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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” A INFORMAÇÃO COMO ARMA ESTRATÉGICA NAS ORGANIZAÇÕES Por: Durval Vieira Pereira Orientador Prof. Ms. Marco Antônio Larosa Rio de Janeiro 2006

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

A INFORMAÇÃO COMO ARMA ESTRATÉGICA NAS ORGANIZAÇÕES

Por: Durval Vieira Pereira

Orientador Prof. Ms. Marco Antônio Larosa

Rio de Janeiro 2006

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSO”

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

A INFORMAÇÃO COMO ARMA ESTRATÉGICA NAS ORGANIZAÇÕES

Apresentação de monografia ao Conjunto Universitário Candido Mendes como condição prévia para a Conclusão do Curso de Pós-Graduação em Gestão Estratégica.

Por Durval Vieira Pereira

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AGRADECIMENTOS

Bem sei que um texto se escreve com liberdade, prazer e muitas mãos que

ajudam... mãos amigas de pessoas queridas. Por isso agradeço:

À toda minha família, pela tolerância diante das minhas ausências

que este trabalho exigiu.

À Rosalynn Leite, pela presença constante, incentivo, apoio nas

grandes decisões e imensa amizade.

À Augusto Costa, Sandra Helena Chaves Sobral e Tereza Souza pela

amizade adquirida durante as aulas da pós. Cada trabalho em grupo é

uma briga que nos une ainda mais.

À todos que me incentivaram, verbal, intelectual e/ou materialmente,

para a realização deste trabalho.

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DEDICO ESTE TRABALHO

À Deus, força maior que rege a minha vida.

Aos meus pais Manoel Schuab Pereira e Elvira Vieira Pereira, que

com sabedoria transformaram simples acontecimentos em

experiências importantes para a formação da personalidade que

tenho hoje. Pessoas que me mostraram o eterno aprendizado do

significado da vida.

Aos meus irmãos, que tive como prêmio ao nascer e cujo apoio e

amor têm sido uma constante revelação.

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RESUMO

O trabalho trata da utilização da informação como arma estratégica nas

organizações atuais. Enfatiza a informação como ferramenta de auxílio nas

tomadas de decisões empresariais. Analisa alguns conceitos de informação e sua

evolução diante dos séculos até os dias atuais. Discorre sobre a estratégia no

panorama administrativo, dando um breve enfoque na gestão estratégica.

Destacada a importância da informação nas empresas, através de três recortes:

sistemas de informação, gerenciamento da informação e inteligência competitiva.

Apresenta a relação entre a informação e ação estratégica.

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METODOLOGIA

Pesquisou-se em diversas fontes de informações, como: periódicos

científicos, anais de congressos, monografias, livros, sites especializados para se

adquirir um cabedal de documentos necessários para embasarem e ratificar as

informações descritas no trabalho. Foi realizada uma leitura atenta nos textos,

levantando os principais pontos associados ao tema aqui abordado e fazendo uma

rede de ligações entre os autores lidos, destacando suas discordâncias ou pontos

de harmonia nos pensamentos abordados.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – As cinco forças competitivas de Porter

14

Figura 2 – Mapa conceitual “informação estratégica” e “estratégia”

16

Figura 3 – Etapas na geração do conhecimento e inteligência

25

Figura 4 – Processo de inteligência competitiva

30

Figura 5 – Modelo esquemático de representação da taxonomia da formulação de ações estratégicas

35

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

CAPITULO I

A INFORMAÇÃO NA ATUALIDADE

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CAPITULO II

A ESTRATÉGIA NO PANORAMA ADMINISTRATIVO

16

2.1 - GESTÃO ESTRATÉGICA

18

CAPITULO III

RECORTES DA INFORMAÇÃO NAS EMPRESAS

22

3.1 - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

23

3.2 - GERENCIAMENTO DA INFORMAÇÃO

25

3.3 - INFORMAÇÃO E INTELIGENCIA COMPETITIVA

28

CAPITULO VI

INFORMAÇÃO E AÇÃO ESTRÁTEGIA

32

CONCLUSÃO

36

REFERÊNCIAS

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INTRODUÇÃO

No mundo moderno, diante das transformações sociais, políticas e

econômicas ocorridas a partir do advento do processo de globalização, as

organizações procuram adaptar-se aos novos tempos. Neste contexto de

mudança, emerge uma organização moderna, fundamentada na informação.

Marchiori (2002, p. 3) afirma que a informação ocupa um papel tão

importante na atualidade, que opera cada vez com mais força em questões

sociais. Para esta autora a informação é valorizada como recurso que

define a competitividade de pessoas, grupos, produtos, serviços e atividades e os mesmos processos de transmissão de dados, gestão da informação e do conhecimento que têm marcado a instabilidade do mercado de trabalho, são geradores de empregos (ainda que informais, terceirizados e/ou ‘franqueados’) nas áreas de tecnologia de informação, de conhecimento e de conteúdos. (MARCHIORI, 2002, p. 3)

Percebendo esta mudança na visão da sociedade, os cursos de

administração de empresas afirmam que a informação visa a incrementar a

competitividade empresarial e os processos de modernização organizacional,

capacitando profissionais na administração de tecnologias de informação em

sintonia com os objetivos empresariais. Observa-se que, intenção é formar um

profissional que, além das tradicionais disciplinas da área, domine o planejamento

e uso estratégico das tecnologias da informação e as especificações de qualidade

e segurança da informação empresarial.

Para Porter (1998, p. 1) a estratégia “é a busca de uma posição competitiva

favorável em uma indústria, a arena fundamental onde ocorre a concorrência. [...]

visa estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que

determinam a concorrência na indústria”. Analisando o conceito de estratégia de

Porter, percebe-se que a informação se utilizada estrategicamente por uma

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empresa, pode se tornar uma arma competitiva contra as organizações

adversárias.

Como fazer então para que os gestores das empresas percebam o real

poder da informação? É preciso conhecer alguns conceitos, como: sistemas de

informação, gerenciamento da informação e inteligência competitiva para

compreender – e provar – a influência que a informação exerce na administração

atual.

A informação, se devidamente gerenciada e interpretada pelo usuário final,

pode ser uma arma estratégica nas organizações. Através das informações pode-

se conhecer os concorrentes, se auto-conhecer e antever os passos

administrativos dos adversários. Desta forma, a informação influência nas

tomadas de decisões nas organizações. Discutir e mostrar pontos de interface

entre informação e administração estratégica é o propósito deste estudo.

Além do já mencionado, o aprendizado contínuo e a busca por informações

atualizadas passam a ser uma imposição para todos aqueles que estão no

mercado de trabalho. Acompanhar permanentemente as novas tecnologias e

metodologias é o que, ainda, garante a empregabilidade. Já não basta apenas a

experiência profissional acumulada em anos de trabalho, pois o risco de

desatualização é cada vez maior. O profissional precisa manter-se em constante

estudo para acompanhar as modificações e evoluções em sua área de atividade.

Uma empresa preocupada em proporcionar uma educação continuada e

permanente a seus funcionários tem uma chance maior de alcançarem sua meta

final estabelecida. Auxiliada, ainda, com um serviço de informação preciso e

rápido suas chances aumentam ainda mais.

Para tanto, no primeiro capítulo serão analisados alguns conceitos de

informação e sua evolução diante dos séculos até os dias atuais. Com o objetivo

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de situar e instruir o leitor deste trabalho a respeito da informação, dando-lhe

dados que corroboram para um entendimento do tema aqui abordado.

No segundo item do trabalho, discorrer-se-á sobre a estratégia no

panorama administrativo, dando um breve enfoque na gestão estratégica. As

estratégias sempre foram utilizadas em guerras como meio de conquistar a vitória

perante o rival, diante da concorrência cada vez mais ferrenha entre as empresas,

estas foram buscar nas estratégias subsídios para uma administração mais

competitiva.

No capítulo seguinte, a importância da informação será destacada nas

empresas, através de três recortes: sistemas de informação, gerenciamento da

informação e inteligência competitiva. Esta divisão visa abranger a guarda e uso

da informação nas tomadas de decisões estratégias.

No item final é apresentada a relação entre a informação e ação

estratégica. Cabe ressaltar que ação estratégica pode ser traduzida como criação,

implementação, aprimoramento ou a ampliação de um serviço, um serviço, um

produto, um processo ou um sistema, que permitem à empresa diferenciar-se dos

concorrentes.

Enfim, não se ambiciona, com o presente trabalho, dissipar todas as

dúvidas ou ter os nossos pensamentos como válidos e imunes a qualquer crítica,

no entanto foi utilizada a credibilidade de grandes pensadores, presentes na

bibliografia, para embasarem nossas afirmações. Então, o que se almeja é

contribuir para futuros estudos que interliguem a informação e práticas

administrativas estratégicas, tão importantes na atividade empresarial atual.

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CAPITULO I

A INFORMAÇÃO NA ATUALIDADE

O mundo vive, atualmente, um período de constantes e crescentes

mudanças, sinalizando a conturbada situação política, econômica e social na qual

todos estão envolvidos. A Segunda Grande Guerra (1945), a queda do muro de

Berlim (1989), o declínio do socialismo e o apogeu do capitalismo são exemplos

de como em pouco tempo, para a história, enormes modificações mudaram, entre

outros fatores, o modo de pensar e enxergar dos cidadãos perante a realidade.

É de conhecimento geral, nos exemplos citados, a importância que a

informação possuiu para que os fatos ocorressem. No caso da Segunda Guerra, o

marco final, que foram as bombas atômicas, só foi possível acontecer graças a

cientistas, como Einstein, que, na época, pesquisavam sobre a molécula atômica.

E em tantos outros acontecimentos a pesquisa e, conseqüentemente, a

informação se faz importante para a construção da sociedade presenciada por

todos.

A informação possui um papel tão importante na sociedade comercial, civil,

econômica, científica e política que apresenta definições distintas para cada um

destes nichos. Vejam alguns destes conceitos. Miranda (1999, p. 2) define

informação a partir do ponto de vista administrativo, para este autor informação

são “dados organizados de modo significativo, sendo subsídio útil à tomada de

decisão”. Já Pinheiro (1992) define informação a partir do ponto de vista da

Ciência da Informação, ciência que possui como foco de estudo a própria

informação, então para esta autora informação é “objeto de estudo complexo e

intangível, produzido e absorvido pelo homem, em um ciclo também complexo,

uma vez que envolve o processo cognitivo”. É este complexo processo cognitivo

que a sociedade intelectual procura conhecer, pois conhecendo o processo de

geração do conhecimento pode-se alcançar o poder administrativo, político,

econômico e/ou social tão almejado por muitos.

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No que tange a tipologia da informação, são registradas na literatura

pesquisada vários tipos que caracterizam a informação, seja em função de seu

conteúdo (científica, econômica, gerencial, entre outros), em função de sua

estrutura (formal/pública, informal/não pública) ou ainda em função de sua

distancia da autoria ou fonte original (primária, secundária, terciária). Cada critério

é utilizado como forma de diferenciação da informação localizada, armazenada ou

disseminada, e cabe a cada instituição responsável pela informação categorizá-la

de acordo com seus critérios.

A informação, impulsionada, sobretudo, pela tecnologia, provoca grandes

alterações de caráter político, econômico, social e tecnológico. O desenvolvimento

de tecnologia de comunicação e de recuperação da informação traz grandes

alterações nos padrões comerciais. Gerando, assim, um paradoxo, pois, existe

uma sensação generalizada de vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, a sensação

de que se esta diante de grandes oportunidades empresariais.

Outro conceito que está hoje muito ligado a informação é o de globalização.

Os autores Hirst e Thompson (1998), analisam em todo o seu livro “Globalização

em questão” o papel que a globalização exerce na sociedade atual. Para estes

estudiosos,

a globalização tornou-se um conceito em moda nas ciências sociais, uma máxima central nas prescrições de gurus da administração, um slogan para jornalistas e políticos de qualquer linha. Costuma-se dizer que estamos em uma era em que a maior parte da vida social é determinada por processos globais, em que culturas, economias e fronteiras nacionais estão se dissolvendo... Sustenta-se que uma economia realmente global emergiu ou está em processo de emergência e que, nesta, as economias nacionais distintas e, portanto, as estratégias internas de administração econômica nacional são cada vez mais irrelevantes. (HIRST E THOMPSON,1998)

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Como visto na citação acima, a economia e, conseqüentemente, a

administração se internacionalizou. Estratégias individuais voltadas para apenas o

seu redor já não são tão eficazes como antigamente. Agora, é preciso observar,

ou melhor, monitorar os concorrentes, situações político-econômicas nacionais e

internacionais. Ou, seja, somente com informações é possível gerir ou

acompanhar o mercado da forma mais adequada e segura.

Se na era industrial o fator essencial da competitividade era a capacidade

de produção, hoje é a informação e o conhecimento que define a posição

competitiva de uma empresa no mercado, percebendo a capacidade de inovação

que as organizações possuem e seu comportamento em frente a tantas mudanças

do mercado.

Figura 1 – As cinco forças competitivas de Porter

Fonte: Porter (1990, p. 6)

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Como visto na figura acima, Porter (1990, p. 6) ao estabelecer as bases

para a estratégia competitiva das empresas, sobretudo, na análise das cinco

forças – clientes, concorrentes, fornecedores, novos entrantes e novas tecnologias

– mostra a necessidade da empresa contar com um sistema de inteligência sobre

o concorrente.

Ter informação é, hoje, a arma que diversas organizações utilizam para

conquistarem ou permanecerem na liderança do mercado. Daí a necessidade da

interface informação/gestão estratégica, como meio de otimizar os recursos

existentes na empresa e adquirir novas armas contra os concorrentes.

Enfim, os termos informação e estratégias estão cada vez mais ligados,

diante das profundas modificações e aprimoramentos que atingiram o panorama

administrativo atual. Saber transformar um dado bruto em uma informação

preciosa e aplicá-la estrategicamente e a missão o gestor atual. Vejam mais

sobre este tema no capítulo seguinte.

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CAPITULO II

A ESTRATÉGIA NO PANORAMA ADMINISTRATIVO

Começou-se a falar em estratégia, num contexto empresarial, nos Estados

Unidos, nos anos sessenta, quando surgiram os primeiros modelos de análise

estratégica. Tratava-se de responder à necessidade de tomar decisões de forma

racional, substituindo a forma intuitiva e irregular que era comum na época, e

aproveitando aquele foi o período mais longo de crescimento econômico

ininterrupto do século XX.

Figura 2 – Mapa conceitual “informação estratégica” e “estratégia”

Fonte: Battaglia (1999, p. 3)

Assim, são os gerentes planejadores que procuram ajustar a intenção

estratégica e os objetivos da organização às oportunidades e ameaças que

detectam no ambiente, bem como às forças e fraquezas da própria empresa.

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Contudo, até o momento, neste trabalho, ainda não se definiu o termo

estratégia, que segundo Ferreira (1986, p. 726) é “a arte de aplicar os meios

disponíveis com a vista à consecução de objetivos específicos; arte militar de

escolher onde, quando e com que travar um combate ou uma batalha; arte de

explorar condições favoráveis com o fim de alcançar objetivos específicos”. Como

pôde ser percebido, os dicionários em geral definem a palavra estratégia como

algo sempre ligado a competições. Desta forma, estratégia são meios encontrados

pelos competidores de alcançarem o objetivo disputado.

Ferreira, Reis e Pereira (2000, p. 117) fazem uma adaptação da definição

de estratégia elaborada por Stoner (1988, p. 68-87) trazendo este termo para o

campo intelectual da administração. Assim, estratégia

É o programa geral para a consecução dos objetivos da empresa e, portanto, para o desempenho de sua missão. Estratégia é o padrão de resposta da organização ao seu ambiente no tempo. Ela associa os recursos humanos e outros recursos de uma organização aos desafios e riscos apresentados pelo mundo exterior. (FERREIRA, REIS E PEREIRA, 2000, p. 117).

O processo de formulação estratégica nas empresas pode ser dividido em

passos sucessivos: o primeiro seria definir os objetivos; depois, procedendo a uma

avaliação do meio ambiente; em seguida, uma avaliação interna para descobrir as

vantagens competitivas da empresa (as forças) e as suas eventuais fraquezas. A

quarta etapa consiste na avaliação das alternativas estratégicas, ao que se

seguirá, por fim, a sua operacionalização e posterior controle.

Dentre os passos de formulação de estratégias visto anteriormente, a

aplicabilidade desta estratégia é uma das etapas mais difíceis de serem realizadas

pelo gestor, pois a formulação duma estratégia não implica que esta seja

realizada. A implementação da estratégia é o processo de transformar as

estratégias aspiradas em estratégias cumpridas, e composta por: integração,

estrutura organizacional, controle e liderança.

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À implementação de uma estratégia são necessários alguns requisitos

como delegação de responsabilidades, canais de comunicação, etc. É com base

nestes requisitos que os gestores estabelecem a estrutura organizacional

necessária à implementação.

Durante este processo é preciso controlar o andamento das estratégias, por

duas razões: primeira, manter os esforços focados no mesmo objetivo e, segundo,

para corrigir ou ajustar sempre que necessário, devido ao surgimento de

imprevistos. Assim, é necessário um acompanhamento contínuo das estratégias

estabelecidas e aplicadas para que se possa controlar, de maneira mais precisa,

seus resultados.

Desta forma, a administração teve que se adaptar a esta nova realidade

empresarial, onde a estratégia ocupa um papel de destaque no gerenciamento de

uma organização. A partir daí é que aparece o próximo item deste trabalho, que é

a gestão estratégica.

2.1 GESTÃO ESTRATÉGICA

Na atualidade, a complexidade dos negócios empresariais exige tomada de

decisões rápidas de indivíduos ou grupos responsáveis por uma organização. E a

utilização de estratégicas na gestão das organizações é uma ferramenta gerencial

imprescindível para o sucesso das empresas, que enfrentam um ambiente de

negócios cada vez mais turbulento. Assim, os gestores passaram a perceber que

com a definição clara da missão e das estratégias empresariais seus objetivos

podiam ser mais facilmente atingidos.

Para gerir uma empresa utilizando-se de estratégias é preciso,

primeiramente, identificar a missão, os objetivos e as ações a serem

empreendidas em uma organização. Através destas informações o gestor poderá

optar por estratégias adequadas para administrar a organização da melhor

maneira e interagir com o ambiente de forma mais competitiva.

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A afirmativa anterior vai ao encontro da definição de decisões estratégicas,

que de acordo com os autores Ferreira, Reis e Pereira (2000, p. 116) “são aquelas

que permitem à empresa se desenvolver e perseguir seus objetivos da melhor

forma, considerando-se suas relações com o ambiente em que se insere”. Assim,

deve-se levar em consideração não apenas a atmosfera interna da empresa,

como, por exemplo, sua situação financeira, é preciso analisar também o clima

externo, as características do ambiente cultural e socioeconômico em que a

organização está vinculada.

Complementando, este capítulo sobre estratégia, Camargos e Dias (2003,

p. 28) explicam que a origem etimológica do termo estratégia vem da Grécia, com

uma conotação voltada para guerras, como sendo a arte de conduzir um exército

por um caminho. Um dos primeiros a utilizarem o termo estratégia foi o chinês Sun

Tzuo, que dizia “todos os homens podem saber as táticas pelas quais eu

conquisto, mas o que ninguém consegue ver é a estratégia a partir da qual

grandes vitórias são obtidas”.

Como foi visto, a estratégia aparece no meio militar, mas seu significado

veio sendo modificado durante o passar do tempo, adquirindo e incorporando

novos significados e alcançando novas áreas, inclusive as acadêmicas, como é o

caso da administração.

Desta forma, novas ramificações surgem dentro da administração moderna.

A gestão estratégica é uma delas. Cabe a gestão estratégica organizar as

contribuições que as diversas áreas têm a dar à organização, servindo como

integração entre os esforços desenvolvidos pelos vários especialistas, dispersos

pela organização.

Este tipo de gestão permite desbloquear o individualismo, desassociado

dos objetivos globais da empresa. Individualismo presente, por exemplo, na

preocupação, por parte de alguns setores, com apenas o grupo de interessados

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("stakeoholders") que lhe diz respeito mais diretamente, ignorando as

necessidades e interesses da globalidade dos grupos de interessados (acionistas,

clientes, fornecedores, etc.). Com a gestão estratégica os setores da empresa

passam a observar o ambiente como um todo, através da análise das forças,

fraquezas, oportunidades e ameaças - conhecida na língua inglesa por SWOT

(Strenghness, Weakness, Opportunities, Threats) - é caracterizada pelo

cruzamento entre as forças e fraquezas internas, com as oportunidades e

ameaças externas. É desta análise que depende o sucesso da gestão

estratégica.

A gestão estratégica permite ainda uma visão temporal mais favorável à

sobrevivência da organização, pensando-se constantemente a curto e longo

prazo. Isto é possível através de um planejamento bem elaborado. OLIVEIRA

(1992, p. 35-43) define planejamento estratégico como um processo que ocorre no

nível estratégico da estrutura da organização (geralmente a cúpula diretiva ou

comitê reunindo a alta gerência) e deverá nortear as atividades de planejamento

nos demais níveis hierárquicos.

A gestão estratégica é um processo complexo em que gestores e

trabalhadores têm ambos papéis individuais a desempenhar, que deve ser todo

integrado de alguma forma. Dois fatores: a diversidade e o grande número de

indivíduos envolvidos são desafios que a gestão estratégica tem que transpor. O

planejamento procura o caminho mais adequado para a organização mudar de

uma situação para outra ou melhorar a que se encontra. Entretanto, baseado em

Ferreira, Reis e Pereira (2000, p. 118) a gestão estratégica sofre alguns desafios.

Podem ser destacados os seguintes:

§ Dificuldade em convencer a gerencia ou os funcionários a pensarem

em termos estratégicos. Deve se realizar um questionamento em

toda a empresa sobre o que deve persistir na organização e o que

deve ser modificado.

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§ Garantir a resposta organizacional, ou seja, desenvolver formas de

acompanhamento e controle do estabelecimento e implantação das

etapas envolvidas no processo administrativo.

§ Enfrentar o ambiente. Além de analisar os desafios e oportunidades

que a empresa encontra no ambiente, deve também considerar a

multiplicidade de agentes que o compõem: consumidores, clientes

em geral, políticos, organizações sem fins lucrativos, órgãos

representativos do governo etc.

Diante de tais desafios as empresas necessitam driblar as dificuldades para

conquistarem suas metas. A estratégia deve surgir de uma compreensão

sofisticada das regras da concorrência que determinam a atratividade de

determinados serviços ou produtos de uma empresa. O objetivo final de uma

estratégia adequada a missão de uma organização é modificar estas regras em

favor de si mesma. Em qualquer empresa que produza um produto ou um serviço,

as regras da concorrência estão englobadas nas cinco forças de Porter (ver Figura

1).

A estratégia no panorama administrativo depende do vigor coletivo destas

cinco forças competitivas que determinam a habilidade de empresas para obter os

retornos esperados em suas metas. Deve-se lembrar também que estas cincos

forças se modificam de acordo com a evolução da empresa.

Desta forma conclui-se que, a gestão estratégica deve ser encarada como

um processo rotineiro, de responsabilidade dos líderes organizacionais, e que

precisa ser estruturado e organizado como um sistema de gestão. A busca e

análise de fatos e dados estratégicos, o realinhamento das diretrizes gerais e a

conseqüente redefinição da estratégia empresarial devem ocorrer de forma

sistemática.

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CAPÍTULO III

RECORTES DA INFORMAÇÃO NAS EMPRESAS

A informação assumiu um papel de destaque na sociedade atual.

Governos, empresas e instituições percebendo a real necessidade de possuírem,

adquirirem e monitorar a informação começam, cada vez mais, a investirem na

guarda e recuperação da informação, assim como seu gerenciamento e

investigação das informações que os interessem.

A competitividade entre as empresas levam-nas a buscarem ferramentas

para saírem na frente do rival, uma destas ferramentas – ou arma, como aparece

no título deste trabalho - é a informação. Planejamentos estratégicos

fundamentados em informações preciosas (naquele momento) para a empresa

garantem um bom percentual de chance dos objetivos previstos serem

alcançados. Assim, neste capítulo, será mostrada a importância das unidades de

informação, a dificuldade de seu gerenciamento e a inteligência competitiva, que

surgiu mais recentemente para auxiliar no monitoramento da informação.

Cabe aqui ressaltar, que não é objetivo deste capítulo aprofundar nos

temas abordados. E sim, despertar o interesse do leitor, deste trabalho, em

pesquisar e conhecer como que a informação permeia todos os processos

administrativos. Qualquer processo administrativo, atualmente, precisa de uma

base informacional para que ocorra sua eficácia. Estas informações podem ser

obtidas através de documentos históricos da empresa, contratos antigos,

documentos pessoais arquivados pelo setor de Recursos Humanos, ou ainda

informações exteriores à empresa, como notícias de jornais, decisões

governamentais ou jurídicas entre tantas outras. Diante disto, é que a informação

alcança, sem distinção, qualquer setor da empresa.

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3.1 UNIDADES DE INFORMAÇÃO

Toda empresa que almeja ampliar sua fatia de mercado e desenvolver-se

diante da competitividade acirrada que assola o mundo empresarial, deve

conhecer das necessidades e desejos de seus clientes. Precisa ter também um

cabedal de informações atuais sobre seus concorrentes, mercado, mudanças e

outros fatores importantes para uma gestão equilibrada e fundamentada em

decisões baseadas em fontes seguras do conhecimento.

Em geral, este cabedal de informações encontra-se armazenados nas

chamadas unidades de informação. Tarapanoff, Araújo Júnior e Cormier (2000, p.

92) definem unidades de informação como sendo

(bibliotecas, centros e sistemas de informação e de documentação) foram e são, tradicionalmente, organizações sociais sem fins lucrativos, cuja característica como unidade de negócio é a prestação de serviços, para os indivíduos e a sociedade, de forma tangível (produtos impressos), ou intangíveis (prestação de serviços personalizados, pessoais, e hoje, cada vez mais, de forma virtual – em linha, pela internet). (TARAPANOFF, ARAÚJO JÚNIOR E CORMIER, 2000, p. 92)

Com o crescimento da concorrência empresarial, as empresas começaram

a destinarem sua atenção para a criação ou desenvolvimento de unidades de

informação. As unidades de informação são instrumentos disseminadores dos

dados e das informações a agente instrucional dos procedimentos gerais

provenientes de diretrizes e critérios estabelecidos pela corporação.

Estas unidades têm em sua maioria os objetivos voltados para o registro e a

organização padronizada dos dados e das informações; disseminação das

informações à corporação e às unidades operacionais, conforme critérios de

acesso previamente estabelecidos pela própria organização e pelas respectivas

diretorias operacionais das unidades; conferir, periódica e sistematicamente, a

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eficácia de implementação das ações e dos procedimentos gerais, por meio de

análise dos dados e informações constantes nas unidades; e, conservar

documentos textuais, museológicos e audiovisuais pertencentes a organização,

com objetivo de preservar e divulgar sua memória.

Aquisição, armazenamento, processamento, valorização, transmissão,

distribuição e disseminação da informação são responsabilidades das unidades de

informação, que conduzem à criação de conhecimentos e à satisfação das

necessidades dos cidadãos (no caso de unidades de informação pública) e nas

organizações desempenham um papel central na atividade econômica.

Foi associando ainda, o processo decisório no planejamento estratégico e o

acompanhamento administrativo dos sistemas de informações que Tarapanoff,

Miranda e Araújo Junior (1995) afirmou que este processo deve estar baseado em

um sistema de informações estratégico/administrativo. Esta idéia vai ao encontro

de outro autor, Miranda (1999, p. 3) definiu sistemas de informação estratégica

como sendo um

conjunto de ferramentas informatizadas que permitem o tratamento dos dados coletados pelo monitoramento estratégico, transformando-os em informações e agregando-lhes conhecimento, a fim de que se constitua insumo para a inteligência estratégica. (MIRANDA, 1999, p. 3)

Toda empresa deve almejar, atualmente, possuir inteligência

organizacional, que está coligado à “busca sistemática, efetiva e proativa de

posturas ligadas à estatégia, à relação organização e ambiência externa”.

Tarapanoff, Araújo Júnior e Cormier (2000, p. 91).

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Figura 3 – Etapas na geração do conhecimento e inteligência

Fonte: Tarapanoff, Araújo Júnior e Cormier (2000, p. 91)

Assim sendo, as unidades de informação são espaços dinâmicos que

facilitam a recuperação e preservação de informações e, ao mesmo tempo,

instrumentalizam as atividades culturais, educativas, institucionais e de divulgação

empreendidas pela organização.

3.2 GERENCIAMENTO DA INFORMAÇÃO

Com as grandes modificações na área administrativa, cada vez é mais

necessário conhecer e, se possível, controlar o mercado a que se está inserido. A

informação é um subsídio importante para se conhecer o ambiente externo e,

também interno da empresa. Como visto anteriormente, no capítulo I, a aplicação

das cinco forças de Porter dependem desta análise, para que as informações

obtidas possibilitem gerar um conhecimento sobre si e sobre os concorrentes

capaz de manter uma vantagem competitiva.

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A partir de tal necessidade em administrar a informação e que surgiu o

gerenciamento da informação. Assim, Ponjuán Dante (1998, apud Marchiori,

2002, p. 4) afirma que gestão da informação deve

incluir, em dimensões estratégicas e operacionais, os mecanismos de obtenção e utilização de recursos humanos, tecnológicos, financeiros, materiais e físicos para o gerenciamento da informação e, a partir disto, ela mesma ser disponibilizada como insumo útil e estratégico para indivíduos, grupos e organizações. (PONJUÁN DANTE, 1998, APUD MARCHIORI, 2002, p. 4)

A gestão da informação necessita ainda possuir o conjunto fundamental de

processos que englobam atividades de planejamento, organização, direção,

distribuição e controle de recursos de qualquer natureza, com o objetivo de

racionalizar e efetivar determinado sistema, produto ou serviço. Incluindo, em

perspectivas estratégicas, os mecanismos de obtenção e utilização de recursos

humanos, tecnológicos, financeiros, materiais e físicos para o gerenciamento da

informação.

Marchiori (2002, p. 4-6) chama a atenção pelo fato da gestão da informação

ser uma área recente e, como tal, ainda sem uma definição clara. Esta área é

ainda estudada e aplicada em diversas áreas do conhecimento de acordo com sua

abrangência. Esta autora mostra como que a gestão da informação é estudada

por três áreas do conhecimento distintas. Vejam:

No que tange a área da tecnologia, a gestão da informação é analisada,

mesmo no contexto da organização, como um recurso a ser otimizado via

diferentes arquiteturas de hardware, software e de redes de telecomunicações

adequadas aos sistemas de informação. No caso deste trabalho, que visa mostrar

a importância da informação na gestão de uma empresa, esta visão está

associada a velocidade e transmissão de dados, aliada à confiabilidade e

requisitos dos sistemas de informação. Para um maior esclarecimento, dado é a

“representação formal de todo e qualquer elemento de caráter cognitivo, passiva

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de ser transferida, processada e interpretada de forma manual ou automática.”

(ARRUDA; CHAGAS, 2002, p. 71)

Já na visão da Ciência da Informação, a gestão da informação volta-se para

o contexto social onde há o fornecimento e demandas de informação, assim como

a necessidade do gerenciamento de recursos de informação, monitoramento,

localização, avaliação, compilação e disponibilidade de fontes de informação que

possam suprir a necessidade, sendo descritas, analisadas, compiladas e

apresentadas pra sua utilização imediata.

E no campo da administração de empresas, a gestão da informação visa

incrementar a competitividade empresarial e os processos de modernização

organizacional, capacitando profissionais na gestão de tecnologias da informação

em sintonia com os objetivos empresariais. Tecnologia da informação pode ser

conceituada como recursos tecnológicos e computacionais para aguarda, geração

e uso da informação e está fundamentada nos seguintes componentes: hardware

e seus dispositivos e periféricos; softwares e seus recursos; sistemas de

telecomunicações; gestão de dados e informações (REZENDE; PEREIRA, 2002).

O domínio do planejamento e uso estratégico das tecnologias da informação e as

especificações de qualidade e segurança da informação empresarial são

ensinamentos incorporados na formação do gestor atual, que possui sua base

teórica formada pelas disciplinas tradicionais.

Percebe-se que nos três olhares sobre a gestão da informação aparecem

expressões que explicitam sua necessidade, são palavras como: velocidade,

confiabilidade, monitoramento, localização, avaliação, compilação e

disponibilidade. São termos que realçam o porque da gestão da informação existir.

Como adquirir uma informação confiável, de forma rápida e disponível para uma

analise criteriosa sem o auxilio da gestão da informação?

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Rocha (2003, p. 2) enfatiza que gerenciar os recursos informacionais

implica planejar, estabelecer estratégias, diretrizes, metas e modelos referentes à

informação, além de desenvolver princípios e técnicas que permitam a sua

eficiente organização.

Portanto, A gestão da informação age sobre informações formais e

informais, recuperando informações ainda em seu estado de dados e transforma-

os em representações estruturadas e significativas capazes de corrigir situações e

estratégias, identificar oportunidades e gerar atividades antecipativas frente à

concorrência, auxiliada pelo processo de inteligência competitiva, alvo do próximo

estudo.

3.3 INFORMAÇÃO E INTELIGENCIA COMPETITIVA

Na última década a inteligência competitiva assumiu um papel de destaque

tanto no universo dos pesquisadores científicos quanto do universo administrativo.

Neste último, a inteligência competitiva é utilizada como força no desenvolvimento

da competitividade necessária às empresas, na multiplicação das fontes de

informações científicas, técnicas, econômicas e públicas.

Esta é uma área tão recente que no Brasil que, na fase de levantamento

bibliográfico pra a realização deste trabalho, foram encontrados diversos nomes

para inteligência competitiva. O que se observa com este fato é que, ainda não se

tem uma nomenclatura oficial para descrever as novas áreas e disciplinas que

estão relacionadas aos sistemas de apoio à tomada de decisão e administração

estratégica de empresa. São utilizados nomes como inteligência competitiva,

inteligência empresarial, inteligência de marketing, gestão estratégica do

conhecimento. Canongia et al (2004, p. 6) compara a definição de dois autores

sobre inteligência competitiva. Observem,

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Fuld (1994, p. 23-27) apresenta o conceito de inteligência competitiva como informação analisada, que auxilia a tomada de decisão estratégia e tática. A palavra “competitiva” relaciona-se à aquisição de informações públicas e acessíveis sobre os concorrentes. Garcia (1997, p. 21) interpreta inteligência competitiva como um sistema de monitoramento (environmental scanning), definindo-a como um conjunto de procedimentos para a coleta e análise de informação sobre o macro ambiente, que possibilitariam à organização um processo de aprendizagem contínuo, voltado ao planejamento e a decisões estratégicas.

Para Battaglia (1999, p. 7) o conceito de inteligência competitiva, como é

conhecido hoje, passou a existir na década de 80, como uma disciplina capaz de

agregar o planejamento estratégico, atividade de marketing e de informação,

objetivando o monitoramento constante do ambiente externo, com respostas

rápidas e precisas à empresa no que diz respeito aos movimentos do mercado.

Enfim, a inteligência competitiva é um processo de coleta, organização,

análise e disseminação da informação sobre atividades dos concorrentes,

tecnológicas e assuntos de interesse da empresa, objetivando auxiliar a tomada

de decisão e alcançar as metas estratégicas da empresa.

Como poderá ser visto na Figura 4, a informação está diretamente ligada à

inteligência competitiva, uma vez que ela é seu foco de estudo. As informações

podem estar em diversos tipos de suportes, fontes e estruturas. As informações

vitais para uma tomada de decisão pode estar contida em: patentes, relatórios

publicados, pronunciamentos da administração de um concorrente para analistas

de mercado, a imprensa especializada, a força de vendas, fornecedores ou

clientes de uma empresa que sejam comuns aos concorrentes, exames dos

produtos de um concorrente, estimativas pelo pessoal de engenharia da empresa,

conhecimento recolhido de gerentes ou de outro tipo de pessoal que tenha saído

de empregos do concorrente, entre tantos outros.

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Figura 4 – Processo de inteligência competitiva

Fonte: Battaglia (1999, p. 10)

Desta forma, a inteligência competitiva é fundamentada em duas grandes

bases: “a informação e a velocidade de seu uso” (BATTAGLIA, 1999, p. 2). Estes

componentes são a matéria-prima para o entendimento da inteligência

competitiva, pois, como visto no parágrafo anterior, são utilizados vários tipos e

fontes de informações com uma grande rapidez para monitorar o ambiente, ou

seja, os produtos, processos, serviços e posições ocupadas no mercado. É a

rapidez em analisar a informação o grande desafio, pois as mudanças políticas,

econômicas e sociais acontecem com enorme rapidez e a inteligência competitiva

tem a função de, praticamente, antever estas mudanças, preparando a empresa

para escolher as estratégias adequadas e para enfrentar as possíveis alterações

necessárias.

A velocidade e a ênfase em perspectivas estratégica são os grandes

diferenciais do processo de inteligência competitiva. Estudos demorados com um

grande índice de documentos sem relevância para a pesquisa atual, atrasam a

análise da informação e, conseqüentemente, a informação obtida através da

análise dos documentos quando estiver pronto pode já estar obsoleta.

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Neste contexto, a inteligência competitiva é sinônimo de capacidade de antecipar as ameaças e novas oportunidades por meio da informação validada para a tomada de decisão, em um processo contínuo em que a informação é transformada em conhecimento no processo decisório da empresa, cujo resultado final é na verdade “informação com valor agragado”. (BATTAGLIA, 1999, p. 7).

Diante da demanda pela rapidez por informações estratégicas, as empresas

começaram a desenvolver em seu interior um setor destinado apenas a

transformar dados em informações pertinentes ao sucesso das empresas. Estes

setores são denominados como Sistemas de inteligência competitiva. Este

sistema é responsável pelo processo organizacional de coleta e análise da

informação, que deve ser disseminada como inteligência aos seus usuários, em

apoio à decisão, nos níveis estratégicos e táticos. Battaglia (1999, p. 9) explica

que inteligência é o resultado que começa com a coleta dos dados. Estes são

organizados e transformados em informação, que, depois de analisada e

contextualizada, transforma-se em inteligência, e esta aplicada aos processos

decisórios gera vantagem competitiva para a organização.

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CAPÍTULO IV

INFORMAÇÃO E AÇÃO ESTRATÉGIA NA TOMADA DE DECISÕES

Se for estudado o Modelo das cinco forças competitivas de Michael Porter

(1990, p. 3-23), no qual este autor recomenda que uma eficaz estratégia levará em

consideração não apenas as ações dos concorrentes diretos, mas também os

papeis dos fornecedores e clientes, e produtos alternativos que satisfaçam a

mesma necessidade básica e a previsão de novos entrantes. Será verificados que,

quem fornecem subsídios para uma avaliação sobre os concorrentes, clientes,

fornecedores, novos entrantes e novos produtos são as informações. Desta forma,

é verificar o quanto é importante a informação para a elaboração e implementação

de uma estratégia eficaz.

McGee e Prusak (1994, p. 28) afirmam que a força do Modelo de Porter, no

caso da informação, é estimular os executivos a considerarem claramente uma

gama mais ampla de informação estratégica do que aquela que normalmente

existe na maioria das empresas. Percebe-se que muitas informações são

consideradas, por alguns funcionários, irrelevantes para a empresa e

desprezadas, outras, por sua vez, são devidamente analisadas e,

conseqüentemente, sub-utilizadas. Portanto, as empresas devem investir na

busca e análise de informações cada vez com mais, com objetivo de gerar, uma

espécie, de arquivo de informações atualizado, contínuo e analisado, fazendo os

pontos de ligações entre as informações colhidas.

A informação validada e abrangente sobre o ambiente externo e também

sobre o estado atual da organização é apenas um fator da contribuição da

informação para a definição de uma estratégia competitiva. Cabe aos especialistas

responsáveis pela analise da informação verificarem a veracidade e autenticidade

destes dados coletados anteriormente.

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Antever os acontecimentos perante os concorrentes é a arma que a

informação pode fornecer as organizações. Antecipar-se das ações ou reações

dos concorrentes é uma estratégia adotada por muitas empresas para

continuarem na liderança do mercado. Utilizar a informação de forma ágil e hábil é

a obrigação de um gestor estratégico atual.

Quando se fala em gerência no processo de trabalho administrativo, pensa-

se logo em tomada de decisões. O processo decisório envolve o estudo do

problema a partir de um levantamento de dados, produção de informação,

estabelecimento de propostas de soluções estratégicas, escolha da decisão,

viabilização e implementação da decisão e análise dos resultados obtidos.

Atualmente, dentre os vários modelos de decisão existentes, é possível

reconhecer que a decisão nem sempre é resultado de um processo seqüencial,

rigidamente estruturado e dirigido para uma única solução. Mas, de acordo com

Guimarães e Évora (2004) é possível afirmar que a informação é um recurso

primordial para a tomada de decisão e que, quanto mais estruturado for este

processo, como no caso dos modelos racional e de processo, mais indicado se faz

o uso de sistemas de informação que possam responder às demandas e

necessidades informacionais do tomador de decisão. Da mesma forma, as

informações solicitadas para este tipo de decisão são mais objetivas, tornando

mais indicada a utilização de recursos informacionais que possam organizar,

recuperar e disponibilizar as informações coletadas durante o processo de

trabalho.

No contexto da tomada de decisão e considerando seu valor, a informação

tem sido empregada como mais um recurso para o desenvolvimento do processo

de trabalho nas organizações. A produção interna da informação e a utilização de

fontes externas à organização suscitam a criação de sistemas de informação para

sua identificação e organização, propiciando condições mais adequadas para sua

recuperação e utilização na tomada de decisão. (GUIMARÃES E ÉVORA, 2004)

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Davenport (1998) chama atenção para a necessidade de observar o

gerenciamento do comportamento informacional nos ambientes empresariais,

dentre as quais se destacam:

§ tornar claros os objetivos e estratégias da organização, identificar

competências informacionais,

§ concentrar-se na administração de tipos específicos de conteúdos da

informação,

§ atribuir responsabilidades pelo comportamento informacional,

§ criar uma rede de trabalho responsável pelo comportamento

informacional, e

§ apresentar a todos os problemas do gerenciamento da informação.

As ações estratégicas foram estruturadas em um sistema por Miranda

(1999, p. 4) da seguinte maneira: após a coleta dos dados, é necessário estruturar

um sistema que possa armazená-los e trata-los de forma a que se constituam em

forma primária, passível de ser utilizado, que é a informação. Paralelamente, o

ambiente interno à organização também é constantemente monitorado, na busca

de indicadores que possibilitem avaliar a realidade da empresa e compara-la com

as outras do mercado. Ao conjunto de informações estratégicas e de

acompanhamento – junção que se constitui em conhecimento explícito –, agrega-

se o conhecimento dos especialistas, que filtram as informações pertinentes,

formando, então, o conhecimento estratégico. A partir do conhecimento

estratégico, são identificadas as alternativas mais plausíveis dos modelos de

evolução do ambiente, as quais sofrem a avaliação dos gerentes, estabelecendo-

se o conjunto de estratégias passíveis de serem implantadas, a fim de tornar a

empresa competitiva. Esta é a fase da inteligência estratégica, na qual é também

disseminado o conhecimento internamente à organização. As estratégias viáveis

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passam pela filtragem política ou do poder conferido à alta administração, que

opta pela estratégia conveniente e decide sobre as ações estratégicas a serem

adotadas.

Figura 5 – Modelo esquemático de representação da taxonomia da formulação de ações estratégicas

Fonte: Miranda (1999, p. 4)

Como observado no parágrafo anterior e na figura 5, a ação estratégica

possui com base os dados do ambiente interno e externo da empresa, por isso a

importância de uma busca bem elaborada. E através da análise é que o dado

gerará informação (estratégica ou não), que por sua vez gerará conhecimento,

inteligência estratégica e por fim a estratégia. Estratégia esta que conduzirá as

ações tomadas pela empresa.

Assim através deste capítulo, foi proposta uma leitura sobre a relação da

informação e da ação estratégia na tomada de decisões. Pôde ser percebido o

quão é importante a informação no embasamento dos profissionais responsáveis

pelas decisões empresariais da organização. Possuir informações e saber fazer

delas conhecimento capaz de gerar estratégias eficazes é o desafio dos gestores

do mercado moderno.

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Conclusão

A maioria das práticas gerenciais adotadas no país, nos últimos anos,

impulsionados pela busca por lucros cada vez maiores e pela competição global,

concentraram-se no aumento da competitividade e na melhoria da eficiência

operacional. Foram adotadas técnicas como gestão da qualidade, melhoria

contínua, reengenharia. Foram cortados custos, eliminadas perdas, e palavras

como foco e terceirização passaram a fazer parte do dia a dia das empresas. E é

neste panorama ambiental que a informação se firmou como arma estratégica nos

mais diversos tipos de organizações.

Como se pôde perceber no decorrer deste trabalho, a informação por si só

não tem valor estratégico até que seja analisada. A análise coloca a informação

em um formato apropriado para as decisões táticas e estratégicas. É, ainda, a

análise que dá um caráter específico à informação, pois a interpretação que dela

fazemos está correlacionada às estratégias da empresa. Assim sendo, a

interpretação de uma informação é feita à luz das peculiaridades de cada

empresa, de suas necessidades, de seus planos e metas estratégicas.

A interpretação da informação é como um jogo de quebra-cabeças em que

se tem que ir descobrindo cada peça até se ter um quadro completo. As

considerações sobre as implicações das ações do concorrente levam o analista a

identificar e avaliar diferentes possibilidades. É a ligação dos dados coletados com

o cabedal de conhecimento já existente que propiciará uma adequada utilização

da informação obtida. Desta formas, dados e informações são usados pelo

analista para criar a inteligência que será usada na tomada de decisão.

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A utilização da informação, principalmente, nas estratégias da empresa

deve ser vista como um agregado de extrema importância. Pois estratégias,

firmadas em informações validadas, trazem muitos benefícios, como: reduzir a

incerteza na tomada de decisão; evitar surpresas; prever as grandes mudanças

estruturais da indústria e prevenir surpresas tecnológicas; ter melhores

perspectivas da capacidade atual e futura do concorrente e de suas intenções;

avaliar de forma objetiva sua posição competitiva atual e futura; identificar

ameaças e oportunidades; ganhar vantagem competitiva pela diminuição de

tempo de reação e melhorar os planejamentos da empresa.

Outro ponto a ser destacado é que, através de informações sobre o

concorrente a empresa pode adotar a melhor estratégia, naquele momento. Uma

estratégia muito utilizada, nos dias atuais, é a coopetição. Muitas vezes a melhor

estratégia é cooperar com o concorrente na busca de benefícios comuns. Assim,

os fornecedores cooperam entre si, usuários cooperam com os fornecedores e

concorrentes se unem em prol de objetivos comuns. Isso somente possível graças

à informação analisada e utilizada no processo da tomada de decisões

estratégicas da empresa.

Foi exposto neste trabalho, que a informação, se devidamente gerenciada e

interpretada pelo usuário final, pode ser uma arma estratégica nas organizações.

Através das informações pode-se conhecer os concorrentes, se auto-conhecer e

antever os passos administrativos dos adversários. Desta forma, a informação

influência nas tomadas de decisões nas organizações. Possuir uma equipe de

analistas da informação capacitada e confiável é uma tarefa que as empresas

necessitam para adquirirem as informações seguras para suas ações estratégicas.

Assim conclui-se que, a informação é hoje, e continuará sendo por um bom tempo,

a grande arma estratégica das organizações.

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