a iniciação à natação como conteúdo da educação física escolar
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UNIVERSIDADE IGUAÇU
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
A INICIAÇÃO À NATAÇÃO COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR NO PRIMEIRO SEGMENTO DO ENSINO
FUNDAMENTAL SOB OS ASPECTOS PSICOMOTORES
LEVINDO LUIZ FURTADO DA SILVEIRA
NOVA IGUAÇU
2012.7
LEVINDO LUIZ FURTADO DA SILVEIRA
A INICIAÇÃO À NATAÇÃO COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR NO PRIMEIRO SEGMENTO DO ENSINO
FUNDAMENTAL SOB OS ASPECTOS PSICOMOTORES
Trabalho Monográfico de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física da Universidade Iguaçu como requisito parcial à obtenção do Grau de Licenciado em Educação Física.
Orientador: Prof. Ms. João Batista da Costa
NOVA IGUAÇU
2012.7
UNIVERSIDADE IGUAÇU
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Trabalho acadêmico:
A INICIAÇÃO À NATAÇÃO COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
NO PRIMEIRO SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL
SOB OS ASPECTOS PSICOMOTORES
Elaborado por:
LEVINDO LUIZ FURTADO DA SILVEIRA
O trabalho aprovado por todos os membros da Banca Examinadora e aceito pelo Curso de Educação Física da UNIG, confere os créditos referentes as disciplinas
Seminário de Monografia e Orientação Monográfica.
Nova Iguaçu, 12 de julho de 2012
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________Prof. Ms.
___________________________________________________________________Prof. Ms.
___________________________________________________________________Prof. MS
Dedicamos este trabalho aos nossos familiares e amigos, que nos incentivaram em todos os momentos desta trajetória.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Ms. João Batista da Costa, Orientador e presença amiga, competente e
estimulante, pela paciência e disponibilidade mesmo em seus momentos de folga.
À Profª. Ms. Marise Palmeira, sempre solicita e solidária, pelo sorriso amigo e o
constante incentivo.
A todos os Professores que participaram desta jornada pela estrada do saber.
Aos amigos da Turma EDFN-2012 pela ajuda e apoio nos momentos difíceis.
A todos os Funcionários da Universidade Iguaçu, que de uma forma ou outra
propuseram os meios para e efetivação desta jornada.
Àqueles que não acreditaram na concretização desta conquista, pois me deram mais
forças para alcançá-la.
De minha parte, se eu pudesse ou tivesse que abandonar o ministério da pregação e outras incumbências, nada mais eu desejaria tanto quanto ser professor ou educador de meninos. Pois sei que, ao lado do ministério da pregação, esse ministério é o mais útil, o mais importante e o melhor. Inclusive tenho dúvidas sobre qual deles é o melhor [...]
Martinho Lutero - monge da ordem de Santo Agostinho, 1530
RESUMO
A INICIAÇÃO À NATAÇÃO COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
NO PRIMEIRO SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL
SOB OS ASPECTOS PSICOMOTORES
por
LEVINDO LUIZ FURTADO DA SILVEIRA
Universidade Iguaçu
Curso de Educação Física
Buscamos compreender em que aspectos a iniciação à natação, como conteúdo da Educação Física Escolar, pode contribuir no desenvolvimento das habilidades psicomotoras de crianças de seis a dez anos de idade. Com este objetivo procuramos identificar: quais as principais particularidades da iniciação à natação como possibilidade de conteúdo das aulas de Educação Física Escolar e como este conteúdo pode vir a ser desenvolvido em âmbito escolar, procedimental, atitudinal e conceitualmente; que estratégias de aprendizagem poderão estar contidas na prática pedagógica do professor no desenvolvimento cinestésico e polisensorial da iniciação à natação sob o prisma da psicomotricidade; e como ocorre o desenvolvimento motor em crianças nesta faixa etária. Apresentamos, através da iniciação à natação, uma alternativa possível de tornar as aulas de Educação Física Escolar mais agradáveis em dias de temperatura ambiente alta, principalmente em estabelecimentos de ensino que possuem piscina, e mesmo naqueles desprovidos de parques aquáticos, nos quais podem ser organizadas visitas a piscinas públicas ou de estabelecimentos privados, proporcionando aos alunos novas vivencias e proficiências, ampliando suas expectativas futuras quanto a uma prática saudável sob os aspectos do desenvolvimento global do ser humano.Nosso trabalho foi desenvolvido sob a forma de pesquisa documental crítico-dialética através da consulta em livros e artigos de diversos autores, sem que houvesse o compromisso com determinada linha pedagógica, tendência ou abordagem educacional, mas buscando subsídios para o desenvolvimento holístico dos educandos.
Palavras-chaves:Educação, Psicomotricidade , Desenvolvimento, Natação, Recreação.
SUMÁRIO
Capítulo Página
I – INTRODUÇÃO .............................................................................................. 08
1.1 – CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................ 08
1.2 – PROBLEMA ......................................................................................... 09
1.3 – QUESTÕES DE ESTUDO ................................................................... 09
1.4 – OBJETIVO GERAL .............................................................................. 10
1.5 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................ 10
1.6 – JUSTIFICATIVAS ................................................................................. 10
1.7 – PARÂMETROS DE ESTUDO .............................................................. 11
II – NATAÇÃO E EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ............................................ 12
2.1 – A NATAÇÃO E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM MEDIATIZADA
DO NADAR .......................................................................................... 12
2.2 – A INICIAÇÃO A NATAÇÃO COMO CONTEÚDO DAS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR .......................................................... 14
2.3 - EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR .......................................................... 16
III – A INICIAÇÃO À NATAÇÃO E AS HABILIDADES PSICOMOTORAS ........ 21
3.1 – AS INFLUÊNCIAS DA INICIAÇÃO A NATAÇÃO COMO
CONTEÚDO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ......... 21
3.2 - ORIGEM DA HABILIDADE MOTORA AQUÁTICA .............................. 23
3.3 - DESENVOLVIMENTO MOTOR E COMPETÊNCIA AQUÁTICA ........ 25
IV – CONCLUSÃO ................................................................................................ 38
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 40
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CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.1 – CONTEXTUALIZAÇÃO:
Nosso questionamento surgiu diante da ocorrência de aulas de Educação
Física sob a legenda “Natação”, em parques aquáticos de Escolas Públicas e
Privadas nos períodos de verão, para alunos do Primeiro Segmento do Ensino
Fundamental.
Com a observação de que sob a bandeira da “Natação” frequentemente
são inseridos conteúdos relativos apenas a recreação aquática livre, com pouca ou
nenhuma intervenção do professor, nosso trabalho objetiva discutir a iniciação à
natação como instrumento do desenvolvimento psicomotor a ser utilizado nas aulas
de Educação Física Escolar nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, salientando a
possibilidade de utilizarmos o processo de adaptação ao ambiente aquático como
um meio rico em sensações e percepções a serem aproveitados na aquisição e
desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, com destaque para as
habilidades fundamentais maduras e especializadas pertinentes ao desenvolvimento
motor e a evolução psicomotora infantil.
Assim buscamos compreender em que aspectos a iniciação à natação,
como conteúdo da Educação Física Escolar, pode contribuir no desenvolvimento das
habilidades psicomotoras de crianças de seis a dez anos de idade.
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Com este objetivo procuramos identificar: quais as principais
particularidades da iniciação à natação como possibilidade de conteúdo das aulas
de Educação Física Escolar e como este conteúdo pode vir a ser desenvolvido em
âmbito escolar, procedimental, atitudinal e conceitualmente; que estratégias de
aprendizagem poderão estar contidas na prática pedagógica do professor no
desenvolvimento cinestésico e polisensorial da iniciação à natação sob o prisma da
psicomotricidade; e como ocorre o desenvolvimento motor em crianças com idade
entre seis e dez anos.
1.2 – PROBLEMA:
Em que aspectos a iniciação à natação, como conteúdo da Educação Física Escolar,
pode contribuir no desenvolvimento das habilidades psicomotoras de crianças de
seis a dez anos de idade no Primeiro Seguimento do Ensino Fundamental?
1.3 – QUESTÕES DE ESTUDO:
1 - Quais as principais características da iniciação à natação como conteúdo das
aulas de Educação Física Escolar?
2 - Como as habilidades psicomotoras podem ser desenvolvidas através da prática
da iniciação à natação como conteúdo de ensino para alunos do Primeiro
Seguimento do Ensino Fundamental?
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1.4 – OBJETIVO GERAL:
Discutir a iniciação à natação como instrumento do desenvolvimento psicomotor a
ser utilizada como conteúdo nas aulas de Educação Física Escolar no Primeiro
Segmento do Ensino Fundamental.
1.5 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1 - Analisar as principais características da iniciação à natação como conteúdo das
aulas de Educação Física Escolar.
2 - Identificar quais habilidades motoras fundamentais seriam influenciadas pela
prática da iniciação à natação inserida no conteúdo das aulas de Educação Física
Escolar.
1.6 – JUSTIFICATIVAS:
Buscamos em nosso trabalho de pesquisa apontar uma alternativa
possível de tornar as aulas de Educação Física Escolar mais agradáveis em dias de
temperatura ambiente alta, principalmente em estabelecimentos de ensino que
possuem piscina, e mesmo naqueles desprovidos de parques aquáticos, nos quais
podem ser organizadas visitas a piscinas públicas ou de estabelecimentos privados,
proporcionando aos alunos novas vivencias e proficiências psicomotoras, ampliando
suas expectativas futuras quanto a uma prática saudável sob os aspectos do
desenvolvimento global do ser humano.
11
1.7 – PARÂMETROS DE ESTUDO:
Nosso trabalho foi desenvolvido sob a forma de pesquisa documental
crítico-dialética através da consulta em livros e artigos de diversos autores, sem que
houvesse o compromisso com determinada linha pedagógica, tendência ou
abordagem educacional, mas buscando subsídios para o desenvolvimento holístico
dos educandos.
12
CAPITULO II – NATAÇÃO E EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Inicialmente buscaremos analisar as principais características da iniciação
à natação como conteúdo das aulas de Educação Física Escolar.
Devemos considerar que a iniciação a natação como conteúdo das aulas
de Educação Física Escolar contém características próprias, ligadas diretamente ao
estado maturacional e a idade cronológica dos alunos, ao período de tempo
disponível para seu desenvolvimento dentro da grade curricular, ao número de
alunos envolvidos no processo, aos meios físicos e recursos adicionais disponíveis,
tais como dimensões e profundidade da piscina, flutuadores, pranchas, bolas de
tamanhos variados, etc.
Para alcançarmos a nossa meta devemos esclarecer a diferenciação
entre a natação como desporto e o ato de nadar, objetivo da iniciação à natação.
Na seqüência localizaremos a Educação Física como componente
curricular da Educação Básica.
2.1 – A NATAÇÃO E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM MEDIATIZADA DO NADAR
Natação é a ação, exercício, arte ou esporte de nadar, buscando
sustentar-se e mover-se sobre a água por impulso próprio (FERREIRA, 1999), o que
importa na locomoção humana e seu desenvolvimento no ambiente aquático.
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A iniciação a natação ocorre através da adaptação ao meio aquático e
deve ser desenvolvida por fases: ambientação, flutuação (estabilidade postural),
respiração e deslocamento.
O processo de adaptação ao meio aquático, ou simplesmente o processo
de aprendizagem mediatizada do nadar, embora possa levar ao desporto, diferencia-
se da natação como esporte. Conforme postula Galdi (2004):
Com a atividade no meio líquido surge, então, do ponto de vista das formas de apropriação, a distinção entre nadar e natação...
Assim nadar não é mais que:
Dar a possibilidade a um indivíduo de poder, para cada situação inédita, imprevisível, resolver o triplo problema de uma inter-relação dos três componentes fundamentais: equilíbrio, respiração e propulsão. Raposo (1981:46)
Nessa mesma linha de raciocínio, Catteau & Garroff (1990) definem que saber nadar é poder resolver qualitativa e quantitativamente, para qualquer eventualidade, a coordenação desses três elementos. Assim, o ato de nadar torna-se livre de normas, técnicas e regras e pode ser qualquer gesto motor que permita o deslocamento ou a não-imersão involuntária.
Em outros termos, a palavra natação faz referência à forma técnica de como se locomover na água, dentro da qual se definem e se diferenciam seus quatro estilos fundamentais. Praticar natação é ter gosto e possibilidade, ou ainda obrigação, de expressar-se no meio líquido com certa periodicidade, exercendo a arte ou esporte de nadar.
A natação clássica é composta pelos estilos crawl (nado livre), borboleta,
peito e costas. Nas competições de nado medley, os nadadores devem nadar os
quatro estilos na seguinte ordem: borboleta, costas, peito e crawl.
No Brasil a natação é comemorada no dia 08 de abril – Dia da Natação –
e enquanto desporto tem suas competições oficiais organizadas pela CBDA
(Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), criada em 21 de outubro de
14
1977. A CBDA é filiada ao COB (Comitê Olímpico Brasileiro – criado em 08 de junho
de 1914), cuja função é centralizar e coordenar os esportes em âmbito nacional,
além de representar o Brasil no cenário esportivo internacional. A CBDA também é
filiada à Fina (Federation Internationale de Natation - criada em 1908), que é
responsável pela organização das competições internacionais.
2.2 – A INICIAÇÃO A NATAÇÃO COMO CONTEÚDO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR
Ao buscarmos as características inerentes a iniciação a natação como
conteúdo das aulas de Educação Física Escolar, direcionada ao Primeiro e ao
Segundo Ciclo do Ensino Fundamental, devemos focalizar o alvo da intervenção
docente: alunos na faixa etária dos seis aos dez anos de idade.
Velasco (1994) nos indica características típicas desta faixa etária, nas
quais percebemos o término da fase de questionamentos e definição da
personalidade (6 anos de idade), a consolidação do pensamento lógico e formal, a
exploração das descobertas, o entendimento da simbologia e a realização de tarefas
simples (7 a 9 anos de idade), progredindo para a exatidão motora, a compreensão
de regra simples e comportamentos sociais estáveis (10 anos de idade).
A intervenção da Educação Física Escolar nas transformações descritas
deve ser pontual, respeitando a individualidade, a maturação e as características de
cada fase do desenvolvimento infantil, procurando um ponto satisfatório entre as
necessidades individuais e as expectativas do grupo. Além de atender a seqüência
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do mais simples para o mais complexo, do geral para o específico, em progressão
céfalo-caudal e proximal-distal, partindo dos movimentos simultâneos, seguidos dos
movimentos alternados e alcançando os movimentos diferenciados de braços e
pernas (VELASCO, 1994).
Ao direcionarmos a intervenção docente no sentido do nadar como ação
livre e criativa, sem maiores preocupações com a técnica na natação quanto
desporto, focando o processo no aprender a nadar, e tendo em mente que “a área
da Aprendizagem Motora orienta o professor para a valorização do processo
envolvido na aquisição de novas habilidades motoras, reconhecendo a
importância do papel ativo de quem aprende para o sucesso desse processo”
(FERNANDES & COSTA, 2006), devemos estar atentos a história que cada aluno
trás consigo, buscando através do aproveitamento e da continuidade desse
conhecimento pré-adquirido proporcionar oportunidades para a evolução livre e
espontânea do movimento aquático, assim concordamos com FERNANDES &
COSTA (2006) quando afirmam que...
O ensino da natação tem se caracterizado pela sistematização de rotinas das chamadas ¨seqüências pedagógicas¨ compostas por conteúdos predeterminados para o aprendizado técnico dos quatro estilos da natação competitiva. Quando o ensino é focado no produto, aspectos como a etapa de desenvolvimento da habilidade do nadar em que o aluno se encontra, sua faixa etária, seus interesses e possibilidades físicas particulares não são considerados, o que pode tornar a aprendizagem da natação um processo monótono e sem significado para quem aprende e repetitivo e desinteressante para quem ensina. A fim de alterar esta situação, é fundamental que o foco do ensino passe a ser o processo do aprender a nadar e não o seu produto, qual seja, o domínio mecânico dos estilos consagrados de nado.
Percebemos que a intervenção docente através da iniciação a natação
como conteúdo das aulas de Educação Física Escolar deve ocorrer de forma
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diferenciada, com objetivos claros e próprios ao ano de escolaridade. Darido (2007)
nos sugere uma ação pedagógica direcionada a realização de atividades corporais
visando o desenvolvimento de componentes tais como: a resistência
cardiorrespiratória, a força muscular, a resistência muscular e a flexibilidade.
Segundo a autora, outros benefícios da atividade aquática são o alívio do estresse, a
melhora da auto-imagem, o controle do peso, o combate as doenças derivadas do
sedentarismo, o convívio social, dentre outras. Para alcançarmos tais objetivos
precisamos de uma prática descontraída e livre para a criação, sem ignorarmos a
segurança necessária as atividades aquáticas. Ainda segundo Darido (2007),
podemos trabalhar questões como a segurança e os riscos inerentes ao meio
líquido, a história dos esportes aquáticos, os esportes aquáticos olímpicos (natação,
pólo aquático, nado sincronizado e saltos ornamentais) e os atletas que ganharam
destaque nas atividades aquáticas.
2.3 – EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
O campo de abrangência da educação envolve “os processos
formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais” (BRASIL,1996).
A Educação Escolar deverá estar vinculada ao meio produtivo e a prática
social, sendo por definição o “processo de desenvolvimento da capacidade
física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua
melhor integração individual e social” (Ferreira, 1999). Neste processo encontra-
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se inserida a Educação Física Escolar, que deverá, em conjunto com as demais
disciplinas, contribuir para o pleno desenvolvimento do educando, sua formação
social e exercício da cidadania, dentro dos princípios de liberdade e dos ideais de
solidariedade humana.
A Educação Física Escolar é prevista na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), na estrutura dos Parâmetros Curriculares
Nacionais para o Ensino Fundamental, nas Diretrizes Curriculares Nacionais do
Ensino Médio (Resolução CEB nº 3, de 26 de junho de 1998), nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos, e na ação norteadora
do Currículo Mínimo estabelecido pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de
Janeiro.
É consenso que a Educação Física Escolar encontra-se fundamentada no
desenvolvimento de competências e habilidades, onde o conceito de “competência”
deve ser entendido como as “capacidades de trabalhar coletivamente e construir
reflexões críticas, despertando o gosto por aprender a aprender ao longo da
vida, agindo e reagindo numa multiplicidade de sentidos e significados”
(BRASIL, 2012), e o conceito de “habilidade” deve ser tomado como o conjunto de
“procedimentos e atitudes que complexificam as aprendizagens de
conhecimentos escolarizados, religando-os à vida cotidiana” (BRASIL, 2012).
No texto do Currículo Mínimo estabelecido pela Secretaria de Estado de
Educação do Rio de Janeiro encontramos alguns princípios norteadores da
Educação Física Escolar:
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• A Educação Física Escolar é um campo de conhecimento que lida com a cultura corporal como forma de linguagem e expressão, tendo como orientação teórico-prática reconhecer e compreender os jogos, os esportes, as ginásticas, as lutas, as danças e as atividades rítmicas e expressivas como manifestações das dinâmicas de contextos socioculturais diversos.
• Numa interlocução com o campo da Saúde, a Educação Física deve ter como princípio ampliar a compreensão da condição humana, articulando as dimensões biológica, antropológica, sociológica, política e econômica, com vistas a potencializar o exercício ativo da cidadania, enfatizando e contextualizando as questões éticas e estéticas.
• Considerando o binômio trabalho e lazer, a Educação Física tem como responsabilidade promover a reflexão crítica acerca do mundo do trabalho, suas exigências e contradições, problematizando e tensionando a compreensão de lazer como utilização produtiva do tempo livre.
• A Educação Física como campo de conhecimento da área de Linguagens considera pertinente o diálogo com os demais componentes curriculares, visando tecer uma rede significativa para os processos de ensinoaprendizagem.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental, são objetivos da Educação Física para o Primeiro Segmento, que os
alunos sejam capazes de:
• participar de diferentes atividades corporais, procurando adotar uma atitude cooperativa e solidária, sem discriminar oscolegas pelo desempenho ou por razões sociais, físicas, sexuais ou culturais;
• conhecer algumas de suas possibilidades e limitações corporais de forma a poder estabelecer algumas metas pessoais (qualitativas e quantitativas);
• conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes manifestações de cultura corporal presentes no cotidiano;
• organizar autonomamente alguns jogos, brincadeiras ou outras atividades corporais simples.
• participar de atividades corporais, reconhecendo e respeitando algumas de suas características físicas e de desempenho motor, bem como as de seus colegas, sem discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais;
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• adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações lúdicas e esportivas, buscando solucionar os conflitos de forma não violenta;
• conhecer os limites e as possibilidades do próprio corpo de forma a poder controlar algumas de suas atividades corporais com autonomia e a valorizá-las como recurso para manutenção de sua própria saúde;
• conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes manifestações da cultura corporal, adotando uma postura não preconceituosa ou discriminatória por razões sociais, sexuais ou culturais;
• organizar jogos, brincadeiras ou outras atividades corporais, valorizando-as como recurso para usufruto do tempo disponível;
• analisar alguns dos padrões de estética, beleza e saúde presentes no cotidiano, buscando compreender sua inserção no contexto em que são produzidos e criticando aqueles que incentivam o consumismo.
Ainda segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental, o conteúdo curricular a ser desenvolvidos ao longo de todo o ensino
fundamental é proposto em três blocos articulados entre si:
- Conhecimentos sobre o corpo: refere-se aos conhecimentos e
conquistas individuais que subsidiam as práticas corporais expressas
nos outros dois blocos e dão recursos para o indivíduo gerenciar sua
atividade corporal de forma autônoma.
- Esportes, jogos, lutas e ginásticas: refere-se a operacionalização e
sistematização dos conteúdos propostos de forma mais abrangente,
diversificada e articulada possível.
- Atividades rítmicas e expressivas: refere-se as manifestações da
cultura corporal que têm como características comuns a intenção de
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expressão e comunicação mediante gestos e a presença de estímulos
sonoros como referência para o movimento corporal.
Pela característica situacional da Educação Física no âmbito escolar
percebemos que a relação professor e aluno é diferenciada, conferindo ao professor
maior proximidade com os alunos e facilidade de dialogo de forma mais afetiva,
conseqüência da natureza das atividades e da dinâmica das aulas, que podem
alterar a reação emocional dos alunos, como alegria, raiva, compreensão,
intolerância, paixão, desprezo, etc, proporcionando espaços para conversas
informais, quer no transcurso das aulas ou fora delas, momentos em que o
Profissional de Educação Física influencia efetivamente a formação do aluno,
dialogando coletivamente com a turma, com pequenos grupos ou individualmente,
sempre buscando a coerência entre o discurso, os hábitos e as atitudes, onde
professor e alunos não podem esquecer que são humanos e tendem a acertar, mas
as vezes falham (CAMPOS, 2011). As falhas e os erros não devem ser entendidos
como fraquezas, mas como oportunidades de crescimento mútuo, para a ampliação
de uma análise critica, buscando maior desenvoltura na conquista de competências
e habilidades relacionais humanas, e o ambiente aquático propicia um meio social
facilitador do diálogo crítico-construtivo.
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CAPITULO III – A INICIAÇÃO À NATAÇÃO E AS HABILIDADES PSICOMOTORAS
Neste Capítulo procuraremos verificar como as habilidades psicomotoras
poderiam vir a ser desenvolvidas ou influenciadas através da prática da iniciação à
natação como conteúdo de ensino no Primeiro Segmento do Ensino Fundamental.
Procuraremos analisar como evolui o desenvolvimento motor em crianças de seis a
dez anos de idade, buscando compreender como ocorre a aquisição das habilidades
motoras aquáticas humanas. Buscaremos a gênese da habilidade motora aquática
humana e em seguida verificaremos como ocorre o desenvolvimento motor e a
competência aquática.
3.1 – AS INFLUÊNCIAS DA INICIAÇÃO A NATAÇÃO COMO CONTEÚDO DAS
AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Sob o aspecto psicomotor o meio liquido oferece novas leituras
interoceptivas (meio ambiente), exteroceptivas (sentidos) e proprioceptivas (corpo),
onde as percepções de orientação, equilíbrio, movimentos axiais em relação ao
tronco são diferenciadas, permitindo um novo mapeamento do esquema corporal,
tornado possível uma nova consciência da posição das partes do corpo entre si e do
corpo como um todo em relação ao ambiente, exercendo um papel fundamental no
controle motor através da percepção de seus segmentos, da diferenciação da
densidade do meio envolvente, do deslocamento, da direção do movimento, e da
velocidade (CORAZZA, 2005; VELASCO, 1994)
22
Ao tratar das habilitações aquáticas, Velasco (1994) relata que “nadar
não é somente realizar deslocamentos e movimentos com nosso corpo. É,
antes disso, organizar as sensações recebidas pelo meio líquido, em nosso
cérebro, transferindo-as psicomotoramente na água”. O meio líquido
proporciona alterações das percepções visuais, táteis, labirínticas e sinestésicas,
acarretando modificações de postura, de tônus, e descargas emocionais
diferenciadas, exigindo a reorganização cinergética, o domínio corporal e novos
padrões respiratórios e motores do indivíduo, através da construção de uma nova
arquitetura psicomotora, com desenvolvimento da tonicidade em função da
percepção do aumento da densidade do meio aquático (que remete a sensação de
redução da força gravitacional através da ação do empuxo), do aperfeiçoamento do
equilíbrio devido a inversão da posição corporal vertical para horizontal, da alteração
da imagem corporal pelo meio envoltório de maior densidade, do processo
respiratório passando da condição de expiração passiva para ativa (Velasco, 1994).
A intervenção deverá objetivar o aperfeiçoamento perceptivo-motor,
auxiliando o aluno na conquista da assimetria funcional, do desenvolvimento pleno
da locomoção, da especialização hemisférica, da realização de operações concretas
e do pensamento lógico; indo além, deve propiciar meios para o desenvolvimento da
estruturação espaço-temporal, tendo como meta o desenvolvimento holístico do
individuo.
23
3.2 – ORIGEM DA HABILIDADE MOTORA AQUÁTICA
Historicamente a Evolução do Homem é tida como um fenômeno natural
em busca da sobrevivência da espécie. Tal fenômeno tem como característica
histórica o agrupamento social e o domínio do meio circundante objetivando a
segurança, o suprimento de viveres e o bem estar do grupo.
Go Tani (et al, 1988) ao analisar o controle dos movimentos considerando
a herança filogenética que o sistema nervoso humano recebeu durante o processo
evolutivo, concluiu que as habilidades desenvolvidas na primeira infância só foram
dominadas pela espécie humana após alguns milhares de anos.
Com base neste processo podemos acreditar que diversas habilidades
foram desenvolvidas no transcurso evolutivo do ser humano, como as habilidades
locomotoras, manipulativas e estabilizadoras, que evoluíram conjuntamente com a
propriedade cognitiva, no que corrobora Go Tani (et al, 1988) ao afirmar que “ao
longo de bilhões de anos, o movimento foi essencial para a evolução, desde as
primeiras formas de vida até o surgimento do homem com todas as faculdades
que o distinguem das demais espécies”.
Possivelmente o aperfeiçoamento músculo-esquelético e postural
possibilitaram o domínio do equilíbrio estático e dinâmico, maior diversificação
motora e progressiva estabilidade no deslocamento, o caminhar tornou-se mais
eficaz, com maior destreza na variação da direção, da velocidade e do padrão de
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coordenação, progredindo para novos padrões coordenativos locomotores: o correr,
o saltar e suas variantes.
Na sequência do desenvolvimento humano o aprimoramento da
mobilidade articular permitiu maior agilidade segmentar e ampliação dos
movimentos axiais, a maior destreza dos movimentos de inclinação, alongamento,
giros, desvios e rotações sobre o próprio eixo possivelmente ampliou as
possibilidades de defesa e vigilância; o poder de pinça levou à habilidade de
manipulação a níveis de elevado refinamento. As habilidades manipulativas, como
alcançar, segurar, soltar, lançar, arremessar, pegar, chutar, rolar e bater adquiriram
crescente aperfeiçoamento. Acreditamos que os estímulos até então presentes
foram em sua grande parte de ordem natural, oriundos do meio ambiente, da
observação e da transmissão da experiência adquirida.
Quer no deslocamento nômade ou na fixação de grupos em territórios
definidos, cremos que inicialmente o meio líquido como riachos, rios, lagos e mares
ofereceram grandes obstáculos ao avanço, a fuga e a conquista, ao mesmo tempo
em que se mostravam potenciais fontes de viveres. Sob tal circunstância, outra vez,
o ser humano viu-se diante do desafio da adaptação ao meio, surgindo as primeiras
tentativas de locomoção no meio liquido.
O desenvolvimento humano da habilidade motora aquática possui poucas
referencias cientificas, porém é certo que se trata do fruto da própria Evolução
Humana, confundindo-se com a origem da humanidade (CATTEAU E GAROFF,
1990; VELASCO, 1994; VIEIRA e FREITAS, 2006; apud SILVA, 2011). Dalla Déa
25
(2010) ao tratar a origem das práticas corporais aquáticas, cita ilustrações
arqueológicas contendo figuras da arte de nadar cuja origem remonta a mais de
9000 anos A.C. e o hieróglifo denominado “nadar”, com procedência além de 3000
anos A.C., onde se percebem figuras que representam o batimento de pernas e a
amplitude do movimento alternado dos braços.
Acreditamos que os milhares de anos de Evolução da espécie humana
encontram-se condensados no desenvolvimento do individuo desde a fecundação
até sua morte. Pesquisas realizadas por Waston e McGraw, citados por Ernani
Xavier Filho e Edison de Jesus Manoel no artigo “Desenvolvimento do
comportamento motor aquático: implicações para a pedagogia da Natação”,
buscavam a gênese do comportamento motor aquático em bebês e crianças; pelos
resultados de tais pesquisas percebemos que possivelmente os primeiros
movimentos objetivando a locomoção humana no ambiente aquático ocorreram com
a interação do individuo com o meio liquido em posição de decúbito ventral.
3.3 – DESENVOLVIMENTO MOTOR E COMPETÊNCIA AQUÁTICA
No final da década de trinta Myrtle McGraw realizou a primeira
caracterização da seqüência de desenvolvimento motor aquático, onde considerou
três elementos integrantes do comportamento de locomoção aquática humana: a
movimentação de braços e pernas com padrão rítmico, o domínio postural na
locomoção, e o controle respiratório. Concomitantemente Velasco (1994) ao tratar
das habilitações aquáticas destaca no ato natatório a mecânica da respiração, a
flutuação (alterações nos mecanismos motores de postura) e a propulsão.
26
Nossa abordagem da competência aquática será direcionada ao processo
de iniciação à natação, considerando os elementos integrantes da sequência de
desenvolvimento aquático pela ótica do desenvolvimento psicomotor infantil.
Tendo por base a Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, que altera a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e amplia o Ensino Fundamental
para nove anos de duração, teremos nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental
alunos com idade entre seis e dez anos, que, segundo Piaget, encontram-se no final
do estágio pré-operatório (6 anos de idade), fase egocêntrica, de raciocínio indutivo
e inconclusão de classes; e no estágio operatório concreto (dos 6 aos 12 anos), fase
do esquema de operações, da ordenação serial, do raciocino indutivo, da
compreesão da reversibilidade e da relação lógica, início dos princípios abstratos, do
raciocínio formal e da percepção emocional.
Para Le Boulch crianças com seis e sete anos de idade apresentam a
capacidade de deslocar sua atenção do meio ambiente para o próprio corpo
desenvolvendo a organização do esquema corporal, o que propicia maior domínio
corporal e coordenação motora, definem sua dominância e seu eixo corporal,
assimilam conceitos referenciais a partir de seu próprio corpo em relação ao
ambiente, adquirem noções temporais de ordem e sucessão, caracterizando a etapa
do corpo percebido, correspondendo ao estágio pré-operatório apresentado por
Piaget. A fase seguinte do desenvolvimento do esquema corporal proposta por Le
Boulch é a do corpo representado, característica de crianças com idade entre sete e
doze anos, quando observamos a estruturação do esquema corporal, inicialmente a
27
partir de uma imagem de corpo estática, e dos dez aos doze anos de idade a
representação mental de uma sucessão motora e a percepção do fator temporal,
com pontos referenciais exteriores a si próprio, correspondendo ao estágio
operatório concreto preconizado por Piaget.
Devemos ter como marco referencial que o desenvolvimento psicomotor,
constituído pelo desenvolvimento sensorial, motor e cognitivo, é um processo
continuo que ocorre por etapas e subordinado ao nível de maturação do sistema
nervoso central; que por meio deste processo há uma progressiva evolução da
inteligência, da comunicação, da afetividade, da sociabilidade e da aprendizagem
global; que todas as crianças passam por esta seqüência de etapas, mas que o
ritmo das aquisições é individual, dependente da estimulação, da interação com o
meio circundante e das influências biopsicossociais.
Gallahue e Ozmun (2005) propõem o estudo do desenvolvimento motor
pela progressão seqüencial das habilidades motoras ao longo da vida, constituindo,
para a idade de seis a sete anos a fase motora fundamental madura, e para a idade
de sete a dez anos a fase motora especializada ainda em um estágio transitório.
Segundo os autores, “embora relacionada à idade, a aquisição de
habilidades motoras fundamentais maduras não é dependente dela, devido a
numerosos fatores inerentes à tarefa em si, ao indivíduo e ao ambiente”, assim
torna-se imprescindível a percepção do professor em detectar o nível de
desenvolvimento global do educando, independentemente de sua idade cronológica,
28
com a finalidade de fornecer-lhe subsídios para seu desenvolvimento real sob um
olhar prospectivo.
Em contraponto, segundo Piaget (apud MELHEM, 2009) o
desenvolvimento infantil requer que a criança tenha experiências concretas do meio
que a cerca, por isso o movimento é de grande importância nesse processo. Ainda
segundo Piaget (apud LERNER in OLIVEIRA, 1996):
“...é importante que os professores proponham às crianças materiais, situações e ocasiões que lhes permitam progredir. Não se trata de deixar as crianças fazerem tudo o que quiserem. Trata-se de colocá-las diante de situações que coloquem novos problemas e de encadear essas situações umas às outras. É preciso saber dirigi-las deixando-as livres ao mesmo tempo.”
Neste aspecto, segundo Vygotsky (OLIVEIRA, 1996), o “processo de
aprendizagem não é fruto apenas de uma interação entre o indivíduo e o meio”,
devendo considerar além das influências ambientais, as contribuições
biopsicossociais, sendo “um processo global de relação interpessoal que
envolve, ao mesmo tempo, alguém que aprende, alguém que ensina e a própria
relação ensino-aprendizagem”.
No texto de Go Tani (et al, 1988) percebemos a importância das
experiências motoras na infância para o desenvolvimento cognitivo, pois é
principalmente através do movimento que a criança (e por extensão o ser humano)
explora, relaciona e controla o seu ambiente, ou seja, “é através de movimentos
que o ser humano interage com o meio ambiente”.
29
Ao direcionarmos nossa visão em direção a crianças de seis a dez anos
de idade, cognitiva e fisicamente normais, teremos por padrão o refinamento das
habilidades fundamentais maduras estabilizadoras, locomotoras e manipulativas,
que pela assimilação da aprendizagem dirigida de forma motivacional e do
desenvolvimento motor permitirá o acesso a habilidades mais complexas e
específicas. Assim, durante o período de adaptação ao meio aquático, devemos
propor atividades que progridam das mais simples para as mais elaboradas, sem
descartar fases do desenvolvimento psicomotor na concretização do ato natatório,
considerando as vivencias pré-adquiridas pela criança e proporcionando
oportunidades para sua própria interpretação e desenho do meio envolvente.
No processo de aquisição dos padrões fundamentais do movimento Go
Tani (et al, 1988) afirma que “para se entender os problemas que os indivíduos
encontram para adquirir habilidades específicas, é necessário retomar o
processo pelo qual as habilidades básicas foram ou não adquiridas”, assim
devemos considerar o nível de aquisição das habilidades básicas respeitando-se as
características biopsicossociais da criança, resgatando e oportunizando experiências
que possibilitem a aquisição e aprimoramento de tais habilidades, ajustando a tarefa
à criança, de tal forma que as conquistas por elas adquiridas sejam o elo para
elaborações de maior aprimoramento, de tal forma que as atividades vividas
contemplem não somente os domínios orgânico, psíquico, social e cognitivo, mas
que sejam internalizadas enriquecendo o conjunto de experiências que balizam
novas leituras do meio e de si próprias.
30
No planejamento das articulações a serem desenvolvidas objetivando
propiciar “estímulos sobre os conhecimentos biológicos maturacionais do
desenvolvimento infantil e o desempenho das estruturas motoras que
permitem as crianças estabelecerem melhor contato com o mundo que a
cerca” (BOURSCHEID, 2010), devemos considerar meios dinâmicos com objetivos
claramente definidos, tendo a consciência de “que todas as atividades de
estimulação do desenvolvimento e aprendizagem devem compor objetivos de
domínio cognitivo no sentido de alcançar a aprendizagem de conteúdos
intelectuais” (BOURSCHEID, 2010).
Diante do exposto devemos considerar que as habilidades básicas
adquiridas até os seis ou sete anos de idade formam o alicerce para a aprendizagem
posterior de tarefas com padrões motores seqüenciais cada vez mais complexos (Go
Tani et al, 1988), portanto o processo de maturação das habilidades motoras
fundamentais maduras, “caracterizado por desempenhos mecanicamente
eficientes, coordenados e controlados” (Gallahue e Ozmun - 2005), pode ser
estimulado de forma prazerosa através do ambiente aquático, possibilitando à
criança maior conhecimento sobre seu corpo e ampliação de sua cultura corporal do
movimento pela vivência de novas experiências no meio líquido.
Psicomotoramente o meio liquido proporciona sensações interoceptivas,
exteroceptivas, e proprioceptivas diferenciadas, alterando as percepções de
orientação, equilíbrio e movimentos axiais em relação ao tronco, permitindo uma
nova leitura do esquema corporal, através da consciência da posição das partes do
corpo entre si e do corpo como um todo em relação ao ambiente, exercendo grande
31
influência no controle motor através da percepção de seus segmentos, da
diferenciação da densidade do meio envolvente, do deslocamento, da direção do
movimento, e da velocidade (CORAZZA, 2005)
Na faixa etária pertinente aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, dos
seis aos dez anos de idade, as crianças devem ser estimuladas a experimentação
de vivencias que possibilitem a maximização de suas habilidades motoras
fundamentais, sem que exista a preocupação com as habilidades motoras
específicas, mas formando o berço para a aprendizagem de todas as habilidades
especificas ou culturalmente determinadas no decurso de suas vidas (Go Tani et al,
1988).
Segundo Bee e Mitchell (apud Oliveira, 1997) o desenvolvimento motor é
afetado pela oportunidade de praticar e pelas variações ambientais mais
importantes. O processo de maturação sem dúvida estabelece alguns limites sobre o
ritmo de crescimento físico e desenvolvimento motor, mas o ritmo pode ser
retardado pela ausência de prática ou experiências adequadas.
Consequentemente a principal preocupação nos primeiros anos
educacionais deve ser orientar a criança na exploração dos mais variados
movimentos, buscando alcançar um objetivo previamente determinado para a tarefa,
e criar condições tais que possibilitem a criança perceber que um movimento básico
ou a combinação de movimentos já desenvolvidos presta-se a objetivos distintos
daquele que o originou.
32
Assim, a adaptação ao meio líquido (a tarefa) deixará de ser apenas uma
etapa introdutória para a iniciação à natação (objetivo da tarefa), ganhando novas
nuances no desenvolvimento do estágio maduro da fase motora fundamental, em
uma interação dinâmica entre o indivíduo e o meio ambiente através da intervenção
do Profissional de Educação Física, quer utilizando ou não artifícios enriquecedores,
tais como brinquedos, brincadeiras, pequenos jogos, etc, onde “o movimento será
um instrumento dotado de significação, intencionalidade e consciência”
(MELHEM, 2009), trazendo contribuições reais para o desenvolvimento hierárquico
do comportamento motor através do aumento da diversidade e da complexidade da
tarefa, contribuindo para o desenvolvimento global da criança.
Neste quadro introduzimos progressivamente a criança na ambiente
aquático, inicialmente pela familiarização da criança com o professor e com a
estrutura física disponível.
A seguir oportunizamos o contato da criança com o meio líquido,
explorando as percepções interoceptivas, exteroceptivas e proprioceptivas pelo
contato da água com a pele, pela mudança de densidade do meio, pelo tato e pelo
controle muscular, tendinoso e articular, respeitando as vivências pré-adquiridas e
oferecendo a percepção de segurança necessária a descontração psicológica
imprescindível nesta fase, permitindo a exploração do ambiente e do próprio corpo.
Na seqüência de eventos do desenvolvimento aquático devemos destacar
o domínio postural da flutuação, o que influirá na locomoção em meio líquido, o qual
será analisado através da ótica das habilidades motoras estabilizadoras.
33
As habilidades estabilizadoras, até então percebidas através da
manutenção do equilíbrio pela relação geral do corpo com o centro de gravidade em
situações fora d’água, ganham novas matizes com a percepção do aumento da
densidade do meio aquático, que remete a sensação de redução da força
gravitacional através da ação do empuxo. A criança, percebendo as alterações
geradas pelo meio líquido em seu centro de gravidade, procura alterar a relação
entre as partes de seu corpo em busca da recuperação do equilíbrio, em
movimentos compensatórios, até alcançar a percepção de seu centro de
flutuabilidade.
.
Este estágio é oportuno para o enriquecimento das habilidades
psicomotoras da coordenação e do equilíbrio, que influenciarão as aquisições
necessárias ao desempenho de atividades locomotoras e de respiração aquáticas.
Gallahue e Ozmun (2005) definem coordenação como a habilidade de
integrar sistemas motores diversos com modalidades sensoriais variadas em
padrões eficientes de movimento, estando intimamente correlacionada aos
componentes de equilíbrio, velocidade e agilidade, sendo o movimento coordenado
realizado de forma sincronizada, rítmica e seqüencial.
A coordenação motora corporal tende a aperfeiçoar-se com o progredir da
idade, destacando-se a coordenação viso-segmentar que alinha a percepção visual
com o movimento do corpo, alcançando sua maturidade no ser humano por volta
dos onze anos de idade. Percebemos que a evolução coordenativa motora influencia
no conhecimento intuitivo do próprio corpo, contribuindo na alteração progressiva do
34
esquema corporal, ao mesmo tempo em que também é influenciada por este
(PALMEIRA, 2011).
A iniciação a natação proporciona meios de propriocepção que alteram a
percepção do esquema corporal, devendo ser trabalhada de modo que a criança
perceba inicialmente seu corpo como um todo e a seguir possa desenvolver a
percepção dos segmentos corporais, das ações e movimentos realizados, da
simetria corporal, buscando o controle motor global e o domínio do ato respiratório.
Com a alteração do esquema corporal há modificações no conceito que a
criança possui sobre seu corpo e a relação deste com suas partes, ou seja, de sua
imagem corporal, possibilitando novas leituras dos movimentos e funções
segmentares, com matizes diferenciadas do posicionamento espacial do corpo, e
deste em relação ao meio, assim como do próprio auto-conceito (PALMEIRA, 2011).
Gallahue e Ozmun (2005) postulam que o equilíbrio é elemento básico
para todo tipo de movimento, estático ou dinâmico, e é influenciado por estímulos
visuais, táteis, cinestésicos e vestibulares, sendo a habilidade de manutenção da
postura corporal em diferentes situações e posições, havendo crescente evolução
até aproximadamente os 12 anos de idade.
Na manutenção do equilíbrio os receptores vestibulares, embora
coordenados com os sistemas visual, tátil e cinestésicos, influenciam profundamente
a ação do cerebelo em controlar a tonicidade muscular postural em combinação com
o desenvolvimento do ato motor, sofrendo alterações sensoriais relativas
35
principalmente a movimentação e a condição espacial do corpo, e da ação da
gravidade (PALMEIRA, 2011).
Quando em meio aquático a criança percebe principalmente as alterações
vestibulares, devido a alteração da sensação de redução do peso corpóreo,
conseqüência da força de empuxo opondo-se a força da gravidade, também recebe
contribuições sensoriais táteis e cinestésicas oriundas da maior densidade do meio
líquido em relação ao meio terrestre, e influências derivadas do posicionamento
espacial da cabeça, que altera sua percepção visual. Assim o equilíbrio deve ser
constantemente adaptado às novas condições da ação motora, em um trabalho
neurosensorial de ajuste do tônus muscular. Como todas as situações de medo,
angustia e apreensão causam o enrijecimento muscular, prejudicando o controle da
tonicidade muscular e consequentemente influindo na manutenção do equilíbrio, no
processo de iniciação à natação o professor deve oferecer suporte psicológico
adequado ao aluno, para que este sinta-se suficientemente seguro e relaxado para
desenvolver o controle postural no meio líquido, desenvolvendo um processo
gradativo de adaptação polisensorial, iniciando com o rosto pela ambientação dos
olhos, nariz, boca e ouvido e pelas percepções táteis, respiratórias, de imersão, de
sustentação, de propulsão e de mergulho (VELASCO, 1997; PALMEIRA, 2011).
A respiração aquática diferencia-se não somente quanto a amplitude e ao
ritmo sincronizado com as braçadas nos diversos estilos da natação, mas
principalmente por apresentar inspiração e expiração ativas, enquanto em meio
terrestre a inspiração é ativa, mas a expiração é passiva. Em ambas as situações a
respiração retrata uma condição neurológica, sendo que em meio aquático a
36
inspiração é breve, com maior controle da glote e predominantemente oral, e a
expiração ocorre abaixo do nível d’água, sendo o ar expirado pelo nariz ou pela
boca, ou ainda por ambos, de forma total ou parcial, com maior esforço do diafragma
para vencer a pressão hidrostática do meio (VELASCO, 1997). Exercícios
respiratórios devem ser constantes nas aulas, com pleno preenchimento dos
pulmões e expiração nasal lenta e semi-total abaixo do nível d’água. Jogos e
brincadeira envolvendo a prática respiratória devem ser incentivados, como corridas
individuais, em duplas ou trios, assoprando balões de ar que flutuam, bolinhas de
ping-pong ou de isopor. Exercícios de imersão “em busca do tesouro perdido”
também funcionam adequadamente sob os aspectos da ambientação e da
respiração, podendo ocorrerem com ou sem captura de objetos. Outra alternativa é
espalhar letras no fundo da piscina para que a turma, dividida em duas equipes,
disputem qual equipe formara mais palavras em um determinado espaço de tempo,
então estaremos trabalhando aspectos de ambientação, respiração, cognição,
espaço-temporal, trabalho em grupo (socialização), etc.
A locomoção em meio líquido na iniciação à natação deverá ocorrer de
forma espontânea, sendo mediatizada pelo professor através de auxílio direto ou
indireto, mediante o uso de instrumentos como bóias, flutuadores, pranchas, bolas,
etc, enfatizando a utilização dos membros inferiores na manutenção do equilíbrio e
gerando oportunidades para o desenvolvimento de movimentos que conduzam os
membros superiores a função de propulsão, sempre respeitando as características
individuais de cada aluno. Os estímulos devem ocorrer de forma gradual,
progredindo de exercícios, jogos ou brincadeiras com movimentos simples ou
básicos, para ações motoras mais complexas. Como exemplo podemos citar o bater
37
de pernas com o corpo em decúbito ventral e as mãos apoiadas na borda da piscina
ou nos corrimões da borda, se houver. Uma seqüência progressiva seria o
deslocamento de uma lateral a outra da piscina, com batida de pernas e auxílio de
prancha, em uma introdução ao estilo crawl. Após o domínio do movimento, o
deslocamento longitudinal na piscina com os mesmos movimentos anteriores. Aqui
podemos acrescentar na seqüência a respiração aquática, inicialmente frontal e
posteriormente lateral com a movimentação dos membros superiores no
deslocamento. Outra variante seria o deslocamento em decúbito dorsal, introdução
ao nado de costas, com auxílio da prancha. Ao propormos a conjugação
sincronizada de movimentos – batida de pernas, respiração, movimentação de
braços – devemos conceber a sensibilidade de compreensão do desenvolvimento
neurosensoriocognitivo de nosso aluno, para que não seja exigido além de suas
capacidades psicomotrizes. Torna-se importante que tais exercícios educativos não
dominem a aula, mas que seja propiciada ao aluno a chance de criar e solucionar
problemas, lembrando que o professor deve ser o mediatizador da aprendizagem,
proporcionando significância ao movimento, mas oferecendo a liberdade necessária
ao crescimento global dos educandos, para que estes visualizem a natação como
uma possibilidade além do âmbito escolar.
38
IV – CONCLUSÃO
Diante de nossa proposta inicial de utilizarmos a iniciação à natação como
uma alternativa possível de ser aplicada nas aulas de Educação Física Escolar,
percebemos que o fato de a escola possuir ou não um parque aquático não
inviabiliza o projeto, uma vez que, como sugerido por Darido (2007), diversos temas
podem vir a ser elaborados ainda em sala de aula, tais como a história do esporte,
as técnicas utilizadas, atletas de destaque, as diferentes atividades aquáticas, as
atividades aquáticas olímpicas, os benefícios biopsicofisiologicos da prática de
atividades aquáticas, a segurança e os cuidados que devem ser observados para se
evitar acidentes em meio líquido, etc. Embora envolva um pouco de empenho do
professor e do estabelecimento de ensino, podem ser programados passeios ou
visitas à instituições que tenham piscina, e caso exista alguma instituição com
piscina nas proximidades do estabelecimento de ensino, podem ser acordados
horários para a realização de aulas práticas, o que enriqueceria o conjunto de
conteúdos oferecidos pelo estabelecimento de ensino e promoveria o instituição
cedente do parque aquático. Vencidos os obstáculos estruturais percebemos que o
meio líquido proporciona sensações e percepções de ampla diversidade a serem
exploradas pelo Profissional de Educação Física, quer na visão da psicomotricidade,
quer sob o ponto de vista do desenvolvimento motor e cognitivo, quer no aspecto da
manutenção da saúde e do bem estar físico e psíquico, desenvolvendo e
melhorando a auto-confiança e a auto-imagem.
Conforme apresentado em nosso trabalho, a iniciação à natação é um
processo facilitador do desenvolvimento neuropsicomotor da criança, processo este
39
que exige a intervenção mediatizadora do Profissional de Educação Física, no
sentido de proporcionar à criança oportunidades de explorar o meio líquido
vestibularmente, tátilmente, cinestésicamente, prorioceptivamente, visualmente,
auditivamente, etc, buscando uma ampliação polisensorial global.
Percebemos em nosso trabalho de pesquisa que a criança que vivência
experiências aquáticas expressivas possui maior facilidade em organizar-se
neuropsicomotoramente, adquirindo as significações das sensações proporcionadas
pela motricidade aquática, inicialmente com uma resposta adaptativa mais motora
que mental, mais emocional que cortical, conjugando o suporte para uma integração
sensorial mais complexa utilizada nas fases de flutuação, respiração e propulsão
aquáticas.
O trabalho apresentado oferece subsídios que justificam uma análise
mais profunda quanto a possibilidade de utilização da atividade como conteúdo a ser
trabalhado na Educação Física Escolar, não apresentando a intenção de esgotar a
discussão sobre o assunto, mas considerando que a prática proposta proporciona
um enriquecimento crescente e evolutivo para a criança, trabalhando a dimensão e a
profundidade lúdica das competências aquáticas através dos pressupostos do
desenvolvimento psicomotor, desenvolvendo a capacidade de aprender a aprender,
qualidade essencial a qualquer principio de ensino-aprendizagem. Consideramos
ainda que a prática proposta apresenta-se como um meio de ampliação das
possibilidades e expectativas futuras do educando quanto a uma atividade saudável
que contribui para o desenvolvimento holístico do ser humano.
40
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