a interdependÊncia na teia da vida: o pensar da resiliência no design de moda

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A INTERDEPENDÊNCIA NA TEIA DA VIDA: o pensar da resiliência entrelaçado ao design de moda THE INTERDEPENDENCE IN THE WEB OF LIFE: the thinking of resilience interlaced to fashion design Jennyfer Santana Fiorilo; Luana Wouters Fernandes Monteiro; Nadine de Oliveira Campos; Stella Provinzano Gonçalves Silva; Tainá Nascimento; Vinícius Prado Lima 1 Orientadora Professora Mestre Regina Golden Barbosa RESUMO Este artigo agrupa as referências e demonstra os caminhos tomados para o desenvolvimento de uma coleção composta por dez looks com propósitos sustentáveis, e as devidas apresentações, para um público-alvo feminino observado pelos autores. O presente projeto parte do amplo universo formado entre o design de moda e a sustentabilidade para, em seguida, aprofundar-se no conceito de resiliência verificado em projetos de inclusão social, como o Desfile de Primavera do Hospital Pérola Byington em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi. Para mais, trata-se da interdependência presente nas relações interpessoais que compõem o sistema equilibrado da, como é aqui nomeada, Teia da Vida. Palavras-Chave: Design de Moda; Sustentabilidade; Inclusão Social; Hospital Pérola Byington; Resiliência; Interdependência. 1 Alunos do quinto semestre de graduação em Design de Moda, da Universidade Anhembi Morumbi. Endereços eletrônicos: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected].

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Este artigo agrupa as referências e demonstra os caminhos tomados para o desenvolvimento de uma coleção composta por dez looks com propósitos sustentáveis, e as devidas apresentações, para um público-alvo feminino observado pelos autores. O presente projeto parte do amplo universo formado entre o design de moda e a sustentabilidade para, em seguida, aprofundar-se no conceito de resiliência verificado em projetos de inclusão social, como o Desfile de Primavera do Hospital Pérola Byington em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi. Para mais, trata-se da interdependência presente nas relações interpessoais que compõem o sistema equilibrado da, como é aqui nomeada, Teia da Vida.( VÍDEO DOCUMENTÁRIO DO PROCESSO: http://www.youtube.com/watch?v=i16Llg6Wm3c )

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Page 1: A INTERDEPENDÊNCIA NA TEIA DA VIDA: o pensar da resiliência no design de moda

A INTERDEPENDÊNCIA NA TEIA DA VIDA:

o pensar da resiliência entrelaçado ao design de moda

THE INTERDEPENDENCE IN THE WEB OF LIFE:

the thinking of resilience interlaced to fashion design

Jennyfer Santana Fiorilo; Luana Wouters Fernandes Monteiro; Nadine de Oliveira Campos; Stella Provinzano Gonçalves Silva;

Tainá Nascimento; Vinícius Prado Lima1

Orientadora Professora Mestre Regina Golden Barbosa

RESUMO

Este artigo agrupa as referências e demonstra os caminhos tomados para o desenvolvimento de uma coleção composta por dez looks com propósitos sustentáveis, e as devidas apresentações, para um público-alvo feminino observado pelos autores. O presente projeto parte do amplo universo formado entre o design de moda e a sustentabilidade para, em seguida, aprofundar-se no conceito de resiliência verificado em projetos de inclusão social, como o Desfile de Primavera do Hospital Pérola Byington em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi. Para mais, trata-se da interdependência presente nas relações interpessoais que compõem o sistema equilibrado da, como é aqui nomeada, Teia da Vida.

Palavras-Chave: Design de Moda; Sustentabilidade; Inclusão Social; Hospital Pérola Byington; Resiliência; Interdependência.

ABSTRACT

This paper merges the references and demonstrates the roads taken to the development of a collection composed of ten looks with sustainable purposes, and the due presentations, to a female target audience observed by the authors. The present project parts from the broad universe formed between the fashion design and sustainability for, then, deepen itself into the concept of resilience checked into social inclusion projects, such as the Spring’s Parade of Pérola Byington Hospital in partnership with the Anhembi Morumbi University. Furthermore, it regards the interdependence present in the interpersonal relations that compose the balanced system of, as here named, Web of Life.

Keywords: Fashion Design; Sustainability; Social Inclusion; Pérola Byington’s Hospital; Resilience; Interdependence.

1 Alunos do quinto semestre de graduação em Design de Moda, da Universidade Anhembi Morumbi. Endereços eletrônicos: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected].

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Introdução

Os projetos em design de moda são permeados pela interdisciplinaridade.

Visto isso, este artigo visa esclarecer ao leitor os métodos envolvidos para o

conceber de uma coleção de vestuário, formada por dez looks, com indicação de

ação sustentável, e os respectivos ensaio fotográfico e apresentações em forma de

documentário e livreto. Aqui, o grupo procura expor os caminhos investigados para

que haja a compreensão do trabalho por inteiro – das formas de pensá-lo à criação

das roupas.

Os campos do design, bem como os da moda, por vislumbrarem o futuro,

como mostra Navalon (2008), têm sinalizado a necessidade de refletir e agir

sustentavelmente atrelados às etapas de suas produções. Em suma, busca-se

estender, através de uma lente sustentável, os rumos e significados da moda – para

ser extraído, socialmente, o máximo de aspectos positivos a partir dela. A relação

entre design de moda e desenvolvimento sustentável é, destarte, o ponto inicial para

que se dê o discorrer da presente pesquisa.

1 Design de Moda e Desenvolvimento Sustentável

A Revolução Industrial coloca a indústria têxtil entre as mais potentes e

poluentes do século XXI, fato que configura a roupa como um produto voltado,

fundamentalmente, ao consumo, declarma Schulte e Lopes (2008). Bourdieu e

Delsaut (2006), ao contrário, tratam a moda como uma ampla ferramenta social,

usada para suprir as necessidades de diferenciação, exclusividade e expressão de

um indivíduo (figura 1).

Fig. 1: O poder comunicativo da moda. Fonte: blog Advanced Style. Disponível em: <http://advancedstyle.blogspot.com.br/2013/09/the-advanced-style-ladies-sit-front-

row.html>. Acesso em 28 de outubro de 2013.

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Em suas investigações, os filósofos nos apresentam o paradoxo

contemporâneo da moda ao defini-la como um fenômeno coletivo que, ao mesmo

tempo, reforça a individualidade. Lipovetsky (1989) une os raciocínios dos autores

previamente mencionados ao relatar que a moda tornou-se essencial dentro do

cotidiano e que, por conta das particularidades apontadas por Bourdieu e Delsaut,

originou uma prática consumista e desenfreada, o fast fashion.

Martins e Busso (2010) enfatizam a importância de pensar a moda com uma

mentalidade sustentável ao declararem que seu sistema “impõe um ritmo de

obsolescência programada acelerado em que os produtos são descartados antes do

final da sua vida potencial” (p.1). A sustentabilidade, segundo Fletcher e Grose

(2011), tem o potencial para transformar a maneira como é tratada a moda, desde o

conceber das fibras até o vestir dos valores.

Trazendo à tona a barbárie da ética e da estética, Lipovetsky conclui que a atual sociedade do hiperconsumo deve criar formas de sustentabilidade, não sendo apenas destrutiva, como se vem observando, mas também responsável. Em termos históricos, do mesmo modo como a opção consumista seria uma invenção datada, a sua exaustão deve ocorrer não apenas a partir de uma revolução do modo de produção mercantil e de valores, mas por uma inversão hierárquica na qual o hedonismo não seria um princípio estruturante da vida. (SCORSOLINI-COMIN, 2009, p. 2)

As consequências de um consumo sustentavelmente responsável são

retratadas por Manzini e Vezzoli (2008) no trecho a seguir:

Nos próximos decênios, deveremos ser capazes de passar de uma sociedade em que o bem-estar e a saúde econômica, que hoje são medidos em termos de crescimento da produção e do consumo de matéria-prima, para uma sociedade em que seja possível viver melhor consumindo (muito) menos e desenvolver a economia reduzindo a produção de produtos materiais. (MANZINI e VEZZOLI, 2008, p. 31)

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Figs. 2 e 3: Exemplos de sustentabilidade em um dos processos de produção do vestuário, planos de corte com zero desperdício, concebidos pela designer de moda Holly McQuillan. Fonte: o site pessoal de Holly McQuillan. Disponível em <http://hollymcquillan.com/design-practice/twinset-embedded-zero-

waste>. Acesso em 28 de outubro de 2013

A expressão desenvolvimento sustentável foi criada em 1987, no Relatório

Brundtland da Organização das Nações Unidas, também denominado Nosso Futuro

Comum. É importante destacar que, de acordo com o Relatório Brundtland,

sustentabilidade é:

(...) suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas. Algumas pessoas, hoje, referem-se ao termo "desenvolvimento sustentável" como um termo amplo, pois implica desenvolvimento continuado, e insistem que ele deve ser reservado somente para as atividades de desenvolvimento. (1987, apud NETO e DE SOUZA, 2010, p. 2)

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Fig. 4: A tríplice que rodeia o desenvolvimento sustentável. Fonte: portal Rethink Group. Disponível em <http://www.rethink-group.com/resources/municipal-sustainability-indicators>.

Acesso em 28 de outubro de 2013.

Tendo em vista o tripé que compõe a base da sustentabilidade – ambiental,

econômico e social, como demonstrado pela figura 4 – e a necessidade de enfoque,

o grupo decide por tratar do assunto “Inclusão Social” no subtema do projeto.

2 A Inclusão Social no Design de Moda

O termo Inclusão Social denota a integração de indivíduos, antes excluídos

por conta de alguma distinção, à sociedade. Um leque de estudos atemporais, como

dialogam Roncoletta e Preciosa (2008), evidencia a capacidade transformadora que

permeia as áreas do design e da moda. Segundo as autoras, “o design socialmente

responsável está relacionado diretamente à qualidade de vida” (p. 1). Constata-se,

portanto, que o designer, por seu papel intimamente comprometido com uma

responsabilidade social, deve explorar as competências da moda.

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Fig. 5: A paciente Lau Esmeralda sendo maquiada para o Desfile de Primavera do Hospital Pérola Byington em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi – assunto devidamente tratado no objeto

de estudo da pesquisa. Fonte: Acervo Pessoal do designer de moda Paulo Samú.

Está na hora de a moda nos mostrar e nos fascinar com o que é possível, nos propiciar o imperativo moral de mudar cada aspecto da produção e da nossa segunda pele. Acredito firmemente que a humanidade sabe o que fazer quando conhece a tarefa que tem em mãos. (FLETCHER e GROSE, 2011, p. 5)

A moda pode ser considerada como um passaporte para a inclusão social,

dentre os motivos destacam-se a capacidade de elevar a autoestima por meio das

roupas e a gama de áreas para possível capacitação dentro do segmento. Dutra

(2013) assimila as atitudes sociais dentro da moda a reflexos de uma compreensão

cada vez mais coletiva, em prol das “singularidades humanas”– como identifica a

própria autora.

Após a comprovação de que a moda e as ações sustentáveis de caráter

social podem caminhar juntas, traremos alguns projetos que contemplam a inclusão

social na moda. O primeiro integra deficientes visuais ao prazer concedido pelo ato

de vestir-se.

Geraldo Coelho Lima Júnior traz, em sua dissertação de mestrado (2008), a

idealização e o processo de desenvolvimento da coleção Olhar, Olhares. A proposta

é, a partir da congruência entre o têxtil e o toque, abrir alas para que deficientes

visuais possam perceber, de fato, a moda. Nas palavras do designer, sobre os

portadores de deficiência visual:

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Para eles, lidar com a roupa é disponibilizar outros sentidos para reconhecê-la em detrimento da falta do sentido da visão. O tato, em especial, funciona como reconhecedor da textura dos tecidos, das costuras, dos recortes e dos aviamentos. O olfato ajuda-os a identificar processos de beneficiamento como o de lavanderia. Baseado nestas informações, os novos projetos passaram a ser desenvolvidos a partir das relações táteis entre a roupa e o corpo. (LIMA JÚNIOR, 2008)

Lima Júnior (2008) destaca que, notados os casos expostos em sua pesquisa,

devem ser unidos às roupas dois diálogos principais: o visual, presente na estética,

e o tátil, nas texturas. Em função disso, é levantada uma abordagem diferenciada de

formas, volumes e superfícies. Um exemplo a ser destacado é como foi tratada a

dificuldade dos “não videntes” (p. 18), termo usado pelo próprio autor (2008), em

diferenciar os lados direito e avesso das peças. Assim, a coleção Olhar, Olhares

gera “possibilidades idênticas” (p. 19), vistos os lados externo e interno das roupas.

Figs. 6 e 7: Á esquerda, um look da coleção Olhar Olhares e, à direita, o designer de moda Geraldo Coelho Lima Júnior. Fontes: portais Uol e Paço das Artes, respectivamente .

Disponíveis em <http://www2.uol.com.br/modabrasil/acontece2/dragao_fashion_saldo/link_25.htm> e <http://www.pacodasartes.org.br/exposicao/por_nao_ser_existindo_e_vivo_desnudo_exposicao/

artistas.aspx). Acesso em 28 de outubro de 2013.

Outro projeto a ser realçado coloca a moda como agente capacitador e

reintegrante social – o Flor de Lótus, implementado na marca Doisellés e idealizado

e posto em prática pela designer Raquell Guimarães. Segundo ela (2012), a busca é

por instaurar sonhos e oferecer oportunidades, através das técnicas de tricô e

crochê, aos detentos condenados em regime fechado. Em função da recuperação

desses homens encontra-se a força de vontade, destacada como a principal aliada

da mão-de-obra carcerária. O trabalho confere, ainda, a redução penal – a cada três

dias trabalhados, diminui-se um da pena a ser cumprida –, simbolizando um

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merecimento conquistado pelo preso e, ainda, possibilita-o a chance de reaceitação2

social. Raquell Guimarães3 conta sobre os resultados já alcançados:

Hoje a Doisélles tem uma unidade de produção dentro do pavilhão 1 da Penitenciária Professor Ariosvaldo De Campos Pires, onde 18 detentos condenados em regime fechado trabalham com excelência na produção de peças artesanais feitas com técnicas de tecelagem manual: tricô e crochê, que são inspecionadas por rígido controle de qualidade tipo exportação. A felicidade da parceria é legitimada pela certeza de que ambas as partes estão ganhando, crescendo e melhorando todos os aspectos que as envolve (GUIMARÃES, 2012).

Figs. 8 e 9: A capacitação de detentos para o fazer de tricô. Fontes: blog Georgial.Disponíveis em <http://www.georgiahalal.com.br/2013/08/projeto-flor-de-lotus.html>.

Acesso em 28 de outubro de 2013.

Ainda nesse âmbito de sustentabilidade e moda, encontra-se o projeto Pérola

Byington, do hospital de mesmo nome - explorado a seguir, abeira do objeto de

estudo.

2 Termo alcunhado pelo grupo para referir-se à outra chance ou nova aceitação.3 Retirado do site da marca Doisellés: <www.doiselles.com.br>. Acesso em outubro de 2013.

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3 A Resiliência no Projeto Hospital Pérola Byington

O desfile de primavera é uma iniciativa da Comissão de Humanização do

hospital Pérola Byinton a datar do ano 2004, tendo a parceria da Universidade

Anhembi Morumbi desde 2011. Na passarela, as modelos são mulheres que

frequentam o hospital com um objetivo comum: lutar contra o câncer de mama. A

atitude utiliza-se, principalmente, da qualidade de bem estar proporcionada pela

roupa e o motivo é claro - prezar pela autoestima das pacientes.

O campo da medicina de nome Psiconeuroimunologia é, segundo Kemeny &

Gruenewald (1999 apud MEDEIROS e QUILICI, 2013), responsável por vislumbrar a

relação entre o cérebro, o comportamento e o sistema imunológico. Em entrevista,

Eloize Navalon4 afirma que, como apontam estudos, "quando estamos com a nossa

autoestima em dia, o nosso sistema imunológico fica mais fortalecido" e, assim, a

"chance de cura é maior".

O comportamento otimista e a boa relação social também exercem influência positiva em relação ao câncer, indicando uma redução na formação de vasos que nutrem o tumor, além de diminuir as dores, aumentar as células NK (Natural Killer), e registrar menores índices de metástases em grupos de pessoas com esse padrão comportamental. (MEDEIROS e QUILICI, 2013, p. 1)

Vanistendael (2009 apud PONT e VILAR, 2009) conta que o termo resiliência,

neste caso aplicado ao ser humano, remete à capacidade de superar os problemas

de forma criativa e, ancorando-se a um ponto positivo, reconstruir a própria vida.

Portanto, esse conceito diz respeito a um meio de transformação em que nada é

perdido e "é, também, um convite para viver com nossas fragilidades"

(VANISTENDAEL, 2009, apud PONT e VILAR, 2009, p. 97). Por mais que, segundo

o pesquisador, o estado de resiliência não seja plenamente visível no homem,

Medeiros e Quilici (2013) mostram a facilidade de observá-lo na natureza. Um

exemplo a destacar-se é constatado no processo em que a pérola é formada:

Assim o processo psíquico e comportamental do indivíduo resiliente perante uma situação traumatogénica seria comparável ao trabalho da ostra que, para se proteger do grão de areia que a fere, segregando nácar à volta do intruso, vai arredondar as asperezas do grão de areia e dar origem a uma joia preciosa. (CYRULNIK, 1999, adup MEDEIROS e QUILICI, 2013)

4 Coordenadora do curso de design de moda da Universidade Anhembi Morumbi e designer.8

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Figs. 10 e 11: Exemplos da resiliência encontrada na natureza. Fontes: os autores.

Fig. 12: Exemplo da resiliência encontrada na natureza. Fonte: Artigo (Des)Natureza.Disponível em <http://pt.scribd.com/doc/125677473/Des-Natureza>. Acesso em novembro de 2013.

Com base no que foi até então afirmado, constata-se a celebração da vida

como foco do projeto Pérola Byington. Isso reside, inclusive, no fato do desfile

ocorrer na primavera, já que "é a estação da grande renovação", como explica

Navalon:

é uma homenagem à vida e uma homenagem a essas pacientes que estão ali, fazendo com que a vida brote a cada estação, mesmo quando não resistem, não sobrevivem e morrem (...) essa vida vai brotar de alguma outra maneira. (2013, apud CAMPOS, FIORILO, LIMA, et al.)

A sustentabilidade é pensada em todas edições do evento que, em 2013, foi

chamado O Bordado do Improviso. O nome se relaciona com a técnica do crochê

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freeform5 usada no meio de produção da superfície das peças, o qual traz o conceito

de resiliência à tona. Segundo Navalon (2013, apud CAMPOS, FIORILO, LIMA, et

al.), as roupas frutos do projeto expressam uma nova maneira de lidar com os

padrões e, portanto, ao

pegar como mote uma moda que não trabalhe o padrão de corpo feminino e também que, por consequência, como esse corpo não é padronizado, essas peças também não são.

Figura 13: Algumas das peças desfiladas em O Bordado do Improviso e as respectivas modelos, pacientes do Hospital Pérola Byington. Fonte: página do facebook Maquiagem Profissional.

Disponível em <https://fbcdn-sphotos-c-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash3/1391624_443443675761959_293338473_n.jpg>. Acesso em novembro de 2013.

E complementa com o que podemos esperar dessa "nova moda", como

nomeia Navalon:

Acreditamos que a moda modifica valores e comportamento de consumo. Desejamos que a moda que criamos transforme as pessoas, a sociedade e sua maneira de consumir. Desta forma, começamos a pensar em como materializar essa ideia de transformação e criar algo para quem está em plena transformação. (apud Portal Anhembi Morumbi, 2011)

5 A técnica freeform (do inglês, “forma livre”) trabalha com o repensar dos erros. Navalon defende a escolha desse método para o fazer da superfície têxtil comparando os modos de lidar com o erro e com uma doença – ambos são involuntários, inesperados e devem ser solucionados de modo inteligente.

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Painel Semântico

Figura 14: Painel Semântico. Fonte: os autores.

4 A Interdependência na Teia da Vida

Tomando como caminho um paralelo entre a resiliência no projeto do hospital

Pérola Byington e a rede da vida, por assim chamar, constata-se a relevância da

ajuda comunitária, mútua, para uma futura cura. Na trama da vida, a cura, não

necessariamente a da doença, é tratada como um enlaçamento de linhas, uma

emenda, e, portanto, como uma transformação na forma que se interseccionam as

linhas. Pressupõe-se que o encontro, o enovelamento, de duas ou mais linhas é

caracterizado por relações interpessoais, assim, é conferido à cura o atributo de ser

alcançada em conjunto.

É possível fazer uma analogia entre a vida e uma composição tecida por fios.

Nessa proposição, os fios simulam o percurso de um indivíduo ao longo da vida, que

cruzam-se e tomam novos rumos. Esses cruzamentos são caracterizados por

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relações interpessoais, já que denotam as intersecções de dois ou mais fios.

Conforme se formam, intuitivamente, as tramas, constitui-se a própria teia da vida -

que prova a interconexão entre o indivíduo e o todo, determinando um pensamento

sistêmico (não linear). Nessa trama, as novas conexões são interdependentes de

duas ou mais linhas, ou seja, se uma linha se rompe, esse ponto se desfaz - e, para

que ainda haja o equilíbrio nessa trama, é notada a necessidade de uma solução

rápida, temporária como um nó. A partir desse raciocínio, notamos a importância de

um agir comunitário em função do amparo. Esses fios devem apresentar, por si,

resiliência, aqui tratada como na física - a habilidade de, após um trauma,

reestruturar-se. Portanto, a capacidade de resiliência é presente em uma linha

flexível, adaptável. Essa característica nos remete à teia de aranha que, a primeiro

momento, é percebida como algo frágil, mas a fragilidade pertence não à teia, e sim

aos olhos daquele que a vê.

5 Público-Alvo

O desenvolvimento do produto objetiva atender a uma parcela da sociedade

denominada público-alvo. Esse grupo tem seu perfil traçado de acordo com

averiguações que consideram rotina, condições socioculturais e econômicas,

hábitos, etc. Tomam-se como apoios para início da pesquisa de público-alvo as

definições de Sense Girls e Singular Women, ambas feitas por Morace (2009) em

Consumo Autoral. No primeiro grupo, essas mulheres se caracterizam por serem

refinadas, sensíveis, exóticas e estabelecerem uma revolução ética e estética que

evoca grande mudança paradigmática. Já as Singular Women recebem esse nome

por terem sua singularidade expressa por mulheres seguras, independentes e sem

preconceitos. A partir dessas características, e juntamente com a pesquisa

desenvolvida pelo grupo, identifica-se o público-alvo que pretendemos atingir.

O estudo desenvolvido anteriormente6 foi composto pela pesquisa de campo

juntamente com os dados secundários coletados para definição de público-alvo. Em

um primeiro momento, foram visitados locais como o MASP (Museu de Arte de São

Paulo), Shopping Eldorado e bairro da Liberdade, onde os frequentadores eram 6 Pesquisa desenvolvida pelo grupo no 4º Semestre, em 2013. Nela, delimitou-se o público-

alvo de nome Consumidores de Ideias, caracterizados, principalmente, por prezarem por uma prática consciente de consumo.

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observados e percebidos pontos em comum entre essas pessoas. Depois, para

refinar os dados, foi usado o método de pesquisa quantitativa e um questionário foi

criado e aplicado. A partir dos questionários aplicados foi possível constatar que

conforto, durabilidade e versatilidade são as três principais características levadas

em consideração pelo público. Com o resultado obtido é possível afirmar que o

número de pessoas que se preocupam mais em consumir significado e não marcas

têm se mostrado importante no mercado consumidor de design. Ainda, foi

entrevistada a estudante de jornalismo da faculdade Casper Líbero, Gabriela

Soutello. Questionada sobre como eram seus costumes de consumo, Gabriela

afirma “busco autenticidade, em mim, nas pessoas e no que faço. Busco sempre

uma roupa que mostre quem eu sou”. Durante entrevista, Gabriela acrescenta que a

qualidade e a durabilidade também a influenciam a pagar mais caro por uma peça

de roupa.

Esses dados tornam visível a tentativa da expressão mais pura possível do

self7 e, assim, o ser sobressai o parecer, de acordo com Lipovetsky (2007). Isso está

relacionado ao neo-individualismo que, segundo o autor, é uma busca de

distanciamento da maioria a fim de tornar-se único e transparecer isso através da

imagem.

O grupo buscou informações sobre o cotidiano de mulheres que apresentem

as qualidades principais anteriormente apontadas. Esse raciocínio possibilitou que

fossem delimitadas áreas para uma futura observação – Cine Jóia (show da banda

CocoRosie) e a feira de antiguidades da Praça Benedito Calixto, ambos em São

Paulo, e o evento R Design, em Porto Alegre. Nos eventos do Cine Jóia e R Design

era maior o número de mulheres que chamou a atenção para que fossem levadas

em conta no presente trabalho. Isso se deve ao fato de que elas demonstram a

visível necessidade de diferenciação em relação à maioria, transmitida pela imagem

que é criada através da roupa, normalmente versáteis e confortáveis. Essas

mulheres estão, em grande parte do tempo, conectadas por meio de aparelhos

móveis como celulares e tablets.

7 Hartman, na psicologia, define em 1950 o self como “a imagem de si mesmo que compõe a personalidade total http://www.infopedia.pt/$self-(psicologia).

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Figuras 15 e 16: Painéis de público-alvo. Fonte: os autores.

De encontro a isso, um aspecto que agrada ao público-alvo é a versatilidade.

Fletcher e Grose (2011) citam a necessidade de desenvolver roupas funcionais,

onde apresentam opções versáteis, fornecendo uma gama de possibilidades de uso

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por um maior espaço de tempo, o que torna os produtos tanto adaptáveis quanto

duráveis. O projeto que é aqui apresentado pelo grupo oferece uma coleção

pensada, desde o começo, de forma socialmente sustentável e traz peças que

condizem com a ideia de inovação em seus detalhes, característica importante e

decisiva para o consumo desse público.

Portanto, o atual projeto atenderá a um público que procura se diferenciar e

ser inovador tanto em sua própria imagem quanto no produto adquirido,

características de um consumo que vai além do descartável.

6 Elementos Formais Projetuais

O grupo optou por looks formados por peças completas, como vestidos e

macacões, já que trazem a noção de interdependência tratada no conceito – a parte

superior depende da inferior e vice versa.

6.1 Estudo de Formas

Para aplicar o raciocínio sobre a rede da vida às pacientes do Pérola

Byington, seguiremos o raciocínio das figuras a seguir:

Figuras 17 e 18: Barbantes e fios simbolizando as relações interpessoais que tramam a teia da vida. Fonte: os autores.

Cada fio simboliza uma mulher que, ao descobrir a doença, tem a vida

cruzada em algum ponto do tratamento, o que forma um enlaçamento inicial entre

elas. As pacientes, ajudando umas às outras, conseguem a autoajuda - que pode

surgir através de experiências ou conselhos, fontes de esperança. Nota-se que a

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união inicial dessas mulheres inclui sua causa comum, a luta contra o câncer, a

cura. É nas causas e etapas comuns que se dão os enlaçamentos característicos da

transformação. Essas mulheres, juntas, tramam um amparo, o que confere a elas

estímulo para "dar a volta por cima". Ao longo do processo, há também rompimentos

de linhas caracterizados, por exemplo, pela morte de uma companheira. Sendo

rompido um ponto no fio, nota-se a necessidade de uma solução rápida para que

seja mantida a forma da rede que apoia as demais pacientes - ali é dado um nó. A

construção dessa teia adaptável e interdependente é, como o processo, não linear, e

toma a forma intuitiva da vida.

6.2 Cartela de Materiais

As malhas reúnem a delicadeza proposta pelo conceito de criação, ao

aparentarem fragilidade, mas, por conta do modo como são tramadas, possuírem

resistência e não desfazerem-se com facilidade. Outro motivo pelo qual foi escolhida

a malha é compreendido pela boa resiliência física do material – visualizada no fato

de o tecido esticar e assumir, novamente, seu estado inicial. Dois tipos foram

testados com o método de moulage: a liganete e a viscolycra. Por conta do melhor

caimento, a coleção foi materializada em viscolycra.

Figura 19: A malha viscolycra vermelha utilizada na confecção de algumas peças. Fonte: os autores.

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O fio de cobre, no qual foi tramado o crochê, é um material que, por si,

apresenta pouca resiliência. Por conta disso, foram crochetadas aplicações nos

locais de onde saem os drapeados. O cobre é, além de tudo, um material inusitado,

como a trama da vida, o que atrai o público-alvo.

Figura 20 e 21: Experimentos com o crochê no fio de metal. Fonte: os autores.

6.3 Cartela de Cores

A cartela de cores é constituída por cru e vermelho (figura 22). A escolha se

deu, inicialmente, pela predominância de alguns tons no painel semântico – são eles

cru, vermelho, azul e cinza. De modo a representar os percursos da vida, o grupo

constatou a necessidade de combinar cores mais e menos fortes. Portando, levando

em conta a proximidade das cores, foram agrupadas as cores quentes, o cru ao

vermelho, e as frias, o cinza ao azul. Em seguida, foram elegidos apenas os tons

quentes, já que a vida vislumbra o calor (com momentos e sensações calorosos, por

exemplo) excluindo da cartela o cinza e azul.

Figura 22: As cores e seus respectivos códigos na cartela da Pantone Têxtil.Fonte: os autores.

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6.4 Superfície Têxtil: Drapeados

O drapeado é a chave para que o conceito de criação seja, por completo,

visualizado nas peças. Isto por conta da possibilidade de, a partir dele, abordarmos

os caminhos e rumos, inesperados e surpreendentes, da teia da vida. Com o

objetivo de sustentar e adaptar a peça ao modelo, esses drapeados provocam

buracos e pedem por nós. A interdependência também é relacionada a eles, já que

determinam cada caimento desigual, assimétrico, pelos perímetros das peças.

Por tratarem-se de drapeados, foi observada a necessidade de

experimentações com uso do moulage. O processo foi intuitivo, como a trama da

vida. As imagens trazidas a seguir comprovam os testes em tecido liganete:

Figuras 23, 24 e 25: Testes de caimentos a partir dos drapeados.

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6.5 Estudo de Silhuetas e Croquis

O grupo realizou um estudo de silhuetas em que foram testadas as

possibilidades de caimentos a partir dos drapeados. As figuras 26 e 27 mostram

partes do processo, enquanto a figura 28 ilustra os caminhos.

Figuras 26 e 27: Experimentações de drapeados e silhuetas na moulage.Fonte: os autores.

Figura 29: Ilustrações desenvolvidas a partir dos experimentos.Fonte: os autores.

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6.6 Croquis Definitivos

Figura 30: Croquis definitivos da coleção, sendo os quatro da parte superior, confeccionados.Fonte: os autores.

7 A Inserção do Crochê no Metal na Empresa Ranuccy

A Ranuccy Modas é uma empresa familiar presente desde 1987 no segmento

do vestuário, confeccionando e comercializando roupas. De acordo com o relado de

José Marcos de Lima8, é indispensável o pensamento voltado ao exclusivo, ao

diferente, para que o empreendimento de pequeno porte se sobressaia no mercado

da moda.

8 Presidente da marca Ranuccy Modas e jornalista.20

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Figura 31: A Fábrica Ranuccy Modas da Ranuccy Modas. Fonte: os autores.

Figura 32: Funcionária da Ranuccy Modas na oficina de crochê no metal.Fonte: os autores.

O grupo propôs que, em troca de tecidos do acervo da Ranuccy Modas,

fossem capacitadas, através do crochê em fio de metal, as mulheres que trabalham

na área de produção da empresa. Aceito isso, verifica-se a importância dessa

permuta, tratada como ajuda mútua, tanto para suprir a necessidade de inovação da

empresa quanto para a realização da coleção abordada nesta pesquisa.

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Considerações Finais

Buscou-se, por meio de estudos acerca da inclusão social e resiliência na

moda, reunir referências e materiais de apoio para os fazeres exigidos pelo trabalho.

Propõe-se o convite para enxergarmos a vida sob um ponto de vista não linear, onde

participamos de um todo que está em incessantes movimento e mudança.

A chance de lidarmos diretamente com pessoas nos foi concedida em uma

série de etapas cá relatadas. Assim sendo, o atual projeto permitiu que

contaminássemos e fôssemos contaminados, racional e emocionalmente – seja ao

escrever e construir roupas, seja pela investigação e capacitação – foi criada uma

conexão. Essa pesquisa, durante a totalidade dos processos, também trama sua

própria teia pautada na interdependência, a qual agora nos envolve – nós e você

somos entrelaçados aqui.

Faz-se imprescindível lembrarmos que a experiência costuma ser a força de

arranque para a consagração de uma teoria, o que determina cada saber acadêmico

como um transmissor, também, de prévias relações interpessoais. Portanto, a

interdisciplinaridade que permeia as áreas do design é constituída por, além do

encontro de conhecimentos, troca de vivências. É necessário interagirmos a todo o

momento com o mundo enternecido dentro e entorno de nós, para que possamos

dessa maneira, contribuir positivamente com o mesmo.

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