a lei de ferro da democracia

3
6.6 A lei de ferro da oligarquia No original Grego, a palavra oligarquia indica o “governo” (archein) “de poucos” (oligos). A abordagem, nesse caso, não está atrelada a democracia como feito contumazmente, Michels nos apresenta uma abordagem relacionada aos partidos políticos, num tom ‘’ desiludido’’ e com certa tendência elitista, que o faz simpatizante do facismo italiano. Os partidos políticos surgiram na Inglaterra a partir da atuação de deputados na Assembleia, quando no século XVII começaram a contestar os excessos do poder monárquico absolutista. Inicialmente, lutavam pela implementação do Estado Liberal, com a garantia das liberdades individuais frente ao Estado, e mais a frente os partidos políticos foram impulsionados pelos movimentos socialistas com a Revolução Industrial. A criação de partidos políticos foi muito criticada, a eles foi creditada a abominável função de dividir a sociedade, gerando grandes oposições . Ainda manchavam sua função com a afirmativa de que serviria como um corpo intermediário entre o cidadão e o governo, impedindo a participação direta do cidadão nos negócios governamentais, Rousseau e Hobbes compartilhavam dessa opinião . Robert Michels questiona a falta de democracia dentro dos Partidos Políticos, e promove uma investigação sobre as tendências oligárquicas na vida dos agrupamentos políticos. Hans Kelsen em “A Democracia”, dispõe que “um dos elementos mais importantes da democracia real” são os partidos políticos, que “agrupam os homens de mesma opinião, para lhes garantir influência efetiva sobre a gestão dos negócios públicos”. Para ele, “os impulsos provenientes dos partidos políticos são como numerosas

Upload: wildston

Post on 15-Jan-2016

215 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

economia, setor publico

TRANSCRIPT

Page 1: A Lei de Ferro Da Democracia

6.6 A lei de ferro da oligarquia

No original Grego, a palavra oligarquia indica o “governo” (archein) “de poucos” (oligos).

A abordagem, nesse caso, não está atrelada a democracia como feito contumazmente, Michels nos apresenta uma abordagem relacionada aos partidos políticos, num tom ‘’ desiludido’’ e com certa tendência elitista, que o faz simpatizante do facismo italiano.

Os partidos políticos surgiram na Inglaterra a partir da atuação de deputados na Assembleia, quando no século XVII começaram a contestar os excessos do poder monárquico absolutista. Inicialmente, lutavam pela implementação do Estado Liberal, com a garantia das liberdades individuais frente ao Estado, e mais a frente os partidos políticos foram impulsionados pelos movimentos socialistas com a Revolução Industrial.

A criação de partidos políticos foi muito criticada, a eles foi creditada a abominável função de dividir a sociedade, gerando grandes oposições . Ainda manchavam sua função com a afirmativa de que serviria como um corpo intermediário entre o cidadão e o governo, impedindo a participação direta do cidadão nos negócios governamentais, Rousseau e Hobbes compartilhavam dessa opinião .

Robert Michels questiona a falta de democracia dentro dos Partidos Políticos, e promove uma investigação sobre as tendências oligárquicas na vida dos agrupamentos políticos.

Hans Kelsen em “A Democracia”, dispõe que “um dos elementos mais importantes da democracia real” são os partidos políticos, que “agrupam os homens de mesma opinião, para lhes garantir influência efetiva sobre a gestão dos negócios públicos”. Para ele, “os impulsos provenientes dos partidos políticos são como numerosas fontes subterrâneas que alimentam um rio que só sai à superfície na assembleia popular ou no parlamento, para depois correr em leito único do lado de cá. Kelsen diz que “a moderna democracia funda-se inteiramente nos partidos políticos, cuja importância será tanto maior quanto maior for a aplicação encontrada pelo princípio democrático”.

6.7 A teoria competitiva de democracia

Nos dias de hoje, a discussão sobre Democracia tem como alicerce dois princípios; a democracia formal, detalhada que não agrega nada a mais que instituições livres e a garantia de direitos prescritos; e a formulação de

Page 2: A Lei de Ferro Da Democracia

democracia essencial, onde a participação popular ultrapassa o conceito tão somente representativo chegando a determinar o ordenamento da sociedade política.

A teoria competitiva, defende que a democracia se dá através de um arranjo institucional favorável a disputa entre os diferentes atores políticos de uma sociedade, essa queda de braço atua como um método capaz de separar aqueles mais capacitados para fazerem parte das elites políticas dominantes (VITA, 2004, p. 77). Teve como precursores Max Weber (1864-1920) e Joseph Schumpeter (1883-1950). Esses, tinham o entendimento da vida política num espaço restrito de participação democrática individual e coletiva, sujeita a rompimentos em razão da pressão de poderosas forças sociais, provenientes do contexto das sociedades modernas e industriais.

Na intenção de justificar que a democracia representa uma forma de limitar a má utilização do aparato partidário, e dos recursos da administração pública, Weber defende a existência de uma “máquina” que restrinja o domínio da democracia por “políticos profissionais, sem vocação”. (WEBER, 1968, 103s).

Esta teoria tem como principais características a necessidade da existência dum ambiente de concorrência entre elites e partidos políticos, composto por um corpo independente e bem treinado de administradores, limites constitucionais e práticos num modelo de democracia competitiva que privilegia a participação das elites políticas no sistema político.