a jornada de iniciação científica - fundação casa de ......6 9 jornada de iniciação...

60
1 9 a Jornada de Iniciação Científica Anais 2014 20 de agosto de 2014 www.casaruibarbosa.gov.br Rua São Clemente, 134 – Botafogo

Upload: others

Post on 06-Aug-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

19 a

Jornada de

Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anais 2014

20 de agosto de 2014

wwwcasaruibarbosagovbr

Rua Satildeo Clemente 134 ndash Botafogo

2

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Programaccedilatildeo

Abertura 9h30min ndash Palavras do Comitecirc Institucional do Programa de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Mesa 1 Centro de Memoacuteria e Informaccedilatildeo Avaliador externo Paulo Knauss de Mendonccedila (UFF e Arquivo Puacuteblico do Estado do Rio de Janeiro)Moderadoras Claudia Carvalho (FCRB) e Lucia Maria Velloso de Oliveira (FCRB)

9h40min ndash A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro anatomia de interiores ediccedilatildeo de site Bolsista Iara Amaral Alves (Composiccedilatildeo de Interiores UFRJ)Orientadora Ana Pessoa dos Santos

9h50min ndash Ediccedilatildeo textual do site ldquoA casa senhorialrdquo Bolsista Barbara Ribeiro Gonccedilalves Letras (LetrasUFRJ)Orientadora Ana Pessoa dos Santos

10h ndash A elaboraccedilatildeo de um inventaacuterio da obra de Grandjean de Montigny avanccedilos e desafios Bolsista Katherine Nunes de Azevedo (Histoacuteria UFRJ)Orientadora Ana Pessoa dos Santos

10h10min ndash Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui BarbosaBolsista Rodrigo Porto Bozzetti (HistoacuteriaUFRJ)Orientador Edmar Gonccedilalves

3

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

10h20min ndash Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e texturaBolsista Viacutetor Kibaltchich Coelho (Arquitetura e Urbanismo UFRJ)Orientadora Claudia Carvalho

10h30min ndash Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acessoBolsista Daybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes (ArquivologiaUFF)Orientadora Lucia Maria Velloso de Oliveira

10h40min ndash Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivasBolsista Ana Carolina Monay dos Santos (Histoacuteria UERJ)Orientadora Lucia Maria Velloso de Oliveira

Debate

Mesa 2 Poliacuteticas Culturais e DireitoAvaliador externo Alan Rocha de Souza (UFRRJ)Moderadora Eliane Vasconcellos (FCRB)

11h ndash Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideacuteias Bolsista Gabriela Monteiro da Costa (HistoacuteriaUFF)Orientadora Lia Calabre de Azevedo

11h10min ndash A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC Bolsista Bianca Kremer Nogueira Correcirca (Histoacuteria da Arte UFRJ)Orientadora Lia Calabre de Azevedo

4

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

11h20min ndash O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei SarneyBolsista Renata Duarte (HistoacuteriaUERJ)Orientadora Lia Calabre de Azevedo

11h30min ndash Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileiraBolsista Matheus Abreu Lopes de Andrade (DireitoUERJ)Orientadora Margarida Lacombe

Debate

Mesa 3 LetrasAvaliador externo Sofia de Sousa Silva (UFRJ) Moderadora Tacircnia Dias (FCRB)

14h ndash Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de AssisBolsista Maira Moreira Moura (LetrasUFRJ)Orientadora Marta de Senna

14h10min ndash A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de AssisBolsista Laiacuteza Steacutefane Verccedilosa do Nascimento (LetrasUFRJ)Orientadora Marta de Senna

14h20min ndash Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notasBolsista Larissa Santos de Lira (LetrasUFF)Orientadora Eliane Vasconcellos

5

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Debate

Mesa 4 HistoacuteriaAvaliador externo Luacutecia Maria Bastos Pereira das Neves (UERJ)Moderadora Lia Calabre de Azevedo (FCRB)

14h30min ndash Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil Bolsista Jaqueline Cavalcante Correia (HistoacuteriaPUCRio)Orientadora Ivana Stolze Lima

14h40min ndash O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVIIBolsista Cristiane da Rosa Elias (HistoacuteriaUERJ)Orientadora Ivana Stolze Lima

14h50min ndash Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatraisBolsista Nataacutelia Cristina Rezende da Silva (HistoacuteriaUERJ)Orientador Antonio Herculano Lopes

15hmin ndash Artur Azevedo o paladino da modernidadeBolsista Camilla Campoi de Sobral (HistoacuteriaUERJ)Orientador Antonio Herculano Lopes

Debate

Encerramento 15h20min ndash Annanda Galvatildeo Ferreira da Silva (doutoranda na Universidade de Granada e ex-bolsisa do Setor de Poliacuteticas Culturais da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa)

6

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro anatomia de interiores ediccedilatildeo de site

Introduccedilatildeo

Ediccedilatildeo da seccedilatildeo brasileira do site do projeto ldquoA casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro anatomia

de interioresrdquo que implica na pesquisa seleccedilatildeo compilaccedilatildeo revisatildeo e diagramaccedilatildeo de imagens relacio-

nadas agraves casas estudadas no projeto

Objetivos

A proposta do projeto eacute estudar a casa senhorial nas cidades do Rio de Janeiro e Lisboa e assim fazer

uma anaacutelise da forma de morar da nobreza e da alta burguesia o interior dessas edificaccedilotildees foram o foco

principal a funccedilatildeo dos espaccedilos e como satildeo articulados a decoraccedilatildeo os objetos e mobiliaacuterios artistas e

artesatildeos que nelas trabalharam

Metodologia

Seleccedilatildeo de quais casas seriam inseridas no site a partir de estudos realizados em etapas anteriores

no projeto

Levantamento com os pesquisadores brasileiros de quais paracircmetros e cocircmodos deveriam ser destaca-

dos tendo como base trabalhos e pesquisas realizadas anteriormente

Bolsista Iara Amaral AlvesCursoInstituiccedilatildeoComposiccedilatildeo de Interiores Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos Santos ProjetoA casa senhorial entre Lisboa e o Rio de Janeiro (seacuteculos XVII XVIII e XIX) Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de site Agecircncia de financiamento FCRBPeriacuteodosetembro 2013 a julho 2014

7

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Elaboraccedilatildeo de padratildeo esteacutetico para as fotos

Renomeaccedilatildeo das fotos e reduccedilatildeo de seus tamanhos para o padratildeo aceitaacutevel pelo servidor

Ediccedilatildeo dos arquivos das plantas das casas estudadas de DWG para JPEG e ediccedilatildeo de acordo com o pa-

dratildeo estabelecido para o site

Inserccedilatildeo das imagens na ficha de sua respectiva casa observando os seguintes paracircmetros programa inte-

rior azulejaria estuques pintura decorativa decoraccedilatildeo diversa e equipamento moacutevel

Conclusatildeo

Podemos concluir que o meacutetodo criado para a apresentaccedilatildeo dos dados foi bem-sucedido e o objetivo

alcanccedilado o site consegue apresentar seu conteuacutedo de forma clara criando uma fonte de informaccedilatildeo

inovadora e muito acessiacutevel Aleacutem disso este pode ser alimentado por qualquer pessoa envolvida com o

projeto sendo necessaacuterio apenas instruccedilotildees baacutesicas quanto ao meacutetodo de formataccedilatildeo e inserccedilatildeo

Este trabalho eacute de grande contribuiccedilatildeo para historiadores pesquisadores arquitetos museoacutelogos e tan-

tos outros interessados no estudo do modo de viver da burguesia luso-carioca no periacuteodo estudado

Referecircncias bibliograacuteficas

BASE ICONOGRAFIA Arquivo histoacuterico e institucional FCRB

BASE MUSEU Museu Casa de Rui BarbosaFCRB

8

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

FRANCO Afonso Arinos de Melo O palacete do caminho novo Solar da Marquesa de Santos Rio de Janeiro

UEG 1975

MUSEU DA REPUacuteBLICA Guia do Visitante Rio de Janeiro Museu da Repuacuteblica 1994

MUSEU CASA DE RUI BARBOSA Satildeo Paulo Banco Safra 2013

MUSEU IMPERIAL Satildeo Paulo Banco Safra 1992

9

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Bolsista Barbara Ribeiro Gonccedilalves CursoInstituiccedilatildeoLetras (PortuguecircsLiteraturas) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoA casa senhorial entre Lisboa e o Rio de Janeiro (seacuteculos XVII XVIII e XIX) Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siteAgecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Ediccedilatildeo textual do site ldquoA casa senhorialrdquo

Introduccedilatildeo

O projeto binacional ldquoA casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro (nos seacuteculos XVII XVIII e XIX)

Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siterdquo foi fomentado sob as diretrizes da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Bar-

bosa em parceria com a Universidade Nova de Lisboa (IHAFCSH da UNL) e associaccedilatildeo da Fundaccedilatildeo

Ricardo do Espiacuterito Santo Silva (ESADFRESS) elaborado no periacuteodo de 2011 a 2014

Objetivos

O projeto pauta-se no estudo das casas senhoriais por meio da sua perspectiva valorativa representa-

tiva histoacuterico-social e material Nele reuacutenem-se os resultados levantados dos espaccedilos interiores de dez

casas brasileiras vinte e cinco casas lisboetas e a influecircncia portuguesa existente nesses ambientes

Como o projeto abrange textos informativos e descritivos dados fotografias inventaacuterios e artigos de

acircmbito binacional percebeu-se a necessidade da elaboraccedilatildeo de um local em que se pudesse reunir com-

parar e preservar as informaccedilotildees obtidas tanto pela pesquisa brasileira quanto pela portuguesa

Desta forma o Centro de Memoacuteria e Informaccedilatildeo (CMI) da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa (FCRB) ini-

ciou o trabalho pioneiro de sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees obtidas atraveacutes da criaccedilatildeo de um site que

10

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

agregasse a organizaccedilatildeo do material pesquisado a integraccedilatildeo cultural entre os dois paiacuteses assim como

fosse um suporte que servisse de apoio e utilizaccedilatildeo para consultas abertas agrave sociedade

Metodologia

Para a elaboraccedilatildeo de todo o conteuacutedo textual anexado ao site adotou-se uma metodologia uniforme

atraveacutes da elaboraccedilatildeo e preenchimento de fichas com os dados das casas e com a construccedilatildeo de um ma-

nual de normas descritivas a fim de padronizar linguisticamente e esteticamente todas as informaccedilotildees

arquitetocircnicas dos interiores das casas senhoriais

Deste modo toda atividade de inserccedilatildeo de materialdocumentaccedilatildeo artigos e textos incorporados agrave pla-

taforma tal como a formataccedilatildeo transformaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo dos dados levantados em formato de textos

online contribuem para a aparecircncia padronizaccedilatildeo organizaccedilatildeo compreensatildeo informacional sempre

objetivando a facilitaccedilatildeo de leitura dos conteuacutedos abordados

Assim as funccedilotildees do bolsista atuam na produccedilatildeo revisatildeo ortograacutefica descriccedilatildeo e divisatildeo de todo

o conteuacutedo textual tal como a padronizaccedilatildeo e formataccedilatildeo estiliacutestica do site Essas tarefas devem ser

pensadas de forma a ser compreensiacutevel por todos os tipos de leitores atentando para uma organizaccedilatildeo

esteacutetica e hieraacuterquica

Diante disso o trabalho de ediccedilatildeo busca proporcionar a apreensatildeo entendimento captaccedilatildeo e inclusatildeo

das informaccedilotildees e dados apurados veiculando-os da forma mais clara e plausiacutevel possiacutevel dentro de

uma fonte uacutenica e pioneira de pesquisa

11

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

Bases de dados

Base IconografiaArquivo histoacuterico e InstitucionalFCRB

Base MuseuMuseu Casa de Rui BarbosaFCRB

Museu Casa de Rui Barbosa Satildeo Paulo Banco Safra 2013

CONSERVACcedilAtildeO PreventivaFCRB Disponiacutevel em httpacervoscasaruibarbosagovbr

12

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A elaboraccedilatildeo de um inventaacuterio da obra de Grandjean de Montigny avanccedilos e desafios

Essa comunicaccedilatildeo tem como finalidade apresentar os resultados finais do projeto intitulado Gosto neo-

claacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850) desenvolvido pelo grupo de pesquisa

Museu-casa memoacuteria espaccedilo e representaccedilotildees O projeto tem como objetivo criar um inventaacuterio na

forma de base de dados dos desenhos do arquiteto de formaccedilatildeo francesa Auguste Henri Victor Grand-

jean de Montigny que chegou ao Brasil em 1816 como integrante da chamada ldquoMissatildeo Artiacutestica France-

sardquo e foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do curso de arquitetura e formaccedilatildeo de novos arquitetos que seguiram

seus ensinamentos

Por ter atuado na Franccedila Itaacutelia Westfaacutelia e Brasil seus desenhos estatildeo espalhados em distintas institui-

ccedilotildees nacionais e estrangeiras sendo relevante portanto a sistematizaccedilatildeo da sua obra em uma platafor-

ma digital documental que reuacutena as imagens das plantas e informaccedilotildees sobre sua produccedilatildeo intelectual

com o propoacutesito de possibilitar futuros estudos

A partir disso a primeira etapa da pesquisa consistiu em um levantamento dos desenhos de Grandjean

disponiacuteveis nos arquivos e na internet Com o apoio financeiro da FAPERJ foram produzidos registros

digitais de plantas e desenhos que se encontram no Museu D Joatildeo VI Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacio-

nal Arquivo Nacional Museu do Primeiro Reinado e no Museu Nacional de Belas Artes Aleacutem disso

Bolsista Katherine Nunes de AzevedoCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoGosto neoclaacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850)Agecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

13

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

reunimos tambeacutem as imagens que estavam digitalizadas nos arquivos Technische Universitaumlt Berlin ndash

Architekturmuseum (Universidade Teacutecnica de Berlim ndash Museu de Arquitetura)[1] Museumslandschaft

Hessen Kassel (Museu Hessen de Kassel)[2] Palaacutecio Nacional da Ajuda e Eacutecole Supeacuterieure National des

Beaux-Arts (Escola Superior Nacional de Belas Artes)[3]

Mesmo natildeo sendo desenhos de autoria de Grandjean de Montigny tambeacutem reproduzimos algumas

plantas que estatildeo no acervo do Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN) que tra-

zem informaccedilotildees sobre sua residecircncia localizada na Gaacutevea[4] e a antiga Praccedila do Comeacutercio[5] Apesar de

natildeo serem pranchas formuladas pelo arquiteto elas satildeo relevantes na medida em que trazem detalhes

dos interiores de preacutedios idealizados por ele enquanto professor de arquitetura

Nesse uacuteltimo ano de pesquisa privilegiamos o aperfeiccediloamento dos campos da base de dados que

passou do formato Access para uma versatildeo on line com a sistematizaccedilatildeo de termos e nomenclaturas

anaacutelise das fontes de distintas tipologias que trouxessem informaccedilotildees sobre as plantas e a atuaccedilatildeo de

Grandjean de Montigny como arquiteto revisatildeo dos 325 itens da base de dados para corrigir equiacutevocos

de datas Aleacutem disso foi possiacutevel inferir hipoacuteteses sobre alguns desenhos que estatildeo na condiccedilatildeo de ldquosem

localizaccedilatildeordquo na base de dados

1 Traduccedilatildeo livre

2 Idem

3 Idem

4 Atual Solar Grandjean de Montigny

5 Atual Casa Franccedila-Brasil

14

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em relaccedilatildeo aos desafios da pesquisa eacute importante destacar as dificuldades que encontramos em formular

esse inventaacuterio tendo na maioria das vezes a necessidade de adiar a pesquisa devido agraves burocracias e em-

pecilhos impostos pelos arquivos puacuteblicos dificultando em alguns casos o acesso aos documentos Ape-

sar das adversidades conseguimos realizar um trabalho ineacutedito que traraacute avanccedilos em anaacutelises futuras

Referecircncias bibliograacuteficas

ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTESCataacutelogos das exposiccedilotildees gerais das Bellas Artes 1841-1843 1845

e 1850 e precircmios outorgados Rio de Janeiro [sn] 1843 25 p

MONTIGNY Grandjean A Famin Architectures toscane ou palais maisons et autres edifices de la Tos-

cane mensureacutes et dessineacutes Paris Denovilliers1837 Disponiacutevel em httpgallicabnffrark12148bp-

t6k5429296wr=Grandjean+de+Montigny2C+Auguste-Henri-VictorlangPT Acesso em 20 jun 2014

TELLES Angela Grandjean de Montignyda arquitetura revolucionaacuteria agrave civilizaccedilatildeo nos troacutepicos Rio de Janei-

ro Ed Arquivo Nacional 2008

FILHO Adolfo Morales de Los Rios Grandjean de Montigny e a evoluccedilatildeo da arte brasileira Empresa A

Noite [1946]

15

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa

Introduccedilatildeo

A fim de monitorar as condiccedilotildees climaacuteticas das suas aacutereas de guarda de acervo bibliograacutefico e museoloacute-

gico a Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa conta com 21 aparelhos denominados dataloggers distribuiacutedos por

toda a Fundaccedilatildeo Tais aparelhos mensuram a umidade relativa e a temperatura ambiente

Os dataloggers da Fundaccedilatildeo foram instalados em duas fases Os primeiros 14 entraram em operaccedilatildeo em

7 de abril de 2011 em 11 cocircmodos diferentes em todos os edifiacutecios da Fundaccedilatildeo Museu edifiacutecio sede

garagem e LAMIC (Laboratoacuterio de Microfilmagem) Jaacute os demais foram instalados em 26 de marccedilo de

2013 em diversas salas do museu

No entanto os uacutenicos ambientes que possuem condiccedilotildees climaacuteticas controladas totalmente por apare-

lhos ou seja isentos de influecircncias do meio externo satildeo os trecircs locais de guarda localizados no edifiacutecio

sede Biblioteca Arquivo e AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira)

Objetivos

Este trabalho se propotildee a analisar as condiccedilotildees de temperatura ambiente e umidade relativa dos locais

de guarda do acervo bibliograacutefico da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa para poder identificar quais locais

BolsistaRodrigo Porto Bozzetti CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorEdmar Moraes Gonccedilalves ProjetoConservaccedilatildeo Integrada implantaccedilatildeo de programa de pesquisa no campo da deterioraccedilatildeo dos acervos documentaisAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 2: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

2

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Programaccedilatildeo

Abertura 9h30min ndash Palavras do Comitecirc Institucional do Programa de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Mesa 1 Centro de Memoacuteria e Informaccedilatildeo Avaliador externo Paulo Knauss de Mendonccedila (UFF e Arquivo Puacuteblico do Estado do Rio de Janeiro)Moderadoras Claudia Carvalho (FCRB) e Lucia Maria Velloso de Oliveira (FCRB)

9h40min ndash A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro anatomia de interiores ediccedilatildeo de site Bolsista Iara Amaral Alves (Composiccedilatildeo de Interiores UFRJ)Orientadora Ana Pessoa dos Santos

9h50min ndash Ediccedilatildeo textual do site ldquoA casa senhorialrdquo Bolsista Barbara Ribeiro Gonccedilalves Letras (LetrasUFRJ)Orientadora Ana Pessoa dos Santos

10h ndash A elaboraccedilatildeo de um inventaacuterio da obra de Grandjean de Montigny avanccedilos e desafios Bolsista Katherine Nunes de Azevedo (Histoacuteria UFRJ)Orientadora Ana Pessoa dos Santos

10h10min ndash Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui BarbosaBolsista Rodrigo Porto Bozzetti (HistoacuteriaUFRJ)Orientador Edmar Gonccedilalves

3

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

10h20min ndash Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e texturaBolsista Viacutetor Kibaltchich Coelho (Arquitetura e Urbanismo UFRJ)Orientadora Claudia Carvalho

10h30min ndash Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acessoBolsista Daybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes (ArquivologiaUFF)Orientadora Lucia Maria Velloso de Oliveira

10h40min ndash Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivasBolsista Ana Carolina Monay dos Santos (Histoacuteria UERJ)Orientadora Lucia Maria Velloso de Oliveira

Debate

Mesa 2 Poliacuteticas Culturais e DireitoAvaliador externo Alan Rocha de Souza (UFRRJ)Moderadora Eliane Vasconcellos (FCRB)

11h ndash Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideacuteias Bolsista Gabriela Monteiro da Costa (HistoacuteriaUFF)Orientadora Lia Calabre de Azevedo

11h10min ndash A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC Bolsista Bianca Kremer Nogueira Correcirca (Histoacuteria da Arte UFRJ)Orientadora Lia Calabre de Azevedo

4

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

11h20min ndash O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei SarneyBolsista Renata Duarte (HistoacuteriaUERJ)Orientadora Lia Calabre de Azevedo

11h30min ndash Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileiraBolsista Matheus Abreu Lopes de Andrade (DireitoUERJ)Orientadora Margarida Lacombe

Debate

Mesa 3 LetrasAvaliador externo Sofia de Sousa Silva (UFRJ) Moderadora Tacircnia Dias (FCRB)

14h ndash Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de AssisBolsista Maira Moreira Moura (LetrasUFRJ)Orientadora Marta de Senna

14h10min ndash A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de AssisBolsista Laiacuteza Steacutefane Verccedilosa do Nascimento (LetrasUFRJ)Orientadora Marta de Senna

14h20min ndash Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notasBolsista Larissa Santos de Lira (LetrasUFF)Orientadora Eliane Vasconcellos

5

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Debate

Mesa 4 HistoacuteriaAvaliador externo Luacutecia Maria Bastos Pereira das Neves (UERJ)Moderadora Lia Calabre de Azevedo (FCRB)

14h30min ndash Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil Bolsista Jaqueline Cavalcante Correia (HistoacuteriaPUCRio)Orientadora Ivana Stolze Lima

14h40min ndash O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVIIBolsista Cristiane da Rosa Elias (HistoacuteriaUERJ)Orientadora Ivana Stolze Lima

14h50min ndash Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatraisBolsista Nataacutelia Cristina Rezende da Silva (HistoacuteriaUERJ)Orientador Antonio Herculano Lopes

15hmin ndash Artur Azevedo o paladino da modernidadeBolsista Camilla Campoi de Sobral (HistoacuteriaUERJ)Orientador Antonio Herculano Lopes

Debate

Encerramento 15h20min ndash Annanda Galvatildeo Ferreira da Silva (doutoranda na Universidade de Granada e ex-bolsisa do Setor de Poliacuteticas Culturais da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa)

6

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro anatomia de interiores ediccedilatildeo de site

Introduccedilatildeo

Ediccedilatildeo da seccedilatildeo brasileira do site do projeto ldquoA casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro anatomia

de interioresrdquo que implica na pesquisa seleccedilatildeo compilaccedilatildeo revisatildeo e diagramaccedilatildeo de imagens relacio-

nadas agraves casas estudadas no projeto

Objetivos

A proposta do projeto eacute estudar a casa senhorial nas cidades do Rio de Janeiro e Lisboa e assim fazer

uma anaacutelise da forma de morar da nobreza e da alta burguesia o interior dessas edificaccedilotildees foram o foco

principal a funccedilatildeo dos espaccedilos e como satildeo articulados a decoraccedilatildeo os objetos e mobiliaacuterios artistas e

artesatildeos que nelas trabalharam

Metodologia

Seleccedilatildeo de quais casas seriam inseridas no site a partir de estudos realizados em etapas anteriores

no projeto

Levantamento com os pesquisadores brasileiros de quais paracircmetros e cocircmodos deveriam ser destaca-

dos tendo como base trabalhos e pesquisas realizadas anteriormente

Bolsista Iara Amaral AlvesCursoInstituiccedilatildeoComposiccedilatildeo de Interiores Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos Santos ProjetoA casa senhorial entre Lisboa e o Rio de Janeiro (seacuteculos XVII XVIII e XIX) Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de site Agecircncia de financiamento FCRBPeriacuteodosetembro 2013 a julho 2014

7

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Elaboraccedilatildeo de padratildeo esteacutetico para as fotos

Renomeaccedilatildeo das fotos e reduccedilatildeo de seus tamanhos para o padratildeo aceitaacutevel pelo servidor

Ediccedilatildeo dos arquivos das plantas das casas estudadas de DWG para JPEG e ediccedilatildeo de acordo com o pa-

dratildeo estabelecido para o site

Inserccedilatildeo das imagens na ficha de sua respectiva casa observando os seguintes paracircmetros programa inte-

rior azulejaria estuques pintura decorativa decoraccedilatildeo diversa e equipamento moacutevel

Conclusatildeo

Podemos concluir que o meacutetodo criado para a apresentaccedilatildeo dos dados foi bem-sucedido e o objetivo

alcanccedilado o site consegue apresentar seu conteuacutedo de forma clara criando uma fonte de informaccedilatildeo

inovadora e muito acessiacutevel Aleacutem disso este pode ser alimentado por qualquer pessoa envolvida com o

projeto sendo necessaacuterio apenas instruccedilotildees baacutesicas quanto ao meacutetodo de formataccedilatildeo e inserccedilatildeo

Este trabalho eacute de grande contribuiccedilatildeo para historiadores pesquisadores arquitetos museoacutelogos e tan-

tos outros interessados no estudo do modo de viver da burguesia luso-carioca no periacuteodo estudado

Referecircncias bibliograacuteficas

BASE ICONOGRAFIA Arquivo histoacuterico e institucional FCRB

BASE MUSEU Museu Casa de Rui BarbosaFCRB

8

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

FRANCO Afonso Arinos de Melo O palacete do caminho novo Solar da Marquesa de Santos Rio de Janeiro

UEG 1975

MUSEU DA REPUacuteBLICA Guia do Visitante Rio de Janeiro Museu da Repuacuteblica 1994

MUSEU CASA DE RUI BARBOSA Satildeo Paulo Banco Safra 2013

MUSEU IMPERIAL Satildeo Paulo Banco Safra 1992

9

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Bolsista Barbara Ribeiro Gonccedilalves CursoInstituiccedilatildeoLetras (PortuguecircsLiteraturas) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoA casa senhorial entre Lisboa e o Rio de Janeiro (seacuteculos XVII XVIII e XIX) Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siteAgecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Ediccedilatildeo textual do site ldquoA casa senhorialrdquo

Introduccedilatildeo

O projeto binacional ldquoA casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro (nos seacuteculos XVII XVIII e XIX)

Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siterdquo foi fomentado sob as diretrizes da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Bar-

bosa em parceria com a Universidade Nova de Lisboa (IHAFCSH da UNL) e associaccedilatildeo da Fundaccedilatildeo

Ricardo do Espiacuterito Santo Silva (ESADFRESS) elaborado no periacuteodo de 2011 a 2014

Objetivos

O projeto pauta-se no estudo das casas senhoriais por meio da sua perspectiva valorativa representa-

tiva histoacuterico-social e material Nele reuacutenem-se os resultados levantados dos espaccedilos interiores de dez

casas brasileiras vinte e cinco casas lisboetas e a influecircncia portuguesa existente nesses ambientes

Como o projeto abrange textos informativos e descritivos dados fotografias inventaacuterios e artigos de

acircmbito binacional percebeu-se a necessidade da elaboraccedilatildeo de um local em que se pudesse reunir com-

parar e preservar as informaccedilotildees obtidas tanto pela pesquisa brasileira quanto pela portuguesa

Desta forma o Centro de Memoacuteria e Informaccedilatildeo (CMI) da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa (FCRB) ini-

ciou o trabalho pioneiro de sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees obtidas atraveacutes da criaccedilatildeo de um site que

10

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

agregasse a organizaccedilatildeo do material pesquisado a integraccedilatildeo cultural entre os dois paiacuteses assim como

fosse um suporte que servisse de apoio e utilizaccedilatildeo para consultas abertas agrave sociedade

Metodologia

Para a elaboraccedilatildeo de todo o conteuacutedo textual anexado ao site adotou-se uma metodologia uniforme

atraveacutes da elaboraccedilatildeo e preenchimento de fichas com os dados das casas e com a construccedilatildeo de um ma-

nual de normas descritivas a fim de padronizar linguisticamente e esteticamente todas as informaccedilotildees

arquitetocircnicas dos interiores das casas senhoriais

Deste modo toda atividade de inserccedilatildeo de materialdocumentaccedilatildeo artigos e textos incorporados agrave pla-

taforma tal como a formataccedilatildeo transformaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo dos dados levantados em formato de textos

online contribuem para a aparecircncia padronizaccedilatildeo organizaccedilatildeo compreensatildeo informacional sempre

objetivando a facilitaccedilatildeo de leitura dos conteuacutedos abordados

Assim as funccedilotildees do bolsista atuam na produccedilatildeo revisatildeo ortograacutefica descriccedilatildeo e divisatildeo de todo

o conteuacutedo textual tal como a padronizaccedilatildeo e formataccedilatildeo estiliacutestica do site Essas tarefas devem ser

pensadas de forma a ser compreensiacutevel por todos os tipos de leitores atentando para uma organizaccedilatildeo

esteacutetica e hieraacuterquica

Diante disso o trabalho de ediccedilatildeo busca proporcionar a apreensatildeo entendimento captaccedilatildeo e inclusatildeo

das informaccedilotildees e dados apurados veiculando-os da forma mais clara e plausiacutevel possiacutevel dentro de

uma fonte uacutenica e pioneira de pesquisa

11

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

Bases de dados

Base IconografiaArquivo histoacuterico e InstitucionalFCRB

Base MuseuMuseu Casa de Rui BarbosaFCRB

Museu Casa de Rui Barbosa Satildeo Paulo Banco Safra 2013

CONSERVACcedilAtildeO PreventivaFCRB Disponiacutevel em httpacervoscasaruibarbosagovbr

12

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A elaboraccedilatildeo de um inventaacuterio da obra de Grandjean de Montigny avanccedilos e desafios

Essa comunicaccedilatildeo tem como finalidade apresentar os resultados finais do projeto intitulado Gosto neo-

claacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850) desenvolvido pelo grupo de pesquisa

Museu-casa memoacuteria espaccedilo e representaccedilotildees O projeto tem como objetivo criar um inventaacuterio na

forma de base de dados dos desenhos do arquiteto de formaccedilatildeo francesa Auguste Henri Victor Grand-

jean de Montigny que chegou ao Brasil em 1816 como integrante da chamada ldquoMissatildeo Artiacutestica France-

sardquo e foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do curso de arquitetura e formaccedilatildeo de novos arquitetos que seguiram

seus ensinamentos

Por ter atuado na Franccedila Itaacutelia Westfaacutelia e Brasil seus desenhos estatildeo espalhados em distintas institui-

ccedilotildees nacionais e estrangeiras sendo relevante portanto a sistematizaccedilatildeo da sua obra em uma platafor-

ma digital documental que reuacutena as imagens das plantas e informaccedilotildees sobre sua produccedilatildeo intelectual

com o propoacutesito de possibilitar futuros estudos

A partir disso a primeira etapa da pesquisa consistiu em um levantamento dos desenhos de Grandjean

disponiacuteveis nos arquivos e na internet Com o apoio financeiro da FAPERJ foram produzidos registros

digitais de plantas e desenhos que se encontram no Museu D Joatildeo VI Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacio-

nal Arquivo Nacional Museu do Primeiro Reinado e no Museu Nacional de Belas Artes Aleacutem disso

Bolsista Katherine Nunes de AzevedoCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoGosto neoclaacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850)Agecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

13

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

reunimos tambeacutem as imagens que estavam digitalizadas nos arquivos Technische Universitaumlt Berlin ndash

Architekturmuseum (Universidade Teacutecnica de Berlim ndash Museu de Arquitetura)[1] Museumslandschaft

Hessen Kassel (Museu Hessen de Kassel)[2] Palaacutecio Nacional da Ajuda e Eacutecole Supeacuterieure National des

Beaux-Arts (Escola Superior Nacional de Belas Artes)[3]

Mesmo natildeo sendo desenhos de autoria de Grandjean de Montigny tambeacutem reproduzimos algumas

plantas que estatildeo no acervo do Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN) que tra-

zem informaccedilotildees sobre sua residecircncia localizada na Gaacutevea[4] e a antiga Praccedila do Comeacutercio[5] Apesar de

natildeo serem pranchas formuladas pelo arquiteto elas satildeo relevantes na medida em que trazem detalhes

dos interiores de preacutedios idealizados por ele enquanto professor de arquitetura

Nesse uacuteltimo ano de pesquisa privilegiamos o aperfeiccediloamento dos campos da base de dados que

passou do formato Access para uma versatildeo on line com a sistematizaccedilatildeo de termos e nomenclaturas

anaacutelise das fontes de distintas tipologias que trouxessem informaccedilotildees sobre as plantas e a atuaccedilatildeo de

Grandjean de Montigny como arquiteto revisatildeo dos 325 itens da base de dados para corrigir equiacutevocos

de datas Aleacutem disso foi possiacutevel inferir hipoacuteteses sobre alguns desenhos que estatildeo na condiccedilatildeo de ldquosem

localizaccedilatildeordquo na base de dados

1 Traduccedilatildeo livre

2 Idem

3 Idem

4 Atual Solar Grandjean de Montigny

5 Atual Casa Franccedila-Brasil

14

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em relaccedilatildeo aos desafios da pesquisa eacute importante destacar as dificuldades que encontramos em formular

esse inventaacuterio tendo na maioria das vezes a necessidade de adiar a pesquisa devido agraves burocracias e em-

pecilhos impostos pelos arquivos puacuteblicos dificultando em alguns casos o acesso aos documentos Ape-

sar das adversidades conseguimos realizar um trabalho ineacutedito que traraacute avanccedilos em anaacutelises futuras

Referecircncias bibliograacuteficas

ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTESCataacutelogos das exposiccedilotildees gerais das Bellas Artes 1841-1843 1845

e 1850 e precircmios outorgados Rio de Janeiro [sn] 1843 25 p

MONTIGNY Grandjean A Famin Architectures toscane ou palais maisons et autres edifices de la Tos-

cane mensureacutes et dessineacutes Paris Denovilliers1837 Disponiacutevel em httpgallicabnffrark12148bp-

t6k5429296wr=Grandjean+de+Montigny2C+Auguste-Henri-VictorlangPT Acesso em 20 jun 2014

TELLES Angela Grandjean de Montignyda arquitetura revolucionaacuteria agrave civilizaccedilatildeo nos troacutepicos Rio de Janei-

ro Ed Arquivo Nacional 2008

FILHO Adolfo Morales de Los Rios Grandjean de Montigny e a evoluccedilatildeo da arte brasileira Empresa A

Noite [1946]

15

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa

Introduccedilatildeo

A fim de monitorar as condiccedilotildees climaacuteticas das suas aacutereas de guarda de acervo bibliograacutefico e museoloacute-

gico a Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa conta com 21 aparelhos denominados dataloggers distribuiacutedos por

toda a Fundaccedilatildeo Tais aparelhos mensuram a umidade relativa e a temperatura ambiente

Os dataloggers da Fundaccedilatildeo foram instalados em duas fases Os primeiros 14 entraram em operaccedilatildeo em

7 de abril de 2011 em 11 cocircmodos diferentes em todos os edifiacutecios da Fundaccedilatildeo Museu edifiacutecio sede

garagem e LAMIC (Laboratoacuterio de Microfilmagem) Jaacute os demais foram instalados em 26 de marccedilo de

2013 em diversas salas do museu

No entanto os uacutenicos ambientes que possuem condiccedilotildees climaacuteticas controladas totalmente por apare-

lhos ou seja isentos de influecircncias do meio externo satildeo os trecircs locais de guarda localizados no edifiacutecio

sede Biblioteca Arquivo e AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira)

Objetivos

Este trabalho se propotildee a analisar as condiccedilotildees de temperatura ambiente e umidade relativa dos locais

de guarda do acervo bibliograacutefico da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa para poder identificar quais locais

BolsistaRodrigo Porto Bozzetti CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorEdmar Moraes Gonccedilalves ProjetoConservaccedilatildeo Integrada implantaccedilatildeo de programa de pesquisa no campo da deterioraccedilatildeo dos acervos documentaisAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 3: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

3

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

10h20min ndash Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e texturaBolsista Viacutetor Kibaltchich Coelho (Arquitetura e Urbanismo UFRJ)Orientadora Claudia Carvalho

10h30min ndash Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acessoBolsista Daybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes (ArquivologiaUFF)Orientadora Lucia Maria Velloso de Oliveira

10h40min ndash Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivasBolsista Ana Carolina Monay dos Santos (Histoacuteria UERJ)Orientadora Lucia Maria Velloso de Oliveira

Debate

Mesa 2 Poliacuteticas Culturais e DireitoAvaliador externo Alan Rocha de Souza (UFRRJ)Moderadora Eliane Vasconcellos (FCRB)

11h ndash Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideacuteias Bolsista Gabriela Monteiro da Costa (HistoacuteriaUFF)Orientadora Lia Calabre de Azevedo

11h10min ndash A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC Bolsista Bianca Kremer Nogueira Correcirca (Histoacuteria da Arte UFRJ)Orientadora Lia Calabre de Azevedo

4

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

11h20min ndash O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei SarneyBolsista Renata Duarte (HistoacuteriaUERJ)Orientadora Lia Calabre de Azevedo

11h30min ndash Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileiraBolsista Matheus Abreu Lopes de Andrade (DireitoUERJ)Orientadora Margarida Lacombe

Debate

Mesa 3 LetrasAvaliador externo Sofia de Sousa Silva (UFRJ) Moderadora Tacircnia Dias (FCRB)

14h ndash Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de AssisBolsista Maira Moreira Moura (LetrasUFRJ)Orientadora Marta de Senna

14h10min ndash A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de AssisBolsista Laiacuteza Steacutefane Verccedilosa do Nascimento (LetrasUFRJ)Orientadora Marta de Senna

14h20min ndash Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notasBolsista Larissa Santos de Lira (LetrasUFF)Orientadora Eliane Vasconcellos

5

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Debate

Mesa 4 HistoacuteriaAvaliador externo Luacutecia Maria Bastos Pereira das Neves (UERJ)Moderadora Lia Calabre de Azevedo (FCRB)

14h30min ndash Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil Bolsista Jaqueline Cavalcante Correia (HistoacuteriaPUCRio)Orientadora Ivana Stolze Lima

14h40min ndash O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVIIBolsista Cristiane da Rosa Elias (HistoacuteriaUERJ)Orientadora Ivana Stolze Lima

14h50min ndash Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatraisBolsista Nataacutelia Cristina Rezende da Silva (HistoacuteriaUERJ)Orientador Antonio Herculano Lopes

15hmin ndash Artur Azevedo o paladino da modernidadeBolsista Camilla Campoi de Sobral (HistoacuteriaUERJ)Orientador Antonio Herculano Lopes

Debate

Encerramento 15h20min ndash Annanda Galvatildeo Ferreira da Silva (doutoranda na Universidade de Granada e ex-bolsisa do Setor de Poliacuteticas Culturais da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa)

6

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro anatomia de interiores ediccedilatildeo de site

Introduccedilatildeo

Ediccedilatildeo da seccedilatildeo brasileira do site do projeto ldquoA casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro anatomia

de interioresrdquo que implica na pesquisa seleccedilatildeo compilaccedilatildeo revisatildeo e diagramaccedilatildeo de imagens relacio-

nadas agraves casas estudadas no projeto

Objetivos

A proposta do projeto eacute estudar a casa senhorial nas cidades do Rio de Janeiro e Lisboa e assim fazer

uma anaacutelise da forma de morar da nobreza e da alta burguesia o interior dessas edificaccedilotildees foram o foco

principal a funccedilatildeo dos espaccedilos e como satildeo articulados a decoraccedilatildeo os objetos e mobiliaacuterios artistas e

artesatildeos que nelas trabalharam

Metodologia

Seleccedilatildeo de quais casas seriam inseridas no site a partir de estudos realizados em etapas anteriores

no projeto

Levantamento com os pesquisadores brasileiros de quais paracircmetros e cocircmodos deveriam ser destaca-

dos tendo como base trabalhos e pesquisas realizadas anteriormente

Bolsista Iara Amaral AlvesCursoInstituiccedilatildeoComposiccedilatildeo de Interiores Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos Santos ProjetoA casa senhorial entre Lisboa e o Rio de Janeiro (seacuteculos XVII XVIII e XIX) Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de site Agecircncia de financiamento FCRBPeriacuteodosetembro 2013 a julho 2014

7

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Elaboraccedilatildeo de padratildeo esteacutetico para as fotos

Renomeaccedilatildeo das fotos e reduccedilatildeo de seus tamanhos para o padratildeo aceitaacutevel pelo servidor

Ediccedilatildeo dos arquivos das plantas das casas estudadas de DWG para JPEG e ediccedilatildeo de acordo com o pa-

dratildeo estabelecido para o site

Inserccedilatildeo das imagens na ficha de sua respectiva casa observando os seguintes paracircmetros programa inte-

rior azulejaria estuques pintura decorativa decoraccedilatildeo diversa e equipamento moacutevel

Conclusatildeo

Podemos concluir que o meacutetodo criado para a apresentaccedilatildeo dos dados foi bem-sucedido e o objetivo

alcanccedilado o site consegue apresentar seu conteuacutedo de forma clara criando uma fonte de informaccedilatildeo

inovadora e muito acessiacutevel Aleacutem disso este pode ser alimentado por qualquer pessoa envolvida com o

projeto sendo necessaacuterio apenas instruccedilotildees baacutesicas quanto ao meacutetodo de formataccedilatildeo e inserccedilatildeo

Este trabalho eacute de grande contribuiccedilatildeo para historiadores pesquisadores arquitetos museoacutelogos e tan-

tos outros interessados no estudo do modo de viver da burguesia luso-carioca no periacuteodo estudado

Referecircncias bibliograacuteficas

BASE ICONOGRAFIA Arquivo histoacuterico e institucional FCRB

BASE MUSEU Museu Casa de Rui BarbosaFCRB

8

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

FRANCO Afonso Arinos de Melo O palacete do caminho novo Solar da Marquesa de Santos Rio de Janeiro

UEG 1975

MUSEU DA REPUacuteBLICA Guia do Visitante Rio de Janeiro Museu da Repuacuteblica 1994

MUSEU CASA DE RUI BARBOSA Satildeo Paulo Banco Safra 2013

MUSEU IMPERIAL Satildeo Paulo Banco Safra 1992

9

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Bolsista Barbara Ribeiro Gonccedilalves CursoInstituiccedilatildeoLetras (PortuguecircsLiteraturas) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoA casa senhorial entre Lisboa e o Rio de Janeiro (seacuteculos XVII XVIII e XIX) Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siteAgecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Ediccedilatildeo textual do site ldquoA casa senhorialrdquo

Introduccedilatildeo

O projeto binacional ldquoA casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro (nos seacuteculos XVII XVIII e XIX)

Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siterdquo foi fomentado sob as diretrizes da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Bar-

bosa em parceria com a Universidade Nova de Lisboa (IHAFCSH da UNL) e associaccedilatildeo da Fundaccedilatildeo

Ricardo do Espiacuterito Santo Silva (ESADFRESS) elaborado no periacuteodo de 2011 a 2014

Objetivos

O projeto pauta-se no estudo das casas senhoriais por meio da sua perspectiva valorativa representa-

tiva histoacuterico-social e material Nele reuacutenem-se os resultados levantados dos espaccedilos interiores de dez

casas brasileiras vinte e cinco casas lisboetas e a influecircncia portuguesa existente nesses ambientes

Como o projeto abrange textos informativos e descritivos dados fotografias inventaacuterios e artigos de

acircmbito binacional percebeu-se a necessidade da elaboraccedilatildeo de um local em que se pudesse reunir com-

parar e preservar as informaccedilotildees obtidas tanto pela pesquisa brasileira quanto pela portuguesa

Desta forma o Centro de Memoacuteria e Informaccedilatildeo (CMI) da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa (FCRB) ini-

ciou o trabalho pioneiro de sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees obtidas atraveacutes da criaccedilatildeo de um site que

10

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

agregasse a organizaccedilatildeo do material pesquisado a integraccedilatildeo cultural entre os dois paiacuteses assim como

fosse um suporte que servisse de apoio e utilizaccedilatildeo para consultas abertas agrave sociedade

Metodologia

Para a elaboraccedilatildeo de todo o conteuacutedo textual anexado ao site adotou-se uma metodologia uniforme

atraveacutes da elaboraccedilatildeo e preenchimento de fichas com os dados das casas e com a construccedilatildeo de um ma-

nual de normas descritivas a fim de padronizar linguisticamente e esteticamente todas as informaccedilotildees

arquitetocircnicas dos interiores das casas senhoriais

Deste modo toda atividade de inserccedilatildeo de materialdocumentaccedilatildeo artigos e textos incorporados agrave pla-

taforma tal como a formataccedilatildeo transformaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo dos dados levantados em formato de textos

online contribuem para a aparecircncia padronizaccedilatildeo organizaccedilatildeo compreensatildeo informacional sempre

objetivando a facilitaccedilatildeo de leitura dos conteuacutedos abordados

Assim as funccedilotildees do bolsista atuam na produccedilatildeo revisatildeo ortograacutefica descriccedilatildeo e divisatildeo de todo

o conteuacutedo textual tal como a padronizaccedilatildeo e formataccedilatildeo estiliacutestica do site Essas tarefas devem ser

pensadas de forma a ser compreensiacutevel por todos os tipos de leitores atentando para uma organizaccedilatildeo

esteacutetica e hieraacuterquica

Diante disso o trabalho de ediccedilatildeo busca proporcionar a apreensatildeo entendimento captaccedilatildeo e inclusatildeo

das informaccedilotildees e dados apurados veiculando-os da forma mais clara e plausiacutevel possiacutevel dentro de

uma fonte uacutenica e pioneira de pesquisa

11

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

Bases de dados

Base IconografiaArquivo histoacuterico e InstitucionalFCRB

Base MuseuMuseu Casa de Rui BarbosaFCRB

Museu Casa de Rui Barbosa Satildeo Paulo Banco Safra 2013

CONSERVACcedilAtildeO PreventivaFCRB Disponiacutevel em httpacervoscasaruibarbosagovbr

12

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A elaboraccedilatildeo de um inventaacuterio da obra de Grandjean de Montigny avanccedilos e desafios

Essa comunicaccedilatildeo tem como finalidade apresentar os resultados finais do projeto intitulado Gosto neo-

claacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850) desenvolvido pelo grupo de pesquisa

Museu-casa memoacuteria espaccedilo e representaccedilotildees O projeto tem como objetivo criar um inventaacuterio na

forma de base de dados dos desenhos do arquiteto de formaccedilatildeo francesa Auguste Henri Victor Grand-

jean de Montigny que chegou ao Brasil em 1816 como integrante da chamada ldquoMissatildeo Artiacutestica France-

sardquo e foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do curso de arquitetura e formaccedilatildeo de novos arquitetos que seguiram

seus ensinamentos

Por ter atuado na Franccedila Itaacutelia Westfaacutelia e Brasil seus desenhos estatildeo espalhados em distintas institui-

ccedilotildees nacionais e estrangeiras sendo relevante portanto a sistematizaccedilatildeo da sua obra em uma platafor-

ma digital documental que reuacutena as imagens das plantas e informaccedilotildees sobre sua produccedilatildeo intelectual

com o propoacutesito de possibilitar futuros estudos

A partir disso a primeira etapa da pesquisa consistiu em um levantamento dos desenhos de Grandjean

disponiacuteveis nos arquivos e na internet Com o apoio financeiro da FAPERJ foram produzidos registros

digitais de plantas e desenhos que se encontram no Museu D Joatildeo VI Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacio-

nal Arquivo Nacional Museu do Primeiro Reinado e no Museu Nacional de Belas Artes Aleacutem disso

Bolsista Katherine Nunes de AzevedoCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoGosto neoclaacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850)Agecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

13

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

reunimos tambeacutem as imagens que estavam digitalizadas nos arquivos Technische Universitaumlt Berlin ndash

Architekturmuseum (Universidade Teacutecnica de Berlim ndash Museu de Arquitetura)[1] Museumslandschaft

Hessen Kassel (Museu Hessen de Kassel)[2] Palaacutecio Nacional da Ajuda e Eacutecole Supeacuterieure National des

Beaux-Arts (Escola Superior Nacional de Belas Artes)[3]

Mesmo natildeo sendo desenhos de autoria de Grandjean de Montigny tambeacutem reproduzimos algumas

plantas que estatildeo no acervo do Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN) que tra-

zem informaccedilotildees sobre sua residecircncia localizada na Gaacutevea[4] e a antiga Praccedila do Comeacutercio[5] Apesar de

natildeo serem pranchas formuladas pelo arquiteto elas satildeo relevantes na medida em que trazem detalhes

dos interiores de preacutedios idealizados por ele enquanto professor de arquitetura

Nesse uacuteltimo ano de pesquisa privilegiamos o aperfeiccediloamento dos campos da base de dados que

passou do formato Access para uma versatildeo on line com a sistematizaccedilatildeo de termos e nomenclaturas

anaacutelise das fontes de distintas tipologias que trouxessem informaccedilotildees sobre as plantas e a atuaccedilatildeo de

Grandjean de Montigny como arquiteto revisatildeo dos 325 itens da base de dados para corrigir equiacutevocos

de datas Aleacutem disso foi possiacutevel inferir hipoacuteteses sobre alguns desenhos que estatildeo na condiccedilatildeo de ldquosem

localizaccedilatildeordquo na base de dados

1 Traduccedilatildeo livre

2 Idem

3 Idem

4 Atual Solar Grandjean de Montigny

5 Atual Casa Franccedila-Brasil

14

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em relaccedilatildeo aos desafios da pesquisa eacute importante destacar as dificuldades que encontramos em formular

esse inventaacuterio tendo na maioria das vezes a necessidade de adiar a pesquisa devido agraves burocracias e em-

pecilhos impostos pelos arquivos puacuteblicos dificultando em alguns casos o acesso aos documentos Ape-

sar das adversidades conseguimos realizar um trabalho ineacutedito que traraacute avanccedilos em anaacutelises futuras

Referecircncias bibliograacuteficas

ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTESCataacutelogos das exposiccedilotildees gerais das Bellas Artes 1841-1843 1845

e 1850 e precircmios outorgados Rio de Janeiro [sn] 1843 25 p

MONTIGNY Grandjean A Famin Architectures toscane ou palais maisons et autres edifices de la Tos-

cane mensureacutes et dessineacutes Paris Denovilliers1837 Disponiacutevel em httpgallicabnffrark12148bp-

t6k5429296wr=Grandjean+de+Montigny2C+Auguste-Henri-VictorlangPT Acesso em 20 jun 2014

TELLES Angela Grandjean de Montignyda arquitetura revolucionaacuteria agrave civilizaccedilatildeo nos troacutepicos Rio de Janei-

ro Ed Arquivo Nacional 2008

FILHO Adolfo Morales de Los Rios Grandjean de Montigny e a evoluccedilatildeo da arte brasileira Empresa A

Noite [1946]

15

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa

Introduccedilatildeo

A fim de monitorar as condiccedilotildees climaacuteticas das suas aacutereas de guarda de acervo bibliograacutefico e museoloacute-

gico a Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa conta com 21 aparelhos denominados dataloggers distribuiacutedos por

toda a Fundaccedilatildeo Tais aparelhos mensuram a umidade relativa e a temperatura ambiente

Os dataloggers da Fundaccedilatildeo foram instalados em duas fases Os primeiros 14 entraram em operaccedilatildeo em

7 de abril de 2011 em 11 cocircmodos diferentes em todos os edifiacutecios da Fundaccedilatildeo Museu edifiacutecio sede

garagem e LAMIC (Laboratoacuterio de Microfilmagem) Jaacute os demais foram instalados em 26 de marccedilo de

2013 em diversas salas do museu

No entanto os uacutenicos ambientes que possuem condiccedilotildees climaacuteticas controladas totalmente por apare-

lhos ou seja isentos de influecircncias do meio externo satildeo os trecircs locais de guarda localizados no edifiacutecio

sede Biblioteca Arquivo e AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira)

Objetivos

Este trabalho se propotildee a analisar as condiccedilotildees de temperatura ambiente e umidade relativa dos locais

de guarda do acervo bibliograacutefico da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa para poder identificar quais locais

BolsistaRodrigo Porto Bozzetti CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorEdmar Moraes Gonccedilalves ProjetoConservaccedilatildeo Integrada implantaccedilatildeo de programa de pesquisa no campo da deterioraccedilatildeo dos acervos documentaisAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 4: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

4

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

11h20min ndash O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei SarneyBolsista Renata Duarte (HistoacuteriaUERJ)Orientadora Lia Calabre de Azevedo

11h30min ndash Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileiraBolsista Matheus Abreu Lopes de Andrade (DireitoUERJ)Orientadora Margarida Lacombe

Debate

Mesa 3 LetrasAvaliador externo Sofia de Sousa Silva (UFRJ) Moderadora Tacircnia Dias (FCRB)

14h ndash Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de AssisBolsista Maira Moreira Moura (LetrasUFRJ)Orientadora Marta de Senna

14h10min ndash A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de AssisBolsista Laiacuteza Steacutefane Verccedilosa do Nascimento (LetrasUFRJ)Orientadora Marta de Senna

14h20min ndash Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notasBolsista Larissa Santos de Lira (LetrasUFF)Orientadora Eliane Vasconcellos

5

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Debate

Mesa 4 HistoacuteriaAvaliador externo Luacutecia Maria Bastos Pereira das Neves (UERJ)Moderadora Lia Calabre de Azevedo (FCRB)

14h30min ndash Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil Bolsista Jaqueline Cavalcante Correia (HistoacuteriaPUCRio)Orientadora Ivana Stolze Lima

14h40min ndash O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVIIBolsista Cristiane da Rosa Elias (HistoacuteriaUERJ)Orientadora Ivana Stolze Lima

14h50min ndash Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatraisBolsista Nataacutelia Cristina Rezende da Silva (HistoacuteriaUERJ)Orientador Antonio Herculano Lopes

15hmin ndash Artur Azevedo o paladino da modernidadeBolsista Camilla Campoi de Sobral (HistoacuteriaUERJ)Orientador Antonio Herculano Lopes

Debate

Encerramento 15h20min ndash Annanda Galvatildeo Ferreira da Silva (doutoranda na Universidade de Granada e ex-bolsisa do Setor de Poliacuteticas Culturais da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa)

6

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro anatomia de interiores ediccedilatildeo de site

Introduccedilatildeo

Ediccedilatildeo da seccedilatildeo brasileira do site do projeto ldquoA casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro anatomia

de interioresrdquo que implica na pesquisa seleccedilatildeo compilaccedilatildeo revisatildeo e diagramaccedilatildeo de imagens relacio-

nadas agraves casas estudadas no projeto

Objetivos

A proposta do projeto eacute estudar a casa senhorial nas cidades do Rio de Janeiro e Lisboa e assim fazer

uma anaacutelise da forma de morar da nobreza e da alta burguesia o interior dessas edificaccedilotildees foram o foco

principal a funccedilatildeo dos espaccedilos e como satildeo articulados a decoraccedilatildeo os objetos e mobiliaacuterios artistas e

artesatildeos que nelas trabalharam

Metodologia

Seleccedilatildeo de quais casas seriam inseridas no site a partir de estudos realizados em etapas anteriores

no projeto

Levantamento com os pesquisadores brasileiros de quais paracircmetros e cocircmodos deveriam ser destaca-

dos tendo como base trabalhos e pesquisas realizadas anteriormente

Bolsista Iara Amaral AlvesCursoInstituiccedilatildeoComposiccedilatildeo de Interiores Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos Santos ProjetoA casa senhorial entre Lisboa e o Rio de Janeiro (seacuteculos XVII XVIII e XIX) Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de site Agecircncia de financiamento FCRBPeriacuteodosetembro 2013 a julho 2014

7

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Elaboraccedilatildeo de padratildeo esteacutetico para as fotos

Renomeaccedilatildeo das fotos e reduccedilatildeo de seus tamanhos para o padratildeo aceitaacutevel pelo servidor

Ediccedilatildeo dos arquivos das plantas das casas estudadas de DWG para JPEG e ediccedilatildeo de acordo com o pa-

dratildeo estabelecido para o site

Inserccedilatildeo das imagens na ficha de sua respectiva casa observando os seguintes paracircmetros programa inte-

rior azulejaria estuques pintura decorativa decoraccedilatildeo diversa e equipamento moacutevel

Conclusatildeo

Podemos concluir que o meacutetodo criado para a apresentaccedilatildeo dos dados foi bem-sucedido e o objetivo

alcanccedilado o site consegue apresentar seu conteuacutedo de forma clara criando uma fonte de informaccedilatildeo

inovadora e muito acessiacutevel Aleacutem disso este pode ser alimentado por qualquer pessoa envolvida com o

projeto sendo necessaacuterio apenas instruccedilotildees baacutesicas quanto ao meacutetodo de formataccedilatildeo e inserccedilatildeo

Este trabalho eacute de grande contribuiccedilatildeo para historiadores pesquisadores arquitetos museoacutelogos e tan-

tos outros interessados no estudo do modo de viver da burguesia luso-carioca no periacuteodo estudado

Referecircncias bibliograacuteficas

BASE ICONOGRAFIA Arquivo histoacuterico e institucional FCRB

BASE MUSEU Museu Casa de Rui BarbosaFCRB

8

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

FRANCO Afonso Arinos de Melo O palacete do caminho novo Solar da Marquesa de Santos Rio de Janeiro

UEG 1975

MUSEU DA REPUacuteBLICA Guia do Visitante Rio de Janeiro Museu da Repuacuteblica 1994

MUSEU CASA DE RUI BARBOSA Satildeo Paulo Banco Safra 2013

MUSEU IMPERIAL Satildeo Paulo Banco Safra 1992

9

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Bolsista Barbara Ribeiro Gonccedilalves CursoInstituiccedilatildeoLetras (PortuguecircsLiteraturas) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoA casa senhorial entre Lisboa e o Rio de Janeiro (seacuteculos XVII XVIII e XIX) Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siteAgecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Ediccedilatildeo textual do site ldquoA casa senhorialrdquo

Introduccedilatildeo

O projeto binacional ldquoA casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro (nos seacuteculos XVII XVIII e XIX)

Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siterdquo foi fomentado sob as diretrizes da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Bar-

bosa em parceria com a Universidade Nova de Lisboa (IHAFCSH da UNL) e associaccedilatildeo da Fundaccedilatildeo

Ricardo do Espiacuterito Santo Silva (ESADFRESS) elaborado no periacuteodo de 2011 a 2014

Objetivos

O projeto pauta-se no estudo das casas senhoriais por meio da sua perspectiva valorativa representa-

tiva histoacuterico-social e material Nele reuacutenem-se os resultados levantados dos espaccedilos interiores de dez

casas brasileiras vinte e cinco casas lisboetas e a influecircncia portuguesa existente nesses ambientes

Como o projeto abrange textos informativos e descritivos dados fotografias inventaacuterios e artigos de

acircmbito binacional percebeu-se a necessidade da elaboraccedilatildeo de um local em que se pudesse reunir com-

parar e preservar as informaccedilotildees obtidas tanto pela pesquisa brasileira quanto pela portuguesa

Desta forma o Centro de Memoacuteria e Informaccedilatildeo (CMI) da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa (FCRB) ini-

ciou o trabalho pioneiro de sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees obtidas atraveacutes da criaccedilatildeo de um site que

10

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

agregasse a organizaccedilatildeo do material pesquisado a integraccedilatildeo cultural entre os dois paiacuteses assim como

fosse um suporte que servisse de apoio e utilizaccedilatildeo para consultas abertas agrave sociedade

Metodologia

Para a elaboraccedilatildeo de todo o conteuacutedo textual anexado ao site adotou-se uma metodologia uniforme

atraveacutes da elaboraccedilatildeo e preenchimento de fichas com os dados das casas e com a construccedilatildeo de um ma-

nual de normas descritivas a fim de padronizar linguisticamente e esteticamente todas as informaccedilotildees

arquitetocircnicas dos interiores das casas senhoriais

Deste modo toda atividade de inserccedilatildeo de materialdocumentaccedilatildeo artigos e textos incorporados agrave pla-

taforma tal como a formataccedilatildeo transformaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo dos dados levantados em formato de textos

online contribuem para a aparecircncia padronizaccedilatildeo organizaccedilatildeo compreensatildeo informacional sempre

objetivando a facilitaccedilatildeo de leitura dos conteuacutedos abordados

Assim as funccedilotildees do bolsista atuam na produccedilatildeo revisatildeo ortograacutefica descriccedilatildeo e divisatildeo de todo

o conteuacutedo textual tal como a padronizaccedilatildeo e formataccedilatildeo estiliacutestica do site Essas tarefas devem ser

pensadas de forma a ser compreensiacutevel por todos os tipos de leitores atentando para uma organizaccedilatildeo

esteacutetica e hieraacuterquica

Diante disso o trabalho de ediccedilatildeo busca proporcionar a apreensatildeo entendimento captaccedilatildeo e inclusatildeo

das informaccedilotildees e dados apurados veiculando-os da forma mais clara e plausiacutevel possiacutevel dentro de

uma fonte uacutenica e pioneira de pesquisa

11

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

Bases de dados

Base IconografiaArquivo histoacuterico e InstitucionalFCRB

Base MuseuMuseu Casa de Rui BarbosaFCRB

Museu Casa de Rui Barbosa Satildeo Paulo Banco Safra 2013

CONSERVACcedilAtildeO PreventivaFCRB Disponiacutevel em httpacervoscasaruibarbosagovbr

12

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A elaboraccedilatildeo de um inventaacuterio da obra de Grandjean de Montigny avanccedilos e desafios

Essa comunicaccedilatildeo tem como finalidade apresentar os resultados finais do projeto intitulado Gosto neo-

claacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850) desenvolvido pelo grupo de pesquisa

Museu-casa memoacuteria espaccedilo e representaccedilotildees O projeto tem como objetivo criar um inventaacuterio na

forma de base de dados dos desenhos do arquiteto de formaccedilatildeo francesa Auguste Henri Victor Grand-

jean de Montigny que chegou ao Brasil em 1816 como integrante da chamada ldquoMissatildeo Artiacutestica France-

sardquo e foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do curso de arquitetura e formaccedilatildeo de novos arquitetos que seguiram

seus ensinamentos

Por ter atuado na Franccedila Itaacutelia Westfaacutelia e Brasil seus desenhos estatildeo espalhados em distintas institui-

ccedilotildees nacionais e estrangeiras sendo relevante portanto a sistematizaccedilatildeo da sua obra em uma platafor-

ma digital documental que reuacutena as imagens das plantas e informaccedilotildees sobre sua produccedilatildeo intelectual

com o propoacutesito de possibilitar futuros estudos

A partir disso a primeira etapa da pesquisa consistiu em um levantamento dos desenhos de Grandjean

disponiacuteveis nos arquivos e na internet Com o apoio financeiro da FAPERJ foram produzidos registros

digitais de plantas e desenhos que se encontram no Museu D Joatildeo VI Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacio-

nal Arquivo Nacional Museu do Primeiro Reinado e no Museu Nacional de Belas Artes Aleacutem disso

Bolsista Katherine Nunes de AzevedoCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoGosto neoclaacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850)Agecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

13

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

reunimos tambeacutem as imagens que estavam digitalizadas nos arquivos Technische Universitaumlt Berlin ndash

Architekturmuseum (Universidade Teacutecnica de Berlim ndash Museu de Arquitetura)[1] Museumslandschaft

Hessen Kassel (Museu Hessen de Kassel)[2] Palaacutecio Nacional da Ajuda e Eacutecole Supeacuterieure National des

Beaux-Arts (Escola Superior Nacional de Belas Artes)[3]

Mesmo natildeo sendo desenhos de autoria de Grandjean de Montigny tambeacutem reproduzimos algumas

plantas que estatildeo no acervo do Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN) que tra-

zem informaccedilotildees sobre sua residecircncia localizada na Gaacutevea[4] e a antiga Praccedila do Comeacutercio[5] Apesar de

natildeo serem pranchas formuladas pelo arquiteto elas satildeo relevantes na medida em que trazem detalhes

dos interiores de preacutedios idealizados por ele enquanto professor de arquitetura

Nesse uacuteltimo ano de pesquisa privilegiamos o aperfeiccediloamento dos campos da base de dados que

passou do formato Access para uma versatildeo on line com a sistematizaccedilatildeo de termos e nomenclaturas

anaacutelise das fontes de distintas tipologias que trouxessem informaccedilotildees sobre as plantas e a atuaccedilatildeo de

Grandjean de Montigny como arquiteto revisatildeo dos 325 itens da base de dados para corrigir equiacutevocos

de datas Aleacutem disso foi possiacutevel inferir hipoacuteteses sobre alguns desenhos que estatildeo na condiccedilatildeo de ldquosem

localizaccedilatildeordquo na base de dados

1 Traduccedilatildeo livre

2 Idem

3 Idem

4 Atual Solar Grandjean de Montigny

5 Atual Casa Franccedila-Brasil

14

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em relaccedilatildeo aos desafios da pesquisa eacute importante destacar as dificuldades que encontramos em formular

esse inventaacuterio tendo na maioria das vezes a necessidade de adiar a pesquisa devido agraves burocracias e em-

pecilhos impostos pelos arquivos puacuteblicos dificultando em alguns casos o acesso aos documentos Ape-

sar das adversidades conseguimos realizar um trabalho ineacutedito que traraacute avanccedilos em anaacutelises futuras

Referecircncias bibliograacuteficas

ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTESCataacutelogos das exposiccedilotildees gerais das Bellas Artes 1841-1843 1845

e 1850 e precircmios outorgados Rio de Janeiro [sn] 1843 25 p

MONTIGNY Grandjean A Famin Architectures toscane ou palais maisons et autres edifices de la Tos-

cane mensureacutes et dessineacutes Paris Denovilliers1837 Disponiacutevel em httpgallicabnffrark12148bp-

t6k5429296wr=Grandjean+de+Montigny2C+Auguste-Henri-VictorlangPT Acesso em 20 jun 2014

TELLES Angela Grandjean de Montignyda arquitetura revolucionaacuteria agrave civilizaccedilatildeo nos troacutepicos Rio de Janei-

ro Ed Arquivo Nacional 2008

FILHO Adolfo Morales de Los Rios Grandjean de Montigny e a evoluccedilatildeo da arte brasileira Empresa A

Noite [1946]

15

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa

Introduccedilatildeo

A fim de monitorar as condiccedilotildees climaacuteticas das suas aacutereas de guarda de acervo bibliograacutefico e museoloacute-

gico a Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa conta com 21 aparelhos denominados dataloggers distribuiacutedos por

toda a Fundaccedilatildeo Tais aparelhos mensuram a umidade relativa e a temperatura ambiente

Os dataloggers da Fundaccedilatildeo foram instalados em duas fases Os primeiros 14 entraram em operaccedilatildeo em

7 de abril de 2011 em 11 cocircmodos diferentes em todos os edifiacutecios da Fundaccedilatildeo Museu edifiacutecio sede

garagem e LAMIC (Laboratoacuterio de Microfilmagem) Jaacute os demais foram instalados em 26 de marccedilo de

2013 em diversas salas do museu

No entanto os uacutenicos ambientes que possuem condiccedilotildees climaacuteticas controladas totalmente por apare-

lhos ou seja isentos de influecircncias do meio externo satildeo os trecircs locais de guarda localizados no edifiacutecio

sede Biblioteca Arquivo e AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira)

Objetivos

Este trabalho se propotildee a analisar as condiccedilotildees de temperatura ambiente e umidade relativa dos locais

de guarda do acervo bibliograacutefico da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa para poder identificar quais locais

BolsistaRodrigo Porto Bozzetti CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorEdmar Moraes Gonccedilalves ProjetoConservaccedilatildeo Integrada implantaccedilatildeo de programa de pesquisa no campo da deterioraccedilatildeo dos acervos documentaisAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 5: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

5

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Debate

Mesa 4 HistoacuteriaAvaliador externo Luacutecia Maria Bastos Pereira das Neves (UERJ)Moderadora Lia Calabre de Azevedo (FCRB)

14h30min ndash Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil Bolsista Jaqueline Cavalcante Correia (HistoacuteriaPUCRio)Orientadora Ivana Stolze Lima

14h40min ndash O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVIIBolsista Cristiane da Rosa Elias (HistoacuteriaUERJ)Orientadora Ivana Stolze Lima

14h50min ndash Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatraisBolsista Nataacutelia Cristina Rezende da Silva (HistoacuteriaUERJ)Orientador Antonio Herculano Lopes

15hmin ndash Artur Azevedo o paladino da modernidadeBolsista Camilla Campoi de Sobral (HistoacuteriaUERJ)Orientador Antonio Herculano Lopes

Debate

Encerramento 15h20min ndash Annanda Galvatildeo Ferreira da Silva (doutoranda na Universidade de Granada e ex-bolsisa do Setor de Poliacuteticas Culturais da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa)

6

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro anatomia de interiores ediccedilatildeo de site

Introduccedilatildeo

Ediccedilatildeo da seccedilatildeo brasileira do site do projeto ldquoA casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro anatomia

de interioresrdquo que implica na pesquisa seleccedilatildeo compilaccedilatildeo revisatildeo e diagramaccedilatildeo de imagens relacio-

nadas agraves casas estudadas no projeto

Objetivos

A proposta do projeto eacute estudar a casa senhorial nas cidades do Rio de Janeiro e Lisboa e assim fazer

uma anaacutelise da forma de morar da nobreza e da alta burguesia o interior dessas edificaccedilotildees foram o foco

principal a funccedilatildeo dos espaccedilos e como satildeo articulados a decoraccedilatildeo os objetos e mobiliaacuterios artistas e

artesatildeos que nelas trabalharam

Metodologia

Seleccedilatildeo de quais casas seriam inseridas no site a partir de estudos realizados em etapas anteriores

no projeto

Levantamento com os pesquisadores brasileiros de quais paracircmetros e cocircmodos deveriam ser destaca-

dos tendo como base trabalhos e pesquisas realizadas anteriormente

Bolsista Iara Amaral AlvesCursoInstituiccedilatildeoComposiccedilatildeo de Interiores Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos Santos ProjetoA casa senhorial entre Lisboa e o Rio de Janeiro (seacuteculos XVII XVIII e XIX) Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de site Agecircncia de financiamento FCRBPeriacuteodosetembro 2013 a julho 2014

7

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Elaboraccedilatildeo de padratildeo esteacutetico para as fotos

Renomeaccedilatildeo das fotos e reduccedilatildeo de seus tamanhos para o padratildeo aceitaacutevel pelo servidor

Ediccedilatildeo dos arquivos das plantas das casas estudadas de DWG para JPEG e ediccedilatildeo de acordo com o pa-

dratildeo estabelecido para o site

Inserccedilatildeo das imagens na ficha de sua respectiva casa observando os seguintes paracircmetros programa inte-

rior azulejaria estuques pintura decorativa decoraccedilatildeo diversa e equipamento moacutevel

Conclusatildeo

Podemos concluir que o meacutetodo criado para a apresentaccedilatildeo dos dados foi bem-sucedido e o objetivo

alcanccedilado o site consegue apresentar seu conteuacutedo de forma clara criando uma fonte de informaccedilatildeo

inovadora e muito acessiacutevel Aleacutem disso este pode ser alimentado por qualquer pessoa envolvida com o

projeto sendo necessaacuterio apenas instruccedilotildees baacutesicas quanto ao meacutetodo de formataccedilatildeo e inserccedilatildeo

Este trabalho eacute de grande contribuiccedilatildeo para historiadores pesquisadores arquitetos museoacutelogos e tan-

tos outros interessados no estudo do modo de viver da burguesia luso-carioca no periacuteodo estudado

Referecircncias bibliograacuteficas

BASE ICONOGRAFIA Arquivo histoacuterico e institucional FCRB

BASE MUSEU Museu Casa de Rui BarbosaFCRB

8

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

FRANCO Afonso Arinos de Melo O palacete do caminho novo Solar da Marquesa de Santos Rio de Janeiro

UEG 1975

MUSEU DA REPUacuteBLICA Guia do Visitante Rio de Janeiro Museu da Repuacuteblica 1994

MUSEU CASA DE RUI BARBOSA Satildeo Paulo Banco Safra 2013

MUSEU IMPERIAL Satildeo Paulo Banco Safra 1992

9

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Bolsista Barbara Ribeiro Gonccedilalves CursoInstituiccedilatildeoLetras (PortuguecircsLiteraturas) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoA casa senhorial entre Lisboa e o Rio de Janeiro (seacuteculos XVII XVIII e XIX) Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siteAgecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Ediccedilatildeo textual do site ldquoA casa senhorialrdquo

Introduccedilatildeo

O projeto binacional ldquoA casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro (nos seacuteculos XVII XVIII e XIX)

Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siterdquo foi fomentado sob as diretrizes da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Bar-

bosa em parceria com a Universidade Nova de Lisboa (IHAFCSH da UNL) e associaccedilatildeo da Fundaccedilatildeo

Ricardo do Espiacuterito Santo Silva (ESADFRESS) elaborado no periacuteodo de 2011 a 2014

Objetivos

O projeto pauta-se no estudo das casas senhoriais por meio da sua perspectiva valorativa representa-

tiva histoacuterico-social e material Nele reuacutenem-se os resultados levantados dos espaccedilos interiores de dez

casas brasileiras vinte e cinco casas lisboetas e a influecircncia portuguesa existente nesses ambientes

Como o projeto abrange textos informativos e descritivos dados fotografias inventaacuterios e artigos de

acircmbito binacional percebeu-se a necessidade da elaboraccedilatildeo de um local em que se pudesse reunir com-

parar e preservar as informaccedilotildees obtidas tanto pela pesquisa brasileira quanto pela portuguesa

Desta forma o Centro de Memoacuteria e Informaccedilatildeo (CMI) da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa (FCRB) ini-

ciou o trabalho pioneiro de sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees obtidas atraveacutes da criaccedilatildeo de um site que

10

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

agregasse a organizaccedilatildeo do material pesquisado a integraccedilatildeo cultural entre os dois paiacuteses assim como

fosse um suporte que servisse de apoio e utilizaccedilatildeo para consultas abertas agrave sociedade

Metodologia

Para a elaboraccedilatildeo de todo o conteuacutedo textual anexado ao site adotou-se uma metodologia uniforme

atraveacutes da elaboraccedilatildeo e preenchimento de fichas com os dados das casas e com a construccedilatildeo de um ma-

nual de normas descritivas a fim de padronizar linguisticamente e esteticamente todas as informaccedilotildees

arquitetocircnicas dos interiores das casas senhoriais

Deste modo toda atividade de inserccedilatildeo de materialdocumentaccedilatildeo artigos e textos incorporados agrave pla-

taforma tal como a formataccedilatildeo transformaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo dos dados levantados em formato de textos

online contribuem para a aparecircncia padronizaccedilatildeo organizaccedilatildeo compreensatildeo informacional sempre

objetivando a facilitaccedilatildeo de leitura dos conteuacutedos abordados

Assim as funccedilotildees do bolsista atuam na produccedilatildeo revisatildeo ortograacutefica descriccedilatildeo e divisatildeo de todo

o conteuacutedo textual tal como a padronizaccedilatildeo e formataccedilatildeo estiliacutestica do site Essas tarefas devem ser

pensadas de forma a ser compreensiacutevel por todos os tipos de leitores atentando para uma organizaccedilatildeo

esteacutetica e hieraacuterquica

Diante disso o trabalho de ediccedilatildeo busca proporcionar a apreensatildeo entendimento captaccedilatildeo e inclusatildeo

das informaccedilotildees e dados apurados veiculando-os da forma mais clara e plausiacutevel possiacutevel dentro de

uma fonte uacutenica e pioneira de pesquisa

11

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

Bases de dados

Base IconografiaArquivo histoacuterico e InstitucionalFCRB

Base MuseuMuseu Casa de Rui BarbosaFCRB

Museu Casa de Rui Barbosa Satildeo Paulo Banco Safra 2013

CONSERVACcedilAtildeO PreventivaFCRB Disponiacutevel em httpacervoscasaruibarbosagovbr

12

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A elaboraccedilatildeo de um inventaacuterio da obra de Grandjean de Montigny avanccedilos e desafios

Essa comunicaccedilatildeo tem como finalidade apresentar os resultados finais do projeto intitulado Gosto neo-

claacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850) desenvolvido pelo grupo de pesquisa

Museu-casa memoacuteria espaccedilo e representaccedilotildees O projeto tem como objetivo criar um inventaacuterio na

forma de base de dados dos desenhos do arquiteto de formaccedilatildeo francesa Auguste Henri Victor Grand-

jean de Montigny que chegou ao Brasil em 1816 como integrante da chamada ldquoMissatildeo Artiacutestica France-

sardquo e foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do curso de arquitetura e formaccedilatildeo de novos arquitetos que seguiram

seus ensinamentos

Por ter atuado na Franccedila Itaacutelia Westfaacutelia e Brasil seus desenhos estatildeo espalhados em distintas institui-

ccedilotildees nacionais e estrangeiras sendo relevante portanto a sistematizaccedilatildeo da sua obra em uma platafor-

ma digital documental que reuacutena as imagens das plantas e informaccedilotildees sobre sua produccedilatildeo intelectual

com o propoacutesito de possibilitar futuros estudos

A partir disso a primeira etapa da pesquisa consistiu em um levantamento dos desenhos de Grandjean

disponiacuteveis nos arquivos e na internet Com o apoio financeiro da FAPERJ foram produzidos registros

digitais de plantas e desenhos que se encontram no Museu D Joatildeo VI Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacio-

nal Arquivo Nacional Museu do Primeiro Reinado e no Museu Nacional de Belas Artes Aleacutem disso

Bolsista Katherine Nunes de AzevedoCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoGosto neoclaacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850)Agecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

13

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

reunimos tambeacutem as imagens que estavam digitalizadas nos arquivos Technische Universitaumlt Berlin ndash

Architekturmuseum (Universidade Teacutecnica de Berlim ndash Museu de Arquitetura)[1] Museumslandschaft

Hessen Kassel (Museu Hessen de Kassel)[2] Palaacutecio Nacional da Ajuda e Eacutecole Supeacuterieure National des

Beaux-Arts (Escola Superior Nacional de Belas Artes)[3]

Mesmo natildeo sendo desenhos de autoria de Grandjean de Montigny tambeacutem reproduzimos algumas

plantas que estatildeo no acervo do Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN) que tra-

zem informaccedilotildees sobre sua residecircncia localizada na Gaacutevea[4] e a antiga Praccedila do Comeacutercio[5] Apesar de

natildeo serem pranchas formuladas pelo arquiteto elas satildeo relevantes na medida em que trazem detalhes

dos interiores de preacutedios idealizados por ele enquanto professor de arquitetura

Nesse uacuteltimo ano de pesquisa privilegiamos o aperfeiccediloamento dos campos da base de dados que

passou do formato Access para uma versatildeo on line com a sistematizaccedilatildeo de termos e nomenclaturas

anaacutelise das fontes de distintas tipologias que trouxessem informaccedilotildees sobre as plantas e a atuaccedilatildeo de

Grandjean de Montigny como arquiteto revisatildeo dos 325 itens da base de dados para corrigir equiacutevocos

de datas Aleacutem disso foi possiacutevel inferir hipoacuteteses sobre alguns desenhos que estatildeo na condiccedilatildeo de ldquosem

localizaccedilatildeordquo na base de dados

1 Traduccedilatildeo livre

2 Idem

3 Idem

4 Atual Solar Grandjean de Montigny

5 Atual Casa Franccedila-Brasil

14

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em relaccedilatildeo aos desafios da pesquisa eacute importante destacar as dificuldades que encontramos em formular

esse inventaacuterio tendo na maioria das vezes a necessidade de adiar a pesquisa devido agraves burocracias e em-

pecilhos impostos pelos arquivos puacuteblicos dificultando em alguns casos o acesso aos documentos Ape-

sar das adversidades conseguimos realizar um trabalho ineacutedito que traraacute avanccedilos em anaacutelises futuras

Referecircncias bibliograacuteficas

ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTESCataacutelogos das exposiccedilotildees gerais das Bellas Artes 1841-1843 1845

e 1850 e precircmios outorgados Rio de Janeiro [sn] 1843 25 p

MONTIGNY Grandjean A Famin Architectures toscane ou palais maisons et autres edifices de la Tos-

cane mensureacutes et dessineacutes Paris Denovilliers1837 Disponiacutevel em httpgallicabnffrark12148bp-

t6k5429296wr=Grandjean+de+Montigny2C+Auguste-Henri-VictorlangPT Acesso em 20 jun 2014

TELLES Angela Grandjean de Montignyda arquitetura revolucionaacuteria agrave civilizaccedilatildeo nos troacutepicos Rio de Janei-

ro Ed Arquivo Nacional 2008

FILHO Adolfo Morales de Los Rios Grandjean de Montigny e a evoluccedilatildeo da arte brasileira Empresa A

Noite [1946]

15

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa

Introduccedilatildeo

A fim de monitorar as condiccedilotildees climaacuteticas das suas aacutereas de guarda de acervo bibliograacutefico e museoloacute-

gico a Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa conta com 21 aparelhos denominados dataloggers distribuiacutedos por

toda a Fundaccedilatildeo Tais aparelhos mensuram a umidade relativa e a temperatura ambiente

Os dataloggers da Fundaccedilatildeo foram instalados em duas fases Os primeiros 14 entraram em operaccedilatildeo em

7 de abril de 2011 em 11 cocircmodos diferentes em todos os edifiacutecios da Fundaccedilatildeo Museu edifiacutecio sede

garagem e LAMIC (Laboratoacuterio de Microfilmagem) Jaacute os demais foram instalados em 26 de marccedilo de

2013 em diversas salas do museu

No entanto os uacutenicos ambientes que possuem condiccedilotildees climaacuteticas controladas totalmente por apare-

lhos ou seja isentos de influecircncias do meio externo satildeo os trecircs locais de guarda localizados no edifiacutecio

sede Biblioteca Arquivo e AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira)

Objetivos

Este trabalho se propotildee a analisar as condiccedilotildees de temperatura ambiente e umidade relativa dos locais

de guarda do acervo bibliograacutefico da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa para poder identificar quais locais

BolsistaRodrigo Porto Bozzetti CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorEdmar Moraes Gonccedilalves ProjetoConservaccedilatildeo Integrada implantaccedilatildeo de programa de pesquisa no campo da deterioraccedilatildeo dos acervos documentaisAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 6: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

6

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro anatomia de interiores ediccedilatildeo de site

Introduccedilatildeo

Ediccedilatildeo da seccedilatildeo brasileira do site do projeto ldquoA casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro anatomia

de interioresrdquo que implica na pesquisa seleccedilatildeo compilaccedilatildeo revisatildeo e diagramaccedilatildeo de imagens relacio-

nadas agraves casas estudadas no projeto

Objetivos

A proposta do projeto eacute estudar a casa senhorial nas cidades do Rio de Janeiro e Lisboa e assim fazer

uma anaacutelise da forma de morar da nobreza e da alta burguesia o interior dessas edificaccedilotildees foram o foco

principal a funccedilatildeo dos espaccedilos e como satildeo articulados a decoraccedilatildeo os objetos e mobiliaacuterios artistas e

artesatildeos que nelas trabalharam

Metodologia

Seleccedilatildeo de quais casas seriam inseridas no site a partir de estudos realizados em etapas anteriores

no projeto

Levantamento com os pesquisadores brasileiros de quais paracircmetros e cocircmodos deveriam ser destaca-

dos tendo como base trabalhos e pesquisas realizadas anteriormente

Bolsista Iara Amaral AlvesCursoInstituiccedilatildeoComposiccedilatildeo de Interiores Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos Santos ProjetoA casa senhorial entre Lisboa e o Rio de Janeiro (seacuteculos XVII XVIII e XIX) Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de site Agecircncia de financiamento FCRBPeriacuteodosetembro 2013 a julho 2014

7

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Elaboraccedilatildeo de padratildeo esteacutetico para as fotos

Renomeaccedilatildeo das fotos e reduccedilatildeo de seus tamanhos para o padratildeo aceitaacutevel pelo servidor

Ediccedilatildeo dos arquivos das plantas das casas estudadas de DWG para JPEG e ediccedilatildeo de acordo com o pa-

dratildeo estabelecido para o site

Inserccedilatildeo das imagens na ficha de sua respectiva casa observando os seguintes paracircmetros programa inte-

rior azulejaria estuques pintura decorativa decoraccedilatildeo diversa e equipamento moacutevel

Conclusatildeo

Podemos concluir que o meacutetodo criado para a apresentaccedilatildeo dos dados foi bem-sucedido e o objetivo

alcanccedilado o site consegue apresentar seu conteuacutedo de forma clara criando uma fonte de informaccedilatildeo

inovadora e muito acessiacutevel Aleacutem disso este pode ser alimentado por qualquer pessoa envolvida com o

projeto sendo necessaacuterio apenas instruccedilotildees baacutesicas quanto ao meacutetodo de formataccedilatildeo e inserccedilatildeo

Este trabalho eacute de grande contribuiccedilatildeo para historiadores pesquisadores arquitetos museoacutelogos e tan-

tos outros interessados no estudo do modo de viver da burguesia luso-carioca no periacuteodo estudado

Referecircncias bibliograacuteficas

BASE ICONOGRAFIA Arquivo histoacuterico e institucional FCRB

BASE MUSEU Museu Casa de Rui BarbosaFCRB

8

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

FRANCO Afonso Arinos de Melo O palacete do caminho novo Solar da Marquesa de Santos Rio de Janeiro

UEG 1975

MUSEU DA REPUacuteBLICA Guia do Visitante Rio de Janeiro Museu da Repuacuteblica 1994

MUSEU CASA DE RUI BARBOSA Satildeo Paulo Banco Safra 2013

MUSEU IMPERIAL Satildeo Paulo Banco Safra 1992

9

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Bolsista Barbara Ribeiro Gonccedilalves CursoInstituiccedilatildeoLetras (PortuguecircsLiteraturas) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoA casa senhorial entre Lisboa e o Rio de Janeiro (seacuteculos XVII XVIII e XIX) Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siteAgecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Ediccedilatildeo textual do site ldquoA casa senhorialrdquo

Introduccedilatildeo

O projeto binacional ldquoA casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro (nos seacuteculos XVII XVIII e XIX)

Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siterdquo foi fomentado sob as diretrizes da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Bar-

bosa em parceria com a Universidade Nova de Lisboa (IHAFCSH da UNL) e associaccedilatildeo da Fundaccedilatildeo

Ricardo do Espiacuterito Santo Silva (ESADFRESS) elaborado no periacuteodo de 2011 a 2014

Objetivos

O projeto pauta-se no estudo das casas senhoriais por meio da sua perspectiva valorativa representa-

tiva histoacuterico-social e material Nele reuacutenem-se os resultados levantados dos espaccedilos interiores de dez

casas brasileiras vinte e cinco casas lisboetas e a influecircncia portuguesa existente nesses ambientes

Como o projeto abrange textos informativos e descritivos dados fotografias inventaacuterios e artigos de

acircmbito binacional percebeu-se a necessidade da elaboraccedilatildeo de um local em que se pudesse reunir com-

parar e preservar as informaccedilotildees obtidas tanto pela pesquisa brasileira quanto pela portuguesa

Desta forma o Centro de Memoacuteria e Informaccedilatildeo (CMI) da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa (FCRB) ini-

ciou o trabalho pioneiro de sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees obtidas atraveacutes da criaccedilatildeo de um site que

10

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

agregasse a organizaccedilatildeo do material pesquisado a integraccedilatildeo cultural entre os dois paiacuteses assim como

fosse um suporte que servisse de apoio e utilizaccedilatildeo para consultas abertas agrave sociedade

Metodologia

Para a elaboraccedilatildeo de todo o conteuacutedo textual anexado ao site adotou-se uma metodologia uniforme

atraveacutes da elaboraccedilatildeo e preenchimento de fichas com os dados das casas e com a construccedilatildeo de um ma-

nual de normas descritivas a fim de padronizar linguisticamente e esteticamente todas as informaccedilotildees

arquitetocircnicas dos interiores das casas senhoriais

Deste modo toda atividade de inserccedilatildeo de materialdocumentaccedilatildeo artigos e textos incorporados agrave pla-

taforma tal como a formataccedilatildeo transformaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo dos dados levantados em formato de textos

online contribuem para a aparecircncia padronizaccedilatildeo organizaccedilatildeo compreensatildeo informacional sempre

objetivando a facilitaccedilatildeo de leitura dos conteuacutedos abordados

Assim as funccedilotildees do bolsista atuam na produccedilatildeo revisatildeo ortograacutefica descriccedilatildeo e divisatildeo de todo

o conteuacutedo textual tal como a padronizaccedilatildeo e formataccedilatildeo estiliacutestica do site Essas tarefas devem ser

pensadas de forma a ser compreensiacutevel por todos os tipos de leitores atentando para uma organizaccedilatildeo

esteacutetica e hieraacuterquica

Diante disso o trabalho de ediccedilatildeo busca proporcionar a apreensatildeo entendimento captaccedilatildeo e inclusatildeo

das informaccedilotildees e dados apurados veiculando-os da forma mais clara e plausiacutevel possiacutevel dentro de

uma fonte uacutenica e pioneira de pesquisa

11

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

Bases de dados

Base IconografiaArquivo histoacuterico e InstitucionalFCRB

Base MuseuMuseu Casa de Rui BarbosaFCRB

Museu Casa de Rui Barbosa Satildeo Paulo Banco Safra 2013

CONSERVACcedilAtildeO PreventivaFCRB Disponiacutevel em httpacervoscasaruibarbosagovbr

12

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A elaboraccedilatildeo de um inventaacuterio da obra de Grandjean de Montigny avanccedilos e desafios

Essa comunicaccedilatildeo tem como finalidade apresentar os resultados finais do projeto intitulado Gosto neo-

claacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850) desenvolvido pelo grupo de pesquisa

Museu-casa memoacuteria espaccedilo e representaccedilotildees O projeto tem como objetivo criar um inventaacuterio na

forma de base de dados dos desenhos do arquiteto de formaccedilatildeo francesa Auguste Henri Victor Grand-

jean de Montigny que chegou ao Brasil em 1816 como integrante da chamada ldquoMissatildeo Artiacutestica France-

sardquo e foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do curso de arquitetura e formaccedilatildeo de novos arquitetos que seguiram

seus ensinamentos

Por ter atuado na Franccedila Itaacutelia Westfaacutelia e Brasil seus desenhos estatildeo espalhados em distintas institui-

ccedilotildees nacionais e estrangeiras sendo relevante portanto a sistematizaccedilatildeo da sua obra em uma platafor-

ma digital documental que reuacutena as imagens das plantas e informaccedilotildees sobre sua produccedilatildeo intelectual

com o propoacutesito de possibilitar futuros estudos

A partir disso a primeira etapa da pesquisa consistiu em um levantamento dos desenhos de Grandjean

disponiacuteveis nos arquivos e na internet Com o apoio financeiro da FAPERJ foram produzidos registros

digitais de plantas e desenhos que se encontram no Museu D Joatildeo VI Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacio-

nal Arquivo Nacional Museu do Primeiro Reinado e no Museu Nacional de Belas Artes Aleacutem disso

Bolsista Katherine Nunes de AzevedoCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoGosto neoclaacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850)Agecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

13

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

reunimos tambeacutem as imagens que estavam digitalizadas nos arquivos Technische Universitaumlt Berlin ndash

Architekturmuseum (Universidade Teacutecnica de Berlim ndash Museu de Arquitetura)[1] Museumslandschaft

Hessen Kassel (Museu Hessen de Kassel)[2] Palaacutecio Nacional da Ajuda e Eacutecole Supeacuterieure National des

Beaux-Arts (Escola Superior Nacional de Belas Artes)[3]

Mesmo natildeo sendo desenhos de autoria de Grandjean de Montigny tambeacutem reproduzimos algumas

plantas que estatildeo no acervo do Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN) que tra-

zem informaccedilotildees sobre sua residecircncia localizada na Gaacutevea[4] e a antiga Praccedila do Comeacutercio[5] Apesar de

natildeo serem pranchas formuladas pelo arquiteto elas satildeo relevantes na medida em que trazem detalhes

dos interiores de preacutedios idealizados por ele enquanto professor de arquitetura

Nesse uacuteltimo ano de pesquisa privilegiamos o aperfeiccediloamento dos campos da base de dados que

passou do formato Access para uma versatildeo on line com a sistematizaccedilatildeo de termos e nomenclaturas

anaacutelise das fontes de distintas tipologias que trouxessem informaccedilotildees sobre as plantas e a atuaccedilatildeo de

Grandjean de Montigny como arquiteto revisatildeo dos 325 itens da base de dados para corrigir equiacutevocos

de datas Aleacutem disso foi possiacutevel inferir hipoacuteteses sobre alguns desenhos que estatildeo na condiccedilatildeo de ldquosem

localizaccedilatildeordquo na base de dados

1 Traduccedilatildeo livre

2 Idem

3 Idem

4 Atual Solar Grandjean de Montigny

5 Atual Casa Franccedila-Brasil

14

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em relaccedilatildeo aos desafios da pesquisa eacute importante destacar as dificuldades que encontramos em formular

esse inventaacuterio tendo na maioria das vezes a necessidade de adiar a pesquisa devido agraves burocracias e em-

pecilhos impostos pelos arquivos puacuteblicos dificultando em alguns casos o acesso aos documentos Ape-

sar das adversidades conseguimos realizar um trabalho ineacutedito que traraacute avanccedilos em anaacutelises futuras

Referecircncias bibliograacuteficas

ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTESCataacutelogos das exposiccedilotildees gerais das Bellas Artes 1841-1843 1845

e 1850 e precircmios outorgados Rio de Janeiro [sn] 1843 25 p

MONTIGNY Grandjean A Famin Architectures toscane ou palais maisons et autres edifices de la Tos-

cane mensureacutes et dessineacutes Paris Denovilliers1837 Disponiacutevel em httpgallicabnffrark12148bp-

t6k5429296wr=Grandjean+de+Montigny2C+Auguste-Henri-VictorlangPT Acesso em 20 jun 2014

TELLES Angela Grandjean de Montignyda arquitetura revolucionaacuteria agrave civilizaccedilatildeo nos troacutepicos Rio de Janei-

ro Ed Arquivo Nacional 2008

FILHO Adolfo Morales de Los Rios Grandjean de Montigny e a evoluccedilatildeo da arte brasileira Empresa A

Noite [1946]

15

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa

Introduccedilatildeo

A fim de monitorar as condiccedilotildees climaacuteticas das suas aacutereas de guarda de acervo bibliograacutefico e museoloacute-

gico a Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa conta com 21 aparelhos denominados dataloggers distribuiacutedos por

toda a Fundaccedilatildeo Tais aparelhos mensuram a umidade relativa e a temperatura ambiente

Os dataloggers da Fundaccedilatildeo foram instalados em duas fases Os primeiros 14 entraram em operaccedilatildeo em

7 de abril de 2011 em 11 cocircmodos diferentes em todos os edifiacutecios da Fundaccedilatildeo Museu edifiacutecio sede

garagem e LAMIC (Laboratoacuterio de Microfilmagem) Jaacute os demais foram instalados em 26 de marccedilo de

2013 em diversas salas do museu

No entanto os uacutenicos ambientes que possuem condiccedilotildees climaacuteticas controladas totalmente por apare-

lhos ou seja isentos de influecircncias do meio externo satildeo os trecircs locais de guarda localizados no edifiacutecio

sede Biblioteca Arquivo e AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira)

Objetivos

Este trabalho se propotildee a analisar as condiccedilotildees de temperatura ambiente e umidade relativa dos locais

de guarda do acervo bibliograacutefico da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa para poder identificar quais locais

BolsistaRodrigo Porto Bozzetti CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorEdmar Moraes Gonccedilalves ProjetoConservaccedilatildeo Integrada implantaccedilatildeo de programa de pesquisa no campo da deterioraccedilatildeo dos acervos documentaisAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 7: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

7

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Elaboraccedilatildeo de padratildeo esteacutetico para as fotos

Renomeaccedilatildeo das fotos e reduccedilatildeo de seus tamanhos para o padratildeo aceitaacutevel pelo servidor

Ediccedilatildeo dos arquivos das plantas das casas estudadas de DWG para JPEG e ediccedilatildeo de acordo com o pa-

dratildeo estabelecido para o site

Inserccedilatildeo das imagens na ficha de sua respectiva casa observando os seguintes paracircmetros programa inte-

rior azulejaria estuques pintura decorativa decoraccedilatildeo diversa e equipamento moacutevel

Conclusatildeo

Podemos concluir que o meacutetodo criado para a apresentaccedilatildeo dos dados foi bem-sucedido e o objetivo

alcanccedilado o site consegue apresentar seu conteuacutedo de forma clara criando uma fonte de informaccedilatildeo

inovadora e muito acessiacutevel Aleacutem disso este pode ser alimentado por qualquer pessoa envolvida com o

projeto sendo necessaacuterio apenas instruccedilotildees baacutesicas quanto ao meacutetodo de formataccedilatildeo e inserccedilatildeo

Este trabalho eacute de grande contribuiccedilatildeo para historiadores pesquisadores arquitetos museoacutelogos e tan-

tos outros interessados no estudo do modo de viver da burguesia luso-carioca no periacuteodo estudado

Referecircncias bibliograacuteficas

BASE ICONOGRAFIA Arquivo histoacuterico e institucional FCRB

BASE MUSEU Museu Casa de Rui BarbosaFCRB

8

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

FRANCO Afonso Arinos de Melo O palacete do caminho novo Solar da Marquesa de Santos Rio de Janeiro

UEG 1975

MUSEU DA REPUacuteBLICA Guia do Visitante Rio de Janeiro Museu da Repuacuteblica 1994

MUSEU CASA DE RUI BARBOSA Satildeo Paulo Banco Safra 2013

MUSEU IMPERIAL Satildeo Paulo Banco Safra 1992

9

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Bolsista Barbara Ribeiro Gonccedilalves CursoInstituiccedilatildeoLetras (PortuguecircsLiteraturas) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoA casa senhorial entre Lisboa e o Rio de Janeiro (seacuteculos XVII XVIII e XIX) Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siteAgecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Ediccedilatildeo textual do site ldquoA casa senhorialrdquo

Introduccedilatildeo

O projeto binacional ldquoA casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro (nos seacuteculos XVII XVIII e XIX)

Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siterdquo foi fomentado sob as diretrizes da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Bar-

bosa em parceria com a Universidade Nova de Lisboa (IHAFCSH da UNL) e associaccedilatildeo da Fundaccedilatildeo

Ricardo do Espiacuterito Santo Silva (ESADFRESS) elaborado no periacuteodo de 2011 a 2014

Objetivos

O projeto pauta-se no estudo das casas senhoriais por meio da sua perspectiva valorativa representa-

tiva histoacuterico-social e material Nele reuacutenem-se os resultados levantados dos espaccedilos interiores de dez

casas brasileiras vinte e cinco casas lisboetas e a influecircncia portuguesa existente nesses ambientes

Como o projeto abrange textos informativos e descritivos dados fotografias inventaacuterios e artigos de

acircmbito binacional percebeu-se a necessidade da elaboraccedilatildeo de um local em que se pudesse reunir com-

parar e preservar as informaccedilotildees obtidas tanto pela pesquisa brasileira quanto pela portuguesa

Desta forma o Centro de Memoacuteria e Informaccedilatildeo (CMI) da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa (FCRB) ini-

ciou o trabalho pioneiro de sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees obtidas atraveacutes da criaccedilatildeo de um site que

10

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

agregasse a organizaccedilatildeo do material pesquisado a integraccedilatildeo cultural entre os dois paiacuteses assim como

fosse um suporte que servisse de apoio e utilizaccedilatildeo para consultas abertas agrave sociedade

Metodologia

Para a elaboraccedilatildeo de todo o conteuacutedo textual anexado ao site adotou-se uma metodologia uniforme

atraveacutes da elaboraccedilatildeo e preenchimento de fichas com os dados das casas e com a construccedilatildeo de um ma-

nual de normas descritivas a fim de padronizar linguisticamente e esteticamente todas as informaccedilotildees

arquitetocircnicas dos interiores das casas senhoriais

Deste modo toda atividade de inserccedilatildeo de materialdocumentaccedilatildeo artigos e textos incorporados agrave pla-

taforma tal como a formataccedilatildeo transformaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo dos dados levantados em formato de textos

online contribuem para a aparecircncia padronizaccedilatildeo organizaccedilatildeo compreensatildeo informacional sempre

objetivando a facilitaccedilatildeo de leitura dos conteuacutedos abordados

Assim as funccedilotildees do bolsista atuam na produccedilatildeo revisatildeo ortograacutefica descriccedilatildeo e divisatildeo de todo

o conteuacutedo textual tal como a padronizaccedilatildeo e formataccedilatildeo estiliacutestica do site Essas tarefas devem ser

pensadas de forma a ser compreensiacutevel por todos os tipos de leitores atentando para uma organizaccedilatildeo

esteacutetica e hieraacuterquica

Diante disso o trabalho de ediccedilatildeo busca proporcionar a apreensatildeo entendimento captaccedilatildeo e inclusatildeo

das informaccedilotildees e dados apurados veiculando-os da forma mais clara e plausiacutevel possiacutevel dentro de

uma fonte uacutenica e pioneira de pesquisa

11

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

Bases de dados

Base IconografiaArquivo histoacuterico e InstitucionalFCRB

Base MuseuMuseu Casa de Rui BarbosaFCRB

Museu Casa de Rui Barbosa Satildeo Paulo Banco Safra 2013

CONSERVACcedilAtildeO PreventivaFCRB Disponiacutevel em httpacervoscasaruibarbosagovbr

12

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A elaboraccedilatildeo de um inventaacuterio da obra de Grandjean de Montigny avanccedilos e desafios

Essa comunicaccedilatildeo tem como finalidade apresentar os resultados finais do projeto intitulado Gosto neo-

claacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850) desenvolvido pelo grupo de pesquisa

Museu-casa memoacuteria espaccedilo e representaccedilotildees O projeto tem como objetivo criar um inventaacuterio na

forma de base de dados dos desenhos do arquiteto de formaccedilatildeo francesa Auguste Henri Victor Grand-

jean de Montigny que chegou ao Brasil em 1816 como integrante da chamada ldquoMissatildeo Artiacutestica France-

sardquo e foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do curso de arquitetura e formaccedilatildeo de novos arquitetos que seguiram

seus ensinamentos

Por ter atuado na Franccedila Itaacutelia Westfaacutelia e Brasil seus desenhos estatildeo espalhados em distintas institui-

ccedilotildees nacionais e estrangeiras sendo relevante portanto a sistematizaccedilatildeo da sua obra em uma platafor-

ma digital documental que reuacutena as imagens das plantas e informaccedilotildees sobre sua produccedilatildeo intelectual

com o propoacutesito de possibilitar futuros estudos

A partir disso a primeira etapa da pesquisa consistiu em um levantamento dos desenhos de Grandjean

disponiacuteveis nos arquivos e na internet Com o apoio financeiro da FAPERJ foram produzidos registros

digitais de plantas e desenhos que se encontram no Museu D Joatildeo VI Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacio-

nal Arquivo Nacional Museu do Primeiro Reinado e no Museu Nacional de Belas Artes Aleacutem disso

Bolsista Katherine Nunes de AzevedoCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoGosto neoclaacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850)Agecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

13

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

reunimos tambeacutem as imagens que estavam digitalizadas nos arquivos Technische Universitaumlt Berlin ndash

Architekturmuseum (Universidade Teacutecnica de Berlim ndash Museu de Arquitetura)[1] Museumslandschaft

Hessen Kassel (Museu Hessen de Kassel)[2] Palaacutecio Nacional da Ajuda e Eacutecole Supeacuterieure National des

Beaux-Arts (Escola Superior Nacional de Belas Artes)[3]

Mesmo natildeo sendo desenhos de autoria de Grandjean de Montigny tambeacutem reproduzimos algumas

plantas que estatildeo no acervo do Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN) que tra-

zem informaccedilotildees sobre sua residecircncia localizada na Gaacutevea[4] e a antiga Praccedila do Comeacutercio[5] Apesar de

natildeo serem pranchas formuladas pelo arquiteto elas satildeo relevantes na medida em que trazem detalhes

dos interiores de preacutedios idealizados por ele enquanto professor de arquitetura

Nesse uacuteltimo ano de pesquisa privilegiamos o aperfeiccediloamento dos campos da base de dados que

passou do formato Access para uma versatildeo on line com a sistematizaccedilatildeo de termos e nomenclaturas

anaacutelise das fontes de distintas tipologias que trouxessem informaccedilotildees sobre as plantas e a atuaccedilatildeo de

Grandjean de Montigny como arquiteto revisatildeo dos 325 itens da base de dados para corrigir equiacutevocos

de datas Aleacutem disso foi possiacutevel inferir hipoacuteteses sobre alguns desenhos que estatildeo na condiccedilatildeo de ldquosem

localizaccedilatildeordquo na base de dados

1 Traduccedilatildeo livre

2 Idem

3 Idem

4 Atual Solar Grandjean de Montigny

5 Atual Casa Franccedila-Brasil

14

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em relaccedilatildeo aos desafios da pesquisa eacute importante destacar as dificuldades que encontramos em formular

esse inventaacuterio tendo na maioria das vezes a necessidade de adiar a pesquisa devido agraves burocracias e em-

pecilhos impostos pelos arquivos puacuteblicos dificultando em alguns casos o acesso aos documentos Ape-

sar das adversidades conseguimos realizar um trabalho ineacutedito que traraacute avanccedilos em anaacutelises futuras

Referecircncias bibliograacuteficas

ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTESCataacutelogos das exposiccedilotildees gerais das Bellas Artes 1841-1843 1845

e 1850 e precircmios outorgados Rio de Janeiro [sn] 1843 25 p

MONTIGNY Grandjean A Famin Architectures toscane ou palais maisons et autres edifices de la Tos-

cane mensureacutes et dessineacutes Paris Denovilliers1837 Disponiacutevel em httpgallicabnffrark12148bp-

t6k5429296wr=Grandjean+de+Montigny2C+Auguste-Henri-VictorlangPT Acesso em 20 jun 2014

TELLES Angela Grandjean de Montignyda arquitetura revolucionaacuteria agrave civilizaccedilatildeo nos troacutepicos Rio de Janei-

ro Ed Arquivo Nacional 2008

FILHO Adolfo Morales de Los Rios Grandjean de Montigny e a evoluccedilatildeo da arte brasileira Empresa A

Noite [1946]

15

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa

Introduccedilatildeo

A fim de monitorar as condiccedilotildees climaacuteticas das suas aacutereas de guarda de acervo bibliograacutefico e museoloacute-

gico a Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa conta com 21 aparelhos denominados dataloggers distribuiacutedos por

toda a Fundaccedilatildeo Tais aparelhos mensuram a umidade relativa e a temperatura ambiente

Os dataloggers da Fundaccedilatildeo foram instalados em duas fases Os primeiros 14 entraram em operaccedilatildeo em

7 de abril de 2011 em 11 cocircmodos diferentes em todos os edifiacutecios da Fundaccedilatildeo Museu edifiacutecio sede

garagem e LAMIC (Laboratoacuterio de Microfilmagem) Jaacute os demais foram instalados em 26 de marccedilo de

2013 em diversas salas do museu

No entanto os uacutenicos ambientes que possuem condiccedilotildees climaacuteticas controladas totalmente por apare-

lhos ou seja isentos de influecircncias do meio externo satildeo os trecircs locais de guarda localizados no edifiacutecio

sede Biblioteca Arquivo e AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira)

Objetivos

Este trabalho se propotildee a analisar as condiccedilotildees de temperatura ambiente e umidade relativa dos locais

de guarda do acervo bibliograacutefico da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa para poder identificar quais locais

BolsistaRodrigo Porto Bozzetti CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorEdmar Moraes Gonccedilalves ProjetoConservaccedilatildeo Integrada implantaccedilatildeo de programa de pesquisa no campo da deterioraccedilatildeo dos acervos documentaisAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 8: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

8

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

FRANCO Afonso Arinos de Melo O palacete do caminho novo Solar da Marquesa de Santos Rio de Janeiro

UEG 1975

MUSEU DA REPUacuteBLICA Guia do Visitante Rio de Janeiro Museu da Repuacuteblica 1994

MUSEU CASA DE RUI BARBOSA Satildeo Paulo Banco Safra 2013

MUSEU IMPERIAL Satildeo Paulo Banco Safra 1992

9

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Bolsista Barbara Ribeiro Gonccedilalves CursoInstituiccedilatildeoLetras (PortuguecircsLiteraturas) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoA casa senhorial entre Lisboa e o Rio de Janeiro (seacuteculos XVII XVIII e XIX) Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siteAgecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Ediccedilatildeo textual do site ldquoA casa senhorialrdquo

Introduccedilatildeo

O projeto binacional ldquoA casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro (nos seacuteculos XVII XVIII e XIX)

Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siterdquo foi fomentado sob as diretrizes da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Bar-

bosa em parceria com a Universidade Nova de Lisboa (IHAFCSH da UNL) e associaccedilatildeo da Fundaccedilatildeo

Ricardo do Espiacuterito Santo Silva (ESADFRESS) elaborado no periacuteodo de 2011 a 2014

Objetivos

O projeto pauta-se no estudo das casas senhoriais por meio da sua perspectiva valorativa representa-

tiva histoacuterico-social e material Nele reuacutenem-se os resultados levantados dos espaccedilos interiores de dez

casas brasileiras vinte e cinco casas lisboetas e a influecircncia portuguesa existente nesses ambientes

Como o projeto abrange textos informativos e descritivos dados fotografias inventaacuterios e artigos de

acircmbito binacional percebeu-se a necessidade da elaboraccedilatildeo de um local em que se pudesse reunir com-

parar e preservar as informaccedilotildees obtidas tanto pela pesquisa brasileira quanto pela portuguesa

Desta forma o Centro de Memoacuteria e Informaccedilatildeo (CMI) da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa (FCRB) ini-

ciou o trabalho pioneiro de sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees obtidas atraveacutes da criaccedilatildeo de um site que

10

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

agregasse a organizaccedilatildeo do material pesquisado a integraccedilatildeo cultural entre os dois paiacuteses assim como

fosse um suporte que servisse de apoio e utilizaccedilatildeo para consultas abertas agrave sociedade

Metodologia

Para a elaboraccedilatildeo de todo o conteuacutedo textual anexado ao site adotou-se uma metodologia uniforme

atraveacutes da elaboraccedilatildeo e preenchimento de fichas com os dados das casas e com a construccedilatildeo de um ma-

nual de normas descritivas a fim de padronizar linguisticamente e esteticamente todas as informaccedilotildees

arquitetocircnicas dos interiores das casas senhoriais

Deste modo toda atividade de inserccedilatildeo de materialdocumentaccedilatildeo artigos e textos incorporados agrave pla-

taforma tal como a formataccedilatildeo transformaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo dos dados levantados em formato de textos

online contribuem para a aparecircncia padronizaccedilatildeo organizaccedilatildeo compreensatildeo informacional sempre

objetivando a facilitaccedilatildeo de leitura dos conteuacutedos abordados

Assim as funccedilotildees do bolsista atuam na produccedilatildeo revisatildeo ortograacutefica descriccedilatildeo e divisatildeo de todo

o conteuacutedo textual tal como a padronizaccedilatildeo e formataccedilatildeo estiliacutestica do site Essas tarefas devem ser

pensadas de forma a ser compreensiacutevel por todos os tipos de leitores atentando para uma organizaccedilatildeo

esteacutetica e hieraacuterquica

Diante disso o trabalho de ediccedilatildeo busca proporcionar a apreensatildeo entendimento captaccedilatildeo e inclusatildeo

das informaccedilotildees e dados apurados veiculando-os da forma mais clara e plausiacutevel possiacutevel dentro de

uma fonte uacutenica e pioneira de pesquisa

11

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

Bases de dados

Base IconografiaArquivo histoacuterico e InstitucionalFCRB

Base MuseuMuseu Casa de Rui BarbosaFCRB

Museu Casa de Rui Barbosa Satildeo Paulo Banco Safra 2013

CONSERVACcedilAtildeO PreventivaFCRB Disponiacutevel em httpacervoscasaruibarbosagovbr

12

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A elaboraccedilatildeo de um inventaacuterio da obra de Grandjean de Montigny avanccedilos e desafios

Essa comunicaccedilatildeo tem como finalidade apresentar os resultados finais do projeto intitulado Gosto neo-

claacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850) desenvolvido pelo grupo de pesquisa

Museu-casa memoacuteria espaccedilo e representaccedilotildees O projeto tem como objetivo criar um inventaacuterio na

forma de base de dados dos desenhos do arquiteto de formaccedilatildeo francesa Auguste Henri Victor Grand-

jean de Montigny que chegou ao Brasil em 1816 como integrante da chamada ldquoMissatildeo Artiacutestica France-

sardquo e foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do curso de arquitetura e formaccedilatildeo de novos arquitetos que seguiram

seus ensinamentos

Por ter atuado na Franccedila Itaacutelia Westfaacutelia e Brasil seus desenhos estatildeo espalhados em distintas institui-

ccedilotildees nacionais e estrangeiras sendo relevante portanto a sistematizaccedilatildeo da sua obra em uma platafor-

ma digital documental que reuacutena as imagens das plantas e informaccedilotildees sobre sua produccedilatildeo intelectual

com o propoacutesito de possibilitar futuros estudos

A partir disso a primeira etapa da pesquisa consistiu em um levantamento dos desenhos de Grandjean

disponiacuteveis nos arquivos e na internet Com o apoio financeiro da FAPERJ foram produzidos registros

digitais de plantas e desenhos que se encontram no Museu D Joatildeo VI Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacio-

nal Arquivo Nacional Museu do Primeiro Reinado e no Museu Nacional de Belas Artes Aleacutem disso

Bolsista Katherine Nunes de AzevedoCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoGosto neoclaacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850)Agecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

13

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

reunimos tambeacutem as imagens que estavam digitalizadas nos arquivos Technische Universitaumlt Berlin ndash

Architekturmuseum (Universidade Teacutecnica de Berlim ndash Museu de Arquitetura)[1] Museumslandschaft

Hessen Kassel (Museu Hessen de Kassel)[2] Palaacutecio Nacional da Ajuda e Eacutecole Supeacuterieure National des

Beaux-Arts (Escola Superior Nacional de Belas Artes)[3]

Mesmo natildeo sendo desenhos de autoria de Grandjean de Montigny tambeacutem reproduzimos algumas

plantas que estatildeo no acervo do Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN) que tra-

zem informaccedilotildees sobre sua residecircncia localizada na Gaacutevea[4] e a antiga Praccedila do Comeacutercio[5] Apesar de

natildeo serem pranchas formuladas pelo arquiteto elas satildeo relevantes na medida em que trazem detalhes

dos interiores de preacutedios idealizados por ele enquanto professor de arquitetura

Nesse uacuteltimo ano de pesquisa privilegiamos o aperfeiccediloamento dos campos da base de dados que

passou do formato Access para uma versatildeo on line com a sistematizaccedilatildeo de termos e nomenclaturas

anaacutelise das fontes de distintas tipologias que trouxessem informaccedilotildees sobre as plantas e a atuaccedilatildeo de

Grandjean de Montigny como arquiteto revisatildeo dos 325 itens da base de dados para corrigir equiacutevocos

de datas Aleacutem disso foi possiacutevel inferir hipoacuteteses sobre alguns desenhos que estatildeo na condiccedilatildeo de ldquosem

localizaccedilatildeordquo na base de dados

1 Traduccedilatildeo livre

2 Idem

3 Idem

4 Atual Solar Grandjean de Montigny

5 Atual Casa Franccedila-Brasil

14

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em relaccedilatildeo aos desafios da pesquisa eacute importante destacar as dificuldades que encontramos em formular

esse inventaacuterio tendo na maioria das vezes a necessidade de adiar a pesquisa devido agraves burocracias e em-

pecilhos impostos pelos arquivos puacuteblicos dificultando em alguns casos o acesso aos documentos Ape-

sar das adversidades conseguimos realizar um trabalho ineacutedito que traraacute avanccedilos em anaacutelises futuras

Referecircncias bibliograacuteficas

ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTESCataacutelogos das exposiccedilotildees gerais das Bellas Artes 1841-1843 1845

e 1850 e precircmios outorgados Rio de Janeiro [sn] 1843 25 p

MONTIGNY Grandjean A Famin Architectures toscane ou palais maisons et autres edifices de la Tos-

cane mensureacutes et dessineacutes Paris Denovilliers1837 Disponiacutevel em httpgallicabnffrark12148bp-

t6k5429296wr=Grandjean+de+Montigny2C+Auguste-Henri-VictorlangPT Acesso em 20 jun 2014

TELLES Angela Grandjean de Montignyda arquitetura revolucionaacuteria agrave civilizaccedilatildeo nos troacutepicos Rio de Janei-

ro Ed Arquivo Nacional 2008

FILHO Adolfo Morales de Los Rios Grandjean de Montigny e a evoluccedilatildeo da arte brasileira Empresa A

Noite [1946]

15

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa

Introduccedilatildeo

A fim de monitorar as condiccedilotildees climaacuteticas das suas aacutereas de guarda de acervo bibliograacutefico e museoloacute-

gico a Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa conta com 21 aparelhos denominados dataloggers distribuiacutedos por

toda a Fundaccedilatildeo Tais aparelhos mensuram a umidade relativa e a temperatura ambiente

Os dataloggers da Fundaccedilatildeo foram instalados em duas fases Os primeiros 14 entraram em operaccedilatildeo em

7 de abril de 2011 em 11 cocircmodos diferentes em todos os edifiacutecios da Fundaccedilatildeo Museu edifiacutecio sede

garagem e LAMIC (Laboratoacuterio de Microfilmagem) Jaacute os demais foram instalados em 26 de marccedilo de

2013 em diversas salas do museu

No entanto os uacutenicos ambientes que possuem condiccedilotildees climaacuteticas controladas totalmente por apare-

lhos ou seja isentos de influecircncias do meio externo satildeo os trecircs locais de guarda localizados no edifiacutecio

sede Biblioteca Arquivo e AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira)

Objetivos

Este trabalho se propotildee a analisar as condiccedilotildees de temperatura ambiente e umidade relativa dos locais

de guarda do acervo bibliograacutefico da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa para poder identificar quais locais

BolsistaRodrigo Porto Bozzetti CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorEdmar Moraes Gonccedilalves ProjetoConservaccedilatildeo Integrada implantaccedilatildeo de programa de pesquisa no campo da deterioraccedilatildeo dos acervos documentaisAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 9: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

9

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Bolsista Barbara Ribeiro Gonccedilalves CursoInstituiccedilatildeoLetras (PortuguecircsLiteraturas) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoA casa senhorial entre Lisboa e o Rio de Janeiro (seacuteculos XVII XVIII e XIX) Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siteAgecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Ediccedilatildeo textual do site ldquoA casa senhorialrdquo

Introduccedilatildeo

O projeto binacional ldquoA casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro (nos seacuteculos XVII XVIII e XIX)

Anatomia de interiores ndash Ediccedilatildeo de siterdquo foi fomentado sob as diretrizes da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Bar-

bosa em parceria com a Universidade Nova de Lisboa (IHAFCSH da UNL) e associaccedilatildeo da Fundaccedilatildeo

Ricardo do Espiacuterito Santo Silva (ESADFRESS) elaborado no periacuteodo de 2011 a 2014

Objetivos

O projeto pauta-se no estudo das casas senhoriais por meio da sua perspectiva valorativa representa-

tiva histoacuterico-social e material Nele reuacutenem-se os resultados levantados dos espaccedilos interiores de dez

casas brasileiras vinte e cinco casas lisboetas e a influecircncia portuguesa existente nesses ambientes

Como o projeto abrange textos informativos e descritivos dados fotografias inventaacuterios e artigos de

acircmbito binacional percebeu-se a necessidade da elaboraccedilatildeo de um local em que se pudesse reunir com-

parar e preservar as informaccedilotildees obtidas tanto pela pesquisa brasileira quanto pela portuguesa

Desta forma o Centro de Memoacuteria e Informaccedilatildeo (CMI) da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa (FCRB) ini-

ciou o trabalho pioneiro de sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees obtidas atraveacutes da criaccedilatildeo de um site que

10

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

agregasse a organizaccedilatildeo do material pesquisado a integraccedilatildeo cultural entre os dois paiacuteses assim como

fosse um suporte que servisse de apoio e utilizaccedilatildeo para consultas abertas agrave sociedade

Metodologia

Para a elaboraccedilatildeo de todo o conteuacutedo textual anexado ao site adotou-se uma metodologia uniforme

atraveacutes da elaboraccedilatildeo e preenchimento de fichas com os dados das casas e com a construccedilatildeo de um ma-

nual de normas descritivas a fim de padronizar linguisticamente e esteticamente todas as informaccedilotildees

arquitetocircnicas dos interiores das casas senhoriais

Deste modo toda atividade de inserccedilatildeo de materialdocumentaccedilatildeo artigos e textos incorporados agrave pla-

taforma tal como a formataccedilatildeo transformaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo dos dados levantados em formato de textos

online contribuem para a aparecircncia padronizaccedilatildeo organizaccedilatildeo compreensatildeo informacional sempre

objetivando a facilitaccedilatildeo de leitura dos conteuacutedos abordados

Assim as funccedilotildees do bolsista atuam na produccedilatildeo revisatildeo ortograacutefica descriccedilatildeo e divisatildeo de todo

o conteuacutedo textual tal como a padronizaccedilatildeo e formataccedilatildeo estiliacutestica do site Essas tarefas devem ser

pensadas de forma a ser compreensiacutevel por todos os tipos de leitores atentando para uma organizaccedilatildeo

esteacutetica e hieraacuterquica

Diante disso o trabalho de ediccedilatildeo busca proporcionar a apreensatildeo entendimento captaccedilatildeo e inclusatildeo

das informaccedilotildees e dados apurados veiculando-os da forma mais clara e plausiacutevel possiacutevel dentro de

uma fonte uacutenica e pioneira de pesquisa

11

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

Bases de dados

Base IconografiaArquivo histoacuterico e InstitucionalFCRB

Base MuseuMuseu Casa de Rui BarbosaFCRB

Museu Casa de Rui Barbosa Satildeo Paulo Banco Safra 2013

CONSERVACcedilAtildeO PreventivaFCRB Disponiacutevel em httpacervoscasaruibarbosagovbr

12

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A elaboraccedilatildeo de um inventaacuterio da obra de Grandjean de Montigny avanccedilos e desafios

Essa comunicaccedilatildeo tem como finalidade apresentar os resultados finais do projeto intitulado Gosto neo-

claacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850) desenvolvido pelo grupo de pesquisa

Museu-casa memoacuteria espaccedilo e representaccedilotildees O projeto tem como objetivo criar um inventaacuterio na

forma de base de dados dos desenhos do arquiteto de formaccedilatildeo francesa Auguste Henri Victor Grand-

jean de Montigny que chegou ao Brasil em 1816 como integrante da chamada ldquoMissatildeo Artiacutestica France-

sardquo e foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do curso de arquitetura e formaccedilatildeo de novos arquitetos que seguiram

seus ensinamentos

Por ter atuado na Franccedila Itaacutelia Westfaacutelia e Brasil seus desenhos estatildeo espalhados em distintas institui-

ccedilotildees nacionais e estrangeiras sendo relevante portanto a sistematizaccedilatildeo da sua obra em uma platafor-

ma digital documental que reuacutena as imagens das plantas e informaccedilotildees sobre sua produccedilatildeo intelectual

com o propoacutesito de possibilitar futuros estudos

A partir disso a primeira etapa da pesquisa consistiu em um levantamento dos desenhos de Grandjean

disponiacuteveis nos arquivos e na internet Com o apoio financeiro da FAPERJ foram produzidos registros

digitais de plantas e desenhos que se encontram no Museu D Joatildeo VI Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacio-

nal Arquivo Nacional Museu do Primeiro Reinado e no Museu Nacional de Belas Artes Aleacutem disso

Bolsista Katherine Nunes de AzevedoCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoGosto neoclaacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850)Agecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

13

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

reunimos tambeacutem as imagens que estavam digitalizadas nos arquivos Technische Universitaumlt Berlin ndash

Architekturmuseum (Universidade Teacutecnica de Berlim ndash Museu de Arquitetura)[1] Museumslandschaft

Hessen Kassel (Museu Hessen de Kassel)[2] Palaacutecio Nacional da Ajuda e Eacutecole Supeacuterieure National des

Beaux-Arts (Escola Superior Nacional de Belas Artes)[3]

Mesmo natildeo sendo desenhos de autoria de Grandjean de Montigny tambeacutem reproduzimos algumas

plantas que estatildeo no acervo do Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN) que tra-

zem informaccedilotildees sobre sua residecircncia localizada na Gaacutevea[4] e a antiga Praccedila do Comeacutercio[5] Apesar de

natildeo serem pranchas formuladas pelo arquiteto elas satildeo relevantes na medida em que trazem detalhes

dos interiores de preacutedios idealizados por ele enquanto professor de arquitetura

Nesse uacuteltimo ano de pesquisa privilegiamos o aperfeiccediloamento dos campos da base de dados que

passou do formato Access para uma versatildeo on line com a sistematizaccedilatildeo de termos e nomenclaturas

anaacutelise das fontes de distintas tipologias que trouxessem informaccedilotildees sobre as plantas e a atuaccedilatildeo de

Grandjean de Montigny como arquiteto revisatildeo dos 325 itens da base de dados para corrigir equiacutevocos

de datas Aleacutem disso foi possiacutevel inferir hipoacuteteses sobre alguns desenhos que estatildeo na condiccedilatildeo de ldquosem

localizaccedilatildeordquo na base de dados

1 Traduccedilatildeo livre

2 Idem

3 Idem

4 Atual Solar Grandjean de Montigny

5 Atual Casa Franccedila-Brasil

14

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em relaccedilatildeo aos desafios da pesquisa eacute importante destacar as dificuldades que encontramos em formular

esse inventaacuterio tendo na maioria das vezes a necessidade de adiar a pesquisa devido agraves burocracias e em-

pecilhos impostos pelos arquivos puacuteblicos dificultando em alguns casos o acesso aos documentos Ape-

sar das adversidades conseguimos realizar um trabalho ineacutedito que traraacute avanccedilos em anaacutelises futuras

Referecircncias bibliograacuteficas

ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTESCataacutelogos das exposiccedilotildees gerais das Bellas Artes 1841-1843 1845

e 1850 e precircmios outorgados Rio de Janeiro [sn] 1843 25 p

MONTIGNY Grandjean A Famin Architectures toscane ou palais maisons et autres edifices de la Tos-

cane mensureacutes et dessineacutes Paris Denovilliers1837 Disponiacutevel em httpgallicabnffrark12148bp-

t6k5429296wr=Grandjean+de+Montigny2C+Auguste-Henri-VictorlangPT Acesso em 20 jun 2014

TELLES Angela Grandjean de Montignyda arquitetura revolucionaacuteria agrave civilizaccedilatildeo nos troacutepicos Rio de Janei-

ro Ed Arquivo Nacional 2008

FILHO Adolfo Morales de Los Rios Grandjean de Montigny e a evoluccedilatildeo da arte brasileira Empresa A

Noite [1946]

15

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa

Introduccedilatildeo

A fim de monitorar as condiccedilotildees climaacuteticas das suas aacutereas de guarda de acervo bibliograacutefico e museoloacute-

gico a Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa conta com 21 aparelhos denominados dataloggers distribuiacutedos por

toda a Fundaccedilatildeo Tais aparelhos mensuram a umidade relativa e a temperatura ambiente

Os dataloggers da Fundaccedilatildeo foram instalados em duas fases Os primeiros 14 entraram em operaccedilatildeo em

7 de abril de 2011 em 11 cocircmodos diferentes em todos os edifiacutecios da Fundaccedilatildeo Museu edifiacutecio sede

garagem e LAMIC (Laboratoacuterio de Microfilmagem) Jaacute os demais foram instalados em 26 de marccedilo de

2013 em diversas salas do museu

No entanto os uacutenicos ambientes que possuem condiccedilotildees climaacuteticas controladas totalmente por apare-

lhos ou seja isentos de influecircncias do meio externo satildeo os trecircs locais de guarda localizados no edifiacutecio

sede Biblioteca Arquivo e AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira)

Objetivos

Este trabalho se propotildee a analisar as condiccedilotildees de temperatura ambiente e umidade relativa dos locais

de guarda do acervo bibliograacutefico da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa para poder identificar quais locais

BolsistaRodrigo Porto Bozzetti CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorEdmar Moraes Gonccedilalves ProjetoConservaccedilatildeo Integrada implantaccedilatildeo de programa de pesquisa no campo da deterioraccedilatildeo dos acervos documentaisAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 10: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

10

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

agregasse a organizaccedilatildeo do material pesquisado a integraccedilatildeo cultural entre os dois paiacuteses assim como

fosse um suporte que servisse de apoio e utilizaccedilatildeo para consultas abertas agrave sociedade

Metodologia

Para a elaboraccedilatildeo de todo o conteuacutedo textual anexado ao site adotou-se uma metodologia uniforme

atraveacutes da elaboraccedilatildeo e preenchimento de fichas com os dados das casas e com a construccedilatildeo de um ma-

nual de normas descritivas a fim de padronizar linguisticamente e esteticamente todas as informaccedilotildees

arquitetocircnicas dos interiores das casas senhoriais

Deste modo toda atividade de inserccedilatildeo de materialdocumentaccedilatildeo artigos e textos incorporados agrave pla-

taforma tal como a formataccedilatildeo transformaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo dos dados levantados em formato de textos

online contribuem para a aparecircncia padronizaccedilatildeo organizaccedilatildeo compreensatildeo informacional sempre

objetivando a facilitaccedilatildeo de leitura dos conteuacutedos abordados

Assim as funccedilotildees do bolsista atuam na produccedilatildeo revisatildeo ortograacutefica descriccedilatildeo e divisatildeo de todo

o conteuacutedo textual tal como a padronizaccedilatildeo e formataccedilatildeo estiliacutestica do site Essas tarefas devem ser

pensadas de forma a ser compreensiacutevel por todos os tipos de leitores atentando para uma organizaccedilatildeo

esteacutetica e hieraacuterquica

Diante disso o trabalho de ediccedilatildeo busca proporcionar a apreensatildeo entendimento captaccedilatildeo e inclusatildeo

das informaccedilotildees e dados apurados veiculando-os da forma mais clara e plausiacutevel possiacutevel dentro de

uma fonte uacutenica e pioneira de pesquisa

11

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

Bases de dados

Base IconografiaArquivo histoacuterico e InstitucionalFCRB

Base MuseuMuseu Casa de Rui BarbosaFCRB

Museu Casa de Rui Barbosa Satildeo Paulo Banco Safra 2013

CONSERVACcedilAtildeO PreventivaFCRB Disponiacutevel em httpacervoscasaruibarbosagovbr

12

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A elaboraccedilatildeo de um inventaacuterio da obra de Grandjean de Montigny avanccedilos e desafios

Essa comunicaccedilatildeo tem como finalidade apresentar os resultados finais do projeto intitulado Gosto neo-

claacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850) desenvolvido pelo grupo de pesquisa

Museu-casa memoacuteria espaccedilo e representaccedilotildees O projeto tem como objetivo criar um inventaacuterio na

forma de base de dados dos desenhos do arquiteto de formaccedilatildeo francesa Auguste Henri Victor Grand-

jean de Montigny que chegou ao Brasil em 1816 como integrante da chamada ldquoMissatildeo Artiacutestica France-

sardquo e foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do curso de arquitetura e formaccedilatildeo de novos arquitetos que seguiram

seus ensinamentos

Por ter atuado na Franccedila Itaacutelia Westfaacutelia e Brasil seus desenhos estatildeo espalhados em distintas institui-

ccedilotildees nacionais e estrangeiras sendo relevante portanto a sistematizaccedilatildeo da sua obra em uma platafor-

ma digital documental que reuacutena as imagens das plantas e informaccedilotildees sobre sua produccedilatildeo intelectual

com o propoacutesito de possibilitar futuros estudos

A partir disso a primeira etapa da pesquisa consistiu em um levantamento dos desenhos de Grandjean

disponiacuteveis nos arquivos e na internet Com o apoio financeiro da FAPERJ foram produzidos registros

digitais de plantas e desenhos que se encontram no Museu D Joatildeo VI Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacio-

nal Arquivo Nacional Museu do Primeiro Reinado e no Museu Nacional de Belas Artes Aleacutem disso

Bolsista Katherine Nunes de AzevedoCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoGosto neoclaacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850)Agecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

13

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

reunimos tambeacutem as imagens que estavam digitalizadas nos arquivos Technische Universitaumlt Berlin ndash

Architekturmuseum (Universidade Teacutecnica de Berlim ndash Museu de Arquitetura)[1] Museumslandschaft

Hessen Kassel (Museu Hessen de Kassel)[2] Palaacutecio Nacional da Ajuda e Eacutecole Supeacuterieure National des

Beaux-Arts (Escola Superior Nacional de Belas Artes)[3]

Mesmo natildeo sendo desenhos de autoria de Grandjean de Montigny tambeacutem reproduzimos algumas

plantas que estatildeo no acervo do Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN) que tra-

zem informaccedilotildees sobre sua residecircncia localizada na Gaacutevea[4] e a antiga Praccedila do Comeacutercio[5] Apesar de

natildeo serem pranchas formuladas pelo arquiteto elas satildeo relevantes na medida em que trazem detalhes

dos interiores de preacutedios idealizados por ele enquanto professor de arquitetura

Nesse uacuteltimo ano de pesquisa privilegiamos o aperfeiccediloamento dos campos da base de dados que

passou do formato Access para uma versatildeo on line com a sistematizaccedilatildeo de termos e nomenclaturas

anaacutelise das fontes de distintas tipologias que trouxessem informaccedilotildees sobre as plantas e a atuaccedilatildeo de

Grandjean de Montigny como arquiteto revisatildeo dos 325 itens da base de dados para corrigir equiacutevocos

de datas Aleacutem disso foi possiacutevel inferir hipoacuteteses sobre alguns desenhos que estatildeo na condiccedilatildeo de ldquosem

localizaccedilatildeordquo na base de dados

1 Traduccedilatildeo livre

2 Idem

3 Idem

4 Atual Solar Grandjean de Montigny

5 Atual Casa Franccedila-Brasil

14

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em relaccedilatildeo aos desafios da pesquisa eacute importante destacar as dificuldades que encontramos em formular

esse inventaacuterio tendo na maioria das vezes a necessidade de adiar a pesquisa devido agraves burocracias e em-

pecilhos impostos pelos arquivos puacuteblicos dificultando em alguns casos o acesso aos documentos Ape-

sar das adversidades conseguimos realizar um trabalho ineacutedito que traraacute avanccedilos em anaacutelises futuras

Referecircncias bibliograacuteficas

ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTESCataacutelogos das exposiccedilotildees gerais das Bellas Artes 1841-1843 1845

e 1850 e precircmios outorgados Rio de Janeiro [sn] 1843 25 p

MONTIGNY Grandjean A Famin Architectures toscane ou palais maisons et autres edifices de la Tos-

cane mensureacutes et dessineacutes Paris Denovilliers1837 Disponiacutevel em httpgallicabnffrark12148bp-

t6k5429296wr=Grandjean+de+Montigny2C+Auguste-Henri-VictorlangPT Acesso em 20 jun 2014

TELLES Angela Grandjean de Montignyda arquitetura revolucionaacuteria agrave civilizaccedilatildeo nos troacutepicos Rio de Janei-

ro Ed Arquivo Nacional 2008

FILHO Adolfo Morales de Los Rios Grandjean de Montigny e a evoluccedilatildeo da arte brasileira Empresa A

Noite [1946]

15

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa

Introduccedilatildeo

A fim de monitorar as condiccedilotildees climaacuteticas das suas aacutereas de guarda de acervo bibliograacutefico e museoloacute-

gico a Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa conta com 21 aparelhos denominados dataloggers distribuiacutedos por

toda a Fundaccedilatildeo Tais aparelhos mensuram a umidade relativa e a temperatura ambiente

Os dataloggers da Fundaccedilatildeo foram instalados em duas fases Os primeiros 14 entraram em operaccedilatildeo em

7 de abril de 2011 em 11 cocircmodos diferentes em todos os edifiacutecios da Fundaccedilatildeo Museu edifiacutecio sede

garagem e LAMIC (Laboratoacuterio de Microfilmagem) Jaacute os demais foram instalados em 26 de marccedilo de

2013 em diversas salas do museu

No entanto os uacutenicos ambientes que possuem condiccedilotildees climaacuteticas controladas totalmente por apare-

lhos ou seja isentos de influecircncias do meio externo satildeo os trecircs locais de guarda localizados no edifiacutecio

sede Biblioteca Arquivo e AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira)

Objetivos

Este trabalho se propotildee a analisar as condiccedilotildees de temperatura ambiente e umidade relativa dos locais

de guarda do acervo bibliograacutefico da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa para poder identificar quais locais

BolsistaRodrigo Porto Bozzetti CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorEdmar Moraes Gonccedilalves ProjetoConservaccedilatildeo Integrada implantaccedilatildeo de programa de pesquisa no campo da deterioraccedilatildeo dos acervos documentaisAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 11: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

11

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

Bases de dados

Base IconografiaArquivo histoacuterico e InstitucionalFCRB

Base MuseuMuseu Casa de Rui BarbosaFCRB

Museu Casa de Rui Barbosa Satildeo Paulo Banco Safra 2013

CONSERVACcedilAtildeO PreventivaFCRB Disponiacutevel em httpacervoscasaruibarbosagovbr

12

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A elaboraccedilatildeo de um inventaacuterio da obra de Grandjean de Montigny avanccedilos e desafios

Essa comunicaccedilatildeo tem como finalidade apresentar os resultados finais do projeto intitulado Gosto neo-

claacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850) desenvolvido pelo grupo de pesquisa

Museu-casa memoacuteria espaccedilo e representaccedilotildees O projeto tem como objetivo criar um inventaacuterio na

forma de base de dados dos desenhos do arquiteto de formaccedilatildeo francesa Auguste Henri Victor Grand-

jean de Montigny que chegou ao Brasil em 1816 como integrante da chamada ldquoMissatildeo Artiacutestica France-

sardquo e foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do curso de arquitetura e formaccedilatildeo de novos arquitetos que seguiram

seus ensinamentos

Por ter atuado na Franccedila Itaacutelia Westfaacutelia e Brasil seus desenhos estatildeo espalhados em distintas institui-

ccedilotildees nacionais e estrangeiras sendo relevante portanto a sistematizaccedilatildeo da sua obra em uma platafor-

ma digital documental que reuacutena as imagens das plantas e informaccedilotildees sobre sua produccedilatildeo intelectual

com o propoacutesito de possibilitar futuros estudos

A partir disso a primeira etapa da pesquisa consistiu em um levantamento dos desenhos de Grandjean

disponiacuteveis nos arquivos e na internet Com o apoio financeiro da FAPERJ foram produzidos registros

digitais de plantas e desenhos que se encontram no Museu D Joatildeo VI Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacio-

nal Arquivo Nacional Museu do Primeiro Reinado e no Museu Nacional de Belas Artes Aleacutem disso

Bolsista Katherine Nunes de AzevedoCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoGosto neoclaacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850)Agecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

13

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

reunimos tambeacutem as imagens que estavam digitalizadas nos arquivos Technische Universitaumlt Berlin ndash

Architekturmuseum (Universidade Teacutecnica de Berlim ndash Museu de Arquitetura)[1] Museumslandschaft

Hessen Kassel (Museu Hessen de Kassel)[2] Palaacutecio Nacional da Ajuda e Eacutecole Supeacuterieure National des

Beaux-Arts (Escola Superior Nacional de Belas Artes)[3]

Mesmo natildeo sendo desenhos de autoria de Grandjean de Montigny tambeacutem reproduzimos algumas

plantas que estatildeo no acervo do Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN) que tra-

zem informaccedilotildees sobre sua residecircncia localizada na Gaacutevea[4] e a antiga Praccedila do Comeacutercio[5] Apesar de

natildeo serem pranchas formuladas pelo arquiteto elas satildeo relevantes na medida em que trazem detalhes

dos interiores de preacutedios idealizados por ele enquanto professor de arquitetura

Nesse uacuteltimo ano de pesquisa privilegiamos o aperfeiccediloamento dos campos da base de dados que

passou do formato Access para uma versatildeo on line com a sistematizaccedilatildeo de termos e nomenclaturas

anaacutelise das fontes de distintas tipologias que trouxessem informaccedilotildees sobre as plantas e a atuaccedilatildeo de

Grandjean de Montigny como arquiteto revisatildeo dos 325 itens da base de dados para corrigir equiacutevocos

de datas Aleacutem disso foi possiacutevel inferir hipoacuteteses sobre alguns desenhos que estatildeo na condiccedilatildeo de ldquosem

localizaccedilatildeordquo na base de dados

1 Traduccedilatildeo livre

2 Idem

3 Idem

4 Atual Solar Grandjean de Montigny

5 Atual Casa Franccedila-Brasil

14

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em relaccedilatildeo aos desafios da pesquisa eacute importante destacar as dificuldades que encontramos em formular

esse inventaacuterio tendo na maioria das vezes a necessidade de adiar a pesquisa devido agraves burocracias e em-

pecilhos impostos pelos arquivos puacuteblicos dificultando em alguns casos o acesso aos documentos Ape-

sar das adversidades conseguimos realizar um trabalho ineacutedito que traraacute avanccedilos em anaacutelises futuras

Referecircncias bibliograacuteficas

ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTESCataacutelogos das exposiccedilotildees gerais das Bellas Artes 1841-1843 1845

e 1850 e precircmios outorgados Rio de Janeiro [sn] 1843 25 p

MONTIGNY Grandjean A Famin Architectures toscane ou palais maisons et autres edifices de la Tos-

cane mensureacutes et dessineacutes Paris Denovilliers1837 Disponiacutevel em httpgallicabnffrark12148bp-

t6k5429296wr=Grandjean+de+Montigny2C+Auguste-Henri-VictorlangPT Acesso em 20 jun 2014

TELLES Angela Grandjean de Montignyda arquitetura revolucionaacuteria agrave civilizaccedilatildeo nos troacutepicos Rio de Janei-

ro Ed Arquivo Nacional 2008

FILHO Adolfo Morales de Los Rios Grandjean de Montigny e a evoluccedilatildeo da arte brasileira Empresa A

Noite [1946]

15

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa

Introduccedilatildeo

A fim de monitorar as condiccedilotildees climaacuteticas das suas aacutereas de guarda de acervo bibliograacutefico e museoloacute-

gico a Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa conta com 21 aparelhos denominados dataloggers distribuiacutedos por

toda a Fundaccedilatildeo Tais aparelhos mensuram a umidade relativa e a temperatura ambiente

Os dataloggers da Fundaccedilatildeo foram instalados em duas fases Os primeiros 14 entraram em operaccedilatildeo em

7 de abril de 2011 em 11 cocircmodos diferentes em todos os edifiacutecios da Fundaccedilatildeo Museu edifiacutecio sede

garagem e LAMIC (Laboratoacuterio de Microfilmagem) Jaacute os demais foram instalados em 26 de marccedilo de

2013 em diversas salas do museu

No entanto os uacutenicos ambientes que possuem condiccedilotildees climaacuteticas controladas totalmente por apare-

lhos ou seja isentos de influecircncias do meio externo satildeo os trecircs locais de guarda localizados no edifiacutecio

sede Biblioteca Arquivo e AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira)

Objetivos

Este trabalho se propotildee a analisar as condiccedilotildees de temperatura ambiente e umidade relativa dos locais

de guarda do acervo bibliograacutefico da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa para poder identificar quais locais

BolsistaRodrigo Porto Bozzetti CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorEdmar Moraes Gonccedilalves ProjetoConservaccedilatildeo Integrada implantaccedilatildeo de programa de pesquisa no campo da deterioraccedilatildeo dos acervos documentaisAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 12: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

12

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A elaboraccedilatildeo de um inventaacuterio da obra de Grandjean de Montigny avanccedilos e desafios

Essa comunicaccedilatildeo tem como finalidade apresentar os resultados finais do projeto intitulado Gosto neo-

claacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850) desenvolvido pelo grupo de pesquisa

Museu-casa memoacuteria espaccedilo e representaccedilotildees O projeto tem como objetivo criar um inventaacuterio na

forma de base de dados dos desenhos do arquiteto de formaccedilatildeo francesa Auguste Henri Victor Grand-

jean de Montigny que chegou ao Brasil em 1816 como integrante da chamada ldquoMissatildeo Artiacutestica France-

sardquo e foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do curso de arquitetura e formaccedilatildeo de novos arquitetos que seguiram

seus ensinamentos

Por ter atuado na Franccedila Itaacutelia Westfaacutelia e Brasil seus desenhos estatildeo espalhados em distintas institui-

ccedilotildees nacionais e estrangeiras sendo relevante portanto a sistematizaccedilatildeo da sua obra em uma platafor-

ma digital documental que reuacutena as imagens das plantas e informaccedilotildees sobre sua produccedilatildeo intelectual

com o propoacutesito de possibilitar futuros estudos

A partir disso a primeira etapa da pesquisa consistiu em um levantamento dos desenhos de Grandjean

disponiacuteveis nos arquivos e na internet Com o apoio financeiro da FAPERJ foram produzidos registros

digitais de plantas e desenhos que se encontram no Museu D Joatildeo VI Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacio-

nal Arquivo Nacional Museu do Primeiro Reinado e no Museu Nacional de Belas Artes Aleacutem disso

Bolsista Katherine Nunes de AzevedoCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Orientador Ana Pessoa dos SantosProjetoGosto neoclaacutessico Grandjean de Montigny e a arquitetura no Brasil (1816-1850)Agecircncia de financiamento CNPqPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

13

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

reunimos tambeacutem as imagens que estavam digitalizadas nos arquivos Technische Universitaumlt Berlin ndash

Architekturmuseum (Universidade Teacutecnica de Berlim ndash Museu de Arquitetura)[1] Museumslandschaft

Hessen Kassel (Museu Hessen de Kassel)[2] Palaacutecio Nacional da Ajuda e Eacutecole Supeacuterieure National des

Beaux-Arts (Escola Superior Nacional de Belas Artes)[3]

Mesmo natildeo sendo desenhos de autoria de Grandjean de Montigny tambeacutem reproduzimos algumas

plantas que estatildeo no acervo do Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN) que tra-

zem informaccedilotildees sobre sua residecircncia localizada na Gaacutevea[4] e a antiga Praccedila do Comeacutercio[5] Apesar de

natildeo serem pranchas formuladas pelo arquiteto elas satildeo relevantes na medida em que trazem detalhes

dos interiores de preacutedios idealizados por ele enquanto professor de arquitetura

Nesse uacuteltimo ano de pesquisa privilegiamos o aperfeiccediloamento dos campos da base de dados que

passou do formato Access para uma versatildeo on line com a sistematizaccedilatildeo de termos e nomenclaturas

anaacutelise das fontes de distintas tipologias que trouxessem informaccedilotildees sobre as plantas e a atuaccedilatildeo de

Grandjean de Montigny como arquiteto revisatildeo dos 325 itens da base de dados para corrigir equiacutevocos

de datas Aleacutem disso foi possiacutevel inferir hipoacuteteses sobre alguns desenhos que estatildeo na condiccedilatildeo de ldquosem

localizaccedilatildeordquo na base de dados

1 Traduccedilatildeo livre

2 Idem

3 Idem

4 Atual Solar Grandjean de Montigny

5 Atual Casa Franccedila-Brasil

14

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em relaccedilatildeo aos desafios da pesquisa eacute importante destacar as dificuldades que encontramos em formular

esse inventaacuterio tendo na maioria das vezes a necessidade de adiar a pesquisa devido agraves burocracias e em-

pecilhos impostos pelos arquivos puacuteblicos dificultando em alguns casos o acesso aos documentos Ape-

sar das adversidades conseguimos realizar um trabalho ineacutedito que traraacute avanccedilos em anaacutelises futuras

Referecircncias bibliograacuteficas

ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTESCataacutelogos das exposiccedilotildees gerais das Bellas Artes 1841-1843 1845

e 1850 e precircmios outorgados Rio de Janeiro [sn] 1843 25 p

MONTIGNY Grandjean A Famin Architectures toscane ou palais maisons et autres edifices de la Tos-

cane mensureacutes et dessineacutes Paris Denovilliers1837 Disponiacutevel em httpgallicabnffrark12148bp-

t6k5429296wr=Grandjean+de+Montigny2C+Auguste-Henri-VictorlangPT Acesso em 20 jun 2014

TELLES Angela Grandjean de Montignyda arquitetura revolucionaacuteria agrave civilizaccedilatildeo nos troacutepicos Rio de Janei-

ro Ed Arquivo Nacional 2008

FILHO Adolfo Morales de Los Rios Grandjean de Montigny e a evoluccedilatildeo da arte brasileira Empresa A

Noite [1946]

15

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa

Introduccedilatildeo

A fim de monitorar as condiccedilotildees climaacuteticas das suas aacutereas de guarda de acervo bibliograacutefico e museoloacute-

gico a Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa conta com 21 aparelhos denominados dataloggers distribuiacutedos por

toda a Fundaccedilatildeo Tais aparelhos mensuram a umidade relativa e a temperatura ambiente

Os dataloggers da Fundaccedilatildeo foram instalados em duas fases Os primeiros 14 entraram em operaccedilatildeo em

7 de abril de 2011 em 11 cocircmodos diferentes em todos os edifiacutecios da Fundaccedilatildeo Museu edifiacutecio sede

garagem e LAMIC (Laboratoacuterio de Microfilmagem) Jaacute os demais foram instalados em 26 de marccedilo de

2013 em diversas salas do museu

No entanto os uacutenicos ambientes que possuem condiccedilotildees climaacuteticas controladas totalmente por apare-

lhos ou seja isentos de influecircncias do meio externo satildeo os trecircs locais de guarda localizados no edifiacutecio

sede Biblioteca Arquivo e AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira)

Objetivos

Este trabalho se propotildee a analisar as condiccedilotildees de temperatura ambiente e umidade relativa dos locais

de guarda do acervo bibliograacutefico da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa para poder identificar quais locais

BolsistaRodrigo Porto Bozzetti CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorEdmar Moraes Gonccedilalves ProjetoConservaccedilatildeo Integrada implantaccedilatildeo de programa de pesquisa no campo da deterioraccedilatildeo dos acervos documentaisAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 13: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

13

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

reunimos tambeacutem as imagens que estavam digitalizadas nos arquivos Technische Universitaumlt Berlin ndash

Architekturmuseum (Universidade Teacutecnica de Berlim ndash Museu de Arquitetura)[1] Museumslandschaft

Hessen Kassel (Museu Hessen de Kassel)[2] Palaacutecio Nacional da Ajuda e Eacutecole Supeacuterieure National des

Beaux-Arts (Escola Superior Nacional de Belas Artes)[3]

Mesmo natildeo sendo desenhos de autoria de Grandjean de Montigny tambeacutem reproduzimos algumas

plantas que estatildeo no acervo do Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN) que tra-

zem informaccedilotildees sobre sua residecircncia localizada na Gaacutevea[4] e a antiga Praccedila do Comeacutercio[5] Apesar de

natildeo serem pranchas formuladas pelo arquiteto elas satildeo relevantes na medida em que trazem detalhes

dos interiores de preacutedios idealizados por ele enquanto professor de arquitetura

Nesse uacuteltimo ano de pesquisa privilegiamos o aperfeiccediloamento dos campos da base de dados que

passou do formato Access para uma versatildeo on line com a sistematizaccedilatildeo de termos e nomenclaturas

anaacutelise das fontes de distintas tipologias que trouxessem informaccedilotildees sobre as plantas e a atuaccedilatildeo de

Grandjean de Montigny como arquiteto revisatildeo dos 325 itens da base de dados para corrigir equiacutevocos

de datas Aleacutem disso foi possiacutevel inferir hipoacuteteses sobre alguns desenhos que estatildeo na condiccedilatildeo de ldquosem

localizaccedilatildeordquo na base de dados

1 Traduccedilatildeo livre

2 Idem

3 Idem

4 Atual Solar Grandjean de Montigny

5 Atual Casa Franccedila-Brasil

14

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em relaccedilatildeo aos desafios da pesquisa eacute importante destacar as dificuldades que encontramos em formular

esse inventaacuterio tendo na maioria das vezes a necessidade de adiar a pesquisa devido agraves burocracias e em-

pecilhos impostos pelos arquivos puacuteblicos dificultando em alguns casos o acesso aos documentos Ape-

sar das adversidades conseguimos realizar um trabalho ineacutedito que traraacute avanccedilos em anaacutelises futuras

Referecircncias bibliograacuteficas

ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTESCataacutelogos das exposiccedilotildees gerais das Bellas Artes 1841-1843 1845

e 1850 e precircmios outorgados Rio de Janeiro [sn] 1843 25 p

MONTIGNY Grandjean A Famin Architectures toscane ou palais maisons et autres edifices de la Tos-

cane mensureacutes et dessineacutes Paris Denovilliers1837 Disponiacutevel em httpgallicabnffrark12148bp-

t6k5429296wr=Grandjean+de+Montigny2C+Auguste-Henri-VictorlangPT Acesso em 20 jun 2014

TELLES Angela Grandjean de Montignyda arquitetura revolucionaacuteria agrave civilizaccedilatildeo nos troacutepicos Rio de Janei-

ro Ed Arquivo Nacional 2008

FILHO Adolfo Morales de Los Rios Grandjean de Montigny e a evoluccedilatildeo da arte brasileira Empresa A

Noite [1946]

15

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa

Introduccedilatildeo

A fim de monitorar as condiccedilotildees climaacuteticas das suas aacutereas de guarda de acervo bibliograacutefico e museoloacute-

gico a Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa conta com 21 aparelhos denominados dataloggers distribuiacutedos por

toda a Fundaccedilatildeo Tais aparelhos mensuram a umidade relativa e a temperatura ambiente

Os dataloggers da Fundaccedilatildeo foram instalados em duas fases Os primeiros 14 entraram em operaccedilatildeo em

7 de abril de 2011 em 11 cocircmodos diferentes em todos os edifiacutecios da Fundaccedilatildeo Museu edifiacutecio sede

garagem e LAMIC (Laboratoacuterio de Microfilmagem) Jaacute os demais foram instalados em 26 de marccedilo de

2013 em diversas salas do museu

No entanto os uacutenicos ambientes que possuem condiccedilotildees climaacuteticas controladas totalmente por apare-

lhos ou seja isentos de influecircncias do meio externo satildeo os trecircs locais de guarda localizados no edifiacutecio

sede Biblioteca Arquivo e AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira)

Objetivos

Este trabalho se propotildee a analisar as condiccedilotildees de temperatura ambiente e umidade relativa dos locais

de guarda do acervo bibliograacutefico da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa para poder identificar quais locais

BolsistaRodrigo Porto Bozzetti CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorEdmar Moraes Gonccedilalves ProjetoConservaccedilatildeo Integrada implantaccedilatildeo de programa de pesquisa no campo da deterioraccedilatildeo dos acervos documentaisAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 14: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

14

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em relaccedilatildeo aos desafios da pesquisa eacute importante destacar as dificuldades que encontramos em formular

esse inventaacuterio tendo na maioria das vezes a necessidade de adiar a pesquisa devido agraves burocracias e em-

pecilhos impostos pelos arquivos puacuteblicos dificultando em alguns casos o acesso aos documentos Ape-

sar das adversidades conseguimos realizar um trabalho ineacutedito que traraacute avanccedilos em anaacutelises futuras

Referecircncias bibliograacuteficas

ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTESCataacutelogos das exposiccedilotildees gerais das Bellas Artes 1841-1843 1845

e 1850 e precircmios outorgados Rio de Janeiro [sn] 1843 25 p

MONTIGNY Grandjean A Famin Architectures toscane ou palais maisons et autres edifices de la Tos-

cane mensureacutes et dessineacutes Paris Denovilliers1837 Disponiacutevel em httpgallicabnffrark12148bp-

t6k5429296wr=Grandjean+de+Montigny2C+Auguste-Henri-VictorlangPT Acesso em 20 jun 2014

TELLES Angela Grandjean de Montignyda arquitetura revolucionaacuteria agrave civilizaccedilatildeo nos troacutepicos Rio de Janei-

ro Ed Arquivo Nacional 2008

FILHO Adolfo Morales de Los Rios Grandjean de Montigny e a evoluccedilatildeo da arte brasileira Empresa A

Noite [1946]

15

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa

Introduccedilatildeo

A fim de monitorar as condiccedilotildees climaacuteticas das suas aacutereas de guarda de acervo bibliograacutefico e museoloacute-

gico a Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa conta com 21 aparelhos denominados dataloggers distribuiacutedos por

toda a Fundaccedilatildeo Tais aparelhos mensuram a umidade relativa e a temperatura ambiente

Os dataloggers da Fundaccedilatildeo foram instalados em duas fases Os primeiros 14 entraram em operaccedilatildeo em

7 de abril de 2011 em 11 cocircmodos diferentes em todos os edifiacutecios da Fundaccedilatildeo Museu edifiacutecio sede

garagem e LAMIC (Laboratoacuterio de Microfilmagem) Jaacute os demais foram instalados em 26 de marccedilo de

2013 em diversas salas do museu

No entanto os uacutenicos ambientes que possuem condiccedilotildees climaacuteticas controladas totalmente por apare-

lhos ou seja isentos de influecircncias do meio externo satildeo os trecircs locais de guarda localizados no edifiacutecio

sede Biblioteca Arquivo e AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira)

Objetivos

Este trabalho se propotildee a analisar as condiccedilotildees de temperatura ambiente e umidade relativa dos locais

de guarda do acervo bibliograacutefico da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa para poder identificar quais locais

BolsistaRodrigo Porto Bozzetti CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorEdmar Moraes Gonccedilalves ProjetoConservaccedilatildeo Integrada implantaccedilatildeo de programa de pesquisa no campo da deterioraccedilatildeo dos acervos documentaisAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 15: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

15

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Anaacutelise das condiccedilotildees climaacuteticas dos locais de guarda de acervo da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa

Introduccedilatildeo

A fim de monitorar as condiccedilotildees climaacuteticas das suas aacutereas de guarda de acervo bibliograacutefico e museoloacute-

gico a Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa conta com 21 aparelhos denominados dataloggers distribuiacutedos por

toda a Fundaccedilatildeo Tais aparelhos mensuram a umidade relativa e a temperatura ambiente

Os dataloggers da Fundaccedilatildeo foram instalados em duas fases Os primeiros 14 entraram em operaccedilatildeo em

7 de abril de 2011 em 11 cocircmodos diferentes em todos os edifiacutecios da Fundaccedilatildeo Museu edifiacutecio sede

garagem e LAMIC (Laboratoacuterio de Microfilmagem) Jaacute os demais foram instalados em 26 de marccedilo de

2013 em diversas salas do museu

No entanto os uacutenicos ambientes que possuem condiccedilotildees climaacuteticas controladas totalmente por apare-

lhos ou seja isentos de influecircncias do meio externo satildeo os trecircs locais de guarda localizados no edifiacutecio

sede Biblioteca Arquivo e AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira)

Objetivos

Este trabalho se propotildee a analisar as condiccedilotildees de temperatura ambiente e umidade relativa dos locais

de guarda do acervo bibliograacutefico da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa para poder identificar quais locais

BolsistaRodrigo Porto Bozzetti CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorEdmar Moraes Gonccedilalves ProjetoConservaccedilatildeo Integrada implantaccedilatildeo de programa de pesquisa no campo da deterioraccedilatildeo dos acervos documentaisAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2012 a julho 2014

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 16: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

16

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

de guarda estatildeo ou natildeo de acordo com os valores de temperatura ambiente e umidade relativa recomen-

dados pela literatura de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo

Metodologia

Atraveacutes dos valores registrados pelos dataloggers entre 7 de abril de 2011 e 28 de junho de 2013 foram

realizadas meacutedias mensais a fim de comparaacute-las com as meacutedias destas variaacuteveis recomendadas pelos

principais autores e instituiccedilotildees da aacuterea de conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo Os dados foram extraiacutedos dos

dataloggers e exportados para o software Microsoft Excel onde satildeo gerados graacuteficos e tabelas referentes a

cada ambiente monitorado Sendo assim atraveacutes destes dados eacute possiacutevel comparaacute-los com os valores re-

comendados pela literatura para temperatura ambiente e umidade relativa Para identificar quais satildeo tais

valores foi realizada uma revisatildeo de literatura tendo por base autores consagrados na aacuterea onde se en-

controu um intervalo entre 20deg e 25degC para temperatura ambiente e entre 40 e 55 para umidade relativa

Conclusatildeo

Atraveacutes da leitura perioacutedica dos dados fornecidos pelos dataloggers foi possiacutevel concluir que dada a

importacircncia do controle ambiental para evitar a proliferaccedilatildeo de microrganismos e a consequente dete-

rioraccedilatildeo de acervos o sistema de controle climaacutetico da Fundaccedilatildeo tem se mostrado eficiente de maneira a

garantir niacuteveis de paracircmetros meteoroloacutegicos estaacuteveis e adequados agrave literatura de conservaccedilatildeo preven-

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 17: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

17

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

tiva garantindo nos trecircs ambientes de guarda de acervo do edifiacutecio sede uma ausecircncia de deterioraccedilatildeo

do acervo por fatores de ordem bioloacutegica como fungos e diversos tipos de microorganismos Jaacute nos

ambientes do museu da Fundaccedilatildeo bem como no LAMIC e na garagem embora as condiccedilotildees climaacuteticas

nem sempre estejam dentro dos padrotildees desejaacuteveis essas variaacuteveis se mantecircm estaacuteveis dificultando

desta forma o surgimento e a atuaccedilatildeo de agentes biodeteriorantes

Referecircncias Bibliograacuteficas

CALLOLMilagros Vaillant CARBOacute Mariacutea Teresa Domeacutenech RODRIGO Nieves Valentiacuten Uma mirada

hacia la conservacioacuten preventiva del patrimocircnio cultural Valencia Universidad Politeacutecnica de Valencia 2003

CARVALHO Claacuteudia SRodrigues de O espaccedilo como elemento de preservaccedilatildeo dos acervos com suporte em

papel Rio de Janeiro Centro de Memoacuteria da Academia Brasileira de Letras 1998 Disponiacutevel em lthttp

wwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosa-jFCRB_ClaudiaCarvalho_OEspaco_como_elemen-

to_representacao_dosacervos_com_suporte_em_papelpdfgt Acesso em 17 fev 2013

MAEKAWA Shin BELTRAN Vincent Collections care human comfort and Cimate control a case stu-

dy at the Casa de Rui Babosa Museum Conservation The GCI Newsletter v22 n1 2007 Disponiacutevel em

lthttpswwwgettyeduconservationpublications_resourcesnewsletters22_1news_in_cons1htmlgt

Acesso em 13 fev 2012

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 18: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

18

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Superfiacutecies arquitetocircnicas cor e textura

A pesquisa intitulada Plano de Conservaccedilatildeo Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa Conservaccedilatildeo

das Superfiacutecies Arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa foi iniciada em agosto de 2010 tendo

como principal objetivo definir paracircmetros para a conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas alinhando

a correta definiccedilatildeo de princiacutepios e diretrizes ao aumento da qualidade da execuccedilatildeo como tambeacutem ao

controle de contratos e de gestatildeo de obras deste tipo

No seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas arquiviacutestica e bibliograacutefica o registro das interven-

ccedilotildees anteriores o estudo da envolvente do edifiacutecio a anaacutelise tipoloacutegica inspeccedilotildees visuais e anaacutelise estra-

tigraacutefica de alguns trechos da fachada bem como mapeamento de danos e diagnoacutestico de conservaccedilatildeo

Foi realizada tambeacutem uma primeira etapa experimental utilizando uma variaccedilatildeo de argamassas de em-

boccedilo e reboco diversos tipos de acabamento e texturas bem como diversas pinturas com a intenccedilatildeo de

conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal verificar a sua eficaacutecia e

estabelecer especificaccedilotildees para as argamassas de substituiccedilatildeo que seratildeo empregadas para a conservaccedilatildeo

das superfiacutecies do conjunto arquitetocircnico tombado

No decorrer do trabalho foi verificada a necessidade de aprofundar conhecimento relacionado a cores

e texturas tendo em vista que a cor as superfiacutecies as texturas e os materiais satildeo determinantes para a

definiccedilatildeo da apresentaccedilatildeo visual dos edifiacutecios antigos assim como para interpretaccedilatildeo criacutetica dos textos

originais e dos textos acrescentados pelo tempo

BolsistaVitor Kibaltchich CoelhoCursoInstituiccedilatildeoArquitetura e Urbanismo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorClaudia CarvalhoProjetoPlano de conservaccedilatildeo preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa conservaccedilatildeo das superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui Barbosa ndash cor e textura Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2013 a julho 2014

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 19: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

19

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O cromatismo dos revestimentos arquitetocircnicos reveste-se de grande importacircncia tambeacutem pelo impac-

to que provocam no meio ambiente envolvente

Este trabalho eacute o resultado de levantamento bibliograacutefico sobre estudos cromaacuteticos nas intervenccedilotildees de

conservaccedilatildeo e restauraccedilatildeo do patrimocircnio arquitetocircnico O tema tem desenvolvimento recente e no Brasil

constituem um campo de investigaccedilatildeo pouco explorado

O levantamento bibliograacutefico revelou um nuacutemero razoaacutevel de trabalhos realizados em Portugal com

destaque para a obra do arquiteto Joseacute Aguiar ldquoCor e cidade histoacuterica Estudos cromaacuteticos e conserva-

ccedilatildeo do patrimocircniordquo Este trabalho pela sua dimensatildeo e profundidade foi objeto de estudo e serviu de

base para o texto que apresentamos que versa sobre a elaboraccedilatildeo de modelos tridimensionais para estu-

do das propostas que vem sendo elaboradas para intervenccedilatildeo nas fachadas do Museu Casa Rui Barbosa

Referecircncias Bibliograacuteficas

KANAN Maria Isabel Manual de conservaccedilatildeo e intervenccedilatildeo em argamassas e revestimentos agrave base de cal Bra-

siacutelia DF Iphan Programa Monumenta Cadernos Teacutecnicos n 8 2008

KUHL Beatriz MugayarO tratamento das superfiacutecies arquitetocircnicas como problema teoacuterico da restauraccedilatildeo Satildeo

Paulo Anais do Museu Paulista v 12 n1 2004 p 309-330

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 20: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

20

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

CARVALHO Claudia S R A pesquisa para conservaccedilatildeo de superfiacutecies arquitetocircnicas do Museu Casa de Rui

Barbosa Satildeo Paulo Poacutes v 19 n 31 2012 p 238-250

AGUIAR Joseacute Cor e cidade histoacuterica estudos cromaacuteticos e conservaccedilatildeo do patrimocircnio Porto FAUP 2005

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 21: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

21

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arquivos pessoais amp tipologia documental primeiros passos para a representaccedilatildeo e acesso

Introduccedilatildeo

A anaacutelise tipoloacutegica eacute um meacutetodo utilizado na arquiviacutestica que permite aprofundar o conhecimento das

accedilotildees e atividades que datildeo origem ao documento em si Quando nos direcionamos para os arquivos

que satildeo produzidos na vida privada as convenccedilotildees sociais vigentes satildeo os elementos reguladores que

fornecem os indicadores da produccedilatildeo de documentos Nesse caso outras seratildeo as formas de se entender

a organicidade dos documentos de arquivo

Neste projeto pretendemos usar a Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira como campo empiacuterico porque

aleacutem de natildeo existir a figura do produtor de arquivo trazendo para a documentaccedilatildeo reunida por seu co-

lecionador um conjunto muito variado de documentos temaacuteticas e tipos documentais trata-se de uma

coleccedilatildeo com um conjunto documental significativo nos dando a expectativa de identificar um nuacutemero

variado de tipos documentais

Objetivos

Temos como objetivos identificar as tipologias e espeacutecies documentais produzidas nos seacuteculos XVIII e

XIX no Brasil dentro do contexto histoacuterico e social representado na Coleccedilatildeo Famiacutelia Barbosa de Oliveira

BolsistaDaybes Antocircnio Pereira Paulo Gomes CursoInstituiccedilatildeoArquivologia Universidade Federal Fluminense (UFF) OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoTipologia documental na Famiacutelia Barbosa de OliveiraAgecircncia de financiamentoFCRBPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 22: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

22

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

elaborar bibliografia de referecircncia para a questatildeo da tipologia documental contribuindo para a produ-

ccedilatildeo de conhecimento na aacuterea referente a Tipologia documental aplicada aos arquivos pessoais

Metodologia

A princiacutepio realizou-se uma leitura de bibliografia referente agrave arquiviacutestica ao contexto histoacuterico da

FCRB e agrave Famiacutelia Barbosa de Oliveira em seguida um levantamento seleccedilatildeo e anaacutelise de bibliografia

sobre arquivos pessoais tipologia documental e manuais de postura e etiqueta o proacuteximo passo foi

analisar documento a documento a fim de identificar se a denominaccedilatildeo dada agrave eacutepoca do tratamento da

coleccedilatildeo refletia de fato agraves atividades ou accedilotildees que deram origem aos referidos documentos Ao final foi

elaborada para cada seacuterie uma tabela com suas respectivas espeacutecies atividades e tipologias resultantes

Conclusatildeo

Esperamos contribuir para o reconhecimento da tipologia documental como importante mecanismo

para a compreensatildeo da formaccedilatildeo dos arquivos ampliando assim o conhecimento sobre os tipos docu-

mentais encontrados nos arquivos pessoais aleacutem de ver refletida em proacuteximas pesquisas de usuaacuterios o

aumento das buscas por essa forma de entrada

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal 2005 232 p (Publicaccedilotildees Teacutecnicas 51)

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 23: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

23

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BELLOTTO Heloiacutesa Liberalli Arquivos permanentes tratamento documental 2 ed reve ampl Rio de Ja-

neiro Ed FGV 2004

______ Como fazer anaacutelise diplomaacutetica e anaacutelise tipoloacutegica de documento de arquivo Satildeo Paulo Arquivo do

Estado Imprensa Oficial do Estado 2002 (Projeto como Fazer 8)

CAMARGO Ana Maria de Almeida Sobre arquivos pessoais Arquivo ampAdministraccedilatildeo Rio de Janeiro

AAB v7 n2 p 5- 10 juldez 2008

______ Arquivos pessoais e arquivos institucionais para um entendimento arquiviacutestico comum da

formaccedilatildeo da memoacuteria em um mundo poacutes-moderno Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro v11 n21 p129-

149 1998

DURANTI Luciana Diplomaacutetica usos nuevos para una antigua ciencia Traduccedilatildeo de Manuel Vaacutezquez

Coacuterdoba Argentina Associacioacuten de Archiveros de Andalucia 1995

OLIVEIRA Lucia Maria Velloso de Descriccedilatildeo e pesquisa reflexotildees em torno dos arquivos pessoais Rio

de Janeiro Moacutebile 2012

______ A descriccedilatildeo arquiviacutestica o arquivista e a reinvenccedilatildeo dos arquivos In OLIVEIRA Lucia Maria

Velloso de OLIVEIRA Isabel Cristina Borges de (Orgs) Preservaccedilatildeo acesso difusatildeo desafios para as

instituiccedilotildees arquiviacutesticas no seacuteculo XXI Rio de Janeiro Associaccedilatildeo dos Arquivistas Braisileiros 2013 v

1 p 327-332

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 24: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

24

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

RODRIGUES Ana Ceacutelia Diplomaacutetica contemporacircnea como fundamento metodoloacutegico da identificaccedilatildeo de tipo-

logia documental em arquivos Satildeo Paulo 2008 Tese (Doutorado em Histoacuteria Social) ndash Departamento de

Histoacuteria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciecircncias Humanas da Universidade de Satildeo Paulo

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 25: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

25

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Oliveira Castro e Pontes Cacircmara conclusotildees e perspectivas

Introduccedilatildeo

O presente trabalho tem por objetivo mostrar o que jaacute foi realizado dentro do projeto ldquoOs Oliveira Castro

e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisrdquo no periacuteodo de marccedilo de 2014 ateacute julho de 2014

bem como elucidar os objetivos a serem ainda alcanccedilados

Os Oliveira Castro e Pontes Cacircmara satildeo famiacutelias tradicionais do Rio de Janeiro que desempenharam

um papel de grande atuaccedilatildeo no periacuteodo que vivenciaram Joseacute Mendes de Oliveira Castro foi importan-

te comerciante que dentre diversos frutos de sua influecircncia recebeu o tiacutetulo de Baratildeo de Oliveira Cas-

tro na anteveacutespera da Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica dia 13 de novembro de 1889 uacuteltimo tiacutetulo de nobreza

conferido no Brasil Seu filho homocircnimo veio a ser o II Baratildeo de Oliveira Castro em Portugal sendo o

uacuteltimo a receber um tiacutetulo de nobreza pela hereditariedade

As famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara se cruzam institucionalmente quando do casamento entre

Joseacute Mendes de Oliveira Castro (filho) com Maria Estephacircnia Pontes Cacircmara filha do Comendador

Manuel Pontes Cacircmara Tal famiacutelia tinha negoacutecios bem-sucedidos no ramo cafeeiro que vieram a ser

potencializados a partir do momento que se estreitaram os laccedilos com a famiacutelia Oliveira Castro O Cafeacute

Cacircmara produzido pela Castro Silva amp Cia eacute um exemplo dessa forte alianccedila construiacuteda na virada do

seacuteculo XIX

BolsistaAna Carolina Monay dos Santos CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorLucia Maria Velloso de OliveiraProjetoOs Oliveira Castro e os Pontes Cacircmara as conexotildees nos arquivos pessoaisAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 26: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

26

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Objetivos

O projeto tem por objetivo geral a reuniatildeo e a organizaccedilatildeo do conjunto documental dos arquivos pesso-

ais das famiacutelias Oliveira Castro e Pontes Cacircmara a fim de que a memoacuteria de tais famiacutelias seja preservada

e que os documentos possam servir de instrumento para a pesquisa com fins de reconstruccedilatildeo historio-

graacutefica de determinado periacuteodo da Histoacuteria do Brasil e mais especificamente da Histoacuteria do Rio de Ja-

neiro no que tange por exemplo a assuntos ligados agrave economia agrave poliacutetica agraves tradiccedilotildees e aos costumes

Metodologia

Para cumprimento do objetivo do projeto foi feita a organizaccedilatildeo dos documentos que resultou em um

determinado arranjo com base nos princiacutepios da Arquivologia A partir desse momento foram utiliza-

das teacutecnicas de preservaccedilatildeo dos documentos a fim de recuperar os que se encontravam danificados Foi

feito tambeacutem o acondicionamento dos documentos seguidos de notaccedilatildeo

Vale ressaltar tambeacutem o papel fundamental da digitalizaccedilatildeo dos documentos e da inserccedilatildeo na base de

dados da Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa uma vez que atraveacutes desse suporte eacute que se faz a descriccedilatildeo dos

documentos que posteriormente estatildeo disponiacuteveis para pesquisadores

O projeto encontra-se em fase de digitalizaccedilatildeo dos documentos restantes e de finalizaccedilatildeo da padroniza-

ccedilatildeo dos documentos jaacute inseridos na internet com base nos documentos fiacutesicos

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 27: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

27

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

ARQUIVO NACIONAL Dicionaacuterio brasileiro de terminologia arquiviacutestica Rio de Janeiro Arquivo Nacio-

nal Publicaccedilotildees teacutecnicas n 51 p 232 2005

DURANTI Luciana The archival bond Archives and Museum Informatics Netherlands Kluwer Acade-

mia Publishers v11 p 213-218 1997

DUCROT Ariane A Classificaccedilatildeo dos arquivos pessoais e familiares Estudos Histoacutericos Rio de Janeiro

v 11 n21 p 151-168 1998

GENEALOGIA da Famiacutelia Oliveira Castro disponibilizada por Antoacutenio Mendes de Oliveira e Castro

Lucinha Sansom OSBMaria Luiacutesa Campos de Carvalho Disponiacutevel em httpwwwmuseu-emigran-

tesorgAntonio_MOC1htm

THOMASSEN Theo A first introduction to Archival Science Arquivo e Administraccedilatildeo Rio de Janeiro

Associaccedilatildeo dos Arquivistas Brasileiros v5 n1 p5-16 janjun 2006

YEO Geoffrey Concepts of Record (1) evidence information and persistent representations The Ame-

rican Archivist Chicago The American Archivist v 70 n2 p 315-343 2007

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 28: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

28

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Arena intelectual o Conselho Federal de Cultura como espaccedilo de disputa de ideias

Introduccedilatildeo

O Conselho Federal de Cultura (CFC) foi um oacutergatildeo criado pelo entatildeo presidente Castello Branco em 21

de novembro de 1966 atraveacutes do Decreto-lei nordm 74 com o objetivo de gerenciar as questotildees relacionadas agrave

poliacutetica cultural brasileira O CFC era composto por 24 (vinte e quatro) conselheiros referecircncias em uma

das quatro aacutereas de conhecimento que compunham o Conselho Satildeo essas aacutereas Artes Ciecircncias Huma-

nas Letras e Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

Entre outras competecircncias cabia ao CFC ldquodecidir sobre a concessatildeo de auxiacutelios agraves instituiccedilotildees cultu-

rais oficiais e particulares de utilidade puacuteblica tendo em vista a conservaccedilatildeo e guarda de seu patrimocirc-

nio artiacutestico ou bibliograacutefico e a execuccedilatildeo de projetos especiacuteficos para a difusatildeo culturalrdquo[6]

Quando solicitado por uma instituiccedilatildeo cultural e aprovado por uma das cacircmaras que compotildeem o

Conselho a solicitaccedilatildeo evoluiu para um Termo de Convecircnio Esse termo era uma espeacutecie de contrato

que definia qual era a instituiccedilatildeo beneficiada seu objetivo com o pedido de auxiacutelio e o valor concedi-

do O Termo de Convecircnio deveria ser assinado por um representante da instituiccedilatildeo beneficiada e pelo

6 REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA In Boletim Rio de Janeiro MEC Ano I n 2 p 67-76 Abril-Junho 1971

BolsistaGabriela Monteiro da Costa CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil a accedilatildeo do Conselho Federal de Cultura na primeira metade da deacutecada de 1970Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 29: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

29

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

presidente do CFC Apoacutes um periacuteodo estipulado no Termo de Convecircnio a instituiccedilatildeo deveria prestar

contas da aplicaccedilatildeo do benefiacutecio para aquilo que fora destinado Todo esse processo reunido deu origem

agrave documentaccedilatildeo de aacuterea fim presente no arquivo do Conselho sediado no deacutecimo andar do palaacutecio

Gustavo Capanema

Objetivos

Analisar atraveacutes da documentaccedilatildeo referente aos Convecircnios as posiccedilotildees em disputa dentro do Conselho

Federal de Cultura pois mesmo com a implantaccedilatildeo do Regime Civil-Militar em 1964 ainda existiam

disputas natildeo soacute poliacuteticas mas tambeacutem intelectuais

Questionar a neutralidade do Conselho Federal de Cultura frente agrave situaccedilatildeo sociopoliacutetica do Brasil de

entatildeo jaacute que os intelectuais nomeados como conselheiros deixavam transparecer atraveacutes de seus dis-

cursos diferentes posicionamentos e opiniotildees

Metodologia

Segundo Pierre Bourdieu (1990 p159) nada classifica mais uma pessoa do que suas classificaccedilotildees Sen-

do assim utilizaremos como metodologia anaacutelise de discursos Discursos de conselheiros como Gilberto

Freyre Manuel Dieacutegues Juacutenior Ariano Suassuna Irmatildeo Joseacute Otatildeo entre outros publicados nos princi-

pais veiacuteculos de divulgaccedilatildeo do CFC ndash a revista Cultura e o Boletim

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 30: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

30

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Conclusatildeo

Por se tratar de uma pesquisa em fase embrionaacuteria natildeo foi possiacutevel chegar a algum tipo de conclusatildeo

ateacute o presente momento Poreacutem como jaacute explicitado nos objetivos temos condiccedilotildees de comprovar por

via documental as disputas de campo que ocorriam dentro do Conselho Federal de Cultura

Referecircncias bibliograacuteficas

BOURDIEU Pierre Coisas ditas Satildeo Paulo Brasiliense 1990

CALABRE Lia (Org) Poliacuteticas Culturais diaacutelogo indispensaacutevel Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Bar-

bosa 2005

COELHO Teixeira Cultura e Estado a poliacutetica cultural da Franccedila 1955-2005 Satildeo Paulo Iluminuras Itauacute

Cultural 2012

FREYRE Gilberto Casa grande e senzala Satildeo Paulo Global 2013

JUacuteNIOR Feacutelix Lima A escravidatildeo em Alagoas 1974

MAIA Tatyana de Amaral Os cardeais da cultura nacional o Conselho Federal de Cultura na ditadura

civil-militar (1967-1975) Satildeo Paulo Itauacute Cultural Iluminuras 2012

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO E CULTURA Legislaccedilatildeo do Conselho Federal de Cultura 1976

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 31: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

31

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A estruturaccedilatildeo dos conselhos de cultura federais como elemento revelador de avanccedilos para as poliacuteticas culturais contemporacircneas uma anaacutelise comparativa do CFC e do CNPC

A construccedilatildeo do que se intitula hoje poliacutetica cultural governamental no Brasil tem iniacutecio no primeiro

governo de Getuacutelio Vargas Com o advento do Decreto nordm 74 de 21 de novembro de 1966 periacuteodo de

governo da ditadura civil-militar foi extinto o Conselho Nacional de Cultura ndash CNC (criado em 1938

e reativado em 1961) e instituiacutedo o Conselho Federal de Cultura O princiacutepio condutor das accedilotildees do

CFC era institucionalizar a aacuterea da cultura no campo da administraccedilatildeo puacuteblica ambicionando exercer

projeccedilatildeo nas esferas estadual e municipal como forma de coordenar e assegurar programas culturais

nacionais O regimento interno do CFC inicialmente instituiacutea 24 membros os quais eram diretamente

nomeados pelo presidente da Repuacuteblica distribuiacutedos em quatro cacircmaras de artes de letras de ciecircncias

humanas de patrimocircnio histoacuterico e artiacutestico nacional Possuiacutea aleacutem disso uma comissatildeo de legislaccedilatildeo

e normas que funcionava como uma quinta cacircmara com o objetivo de analisar as demandas financeiras

que se dirigiam ao Conselho para apreciaccedilatildeo

O golpe militar de 1964 foi um periacuteodo de repressatildeo e censura e dele resultou o desfazimento de boa

parte dos projetos culturais em curso ateacute entatildeo Como reflexo natural desse processo nota-se o caraacuteter

elitista e autoritaacuterio que conforma esse Conselho cuja composiccedilatildeo demarca sua existecircncia como exten-

satildeo de um Estado autoritaacuterio inclusive terminando por conferir certa legitimidade ao regime

BolsistaBianca Kremer Nogueira Correcirca CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria da Arte Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil de 1964 aos dias de hoje Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 32: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

32

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jaacute o atual Conselho Nacional de Poliacuteticas Culturais ndash CNPC instituiacutedo em 2007 (reativando o oacutergatildeo

originalmente criado em 1991) pode ser considerado um instrumento de participaccedilatildeo da sociedade civil

e de organizaccedilatildeo institucional na aacuterea cultural O atual plenaacuterio do CNPC eacute composto por 52 represen-

tantes do Poder Puacuteblico (Uniatildeo estados e municiacutepios) da sociedade civil de entidades empresariais

fundaccedilotildees e institutos vinculados ao meio cultural e de personalidades de notoacuterio saber na aacuterea cultural

Enquanto o princiacutepio norteador do CFC era institucionalizar as poliacuteticas puacuteblicas culturais na seara

administrativa como forma centralizadora de poder a partir da decisatildeo de um conjunto de especialistas

escolhidos de maneira centralizada e autoritaacuteria o CNPC se mostrou um instrumento de diaacutelogo en-

tre o Estado e a sociedade com maioria de representantes da sociedade civil eleitos diretamente pelos

diversos segmentos Esse formato possibilita que seus membros sejam portadores das demandas prio-

ridades e objetivos da sociedade civil sendo esses os elementos essenciais para formulaccedilatildeo por parte

do governo de poliacuteticas que atendam efetivamente os interesses da populaccedilatildeo obviamente nos limites

orccedilamentaacuterios e circunstanciais existentes

Objetivos

Trata-se de uma pesquisa ateacute entatildeo embrionaacuteria mas com o objetivo geral de analisar os avanccedilos no

papel dos conselhos de cultura no Brasil quanto ao atendimento das demandas e interesses sociais sem

deixar de considerar as transformaccedilotildees ocorridas na esfera poliacutetica

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 33: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

33

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metodologia

A metodologia aplicada no presente trabalho seraacute empreendida por meio de uma pesquisa exploratoacuteria

nos documentos reguladores dos conselhos (regimentos portarias normativas) e anaacutelise das formas de

composiccedilatildeo dos mesmos

Conclusatildeo

Verifica-se que o CFC tinha por princiacutepio de seu trabalho a construccedilatildeo da institucionalizaccedilatildeo da cultura

pela Administraccedilatildeo Puacuteblica por compreendecirc-la enquanto um elemento de unificaccedilatildeo que contribuiacutea

para a criaccedilatildeo de uma ldquoconsciecircncia ciacutevica nacionalrdquo apreciada pelo regime autoritaacuterio em vigor O caraacute-

ter elitista e natildeo democraacutetico conforma esse Conselho sob o falso envoltoacuterio do discurso de autoridade

e o notoacuterio saber de seus membros afastando a sociedade de decidir sobre um elemento fundamental e

essencial para a configuraccedilatildeo de sua identidade que eacute a cultura Enquanto isso sob a eacutegide da Constitui-

ccedilatildeo Cidadatilde de 1988 o CNPC busca desde 2007 democratizar a representaccedilatildeo popular no que concerne

agraves demandas culturais em acircmbito nacional o que se pode perceber facilmente com a simples descriccedilatildeo

de sua estruturaccedilatildeo contida no Regimento

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacutetica cultural no Brasil Rio de Janeiro Ediccedilotildees Casa de Rui Barbosa 2005

MAIA Tatyana de A Os cardeais da cultura nacional Satildeo Paulo Itauacute Cultural 2012

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 34: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

34

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaRenata DuarteCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorLia Calabre de AzevedoProjetoHistoacuteria da poliacutetica cultural no Brasil 1964 aos anos 2000Agecircncia de financiamentoCNPq Periacuteodoagosto 2012 a julho 2013

O espiacuterito da lei perspectivas sobre a Lei Sarney

O Brasil da deacutecada de 1960 era um paiacutes que vivia em plena efervescecircncia cultural e poliacutetica As mobiliza-

ccedilotildees em torno das chamadas ldquoreformas de baserdquo se intensificavam reunindo em suas fileiras um amplo

espectro da sociedade Dos outros paiacuteses do terceiro mundo surgiam notiacutecias inspiradoras A revoluccedilatildeo

cubana e as lutas pela independecircncia na Argeacutelia pareciam demonstrar na praacutetica que os paiacuteses perifeacuteri-

cos poderiam criar uma terceira via que fugisse aos modelos capitalista e comunista algo novo

O caminho para essa transformaccedilatildeo era a conscientizaccedilatildeo do povo e perseguindo esse objetivo surgiram

vaacuterias iniciativas Nascido ldquoda miseacuteria do povo de Recife De suas paisagens mutiladasrdquo o Movimento

de Cultura Popular foi o berccedilo do Meacutetodo Paulo Freire de alfabetizaccedilatildeo Com uma concepccedilatildeo multidis-

ciplinar de aprendizado o MCP estimulava a ocupaccedilatildeo das praccedilas da cidade com accedilotildees culturais pro-

movia a formaccedilatildeo de grupos de teatro operaacuterios entre diversas outras accedilotildees Durante um contato entre

membros da UNE e do MCP germinou a ideia de fundar Centros Populares de Cultura em todo o Brasil

Na esfera governamental tambeacutem surgiam experiecircncias similares Em 1961 foi criado o Conselho Na-

cional de Cultura cujas cadeiras eram compostas por representantes da classe artiacutestica como Jorge Ama-

do Seacutergio Buarque de Holanda e Maacuterio Pedrosa Em sua ata de abertura o Presidente da Repuacuteblica

definiu como principal tarefa ldquocoordenar disciplinar e traccedilar a vitalizaccedilatildeo da culturardquo atraveacutes ldquode sua

popularizaccedilatildeo e democratizaccedilatildeordquo Em sintonia com essas prerrogativas o CNC desenvolveu seus pro-

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 35: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

35

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

jetos de accedilatildeo como as Caravanas Culturais que objetivavam levar diversas formas de expressotildees artiacutes-

ticas ao interior Para o ano de 1964 aleacutem de mais uma ediccedilatildeo das caravanas aconteceria a construccedilatildeo

de um ldquotrem da culturardquo Esse projeto poreacutem nunca veio a acontecer foi interrompido assim como as

atividades do MCP e do CPCs pelo golpe militar

Instalado o regime autoritaacuterio foi criado o Conselho Federal de Cultura cujos membros eram com-

postos por pessoas de ldquoreconhecida idoneidaderdquo recrutadas sobretudo no IHGB e na ABL Entre seus

membros estavam personalidades como Miguel Reale Heacutelio Vianna e Adonias Filho Em consonacircncia

com seu aspecto majoritariamente conservador o foco do CFC voltou-se predominantemente para a

defesa do patrimocircnio e das manifestaccedilotildees tradicionais fontes da verdadeira identidade nacional Seu

projeto de maior vulto foram as ldquocasas da culturardquo Em oposiccedilatildeo agraves caravanas que invadiam as ruas

em busca do povo as casas eram ambientes fechados restritos a algumas localidades e o povo eacute quem

deveria buscaacute-las

Com o princiacutepio do processo de abertura a linha governamental para as poliacuteticas culturais muda A ges-

tatildeo Ney Braga no MEC marca a retomada da vertente de democratizaccedilatildeo cultural Novas instituiccedilotildees satildeo

criadas e paulatinamente o CFC vai sendo esvaziado de seu poder poliacutetico

Com o advento da redemocratizaccedilatildeo surgiu um movimento que natildeo buscava apenas democratizar as

eleiccedilotildees mas tambeacutem a cultura que acabara de ganhar seu proacuteprio ministeacuterio Uma das principais accedilotildees

do periacuteodo foi protagonizada pelo ministro Celso Furtado a criaccedilatildeo da Lei Sarney a primeira lei de

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 36: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

36

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

incentivos fiscais do paiacutes Seu principal objetivo apontados nos discursos oficiais era descentralizar o

poder decisoacuterio do financiamento agrave cultura antes restrito apenas ao Estado atraveacutes de suas instituiccedilotildees

Era um passo importante para um paiacutes que buscava ldquolibertar-serdquo libertar suas ideias sua cultura Com

um meacutetodo bem abrangente de atuaccedilatildeo a lei previa que o financiamento deveria ser acordado entre a

entidade o artista sendo proibido qualquer tipo de mediaccedilatildeo entre ambos Convocando a populaccedilatildeo a

se organizar o ministro evocava o ldquoespiacuterito da leirdquo para declarar que agora a sociedade civil podia recu-

perar sua autonomia desde que mobilizada

Durante a aprovaccedilatildeo da lei no Congresso um artigo altera substancialmente a histoacuteria Graccedilas ao seu

prestiacutegio poliacutetico foi dado ao CFC a incumbecircncia de supervisionar os recursos destinados agrave Lei Sarney

com poderes de suspensatildeo da verba oferecida Comeccedilava entatildeo uma disputa de cunho ideoloacutegico onde

de um lado estava o ministro Celso Furtado e seu ldquoempoderamento socialrdquo e de outro o CFC e sua ldquofor-

maccedilatildeo pedagoacutegica-institucional das massasrdquo

A pesquisa objetiva investigar tais concepccedilotildees de cultura e poliacutetica buscando demonstrar como ambos

os projetos apesar de coerentes natildeo possuiacuteam mais efetividade na sociedade brasileira dos anos 80

Enquanto os membros do CFC clamavam pelo direito de proteger a verdadeira cultura nacional calcada

na tradiccedilatildeo das deturpaccedilotildees da modernidade Celso Furtado em um movimento similar ao descrito por

Roberto Schwarz em sua resenha sobre o filme-documentaacuterio ldquoCabra marcado para morrerrdquo tentava

ldquoretomar o fio da meadardquo

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 37: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

37

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Referecircncias bibliograacuteficas

CALABRE Lia Poliacuteticas Culturais no governo militar O Conselho Federal de Cultura In IDENTIDA-

DES XVIII Encontro Nacional da Ampuh-Rio Rio de Janeiro Ampuh 2008 p 1-10

ORTIZ Renato (2012) Cultura brasileira e identidade nacional Satildeo Paulo Brasiliense

2012 RIDENTI Marcelo Em busca do povo brasileiro artistas da revoluccedilatildeo do CPC a era da TV 2 ed Satildeo

Paulo Ed UNESP 2014

SCHWARZ Roberto Cultura e poliacutetica Satildeo Paulo Paz e Terra 2001

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 38: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

38

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

BolsistaMatheus Abreu Lopes de Andrade CursoInstituiccedilatildeoDireito Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorMargarida Lacombe ProjetoPrevisibilidade das decisotildees judiciais o problema da seguranccedila juriacutedicaAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

Os superprecedentes e o Supremo Tribunal Federal um ensaio sobre as possiacuteveis mudanccedilas na cultura judicial brasileira

Introduccedilatildeo

A categoria chamada pela literatura norte-americana de superprecedente ainda natildeo foi suficientemente

apresentada ou discutida no Brasil Seratildeo abordadas suas caracteriacutesticas diferenciando-as de decisotildees em

outros precedentes Tudo indica que satildeo decisotildees judiciais cuja vinculaccedilatildeo transcende as fronteiras do tra-

dicional espaccedilo do direito e suas instituiccedilotildees projetando-se para os campos poliacutetico econocircmico e social

Objetivos

O plano de trabalho para refletir sobre essa hipoacutetese desdobra-se em trecircs partes essencialmente A pri-

meira parte verifica o processo de jurisprudencializaccedilatildeo do direito no Brasil e um verdadeiro diaacutelogo

entre civil law e common law diluindo as suas fronteiras A segunda parte traz alguns pressupostos con-

ceituais sobre a temaacutetica como elementos e espeacutecies de precedentes Procura-se entender por exemplo

as noccedilotildees de ratio decidendi e a de obiter dictum bem como as relaccedilotildees verticais e horizontais preceden-

tes entre os tribunais (SCHAUER) e as espeacutecies de precedente vinculantes de eficaacutecia intermediaacuteria e

persuasivos (PERRONE) A terceira parte aborda a categoria propriamente dita dos superprecedentes

a partir da literatura norte-americana sobre o tema Percebem-se algumas caracteriacutesticas (i) satildeo amplos

e muito citados (POSNER e LANDER) (ii) pacificam disputas poliacuteticas ou sociais (HAYWARD) e (iii)

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 39: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

39

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

possuem uma vinculaccedilatildeo juriacutedica e social que se relaciona com a constituiccedilatildeo viva o que dificulta a sua

superaccedilatildeo (ACKERMAN) Estatildeo presentes nos casos Marbury vs Madison Brown vs Board of Education

e Roe vs wade

Mais do que adicionar um item na tipologia dos precedentes ou propor aplicaccedilatildeo simplista de um de-

bate norte-americano para o Brasil o presente trabalho pretende investigar mudanccedilas na cultura de

precedentes brasileiros que vecircm acontecendo mais recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) em

certos casos que podemos chamar de emblemaacuteticos

A pesquisa parte do ponto de vista teoacuterico em essecircncia obras de Teoria do Direito e Direito Constitucio-

nal Mas tambeacutem empiacuterico Atento a alguns casos no Superior Tribunal Federal que tecircm se diferenciado

dos demais por diversos aspectos como por exemplo pela repercussatildeo na miacutedia e na sociedade pela

existecircncia de um nuacutemero de paacuteginas enorme e debates prolongados na corte e ainda pelo crescente

nuacutemero de citaccedilotildees

Conclusatildeo

A novidade intrigante eacute que assim como certas leis ldquopegamrdquo e outras satildeo ineficazes tambeacutem certos pre-

cedentes caem nas graccedilas dos legisladores e dos diversos segmentos sociais e resistindo ao tempo ad-

quirem algum grau de vinculaccedilatildeo natildeo apenas juriacutedica A judicializaccedilatildeo da poliacutetica e da vida somada agrave

publicidade ostensiva e agrave leitura cada vez maior das decisotildees judiciais contribuiacuteram para essa mudanccedila

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 40: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

40

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

da cultura de precedentes no Brasil que se natildeo fizeram surgir superprecedentes por aqui pelo menos

ensejaram precedentes com mais ldquopegadardquo como nos casos Ellwanger Mensalatildeo ou Uniatildeo homoafe-

tiva Natildeo que sejam iguais aos casos norte-americanos em Madison ou nos dos diretores das escolas

que praticavam a segregaccedilatildeo racial As realidades e culturas juriacutedicas satildeo distintas mas mobilizamos a

categoria ldquosuperprecedenterdquo para que percebamos nossos traccedilos em transformaccedilatildeo

Referecircncias Bibliograacuteficas

ACKERMAN Bruce The living Constitution Harvard Law Review v 120 n 7 p 1738-1812 maio 2007

HAYWARD Allison R The per Curiam Opinion of Steel Buckley v Valeo as Superprecedent Clues from

Wisconsin and Vermont Cato Supreme Court Review 2005-2006 p 195-216

PERRONE Patriacutecia Precedentes o desenvolvimento judicial do direito no constitucionalismo contempo-

racircneo Rio de Janeiro Renovar 2008

POSNER Richard A Law and economics in common-law civil-law and developing nations Ratio Juris

v 17 n 1 mar 2004

______ POSNER Richard A LANDER William M Legal precedent a theoretical and empirical analy-

sis Journal of Law and Economics vol 19 n 2 1976

SCHAUER Frederick Precedent Stanford Law Review v 39 n 3 p 571-605 fev 1987

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 41: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

41

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Metaacuteforas de amor e guerra na ficccedilatildeo de Machado de Assis

Meu trabalho no projeto Ediccedilatildeo eletrocircnica dos contos de Machado de Assis como hipertexto me forneceu uma

profunda aproximaccedilatildeo com a literatura machadiana Apesar do caraacuteter editorial o trabalho sobre o texto

natildeo ofuscou o prazer da leitura e dessa forma me tornei um pouco mais iacutentima da ficccedilatildeo de Machado

de Assis e me familiarizei com o seu fazer literaacuterio

No decorrer do projeto tropecei em um recurso estiliacutestico muito frequente que me despertou a curiosi-

dade de estudiosa Falo do costume que o autor tem de comparar os ardis do amor com os da guerra A

comum troca de cartas entre namorados que tem seu espaccedilo na literatura machadiana (mas tambeacutem na

de outros autores da eacutepoca) recebe do autor a alcunha de ldquoduelo epistolarrdquo no conto ldquoAntes que casesrdquo

Nas narrativas satildeo muitos os momentos que trazem palavras do campo semacircntico da guerra aplicadas

a situaccedilotildees amorosas ndash a metaacutefora sustentando dessa forma a comparaccedilatildeo

Por exemplo consideremos uma passagem do conto ldquoTrina e umardquo O personagem Severiano assume

o lugar de derrotado O amigo Matias estava firmemente decidido a uni-lo a Clara organizando saraus

e convidando a ambos para provocar o encontro A sequecircncia da investida de Matias e o nascente sen-

timento em Severiano satildeo narrados da seguinte forma ldquoSeveriano resistiu mas resistiu pouco estava

ferido e caiurdquo O uacuteltimo verbo eacute o da fatalidade um homem caiacutedo estaacute morto ou invaacutelido para a accedilatildeo

Se Matias caiu eacute porque estava apaixonado ndash ou seja invalidado

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 42: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

42

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Em outro conto ldquoViagem agrave roda de mim mesmordquo o jovem apaixonado encontra-se em conversa com a

pretendida mas por acanhamento hesita em falar-lhe de seus sentimentos O personagem masculino

que eacute tambeacutem o narrador expotildee sua indecisatildeo em termos militares ldquoEu certo da vitoacuteria pensava em

ferir a batalha principalmente quando ela parecia expansiva mas natildeo me atrevia a marcharrdquo

No conto ldquoTo be or not to berdquo a relaccedilatildeo entre Andreacute Soares e o homem que seduz sua namorada isto eacute

seu rival no amor eacute nitidamente exposta em termos de guerra ldquoOito dias depois tinha Andreacute Soares

toda a certeza de que a bela passara com armas e bagagens ao campo inimigordquo

A Teoria da Metaacutefora Conceitual da Linguiacutestica Cognitiva eacute um estudo que considera a metaacutefora natildeo

como fenocircmeno linguiacutestico mas como forma de criar conceitos sobre as coisas com as quais convivemos

Por exemplo a fim de compreendermos o tempo falamos sobre ele em termos de espaccedilo como em ldquodias

atraacutesrdquo ldquodaqui para frenterdquo e ldquoestamos perto do fim do anordquo Criamos metaacuteforas para aproximar abstra-

ccedilotildees como o amor de algum conceito Quando dizemos que um namoro ldquonatildeo estaacute indo a lugar algumrdquo

ou que ldquodecidiram tomar cada um seu caminhordquo natildeo estamos usando a metaacutefora de amor como jornada

por mero capricho linguiacutestico ndash estamos expressando uma ideia que construiacutemos sobre o conceito de

amor que um relacionamento eacute uma jornada a dois Entretanto o amor como o fenocircmeno complexo

que eacute natildeo se restringe a jornada

Aceitando que Machado constroacutei um conceito de amor a partir de suas metaacuteforas tal conceito um tanto

sombrio determina que o amor romacircntico seria mais conflituoso e penoso (como a guerra) que o celiba-

to (um tratado de paz) Machado portanto estaria sugerindo que feliz eacute quem natildeo ama

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 43: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

43

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Com certeza se a ideia fosse posta em termos diretos sem os recursos literaacuterios seria um tanto polecircmico

assumi-la em uma sociedade como a oitocentista Mas estamos no universo de Machado de Assis eacute atra-

veacutes do humor que o autor combina amor e guerra e para o leitor fica a imagem cocircmica de namorados

em batalha ndash para as imaginaccedilotildees mais arrojadas talvez se vislumbre um casal fardado portando armas

Ou moccedilas que valem por exeacutercitos inteiros como Helena personagem do romance homocircnimo sugere

ldquoUma moccedila que quer ser noiva vale por um exeacutercito eu sou um exeacutercitordquo

Referecircncias bibliograacuteficas

FERRARI Lilian ldquoMetaacuteforas e metoniacutemiasrdquo In ______ Introduccedilatildeo agrave linguiacutestica cognitiva Satildeo Paulo Con-

texto 2011

LAKOFF George JOHNSEN Mark Metaphors we live by London The University of Chicago Press

2003 Disponiacutevel em lthttpshubgtadminuploadstorage161pdfgt Acesso em 15 jul de 2014

BolsistaMaira Moreira de MouraCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 44: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

44

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

A quebra de expectativa em alguns contos de Machado de Assis

Eacute lugar-comum na criacutetica machadiana a ideia de que Machado de Assis tem uma obra evolutiva ou seja

a produccedilatildeo do escritor vai ficando cada vez melhor com o tempo Foi Joseacute Veriacutessimo o criacutetico a consoli-

dar a teoria da separaccedilatildeo da obra de Machado de Assis em duas fases a primeira romacircntica a segunda

realista Tal teoria natildeo eacute despreziacutevel mas a anaacutelise sequencial dos contos de Machado publicados so-

mente na imprensa nos traz alguns exemplos que de certo modo a desmentem

No que escolhemos denominar ldquoContos avulsos ndash fase 1rdquo no portal machadodeassisnet haacute um exemplo

que natildeo se encaixa na anaacutelise evolutiva da obra de Machado O primeiro conto desse grupo chama-se

ldquoTrecircs tesouros perdidosrdquo publicado em 1858 em A Marmota Trata-se de uma peccedila curta cuja ironia jaacute se

manifesta no tiacutetulo que trata com isonomia trecircs itens de valores incongruentes (a mulher o amigo com

quem ela foge e o dinheiro que os dois levam consigo) A qualidade da peccedila talvez natildeo seja comparaacutevel

agrave de ldquoA cartomanterdquo (a que voltaremos) mas certamente esse primeiro conto do jovem Machado tem

mais sabor e estilo que outro da mesma ldquofaserdquo de nome ldquoA pianistardquo Aleacutem de ser um conto longo nove

vezes maior que o primeiro eacute tambeacutem um exemplo de romantismo de mau gosto com tom edificante e

final explicitamente moralizante

Pode-se dizer que alguns dos melhores contos de Machado apresentam um fim imprevisiacutevel que quebra

as expectativas que o autor-narrador leva o leitor a ter ndash o que provoca um efeito cocircmico Esse efeito cocirc-

mico pode ser explicado por uma das teorias do riso proposta por Kant e retomada por Schopenhauer a

BolsistaLaiacuteza Steacutefane Verccedilosa do NascimentoCursoInstituiccedilatildeoLetras Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)OrientadorMarta de Senna ProjetoEdiccedilatildeo dos contos de Machado de Assis como hipertextoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodomarccedilo 2014 a julho 2014

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 45: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

45

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

teoria da incongruecircncia O expediente da incongruecircncia eacute uma das especialidades de Machado e revela

o total domiacutenio das teacutecnicas da ironia e da recepccedilatildeo do leitor

Entretanto o escritor maduro aparece contemporacircneo ao escritor em processo de amadurecimento Para

comprovar tal constataccedilatildeo examinamos trecircs contos contemporacircneos entre si ldquoA carteirardquo ldquoUma cartardquo

e ldquoA cartomanterdquo Ao lado de ldquoA cartomanterdquo e ldquoUma carteirardquo o conto ldquoUma cartardquo parece ficar des-

locado Como dois contos econocircmicos inteligentes e de final surpreendente podem conviver com um

conto piegas com uma personagem estereotipada e um enredo fraco Aleacutem disso outra questatildeo que

surge ao final das leituras comparativas eacute os finais surpreendentes de ldquoA cartomanterdquo e ldquoA carteirardquo satildeo

bons pelo efeito do riso do susto ou da perplexidade dele decorrente Acreditamos que a quebra de ex-

pectativa leva tambeacutem a um segundo efeito de maior alcance quase sempre propicia ao leitor o ensejo

de fazer uma reflexatildeo de caraacuteter moral

Referecircncias bibliograacuteficas

ASSIS Machado de Contos em hipertexto Disponiacutevel em wwwmachadodeassisnet Acesso em jul 2014

KANT Immanuel Criacutetica do juiacutezo Trad Valeacuterio Rohden e Antocircnio Marques Rio de Janeiro Forense

Universitaacuteria [19]

SCHOPENHAUER Arthur O mundo como vontade e representaccedilatildeo Trad Jair Barboza Satildeo Paulo Ed

Unesp 2005

VERIacuteSSIMO Joseacute Histoacuteria da literatura brasileira Rio de Janeiro J Olympio 1969 p 286

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 46: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

46

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Uma ediccedilatildeo anotada pesquisa e elaboraccedilatildeo de notas

O projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo dedica-se ao estabelecimento do texto criacutetico de crocircnicas

escritas pela jornalista Corina Coaraci Esta eacute acatada desde o iniacutecio das pesquisas como escritora de

papel fundamental tanto para literatura de autoria feminina quanto para o jornalismo da eacutepoca Corina

registrou em seus textos importantes criacuteticas referentes a obras artiacutesticas teatros circos questotildees poliacuteti-

cas e outras que merecem um olhar minucioso

Inicialmente o projeto se manteve em fase de digitaccedilatildeo dos textos fornecidos na Biblioteca Nacional em

microfilme ndash atualmente acessados no site da hemeroteca digital Apoacutes a digitaccedilatildeo foi feito um cotejo

entre os textos digitados e os textos em microfilme Atualmente o trabalho eacute dedicado agrave elaboraccedilatildeo de

notas a esses textos O registro de tais notas visa a esclarecer questotildees semacircnticas e questotildees relaciona-

das ao contexto histoacuterico-cultural-social da eacutepoca

A elaboraccedilatildeo de notas foi um processo subdividido em etapas tais como verificaccedilatildeo de palavras que

necessitavam de esclarecimento semacircntico consulta a outros perioacutedicos para contextualizaccedilatildeo de si-

tuaccedilotildees agraves quais a jornalista faz referecircncias e pesquisas em enciclopeacutedias e paacuteginas da internet para a

elaboraccedilatildeo de notas diversas e consultas a dicionaacuterios para explicitaccedilatildeo de vocaacutebulos especiacuteficos

Por exemplo foi consultado o livro O teatro no Brasil de Joseacute Galante de Sousa para as notas referentes

a encenaccedilotildees teatrais a atores e artistas Para alusotildees a quadros ndash como o do artista Francisco Aureacutelio de

BolsistaLarissa Santos de Lira CursoInstituiccedilatildeoLetras (Portugecircs-Alematildeo) Universidade Federal Fluminense (UFF)OrientadorEliane VasconcelosProjetoModos e modas usos e costumes Agecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodojaneiro 2014 a julho 2014

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 47: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

47

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Figueiredo ndash foi consultado o acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e dicionaacuterios de artes plaacutesticas

A consulta a enciclopeacutedias e dicionaacuterios permaneceraacute como recurso enquanto houver necessidade de

esclarecer palavras e contextos selecionados para notas Terei de recorrer a esse meacutetodo para identificar

um circo mencionado por Corina na crocircnica de 6 de junho de 1891

Aleacutem de retomar alguns jornais da eacutepoca para esclarecer acontecimentos poliacuteticos continuaremos a le-

vantar subsiacutedios para elaboraccedilatildeo de outras notas como as que se referem ao campo da moda uma vez

que esta eacute a temaacutetica da coluna ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo Seraacute necessaacuterio tambeacutem voltar a

consultar o Jornal do Commercio (no acervo da Biblioteca Nacional) no caso de acontecimentos poliacuteticos

em que se envolveram figuras conhecidas da eacutepoca e mencionadas por Corina

Resta portanto enfatizar que em todas as etapas do projeto ldquoModos e Modas Usos e Costumesrdquo a

autora Corina Coaraci foi contemplada como uma figura de grande contribuiccedilatildeo para a literatura brasi-

leira sobretudo para o jornalismo Com este projeto procuramos elaborar um material que ofereccedila aos

leitores um texto fiel segundo os criteacuterios da criacutetica textual

Referecircncias bibliograacuteficas

COUTINHO Afracircnio SOUSA Joseacute Galante Enciclopeacutedia de literatura brasileira 2 ed [Sl] Global 2001

CARVALHO E SILVA Maximiano de Criacutetica Textual conceito ndash objeto ndash finalidades Confluecircncia Re-

vista do Instituto de Liacutengua Portuguesa n 7 1 semestre 1994 Disponiacutevel em httpllpbibliopolis

infoconfluencia

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 48: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

48

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

VASCONCELLOS Eliane Corina Coaraci Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa Disponiacutevel em httpwww

casaruibarbosagovbr

Dicionaacuterios e acervo online

Dicionaacuterio Aureacutelio da liacutengua portuguesa Disponiacutevel em lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Dicionaacuterio Caldas Aulete Disponiacutevel em lthttpwwwauletecombrgt

Hemeroteca Digital Brasileira ndash Biblioteca Nacional Digital Brasil Disponiacutevel em lthttphemerotecadigital

bnbrgt

Biblioteca Brasiliana Guita e Joseacute Mindlin Disponiacutevel em lthttpwwwbbmuspbrgt

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 49: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

49

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Jesuiacutetas angolanos e a liacutengua de Angola no Brasil

O projeto de pesquisa Africanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo Atlacircntico tem

como objetivo discutir a circulaccedilatildeo e o uso de liacutenguas africanas no Brasil Para tanto procura analisar a

problemaacutetica da publicaccedilatildeo da obra Arte da liacutengua de Angola do padre jesuiacuteta Pedro Dias em 1697 Meu

objetivo especiacutefico no projeto foi contribuir para entender melhor a relaccedilatildeo dessa obra com um conjunto

de padres angolanos que se estabeleceu no Brasil naquele periacuteodo Considerando a experiecircncia do traacute-

fico negreiro entre os seacuteculos XVII e XVIII que canalizou um grande contingente de africanos para as

Ameacutericas percebemos que foi a partir dessa realidade que o trabalho missionaacuterio dos jesuiacutetas com as

populaccedilotildees nativas envolveu o domiacutenio da liacutengua no mundo Atlacircntico

Umas das obras que nos mostra o trabalho missionaacuterio de nove padres angolanos no Brasil e sua trajetoacute-

ria na Companhia de Jesus eacute o artigo do tambeacutem padre jesuiacuteta Serafim Leite Jesuiacutetas do Brasil naturais de

Angola Ao tratar da obra de Serafim Leite procurei estar atenta ao seu comprometimento com a proacutepria

Companhia de Jesus pois se tratava da abordagem de um padre da ordem Ao mesmo tempo a essa obra

deve-se atribuir o seu imenso valor arquiviacutestico uma vez que o trabalho de pesquisa teve como fontes os

vaacuterios arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil principalmente o grande fundo da histoacuteria da Compa-

nhia o Archivum Societatis Iesu Romanum

Em seu artigo Serafim Leite nos traz algumas informaccedilotildees de nove padres designados com o qualifi-

cativo de ldquoangolanosrdquo que ingressaram na Companhia de Jesus entre os anos de 1620 e 1712 como P

BolsistaJaqueline Cavalcante Correia CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodonovembro 2013 a julho 2014

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 50: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

50

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Antocircnio de Passos que segundo Serafim Leite ldquose dedicou ao ensino dos negrosrdquo P Antocircnio Cardoso

que fez os mais altos estudos na Companhia de Jesus percorrendo em seu trabalho missionaacuterio os

engenhos de Pernambuco em 1689 P Francisco de Lima que no Coleacutegio da Bahia cursou os estudos

superiores e empreendeu excursatildeo apostoacutelica pelos engenhos do Recocircncavo baiano entre 1701 e1702 P

Francisco da Vide que atuou sobretudo na regiatildeo do Rio de Janeiro percorrendo os engenhos e fazendas

em diversas excursotildees apostoacutelicas e se fixando na Fazenda de Santa Cruz com grande concentraccedilatildeo de

escravos P Joatildeo de Arauacutejo que em 1683 fez missatildeo pelas fazendas do Rio de Janeiro na companhia de

Jorge Becircncio P Joatildeo da Cunha que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros ocupou-se tambeacutem com

o ensino de meninos brancos P Luiz de Siqueira que sabia a liacutengua dos negros e no Brasil aprendeu

o tupi sendo professor solene e seguindo mais os cargos de governo do que os de catequese P Manuel

de Lima que era apoacutestolo dos ardas (negros) e a quem se faz referecircncia pelo catecismo na liacutengua desse

povo P Miguel Cardoso que aleacutem de se dedicar agrave catequese dos negros foi procurador das missotildees e

ocupou altos cargos da proviacutencia

A importacircncia de saber a liacutengua de Angola no contexto da catequizaccedilatildeo dos negros africanos ganha uma

dimensatildeo maior com a obra do P Pedro Dias a Arte da liacutengua de Angola considerada como o primeiro

documento que prova historicamente o emprego de uma liacutengua africana no seacuteculo XVII conforme se

verifica pela descriccedilatildeo gramatical do quimbundo P Dias ao elaboraacute-la contou com a participaccedilatildeo dos

jaacute citados padres angolanos Francisco de Lima Miguel Cardoso e Antocircnio Cardoso fazendo a revisatildeo

da obra

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 51: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

51

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contato com obras como as de Serafim Leite e Pedro Dias me permitiu observar como o trabalho

missionaacuterio da Companhia de Jesus estava voltado para a produccedilatildeo de instrumentos como gramaacuteticas

catecismos e dicionaacuterios na liacutengua nativa para auxiliarem na conversatildeo dos escravos A questatildeo natildeo

era somente entender outra liacutengua mas sobretudo penetrar em um novo universo linguiacutestico presente

naquele contexto

Referecircncias bibliograacutefica

DIAS Pedro Arte da liacutengua de Angola Ed fac-similar Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Biblioteca Nacional 2006

LEITE Serafim Histoacuteria da Companhia de Jesus no Brasil Lisboa Rio de Janeiro Livraria Portugaacutelia Civi-

lizaccedilatildeo Brasileira 1938 v8

______ Jesuiacutetas do Brasil naturais de Angola Broteacuteria v 31 p 254-261 1940

LIMA Ivana Stolze Na Bahia a arte da liacutengua de Angola comunidades linguiacutesticas no mundo Atlacircnti-

co In XXVII Simpoacutesio Nacional da Histoacuteria ANPUH Natal 22 a 26 de junho de 2013

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 52: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

52

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

O contexto atlacircntico da produccedilatildeo da Arte da liacutengua de Angola seacuteculos XVI e XVII

O objetivo do projeto eacute investigar o uso das liacutenguas africanas no Brasil como parte do mundo atlacircnti-

co a partir dos registros documentais disponiacuteveis O projeto propotildee uma reflexatildeo sobre a formaccedilatildeo de

viacutenculos comunitaacuterios e relaccedilotildees sociais de africanos e descendentes com os demais grupos formulados

por meio de seus domiacutenios linguiacutesticos estabelecidos tanto nas liacutenguas africanas como no portuguecircs

Exploramos uma compilaccedilatildeo intitulada Monumenta Missionaria Africana organizada pelo padre Antocircnio

Braacutesio que traz publicaccedilotildees de documentos dos seacuteculos XVI e XVII referentes agraves relaccedilotildees poliacuteticas entre

Portugal e os Reinos de Aacutefrica e sobretudo aos trabalhos missionaacuterios O nosso criteacuterio de seleccedilatildeo dos

documentos foi constituiacutedo por indiacutecios e informaccedilotildees que dissessem respeito agrave questatildeo dos contatos

linguiacutesticos da circulaccedilatildeo de liacutenguas africanas no mundo atlacircntico bem como de poliacuteticas linguiacutesticas

e das accedilotildees dos missionaacuterios e outras autoridades em relaccedilatildeo agrave doutrinaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo das liacutenguas

das populaccedilotildees com que travaram contato

Com base em alguns documentos como Carta de Paulo Dias de Novais (1578) Carta de frei Jacinto de Vetralla

ao prefeito da Propaganda Fide (1650) Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal (1658) e Carta

dos Padres da Companhia ao Governador de Angola (1678) foi possiacutevel compreender um pouco mais da dinacirc-

mica linguiacutestica entre os grupos envolvidos A carta de Paulo Dias de Novais nos apresenta a menina de

sua famiacutelia Caterina que segundo a descriccedilatildeo teria aprendido a falar muito bem ambundo permitin-

BolsistaCristiane da Rosa EliasCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorIvana Stolze Lima ProjetoAfricanos descendentes e comunidades linguiacutesticas no Brasil e no mundo AtlacircnticoAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 53: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

53

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

do-nos pensar as formas de tracircnsito linguiacutestico que existiam entre os portugueses e os africanos Jaacute com

a carta de Vetralla nos eacute dada a dimensatildeo das publicaccedilotildees de impressos de doutrinaccedilatildeo cristatilde feitas para

a conversatildeo dos povos natildeo cristatildeos

A Carta do Governador Geral de Angola a El-Rei de Portugal nos apresenta a informaccedilatildeo de que para as

autoridades de Angola o trabalho dos jesuiacutetas natildeo estava sendo satisfatoacuterio A essas criacuteticas os missio-

naacuterios respondem com a Carta dos Padres da Companhia ao Governador de Angola defendendo suas obras

e mostrando os percalccedilos vividos Um dos motivos expostos por eles para explicar a necessidade de sua

presenccedila era a de evitar o perigo do domiacutenio das liacutenguas locais pelas famiacutelias portuguesas em Aacutefrica ndash

como pudemos notar na primeira carta citada sobre a menina Caterina

O uso de gramaacuteticas catecismos e vocabulaacuterios facilitava a accedilatildeo dos projetos missionaacuterios nas regiotildees

em que esses padres atuavam No Brasil a elaboraccedilatildeo da Arte da Liacutengua Angola publicada em 1697

formulada por Pedro Dias da Companhia de Jesus representa um ponto importante desse domiacutenio

linguiacutestico necessaacuterio agrave sua atuaccedilatildeo O objetivo dessa obra seria o de outros jesuiacutetas construiacuterem alguma

noccedilatildeo da liacutengua quimbundo para que pudessem catequizar e confessar os africanos jaacute que existia a ne-

cessidade tambeacutem de controlar as muitas liacutenguas existentes no territoacuterio e os africanos que procuravam

por meio delas resistir agrave imposiccedilatildeo da escravidatildeo

Com isso podemos notar que o portuguecircs natildeo foi sempre a liacutengua principal do Brasil e que sofreu mui-

tas contribuiccedilotildees e alteraccedilotildees ateacute os dias de hoje natildeo sendo o uacutenico idioma que serviu de instrumento de

comunicaccedilatildeo dentro das muacuteltiplas relaccedilotildees existentes na sociedade Tais questotildees levantadas na pesqui-

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 54: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

54

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

sa contribuem para o projeto em geral pois nos permitem enxergar que as relaccedilotildees entre Brasil Portugal

e Aacutefrica foram profundas intensas politicamente bem estruturadas natildeo se marcando apenas pela vio-

lecircncia Ademais por meio das gramaacuteticas e vocabulaacuterios produzidos era possiacutevel doutrinar e enquadrar

os referidos africanos e descendentes na condiccedilatildeo de escravos como base da estrutura escravista

Referecircncias bibliograacuteficas

BONVINI Emilio Liacutenguas africanas e portuguecircs falado no Brasil In FIORIN e Jose Luis PETTER Mar-

garida (Org) Aacutefrica no Brasil a formaccedilatildeo da liacutengua portuguesa Satildeo Paulo Contexto 2008

BRAacuteSIO Antocircnio Monumenta Missionaria Africana Aacutefrica Ocidental Lisboa Agecircncia Geral do Ultra-

mar 1954 1965 1981 e 1982 v 4 1012 e 13

DIAS Pedro Arte da Lingua de Angola Lisboa 1697 Disponiacutevel em httpsarchiveorg

LIMA Ivana Stolze A liacutengua nacional no impeacuterio do Brasil In GRINBERG Keila SALLES Ricardo

(Orgs) O Brasil imperial volume II 1831-1870 Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2009 p 469-497

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 55: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

55

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Entre Mingote e Eloy Artur Azevedo e os empresaacuterios teatrais

No dia 15 de maio de 1907 foi publicado em O Paiz uma crocircnica em forma de verso de Artur Azevedo in-

titulada ldquoMingoterdquo O texto narra o lamento de Mingote por natildeo possuir o reconhecimento necessaacuterio no

meio teatral para levar agrave cena suas obras e sua crescente antipatia por Eloy um teatroacutelogo de prestiacutegio

O roteiro da histoacuteria natildeo seria tatildeo significativo se natildeo soubeacutessemos que Eloy eacute um dos pseudocircnimos de

Artur e que Mingote significa ldquocigarro de maconhardquo Na crocircnica o autor parece representar um conflito

teatral da eacutepoca onde a inserccedilatildeo de elementos tidos como vulgares em cena foram amplamente critica-

dos Nesse caso entendemos que a crocircnica possa fazer alusatildeo ao embate entre oportunistas sem talento

e produtores de valor personificados nas figuras de Mingote e de Eloy

Utilizando a crocircnica como objeto de anaacutelise podemos ressaltar a dupla inserccedilatildeo de Artur no mundo das

revistas e junto aos intelectuais de sua eacutepoca pois ao passo que demonstrava a preocupaccedilatildeo em agradar

o grande puacuteblico visando agrave demanda empresarial do gecircnero revista tambeacutem se preocupava em atingir

boas criacuteticas no meio literaacuterio ao qual pertencia Ademais ao citar diversos empresaacuterios podemos obter

um estudo a respeito desses homens que foram figuras de grande importacircncia no meio teatral tais como

Francisco de Sousa Francisco Mesquita Dias Braga e Joatildeo Antonio da Silva Pinto

BolsistaNataacutelia Cristina Rezende da Silva CursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 56: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

56

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Na busca pelo reconhecimento desses empresaacuterios pudemos constatar que a grande maioria era por-

tugueses o que nos leva a refletir sobre o papel desempenhado pela comunidade portuguesa no meio

teatral Foram eles proacuteprios que trouxeram a tradiccedilatildeo do teatro que foi aos poucos se tornando parte

indispensaacutevel da vida social dos brasileiros A princiacutepio esse teatro foi estabelecido para atender a um

puacuteblico em grande parte portuguecircs e essa situaccedilatildeo estendeu-se por longos anos

Eacute a importacircncia da comunidade de portugueses no Brasil que tambeacutem nos leva a refletir sobre o relacio-

namento de Artur com ela seja em suas tensotildees como em sua peccedila A fantasia (1896) como a parceria de

Artur com o caricaturista portuguecircs Juliatildeo Machado em O anno que passa (1907)

Referecircncias Bibliograacuteficas

BASTOS Souza Carteira do artista apontamentos para a histoacuteria do theatro portuguez e brazileiro Lis-

boa Bertrand 1898

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais ndash o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

LIMA Herman Histoacuteria da caricatura no Brasil Rio de Janeiro J Olympio 1963

LUSTOSA Isabel O portuguecircs da anedota In LUSTOSA Isabel (Org) Imprensa humor e caricatura Belo

Horizonte UFMG 2011 p 251-269

MAGALHAtildeES Raymundo Arthur Azevedo e sua eacutepoca Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1966

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 57: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

57

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

SILVA Lafayette Histoacuteria do theatro brasileiro Rio de Janeiro Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede 1938

SOUSA Galante de O theatro no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1960

SUSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 58: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

58

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

Artur Azevedo o paladino da modernidade

O presente trabalho busca compreender Artur Azevedo como homem de teatro e intelectual comprome-

tido com uma missatildeo civilizatoacuteria Nisto incluem-se diversas pautas como a defesa da reforma urbana o

fim dos corticcedilos a derrubada dos barracos do morro de Santo Antocircnio e a pintura da fachada do Teatro

Satildeo Pedro de Alcacircntara que eram pautas das suas afinadas quadrinhas assinadas como Gavroche em

1898 Na virada do seacuteculo Artur viu seus anseios por uma transformaccedilatildeo do Rio de Janeiro concretizados

na reforma urbana de Pereira Passos tanto em seu caraacuteter simboacutelico como na avalanche moderna que

invadiu as ruas da cidade remodelada

A partir da anaacutelise das percepccedilotildees do moderno em seus escritos e de elementos presentes em algumas

de suas obras para o teatro ndash a burleta A Capital Federal (1898) e as revistas de ano Guanabarina (1905) e

O ano que passa (1907) ndash este trabalho busca captar um olhar sobre as representaccedilotildees que Artur faz da

agenda de reformas e da incorporaccedilatildeo de uma acelerada modernidade ao dia a dia da cidade A partir

dessas representaccedilotildees pretendo focar a anaacutelise em dois aspectos expectativa e concretude A expectativa

centra-se nos anseios de Artur por um Rio civilizado ainda que seja acompanhada de criacuteticas a aspectos

da modernidade como quando caracteriza a cidade como local da perdiccedilatildeo do homem do campo e a

inabilidade deste em lidar com as suas artimanhas Mas eacute o caraacuteter de atraso e de ldquocarrancismordquo que

pretende ver superado Jaacute a concretude busca a representaccedilatildeo das accedilotildees reais que modificaram a urbe

e suas consequecircncias que muitas vezes se afastam do ideal aos olhos do comedioacutegrafo Se a reforma

BolsistaCamilla Campoi de SobralCursoInstituiccedilatildeoHistoacuteria Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)OrientadorAntonio Herculano Lopes ProjetoO moderno o nacional e o popular no teatro oitocentista fluminenseAgecircncia de financiamentoCNPqPeriacuteodoagosto 2013 a julho 2014

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 59: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

59

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

promove ganhos de civilidade elevaccedilatildeo de costumes e da proacutepria modernidade tambeacutem traz novos

problemas para os seus habitantes

Referecircncias bibliograacuteficas

CHARTIER Roger A histoacuteria cultural entre praacuteticas e representaccedilotildees Lisboa Difel 1990

FARIA Joatildeo Roberto Ideacuteias teatrais o seacuteculo XIX no Brasil Rio de Janeiro [sn] 2001

GRUZINSKI Serge Por uma histoacuteria das sensibilidades In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE

Frederique (Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais Porto Alegre

UFRGS 2007

LOPES Antonio Herculano LIMA Niacutesia Trindade Memoacuteria histoacuteria e sensibilidade notas para um

debate Anais do XIV Encontro regional de histoacuteria da Anpuh-Rio Rio de Janeiro 2010

LOPES Antonio Herculano Entre Rio e Paris meu coraccedilatildeo balanccedila In PAISAGENS subjetivas paisa-

gens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

NEEDELL Jeffrey D Belle eacutepoque tropical sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do

seacuteculo Satildeo Paulo Companhia das Letras 1993

NEVES Margarida de Souza As vitrines do progresso Rio de Janeiro PUC 1986

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off
Page 60: a Jornada de Iniciação Científica - Fundação Casa de ......6 9 Jornada de Iniciação Científica A casa senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de interiores: edição

60

9ordf Jornada de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

PESAVENTO Sandra Jatahy Histoacuteria amp histoacuteria cultural 2ed Belo Horizonte Autecircntica 2004

______ Sensibilidades escrita e leitura da alma In PESAVENTO Sandra Jatahy LANGUE Frederique

(Orgs) Sensibilidades na histoacuteria memoacuterias singulares e identidades sociais UFRGS Porto Alegre 2007

______ Rio de Janeiro Uma cidade no Espelho (1890 ndash 1910) In O IMAGINAacuteRIO da cidade visotildees

literaacuterias do urbano Paris Rio de Janeiro Porto Alegre Porto Alegre Ed da UFRGS 2002

PRADO Deacutecio de Almeida Histoacuteria concisa do teatro brasileiro (1570-1908) Satildeo Paulo Edusp 1999

RODRIGUES Antonio Edmilson Martins Peripeacutecias da modernidade cultura urbana e ideacuteia de naccedilatildeo

In PAISAGENS subjetivas paisagens sociais Satildeo Paulo Hucitec 2012

SUumlSSEKIND Flora As revistas de ano e a invenccedilatildeo do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986

  1. Botatildeo 5
  2. Botatildeo 6
  3. 2
  4. Botatildeo 7
  5. Botatildeo 2
    1. Paacutegina 2 Off
    2. Paacutegina 31 Off
    3. Paacutegina 42 Off
    4. Paacutegina 53 Off
    5. Paacutegina 64 Off
    6. Paacutegina 75 Off
    7. Paacutegina 86 Off
    8. Paacutegina 97 Off
    9. Paacutegina 108 Off
    10. Paacutegina 119 Off
    11. Paacutegina 1210 Off
    12. Paacutegina 1311 Off
    13. Paacutegina 1412 Off
    14. Paacutegina 1513 Off
    15. Paacutegina 1614 Off
    16. Paacutegina 1715 Off
    17. Paacutegina 1816 Off
    18. Paacutegina 1917 Off
    19. Paacutegina 2018 Off
    20. Paacutegina 2119 Off
    21. Paacutegina 2220 Off
    22. Paacutegina 2321 Off
    23. Paacutegina 2422 Off
    24. Paacutegina 2523 Off
    25. Paacutegina 2624 Off
    26. Paacutegina 2725 Off
    27. Paacutegina 2826 Off
    28. Paacutegina 2927 Off
    29. Paacutegina 3028 Off
    30. Paacutegina 3129 Off
    31. Paacutegina 3230 Off
    32. Paacutegina 3331 Off
    33. Paacutegina 3432 Off
    34. Paacutegina 3533 Off
    35. Paacutegina 3634 Off
    36. Paacutegina 3735 Off
    37. Paacutegina 3836 Off
    38. Paacutegina 3937 Off
    39. Paacutegina 4038 Off
    40. Paacutegina 4139 Off
    41. Paacutegina 4240 Off
    42. Paacutegina 4341 Off
    43. Paacutegina 4442 Off
    44. Paacutegina 4543 Off
    45. Paacutegina 4644 Off
    46. Paacutegina 4745 Off
    47. Paacutegina 4846 Off
    48. Paacutegina 4947 Off
    49. Paacutegina 5048 Off
    50. Paacutegina 5149 Off
    51. Paacutegina 5250 Off
    52. Paacutegina 5351 Off
    53. Paacutegina 5452 Off
    54. Paacutegina 5553 Off
    55. Paacutegina 5654 Off
    56. Paacutegina 5755 Off
    57. Paacutegina 5856 Off
    58. Paacutegina 5957 Off
    59. Paacutegina 6058 Off
      1. Botatildeo 1
        1. Paacutegina 2 Off
        2. Paacutegina 31 Off
        3. Paacutegina 42 Off
        4. Paacutegina 53 Off
        5. Paacutegina 64 Off
        6. Paacutegina 75 Off
        7. Paacutegina 86 Off
        8. Paacutegina 97 Off
        9. Paacutegina 108 Off
        10. Paacutegina 119 Off
        11. Paacutegina 1210 Off
        12. Paacutegina 1311 Off
        13. Paacutegina 1412 Off
        14. Paacutegina 1513 Off
        15. Paacutegina 1614 Off
        16. Paacutegina 1715 Off
        17. Paacutegina 1816 Off
        18. Paacutegina 1917 Off
        19. Paacutegina 2018 Off
        20. Paacutegina 2119 Off
        21. Paacutegina 2220 Off
        22. Paacutegina 2321 Off
        23. Paacutegina 2422 Off
        24. Paacutegina 2523 Off
        25. Paacutegina 2624 Off
        26. Paacutegina 2725 Off
        27. Paacutegina 2826 Off
        28. Paacutegina 2927 Off
        29. Paacutegina 3028 Off
        30. Paacutegina 3129 Off
        31. Paacutegina 3230 Off
        32. Paacutegina 3331 Off
        33. Paacutegina 3432 Off
        34. Paacutegina 3533 Off
        35. Paacutegina 3634 Off
        36. Paacutegina 3735 Off
        37. Paacutegina 3836 Off
        38. Paacutegina 3937 Off
        39. Paacutegina 4038 Off
        40. Paacutegina 4139 Off
        41. Paacutegina 4240 Off
        42. Paacutegina 4341 Off
        43. Paacutegina 4442 Off
        44. Paacutegina 4543 Off
        45. Paacutegina 4644 Off
        46. Paacutegina 4745 Off
        47. Paacutegina 4846 Off
        48. Paacutegina 4947 Off
        49. Paacutegina 5048 Off
        50. Paacutegina 5149 Off
        51. Paacutegina 5250 Off
        52. Paacutegina 5351 Off
        53. Paacutegina 5452 Off
        54. Paacutegina 5553 Off
        55. Paacutegina 5654 Off
        56. Paacutegina 5755 Off
        57. Paacutegina 5856 Off
        58. Paacutegina 5957 Off
        59. Paacutegina 6058 Off
          1. Paacutegina 2 Off
          2. Paacutegina 31 Off
          3. Paacutegina 42 Off
          4. Paacutegina 53 Off
          5. Paacutegina 64 Off
          6. Paacutegina 75 Off
          7. Paacutegina 86 Off
          8. Paacutegina 97 Off
          9. Paacutegina 108 Off
          10. Paacutegina 119 Off
          11. Paacutegina 1210 Off
          12. Paacutegina 1311 Off
          13. Paacutegina 1412 Off
          14. Paacutegina 1513 Off
          15. Paacutegina 1614 Off
          16. Paacutegina 1715 Off
          17. Paacutegina 1816 Off
          18. Paacutegina 1917 Off
          19. Paacutegina 2018 Off
          20. Paacutegina 2119 Off
          21. Paacutegina 2220 Off
          22. Paacutegina 2321 Off
          23. Paacutegina 2422 Off
          24. Paacutegina 2523 Off
          25. Paacutegina 2624 Off
          26. Paacutegina 2725 Off
          27. Paacutegina 2826 Off
          28. Paacutegina 2927 Off
          29. Paacutegina 3028 Off
          30. Paacutegina 3129 Off
          31. Paacutegina 3230 Off
          32. Paacutegina 3331 Off
          33. Paacutegina 3432 Off
          34. Paacutegina 3533 Off
          35. Paacutegina 3634 Off
          36. Paacutegina 3735 Off
          37. Paacutegina 3836 Off
          38. Paacutegina 3937 Off
          39. Paacutegina 4038 Off
          40. Paacutegina 4139 Off
          41. Paacutegina 4240 Off
          42. Paacutegina 4341 Off
          43. Paacutegina 4442 Off
          44. Paacutegina 4543 Off
          45. Paacutegina 4644 Off
          46. Paacutegina 4745 Off
          47. Paacutegina 4846 Off
          48. Paacutegina 4947 Off
          49. Paacutegina 5048 Off
          50. Paacutegina 5149 Off
          51. Paacutegina 5250 Off
          52. Paacutegina 5351 Off
          53. Paacutegina 5452 Off
          54. Paacutegina 5553 Off
          55. Paacutegina 5654 Off
          56. Paacutegina 5755 Off
          57. Paacutegina 5856 Off
          58. Paacutegina 5957 Off
          59. Paacutegina 6058 Off
            1. Botatildeo 4
              1. Paacutegina 2 Off
              2. Paacutegina 31 Off
              3. Paacutegina 42 Off
              4. Paacutegina 53 Off
              5. Paacutegina 64 Off
              6. Paacutegina 75 Off
              7. Paacutegina 86 Off
              8. Paacutegina 97 Off
              9. Paacutegina 108 Off
              10. Paacutegina 119 Off
              11. Paacutegina 1210 Off
              12. Paacutegina 1311 Off
              13. Paacutegina 1412 Off
              14. Paacutegina 1513 Off
              15. Paacutegina 1614 Off
              16. Paacutegina 1715 Off
              17. Paacutegina 1816 Off
              18. Paacutegina 1917 Off
              19. Paacutegina 2018 Off
              20. Paacutegina 2119 Off
              21. Paacutegina 2220 Off
              22. Paacutegina 2321 Off
              23. Paacutegina 2422 Off
              24. Paacutegina 2523 Off
              25. Paacutegina 2624 Off
              26. Paacutegina 2725 Off
              27. Paacutegina 2826 Off
              28. Paacutegina 2927 Off
              29. Paacutegina 3028 Off
              30. Paacutegina 3129 Off
              31. Paacutegina 3230 Off
              32. Paacutegina 3331 Off
              33. Paacutegina 3432 Off
              34. Paacutegina 3533 Off
              35. Paacutegina 3634 Off
              36. Paacutegina 3735 Off
              37. Paacutegina 3836 Off
              38. Paacutegina 3937 Off
              39. Paacutegina 4038 Off
              40. Paacutegina 4139 Off
              41. Paacutegina 4240 Off
              42. Paacutegina 4341 Off
              43. Paacutegina 4442 Off
              44. Paacutegina 4543 Off
              45. Paacutegina 4644 Off
              46. Paacutegina 4745 Off
              47. Paacutegina 4846 Off
              48. Paacutegina 4947 Off
              49. Paacutegina 5048 Off
              50. Paacutegina 5149 Off
              51. Paacutegina 5250 Off
              52. Paacutegina 5351 Off
              53. Paacutegina 5452 Off
              54. Paacutegina 5553 Off
              55. Paacutegina 5654 Off
              56. Paacutegina 5755 Off
              57. Paacutegina 5856 Off
              58. Paacutegina 5957 Off
              59. Paacutegina 6058 Off