porto. Ingrid Lourenço, responsável por esta área, explica que os serviços criados se basearam em questionários aos passageiros, em “focus groups” e “shadowing” (uma técnica de observação directa do comportamento dos passageiros no aeroporto), que determinaram as necessidades e desejos dos passageiros nestas condições.

Em Lisboa criou-se um fraldário com zona de amamentação, algo que não existia no aeroporto. A curto prazo serão também instalados cacifos, com 32 unidades, alguns dos quais terão carregador de portáteis e telemóveis, para proporcionar maior flexibilidade e mobilidade ao passageiro. No Aeroporto do Porto, após o raio-X, passaram a ser disponibilizados gratuitamente carrinhos de bebés, tendo sido celebrado um protocolo com a Chicco, uma reconhecida marca de produtos para crianças, para o fornecimento do material. Isto permite que os passageiros despachem os seus carrinhos

Reconhecida peLos aeRopoRtos de todo o mundo, a LideRança dos aeRopoRtos asiáticos na pReocupação e cuidado com os passageiRos taLvez se possa expLicaR, em paRte, com Razões cuLtuRais.

LIVINg AIRPORT:vÁRIOS AEROPORTOS NUM SÓ

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com a bagagem de porão, o que também é conveniente para as companhias aéreas que assim evitam os contratempos de embarcar os carrinhos no avião antes da partida.

Ingrid Lourenço nota que estes serviços, que contribuem para que o passageiro esteja confortável e relaxado, tornam-no também mais disponível para a oferta comercial que existe no aeroporto.

Concebido através da metodologia de Service Design, outro serviço que também já se encontra em fase experimental é o que se designou por “PODs”, espaços da marca ANA que se desenvolveram em três conceitos: o “Launch”, um espaço de transição entre a cidade e o aeroporto; o “Escape” − o caso do piloto instalado em Lisboa − permite ao passageiro rentabilizar o seu tempo depois do check-in (pode trabalhar, descansar ou entreter-se); e o “Link”, o conceito que está a ser testado em Faro e que foi colocado nas Chegadas com o objectivo de permitir ao passageiro preparar-se para o regresso à cidade, com informações sobre acomodações ou transportes, por exemplo.

_em foco

Outra novidade, o My Airport é uma plataforma de serviços de base tecnológica, orientada para o cliente, que será desenvolvida de modo a poder acompanhar a evolução das necessidades e expectativas dos clientes, bem como a rápida evolução dos mesmos como utilizadores de tecnologia.

O cliente terá acesso a esta plataforma nos aeroportos através de suportes físicos (ecrãs interactivos ou quiosques), telemóvel /smartphone ou no seu PC. Em qualquer um destes suportes poderá obter-se informação sobre o aeroporto, os horários dos voos, os serviços disponíveis, os processos aeroportuários ou a oferta comercial. Numa segunda fase, explica Manuel Norte, pretende-se que o acesso seja personalizado e forneça também informação sobre os destinos e conteúdos de entretenimento.

Apesar do carácter tecnológico desta aplicação, Artur Arnedo, também membro da equipa do Living Airport, minimiza o papel das tecnologias, que diz serem apenas um veículo facilitador. “A grande inovação aqui não é do ponto de vista tecnológico, é de posicionamento. Com o conjunto de serviços do Living Airport, que vem enriquecer a experiência do passageiro, a ANA está na

“a gRande inovação aqui não é do ponto de vista tecnoLógico, é de posicionamento. com o conjunto de seRviços do Living aiRpoRt, que vem enRiqueceR a expeRiência do passageiRo, a ana está na Linha da fRente do que se faz a níveL gLobaL e maRca assim uma posição inovadoRa no seu sectoR”.

uma maquete dos espaços da marca ANA que estão a ser colocados nos aeroportos.

Os ecrãs interactivos que suportam a informação dirigida ao passageiro do serviço my Airport.

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linha da frente do que se faz a nível global e marca assim uma posição inovadora no seu sector”.

Na realidade, nota Artur Arnedo, a experiência de viagem do passageiro começa antes mesmo da sua chegada ao aeroporto: começa em casa, quando prepara a sua viagem, seja de lazer ou de negócios, e procura informação sobre serviços e comodidades que se adaptem à sua condição. “Aqui as tecnologias têm um papel importante ao permitirem às pessoas ter acesso ao contexto que vão ver e viver no aeroporto e preparar-se em casa para a viagem. Nos casos das famílias é fundamental prepararem-se para não passarem pelo stress habitual. No caso de grupos também é importante que quem organiza a viagem prepare bem cada etapa para não haver surpresas”, explica.

Para já, no site da ANA é possível visitar uma nova secção com conselhos e dicas e a identificação de produtos e serviços disponíveis para as famílias em cada um dos aeroportos. A informação online será actualizada à medida que novos serviços entrem em funcionamento. No primeiro trimestre de 2011 a ANA vai avançar com a implantação dos outros serviços.

Há algum tempo que esta preocupação com o passageiro tem vindo a ganhar mais importância na empresa. São disso exemplo alguns serviços criados pela ANA como o Greenway, um canal prioritário no raio x e no controle de segurança (disponível nos aeroportos de Lisboa, Funchal, Porto e Faro), o My Way, um serviço para passageiros de mobilidade reduzida, ou o InfoVoo, que dá informações em tempo real sobre Chegadas e Partidas.

Outros serviços que também já existiam e que passarão a ser integrados na marca Living Airport são os da área de estacionamento, como o ValetXpress − o serviço de parqueamento premium −, o carregamento de pneus e baterias e o apoio de reboque. Recentemente foi instalado o primeiro posto de carregamento para viaturas eléctricas que, com o Eco Parking (estacionamento dedicado para veículos híbridos e eléctricos), preenche as necessidades dos passageiros mais ecológicos.

No entanto, sendo úteis e reconhecidos pelo passageiro, estes serviços existiam um pouco avulso e não debaixo de uma mesma marca, como irá acontecer de agora em diante. Ao disponibilizar um conjunto de novos serviços aos passageiros, a ANA dá uma nova dimensão ao seu papel como gestora de serviços e de clientes.

No Aeroporto do Porto foram

disponibilizados gratuitamente aos

passageiros carrinhos de bebé.

O cuidado com o cliente é demonstrado nestes anúncios do Aeroporto de Bangalore, na Índia, que depois de anunciar a expansão do Terminal 1, quis saber o que é que as pessoas gostariam de encontrar no novo espaço.

Outro exemplo dos espaços ANA.

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um passado muito recente, há apenas cinco anos, eram as marcas que produziam

os conteúdos de comunicação e as dirigiam para o mercado. O consumidor era apenas o receptor passivo destas mensagens. Nos últimos anos assistiu-se a uma reviravolta. Os consumidores assumiram o controlo, estão informados, participam na comunicação, difundem os conteúdos na internet e há uma interactividade e bidireccionalidade entre marcas e consumidores.

Esta realidade é apontada por Luiz Moutinho, investigador e professor catedrático de Marketing na Universidade de Glasgow, como uma das tendências de marketing que poderão ter um maior impacto no negócio das empresas num futuro próximo.

Uma realidade a que as empresas não podem fugir e com a qual têm de lidar se quiserem ter sucesso e que se aplica a todos os sectores de actividade. Luiz Moutinho refere um estudo sobre os aeroportos norte-americanos, realizado em 2008 pela JD Power e Associados, que mostra que a satisfação dos clientes em relação aos aeroportos desceu significativamente: a satisfação total é 675 numa escala de 1000 mil em 2008 – uma queda de 14 pontos em relação a 2007.

Os viajantes sofrem os impactos dos atrasos e cancelamento de voos causados por condições meteorológicas, problemas de tráfego aéreo e cortes nos funcionários e serviços. “Quando

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“A EXPERIÊNCIA TRANSMITE A ESSêNcIA DA mARcA”

DESIgN DE SERVIçOS, ExPERIêNcIA E VALOR EmOcIONAL SãO NOçõES quE AS EmPRESAS E AS mARcAS Têm quE INTRODuzIR NO SEu LéxIcO SE NãO quEREm FIcAR PARA TRáS. O cONSumIDOR muDOu E, DIz O INVESTIgADOR DE mARkETINg LuIz mOuTINhO, O mARkETINg – INcLuINDO O DOS AEROPORTOS – TEm quE O AcOmPANhAR.

_em foco

os passageiros são obrigados a esperar por voos atrasados, são, essencialmente, um público cativo, e seus níveis de frustração e stress afectam a sua satisfação com as operações e serviços do aeroporto”, nota Luiz Moutinho.

Para o investigador, estas circunstâncias − que representam uma crise no relacionamento com os clientes − criam oportunidades para que os aeroportos ofereçam algo mais aos passageiros, além do serviço habitual. Algo capaz de transformar mesmo os tempos mortos ou potencialmente stressantes da viagem numa experiência positiva.

Diz o investigador que as pessoas tendem a tirar mais prazer de experiências do que de objectos. Uma razão para isso é que as experiências são geralmente compartilhadas com outras pessoas enquanto os objectos não são. O valor emocional, que descreve como “o valor económico dos sentimentos quando os passageiros experienciam positivamente produtos e serviços”, é tão importante quanto a qualidade ou os atributos dos mesmos. E pode ditar o êxito ou o fracasso do negócio.

Luiz Moutinho não tem dúvidas de que o futuro do marketing passa pelo chamado “service design”, “um campo emergente que engloba diferentes disciplinas de design − gráfico, de produto, informação, interacção, marca, serviço ao cliente, interior − que trabalham em conjunto para criar produtos e serviços tangíveis e intangíveis”.

O investigador vai mais longe e diz que “a velha forma de fazer negócio acabou”. O tempo em que as marcas interrompiam para ditar a publicidade está a ser substituído pelo marketing interactivo orientado para a criação de comunidades. “A ideia agora é, em vez de se focar apenas num spot televisivo de 30 segundos, pegar numa ideia que envolva, dê poder e entusiasme os clientes. A experiência transmite a essência da marca!”.

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_chegadas

QUE A HISTÓRIA DO TEATRO REcOmEcE TODAS AS NOITES

cONSTRuÍDO, ARDIDO, REcONSTRuÍDO, RESTAuRADO, O TEATRO NAcIONAL SãO JOãO SOBREVIVEu AO TEmPO PARA SE TORNAR NumA DAS mAIS ImPORTANTES ENTIDADES cuLTuRAIS DO PORTO E DO PAÍS. mAIS DO quE um LOcAL ONDE SE ENcENAm cLáSSIcOS E cONTEmPORâNEOS, é um PALcO DE ExPERIêNcIAS, FORmAçãO E INTERcâmBIO cuLTuRAL.

o final da mais popular rua pedestre do Porto está uma das mais movimentadas praças da cidade.

Acabada a Rua de Santa Catarina, entra- -se na Praça da Batalha, um sítio ideal para descansar, nos bancos ou nas esplanadas, depois de um passeio pelo centro histórico. Dominada pela estátua de D.Pedro V, a praça guarda edifícios emblemáticos como o Palácio da Batalha, cenário do famoso Cerco do Porto, o Cine-Teatro Batalha, a Igreja de Santo Ildefonso e o Teatro Nacional São João.

Este último, mais do que um marco arquitectónico no percurso pela Invicta, é palco dos principais espectáculos e um pilar essencial da vida cultural da cidade do Porto.

Única estrutura de criação e produção descentralizada do Ministério da Cultura, a fusão do Teatro Nacional de São João na OPART- Organismo de Produção Artística (uma Entidade Pública Empresarial que gere o Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado), está prevista no Orçamento de Estado para 2011.

A 11 de Abril de 1908 o edifício do então Real Teatro de São João foi completamente

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destruído por um violento incêndio. Por essa altura o teatro levava já mais de um século de existência: a primeira edificação data de 1784. Erguido por determinação do Corregedor e Provedor da Comarca do Porto, Francisco de Almada e Mendonça, baseou-se num projecto do arquitecto italiano Vicente Mazzoneschi e a sua estrutura interior era semelhante à do lisboeta São Carlos, uma composição inspirada nos teatros italianos que, na época, se tinham estabelecido como regra de sucesso.

Chamou-se Real Teatro porque a sua inauguração, com a comédia “A Vivandeira”, pretendeu assinalar o aniversário do príncipe D. João (futuro D. João VI), motivo pelo qual, aliás, nos primeiros tempos ainda lhe deram o nome de Teatro do Príncipe. Depois do incêndio formou-se uma comissão com o intuito de reconstruir o teatro. Com um projecto do arquitecto portuense Marques da Silva, o Teatro São João reabriu em 1920.

Adquirido pelo Estado em 1992, é inaugurado como Teatro Nacional São João no final desse ano, e nos seguintes o edifício recebe obras de restauro. A partir de 1995, com a chegada de Ricardo Pais à direcção artística, o São João entra numa nova fase, marcada por um projecto próprio. Pólo de criação teatral de serviço público, investe em co-produções com companhias da cidade – Ensemble, Teatro Bruto, ASSéDIO, Teatro de Marionetas do Porto… – e com companhias nacionais – O Bando, Teatro da Cornucópia, Teatro Meridional, Escola de Mulheres, etc.

Seja através do PoNTI– Porto. Natal. Teatro. Internacional, que alberga a cada dois anos, ou de outras iniciativas, o Teatro Nacional São João tem preconizado uma aproximação aos circuitos internacionais de criação teatral. O ponto culminante desse esforço foi o reconhecimento da singularidade do projecto artístico de Ricardo Pais por parte da União dos Teatros da Europa, que, em 2003, aprovou a integração do São João na rede de “teatros de arte” fundada por Giorgio Strehler.

Interior da sala do Teatro Nacional São João

Peça “Antígona”, produção de 2010, de Sófocles com encenação de Nuno carinhas.

Peça “Breve Sumário” da história de Deus, produção de 2009, de gil Vicente, com encenação de Nuno carinhas

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Afirmando o palco como lugar privilegiado de conhecimento das formas da língua, a palavra assume o eixo central da sua produção e programação, dando destaque aos textos de autores portugueses como António Ferreira, Fernando Pessoa, Maria Velho da Costa, Padre António Vieira ou Jacinto Lucas Pires.

Ao longo dos anos outros nomes, clássicos e contemporâneos, da dramaturgia universal foram também encenados: Shakespeare, Calderón, Molière, Otway, Büchner, Tchekov, Pirandello, Ionesco, entre muitos outros.

Desde 1996 que o São João consagra também um espaço destacado à dança, com ciclos recentes dedicados a criadores nacionais como Olga Roriz, Rui Horta, Né Barros e Paulo Ribeiro, e com a participação de diversos coreógrafos estrangeiros. A interdisciplinaridade cultivada tem levado também à programação ou apoio de festivais de “spoken word”, performance, live art, música electrónica e experimental.

Em 2003, o São João assume a responsabilidade pelo renovado Teatro Carlos Alberto, antigo Auditório Nacional, que enquanto segunda sala do teatro se vem afirmando como espaço de trabalho em colaboração com companhias e criadores da cidade, mas também como lugar originário de criação e ponto de circulação fundamental para boa parte da produção portuguesa contemporânea.

Ao ser integrado no sector empresarial do Estado, em 2007, o Teatro Nacional São João recebe a designação de Entidade Pública Empresarial. Na mesma altura foi-lhe atribuído o Mosteiro de São Bento da Vitória, cuja construção data de finais do século XVI, que, além de acolher vários serviços do teatro, como o centro de documentação, funciona também como espaço de apresentação de espectáculos e programas complementares.

No âmbito da sua política de mecenato cultural, a ANA decidiu apoiar o Teatro Nacional São João até Dezembro de 2012. Ao tornar-se mecenas do teatro a ANA poderá usufruir, entre outras coisas, do espaço do Mosteiro de São Bento da Vitória para a realização de eventos da empresa e de condições especiais para os seus colaboradores na compra de bilhetes para os espectáculos.

No ano passado Nuno Carinhas substituiu Ricardo Pais no cargo de director artístico. Apesar da mudança de rostos, mantém-se no São João a ambição formativa que esteve no centro da sua actividade na última década e que envolveu actores e criativos, técnicos e os próprios espectadores. Um trabalho que é movido apenas pela vontade de que a história do teatro recomece todas as noites.

Peça “O mercador de Veneza”, produção de 2008, de William

Shakespeare, com encenação de Ricardo Pais

Peça “Platonóv”, produção de

2009, de Anton Tchékhov, com

encenação de Nuno cardoso

Fachada do Teatro Nacional

São João

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Actuação de um racho folclórico na Semana do Emigrante, concerto de música ligeira e celebração do S. João no Aeroporto do Porto.

mETA ALCANÇADANO FINAL DE 2010 O AEROPORTO DO PORTO ATINgIu A mARcA DOS cINcO mILhõES DE PASSAgEIROS

TRANSPORTADOS. cOm LIgAçõES DIREcTAS A 60 DESTINOS E Em

cOmPETIçãO cOm OS AEROPORTOS DA gALIzA, AFIRmA-SE cOmO O

gRANDE AEROPORTO DO NOROESTE PENINSuLAR.

Aeroporto do Porto acabou de ultrapassar a marca dos cinco milhões de passageiros transportados, no final de um ano que ficou marcado por um significativo aumento

de novas rotas e de passageiros da vizinha Galiza.A principal porta de entrada na região do Porto e Norte

do país é neste momento um aeroporto em crescimento acelerado, com ligações directas a 60 destinos, 31 das quais operadas pela Ryanair. A 60ª rota, operada pela Royal Air Maroc, foi inaugurada a 18 de Dezembro com destino a Casablanca, em Marrocos.

Com ligações para a Europa, América e África, o aeroporto é uma plataforma que tem impulsionado o crescimento do turismo na região: cerca de 32% dos cinco milhões de passageiros transportados foram turistas. São números que atestam a eficiência da estratégia seguida pela ANA, nomeadamente no que diz respeito ao tráfego low cost, que já representa 50% do total.

Em concorrência directa com os aeroportos da Galiza − Santiago de Compostela, Vigo e Corunha −, o aeroporto tem organizado campanhas dirigidas a este mercado e o número crescente de galegos que o escolhem para viajar tem contribuído para o transformar no grande aeroporto do noroeste peninsular.

O aumento de passageiros despertou a necessidade de dar mais vida ao aeroporto. No último ano muitas iniciativas contribuíram para criar uma atmosfera diferente. Concertos de música clássica, a celebração de datas importantes para a região, como o S. João, a transmissão dos jogos do Mundial de Futebol, um desfile de moda que assinalou a inauguração dos novos espaços comerciais, foram algumas das actividades que animaram a aerogare e os passageiros.

Entre Outubro e Novembro o aeroporto voltou a organizar um “roadshow”, que passou por diversas cidades do Norte e Centro e, com a colaboração de várias companhias aéreas, sorteou 50 bilhetes para cidades na Europa. O evento, que serve para estimular a procura de passageiros pelo Aeroporto do Porto, comprovar a panóplia de destinos servidos e demonstrar a excelente localização relativamente à região, recebeu a visita de cerca de 10 mil pessoas.

Desde a inauguração da nova aerogare, em Outubro de 2005, que o Aeroporto do Porto tem vindo a arrecadar sucessivos prémios internacionais, quer pela sua arquitectura arrojada, quer pela qualidade do serviço que é prestado aos passageiros.

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_chegadas

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_entrevidas

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“SÓ TENHO STRESS quANDO NãO TENhO NADA PARA FAzER”

quANDO cOmPLETA TRêS DécADAS AO SERVIçO DA ANA, FRANcIScO SEVERINO AguARDA cOm ExPEcTATIVA O FuTuRO DO AEROPORTO cuJOS DESTINOS gERIu NOS úLTImOS OITO ANOS. ENTRETANTO, ANSEIA PELO FIm DAS OBRAS DE ExPANSãO DO AEROPORTO DE LISBOA quE VãO gARANTIR A quALIDADE DE SERVIçO ATé 2018.

m 2018 já lá não estará. Nem no aeroporto, nem na ANA. Mas a ideia de uma possível degradação do serviço e de perda de tráfego

no Aeroporto de Lisboa, caso o novo aeroporto não fique pronto entretanto, é algo que o preocupa. Nem podia ser de outra maneira. Desde que entrou para a direcção do Aeroporto de Lisboa que Francisco Severino encara a melhoria contínua da qualidade do serviço como uma meta diária.

Quando chegou à direcção, em 2002, sabia ao que vinha. Já conhecia o aeroporto, um aeroporto antigo, congestionado, que nunca teve um Plano Director. Inaugurado em 1942, nas décadas seguintes começou a falar-se da construção de um novo aeroporto e a Portela nunca teve o planeamento necessário. “Havia aqui coisas inconcebíveis, como, por exemplo, haver um terminal de carga e depósitos de combustíveis na área onde se poderia expandir o terminal … Nada disto teria sido feito assim se houvesse um Plano Director”, desabafa Francisco Severino.

Existiam diversos estudos sobre a possibilidade de expansão mas eram análises avulsas, uma sobre o lado ar, outra sobre o terminal, não havia um estudo integral sobre o prazo de vida do aeroporto, tendo em conta que estava rodeado pela cidade. A Parsons, uma conceituada empresa norte-americana especializada em construção e expansão de aeroportos, fez o trabalho que faltava. Verificou-se que a infra-estrutura tinha dois grandes pontos de constrangimento: a pista e o estacionamento.

“Muitas vezes se diz que Gatwick também só tem uma pista e consegue processar muitos milhões de passageiros. É verdade, mas Gatwick tem também dois caminhos de circulação paralelos à pista que permitem que os aviões saiam rapidamente”, o que não acontece em Lisboa, onde existem duas pistas mas uma cruza a outra, explica.

Francisco Severino é fã de teatro e sempre

que pode visita as salas da capital.

O estudo da Parsons concluiu que o limite do Aeroporto de Lisboa era de 40 movimentos por hora, o que equivale a 18 milhões de passageiros por ano. Em 2006 avançou-se então com um Plano de Expansão para chegar a essa capacidade. Criaram-se saídas rápidas de pista e novos estacionamentos (no final das obras serão 70, o máximo possível), aumentou-se a capacidade no Terminal 1 de 3200 para 4300 passageiros por hora, e de 7 mangas telescópicas passou a dispor-se de 17.

Francisco Severino não tem dúvidas de que se melhorou a qualidade de serviço no terminal e que se foi ao encontro das necessidades da principal companhia aérea do aeroporto, a TAP. Lisboa é fundamentalmente um aeroporto de transferências: o tráfego, originário do Brasil e de África, chega de manhã e depois é transferido para a Europa. Por isso se optou pelo alargamento do Pier a nível do terminal e pela construção de um grande edifício a meio, o futuro Busgate Norte, que suportará todas as funções de chegadas, partidas e transferências, tanto de Schengen para Não Schengen como o inverso.

Essa obra deverá estar terminada no final de 2011 e o cumprimento dos prazos por parte dos empreiteiros é neste momento a maior preocupação do director do aeroporto. “O Busgate Norte é uma obra muito complicada, é uma zona com cerca de 36 mil metros quadrados, onde se irá fazer a centralização de vários serviços”. Ali passará a estar o SEF e é também aí que se vai fazer o aumento do terminal de bagagem. “Há aqui um planeamento muito apertado e por isso precisamos que o timing seja correcto. Isto é tanto mas preocupante porque o aeroporto está a ter muita procura e o tráfego está a aumentar”.

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Em Outubro o crescimento foi de 11,6% e o director acredita que até ao final do ano se chegará aos 14 milhões de passageiros. Se o aeroporto continuar a crescer um milhão de passageiros por ano, como estava a acontecer antes de 2008 e da crise, em 2015 atingirá os 18 milhões de passageiros. “Isto quer dizer que até 2018 podemos ter alguma qualidade de serviço, a partir daí, se o novo aeroporto ainda levar muito tempo, vamos chegar a um ponto em que este aeroporto vai ter que degradar a sua qualidade de serviço. E aí vamos perder tráfego”.

A direcção de um aeroporto congestionado não lhe tira o sono. “Eu tenho uma grande capacidade de desligar, durmo descansado durante a noite, nunca levei um papel para casa. Costumo dizer que quantos mais problemas existem menos stress eu tenho: só tenho stress quando não tenho nada para fazer”. Mas, aos 62 anos, nem a proximidade da idade da reforma é coisa que o preocupe. Francisco Severino sabe bem como ocupar o seu tempo.

Apesar de passar a semana em Lisboa, a sua casa é no Algarve, de onde é natural, e é para lá que vai todas as sextas-feiras. Aí entrega-se aos prazeres do golfe, que joga todos os sábados de manhã a partir das 7h30, com um grupo de amigos, geralmente em Vilamoura. Ao domingo faz ginástica e, cinéfilo, não dispensa as sessões de cinema durante a semana, depois do trabalho. Ou o teatro, outro prazer. Outra coisa que não dispensa é a companhia das netas - tem uma em Lisboa e outra no Algarve. Faz de babysitter sempre que necessário, lê e faz ditados, vê televisão com elas.

Quando chegar a reforma uma coisa que gostaria de continuar a fazer é dar aulas na Universidade do Algarve, onde tem leccionado as cadeiras de transportes e de gestão aeroportuária, nos cursos de Turismo. E continuar a viajar, pelo Brasil, Cabo Verde, por África e, quem sabe, voltar a Angola.

Depois de cumprido o serviço militar em Mafra, em 1971 rumou para Angola, como milhares da sua geração. Ferido em combate, foi evacuado para o Hospital Militar de Lisboa, onde passou os cinco anos seguintes. O regime ambulatório permitiu-lhe regressar aos estudos. Voltou a inscrever-se no Instituto Superior de Economia (actual ISEG) e arranjou um emprego como documentalista no arquivo do Diário de Notícias. Aí viveu os conturbados anos de 74 e 75 e assistiu ao célebre episódio em que 22 jornalistas foram despedidos por “delito de opinião”, era então José Saramago director-adjunto do jornal.

Quando acabou o curso e antes de chegar à gestão aeroportuária trabalhou na multinacional ACNielsen, onde teve uma vasta formação em pesquisa de marketing. Há 30 anos ao serviço da ANA, Francisco Severino tem um percurso que coincide com o da própria empresa, criada em 1979. Já licenciado em Gestão, foi atraído por um anúncio - “ANA Aeroportos e Navegação Aérea procura um auditor” – a que respondeu aliciado pelas possíveis viagens que daí poderiam derivar. Apesar de a sua opinião sobre crescimento económico, diferente da do director que o entrevistou, ter gerado uma discussão considerável, foi admitido.

Trabalhou na Auditoria e Organização e depois chefiou a àrea administrativa e financeira do Aeroporto de Lisboa. Mais

outRa situação que gostaRia de veR ResoLvida são os picos de tRáfego que satuRam o aeRopoRto tRês vezes poR dia enquanto duRante outRos peRíodos continua a existiR capacidade.

Embora não seja uma religião, é adepto do golfe. Aqui, fotografado no Torneio da ANA, em Torres Vedras.

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que parqueiam os seus aviões por longos períodos de tempo. “O aeroporto não é uma garagem de aviões. Não é para isso que o aeroporto serve. Tivemos problemas gravíssimos em 2007 e 2008 quando chegámos a ter aqui oito aviões parados durante mais de 6 meses”.

Esta era uma situação insustentável para o Aeroporto de Lisboa, que dispõe de poucos estacionamentos e que precisa rentabilizar as suas infra-estruturas com a aviação comercial. Foi implementada uma sobre-taxa e instituída uma regra que impede o parqueamento por mais de 18 horas. Ao mesmo tempo assinou-se um protocolo com a Força Aérea Portuguesa para a utilização da Base Aérea de Beja para esse fim.

Outra situação que gostaria de ver resolvida são os picos de tráfego que saturam o aeroporto três vezes por dia enquanto durante outros períodos continua a existir capacidade, que se pode aproveitar. Nesse sentido, há um contacto constante com as companhias para tentar encontrar oportunidades de negócio que sejam vantajosas para as duas partes. Quando as negociações

aos 62 anos, nem a pRoximidade da idade da RefoRma é coisa que o pReocupe. fRancisco seveRino sabe bem como ocupaR o seu tempo.

tarde assessorou o Director-Geral de Aeroportos na área de investimentos e recursos humanos e, em 1991, quando já estava em Lisboa há 24 anos, teve vontade de regressar às origens. Assumiu o cargo de sub-director do Aeroporto de Faro e entre 1996 e 2002 foi director. Regressou depois à capital e ao Aeroporto de Lisboa, quando o Conselho de Administração decidiu experimentar pela primeira vez a gestão com uma Comissão Directiva. É director do aeroporto desde 2002.

Chega cedo, lê os emails e duas vezes por semana dá uma voltinha pelo terminal. “Não tenho hora certa, posso ir de manhã, à hora de ponta, para ver como é que aqueles pontos de aglutinação de passageiros estão a funcionar”. Grande parte do tempo é passada em reuniões, de modo que na sua equipa todos sabem qual é o seu papel. “Só sei trabalhar assim”.

E foi assim, dando autonomia e responsabilidade às pessoas, que se alcançaram os resultados muito

chegam a bom porto – como aconteceu recentemente com a Easyjet, com quem foi assinado um acordo para a empresa se basear no aeroporto com 3 aviões no final de 2011 – é toda uma equipa que está de parabéns, nota Francisco Severino.

“Ao longo destes anos consegui juntar a equipa que queria e ter as pessoas certas nos lugares certos. Não há aqui um chefe num pedestal que é o director do aeroporto, há um colega que trabalha em equipa com eles e é graças a esse trabalho conjunto que conseguimos o que conseguimos até hoje. Todos vestimos a camisola da ANA e há um trabalho contínuo em prol de uma comunidade que é o passageiro”.

O Terminal 2, uma das primeiras obras do plano de expansão, que vai garantir a qualidade de serviço até 2018.

A finalização atempada das obras do Plano de Expansão é neste momento a maior preocupação do director do Aeroporto de Lisboa.

positivos de que se orgulha, com o projecto AIMS- Acção Integrada de Melhoria de Serviço. Um projecto que ainda decorre e que envolve equipas do aeroporto, da TAP, da Goundforce (o maior agente de handling do aeroporto) e do SEF, no sentido de facilitar o trabalho conjunto entre estas entidades que são as principais responsáveis pela qualidade de serviço ao passageiro.

Outro problema grave que já conseguiu solucionar era o do estacionamento de aviões de companhias que não fazem voos comerciais, as chamadas ACMI - Aircraft, Crew, Maintenance and Insurance,

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ANA desenvolveu em parceria com a Vodafone uma aplicação móvel com a informação de voo, disponível a partir da Loja

360 daquele operador, que agrega um conjunto de novos serviços para telemóvel/smartphone e inova na forma como disponibiliza informação aos utilizadores deste tipo de dispositivo. Para breve está o lançamento na TMN.

Para já a aplicação está apenas disponível para os telefones com a plataforma Symbian (a mais utilizada no mundo, presente em todos os smartphones da Nokia) mas estão em curso trabalhos para a tornar acessível também nos smartphones, como o iPhone, Android e Blackberry. Na TMN estará disponível nas plataformas Nokia WRT, Samsung e Windows Phone.

ANA TORNA-SE MÓVELA ANA ENTROu NO uNIVERSO DAS APLIcAçõES PARA TELEmóVEL cOm A DISPONIBILIzAçãO DO SERVIçO DE INFORmAçãO DE VOO NA VODAFONE E BREVEmENTE NA TmN. ATENTA AO POTENcIAL DAS TEcNOLOgIAS móVEIS, A EmPRESA PRETENDE NO FuTuRO uSá-LAS cOmO mAIS umA FORmA DE cOmuNIcAçãO cOm O PASSAgEIRO E ASSIm PRESTAR um mELhOR SERVIçO AO cLIENTE.

A ap l icação fornece informação sobre horár ios de chegadas e par t idas de todos os aeroportos ANA e ANAM. Esta pr imeira exper iênc ia no un iverso das ap l icações móveis é estratég ica para a ANA por marcar a presença da empresa nas novas p lataformas móveis e um pr imeiro passo para f ide l izar os passage i ros . A ap l icação da Vodafone conta já com cerca de 2 mi l ut i l i zadores .

A informação de voo não é propriedade de nenhuma entidade concreta, mas é gerida mundialmente por empresas que agregam os sistemas integradores da informação proveniente das companhias aéreas. “Se se pagarem os licenciamentos, qualquer um pode usar esta informação. Pensámos que era estratégico sermos nós a fazê-lo”, explica Nuno Moreira, do grupo de trabalho responsável pelas telecomunicações na ANA.

A

_inovação

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Embora neste momento a aplicação apenas disponibilize informação de voo e não ofereça ainda interactividade, o seu potencial é muito grande e a ANA pretende, no futuro, tirar partido dele. “Podemos introduzir ‘tags’ comerciais e encaminhar os utilizadores para os nossos parques de estacionamento ou para as promoções em determinada loja do aeroporto, por exemplo. Existem muitas possibilidades”, refere Nuno Moreira.

Artur Arnedo, da ANA Consulting, explica que é mais uma estratégia de comunicação com o passageiro, valiosa porque permite estabelecer uma ponte directa com as pessoas que utilizam os aeroportos da ANA. A disponibilização da informação de voo numa plataforma inovadora como esta é também

mais um passo na estratégia da ANA de servir cada vez melhor os seus clientes.

“Este serviço móvel poderá no futuro ser alinhado com outras plataformas online da empresa, como o novo site que está em preparação, a reserva de estacionamento, o portal de shopping online da Direcção de Retalho, numa lógica global a integrar no My Airport , o ‘roadmap’ de serviços de base tecnológica com informação orientada para o cliente e que suporta o leque de serviços Living Airport”, explica.

Na Europa, outros operadores já disponibilizam um serviço idêntico em plataforma móvel, como os aeroportos de Amesterdão e de Manchester ou a Aéroports de Paris. Também o Aeroporto de Heathrow, em Londres, oferece este serviço, mas mais desenvolvido e integrado, já que permite marcar o parque de estacionamento ou aceder a uma lista dos estabelecimentos comerciais do aeroporto.

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_insights

PARquE P2 JÁ TEM POSTO DE CARREGAMENTO ELécTRIcO

O PRImEIRO POSTO DE cARREgAmENTO PARA VEÍcuLOS ELécTRIcOS NO ESPAçO DOS AEROPORTOS

Já FOI INSTALADO, NO ESTAcIONAmENTO DO AEROPORTO DE LISBOA. A ANA IRá cRIAR TAmBém

zONAS DE ESTAcIONAmENTO DEDIcADAS AOS AuTOmóVEIS ELécTRIcOS.

com comercialização prevista para 2011,

o kangoo Be Bop z.E. é um dos modelos

eléctricos da Renault.

O posto de carregamento para veículos eléctricos

instalado no P2.

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REDE PRONTA Em 2011

A rede-piloto de abastecimento ao carro eléctrico deverá estar pronta no final do primeiro semestre de 2011. Nessa altura, Portugal será dos primeiros países a ter uma rede de abastecimento para carros eléctricos que abrange quase todo o território. Até agora já estão instalados cerca de 40 pontos de abastecimento em várias cidades, que já estão a funcionar em testes, mas ainda não se encontram abertos ao público.

ANA instalou o primeiro posto de carregamento para veículos eléctricos no parque de estacionamento P2, no Aeroporto de Lisboa.

Esta iniciativa faz parte do acordo assinado pela empresa com o Gabinete para a Mobilidade Eléctrica em Portugal, no âmbito do Programa de Mobilidade Eléctrica, do Ministério da Economia e da Inovação. Trata-se de um ambicioso programa nacional que pretende fomentar a utilização de viaturas eléctricas como forma de melhorar a qualidade de vida nas cidades.

Ao abrigo deste acordo, a empresa vai realizar, durante os próximos três anos, a instalação progressiva de pontos de carregamento em diversos espaços do Grupo ANA. Este primeiro posto é de carregamento lento, demora entre seis a oito horas para carregar as baterias (os de carregamento rápido demoram entre vinte a trinta minutos), e foi instalado pela EFACEC.

A criação gradual de zonas preferenciais de estacionamento para viaturas eléctricas é outra medida que também faz parte do acordo celebrado.

O Programa da Mobilidade Eléctrica vai criar as condições necessárias para a massificação do veículo eléctrico com base numa infra-estrutura adequada à evolução do parque automóvel deste tipo de veículos. Está já a ser desenvolvido um modelo de serviço que vai permitir a qualquer cidadão ou organização o acesso às estações de carregamento, independentemente da marca do automóvel.

A entidade Mobi.E, um consórcio de empresas, é responsável pela gestão e integração dos vários pontos de carregamento existentes em território nacional. O abastecimento será possível mediante um cartão pré-pago que permitirá o acesso a todos os pontos de abastecimento. Estes vão estar localizados em garagens particulares, em pontos de acesso público situados nos parques de estacionamento públicos, parques de estacionamento dos centros comerciais, hotéis, aeroportos, bombas de gasolina e na via pública dos municípios que aderiram à rede-piloto.

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de 550 metros. Cerca de 430 metros destes pipelines desenvolvem-se dentro de um micro túnel com dois metros de diâmetro, que foi escavado a cerca de seis metros abaixo da pista 03-21 e dos taxiway’s, sem que tivesse havido qualquer interrupção de tráfego.

Fazem ainda parte deste novo parque de combustíveis um depósito de água para combate a incêndios com a capacidade de dois milhões de litros, um posto de transformação e uma central eléctrica de emergência, além de outros edifícios de administração e manutenção.

O desmantelamento do antigo GOC e a construção do novo foi uma consequência da expansão para Norte das áreas de terminal - Pier, Busgate e Terminal de Bagagens - determinada pelo Plano de Desenvolvimento do Aeroporto de Lisboa.

Em estreita colaboração com os técnicos do GOC, o Gabinete de Desenvolvimento do Aeroporto de Lisboa, elaborou um programa base e lançou um concurso público internacional, em que os concorrentes tinham de apresentar um ante-projecto. A obra acabou por ser adjudicada ao Consórcio MOTAENGIL/ENSULMECI /AMAL por cerca de 31 milhões de euros.

_insights

á está em funcionamento o novo Grupo Operacional de Combustíveis (GOC) do Aeroporto de Lisboa, uma das obras mais

complexas do Plano de Desenvolvimento do aeroporto. O novo parque de combustíveis está localizado a poente da pista 03-21.

Com esta nova estrutura, da qual fazem parte três tanques, a capacidade total de armazenagem de JET A-1 (o combustível para aviação desenvolvido para os aviões com motor a jacto) passou de 6 para 11,25 milhões de litros. O novo GOC tem quatro ilhas de recepção de combustível, onde diariamente descarregam 80 camiões cisterna com capacidade de 35 mil litros cada, oriundos da Companhia Logística de Combustíveis, sediada em Aveiras.

Desta obra fez também parte a construção de um sistema de expedição de JET accionado por seis bombas e que interliga os três tanques à Plataforma 60, com dois pipelines de 12 polegadas cada e uma extensão

LISBOA TEM NOVO PARQUE DE cOmBuSTÍVEIS

cOm A ENTRADA Em FuNcIONAmENTO DO NOVO gRuPO OPERAcIONAL DE cOmBuSTÍVEIS, O AEROPORTO DE LISBOA DOBROu A cAPAcIDADE DE ARmAzENAgEm. A SEguRANçA TAmBém AumENTOu.

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Os tanques de JET A-1.

O túnel sob a pista 03-21.

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A ANA FOI umA DAS VENcEDORAS DO PRémIO cIDADANIA DAS EmPRESAS E ORgANIzAçõES, quE ANuALmENTE PREmEIA AS EmPRESAS E ONgS quE SE DESTAcAm NA áREA DA RESPONSABILIDADE SOcIAL E SuSTENTABILIDADE.

BOA cIDADANIA

ANA foi distinguida com o Prémio Cidadania das Empresas e Organizações, atribuído pela AESE – Escola de Direcção

e Negócios e pela consultora PriceWaterhouse Coopers. O prémio, que já vai na 4ª edição, distingue as empresas e Organizações Não Governamentais (ONG) mais bem sucedidas na aplicação das suas práticas de responsabilidade social e sustentabilidade.

Este prémio é para a ANA um reconhecimento público do seu compromisso com a sustentabilidade e com a responsabilidade social e da preocupação que tem demonstrado em garantir que o impacto da sua actividade seja positivo para os colaboradores, para as regiões e para o desenvolvimento do país.

Nos últimos anos a ANA deu provas desse compromisso através de medidas como a criação do Conselho Consultivo para a Sustentabilidade e a Responsabilidade Social, a publicação regular dos Relatórios de Sustentabilidade, a implementação de uma política de Gestão do Risco ou a certificação da empresa em vertentes como a Qualidade, o Ambiente, a Segurança e Saúde no Trabalho, a Responsabilidade Social e a Inovação.

O prémio é fruto da dedicação e competência de todos os colaboradores, direcções e serviços da ANA e, por isso mesmo, um prémio que é de todos quantos trabalham na empresa.

A ANA foi distinguida no sector de Transportes e Logística, enquanto noutros sectores de actividade foram premiadas a EDP, Efacec, Portugal Telecom, Banco Espírito Santo, Axa Portugal, Sonae SGPS, Grupo Soares da Costa e LIPOR – Serviços Intermunicipalizados de Gestão de Resíduos do Grande Porto. No que respeita às ONG, o prémio Cidadania foi atribuído a três entidades: a Mundo a Sorrir –

A Associação de Médicos Dentistas Solidários Portugueses, a SOL – Associação de Apoio às Crianças Infectadas com o Vírus da SIDA e o Centro Social e Paroquial de Macieira. O júri atribuiu ainda uma menção honrosa à Associação Aprender a Empreender.

Segundo o comunicado das entidades promotoras do prémio, tem-se verificado uma evolução positiva na maturidade das empresas em matéria de sustentabilidade: “As diferenças entre as empresas que participam de forma assídua no Prémio Cidadania vão sendo atenuadas ano após ano, notando-se que as empresas com menor desempenho evoluem para patamares mais elevados”.

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_insights

campanha de comunicação dos serviços inovadores inseridos no Living Airport incide numa mensagem simples e directa:

agora são os aeroportos que se adaptam às pessoas e não o contrário.

Com a assinatura da Brandia Central, a nova marca, assim como as diversas sub-marcas, perfis de passageiros e universo gráfico, tira proveito do património gráfico e cromático da ANA, com recurso a cores que pertencem à paleta definida para o seu sistema de identidade. As cores representam o conceito de aeroportos vivos, alegres, simples, e também a ideia de transformação expressa na assinatura: “O aeroporto adapta-se a si”.

Além da criação do sistema de identidade de marca Living Airport, a Brandia Central é também responsável

serviço ao cl iente, com especial enfoque no atendimento, foi o tema do 7º workshop organizado pela Direcção de

Retalho (DRET) da ANA , dir igido aos loj istas dos aeroportos.

Na sessão falou-se de como o serviço pode ser um elemento de diferenciação no retalho e foram apresentadas diversas teorias para melhorar a relação directa com os consumidores no ponto

SERVIÇOS cOLORIDOSA

OCOMO ATENDER O cLIENTE

pela comunicação dos novos serviços, como é o caso dos fraldários com espaço para amamentação, no Aeroporto de Lisboa, que incluiu sinalização, decoração e implementação de equipamentos no espaço-piloto. Este espaço especialmente dedicado aos bebés é uma das primeiras novidades dos serviços criados a pensar nos passageiros e nas suas necessidades específicas que integram o conceito Living Airport.

O Living Airport assume-se como um dos projectos mais importantes desde o rebranding da ANA, iniciado em 2006, e responde a um dos objectivos centrais da empresa: esclarecer as suas funções e torná-la mais próxima dos utilizadores dos aeroportos.

de venda. Ao longo da sessão foram debatidos alguns casos de sucesso, no relacionamento com o cliente, do Grupo Lanidor, Sacoor Brothers e Ibersol.

Com esta sessão, a DRET encerrou um ciclo iniciado em 2009, dedicado à Gestão da Experiência do Consumidor, que abrangeu noutras sessões temas como o “shopping experience” e o “merchandising”. Os workshops são uma forma de a DRET partilhar com os lojistas informações sobre as tendências e as particularidades do retalho aeroportuário.

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Portway é um bom exemplo de como as preocupações com o ambiente podem ser integradas numa estratégia de empresa e

nos seus objectivos a curto prazo. Em 2008 a empresa de handling do grupo ANA obteve a certificação ambiental para as suas unidades nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal, tornou-se a primeira empresa de handling a estar certificada ambientalmente em Portugal e passou a integrar um pequeno leque de handlers a nível mundial com essa distinção.

No 4º Fórum de Ambiente da ANA, o primeiro dedicado à Sustentabilidade Ambiental, José Manuel dos Santos, do Conselho de Administração da Portway, falou dos objectivos estratégicos ambientais para o período entre 2007 e 2010, como o controlo das emissões dos veículos de apoio no solo, o controlo do consumo de gasóleo e a substituição da frota por equipamentos eléctricos. A plantação de árvores, a informatização dos sistemas com a diminuição do uso de papel e a sensibilização ambiental dos colaboradores da empresa foram outras medidas de gestão ambiental tomadas pela Portway.

Com a apresentação “Desafios à eficiência energética nos edifícios”, o presidente do conselho de administração da Agência de Energia do Porto, Eduardo de Oliveira Fernandes, demonstrou como os edifícios são responsáveis, nas nossas cidades, pela maior fatia da procura energética. No entanto,

PELO AMBIENTE VAmOS

A SENSIBILIzAçãO PARA O AmBIENTE cOmO um DOS PILARES DA

SuSTENTABILIDADE E A DIVuLgAçãO DE BOAS PRáTIcAS ExEcuTADAS

POR VáRIAS ENTIDADES FORAm OS OBJEcTIVOS DO 4º FóRum DE

AmBIENTE DA ANA, O PRImEIRO DEDIcADO ExcLuSIVAmENTE à

SuSTENTABILIDADE AmBIENTAL.

A redução de emissões poluentes no aeroporto pode

passar por mudanças nos procedimentos

operacionais no solo, nomeadamente no

reboque dos aviões.

A

_ambientes

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referiu também que os requisitos e tecnologias disponíveis já oferecem enormes oportunidades de eficiência e os edifícios, enquanto sistemas energéticos, têm um amplo espaço e oportunidade para serem menos “energívoros”.

“A Importância da Telemetria na Manutenção e na Eficiência Energética” foi o tema da apresentação do CEO da ISA - Intelligent Sensing Anywhere, uma empresa de Coimbra especialista em soluções de telemetria e telecontagem dedicadas ao gás, aos combustíveis, à electricidade e à água. José Basílio Simões explicou como os sistemas de medição podem contribuir para a diminuição dos consumos e as emissões de CO2.

O exemplo das medidas de Sustentabilidade ambiental na expansão do Aeroporto de Barajas, em Madrid, foi o tema da apresentação seguinte. Eduardo Milanés de la Loma, chefe da divisão de Mediação e Estratégia Ambiental da AENA, mostrou como foram integradas no território as infra-estruturas do aeroporto, que já recebeu diversas expansões. A instalação de estruturas de energias renováveis que permitiram poupar energia e reduzir as emissões, as medidas para mitigar o ruído e a poluição, e a modificação do curso do rio Jarama, um afluente do Tejo, aquando da construção da quarta pista, foram alguns dos aspectos referidos.

Joana Ribeiro, do Instituto Superior Técnico, apresentou uma proposta de mitigação para as

emissões poluentes das aeronaves com aplicação no Aeroporto de Lisboa, uma tese que foi a sua dissertação de mestrado em Engenharia Civil. A proposta da engenheira, que abrange tanto as aeronaves como os procedimentos operacionais e o aeroporto, prende-se com a deslocação dos aviões no solo.

Do solo para o ar, a apresentação de Jaime Valadares, da NAV, abordou uma técnica de aproximação à pista que reduz o consumo de combustível e as emissões de CO2 e se traduz numa maior sustentabilidade do transporte aéreo. O procedimento, designado CDA - Continuous Descent Approach, é encarado pela comunidade aeronáutica como uma valiosa medida de mitigação ambiental nos aeroportos.

O projecto de Gestão Sustentável dos Espaços Públicos, desenvolvido em parceria pela ANA e pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, e que se materializou num portal dentro do site da Agência Portuguesa do Ambiente, foi outra iniciativa apresentada do Fórum.

A terminar as apresentações, Paula Trindade, do Laboratório Nacional de Energia e Geologia, falou de “Compras Sustentáveis: Uma oportunidade para a eficiência energética”. Tendo em conta que na Europa as autoridades públicas gastam anualmente mais de 2 triliões de euros (cerca de 16% do PIB da UE), se este enorme poder de compra for orientado para uma produção mais sustentável, que tenha em conta os efeitos que o produto ou serviço tem no ambiente, isso representaria enormes ganhos na protecção do ambiente e da sociedade. A título de exemplo referiu que, se todas as autoridades públicas utilizassem “electricidade verde”, isso seria suficiente para cumprir 18% dos compromissos de Quioto da UE.

Com este Fórum dedicado à sustentabilidade pretendeu-se, segundo Gualdim de Carvalho, director dos Serviços Técnicos da ANA, reforçar a necessidade de a empresa se posicionar em linha com os objectivos definidos no Programa da Eficiência Energética. A divulgação de boas práticas em execução por outras entidades pode e deve servir de inspiração.

a pLantação de áRvoRes, a infoRmatização dos sistemas com a diminuição do uso

de papeL e a sensibiLização ambientaL dos coLaboRadoRes da empResa foRam outRas

medidas de gestão ambientaL tomadas peLa poRtway.

A expansão do Aeroporto de Barajas, em madrid, exigiu variadas medidas de mitigação dos impactos ambientais.

O continuous Descent Approach é uma técnica de aproximação à pista que reduz o consumo de combustível e as emissões de cO2.

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passageira estava já na sala de embarque quando deu pela falta do carregador do computador, que tinha ficado em casa. Na impossibilidade de

voltar para trás sem perder a viagem e de continuar sem ter como devolver a vida ao portátil, pediu ao pai que arrancou de Albufeira para trazer o carregador ao Aeroporto de Faro. Célia Viegas estava de serviço e prontificou-se para levar o carregador à passageira, que já se preparava para embarcar.

Que tem de especial este singelo episódio? Nada, à primeira vista, mas em quantos aeroportos do mundo seria isto possível? Célia Viegas, do Serviço de Apoio ao Passageiro do Aeroporto de Faro, desvaloriza o episódio: “O nosso trabalho é dar assistência e ajudar o passageiro”, diz, encerrando o assunto.

APROVEITAR O INVERNO

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há 20 ANOS A APOIAR O PASSAgEIRO NO AEROPORTO DE FARO, céLIA VIEgAS ExPLIcA cOmO A SAzONALIDADE SE REFLEcTE NO TRABALhO DE TODOS. NO INVERNO há mAIS TEmPO PARA OuTRAS TAREFAS DE BASTIDORES, ImPOSSÍVEIS NO VERãO, quANDO ATERRAm 100 AVIõES POR DIA.

A equipa de Apoio ao Passageiro em Faro é formada por 16 pessoas, duas das quais são homens, uma inovação que coloca Faro à frente de Lisboa, onde todos os Técnicos de Informações e Relações Públicas, como são mais conhecidos, são mulheres. Trabalham por turnos, entre as 5h e as 00h, e dividem-se entre o trabalho de gabinete, onde é feita a organização do trabalho, os balcões de informação (um na área pública e outro na sala de Partidas) e a aerogare.

No gabinete, explica Célia Viegas, procede-se à actualização constante da informação referente ao “estado” dos voos: ETA’s, remarks, embarques, etc. são inseridos no FIDS – Flight Information Display System. Todas as páginas existentes no referido sistema, tanto as disponíveis ao público, como as de staff, incluindo as páginas para handlers e companhias aéreas, foram criadas/editadas pelo serviço.

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Preparam também diariamente uma página com informação sobre o tempo, com a indicação da temperatura para os quatro dias seguintes, que é exposta em vários locais do aeroporto. Além do atendimento telefónico, ajudam a sua “companheira virtual”, como se referem à voz do sistema artificial inteligente AviaVox, que transmite informações para a aerogare.

Na ronda que fazem pela aerogare dão apoio aos passageiros nas áreas onde há mais movimento − sobretudo entre as 10h e as 12h, quando saem a maior parte dos voos − como, por exemplo, nas filas de check-in ou no controlo de passaportes. Há também uma “check list” a preencher com a verificação de diversos aparelhos em várias áreas do terminal. Se alguma coisa não está a funcionar como deveria, cabe-lhes reportar ao centro de incidências.

Apoiar o passageiro passa por resolver os seus problemas sempre que é possível. E às vezes não é. “Há muita gente que pensa que apanhar um avião é como apanhar um autocarro. Fazem o check-in online e chegam ao aeroporto 15, 20 minutos antes da hora da partida. Esquecem-se que há Raio X, controlo de passaportes… e depois perdem o avião”, conta Célia Viegas. Uma situação que em Faro tende a acontecer muito com os passageiros espanhóis que, provavelmente, também se baralham com a diferença horária.

Num aeroporto pequeno como o de Faro, em que a organização do espaço é simples, as dúvidas de que viaja não vão muito além do

horário do voo, da localização deste ou daquele serviço… Mais difícil é tentar ajudar uns pais a encontrar o filho que supostamente acabou de aterrar mas que afinal não aterrou. “Este casal de alemães estava no Algarve e reservou uma passagem na internet para o filho vir ter com eles. À hora marcada vieram buscá-lo ao aeroporto mas nunca mais o conseguiam encontrar até que nos chamaram. Falámos ao telefone com o rapaz, andámos para a frente e para trás nas Chegadas e nada, ninguém via o rapaz por lado nenhum. Às tantas concluímos que ele tinha de facto chegado, mas ao Porto, e não a Faro”.

A explicação: quando reservaram o bilhete para Portugal, na internet, os pais viram o código OPO − o código para o Aeroporto do Porto − e pensando que o código se referia a Portugal, compraram a passagem. “Ficaram muito surpreendidos quando descobriram que em Portugal havia mais de um aeroporto”, lembra Célia. Organizaram-se as coisas e o jovem voou do Porto para Lisboa e depois para Faro. Acabou por chegar, embora não à hora a que era esperado.

A sazonalidade do Aeroporto de Faro é um aspecto que se reflecte inevitavelmente no dia-a-dia de quem lá trabalha. Enquanto no Verão aterram entre 100 a 120 aviões por dia, no Inverno esse

número não vai além dos 20. “Aproveitamos este tempo mais desafogado para coisas que não há tempo para fazer quando os turistas vêm, como actualizar bases de dados, apresentar ideias, mudar coisas que estejam menos bem”.

O trabalho tem ainda uma componente de relações públicas, como a recepção de participantes em eventos

como torneios de golfe e competições no Autódromo Internacional do Algarve, ou o acolhimento

de operadores turísticos a pedido de companhias aéreas ou empreendimentos turísticos da região. Cada vez mais rara é a assistência VIP que actualmente já não

passa de alguns serviços no Verão, quando alguma personalidade chega de férias ao Algarve. “Também o acompanhamento a

visitas de estudo é uma vertente gratificante nas nossas funções. Durante 2010 tivemos cerca de 1000 visitantes. A grande maioria são alunos das escolas da região mas também aparecem grupos de adultos e idosos”.

a sazonaLidade do aeRopoRto de faRo é um aspecto que se RefLecte inevitaveLmente no dia-a-dia de quem Lá tRabaLha. enquanto no veRão ateRRam entRe 100 a 120 aviões poR dia, no inveRno esse númeRo não vai aLém dos 20.

A equipa de apoio ao passageiro divide-se entre o trabalho de gabinete, os balcões de informação e a aerogare.

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passageiro em primeiro lugar”. A máxima, recortada de um folheto editado pela ANA com orientações

sobre como prestar um bom serviço ao passageiro e que foi distribuído por toda a comunidade aeroportuária, está afixada com um íman num placard na parede, juntamente com ordens e escalas de serviço.

Como que para reforçar este axioma, Sofia Cardoso atira: “Todo o nosso trabalho é para o passageiro, seja que passageiro for: seja VIP, CIP, PMR, um passageiro comum…toda a assistência que prestamos é para que o seu percurso no aeroporto seja o mais confortável e funcional possível”. A primeira pessoa do plural serve para referir o Serviço de Terminal, neste caso concreto a equipa do Serviço de Informações e Apoio ao Passageiro - ou as TIRP- Técnicas de Informações e Relações Públicas, como se diz na linguagem do aeroporto.

“O

LIDA cOm OS PASSAgEIROS NO AEROPORTO DE LISBOA DESDE 1987. SOFIA c ARDOSO é TécNIc A DE INFORmAçõES E REL AçõES

PúBLIc AS E NãO SABE cOmO SER á O DIA DE AmANhã. mAS SABE quE NãO SER á IguAL AO DE hOJE .

“NãO há DOIS PASSAGEIROS IGUAIS”

E como a linguagem de aeroporto não é acessível a todos, convém esclarecer que um passageiro VIP é isso mesmo, uma “Very Important Person”, enquanto um passageiro CIP já é uma “Comercial Important Person” (também recebe um tratamento especial mas paga por ele) e um PMR é um passageiro com mobilidade reduzida.

Sofia Cardoso é chefe de equipa e, como tal, responsável por orientar e distribuir serviços às cinco pessoas, todas mulheres, da sua equipa. Funcionam por turnos e não é uma função em que possam todos ir para casa dormir ao mesmo tempo: tem de estar sempre alguém no aeroporto.

Durante a noite, um turno geralmente assegurado pelas chefes de equipa e duas TIRP, é feito todo o planeamento para o dia seguinte. E o dia pode começar, logo pelas 3h da manhã com a chegada de algum passageiro VIP, o que exige acompanhamento, transporte especial e sala VIP para esperar. Este serviço, requisitado entre ministérios, é mais comum do que se imagina e não há dia em que não seja solicitado ao aeroporto. Em cima da mesa está uma folha apenas com as chegadas e partidas dos VIPs do dia.

A presença permanente é exigida também pelo atendimento telefónico que funciona 24 horas por dia, embora hoje, com a variedade de suportes onde a informação de voos pode ser consultada, haja muito menos gente a ligar para o aeroporto para saber a que horas chega ou parte determinado voo.

Entre as tarefas destas equipas está também o atendimento no balcão de informações nas Chegadas do aeroporto, onde os passageiros, e não só, se podem dirigir para esclarecer qualquer dúvida. Existe outro balcão na área de embarque mas aqui prestam-se sobretudo informações relacionadas com atrasos nos voos e alterações nas portas de embarque.

A cabine de som é outra das posições que podem assumir as TIRP. O sistema de voz artificial inteligente, o AviaVox, usa mensagens formatadas para, por exemplo, pedir aos passageiros que se dirijam às portas de embarque ou que

O rádio é uma ferramenta essencial no Serviço de Informação e Apoio ao Passageiro.

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não deixem as bagagens desacompanhadas. As TIRP só têm que intervir, habitualmente a pedido das companhias aéreas, para chamar passageiros que não compareceram ao embarque ou por outro motivo excepcional.

O acompanhamento de equipas de gravações, para anúncios, filmes, novelas, também fazem parte das suas tarefas, não são pedidos que ocorram todos os dias mas são frequentes. Assim como o acompanhamento de visitas de estudo, que decorrem ao abrigo do programa ANA Convida, e que servem para mostrar não só aos mais novos mas também aos mais velhos como funciona um aeroporto.

Também em casos excepcionais há visitas personalizadas. Como aconteceu este Verão com um menino de 12 anos, Ricardo, filho de imigrantes em França, que vinha a Portugal e escreveu a dizer que tinha muita vontade de conhecer o Aeroporto de Lisboa por estar muito preocupado com o seu futuro e alimentar a vontade de ser piloto um dia. A estes pedidos não há como dizer não e o jovem recebeu uma visita guiada só para ele.

Como nunca se sabe onde a sua presença pode ser necessária, outra “posição” das TIRP é em circulação pelo terminal. As interpelações variam entre “Qual é a porta de embarque?”, sustos com as filas para o Check- In ou para o Raio X e com a eventual perda do avião, confusões com o Terminal 2… As técnicas dão a cara quando há reclamações mesmo que se trate de assuntos em que a ANA pouco ou nada tem a ver, como bagagens perdidas e voos atrasados. “Viajar provoca uma grande ansiedade em algumas pessoas. Cabe-nos a nós acalmar o passageiro se for caso disso e orientá-lo para o que deverá fazer de seguida para resolver a situação que o aflige”.

É por saber que um dia nunca é igual a outro que Sofia Cardoso gosta tanto do que faz. “Cada passageiro é um passageiro, não há dois iguais, e as dúvidas, ânsias e desejos também não são os mesmos. Então, nunca é igual, o trabalho nunca é o mesmo”.

“o dia pode começaR, Logo peLas 3h da manhã com a chegada de aLgum passageiRo vip, o que exige acompanhamento, tRanspoRte especiaL e saLa vip paRa espeRaR.”

Folheto editado pela ANA para

toda a comunidade aeroportuária.

Servir bem o passageiro é um dever de todos.

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10 experiências a não perder em

LONDREScompras e entretenimento em covent garden. O Palácio de Buckingham, outra visita imperdível.

O Big Ben, iluminado,

marca o skyline de Londres.

_partidas

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mAIS DE SETE mILhõES DE PESSOAS VIVEm NESTA mETRóPOLE

PALPITANTE, cRIANDO umA DAS mAIORES mISTuRAS cuLTuRAIS quE

ExISTEm à FAcE DA TERRA. LONDRES é ONDE SE gANhA (E SE gASTA) O

DINhEIRO quE mOVE A EcONOmIA BRITâNIcA, é ONDE REINA A RAINhA,

ONDE O PARLAmENTO gOVERNA E ONDE NAScEm AS TENDêNcIAS NA

múSIcA, NA mODA E NAS ARTES.

LONDRESm contagem decrescente para os Jogos Olímpicos de 2012, a cidade está a mudar. Quem for a Londres por estes dias vai poder ver melhores

infra-estruturas e espaços públicos renovados. E depois há aquelas coisas que nunca mudam: os táxis pretos, os autocarros vermelhos – que vêm sempre do lado que não estamos à espera – e muitos dos melhores restaurantes, teatros e vida nocturna do mundo. Estas são dez das melhores experiências de Londres.

1. RoLaRam cabeçasO castelo fundado por William o Conquistador em

1078 encontrou uma nova utilidade enquanto prisão. Dezenas de heróis e vilões foram presos ou decapitados no interior da Torre de Londres, desde Sir Thomas More e Sir Walter Raleigh a Guy Fawkes e Ana Bolena.

Não perca as Jóias da Coroa, uma impressionante colecção de “bugigangas”, ou o sinistro arsenal de armas medievais na Torre Branca, ou Torre Sangrenta, cujas paredes ainda exibem desenhos feitos pelos antigos prisioneiros. Os simpáticos Yeoman Warders (os guardas mais conhecidos como “Beefeaters”) guiam os turistas pelo castelo todos os dias.

E

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2. um compLexo patRimónio mundiaLAs multidões posam para as máquinas fotográficas

em frente às Casas do Parlamento e à sua famosa torre com o grande relógio, baptizado de Big Ben, que é também o nome do maior dos cinco sinos do carrilhão que toca o “Westminster Chimes”, a cada quarto de hora. A igreja de Santa Margarida e a Abadia de Westminster, onde os monarcas britânicos são coroados desde 1066 e onde estão enterrados uma dúzia de antigos reis e rainhas, também fazem parte deste complexo que a UNESCO declarou Património da Humanidade. Perto fica o famoso número 10 de Downing Street, ocupado pelo primeiro-ministro.

3. outRa obRa-pRima aRquitectónicaDepois de emergir das cinzas do Grande Incêndio

de Londres e sobreviver ao intenso bombardeamento alemão que durou 57 noites durante a Segunda Guerra Mundial (o célebre Blitz), a Catedral de São Paulo ainda brilha por dentro e por fora. Enfrente os 530 degraus e vá direito à vertiginosa galeria dourada no topo da famosa cúpula. De caminho explore a galeria de pedra a céu aberto e a galeria dos murmúrios dentro da cúpula. Na cripta estão os túmulos e memoriais dos maiores heróis do Império Britânico: Nelson, Wellington e Churchill.

4. obRas de aRte dentRo de uma obRa de aRteLocalizada na impressionante central eléctrica que

antigamente alimentava a cidade, a Tate Modern é a mais popular galeria de arte moderna do mundo. Na sua colecção figuram obras de nomes modernos bem conhecidos, como Mondrian, Pollock, Picasso, Lichtenstein e Mark Rothko. Destaque para obras como o “Tríptico” de Francis Bacon, “Celebs” de Max Ernst, as figuras esguias de Alberto Giacometti e a excelente colecção de cartazes de propaganda russa.

5. os puLmões veRdes de LondResEm 1808 o parlamentarista William Windham

declarou que Hyde Park deveria ser preservado a todo custo como o “pulmão de Londres”. Juntamente com outros parques, Hyde Park é um tesouro nacional. Juntos, esses espaços fazem de Londres (surpreendentemente) a cidade mais verde da Europa. Os londrinos adoram os seus parques e usam e abusam deles para fazer piquenique, apanhar sol, observar a vida selvagem, assistir a espectáculos, fazer desporto e até mesmo para fazer manifestações contra o governo.

6. cRuzeiRo do tamisaÉ um passeio que não é assim tão caro e que vale a pena, sobretudo se

tivermos em conta que tudo o que existe de mais importante historicamente em Londres está perto do Tamisa: Parlamento, Torre de Londres, Tower Bridge (e outras sete pontes), colégios, galerias, museus e teatros… Há meia dúzia de empresas que oferecem passeios ao longo do rio. Se tiver tempo de sobra, pode ainda seguir até Kew Gardens ou até Hampton Court Palace.

7. hoRa média de gReenwichA verde e agradável Greenwich é o exacto local a partir de onde o tempo

global e os pontos de distância no eixo este-oeste da Terra são medidos. Coisas de menor importância nesta época digital, no passado, quando a riqueza e poder da Grã-Bretanha dependiam da sua marinha, uns graus a mais aqui ou ali poderiam significar um desastre - como aconteceu em 1707, quando a frota britânica navegou muito perto das Ilhas Scilly, ao sul da Cornualha, e 1.400 marinheiros morreram. Além das atracções históricas (o Observatório Real, o Colégio naval, o veleiro Cutty Sark), as pessoas vão para Greenwich para escapar do bulício da grande cidade e passar um dia num cenário de aldeia, que Greenwich já não é mas que ainda parece.

A azáfama de Piccadilly circus.

A Tate modern, atraente por fora e por dentro.

A mais conhecida rede de metro do mundo.

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8. LondRes é um paLcoOs londrinos foram contagiados pelo bichinho do

teatro logo no século XVII, quando Shakespeare e alguns contemporâneos começaram a interpretar comédias e dramas para as massas no palco do original Globe Theatre. Passaram 400 anos e os londrinos continuam obcecados com o palco. O West End, à volta do Soho e Covent Garden, é uma verdadeira “teatrolândia” com mais de 50 salas onde se encena de tudo, desde brincadeiras de época a grandes musicais e até poesia declamada em rap.

9. os tesouRos do museu bRitânicoFundado em 1753 para abrigar a colecção pessoal

de Sir Hans Sloane, o museu foi alargado durante o período “georgiano” (dos reis George I, II, III e IV). Em 2000 o Grand Court foi coberto por uma gigantesca cúpula de vidro concebida por Norman Foster, o que fez deste espaço central do edifício a maior praça coberta da Europa. Lá dentro podem ver-se maravilhas como a Pedra da Roseta, os polémicos mármores de Elgin (roubados da Acrópole de Atenas pelo embaixador britânico no Império Otomano em 1906). Nas salas 62 e 63 estão os tesouros mais famosos do museu: as múmias egípcias.

10. mestRes antigos e outRos nem tantoAs vizinhas National Gallery e National Portrait Gallery

preenchem todas as lacunas na história da pintura que não são abrangidas pela Tate Modern e pela Tate Britain. Estes gigantescos monumentos neo-clássicos são a grande casa de algumas das melhores pinturas do país e nem todos são óleos do século XVII: também há obras modernistas e caricaturas.

A catedral de São Paulo, a partir da Ponte do milénio, outra das atracções londrinas.

A guarda da Rainha continua a ser uma atracção muito apetecível para os turistas.

Vista da cidade, a partir do Tamisa.

cOmO IR:

A British Airways, a EasyJet Airlines, a Monarch e a Ryanair operam para Londres a partir de Faro.

Mais informações no site www.ana.pt

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_lifestyle

rosa, o branco e o cinza inox são as cores dominantes. A colher é o elemento gráfico que identifica o espaço e está presente desde

as chávenas do café até às fardas dos empregados. Espaço de design moderno, o Spoon Café é um conceito criado pela Ibersol especificamente para o Aeroporto de Lisboa.

Com serviço de mesa e de balcão, tem uma oferta de cafetaria internacional e refeições ligeiras dirigidas ao público-alvo do aeroporto, os passageiros e os funcionários, adaptadas aos diferentes momentos do dia. Assim, há menus para o pequeno-almoço, para o almoço e jantar e também para o lanche.

Para o pequeno-almoço há uma deliciosa selecção de pastelaria internacional (muffins, cup cakes, donuts e cookies), sem esquecer o pastel de nata e os doces regionais portugueses. Os croissants folhados, os scones, as torradas, tostas e as sanduíches em pão viena completam a oferta para este momento do dia. Destaque também para as especialidades de café e chocolate quente que podem ser acompanhadas por uma “cookie spoon”.

Para as refeições principais há uma alargada variedade de sanduíches em diferentes tipos de pão (polar, panini, bagel e forma integral), saladas variadas, lasanhas e outras especialidades.

Para o final da refeição as propostas centram-se na salada de frutos

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cOLhERES CHEIAS DE SABORO SPOON cAFé é um NOVO cONcEITO DE cAFETARIA cRIADO ESPEcIALmENTE PARA O AEROPORTO quE cONVIDA PASSAgEIROS E FuNcIONáRIOS A “mETER A cOLhER”.

tropicais e nas sobremesas como o fondant de chocolate, os crepes, os waffles, todos servidos com uma “spoon” de gelado. E há vinho a copo para acompanhar a refeição.

As propostas para os lanches foram pensadas para serem apreciadas, calmamente, na esplanada: scones quentinhos recheados com doce e manteiga, waffles e crepes com chocolate e chantilly, por exemplo. Para acompanhar as sugestões doces da tarde pode optar-se pelo chá, pelo chocolate quente ou pelo sumo de laranja natural.

O Spoon Café fica na zona pública das Partidas e funciona entre as 6h e as 22h.

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_lifestyle

uando uma das mais apreciadas marcas de jeans da Europa e a obra de um dos mais influentes artistas

pop do século XX se cruzam, o resultado tinha de ser especial. Foi o que aconteceu com a colecção Andy Warhol da Pepe Jeans London, agora disponível na Fashion Gate, no Aeroporto de Lisboa.

A famosa marca londrina criou uma exclusiva colecção de denim e casualwear que foi buscar inspiração à vida e obra de Warhol, prestando assim homenagem ao grande criativo que influenciou toda uma geração de artistas.

A célebre iconografia de Andy Warhol foi adaptada às peças da Pepe Jeans, que exibem algumas das imagens mais emblemáticas numa colecção de roupa para homem e senhora e em diversos acessórios.

A colecção divide-se em duas linhas distintas: “Pop”, inspirada nas coloridas estampas de Warhol, como as famosas latas de sopa Campbell, Las Dos Marilyns e as caixas de Brillo, e “Factory”, que se

baseia no estilo pessoal e distintivo dos discípulos de Warhol, como Edie Sedgwick, Candy Darling e Viva, entre outros.

Para criar esta linha, a Pepe Jeans assinou um acordo com a Fundação Andy Warhol, uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1987 em Nova Iorque, que promove e apoia as artes visuais.

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A POP ART ESTÁ VIVA E VESTE-SEé umA cOmBINAçãO ENTRE mODA E ARTE quE NãO DEIxA NINguém INDIFERENTE. A cOLEcçãO ANDY WARhOL DA PEPE JEANS LONDON chEgOu AgORA à FAShION gATE, NO AEROPORTO DE LISBOA.

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uartzo, ametista, turquesa, pedra da lua, ónix, lápis-lazúli, cristal de rocha, olho-de-tigre, laca chinesa…nomes tão sugestivos

quanto as cores e tonalidades que ostentam. Estas são algumas das pedras semipreciosas que podemos encontrar, transformadas em criações de joalharia irresistíveis na Stone by Stone, que acabou de abrir mais uma loja, na área pública das Partidas, no Aeroporto de Lisboa.

São pulseiras, anéis, colares, brincos e pendentes que, a preços acessíveis, combinam a prata com pedras semipreciosas ou preciosas, como o rubi, a esmeralda, a safira ou a turmalina, e outros materiais, como âmbar e coral. Todos os produtos em prata têm a marca da Imprensa Nacional da Casa da Moeda, garantindo assim a sua autenticidade.

A Stone by Stone é o resultado da paixão da sua criadora pelas pedras e por todo o universo

PEDRAS cOLORIDASO uNIVERSO mágIcO DOS mINERAIS TRANSFORmADO Em TENTADORAS PEçAS DE JOALhARIA é A PROPOSTA DA STONE BY STONE. VENhA cONhEcER A NOVA LOJA NO AEROPORTO DE LISBOA E NãO DEIxE PEDRA SOBRE PEDRA.

que as rodeia. Uma relação que surgiu naturalmente no seio da sua família, envolvida neste negócio há mais de 30 anos, desde que abriu a primeira loja de pedras e minerais em Lisboa.

A fundadora da marca viajou pelos quatro cantos do mundo em busca dos tesouros da terra: Tanzânia, Mar Báltico, Brasil, Índia, Madagáscar, Austrália ou Afeganistão. Aliando esse conhecimento à sua formação em marketing, procurou desde o início criar produtos de qualidade com um carácter intemporal e um design que realce a beleza das pedras naturais.

Esta marca portuguesa abriu a primeira loja em 2002, em Lisboa. Actualmente com 15 lojas, a Stone by Stone está fortemente implantada em Lisboa e no Porto, sendo a maior operadora no seu segmento em Portugal. Do seu plano de expansão a curto prazo está a meta das 20 lojas, que deverá ser alcançada muito em breve. Além da nova loja, a Stone by Stone já estava presente no Bus Gate Sul do Aeroporto de Lisboa e também no Aeroporto do Porto.

São usados minerais de vários lugares do mundo, como Tanzânia ou Afeganistão.

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_lifestyle

ntrar numa loja da L’Occitane en Provence é como viajar pelas paisagens coloridas do sul de França, sentir os aromas e o clima ameno

daquela região e conhecer as tradições e o estilo de vida das pessoas da Provença. Os produtos criados a partir das plantas aromáticas que crescem da ter-ra fértil e generosa da Provença e que a L’Occitane tem levado aos quatro cantos do mundo chegaram agora também ao Aeroporto do Porto.

Divididos em Fragrâncias, Rosto, Corpo, Cabelo, Banho e Duche, Homem e Casa, a L’Occitane apresenta uma vasta gama de produtos que usam os ingredientes naturais mais finos, oriundos sobretudo da Provença, mas também de outras partes do globo, onde a natureza é mais generosa. É o caso das árvores de karité que crescem no sul do Burkina Faso, em África, a partir da qual se extrai a manteiga de karité, usada como ingrediente nutritivo e hidratante nos produtos da L’Occitane.

Todos os produtos são fabricados de forma tradicional e reflectem os valores da empresa: autenticidade, simplicidade, prazer sensorial e respeito pelas pessoas e pelo planeta.

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OS AROMAS DA PROVENçAOS cAmPOS LILASES DE ALEcRIm, O chEIRO DA LAVANDA, AS OLIVEIRAS ALINhADAS…VIAJAR PELA PROVENçA é umA FESTA PARA OS SENTIDOS. A L’OccITANE EN PROVENcE chEgOu AO AEROPORTO DO PORTO E cOm ELA AS cORES, AROmAS E BELEzA DESTA TERRA úNIcA, TRANSFORmADOS Em PRODuTOS NATuRAIS PARA O cORPO E PARA A cASA.

Aos 23 anos, inspirado pela infância passada na Provença, Olivier Baussan aventurou-se na recriação das tradições daquela região do sul de França. Comprou um destilador a vapor, colheu alecrim selvagem e produziu um óleo essencial puro de alecrim. Depois vendeu o óleo nos mercados locais, onde o produto, 100% natural, foi bem acolhido pelas pessoas. E assim nasceu a L’Occitane en Provence.

Olivier Baussan abriu a primeira loja em Volx, em 1980. O nome que escolheu refere-se à Occitânia, a antiga denominação da região que abrangia todo o sul de França, nordeste de Espanha e norte de Itália. A sua ideia era misturar tradições e ingredientes na criação de produtos que celebrassem o bem-estar do Mediterrâneo. Trinta anos depois a marca conta com mais de mil lojas em 75 países e emprega cerca de 1200 colaboradores.

A loja agora inaugurada no Aeroporto do Porto, na zona das Partidas, é a 13ª localizada em território nacional, onde a marca está presente desde 1998, quando abriu a sua primeira loja em Lisboa.

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Reserve já na sua agência de viagens ou ligue 808 500 997

Lisboa, Porto e Funchal > Parisvoos diários

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_lifestyle

BOAS ENERgIASTODOS OS ANOS, NOS úLTImOS mESES DO ANO, AS gRANDES mARcAS DESDOBRAm-SE Em LANçAmENTOS DE NOVOS PERFumES. APRESENTAmOS umA SELEcçãO DOS mELhORES AROmAS PARA ATRAIR BOAS ENERgIAS Em 2011.

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Sensuous, Estée Lauder, Eau de Parfum 100ml 72€Hypnôse Senses LANCÔME Eau de Parfum 50 ml 52€Silver Rain LA PRAIRIE 50ml 120€Zen Eau de Parfum SHISEIDO 50 ml 51€Hypnotic Poisin DIOR 50ml 54€Nina, NINA RICCI, Eau de Parfum 80ml 53€Ricci Ricci, NINA RICCI, Eau de Parfum 80ml 68€Lady Million, PACO RABANNE, Eau de Parfum 80ml 68€Acqua Di Gioia GIORGIO ARMANI 50ml 50€Armani Code GIORGIO ARMANI homem 75ml 62€Fuel for Life Unlimited DIESEL senhora 75ml 64€Terre d’Hermès HERMÈS 100 ml 65€Loud, TOMMY HILFIGER 75ml 47€Zen For Men SHISEIDO 50 ml 41€Midnight Rain LA PRAIRIE 50ml 87€

À venda nas lojas just for travellers.Todos artigos estão sujeitos a alterações de preços em Janeiro de 2011 devido às alterações do IvA para 23%.

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Infraero, a empresa estatal que gere os principais aeroportos brasileiros, pediu autorização à Agência Nacional

da Aviação Civil (ANAC) para reduzir as vistorias às pistas dos aeroportos, que determinam se existem ou não riscos de derrapagem dos aviões, noticiou a Folha de São Paulo. Estes testes, que indicam o grau de atrito entre o pavimento da pista e os pneus dos aviões, são considerados

pelos especialistas como um dos principais factores de segurança na operação aeroportuária. Em 2007 a falta de atrito na pista foi apontada como uma das possíveis causas do acidente com o avião da TAM que matou 199 pessoas em Congonhas, São Paulo. A Infraero pretende ser dispensada temporariamente de cumprir os prazos dos testes impostos por uma resolução da ANAC em 2009, com base em normas internacionais.

Câmara Baixa do Parlamento checo aprovou uma emenda à lei da aviação civil que torna ilegal o uso de ponteiros

laser em áreas próximas aos aeroportos. A emenda foi pedida por um grupo de pilotos que disse que pelo menos sete aviões de passageiros foram alvos de ponteiros laser

no ano passado, no Aeroporto Internacional de Praga, quando estavam a descolar ou a aterrar. A Associação Checa de Pilotos de Empresas Aéreas disse que o país precisa de uma lei contra o mau uso do laser idêntica à de outros países, como o Reino Unido, a Alemanha e os EUA, porque tais ataques representam um sério risco de segurança ao perturbarem a visão dos pilotos.

Comité de Segurança Aérea Civil da União Europeia (UE) decidiu intensificar o controle aos voos

de carga. Os especialistas, reunidos para analisar as ameaças dos explosivos encontrados na Grécia e no Reino Unido, chegaram a um acordo sobre a necessidade de se reforçar a inspecção a aviões de carga, informou a Comissão Europeia em

comunicado. Além disso, propuseram que sejam tomadas medidas de emergência de forma coordenada, como as decretadas pelo Reino Unido e pela Alemanha, que fecharam seus aeroportos a aviões procedentes do Iêmen. Os especialistas reunidos em Bruxelas também destacaram a necessidade de sistemas de scanner mais eficazes nos aeroportos.

PILOTOS chEcOS PEDEM PROIBIÇÃO DE PONTEIROS LASER

INFRAERO QUER REDUzIR vISTORIA A PISTAS

AmEAçAS DE TERRORISmO LEvAM UE A INTENSIFICAR SEGURANÇA

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British Airways (BA) lançou uma campanha publicitária no Reino Unido visando as companhias low cost. Assinada pela Bartle Bogle Hegarty, a campanha está presente na imprensa,

outdoors e nos meios digitais e chama a atenção para os custos escondidos por trás das tarifas de baixo custo. Para isso, a BA promove tarifas de custo fixo para destinos europeus e inclui uma ferramenta online onde se pode comparar os custos com os das principais companhias low cost, a Easyjet e a Ryanair. A campanha questiona ainda a qualidade das low cost, uma vez que a boa experiência de voo passa também, segundo a BA, por ter bebidas e comida a bordo sem custos adicionais.

BA ATACA LOW cOST

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a a magazine agRadece a coLaboRação das seguintes pessoas e entidades na eLaboRação desta edição:

Conselho de Administração do Teatro Nacional São João

Director de Gestão de Marketing da ISCTE Business School

Conselho de Administração do Teatro Nacional São João

Professor Catedrático de Marketing na Universidade de Glasgow

Brandia Central

Brandia Central

Marketing Aeroportuário do Aeroporto do Porto

Direcção de Estratégia e Marketing Aeroportuário

Técnica de Informações e Relações Públicas do Aeroporto de Lisboa

Gabinete de Desenvolvimento do Aeroporto de Lisboa

ANA Consulting

Técnica de Informações e Relações Públicas do Aeroporto de Faro

Marketing Aeroportuário do Aeroporto de Faro

Director do Aeroporto de Lisboa

Direcção de Projectos Especiais

Serviço de Terminal do Aeroporto de Lisboa

Direcção de Estratégia e Marketing Aeroportuário

Direcção de Retalho

Vogal do Conselho de Administração

Direcção de Estratégia e Marketing Aeroportuário

Direcção de Serviços Técnicos, Área de Ambiente

Direcção de Projectos Especiais

fRancisca caRneiRo feRnandes

joaquim vicente RodRigues

josé matos siLva

Luiz moutinho

migueL viana

Rui tRigo

ana

áLvaRo Leite

ana Luís

ana sofia caRdoso

antónio henRiques

aRtuR aRnedo

céLia viegas

fRancisco pita

fRancisco seveRino

heitoR abRantes

heLena maRques

ingRid LouRenço

ioLanda campeLo

josé heitoR da fonseca

manueL noRte

maRta quaResma

nuno bRiLha

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_passageiro frequente

cONFISSõES DE um PORTuguêS

NEgOFóBIcO

deio nãos. Fico doente quando a primeira resposta para tudo é “não dá”, “não é possível”, “não vai acontecer” e lamentos do género, só porque aquilo que quero fazer

ainda não foi feito. Mas para mim o mais curioso é que, sendo eu tão português e patriótico (apesar de 50% do meu sangue ser britânico), tenha uma tolerância (quase) zero para a conversa de vitimização que os portugueses associam “aos portugueses”. Como profissional de marcas, olho para o ADN da marca Portugal à procura dos seus valores e vejo uma história que é tudo menos uma história de “nãos”.

Começámos por não ser nada. Quando quisemos criar um país, os castelhanos disseram-nos não. Andámos à “pancada” e nasceu Portugal. Quando quisemos expandir o país, os mouros disseram-nos não. Andámos à “pancada” e nasceu o nosso território (que dura praticamente intacto há 700 anos). Quando quisemos aumentar as fronteiras, ouvimos uma nega dos espanhóis. E nós, em vez de dizer mal da vida e culpar o fado, fomos out-of-the-box (antes de ser cool ser out-of-the-box): emprateleirados entre Espanha e o mar, virámo-nos para o mar. E fomos os primeiros a fazê-lo a sério. Não pode ser, disseram-nos, porque os barcos só viajam com a costa à vista. Ignorámos o não e criámos uma vela extra (caravela). Não pode ser, disseram-nos, porque as caravelas não se orientam. Esquecemos o não e fizemos um upgrade ao sextante e criámos o astrolábio. E depois não podíamos explorar o mundo, disseram-nos, porque tínhamos pouca gente. Nova solução out-of-the-box: procriámos com os locais e criámos o “mestiço”. E depois não podíamos aumentar o comércio, disseram-nos, porque as caravelas só controlavam o mar. E mais uma vez não quisemos saber do não e construímos uma bateria de fortes maciços. E mais espaço houvesse neste artigo, mais histórias de “não” que deram “sim” eu contava, e mais se percebia que a minha negofobia afinal não é assim tão estranha nem está tão afastada do verdadeiro “ser português”.

O que nos traz aos aeroportos. E à minha história. A empresa que dirijo tinha acabado de ganhar o 1º leão de ouro de sempre em marketing relacional no Festival de Cannes. A rebentar de orgulho fui, com toda a equipa, receber os nossos representantes que tinham ido a França buscar o troféu ao Festival. Chegados ao aeroporto nacional, criámos uma fila dupla para que os nossos representantes pudessem passar por entre cânticos e ovações. Queríamos uma recepção apoteótica, digna das grandes vitórias desportivas além-fronteiras. Não podia ser, disseram-nos, então e os outros passageiros? Foi então que utilizando outra das características nacionais, a criatividade, e como a saída tinha duas rampas, orientámos os restantes passageiros para a esquerda de modo a libertar a ala direita para a nossa equipa. Os funcionários do aeroporto primeiro estranharam, mas depois, compreensivos, entraram no espírito. Quando o Leão de Ouro chegou, foi a loucura: um troféu que muitos disseram não ser possível. Mas se há coisa que nós portugueses podemos reaprender é a dizer sim ao não.

Rui TrigoPresidente da Brandia Central

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