a lagarta e a borboleta
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Lagartas, Casulos e Borboletas
Tem uma história pra contar.
Uma história que ninguém contou e ninguém escreveu vocês serão os
primeiros a ouvir.
Aconteceu há muitos e muitos anos atrás quando em um reino muito
distante em que lá só havia a água, a terra e o sol.
O Rei deste reino, deste grande reino, estava construindo seu reino, tudo
aos pouquinhos que era pra tudo ficar bem feito. Ele achou que só o sol, a terra,
e a água, não estavam muito bonitos, estava até meio triste e resolveu criar as
plantas cheias de folhas e flores. E aí ficou tudo muito lindo, tão lindo que
quando chovia, surgia um grande arco-íris que se confundia com as cores das
flores de tanta cor e luz.
Passado algum tempo o Rei percebeu que as plantas estavam muito cheias
de folhas, muitas folhas, muitas mesmo, que até escondiam as flores. E aí Ele
pensou... pensou... pensou e resolveu criar alguns animais, aos pouquinhos, que
era pra tudo ficar bem feito.
Primeiro Ele colocou peixinhos nas águas. como havia plantinhas dentro das
águas, os peixinhos se alimentavam comendo as folhinhas delas.
Mas o Rei pensou “E as plantas da terra? Preciso de animaizinhos para
comer algumas folhinhas...” E foi assim que ele fez a mim e minhas irmãzinhas:
uma lagartinha aqui, uma lagartinha ali, todas com muita fome... E as folhinhas
das plantas diminuíram.
Passaram muitos anos e o Rei percebeu que ainda faltavam muitas coisas.
Por exemplo, ele viu que as flores não se espalhavam para outras plantas e eram
sempre as mesmas. Então começou novamente a pensar... pensou... pensou...
E enquanto ele pensava, olhando para nós, as lagartinhas, viu que
estávamos bem gordinhas de tanto comer folhinhas... Então Ele teve uma
ideia... mas antes de descobrir qual era a sua ideia notei que de dentro de mim
saia uns fiozinhos branquinhos, branquinhos... E fui sentindo um soninho... e
comecei a me enrolar nos fiozinhos, fiz tipo uma casinha, e acabei
adormecendo... Ah que soninho bom!
Nem sei por quanto tempo dormi... só sei que acordei com
um raio de sol entrando por um buraquinho acima da minha cabeça... ah o sol...
que saudades do sol... espreguicei e vi que dava para sair desta casinha que fiz e
que hoje as pessoas chamam de casulos.
Mas antes de sair senti que estava diferente. Não dava pra ver meu corpo
todo... estava diferente... mas era eu, isso tenho certeza... posso ter me
transformado em outra coisa, mas era eu. Resolvi sair de uma vez e ver o que
tinha acontecido. Mas de uma vez não consegui, então fui me arrastando
devagarinho até que coloquei o corpo para fora, e quando acabei de sair comecei
a voar, a voar, a voar e vi que tinha lindas asas coloridas, duas anteninhas na
cabeça, eu estava linda... diferente... mas era eu! E vi outras irmãzinhas que
também dormiram sair voando.
E as flores, como eram perfumadas... e o perfume delas me levaram até o
miolinho delas... e tudo estava tão maravilhoso, minha vida tinha se
transformado!
Senti que quando cheirava o perfume
das flores grudavam uns grãozinhos no meu narizinho e quando eu ia para
outras flores eu deixava lá e pegava outros... e dava uma coceirinha danada no
nariz! Depois de borboletear bastante me lembrei do Rei... Esse Rei era muito
sábio, foi assim que Ele resolveu o problema das flores. Agora nós e também as
abelhinhas podíamos espalhar as flores, mudar suas cores, misturar tudo... e o
Reino daquele Rei ficou muito bem feito, lindo, ensolarado, colorido e
perfumado.
Hoje, as pessoas, tem medo das lagartinhas. Mas lembre-se se elas queimam
as pessoas é pra se defenderem, não se deixarem machucar ou morrer, por que
um dia elas serão borboletas para ajudar a natureza do Reino daquele Rei.
Ninguém deve se machucar, ferir ninguém, e mesmo que tenha sido
machucadas sempre dá pra melhorar, porque todos na Natureza do Rei, vão se
transformar em alguma coisa mais linda, que saiba fazer muitas coisas para
ajudar a Natureza do Rei ficar mais linda do que já é.
Lembrem-se todos vão se transformar e sentir que o Reino deste Rei é
maravilhoso para se viver, como nós, viver felizes para sempre!
Por: Júlia Virginia de Moura
18 de Julho de 2012