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PROFESSOR: EQUIPE DE PORTUGUÊS
BANCO DE QUESTÕES - PORTUGUÊS - 5º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ==============================================================================================
Leia o texto e responda às questões de número 1 a 8: Texto 1
A Lebre e a Tartaruga
Um certo dia, numa floresta, a Lebre ridicularizou as pernas curtas e a lentidão da Tartaruga. Sorridente, a tartaruga respondeu: "Você acredita ser rápida como o vento. Contudo, eu acredito que se estivéssemos em uma corrida, eu venceria." A Lebre, obviamente, achou tal afirmação absurda e improvável de acontecer.
Mas aceitou o desafio, confiante de sua vitória. Ambos convidaram a Raposa para que fosse o juiz da competição, além de definir o trajeto e o ponto de chegada. Com dia e hora marcada, a Lebre e a Tartaruga foram ao ponto inicial. E enfim foi dada a largada. A Tartaruga, com seu passo naturalmente lento, seguiu focada, com passos firmes e incansáveis. Enquanto isso, a Lebre, que já estava em uma vantagem enorme graças a sua velocidade, simplesmente tirou um cochilo. Quando acordou, a Lebre percebeu que tinha perdido a noção do tempo, e mesmo com toda sua velocidade, a Tartaruga já havia passado a linha de chegada, descansando tranquila em local mais arejado.
(Esopo)
Moral: Ao trabalhador que realiza seu trabalho com zelo e persistência, sempre o êxito espera.
01- Explique o que aconteceu após a largada.
R.: ____________________________________________________________________ 02-
"Quando acordou, a Lebre percebeu que tinha perdido a noção do tempo..."
O termo destacado significa:
(A) esqueceu. (B) notou. (C) correu. (D) se atrasou.
03-
"Você acredita ser rápida como o vento. Contudo, acredito que se estivéssemos em uma corrida, eu venceria."
A quem refere-se o termo EU?
R.: ____________________________________________________________________
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04- Destaque do 1º parágrafo um verbo de 1ª e um de 2ª conjugação.
R.: ____________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 05- No 2º parágrafo, a palavra PASSO é verbo ou substantivo?
R.: ____________________________________________________________________ 06- Releia:
"A Tartaruga, com seu passo naturalmente lento, seguiu focada, com passos firmes e incansáveis."
Indique o sentido da palavra destacada de acordo com o contexto:
(A) determinada. (B) descansada. (C) distraída. (D) faminta.
07- Explique a moral do texto.
R.: ____________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 08- Complete as frases com os verbos entre parênteses no tempo indicado:
a) Os meninos _______________ cedo para caminhar até a cachoeira. (acordar - pretérito
perfeito) b) Eu _______________ o trabalho na casa de Pedro. (levar - futuro do pretérito) c) Zeca _______________ muitas figurinhas para a sua coleção. (comprar - presente) d) Paulo _______________ uma bola de futebol. (ganhar - pretérito mais que perfeito) e) Ana e Tião _______________ ontem. (sair - pretérito-perfeito) f) Eu _______________ com meus amigos sábado. (brincar - futuro) g) Nós _______________ todos os brinquedos. (vender - pretérito-imperfeito)
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09- Complete as frases com os adjetivos correspondentes às locuções adjetivas entre parênteses. a) Meu tio adora ver o jornal _______________. (da manhã) b) Minha família adora comer carne _______________. (de boi) c) É preciso tratar os outros de forma _______________. (com respeito) d) As noites _______________ do Rio de Janeiro são maravilhosas. (de carnaval)
Texto 2
A Arca do Tesouro
Depois dizem que ser caçula é dez, que isso e aquilo. Conversa fiada! Eu logo vi que ia dançar quando a distribuição começou pelos filhos do filho mais velho do vô. E eu que pensava que era o neto favorito... Pura ilusão! O vô chegou com aquela lista enorme – os nomes dos netos numa coluna e na outra, os nomes dos bichos de estimação. Cada um que era chamado saía na maior farra com seu bichinho a tiracolo. E eu aflito, de olho no pônei. Não liguei em perder os maiores, que não alcançava nem para fazer um carinho na barriga. Mas quando o pônei saiu prum primo, me deu vontade de sair correndo dali. Espiei comprido o primo montado no "meu" pônei, sumindo na curva do convés e murchei. Daí a pouco o vô me chamou.
— Olha o que o vovô reservou pro netinho do coração, ele disse, suspendendo uma gaiolinha até a altura dos meus olhos. Sabe o que tinha lá dentro? Uma pomba com cara de boba, que só sabia fazer "ru-ru"!
E pensa que acabou a história? Além desse bicho bocó, ainda me deram outro abacaxi: minha missão, agora, era passar o dia inteiro olhando pela janela da proa pra ver se descobria terra à vista. O vô disse que não era pra fazer aquela cara de enterro, que eu não tinha ideia do valor de meu presente e outros papos de gente grande. Mas queria ver se ele aguentava a tortura que é ficar aqui, paradão, olhando essa pomba sem graça, enquanto meus primos se esbaldam com seus mascotes...
Depois de quase quarenta dias num barco lotado de gente e bicho, tomei um tal abuso de tudo e de todos, que o que eu quero mesmo é distância... Queria estar no chão, jogando bola, soltando pipa. Solto. De repente, um risco de luz rasgou o céu. E outro e mais outro. Um sem fim de luzes e estrondo... Corri pra debaixo do avental da minha mãe, e a terra virou só uma lembrança. Porque a água que caiu depois, cobriu tudo...
Depois de tanta confusão dentro da arca comecei a ficar sem paciência. Só aturo mesmo a companhia dessa pomba branca... Que legal! Ela não precisa levantar a cabeça para beber água, como fazem os outros passarinhos... Bichinho esperto – parece gente!...
De tanta convivência, minha pomba virou mesmo minha. Já anda solta, escolhe a comida que quer: tem dias que prefere arroz; noutro, frutas e, em dias de fastio, só come alface. Aprendeu até a vigiar comigo. Pra mim, toda sombra que se move é o topo de uma árvore. Fico tão empolgado que penso em ir correndo avisar o vô que já tem terra à vista. Mas a pomba puxa a camisa e me puxa de volta pro chão... Ela sabe, engraçado, ela sabe onde a terra está. Que sabedoria é essa que Deus põe numa cabeça tão miúda e a minha, que é muito maior, não entende?
Não sei se foi o costume, seus arrulhos melosos de amor, o jeito dela olhar o horizonte com tanta responsabilidade, ou se foi tudo junto. O fato é que eu acabei me rendendo. Uma pomba conquistar um menino, quem diria! E logo um menino tão esperto como eu! Quando ia
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almoçar, ela pousava no meu ombro e ia também. Isso um elefante não pode fazer... Muito menos um pônei!... Meu avô ficava feliz de ver a nossa amizade e piscava o olho.
Um dia, eu estava meio acordado, meio sonhando, contando meus planos pra pombinha, planos pra quando a gente achasse a tal terra à vista. De repente, sem mais nem menos, ela parou de arrulhar e lançou aquele olhar sério para o horizonte. Não deu tempo nem de perguntar o que era: ela virou a cabecinha pra mim, piscou e saiu voando numa velocidade incrível prum pássaro enferrujado de nunca voar. E ela sumiu numa nuvem, branquinha que nem ela.
Me deu um nó na garganta, me deu uma solidão, me deu um medo tão grande, que corri pro meu avô. E ele disse:
— Não chora não, menino. Você não acha que já não tem bastante água lá fora? Sabe a vantagem de ser velho? ele continuou, puxando uma cadeira para sentar. A gente aprende que, às vezes, o que parece ser o fim do mundo é o começo. Lembra a cara que você fez quando eu lhe dei a pomba? E agora, quando ela sai voando, olha o mundo acabando outra vez! Paciência, é preciso esperar pra ver que vida a vida nos traz.
Que vida a vida nos traz, parecia uma música desafinada pros meus ouvidos entupidos de tristeza. Que vida... Então, olhei pela janela e vi. Pensei que era miragem, sonho, um floco de nuvem deslizando ao sabor do vento. Mas o vô sorriu pra mim e piscou o olho: era ela! Entrou pela janela e foi direto pra ele – no bico, trazia um galho de oliveira.
— Foi bem cumprida a missão dos meus valentes escolhidos. A vida só traz vida, disse ele segurando o galhinho, como se fosse de ouro. E o mundo começa de novo! Cabe a você o anúncio da boa nova.
— Qual boa nova, vô? — Terra à vista, ora! E foi o que eu gritei pelo barco afora, a pomba voando sobre a minha cabeça, enquanto
um arco-íris se desenhava lá fora.
(Texto adaptado - Flávia Savary. A arca do tesouro. São Paulo: Salesiana, 2005.)
Convés: piso de pavimentos de barcos e navios.
Arrulhos: ato de arrulhar; canto ou gemido das rolas e dos pombos; arrulo.
Proa: a parte anterior de uma embarcação.
Oliveira: árvore que produz azeitonas, originária da região metropolitana.
10- No texto 2 o narrador é:
(A) Personagem. (B) Observador. 11- O texto acima é narrado em:
(A) Primeira pessoa. (B) Terceira Pessoa. 12- No início da história, o avô distribui bichos de estimação para os netos.
Por que o narrador pensava que seria o primeiro a ganhar um bicho?
R.: ____________________________________________________________________
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13- No início da história, qual era bicho que o narrador queria ganhar?
R.: ____________________________________________________________________ 14- O narrador ficou feliz quando recebeu o seu bicho de estimação?
Retire do texto, a frase que mostra qual foi a primeira impressão que o menino teve sobre a pomba.
R.: ____________________________________________________________________
15- Qual era a missão que o avô deu ao seu neto?
R.: ____________________________________________________________________ 16- Após algum tempo, o menino e a pomba se tornaram grandes amigos.
Retire do texto, o trecho em que o menino admite que foi conquistado pela pomba.
R.: ____________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 17- Retire do décimo parágrafo, um trecho que mostra uma lição de vida que o avô deu ao
seu neto, devido a sua longa experiência de vida.
R.: ____________________________________________________________________
18-
"Além desse bicho bocó, ainda me deram outro abacaxi".
Que significado tem a palavra abacaxi neste trecho?
(A) uma fruta. (B) uma coisa engraçada. (C) um problema, um incômodo. (D) uma solução.
19- Retire do texto:
a) Três adjetivos que se referem à pomba.
R.: ____________________________________________________________________ b) Dois adjetivos que se referem ao menino.
R.: ____________________________________________________________________ c) Um adjetivo que se refere ao avô.
R.: ____________________________________________________________________
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d) Dois pronomes demonstrativos.
R.: ____________________________________________________________________ e) Dois pronomes possessivos.
R.: ____________________________________________________________________ f) Dois pronomes pessoais do caso reto.
R.: ____________________________________________________________________ g) Dois pronomes pessoais do caso oblíquo.
R.: ____________________________________________________________________ h) Dois verbos no infinitivo.
R.: ____________________________________________________________________
20- Observe os verbos destacados do trecho abaixo, e diga em que tempo, modo, pessoa e número, eles se encontram.
"Eu logo vi que ia dançar quando a distribuição começou pelos filhos do filho mais velho do vô. E eu que pensava que era o neto favorito..."
a) Vi - __________________________________________________________________ b) Ia - __________________________________________________________________ c) Começou - ____________________________________________________________ d) Pensava - ____________________________________________________________ e) Era - _________________________________________________________________
21- Substitua as locuções adjetivas por adjetivos e escreva-os nos respectivos espaços.
a) Criança com febre.
R.: Criança _____________________ b) Canção do povo.
R.: Canção _____________________ c) Música do sertão.
R.: Música _____________________
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d) Amor de mãe.
R.: Amor ______________________ 22- Veja o exemplo e complete:
Sempre compro livros.
Verbo: comprar
Conjugação: 1ª
Tempo: presente
Pessoa: 1ª pessoa do singular
a) Amanhã lerei o livro.
Verbo: ______________________________________________________________
Conjugação: _________________________________________________________
Tempo: _____________________________________________________________
Pessoa: _____________________________________________________________
b) Ontem não contaram a história.
Verbo: ______________________________________________________________
Conjugação: _________________________________________________________
Tempo: _____________________________________________________________
Pessoa: _____________________________________________________________
c) Ele ouve a história da vida da mãe.
Verbo: ______________________________________________________________
Conjugação: _________________________________________________________
Tempo: _____________________________________________________________
Pessoa: _____________________________________________________________ 23- Leia:
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a) Na tirinha, há uma frase em que aparece uma locução adjetiva. Qual é essa frase?
R.: ____________________________________________________________________ b) Destaque a locução adjetiva e transforme-a em um adjetivo.
R.: ____________________________________________________________________ c) Observe as cenas apresentadas e tente substituir a locução adjetiva por outras na fala
do Menino Maluquinho.
R.: ____________________________________________________________________ 24- Destaque o que se pede:
a) Joana fez um bolo delicioso.
Substantivo próprio: ___________________________________________________
Substantivo comum: ___________________________________________________
Verbo: ______________________________________________________________
Tempo verbal: ________________________________________________________
Artigo indefinido: ______________________________________________________
Adjetivo: ____________________________________________________________ b) Oba! Ela voltou rápido!
Advérbio: ___________________________________________________________
Verbo: ______________________________________________________________
Tempo verbal: ________________________________________________________
Pronome pessoal do caso reto: ___________________________________________ c) Comi a metade da pizza, mas não fiquei satisfeita.
Verbos: _____________________________________________________________
Tempo verbal: ________________________________________________________
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Artigo: ______________________________________________________________
Numeral: ____________________________________________________________
Substantivo comum: ___________________________________________________
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Gabarito
Leia o texto e responda às questões de número 1 a 8: Texto 1
A Lebre e a Tartaruga
Um certo dia, numa floresta, a Lebre ridicularizou as pernas curtas e a lentidão da Tartaruga. Sorridente, a tartaruga respondeu: "Você acredita ser rápida como o vento. Contudo, eu acredito que se estivéssemos em uma corrida, eu venceria." A Lebre, obviamente, achou tal afirmação absurda e improvável de acontecer.
Mas aceitou o desafio, confiante de sua vitória. Ambos convidaram a Raposa para que fosse o juiz da competição, além de definir o trajeto e o ponto de chegada. Com dia e hora marcada, a Lebre e a Tartaruga foram ao ponto inicial. E enfim foi dada a largada. A Tartaruga, com seu passo naturalmente lento, seguiu focada, com passos firmes e incansáveis. Enquanto isso, a Lebre, que já estava em uma vantagem enorme graças a sua velocidade, simplesmente tirou um cochilo. Quando acordou, a Lebre percebeu que tinha perdido a noção do tempo, e mesmo com toda sua velocidade, a Tartaruga já havia passado a linha de chegada, descansando tranquila em local mais arejado.
(Esopo)
Moral: Ao trabalhador que realiza seu trabalho com zelo e persistência, sempre o êxito espera.
01- Explique o que aconteceu após a largada.
R.: A tartaruga começou a caminhar com passos firmes e a Lebre tirou um cochilo. 02-
"Quando acordou, a Lebre percebeu que tinha perdido a noção do tempo..."
O termo destacado significa:
(A) esqueceu. (B) notou. (C) correu. (D) se atrasou.
03-
"Você acredita ser rápida como o vento. Contudo, acredito que se estivéssemos em uma corrida, eu venceria."
A quem refere-se o termo EU?
R.: Tartaruga. 04- Destaque do 1º parágrafo um verbo de 1ª e um de 2ª conjugação.
R.: 1ª conjugação: ridicularizou e acredita.
2ª conjugação: respondeu, acontecer, venceria e estivéssemos.
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05- No 2º parágrafo, a palavra PASSO é verbo ou substantivo?
R.: É substantivo, pois está antecedida pelo pronome "seu". 06- Releia:
"A Tartaruga, com seu passo naturalmente lento, seguiu focada, com passos firmes e incansáveis."
Indique o sentido da palavra destacada de acordo com o contexto:
(A) determinada. (B) descansada. (C) distraída. (D) faminta.
07- Explique a moral do texto.
R.: Pessoal _______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 08- Complete as frases com os verbos entre parênteses no tempo indicado:
a) Os meninos acordaram cedo para caminhar até a cachoeira. (acordar - pretérito perfeito) b) Eu levaria o trabalho na casa de Pedro. (levar - futuro do pretérito) c) Zeca compra muitas figurinhas para a sua coleção. (comprar - presente) d) Paulo ganhara uma bola de futebol. (ganhar - pretérito mais que perfeito) e) Ana e Tião saíram ontem. (sair - pretérito-perfeito) f) Eu brincarei com meus amigos sábado. (brincar - futuro) g) Nós vendíamos todos os brinquedos. (vender - pretérito-imperfeito)
09- Complete as frases com os adjetivos correspondentes às locuções adjetivas entre
parênteses. a) Meu tio adora ver o jornal matinal. (da manhã) b) Minha família adora comer carne bovina. (de boi) c) É preciso tratar os outros de forma respeitosa. (com respeito) d) As noites carnavalescas do Rio de Janeiro são maravilhosas. (de carnaval)
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Texto 2
A Arca do Tesouro
Depois dizem que ser caçula é dez, que isso e aquilo. Conversa fiada! Eu logo vi que ia dançar quando a distribuição começou pelos filhos do filho mais velho do vô. E eu que pensava que era o neto favorito... Pura ilusão! O vô chegou com aquela lista enorme – os nomes dos netos numa coluna e na outra, os nomes dos bichos de estimação. Cada um que era chamado saía na maior farra com seu bichinho a tiracolo. E eu aflito, de olho no pônei. Não liguei em perder os maiores, que não alcançava nem para fazer um carinho na barriga. Mas quando o pônei saiu prum primo, me deu vontade de sair correndo dali. Espiei comprido o primo montado no "meu" pônei, sumindo na curva do convés e murchei. Daí a pouco o vô me chamou.
— Olha o que o vovô reservou pro netinho do coração, ele disse, suspendendo uma gaiolinha até a altura dos meus olhos. Sabe o que tinha lá dentro? Uma pomba com cara de boba, que só sabia fazer "ru-ru"!
E pensa que acabou a história? Além desse bicho bocó, ainda me deram outro abacaxi: minha missão, agora, era passar o dia inteiro olhando pela janela da proa pra ver se descobria terra à vista. O vô disse que não era pra fazer aquela cara de enterro, que eu não tinha ideia do valor de meu presente e outros papos de gente grande. Mas queria ver se ele aguentava a tortura que é ficar aqui, paradão, olhando essa pomba sem graça, enquanto meus primos se esbaldam com seus mascotes...
Depois de quase quarenta dias num barco lotado de gente e bicho, tomei um tal abuso de tudo e de todos, que o que eu quero mesmo é distância... Queria estar no chão, jogando bola, soltando pipa. Solto. De repente, um risco de luz rasgou o céu. E outro e mais outro. Um sem fim de luzes e estrondo... Corri pra debaixo do avental da minha mãe, e a terra virou só uma lembrança. Porque a água que caiu depois, cobriu tudo...
Depois de tanta confusão dentro da arca comecei a ficar sem paciência. Só aturo mesmo a companhia dessa pomba branca... Que legal! Ela não precisa levantar a cabeça para beber água, como fazem os outros passarinhos... Bichinho esperto – parece gente!...
De tanta convivência, minha pomba virou mesmo minha. Já anda solta, escolhe a comida que quer: tem dias que prefere arroz; noutro, frutas e, em dias de fastio, só come alface. Aprendeu até a vigiar comigo. Pra mim, toda sombra que se move é o topo de uma árvore. Fico tão empolgado que penso em ir correndo avisar o vô que já tem terra à vista. Mas a pomba puxa a camisa e me puxa de volta pro chão... Ela sabe, engraçado, ela sabe onde a terra está. Que sabedoria é essa que Deus põe numa cabeça tão miúda e a minha, que é muito maior, não entende?
Não sei se foi o costume, seus arrulhos melosos de amor, o jeito dela olhar o horizonte com tanta responsabilidade, ou se foi tudo junto. O fato é que eu acabei me rendendo. Uma pomba conquistar um menino, quem diria! E logo um menino tão esperto como eu! Quando ia almoçar, ela pousava no meu ombro e ia também. Isso um elefante não pode fazer... Muito menos um pônei!... Meu avô ficava feliz de ver a nossa amizade e piscava o olho.
Um dia, eu estava meio acordado, meio sonhando, contando meus planos pra pombinha, planos pra quando a gente achasse a tal terra à vista. De repente, sem mais nem menos, ela parou de arrulhar e lançou aquele olhar sério para o horizonte. Não deu tempo nem de perguntar o que era: ela virou a cabecinha pra mim, piscou e saiu voando numa velocidade incrível prum pássaro enferrujado de nunca voar. E ela sumiu numa nuvem, branquinha que nem ela.
Me deu um nó na garganta, me deu uma solidão, me deu um medo tão grande, que corri pro meu avô. E ele disse:
— Não chora não, menino. Você não acha que já não tem bastante água lá fora? Sabe a vantagem de ser velho?, ele continuou, puxando uma cadeira para sentar. A gente aprende
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que, às vezes, o que parece ser o fim do mundo é o começo. Lembra a cara que você fez quando eu lhe dei a pomba? E agora, quando ela sai voando, olha o mundo acabando outra vez! Paciência, é preciso esperar pra ver que vida a vida nos traz.
Que vida a vida nos traz, parecia uma música desafinada pros meus ouvidos entupidos de tristeza. Que vida... Então, olhei pela janela e vi. Pensei que era miragem, sonho, um floco de nuvem deslizando ao sabor do vento. Mas o vô sorriu pra mim e piscou o olho: era ela! Entrou pela janela e foi direto pra ele – no bico, trazia um galho de oliveira.
— Foi bem cumprida a missão dos meus valentes escolhidos. A vida só traz vida, disse ele segurando o galhinho, como se fosse de ouro. E o mundo começa de novo! Cabe a você o anúncio da boa nova.
— Qual boa nova, vô? — Terra à vista, ora! E foi o que eu gritei pelo barco afora, a pomba voando sobre a minha cabeça, enquanto
um arco-íris se desenhava lá fora.
(Texto adaptado - Flávia Savary. A arca do tesouro. São Paulo: Salesiana, 2005.)
Convés: piso de pavimentos de barcos e navios.
Arrulhos: ato de arrulhar; canto ou gemido das rolas e dos pombos; arrulo.
Proa: a parte anterior de uma embarcação.
Oliveira: árvore que produz azeitonas, originária da região metropolitana.
10- No texto 2 o narrador é:
(A) Personagem. (B) Observador. 11- O texto acima é narrado em:
(A) Primeira pessoa. (B) Terceira Pessoa. 12- No início da história, o avô distribui bichos de estimação para os netos.
Por que o narrador pensava que seria o primeiro a ganhar um bicho?
R.: Porque ele pensava que era o neto favorito, além de ser o caçula.
13- No início da história, qual era bicho que o narrador queria ganhar?
R.: Um pônei. 14- O narrador ficou feliz quando recebeu o seu bicho de estimação?
Retire do texto, a frase que mostra qual foi a primeira impressão que o menino teve sobre a pomba.
R.: "'Uma pomba com cara de boba, que só sabia fazer "ru-ru'".
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15- Qual era a missão que o avô deu ao seu neto?
R.: Passar o dia inteiro olhando pela janela da proa psra ver se descobria terra à vista. 16- Após algum tempo, o menino e a pomba se tornaram grandes amigos.
Retire do texto, o trecho em que o menino admite que foi conquistado pela pomba.
R.: "De tanta convivência, minha pomba virou mesmo minha". / "O fato é que eu acabei me rendendo.'
17- Retire do décimo parágrafo, um trecho que mostra uma lição de vida que o avô deu ao
seu neto, devido a sua longa experiência de vida.
R.: "Paciência, é preciso esperar pra ver que vida a vida nos traz."
18-
"Além desse bicho bocó, ainda me deram outro abacaxi".
Que significado tem a palavra abacaxi neste trecho?
(A) uma fruta. (B) uma coisa engraçada. (C) um problema, um incômodo. (D) uma solução.
19- Retire do texto:
a) Três adjetivos que se referem à pomba.
R.: branca, boba, bocó, esperto. b) Dois adjetivos que se referem ao menino.
R.: caçula e favorito. c) Um adjetivo que se refere ao avô.
R.: velho. d) Dois pronomes demonstrativos.
R.: isso, aquilo aquela. e) Dois pronomes possessivos.
R.: seu, meu, desse, minha, nossa. f) Dois pronomes pessoais do caso reto.
R.: eu, ele, ela.
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g) Dois pronomes pessoais do caso oblíquo.
R.: comigo, me, mim, lhe, se. h) Dois verbos no infinitivo.
R.: ser, dançar, perder, sair, fazer.
20- Observe os verbos destacados do trecho abaixo, e diga em que tempo, modo, pessoa e número, eles se encontram.
"Eu logo vi que ia dançar quando a distribuição começou pelos filhos do filho mais velho do vô. E eu que pensava que era o neto favorito..."
a) Vi - pretérito perfeito, Indicativo, 1ª pessoa singular. b) Ia - pretérito imperfeito, indicativo, 1ª ou 3ª pessoa singular. c) Começou - pretérito perfeito, indicativo, 3ª pessoa singular. d) Pensava - pretérito imperfeito, indicativo, 1ª ou 3ª pessoa singular. e) Era - pretérito imperfeito, indicativo, 1ª ou 3ª pessoa singular.
21- Substitua as locuções adjetivas por adjetivos e escreva-os nos respectivos espaços.
a) Criança com febre.
R.: Criança febril. b) Canção do povo.
R.: Canção popular. c) Música do sertão.
R.: Música sertaneja. d) Amor de mãe.
R.: Amor materno. 22- Veja o exemplo e complete:
Sempre compro livros.
Verbo: comprar
Conjugação: 1ª
Tempo: presente
Pessoa: 1ª pessoa do singular
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a) Amanhã lerei o livro.
Verbo: ler
Conjugação: 2ª
Tempo: futuro do presente
Pessoa: 1ª pessoa do singular
b) Ontem não contaram a história.
Verbo: contaram
Conjugação: 1ª
Tempo: pretérito perfeito
Pessoa: 3ª pessoa do plural
c) Ele ouve a história da vida da mãe.
Verbo: ouve
Conjugação: 3ª
Tempo: presente
Pessoa: 3º pessoa do singular 23- Leia:
Ziraldo. Menino Maluquinho
a) Na tirinha, há uma frase em que aparece uma locução adjetiva. Qual é essa frase?
R.: Um dos meus ataques de carinho! b) Destaque a locução adjetiva e transforme-a em um adjetivo.
R.: De carinho – carinhoso. c) Observe as cenas apresentadas e tente substituir a locução adjetiva por outras na fala
do Menino Maluquinho.
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R.: De afeto, de amor, de amizade... 24- Destaque o que se pede:
a) Joana fez um bolo delicioso.
Substantivo próprio: Joana
Substantivo comum: bolo
Verbo: fez
Tempo verbal: pretérito perfeito
Artigo indefinido: um
Adjetivo: delicioso b) Oba! Ela voltou rápido!
Advérbio: rápido
Verbo: voltou
Tempo verbal: pretérito perfeito
Pronome pessoal do caso reto: ela c) Comi a metade da pizza, mas não fiquei satisfeita.
Verbos: comi e fiquei
Tempo verbal: pretérito perfeito
Artigo: a
Numeral: metade
Substantivo comum: pizza