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A Judicialização na saúde na ótica dos gestores estaduais Waldson Dias de Souza Secretário de Estado da Saúde – Paraíba 27/11/2014

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Page 1: A Judicialização na saúde na ótica dos gestores estaduais Waldson Dias de Souza Secretário de Estado da Saúde – Paraíba 27/11/2014

A Judicialização na saúde na ótica dos gestores estaduais

Waldson Dias de Souza Secretário de Estado da Saúde – Paraíba

27/11/2014

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Judicialização

•O Brasil e o mundo discutem reiteradamente o direito à saúde e as formas de evitar a judicialização, o que vem interferindo diretamente na política pública de saúde e na saúde suplementar;

•A judicialização da saúde, tem como característica principal a imperatividade no cumprimento das decisões judiciais, afeta de modo direto a gestão do SUS provocando a desorganização na programação estabelecida para as ações de atendimento à saúde no que compete ao Estado e Municípios;

•Atualmente, a maioria das demandas judiciais determinam o fornecimento de medicamentos, insumos, serviços de saúde e procedimentos cirúrgicos não incorporados pelo SUS;

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Judicialização

• O processo de Judicialização tanto impõe custos diretos – entrega do

objeto deferido na decisão judicial – quanto custos operacionais;

• Há com isso sérios prejuízos ao erário, vez que tais determinações

interfere nas competências e capacidade financeira de cada ente

federativo, necessitando, pois de formulações de soluções

administrativas, muitas vezes não eficazes, como por exemplo ações

de ressarcimento judicial.

• Alguns debates são mais comuns na judicialização: medicamentos

sem registro na Anvisa, off label, experimentais e outros no intuito de

fazer crer que o gestor de saúde está contrário ao interesse do

usuário. O que não é verdade!

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• Componente básico – Portaria GM/MS 4217/2010 1 - Medicamentos e insumos essenciais destinados ao atendimento dos agravos

prevalentes e prioritários da Atenção Básica. 2 - Contempla 216 especialidades

MS

•Relação Nacional de Medicamentos 2012•Porta

ria MS/GM nº 533/2012

SES/PB

•Repasse Financeiro p/ os municípios

•Mensal de 741.428,84

•Apoio técnico

SMS

• Aquisição e dispensação dos medicamentos aos usuários

Componentes do Bloco de Financiamento da Assistência Farmacêutica

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Componente EstratégicoResponsabilidades:Aquisição: Ministério da SaúdeProgramação e distribuição: EstadoDispensação: Município

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Componente Especializado (CEDMEX)• Portaria GM/MS 2981/2009• Contempla 149 fármacos e 321apresentações• Definidas em protocolos e diretrizes terapêuticas

Medicamentos divididos em três grupos de organização e responsabilidades distintas:

Grupo 1 : Ministério da saúdeGrupo 2: EstadoGrupo 3: Município

Medicamentos Oncológicos

• Portaria nº 741 MS/SAS, de 19/12/2005: Definir as Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia, os

Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) e os Centros de Referência de Alta Complexidade em Oncologia e suas aptidões e qualidades.

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Assistência Farmacêutica no SUS x Judicialização • É complexa, coexistem múltiplos interesses e elementos contraditórios, ligados ao entorno social, econômico e político.

• É uma área submetida à diversas regulações (sanitárias e econômicas), exercidas principalmente pela Anvisa (registro com base na eficácia e segurança) e CMED (estabelecimento de preço fábrica e preço máximo de venda ao governo).

• A política pública de medicamentos tem um impacto forte sobre a indústria farmacêutica, sobre os pacientes, os prescritores, farmácias, distribuidoras e todo o ciclo envolvido no processo saúde e doença e faz girar cifras altíssimas no país, superadas apenas pelas despesas hospitalares e ambulatoriais. Portanto, é uma área sensível ao consumo irracional, indevido e induzido.

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• Neste contexto é primordial a observância da Medicina Baseada em Evidências traduzida no SUS, em Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PDCT)

Link da Conitec – disponibilizado pelo CNJ: http://www.cnj.jus.br/programas-de-a-a-z/saude-e-meio-ambiente/forum-da-saude/notas-tecnicas-da-conitec

Assistência Farmacêutica no SUS x Judicialização

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Judicialização

Exemplo: o caso da Paraíba

• A SES/PB já acumula despesas com atendimentos por decisão judicial da

ordem de R$ 120.000.000,00 de Janeiro de 2011 a Dezembro de 2013, o

que representa aproximadamente 4% do orçamento do triênio;

• Valor correspondente a manutenção anual de um Hospital do Porte do

Trauma de Campina Grande com 302 leitos;

• Dificuldade para planejar e programar a contratação do objeto que não

está na obrigatoriedade de fornecimento do ente da federação condenado

na ação.

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Planejamento no SUS x JudicializaçãoDecreto 7.508/11

• O decreto 7.508/11, regulamenta a Lei 8.080/90 e dispõe que os planos de saúde serão feitos quadrienalmente e as programações de saúde, anualmente – em consonância com a LC 141/12 (que elenca em seus artigos 3º e 4º - o que pode e não pode ser considerado despesa em saúde);

• Em seu artigo 15, dispõe que serão compatibilizadas as necessidades das políticas de saúde e a disponibilidade financeira;

• Apresenta instrumentos: Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (RENASES) e a Rename (Relação Nacional de Medicamentos) que elencam as ofertas do SUS.

Enunciado Nº 3 do CNJ: Recomenda-se ao autor da ação a busca preliminar sobre disponibilidade do atendimento, evitando-se a judicialização desnecessária.

Enunciado Nº 13 do CNJ: Nas ações de saúde, que pleiteiam do poder público o fornecimento de medicamentos, produtos ou tratamentos, recomenda-se, sempre que possível ,a prévia oitiva do gestor do SUS, com vistas a, inclusive, identificar solicitação prévia do Requerente à Administração, competência do ente federado e alternativas terapêuticas.

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• Os excessos e inconsistências originados com a judicialização põem em risco a continuidade da política pública, na medida em que desorganizam a atividade administrativa e obrigam a alocação de recursos (humanos, logísticos, financeiros) de forma não planejada, dando força para que exista um paralelismo entre quem acessa o SUS por suas portas de entrada e quem abrevia o caminho, via decisão judicial.

ENUNCIADO Nº 11 do CNJ: Nos casos em que o pedido em ação judicial seja de medicamento, produto ou procedimento já previsto nas listas oficiais do

Sistema Único de Saúde (SUS) ou em PDCT, recomenda-se que seja determinada, pelo Poder Judiciário, a inclusão do demandante em serviço ou programa já existentes no SUS, para fins de acompanhamento e controle clínico.

Planejamento no SUS x Judicialização

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Propostas de Intervenções

• Composição de Câmaras Técnicas entre as Secretarias e o Poder Judiciário;

• Incorporação de itens não pactuados entre os três entes para a padronização do Estado;

• Ressarcimento financeiro entre entes da federação, do valor despendido pelo ente cumpridor da decisão judicial, mediante transferência financeira do Fundo a fundo.

Fundamento Legal:• ARTIGOS 23, II C/C 196 E 198, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL;• ARTIGO 3º DA LEI 141/12;• ARTIGO 6º, I, “D”; ART. 16, III, “A” E XIII, ART. 19-M; ART. 19-Q DA LEI Nº 8.080/90;• DECRETO 7.508, DE 28.11.2011.• RESOLUÇÃO CIT 01/2013.

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Impactos na Regulação do SUS• A judicialização impacta nos contratos e convênios com prestadores, na relação com a indústria de medicamentos e insumos – que deixa de comparecer aos processos concorrenciais – porque tem consumo garantido nas decisões judiciais, na aquisição de itens sem nenhum contrato que respalde a Administração e o Administrador e submissão do SUS às pressões e preços do mercado, além da forte influência do marketing das indústrias relacionadas à saúde).

• O judiciário determina a aquisição de equipamentos ou contratação de prestadores ao preço do mercado – baseados em pesquisa google, causando impacto desnecessário no custeio da saúde.

• Há itens de compra centralizada pelo Ministério da Saúde, disponíveis para aquisição na internet – (Fraudes / Formação de Cartel / etc)

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• O judiciário desautoriza as “filas” da regulação, causando fortes transtornos na aquisição e controle de leitos, na obediência aos protocolos, na exigência de qualidade no serviço ofertado por prestador, nos custos e na relação demanda x oferta por preço de tabela.

Impactos na Regulação do SUS

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Ações Conjuntas Resolução CIT - 01/2013

• Apoiar novas iniciativas de coleta de dados de Estado e Municípios, dentre outras formas, divulgando tais iniciativas nas reuniões CIT;

• Acompanhar a elaboração e implementação do Sistema tripartite de Informações sobre judicialização da saúde – que já está em fase de testes;

• Realizar os trâmites necessários para a criação na estrutura da CIT de subgrupo de trabalho responsável por organizar e manter um banco de acesso tripartite, que contenha documentos técnicos para subsidiar a atuação da União, Estados, DF e Municípios nas ações judiciais em saúde; acompanhar as atividades do grupo de trabalho e zelar pelo seu funcionamento regular.

• Oficiar, quando for o caso, ao Comitê Executivo Nacional do Fórum de Saúde/CNJ, acerca do bom e regular funcionamento dos comitês estaduais, coordenados pelo Poder Judiciário, dificuldades e progressos, promovendo a aproximação dos sistemas judicial e de saúde;

• Recomendar a formação de operadores do sistema de saúde em medidas alternativas à judicialização;

• Pautar o GT de Gestão da CIT sobre ressarcimento entre entes após apresentação de proposta pelo Conass e Conasems;

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Dúvidas, sugestões e contatos: Fone: (61) 3222-3000 www.conass.org.br

[email protected]

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DA PARAÍ[email protected]: (83) 3218-7485 / 7438