a mãe, contrutora do lar

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  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

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  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    3/47

    VELOSO PIMENTEL

    A

    Me, Construtora

    do Lar

    1 9 6 6

    E D I T O RA

    RT.

    D. S.A.

    R. DO LAVAPS, 1023 - FONE 37-7928 - CX. POSTAL 30402

    SO

    PAULO (12)

    - S. P. -

    BRASIL

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    4/47

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    5/47

    jfirmam osnaturalistas que a abelha ope-

    rria necessita,

    em

    mdia,

    de 100

    flores para

    fabricar

    um grama de mel.

    A me de famlia, talvez precise sacrificar-se

    muitas

    centenas

    de

    vezes

    por dia

    para conseguir

    que os

    filhos

    compreendam a dignidade

    da

    vida humana e crist.

    E

    para qu e transformem a compreenso em ao estvel,

    continuada durante

    toda

    a vida, a me perde a conta dos

    sacrifcios que

    deve

    impor-se ou

    suportar,

    porque o amor

    materno se nega a cont-los...

    No presente livrinho, A Me, Construtora do Lar , qual

    abelha inimituel, poder sentir, diariamente, a recendncia

    de

    centenas

    e de

    milhares

    de flores

    do

    amor materno, quando

    consagrado a

    elaborar

    o favo de mel no

    corao

    dos

    filhos.

    Roma,

    10de

    janeiro

    de 1965,

    na

    festa

    da Sagrada Famlia.

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    6/47

    do

    mesmo

    autor:

    I m p r i m a t u r

    S o

    Paulo,

    8 - 4 - 1 9 6 6

    om

    Lafayette

    1. Juvelino toma o bonde

    2. Emanuel, Deus conosco

    3. Operrios para a vinha

    4. Formao crist do adolescente

    5. O

    noivo

    ideal

    6. As mos estendidas

    7. Vamos trabalhar

    8. O amor do prximo

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    7/47

    C A P T U L O

    I

    Uma

    alegoria...

    O

    papel

    das mulheres crists

    semelhante

    ao dos

    anjos

    da

    guarda. Podem dirigir o mundo,

    se ficarem invisveis como eles .

    (Frederico Ozanam)

    l _

    EVOCANDO

    A

    RAIZ.

    A

    raiz extrai

    da

    terra

    os

    sucos

    vitais

    para

    a rvore, para aflor...

    Sucos detoda espcie e qualidade.

    Sucos

    enrijecedores

    de troncos,

    sucos inspidos,

    amargos...

    To-

    dos

    eles,

    portadores de

    vida.

    Vida

    para a rvore,

    para

    si

    mesma, para

    enfeite do

    mundo...

    Vida

    para

    os

    outros, produzindo

    sombra, lenha, mveis, frutos, fi -

    bras, utilidades humanas variads-

    simas...

    inclusive produzindo

    a

    cruz, o

    smbolo sagrado

    do

    Amor

    de Deus ao s homens...

    Vidaparaa

    flor,

    para seu

    mun-

    do

    de maravilhas e de encantos.

    Vida

    para os

    outros,

    para

    perfu-

    mar-lhes

    a

    existncia, descansar-

    -Ihes osolhos fatigados,

    almentar-

    -Ihes o esprito embevecido em sua

    contemplao.. . lombrar-lhes, tal-

    vez, a

    mais perfumosa

    das

    flores,

    a

    flor

    deJess,o

    estandarte liber-

    11

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    8/47

    CAPTULO

    I

    Uma alegoria...

    O papel da s mulheres crists

    semelhante

    ao dos

    anjos

    da

    guarda. Podem dirigir o mundo,

    se ficarem invisveis como eles .

    (Frederico

    Ozanam)

    l _

    EVOCANDO

    A

    RAIZ.

    A

    raiz extrai da terra os sucos

    vitais para a rvore, para a flor...

    Sucos detoda espcie e qual idade.

    Sucos

    enrijecedores

    de

    troncos,

    sucos inspidos,

    amargos. . . To-

    do s eles, portadores

    de

    vida.

    Vida para a rvore, para si

    mesma , para

    enfeite do mundo...

    V i d a para os outros, produzindo

    sombra, lenha, mveis , f rutos,

    fi -

    bras, uti l idades humanas variads-

    simas.. . inclusive produzindo a

    cruz, o smbolo sagrado do Amor

    de Deus

    aos

    h o m e n s . .

    .

    Vida

    paraa flor,para seum u n -

    do

    de maravilhas e de encantos.

    Vida para os outros,

    para

    perfu-

    mar- lhes a existncia, descansar-

    -Ihesosolhos

    fatigados,

    alimentar-

    -Ihes o

    espr i to embevecido

    em sua

    contemplao... lombrar-lhes, tal-

    vez, a mais perfumosa das f lores,

    a f lor de

    Jess,

    oestandarte l iber-

    11

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    9/47

    tador do s

    povos,

    oprprio Messias

    Nosso Senhor Jesus Cristo.

    2

    ARAIZTRABALHAEM

    SEGREDO

    A

    raiz extrai avida daqui lo qu e

    n o

    aparece aos

    olhos. Ningum,

    at hoje, penetrou na usina mis-

    teriosa

    da

    raiz

    onde ela

    trabalha,

    selecionando o

    material

    que vai

    absorver, assimilar e distribuir

    continuamente para a vida da r-

    vore

    ou da

    flor...

    Ela

    trabalha

    em

    segredo,

    sem

    exibies vaidosas, a procurar a

    glria e obem-estar... do s outros.

    Quem,

    colhendo a fruta saborosa

    ou

    a flor odorfera, se lembra de

    louvar

    a raiz?

    3

    _ Q

    JBILO

    DA

    RAIZ.

    A raiz no recebe diretamente a

    gota

    de

    orvalho,

    nem o raio deluz,

    n e m o sorriso agradecido... Em

    torno dela reinam a

    terra

    ou o lo-

    do , a

    escurido mais negra,

    o si-

    lncio,oisolamento... Ela jaz per-

    ptuamente esquecida...

    Se o instrumento a desenterra,

    para machuc-la, para dilacer-la.

    S e m o

    caridosa

    a

    irriga

    co m

    gua

    fresca e lmpida, essa gua lhe

    chega

    embarrada...

    Seu alimento

    norma l a lama...

    Qu e que a faz estremecer de

    jb i lo ,

    que a

    torna viosa,

    que lhe

    12

    fa z produzir mais seiva, mais tron-

    co ,mais frutos, mais utilidades?...

    a

    terra adubada

    que a

    recobre...

    4

    A

    PRESENA

    DO

    AMOR.

    Talvez

    algumas semelhanas

    com a

    me... tambm

    ela

    escondida

    no seio

    da fam l ia ,

    cuja

    atividade

    del icada mas

    obscura, cujos sacri-

    fcios reais

    mas nem

    sempre

    co -

    nhecidos e louvados,cujo amor in-

    cansvel masvitalizante.. a esto

    presentes,

    fiis,

    ativos.

    Como a raiz

    d vida

    rvore,

    a me constri seu lar. De suas

    imolaes

    secretas,

    de seu dom

    constante, surge

    a

    vida exuberante

    dos

    f i l h o s . . . q u e tero n o m e .. .

    qu e

    sero

    louvados.

    . .

    aplaudidos

    por

    suas

    virtudes... que

    brilharo

    por seus

    feitos...

    que

    per fuma-

    ro,

    qui, toda

    um a

    poca

    da

    his-

    tria da humanidadepor seu he-

    rosmo

    humano e

    cristo.

    . . que

    iro

    constituir a

    glria

    deDeusna

    vidapresente

    e na

    prpria vida fu -

    tura

    do

    cu.. .

    5 A GLRIA DA ME.

    raro

    que, ao ver-se a figura

    notvel du m ho mem de bem, se

    diga dele, espontaneamente:

    "foi

    a me que of ez

    grande"

    E, no entanto, perguntado quem

    o

    fizera

    to

    bom, Francisco Cop-

    p e

    respondeu :

    "minha

    m e e o

    Evangelho"

    CAPTULO II

    O menor

    esforo

    conta

    Eu sou a luz domundo. Aquele

    que me

    segue

    n o

    anda

    em

    trevas,

    ma s

    ter

    a luz da

    vida (Joo,

    8, 12).

    l A

    ILUMINAO

    DO

    COLISEU.

    Voemos por noite escura, at o

    Estdio Coliseu

    de

    Los Angeles,

    no s

    Estados Unidos.

    o ms de

    ju n ho

    de 1945. C e m m i l especta-

    dores haviam-se reunido para

    ho -

    menagear

    os

    heris

    da

    segunda

    guerra mundial. Encenou-seum a

    batalha simulada,

    na qual se de-

    monstravam duas idias: uma, a

    fraqueza da

    fora humana indi-

    v idu a l ; outra, a fora da unio

    de todas as grandes e pequenas

    foras individuais. Feita

    a de-

    monstrao, pesado silncio inva-

    di u oEstdio. Fo i ento que se

    ouviu a voz domestre decerim-

    nias

    :

    "Talvez,

    comeou ele,

    algum

    dos

    presentes

    esteja dizendo

    a si

    m e s m o : meu

    trabalho

    no im-

    portante, pois

    to obscuro Mas

    eu vo s asseguro o contrrio. O

    trabalho mais insignificante pode

    tornar-sede

    imensa

    valia.

    Permiti

    que vo-lo

    demonstre sugestiva-

    mente.

    13

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    10/47

    No

    mesmo

    instante,

    todos

    os ho-

    lofotes doEstdio seapagaram.

    clar idade fer ica

    do

    Coliseu suce-

    de u total escurido. Em m eio

    treva,

    o

    presidente

    da

    r euni o

    acende

    um fsforo e o

    mostra

    t r iunfante

    multido.

    "Agora, prossegue ele, podeis

    todos ver a importncia dumape-

    quena luz. Suponham os que todos

    v s

    acendais

    um

    fsforo

    como

    eu.. ."

    Imediatamente, milhares

    de is-

    queiros

    e de

    fsforos explodiram

    em

    todo

    o

    Estdio, i luminando-o

    completamente .

    A

    lio

    f oi

    mais clara

    que a

    i lu-

    minao simblica do Coliseu de

    Los

    Angeles.

    Os 100 000

    especta-

    dores compreenderam

    queest ao

    alcance de

    cada

    pessoa acender

    um a

    luz , fazer sempre

    o

    bem,

    por

    menor qu e

    parea...

    ao invs de

    amaldioar a treva, de criticar

    inut i lmente omal , se mapo ntar- lhe

    o

    devido remdio.

    2 A ILUMINAO DO

    CORAO DOS FILHOS

    Qu e transformao

    para

    melhor

    receberia o Brasil, se os 15 m ilhes

    de

    faml ias, os 15m i lhesd emes ,

    comeassem

    a acender , no prpr io

    lar, a luz divina de Jesus Cristo,

    qu e a

    "luz

    dos

    homens,

    a luz

    das

    Naes".

    Ele prprio declarou de si mes-

    mo: "Eu sou a luz do mundo.

    Aquele que me

    segue

    n o

    anda

    em

    t revas, mas

    ter

    a luz da vida".

    Qu e

    ter a luz da vida?

    saber

    qu e

    a v ida, no pensamento e na

    inteno

    de

    Deus,

    a

    caminhada,

    longa

    ou

    breve,

    de

    todos

    e de

    cada

    um ,

    para

    a posse definitiva efeliz

    de Deus, suprema aspirao da al-

    m a

    h u m a n a .

    Ter a luz da v ida saber o uso

    a faze r do s bens encontrveis ao

    longo do

    caminho

    d a

    v ida,

    os

    bens

    do

    corpo e da alma,

    os

    bens da

    graa

    divina,

    os

    mandamentos,

    os

    sacramentos, a palavra de Deus

    nas

    Escr i turas,

    a

    liturgia,

    os

    bens

    das inst i tuies humanas, a cultu-

    ra, a riqueza,a vida social, obem-

    -estar e a

    liberdade,

    a paz.. .

    saber que

    tudo

    dado

    ao ho-

    menm pela

    munificncia

    divina

    para,

    com tudo isso, realizar o ni-

    co

    negcio

    qu e

    conta, realizar

    a

    prpria salvao

    e a do

    prximo

    pela

    prtica

    sempre mais

    perfeita

    e

    amorosa

    do

    A m o r

    a

    Deus

    e aos

    semelhantes.

    Com o pequeno esforo de

    acen-

    der a luz da vida no corao dos

    filhos,

    a me ne les"est depositan-

    do ,

    no Banco da vida presente e

    da futura, o Cheque de valor in-

    finito, que d direito posse do

    prpr io Deus.

    De

    fato,

    o

    menor esforo

    conta.

    14

    CAPTULO

    III

    O Dia

    Nacional

    de

    Ao

    de

    Graas"

    Vivei circunspectamente, no

    como

    nscios,

    ma s como

    sbios,

    aproveitando bem o tempo, porque

    os

    dias

    so

    maus.

    Po r

    isso,

    n o

    sejais

    insensatos, antes aprendei

    a

    compreender a

    vontade

    de

    Deus.

    Entretende-vos sempre co m sal-

    mos, hinos e cnticos espirituais,

    cantando

    e

    salm-odiando

    ao

    Senhor

    em vossos coraes, DANDO

    SEMPRE GRAAS por todas as

    cousas a Deus Pai, em nome de

    Nosso

    Senhor Jesus Cristo (So

    Paulo aos

    Efsios).

    Nos

    Estados

    Unidos,

    o

    d ia anual

    de AO DE

    GRAAS tornou-se

    N A C I O N A L

    pr incipalmente gra-

    as aos

    esforos incansveis

    de

    um a

    mulher , a senhora Sarah

    Hale.

    Durante 17 anos consecuti -

    vos, ininter ruptamente ,

    ela

    levou

    avante

    a

    campanha, sozinha,

    atra-

    v s

    de

    palestras, cartas, artigos

    em

    revistas, conversaes

    com

    amigas

    e

    amigos.

    A despeito

    da

    fria indiferena

    ambiente, ela continuou em sua

    15

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    11/47

    campanha, mostrando sobretudo

    as vantagens resultantes dum a ex-

    presso pblica

    de gratido a

    Deus, em d ia

    especial para todo

    o pas,

    ao

    invs

    de

    haver dias

    di -

    ferentes para cada Estado da Fe-

    derao Amer icana.

    Impressionado com os esforos

    persistentes de

    Sa rah Hale,

    o Pre-

    sidente Lincoln proclamou

    o dia

    26

    de

    novembro

    de

    1863

    o

    "dia

    nacional de ao de graas"

    para

    aquele ano.

    Ao anunc iar ao pas o feliz

    acontecimento, disse o Presidente

    Lincoln:

    "pareceu-me conveniente

    e

    necessrio

    que o dia de

    ao

    de

    graas a Deus seja solene, reve-

    rente e reconhecidamente tornado

    pblico, com um s corao e uma

    s voz, por todo o povo amer i -

    cano".

    Desde

    esse d ia, para sempre

    m e-

    morvel

    no s

    anais

    da

    Histria

    amer icana, cada ano destacado

    um dia em que o povo

    ianque

    tri-

    buta of icialmente a Deus sua ho-

    menagem

    de "ao de

    graas".

    Como a constncia de Sarah

    Hale beneficiou toda a nao nor-

    te-amer icana, assim tambm,

    o que

    cada um faz ou

    deixa

    de

    fazer

    consolida

    ou

    enf r aquece

    o

    bem-es-

    tar de

    todos.

    Sarah Hale agiu como raiz do

    povo amer icano. Do seu esforo

    perseverante, brotou a flor da gra-

    t ido a

    Deus

    na

    Amrica

    do

    Nor -

    te. E hoje

    essa flor viceja

    em de-

    zenas de

    pases

    do mu n do ,

    inclusi-

    ve no Brasil.

    Razo sobeja

    tinha

    aqueleautor,

    quando a f i r m a v a :

    "ningum sabe

    o

    bem que

    faz ,

    no mundo das a l -

    mas, aquele

    qu e

    C O M E A

    a

    fazer

    o

    bem".

    A me de

    faml ia que , conforme

    a doutr ina de So Paulo, acostuma

    os

    filhos ao de graas a Deus,

    pode estar

    certa

    de

    qu e

    est

    con-

    t r ibu indo imenso para fazer de les

    autnticos filhos de Deus .

    6

    C A P T U L O

    IV

    Os

    "focolarinos

    5

    Dou-vos

    um ,

    preceito novo: que

    vos

    ameis uns aos outros

    COMO

    eu vos

    amei;

    assim

    tambm

    v s

    amai-vos

    mutuamente.

    Nisto todos

    conhecero que

    sois meus

    discpu-

    los, se

    tiverdes caridade

    uns

    para

    com os outros (Joo, 13, 34,35).

    l DILOGO CONSTRU-

    TIVO.

    Estamos

    em

    1943.

    Em

    plena

    guerra m undial . Na cidade de

    Trento. Jovem balconista repara

    no rosto

    dos fregueses nuvem de

    tristeza, de desconfiana, de deses-

    pero. . . Fica inquieta. Achaa ati-

    tude bem anorm al. Consulta o pa-

    dre vigrio, expondo-lhe sua d-

    vida.

    Compreende-se, fi lha, a ex-

    presso estampada na f isionomia

    dos clientes...

    A

    guerra

    est

    a...

    destruidora... horrvel... Mas no

    vamos

    chorar

    sobre tmulos.

    Va-

    m os

    semear sempre

    a boa

    semente.

    A

    boa semente, fi lha, o Evange-

    lho.

    Voc o l?

    Bem que eu

    desejaria l-lo,

    padre . Mas, desculpe minha fran-

    queza.

    Eu mal se i ler . Sou quase

    17

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    12/47

    a n a l f a b e t a . . .

    O sr. poderia dizer-

    -m e qual o essencial do Evange-

    lho, padre?

    O vigrio n o esperou.

    Minha f i lha,

    a

    quintessncia

    do

    Evangelho, o que h nele de es-

    sencial, como que a nata, a

    flor...

    a

    car idade fraterna.

    J ouvi falar

    tantas

    vezes da

    caridade. O sr. poderia dizer-m e,

    praticamente, com o posso ser ca-

    r idosa?

    Ora,

    mu i to simples. Por

    exemplo,

    n o pode

    voc receber

    del icadamente as pessoas?

    Inte-

    ressar-se por elas sem

    faz-las

    es-

    pe rar? Perguntar-lhes, discreta-

    mente , como

    est

    a

    faml ia, como

    lhes correm os negcios? No po-

    de

    voc informar-se a respeito dos

    deslocados de

    guerra,

    do s

    pobres

    da

    localidade,

    d os

    doentes,

    dos mo-

    ribundos,

    dos que no tm

    casa?...

    Compreendi , padre . Obr i-

    gada.

    2 0 EVANGELHO EM

    PRTICA.

    No d ia 7 de dezembro de 1943,

    a primeira focolarina se consa-

    grava

    a Deus para o bem das al-

    mas, dos necessitados, para qu e

    vivessem todos UNIDOS, como

    o

    pede

    o

    Evangelho.

    Em 1946, as moas imi tadoras

    da pioneira j e r am umas 40. E,

    segundo o his tor iador do movi-

    mento focolar ino, aumentavam co -

    m o

    as virgens consagradas no

    tempo

    de S .

    Ambrsio,

    de

    quem

    se conta oseguinte: o santo bispo

    de Milo pregava to bem sobre

    a consagrao a Deus que as jo-

    vens

    que o

    ouviam fugiam todas

    para

    oconvento.

    Para

    imped i r a

    fuga

    das filhas, as mes escon-

    diam-nas em casa, no lhes per-

    mit indo

    assistir s

    pregaes

    do

    ho mem de Deus.

    J em 1947, o arcebispo de Tren-

    to D.

    Car los Ferrari aprovou

    o

    p r ime i ro

    estatuto

    focolar ino.

    Noano

    seguinte, consagrou-se

    a

    Deus tamb m o pr imeiro focolar i -

    no

    h o m e m .

    U m

    fato fortuito

    o

    atraiu a esse

    gnero

    de

    vida.

    Aconteceu

    se

    estragasse a instala-

    o eltrica

    da s

    focolarinas.

    Foi

    chamado

    o eletricista da vizinhan-

    a. Rapaz de vinte anos, sbrio,

    forte, bem educado, sem

    histrias

    sentimentais.

    Trepou na

    escada

    e

    comeou des-

    preocupadamen te o

    trabalho" enco-

    mendado. Nem

    suspeitava que a

    graa de Deus o estivesse esprei-

    tando para atra-lo, suave e livre-

    mente para

    a

    vida mais perfeita.

    quase sempre assim. Quando o

    18

    homem

    cumpre f ie l e honestamen-

    te o

    dever

    de

    estado, Deus

    lhe re-

    serva bnos especiais.

    Bem,

    voltemos ao nosso eletri-

    cista.

    Dura nte o conserto da luz,

    por det rs da parede de madeira,

    ouviu

    as jovens falando de

    Jesus

    e de Mar ia, com a espontaneidade

    daqueles

    que os trazem nocorao,

    como pessoas

    de casa..

    .

    No di a

    seguinte,

    teve qu e

    con-

    tinuar o trabalho,

    porque

    na

    vs-

    pera ficara distrado com o dilo-

    go da s jovens... Em dado mo-

    mento, porm, novamente , como

    no

    dia anterior, ao invs de pros-

    seguir no

    reparo

    do s fios, fica es -

    cutando o dilogo da s focolarinas,

    dilogo t o

    i ncomum,

    t o atraen-

    te , em atmosfera de fraterna ca-

    r i dade .

    . .

    Como

    paga do

    trabalho

    executa-

    do , ped iu

    o

    favor

    de lhe ser

    expli-

    cada mais a

    fund o

    aquela vida.

    Foi o pr imeiro focolar ino. Uni-

    ram-se a

    el e

    mais dois jovens.

    Const i turam comunidade. Procu-

    rando alojamento,

    o

    que no era

    nada fcil

    em

    tempo

    de

    guerra,

    alugaram... um

    galinhe iro. Ins-

    talaram

    nele luz

    eltrica.

    U m d e -

    les, entendido em , pintu ra, deco-

    rou-o com smbolos da nova vida

    qu e se

    propunham levar

    um

    Cristo na parede, de braos

    aber-

    tos

    para acolher os generosos vo -

    luntrios. Outra pin tura represen -

    tava

    Nossa Senhora, sorrindo,

    ao

    ver a

    chegada

    de

    jovens coraes

    ardentes...

    Estabeleceram-se

    na

    Nova

    N a-

    zar tornada morada de almas de

    escol,

    fe l izes como

    nu m

    palcio.

    E o mov imento focolarino se di-

    fund iu na Europa, na Amrica do

    Norte e na do Sul . No Brasi l j

    esto

    estabelecidos no Recife e na

    cidade

    de So

    Paulo.

    3 A MSTICA DO MOVI-

    MENTO.

    Os

    focolarinos procuram imitar

    a vida de Nossa Senhora que , na

    palavra do evangelista,

    "medita-

    va em seu corao tudo quanto

    Jesus dizia

    e

    fazia".

    Para isso, escolhem alguma

    sentena do Evangelho, alguma

    palavra pronunciada por Jesus

    qu e

    sempre palavra de vida

    e a sabore iam, a digerem no nti-

    m odaalma, a incorporam na vida

    e a

    i r radiam

    t o

    naturalmente

    co -

    m o

    a f lor perfumosa i r radia per-

    f u m e .

    . .

    Escolhem, por exemplo, a se-

    guinte passagem do Evangelho:

    "O rosto de Jesus tornou-se bri-

    lhante como

    o sol; as

    suasvestes,

    brancas como a

    neve".

    uma pas-

    19

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    13/47

    sagem de S . Mateus que descreve

    a t ransf igurao de Jesus no mon-

    te

    Tabor, diante

    do s

    apstolos

    Pe -

    dro, Tiago e Joo, admirados ante

    o deslumbramento do Mestre .

    Da ref lexo

    atenta

    e prolongada

    do s

    personagens

    e das

    circunstn-

    cias desse tpico

    do

    Evangelho,

    desse

    dilogo

    inter ior com Jesus,

    brotam lies inesperadas, m aravi-

    lhosas para

    a

    vida prtica

    de

    cada

    dia. Um a das incontveis

    dessas

    lies

    a seguinte: o cristo, co-

    m o o

    sol, deve resplandecer

    de

    amor nas suas obras e levar sem-

    pre om istrio do Cristo na cons-

    cincia

    branca

    comoneve.

    . .

    Tomemos outro pensamento do

    Evangelho para nosso alimento

    es -

    p i r i tual: "Aqui morro de fome".

    extrado

    da

    parbola

    do filho

    prdigo.

    Este,

    descontente da fa-

    mlia, resolve abandonar a

    casa

    paterna para entregar-se

    s vis

    paixes. Exper imenta querer bas-

    tar-se a si mesmo. Dispensar os

    pais. Dispensar a lei de Deus. Es -

    quece os

    amigos mais dedicados

    para

    entregar-se

    no s

    braos

    da

    amizade ftua dos falsos amigos,

    dos amigos do dinheiro... do s

    t raidores que o levam para os pra-

    zeres

    enganadores.

    . . Depois

    de

    provar

    a

    a m i z a d e

    falaz.

    . . depois

    de sorver, at s fezes, o clice da

    d e p r a v a o . . .

    onde pensa encon-

    trar-se feliz,

    realizado...

    sente-se

    abandonado .. .

    S O Z I N H O . .

    . sem

    amigos... sem dinheiro.

    . . sem

    sade...

    sem esperanas... apa-

    vorado...

    Comea

    a

    ref le t i r .

    .. Pensa

    pro-

    fundamente no que

    fez,

    no que no

    devia te r feito, no car inho amoro-

    so

    do pai, na abundncia de bens

    n a f a m l i a . . . na rao al imentar

    que lh e cabe

    agora

    cada dia como

    comensal de sunos... Olha para

    si . . . v-se reduzido a

    trapos...

    na

    roupa...

    no corpo... na al-

    ma...

    Po r f im, resume o que sua

    vida naquele momen to : "Aqui

    mor ro de

    fome"

    E decide voltar

    para o seio da fam l i a .

    Na parbola do filho prdigo

    representado

    o

    homem mode rno

    qu e

    conquistou tudo bens, ri-

    quezas,

    vida prolongada, espao,

    l iberdade mas no CONQUIS-

    TO U

    Deus. E, por isso, m orre de

    fome

    porque

    s o

    inf ini to pode

    sa -

    ciar-lhe

    oesprito e o

    corao.

    Um a

    terceira palavrinha do

    Evange lho: "Quem no comigo

    contra

    mim". Quem egosta,

    quem

    vive para

    si ,para

    seus

    inte-

    resses

    exc lus ivos . . .

    quem

    ambi-

    cioso... avarento...

    contra

    o

    Cristo.

    Quem no o

    imita

    no

    desapego

    do s bens, quem no lhe segue os

    20

    exemplos de pobreza, de humilda-

    de, de compaixo, de carregamen-

    to da

    cruz

    do s

    deveres

    de

    cada

    dia.. .

    Quem

    n o se' lhe assemelha no

    amor entranhado para o prximo,

    sobretudo

    para

    o prximo mais

    abandonado,

    mais repelente...

    quem,

    em resumo, no se d ispe

    a seguir as pegadas do Divino

    Mestre mediante a

    prtica

    das

    obras de misericrdia corporais e

    espirituais, noter parte na feli-

    cidade

    temporal que a paz

    interior,

    a

    alegria

    do cumpr imento

    das

    boas obras,

    a

    tranqilidade,

    a confiana em Deus e talvez

    ne m

    mesmo na fe l icidade suprema,

    a N ICA NECESS RIA, a f e li c i-

    dade do Re ino do s cus.

    4 _ Q VALOR DEUMA

    PREOCUPAO

    ESSEN-

    CIAL

    Valeu

    a pena a medesconheci-

    da da pr imeira

    focolarina,

    ainda

    hoje

    viva, incutir

    na

    filha

    a vi-

    vncia

    da car idade

    crist,

    preocu-

    par-se

    em

    insular

    na

    f i lha

    a

    vida

    de

    Jesus.

    Essa

    preocupao

    originou,

    na

    Igreja, novo movimento cr ist iani-

    zante, nova onda de vida divina.

    composto hoje de mais de qui-

    nhentos membros de ambos os

    se-

    xos,

    que consagram a vida a Deus

    e

    s

    almas mediante

    a prtica pe-

    rene

    da

    caridade

    material

    e

    espi-

    ritual. Todos eles, almas que tes-

    t emunham no mundo a p r e sena

    reconfortante e

    amiga

    de Jesus e

    de Mar ia Sant ssima.

    Eis o fruto espontneo do Evan-

    gelho

    despertar nos homens de

    bo a vontade odesejo de realizar o

    do m

    de si a Deus e aos outros por

    amor de Deus. Assim o Evange-

    lh o

    v ivido conduz

    o

    h o m e m

    ao

    pon-

    to ALTO da vida, ao meio cons-

    tante

    de superao de si , ao meio

    de

    ultrapassamento

    indefinido.

    E

    isso, na

    companhia amiga

    do

    melhor dos AM IGOS , na compa-

    nhia

    de Jesus.

    o que af i rmava o convertido

    Francisco Coppe, extasiado pe-

    rante

    o

    tesouro

    do

    Evangelho:

    "Em cada pgina do Evangelho,

    di z o filho

    prdigo francs, Cristo

    brilha como

    um a

    aurora, palpita

    como um

    corao".

    21

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    14/47

    C A P T U L O V

    Um a

    pitada

    de

    psicologia

    familiar

    ser duas vezes

    bo m

    s-lo dis-

    cretamente. Pois, de fato, aumen-

    ta-se o

    valor

    de

    uma, ddiva,

    no

    se fazendo sentir sua importncia

    (J . Guibert).

    l_A

    FORA

    CONQUISTA-

    DORADABONDADE.

    Comecemos por um fato. Autn-

    tico. Ainda

    qu e

    relatado

    sem in -

    dicao

    de

    n o m e s

    e de

    datas.

    Co -

    lhido na real idade cotidiana.

    Uma famlia compe-se de oito

    membros. Pai , m e e seis filhos.

    Cinco rapazes

    e uma moa, a pri-

    mognita .

    Esta,

    estudante de Di-

    reito , deseja fazer-se rel igiosa.

    Fala

    dessa inc l inao

    me que

    fica indecisa. Expe omesmo pro -

    b lema

    ao pai , oqua l ,como de cos-

    tume,

    se

    en fu rece

    e, com o

    quase

    monlogo

    habitual, termina com

    esta

    frase: voc

    poder pensar em

    f icar f reira no dia em quehouver

    paz nesta

    casa

    A f i lha, muito humilhada, to-

    m ou a srio a possibil idade de rea-

    22

    lizar

    seu sonho. Consul tou suas

    antigas mestras, tambm religio-

    sas.

    A f am l ia v iv ia desun ida . Mar i -

    do e esposa no se entendiam. Os

    filhos,

    inocentes da

    rixa

    quase

    contnua

    do s

    pais , sempre

    que po-

    d iam , fugiam decasa.

    Dessa

    forma, nesse clima de fle-

    chadas ou , pelo menos, de al f ine-

    tadas, os encon t ros f ami l ia res re-

    duziam-se

    ao s

    indispensveis .

    De-

    pois,

    cada qual procurava alhures,

    em geral fora de casa,

    aquilo

    qu e

    no encontrava no lar , pratica-

    mente desfeito .

    A futura

    religiosa

    comeou

    por

    viver em casa

    C OMO

    ir ia viver

    no convento. Tornou-se teimosa-

    mente caseira , calma, sorridente,

    respeitosa, del icada,

    servial .. .

    Sobre tudo com o pai , a quem co -

    meou

    a contar fatos banais , a

    pr in c p io

    pa ra

    distra-lo.. .

    depo is

    para

    consult-lo.

    . . depois ,

    para

    pedir- lhe

    d i re t ivas.

    . .

    conselhos .

    . .

    Depois ,

    voltou-se para a m e,

    m a i s fcil de conquistar pela ama-

    bilidade, pela doura, pelo carinho

    afetuoso,

    f i l i a l . . .

    Depois , fo i a vez dos manos .. .

    Pedia a todos alguma colaborao-

    zinha , alguma sugesto oportuna,

    alguma atividade prpria

    para

    harmon iza r

    a famlia... Como,

    por exe mp lo, a celebrao do ani-

    versrio do pai com real destaque...

    cu mpr imen to s ,bolos, agradecimen-

    tos pela sua. . .

    b o n d a d e . . . pro-

    messas.. .

    A o

    cabo de seis meses, a fam-

    lia registrava temperatura social

    e mora l comple tamen teoutra..

    .

    A

    bondade da

    moa

    conquistou

    todos os

    m e m b r os ,

    a o

    m e s m o te m -

    po

    qu e

    lhes desvelava

    a

    aurora

    de

    mais paz , de ma is

    harmonia...

    Co m um a pitadinha de psicolo-

    gia , a l iada fora irresistvel da

    caridade,

    a jovem

    fe z

    o milagre

    da harmonizao da fam l ia .

    2 APROVEITAMENTO DA

    LIO.

    Valemo-nosda l io

    anterior

    p a-

    ra assinalarmos alguns meios pr-

    ticos na uti l izao prof cua do pre-

    sente ensaio. So pitadinhas de

    j e i t in ho s cordiais, que a me, cons-

    3

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    15/47

    ciente de sua elevada misso, vai

    colhendo onde pode

    e vai

    aplican-

    do na hora mais propcia.

    Para isso,

    sugerimos:

    a) Ler

    o

    presente livro, todo,

    antes

    de

    comear

    sua

    aplicao,

    pa-

    ra ver o

    plano

    de

    conjunto pro-

    posto para

    a construo do

    lar.

    b) Examinar quaisositens apli-

    cveis famlia, ainda no postos

    em prtica.

    c) Comear com UM deles, ape-

    nas, julgado de fcil e imediata

    aplicao, embora n o seja o mais

    importante emanter sua prtica,

    pelo menosdurante

    uma

    semana

    e

    at mais, se necessrio.

    d) Convidar,discretamente,um

    por um os

    membros

    da

    famlia

    a

    a ju da rem

    a

    aplicao

    do

    ponto

    e s-

    colhido. Desta forma, todos se

    tornam

    "operrios"

    construtores

    do lar.

    Esta atitude, das mais simpti-

    cas e oportunas, desperta na fam-

    lia o

    senso

    de

    solidariedade

    e de

    responsabilidade, dois princpios

    fecundos no amadurecimento da

    personal idade humana

    e

    crist.

    e) Depoisque um item "entrou"

    na vida da famlia, ou , melhor, se

    incorporou

    ao

    patrimnio fami-

    liar, escolher outro e proceder da

    m e s m a f o r m a que da primeira es-

    colha,qui melhorando-a pela

    ex-

    perincia adquirida.

    U m a observao importante:

    durante a aplicao do segundo

    item e de todos os demais, velar

    na manuteno sempre mais per-

    feita

    do

    terreno

    j

    conquistado.

    f)

    Agradecer a Deus que nos

    concede trabalhar na execuo de

    se u

    plano deAmor.

    medida que a me vai adqui-

    rindoprticanaconstruo dolar,

    medida que se"especializa" em

    sua

    misso humano-divina, apon-

    taro, no horizonte de cada dia,

    novos

    segredos profissionais

    com

    os quais ela torna sempre mais

    encantadora a vida de famlia.

    24

    CAPTULO VI

    Construir o larsegundooplanodeDeus

    Sede

    imitadores

    de

    Deus, como

    filhos

    amados,

    e

    tomai

    o

    caminho

    da

    caridade (Efsios,

    5, 1),

    1 0 PLANO DE DEUS.

    No tarefa leve construir o

    lar. No como construir a casa

    material que o arquiteto projeta

    e o

    engenheiro ergue, embeleza,

    aproveitando

    o que

    existe

    de mo-

    derno nas tcnicas arquitetnicas,

    domsticas e

    urbansticas...

    Construir o lar, no plano de

    Deus, envolve trabalho rduo, re -

    quer preparao especializada e

    sempre atualizada, capacidade de

    esforo contnuo, otimismo cris-

    to, todas

    elas

    altas virtudes que

    ne m

    sempre se aprendem nas es-

    colas de arquitetura e de enge-

    nharia.

    Para construir o lar noideal d i-

    vino,

    podem

    ajudar imensoa scon-

    sideraes

    seguintes:

    a) Para a educao e a vida

    do homem, nada se faz de dura-

    douro e de bom sem Deus, pois

    Deus

    o

    fundamento

    de

    todo

    o

    bem, a fora reguladora de todo

    trabalho, a plenitude do corao

    h u m a n o . . .

    25

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    16/47

    Na palavra

    potica

    de

    ann imo

    escritor,

    Deus...

    povoa as soliesmais afastadas,

    consolaas dores mais

    pungentes,

    cobre

    os

    mais profundos vazios,

    aquece

    os coraes mais frios,

    enfeita as casas mais pobres.

    Deus...

    compreende

    todas

    as

    aspiraes,

    protege todas

    as

    liberdades,

    respeita todos os

    sentimentos,

    restaura todas as runas,

    secunda todos os esforos.

    Deus.

    acalma as

    paixes,

    fortifica a

    vontade,

    sustem

    a

    coragem,

    dilata os coraes.

    Deus...

    d surto

    s

    asas,

    leva as almas aos

    pncaros,

    donde

    contemplam o

    cu,

    esperando

    que a lhes sejaper-

    mitido habitar.

    . .

    Pela

    f,

    pela

    orao,

    pelo

    cum-

    primento do dever, a me vai se

    assemelhando a Deus, lenta mas

    seguramente, tornando-se b lsamo

    das dores do lar, alvio das tris-

    tezas, anjo libertador

    das

    angs-

    tias, amparo

    das

    desolaes...exe-

    cutora fiel do plano divino nolar.

    26

    b) A esposa e o marido, ao se

    un i rem em matr imn io , f izeram

    escolha privilegiada, assumindo

    solene comp romissode setornarem

    COOPERADORES

    de

    Deus para

    o

    surgimento

    de

    novas vidas. Pois,

    para o nascimento de todo

    novo

    homem, intervm sempre

    trs

    ope-

    radores

    : o

    mar ido

    e a

    mulher

    pa-

    ra

    dar

    aos

    filhos

    a vida

    fsica,

    e

    Deus para criar-lhesa alma imor-

    tal, feita

    imagem

    e

    semelhana

    divinas.

    c)

    Como

    o

    brao executa ordens

    emanadas

    do crebro, como a

    ln-

    gua

    exprime palavras nascidas

    na

    inteligncia, como o corao se

    abre para acolher

    os

    amigos...

    a

    me,

    na

    fam l ia , cumpre

    determi-

    naes provindas

    do

    prprio

    Deus.

    Por isso, no exagero af irmar

    qu e a me no somente a espo-

    sa do marido, seu conforto, sua

    consolao. Ela tambm delega-

    da por Deus, sua embaixatriz, pa-

    ra , em seu lugar, em seu nome,

    em

    seu poder, prover s necessi-

    dades

    de

    toda espcie

    do s

    filhos,

    auxil iada em tudo o que

    isso

    im -

    plica

    de

    sacrifcio

    e de

    amor, pela

    mesma dedicao da parte do ma-

    rido.

    d)

    Construir

    o lar segundo o

    plano de Deus comea pelacon-

    vico

    fel iz

    a convico de que ,

    atravs

    do amor, da pacincia , da

    mansido,

    da

    bondade,

    da longa-

    nimidade, da

    compreenso,

    da

    energia , do esforo perseverante

    de cada dia,

    a me

    est protegen-

    do

    os laos sagrados

    e

    indestrut-

    veis do matrimnio cristo,

    est

    insulando

    no

    mar ido

    e nos

    filhos,

    nos empregados e em todas as

    pessoasque tm

    contato

    com a fa-

    mlia , os germes de delicadeza e

    de atenes, de respeito e de or-

    dem,

    de

    dedicao

    e de

    servio,

    de

    amor de

    Deus

    e do

    prximo.. .

    nu -

    m a palavra, todos os germes de

    grandeza e de fel ic idade humanas,

    ao mesmo tempo

    que

    consolida

    as

    bases

    da

    sociedade

    e os

    fundamen-

    tos

    do

    progresso

    em

    todos

    os as-

    pectos da vida.

    E depois ,

    como a Virgem Maria acreditou

    na

    mensagem

    do

    Arcanjo Gabriel

    e se tornou me do

    Redentor,

    a

    m e

    crist

    cr em sua misso

    pro-

    videncial de

    construtora

    dolar.

    E

    depois,

    com

    inaltervel

    pacincia

    e

    perse-

    verana, reza para manter-seuni-

    da a Deus de quem cooperadora

    para a fe l ic idade dos f i lhos.

    E

    depois,

    medita a vida de Jesus, aprende

    e vive o Evangelho

    para

    fazer

    dele

    a

    "Boa

    Nova" de cada

    dia,

    de cada hora, para si, para o es-

    poso, para os

    fi lhos,

    para todos.

    E depois,

    luta para no

    sucumbir

    ao

    "ter-

    rvel cotidiano",

    ao

    recomear

    ca-

    da dia os mesmos trabalhos, pois

    por mais rotineiros que paream,

    so perm itidos por Deus, podendo,

    portanto,

    valer

    tanto quanto

    os

    mo men to s

    de

    descanso

    e de

    tran-

    qi l idade .

    Luta, sobretudo, para

    no

    ceder

    tentao perigosa de no mais

    crer na santidade divina de sua

    misso, depois de ter nela crido

    com

    entusiasmo na aurora rsea

    do

    mat r imn io .

    E depois ,

    trabalha e no descansa enquanto

    n o faz,de

    cada membro

    da fa-

    ml ia , o templo de Deus, a morada

    de

    Deus,

    o

    tabernculo

    do

    Deus

    vivo.

    E depois ,

    a me pode

    entoar

    o hino de vit-

    ria do profeta

    Simeo

    e

    aguardar

    em paz a hora de receber o convite

    de entrar def in i t ivamen te

    na

    ter-

    ra prom etida do cu, reservada aos

    "servos

    fiis", aos

    "trabalhadores

    da

    vinha divina"

    que so

    todas

    s

    almas^

    aos

    construtores

    do lar se-

    gundo

    o

    plano

    de

    Deus.

    27

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    17/47

    CAPTULO VII

    A

    m e

    de faml ia e o esposo

    Maridos, amai vossas mulheres

    e

    no as

    trateis

    com mau humor.

    Mulheres,

    sede

    submissas aos ma-

    ridos, como convm

    no

    Senhor

    (Colos.

    3,

    19).

    O lar,

    na

    inteno

    de

    Deus, sur-

    ge

    como osis

    de

    harmon ia

    e de

    convivncia festiva.;

    o que se depreende da hist-

    ria do primeiro casal humano.A o

    criar Deus o p r imei ro homem, co-

    locou-o no

    "paraso

    terrestre". O

    paraso,

    eis o

    osis.

    E ao

    receber

    Ev a comoesposa, A d o exc lamou:

    "Eis

    a

    carne

    de

    minha carne,

    o

    osso

    de

    m e u s

    ossos".

    Exploso

    festiva da alma de Ado por poder

    conviver

    na

    companhia jubilosa

    daquela

    que ia ser a

    companheira

    e como que o complemento de sua

    existncia.

    verdade

    que o

    pecado pode

    in -

    troduzir

    a

    nota dissonante

    que de-

    sarmoniza

    e o

    egosmo voraz

    qu e

    enluta.

    M as

    no

    menos verdade

    qu e

    o

    Cristo venceutanto o pecado co-

    m o

    o egosmo. E is

    por

    que a fa-

    mlia autenticamente

    crist

    pode

    aspirar

    a

    encontrar aquela

    paz que

    o Salvador veiotrazer

    a

    todos

    os

    homens de boa vontade.

    Duas ati tudes

    da me

    contri-

    buem

    poderosamente para fazer

    do

    lar a

    harmonia ednica

    e a

    sim-

    biose festiva.

    28

    1 A HARMONIA

    DO

    LAR.

    A

    me luc ra imensamen te pa ra

    si , para os f ilhos e para o m undo

    inteiro,

    se se

    esfora conscienciosa-

    men te na cooperaocom om a r i d o

    para

    qu e el e c u m p r a as responsa-

    bil idades que Deus lhe assinala co-

    m o cabea

    do

    lar.

    Uma esposa desenvolve bem es-

    se pensamento aoescrever: "a paz

    e o contentamento que gozo como

    jo vem me provm do c u m p r i m e n -

    to do

    pape l

    que me

    cabe. Deus

    criou a mulher como companhe i ra

    do h o m e m .

    Para

    pr em pr tica

    isso, cada dia retomo nimo para

    ver, em me u esposo, a imagem viva

    do Pai Celeste no seio do lar. Vi-

    vend o assim,

    eu

    c u m p r o

    a

    vontade

    de Deus , mos t ro a m xima es t ima

    ao

    mar ido ,

    do u

    constantemente

    o

    bom exemplo aos

    filhos,

    o que ne-

    cessariamente pro duz a harm onia

    do

    nosso querido

    e

    idolatrado lar ."

    A

    me que assim fala e assim

    procede

    te m

    carradas

    de

    razo.

    Melhor ainda, d mostras de ver-

    dadeira sabedoria divina.

    Respeito , venerao, compreen-

    so, prestao de servios, supor-

    tao recproca, numa palavra, ca -

    ridade crist ativa, mtua , nasci-

    da no corao da m e , a raiz mis-

    teriosa

    e f ecunda da v ida f ami l ia r ,

    a

    derramar-se

    no

    corao

    de to-

    dos, eis o segredo da harmonia do

    lar.

    2

    CONVIVNCIA FESTI-

    VA DO LAR.

    O mat r imn io

    no ,

    automati-

    camente, uma vida

    a.dois

    com to-

    das as

    garantias

    de

    equil brio ,

    de

    compreenso, de amor recprocos,

    sempre na med ida justa e oportu-

    na. Longe disso. El e impl ica es-

    foro contnuo, renovado cada dia,

    da parte de ambos os cnjuges,

    paraa harmon ia dos prprios cn-

    juges

    e

    para edif icao

    do s

    filhos.

    O

    marido mais inc l inado, por

    natureza,

    a

    preocupaes

    do

    traba-

    lho profissional,

    a

    interesses mes-

    m o estranhos

    s

    responsabil idades

    estritas da fam l ia , estudos, via-

    gens, vida poltica, social,

    "hob-

    bies"...

    A esposa, por sua vez, tende a

    colocar, talvez, o a m o r do s

    filhos

    m u i t o ac ima

    do

    a m o r

    ao

    mar ido ,

    o que

    leva

    o

    esposo

    a

    julgar-se

    preterido, inti l , desnecessrio ao

    convvio

    fam il iar . Da as sadas

    freqentes, as ausncias prolonga-

    das . . . qui o comeo do e sboroa-

    mento do lar .

    A esposa e me que d todo seu

    amor ao mar ido e toda sua vida

    aos

    filhos, em equ i l br io haur ido

    da

    experincia pessoal

    e da

    un i o

    co m Deus na ref lexo e na orao,

    e a j u d a

    o

    m a r i d o

    a

    imit- la , seja

    pela palavra amiga seja pelo

    exemplo

    silencioso mas constante,

    inal tervel e eficaz, pode

    estar

    certa de queest f azendo rendosos

    investimentos no esposo e nos

    m e m b r o s da fam l ia , tanto para a

    vida presente como para

    a

    v ida

    fu tu ra .

    Desse dom de si de esposa

    ao marido e de me aos f i lhos

    surge o prenuncio promissor da

    convivncia festiva do lar.

    29

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    18/47

    C A P T U L O VIII

    A famlia, primeira escola

    O corao da me a sala de

    aula do

    filho

    (Henry W. Bucker).

    l

    UM INQURITO.

    A

    revista "Orizzonti", que se

    publica em

    R o m a ,

    em seu

    n m e r o

    de 12 de

    j u n h o

    de

    1960, fe z

    um

    inqur i to

    em

    torno

    do

    t ema

    se -

    gu in te :

    "a

    quem

    cabe a culpa se

    os

    jovens desandam?" .

    Responderam

    candente ques-

    t o centenas de pais de faml ia,

    de

    educadores, de psiclogos, de

    sacerdotes,

    de

    jur istas,

    de

    md i -

    cos. .

    As

    respostas citam

    as

    pr incipais

    instituies

    educat ivas

    do

    m u n d o ,

    procurando, ao depois, h ierarqui-

    z-las segundo a influncia exer-

    cida

    sobre

    a

    juventude .

    2 A SOCIEDADE.

    N a

    escala infer ior

    do s

    instru-

    mentos

    de

    educao

    aparece "a

    Sociedade

    que, atravs

    da Convi-

    vncia

    social,

    da

    Poltica,

    do

    Cine-

    ma, do Rdio , da

    Televiso,

    do

    Teatro,

    do

    Esporte,

    do

    Tur i smo,

    da

    R u a . . .

    poder ia

    exercer

    expres-

    siva influncia

    educat iva" . Mas,

    segundo a

    revista citada,

    a

    Convi-

    vncia

    social,

    no seu

    var iadssimo

    conjunto,

    antes

    me io de

    defesa

    e

    de

    propaganda

    do s

    interesses

    pessoais e

    grupais

    que preocupa-

    o do bem

    estar co mu m,

    genera-

    lizado.

    O

    Tur ismo,

    qu e

    poder ia

    ser es-

    cola de descoberta do

    b em

    existen-

    te no

    o u t r o . .

    .

    ocasio

    de

    hinos

    de

    louvor ao

    Cr iador d iante

    das ma-

    ravilhas

    naturais.

    ..

    inst rumento

    de

    educao

    do s

    indivduos

    e dos

    povos... antes diletantismo egos-

    ta.. . momentneo.. .

    O Cinema, a Rdio, a Televiso,

    oTeatro,

    a Imprensa, a Rua.. . in -

    sinuam teses nascidas

    no

    esprito

    e no corao dos adultos que a ju-

    ventude

    no compreende ou, se as

    compreende, no so al imentos as-

    simi lveis

    por

    almas ainda ten-

    ras

    .

    ..

    "A

    Poltica,

    ao

    invs

    de ser de-

    dicao

    ao

    be m pbl ico o bem

    de

    todos

    e de

    cada

    um se

    trans-

    fo rma

    em

    t rampolim

    de

    domina-

    o, de

    ganncia,

    de

    especulao

    egosta,

    de

    aproveitam ento escan-

    dalosamente individualista

    ou de

    f a c o . . . "

    "A sociedade , cont inua "Oriz-

    zonti", no preenche as condies

    intrnsecas

    de

    educar .

    Ela

    quase

    vazia de

    valores educativos vitais

    m o r m e n t e

    os

    valores humanos

    de

    solidar iedade universal

    e os va-

    lores

    divinos

    do

    Re ino

    de

    Deus ,

    do

    A m o r

    de

    Deus.

    e do

    a m o r

    do

    prximo."

    Talvez

    haja exagero pessimista

    no

    aspecto quase

    inteiramente

    ne -

    gativo

    da s

    instituies sociais.

    Nem

    t udo ,

    no

    entanto, ne las,

    le -

    va

    o

    crepe...

    a

    espada...

    a viso

    derrotista...

    a

    d e so n e s t i d a d e . . .

    No

    me io

    de

    mui to joio,

    lourejam

    tambm

    esperanosos

    trigais. . .

    3 A

    ESCOLA,

    A

    IGREJA

    E

    A

    FAMLIA.

    Depois ,

    surgem a Escola e a

    Igreja

    qu e

    conservam ainda hoje

    a eficcia de sempre na educao

    da

    juventude .

    Mas a

    Escola

    conserva o

    jovem

    apenas algumas horas

    do

    d ia,

    du -

    rante as

    quai s

    el eentra em

    conta-

    to com professores e raramente

    com

    ed uca dor es. . . Por isso, e la

    inf lui

    pouquss imo na verdadeira

    f o r m a o . . .

    A Escola parece ins-

    t ru i r mui to

    e

    educar

    p o u c o . ..

    A

    Igreja cont inua sendo

    a

    E d u -

    cadora

    do s

    povos

    e das

    naes,

    mandatada p or Aquelequ e

    recebeu

    as naes por herana. S ua ao

    educativa

    se

    exerce d i re tamente

    na s funes do Sacro Ministr io,

    na administ rao dos Sacramen-

    tos, na s cerimnias religiosas, na

    pregao

    da

    palavra

    d i v i n a . . . O

    se u

    contato d i re to e imed ia toco m

    os

    jovens

    reduzido e

    passageiro.

    Reduzido ,

    pois que minguada a

    percentagem da

    j u v e n t u d e

    qu e

    fre-

    qenta a

    Igreja.

    Passageiro, j

    que

    esse contato no excede de es-

    cassa horinha semanal

    ou de

    even-

    tuais manifestaes pblicas

    de f.

    31

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    19/47

    Existe ainda a influncia indi-

    reta

    da Igreja, veiculada atravs

    da mentalidade crist j inerradi-

    cvel nomundo. Nos quatro qua-

    drantes

    do

    universo, numas

    re -

    gies mais noutras menos,

    o

    fer-

    mento doEvangelho, a luz deCris-

    to, o sal da sabedoria divina con-

    t inuam irradiando su a fora cris-

    tianizante.

    No

    entanto, ainda assim, sua in-

    fluncia educativa parece fraca.

    S

    assim

    se

    explica

    o

    cristianismo

    de

    superfcie

    de inmeros catli-

    cos

    emesmodecatlicos engajados

    no apostolado direto da Igreja.

    A Escola e a Igreja, ainda qu e

    portadoras dos

    valores educativos,

    carecem de meios extrnsecos, os

    insubstituveis contatos perenes

    entre

    educadores e educandos, in-

    dispensveis educao em pro-

    fundidade. O s contatos apenas in -

    termitentes, em educao,

    rara-

    mente

    conseguem formar persona-

    l idades crists cnscias de suas

    responsabilidades.

    Justamente

    a

    pode intervir

    a

    fam l ia

    crist qu e preenche simul-

    taneamente as funes de Socie-

    dade,

    de

    primeira Escola

    e

    de

    es -

    cola

    complementar da s instituies

    escolares e eclesiais, mediante as-

    .sistncia permanente dada aos fi-

    lhos.

    O

    jovem tem fome e sede de

    aprender. N a condio de famin -

    to e desedento, comeebebe aquilo

    que

    se lhe oferece de mais perto.

    32

    A

    famlia,

    atravs

    da palavra e

    do exemplo cotidianos, colhidos

    no

    patrimnio inexaurvel

    da

    Igreja

    e nas conquistas aproveitveis da

    convivncia

    social, determina, no s

    jovens, a ecloso do s valores qu e

    dignificam

    avida humanaecrist.

    E na

    Famlia

    sobretudo

    a me

    qu e supre, emcerto sentido, a au-

    sncia do educador e prolonga a

    presena materna da Igreja junto

    dos filhos.

    4 _

    INSUBSTITUIBILIDA-

    DE DA FAMLIA.

    N e n h u m a dasinstituies educa-

    tivas citadas pode tomar o lugar

    da famlia crist.

    Pois

    a famlia

    a nica escola que, ao lado da

    vida

    crist

    e da

    vida social, instila

    preciosos valores

    na

    alma

    das ge-

    raes novas. Valores que os fi-

    lhos incorporam no convvio da

    famlia como

    o

    alimento

    que

    inge-

    rem . . .

    Um a

    comparao esclarecedora:

    privado da alimentao

    regular,

    dosada com as vitaminas necess-

    rias idade, o men in o definha, se

    raquitiza e pode chegar a sofrer

    deficincias orgnicas ao longo da

    vida

    inteira.

    . .

    Falto

    dos

    valores

    dafamlia, ojovem podelevar pa-

    ra a

    existncia

    a

    sensao

    dum

    vcuo

    angustiante.

    . .

    Um a

    m e d e seis filhos resume

    esses valores nas seguintes pala-

    vras: "no crculo da famlia,

    aprendemos asabedoria, apacin-

    cia,

    a compreenso, a alegria, a

    espon tane idade ,

    a

    confiana,

    o

    servio, a ecloso normal da per-

    sonal idade, a sociabilidade, o res-

    peito

    que no se aprendem em n e -

    nhuma outra escola .

    Outra me escreve t a m b m :

    no h escola quesubstitua a es-

    pon tane idade do ambiente fam i -

    l ia r , feito de virtudes, de tradi-

    es, de

    alegrias,

    de tristezas, de

    ponderveis s conhecidos e s

    apreciados no

    mbi to

    da

    famlia

    e ,

    portanto, s transmissveis tam-

    bm pela faml ia

    como legado pr-

    prio de honra e de ufania."

    Num congresso de

    educao

    crist, uma das oradoras, m e d e

    famlia, pde afirmar:

    "no meu

    en tender ,

    a me crist pode plei-

    tear para si o privilgio de ser

    a

    primeira educadora

    dos

    filhos,

    a

    p r i m e i r a professora, a primeira

    or ien tadora educacional,

    porque

    a

    primeira a poder mostrar ver-

    dade i ro

    afeto ao s

    filhos,

    a primei-

    ra a

    acolh-los

    de

    corao aberto,

    a primeira a dar-lhes confiana,a

    pr imei ra a inici-los ao contato

    social indispensvel na superao

    hu man a ,

    a

    primeira

    a

    iniciar

    os

    filhos ao contato co m Deus , espe-

    rana ini lud ve l docorao, a pri-

    m e i r a a estabelecer contato co m

    os homens,

    com a

    natureza intei-

    ra, onde cada ser a expresso

    m u d a dum pensamento e dum de-

    sejo d i v i n o s . . . "

    "N a famlia, acrescenta Fulton

    Sheen, pode-se

    respirar

    a comu-

    nho autntica

    dos

    coraes

    e das

    almas, o clima real da compreen-

    so e do amor, um qu de entu-

    siasmante, deanimador, de indul-

    gente,

    qu e venceoartificial, o ro-

    t ineiro , o

    esmagador..."

    N a perspectiva delineada pelos

    poucos testemunhos citados,

    a

    fam l ia a continuao da voz do

    Evangelho, do Deus

    fe i to

    ho mem,

    de Jesus entre ns,

    cuja

    presena

    amiga, fraterna, afasta a imagem

    du m

    Deus que assusta, qu e pesa,

    qu e

    esmaga.

    . . Eis po r que a fa-

    mlia crist, que vive em comu-

    nho de pensamento e de amor

    com

    a

    Igreja,

    canteiro privile-giado de plantinhas esperanosas

    onde comeam

    a

    desabrochar

    as

    persona l idades

    crists mais mar-

    cantes

    e os

    homens mais completos

    do convvio social fraterno.

    A m e

    crist pode

    prestar va -

    liosssima contribuio e servio

    duradouro ao m u n d o inteiro, so-

    ciedade e Igreja se ,convencida

    da

    fora

    educativa da

    fam l i a ,

    se

    esmera p or tornar-se aeducadora

    do

    lar.

    Dia

    a

    dia, semelhante

    laborio-

    sidade persistente da abelha, den-

    tro da sala de aula de sua casa,

    ela vai insulando no corao do s

    filhos

    o me l

    saboroso

    da

    mais

    au -

    tntica educao crist.

    33

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    20/47

    C A P T U L O

    IX

    Quando comea a educao dos filhos

    A educao

    dos

    filhos comea

    no dia em que os pais comeam a

    namorar

    (U m

    psiclogo).

    l _ Q ANVERSO

    E O RE-

    VERSO DA MEDALHA.

    Faleceu no dia 21 de abril de

    1964, no Recife , vtima deaciden-

    te

    automobilstico,

    o

    jovemmaris-

    ta

    I rmo Barroso.

    Desde pequeno, aprendera, na

    fam l ia , o amor fraterno. Sua re-

    soluo, consignada na caderneta

    de

    notas ntimas, ainda quando

    aluno

    da segunda srie

    ginasial,

    reza assim:

    "esforar-me-e i

    p or

    ver o Cristo, em pessoa, em todos

    os hom ens e colegas. Ao saud-

    -los, saudarei o Cristo presente

    neles. Ao receber a saudao de-

    les, fare i de conta que o Cristo

    m e s m o

    qu e

    m e

    sada . .

    ."

    Morreu em

    p lena lucidez , can-

    tando salmos de alegria.

    A

    car idade

    crist, que o

    jovem

    marista aprende u nos joe lhos da

    me , oamadureceunoCristo, o sa-

    tisfez de tal modo que, ao des-

    pedir-se da vida apenas no seu de-

    sabrochar,' sente que vai

    entrar

    na

    p len i tude da ve rdade i r a VIDA do

    cu

    e por isso canta, no parecen-

    do

    p rovar o horror natural da

    morte iminente .

    E agora, o reverso da medalha.

    Ho mem

    culto,

    co m

    d ip loma uni -

    versitrio, 40 anos. Situao eco-

    nmica excelente. Perm anece sol-

    teiro.

    Triste.

    Ctico. N o acre-

    di ta em nada. No espera nada

    da vida. Pergu ntado por pessoas

    amigas na m e d i d a em que a

    amizade possve l medrar no co-

    rao

    de

    algum

    qu e

    du v ida

    de

    tudo

    por que no pensa em ca-

    sar , responde impeni tentemente:

    "no quero criar outros

    infelizes

    como

    eu "...

    A causa

    da sua infe l icidade, em

    par te , vamos encontr- la

    na

    fam -

    l ia. Perdeu

    a me aos

    trs

    anos.

    O

    pa i

    desinteressou-se

    do

    pequeno ,

    qu e

    cresceu abandonado,

    sem a

    educao da

    fam l i a . N e m

    a es-

    cola,

    ne m

    a inda

    a

    un ive r s idade ,

    mui to menos a sociedade, preen-

    cheram o vazio da in fn c ia . . .

    Os dois exemplos evidenciam,

    saciedade, que a v ida sempre ou

    quase sem pre, a resposta d o que

    foi a

    infncia,

    do que

    foram

    os

    p r i m e i r o s anos. Por isso, no se

    pode

    pe rde r

    nenh um

    d i a , nenh uminstante na sadia educao dos fi -

    lhos.

    2 RESPO STA A TALHO

    DE FOICE

    Um a

    jovem

    m e

    recebeu

    choque

    eltrico

    ao consultar especial ista

    de cr ianas. Ingenuam ente per-

    guntou

    ao m dico : em que

    idade

    devo

    comear

    a

    educao do f i lho?

    Com quantos anos est se u

    fi lho, senhora?

    Com cinco,

    d r.

    J comcinco? Asenhora n o

    tem mais tempo que perder , pois

    j

    est

    com cinco anos de

    atraso...

    3 IMPORTNCIA DOS

    PRIMEIROS ANOS.

    Dur ante os .15 a 20

    p r ime i ros

    anos, os f i lhos tm os olhosaten-

    tos, perscrutado res, penetrantes

    sobre os pais para buscar neles

    direo de

    vida, orientao segu-

    ra, meios de integrarem-se na so-

    ciedade, fora de vontade, cora-

    gem, segurana. O que os pais

    fazem ou deixam de fazer

    pode no somente afe tar os pr-

    prios filhos

    para a v ida presente

    e

    para

    a

    vida futura,

    m as

    tambm

    incontveis

    pessoas qu e, por sua

    vez, recebero

    ou

    deixaro

    de re-

    ceber a inf luncia do s

    f i lhos .

    . .

    Na cidade de Rio Grande, no

    R io Grand e

    do

    S u l ,

    a 3 de

    outubro

    de 1964,f oi

    in au gu rado

    o

    "Parque

    infant i l

    I rmo

    Iscio".

    A cidade

    inte i ra

    quis

    perpetuar ,

    com um

    busto de bronze ,e m praa pblica,

    algum

    qu e inf luenciou, durante a

    vida ,

    mai s

    de

    trs

    m il

    a lunos

    do

    Curso

    i nfant i l .

    Os trs

    m i l ,

    por

    su a

    vez ,

    influenciaram a

    c idade

    de

    mais

    de c em mi l habi t an tes ..

    34

    35

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    21/47

    S no cu veremos a fora da

    boa

    semente lanada,

    em

    tenra

    idade, no corao da criana.

    4 _

    POR

    QUE COMEAR

    CEDO.

    A

    Sagrada

    Escritura, qu e

    nunca

    falha

    em suas af i rmaes, tem, a

    respeito da educao, uma palavra

    rica de ensinamentos alis

    toda

    ela foi escrita para E N S I N A R O

    H O M E M

    de todos os tempos e de

    todas

    as

    condies sociais

    e de

    consolao para

    os

    pais.

    Di z

    ela,

    no l ivro,

    d os

    Provrbios:

    "o

    ho -

    m em seguir, na. idade m adura , o

    m e s m o caminho qu e

    tiver

    comea-

    do a

    seguir

    no s

    pr imeiros

    anos".

    A

    me quer ver o f i lho sadio

    de corpo? Incuta-lhe hbitos

    de

    higiene prprios da idade. Quer

    v-lo sadio de

    a l m a ?

    Incuta-lhe

    o

    respeito

    de

    Deus,

    o

    respeito

    do s

    semelhantes. Respeite-o como sa -

    crrio da divindade.

    Quer v-lo vitorioso sobre os v-

    cios da

    adolescncia,

    da

    juventude ,

    da

    idade adulta?

    Mostre-lhe

    a

    beleza e a possibilidade da virtude,

    do

    esforo,

    do sacrifcio. . .

    O filho levar

    para

    a vida aqui-

    lo que a me lhe instila

    pelo

    exem-

    plo, aquilo que lhe ensina pela pa-

    lavra,

    sobretudo NUNCA perde-

    r de

    vista aquilo

    que a me

    ins-

    tila

    e ensina por si, por aqui lo

    que ela , em seu ntimo.

    5

    0 EXEMPLO

    DA

    NATU-

    REZA.

    A

    natureza se renova anualmen-

    te com a

    chegada

    da

    pr imavera.

    Os campos se cobrem de p lanta-

    es esperanosas, ashortas se ali-

    nham de hor tal ias vi taminizantes ,

    os pomares p e r fumam a atmosferacom suas flores

    promissoras .

    . .

    A

    hum anidade t ambm se r eno-

    va com a

    chegada

    das crianas, dos

    jovens .

    . . que

    va lem mai s

    qu e as

    plantaes,

    que as

    hortalias,

    qu e

    os pomares . . . po i s que se de s t i -

    nam a irradiar, no

    m u n d o ,

    a es-

    perana da sobrevivncia humana,

    distribuir

    a

    amizade

    da

    convivn-

    ci a

    fratern a, recender,

    na

    vida

    profissional,

    o per fume

    inebrian-

    te da

    vida

    crist,

    feita

    de

    alegria,de compreenso, de

    servio...

    O jard inei ro que comea tarde

    a

    semente i ra

    de

    flores

    se

    expe

    a

    n o

    poder colh-las

    para

    as

    festas

    da fam l i a .

    . .

    O frut icultor

    qu e

    aguarda

    os

    meses de canculapara a poda ou

    a monda do pomar vai encontr- lo

    infestado de rebentos-ladres, ver-

    dadeiros tiranos sugadores da sei-

    va dest inada

    ao s

    f ru tos . .

    .

    O

    hor te lo dorminhoco e negli-

    gente colher apenas verduras ra-

    quitizadas, chamuscadas, fibro-

    sas.. . sem

    gosto.

    . .

    A natureza assim. Ou se apro-

    veita dela na ocasio em que pode

    produzi r

    ou ela se vinga inexora-

    velmente .

    36

    6

    A

    FAMLIA,

    VIVEIRO

    DE CRISTOS E DE

    SANTOS.

    No homem,

    d-se algo deanlo-

    go. A me que seme ia, nos filhos,

    a boa

    semente

    daf r a t e rn idade hu -

    mana, do amor de Deus e do pr-

    ximo,

    a semente do s

    bons hbitos

    de vida fsica

    e

    moral, intelectual

    e social, desdeodespontar da exis-

    tncia

    . . .

    v-los- enveredar pelo

    caminho

    da vida honestos e segu-

    ros,

    entusiastas e

    esperanosos...

    ufania

    sempre crescente para a

    fam l ia .

    A m e

    negligente

    com os filhos

    v-los- entrar

    na

    vida

    se m

    d i r e -

    o, sem apoio, desengonados,

    sem confiana em si, sem f nos

    homense, talvez, o que maistris-

    te, sem f em

    Deus ,

    s em esperana

    de realizar algo

    de bom e de im-

    portante, s em a vitamina poliva-

    lente da caridade, doot imismo, da

    amizade .

    .. V-los- passar pela

    vida como fria sombra e sem in-

    fluncia... Ou, o qu e imensa-

    mente pior, exercendo influncia

    nefasta...

    A m e diligente faz do filho um

    sol de luz

    benfazeja,

    um a

    inteli-

    gncia a servio do corao, um

    corao a servio do outro, um

    homem

    a servio do homem, ben-

    feitor dohomem,um cristo a ser-

    vio

    do Cristo, um outro Cristo

    qu epassa pela vida fazendo o bem.

    Cabe m e pensar nisso tudo

    a respeito do s filhos,

    para

    fazer

    deles personalidades humanas

    e

    crists,

    no

    sentido mais amplo

    da

    palavra, t ransformando

    a

    famlia

    em viveiro de homens, decristos

    e de

    santos.

    E isso desde o pri-

    meiro

    namoro.

    37

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    22/47

    CAPTULO

    X

    Como

    comear a educao dos filhos

    As crianas precisam do ali-

    mento afetivo tanto quanto do ali-

    mento material (Um grupo de

    mdicos).

    0 ttulo acima talvez faa nas-

    cer no

    esprito

    de

    numerosas mes

    a

    esperana

    de

    encontrarem,

    no

    presente captulo, a chave para a

    orientao metdica, racional

    e

    crist

    do s filhos desde o comeo

    da vida. Queira Deus

    qu e

    n o fi -

    quem frustrad as nessa esperana

    ansiosa e justa.

    1

    TRS PRINCPIOS FUN-

    DAMENTAIS

    N O D E -

    SENVOLVIMENTO

    DO

    SER HUMANO.

    A vida dohomem evoluo pe -

    rene.

    A

    natureza inteira, alis,

    no conhece a estabilidade. O pr-

    prio

    do temporrio, do passageiro,

    a

    mudana cont nua,

    a

    trans-

    formao constante, a instabili-

    dade.

    No

    caso especial

    do

    homem, e le

    passa

    de germe a ser

    vivo.

    De ser

    vivo

    a

    beb...

    acriana... a ado-

    lescente. . .

    a

    a d u l t o . . .

    a

    habitan-

    te docu .

    ..

    Em

    todasas fases de sua evolu-

    o

    vital

    o homem inf luenc iado

    por

    trs princpios basilares,

    trs

    desejos naturais, veementes:

    38

    odesejo deintegrar se na vi-

    da,

    o

    desejo

    de

    estabelecer rela-

    es interpessoais,

    o desejo de

    segurana.

    S o

    trs

    foras simultneas,

    convergentes, qu e v isam a

    condu-

    zir a pessoa plena posse de si

    e na

    plena

    capacidade.

    S e

    satisfeitas

    normalment e ,

    as

    trs

    tendncias,

    a

    pessoa

    vai en-

    t rando confiante

    e

    serena

    na ma-

    tur idade na qual pode p roduz i ro

    m ximo de rendimento.

    Se no sat isfe i tas, se mant idas

    represadas,

    surgem os homens

    imaturos, para os quais s existe

    um a

    cura

    a de

    r e faze r em,

    p or

    si ou com o auxlio de outros, a

    pr imeira educao destorcida.

    2

    0 PRINCPIO DE INTE-

    GRAO NA VIDA.

    um a inclinao atuante, dira-

    m os hoje"agressiva", pe la quaLo

    homem

    deseja manifestar e a jus-

    tar

    real idade ,

    em

    cada perodo

    de seu

    ciclo evolutivo vital,

    um a

    a uma suas tendncias, suas apti-

    des, seus talentos, para, com eles ,

    quais

    vias

    de

    acesso, ingress ar

    co m

    segurana

    na

    v ida

    e

    conqui s t ar

    se u

    lugar

    na

    convivncia humana.

    Nesse desenrolar do painel hu-

    mano,

    desf i lam, como

    em

    f i lme

    sensacional,

    todas as inclinaes

    boas e ms, fsicas e

    psquicas,

    in -

    telectuais e volitivas, em otivas e

    artsticas, morais e sociais, reli-

    giosas

    e sobrenaturais . . . num

    misto

    de

    possibi l idades

    e de

    espe-

    ranas,

    de

    inquietudes

    e de

    apreen-

    ses.

    . .

    Nelas est

    se

    real izando

    uma vida .

    Po r

    elas est

    se

    escre-

    vend o

    o

    dest ino temporal

    e

    eterno

    du m

    h o m e m .

    . .

    A integrao se processa pela

    interao do

    organismo

    em

    cresci-

    mento com outros seres humanos

    j desenvolvidos ou em desenvol-

    vimento .

    Os

    me ios

    de

    desenvolvimento

    so var iadssimos, desde a pala-

    vra e os

    atos mais solenes

    at as

    atitudes e os gestos aparentemen-

    te mais insignificantes. O essen-

    cial ao

    desenvolvimento

    que

    o

    se r

    desenvolvido

    ou

    adulto

    m a-

    nifeste afe to

    quele

    qu e est em

    vias de desenvolver-se.

    3

    _ Q

    CASO E SPECFICO

    DO

    AFETO.

    Af irmam psiquiat ras e psiclo-

    gos que a

    criana,

    na

    p r ime i r a

    e

    na

    segunda infncia, necessita

    do

    afeto materno, genuno, perma-

    nente , sempre da mesma pessoa.

    N a

    falta

    da

    me ,

    um a

    subst i tuta,

    tambm permanente , lhe indis-

    pensvel . Carente desse afeto, o

    desenvolvimento

    fsico,

    m e n t a l e

    afet ivo

    da

    cr iana sofre pre juzos

    t r emendos

    para toda a vida. As

    crianas

    pr ivadas

    do

    afeto,

    seja

    em

    seus prprios lares

    ou

    fora

    de -

    les, so

    font e s

    de

    infeco social

    t o grave como podem s-lo os

    por tadores da d if ter ia ou da febre

    t i f id e . . .

    Na criana p r ivada de afeto, se -

    gundo

    o

    e squema

    de um

    p s iqu ia-

    39

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    23/47

    tra, podem observar-se

    os

    seguin-

    tes efeitos:

    " ansiedade aguda...

    excessivo anelo de

    amor.

    . .

    insopitveis sentimentos de

    vingana.

    . .

    busca automtica decompen-

    saes, de mentiras, roubos, enga-

    nos, f ingimentos, ataques, destrui-

    es,

    acusaes, recusas, condena-

    es, queixas, nervosismos inexpl i-

    cveis,

    f u g a s . . .

    sentimentos

    de

    cu lpabi l idade ,

    de

    depresso, de no -valor. . .

    incapacidade

    de

    adaptao

    social..."

    E o

    psiquiatra

    conclu i:

    "so to -das elas formas

    de

    neurose e de

    instabil idade, enquanto

    n o

    e l im i-

    nadas por adequada terapia".

    Os prprios homens, sobretudo

    os portadores de imaturidades, se

    privados do afeto , podem chegar

    inval idao, por inteiro , da ca-

    pacidade de

    adaptao

    social, vi-

    vendo marginais ao genuno con-

    vvio

    h u m a n o e cristo, insatisfei-

    tos,

    inseguros,

    angustiados, aze-

    dos, sempre disponveis a compen-

    saes,

    a

    evases,

    a

    extravagn-

    cias e a desatinos at.. . Oh o m e m

    se m afeto vive

    no

    arrocho indes-

    torcvel de infernal camisa-de-fer-

    ro.

    . . sempre pronto a demo l i r . . .

    ou

    a e n f e z a r - s e . . .

    o u . . .

    pior ain-

    da. . .

    D-se bem o contrrio com oh o-

    4

    m em cercado

    do

    autntico afeto

    materno, famil iar

    e

    social. Nessa

    atmosfera,

    respira

    satisfao, dis-

    ponibi l idade

    para todas

    as inicia-

    tivas enlevantes possveis.

    Perma-

    nece fiel

    ao

    dever

    de

    estado, vence

    as

    tentaes

    de

    ima tu r idade ,

    sente

    confiana

    em si e nos

    outros.

    um homem que ajuda a construir ,

    porque

    aprendeu

    a

    construir-se

    a

    si com o

    material

    insubstituvel

    do

    afeto.

    Emcerta

    maneira , vive

    se-

    guro, tranqilo , fel iz.

    Co mo a

    criana,

    j

    desde

    o

    seio

    materno ,

    toda

    disponibil idade

    para integrar-sena

    vida,

    toda

    f ra-

    queza para

    receber segurana

    e

    valor, toda amorosa para receber

    afeto e confiana, justifica-se o

    mote com que se abre o

    presente

    captulo de que a "criana precisa

    do

    al imento afetivo

    tanto

    quanto

    do al imentomaterial".

    Na

    famlia de Deus, todos os

    homens, crianas e adultos, ima-

    turos e maduros, necessitam do

    afeto cristo que S. Paulo chama

    caridade para se integrarem na

    falange do povo de Deus, estabele-

    cerem relaes serenas

    e

    constru-

    tivas,

    sentirem-se real izados

    e a-

    guardarem em paz a hora de en-

    trada

    na

    famlia

    do

    cu.

    4

    Q

    PRINCPIO

    DAS

    RELAES

    INTER-PESSOAIS.

    O ser humano no pode ser com-

    preendido no

    vcuo, isolado, avul-

    so, mas

    somente

    dentro de seu

    mu n do , dentro de suas relaes e

    sobretudo

    de

    relaes interpes-

    soais.

    No

    caso da criana, nada se

    co mpreen de

    dela ,

    de seu desenvol-

    vimento , se nos afastamos do bi-

    n mio

    C R I A N A

    M < E . Estes

    so os termos dominantes em ma-

    tria

    de psicologia infanti l . Por

    isso, .mais que nunca verdade

    qu e

    "o

    fu tu ro

    da criana comea

    a ser escrito no dia em que os

    pais comeam o namoro". De fa-

    to, do ajustamento recproco do s

    pais

    va i

    d e p e n d e r

    a

    atmosfera

    emocional do lar , e desta atmosfe-

    ra depende o destino

    da

    criana.

    Uma atmosfera f irme, calma, es-

    tvel, isto no quer dizer sem

    tempestades; pois , depois destas

    ve m geralmente

    o sol favorece

    o

    desenvolvimento da criana, sua

    integrao

    na

    v ida .

    O desenvolvimento se real iza

    atravs de p roblemas , de confli-

    tos,

    qu e

    nunca sero dramticos

    mas superados. prefervel is to

    a uma atmosfera semtem pes tades,

    mas de contnuas guerri lhas, ins-

    t ve l , con t inuamen te em tenso.

    Diante disso, a criana e ainda os

    adultos no sobrevivem mocional-

    men te .

    Acriana

    leva, para a vida, TO-

    DAS as impresses da infncia.

    A s boas, so- lhe fermento vita l .

    Impu l s io n am-n a a melhorar sem-

    pre,

    e m

    tudo . Ass im ,

    a

    criana

    qu e

    aprendeu a falar sempre a verda-

    de ,

    via de

    regra,

    se metamorfo -

    sear em

    homem veraz, leal ,

    au -

    tntico.

    O

    h o m e m

    qu e

    exper imen-

    to u avivncia nagraa santifican-

    te

    desde

    a

    infncia ter sempre

    o

    desejo p r o f u n d o

    de

    conserv-la.

    Aquele que aprendeu a rezar b e m ,

    todos

    os dias, no ter dif iculda-

    de

    em

    dirigir-se

    a

    Deus

    em

    todas

    as circunstncias da vida.

    As impresses ms so fermen-

    to s

    dissolventes

    da s

    disposies

    d a

    criana. Deprimem-lhe

    a

    vida.

    Tornam-lhe a vida pesada, insu-

    portvel . o caso do homem inso-

    civel,misantropo... Oisolamen-

    to dos piores venenos

    para

    a vi-

    d a h u m a n a .

    . .

    Mui tos

    no o su-

    por tam por mu i to tempo... O m e -

    nino

    que aprendeu a men t i r , s e

    quiser desfazer-se

    do mau

    hbito ,

    qu e

    lutas terrveis dever

    travar

    den t ro

    de si e para as

    quais

    no

    est

    preparado ...

    Muitas das ati tudes dos adultos

    so adquiridas na atmosfera do

    lar.

    O

    nosso mundo

    de

    adu l tos

    como

    que a continuao do peque-

    no

    m u n d od a f am l ia .

    5

    _

    Q PRINCPIO

    DE

    SEGU-

    RANA.

    o obj e t ivo m xim o do ser hu-

    mano. A criana precisa sentir-

    se emocionalmente segura. Esta

    segurana depe nde dos pais e

    substitutos. Dentro do ambie nte

    de segurana,

    o

    desenvolvimento

    n o rma l .

    41

  • 7/23/2019 A Me, Contrutora Do Lar

    24/47

    S em segurana, o filho cresce

    desajustado, incapaz de estabele-

    cer relaes humanas na base do

    respei to mtuo e da simpat ia re-

    cproca. Sem segurana, a

    crian-

    a cai na neurose abandnica, ca-

    racterizada

    por

    trs sintomas:

    angst ia,

    sentimento

    de

    no-valor

    pes-

    soal,

    necessidade neurt ica

    do

    a m o r e de o pr prova.

    ANGSTIA

    Fisiolgicamen-

    te, a falta de ar, um comeo de

    agonia. . . Mas no dessa angs-

    tia que t ratamo s aqui . Tratamos

    da

    angstia psicolgica, espcie de

    mal-estar interior, ntimo, vago

    e

    surdo.

    A

    pessoa

    angustiada sente-

    -se insegura, sem

    saber

    explicar o

    motivo

    dessa insegurana. Teme

    um

    per igo iminente ,

    um

    acidente.. .

    Fica em perptuo

    "estado

    de aler-

    ta",

    ao

    mesmo t empo

    qu e

    experi-

    menta

    incapacidade

    total de

    fugir

    ou

    de

    resistir

    a

    ameaas,

    a

    peri-

    gos... Segundo Heidegger,

    " a

    vivncia

    no nada e na solido...".

    Ora,

    a v ida normal ser COM

    Algum, ser A

    DOIS,

    ser no

    AMOR .

    Ensinam os psiclogos

    qu e "ser" no se conjuga no sin-

    gular . Ns que t raduzimos a

    menta l i dade DUAL da existncia

    autntica.

    Aprende-se a SER COM , a SER

    A

    DOIS,

    a SER NO AMOR , na

    42

    infncia , sendo COM os pais, ven-

    do-se

    aceito pelos pais, sentindo-se

    seguro pelos pais ou substitutos.

    Ento a pessoa sente-se A DOIS,

    sente-se em segurana.

    A

    solido advm somente quan-

    do a pessoa se sente abandonada

    e re je i tada, quando, em criana,

    n o

    real izou a aprendizagem es-

    sencial de SER C O M .

    S E N T I M E N T O D E NO-VA-

    LO R

    PESSOAL,

    ou

    comp lexo

    de

    inferioridade.

    O

    homem ap r ende

    a ser

    algum,

    a ser impor tante , a TERV A L O R ,

    a

    contar, pela aceitao

    do s pais.

    Quando

    a

    criana,

    nos

    pr imeiros

    anos

    de

    vida,

    se

    sente aceita

    e re-

    conhecida pelos pais, acha-se eu-

    frica. Ao contrrio, se no acei-

    ta

    pelos pais

    ou

    substitutos, sente-

    -se

    abandonada . E esse sent imen-

    to de desvalorizao e de inferio-

    rizao acompanha-a pe la v ida

    adulta, atormentando-a cont inua-

    mente . Sente uma espcie de

    ameaa prpria existncia, pois

    pensa assim: "o s outros valem e

    eu

    n o

    valho

    nada".

    O

    sent imento

    de

    no-valor pes-

    soal com pensado pe la procura,

    fora de si, de algum valor econ-

    mico, social,artstico, religioso.. .

    A

    procura obsessiva

    de

    mui to

    d i-

    nheiro, de posio social, de car-

    gos pblicos, de

    valores

    econmi-

    cos, religiosos e socia is. . . nada

    mai s

    s o qu e

    mecani smos

    de

    com-

    pensao do sent imento de no-va-

    lor pessoal. a procura de valo-

    rizao pessoal fora de si , quando

    a pessoa sente que, dentro de si ,

    n o

    existe esse

    valor.

    O

    qu e

    caracteriza

    o

    sent imento

    de infer ior idade a busca DOEN-

    TIA, exagerada de bens exterioresa si. A procura justa e p rudent e

    destes mesmos bens

    pe r fe i t amen-

    te

    normal .

    N E C E S S I D A D E N E U R T I C A

    DE

    AMOR

    E DE

    P-LO

    PRO-

    VA.

    A

    insegurana ocaminho aber-

    topara o

    desespero.

    E o

    desespero

    a antecmara do suicdio, cuja

    freqncia

    mais pronunciada se

    encontra

    entre

    os

    neurticos

    aban-

    donados. Nem todos os neurti-

    cos se suicidam. Aqueles que no

    se su ic idam, QUEREM SER. Mas

    esteser s possve l A DOIS , SER

    COM, n a M E N T A L I D A D E

    DUAL.

    por

    isso que procuram

    o

    a m o r O B S E S S I V A M E N T E .

    Mas, inseguros como so, pois

    N O real izaram a aprendizagem

    do amor na infncia, com os pais,

    so t ambm DESCONFIADOS.

    Po r

    isso, tudo

    fazem

    para

    pr